(…) a exposição detém-se nos modos pelos quais este português de Olinda, com apaixonado vínculo brasileiro, se tornou figura central no conhecimento, entre nós, sobretudo da ficção dita regionalista; documenta a sua participação activa (poemas, artigos doutrinários e um primeiro balanço crítico na conferência A arte e a vida, 1941), em Coimbra, na viragem cultural neorrealista desde os primeiros anos 30 e mostra como essa inspiração inicial se transforma num olhar e numa atitude, que serão o critério da impressionante actividade cívica e cultural, em que as demarcações necessárias (e as respectivas intransigências) se entrelaçam com uma visão que torna a cultura espaço de encontro de subjectividades contraditórias mas não incompatíveis. (António Pedro Pita)