A Minha Tarte de Limão

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COLECÇÃO

SENTIDO OCULTO

Chiado Editora chiadoeditora.com


Um livro vai para além de um objecto. É um encontro entre duas pessoas através da palavra escrita. É esse encontro entre autores e leitores que a Chiado Editora procura todos os dias, trabalhando cada livro com a dedicação de uma obra única e derradeira, seguindo a máxima pessoana “põe tudo quanto és no mínimo que fazes”. Queremos que este livro seja um desafio para si. O nosso desafio é merecer que este livro faça parte da sua vida.

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© 2012, Muriel Mendes e Chiado Editora E-mail: info@chiadoeditora.com

Título: A Minha Tarte de Limão Coordenação editorial: Martina Ricci Composição gráfica: Prasad Siva – Departamento Gráfico Capa: Prasad Siva – Departamento Gráfico

Impressão e acabamento: Break Print 1.ª edição: Novembro, 2012 ISBN: 978-989-697-885-3 Depósito Legal n.º 348766/12


MURIEL MENDES

A MINHA TARTE DE

LIMテグ

Chiado Editora



A todos aqueles de quem eu esperava mais, por me fazerem ver, que não sou a única perdida no mundo, dependendo apenas de nós, aceitarmos, aprendermos e crescermos! A todos aqueles que me deram mais de que eu esperava, porque assim aprendi que quando menos esperamos, quanto mais o mundo parece um lugar triste para se viver, há sempre alguém que nos surpreende, há sempre um renascer da esperança, há sempre um novo dia para recomeçar.



Índice Agradecimentos..............................................................p 11 Prefácio..........................................................................p 13 A minha inspiração........................................................p 15 Introdução......................................................................p 19 Capítulo I - Fechada no meu casulo Quem são os nossos amigos?........................................p 23 Onde para a coragem....................................................p 24 No dia que percebi porque existem finais felizes..........p 25 Quando perdemos oportunidades..................................p 27 Sinceridade tal e qual como ela é, sem mais nem menos! .......................................................................................p 28 Que tipo de pessoa sou eu?...........................................p 29 Eu também erro..............................................................p 31 Já imaginaram...............................................................p 32 Em tempos de crise........................................................p 34 Somos todos parte de alguém........................................p 36 Quando a mudança se faz sentir...................................p 36 Tudo sobre relações!.....................................................p 37 Quando a noite nos atormenta......................................p 40 Procurando o dia em que me perd..................................p 41 No final do dia, todos nós somos apenas humanos .......................................................................................p 43 Prazo de garantia...........................................................p 45 Voltando a confiar..........................................................p 47

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Capítulo II – Recomeçar Uma nova etapa.............................................................p 49 Decisão tomada!.............................................................p 50 Quem quero mesmo convencer?!....................................p 52 A minha vida, a minha escolha......................................p 53 Libertar!.........................................................................p 55 Trabalho novo – Dia 1...................................................p 57 Dúvidas que pairam......................................................p 59 Pessoas Magníficas.......................................................p 61 A estranheza em mim......................................................p 64 Respira fundo... Isso passa!...........................................p 66 Eu, eu, e mais eu!............................................................p 67 A vida dos outros é tão mais simples.............................p 69 Capítulo III - O sonho cruza-se com a realidade Atreve-te a sonhar..........................................................p 71 As pessoas à minha volta...............................................p 73 Pânico!!!........................................................................p 74 A logística da vida..........................................................p 76 Quando desistir, já não é solução.................................p 77 Quem quero ser..............................................................p 78 Não há nomes extraordinários. Há sim pessoas extra-ordinárias.......................................................................p 80 Desculpas a mais!.........................................................p 82 Não quero pensar nisso.................................................p 83 E se não me apetece sorrir?!.........................................p 84 Sonho ou Fantasia?.......................................................p 86 Dilemas do meu Ser.......................................................p 87 À espera do pior.............................................................p 89 Dia de conhecer o Ministro da Economia!.....................p 91 Pânico – Parte II............................................................p 93 Pânico – Parte III...........................................................p 94

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Problema sim, problema não.........................................p 96 Sozinha..........................................................................p 97 “Faça o favor de ser feliz”.........................................p 100 Arrumando a cave.......................................................p 102 Agradecida?.................................................................p 103 Mágoas........................................................................p 104 Preciso colocar uns “pontos” nos “ii’s”.....................p 107 Ódios de Estimação.....................................................p 108 Fica Sabrina!................................................................p 110 Capítulo IV - Isto perdeu a sua piada Ciclo vicioso.................................................................p 115 Projetos inacabados.....................................................p 117 Insatisfeita ou conformada?........................................p 119 O idiota que há em mim...............................................p 121 Dar para receber?.......................................................p 124 8 meses depois..............................................................p 125 Todos devemos usar a nossa voz..................................p 127 Na reta final.................................................................p 129 Capítulo V - Tudo muda de novo E quando te levantas? Alguém trata de te deitar ao chão de novo............................................................................p133 O maior desafio de todos.............................................p 136 Copo meio cheio ou meio vazio?!.................................p 138 Força amiga!...............................................................p 141 Desemprego & Desilusões............................................p 143 Voltar à inocência........................................................p 145 O final feliz...................................................................p 146

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Agradecimentos A ti João, porque a tua chegada fez-me recuperar a minha confiança e o meu poder de amar incondicionalmente. A ti Luís, por seres o meu pilar mais importante. Por me dar tempo e espaço suficiente para ser quem sou hoje. Por me dar o apoio e a segurança que eu precisava para me encontrar. A ti mãe, pelo teu esforço em compreender-me e por seres uma inspiração pelo teu otimismo e força em ultrapassar quaisquer obstáculos. A ti pai, porque me fizeste entender, mesmo sem saber, que somos humanos. Errar e perdoar são as constantes duma vida enriquecedora.

