SCILICET 8 Caio de Loureiro

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documentos com história

ARQUIVO MUNICIPAL | FEVEREIRO 2021

Caio de Loureiro O Industrial Empreendedor 19.12.1868 – 23.05.1938 1868 - 1938

O Industrial Empreendedor


FAMÍLIA



FAMÍLIA Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

aio de Loureiro nasceu a 19 de dezembro de 1868 em Gandufe, freguesia de Espinho, concelho de Mangualde, distrito de Viseu. Filho de Miguel de Loureiro, proprietário e lavrador, e de sua mulher Ana Maria, foi a batizar na igreja paroquial de S. Pedro de Espinho a 7 de janeiro de 1869, tendo por padrinhos o próprio prior batizante, Miguel Arcanjo Monteiro e Brito e a irmã deste, Delfina Maria Eduarda. Com cerca de 20 anos de idade veio para Santiago do Cacém, mais precisamente para a freguesia de Abela, na sequência da tomada de posse de seu irmão mais velho, 1

António de Loureiro, como prior daquela paróquia (maio de 1889). Ali exerceu funções de mestre escola.

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FAMÍLIA Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Antiga Igreja da Abela e a “Catedral” ainda em fase de construção. In Album Alentejano: apêndice à província do Baixo Alentejo. [S.n.: s.l., s.d.]. p. 1090.

Os dois irmãos cultivaram fortes relações de amizade não só na aldeia de Abela, mas também na então vila de Santiago do Cacém, nomeadamente com Francisco Alexandre de Vilhena, professor, que acolhera em sua casa duas das órfãs de António de Jesus Cardita e de sua mulher 2

Mónica Rosalina , Maria Jacinta Virgínia Cardita e Helena

Amélia Cardita, esta última desposaria Caio de Loureiro em 28 de dezembro de 1893.

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FAMÍLIA Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Note-se que as famílias Cardita e Vilhena mantinham relações cordiais de longa data, expressas por exemplo no apadrinhamento dos vários filhos do casal por vários membros da família Vilhena (Luís Augusto Vilhena, pai de José Benedito Hidalgo de Vilhena, foi padrinho de batismo de Luís Augusto Cardita, Agostinho Pedro da Silva

Vilhena, foi padrinho de Helena Amélia Cardita e de uma irmã mais velha que faleceu ainda criança, Maria José de Araújo de Vilhena, foi madrinha de Helena Amélia e de António de Jesus Cardita (júnior) e, finalmente, o próprio professor Francisco Alexandre foi padrinho de António de Jesus). As duas órfãs foram contempladas na herança de Francisco Alexandre de Vilhena, à morte deste em agosto de

1895. O Professor legou-lhes por testamento as “roupas, miudezas e valores” que possuía em sua casa, salvo a melhor

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Maria Margarida Hidalgo de Vilhena Correia e Lança e Joaquim da Graça Correia e Lança [Fotografias] [S.n., s.d.] Fonte: Col. Maria Filomena Correia e Lança.

das cobertas de seda, que deixou a sua sobrinha Mariana Lúcia Lopes Sabido, mulher do seu sobrinho Augusto Ernesto Teixeira de Aragão e a melhor das bandejas de prata, que deixou a outra sobrinha, Maria Margarida Perez Hidalgo de Vilhena, casada com o Conselheiro Joaquim da Graça Correia Lança.

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FAMÍLIA Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Instituiu ainda que a herança que recebera de seu 3

amigo José António Pereira , a herdade do Cebolal, na freguesia de S. Domingos, a quinta da Pasmaceira, nos Escatelares, subúrbios da vila de Santiago do Cacém, a

courela de Vale Caveiras, na entrada da referida vila, e a herdade do Paio, em Melides, passaria para a posse das duas irmãs Cardita, com o usufruto de seu irmão e herdeiro principal, Agostinho Pedro da Silva Vilhena, a quem rogava, que não deixasse as suas pupilas “desabrigadas de casa de habitação”. Com a morte do Dr. Agostinho Pedro da Silva Vilhena em janeiro de 1894, as duas irmãs entraram na plena posse dos bens.

Maria Luísa, Ângela Virgínia e Francisco Caio de Loureiro, filhos de Caio de Loureiro e de Helena Amélia Cardita [Fotografia] [S. n., início do Séc. XX]. Fonte: Col. Isabel Mota Capitão.

