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Editorial
“Associação Cultural do Alto Douro foi a promotora da Cultura na Régua”
Para “Memória Futura”, aqui fica o historial da Associação Cultural do Alto Douro.
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Nas longas conversas com a Dr.ª Adelaide Fernandes, em minha casa, surgia sempre apreciação do meio social e cultural da Régua.
Um dia lançou a ideia de criar uma Associação Cultural, que apoiei com entusiasmo e a concretização foi rápida. Escolhidos os nomes de todos os órgãos sociais fez-se o registo notarial em 5 de junho de 1981. Depois de várias reuniões fez-se um plano de actividades e a prioridade foi a aquisição de um espaço para recolha de peças, relacionadas com o vinho e a vinha.
A Câmara Municipal concedeu-nos instalações na Rua de Vila Franca, a que pomposamente chamamos “Museu do Douro”, com placa na porta!
Numa passagem pela Régua, tivemos a presença do Dr. Lucas Pires, então Secretário de Estado da Cultura, que nos incentivou a continuar.
Foram muitas as exposições de pintura que fizemos no Salão Nobre da Casa do Douro. De início quase sem visitantes, mas a pouco e pouco tudo mudou. Convidámos muitas pessoas de renome para fazer conferências, escolhendo temas com interesse para a região, das quais destaco o Arquiteto Lixa Filgueiras, especialista que nos falou do barco Rabelo.
Jogos Florais realizaram-se com regularidade e muita participação. Um deles teve como patrona a escritora Agustina Bessa-Luís. Contou com a presença de muito público e as autoridades da terra.
Homenageámos vários escritores, sendo a mais relevante a que fizemos ao Dr. João de Araújo Correia, em Canelas, com a colocação de uma placa na casa onde nasceu. Formouse um cortejo na entrada da aldeia com bandas de música, fanfarra, bombeiros, escuteiros, escolas e grande multidão. Contámos ainda com a presença do Sr. Bispo e várias entidades do distrito.
Conseguimos trazer o Planetário Calouste Gulbenkian à Régua. Esta sessão foi realizada no Salão Nobre da Casa do Douro e no terraço. Lançámos um concurso aos alunos presentes e o prémio foi uma ida ao Planetário. Foi memorável!
Com os jovens dos tempos livres fizemos escavações arqueológicas no Castro do Torrão e de Cidadelhe, com orientação do Dr. Tuna e Doutor Armando Coelho, da Universidade do Porto. Aqui encontrámos muitas coisas de interesse e várias pedras de colar. Esse material foi todo entregue à autarquia.
Uma outra atividade que levámos a cabo foram os Serões Culturais, com leituras de contos de autores portugueses e poesias, a que muita gente aderiu. Com periodicidade trimestral publicámos o Alto Douro Cultural, cujo Diretor era o Padre Luís Coutinho e o Sub director o Dr. Agostinho Santa.
Todo o espólio que recolhemos foi doado ao Museu do Douro em 2003, tendo entregue há pouco tempo alguma documentação que ainda tinha em meu poder que testemunha toda a nossa atividade. Deixo aqui uma homenagem à memória da Dr.ª Adelaide Fernandes, obreira incansável desta Associação.
MARIA DE FÁTIMA PIZARRO
faz falta saber
Na sequênica das regras de confinamento impostas desde 15 de janeiro, o Museu do Douro encontra-se em regime de teletrabalho, mantendo-se as habituais formas de contacto pelo email geral@museudodouro.pt. Assim que nos for permitido estaremos de volta com muita vontade de vos voltar a ver!
Google Arts & Culture
Numa parceria com o Google Institute, o Museu marca presença na plataforma Google Arts & Culture. Além de poder conhecer algumas das peças da nossa coleção, poderá explorar a exposição permanente quer através da ferramenta Street View quer através de uma exposição virtual, onde se dão a conhecer os principais temas da exposição.
Está ainda disponível a exposição virtual “Arquiteturas da Paisagem Vinhateira”. Esta mostra resulta da conversão para formato digital da exposição homónima, realizada em 2007 e que percorreu a Região Demarcada do Douro. Contanto com fotografias de Egídio Santos, tem por base um inventário da paisagem murada da RDD.
Os conteúdos estão disponíveis em português e inglês, o que permite a sua difusão a nível mundial.
Estas visitas estão acessíveis em: