Requalificação do Parque Horto Florestal de Ubá-MG

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NAIARA NASCIMENTO


Universidade Federal de Viçosa Departamento de Arquitetura e Urbanismo Trabalho de Conclusão de Curso I Requalificação do Parque Horto Florestal de Ubá, MG Autora: Naiara Lima Nascimento Orientadora: Maristela Siolari Dezembro de 2020

Ilustração da memória do caminho do antigo restaurante Fonte: Autoral


AGRADECIMENTOS Realizar este trabalho valorizando um lugar tão querido pelo ubaense já é uma grande emoção, uma vez que Horto é sinônimo de boas memórias. Não posso deixar de agradecer, em primeiro lugar, ao meu pai Chico, por toda experiência profissional no âmbito do planejamento urbano, que tanto agrega para minha formação e por toda disponibilidade e disposição em me ajudar plenamente com este trabalho. À minha mãe Cidinha, pelo apoio, carinho e cuidado. Aos meus irmãos Francisco e Alícia, por estarem sempre do meu lado. À minha orientadora Maristela, à todos os meus tios, tias, primos e primas pela contribuição que tanto agregou neste trabalho. A todos aqueles que responderam ao questionário e compartilharam inúmeras memórias, histórias e mensagens de motivação. A todos vocês o meu muito obrigada.

Ilustração da memória do antigo parquinho Fonte: Autoral


SUMÁRIO

1

2

Apresentação 1

Introdução

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8

Questionário

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3 2

Problema 3.1.O caso de Ubá

3 3

Um breve histórico 4.1.O caso do Horto Florestal 4.2.Usos ao longo dos anos

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Análise da área 9.1.Terreno na cidade 9.2.Relação com o centro 9.3.Hierarquia viária 9.4.Equipamentos urbanos 9.5.Uso e ocupação 9.6.Arborização e cursos d’água 9.7.Particularidades físicas e ambientais do Horto Florestal

17 17 19 20

12 29 29 29 31 31

Proposta 12.1.Implantação 12.2.Perspectivas

32 32 33

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5

5 5 7

Situação atual do Horto 5.1.Problemas e preexistências

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Estudos de caso 8.1.Parque Florestal Parkorman 8.2.Box Hill Gardens 8.3.Hefei Wantou & Vanke Paradise Art Wonderland

Setorização 11.1.Setorização das atividades 11.2.Mapeamento das trilhas 11.3.Setorização do programa 11.4.Fluxograma

4

Fundamentação teórica 6.1.Espaços livres urbanos 6.2.Parque Urbano 6.3.Memória afetiva

10 10

10 21 21 22 23 24 25 26 27

Programa 10.1.Programa preliminar 10.2.Conceito 10.3.Programa definitivo e pré dimensionamento

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14

Considerações finais 36

Bibliografia 37

28 28 28 28

11 11 13 13


1.APRESENTAÇÃO O presente trabalho busca o desenvolvimento do projeto preliminar de Requalificação do Parque Horto Florestal de Ubá - MG, com enfoque na relação pessoa-lugar, através da abordagem experiencial com base nas memórias afetivas e experiências vivenciadas no Parque pelos seus usuários ao longo dos anos. Assim, são tratadas questões relativas ao fato de o município carecer de espaços públicos de lazer de qualidade e ao fato do Parque Horto Florestal ser, hoje, um espaço público abandonado e subutilizado na cidade de Ubá. Logo, resgatar a memória do lugar e de seus usuários a fim de requalificar um espaço urbano, restabelece o contato com as significações, no qual o espaço é vivido e constantemente (re)construído a partir daqueles que o experienciam.

Ilustração representativa da estrutura arbórea predominante Fonte: Autoral

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2.INTRODUÇÃO O objeto de estudo presente neste trabalho é um espaço público de lazer para a cidade de Ubá - MG, situado no Parque Municipal Florestal, mais conhecido como Horto Florestal. A proposta se trata de uma requalificação do espaço com base na relação pessoa-lugar, ou seja, focada na percepção do usuário sobre o espaço, na experiência afetiva e nas demandas da população. O Horto Florestal é um parque municipal criado em 1978 com a finalidade de resguardar os atributos excepcionais da natureza, conciliando a preservação integral da flora, da fauna, do solo, da água e outros recursos com a utilização para objetivos científicos, educacionais, culturais, recreativos e agro-industrial. Com o passar dos anos, o Parque abrigou diferentes funções e eventos importantes para a economia da cidade, onde o potencial público de lazer foi perdendo espaço para eventos de iniciativas privadas.

Mancha urbana

Atualmente, o Parque se encontra em estado de degradação e subutilização em um município que carece de alternativas para o lazer da população. Nesse sentido, o projeto aborda a temática de parque urbano, com foco na produção de espaço público de lazer. Ao final, serão apresentados pontos de intervenções destinados ao lazer, práticas esportivas e cultura, além de ações de manejo, conservação e iniciativas de educação ambiental. Para um melhor desenvolvimento da proposta foram seguidos os seguintes objetivos e metodologias: ampliar o conhecimento sobre a produção do espaço urbano, a importância dos parques urbanos e os espaços públicos de lazer na cidade através da revisão de bibliografia a respeito do tema; estudar as demandas da população de Ubá por meio da coleta de dados em plataformas digitais, entrevistas e aplicação de questionário online; apreender as condicionantes de projeto para desenvolvimento de espaço público de lazer por meio de um diagnóstico da área; definir a área de intervenção através de visitas técnicas ao Horto; buscar referências para desenvolvimento das diretrizes de projeto mediante a realização de estudos de caso; desenvolver o programa de necessidades e estudo preliminar da proposta, feito por uma sistematização dos resultados da revisão bibliográfica, entrevistas e estudos de caso.

Ubá

Horto Florestal

N

0 250

500

750

1.000 m

Mapa de localização da mancha urbana do município e do Horto Florestal Fonte: Autoral baseado em Bing Maps

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3.PROBLEMA 3.1.O CASO DE UBÁ

Ubá é um município situado na mesorregião da Zona da Mata mineira, a, aproximadamente, 280 quilômetros da capital Belo Horizonte. É considerado o principal polo moveleiro do estado de Minas Gerais, sendo o centro econômico da sua microrregião e de microrregiões próximas. Atualmente, concentra em sua maioria micro e pequenas empresas, sendo, principalmente de móveis e de confecções. Por muitos anos, o fumo esteve à frente da economia da cidade, sendo Ubá uma grande produtora e distribuidora deste produto. No final da década de 1950, houve uma rejeição deste mercado e a cidade teve sua economia afetada, o que provocou os produtores e fumeiros a mudarem de ramo. É neste contexto que começam a surgir as primeiras fábricas do setor de madeira e, em 1951, surge uma fábrica de refrigeradores de madeira, a Auto-Refrigeração, a primeira fábrica de móveis em série da região, iniciando, assim, o processo de industrialização da cidade de Ubá. A chegada dos imigrantes italianos para a cidade foi de grande importância para este processo, visto que contribuíram com grande vocação para a manufatura e para o trabalho artístico. O trabalho desenvolvido por eles constituiu em produto de exportação para todo o Brasil, através da produção em série de móveis residenciais da linha popular. Em 1959, foi inaugurada a primeira fábrica de armários de cozinha laqueados feitos de caixotes desmontados, atraindo compradores de municípios vizinhos e elevando o crescimento da cidade em todos os setores. Com isso, o setor secundário, principalmente a indústria moveleira, passou a ser a atividade econômica mais importante de Ubá, que, juntamente com oito cidades vizinhas, formou o principal polo moveleiro de Minas Gerais. Essas oito cidades que constituem o polo totalizam, aproximadamente, 195.000 habitantes distribuídos em uma área de 1.638 km² (RMM, 2009b). O arranjo formado por micro, pequenas, médias e grandes empresas, com predominância das micro e pequenas empresas, gera cerca de 28.000 empregos indiretos, fazendo do setor a principal atividade econômica da região e o mais importante arrecadador de impostos. Nesse contexto, concentra na cidade aproximadamente 60% da população do polo, ou melhor, 115.000 habitantes aproximadamente. Ubá é um dos municípios que mais cresce no interior estado, e, com isso, um dos que mais criam empresas e geram empregos. Desta forma, a cidade é um atrativo para a população de municípios vizinhos, através da demanda pela busca de emprego, comércio e educação. Por esse motivo, ocorre um processo de migração pendular, ou seja, um deslocamento diário de pessoas de cidades próximas que vem para estudar ou trabalhar. Este processo significa simples fluxos populacionais que não configuram propriamente como migração, visto que não se trata de uma transferência definitiva e sim, momentânea.

