[FINAL] Anteprojeto - Naiana Ribeiro

Page 1

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO HABILITAÇÃO EM JORNALISMO

NAIANA ALBUQUERQUE MARANHÃO RIBEIRO

(DES)CAPRICHO: PLATAFORMA MULTIMÍDIA PARA ADOLESCENTES NÃO REPRESENTADAS PELA PRINCIPAL REVISTA TEEN DO BRASIL

Salvador – Bahia 2014


2

NAIANA ALBUQUERQUE MARANHÃO RIBEIRO

(DES)CAPRICHO: PLATAFORMA MULTIMÍDIA PARA ADOLESCENTES NÃO REPRESENTADAS PELA PRINCIPAL REVISTA TEEN DO BRASIL

Anteprojeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de graduação de Comunicação Social - habilitação em Jornalismo, da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, como requisito avaliativo da disciplina Elaboração de Projeto em Comunicação. Docente: Profª. Maria Carmem Jacob de Souza Sugestões de Orientação: Fábio Sadao Nakagawa ou Malu Fontes

Salvador 2014


3

RESUMO O presente anteprojeto, apresentado como avaliação final da disciplina Elaboração de Projeto em Comunicação (COM 116) na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, pretende detalhar as etapas de produção do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) a ser apresentado no semestre 2015.2. Durante a adolescência, fase de transição da vida marcada pelas crises e pela formação da identidade, as jovens recorrem frequentemente aos meios de comunicação como referência para constituição do seu eu. Nesse espaço, encontramos como veículo hegemônico a revista líder de mercado Capricho. Os meios criam e reproduzem conteúdos que passam a ser referências não só culturais, mas também de padrões para adolescentes encontrarem respostas e soluções para determinadas situações de suas vidas. Desta forma, direta e indiretamente, as jovens acabam submetidas aos padrões de beleza, de corpo e representações que são cultivados pelas publicações. Com objetivo de elaborar uma plataforma online multimídia que sirva como uma alternativa às adolescentes que não se sentem representadas por estes meios de comunicação hegemônicos, especialmente a Capricho, este trabalho busca compreender a relação que as adolescentes estabelecem com as publicações teen, observando em quais situações as jovens não se sentem representadas. A pesquisa com as adolescentes permitirá uma identificação dos conteúdos e dos interesses que traduzem de melhor forma a fase que estão vivendo para assim elaborar essa plataforma. Lançada em forma de dossiê, o produto possuirá como referência as narrativas multimídias verticais, buscando atrair e representar de forma fidedigna o universo adolescente, com os conteúdos identificados como mais próximos da realidade das jovens.

Palavras-chave: adolescência; identidade; padrões; revista representação; multimídia; webjornalismo; narrativas verticais.

Capricho;

referenciais;


4

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................. 5

1.1 OBJETIVOS..................................................................................... 8 1.1.1 Objetivo Geral................................................................................. 8 1.1.2 Objetivos Espefícos......................................................................... 8 1.1.3 Objeto.............................................................................................. 8

2. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................. 9

3. A DELIMITAÇÃO DA QUESTÃO................................................... 17

4. JUSTIFICATIVA................................................................................. 21

5. METODOLOGIA................................................................................ 23

6. CRONOGRAMA.................................................................................. 25

7. ORÇAMENTO..................................................................................... 27

8. REFERÊNCIAS................................................................................... 28


5

1. INTRODUÇÃO Desde cedo, as adolescentes são impostas a uma série de elementos culturais que, direta ou indiretamente, influenciam na construção de suas identidades. Sejam estes elementos do dia a dia, como ideais e pensamentos de pessoas que estão presentes no ambiente social em que estas garotas vivem, ou então estímulos visuais, como programas de televisão, revistas, anúncios, dentre outros. Eles tendem a incorporar uma narrativa unilateral, sobretudo do corpo da adolescente contemporânea e de suas representações. Como diz Filgueira (2003), quando se fala em cultura dos brasileiros não é difícil observar as constantes imagens de corpos que nos são constantemente apresentadas e, também, ditas. Desde as passarelas da moda, aos teatros e também na dança, nos esportes e nas revistas, é notória a venda de objetos pela publicidade. Isso também ocorre nas novelas e programas de televisão, nos filmes, nas ruas, parques e academias. Desta forma, para autora, o corpo se exibe e ao mesmo tempo é exibido, tornando-se objeto de diferentes discursos e desejos. A autora também mostra como o culto ao corpo é enfatizado como uma obrigação. Vejamos:

Vivemos um momento em que o culto ao corpo se tornou quase uma obrigação. Os corpos não só se tornaram mais visíveis como foram, também, tornados objetos de investigação. Ou seja, sobre ele se criam imagens, discursos, formas de admirá-lo, de negá-lo, de representá-lo. O corpo não é só um corpo. É também o que dele se diz. (FIGUEIRA, 2003, p.1).

A revista Capricho 1, periódico que circula em todo o território nacional e líder de vendas entre o público que se propõe, surge como elemento essencial no que tange aos cuidados com o corpo, dando ênfase à atividade física, à beleza e à moda. “É possível pensar que a Capricho é, junto a tantas outras, é uma instância a constituir identidades adolescentes (...). 1

A revista Capricho passou a ser mensal em abril de 2014. Antes disso, era uma publicação quinzenal com tiragem de 200.000 exemplares por mês e mais de 2,5 milhões de leitores por edição. No entanto, apesar de ter diminuído o número de edições, foi lançada uma revista digital semanal, a Capricho Week,disponível nas lojas de aplicativos App Store e Google Play. Cada edição custa US$ 0,99. Além disso, a revista em papel ganhou mais páginas, ganhou um papel de capa mais firme e passou a custar R$ 5,99, R$1,00 a mais do que o preço anterior. Na época, a diretora de redação do título, Tatiana Schibuola, declarou que a mudança foi para se adequar à realidade das adolescentes, que passam boa parte do tempo conectadas à internet. “Quando a Capricho passou a ser quinzenal, há 18 anos, não tínhamos uma internet tão disseminada. Então as leitoras contavam apenas com a revista impressa para se atualizar. Mas hoje as adolescentes estão próximas de Capricho 24 horas por dia. Temos o nosso site (...); a TV Capricho, ao vivo - das 17h às 19h, de segunda à sexta; e lançamos recentemente a nova Capricho Week - uma edição semanal produzida exclusivamente para o celular. Diante desse cenário, fazia todo o sentido que a revista tivesse periodicidade mensal”, afirmou TatianaSchibuola, em entrevista ao site da editora Abril, disponível em: <http://grupoabril.com.br/pt/imprensa/releases/caprichoanuncia-edicao-impressa-mensal-e-edicao-exclusiva-para-iphone>. Acesso em: 07 dez 2014.


6

Posso dizer que não há uma identidade adolescente fixa. Ela é criada e representada de diferentes formas, em diferentes grupos sociais, religiões, etnias, etc” (FIGUEIRA, 2003, p.7).