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Caio de Loureiro e Helena Amélia Cardita casaram, na data atrás mencionada, na Igreja de S. João Batista da cidade de Beja, numa cerimónia presidida pelo prior António de Loureiro. O casal instalou-se na vila de

Santiago do Cacém onde nasceram os seus quatro filhos: Ângela Virgínia (29-12-1894 – 21-09-1986), António (30-111895 – 09-12-1895), Maria Luísa (27-12-1896 – 15-02-1971) e Francisco Alexandre Caio de Loureiro (20-05-1900 – 0211-1931).

Francisco Alexandre Caio de Loureiro, Maria Luísa e Ângela Virgínia, filhos de Caio de Loureiro e de Helena Cardita Cardita [Fotografia] [S. n., início do Séc. XX]. Fonte: Col. Isabel Mota Capitão.

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Casa dos “Franciscos”, em Santiago do Cacém [Fotografia]. In Album Alentejano: apêndice à província do Baixo Alentejo. [S.n.: s.l., s.d.]. p. 1098. Casa dos “Franciscos”, em Santiago do Cacém [Fotografia] José Matias, 2010. Fonte: CMSC.

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De acordo com informação constante do rol de confessados de finais do séc. XIX, a família Loureiro viveu na 4

casa que fora de Francisco Alexandre de Vilhena até 1895 , ano em que se mudou para a rua das Almas, como indica o

registo de óbito de seu filho António. Pouco depois a família 5

mudou-se para a Casa dos Franciscos , na atual rua Dr. Francisco Beja da Costa, onde residiu até ao final da primeira década do século XX.

Casa onde viveu Francisco Alexandre Vilhena [Fotografia] José Matias, 2005. Fonte: CMSC.

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FUNÇÕES PÚBLICAS



FUNÇÕES PÚBLICAS Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

o dia 7 de janeiro de 1896 Caio de Loureiro tomou posse como vereador da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, integrando o executivo presidido pelo Dr. António Pereira de Carvalho, tendo-lhe sido atribuído o pelouro do Serviço de Iluminação Pública e Fiscalização de Açougues e Mercados. Dois anos depois, no dia 4 de maio de 1898, foi exonerado a seu pedido, por ter sido nomeado escrivão da fazenda substituto e existir incompatibilidade

legal de acumulação dos dois cargos. Na mesma sessão, a Câmara analisou os requerimentos para provimento dos lugares de contínuo e de tesoureiro privativo da Câmara Municipal, tendo escolhido o ex-vereador Caio de Loureiro para ocupar o cargo de tesoureiro privativo. Para tal, Caio deu por caução metade da herdade do Cebolal, avaliada em quatro

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FUNÇÕES PÚBLICAS Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Antigos Paços do Concelho, atual Fundação Caixa Agrícola [fotografia] Elmino Pereira Bento, 1930. Fonte: Arquivo Municipal de Santiago do Cacém (Projeto Imagens com História).PT/AMSC/IMHIST/Col. MIPB – Maria Ivone Pereira Bento.

contos de réis e, “para maior garantia”, juntou ainda a outra metade da mesma propriedade, pertencente à cunhada Maria Jacinta Virgínia.

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O INDUSTRIAL



O INDUSTRIAL Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

os primeiros anos do século XX, Caio de Loureiro preocupou-se em aumentar a herança fundiária da esposa através da compra de outras propriedades, muitas delas vizinhas das suas, como é o caso da ampliação da quinta da Pasmaceira, por aquisição de uma nova parcela contígua, em novembro de 1900, e da posterior ampliação da herdade do Paio, rica em arrozais, por aquisição da vizinha herdade das Amoreiras. Note-se que, em 1913, Caio de Loureiro foi

um dos pioneiros da mecanização agrícola no concelho, adquirindo e utilizando uma ceifeira mecânica nas suas propriedades. No ano de 1906, Caio contraiu dois empréstimos, um de dois contos e quarenta mil réis, em maio, e outro de dois contos e sessenta e cinco mil réis em dezembro, dando

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para os dois, como garantia, a herdade do Cebolal. Na posse desse dinheiro, Caio de Loureiro pôde dar início à atividade industrial, adquirindo uma fábrica de moagem localizada entre o jardim municipal e a atual rua 1.º de Dezembro, que ficou popularmente conhecida como rua da Fábrica.

Rua 1.º de Dezembro, vulgarmente conhecida por Rua do Susto [Postal Ilustrado][S.n., meados do Séc. XX]. PT/AMSC/Col. D.

