UNIDADE DE SAUDE E ACOLHIMENTO DE ANIMAIS ABANDONADOS

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

NAILIOMAR BARROS DE OLIVEIRA VITOR

Anteprojeto arquitetônico de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte

MACEIÓ-AL 2020/1


NAILIOMAR BARROS DE OLIVEIRA VITOR

Anteprojeto arquitetônico de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte

Trabalho final de graduação apresentado como requisito parcial, para conclusão do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da professora Vanessa Gonçalves e coorientação da professora Tânia Gusmão.

MACEIÓ-AL 2020/1


NAILIOMAR BARROS DE OLIVEIRA VITOR

Anteprojeto arquitetônico de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte

Trabalho final de graduação apresentado como requisito parcial, para conclusão do curso de graduação em Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário CESMAC, sob a orientação da professora Vanessa Gonçalves e coorientação da professora Tânia Gusmão.

APROVADO EM: ___/____/_____

______________________________________________ Prof. Vanessa Gonçalves Orientadora – Cesmac ______________________________________________ Prof. Tânia Gusmão Avaliador Interno – Cesmac ______________________________________________ Avaliador Externo


DEDICATĂ“RIA A minha mĂŁe, irmĂŁo e namorado que sempre torceram pelo meu crescimento, me ajudando a passar por essa fase de muita luta. Aos familiares e amigos que torceram pelo meu crescimento durante essa fase da minha vida. Em especial a minha cachorrinha Pink, que me foi um dos principais motivos da escolha do tema.


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido força e persistência durante esse período, a fim de permitir a conclusão de mais um ciclo da minha vida e me fazer enxergar que novos caminhos que estão por vir e que isso é o começo de uma grande jornada profissional. A minha família, em especial minha mãe e irmão, Adriana e Anglomar, que durante toda essa etapa estiveram ao meu lado, lutando junto e buscando sempre proporcionar todo apoio e suporte necessário para fazer com que tudo fluísse da melhor maneira possível. Ao meu namorado Rubens e amigos, que tiveram paciência, compreensão e companheirismo, em especial a Lais e Maria Clara que demonstraram parceria durante esses 05 anos de graduação. A minha cachorrinha Pink, que também contribuiu durante seu período de vida aqui na terra e que agora está no céu, pois sua trajetória aqui me deixou muitos ensinamentos e alegrias. A minha orientadora Vanessa Gonçalves e ao corpo docente do curso de arquitetura e urbanismo do CESMAC, que durante esse período de graduação buscaram proporcionar as melhores experiencias e conteúdo dentro ou fora da sala de aula, serei eternamente grata pela colaboração de todos.


“Se quiser aprender a amar, comece pelos animais; eles são mais sensíveis.” (Gurdjieff)


RESUMO

O objetivo deste estudo é apresentar anteprojeto arquitetônico de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte, com enfoque em cães e gatos para a cidade de Maceió – AL. O controle de zoonoses é uma questão de saúde pública que quando mal executado resulta em proliferação de doenças e superpopulação destes animais. A cidade de Maceió disponibiliza um centro de acolhimento, mas a qualidade assistencial se mostra ineficiente, não correspondendo às finalidades necessárias para o quadro de animais em situação de rua. Sendo assim, para entender a demanda dos usuários, foram realizadas análises das legislações e normas vigentes voltadas ao cuidado e bem-estar dos animais, além da realização de pesquisas e estudos de caso de projetos do mesmo segmento, a fim de obter um diagnóstico final. Resultando na inserção de uma entidade com atendimento veterinário de qualidade, de forma que cumpra as necessidades, principalmente dos animais e de donos com baixo poder aquisitivo.

Palavras-Chaves: Hospital veterinário, animais, saúde animal.


ABSTRACT

The objective of this study is to present an architectural project for a health and care unit for abandoned small animals, specialized on dogs and cats, in the city of Maceiรณ - AL. The zoonoses control is a public health issue that results in the proliferation of diseases and overpopulation of these animals when poorly executed. The city of Maceiรณ has an animal shelter, but the assistance quality provided is inefficient, not corresponding to the necessities of these street animals. Therefore, in order to understand the facility users demands, analysis of the laws and regulations in force aimed at animal care and welfare were carried out, in addition to researches and case studies of projects in the same segment, in order to obtain a final diagnosis. Results shows the insertion of an entity with high quality veterinary care, in a way that meets the needs of pets and owners with low purchasing power.

