(Re)conectar - Requalificação do Centro Histórico de Pilar - PB

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(RE)conectar Requalif icação do Centro Histórico de Pilar - PB SÉRGIO MURILO ALBUQUERQUE DE MORAIS FILHO Orientador: PROF. DR. RODRIGO DA COSTA NASCIMENTO


CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA - UNIPÊ UBTECH OFFICE CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II SÉRGIO MURILO ALBUQUERQUE DE MORAIS FILHO

(RE)conectar Requalif icação do Centro Histórico de Pilar - PB

Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ, no período 2019.2, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação do Prof. Dr. Rodrigo da Costa Nascimento. JOÃO PESSOA I 2019


M827r

Filho, Sérgio Murilo Albuquerque de Morais. (RE)conectar: Requalificação do Centro Histórico de Pilar - PB / Sérgio Murilo Albuquerque de Morais Filho. João Pessoa, 2019. 183f.

Orientador (a): Prof. Dr. Rodrigo da Costa Nascimento. Monografia (Curso de Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ. 1. Requalificação. 2. Centro Histórico. 3. Pilar - PB I. (RE)conectar: Requalificação do Centro Histórico de Pilar - PB UNIPÊ / BC

CDU – 725(813.3)



AGRADECIMETOS Sou grato primeiramente a Deus por nunca me deixar cair nos momentos de tristezas, por segurar minha mão e Se mostrar sempre ao meu lado, me dando saúde e forças para vencer cada obstáculo que surgiram na minha vida desde o meu nascimento, permitindo que eu chegasse até aqui. A minha mãe Joselia Bila por me fazer sentir o melhor Arquiteto e Urbanista do mundo, que independente das minhas faltas, e das vezes que escolhi ficar frente ao computador e perder almoços e festas em família, sempre demonstrou seu amor e compreensão, a ela, todo o meu amor. A meus irmãos que sempre estiveram presentes na minha caminhada acadêmica, cobrando e puxando minhas orelhas, mas sempre me incentivando, a meus sobrinhos que tanto amo, e a todos os demais familiares e minhas madrinhas Eunice Alves e Valéria Cunha que sempre se dispuseram a me apoiar em minhas decisões. Também aqueles que hoje são minha segunda família, Josineide Brito e seu esposo Mauricio, que me adotaram como filho, e minha amiga-irmã Kawana Waleska que me proporcionou fazer parte de sua família, esta que me abraçou e me faz feliz todas as vezes que nos reunimos, a vocês muito obrigado por sempre estarem ao meu lado. Agradeço a todos os amigos que fiz durante o curso, que me apoiaram, que foram minhas duplas e grupos de trabalhos, tendo que aturar minha troca constante de humor, coisa de um libriano nato, em especial agradeço a Rafael Alves e Ivine Emanuela, o que seria de mim sem vocês dois, sem nossas conversas loucas, nosso companheirismo, e sem nunca soltar a mão um do outro, foram longas horas, dias, madrugadas e semanas juntos, a vocês só tenho a agradecer por estarem sempre presentes e me fazer parte do melhor grupo de trabalho do mundo.

Aos meus amigos, Thiago Feitosa, Mariana Targino, Aldeson Lopes, Kaio Coqueijo, Maria Eduarda, professor Nicodemus Medeiros, professor e escritor Lucimario Augusto, que sempre se despuseram de alguma forma para apoiar e serem meus braços na hora de produzir algum resultado para construção deste trabalho, seja ir de madrugada fazer levantamentos no centro da cidade, levantamento fotografucona realização de pesquisas e na obtenção de dados sobre o contexto histórico de Pilar. Ao meu querido amigo e orientador Prof. Dr. Rodrigo Nascimento por exercer com louvor sua profissão, me auxiliando da melhor maneira desde o dia que lhe apresentei qual seria o meu tema e o convidei a ser meu orientador, obrigado por seu bom humor, seus conselhos, sua sabedoria, as partilhas realizadas durante as orientações e por ser um exemplo de excelência a ser seguido. A professora querida que me fez amar a área que escolhi para trabalhar meu tema de Trabalho Final de Graduação, Professora Lizia Agra que sempre disposta me ajudou também na construção deste trabalho. A Professora Amanda Pessoa que nunca soltou minha mão, me dando sempre os melhores conselhos e por se fazer sempre presente, obrigado. A professora Priscila Pereira, a qual foi fundamental para concepção deste trabalho, desde o ícinio sendo minha mentora na elaboração da base cartografica de Pilar, a você minha eterna gratidão. A AGV cursos, em especial Vítor Claudino, por sua dedicação, atenção e paciência comigo durante o curso, e na elaboração da diagramação deste trabalho. A eles que estão com Deus, minha tia Claudiozana Bila (Nina) e meu amigão Antônio Matias, que se foram durante o curso, me fazendo ter mais forças para continuar e orgulhar os dois onde quer que estejam. E por fim a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha caminhada acadêmica, o meu muito obrigado.


“Nada neste mundo ĂŠ mais simples e mais barato do que tornar as cidades melhores para as pessoas.â€? Jan Gehl


Resumo

ABSTRAT

Este trabalho tem por objetivo fundamentar e desenvolver um estudo acerca de uma requalificação urbana no Centro Histórico de Pilar – PB. Sob a preservação delimitada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba ( IPHAEP), é uma área de grande importância pelo contexto urbano representado por marcos históricos para a cidade, através de suas características, desde os bens edificados quanto para a riqueza cultural que o centro representa. A área a ser requalificada, carrega grandes potencialidades, as quais estão sendo utilizadas de formas inadequadas ou se encontram em estado de abandono. A proposta de intervenções em vários pontos do centro tem como pretensão desenvolver melhoria no aspecto urbanístico sem que se perca as características históricas do espaço, em paralelo também é proposito deste trabalho, o redesenho da praça João José Marojá, que passara a se reintegrar com todo seu entorno.

This work aims to support and develop a study about an urban requalification in the Historic Center of Pilar - PB. Under the preservation delimited by the Institute of Historical and Artistic Heritage of Paraíba (IPHAEP), it is an area of great ​​ importance for the urban context represented by historical landmarks for the city, through its characteristics, from the built assets as to the cultural richness that the city has. center represents. The area to be requalified carries great potentialities, which are being misused or are being abandoned. The proposal of interventions in various points of the center is intended to develop improvement in the urban aspect without losing the historical characteristics of the space, in parallel is also the purpose of this work, the redesign of the square João José Marojá, which will be reintegrated with all your surroundings.

Palavras-chave: Requalificação urbana, Centro Histórico, Pilar - PB.

Keywords: Urban requalification, Historic Center, Pilar - PB.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 01 - Mapa de localização de Pilar - PB, p. 22. FIGURA 02 - Princípios para diagnostico de classificação urbana, p. 29. FIGURA 03 - Missão Jesuíta na Vila do Pilar, p. 35. FIGURA 04 - Praça João José Marojá 1952, p. 35. FIGURA 05 - Praça João José Marojá 1976, p. 35. FIGURA 06 - Recorte da área urbana, p. 37. FIGURA 07 - Recorte da APR (Área de preservação rigorosa), p 37. FIGURA 08 - Recorte da área de intervenção, p. 37. FIGURA 09 - Marcos principais da área de intervenção, p. 38. FIGURA 10 - Igreja Matriz Nossa Senhora do Pilar, p. 39. FIGURA 11 - Escola Dr. José Maria, p. 39. FIGURA 12 - Praça João José Marojá, p. 39. FIGURA 13 - Paço Municipal, Prefeitura e Câmara dos Vereadores, p. 39. FIGURA 14 - Sobrado Quincas Napoleão e Igreja Batista, p. 39. FIGURA 15 - Praça Escritor José Lins do Rego, p. 39. FIGURA 16 - Antiga Casa de Câmara e Cadeia, p. 39. FIGURA 17 - Diagrama de uso e ocupação da área de intervenção, p. 40. FIGURA 18 - Fotografia de uso residencial, p. 40. FIGURA 19 - Fotografia de uso comercial, p. 40. FIGURA 20 - Fotografia de uso misto, p. 40. FIGURA 21 - Fotografia de uso institucional, p. 40. FIGURA 22 - Fotografia de uso vazio, p. 40. FIGURA 23 - Fotografia de uso praça, p. 40. FIGURA 24 - Diagrama de gabarito de altura, p. 41. FIGURA 25 - Exemplo de altura das edificações, p. 41. FIGURA 26 - Diagrama de uso diario e noturno, p. 42. FIGURA 27 - Exemplo de ficus da praça Escritor José Lins do

Rego, p. 43. FIGURA 28 - Exemplo de ficus espalhado no centro da cidade, p. 43. FIGURA 29 - Diagrama de arborização, praças e canteiros, p. 43. FIGURA 30 - Montagem dos bancos para a feira livre, p. 44. FIGURA 31 - Danos causados a estrutura das luminárias do canteiro central, p. 44. FIGURA 32 - Montagem dos bancos para a feira livre, p. 44. FIGURA 33 - Danos causados a estrutura das luminárias do canteiro central, p. 44. FIGURA 34 - Área do antigo pavilhão do povo 2014, p. 45. FIGURA 35 - Área do antigo pavilhão do povo 2019, p. 45. FIGURA 36 - Diagrama de localização da feira livre, p. 45. FIGURA 37 - Praça João José Marojá decada de 70, p. 47. FIGURA 38 - Praça João José Marojá decada de 90, p. 47. FIGURA 39 - Praça João José Marojá 2019, p. 47. FIGURA 40 - Praça João José Marojá 2019, p. 47. FIGURA 41 - Praça João José Marojá 2019, p. 47. FIGURA 42 - Praça João José Marojá 2019, p. 47. FIGURA 43 - Imagem do primeiro correlato, p. 51. FIGURA 44 - Imagem do primeiro correlato, p. 51. FIGURA 45 - Imagem do primeiro correlato, p. 51. FIGURA 46 - Imagem do segundo correlato, p. 52. FIGURA 47 - Imagem do segundo correlato, p. 52. FIGURA 48 - Imagem do segundo correlato, p. 52. FIGURA 49 - Diagrama da siatuação atual e proposta para o canteiro central, p. 55. FIGURA 50 - Canteiro central de Pilar - PB, p. 55. FIGURA 51 - Canteiro central de Pilar - PB, p. 55. FIGURA 52 - Diagrama de localização dos food trucks, p. 56. FIGURA 53 - Food trucks, p. 56. FIGURA 54 - Food trucks, p. 56. FIGURA 55 - Food trucks, p. 56.


