Revista da ABCSEM

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REVISTA

ED. 18 – ESPECIAL - II SEMESTRE DE 2019

Goiânia (GO) sedia 8º Seminário Nacional de Tomate de Mesa EVENTOS ABCSEM realiza e participa de eventos importantes em 2019

NOTAS Confira os últimos acontecimentos


ÍNDICE

NOTAS DA ASSOCIAÇÃO

CAPA

Confira os últimos acontecimentos

Goiânia (GO) sedia 8º Seminário Nacional de Tomate de Mesa

EVENTOS

ABCSEM realiza e participa de eventos importantes em 2019 – Hortitec – Workshop DSV & VIGIAGRO – Encontro de Viveiristas RJ

EXPEDIENTE Conselho Editorial Marcelo Pacotte Jornalistas responsáveis Isabella Monteiro – MTB: 57224/SP Daniela Mattiaso – MTB: 47861/SP Projeto Editorial e Gráfico MyPress & Co.

A Revista da ABCSEM é uma publicação digital da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas, que tem como objetivo divulgar informações sobre o mercado de hortaliças e flores. Este veículo de comunicação possui periodicidade trimestral, com visualização gratuita e circulação livre na WEB. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente a visão da ABCSEM. © Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução total ou parcial de textos e imagens sem autorização prévia.


NOTAS

JUN

CONGRESSO ISF

DA ASSOCIAÇÃO AGO

DECRETO DE SEMENTES

O Ministério da Agricultura (Mapa), com a participação da ABCSEM e da ABRASEM, além de demais instituições e representantes, realizaram a revisão do Decreto de Sementes e Mudas. Após a publicação, o novo texto trará maior desburocratização e agilidade para os processos do setor no país. Ao todo, para a revisão do decreto, foram realizadas 15 reuniões, com o envolvimento direto de 130 pessoas, 42 AFFAs, 88 representantes do setor regulado e 52 instituições. SET

IN 42

Mais uma grande vitória foi conquistada pela ABCSEM em prol do setor: a Instrução Normativa (IN) nº 42, de 17 de setembro de 2019. Ela estabelece as normas para a produção e a comercialização de sementes e mudas de espécies olerícolas, condimentares, medicinais e aromáticas e os seus padrões de sementes, com validade em todo o território nacional, visando a garantia de sua qualidade e identidade. Essa norma revoga a Portaria nº 457, de 1986, a partir de 31 de março de 2020. NOV

VI ENCONTRO SOBRE CULTURAS DE SUPORTE FITOSSANITÁRIO INSUFICIENTE

A fim de consolidar os avanços e construir uma solução definitiva para o registro de agrotóxicos no país, com foco em minor crops, aconteceu o VI Encontro sobre Culturas de Suporte Fitossanitário Insuficiente do Brasil, nos dias 13 e 14 de novembro, na sede da Anvisa, em Brasília (DF). O evento foi promovido pela Anvisa, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e contou ainda com a participação da ABCSEM.

Representantes da ABCSEM participaram do renomado Congresso Internacional de Sementes, promovido anualmente pela Federação Internacional de Sementes (ISF), que aconteceu de 3 a 5 de junho em 2019, na cidade de Nice, na França. O evento reúne associações, órgãos públicos e empresas privadas, atuantes no mercado de grandes culturas, flores e hortaliças, com o objetivo de discutir os mais diversos assuntos de interesse global, relacionados à produção e comercialização de sementes ao redor do mundo. No local foram realizadas mesas de negociações, apresentações, reuniões e demais atividades.

DEZ

PUBLICAÇÕES DE ARP’s Foram publicados seis processos de Análise de Riscos de Pragas (ARP), são eles: •

INs n° 23, 24 e 37/2019, importação de sementes de cucurbita pepo e cucurbita moschata e máxima de origem Uruguai, Argentina e Paraguai.

• IN n° 29/2019, importação de sementes X de Citrullus lanatus (melancia) de origem Uruguai, Argentina e Paraguai. •

IN n° 33/2019, importação de estacas de calanchoê (Kalanchoe blossfeldiana) produzidas na Dinamarca.