Keywords: Veterinary hospital, animals, animal health and care.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Pintura rupestre homens e cães ................................................................ 17 Figura 2: Os lobos foram uns dos primeiros a fazer parte da domesticação ............. 18 Figura 3: Esqueleto humano e de um cão enterrados juntos .................................... 19 Figura 4: Pintura rupestre de cenas cotidianas no período Neolítico ........................ 19 Figura 5: Esqueleto humano e de um gato enterrados juntos há 9.500 anos ........... 20 Figura 6: Escultura da Deusa Bastet ......................................................................... 20 Figura 7: Evolução histórica do processo de domesticação dos animais .................. 21 Figura 8: Índice de animais domésticos no mundo ................................................... 23 Figura 9: Mercado Pet – infográfico .......................................................................... 24 Figura 10: Dados da população animal no Brasil ...................................................... 25 Figura 11: Quantidade de cães e gatos abandonados no Brasil ............................... 27 Figura 12: Linha do tempo das leis de proteção animal ............................................ 30 Figura 13: Fachada principal ..................................................................................... 37 Figura 14: Planta de situação .................................................................................... 38 Figura 15: Volumetria da edificação .......................................................................... 38 Figura 16: Planta baixa ............................................................................................. 39 Figura 17: Acesso para serviço ................................................................................. 40 Figura 18: Recepção principal ................................................................................... 40 Figura 19: Fachada principal ..................................................................................... 41 Figura 20: Planta de situação .................................................................................... 42 Figura 21: Posto de medicamento ............................................................................. 42 Figura 22: Planta baixa térreo ................................................................................... 43 Figura 23: Planta baixa superior................................................................................ 43 Figura 24: Corte ........................................................................................................ 44 Figura 25: Fachada ................................................................................................... 44 Figura 26: Esquema de construção........................................................................... 45 Figura 27: Fachada principal ..................................................................................... 46 Figura 28: Fachada ................................................................................................... 46 Figura 29: Recepção ................................................................................................. 47 Figura 30: Farmácia .................................................................................................. 47 Figura 31: Planta baixa ............................................................................................. 48


Figura 32: Recepção ................................................................................................. 48 Figura 33: Recepção ................................................................................................. 48 Figura 34: Consultório ............................................................................................... 49 Figura 35: Terreno para implantação de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte .................................................................. 55 Figura 36: Lote situado na Avenida Menino Marcelo, Rua da Rádio Palmares e a Avenida Ralph de Pessoa Braga............................................................................... 56 Figura 37: Imagem área do entorno .......................................................................... 57 Figura 38: Lote escolhido para estudo ...................................................................... 57 Figura 39: Entorno..................................................................................................... 57 Figura 40: Entorno..................................................................................................... 58 Figura 41: Entorno..................................................................................................... 58 Figura 42: Parâmetros de uso e ocupação do solo com destaque na ZE-2 .............. 58 Figura 43: Estudo de insolação pela carta solar........................................................ 59 Figura 44: Organofluxograma dos setores ................................................................ 64 Figura 45: Estudo de volumetria................................................................................ 66 Figura 46: Planta de cobertura .................................................................................. 68 Figura 47: Perspectiva recepção 01 .......................................................................... 68 Figura 48: Perspectiva recepção 01 .......................................................................... 69 Figura 49: Planta baixa layout recepção ................................................................... 70 Figura 50: Perspectiva fachada principal .................................................................. 70 Figura 51: Perspectiva fachada principal .................................................................. 71 Figura 52: Planta baixa layout atendimento .............................................................. 72 Figura 53: Perspectiva externa setor de atendimento ............................................... 72 Figura 54: Planta baixa layout consultório ................................................................. 73 Figura 55: Perspectiva interna consultório ................................................................ 73 Figura 56: Perspectiva interna consultório ................................................................ 74 Figura 57: Planta baixa layout banho e tosa ............................................................. 74 Figura 58: Perspectiva interna banho e tosa ............................................................. 75 Figura 59: Perspectiva interna banho e tosa ............................................................. 75 Figura 60: Planta baixa layout setor cirúrgico e internação ....................................... 76 Figura 61: Perspectiva externa setor cirúrgico e internação ..................................... 77 Figura 62: Planta baixa layout internação ................................................................. 77