A mesma autora ressalta, inclusive, que a revista Capricho – apesar de ter sofrido diversas transformações editoriais desde seu início, em 1952 - é uma publicação2 que, há algum tempo, se consolidou no mercado editorial brasileiro como uma revista dirigida ao público feminino adolescente.

a Capricho quer mostrar o que é atual e o que está interessando as suas leitoras. São, por exemplo, as reportagens com atores e atrizes das telenovelas, as matérias sobre comportamento, beleza e moda que passam a ocupar as suas páginas. Deseja-se agora agradar e conquistar um novo público, identificado como sendo constituído por jovens de 15 a 29 anos (...) em 1999, há uma mudança na direção da revista e com ela a decisão de ampliar seu público alvo, chegar às meninas que estão vivendo a adolescência, independente de suas idades. Ou seja, aqui o que importa já não é mais fixar idades para suas leitoras. O que está posto é a possibilidade de viver a adolescência desde que a garota se identifique e/ou seja identificada com essa denominação. (FIGUEIRA, 2003, p.7).

Além de ser utilizada frequentemente pelas adolescentes que querem encontrar respostas ou soluções para determinadas situações de suas próprias vidas, a publicação, assim como outras para o público, como a revista Todateen3 e a revista Atrevida4, representa uma instância de referência cultural que influencia na construção de identidades adolescentes, criada e representada de diferentes formas, em diferentes grupos sociais, religiões, etnias, etc, como ressalta Filgueira (2003).

A Capricho é instância pedagógica produtora de conhecimento e de saberes sobre o corpo, a moda, a atividade física, a beleza, a saúde e a sexualidade pois figuram nas suas páginas diversas representações de corpo, vários discursos que apontam caminhos e atitudes a serem seguidos, depoimentos de personalidades tomadas como exemplos, anúncios que vendem distintos produtos específicos... enfim, nas páginas da Capricho ensina-se como ser uma adolescente bonita, atraente e moderna. (FIGUEIRA, 2003, p.3).

2

Neste trabalho, “publicação”, quando relacionado à revista Capricho, deverá ser vista como sinônimo da marca e dos seus mais diversos produtos – aplicativo, site, revista impressa, entre outros. 3 A revista Todateen, da Editora Alto Astral, é publicada mensalmente e teve sua primeira edição publicada em 1995. Direcionada ao público adolescente feminino das classes A e B, de 12 a 17 anos, a revista fala sobre amor, sexo, relacionamento, drogas, família, moda, beleza, saúde, música, ídolos e baladas, entre outros assuntos para este público. De acordo com o Instituto Verificador de Circulação (IVC), a revista tem circulação mensal média de 90 mil exemplares. O site da revista, hospedado no UOL, tem cerca de 1,1 milhão de visitas por mês. 4 A Atrevida também é uma revista voltada ao público adolescente feminino. Publicada mensalmente pela Editora Escala, traz assuntos como amor, relacionamento, sexualidade, beleza, moda, música, ídolos e atualidade. O primeiro exemplar da Atrevida foi publicado em 1994.


7

Apesar da forte influência do periódico na construção de identidades, nem sempre – e na maioria das vezes - as adolescentes se sentem representadas por aqueles valores, imagens e, sobretudo, corpos que são vendidos. Enquanto a Capricho fala para as adolescentes serem elas mesmas, em algumas matérias, nos próprios editoriais de moda aparecem modelos magras e consideradas no padrão ideal de beleza. Uma das questões que guia este trabalho é a seguinte: como elaborar uma publicação para uma “adolescente moderna” que não se encaixa nos padrões da Revista Capricho? A partir das considerações feitas sobre a influência da revista Capricho no cenário contemporâneo e nas ideias expostas sobre a forma que o corpo e outros padrões, são exibidos, abordados, discutidos e, de certa forma, vendidos, nesse e outros periódicos, este trabalho tem por objetivo apresentar uma alternativa ao público jovem5 feminino, por meio de um site em forma de plataforma online e multimídia, que não se sente – e nem precisa se sentir – representado pela revista Capricho.

5

Neste projeto, os termos “adolescente” e “jovem” devem ser entendidos como sinônimos.


8

1.1.

OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral Planejar e produzir uma plataforma online multimídia voltada ao público adolescente que não se sente representado pelos conteúdos produzidos e compartilhados por revistas e portais homogêneos, como a revista líder de mercado Capricho.

1.1.2 Objetivos específicos 

Compreender a relação que as adolescentes estabelecem com as revistas teen e seus respectivos sites;

Observar em quais situações as jovens não se sentem representados pela Capricho com maior frequência;

Identificar, por meio das adolescentes, quais conteúdos e interesses que traduzem de melhor forma à fase que estão vivendo;

Elaborar uma plataforma online multimídia que atraia e represente de forma fidedigna o universo adolescente, com os conteúdos identificados como mais próximos da realidade das jovens. Além disso, a plataforma pode atrair pais, educadores e outras pessoas que não estejam vivenciando esse período da vida, mas que, porventura, convivam com adolescentes;

Desenvolver uma estratégia de divulgação da plataforma online.

1.1.3. Objeto Este trabalho tem como objeto a produção de uma plataforma online multimídia que atraia o público adolescente do sexo feminino que não se sente representado pelas revistas teen atuais e seus respectivos sites. Provisoriamente intitulado de “(Des)capricho”, fazendo uma analogia direta à revista Capricho e ao fato de que não é preciso seguir todos os padrões impostos pela sociedade não somente às adolescentes, mas às mulheres em geral, o site tem como principal objetivo trazer conteúdos alternativos aos disponibilizados pelas revistas e publicações brasileiras para este público jovem. A plataforma pretende ir de encontro ao que é ditado e produzido, sobretudo pelas revistas Capricho, Atrevida e Todateen. Para tanto, trazendo outras abordagens das mesmas questões e, ainda, colocando em pauta conteúdos não discutidos por estas publicações.


9

2. REFERENCIAL TEÓRICO

A proposta de trazer uma alternativa de conteúdo ao público adolescente feminino ao que é produzido pelos meios de comunicação vigentes, como é o caso da revista Capricho, é o que orienta a minha proposta de pesquisa. Para tal, é preciso compreender qual o público da Capricho e a qual público irei me dirigir. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) 6, a adolescência é o período entre 12 e 18 anos. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS)7 defende uma abrangência maior: dos 10 aos 19 anos. A Organização das Nações Unidas (ONU), por sua vez, limita a juventude entre as idades 15 e 24 anos. Apesar dessas definições, este trabalho não pretende se fixar em um limite cronológico e compreende que qualquer uma das limitações terá ao menos uma parcela do seu público, já que o público alvo da Capricho, adotado desde 1982, é composto por jovens de 15 a 29 anos. De acordo com a Marplan, empresa de pesquisa de mercado que lida com a publicidade da revista, 65% do público da Capricho tem idades entre 10 e 19 anos. Da mesma forma, 51% dos leitores são de classes A e B (MARPLAN, 2013). Atualmente, com tiragem de cerca de 160 mil exemplares, a revista mensal atinge uma média de 1,8 milhão de leitoras por edição. Como a plataforma multimídia surge como uma alternativa às jovens que não se sentem representadas pela revista, o público escolhido para o produto online coincide com o público da revista Capricho. Já o público target, mais específico, será de meninas de 13 a 17 anos, o equivalente ao adotado pela publicação após sua reforma visual, em 2006. “CAPRICHO é hoje uma marca presente em vários aspectos da vida da adolescente brasileira. Está na revista, no site, no celular, em produtos licenciados, games e eventos. Sempre buscando explicar o mundo de um jeito simples e divertido e oferecendo os serviços mais relevantes para as meninas de 13 a 17 anos” (ABRIL)8. É importante observar, ainda, que o momento da vida denominado de adolescência pode ser entendido como um período determinante e essencial para a formação da identidade de qualquer indivíduo. Para Figueira (2003), a revista Capricho é uma publicação dirigida ao público feminino adolescente, que não se caracteriza, necessariamente, por uma divisão em 6