IN 35/ 2019, importação de sementes de melancia (Citrullus lanatus) (Categoria 4, Classe 3), produzidas em Israel.


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FEIRA

ABCSEM participa da Hortitec 2019 Entidade reforçou a divulgacão da Campanha “AlimentAção + Salada” durante o evento com o apoio de parceiros

A participação da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) na 26ª edição da Hortitec – Exposição Técnica de Horticultura, Cultivo Protegido e Culturas Intensivas, que aconteceu em junho, na cidade de Holambra, foi marcada pela difusão da Campanha “AlmentAção + Salada”.

De acordo com Marcelo Pacotte, Diretor Executivo da ABCSEM, a feira foi uma ocasião bastante oportuna para a divulgação da campanha, considerando ser o maior evento de Horticultura realizado na América do Sul. “Conseguimos atingir desde profissionais da área de sementes, viveiristas,


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produtores, profissionais de órgãos públicos e entidades de classe do setor. Os visitantes puderam conferir as peças publicitárias e os materiais produzidos sobre a campanha, que estamparam o estande da entidade, bem como obter mais informações sobre a adesão ao projeto, a fim de se unirem à ABCSEM nesta iniciativa. Obtivemos ótimos resultados e novas adesões durante o evento”, comemorou. Na ocasião, profissionais das empresas e entidades apoiadoras da campanha, que também estavam presentes no evento como expositoras, utilizaram a logomarca do projeto em seus estandes, banners, camisetas e demais materiais promocionais institucionais, em prol do incentivo à alimentação saudável no país. Cabe ressaltar que todas as empresas,

institutos e associações que quiserem participar, podem solicitar o regulamento da parceria, com as orientações e o material publicitário da campanha junto à entidade, por meio do telefone (19) 3243-6472. Vale destacar ainda que não há nenhum custo para adesão à campanha. Ao longo dos três dias de programação da Hortitec, os visitantes também puderam realizar sua associação à entidade e obter mais informações sobre a importância e os benefícios do associativismo. Além disso, a ABCSEM ainda promoveu a divulgação do seu material promocional sobre as atividades que a entidade realiza em prol do setor e a venda de manuais e livros especializados em horticultura, com foco em profissionais da área técnica, viveiristas, produtores e estudantes.


WORKSHOP

ABCSEM promove a 4ª edição do Workshop DSV & VIGIAGRO Destinado exclusivamente aos associados da entidade, evento contou com uma programação bastante atualizada sobre fiscalização e legislação no setor

No mês de agosto, a Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) promoveu a 4ª edição do Workshop DSV & VIGIAGRO, que reuniu membros do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) e do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro). O evento contou com o apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o patrocínio das empresas: CGO, Sakata, Feltrin, Limagrain e Takii Seed. O workshop foi destinado exclusivamente aos associados da entidade e contou com uma programação bastante atualizada. Segundo Marcelo Pacotte, Diretor Executivo da ABCSEM, a programação contemplada no evento foi elaborada em conjunto com os associados e membros do Ministério da Agricultura, considerando atender os principais pleitos levantados pelo setor. “A ideia é trabalharmos de forma conjunta com proximidade entre todos os elos envolvidos. Estamos aqui reunidos para buscar soluções para o negócio, sempre primando pela credibilidade e confiança do setor sementeiro”, destacou.

Marcelo Pacotte, Diretor Executivo da ABCSEM


Na ocasião, o Presidente da ABCSEM, Paulo Koch, agradeceu a colaboração de todos, especialmente dos patrocinadores, profissionais do Ministério da Agricultura, auditores fiscais, membros de entidades de classe e associados. “Sabemos que a participação de todos reflete um voto de confiança neste trabalho que estamos desempenhando em prol do setor, que com movimentos graduais e positivos, estamos conquistando avanços. Nosso objetivo é discutir com seriedade e transparência aspectos e procedimentos legais, visando aperfeiçoar os processos que viabilizem e facilitem o nosso negócio, e proporcionem o progresso de toda a cadeia e o avanço do país”, argumentou.