FIGURA 56 - Food trucks, p. 56. FIGURA 57 - Gráfico de análise da pesquisa realizada, p. 57. FIGURA 58 - Diagrama de fluxo e comportamento de pessoas no centro de Pilar - PB, p. 59. FIGURA 59 - Imagem 3D do projeto, p. 60. FIGURA 60 - Imagem 3D do projeto, p. 60. FIGURA 61 - Imagem 3D do projeto, p. 61. FIGURA 62 - Imagem 3D do projeto, p. 61. FIGURA 63 - Imagem 3D do projeto, p. 62. FIGURA 64 - Imagem 3D do projeto, p. 62. FIGURA 65 - Imagem 3D do projeto, p. 63. FIGURA 66 - Imagem 3D do projeto, p. 63. FIGURA 67 - Imagem 3D do projeto, p. 63. FIGURA 68 - Imagem 3D do projeto, p. 64. FIGURA 69 - Imagem 3D do projeto, p. 65. FIGURA 70 - Imagem 3D do projeto, p. 65. FIGURA 71 - Imagem 3D do projeto, p. 66. FIGURA 72 - Imagem 3D do projeto, p. 66. FIGURA 73 - Imagem 3D do projeto, p. 66. FIGURA 74 - Imagem 3D do projeto, p. 67. FIGURA 75 - Imagem 3D do projeto, p. 67. FIGURA 76 - Imagem 3D do projeto, p. 67. FIGURA 77 - Imagem 3D do projeto, p. 71. FIGURA 78 - Imagem 3D do projeto, p. 71. FIGURA 79 - Imagem 3D do projeto, p. 71.

LISTA DE siglas e abreviações

PB – Paraíba IPHAEP – Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística QGIS – software multiplataforma de sistema de informação geográfica


SUMÁRIO

01

PÁG.: 22 - 25 1. INTRODUÇÃO....................................................................................22

02

03

04

05

06

INTRODUÇÃO

A CIDADE DE PILAR - PB

PÁG.: 34 - 47 3.1 PILAR - PB.........................................................................................34 3.2 ÁREA DE INTERVENÇÃO.................................................................37 3.3 ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO...........................................39 3.4 FEIRA LIVRE MUNICIPAL.................................................................43 3.5 A PRAÇA JOÃO JOSÉ MAROJÁ.......................................................46

CONCLUSÃO

PÁG.: 70 - 71

REFERENCIAL TEÓRICO

PÁG.: 28 - 31 2.1 ESPAÇO URBANO............................................................................28 2.2 CENTRO E NÚCLEO HISTÓRICO....................................................29 2.3 REQUALIFICAÇÃO URBANA EM CENTRO HISTÓRICO................31

A PROPOSTA

PÁG.: 50 - 67 4.1 REFERENCIAL PROJETUAL............................................................50 4.2 CONCEITO, DIRETRIZES E PROGRAMA DE NECESSIDADES.....53 4.3 PROJETO...........................................................................................60

REFERÊNCIAS

PÁG.: 74 - 75


01

INTRODUÇÃO


INTRODUÇÃO

1 INTRODUÇÃO A finalidade deste projeto, é a realização de uma intervenção urbana para o centro histórico de Pilar – PB, focalizando em melhorias na praça central, dos canteiros, padronização das calçadas e ligação entre as praças João José Marojá e Escritor José Lins do Rego, a partir de uma pista de cooper. A cidade de Pilar – PB, é conhecida por sua contribuição à cultura por meio de seus filhos ilustres, como José Lins do Rego e de José Augusto de Brito, ficou conhecida como berço do poeta, boêmio e flamenguista Zé Lins como era conhecido, o qual chegou a ocupar a posição de número quatro da vigésima quinta cadeira da Academia Brasileira de Letras, responsável por levar o nome da cidade ao mundo, ele também inspira até hoje os Pilarenses. São inúmeros os novos poetas, escritores, artesãos, atores e atrizes que também são responsáveis por levar o nome da terceira cidade mais velha da Paraíba, Severina de Souza Pontes, conhecida por Zezita Matos tem nos abrilhantado por seus papeis televisivos e cinematográficos também filha e atual referência para as novas gerações deste município de pouco mais de 11.855 habitantes e área territorial de 109,29 km², (IBGE, 2018).

BRASIL

PARAÍBA

PILAR

Figura 01: Mapa ilustrativo da localização do Municipio de Pilar, em escala Nacional e Estadual. Fonte: Qgis, editado por Sérgio Murilo, 2019.

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A principal problemática encontrada na cidade tem sido a constante falta de conservação e manutenção dos bens históricos localizados não só no perímetro de tombamento do IPHAEP (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba) em 1980, isso devido ao abandono das edificações, praças históricas e o desrespeito à memória da cidade, seja com construções e reformas contrastantes e até mesmo a demolição de edificações importantes, resultantes _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

do não uso e da não existências de ações de prevenção. (Re)conectar, nome dado ao projeto, evidencia o objetivo principal desta intervenção, e o desejo mutuo da população de ter um espaço que propicie as práticas de exercícios físicos, atividades culturais e preservação dos espaços históricos, uma vez que a falta de uso por meio da deficiência local, no que se diz respeito a falta de equipamentos e de estrutura fisica que permita a utilização por parte das pessoas, retirasse dos usuários o habito de interação com os espaços, realização de manifestações e atividades culturais. Estas deficiências se dão através da falta de investimento e manutenção por parte do poder público, tornando estes locais impróprios para o uso, assim deixando-os em estado de abandono e com isso a degradação. O objetivo geral deste trabalho é propor a requalificação do Centro Histórico de Pilar – PB, estabelecendo uma relação com as edificações históricas de seu entorno, através da ligação das praças João José Marojá e Escritor José Lins do Rego. Tendo como objetivos específicos restabelecer e fortalecer a relação das praças com o entorno apresentando um desenho urbano para a praça João José Marojá e o canteiro central, junto da inserção de novos equipamentos públicos, como postes de iluminação, bancos e outros. Para alcançar estes objetivos foi desenvolvido um plano de trabalho seguindo três etapas, sendo iniciada através de pesquisas bibliográficas, permitindo que haja um embasamento teórico que possibilite a sustentação argumentativo sobre o tema a ser abordado, pesquisa e levantamento de campo para entender o espaço a ser trabalhado, e por fim na realização do anteprojeto. Assim cada processo foi de extrema importância para que se obtivesse os objetivos alcançados. ETAPA 1: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA: Com base em três temas: “Espaço urbano”, “Centro e Núcleo Histórico” e “Requalificação”, a revisão bibliográfica se deu através de livros, revistas, artigos, periódicos e demais publicações. Além de fornecer o embasamento teórico, esta revisão foi fundamental para a confirmação da relevância do tema, justiçando o desenvolvimento da pesquisa. Em complemento à pesquisa bibliográfica, uma etapa de pesquisa normativa foi realizada, consultando normas e legislações, a respeito da

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INTRODUÇÃO

inserção de novos equipamentos e formas de uso no contexto de intervenção de Centros Históricos. ETAPA 2: DIAGNÓSTICO URBANO: Esta fase foi concentrada na realização de um diagnostico urbano específico da cidade de Pilar – PB. Com base no conhecimento, analise da revisão bibliográfica e conforme a lei de tombamento de centros históricos, e auxiliado pelos instrumentos metodológicos abaixo, foram analisadas as praças, canteiros, passeio publico e áreas subutilizadas com potencial de para implementação de novos usos. Durante esta etapa, ocorreu a delimitação da área a ser estudada e assim prover o projeto de requalificação. O processo de diagnostico se deu a partir dos seguintes estágios:

com as respostas obtidas dos usuários do espaço público. Com esta compatibilização foi elaborado um mapeamento que condicionou com concepção de objetivos preliminares, onde foi possível apresentar as propostas de intervenção presentes no projeto para a localização que foi realizada toda pesquisa de campo e levantamento. Essas três etapas auxiliaram, portanto, para apontar as principais problemáticas que o centro histórico de Pilar – PB possui, resultando na busca da obtenção de resultados que tragam benefícios ao espaço estudado.

MAPEAMENTO E LEVANTAMENTO DE DADOS: O levantamento de dados da área de estudo foi feito através da confecção de mapas: “uso e ocupação”, “praças/canteiros/ vegetação”, “uso do espaço urbano dia/noite”, “vias” e “preexistências”. Os mapas produzidos através da ferramenta “QGIS” pelo autor deste trabalho, permitiu refletir diante da realidade e os desejos apresentados pela população através da pesquisa realizada. As visitas, ocorridas entre os meses de Julho e Agosto de 2019, foi realizado os levantamentos necessários para a confecção dos mapas e a realização da pesquisa, onde os dados obtidos em conversa e aplicação de questionário com parte da população usuária deste espaço, permitiu que se obtivesse o resultado para três pontos essenciais, os quais norteiam este projeto: 1º presença de espaços para atividades físicas, contemplativa, culturais e recreativas, 2º presença de mobiliários urbanos e nível de arborização, 3º fluxo de pessoas. A partir destas observações in loco, esses três critérios foram classificados nas categorias: “bom”, “ótimo”, “razoável”, “ruim”, “péssimo” ou “não existente”, segundo as entrevistas realizadas e dados coletados. 24

ETAPA 3: ELABORAÇÃO DO PROJETO A partir da compatibilização das etapas um e dois, foi realizado um filtro entre as informações coletadas e assim refletir sobre as principais e reais necessidades, juntamente _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

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02

REFERENCIAL TEÓRICO


REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ESPAÇO URBANO

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Tema atual e de bastante relevância, e que se abrange por um vasto campo teórico, o espaço público pode ser conceituado de várias maneiras, definições dadas por autores e pesquisadores diferentes que buscam sempre uma definição para estes. Os espaços públicos, desempenha um papel importante para as cidades, eles permitem que haja uma diversificação de usos. Estás superfícies tem grande importância entre grupos sociais de várias idades, religiões, e estilos, nele se permite o contato humano, o respirar do ambiente diversificado, a paisagem e o bem-estar das pessoas por completo. O uso e valorização dos espaços públicos abertos permitem que haja uma diminuição na distância entre diferentes grupos sociais da comunidade em volta destes equipamentos, o que por sua vez vence o preconceito de forma inconsciente. Os espaços públicos cada vez mais se mostram necessários em meios urbanos, a especulação imobiliária, e o crescimento desordenado das cidades, acabam gerando vazios urbanos, os quais posteriormente se tornam locais propícios a pequenos e grandes delitos, fazendo com que as pessoas percam com o passar do tempo a pratica de usar equipamentos públicos e assim passam a viver cada um em uma bolha qualquer, preenchendo assim a lacuna deixada por esses vazios urbanos. Gehl (2010), diz que as pessoas se atraem por espaços com atividades sociais, assim um espaço público ativo sendo observado por pessoas que ali passam ou nos edifícios sentem-se encorajadas para participar e também desfrutar da cidade em segurança. O uso está cada vez mais ligado ao quesito segurança, uma vez que as pessoas vão até onde o povo está, ou seja, espaços com cotidiano vivo de atividades e movimentos torna-se um atrativo a mais para que as pessoas possam desfrutar destas áreas. De fato, é necessário que aconteça práticas de melhorias paras os espaços urbanos, tendo em vista sua importância e valor para as pessoas. Atualmente a população tem se voltado para o reconhecimento da necessidade de ações capazes de gerar melhorias e usos mais diversificados para esses setores, ficando assim calara o modo de percepção dos usuários sobre _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

a possibilidade de intervenção, capazes de inteirar os espaços perdidos e necessidades por parte dos usuários.

Figura 02: No livro New City Life, de Jan Gehl, Lars Gemzoe e Sia Karnaes (2006), os autores condensam seus princípios em 12 pontos que permitem diagnosticar se um lugar se classifica ou não como um bom espaço público. Fonte: google imagens.

2.2 CENTRO E NÚCLEO HISTÓRICO Centros urbanos são áreas consolidadas pela economia e principais atividades administrativas de uma cidade, nestes também podemos encontrar usos diversificados, essenciais para a população como: comércio, órgãos públicos, o lazer e contemplação dos espaços livres, o que se diferencia das demais localidades da cidade. Os centros podem ser considerados homogeneizados, por serem incorporados por grupos sociais e econômicos específicos, os quais monopolizam as áreas centrais da cidade através de mecanismos de valorização imobiliária, e conforme Botelho (2007, p. 33):

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REFERENCIAL TEÓRICO [...] Tal, homogeneização é acompanhada por uma crescente fragmentação do espaço, que se materializa na diminuição das áreas de transição e de convívio entre distintas camadas socioeconômicas da população.

Os centros também carregam elementos de valor, estes advindos de sua história, o que restringi ações com o objetivo de preservação das características físicas e históricas do lugar, promovendo assim o seu valor cultural como modo de assegurar a identidade local. Independente do período de sua formação, guardam uma herança histórica que registra a gênese destes, para apresentar-se às gerações futuras, assim como narra Vargas e Castilho (2009), “[...] o conceito de Centro Histórico está associado à origem do núcleo urbano, reforçando a valorização do passado (CARRION, 1998). O centro é também um local que possui em seu conjunto de locais e elementos de valor para a sociedade, os quais permitem diversos usos nas áreas centrais, segundo Indovina compreendesse esses espaços como: [...] Lugar de socialização, de encontro e também onde se manifestam grupos sociais, cultuais e políticos que a população da cidade exprime. Este papel desempenhado pelo espaço público é seguramente o mais evidente (e que hoje se encontra em crise). É nesta dimensão que melhor se apresenta uma das características da cidade: a imprevisibilidade e casualidade dos encontros [...] (Indovina, 2002, p. 119).

Com isso fica entendido que o centro não se trata apenas por sua estrutura física, onde se tem a presença do valor patrimonial, ele também guarda o valor sentimental, diversifica e propõe o uso por meio da população, e por vez se torna palco e nós agentes que utilizamos de suas estruturas, causando transformações e assegurando ao longo do tempo a guarda de sua história. Ainda em conformidade com o conceito de centro histórico, a carta de Nairóbi (1976), em geral conceitua centro como núcleo, que contém os resquícios de sua história, e determina que: Cada conjunto histórico e o seu enquadramento de-

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vem considerar-se na sua globalidade como um todo coerente, cujos equilíbrio e carácter específicos dependem da síntese dos elementos que os compõem e que abrangem tanto as atividades humanas como os edifícios, a estrutura espacial e as áreas envolventes. Assim, todos os elementos validos, incluindo as atividades humanas, por mais modestas que sejam, possuem, relativamente ao conjunto, um significado que importa respeitar. (UNESCO, 1976, p. 3)

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2.3 REQUALIFICAÇÃO URBANA EM CENTRO HISTÓRICO

A palavra requalificação é sinônimo de função, ou seja, quando se requalifica um espaço significa dizer que queremos atribuir novas funções e usos nestas áreas. Envolve-se um conjunto de ações, que permitam novas forças, novos usos e novos conceitos, tendo em vista a melhoria da vida do espaço urbano e de seu entorno. A degradação de áreas históricas tem sido algo visto com rotina no Brasil, esta situação só foi permitida a partir do crescimento e expansão do espaço urbano. Estes centros sofrem não só pela degradação e esquecimento, também é fator determinante o comercio, especulação imobiliária e o descaso do poder público, que muitas vezes geram transformações consideráveis para adaptar-se às suas necessidades deixando de lado o valor e história do lugar de lado, o que leva a descaracterização dos espaços, muitas vezes também a intensão de melhoria por parte da população causam danos irreparáveis, o que acelera ainda mais o processo de degradação. Requalificação urbana oferece novas utilidades ao local, criando oportunidades de comercio, turismo, cultura, recreação e convívio, tudo isso em conformidade da relação da nova imagem gerada destas localidades. É atual o termo “requalificar”, e que compreende teorias advindas de muitas áreas, este tema é alvo de uma gama de conceituação, estas dadas por autores e pesquisadores de vários estilos diferentes, buscando classificar este termo. Silva (2011), fala de forma ampla sobre requalificação, onde: [...] Um eixo prioritário nas intervenções urbanas, possibilitando uma operacionalização no tecido físico e social, ou seja, permite (re) criar uma nova estética em função do desenho já existente de uma cidade. A requalificação permite ainda uma revitalização das áreas mais antigas das cidades, que correspondem aos centros históricos, e que se encontram em risco de decadência, de abandono e de degradação. Todavia, a requalificação urbana não pode canalizar as suas intervenções só para o centro histórico, mas também para as áreas envolventes a esta e que se encontram sujeitas à ação interventiva do homem. (Silva, 2011, p. 46)

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03

A CIDADE DE PILAR - PB


A CIDADE DE PILAR

Com a ascensão da produção da cana de açúcar na Capitania Real da Paraíba em meados do século XVI, a Vila do Pilar passou a ocupar o terceiro lugar em gerador de grandes riquezas para o País, depois da Capitania de Pernambuco e Bahia. A prova desta ascensão é que em 1634 a Capitania Paraibana contava com dezoito engenhos as margens do Rio São Domingos, nome dado pelo explorador português André Gonçalves, anos depois o rio passou a ser chamado como era conhecido pelos indios e até hoje é conhecido como Rio Paraíba, tal afirmação é retratada na Revista do Instituto Histórico e Geografico Paraibano, de 1928. Segundo Lucimario Augusto (2007), foi em 1630 que o povoamento de Pilar, município que fica a cerca de 64 km da capital João Pessoa, teve início nos anos finais do século XVI, onde os Holandeses encontram na região fazendas de criação de gado pertencentes a Jerônimo Cavalcanti de Albuquerque, nas proximidades do Engenho Itapuá. De acordo com o historiador José Augusto de Brito, (apud AUGUSTO 2009), afirma que:

a Igreja, onde os sinos da mesma controlavam os horários e comportamentos do povo: hora de despertar, de orar, de trabalhar, de descansar e horários das refeições. Os Jesuítas consideravam significativa a educação forçada dos nativos, pois com isso eles domesticavam os índios e assim escravizar e ordenar que os realizassem atividades que assim fossem pertinentes para o desenvolvimento do Povoamento.

Figura 03. Missão Jesuíta. Fonte: Professor Nicodemus Medeiros / editada pelo autor (2019)

Após a expulsão dos holandeses, apressa-se a conquista para o interior. A primeira bandeira chefiada pelo capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo, passando pela região do Pilar, vai seguindo o São Doningos (Rio Paraíba) em demanda do rio Piranhas.”

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Em 1670 uma missão Jesuíta enviada da Serra de Fagundes chega ao Povoamento, que ainda não era conhecida como “Pilar”, ali juntamente com os índios Cariris e Coremas, fundaram um colégio, para a catequização dos nativos. A missão tinha como fins a criação de aldeamentos fundadas por Padres Católicos para catequizar os povos indígenas, que habitavam as proximidades do Povoamento, no final do século XVI. Com a chegada da missão, os índios eram separados de suas comunidades originais, com o intuito de educar e transforma-los em cidadãos cristãos. As casas e demais imóveis que marcam a vinda dos Jesuítas, eram construídas no entorno do colégio, (Figura 02). Frente ao Colégio de Freiras, onde acontecia a catequização do índios, os Jesuítas construíram sua residência, de onde poderia controlar e observar todo o crescimento do povoamento. Frente aos dois imóveis fora construída uma praça central, hoje a Praça João José Marojá (Figuras 03 e 04), ponto de comercialização e encontro, também ali ergueram _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

Figura 04. Praça João José Marojá - 1952. Fonte: Professor Nicodemus Medeiros / editada pelo autor (2019)

Figura 05. Praça João José Marojá - 1976. Fonte: Professor Nicodemus Medeiros / editada pelo autor (2019)

O desenvolvimento do povoado não se deu só pela ascensão da cana de açúcar, mas na descoberta do minério, que fez com que garimpeiros se fixassem no entorno do Colégio construído pelos Jesuítas e índios, a busca pelo ouro fez com que um grande contingenciamento dessas pessoas atraídas por esses metais preciosos, se digiricem até o povoado de Pilar, aumentando assim o número de moradores e alimentando o comércio local. Ainda segundo o escritor e historiador José Augusto de Brito, (apud AUGUSTO, 2007):

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A CIDADE DE PILAR “O povoado criado ás margens do rio Paraíba desenvolveu-se com certa tranquilidade. A fertilidade das terras para a criação do gado e agricultura, o trabalho das minas, aliados às florestas ricas em caça, a piscosidade dos rios e à índole pacata dos habitantes foram propícios ao rápido crescimento do aglomerado humano”. Nesse período foram também construídas casas de taipas e telhas, já que a Vila contava com 965 habitantes.