Endereço da versão online do Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm >. Acesso em: 8 dez. 2014. 7 Endereço do site da Organização Mundial da Saúde, que identifica a adolescência como uma “transição crítica”, entre os 10 e 19 anos de idade. Disponível (em inglês) em: <http://www.who.int/maternal_child _adolescent/topics/adolescence/dev/en>. Acesso em: 8 dez 2014. 8 Disponível em: <http://capricho.abril.com.br/revista/historia.shtml>. Acesso em 7 de dez. 2014.


10

faixas etárias, mas que, de certa forma, influencia na forma de ver o mundo, opiniões, representações tidas como referência para suas leitoras. Por mais que a Biologia considere a adolescência como a etapa do amadurecimento sexual, Lisa França (2004), assim como Figueira, também considera que este período depende também da forma que são maturadas questões emocionais. Portanto, ao longo deste trabalho será utilizado o conceito da psicologia de que “esta etapa do desenvolvimento humano envolve, além das transformações do corpo, o desenvolvimento psicológico e social e que este período criador e construtivo ocorre dentro de um processo de crise, carregado de sofrimento e angústias” (FRANÇA, 2004, p. 2). A crise, como explicitada por França (2004), faz parte do processo de construção da identidade, que implica em definir quem o indivíduo é, seus valores e quais as decisões que quer escolher para a vida. Citado por Aznar-Farias, Shoen-Ferreira e Matos (2003), Erikson define identidade como uma “concepção de si mesmo, composta de valores, crenças e metas com os quais o indivíduo está solidamente comprometido” (ERIKSON apud AZNARFARIAS; SCHOEN-FERREIRA; MATOS, 2003). Esta crise, também é definida por Marcia (1966) como um momento em que as escolhas são reavaliadas, podendo acontecer de forma tumultuada ou gradativa. Nessa fase, por vezes tumultuada, muitos dos adolescentes precisam recorrer a referências sejam estas revistas, peças publicitarias, dentre outros que, ao mesmo tempo em que oferecem soluções a determinadas situações em que eles se encontram, também contribuem com conteúdos e ideais que são aproveitadas pelos adolescentes para a construção de suas identidades. Ao entrar em contato com a revista Capricho, as adolescentes, sobretudo do sexo feminino, podem ter seu repertório ampliado, de maneira que influencie a construção da sua identidade, de seu lugar de fala e de sua representação social frente aos grupos com os quais se relacionam em diferentes ambientes. Segundo Figueira (2003), “É possível pensar que a Capricho é, junto a tantas outras, é uma instância a constituir identidades adolescentes (...). Posso dizer que não há uma identidade adolescente fixa. Ela é criada e representada de diferentes formas, em diferentes grupos sociais, religiões, etnias, etc” (FIGUEIRA, 2003, p.7). Ao mesmo tempo, a mesma autora defende que a publicação já tem uma série de conceitos e representações formados, que são passados para as jovens como se fossem verdadeiros e unilaterais. É o caso dos conhecimentos, saberes e representações sobre o corpo, a moda, a atividade física, a beleza, a saúde. De acordo ela, “nas páginas da Capricho ensinase como ser uma adolescente bonita, atraente e moderna” (FIGUEIRA, 2003, p.3).


11

Uma representação que constantemente aparece com discurso formado, sobretudo quando o objeto de pesquisa é a revista Capricho, segundo a autora, é a forma que os corpos são mostrados. O corpo feminino é frequentemente apresentado e cultuado como uma obrigação. Ela afirma, portanto, que “sobre ele se criam imagens, discursos, formas de admirá-lo, de negá-lo, de representá-lo. O corpo não é só um corpo. É também o que dele se diz” (FIGUEIRA, 2003, p.1). Além de ser usada frequentemente pelas adolescentes que, por se encaixarem neste momento tumultuado e crítico, querem encontrar soluções para diversas questões e situações de suas vidas, a publicação - líder de vendas e de mercado para o público – segundo Filgueira, influencia diretamente na construção da identidade de jovens, representada de diferentes formas. No entanto, mesmo que indiretamente, a publicação ensina às adolescentes como seguir os padrões impostos e que ela mesma cultua. Já para Ferro, Giglio, Penteado e Barbarini (2009), apesar de tirar as dúvidas e satisfazer alguns dos desejos das leitoras – que, de certa forma, já fazem parte do padrão imposto - a revista vende outros padrões, não só de beleza, mas também de comportamentos. Isto acontece quando, por exemplo, generalizam a ideia de que toda garota sofre por amor, de que todas as meninas têm que estar em forma, de que aquele “tipo de roupa combina com o seu corpo” ou até mesmo quando a publicação utiliza “essa é a tendência do momento”. Seguir um padrão de representação imposto e cultuá-lo não é uma exclusividade da revista Capricho. Revistas femininas, em geral, acabam por estabelecer uma relação afetiva com o seu público. De acordo com Rempel e Iensen Bortoluzzi (2012), essas revistas assumem papéis de amigas, conselheiras – até mesmo em suas linguagens - e também funcionam como verdadeiros manuais, guias de comportamento e conduta para suas leitoras. “Ao fazerem isso, estas publicações disseminam maneiras de ser mulher, constroem identidades e apresentam ao seu público um modelo de feminino a ser seguido” (REMPEL e IENSEN BORTOLUZZI, 2012, p.1). Citando Lipovetsky, as mesmas autoras dizem que a representação da mulher foi do caráter de divindade, à dona de casa, nos povos antigos, e a admiração por sua beleza, na mitologia grega. Já na Idade Média, época marcada pela efervescência do cristianismo, a beleza feminina era vista como demoníaca. Durante a Renascença, no entanto, a mulher era admirada por sua graça, por sua beleza e por sua harmonia. Na Idade Moderna, começam a ser lançados os manuais de beleza e as normas de conduta para as mulheres. As autoras ressaltam que a ideia da beleza feminina foi transformada nos últimos anos, mas que, atualmente, as mulheres são levadas a seguir um padrão. “A mulher hoje deve ser magra e


12

jovem. É o tempo da beleza do corpo, nunca se falou tanto em regimes, exercícios, medicamentos e cosméticos” (LIPOVETSKY apud REMPEL e IENSEN BORTOLUZZI, 2012, p.5). As autoras ressaltam, ainda, que o culto a beleza e ao corpo, hoje, são discursos muito presentes na vida das mulheres. Ser bela, para Rempel e Iensen Bortoluzzi (2012), parece ser como um pré-requisito para ser mulher. As revistas femininas, inclusive, dão espaço para este discurso e acabam por legitimar e reforçar os pensamentos presentes no senso comum.