TEMAS & PALESTRAS

Paulo Koch, Presidente da ABCSEM

IN ESPECÍFICA DE OLERÍCOLAS Virgínia Carpi, Coordenadora-Geral de Sementes, Mudas e Proteção de Cultivares, do Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) ministrou uma palestra sobre “Norma Específica de Olerícolas e Padrões”. Dentre os principais pontos mencionou a Revisão do Decreto nº 5.153, de julho/2004, na qual virão atualizações positivas quanto à desburocratização e autocontrole. Também mencionou outras duas Instruções Normativas (IN) – a IN 9 (2 de junho/2005) e a IN 24 (16 de dezembro/2005) – que regulam hoje a comercialização das sementes de olerícolas e que, segundo ela, ainda carecem de ajustes que atendam as especificações do setor, ainda não contempladas por estas normativas. Segundo a especialista, a instrução normativa específica para olerícolas, ganhou um grande impulso e vários avanços nos últimos tempos. “Estamos fazendo um trabalho de formalização de procedimentos para atender a todas as necessidades apontadas pelo setor de modo específico para cada segmento contemplado. Este fórum é uma oportunidade para tratar de diversos assuntos em um único momento, com profissionais de diversas áreas”, salientou. Os novos padrões serão aplicados a partir de 31 de março de 2020, para que o setor tenha tempo suficiente de se adequar às novas exigências legais previstas. A IN para olerícolas está sendo construída no mesmo perfil da revisão do decreto, visando a modernização e otimização dos processos, considerando o volume de demanda e também a equipe reduzida dos órgãos regulatórios responsáveis para tocar estes processos. A maior simplificação da norma se trata da inscrição da produção de mudas: anualmente, mediante Declaração de Produção Estimada de Mudas de espécies olerícolas, condimentares, medicinais e aromáticas. “Antes era muito grande o volume de inscrições da produção, o que onerava tanto o produtor, quanto os órgãos responsáveis pela fiscalização. Agora, para atender a demanda e incentivar a regularização, houve a simplificação dos processos de inscrição, incluindo a documentação exigida. Outra mudança: é a simplificação da produção e comercialização de mudas: anualmente, mediante Relatório Anual de Produção de Comercialização de mudas”, explica.


A maior simplificação da norma se trata da inscrição da produção de mudas: anualmente, mediante Declaração de Produção Estimada de Mudas de espécies olerícolas, condimentares, medicinais e aromáticas. “Antes era muito grande o volume de inscrições da produção, o que onerava tanto o produtor, quanto os órgãos responsáveis pela fiscalização. Agora, para atender a demanda e incentivar a regularização, houve a simplificação dos processos de inscrição, incluindo a documentação exigida. Outra mudança: é a simplificação da produção e comercialização de mudas: anualmente, mediante Relatório Anual de Produção de Comercialização de mudas”, explica.

ANÁLISE DE RISCO DE PRAGAS Já o palestrante Tiago Rodrigo Lohmann, Chefe da Divisão de Quarentena Vegetal, falou sobre Análise de Riscos de Pragas (Status das ARPs Prioritárias) & Novas Origens. O profissional explicou que as guias são baseadas no Comitê de Sanidade Vegetal (Cosave) e possuem três etapas: levantamento de pragas associadas a serem analisadas (tabela), avaliação de risco de pragas e o manejo de risco das pragas. Se o risco for médio ou maior, a praga é enquadrada como quarentenária. Em 2017, a ABCSEM encaminhou uma lista com 18 pragas como sendo prioritárias para ARP, a fim de que fossem adequadas na normativa. “Precisamos definir bem nesta revisão da norma novos processos que nos possibilitem trabalhar melhor e com segurança, além de alinharmos juntos isso com a iniciativa privada”, observou Lohmann. A proposta de revisão da normativa contempla os seguintes itens: ARP feita pelo interessado (modelo COSAVE); possibilidade de ARP para diferentes grupos taxonômicos; modelo de ARP simplificada (DSV); autorização para híbridos de parentais já autorizados; possibilidade de dispensa baseando-se no método e grau de processamento e no uso previsto dos artigos regulamentados e amostragem racional (amostragem para identidade e qualidade de amostragem para análise fitossanitária).