Figura 63: Perspectiva interna setor de internação ................................................... 78 Figura 64: Perspectiva interna setor de internação ................................................... 78 Figura 65: Planta baixa layout setor administrativo ................................................... 79 Figura 66: Perspectiva externa setor admirativo ....................................................... 80 Figura 67: Planta baixa descanso ............................................................................. 80 Figura 68: Perspectiva descanso dos colaboradores ................................................ 81 Figura 69: Perspectiva descanso dos colaboradores ................................................ 81 Figura 70: Planta baixa layout pátio central .............................................................. 82 Figura 71: Perspectiva pátio central .......................................................................... 82 Figura 72: Perspectiva pátio central .......................................................................... 83 Figura 73: Planta baixa layout canil........................................................................... 83 Figura 74: Perspectiva canil ...................................................................................... 84 Figura 75: Pele de vidro ............................................................................................ 85 Figura 76: Cimento queimado ................................................................................... 85 Figura 77: Concreto ................................................................................................... 85 Figura 78: Brises de madeira .................................................................................... 85 Figura 79: ACM ......................................................................................................... 86 Figura 80: Cobogó..................................................................................................... 86 Figura 81: Chapas metálicas ..................................................................................... 86 Figura 82: Gesso acartonado .................................................................................... 86 Figura 84: Grama ...................................................................................................... 86 Figura 83: Piso placas cimentícias ............................................................................ 86


LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Principais desculpas para o abandono ...................................................... 27 Tabela 2: Análise através da carta solar de incidência solar durante o inverno ........ 59 Tabela 3: Análise através da carta solar de incidência solar durante o verão ........... 60 Tabela 4: Tabela de tipologias e representação arbórea .......................................... 88


LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Porcentagem de cães, gatos e crianças no Brasil – IBGE (2013) ............ 12


SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12 2. RELAÇÃO .......................................................................................................... 17 2.1

Evolução histórica da domesticação dos animais ........................................ 17

2.2

Situação de cães e gatos no Brasil .............................................................. 22

2.3

Abandono animal ......................................................................................... 26

2.4

Bem estar animal ......................................................................................... 28

2.5

Políticas públicas para animais .................................................................... 29

2.6

Diretrizes do ambiente hospitalar veterinário ............................................... 31

3. ANALISE DE CORRELATOS ............................................................................ 37 3.1

Palm Springs Animal Care Facility ............................................................... 37

3.2

Memphis Veterinary Specialists ................................................................... 41

3.3

Hospital Veterinário Constituición ................................................................ 45

3.4

Conclusão análise de correlatos .................................................................. 49

4. CONDICIONANTES

PROJETUAIS

E

PROPOSTA

DO

ANTEPROJETO

ARQUITETÔNICO DE UMA UNIDADE DE SAÚDE E ACOLHIMENTO DE ANIMAIS ABANDONADOS DE PEQUENO PORTE................................................................ 55 4.1

Localização e entorno .................................................................................. 55

4.2

Estudo de insolação e ventilação ................................................................. 58

4.3

Programa de necessidades.......................................................................... 61

4.4

Organofluxograma........................................................................................ 64

4.5

Conceito e partido ........................................................................................ 65

4.6

Implantação .................................................................................................. 67

4.7

Sistemas construtivos e materiais ................................................................ 84

4.8

Vegetação .................................................................................................... 87

5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 89 6. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 90


1. INTRODUÇÃO

É de conhecimento geral que nos dias atuais parte da população brasileira possui algum animal doméstico em seus domicílios. Estes indivíduos, na maioria das vezes são vistos como verdadeiros membros da família e são considerados sinônimos de companheirismo e amizade. Segundo Faraco (2004), a criação de animais domésticos é um fenômeno que se tornou comum dentro da sociedade atual e esse relacionamento gerado entre homem e animal vem sendo estudado desde primeiras domesticações realizadas nos primórdios da humanidade. Essa relação vem se tornando comum pois muitos humanos com alguma forma de carência afetiva, doenças como depressão ou o simples fato de gostar de animais escolhem cuidar de um bicho de estimação. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou um levantamento no ano de 2013 constatou que o número de cães e gatos nas residências superou o número de crianças naquele período, onde a cada 100 famílias no país 44 possuíam cachorros, enquanto 36 possuíam crianças como mostra no gráfico 01. Essa pesquisa também indicou que para cada 45 milhões de crianças de até 14 anos há a existência de 52 milhões de cães. (Gráfico 01)

CENTRO - OESTE

22,3

14,3

49,8 20,1 19

SUL

SUDESTE

58,6 20,2

13,5

42,4 24,6 23,6

NORDESTE

36,4 28,5

NORTE

22,7

BRASIL

17,7

0

10

48

22,3

20

Crianças (0 a 14 anos)

44,3

30

40

Gatos

50

60

70

Cachorros

Gráfico 1: Porcentagem de cães, gatos e crianças no Brasil – IBGE (2013) Fonte: Site IBGE, 2013.