Capital Belo Horizonte

Minas Gerais Fonte: Prefeitura Municipal de Ubá adaptado pela autora

Mancha urbana do município Limite do território Ubá Taxa de crescimento populacional das cidades da Zona da Mata Cidade Juiz de Fora

Estimativa Estimativa 2020 2019 573.285 568.837

Taxa de crescimento 0,77%

Barbacena

137.313

138.204

0,64%

Ubá

115.552

116.797

1,06%

Muriaé

108.763

109.392

0,57%

São João del Rei

90.082

90.497

0,46%

Viçosa

78.846

79.388

0,68%

Cataguases

75.123

75.540

0,15%

Leopoldina

52.587

52.640

0,20%

Santos Dumont

46.487

42.421

-0,14%

Visconde do Rio Branco

42.564

42.965

0,94%

Fonte: IBGE adaptado pela autora

3


Por mais que a cidade seja um atrativo em relação ao comércio e à oferta de empregos devido ao seu polo moveleiro, o mesmo não ocorre em relação aos espaços de lazer. A cidade não oferece para a população uma diversidade de espaços públicos de qualidade para o exercício do lazer. A Pedra Redonda (1), um mirante natural; a Praça São Januário (2), que corresponde à primeira e principal praça da cidade e o Parque Horto Florestal (3), um espaço onde concentra várias funções, de lazer e educação ambiental ao entretenimento, como shows, festas e feira de móveis, são os locais públicos mais frequentados pelo ubaense. Porém, o que ocorre é o processo de internalização do lazer, ou seja, as pessoas buscam o lazer em locais privados, e, no caso de Ubá, são os clubes Tabajara Esporte Clube (4); Acqua Park Serra Verde (5) e Mangueiras Country Club (6).

(1) Pedra Redonda Fonte: Tripdvisor

A qualidade destes espaços e o fomento para a utilização dos mesmos seria um ganho para a cidade, pois, além de contribuírem para o bem estar da população, auxiliam no conforto térmico do ambiente, reduzindo os efeitos da radiação solar. Ubá é uma das cidades mais quentes da Zona da Mata e, além disso, a cidade é situada em uma depressão, o que faz com que sua topografia influencie ainda mais no aumento da temperatura. Por isso, o parque urbano se faz de extrema relevância para a cidade, uma vez que atua não só na qualidade do lazer urbano, mas também na melhoria do conforto térmico, visto que se comporta como um organismo vivo com áreas verdes e espaços para o lazer. (2) Praça São Januário Fonte: TripAdvisor

(3) Parque Horto Florestal Fonte: Acervo pessoal

ESPAÇOS PÚBLICOSESPAÇOS PRIVADOS 1

2

3

4

5

6

(4) Tabajara Esporte Clube

N

0

(5) Acqua Park Serra Verde 250

500

750 m

Mapa de localização dos principais equipamentos de lazer públicos e privados Fonte: Autoral baseado em Bing Maps (6) Mangueiras Country Club

4


4.UM BREVE HISTÓRICO 4.1.O CASO DO HORTO FLORESTAL

1994

Autoriza o Contrato de Concessão de Uso da Churrascaria Florestal e do Parque Infantil ‘‘Maria Cristina’’. A partir daí, o Horto se torna um lugar dotado de atividades de lazer, onde a população ubaense passa a frequentar para diversas finalidades: passar finais de semana em família; andar de bicicleta; visitar o mini zoológico, a churrascaria e o parquinho; participar das exposições agropecuárias; trabalhar em barracas beneficentes e comparecer nos mais diversos eventos artísticos.

1988

1982

1978

Cria um Parque Municipal no Município de Ubá com a finalinade de resguardar os atributos exepcionais da natureza, conciliando a preservação integral da fauna e flora com sua utilização para objetivos científicos, culturais, recreativos e agro-industrial.

Autorização para a construção de 39 ha do Parque, onde houve um reflorestamento do local e a construção do Pavilhão de Exposições, da Churrascaria Florestal, Mini Zoológico e Área de Camping. A área serviu de palco para a primeira Exposição Agropecuária e Industrial e Comercial de Ubá (EXAPIC). O evento reuniu os setores de móveis, de máquinas, confecções e agropecuária. Além disso, foi estabelecido que o Parque apresentasse um regulamento e um projeto de zoneamento de suas áreas. A partir de então, é celebrado um convênio de assistência técnica com o Instituto Estadual de Florestas, IEF, que passa a ter sua sede no Horto Florestal.

Obra do Pavilhão de Exposições Fonte: Revista Panorama Adm. Irineu Gomes FIlho

Portaria de acesso ao Parque Fonte: Revista Panorama Adm. Irineu Gomes FIlho Pista de desfile dos cavalos e baias Fonte: Acervo pessoal

Churrascaria Florestal Fonte: Revista Panorama Adm. Irineu Gomes FIlho

Palco da EXAPIC Fonte: Acervo pessoal

Autoriza o Termo de Permissão de Uso com a Associação Comercial de Ubá e com o Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Marcenaria de Ubá, tendo como objetivo o pavilhão do Parque de Exposições para incrementar a exposição dos produtos industrializados em Ubá e região.

Parque Infatil Maria Cristina Fonte: Revista Panorama Adm. Irineu Gomes FIlho

Construção do Mini Zoológico Fonte: Revista Panorama Adm. Irineu Gomes FIlho

Pavilhão de Exposições Fonte: Acervo pessoal

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4.UM BREVE HISTÓRICO

2011

Concessão de Uso para a construção de um restaurante e do Centro de Convenções e Museu da Indústria Moveleira no Parque Horto Florestal. O local de construção do novo restaurante era o mesmo da antiga Churrascaria Florestal, porém, apesar da concessão, a obra não foi realizada. Já o Centro de Convenções e Museu da Indústria Moveleira foi construído no local do antigo Zoológico.

2020

Concessão de Uso e exploração de área pública para construção de um galpão de 6.480 m², para sediar a Feira de Móveis e Máquinas de Ubá e Região, a Femmur. Para viabilizar a obra, foi criado, pelos empresários das fábricas de móveis, o Movimento Empresarial, com o intuito de construir um pavilhão de eventos que comportasse a Femmur, expandido, 2 anos depois, para 11.000 m².

2000

4.1.O CASO DO HORTO FLORESTAL

Três enchentes em um curto período de tempo ocorreram em Ubá e o Horto Florestal serviu de depósito do material residual destas enchentes. Logo após, é elaborado o Regulamento de Uso do Parque. Mais recentemente, com a pandemia do Novo Coronavírus, o Parque voltou a ser frequentado pelos ubaenses, que retomaram o local para práticas de lazer e outras atividades como aprender a dirigir. Porém, o Horto segue em condições precárias de uso e sem atrativos para a população.

Concessão de Uso do Galpão à terceiros e inclusão da FEMUR no Calendário Oficial de Eventos de Ubá. Diante disso, o Horto Florestal passa a concentrar atividades mais ligadas ao comércio do que ao lazer e o Galpão se torna palco de diversos shows e eventos privados.

2015 2013

Concessão de Uso à Associação Municipal de Assistência e Recuperação dos Condenados, AMAR, para fins de reinserção social dos setenciados do sistema penitenciário de Ubá.

Construção do novo Galpão Fonte: Revista Móveis de Minas

Antigo Pavilhão de Exposições Fonte: Acervo pessoal

Fig. 0 Galpão destinado à eventos Fonte: Acervo pessoal

Femur 2010 Fonte: Revista Móveis de Minas

Evento privado pré carnavalesco Fonte: Bloco do Leão

Extensão do Galpão durante a Femur Fonte: Portal Brasil

Centro de Convenções e Museu da Indústria MoveleiraFonte: Acervo pessoal

Depósito dos resíduos oriundos das enchentes Fonte: Ubá News

Uso da população para lazer Fonte: Acervo pessoal

6


4.UM BREVE HISTÓRICO 4.2.USOS AO LONGO DOS ANOS PROJETO DE IMPLANTAÇÃO 1978

Placa de inauguração Fonte: Revista Panorama Adm. Irineu Gomes Filho 4

3

4 4

3

4 6

4

5

3

(1) Pavilhão de Exposições Fonte: Revista Panorama Adm. Irineu Gomes Filho

2

1

Área não executada

(1) Segundo pavimento do Pavilhão de Exposições Fonte: Acervo pessoal N

Escala 1:1.500 Legenda: 4. Baias 1. Pavilhão de Exposições 5. Pista 2. Pavilhão Agrícola 6. Palco 3. Banheiro *houveram algumas mudanças na execução da obra, como o formato da pista e a disposição das baias Fonte: Prefeitura Municipal de Ubá adaptado pela autora

(2) Pavilhão Agrícola Fonte: Acervo pessoal

7


4.UM BREVE HISTÓRICO 4.2.USOS AO LONGO DOS ANOS PROJETO EXECUTADO 1982 - 2000

(8) Pista de desfile dos cavalos e Pavilhão Leiteiro aos fundos Fonte: Acervo pessoal