COMÉRCIO EXTERIOR DE SEMENTES E MUDAS O Engenheiro Agrônomo, Clemente Savietto, do Serviço de Vigilância Agropecuária do Aeroporto de Viracopos, abordou o tema “Harmonização de procedimentos na importação e exportação de sementes e mudas”. A Instrução Normativa nº 71, de 13 de novembro/2018, estabelece os procedimentos e os critérios para emissão do Certificado Fitossanitário (CF) e o Sistema de Informações Gerenciais do Trânsito Internacional de Produtos Agropecuários (SIGVIG 3.0) foi criado atendendo essa IN. “Este novo sistema permitirá a troca eletrônica de Certificados Fitossanitários com outros países, sem a necessidade de documento físico. A medida diminui o risco de fraudes e de adulterações no documento físico e representa a desburocratização dos processos de importação e exportação de alimentos e fibras no mundo”, explicou Savietto na oportunidade. O interessado deverá se certificar da existência de requisitos fitossanitários específicos por parte do país de destino do produto. As informações do país importador constam no site: www.ippc.int. Mais detalhes sobre outras questões legais relacionadas ao comércio exterior de sementes e mudas estão disponíveis no Portal Único: www.portalunicosisxcomex.gov.br


TRATAMENTO DE SEMENTES E REGISTRO DE DEFENSIVOS Por fim, Carlos Venâncio, Coordenador-Geral de Agrotóxicos e Afins do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, palestrou sobre o “Registro de Agrotóxicos e Afins (CSFI) – Tratamento de Sementes para Minor Crops”. Segundo ele, cerca de metade das embalagens que o mundo recolhe de pesticidas são do Brasil. “Somos um modelo internacional de recolhimento deste tipo de embalagens”, destaca. Ele alerta que o principal problema dos agrotóxicos é o mau uso, por isso é fundamental fomentar a utilização dos equipamentos de segurança e a administração da aplicação correta destes produtos. “E cabe ainda ao MAPA o cadastramento destes produtos, por meio de registro dos defensivos agrícolas específicos. Mas infelizmente temos um sistema defasado em relação ao tamanho da agricultura brasileira”, aponta. No segmento hortícola, as principais Culturas de Suporte Fitossanitário Insuficiente (CSFI) são: abobrinha, alface, alho, beterraba, brócolis, couve, pepino, pimentão e repolho. São muitos os desafios elencados por Venâncio, dentre os quais: estabelecimento do grupamento de flores e plantas ornamentais; recebimento de pleitos de culturas CSFI não alimentares e regulamentação da recomendação fora do rótulo. O profissional salienta que o trabalho de Minor Crops em nível internacional é resultado de uma articulação conjunta entre produtores, indústria, governo e pesquisa, o que tem proporcionado bons resultados para o setor.


CAPA

Goiânia (GO) sedia 8º Seminário Nacional de Tomate de Mesa Durante dois dias, mais de 200 profissionais participaram do 8º Seminário Nacional de Tomate de Mesa em Goiânia (GO), que trouxe palestras, cursos e feira de exposições sobre o tema