Fairclough (2001) atenta que precisamos de um olhar mais crítico acerca das ordens discursivas hegemônicas, pois apenas através da criticidade dos cidadãos poderá haver mudança. Revistas, assim como os meios de comunicação em geral, só fazem circular discursos que já existem e são muito bem intuídos em nossa sociedade. A mudança dificilmente partirá destes meios, pois estes veiculam o que vende, o que público espera. Assim, é preciso uma maior conscientização sobre estes discursos, para que o publico os entenda e queira algo diferente. (FAIRCLOUGH apud REMPEL e IENSEN BORTOLUZZI, 2012, p.10).

O público adolescente, entretanto, por encontrar-se em uma fase de tumultuada que envolve não apenas a sua formação física como psicológica, como já foi dito, acaba por ser influenciado de forma mais incisiva por todos os valores e representações das revistas teen, além de conteúdos produzidos em sites, publicações, peças publicitárias, entre outros produtos emissores de mensagens. Assim como desconstruir padrões que já estão enviesados na sociedade contemporânea, como dito por Rempel e Iensen Bortoluzzi (2012), não é uma tarefa fácil, a forma de lidar com o público jovem também precisa ser tratada com cuidado. De acordo com Alves (2006), as habilidades cognitivas das novas gerações são diferentes das de seus pais e avós. Isto implica não só em sua forma de pensar, como as relações que estabelecem com os meios de comunicação. O mesmo autor afirma, ainda, que o maior problema dos jornais é o desinteresse dos jovens. Os adolescentes de hoje não sabem como era o mundo sem celular e muito menos sem internet, “que são outra ponta visível e popular do enorme iceberg que é a Revolução Digital em curso. Para essas novas gerações, o mundo baseado em dados é a norma e não a exceção ou a novidade” (ALVES, 2006, p.4). Ao mesmo tempo, o futuro dos meios de comunicação também permanece incerto, já que vivemos em um período de constantes mudanças. Ainda assim, se antes a recepção das mensagens era feita através de uma seleção de um gatekeeper – aquele que escolhe o que será noticiado, podendo ser desde um repórter até um chefe de reportagem ou diretor de redação –


13

agora, “o receptor tem o controle, o poder de acessar uma infinidade de fontes, sem as barreiras de tempo e espaço que limitavam sua ação até o advento da web” (ALVES, 2006, p.4). É possível notar, então, uma transformação do modelo de comunicação linear até então predominante, com a transferência do poder, que passa do emissor para o receptor. Este, hoje, pode escolher e selecionar quais conteúdos serão acessados e lidos. Segundo Alves (2006, p.5), quando o jornalismo passa para a web, deixa de ser um produto e passa a ser um ‘jornalismo-serviço’. Desta forma coloca as informações à disposição de quem quiser consumi-las. A tecnologia digital - seja através do webjornalismo ou não - “oferece ao receptor das mensagens jornalísticas ainda mais poder, ao abrir uma gama de possibilidades de busca e de reorganização do material oferecido pelos meios de comunicação” (ALVES, 2006, p.5). Com o advento da web, que tem a capacidade de envolver todos os outros meios, o termo “multimídia” torna-se mais frequente. Para Alves (2006, p.6), portanto, “a internet pode ser rádio, TV, jornal, revista, tudo ao mesmo tempo”. Para isto, o jornalismo não precisa mais respeitar todos os limites dos meios tradicionais, podendo misturar diversas características específicas de cada meio, formando uma narrativa hipermídia, que tem como principais características a multimidialidade, hipertextualidade, interatividade e integração. Entre outras características, o jornalismo digital implica em uma atualização contínua, personalização de conteúdos e participação dos receptores. A interatividade é caracterizada pelo hipertexto – texto da narrativa hipermídia – que faz com que a linguagem na web seja personalizada e em constante transformação, de acordo com Gamela, Silva e Freitas (2011). Assim, o hipertexto é um elemento de articulação e ligação entre várias narrativas e mensagens isoladas ou integradas umas com as outras e permite com que o receptor ou leitor manipule o conteúdo diretamente, realize interferências e percorra seu próprio caminho, fazendo com que a experiência da narrativa seja feita de forma personalizada. A mensagem na web, portanto, pode ser organizada das mais variadas maneiras – com textos, fotos, vídeos, infográficos – e todos estes elementos assumem papeis essenciais nas construções dos discursos e narrativas. Os autores afirmam que a “estruturação do layout, a integração dos meios, a adaptação dos conteúdos e a orientação de leitura assumem-se aqui como elementos fulcrais para a coesão da narrativa e para a hierarquização da informação” (GAMELA; SILVA; FREITAS, 2011, p.9). Citado por Balogh, Marcelo Tas também defende a hipertextualidade e a relação entre os meios de comunicação. Segundo ele, “a tendência é que todas as mídias comecem a se


14

acasalar muito facilmente. O livro tem um caso com a aparelhagem de som, a TV flerta com o jornal, o cinema com o satélite, o telefone com o videocassete... todos abençoados por essa promiscuidade cibernética” (TAS apud BALOGH, 2002, p.25). Mesmo com todas estas características diferenciadas, Gamela, Silva e Freitas (2011) defendem que o modelo de pirâmide invertida seja utilizado nos textos para web devem utilizar. Neste caso, as informações principais devem estar no início da matéria, como ocorre no jornalismo tradicional; a mesma lógica deve ser aplicada aos outros parágrafos. Links podem ser utilizados para estruturar a informação e relacionar artigos diferentes, aumentando a navegabilidade e gerando mais visitas ao site. Portanto, “devemos criar conteúdos complementares e referir artigos em arquivo relacionados com a nossa história” (GAMELA; SILVA; FREITAS, 2011, p.23). Essas características fazem do conteúdo algo perene, quando presente na web, já que os textos na internet estarão sempre disponíveis – e podem ser usados como referência para textos futuros e, ainda, serem relacionados com outros conteúdos. Os mesmos autores afirmam, no entanto, que o receptor deve encontrar pirâmides flutuantes na web, já que escolherá sua rota única de navegação. A pirâmide invertida, neste caso, é própria de cada um, de acordo com a apresentação e exposição de cada tema. Apesar de ir de encontro com o modelo de anunciantes que sustenta a mídia impressa, televisiva e radiofônica, o jornalismo digital e suas tecnologias têm se reinventado para consolidar um negócio específico. Ainda assim, Alves (2006) afirma que, de certa forma, o jornalismo feito na web põe “em xeque” as formas tradicionais de jornalismo.

Ainda que o jornalismo da web tenha crescido em audiência, [...] não se viu nesta primeira década a construção de um modelo de negócio sólido, baseado em publicidade e no pagamento de assinaturas. As verbas de publicidade que vinham ajudando a financiar o jornalismo estão, em grande parte, sendo desviadas para portais e sítios de busca que não têm operações jornalísticas. Se as tendências atuais permanecerem inalteradas, como será possível financiar, por exemplo, uma redação de 1200 jornalistas, como a do New York Times? (ALVES, 2006, p. 7).