6

7

5 4

12 (12) Mini Zoológico Fonte: Acervo pessoal

4 8 3

14 11

5

2

13

9 10 N

(14) Parquinho da Churrascaria Fonte: Acervo pessoal

Escala 1:3.000 Área total: 35,8 ha Legenda: 1. Acesso principal 2. Pavilhão de Exposições 3. Pavilhão Agrícola 4. Cocheira 5. Banheiro 6. Baias 7. Pavilhão Leiteiro 8. Pista

9. Instituto Estadual de Florestas (IEF) 10. Estacionamento 11. Instituto Brasileiro de Defesa Florestal (IBDF) 12. Mini Zoológico 13. Churrascaria Florestal 14. Parquinho 15. Acesso Churrascaria

1 15

Levantamento Planialtimétrico do Horto Florestal em 1986 adaptado pela autora Fonte: Acervo pessoal

(14) Casinha de brinquedo Fonte: Acervo pessoal

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4.UM BREVE HISTÓRICO 4.2.USOS AO LONGO DOS ANOS IMPLANTAÇÃO ATUAL

(2) Antigo Pavilhão de Exposições Fonte: Acervo pessoal

(3) Galpão Fonte: Acervo pessoal

7 3

5

6 4

2 8

(4) Polícia Ambiental Fonte: Acervo pessoal

N

Escala 1:3.000 Área total: 42,4 ha Legenda: 1. Acesso principal 2. Antigo Pavilhão 3. Galpão 4. Polícia Ambiental 5. Centro de Convenções e Museu da Indústria Moveleira

9 1

10

6. Área de camping e banheiro desativados 7. Antiga caixa d’água 8. Área da antiga Churrascaria Florestal 9. Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMAD) 10. Acesso SEMAD Fonte: Prefeitura Municipal de Ubá adaptado pela autora

(9) Secretaria Estadual do Meio Ambiente Fonte: Acervo pessoal

9


5.SITUAÇÃO ATUAL DO HORTO 5.1.PROBLEMAS E PREEXISTÊNCIAS

Entrada do Parque

Entrada do Parque

Pavilhão e Galpão

Abandono do Antigo Pavilhão

Calçada sem manutenção

Desmoronamento da calçada

Posto policial abandonado

Apropriação pela população...

... retomando a antiga Transitolândia

Treino de tiro dos policiais agravando a erosão do talude

Entulho das enchentes

Entulho das enchentes

Depósito de manilhas

Extração de árvores

Piso livre

Captação pluvial ineficaz

Falta de manutenção

Entrada do antigo Zoológico

Obra do alojamento da polícia

Acesso às trilhas

Área de camping desativada

Fonte: Acervo pessoal

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6.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A fim de embasar os estudos acerca do tema, foram escolhidos três tópicos a serem abordados e desenvolvidos na proposta, sendo eles: Espaços Livres Urbanos (6.1); Parques Urbanos (6.2) e Memória Afetiva (6.3), que, adiante, serão aprofundados de acordo com seus principais autores, servindo de fundamentação para os resultados que serão obtidos.

6.1.ESPAÇOS LIVRES URBANOS A presença de espaços livres no contexto urbano das cidades é de suma importância para a melhoria da qualidade de vida urbana. São normalmente associados à função de lazer para as categorias como praças, jardins ou parques, e devem ser entendidos de acordo com as atividades e necessidades da população. Elementos integradores da paisagem urbana como praças, pátios, parques, jardins, terrenos baldios, vilas e outros meios por onde as pessoas fluem no seu dia a dia, tem-se como espaços livres. Diante da pluralidade destes espaços, é importante afirmar sua conceituação. Segundo Macedo (1995), a estes espaços dentro do tecido urbano, contidos dentro dos limites de cada cidade, vila ou metrópole, denomina-se espaços livres de edificação. Aqueles inseridos nos territórios não ocupados por urbanização, designa-se espaços livres de urbanização. Pode-se, então, definir espaços livres como todos aqueles não inseridos entre paredes e tetos dos edifícios construídos pela sociedade. Logo, entende-se como espaço livre qualquer espaço urbano fora das edificações e ao ar livre, de caráter aberto e que, independente do uso, é destinado ao pedestre e ao público no geral. Dessa forma, vale destacar os usos destes espaços, que podem ser: particular; potencialmente coletivo; e os públicos, acessíveis livremente ao público em geral, como as praças e

os parques, Cavalheiro (1992). Isto é, os espaços livres são locais onde é possível, dentro da cidade, o exercício do lazer, de integração com a natureza, de recreação, de conservação, de melhoria ambiental e de estética para a paisagem urbana. Ainda que considerados espaços livres de edificação, vale salientar que dentro desta definição existem ambientes de diferentes usos e funções e que nem todos estão associados diretamente às atividades de lazer. Áreas verdes, áreas de lazer, espaços verdes e áreas de circulação são espaços livres integradores da paisagem urbana, mas que, individualmente, não podem ser abordados como iguais. Diante disso, é importante diferenciar a conceituação destes espaços, que, a seguir, serão definidos de acordo com Macedo (1995). ÁREA VERDE: Designam toda e qualquer área onde exista vegetação. Este termo também é comumente utilizado para denominar o conjunto de áreas de lazer público de uma cidade, como praças, parques, hortos e bosques. ÁREAS DE LAZER: Todo e qualquer espaço livre de edificação destinado ao lazer, seja ele ativo, uma área para jogos e brincadeiras ou contemplativo, isto é, áreas dotadas de um valor cênico/paisagístico expressivo. Todos os parques, praias e praças do meio urbano estão englobados dentro deste conceito, possibilitando, uma utilização mista, tanto para o lazer ativo, como para o passivo. ESPAÇOS VERDES: Toda área urbana ou porção do território ocupada por qualquer tipo de vegetação e que tenha um valor social. Neles estão contidos bosques, campos, matas, jardins, alguns tipos de praças e parques. O valor social atribuído pode ser vinculado ao seu utilitarismo ao interesse para a conservação ou preservação de conjuntos de ecossistemas, ao seu valor estético/cultural e até mesmo à sua destinação para o lazer. ÁREA DE CIRCULAÇÃO: Dentro do contexto

urbano, englobam a grande maioria dos espaços livres de edificação de propriedade pública, no caso, todo o sistema viário e parte do sistema privado de espaços, tais como vilas e sistema viário de condomínios. No âmbito do planejamento urbano, é crucial que haja um sério compromisso com o zoneamento destas unidades para que a recreação não comprometa o equilíbrio dos ecossistemas, já fragilizados por todo o contexto urbano. Sendo assim, é necessário pensar em Unidades de Conservação em áreas urbanas e seu Plano de Manejo, que, além dos parques urbanos e das praças, constituem-se em áreas verdes para a conservação dos recursos naturais e espaços livres para o lazer. O planejamento urbano deve sempre prever a existência de locais destinados ao descanso e ao contato com o meio ambiente, permitindo a integração completa entre sociedade e natureza. Ao pontuar o valor da conservação e da utilização benéfica destes espaços, é importante, também, pensar na vida útil dos mesmos, ou seja, sua morfologia. De acordo com Macedo (1995), a duração - vida útil - de um determinado espaço livre urbano está diretamente vinculada à possibilidade constante de apropriação que este permite ao seu público usuário. Portanto, quanto mais e melhor possa ser apropriado, de forma conveniente, maior será sua aceitação social, e assim, por mais tempo será mantida sua identidade morfológica. Pensando na possibilidade de diversidades de uso que qualificam em termos de durabilidade de um espaço livre de edificação, três fatores devem ser considerados na avaliação do mesmo. A adequação funcional, que se refere à correta conformação morfológica e dimensional, que permite sua utilização para tal finalidade. A adequação ambiental, na qual permite ao usuário condições de salubridade, como acesso à insolação, ventilação adequada, permeabilidade do solo, estabilidade de pisos, declividades e graus de umidade, são pontos a serem considerados para assegurar as atividades mais diversas. Já a adequação estética, se refere à aceitação social deste espaço, que varia de acordo com as

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No Brasil, a situação em relação aos espaços livres de edificação é de crise que se faz presente, mas que não é conferida a devida atenção. As soluções adotadas são, em geral, incompletas e poucas vezes atingem a população como um todo, e, menos ainda, aquela mais necessitada. Observa-se, portanto, uma busca de soluções alternativas à crise em questão, próprias das camadas mais ricas, com a criação cada vez mais intensa de espaços privados, que visam atender às necessidades emergentes. Além disso, existe a internalização do lazer em praças, parques e clubes privados, que reflete a não formalização de um sistema completo de espaços livres para lazer, que sob a forma de condomínios, de quadras e em lotes fechados, cumprem as funções antes destinadas prioritariamente aos espaços públicos. O espaço livre como elemento de projeto urbano é praticamente desconhecido pelos profissionais e pela população, que o vêem como um espaço residual a ser ajardinado ou simplesmente deixado de lado, Macedo (1995).