O 8º Seminário Nacional de Tomate de Mesa (8º SNTM), que aconteceu no mês de setembro em Goiânia (GO) debateu os avanços, as tendências e os desafios do setor no Brasil e congregou os principais representantes da cadeia produtiva do tomate de mesa do país. O evento foi promovido pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM), em parceria com a Win Eventos, o encontro teve como objetivo agregar conhecimento atualizado sobre os assuntos mais relevantes relacionados à produção e comercialização da hortaliça no país. No local, os participantes também puderam conferir alguns produtos e serviços apresentados pelas empresas expositoras. “Nós, da ABCSEM, temos uma responsabilidade muito grande que é a de defender os interesses de toda cadeia hortícola e, em especial, dos tomaticultores, lutando por melhores condições de financiamento, incentivos fiscais ao campo, pela maior participação e envolvimento do setor e com isso alavancar cada vez mais os negócios do segmento, sendo que seminários como este são de vital importância para trocarmos ideias, encontrarmos soluções e juntos fomentarmos o nosso produto na mesa dos brasileiros”, destacou Edmilson Luiz Bagattini, VicePresidente da ABCSEM, durante a abertura do evento. Dentre os principais temas debatidos na oportunidade, destacaram-se: “A Evolução do Mercado de Tomate de Mesa no Brasil quanto produção, distribuição e consumo; nutrição; controle fitossanitário; legislação, rastreabilidade, cultivo protegido, fertilização, gestão de negócios, etc. O evento contou com o patrocínio das empresas BlueSeeds, Sakata, Yara, além do apoio da Editora Gazeta. De acordo com Marcelo Pacotte, Diretor Executivo da ABCSEM, “pelo seu tamanho, há uma grande competitividade neste mercado, o que tem exigido a constante atualização dos produtores quanto a novas práticas e tendências do setor, a fim de obterem uma maior eficiência na produção e na comercialização de seus produtos. Por isso, o objetivo da ABCSEM com este seminário, realizado já há oito anos, é o de potencializar os negócios do setor, por meio da disseminação de conhecimento atualizado sobre a cultura e das possibilidades de novos vínculos comerciais entre todos os agentes da cadeia do tomate de mesa”.


PANORAMA DO MERCADO Atualmente, a cultura do tomate é a responsável pelo maior volume de produção dentro da horticultura brasileira, sendo o Estado de Goiás uma referência nacional no cultivo e o principal polo de produção nacional da cultura. Segundo Bagattini, “só em 2018, no Brasil, foram cultivados mais de 43 mil hectares de tomate de mesa, movimentando uma cifra anual no varejo superior a R$ 9 bilhões”. Além da necessidade de um maior incentivo ao consumo no país, outros requisitos fundamentais para impulsionar ainda mais o crescimento deste mercado no Brasil, ao longo dos próximos anos, são o maior uso de híbridos a campo; cultivo protegido; maior agregação de valor aos produtos; emprego de novas tecnologias a campo; rastreabilidade; dentre muito outros. De acordo com Bagattini, “os brasileiros consomem apenas 27 kg de hortaliças per capita, enquanto outros países consomem bem mais. Na Itália, o consumo é de 157,7 kg, nos Estados Unidos a média é de 98,5 kg e em Israel gira em torno de 73,0 kg”, enumera. E este consumo incipiente representa uma grande oportunidade de expansão deste mercado. A busca por mais qualidade de vida, visando longevidade e prevenção de doenças, têm motivado o brasileiro a consumir mais hortaliças e frutas no dia a dia. E esta crescente tendência tem ampliado as oportunidades de mercado. No período de 2008 a 2018, o consumo recomendado de frutas e hortaliças cresceu 15,5%, segundo dados do Ministério da Saúde. Para Ayrton Almeida Tullio Junior, Conselheiro de Mudas de Hortaliças da ABCSEM, “o setor deve estar atento para entregar ao consumidor o ele deseja: saúde, segurança e rastreabilidade, além de uma vasta oferta de produtos de diferentes cores e sabores, a fim de buscarmos a constância no consumo e a sustentabilidade do negócio”, salientou. O pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA- Esalq/USP), João Paulo Deleo, elencou também outros requisitos positivos, tais como: alto crescimento do snack saudável (alimento pronto para o consumo), construção de marcas de referência de qualidade e segurança e atratividade e experiência na compra, “produtos frescos e de alta qualidade em tempo integral é um valor para o consumidor de hortifrúti de forma geral”, destacou. Segundo Deleo, é fundamental que haja a integração de toda a cadeia, do produtor ao varejo, buscando determinar padrões de qualidade e coordenação eficiente do processo, e isso impactará diretamente em benefício do consumidor. “Quando não há essa