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Só em 14 de setembro de 1758 através de Carta Regia, o povoado é elevado a Vila do Pilar dos Cariris do Baixo, onde D. Maria I homenageia a Padroeira Espanhola, Nossa Senhora do Pilar. Ainda neste mesmo ano foi que o Governo da Metrópole, sentindo falta de mão de obra para trabalho nas lavouras, determinou o fim da indústria aurífera, transformando assim a cana de açúcar a principal atividade econômica. Pilar no final do século XVII era uma Vila notadamente prospera e de grande importância para Coroa Portuguesa, e de exemplo por sua urbanização, com ruas e prédios bem definidos como, a velha igreja matriz, a Casa de Câmara e Cadeia e o Sobrado do Comendador Quincas Napoleão, num planejamento característico de vilas portuguesas. Ainda de acordo com Lucimario (2007), Pilar foi Distrito de Paz em l827. Em 06 de julho de l854, a divisão jurisdicional da província a elegia como Comarca da 2a Entrância pelo art. 3o da Lei Provincial 27, compreendendo Ingá e Campina Grande. Esta comarca era tão extensa que tinha por limites as da Capital e Pombal, sendo conhecida nas crônicas régias pela denominação de Nossa Senhora Del Pilar do Baixo Cariri. Atualmente, a Comarca de Pilar atende também os municípios de São Miguel do Taipú e São José dos Ramos. Pela lei provincial nº 723, de 01 de outubro de 1881, a vila é extinta, transferindo a sede do município de Pilar para Itabaiana, onde passou a ser chamada de Vila de Itabaiana do Pilar, onde no dia 08 de outubro 1885 a nova Lei estadual nº 800 revoga o ato de transferência da sede, e em 15 de novembro de 1838, através do decreto-lei 1.164, Pilar é elevado à categoria de cidade, quando o quadro territorial do Estado passa a ser organizado por uma lei Federal, categorizando a sede da Comarca, influenciando até então, para o progresso do estado, com sua riqueza agrícola. Devido sua grande importância para o Estado da Paraíba, e em virtude dos inúmeros engenhos distribuídos pelas várzeas e baixos do território, o que levou a cidade a ter a honra de _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

receber a visita do Imperador D. Pedro II, ficando hospedado no Solar do Barão de Maraú, que passou a ser a Casa de Câmara e Cadeia e atualmente Fundação Menino de Engenho, onde recebeu grandes homenagens dos cidadãos e grandes autoridades do Estado. O município de Pilar – PB, sofreu vários desmembramentos, em 1891 Itabaiana foi sua primeira perca, atualmente uma cidade independente. Outras demarcações foram realizadas e a mais recente foi em 2007, onde o Distrito de São José de Pilar, é elevado à categoria de município e passa a ser denominado de São José dos Ramos. Com o passar do tempo e a desativação dos engenhos existentes em Pilar – PB, a economia do município passou a vir diretamente da agricultura, turismo, criação de gado e outros animais, os quais são comercializados entre cidades e estados circunvizinhos, como também de seus derivados, bem como o comercio local tem importância significativa no PIB da cidade, o qual é composto por lojas de pequeno e grande porte, gerando emprego e renda para os munícipes.

3.1 ÁREA DE INTERVENÇÃO LIMITE URBANO

LIMITE CENTRO HISTÓRICO

ÁREA DE INTERVENÇÃO

37 Figura 06. Recorte área urbana de Pilar. Fonte: Bing satellite. Editado por Sérgio Murilo 2019.

Figura 07. Recorte área preservação rigorosa. Fonte: Bing satellite. Editado por Sérgio Murilo 2019.

Figura 08. Recorte área de intervenção. Fonte: Bing satellite. Editado por Sérgio Murilo 2019.


A CIDADE DE PILAR

A área de estudo (Figuras 05, 06 e 07) está localizada na área central da Cidade de Pilar – PB, e é composta pela Avenida Coronel José Lins, Rua Claudino Veloso Borges, e PB 042. O decreto Lei N° 8.625 de 26 de agosto de 1980, define o perímetro urbano como Centro Histórico, assegurando e protegido pelo órgão estadual IPHAEP (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba). A área se localiza em uma região mista em tipologias edificadas, onde é composto pelos principais marcos históricos do município, sendo de fato uma área para o tipo de intervenção proposta neste trabalho. A partir disto, a poligonal de intervenção e seu entorno apresentam importância para a cidade de Pilar. Os equipamentos considerados como marcos referenciais também são os mesmos que trazem dinâmica e atividades diversificadas para a área, são eles: a Igreja Matriz, o Paço Municipal, a Casa de Câmara e Cadeia, o Antigo Convento, Sobrado Quincas Napoleão e Igreja Batista, e as Praças João José Marojá e Escritor José Lins do Rego. (Figura 09).

B

A

Figura 10. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 11. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 12. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 13. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

C

E

D

F

G

Figura 14. Fonte: Sérgio Murilo Figura 15. Fonte: Sérgio Murilo Figura 16. Fonte: Sérgio Murilo 2019. 2019. 2019.

3.2 ANÁLISE DA ÁREA DE INTERVENÇÃO

Figura 09. Marcos referenciais do Centro de Pilar. Fonte: Bing satellite. Editado por Sérgio Murilo 2019.

A IGREJA MATRIZ NOSSA

B ANTIGO CONVENTO

C

D PAÇO MUNICIPAL F PRAÇA ESCRITOR JOSÉ LINS

SENHORA DO PILAR PRAÇA JOÃO JOSÉ MAROJÁ

E SOBRADO QUINCAS

NAPOLEÃO E IGREJA BATISTA

G CASA DE CÂMARA E CADEIA 38

DO REGO

Estes pontos em destaque, são considerados marcos preéxistênciais para a cidade como também para a população, dentre eles a Igreja Matriz e o Antigo Convento que fazem parte do primeiro grupo de edificações a serem construídas na fundação da vila, em 1630. _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

USO E OCUPAÇÃO Ao analisar o entorno do núcleo de intervenção do centro histórico de Pilar, nota-se uma grande presença do uso residencial, apesar das funções comerciais e serviço estarem se destacando no cenário atual. Isso se deve ao grande fluxo de pessoas e da localização central da cidade, abrigando assim o maior número de comércios. Apesar da ascensão destas funções mencionadas, o centro ainda carrega consigo o clima bucólico, diverso e saudável, o que garante a tranquilidade de um ambiente mais familiar onde todos conhecem todos. Devido ser o ponto de fundação da cidade, dali partiu a expansão da mesma, onde ainda abriga casarios de famílias tradicionais, as quais ainda carregam as características originais desde sua construção, o mapa a seguir mostra detalhadamente em cores cada tipologia de uso que abrange a área de intervenção, como também fotos de algumas residências mais antigas. (Figura 17).

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A CIDADE DE PILAR

modificadas pela população a dias atuais. Também é comum em núcleos históricos a presença da tipificação de térreo com embasamento alto, onde a edificação tem um nível maior considerado ao nível da rua. Para melhor entendimento ver os diagramas a seguir. (Figura 24 e 25).

RESIDENCIAL COMERCIAL MISTO INSTITUCIONAL

Figura 17. Diagrama de uso e ocupação da área de intervenção. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

VAZIOS

TÉRREO TÉRREO + 1

PRAÇAS

TÉRREO COM EMBASAMENTO ALTO IGREJA MATRIZ

Figura 24. Diagrama de gabarito da área de intervenção. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 25. Exemplo dos tipos de edificações existentes na área de intervenção. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 18. Uso residencial. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 19. Uso comercial. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 20. Uso misto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

TÉRREO

Figura 21. Uso institucional. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 22. Vazio urbano. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 23. Praça. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

GABARITO DE ALTURAS

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Ainda em conformidade com a analise da área de intervenção, nota-se a predominância de edificações do tipo térreas, isto devido a preservação das características originais do centro histórico da cidade, no entanto, é visto que algumas edificações possuem térreo mais um pavimento, sendo alguns destes imóveis com valor histórico e outras já _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

TÉRREO + 1

TÉRREO COM EMBASAMENTO

IGREJA MATRIZ

USO DO ESPAÇO URBANO DIA E NOITE A partir de analises e entrevistas com a população durante as visitas de levantamento foi possível perceber os horários de maiores fluxos de pessoas em determinadas áreas do centro. A partir disso, foi elaborado um diagrama que ilustra este processo de apropriação por parte do usuário público. O uso diário se dá na parte mais centralizada da cidade devido o uso comercial e institucional, onde se encontra bancos, lojas, supermercados, prefeitura, e entre outros. No período noturno a utilização se dá devido a presença das Igrejas, comércios voltados a alimentação e as praças. (Figura 26).

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A CIDADE DE PILAR

DIA

Figura 27. Ficus existente na Praça Escritor Figura 28. Ficus existente em todo perímetro José Lins do Rego. Fonte: Sérgio Murilo 2019. central da cidade. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

NOITE Figura 26. Diagrama de uso e ocupação da área de intervenção. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

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ARBORIZAÇÃO, CANTEIROS E PRAÇAS A área de intervenção e seu entorno apresentam um quantitativo ideal de praças, todas bem distribuídas, no entanto sem qualidade alguma para o uso da população, o que apesar deste fator determinante, a população ainda por meios próprios e dos food trucks que existem nesta área fazem com que a população desfrute do espaço público uma vez que isso só é permitido devido a iluminação posta pelos comerciantes e por meio das Igrejas e escola que ficam frente à praça João José Marojá, o nível de arborização baixo, também é um causador de desconforto para quem utiliza o espaço, o que no diagrama a seguir, destaca os pontos que ainda existem algum tipo de arborização, as duas praças existentes no perímetro da requalificação, e os dois canteiros existentes, o que leva a necessidade de melhorias para o centro da cidade, como implantação de árvores e novos canteiros paisagísticos, principalmente na praça central, por se encontrar em estado de abandono. (Figura 29). No perímetro retratado na figura 29, estão também destacados os fícus, estes que são reconhecidos também como patrimônio do município. Estas árvores possuem um formato de podas diferenciadas, o que torna característico de Pilar, são treze ao lado direito, e dezenove ao lado esquerdo no sentido matriz-museu. Também existe fícus ainda com podas diferente na praça Escritor José Lins do Rego, retratadas nas imagens a seguir. _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

PRAÇAS CANTEIROS Figura 29. Diagrama de arborização, praças e canteiros da área de intervenção. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

3.3 FEIRA LIVRE MUNICIPAL

A feira livre do município de Pilar, que acontece no centro da cidade desde a fundação da Vila em 1630, onde existia a prática de troca de mercadorias entre os agricultores e moradores. Nos dias atuais a cerca de 200 metros da Matriz, estendendo-se por todo o perímetro do centro histórico da cidade, a feira acontece. Às 14:00 horas da tarde da sexta-feira, os bancos dos feirantes começam a ser montados na rua para que aconteça a feira. Inicialmente os primeiros a serem montados são os bancos de frutas, verduras e legumes, onde na própria sexta já se inicia a venda dos produtos, no entanto a feira mesmo acontece aos sábados. Também é na sexta que o mercado de

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A CIDADE DE PILAR

carnes é abastecido com os produtos de origem animal. São cerca de 200 bancos de feirantes e açougueiros, estes que se dividem em cinco grupos, sendo: alimentício (frutas, verduras, legumes, raízes, cereais e temperos), pescados, carnes (bovina, suína, caprina, ovina e frangos), roupas e calçados, acessórios e utensílios. Às 05:00 horas do sábado, tem inicio a feira municipal e vai até às 12:00, ao serem desmontados todos os bancos, a equipe de limpeza pública realiza a higienização de toda a parte central da cidade. A feira acontece desde a fundação da cidade, a montagem dos bancos da feira seguem as duas vias da Avenida José Lins do Rego, e utiliza-se da estrutura das luminárias públicas do canteiro central para fazer as amarrações de sustentação dos bancos, o que por sua vez acaba destruindo e descaracterizando o canteiro central, como podemos ver nas figuras 30, 31, 32 e 33.

danos ao patrimônio e que por sua vez facilite a montagem e desmontagem, como também a remoção de parte da feira da via que passará a ser compartilhada para o local onde antes abrigava o pavilhão do povo, hoje ocupado por uma rotatoria, ver figuras 34 e 35.