6.2.PARQUE URBANO A busca por espaços livres públicos na cidade é crescente e advém de dois pontos primordiais norteadores: a urbanização e a industrialização dos países. O processo de urbanização se manifesta com o surgimento das grandes cidades e das metrópoles, baseado primeiramente na industrialização e depois no êxodo rural, se expressando, à princípio, na Europa e nos Estados Unidos. Sendo assim, os parques, definidos como equipamentos públicos, têm a sua história marcada através de experiências inglesas, francesas e norte-americanas. Segundo Oliveira (2010), a ideia de sistema de parques aparece no século XIX com Olmsted nos Estados Unidos, onde o verde passa a ser incorporado na cidade, através de referências europeias com arborização de vias e criação de anéis verdes.

O parque urbano brasileiro, ao contrário do seu congênere europeu, não surge da urgência social de atender às necessidades das massas urbanas da metrópole do século XIX. O Brasil do século passado não possuía uma rede urbana expressiva, e nenhuma cidade, inclusive a capital, o Rio de Janeiro, tinha o porte de qualquer grande cidade européia da época, sobretudo no que diz respeito a população e área. O parque é criado, então, como uma figura complementar ao cenário das elites emergentes, que controlavam a nova nação em formação e que procuravam construir uma figuração urbana compatível com a de seus interlocutores internacionais, especialmente ingleses e franceses. (MACEDO, 2002, p.16).

diferentes expectativas sociais.

A reestruturação pela qual o Brasil passa, com a vinda da família real portuguesa, reflete nas velhas e pequenas cidades, reorganizadas para desempenhar novas funções administrativas. A antiga capital Rio de Janeiro é uma dessas cidades que incorpora tais funções, tornando-se rica em recursos e investimentos. Nesse contexto, no Rio de Janeiro, são construídos os três primeiros parques públicos: O Campo de Santana, projetado em 1873, seguia o padrão anglo-francês largamente utilizado nos parques e jardins modernos de Paris. O Passeio Público, criado em 1783, é o parque urbano mais antigo do Brasil, possuía um traçado geométrico com inspiração nos jardins clássicos franceses; e o Jardim Botânico, o qual se observa uma mistura do traçado romântico com os grandes eixos clássicos, segundo Macedo (2002). É no século XX que o ato de projetar o espaço livre, torna-se, antes de tudo, objeto de trabalho de profissionais que passam a criar tanto espaços públicos quanto privados, sendo possível visualizar em suas obras o desprendimento das antigas influências europeias vistas anteriormente. Após a Segunda Guerra Mundial, a arquitetura paisagística brasileira é consolidada, promovendo a incorporação de um caráter nacionalista, com características tropicais e assumindo sua identidade própria. Com isso, ao contrário do que ocorria no século anterior, o lazer recebeu uma nova representação, desempenhando importante papel na mentalidade das pessoas. Na opinião de Scocuglia (2009), o lazer ganhou status científico e adquiriu aceitação como função urbana.

Dessa forma, por ser criado como uma extensão do cenário das elites e pela crescente urbanização em que o Brasil se encontrava, que levou a grande maioria da população a residir nas cidades, somente nos últimos vinte anos do século XX, de acordo com Macedo (2002), observa-se um interesse político progressivo pela implantação e formação de parques públicos. Por conseguinte, iniciou-se, no final desse século, um processo gradativo de implantação desse tipo de local público para desfrute da população nos médios e grandes aglomerados urbanos, de responsabilidade tanto dos municípios quanto dos governos estaduais. Em paralelo à história dos parques, seguem também as características de cada período que, com o passar dos anos, incorporaram novos elementos. Essas características se definem de acordo com três linhas norteadoras da arquitetura paisagística: Linha Eclética, Moderna e Contemporânea. A primeira trata o espaço livre dentro de uma visão romântica, que remete aos campos bucólicos, fazendo uso da água em fontes e lagos. A Linha Moderna reflete uma postura nacionalista, se apropriando da vegetação nativa e incorporando atividades recreativas e culturais ao espaço. Novas características são introduzidas a partir do século XX, pois, os parques que antes tinham funções contemplativas passam a ter funções de conservação de recursos naturais, surgindo novas denominações como parques ecológicos. A Linha Contemporânea, de acordo com Macedo (2002), aborda esse novo viés para os parques: o ecológico. Surgem, então, novas organizações do espaço livre, onde os elementos do ecletismo passam a ser reincorporados. De toda forma, o parque urbano é um espaço livre público estruturado por vegetação e dedicado ao lazer da massa urbana, que atende a uma grande diversidade de solicitações de lazer, tanto esportivas quanto culturais, não possuindo, muitas vezes, a antiga destinação voltada basicamente para o lazer contemplativo. Além disso, são expressos como espaços livres constantemente experienciados e (re)construídos, onde ocorre o

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alívio das tensões ocasionadas, sobretudo, pelo acelerado ritmo de vida, funcionando como ‘’organismos vivos’’ e contribuindo para a convivência social. Atualmente, os parques urbanos apresentam inúmeras funções que contribuem para a melhoria da vivência urbana, seja em aspectos sociais e ambientais. O ritmo acelerado da vida cotidiana, o trânsito, a violência e a poluição fazem com que a vida nas cidades seja cada vez mais estressante e, até mesmo, perigosa. Por essa razão, os parques passam a ser considerados logradouros voltados ao conforto físico e psicológico do cidadão. Além da melhoria ambiental da cidade, onde podem atuar, entre outros, na capacidade de infiltração das águas, no favorecimento da ventilação e no desenvolvimento de práticas de educação ambiental, possibilitando a utilização democrática do espaço público. A demanda por construção de espaços públicos vêm sendo então, uma das reivindicações da população às administrações públicas, sobretudo às municipais. Apesar dos benefícios já ditos anteriormente, a ausência de espaços livres públicos é uma realidade, principalmente nas cidades de médio e pequeno porte. Essa carência, segundo Caldeira (2000) é por efeito ao novo modelo de segregação que separa grupos sociais de uma forma tão explícita que transforma a qualidade do espaço público. Logo, a sua apropriação vem sendo fortemente cercada pela difusão do medo, que desencadeia a ocorrência de atividades de lazer em ambientes fechados e controlados por aparato de segurança, sendo consequentemente seletivos e excludentes, alterando costumes e repercutindo em mudanças nas relações sociais referentes aos espaços públicos. Portanto, mais do que um importante local de melhoria da vivência urbana, os parques urbanos, assim como qualquer outro tipo de espaço público, devem ser apropriados como um importante fator relacionado à cidadania. Além disso, a participação efetiva de diferentes segmentos sociais pode resultar em políticas públicas menos excludentes, capazes de assegurar um processo participativo mais democrático, de forma que contribuam como um instrumento de construção e fortalecimento da cidadania.

6. 3.MEMÓRIA AFETIVA Por meio do convívio e também da ocupação dos espaços abordados anteriormente, a população atribui significados a esses locais. Por isso, também é importante salientar a compreensão da evolução do espaço urbano, mais precisamente do parque urbano, no contexto da organização espacial das cidades, onde torna-se fundamental conhecer inicialmente a história do espaço e de seus usuários. Dada as transformações nas relações espaço-tempo nas últimas décadas, a percepção, a afetividade com o lugar, a imagem e a memória possibilitam uma melhor compreensão da paisagem urbana. Tal abordagem se faz relevante nos estudos sobre os espaços públicos urbanos, na medida em que permite operar sobre as relações entre paisagem e memória. A importância dos parques urbanos na história da cidade se faz interessante a partir do entendimento de que a percepção e as imagens se manifestam e constituem a paisagem. A preservação dessa paisagem urbana deve marcar a identidade do local e da população e deve permitir que, ao se observar essa paisagem mais atentamente, ela conte sua história e, consequentemente, a história dos moradores da cidade. Quando aplicada aos lugares, os afetos tornam-se mediadores da construção de sujeitos que sentem, pensam e agem partindo de uma racionalidade ético-afetiva. Cidadãos que se identificam com o lugar facilitam processos de apropriação do espaço, e, consequentemente, ocorre uma diminuição dos sentimentos de medo e insegurança. O sentimento de pertencimento está relacionado à aproximação, bem como da ligação com o local. É uma idéia de enraizamento, em que o indivíduo constrói e é construído, planeja