coordenação, o consumidor adquire um produto de qualidade irregular, inferior, oferta intermitente, mais caro e o produtor também acaba sofrendo as consequências. Um dos primeiros passos para ampliar a eficiência é a padronização dos HFs. O tomate de modo especial precisa alcançar a excelência em termos de padrão de mercado”, acredita. Nos últimos anos houve queda nas áreas de cultivo de tomate de mesa no Brasil, mas além da crise, esta diminuição se deve também ao maior incremento de tecnologia nas lavouras, que proporcionaram maior produtividade, em áreas menores. O profissional salientou ainda que “a sustentabilidade nos negócios deve primar por boas práticas agrícolas, manejo, tudo o que envolve o campo, alimento seguro, aspectos sociais, sustentabilidade ambiental; e boas práticas de gestão, visando lucro, manutenção do negócio, permanecer na sua atividade e aumentar seu patrimônio ao longo dos anos. Este deve ser o pensamento do empresário rural”, ponderou. Já Nelson Mallmann, proprietário da Hortigranjeiros Mallmann, abordou em sua palestra alguns dos problemas vividos pelo produtor rural, tais como: mão de obra informal, falta de acompanhamento técnico, presença de tomate rasteiro no mercado de mesa, inviabilizando o tomate envarado no inverno, dentre outros. “Infelizmente, muitos produtores recorrem a práticas ilegais para minimizar o alto custo do plantio de tomate de mesa, o que enfraquece o setor. Por outro lado, o Varejo quer manter o tomate como uma commodity, com venda a granel, para garantir o preço mais acessível ao consumidor, não tendo interesse na especificação por marcas, o que também reduz as oportunidades de agregação de valor ao produto”, exemplificou. Pensando na outra ponta da cadeia, Solange Medeiros de Abreu, Coordenadora Institucional do Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais (MDC/MG) destacou que “o consumidor é o elo da corrente que constitui a cadeia do consumo de produtos e de serviços, por isso é importante que o setor esteja atento às necessidades e direitos do consumidor, não negligenciando isso em benefício comercial ou mesmo por falta de estrutura adequada para atendimento”.


DEPOIMENTOS DE PARTICIPANTES Produzo tomate e trabalho dando assistência técnica para produtores rurais. A minha expectativa em vir participar deste evento é descobrir novas tecnologias, diferentes manejos, para melhorar tanto a produção, como também atender melhor os meus clientes. Em geral, nossos maiores desafios estão no comércio, com a atuação dos atravessadores, e também a questão das pragas. Acho importante que os produtores busquem se unir, formar uma cooperativa, associação, para melhorar seu negócio” – Diego Munhoz Dias, produtor de Faxinal (PR)

“Mudas de hortaliças no geral, especialmente de tomate, já há 18 anos. O objetivo de participar deste seminário é estar focado nas mudanças de mercado, nas novas tecnologias, tendências de mercado e de consumo do tomate de mesa. Me chamou bastante a atenção a mudança que está acontecendo em relação ao consumo, pois o consumidor está cada vez mais querendo qualidade e variedade. E achei interessante o comparativo que foi feito de outros produtos que evoluíram no Brasil e quanto o tomate ainda precisa evoluir para elevar ainda mais o consumo”. – Sérgio Martins da Silva, viveirista de Goiânia (GO)

“Há 15 anos produzo tomate, mas minha família já faz isso há 50 anos. Na realidade eu sempre participo dos encontros de viveiristas da ABCSEM. Todas as palestras estão sendo interessantes para agregar valores na cadeia e mostrar quais são as tendências futuras. Na palestra sobre a Visão do Produtor, foi dito exatamente o que nós produtores passamos e na palestra da Visão do Consumidor, percebemos que o consumidor não tem tanta informação e isto é uma falha do setor. Na parte de comercialização estarmos atentos ao que nos deixa mais competitivos no mercado. De forma geral, os produtores ainda têm uma certa resistência de sair da propriedade, mas aos poucos está mudando esta mentalidade” – Ivan Fukuda, produtor de Reserva (PR)

“Vim participar deste evento para obter mais conhecimento sobre o tomate de mesa, principalmente para minha pesquisa, pois trabalho com o mapeamento dos produtores no estado de Goiás. E por ser um dos mais expressivos estados produtores, tem essa necessidade de ter esta informação, importância econômica da cultura. Nos trabalhos de campo que venho desenvolvendo identificamos que a administração, visão do negócio e introdução de novas tecnologias são demandas urgentes para o setor. A maior parte deles é composta por pequenos produtores, com áreas de 1 a 4 hectares, que emprega muita mão de obra”. – Caroline Torres Quintanilha, pesquisadora e estudante de Agronegócio em Goiânia (GO)