Apesar de ser um tanto quanto pessimista com relação ao futuro dos meios de comunicação tradicionais, o autor destaca que não é possível saber e nem prever quais serão os resultados e consequências da Revolução Digital no futuro. Segundo ele estamos imersos em um processo de transição que mal começou e que deve se estender por algum tempo. É este o momento, então, de reinventar o jornalismo para uma sociedade em rede. Desta forma, nada melhor do que os jovens para testar estas reinvenções. Afinal, eles fazem parte do futuro.


15

O formato de plataforma online, portanto, além de permitir um diálogo maior com o público adolescente e jovem, promovendo a interação, possibilita a utilização de diferentes formatos para a construção da narrativa hipermídia e multimídia. Como diz Freitas (2005), a natureza da escrita e principalmente da leitura do jovem é marcada pela interatividade e esta se faz presente de forma mais aguçada no contexto virtual.

o espaço virtual apresenta-se integrado ao seu dia-a-dia, sendo parte de sua realidade, local de encontro com outras pessoas e com os interesses próprios da idade de transição. Eles transitam pelo espaço cibernético, explorando a web num movimento de acessar uma coisa, depois outra, fazer conexões, juntar elementos diferentes, realizando um verdadeiro exercício de bricolage. E nesse movimento vão reelaborando vivências próprias de seu cotidiano a partir das práticas discursivas que ali produzem. (FREITAS, 2005, p. 93).

De acordo com a autora, que fez um estudo de caso, além do espaço online ser a melhor forma de aproximar deste público, outra estratégia é se colocar no lugar dele, atentando-se para um espaço com escrita mais subjetiva e pessoal. Para tanto, mesmo que a plataforma seja para adolescentes, é preciso compreender a subjetividade deste público mesclando características de sites construídos por adolescentes quanto para adolescentes. Estas características podem ser melhor visualizadas no trecho abaixo:

O site produzido para adolescentes assemelhava-se muito às revistas impressas destinadas a este público. A HP (home page ou página de entrada) possuía características de um índice de revista impressa, com os links convidando à navegação pelas diferentes sessões dessa revista on-line. Na HP apresentavamse muitos slogans para chamar a atenção, propagandas comerciais, um discreto apelo ao consumo, além de uma categorização padronizada dos interesses adolescentes: sexo, drogas, beleza, saúde, moda, filmes, televisão, jogos, entre outros (...). Em contrapartida, ao caracterizarmos a página construída por uma adolescente de 18 anos, notamos que esse site girava em torno da autora e de seus interesses (...). Enfim, havia uma marca de autoria e uma escrita mais subjetiva. Na verdade, a adolescente manifestava interesse em interagir com pessoas e supunha um auditório social para o qual construía seu site. (FREITAS, 2005, p. 88).

A partir da interação e dinamicidade requerida pelo público adolescente, as narrativas multimídia verticais encaixam-se como símbolo de inovação jornalística. A densidade informativa, a verticalização, a integração dos recursos multimídias, a utilização consistente de menus de navegação e os botões de compartilhamento para as redes sociais sugerem novos padrões às narrativas multimídias, que são como uma estratégia comunicacional mais apropriada à produção jornalística em redes digitais.


16

Desta forma, Barbosa, Normande e Almeida (2014) citam Barbosa e Farbiarz (2009), que defendem a estética base de dados9, pilar para a visualização/apresentação das narrativas verticais, como uma nova metáfora para a representação da informação jornalística. Os autores elencam exemplos de narrativas multimídias verticais que marcaram na história do jornalismo: "Snow Fall: Tha Avalanche at Tunnel Creek", do NYT, "NSA Files Decoded: What the revelations menos for you", do The Guardian e "A Batalha de Belo Monte", da Folha de S. Paulo, primeira do tipo produzida no Brasil. Estes exemplos materializam a metáfora da estética base de dados e serão utilizados como referencial neste trabalho. Também são caracterizados pela exigência dos usuários, que buscam "encontrar originalidade nos sites - seja nos conteúdos, seja nas opções de visualização para os mesmos ou nas opções de interação e, assim, realizarem uma experiência de navegação mais envolvente em sites jornalísticos" (BARBOSA e FARBIARZ apud BARBOSA; NORMANDE e ALMEIDA, 2014).

9

De forma resumida, base de dados pode ser compreendida como um conjunto de dados interrelacionados, que são organizados de forma a permitir a recuperação da informação. Por meios ópticos ou magnéticos – como discos, acessadas local ou remotamente, armazenam dados e informações.


17

3. DELIMITAÇÃO DA QUESTÃO A adolescência é um período marcado, sobretudo, pela maturação das questões emocionais. De acordo com Lisa França (2004) e Figueira (2003), este um período turbulento, caracterizado por crises, já que é uma etapa de formação física e de identidade. Inseridos em um mundo moderno, globalizado e guiado pelas regras do capitalismo, ser humano algum está isento ao contato com uma série de produtos, mensagens e estímulos produzidos através de revistas, peças publicitárias, comerciais, etc. Quando se fala em adolescentes do sexo feminino está relação acontece de forma mais evidente, já que desde pequenas as jovens são ensinadas - por um modelo patriarcal - de como devem agir, posicionar-se e, sobretudo, como deve ser o seu padrão físico. Segundo Rempel e Iensen Bortoluzzi (2012), vivemos no tempo da beleza do corpo – nunca se falou tanto em regimes, exercícios, medicamentos e cosméticos – por isto, a mulher deve ser magra e deve parecer jovem. Em momento de formatação de ideias, as jovens acabam por receber estes padrões – cultuados pelos meios de comunicação hegemônicos – como unilaterais e universais. As mesmas autoras dizem, ainda, que diversas publicações disseminam maneiras de ser mulher, construindo identidades e apresentam um modelo de feminino a ser seguido. Nesse contexto, portanto, a revista Capricho surge como fator essencial, pois é lida por mais de 160 mil leitoras mensais, além de visitantes nas redes sociais, aplicativo e, inclusive, o site da publicação – além de todos os produtos comercializados com a marca. Considerada algo muito maior do que apenas uma revista, a Capricho é uma instância de referência na construção de identidades adolescentes, criada e representada de diferentes formas. Como afirma Figueira (2003, p.3), “nas páginas da Capricho ensina-se como ser uma adolescente bonita, atraente e moderna”. Um dos questionamentos centrais do trabalho é relacionado ao que faz com que as jovens, mesmo não se sentindo representadas pela Capricho, a adquira e consuma seu conteúdo. Para Berimbau e Cretaz (2011), isto tem a ver com a forte estratégia de marketing da marca, que adota o marketing 360º, e o próprio design personalizado oferecido pela publicação. No entanto, a liderança de mercado também tem a ver com o poder viral da revista e o fato dela estar presente em diversas plataformas.

Para Levinson (1998), marketing 360° é uma prática que tem foco no cliente, em que se deve utilizar o máximo de plataformas midiáticas disponíveis para impactar seu público-alvo, unindo as tradicionais formas de veiculação com conteúdo direcionado na internet (websites, hotsites e perfis da marca em redes


18

sociais, por exemplo). O autor ainda destaca que essa estratégia não chega a ser invasiva, como ligações de telemarketing, e tende a ter um custo baixo. O marketing 360° procura criar oportunidades de contato com o consumidor quando ele não está esperando ser atingido por publicidade, transformando seu cotidiano midiático em possibilidades de contato – como, por exemplo, gerar interesse por um produto durante suavisita no Facebook. Esse tipo de estratégia pressupõe um razoável investimento em publicidade, de modo que sejam utilizadas, de maneira integrada, as mídias online e as offline, tradicionais, como rádio,televisão e revistas (BERIMBAU; CRETAZ, 2011, p. 8).