e se sente parte de um projeto, modifica e é por ele modificado. Nesse sentido, é necessário referir-se sobre a qualidade do lugar através de uma abordagem experiencial. Para assim, evidenciar os aspectos subjetivos, ampliar o significado e a compreensão do sentido e da qualidade do lugar. A abordagem experiencial caracteriza a experiência do homem no lugar, ou seja, o modo como cada lugar influencia a ação humana e como a presença humana atribui sentido e significado a cada lugar. O livro Observando a Qualidade do Lugar, contribui nesse sentido por abordar a relação pessoa-ambiente e permitir avaliar o desempenho do ambiente construído através de oito instrumentos e ferramentas de avaliação - walkthrough, mapa comportamental, poema dos desejos, mapeamento visual, mapa mental, seleção visual, entrevista e questionário, complementados por outros dois - matriz de descobertas e observação incorporada, produzidos por pesquisadores do grupo Qualidade do Lugar e Paisagem (ProLUGAR) do Programa de Pós Graduação em Arquitetura da FAU/UFRJ. A fim de contribuir para uma análise da afetividade nos espaços livres públicos, para conhecer sentimentos, expectativas e necessidades dos usuários, é relevante para este estudo conceituar alguns dos instrumentos listados anteriormente: POEMA DOS DESEJOS: Permite que os usuários expressem por meio da escrita ou de desenhos suas necessidades, sentimentos e desejos relativos ao ambiente analisado. Desenvolvido por Henry Sanoff, se baseia na espontaneidade das respostas, produzindo resultados representativos das demandas e expectativas dos usuários. MAPA MENTAL: Produzido por Kevin Lynch, funda-se na elaboração de desenhos ou relatos de memória representativa das ideias que as pessoas possuem de determinado ambiente. Os desenhos tanto podem incorporar a imageabilidade da experiência pessoal quanto experiências relatadas por outras pessoas. SELEÇÃO VISUAL: Possibilita identificar os valores e os significados agregados pelos usuários aos ambientes

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A seguir, será apresentado o resultado da aplicação da metodologia de Poema dos Desejos, realizada com crianças de 8 a 12 anos de idade. O objetivo era coletar sentimentos e desejos por meio de desenhos que completassem a seguinte frase: ‘‘Eu queria que no Horto tivesse...’’

CRIANÇAS DE 8 A 12 ANOS

Eu queria que no Horto tivesse...

1.QUADRA DE TÊNIS 2 .BANCOS para os adultos sentarem

3.PISTA

para quem quiser andar de bicicleta, skate, patins, patinete e hoverboard

4.LANCHONETE para almoçar 5.QUADRA DE FUTEBOL 6.TIROLESA

Eu queria que no Horto tivesse...

TIROLESA

que dá pra ver o Parque inteiro

L AG OA

com pista de caminhada e parquinho em volta

TRILHA ECOLÓGICA

Eu queria que no Horto tivesse...

CAMPO DE FUTEBOL bem grande e

pista d e ska te

Portanto, essas ferramentas possibilitam conhecer a afetividade nos espaços livres públicos, permitindo determinar sentimentos, ideias, necessidades, expectativas e interpretação da sociedade sobre a realidade do ambiente, de fatos e relações que os envolve. Convém, ainda, como base para a discussão dos elementos físicos que influenciam o vivenciar dos parques urbanos; o que os parques representam para os seus frequentadores; a percepção sobre os parques; e o processo afetivo envolvido na relação pessoa-parque, restabelecendo o contato com as significações, no qual o espaço é vivido e constantemente (re)construído a partir daqueles que o experienciam.

RE SPOSTAS E FALAS

OBSERVAÇÃO INCORPORADA: Lida com os aspectos subjetivos das observações, se expressa como uma aplicação prática da abordagem experiencial, ao incorporar as emoções e reações dos lugares, dado pela combinação do homem e do ambiente construído. Incorpora a experiência humana, a subjetividade das emoções que são vivenciadas no ambiente, que devem ser vistas como protagonistas da experiência.

APLICAÇÃO POEMA DOS DESEJOS Eu queria que no Horto tivesse...

analisados. Concebido por Henry Sanoff, propicia fazer emergir o imaginário, símbolos e aspectos culturais dos usuários.

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7.QUESTIONÁRIO A fim de coletar as demandas e memórias da população de Ubá, foi elaborado um questionário e aplicado virtualmente, nas redes sociais, via Formulário Google. Ao final, foram coletadas 428 respostas.

1. Faixa etária

4. Qual atividade presente no Horto o fez conhecer este espaço?

332 (77,6%)

Lazer

23,6% 34,6%

1,9% 11,7%

Entre 20 e 30 anos Acima de 30 até 50 anos Acima de 50 até 70 anos Acima de 70 anos

28,3%

2. Gênero

Comércio

49 (11,4%)

Educação

32 (7,5%)

Trabalho

32 (7,5%) 0

Falta de atrativo para o lazer

Feminino

que te motivou a conhecer o local?

Masculino

66,4%

21,7%

3. Você conhece o Horto Florestal de Ubá?

99,8%

0,2%

78,3%

Falta de infraestrutura

Compilação das respostas de acordo com a incidência

50 100 150 200 250 300 350

5. Ainda é possível realizar no Horto essa atividade 33,6%

Insegurança

118 (27,6%)

Eventos de negócios

*as faixas etárias foram divididas de acordo os diferentes momentos vividos no Horto.

Fim do zoológico e do restaurante

302 (70,6%)

Eventos artísticos Abaixo de 20 anos

6. Se não, por quê?

Falta infraestrutura; o espaço físico foi duramente modificado e destruído; falta interesse e investimentos público e privado na revitalização; falta segurança, etc. É um espaço que poderia ser uma excelente opção de lazer, com atrações infantis, monitores para esportes ou talvez uma escolinha esportiva para alunos da rede municipal.

Está abandonado, o entulho da enchente foi deixado lá e jovens fazem corrida com motos no local que as crianças têm para andar de bicicleta, patins, patinete, etc.

Resposta Nº179

Sim Não

Sim Não

Resposta Nº365

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7.QUESTIONÁRIO

HISTÓRIAS VIVÊNCIAS MEMÓRIAS

7. Você possui memórias em relação ao Horto?

8. Pensando no Horto enquanto espaço público de lazer, quais equipamentos e atividades você gostaria que houvessem neste local? QUADRAS

[...] Gostava de ir andar de bicicleta quando era criança. O zoológico definitivamente foi marcante, assim como aquele restaurante que tinha lá em cima, que tinha casinha pra brincar. Já fiz trilha lá também, mas aí foi já adolescente. O Horto é um grande espaço, dá pra fazer MUITA coisa lá. Todo ubaense (pelo menos os nascidos até o final da década de 90) tem uma ligação afetiva com esse lugar.

Lazer

Esporte

Eventos Natureza

Agrupamento das respostas de acordo com a incidência

Resposta Nº214

Comecei a frequentar o Horto com meus 12 anos, quando ajudava meus pais e a comunidade nas barracas que vendiam comidas durante a festa do aniversário da cidade, à noite, que durava a semana toda, cada dia um show famoso [...] Era gente chegando a pé, de ônibus, carro, moto, bicicleta. [...] o Parque de Diversões, a exposição e desfile de cavalos de raça, bois e vacas eram uma atração à parte durante o dia. Tinha também a Festa das Nações, uma delícia, com as comidas típicas de cada país e shows locais. Bem depois, curti o Horto com as crianças e família: o zoológico e o parquinho da churrascaria. [...] Também se tornou local de grandes eventos, como o Congresso de Educação e o Festival Ary Barroso, mais recentes. [...] Enfim, é um local que vale a pena ser reativado e aproveitado pelos ubaenses, não só durante a festa de aniversário da cidade, mas durante todo o ano, sendo um local de encontro, cultura, negócios, eventos e lazer. Resposta Nº149

As minhas primeiras lembranças no Horto são tardes andando de bicicleta, visitas aos animais que antes tinham lá num “mini zoológico” e noites de comidas gostosas em um antigo restaurante na parte mais alta. Depois disso, me lembro de ir à feirinhas que tinham no galpão menor, e meu programa favorito era: domingo a tarde no parque durante o aniversário da cidade. Era sempre uma programação em família, todas as lembranças envolvem muito amor e carinho. Eram sempre dias felizes no Horto.

PISTAS DE CAMINHADA E BICICLETA TRILHAS PISTA DE SKATE

Práticas esportivas

ACADEMIA AO AR LIVRE TIROLESA

+

QUIOSQUES

Estruturas de apoio

RESTAURANTE

+

ESPAÇO MULTIUSO LANCHONETE BANHEIROS

ESPAÇOS DE CONTEMPLAÇÃO LAZER INFANTIL

Práticas de lazer

=

P R O G R A M A

ZOOLÓGICO MUSEU

ÁREA VERDE

PARQUE DE DIVERSÃO PIQUENIQUE

Resposta Nº153

Compilação das respostas de acordo com a semelhança entre as atividades e a incidência

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8.ESTUDOS DE CASO 8.1.PARQUE FLORESTAL PARKORMAN Autor: Studio Dror Localização: Istambul, Turquia Área: 148 ha - grande escala Tipologia: Parque Público Ano: 2013

The Loop floresta como palco para a...