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O crescimento da atividade industrial, a que se juntava a comercial, obrigou à criação de uma primeira sociedade constituída por Caio de Loureiro, José Maria Reis Gancho e António Libânio Monteiro, marido de uma irmã de Caio, que se mudou de Gandufe para Santiago do Cacém cerca de 1908. Reis Gancho abandonou cedo a sociedade, em

resultado de divergências profundas com Caio de Loureiro e, por volta de 1917, também António Libânio Monteiro, deixou a sociedade e regressou à terra natal. Pouco depois foi criada, com o comerciante José André Coelho, a sociedade “Caio & Coelho, limitada”. Nos anos 30 do séc. XX, os dois homens fundaram a sociedade “Caio de Loureiro & Companhia Limitada”.

Anúncio da empresa “Caio & Coelho, Ld.ª”. In A Ventoinha. Sant’Iago do Cacém: Martins Capela. N.º 19 (26 abr. 1925) p. 4.

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O INDUSTRIAL Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Anúncio da empresa “Caio & Coelho, Ld.ª”. In A Ventoinha. Sant’Iago do Cacém: Martins Capela. N.º 5 (28 set. 1924) p. 4.

Anúncio da empresa “Caio & Coelho, Ld.ª”. In A Ventoinha. Sant’Iago do Cacém: Martins Capela. N.º 20 (10 mai. 1925) p. 4.

Anúncio da empresa “Caio & Coelho, Ld.ª”. In A Ventoinha. Sant’Iago do Cacém: Martins Capela. N.º 22 (07 jun. 1925) p. 4.

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O INDUSTRIAL Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Observando os anúncios comerciais publicados por Caio de Loureiro na imprensa local da primeira metade do século XX, podemos perceber o espírito prático e a versatilidade do empresário que, lançando mão de todos os recursos, fornecia uma ampla variedade de bens e serviços à população santiaguense. A publicidade inserida nos números

do jornal “O Semeador”, em 1911, informa que, para além da venda de farinhas e da compra e venda de cereais, também fornecia pão, era depositário de adubos químicos e alfaias agrícolas e agente de companhias de seguros industriais e agrícolas, vendendo ainda asfalto e garantindo a sua correta aplicação.

Anúncio da empresa “Caio & Coelho, Ld.ª”. In A Ventoinha. Sant’Iago do Cacém: Martins Capela. N.º 22 (07 jun. 1925) p. 4.

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O INDUSTRUAL Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Anúncio da empresa “Caio do Loureiro”. In O Semeador. Santiago do Cacém: Empresa O Semeador . N.º 5 (07 mai. 1911) p. 4.

Anúncio da empresa “Caio & Coelho, Ld.ª”. In A Ventoinha. Sant’Iago do Cacém: Martins Capela. N.º 22 (07 jun. 1925) p. 3.

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Anúncio da empresa “Caio de Loureiro & C.ª Ld.ª. In Nossa Terra. Santiago do Cacém: Empresa Nossa Terra. N.º 24 (05 jun. 1932) p. 4.

Anúncio da empresa “Caio de Loureiro & C.ª Ld.ª. In Nossa Terra. Santiago do Cacém: Empresa Nossa Terra. N.º 13 ( 03 jan. 1932) p.4.

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O INDUSTRIAL Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Anúncio da empresa “Caio e Coelho”. In A Ventoinha. Santiago do Cacém: Tipografia Capela. N.º 10 (07 dez. 1924) p. 4.

Anúncio da empresa “Caio & Coelho”. In A Ventoinha. Sant’Iago do Cacém: Martins Capela. N.º 4 (14 set. 1924) p. 8.

Anúncio da empresa “Caio & Coelho”. In A Ventoinha. Sant’Iago do Cacém: Martins Capela. N.º 19 (26 abr. 1925) p. 3.

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O INDUSTRIAL Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Na década seguinte, já associado a José André Coelho, sabemos que também vendia artigos de mercearia, sendo igualmente depositário de tabacos. Nesta década e na seguinte, como se depreende dos anúncios publicados na imprensa local, vendia géneros produzidos nas suas terras, tal como o arroz e o vinho. Este último era produzido com as

uvas colhidas na herdade do Cebolal, cujas vinhas já existiam no tempo do lavrador José António Pereira (séc. XIX), mas que Caio de Loureiro ampliou e modernizou, experimentando castas, até lançar a marca Vinho do Cebolal. Para este vinho criou um anúncio inovador, de uma simplicidade genial, que fez publicar em vários números do jornal “Nossa Terra” no ano de 1932 – “Os Vinhos do Cebolal São Vinhos !!!”.