Figura 34. Área do antigo Pavilhão do Povo em 2016. Fonte: Google Earth 2019.

Figura 35. Área do antigo Pavilhão do Povo em 2019. Fonte: Google Earth 2019.

A feira livre é conhecida por sua diversidade de produtos, sendo ela atrativa também para cidades vizinhas, isso se dá pela boa reputação e apreço que os clientes tem com os feirantes. No próximo diagrama é destacado a localização da feira no centro e a distribuição dos grupos de produtos comercializados. Figura 36. Diagrama explicativo das áreas comercias da feira livre de Pilar - PB. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

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Figura 30. Montagem dos bancos da feira. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 31. Danos causados pela montagem dos bancos da feira. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 32. Montagem dos bancos da feira. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 33. Danos causados pela montagem dos bancos da feira. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Desde a sexta-feira o movimento chega a ser intenso isso devido o grande número de clientes, além da zona urbana da cidade, os distritos do município de Pilar também vêm fazer suas compras. O projeto (RE)conectar, tem como proposta também sugerir uma estrutura adequada para os feirantes que não causem _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

ROUPAS E CALÇADOS ACESSÓRIOS E UTENSÍLIOS ALIMENTOS CARNES E PESCADOS

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A CIDADE DE PILAR

3.4 PRAÇA JOÃO JOSÉ MAROJÁ

A praça João José Marojá, localizada na Avenida Coronel José Lins, está a frente da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, a mesma existente desde a fundação da Vila do Pilar, pelos Jesuítas e Holandeses em 1630, sendo esta o ponto de encontro e comercialização da então vilarejo. Por se encontrar na parte central da cidade, a mesma sempre recebeu cuidados por parte dos poderes públicos e principalmente dos moradores que residem ao seu redor. Foi em entrevistas com a população alguns entrevistados fizeram pequenos relatos referente a praça, seguem: Primeiro relato, residente na frente da praça à mais de cinquenta anos, diz: “Para mim era um prazer sentar e passear entre os jardins da praça. Se foi o dia em que víamos as crianças brincarem, correrem entre os canteiros, era algo de se encher os olhos, hoje só é visto pessoas em horários com a temperatura mais amena, pois ninguém aguenta está exposto ao calor do sol que reflete nos azulejos que foram aplicados na praça”. Segundo relato, residente na frente da praça à cerca de trinta anos, diz: “No dia em que foram derrubados os canteiros, as roseiras, e as demais plantas, a praça se tornou um lugar seco, quente e improprio para se aproveitar o solzinho da tarde, a falta de iluminação e bancos não possibilitam que nos idosos realizemos nossas atividades, desde uma conversa com os vizinhos como nossas caminhadas”.

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Terceiro relato, usuário do espaço público,(que não reside próximo a praça) diz: “Lembro quando saia da minha residência para caminhar na praça enquanto meus netos brincavam de bola de gude, existia uma harmonia entre a praça e quem a frequentava, são mais de vinte anos que não temos uma praça para aproveitar as nossas horas vagas, me pergunto ainda se antes de morrer verei a praça linda novamente, pois hoje só vemos a escuridão da noite, e a falta de pessoas durante o dia, pois ninguém aguenta o calor e muito menos sentar nos _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

azulejos que esquentam com o sol”. Os relatos obtidos durante toda a pesquisa para o projeto (RE)conectar, afirmam a necessidade de uma intervenção completa no centro da cidade de Pilar – PB, o que resultou em diretrizes e conceitos para a elaboração da proposta final da requalificação. A imagens 37, 38, 39, 40, 41 e 42 ilustram a situação atual e a relatada nas entrevistas da praça João José Marojá.

Figura 37. Fotografia da Praça João José Figura 38. Fotografia da Praça João José Marojá, decada de 70. Fonte: Nicodemus Marojá, decada de 90. Fonte: Nicodemus Medeiros 2019. Medeiros 2019.

Figura 39. Fotografia atual da Praça João José Figura 40. Fotografia atual da Praça João José Marojá. Fonte: Sérgio Murilo 2019. Marojá. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

47 Figura 41. Fotografia atual da Praça João José Figura 42. Fotografia atual da Praça João José Marojá. Fonte: Sérgio Murilo 2019. Marojá. Fonte: Sérgio Murilo 2019.


04 A PROPOSTA


PROPOSTA

CORRELATOS Os objetivos específicos foram essenciais na escolha dos projetos correlatos, a análise das duas propostas, serão determinantes na concepção projetual, devido a extração de alguns itens que deverão necessariamente ser incorporados da melhor forma no projeto de requalificação do centro histórico de Pilar – PB. O primeiro correlato, reflete bem a proposta deste trabalho, por se tratar de uma proposta de requalificação em centro histórico, já o segundo é abordado em uma central área consolidada, na cidade de São Paulo.

Figura 43. Correlato 1, requalificação do centro histórico de São José - SC. Fonte: Archdaily 2019.

Primeiro Lugar no concurso para a Requalificação Urbana do Centro Histórico de São José - SC. Ano: 2014; Local: São José - SC; Autores: Metropolitano Arquitetos, Arquitetura pela Rua, Valls e Jaqueline Lessa, Ignacio de La Vega, Lucas Weinmas e Lucas Zimmer. Neste primeiro correlato temos um projeto que destacou e preservou as características locais da área requalificada, estando inseridas neste perímetro, igrejas históricas, teatro municipal, e outras áreas que carregam valor patrimonial. O projeto além de reconhecer e destacar o valor cultural e patrimonial do espaço, também se preocupou com melhorias do espaço público, como praças, canteiros e largos, que parte da infraestrutura urbana, vegetação e recriação da identidade visual da cidade. Formado por um conjunto de ações, o projeto de requalificação se delimita entre a aproximação com o mar e as duas igrejas que carregam relevante importância para o centro. Segundo a equipe Metropolitano:

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A proposta se baseia em um plano macro de intervenções a longo prazo que considera reformulações no Plano Diretor e adequação às diretrizes do Estatuto da Cidade. O projeto considera a diminuição progressiva do fluxo de carros, ônibus e caminhões no núcleo histórico considerando o aumento da permeabilidade da malha viária através da construção de novas conexões; e a maior utilização da BR-101 pelos moradores locais, decorrente do desvio de trânsito decorrente da execução de alça de contorno da rodovia. (Metropolitano,2018) _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

Figura 44. Correlato 1, requalificação do centro histórico de São José - SC. Fonte: Archdaily 2019.

Figura 45. Correlato 1, requalificação do centro histórico de São José - SC. Fonte: Archdaily 2019.

Características como: respeito com o entorno; inserção de novos equipamentos atrativos; padronização das ruas e calçadas; elevação do nível das ruas, tornando-as vias compartilhadas; simplicidade na aplicação dos materiais e diminuição progressiva do trafego de veículos. São pontos positivos extraídos deste correlato que se assemelham com os objetivos específicos do projeto proposto pra a requalificação do Centro Histórico de Pilar – PB.

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PROPOSTA

Projeto de requalificação do Largo do Arouche, São Paulo. Ano: 2019; Local: Largo do Arouche, São Paulo - SP; Autores: Triptyque e Estúdio Módulo O segundo correlato analisado, o projeto de requalificação do Largo do Arouche, trata de uma proposta da Prefeitura de São Paulo, o programa prevê a implantação executada em duas etapas, estas propondo um grande boulevard de uso público, onde o espaço fica destinado preferencialmente para os pedestres, restringindo assim a passagem de veículos. Como no exemplo anterior, esta segunda proposta sustenta a ação de preservar o desenho histórico da região, estimulando os frequentadores a terem a opção de novos usos, com a proposta de um espaço contemporâneo, remetendo à história e mantendo seu traçado original. Suas diretrizes são postas em relação com as necessidades existentes, onde se mostram também como estratégias de resgate para a cultura que ainda resiste. Este correlato carrega algumas características apontadas no primeiro exemplo: o uso dos materiais simplificados; restrição da passagem de veículos; novos equipamentos atrativos; vias compartilhadas e inserção de vegetação. O que sustenta a ideia de apropriação destes pontos para construção de um resultado final que se faça visível no projeto aqui proposto para a cidade de Pilar - PB, além desta correlação dos dois correlatos, este segundo correlativo parte do pressuposto de preservar também os grupos de usuários deste espaço que passará por uma requalificação, mantendo assim a cultura dos que de fato fazem o espaço vivo e utilizável.

52 Figura 46. Correlato 2, requalificação do Largo do Arouche de São Paulo - SP. Fonte: Archdaily 2019.

_(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

Figura 47. Correlato 2, requalificação do Largo do Arouche de São Paulo - SP. Fonte: Archdaily 2019.

Figura 48. Correlato 2, requalificação do Largo do Arouche de São Paulo - SP. Fonte: Archdaily 2019.

CONCEITO, DIRETRIZES E PROGRAMA DE NECESSIDADES O projeto (RE)conectar, propõe-se uma reestruturação do centro histórico de Pilar – PB, de modo que se promova uma leitura entre o patrimônio e a paisagem local, reforçando a identidade por meio da valorização de pertencimento dos Pilarenses. A proposta deste projeto, se volta especificamente para praças e canteiros centrais, estes que, uma vez sem uso ou em estado de abandono, se tornam locais inapropriados para usufruto da população, ocasionando também a poluição da imagem da cidade. Também é previsto por esta intervenção, a inserção de novos equipamentos, a serem inseridos em todo o perímetro da área em destaque na figura 08, os trailers, tidos como comércios irregulares por parte do poder público e população, também acabam degradando o espaço urbano, por meio de instalações precárias, como também sua imagem. Estes ganharam novos espaços, para que assim passam

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PROPOSTA

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continuar promovendo bem-estar, novos atrativos e áreas adequedas para alimentação. Ambas as propostas são distintas, porém juntas permitem um conjunto de intervenções que beneficiará toda a área, com melhorias na infraestrutura, resgate do uso local e uso de áreas abandonadas, onde estes equipamentos vêm a suprir a falta de espaços para realização das atividades sociais, recreativas e culturais. A elaboração da proposta fundamenta-se no reconhecimento de três pontos específicos para este projeto: centralidade, patrimônio e espaços públicos, assim entendendo o fluxo dos usuários do centro como elemento-chave para o fortalecimento do caráter de centralidade de Pilar, identificando o centro como palco de manifestações culturais e interação social, e percebendo a vias como elemento de articulação entre os espaços já existentes, ainda que de maneira fragmentada. Para que este projeto cumpra os seus objetivos, foram estabelecidas as seguintes diretrizes: Consolidar: a integração entre as praças, promovendo um circuito por meio de instalações de novos equipamentos; (Re)conectar: resgate do uso local e de pertencimento da área; Despertar: a vivência do espaço Priorizar: a escala do pedestre e a valorização cultural; Afirmar: a apropriação do patrimônio histórico edificado por meio de uma interação com o espaço público; Requalificar: a praça João José Marojá, canteiro central da avenida Coronel José Lins, e de bens e vazios urbanos. A avenida Coronel José Lins do Rego, está sendo objeto de estudo se configura como o principal eixo patrimonial de Pilar, por abrigar as principais edificações históricas reconhecidos pela população como patrimônio local. Além disso, essa via recebe as principais manifestações culturais e cívicas da cidade, todas estas articuladas a praça Escritor José Lins do Rego e João José Marojá. Dessa forma, propõem-se um corredor cultural para esta via. Por meio da valorização de seu entorno, e pela sua dimensão, abrigando duas faixas de uso compartilhado e passeios mais largos, de modo a valorizar as suas perspectivas e garantir a fluidez e conforto ao longo do seu percurso. Assim a partir dos diagramas seguem a situação atual e as ações especificas _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

para cada ponto de intervenção. Atualmente

Calçada food truck

via para veículos

luminária e banco

via para veículos

Calçada

Calçada via compartilhada Pista de luminária / banco via de mão dupla para cooper veículos

Calçada

Proposta 1, mantendo a característica original com luminária e banco no canteiro central.