IMAGINAÇÃO FANTASIA I N T E R AÇ ÃO estruturas verticalizadas acompanhando o ritmo das árvores >>> paisagem harmônica

O projeto busca criar um parque que dissolve a ansiedade e o medo por meio de uma rede de combinações que fomenta o amor incondicional. Imaginar a experiência mais profunda proporcionada pelo toque mais leve; preservar a floresta exuberante, deixando todas as árvores no lugar, conforme determina a prefeitura, são as principais premissas do projeto.

The Grove

O plano para o Parkorman é uma teia de possibilidades; um sistema vivo de lugares para os visitantes explorarem. Em vez de ditar o caminho pelo Parque, os visitantes escrevem suas próprias experiências. Numerosos caminhos não lineares tecem através da floresta existente, surpreendendo as pessoas com descobertas inesperadas ao longo da caminhada.

esculturas que se relacionam com a paisagem

Cinco zonas principais, cada uma com suas próprias qualidades distintas, são projetadas para provocar emoções. A Praça, na entrada do Parque, apresenta a natureza como um lugar de convivência e encontro. A interação e a brincadeira são estimuladas por meio de uma série de intervenções espalhadas por toda parte: balanços e redes sobre o leito da floresta (The Loop); poços de bolas gigantes, inspirados nos mercados de especiarias da Turquia, convidam as pessoas a mergulhar (The Pool); uma trilha flutua acima do solo e gira em torno de troncos de árvores com trampolins no centro (The Chords). Uma trilha labiríntica polinizada com esculturas que se relacionam com a paisagem, estimula a exploração (The Grove), enquanto uma estrutura em forma de cubo, que envia água pelos quatro lados, para envolver os visitantes, estimula a reflexão (The Foutain os Clarity).

The Loop Fonte: Archdaily

floresta como estímulo para a...

EXPLORAÇÃO

DESCOBERTA EXPERIMENTAÇÃO

The Grove Fonte: Archdaily

The Chords floresta como justificativa para a...

CONSERVAÇÃO PERMEABILIDADE CAMINHABILIDADE

estrutura flutuante que conserva a localização da vegetação e mantém a permeabilidade do solo

The Chords Fonte: Archdaily

The Chords floresta como cenário para a...

E XPE R I Ê N C I A

BRINCADEIRA COLETIVIDADE

trampolins no centro da trilha promovendo uma experiência pessoal com a natureza

The Chords Fonte: Archdaily

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Setorização

8.ESTUDOS DE CASO

The Plaza encontro The Loop atividade The Pool recreação

8.1.PARQUE FLORESTAL PARKORMAN

The Chords reflexão

Implantação

A relevância do Parkorman para o trabalho se dá na medida em que a experiência individual e coletiva é a base para a concepção do projeto. Por isso, a abordagem experiencial está presente em todos os momentos do Parque, desde a setorização, onde são divididas de acordo com as atividades e experiências do usuário, até as esculturas, que se relacionam com a paisagem e são espalhadas pelo Parque para provocar surpresa e emoção. Além disso, a floresta é utilizada como partido para explorar a imaginação, a interação e a preservação, em que todas as árvores são mantidas no lugar e as intervenções se adaptam à este cenário. É o caso de reintroduzir a natureza na vida urbana.

Legenda: 1. Acesso 2. Praça 3. Gramado do piquenique 4. Jardins temáticos 5. Trampolim 6. Cubo d’água 7. Trilha natural 8. Trilha da colina 9. Balanços e redes 10. Parque de especiarias 11. Bosque da arte Estradas veiculares e de serviços Trilhas primárias Caminhos secundários Conexões terciárias Água

The Grove exploração

Fonte: Archidaily

Atividades Encontro Piquenique Jogos Arena Jardins Alimentação Mercado

4 9 3

8 10

2

11 6

1

Parquinho Exploração Caminhada Reflexão Trampolim Bicicleta

Corrida Trilha Centro de esportes Rede e balanço Caiaque

5

7

N

Fonte: Archidaily 0 200

600

1000 m

Fonte: Archidaily

18


8.2.BOX HILL GARDENS Autores: ASPECT Studios e NMBW Architecture Localização: Melbourne, Austrália Área: 3.000 m² - pequena escala Tipologia: Espaço comunitário Ano: 2013 A ideia central do projeto é criar um espaço inovador com uma gama diversificada de atividades recreativas e eventos dentro dos jardins históricos de Box Hill Gardens. O local funciona como um espaço comunitário e quadras para várias atividades esportivas e recreativas. Um gráfico dinâmico e envolvente define as áreas de lazer e cria um destino divertido para a comunidade. Um longo caminho de 1 km para caminhada e corrida será adicionado ao espaço em um futuro próximo. As marcações funcionais na superfície consistem em gráficos ousados, com uma série de linhas e pontos sobrepostos codificados por cores que marcam as áreas para usos alternativos. As marcações que se cruzam, embora confusas no início, são legíveis assim que os códigos de cores são decifrados. O projeto propõe desafiar a convenção da quadra de esportes de uso singular e trabalhar uma superfície listrada e supergráfica, formando um espaço que pode funcionar simultaneamente como pista de corrida, quadra poliesportiva, pista de skate e feira. A relevância do projeto se dá por ser uma intervenção em pequena escala e pela forma em que o espaço da quadra é trabalhado, promovendo o exercício de diversos esportes em um mesmo local e atividades que vão além. A comunicação visual pelo piso surgere o uso e agrega uma experiência divertida para o usuário. Além disso, ocorre uma compreensão da paisagem, onde são dispostos assentos de madeira com encostos que permitem a flexibilidade de estarem voltados para dentro ou para fora da paisagem, reconhecendo que as vistas do parque e paisagens circundantes são tão importantes quanto as atividades esportivas.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>

8.ESTUDOS DE CASO

Quadra multiuso Fonte: Aspect Studios

Tênis de mesa Fonte: Aspect Studios

arquibancada livre quadras DESCONSTRUÇÃO da ideia de

quadra

pista de corrida

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> COMUNICAÇÃO VISUAL FLEXIBILIDADE DE USOS

pista de skate e bicicleta banco tênis de mesa quadra

alvo

Pistas misturadas Fonte: Aspect Studios

N

Implantação Escala 1:500 Fonte: Aspect Studios

19


8.ESTUDOS DE CASO 8.3.HEFEI WANTOU & VANKE PARADISE ART WONDERLAND Autor: ASPECT Studios Localização: Hefei, China Área: 15.100 m² - pequena escala Tipologia: Praça Ano: 2017 O partido para o projeto foi pautado no princípio de proporcionar aos residentes uma experiência diversificada e dinâmica da vida urbana moderna em um local singular, remetendo a diferentes ambientes urbanos, como praças urbanas e parques cívicos, parklets e espaços para jogos e recreação esportiva. Todos os espaços são programados para proporcionar uma gama de experiências e oferecem diversas instalações e atividades para todas as idades; tudo estruturado para estimular a conectividade social e comunitária nesses locais de encontro.

3

Fonte: Archdaily

1

Fonte: Archdaily

Intervenção simbólica >>>>>>> flor de romã que valoriza as estruturas 2 Iluminação >>>>>>>>>>>>>> permanência no espaço

e segurança

3 semi públicos dentro 4 Espaços de um espaço público

Espaços propícios à interação social e convivência entre diferentes idades

O projeto reflete elementos da comunidade local e da cultura, com a flor da cidade – a romã – sendo uma forte inspiração para a concepção do espaço social da comunidade, definindo a forma, a cor e a composição para criar uma experiência colorida, ousada e vibrante, onde incentiva-se a interação, a conexão e a comunicação. A relevância deste estudo se dá pela ocorrência de espaços semi-públicos dentro de um espaço público, onde são facilitadas experiências diversas em locais que crianças, adultos e idosos podem se encontrar para se divertirem e celebrarem a diversidade dos estilos de vida. Além disso, o simbolismo explorado pela romã faz remeter à Manga Ubá, uma fruta que é simbólica na cidade deste trabalho e que pode ser explorada nas intervenções no Horto Florestal.