Anúncio. In Nossa Terra. Santiago do Cacém: Empresa Nossa Terra. N.º 24 (05 jun. 1932) p. 4

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O INDUSTRIAL Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Anúncio da empresa “Caio de Loureiro”. In O Petizinho. Santiago do Cacém: Tipografia Duarte. N.º 16 (17 jul. 1921) p. 4.

Anúncio. In Nossa Terra. Santiago do Cacém: Empresa Nossa Terra. N.º 17 (28 fev. 1932) p. 4.

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CINEMA JARDIM



CINEMA JARDIM Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

ara além das áreas comerciais e industriais já referidas, Caio de Loureiro interessou-se sobremaneira por uma atividade que, no seu tempo, crescia em popularidade – o cinema. Em janeiro de 1921, Caio de Loureiro e Aníbal Augusto Rosa, constituídos em sociedade sob a designação “Rosas & Loureiro”, firmaram um contrato com a Direção da Sociedade Harmonia regulando as condições em que a última cedia a sala de teatro aos primeiros, para exibições 6

cinematográficas .

Anúncio da empresa “Rosas & Loureiro”. In O Petizinho. Santiago do Cacém: Tipografia Duarte. N.º 9 (29 mai. 1921) p. 4.

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CINEMA JARDIM Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Anúncio da empresa “Rosas & Loureiro”. In O Petizinho. Santiago do Cacém: Tipografia Duarte. N.º 11 (12 jun. 1921) p. 4.

Anúncio da empresa “Rosas & Loureiro”. In O Petizinho. Santiago do Cacém: Tipografia Duarte. N.º 6 (08 mai. 1921) p. 4.

Anúncio da empresa “Rosas & Loureiro”. In O Petizinho. Santiago do Cacém: Tipografia Duarte. N.º 2 (10 abr. 1921) p. 4.

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CINEMA JARDIM Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

A sociedade “Rosas & Loureiro”, terminou bruscamente em julho do mesmo ano, e consequentemente também cessaram as exibições regulares, que só voltariam em outubro, agora asseguradas pela empresa “Rosas & Rosas”. Esta rutura entre Aníbal Rosa e Caio de Loureiro foi objeto

de uma crónica satírica nas páginas do jornal “O Petizinho”, na rubrica “No Lavadouro do Fidalgo”. No ano seguinte, Caio terá seguramente apoiado o seu filho Francisco, quando este, 7

em conjunto com Amael Lagartinho , José de Carvalho e José Carlos Barradas, criaram uma nova empresa para exibição de peliculas cinematográficas na sala de teatro da Sociedade Harmonia que, no entanto, também não durou muito tempo, tendo apenas assegurado exibições regulares no “Salão

Harmonia” entre abril e agosto de 1922.

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CINEMA JARDIM Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Excerto da rúbrica “No Lavadoiro do Fidalgo”. In O Petizinho. Santiago do Cacém: Tipografia Duarte. N.º 16 (17 jul. 1921) p. 2.

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CINEMA JARDIM Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Na mesma década, Caio de Loureiro resolveu transformar em sala de cinema um celeiro que lhe pertencia, localizado no quintalão da moagem, mas com portas voltadas para o Jardim Municipal, que recebeu o nome de “Cinema

Jardim”. Neste espaço, que sofreu nova remodelação em 1931, puderam os santiaguenses assistir à exibição do primeiro filme sonoro português, “A Severa”, em abril de 1932. Sabe-se que o “Cinema Jardim” funcionou regularmente até, pelo menos, ao ano de 1936, pois em janeiro desse ano, o administrador do concelho oficiou Caio de Loureiro a proibir a realização de uma conferência nessa sala de espetáculos.

Anúncio. In Nossa Terra. Santiago do Cacém: Empresa Nossa Terra. N.º 7 (11 out. 1931) p. 2.

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CINEMA JARDIM Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Em finais de 1935, a Direção da Sociedade Harmonia decidiu fazer obras de adaptação da sala de teatro para projeção regular de peliculas cinematográficas, agora por conta própria. O novo cineteatro Harmonia abriu portas,

presumivelmente, na véspera de Natal de 1935 ou em janeiro 8

do ano seguinte , ditando o encerramento a curto prazo do concorrente “Cinema Jardim”.

Anúncio. In Nossa Terra. Santiago do Cacém: Empresa Nossa Terra. N.º 22 (08 mai. 1932) p. 1.

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TRAGÉDIA FAMILIAR



TRAGÉDIA FAMILIAR Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

erca de 1910, Caio de Loureiro mudou-se com a família para uma residência nas proximidades da fábrica, de modo a acompanhar de perto o crescimento industrial. Na casa, cuja fachada era voltada para o Jardim Municipal, foi instalado um WC interior, provido de água quente fornecida pela fábrica de moagem, um luxo naqueles tempos.