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ENCONTRO

ABCSEM realiza XVI Encontro de Viveiristas em Nova Fribrugo (RJ) Entidade organizou e promoveu o evento, a fim de orientar e atualizar produtores cariocas sobre os principais temas relacionados à produção de mudas

Conhecida como um dos principais polos da agricultura do estado do Rio de Janeiro, a cidade de Nova Friburgo recebeu a 16ª edição do tradicional Encontro de Viveiristas, evento itinerante realizado anualmente pela Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM).

Pindstrup, Hortec e apresentou uma programação temática completa, com os principais assuntos relacionados à produção de mudas de qualidade, considerando aspectos nutricionais, manejo, prevenção e controle de doenças, enxertia, bem como aspectos legislativos relacionados.

O encontro foi realizado em outubro e contou com o patrocínio das empresas: Feltrin, Sakata, Takii Seed, Limagrain,

Confira, a seguir, alguns dos principais destaques das palestras apresentadas durante o encontro.


Importância da nutrição O Engenheiro Agrônomo e Sócio da Conplant Consultoria, Pedro Furlani, palestrou sobre o tema “Como obter mudas de alta qualidade através da nutrição”. A produção de mudas é um sistema de cultivo hidropônico, que tem o substrato como base. Contudo, cabe ressaltar que o substrato é somente um suporte físico para as raízes das plantas e não possuem reservas de nutrientes ou capacidade de fornecimento. Neste caso, Furlani explicou na oportunidade, que é fundamental seguir algumas recomendações, tais como: aplicar uma solução completa de nutrientes (macros e micronutrientes); ter cuidado especial com a forma do nutriente aplicado; manter o pH da solução ligeiramente ácido para a máxima disponibilidade de nutrientes; monitoramento contínuo e ajustes constantes entre as concentrações de nutrientes na solução nutritiva. “Ainda não temos no Brasil, base de dados para montagem de tabelas de adubação em substratos, como existe para o cultivo em solos em diferentes regiões. Já em países onde o cultivo protegido está bem desenvolvido, existe muita tecnologia disponível”, comentou. O profissional salientou também que para preparar uma solução nutritiva, o viveirista deve levar em conta alguns aspectos: conhecer a água – química e microbiológica; sais ou fertilizantes simples; fertilizantes compostos – fórmulas prontas; mistura de sais/fertilizantes simples com fertilizantes compostos.

Benefícios da enxertia Sebastião Azevedo, Melhorista de Sementes da Hortec, abordou um tema bastante atual, que tem crescido no cenário produtivo: “Mudas enxertadas com qualidade”. A enxertia vem ganhando cada vez mais espaço na horticultura, por proporcionar diversos benefícios produtivos. Ela é adotada com a finalidade de aumentar a longevidade e prolongar a colheita por vários meses, mesmo em período de frio; assegurar maior tolerância à seca, buscando trazer estabilidade e rusticidade à planta em locais que possuem maior concentração de salinidade; e também como uma ótima alternativa para evitar doenças de solo, bom requisito para produção orgânica. No Brasil, as principais culturas de hortaliças enxertadas são: pimentão, pepino, tomate, berinjela, jiló e miniabóbora, sendo o tomate a cultura que mais vem crescendo no país nos últimos anos. Azevedo explicou em sua palestra que a proteção contra Ralstonia é o principal motivo para o uso de porta-enxerto em tomate. “Este é um grande problema para a produção, que tende a se intensificar com as temperaturas mais altas e maior umidade. Em estufas, a Ralstonia tende a ser ainda mais incidente. O uso de porta-enxerto também é uma estratégia bastante usada para evitar o Fusarium 3”, apontou.