1

2

Experiência colorida

5

5 4 N

Fonte: Archdaily

Escala 1:600 Implantação Fonte: Archdaily

20


9.ANÁLISE DA ÁREA 9.1.TERRENO NA CIDADE

Rodovia MGT-265

N

0 250

500

750

1.000 m

Fonte: Bing Maps adaptado pela autora

Zoom da área de interesse e limites do Horto Florestal

Localização da área de interesse na mancha urbana do município de Ubá, MG

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9.ANÁLISE DA ÁREA 9.2.RELAÇÃO COM O CENTRO

O Horto Florestal se conecta com o Centro da cidade através da Av. dos Ex Combatentes que está a 3 km do Centro, aproximadamente. Atualmente, o Centro de Ubá apresenta uma tendência de expansão para o sentido noroeste, o que fomenta a ocupação nas proximidades do limite do Horto Florestal. Por esse motivo, é estudado um novo acesso ao Parque, que é interligado à um loteamento recente, o San Raphael III. Centro Horto Florestal

Legenda: San Raphael III

Trajeto Horto > Centro 3,7 km 42 min 8 min Trajeto Centro > Horto 2,6 km 30 min 4 min Sentido de expansão do Centro

N

0

200

600

1000 m

Fonte: Bing Maps adaptado pela autora

Possibilidade de um novo acesso ao Horto

Relação do Horto Florestal com o Centro da cidade de Ubá

22


9.ANÁLISE DA ÁREA 9.3.HIERARQUIA VIÁRIA

O trecho de acesso ao Horto apresenta 3 pontos de ônibus, sendo 2 deles com abrigo, porém, com condições precárias de manutenção. Atualmente, o acesso ao Parque é possível pela Av. dos Ex Combatentes, que se destina para o Centro e pela Rodovia MGT-265, com sentido para Juiz de Fora, MG.

San Rapah

el III

Legenda: Via principal 4 faixas de rolamento Velocidade média de 60 km/h

a

i Rodov

65, km MGT-2

83 s nte e t ba

N

Fonte: Bing Maps adaptado pela autora

d Av.

m Co x os E

Via secundária 2 faixas de rolamento Velocidade média de 30 km/h Velocidade média dentro do Parque: 10 km/h 3 pontos de ônibus

23


9.ANÁLISE DA ÁREA 9.4.EQUIPAMENTOS URBANOS 1

1

2

4

6

2

5

3

N

Fonte: Bing Maps adaptado pela autora

3 Legenda: 1.Hospital Santa Isabel com direção ao San Raphael III 2.Polícia Civil com sentido ao Horto Florestal 3.Entrada do Museu Ginásio São José com sentido ao Horto Florestal

4.Acesso ao Horto Florestal 5. Acesso ao IEF 6.Hipermercado Mart Minas com sentido ao Horto Florestal Fonte das imagens: 1, 2, 3 e 6 Google Earth; 4 e 5 Acervo pessoal

4

6

5

24


9.ANÁLISE DA ÁREA 9.5.USO E OCUPAÇÃO

A área de interesse está localizada próxima a uma das saídas da cidade. Por esse motivo, o seu entorno é pouco adensado. Por outro lado, há uma predominância do uso industrial, principalmente da indústria moveleira, o principal setor que gira a economia de Ubá.

Legenda: Uso residencial Uso comercial Uso misto Uso industrial N

Uso institucional Fonte: Bing Maps adaptado pela autora

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9.ANÁLISE DA ÁREA 9.6.ARBORIZAÇÃO E TALVEGUES

Ubá é um município em que 0,1% do seu território possui cobertura florestal. Isso torna a cidade uma área prioritária para projetos de reflorestamento e conservação dos poucos remanescentes florestais ainda existentes. O principal remanescente da Floresta Atlântica do município é o Horto Florestal e o fragmento desempenha um papel fundamental na proteção de cursos d’água associados. Porém, ocorre uma descaracterização de sua vegetação nativa devido à ação antrópica e a exploração de indústrias moveleiras.

Legenda: N

Massa arbórea Linha de talvegue

Fonte: Bing Maps adaptado pela autora

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9.ANÁLISE DA ÁREA

570 m 565 m

9.7.PARTICULARIDADES FÍSICAS E AMBIENTAIS DO HORTO FLORESTAL

550 m 545 m

Resultados do estudo e levantamento realizado por pesquisadores do MG Biota, no ano de 2019, com o objetivo de caracterizar a florística e estrutura da vegetação do Horto Florestal, além de identificar grupos ecológicos referentes ao estádio sucessional da área, de modo a subsidiar ações de manejo, conservação e iniciativas de educação ambiental. Classificação da vegetação: Floresta Estacional Semidecidual Estádio de sucessão (regeneração): Intermediário Tipo de solo: Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico Clima: Tropical de Altitude - quente com invernos secos Temperatura média anual: 20,7ºC Preciptação anual: 1376 mm

50 parcelas x

10 m

AMOSTRA:

61 espécies

= 25 ha

540 m 535 m 530 m 525 m 520 m 510 m

629 indivíduos

52 gêneros

de área amostrada

29 famílias

10 m

N

1.258 indivíduos.ha

Escala 1:4.500 Mapa topográfico do Parque Horto Florestal Fonte: autoral

Família com maior número de espécies: Fabaceae vulgarmente conhecida como leguminosas Densidade e frequência de espécies:

50 unidades amostrais Síndrome de polinização:

entomófilas

polinização por insetos Síndromes de dispersão:

62% zoocóricas dispersão por animais Risco de extinção:

3 espécies ameaçadas

> > > >

41 Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. nome popular: Garapa 60%

abelhas

>

8%

besouros

>

25% anemocóricas dispersão pelo vento

>

34 Brosimum guianense (Aubl.) Huber. nome popular: Leiteira- vermelha

32%

outros insetos

>

13% autocóricas

dispersão pelo própria planta

Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. nome popular: Garapa

>

Dalbergia nigra nome popular: Jacarandá

da Bahia

>

Garapa Fonte: Acervo pessoal

Leiteira-vermelha Fonte: Plantas Tropicais

Jacarandá da Bahia Cutieira Fonte: Plantas Fonte: Programa Tropicais Arboretum

Joannesia princeps nome popular: Cutieira

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10.PROGRAMA 10.3.PROGRAMA DEFINITIVO E PRÉ DIMENSIONAMENTO

10.1.PROGRAMA PRELIMINAR Resultados do questionário

Práticas esportivas

+

Quadras Pista de caminhada e bicicleta Trilhas

Academia ao ar livre Pista de skate Tirolesa

10.2.CONCEITO Quiosque Restaurante Espaço multiuso

Lanchonete Banheiros

COM A PAISAGEM E A MEMÓRIA

Estruturas de apoio

+

Práticas de lazer

Espaços de contemplação Lazer infantil Zoológico

Área verde Museu Paque de diversão Piquenique

Resultados dos estudos de caso

Práticas esportivas

+

Trilhas Pista suspensa Quadras multiuso Pistas integradas

Mobiliário Iluminação Feira

Práticas de lazer

Encontrar, reencontrar, desencontrar. Relembrar, sorrir, compartilhar. Pular, cantar, beijar, abraçar, se emocionar... O Horto Florestal é um lugar que carrega uma afetividade que caminha de mãos dadas com a sua paisagem. Paisagem diversa, modificada e, ao mesmo tempo, preservada pela memória. O (re) encontro com a paisagem e a memória sugere uma ressignificação que permita desfrutar de novos usos, interagir com pessoas diferentes, contemplar a paisagem natural e respeitar a natureza do local.

Metragem Quantidade

Quadra poliesportiva Pista de skate Pista de caminhada e ciclovia Trilha Arvorismo Camping Quiosque Lanchonete Sanitário Ambulatório Centro de visitantes Estacionamento Praça Mirante Parquinho Área de piquenique Transitolândia Jardim das sensações

432,00 m² 200 m² 1.200 m

1 1 1

2.500 m 9 m² 750 m² 25,00 m² 200 m² 24,00 m² 25 m² 840 m² 4.000 m² 5.500 m² 100 m² 1.200 m² 1.200 m² 10.000 m² 5.000 m²

3 4 1 4 2 6 1 1 1 1 3 1 1 1 1

10.4.DIRETRIZES GERAIS

Estruturas de apoio

+

(RE) ENCONTRO

Equipamento

Intervenções simbólicas Praça Mirantes Jardins temáticos Redário Parque infantil

Elaboração do Plano de Uso do Parque Recuperação de áreas degradadas Controle de erosão com obras de contenção e plantio de gramíneas Obras de captação pluvial

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11.SETORIZAÇÃO 11.1.SETORIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

11.2.MAPEAMENTO DAS TRILHAS

Contemplar Observar Caminhar Brincar Fazer piquenique Reunir Refletir Chegar Estacionar Informar Alimentar Acudir Explorar Atravessar Praticar Jogar Correr Pedalar Descobrir Experimentar

Acesso às trilhas Acesso para veículos

N

Escala 1:4.500 Mapa de setorização das atividades

Trilha principal Extensão: 1.750 m Nível de dificuldade: leve Características: trilha longa, de fácil acesso, com uma pequena subida íngreme, visando todos os públicos Trilha secundária Extensão: 1.410 m Nível de dificuldade: moderada/pesada Características: subida íngreme até alcançar o topo do morro

N

Escala: 1:4.500 Mapa de distribuição das trilhas

Trilha terciária Extensão: 220m Nível de dificuldade: leve Características: trilha curta, de fácil acesso, visando o público de crianças e pessoas com mobilidade reduzida

29


11.SETORIZAÇÃO 11.2.MAPEAMENTO DAS TRILHAS

5

1 Acesso às trilhas

2 Caminho para as trilhas paralelo ao Centro de Convenções e Museu

3 Ínicio das trilhas - placa informativa dos animais existentes

4 Tanque de animais aquáticos do antigo Zoológico

5 Trecho íngreme que segue adentrando pela mata

6 Fileira de Mangueiras dentro da trilha

7 Trecho íngreme até o limite do terreno

8 Antiga área de camping

7 4

6

3 8

2 9 1

10

11 12

N

Escala 1:6.000 Mapa de localização do percurso

Fonte: Acervo pessoal

9 Área do antigo restaurante

10 Caminho de pedra

11 Vista do dossel

12 Descida do caminho de pedras

30


11.SETORIZAÇÃO 11.3.SETORIZAÇÃO DO PROGRAMA

11.4.FLUXOGRAMA

(0) Acesso principal

(2) Estacionamento 7 4

6

5 3

1 2

(3) Lanchonete

8

2

(7) Trilhas (3) Ambulatório 1

Área de estacionamento com a ideia de resgatar a presença dos canteiros que antes existiam. Adaptação de edifícios já existentes para implementação de lanchonete, quiosques, sanitários e ambulatório.