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Prefácio Este livro, não sendo um livro de auto-ajuda, pode efetivamente levar o leitor a refletir sobre as suas próprias vivências, conflitos e procura de sentido para a vida. É um diário iniciado em 30 de março de 2011 e que um ano mais tarde, a autora decide publicar. São páginas angustiantes de sofrimento, mas salpicadas de um curioso sentido de humor, que cumpre o objetivo de desdramatizar. A motivação para a escrita surge no decurso de uma psicoterapia. É uma escrita, portanto, intima e comprometida num processo de descobrir a sua interioridade, a verdade do seu existir. Nas páginas do diário, a autora expõe os seus medos, as perdas, a alegria e a tristeza num processo doloroso e de desespero, de não ser ela própria, mas também reflete a esperança de poder atualizar e realizar as suas possibilidades de voltar a acreditar em si mesma e de se valorizar. É um caminho que é percorrido com contradições, avanços e recuos, mas cada vez mais livre para tomar decisões e forjar o seu próprio destino. Amparando-se no valor de si, ao procurar dar respostas a questões que ninguém pode resolver porque só a si dizem respeito. Encontra-se ao descobrir a sua interioridade, portanto, a verdade do seu existir. Assim, este livro é muito justamente, um livro sobre o medo, a perda, a ansiedade, a alegria, a tristeza, a

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motivação e a recuperação. No fundo, a sobrevivência de um EU, num cenário de dificuldades, contradições e conflitos da condição humana. Silvia Pereira Dos Santos Pedralva Psicóloga Clinica

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A minha inspiração Sou daquelas pessoas que faz um bolo e leva para o trabalho, só porque sim. Porque gosto, agrada-me dar essa parte de mim às pessoas. Ser amigável, atenciosa. É um local de trabalho, mas é onde passo 8 horas por dia, cinco dias por semana. Portanto, não consigo fazer de conta que aquelas pessoas não me são nada. Não consigo passar tanto tempo com alguém e ser outra pessoa que não seja eu mesma. Considero-me no geral, uma boa pessoa. Com os seus defeitos, as suas paranóias, os seus momentos piores, mas no geral, boa pessoa. Preocupo-me com o ambiente, adoro animais, e tenho uma fé na humanidade inabalável (por muito que diga que as pessoas são más e que o mundo está perdido). Sou genuína, transparente e sincera, seja com quem for, em que situação for. Já tentei mudar. Já me avisaram para mudar. – “É que as pessoas não dão valor”, dizem-me. Para a maior parte, isso até pode ser verdade, reconheço. Mas hoje cheguei à conclusão que não preciso mudar, não quero mudar. Não quero deixar o meu “EU” cair por chão. Gosto da pessoa que sou, gosto de me preocupar com o bem estar de quem me rodeia. Gosto de saber que posso fazer a diferença no dia de alguém. Não percebo as pessoas, que são diferentes a cada situação. Que com os amigos são bondosos, mas no trabalho

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são implacáveis e passam por cima de tudo e todos. Que vêem um desconhecido em apuros, mas não lhes estendem a mão. Que entram num jogo e são falsos e traiçoeiros em nome da vitória. Mas que se dizem boas pessoas. Preocupadas. Quando na realidade, só conseguem ser boas para elas próprias. Portanto sim, é verdade, tenho de mudar. Mas não no que eu acredito estar bem. Enquanto acreditar e souber que um simples sorriso, umas simples palavra ou a minha simples presença, poderá fazer a diferença na vida de um amigo, um colega de trabalho ou um perfeito desconhecido, eu vou continuar a preocupar-me e a dar de mim. O que sim tem de mudar é a minha atitude face às pessoas que não sabem dar valor ao que lhes dou. Acabou o comportar-me como uma vítima. Meter o rabinho entre as pernas e ir para um canto lamber as minhas feridas. Chorar por não ser valorizada. Ter pena de mim própria e perguntar-me vezes sem conta “porque é que me estão a fazer isso?”. CHEGA. Não dão valor ao que lhes ofereço? Azar o deles. Perda a deles. Pior ficam. Sim, é verdade, vou sofrer a cada desilusão, mas vou-me levantar com mais força, mais convicção. Preocupar-me? Preocupo-me com quem está a minha volta. Não sabem ver isso? Tenho muita pena que não sejam capazes de aproveitar. Mas acabou-se. Há quem dê valor. E esses é que me fazem continuar a ser quem sou. Podem ser uma minoria, mas até podia ser só uma pessoa. Seria a única pessoa com quem eu me iria preocupar. Portanto, sim, amanhã vou levar a minha tarte de limão para o trabalho. A minha colega vai-se embora. Para mim, em pouco tempo, tornou-se uma amiga. E ela gosta da minha tarte de limão, fica contente por comer a minha tarte de limão. Há quem coma por favor, há quem coma sem vontade, há quem coma e fale mal, há quem nem queira

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comer, mas há quem coma e aprecie. São estes que valem a pena, são estes que interessam. É nestes que devo de ir buscar as minhas forças. Os outros, os outros não merecem a minha alma, que é quase o que lhes tento dar, para que passem a gostar da minha tarte! Eu sou uma boa pessoa. Eu tenho o meu valor. Há quem goste de mim exatamente como sou, eu começo a gostar de mim tal e qual como sou. Mais nada, mais ninguém interessa de hoje em diante. Afinal nem toda gente gosta de tarte de limão. Paciência!

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