Vivenda mandada construir por Caio de Loureiro nos anos 20 [Fotografia] [S.n, S.d.]. Fonte: CMSC.

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Última residência de Caio de Loureiro, sita no Largo 5 de Outubro [Fotografia] José Matias, 2005. Fonte: CMSC.

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Caio de Loureiro e filhos, Ângela Virgínia, Francisco Alexandre e Maria Luísa [Fotografia] [S.n., 2.ª década do Séc. XX]. Fonte: Col. Isabel Mota Capitão.

Mais tarde, nos anos 20, construiu para sua habitação uma bela vivenda voltada ao largo fronteiro à fábrica, o antigo largo da Ponte do Freixo, hoje largo 5 de Outubro, ao redor do qual Caio de Loureiro concentrava negócios e propriedades, dando azo a que fosse chamado

popularmente largo do Caio. Esta vivenda foi uma das primeiras moradias construídas na nova avenida, que depois recebeu o nome do contestável D. Nuno Álvares Pereira.

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Seguindo

o

exemplo

de

outras

famílias

santiaguenses abastadas, os Loureiros costumavam ir de vilegiatura para as termas de Monchique ou a banhos para a vizinha praia de Sines, onde adquiriram como residência sazonal, nos anos 30, o edifício conhecido por “Casa Vasco da Gama”, voltado à praia. Este ainda hoje se distingue por

possuir uma placa de pedra indicando ser ali o local de nascimento do navegador, colocada na sua fachada principal aquando das celebrações do 4.º centenário da descoberta do caminho marítimo para a Índia, em 1898.

Francisco Alexandre Caio de Loureiro, filho do industrial, tomou posse como vereador eleito no dia 2 de janeiro de 1926, mais tarde, na sequência do golpe militar de

maio desse ano, foi escolhido para integrar, como vogal, a Comissão Administrativa do Município de Santiago do Cacém que tomou posse em 24 de julho, sendo-lhe atribuído o

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Edifício “Casa Vasco da Gama” [Fotografia]. In A Ventoinha. Sant’Iago do Cacém: Martins Capela. N.º 4 (14 set. 1924) p. 3.

pelouro das obras e viação. Ocupava ainda o referido cargo quando, na noite de 2 de novembro de 1931, sofreu um aparatoso acidente de automóvel nas proximidades de Ferreira do Alentejo, no sitio da curva de Canhestros, tendo a viatura em que seguia colidido com um grande eucalipto, lançando o corpo da vitima a uma distancia de 10 metros e provocando-lhe morte imediata.

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Francisco Alexandre Caio de Loureiro

Exéquias. In Nossa Terra. Santiago do Cacém: Empresa Nossa Terra. N.º 11 (06 dez. 1931) p. 3.

A morte trágica de Francisco Alexandre foi

sentida com pesar na vila de Santiago do Cacém, onde era muito estimado devido ao seu carácter extrovertido e alegre, a que se juntava a juventude dos seus 31 anos, o facto de deixar uma filha pequena e o prestígio de seus pais. O seu funeral, a que acorreu uma grande multidão, foi acompanhado por todo o executivo municipal, que ostentava o estandarte da

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Câmara, pela corporação dos Bombeiros Voluntários, pela Filarmónica

União

Artística

e

pela

Irmandade

da

Misericórdia. A perda do filho foi para Caio de Loureiro um duro golpe, com reflexos na dinâmica comercial e industrial do empresário, pois Francisco Alexandre era o seu mais próximo colaborador e também o principal herdeiro e sucessor nos negócios. Na tentativa de mitigar a sua dor, o casal Loureiro mudou-se para o edifício de primeiro andar ao fundo da rua Machado do Santos, antiga rua do Algarve, no gaveto com a avenida D. Nuno Álvares Pereira/largo 5 de Outubro. Alguns anos volvidos, Caio projetou contruir uma nova habitação no mesmo largo, mas a sua morte inesperada, quando a obra ainda estava na fase das fundações, determinou o fim da mesma. Mais tarde, no mesmo terreno, foi construída uma grande garagem e oficina auto, denominada “Garagem S. Cristóvão”.

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Notícia sobre o acidente que vitimou Francisco Caio de Loureiro. In Nossa Terra. Santiago do Cacém: Empresa Nossa Terra. N.º 9 (08 nov. 1931) p. 2.