4

Área livre onde pretende-se trabalhar uma comunicação visual no piso, retomando a antiga Transitolândia que havia no local. Área inutilizada atualmente, com potencial para abrigar espaços de convivência, como praça, parquinho e área de piquenique.

(6) Centro de visitantes

(3) Sanitários

Pista de caminhada e ciclovia onde já existe uma diferença de pavimentação destinada à esta atividade.

3

5

9

(1) Pista de caminhada e ciclovia

10 0 N

6

Atual Centro de Convenções e Museu da Indústria Moveleira, espaço propício à abrigar o Centro de Visitantes do Parque.

(3) Quiosques (8) Quadra

Escala 1:4.500 Mapa de setorização do programa

(10) Jardim das sensações

(4) Transitolândia

7

Caminho pré-existente e possibilidade de novos caminhos para as trilhas interpretativas.

9

Antiga área de camping que pode ser reativada.

8

Espaço da antiga Churrascaria Florestal, no qual pode ser instalada uma quadra poliesportiva.

10

Caminho pré-existente que pode ser aproveitado através de um Jardim das Sensações para promover a educação ambiental.

(9) Camping

(5) Praça

31


12.PROPOSTA

3 4

12.1.IMPLANTAÇÃO 2

1 Vista Mirante das Mangueiras

Novo acesso Vista Mirante San Raphael

1.Transitolândia 4.Pista de caminhada e 2.Praça 3.Mirante das ciclovia Mangueiras

4

(RE) ENCONTRO COM A PAISAGEM E A MEMÓRIA N

Escala 1:6.000 Área: 42,4 ha Proposta de implantação

Jardim das Sensações

1

2 3

3.Mirante da Quadra 1.Quadra 2.Pista de skate 4.Área de camping

Diante de todas as questões abordadas até o momento, percebe-se o valor histórico e o potencial que o Horto Florestal possui, assim como a importância da preservação de um fragmento florestal na cidade de Ubá. Sendo assim, a ideia inicial para a proposta consiste em estabelecer um (re) encontro com a paisagem e a memória do local e, por isso, tem como partido a releitura das implantações anteriores com base na reinterpretação dos diferentes usos ao longo dos anos. Além disso, são propostas intervenções de baixo impacto que visam a adaptação das edificações existentes, a preservação da mata e a viabilidade de execução do projeto. Ainda assim, um novo acesso é proposto, através do loteamento San Raphael III e é exclusivo aos pedestres. A antiga Transitolândia é retomada por uma série de caminhos e possibilidades pintados no piso livre. São caminhos que permitem a imaginação e têm como destino o círculo no centro, que faz alusão à antiga pista de cavalos. Na área da antiga Churrascaria é proposta uma quadra multiuso que sugere o exercício de diversos esportes de forma simultânea, além de contar com uma pista de skate e caminhada. À frente da quadra, é proposto um mirante que retoma o que havia no antigo restaurante. Além deste, são dispostos outros 2 mirantes: Mirante San Raphael, com vista para o novo acesso e o Mirante das Mangueiras, com vista para o interior do Parque. Para estimular a educação ambiental e a preservação da floresta, é proposto na parte mais baixa e acessível da mata, um Jardim das Sensações, onde as atividades de educação ambiental se tornam mais sensoriais e divertidas.

32


12.PROPOSTA 12.2.PERSPECTIVAS

O local em questão é, atualmente, um pátio sem uso e pavimentado com cascalho. A proposta consiste em implantar um gramado para piquenique ao redor das Mangueiras pré existentes e requalificar o restante da área para funcionar como praça e playground infantil, promovendo, assim, o encontro entre diversas idades e uma interação social mais dinâmica e prazerosa.

>

Proposta

Situação atual

Área de piquenique

33


12.PROPOSTA 12.2.PERSPECTIVAS

>

O local em questão conta com uma calçada para caminhada, que atualmente não é utilizada devido à falta de manutenção. A proposta consiste na reforma dessas calçadas e na implantação de uma ciclovia ao lado, onde ambos percorrem por toda a parte baixa do Parque. Além disso, existe um gramado abandonado ao lado do antigo Pavilhão de Exposições, onde é proposta a instalação de quiosques.

Proposta

Situação atual

Pista de caminhada, ciclovia e quiosques

34


12.PROPOSTA 12.3.PERSPECTIVAS

> A área demarcada se encontra em um ‘‘não lugar’’ do Horto Florestal, atrás do Galpão de eventos. O local carece de manutenção e de infraestruturas de drenagem. Sendo assim, para requalificá-lo e tornar a experiência mais prazerosa e segura em todo o Parque, é proposta a continuação da pista de caminhada e ciclovia, além da proteção do talude com gramíneas.

Proposta

Situação atual

Continuação da pista de caminhada e ciclovia

35


13.CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste estudo preliminar do projeto é apresentar ideias e esboços iniciais da proposta de requalificação do Horto Florestal de Ubá, de modo a respeitar os usos atuais e permitir novas formas de ocupação, tornando a experiência do usuário mais divertida, consciente e prazerosa. Na próxima etapa deste trabalho, que será realizada na disciplina ARQ 399 - Trabalho de Conclusão de Curso II, será desenvolvido o projeto final de requalificação do Parque, onde as propostas aqui apresentadas serão melhores definidas de acordo com os ideais de espaço público de lazer e preservação ambiental, que levam à consolidação deste objeto arquitetônico, urbanístico e paisagístico. >

Proposta

Situação atual

36


14.BIBLIOGRAFIA CALDEIRA, T. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Ed. 34 / EDUSP, 2000 CAVALHEIRO, Felisberto; DEL PICCHIA, P. C. D. Áreas verdes: conceitos, objetivos e diretrizes para o planejamento. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE ARBORIZAÇÃO URBANA, 4 Vitória-ES, de 13 a 18 de set/1992, Anais I e II, pp. 29-38, 1992. INSTITUDO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA. Censo Ubá, Panorama e História. 2010. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/uba/panorama>. Acesso em: 10 ago. 2020 LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1980. MACEDO, S. Espaços Livres. Paisagem e Ambiente, n. 7, p. 15-56, 10 jun. 1995. MACEDO, S. S.; SAKATA, F. G. Parques urbanos no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2002. [Coleção Quapá]. OLIVEIRA, F. L. de. O nascimento da ideia de parque urbano e do urbanismo modernos em São Paulo. Arquitextos, São Paulo, 10.120, Vitruvius, mai 2010. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10.120/3433>. Acesso em: 2 abr. 2020 PANORAMA ADMINISTRATIVO IRINEU GOMES FILHO, Ubá: 15 jan. 1983. PREFEITURA MUNICIPAL DE UBÁ. Legislação Municipal. 2020. Disponível em: <https://www. uba.mg.gov.br/legislacao>. Acesso em: 10 ago. 2020 RHEINGANTZ, P.A. et al. Observando a qualidade do lugar. Procedimentos para a avaliação pós ocupação. Rio de Janeiro: PROARQ, 2009. REVISTA MÓVEIS DE MINAS, Ubá, Intersind, ano 2. n. 7, jul. 2009b. 30 p. il. SCOCUGLIA, J. B. C. O Parc de La Tête d’Or: patrimônio, referência espacial e lugar de sociabilidade. Arquitextos, São Paulo, 113.03, Vitruvius, out 2009. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/10,113/20. Acesso em: 30 jul. 2020. SILVA, R.V.; SILVA, M.C.; TOSTES, R. Florística e estrutura de um fragmento florestal urbano no município de Ubá, Minas Gerais. MG BIOTA, Belo Horizonte, V.11, n.4, jan./mar. 2019.

37


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