Manejo integrado Eficiente Evelyn Araújo, Especialista em Fitopatologia e sócia da Conqualy Consultoria, tratou na ocasião do tema “Mudas sem Doenças Prevenção e Proteção”. De acordo com ela, as mudas de qualidade são fundamentais para obtenção de uma planta sadia e bem formada, além de evitarem a morte precoce de plantas; a introdução de patógenos em áreas isentas e indicarem a antecipação do início de epidemias, diminuindo assim o gasto com manejo de doenças, proporcionando maior retorno na produção e rendimento. Contudo, ela salientou durante a sua explanação, que é preciso que o viveirista atue com atividades integradas, ou seja, prevenindo a entrada de patógenos e controlando os focos existentes, maximizando assim a eficiência dos processos. O manejo deve considerar a combinação de medidas integradas num sistema flexível e compatível com o tipo de produção adotado.

Legislação otimiza processos Já Luciana Pozzer, Fiscal Federal Agropecuário do Ministério da Agricultura (Mapa), ministrou uma palestra sobre “Legislação de Sementes e Mudas”, na qual abordou a Instrução Normativa 42/2019, que agregou as demandas de duas outras instruções normativas de forma única – a IN 9/2005 (trata da produção de sementes) e a IN 24/2005 (trata da produção de mudas) –,, congregando a regulamentação do setor hortícola como um todo. De acordo com Luciana, “as olerícolas tem como característica um ciclo muito curto, portanto, isso teve que ser levado em consideração nesta IN, o que resultou na simplificação de processos. Há documentos que não precisam mais ser entregues, mas devem ser mantidos por até cinco anos junto ao produtor, em caso de fiscalização”, exemplificou a profissional. Segundo ela, a IN 42 trouxe inúmeros benefícios, dentre os quais: simplificar os processos para a inscrição da produção de mudas e o seu relatório de produção e comercialização; evitar duplicidade de inscrição de produção; trazer esclarecimentos sobre processos de embalagem, reembalagem, armazenamento e análise de sementes; simplificar o Termo de Conformidade de Sementes; facilitar inscrição no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) de comerciante de sementes/mudas para uso doméstico e estabelecer padrões de sementes para mais espécies.


“Tenho viveiro há um ano e é a primeira vez que participo deste evento. Não sabia que existia um encontro de viveiristas. Para quem está começando é muito importante trocar ideias, e ter conhecimento sobre o que outros viveiros estão fazendo e adequar isso à realidade da nossa região. O que me chamou muita atenção foi a palestra sobre nutrição, pois tinha muitas dúvidas sobre o assunto” – Fabrício Pereira, Viveirista de Santa Maria de Jetibá (ES)

DEPOIMENTOS Confira, a seguir, alguns depoimentos de participantes do Encontro de Viveiristas de Nova Friburgo (RJ).

“É a primeira vez que venho em um evento da ABCSEM. O meu foco principal era a troca de experiências, porque as vezes ficamos presos no nosso próprio mundo e vendo outros exemplos de outros viveiristas, nos dá novas ideias. Trabalhamos com enxertia já e a palestra sobre o assunto possibilitou aprender ainda mais. Mas o meu interesse principal foi sobre o assunto de fitossanidade dos viveiros na produção de mudas” – Joice Thuler Pereira, Viveirista em Sumidouro (RJ).

“Este encontro de viveiristas foi muito válido para aprender e reciclar meu conhecimento, além de ter permitido trocar experiências com outros colegas da área. Por mais que conheçamos os assuntos, pois fazem parte do nosso dia a dia, sempre há informações novas e dúvidas que podemos esclarecer” – Gustavo Anderson Silva, Viveirista de Bom Jardim (RJ) “Produzo verduras e hortaliças no geral, com foco principal em folhosas e brássicas. A minha expectativa era de agregar conhecimento, até porque estou estudando Agronomia. Achei o evento muito organizado e as palestras interessantes, bem explicativas. Gostei bastante do tema relacionado aos substratos, tirei dúvidas sobre o assunto. Foi muito válido” – Camila Schuenck Resende, Viveista de Nova Friburgo (RJ).


Todo o setor brasileiro de sementes e mudas de hortaliças, flores e ornamentais se reúne aqui


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