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Constituição da firma “Caio de Loureiro & Companhia Limitada”. In Nossa Terra. Santiago do Cacém: Empresa Nossa Terra. N.º 9 (08 nov. 1931) p. 2.

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MORTE E LEGADO



MORTE E LEGADO Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

aio de Loureiro faleceu no dia 23 de maio de 1938, vítima de diabetes, e sua viúva, Helena Amélia, viria a falecer cerca de doze anos depois, em 1950. Com a sua morte, as propriedades foram distribuídas pelos seus herdeiros da seguinte forma: a herdade do Paio ficou para a sua filha mais velha, Ângela Virgínia, casada com o Dr. Luís Maria da Cruz e Silva (21-10-1879 – 28-07-1957) e mãe de Maria da Conceição Loureiro e Silva (n. 28-06-1917) e Luís Maria

Loureiro da Cruz e Silva (n. 13-03-1920),

a herdade do

Cebolal de Cima e a quinta da Pasmaceira ficaram para a sua filha mais nova, Maria Luísa, casada com o Dr. José da Cunha Mota (31-12-1888 – 06-04-1952) e mãe de José Caio de Loureiro da Cunha Mota (n. 03-08-1922) e Maria Helena de Loureiro da Cunha e Mota (n. 25-04-1924), e a herdade do

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MORTE E LEGADO Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Maria Luísa Cardita de Loureiro e José da Cunha Mota, Início da década de 20 do século XX [Fotografia]. In Os Carditas, os Loureiros, os Cunha e os Motta, 2000.

Cebolal de Baixo e terras de Vale Caveiras foram legadas a sua neta Maria das Dores, filha do falecido Francisco Alexandre Caio de Loureiro e de sua esposa Cândida Maria 10

Vaz Pereira Simeão

(1898 – 1958).

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MORTE E LEGADO Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Os seus descendentes continuam o seu legado, mantendo a produção vinícola na herdade do Cebolal. Na referida herdade, que possui cerca de 80 hectares, 23 dos quais dedicados à vinha, são produzidos atualmente vinhos que

honram a sabedoria adquirida ao longo de cinco gerações, entre esses vinhos está o “Caios”, lançado em 2008, por Isabel Lufinha Mota Capitão, num tributo ao seu bisavô. Atualmente, é o enólogo, Luís Mota Capitão, filho de Isabel Mota Capitão, que produz os prestigiados vinhos do Cebolal.

O enólogo Luís Mota Capitão, acompanhado de sua mãe, Isabel Lufinha Mota Capitão, nas vinhas da Herdade do Cebolal [Fotografia] Fabrice Demoulin, [maio- jun.? 2020]. In Revista de Vinhos – A Essência do Vinho. Porto, 2020.

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MORTE E LEGADO Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

As modernas instalações da adega da Herdade do Cebolal [Fotografia] [S.n., S.l.]. Fonte: Site Rota Vicentina: SW Portugal.

Luís Mota Capitão, Isabel Lufinha Mota Capitão e Luís Lufinha Mota Capitão na adega da Herdade do cebolal, durante o almoço de apresentação dos novos vinhos “Lufinha 100|10” [fotografia] Marta Felino e Raul Lufinha, dez. 2019. Fonte: Blog Mesa do Chef.

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Caio de Loureiro

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MORTE E LEGADO Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

Família de Caio de Loureiro [Fotografia] [S.n., finais da década de 20 do séc. XX]. Fonte: Col. Isabel Mota Capitão. Mostrando, da esquerda para a direita: em 1.º plano, sentados no chão, os netos, José Caio de Loureiro da Cunha Mota (n. 1922) e Luís Maria Loureiro da Cruz e Silva (n. 1920); em 2.º plano, sentadas em cadeiras, a filha mais nova, Maria Luísa Cardita de Loureiro (n. 1896), a nora, Cândida Maria Vaz Pereira Simeão (n. 1898), a esposa, Helena Amélia Cardita (n. 1862), e a filha mais velha, Ângela Virgínia Cardita de Loureiro (n. 1894); em 3.º plano as netas, Maria das Dores Simeão Caio de Loureiro (n. 1926), Maria Helena Loureiro da Cunha Mota (n. 1924), e Maria da Conceição Loureiro e Silva (n. 1917); no último plano, em pé, o genro José da Cunha Mota (n. 1888), o filho, Francisco Alexandre Caio de Loureiro (n. 1900), o outro genro, Luís Maria da Cruz e Silva (n. 1879) e o próprio Caio de Loureiro (n. 1868).