Ainda assim, não há respostas específicas sobre o que aproximaria o público não representado da publicação. Outra questão norteadora deste trabalho, como já citado acima, é a representação feminina nas mais diversas publicações. Para tal também será dado um destaque especial. A partir do pressuposto de que nem todas as jovens são representadas por grande parte dos meios, este trabalho irá elaborar uma plataforma online interativa e multimídia como forma de ir de encontro ao conteúdo que é produzido e cultuado pelas revistas teen, com ênfase na revista Capricho. A partir disso, a plataforma será lançada em forma de dossiê, utilizando como referência as narrativas multimídias verticais e funcionando como um produto alternativo a este público. Neste momento também deverá ser considerado o público que não lê à Capricho, justamente por não se sentir representado pelos conteúdos produzidos e divulgados pela publicação. Pretendo colocar em prática uma narrativa de caráter multimídia inédita, que possa surpreender tanto pela abordagem do conteúdo, atraindo tanto o público que consome à Capricho, quanto o que não consome por não se sentir representado, além de pais, educadores, entre outras pessoas que, porventura, estabeleçam alguma relação com o público jovem. Além disso, após elaboração e aplicação de questionário e realização de entrevista, serão definidas as pautas de lançamento do produto. Questões relativas à maneira como esses adolescentes enxergam o mundo e seu próprio mundo, sem “tendências” ditadas, provavelmente estarão presentes. O produto final terá um o apelo visual inovador como forma de atrair e dialogar com todo este público e abrigar os mais diversos conteúdos multimídias. De acordo com Freitas (2005), o movimento de leitura realizado pelo adolescente é marcado pela interatividade, o que pode ser provado através do caminho percorrido no ambiente digital.

o espaço virtual apresenta-se integrado ao seu dia-a-dia, sendo parte de sua realidade, local de encontro com outras pessoas e com os interesses próprios da idade de transição. (...) nesse movimento vão reelaborando vivências próprias de seu cotidiano a partir das práticas discursivas que ali produzem. (FREITAS, 2005, p. 93).


19

Os conteúdos abordados no produto dependem diretamente dos resultados obtidos após pesquisa próxima com o público, que será uma das primeiras etapas do projeto. Ainda assim, como exemplo de pautas a serem abordadas é possível citar o poliamor, além da homossexualidade. Outro possível conteúdo da plataforma pode ser um editorial que tenha algum tema central, mas com pessoas de diferentes classes sociais, cores de pele e histórias, de forma a questionar e ir de encontro aos padrões de beleza dos editoriais de moda das revisas teen. A ideia é que a plataforma seja lançada em forma de dossiê 10, com certa quantidade de reportagens e conteúdos multimídia. No entanto, a ideia é que o site funcione também como um blog, com uma atualização contínua, característica do webjornalismo 11. Além disso, podem ser incluídas outras abas ou “seções” com a intenção de aproximar os públicos de diferentes idades. Em uma delas, por exemplo, serão disponibilizados vídeos próprios, através da realização de entrevistas com adolescentes ou até mesmo com pessoas que estejam na fase adulta, que podem relatar suas experiências pessoais com a revista Capricho e quais as razões por não se identificarem pelos conteúdos específicos publicados pelo periódico. É importante que em uma das seções da plataforma seja explicitado qual o objetivo dela e a que ela se propõe para que os visitantes vejam que não é apenas uma motivação pessoal, mas sim uma questão que envolve a escolha de conteúdo e de representação das revistas mais lidas pelo público jovem atualmente, entre outros padrões “vendidos” por estas publicações. A intenção é que o site seja elaborado da forma mais dinâmica possível tendo como referência os formatos das narrativas multimídia como a publicação de “Snow Fall: The avalanche at Tunnel Creek” 12, produzida pelo The New York Times (NYT), em dezembro de 2012, considerada por Barbosa, Normande e Almeida (2014) como símbolo de inovação de

10

Dossiê é uma coleção de documentos relativos a um processo, um indivíduo ou a qualquer assunto. Neste caso, o dossiê virtual deve ser considerado como um conjunto de pautas que será lançado na “primeira leva” do site. 11 Para Ferreira e Dalmonte, pensar nas modalidades da comunicação na internet e, sobretudo o webjornalismo é pensar em fluxo contínuo de informações. “Nesse sentido, o Webjornalismo, pelo uso dos recursos da Web, permite um discurso realista, visto que pode mostrar pedaços da realidade, sem um corte temporal tão grande, entre o acontecimento e sua divulgação, bem como o uso de imagens, áudio, vídeo de quem testemunhou o ocorrido. Da mesma forma, o ponto de vista, ou o depoimento, de quem presenciou o ocorrido, o mesmo de quem quer opinar, pode ser agregado àquele discurso, conferindo um maior sentido de realidade ao fato”. (FERREIRA e DALMONTE, 2008, p. 16) 12 Disponível em: <http://www.nytimes.com/projects/2012/snow-fall/?forceredirect=yes#/?part=tunnel-creek>. Acesso em 08. Dez. 2014.


20

narrativa jornalística, além de “NSA Files Decoded: What de Revelations Means for You”13, do The Guardian, “A Batalha de Belo Monte”14, da Folha de S. Paulo.

13

Disponível em: <http://www.theguardian.com/world/interactive/2013/nov/01/snowden-nsa-files-surveillancerevelations-decoded#section/1 >. Acesso em 08. Dez. 2014. 14 Disponível em: <http://arte.folha.uol.com.br/especiais/2013/12/16/belo-monte/index.html >. Acesso em 08. Dez. 2014.