Proposta 2, instalação de quiosques nos espaços entre um canteiro e outro.

Calçada via compartilhada Pista de cooper

Quiosque

via de mão dupla para veículos

Calçada

Figura 49. Diagrama da situação atual e propostas da nova intervenção no canteiro central. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 50. Fotografia atual do canteiro central. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 51. Fotografia atual do canteiro central. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

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PROPOSTA

O diagrama representado na figura 49, reflete a situação atual e as novas proposta para o novo canteiro central, onde se utilizará dos espaços entre um canteiro e outro para inserção de novos atrativos, sendo estes, instalação dos foods truck, que atuamente se encontram instalados nos acostamentos das vias da avenida Coronel José Lins e vegetação. Atualmente são treze food trucks espalhados no acostamento da Avenida Coronel José Lins, alguns destes, devido suas instalações precárias acabam depredando o espaço púbico. Estes pontos comerciais apesar de levarem o termo de food truck, são fixos, o que acaba degradando ainda mais o perímetro em que estes ocupam, a seguir imagens retratam as tipologias de instalações existentes. Figura 52. Diagrama explicativo e de localização dos food trucks no centro de Pilar - PB. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Na figura 52, é destacado a localização dos food trucks, onde foram destacados por cores para identificar o tipo de comercio que representa, e fotografias de alguns detes comercios destacando a irregularidade e a falta de padrão de um para o outro. Para chegar ao programa de necessidades desta intervenção além da revisão bibliográfica, também foi utilizado de entrevistas com a população usuária da área de intervenção, os resultados obtidos reforçam a proposta de intervenção, uma vez que os entrevistados refletem o desejo de uma requalificação neste núcleo, elencando também suas necessidades e desejos para com está área, a qual no seu estado atual se torna imprópria para a realização de suas atividades, no diagrama a seguir está disposto as perguntas chaves e suas respectivas porcentagens de respostas alcançadas com o questionário.

99% 80% 10% 05%

COMÉRCIO DE BEBIDAS COMÉRCIO DE GULOSEIMAS COMÉRCIO DE FAST FOOD COMÉRCIO DE ACESSÓRIOS DE CELULAR

56 Figuras 53 - 54 - 55 - 56. Fotografias de alguns dos food trucks localizados no centro de Pilar PB. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

_(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

1º A atual situação do centro de Pilar, permite que você consiga desenvolver todas suas atividades diárias? Respostas: SIM ( ) NÃO ( )

2º O centro dispõe de mobiliários urbanos como, lixeiras, bancos, postes e outros? Respostas: Sim ( ) Não ( )

2º 3º

3º Uma requalificação resolveria os atuais problemas encontraddos no centro de Pilar? Respostas: SIM ( ) NÃO ( )

4º Considera importante uma intervenção e a possibilidade de novos usos para edificações históricas e lotes sem usos? Sim ( ) Não ( )

Figura 57. Gráfico de respostas chaves referente ao questionário aplicado. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Diante do exposto, as respostas como também questionamentos dos entrevistados, possibilitou que o programa de necessidades e as etapas projetuais para esta intervenção pudessem tomar embasamento para sua sustentação. O formulário foi realizado com vinte e uma questões, onde todas permitiam o usuário exprimir ali suas opiniões acerca do que estava sendo solicitado, onde alguns Pilaresens ainda não reconhecem ou não sabiam que o centro da cidade é protegido por lei de tombamento e resguardado ao IPHAEP. Na sua maioria, os entrevistados, relatavam a falta de

57


PROPOSTA

equipamentos públicos que permitisse a prática de exercícios físicos, contemplação, descanso e também se referem a falta de atenção e cuidados com o patrimônio público, a partir disso foi elaborado o seguinte programa de necessidades. 1 – Pista de caminhada; 2 – Restauração da Praça João José Marojá; 3 – Inserção de equipamentos; 4 – Área para recreação infantil; 5 – Restauração do canteiro central; 6 – Relocação dos comércios irregulares. Para que os objetivos desta proposta de intervenção possam ter êxito, foram elencados alguns pontos ao programa de necessidades, este que fora elaborado através dos dados coletados em concomitância da análise da área de intervenção do centro histórico de Pilar.

A figura 58, destaca a localização da concentração de pessoas na área de intervenção, evidenciando os principais pontos de encontros dos diferentes grupos e tribos, que utilizam o espaço urbano da cidade de Pilar – PB. As praças Escritor José Lins do Rego e João José Marojá, são os pontos principais de encontros, onde também é nestas duas localidades que se encontram os bares, lanchonetes e áreas onde acontecem shows e comemorações de datas importantes para a cidade. No diagrama além de destacar os pontos de encontros e de concetração de pessoas, é também exposto o fluxo dos usuários pelo centro, onde por cores é destacado cada tipo fluxo, e ícones que demarcam a área de cada tipo de uso, deixando claro a diversidade e pluralidade étnico cultural, onde tribos se respeitam e realizam suas atividades. Figura 58. Diagrama de fluxo e concentração de pessoas no centro de Pilar - PB. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

1 - INFRAESTRUTURA • Sistema de drenagem das águas pluviais; • Redimensionamento das calçadas e vias a serem compartilhadas; • Padronização dos materiais aplicados nas calçadas; • Relocação dos comércios, “trailers”; • Inserção de uma pista de caminhada. 2- • • •

MOBILIÁRIO Bancos inseridos em toda área de intervenção; Postes de iluminação com captação de energia solar; Mobiliários efêmeros.

3- RESTAURAÇÃO • Restaurar a Praça João José Marojá; • Restaurar o canteiro central da Avenida Coronel José Lins; • Restauração da área que abrigava o pavilhão do povo, que passará a dar espaço a feira livre; 58

4- • • •

VEGETAÇÃO Plantio de novas árvores; Inserção de novos canteiros verdes; Aumento de áreas permeáveis.

_(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

MAIOR CONCENTRAÇÃO DE PESSOAS MENOR CONCENTRAÇÃO DE PESSOAS CONCENTRAÇÃO EM HORARIOS D I S T I N T O S D E C U LT O S R E L I G I O S O S DESLCAMENTO COM ALTA FREQUÊNCIA DESLCAMENTO COM BAIXA FREQUÊNCIA CULTOS RELIGIOSOS LOCAIS DE SHOWS PÚBLICOS LOCAIS DE CONSUMO DE BEBIDA LOCAL PROPÍCIO A USO DE DROGAS

59


PROPOSTA

O NOVO CANTEIRO

A proposta de requalificação tem como um dos objetivos principais propor ao usuário uma via exclusiva para pedestres, está sendo associada a quiosques substituindo os food trucks que se encontram instalados irregularmente. Estes novos atrativos carregam um novo estilo de comercialização, levando ao cliente um espaço adequado para realização de suas refeições, atendendo também a todos as normas e técnicas. A Avenida Coronel José Lins antes da proposta dispõe de duas vias para veículos, e passará a dispor de uma via exclusiva para pedestres, e outra para veículos de pequeno porte, sendo relocado o trânsito de veículos pesados para a Avenida Anísio Pereira Borges. O canteiro central que divide essas duas vias será requalificado, mantendo as características originais, e também no canteiro serão instalados os quiosques, tornando assim o centro mais diversificado, atendendo a todos os usuários e suas respectivas necessidades.

Os atuais bancos do canteiro central receberão aplicação de madeira, substituindo o material existente (cimento queimado) que o torna inutilizável durante o dia devido a absorção do calor, assim o mesmo oferece uma experiência desagradável para quem precisa utilizar do espaço. Também foi proposta a substituição do atual piso, atualmente o mesmo sendo de pedras de seixos, receberá a aplicação de pedras portuguesas, nos demais pavimentos da via compartilhada, foi utilizado bloco intertravado e cobograma. Os quiosques dispõem de um programa apropriado para o seu uso, sendo: uma cozinha para preparo e cocção dos alimentos comercializados, um deposito, área para refeição e sanitário PNE.

Figura 61. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 59. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 62. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

60 Figura 60. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

_(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

61


PROPOSTA

OS NOVOS MOBILIÁRIOS

Ainda pensando no conforto dos usuários, os mobiliários foram projetados afim de propor uma boa experiência de uso no dia-a-dia de cada pessoa, bancos de madeira, canteiros verdes espalhados em todo o percurso da via compartilhada que respeitam o direito de ir e vir. Estes espaços além de propor sombreamento através das árvores, também permitem que o público possa ter onde sentar e comtemplar o centro, as edificações históricas, passeios familiares e voltar com o costume de rodas de conversas, resultando em um centro ativo e vivo. Uma pista de caminhada e uma academia para idosos, também foram adotadas, atendendo a necessidades de onde se exercitar, uma vez que estas parcelas são prejudicadas sem ter um espaço adequado de onde se exercitar, onde alguns usuários disputam com os veículos um espaço para realizarem suas caminhadas. Já a realização exercícios aeróbicos, ainda acontecem sem a presença dos equipamentos que estiveram instalados próximos a praça João José Marojá, mesmo depois da retirada destes dispositivos, atualmente com auxílio de um profissional da saúde do município, eles realizam suas atividades.

Figura 65. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 66. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 63. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 67. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

62

63 Figura 64. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

_(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_


PROPOSTA

A NOVA PRAÇA JOÃO JOSÉ MAROJÁ Abandonada a aproximadamente vinte anos, a praça João José Marojá, vive em estado de degradação devido uma obra de intervenção que foi embargada pelo IPHAEP por não atender aos requisitos necessários para atuação em uma área de patrimônio. Esta intervenção irregular, resultou na falta de vegetação, equipamentos como luminárias, lixeiras, mobiliários urbanos como banco e outros, afetam diretamente os usuários que por sua vez evitam frequentar este espaço pela falta de conforto. A praça que tem uma localização central e de destaque no centro, fica frente à igreja Matriz e outras principais edificações de grande valor para a cidade, a mesma já foi palco de grandes atrações e comemorações culturais, hoje não proporcionam nenhum tipo de uso durante o dia e também em certos dias no horário noturno. Apenas nos finas de semana onde são montados alguns comércios de churrasco e bebidas é que o centro se torna atrativo, recebendo também pessoas de outras localidades devido estes comerciantes instalarem luzes tornando o uso a noite mais convidativo, também em dias de cultos religiosos a praça fica mais iluminada e assim frequentada por fies das duas igrejas existentes no centro.