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NOTAS


NOTAS Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

1 António de Loureiro (07-03-1857 – 17-07-1932) substituiu no cargo Miguel Arcanjo Monteiro e Brito, antigo prior de Espinho e padrinho de seu irmão Caio. Em junho de 1896, o Prior António de Loureiro passou para a Paróquia de Santiago do Cacém, na sede de concelho. De acordo com o disposto na Lei de 4 de abril de 1896 o pároco era também (até ao fim da monarquia) o “presidente nato” da Junta de Paróquia. Em 1910/1911, durante a implantação da República, António de Loureiro, entrou em conflito com as autoridades republicanas, acabando por abandonar o cargo de pároco de Santiago do Cacém, passando a ocupar funções na diocese de Beja e sendo distinguido com o título de Monsenhor.

2 António de Jesus morreu em 1865 e sua mulher alguns anos depois, sendo ainda viva em 1868, ano do casamento de seu filho Luís Augusto. Para além da referida Maria Jacinta Virgínia, nascida em janeiro de 1844 e da sua irmã Helena, nascida em 30-6-1862, o casal deixou órfãos Luís Augusto Cardita, nascido em 25-2-1848, António de Jesus Cardita, nascido em 29-11-1852, e Francisco Augusto Cardita, nascido em 21-06-1857.

3 Lavrador, natural de Santo André, mas residente na rua de Luzia Vaz (hoje rua Luís de Camões), em Santiago do Cacém. Faleceu solteiro em abril 1885, tendo instituído como herdeiro principal e testamenteiro Francisco Alexandre de Vilhena, deixando ainda, entre os seus legados, um de 13.500 réis ao seu amigo António de Jesus Cardita (júnior).

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O Rol dos Confessados indica que essa habitação ficava às Olarias, hoje correspondente ao largo Almeida Garrett, no entanto, na atual rua professor Francisco Alexandre de Vilhena, existe uma casa que, por indicações da proprietária, terá sido a habitação do mesmo, de qualquer forma, este edifício não está longe das antigas Olarias, talvez por essa razão o rol lhe deu essa localização.

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Este edifício deve o seu nome à família Gamito de S. Francisco da Serra, que

habitou na casa posteriormente. Tratava-se de uma família de lavradores, donos da herdade dos Franciscos na mesma freguesia, e cuja tradição determinava que os homens nascidos na família portassem o nome de Francisco.

6 As primeiras exibições cinematográficas na sala de teatro da Sociedade Harmonia ocorreram entre 1914 e 1917, devido a um contrato de cedência da sala à empresa “Fonsecas & Duarte”.

7 Amael Simeão Lagartinho era “empregado superior de escritório” da firma de Caio de Loureiro.

8 Aquando do início das obras de adaptação, em setembro de 1935, a Direção da Sociedade Harmonia deliberou inaugurar o cineteatro na véspera de Natal desse ano, tendo as obras sido concluídas a 15 de dezembro. Em outubro do ano seguinte, em oficio dirigido à Inspeção-geral dos Espetáculos, a direção da sociedade informava que a sala de cinema funcionava havia cerca de nove meses, apesar de não possuir ainda todas as autorizações necessárias, que só chegariam nesse mesmo mês de outubro de 1936.

9 Irmão do Dr. João Gualberto da Cruz e Silva – o fundador do Museu Municipal. 10 Era filha do Dr. Tomás de Aquino Simeão e sobrinha do Dr. João Simeão que fora médico do partido municipal e autor do libreto da opereta “No Reino das Flores” que subiu à cena no teatro da Sociedade Harmonia em 1899.

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BIBLIOGRAFIA


BIBLIOGRAFIA Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

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PUBLICAÇÕES EM SÉRIE O Merobriga. Dir. Francisco Duarte. Santiago do Cacém: Tipografia Duarte. N.º 1 (22 jan. 1922) – N.º 42 (26 nov. 1922). Nossa Terra. Dir. M. Pidwell da Costa. Santiago do Cacém: Empresa Nossa Terra. N.º 1 (12 jul. 1931) – N.º 30 (28 ago. 1932). O Petizinho. Dir. Francisco Duarte. Santiago do Cacém: Tipografia Duarte. N.º 1 (03 abr. 1921) – N.º 40 (25 dez.1921) e N.º único (10 ago.1924). O Semeador. Dir. César Frazão. Santiago do Cacém: Empresa O Semeador. N.º 1 (16 abr.1911) –N.º 42 (28 jan. 1912). A Ventoinha. Ed. Armando Martins Capela. Sant’Iago do Cacém: Martins Capela. N.º 1 (03 ago. 1924) – N.º 26 (20 set. 1925).