21

4. JUSTIFICATIVA

Com este Trabalho de Conclusão de Curso desejo construir uma plataforma online interativa e multimídia para adolescentes que funcione como uma alternativa – seja na forma de abordar as pautas ou até mesmo nas representações do corpo - ao conteúdo que é produzido e/ou divulgado pelos periódicos e sites online atuais mais acessados por esse público, a exemplo da revista Capricho, Todateen e Atrevida. Minha trajetória acadêmica e minha inserção no mercado de trabalho marcam a minha opção pelo tema e pelo formato do trabalho, que incluirá conteúdos multimídia – com vídeos próprios, fotografias, peças gráficas, ilustrações e fotomontagens. Desde o início do curso, busquei descobrir as possibilidades que o jornalismo poderia me trazer. Fiz de tudo um pouco: participei de instâncias da Faculdade de Comunicação da UFBA – a exemplo da Produtora Júnior (PJr), empresa júnior de comunicação da universidade, na qual fui trainee, gerente e Diretora de Comunicação (DCOM) e pude desenvolver habilidades pessoais, como liderança, além de conhecimentos técnicos nas áreas de comunicação organizacional, design, edição de vídeos, assessoria de comunicação, produção de eventos, etc. Também fiz parte do Laboratório de Fotografia da UFBA (Labfoto/UFBA), no qual fui monitora durante um semestre e pude aprender os fundamentos básicos da fotografia e do fotojornalismo. Pude, também, trabalhar na redação do Jornal Correio*, como estagiária do programa Correio de Futuro, e das editorias de Economia, Imóveis - além das experiências na editoria de Cidades -, onde descobri a paixão em escrever sobre comportamento, não só dando o serviço às pessoas, mas contando histórias e tornando os conteúdos mais entendíveis aos leitores e receptores da informação. Paralelo a isso, pessoalmente, desde pequena acompanho à revista Capricho, e desenvolvi uma imensa afinidade com o site e pelo periódico. Fui assinante da revista e durante muito tempo quis ter um blog de moda ou um site que pudesse ser visitado pelo público adolescente. Ao mesmo tempo, ao estudar para elaborar este projeto, percebi que – na verdade – a publicação nunca me representou: nunca tive o “corpo perfeito”, nem queria saber apenas sobre sexo, moda e beleza, e nem sempre pensava sempre em meninos. Na verdade, queria escrever e falar para meninas iguais a mim sobre algumas coisas, assuntos, pautas e discussões que não estavam inclusas na abordagem da publicação. Queria ser entendida, mas, principalmente, me sentir representada.


22

Acredito, então, que existam muitas jovens que, por diversos motivos, também não se sintam representadas pela revista adolescente mais vendida no país. Para mim este projeto justifica-se por propor o desenvolvimento de um projeto paralelo ao que é seguido pelas revistas para o público adolescente - tradicionais e homogêneas - já citadas neste trabalho. Estas seguem a mesma linha de abordagem e mesmas pautas e, ainda, produzem conteúdos contraditórios. Ao mesmo tempo em que recomendam que as adolescentes sejam elas mesmas, produzem editoriais de moda com modelos magras, por exemplo. Outro exemplo é o fato de darem dicas sobre “a primeira vez” e como se comportar durante a transa, em diversos exemplares, mas, ao mesmo tempo, falarem que não é preciso ter pressa para este momento, que é normal ser virgem com esta idade. As publicações não só “ditam” padrões, representações e formas de comportamento em diversos momentos, como cultuam estas representações. Quando dizem que algo “é a última tendência do momento”, ou até mesmo quando recomendam certos produtos, roupas e acessórios a serem comprados e utilizados pelas garotas.


23

5. METODOLOGIA O principal objetivo deste trabalho é o planejamento e produção de uma plataforma online multimídia voltada ao público adolescente, como alternativa aos canais de comunicação homogêneos, como é o caso das revistas e portais da Todateen, Atrevida e, principalmente, da marca líder de mercado no ramo: a Capricho. Uma vez que um dos objetivos específicos deste projeto é compreender a relação que as adolescentes estabelecem com as revistas teen e seus respectivos sites, o primeiro passo para a realização deste trabalho é recolher depoimentos, através de entrevistas e de um questionário online, com o público alvo de adolescentes do sexo feminino já definido. Desta forma será possível entender o porquê até mesmo as jovens que não se identificam com estas revistas, as compram e leem. Nesta etapa, as jovens também serão questionadas sobre quais situações e conteúdos produzidos por estes meios de comunicação não lhes agrada e nem representa, além de quais conteúdos e interesses traduzem de melhor forma à fase que estão vivendo e quais conteúdos elas sentem falta nestes produtos. Irei aplicar um questionário, por meio da plataforma Google Docs, entre adolescentes e adultos (que leram ou ainda leem Capricho), para saber os aspectos citados acima. No questionário, a idade do participante deve ser informada, bem como a maneira que ele consome o produto – através da internet, aplicativo, ou impresso. As perguntas do formulário também devem incluir questões como quais os arcos temáticos que mais interessam ou interessavam o participante, enquanto adolescente em fase de formação e construção de identidade, além de indagar se algumas das representações utilizadas pela publicação já foram usadas por ela em algum momento de sua vida. O questionário deve ser produzido e divulgado tão logo este anteprojeto for concluído e servirá como um dos pontos de partida para o trabalho. Acredito que não deverá ser respondido só por adolescentes que consomem à revista Capricho, mas também por adultos, que possam dizer de que forma a revista influenciou ou não em suas vidas e na construção de conceitos e identidade. Ao mesmo tempo serão feitas entrevistas em vídeo com adolescentes, que devem contar suas experiências pessoais com a revista Capricho, bem como da apreensão dos conteúdos exibidos para sua própria vida e o que elas sentem falta neste produto. Para tanto, será produzido um roteiro para as entrevistas. Esse material, que servirá como auxílio para a construção do trabalho, também deve ser disponibilizado na plataforma online a ser desenvolvida.


24

Esta escolha também coincide com outro dos objetivos específicos do trabalho, que se propõe a elaborar uma plataforma online multimídia que atraia e represente de forma fidedigna o universo adolescente, com os conteúdos identificados como mais próximos da realidade destes jovens, mas também pode atrair pais, educadores e outras pessoas que não estejam vivenciando esse período da vida, mas que, porventura, convivam com adolescentes. De início a ideia é ter entre 100 e 200 respostas no questionário online e dez entrevistas presenciais. Este recorte, porém, é apenas um norteador. Se, durante a realização do projeto, for constatado que representa um número insuficiente ou excessivo, deve ser revisto. Tão logo este período de entrevistas e respostas no questionário for finalizado, devo fazer uma análise destes dados e definir quais pautas deverão ser abordadas no lançamento da plataforma online, que será em forma de dossiê virtual e, depois, poderá seguir com outras matérias, como se fosse um blog. Em seguida, pretendo reservar um tempo para pesquisar plataformas online tendo como referência as narrativas verticais já citadas e planejar como será feito o site. Neste processo devo considerar desde o aspecto visual, que deve atrair ao público, e, também, como será a divisão de abas, editorias e de que forma as pautas se encaixarão. Como a plataforma que abrigará a plataforma online ainda não foi escolhida, nesse período inicial também devo buscar compreender um pouco mais das possíveis opções, como o Wordpress 15, Wix16 e o Jux17, bem como o que é oferecido por cada uma e qual é melhor para abrigar uma narrativa multimídia. Para elaboração do site irei contatar um profissional da área de tecnologia da informação ou programador visual. Já o processo de apuração e redação das pautas do produto deve levar em conta não apenas a escrita dos textos, como também a produção de infográficos, imagens e todo o aspecto multimídia que a plataforma propõe. Estas multimídias poderão ser feitas por mim ou por um designer gráfico. Após a publicação da plataforma, além de aplicar uma estratégia de divulgação, pretendo adquirir certa quantidade de anúncios pela internet, através do Facebook e do Google, para que meu público seja atingido de forma mais eficiente.

15

http://wordpress.com/ http://pt.wix.com/ 17 https://jux.com/ 16


25

6. CRONOGRAMA

Com o objetivo de cumprir todas as etapas necessárias para a conclusão do projeto, foi desenvolvido o seguinte cronograma. Para tanto, foram designadas as atividades que devem ser realizadas durante o semestre 2015.1, com a disciplina COM 117 (Desenvolvimento Orientado de Projeto) e durante o semestre de 2015.2, etapa que inclui a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e a defesa pública.