Para a praça foi proposto bancos de madeira retirando de vez o material (azulejo) aplicado a cerca de vinte anos atrás, este que esquenta e torna o uso inapropriado durante todo o dia, quando está quente demais ou frio demais com a troca de temperatura em horários diferentes do dia, a adoção de novos canteiros verdes, inserção de arvores, jardineiras e vegetação rasteira, retomando conforto climático. Uma praça mais arborizada, com presença de mobiliários e equipamentos urbanos, permitiram que os usuários possam retomar suas atividades e desfrutar da área central da cidade em qualquer horário do dia.

Figura 69. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 68. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

64

Figura 70. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

_(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

65


PROPOSTA

66

Figura 71. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 74. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 72. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 75. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 73. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 76. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

_(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

67


05 CONCLUSÃO


CONCLUSÃO

CONCLUSÃO O trabalho exposto se preocupou em compreender o centro da cidade de Pilar, como ocorreu sua formação, suas transformações, destacando suas potencialidades e fraquezas. Pilar se apresenta como uma cidade de grandes valores, figuras ilustres, conjuntos arquitetônicos e espaços urbanos que possuem valor histórico de seu desenvolvimento, o que principiou a ideia de elaborar um projeto de requalificação para a área central do município. A falta de dinâmica no centro, foi avaliada por meio do esvaziamento ocorrido na área, a falta de atrativos e atividades fazem com que em todos os períodos se percam o movimento. Trabalhar com cidade de pequeno porte foi um grande obstáculos, desde a escolha do local, onde foi possível perceber à falta de informação por parte de órgãos públicos. A ajuda da população foi assim de tamanha contribuição para que pudesse estabelecer uma linha de pesquisa e construção do contexto histórico da cidade, esta ajuda também permitiu a concepção das diretrizes que foram aplicadas como beneficio para os espaços requalificados. O maior dos empecilhos encontrados no caminho foi a falta de uma base cartográfica e no Autocad, que permitisse a execução deste trabalho, sendo necessário a elaboração desta base autoral, que partiu do software QGIS, só assim foi possível a continuação desta proposta, resultando neste trabalho final. No entanto todos estes empecilhos foram determinantes na busca de soluções urbanísticas aplicadas ao projeto (RE) conectar, onde além da construção de ideias e técnicas voltadas aos problemas encontrados, também foram aplicados no desenvolvimento de um novo espaço que propicie um novo olhar e apreço para com o centro histórico de Pilar – PB. Assim concluímos que o projeto (RE)conectar gerou uma contribuição e enaltecimento no desenvolvimento da área histórica, como também nas intervenções que possibilitem melhoria no uso, respeito as características históricas e culturais, que tão fortemente resistem as grandes mudanças realizadas.

Figura 77. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

Figura 78. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

70

71 Figura 79. Imagem 3D do projeto. Fonte: Sérgio Murilo 2019.

_(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_


06 REFERÊNCIAS


REFERÊNCIAS

AUGUSTO, Lucimario. Pilar da aldeia cariri aos nossos dias 1758 - 2007. 2º Edição. PILAR - PB. Governo do Estado da Paraíba, 2007. BOTELHO, Adriano. A cidade como negócio: produção do espaço e acumulação do capital no município de São Paulo. Caderno metrópole, 18, p. 15-38, 2º sem. 2007. BRASIL. IBGE. Censo demográfico, 2010. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/pilar/panorama>. Acesso em 30 de maio de 2019. BUNDUKI, Nabil. Intervenções urbanas na recuperação de centros históricos, 2012. Disponível em <http://portal.iphan. gov.br/uploads/publicacao/ColArq3_Intervencoes_Urbanas_na_ Recuperacao_de_Centros_Historicos_m.pdf> Acesso 30 de maio de 2019. GEHL, Jan. Cidades para pessoas. 1°. Edição. São Paulo: perspectiva s.a., 2010.

UNESCO. Recomendações sobre a paisagem histórica urbana. Disponível em: https://www.unescoportugal.mne.pt/images/ cultura/recomendacao_sobre_a_paisagem_historica_urbana_ unesco_2011.pdf. Acesso em 10 de agosto de 2019. UNESCO. Carta de Lisboa sobre a reabilitação urbana integrada. Disponível em: https://www.culturanorte.pt/fotos/ editor2/1995__carta_de_lisboa_sobre_a_reabilitacao_urbana_ integrada-1%C2%BA_encontro_luso-brasileiro_de_reabilitacao_ urbana.pdf. Acesso em 10 de agosto de 2019. VARGAS, Heliana Comin, CASTILHO, Ana Luisa Howard (orgs.). Intervenções em Centros Urbanos: Objetivos, Estratégias e Resultados, 3rd edição. Manoel, 01/2015. WISNIK, Guilherme. Temos espaço público? Revista Sesc TV, n. 103, 2015. Disponível em <https://www.sescsp.org.br/online/ artigo/9498_temos+espaco+publico>. Acesso em 14/03/2019.

INDOVINA, Francesco. O Espaço Público: Tópicos sobre a sua Mudança. Cidades: Comunidades e Territórios, Veneza, v. 5, n. 2012, p. 119-123, dez. 2002. Disponível em: < http://revistas. rcaap.pt/cct/article/view/9168/6615>. Acesso em 20 de maio de 2019. METROPOLITANO. CENTRO HISTÓRICO DE SÃO JOSÉ: Concurso Público Nacional de Arquitetura para Requalificação Urbanística do Centro Histórico de São José, Santa Catarina. 2012. Disponível em: <http://www.metropolitano. arq.br/#/chsj/>. Acesso em: 12 de junho. 2019. TRIPTYQUE E ESTÚDIO MÓDULO. Requalificação do Largo do Arouche São Paulo - SP. 2019. Disponível em: < https://estudiomodulo.com.br/projetos/largo-do-arouche/#>. Acesso em: 12 de junho. 2019. 74

UNESCO. Carta de Nairóbi. Recomendação sobre a salvaguarda dos conjuntos históricos e da sua função na vida contemporânea, Nairóbi, 1976. _(RE)conectar: requalificação do cento histórico de Pilar-PB_

75


(RE)conectar: REQUALIFICAÇÃO DO CENTRO HISTÓRICO DE PILAR - PB


ÁREA DO ANTIGO PAVILHÃO DO POVO

PRAÇA ESCRITOR JOSÉ LINS DO REGO

N ORVELAY

ESC: 1/3000

IDOSO

ANTIGA CASA DE CÂMARA E CADEIA ATUAL FUNDAÇÃO MENINO DE ENGENHO.

LOCALIZAÇÃO

LEITURA DA ÁREA URBANA

CORREIOS

D

LAJE IMPE

RMEABILIZAD

A

SOBRADO + IGREJA BATISTA

LAJE IMPE

RMEABIL IZADA LAJE IMPE

PAÇO MUNICIPAL

RMEABIL

IZADA

CASA DOS JESUÍTAS LAJE IMPE

RMEABILIZAD

A LAJE IMPE RMEABILIZAD

A

LAJE IMPE

RMEABILIZAD

A

5

LAJE IMPE

RMEABIL

IZADA

1 LAJE IMPE

RMEABILIZAD

A

D LAJE IMPE

RMEABILIZAD

C

A

B

LAJE IMPE RMEABIL IZADA

CASA DE TIA NANINHHA (TIA DE ZÉ LINS)

LAJE IMPE

RMEABILIZAD

A

LAJE IMPE

RMEABILIZAD

A

PARAÇA JOÃO JOSÉ MAROJÁ

3

2 LAJE IMPE

RMEABIL IZAD

A

7 8 4

C

7

IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DO PILAR

PLANTA DE IMPLANTAÇÃO

6

(RE)conectar escala 1/250

B

ANTIGO CONVENTO ATUAL ESCOLA DR. JOSÉ MARIA

N IMPLANTAÇÃO PAISAGISMO LEITURA DA ÁREA URBANA

ESC: 1/450

LEGENDA DAS HACHURAS

SIMBOLOGIA TIPO

Gramínea

Arbustiva

Arbórea

PORTE

Cobertura

Pequeno

NOME CIENTÍFICO

Zoysia Japonica

Ixora Coccinea

Grama Esmeralda

Ixoria icsória Ixora Sibipiruna

NOME COMUM

Grande

Arbórea Médio

Caesalpinia Dolonix peltophoroides regia Flamboyant

Arbórea

Arbórea

Arbórea

Arbórea

Arbórea

Pequeno

Pequeno

Médio

Médio

Filicium decipiens

Bauhinia variegata

Ceiba speciosa

Tabebuia calyconphyllum chrysotricha spruceanum Mikania sp

Paineira rosa

Ipê amarelo

Felícia

Pata-de-vaca

Grande

Trepadeira

Pau-mulato

Cobertura

Guaco

ESPÉCIE EXISTENTE

QUADRO ESQUEMÁTICO - ESPÉCIES INSERIDAS E EXISTENTE

Arbórea

Vazios

Pedra portuguesa

Edificações

Via de veículos Paralelepípedo

Setores 1

Quiosques

6

Pista de caminhada

2

Canteiros

7

Via pedistrianizada

8

Faixa elevada

Grande

Bloco intertravado Vermelho

Madeiramento dos bancos

3

Área de eventos

Ficus benjamina

Bloco intertravado Bege

Alvenaria e meio-fio

4

Academia pública

Cobograma

Praça Escritor José Lins do Rego

5

Estacionamento

Grama Ficus

UBTech:

ARQUITETURA E URBANISMO

ORIENTADOR:

PORF. DR. RODRIGO DA COSTA NASCIMENTO

NOME:

MATRÍCULA:

SÉRGIO MURILO ALBUQUERQUE DE MORAIS FILHO 1510006376

TIPO:

PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DE CENTRO HISTÓRICO CIDADE:

ENDEREÇO:

PILAR - PB

AVENIDA CORONEL JOSÉ LINS - CENTRO

ESCALA:

DESENHO:

1/450

Planta de implantação e paisagismo

FOLHA:

DATA DO PROJETO:

01/06

REVISÃO:

NOVEMBRO/2019

NOVEMBRO/2019


ÁREA DO ANTIGO PAVILHÃO DO POVO

PRAÇA ESCRITOR JOSÉ LINS DO REGO

CORREIOS

.60.15

2.50

IDOSO

ANTIGA CASA DE CÂMARA E CADEIA ATUAL FUNDAÇÃO MENINO DE ENGENHO.