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BIBLIOGRAFIA Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

DOCUMENTOS MANUSCRITOS Atas das reuniões de Câmara [Manuscrito]. 1895-1927. Acessível no Arquivo Municipal de Santiago do Cacém, Portugal PT/AMSC/AL/CMSC/B-C/002/91-92, 105-108. Atas das reuniões [Manuscrito]. 1912-1939. Acessível no Arquivo Municipal de Santiago do Cacém, Portugal. PT/AMSC/ASS/SH/B-B/002/42-43. Copiador de ofícios expedidos para diferentes autoridades [Manuscrito]. 19351936. Acessível no Arquivo Municipal de Santiago do Cacém, Portugal. PT/AMSC/ACD/ACSC/B-A/002/58-61. Livros de registo de testamentos [Manuscrito]. 1888-1924. Acessível no Arquivo Municipal de Santiago do Cacém, Portugal. PT/AMSC/ACD/ACSC/L/002/280281,289-292,351-355. Registos de enterramentos [Manuscrito]. 1920-1944. Acessível no Arquivo Municipal de Santiago do Cacém, Portugal. PT/AMSC/AL/CMSC/DDB/001/4189-4192. Registo de baptismos da Paróquia de Espinho [Mangualde] [Manuscrito]. 1848-1857, 1868-1883. Acessível no Arquivo Distrital de Viseu – DigitArq [Em linha]. Disponível em Baptismos - Arquivo Distrital de Viseu - DigitArq (arquivos.pt); Baptismos - Arquivo Distrital de Viseu - DigitArq (arquivos.pt) Registos de baptismos da Paróquia de Grândola [Manuscrito]. 1836-1855. Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq [Em linha]. Disponível em Registos de baptismos - Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq (arquivos.pt)

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BIBLIOGRAFIA Caio de Loureiro – O Industrial Empreendedor

DOCUMENTOS MANUSCRITOS Registos de baptismos da Paróquia de Santiago do Cacém [Manuscrito]. 18471862,1865-1867,1895,1900. Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq [Em linha]. Disponível em Registos de baptismos - Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq (arquivos.pt); Registos de baptismos - Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq (arquivos.pt); Registos de baptismos - Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq (arquivos.pt); Registos de baptismos - Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq (arquivos.pt); Registos de baptismos - Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq (arquivos.pt) - Registos de baptismos - Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq (arquivos.pt) Registos de casamentos da Paróquia de Abela [Manuscrito]. Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq [Em linha]. Disponível em Registos de casamentos - Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq (arquivos.pt) Registos de casamentos da Paróquia de Grândola [Manuscrito]. 1868. Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq [Em linha]. Disponível em Registos de casamentos Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq (arquivos.pt) Registos de óbitos da Paróquia de Santiago do Cacém [Manuscrito]. 1895. Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq [Em linha]. Disponível em Registos de óbitos - Arquivo Distrital de Setúbal - DigitArq (arquivos.pt) Resumos das deliberações [Manuscrito]. 1935-1969. Acessível no Arquivo Municipal de Santiago do Cacém, Portugal. PT/AMSC/ASS/SH/B-B/003/54. Rol dos Confessados [Manuscrito]. 1886-[189-]. Acessível no Arquivo da Unidade Pastoral de Santiago do Cacém, Portugal. PT/UPSC/PRQ/PSC/126.

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DOCUMENTOS ELETRÓNICOS ASSOCIAÇÃO ROTA VICENTINA – Rota Viventina: SW Portugal [Em linha]. Odemira, s.d.. [Consult. Dez 2020]. Disponível em https://rotavicentina.com/experiences/herdade-do-cebolal/ LOURENÇO, Célia – Herdade do Cebolal: Atitude Verde. Revista de Vinhos – A Essência do Vinho [Em linha]. Porto: [4por4?], 2020. [Consult. Dez. 2020]. Disponível em https://www.revistadevinhos.pt/beber/herdade-do-cebolal-atitudeverde LUFINHA, Raul – Mesa do Chef [Em linha]. Lisboa: [s.l.], 2019. [Consult. Dez. 2020]. Disponível em https://mesa-do-chef.blogs.sapo.pt/tag/herdade+do+cebolal

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cili et

documentos com história

ARQUIVO MUNICIPAL | FEVEREIRO 2021

Caio de Loureiro 1868 - 1938

O Industrial Empreendedor

Ficha Técnica Propriedade: Câmara Municipal de Santiago do Cacém Coordenação: Divisão de Cultura e Desporto | Arquivo Municipal


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