Mês Atividade

Jan.

Fev.

1. Aplicação do Questionári o no Google Docs 2.Realização das entrevistas em formato de vídeo 3. Análise dos dados e escolha das pautas que serão feitas inicialmente para o lançamento do produto 4. Escolha da plataforma que deve abrigar os conteúdos online 5. Apuração das pautas para o primeiro dossiê da plataforma 6. Redação dos textos do primeiro

X

X

X

X

X

Mar.

Abril

X

X

Maio

Jun.

X

X

Jul.

X

X

X

Ago. Set e Nov. Out.

Dez.


26

dossiê e das outras abas do produto 6. Elaboração dos infográficos, imagens e multimídias que devem compor o site 7. Contratação de um profissional para elaboração do site 8. Desenvolver uma estratégia de divulgação da plataforma online 9. Elaboração do memorial 10. Defesa pública do TCC

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X

X


27

7. ORÇAMENTO

Este orçamento foi construído a partir do contato inicial com profissionais da área de programação visual e de design gráfico.

Atividade Design do site em formato web 2.0 Anúncios no Facebook e Google Total

Quantidade

Valor

Total

-

R$ 2.000

R$ 2.000,00

R$500

R$500 R$ 2.500,00


28

8. REFERÊNCIAS FIGUEIRA, Márcia Luiza Machado. A Revista Capricho e a construção de representações de feminilidade adolescente. In CONGRESO IBEROAMERICANO DE HISTORIA DE LA EDUCACIÓN LATINOAMERICANA, 6., 2003, San Luis Potosí. Historia de las ideas, actores e instituciones educativas. Actas... San Luis Potosí: El Colegio de San Luis, 2003. p. 123-127. Disponível em <http://boletimef.org/biblioteca/2383/Revista-Capricho-e-aconstrucao-de-representacoes-de-feminilidade >. Acesso em: 7 de dez 2014. FRANÇA, Lisa. Contribuições da televisão para a formação da identidade na adolescência: uma análise do processo de recepção. Comunicação & Informação, Goiânia, GO, v. 7, n. 2, p. 218 - 225, jul./dez. 2004. Disponível em: <http://www.revistas.ufg.br/index.php/ci/article/view/24446>. Acesso em: 07 dez. 2014. BALOGH, Anna Maria. O discurso ficcional na tv. São Paulo: EDUSP, 2002. ABRIL. A história da CAPRICHO. Disponível em <http://capricho.abril.com.br/revista/historia.shtml> Acesso em: 7 de dez 2014. BERIMBAU, Mauro Miguel Rodrigues; CRETAZ, Livia. Integração, com Capricho: a revista que foi até pra web oferecer marketing 360º para anunciantes. Disponível em: <http://www2.espm.br/sites/default/files/capricho_final.pdf>. Acesso em 07 de dezembro de 2014. MARPLAN, Estudos Consolidados. Perfil dos leitores 2013. Disponível em: <http://publiabril.abril.com.br/marcas/capricho/revista/informacoes-gerais>. Acesso em: 7 dez. 2014. AZNAR-FARIAS, Maria and Silvares, SCHOEN-FERREIRA, Teresa, MATTOS, Edwiges Ferreira de. A construção da identidade em adolescentes: um estudo exploratório. Estudos de psicologia, Natal, RN, v.8, n.1, p. 107-115, jan.-abr. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/epsic/v8n1/17240.pdf>. Acesso em 07 de dez. de 2014. FERRO, Gabriela Contieri; GIGLIO, Julia Formis; PENTEADO, Juliana Heiffig; BARBARINI, Karen Priscilla. Análise Sociolinguística da Revista Capricho. In: XXXII CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 2009, Curitiba. Caderno de resumos... Curitiba: INTERCOM, 2009. p.1-12. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/resumos/R4-2068-1.pdf>. Acesso em 07 de dez. de 2014. REMPEL, Gabriela e IENSEN BORTOLUZZI, Valeria, 2012. A representação de feminino na Revista Gloss. In: XII Seminário Internacional em Letras, 12º, 19-22 de jul. 2012, Santa Maria, RS. UNIFRA, 2012. Disponível em: <http://www.unifra.br/eventos/inletras2012/Trabalhos/4684.pdf>. Acesso em 07 de dez. de 2014. DALMONTE, Edson Fernando ; FERREIRA, Giovandro Marcus. Webjornalismo, critérios de noticiabilidade e efeitos de sentido. Comunicação: Veredas (UNIMAR), v. VII, p. 117136, 2008. Disponível em


29

<https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/1803/1/Webjornalismo,%20crit%C3%A9rios%20d e%20noticiabilidade%20e%20efeitos%20de%20sentido.pdf>. Acesso em 08 de dez. 2014. ALVES, Rosental Calmon. Jornalismo digital: Dez anos de web… e a revolução continua. Comunicação e Sociedade, Braga, v. 9, n. 10, p. 93-102, 2006. Disponível em: <http://www.lasics.uminho.pt/ojs/index.php/comsoc/article/view/1157>. Acesso em: 08 dez. 2014. ALVES, Rosental Calmon. Jornalismo do futuro. Revista de Jornalismo ESPM, São Paulo, n.3, p. 62, out. nov. dez. 2012. Disponível em: <http://www.espm.br/download/2012_revista_jornalismo/Revista_de_Jornalismo_ESPM_3/# 62/>. Acesso em: 08 dez. 2014. SCHOEN-FERREIRA, Teresa Helena; AZNAR-FARIAS, Maria; SILVARES, Edwiges Ferreira de Mattos. A construção da identidade em adolescentes: um estudo exploratório. In: Revista Estudos de Psicologia, Natal, v. 8, n. 1, jan. / abril. 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-294X2003000100012 >. Acesso em: 07 dez. 2014. GAMELA, Alexandre; SILVA, Renato; FREITAS, Sara. Narrativas multimídia. 2011. Disponível em: <https://dl.dropboxusercontent.com/u/692701/infografias_blog/Manual/Narrativas_Multimedi a.pdf>. Acesso em: 01 dez. 2014. FREITAS, Maria Teresa de Assunção. Sites construídos por adolescentes: novos espaços de leitura e escrita e subjetivação. In: Cadernos do CEDES (UNICAMP), São Paulo, v. 1, n. 65, p. 87-101, 2005. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n65/a07v2565.pdf>. Acesso em: 01 dez. 2014. BARBOSA, Suzana; NORMANDE, Naara; ALMEIDA, Yuri. PRODUÇÃO HORIZONTAL E NARRATIVAS VERTICAIS: novos padrões para as narrativas jornalísticas. Xxiii Encontro Anual da Compós, na Universidade Federal do Pará, Belém, 27 maio 2014. Disponível em: <http://www.compos.org.br/biblioteca/artigo_gtjornalismo_sbarbosa_naara_yuri_2238.pdf>. Acesso em: 08 dez. 2014. LUBISCO, Nídia Maria Lienert; VIEIRA, Sonia Chagas; SANTANA, Isnaia Veiga. Manual de estilo acadêmico: monografias, dissertações e teses. 4. ed. rev. e ampl. Salvador: EDUFBA, 2008.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.