5.00

1.09 .15

.60 5.00

.15

1.50

1.00

1.50

1.50

.15 5.00

SOBRADO + IGREJA BATISTA

2.86

1.50 2.86

.15

1.50

1.50

1.50

CASA DOS JESUÍTAS

.15 5.00

1.00

1.00

1.50

1.50

2.86

QUIOSQUE

.60 5.00 .15

QUIOSQUE

5.75

1.50

1.50

1.00

1.00

1.50

1.50

.15

5.00

9.96

.60

CANTEIRO EXISTEN TE

7.73

QUIOSQUE

5.75

CANTEIR O EXISTEN TE

1

8.64 5.75

D

QUIOSQUE

8.41

.59.10

1.40 .10.40 .10

1.70

.15

CANTEIRO EXISTEN TE

QUIOSQUE

1.50

.15

1.70

.10.40.10 1.40

1.50

1.00

1.00

1.50

1.50

CANTEIR O EXISTEN TE

.15.10.96

.59.10

1.40 .10.40 .10 1.70

.60

2.86 1.50

1.00

1.50

1.50

2.86

.60 5.00

.15

.15

1.70

.10.40.10 1.40

.10.59

1.50

1.50

1.00

1.00

1.50

1.50

.15

5.00 .96.10.15

CANTEIRO EXISTEN TE

QUIOSQUE

.60

2.86 1.50

.15.10.96

.59.10

1.40 .10.40 .10 1.70

1.50

1.00

1.00

1.50

1.50

2

.15

CANTEIR O EXISTEN TE

QUIOSQUE

3.76

A 5.10

3.90

1.80

1.75

.20

2.82

2.35

.10 1.30 .10 .40 .72 .40

5.75

1.00

CANTEIR O EXISTEN TE

QUIOSQUE

.80 .50

1.50

.15

1.80

5.75

.15

5.00

.96.10.15

B

QUIOSQUE

.10.59

5.20

CASA DE TIA NANINHHA (TIA DE ZÉ LINS)

.15.10.96

C

5.75

CANTEIR O EXISTEN TE

3 8.27 8.27

2.50

1.50

CANTEIR O EXISTEN TE

9.52

5.75

1.50

2.30

5.82

1.39

2.30

2.22

8.21

2.02

10.09

2.17

PARAÇA JOÃO JOSÉ MAROJÁ 7.62

2.89

10.42

6.00

10.63

2.53

.20

1.80

1.00

2.86

5.51

.60

1.48

QUIOSQUE

4.79

1.00

1.21

2.50 2.50

.87

BALISAD ORES ALTURA 80CM

1.00

3.60

5

1.50

CANTEIR O EXISTEN TE

12.18

5.75

PAÇO MUNICIPAL

5.00

2.30

QUIOSQUE

.60

4.43

1.50

.46

1.00

1.50

1.00

CANTEIRO EXISTEN TE

.42

1.50

4.09

1.50

1.01 .49

.60

4.09

.80 .50

QUIOSQUE 2.50

1.00

CANTEIR O EXISTEN TE

.80 .50

2.50

1.50

.60.15 1.10

2.86

1.56

1.50

.15

1.50

1.50

1.00

.15

1.00

CANTEIR O EXISTEN TE

6.35

1.50

.80 .50

.15

1.50

3.01

QUIOSQUE

2.86

.15

.80 .50

2.50 5.00

.60

.15.62

1.40 .10.40 .10 1.70

1.50

.59.10

D

1.20

.93

5.00

.15.10.96

5.75

A

164°

43°

16°

62°

39°

54°

14°

36°

2.66 8° 1.01

2.30

92°

.96

.79

4 2.52

1.50

1.50

1.80

5.75

4.26

1.50 1.50

5.75

.40.10 1.30 .10.40

9.22 .20

1.50

8

2.30

.91

.80 .50

.80 .50

7

3.86

2.10

5.75

1.40

1.38

1.50

1.50

7 .3 R3

C .07

7

IGREJA MATRIZ NOSSA SENHORA DO PILAR

6

B

ANTIGO CONVENTO ATUAL ESCOLA DR. JOSÉ MARIA

UBTech:

ARQUITETURA E URBANISMO

ORIENTADOR:

PORF. DR. RODRIGO DA COSTA NASCIMENTO

N PLANTA EXECUÇÃO LEITURA DA ÁREA URBANA

ESC: 1/450

NOME:

MATRÍCULA:

SÉRGIO MURILO ALBUQUERQUE DE MORAIS FILHO 1510006376

TIPO:

PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DE CENTRO HISTÓRICO CIDADE:

ENDEREÇO:

PILAR - PB

AVENIDA CORONEL JOSÉ LINS - CENTRO

ESCALA:

DESENHO:

1/450

Planta de execução

FOLHA:

DATA DO PROJETO:

02/06

REVISÃO:

NOVEMBRO/2019

NOVEMBRO/2019


.60.15

2.50

IDOSO

5.00 1.09 .15

.15.62

.59.10 1.4 0 .10.40 .10

2.50

1.50

.15.10.96

1.70

2.86

1.50

1.50

1.00

1.00

1.50

.15

1.50

2.86

.60 5.00

CANTEIR O EXISTEN TE

.15

5.00

.60

D

1.20

.93

5.00

2.50

1.50

1.50

1.00

1.50

1.50

.15

.60

CANTEIR O EXISTEN TE

.80 .50

QUIOSQU E 2.50

1.00

5.00

3.01

QUIOSQU E

.15

QUIOSQU E

2.86

1.50

1.50

1.00

1.00

1.50

1.50

2.86

.60

5.00

CANTEIR O EXISTEN TE

.15

1.50

4.79

1.00

1.50

1.50

.15

.60

CANTEIR O EXISTEN TE

QUIOSQU

E

2.86

1.50

1.00

1.00

1.50

1.50

2.86

.60

CANTEIR O EXISTEN TE

9.52

QUIOSQU

E

5.75

1.50

9.96 1.21

BALISAD ORES ALTURA 80CM

2.50 2.50

.87

5

1.00

5.00

12.18

5.75

1.50

QUIOSQU

5.75

E

7.73 5.75 8.64 5.75

D UBTech:

CASA DE TIA NANINHHA (TIA DE ZÉ LINS)

ARQUITETURA E URBANISMO

ORIENTADOR:

PORF. DR. RODRIGO DA COSTA NASCIMENTO

N AMPLIAÇÃO LEITURA DA ÁREA URBANA

01 ESC: 1/100

NOME:

MATRÍCULA:

SÉRGIO MURILO ALBUQUERQUE DE MORAIS FILHO 1510006376

TIPO:

PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DE CENTRO HISTÓRICO CIDADE:

ENDEREÇO:

PILAR - PB

AVENIDA CORONEL JOSÉ LINS - CENTRO

ESCALA:

DESENHO:

1/100

Ampliação canteiro central / estacionamento

FOLHA:

DATA DO PROJETO:

03/06

REVISÃO:

NOVEMBRO/2019

NOVEMBRO/2019


PAÇO MUNICIPAL

5.00

2.86

.60

1.70

.10.40.10 1 .40

.10.59

1.50

1.00

1.00

1.50

1.50

.15

5.00

.96.10.15

E

.60

.15.10.96

.59.10 1.4 0 .10.40.10 1.70

2.86

1.50

1.50

1.00

1.00

1.50

1.50

2

.15

CANTEIR O EXISTEN TE

QUIOSQU E

3.76

A 5.10

3.90

1.80

1.75

.20

2.82

2.35

.72 .40.10 1.30 .10.40

CANTEIR O EXISTEN TE

QUIOSQU

.80 .50

1.50

3 8.27 8.27

2.30

5.82 5.51

.15

.15

1.48

5.00

2.30

CANTEIR O EXISTEN TE

.46

.15

1.50

1.50

1.80

6.35

1.50

.42

1.70

1.00

4.09

1.00

1.01 .49

.59.10 1.4 0 .10.40 .10

QUIOSQU E

1.39

1.38

2.30

1.50

1.50

1.50

1.50

1.80

5.75

.96

1.50

5.75

.40.10 1.30 .10.40

9.22 .20

1.50

8

1.50

.80 .50

2.10

3.86

7

4.26

5.75

5.75

.91

.80 .50

1.50

4.09

1.56

1.50

.15

.15.10.96

2.86

.80 .50

E

CANTEIR O EXISTEN TE

.60

1.50

.96.10.15

4.43

.15

2.30

1.50

.79

1.50

.15

QUIOSQU

.10.59

1.00

5.20

.10.40.10 1. 40

1.00

C

UBTech:

C .07

1.40

1.70

1.50

.60.15 1.10

3.60

1.50

7

ARQUITETURA E URBANISMO

ORIENTADOR:

PORF. DR. RODRIGO DA COSTA NASCIMENTO

N AMPLIAÇÃO LEITURA DA ÁREA URBANA

02 ESC: 1/100

NOME:

MATRÍCULA:

SÉRGIO MURILO ALBUQUERQUE DE MORAIS FILHO 1510006376

TIPO:

PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DE CENTRO HISTÓRICO CIDADE:

ENDEREÇO:

PILAR - PB

AVENIDA CORONEL JOSÉ LINS - CENTRO

ESCALA:

DESENHO:

1/100

Ampliação canteiro / quiosque / faixa elevada

FOLHA:

DATA DO PROJETO:

04/06

REVISÃO:

NOVEMBRO/2019

NOVEMBRO/2019


3.60 5.20

B

8.27

2.50 5.82

2.22

8.21

2.02

10.09

2.17

2.89

10.42

6.00

10.63

2.53

.20

1.80

164°

43°

16°

62°

54°

A 92°

.96

1.80

4 2.52

.20

.79

9.22

1.01

39°

4.26

14°

36°

.40.10 1.30 .10.40

2.30

3.86

2.66 8°

1.39

2.30

1.00

2.30

5.51

8.27

2.30

2.35

4.43

2.82

2.30

1.75

.20

.72 .40.10 1.30 .10.40

3.90

1.80

1.48

1.80

A

3

PARAÇA JOÃO JOSÉ MAROJÁ 7.62

R3 .3 7

UBTech:

ARQUITETURA E URBANISMO

ORIENTADOR:

PORF. DR. RODRIGO DA COSTA NASCIMENTO

6 N AMPLIAÇÃO LEITURA DA ÁREA URBANA

03 ESC: 1/100

NOME:

MATRÍCULA:

B

SÉRGIO MURILO ALBUQUERQUE DE MORAIS FILHO 1510006376

TIPO:

PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DE CENTRO HISTÓRICO CIDADE:

ENDEREÇO:

PILAR - PB

AVENIDA CORONEL JOSÉ LINS - CENTRO

ESCALA:

DESENHO:

1/100

Ampliação Praça João José Marojá

FOLHA:

DATA DO PROJETO:

05/06

REVISÃO:

NOVEMBRO/2019

NOVEMBRO/2019



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