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Entretanto, nem todas as famílias que em algum momento de suas vidas acolhem esses animais dão conta de cuidar deles e, assim, alguns acabam sendo abandonados. Diante desse problema, a superpopulação desses animais nas ruas acarretaram em consequências, como a proliferação da espécie e a transmissão de zoonoses, comprometendo a saúde e bem-estar de todos. (LIMA, LUNA, 2012). Nessa situação, faz-se necessário uma proposta para flexibilizar o problema social diretamente relacionado a qualidade de vida animal e humana. Dentre as possíveis tentativas de minimizar o problema estão as campanhas educativas e implantação de abrigos, que consigam oferecer acolhimento e tratamento para esses animais em situação de abandono, a fim de serem destinados para novos lares. (EDSON JÚNIOR, 2011). As entidades sem fins lucrativos foram idealizadas como um instrumento de defesa aos direitos humanos e da promoção da cidadania. Foi nesse contexto que surgiram as ONGs, organizações não governamentais, em defesa e garantia da qualidade de vida humana (CARLOS LINDBERGH, 2014). Muitas delas foram surgindo devido à ausência do estado em relação a alguns serviços prestados ao povo, essas organizações são financiadas por meio de doações dos sócios, além de terem o apoio de instituições pública e privada (FRANCISCO, WAGNER DE CERQUEIRA E., 2019). Dessa forma, o presente trabalho diz respeito à elaboração de um anteprojeto arquitetônico de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte, que possa oferecer todos os serviços necessários para o cuidado e bem-estar dos animais, dispondo de espaços com diversos equipamentos, dentre eles: canil e gatil, setor de saúde animal e administrativo. O intuito principal é atender à população de baixa renda, visto que esse público não possui condições necessárias para submeter seus animais de estimação aos tratamentos realizados em clínicas particulares, o atendimento médico veterinário gratuito voltado ao tratamento de traumas e doenças de cães e gatos é idealizado para servir essa carência. No qual, também oferecerá apoio, aos animais que se encontram abandonados nas ruas, que comprometem a saúde pública através da proliferação de algumas doenças como micose ou raiva, doenças estas, que podem ser transmitidas aos seres humanos, deixando em risco a saúde dos mesmos.

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Para isso, foi necessário analisar como o animal é visto pela sociedade e de que forma está sendo essa relação com o homem e os espaços que habitam, além de compreender se esses ambientes estão adequados para seu bem-estar e saúde. Buscando analisar leis pertinentes que colaboram para sanar as necessidades e proporcionar uma melhor qualidade de vida para todos. Foram realizadas pesquisas bibliográficas e infográficas, através de livros e internet, com temas relacionados à qualidade de vida animal, abandono, evolução do relacionamento com o homem e normas que devem ser seguidas durante a realização do projeto. A partir disso, o trabalho foi dividido em capítulos que abordam pontos relevantes para o projeto de segmento veterinário. Alguns projetos foram escolhidos para coletar dados que auxiliassem na formação do programa de necessidades e colaborassem para melhor compreensão da dinâmica desse tipo de edificação. Após a coleta de dados, foi desenvolvido o anteprojeto arquitetônico de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte em Maceió – Al, seguindo as carências encontradas e as normas estabelecidas em leis. No primeiro capitulo abordou a evolução emocional entre homem e animal, analisando como ocorreu o crescimento afetivo e a sua importância diante da sociedade atual. Além disso, se faz necessário compreender a situação que esses animais se encontram e as necessidades geradas ao decorrer dos anos, como a importância de arrumar soluções para amenizar o abandono vinculando a compreensão de políticas públicas e leis que promovam soluções para tentar sanar os problemas gerados pelo homem. Logo após, no segundo capitulo foram analisados três estudos de casos de hospitais veterinários, com o intuito de adquirir conhecimento no que diz respeito a funcionalidade, estrutura, setorização e ambientação na área hospitalar. Para que isso fosse possível, foram analisadas as necessidades e as dificuldades geradas pelo dia a dia dos seus usuários de forma que facilitasse na elaboração desse projeto. Já o terceiro capitulo, serviu para conher as diretrizes e leis projetuais na cidade de Maceió – AL e a importância de inserir um projeto desse seguimento na região, mais especificamente no bairro do Antares onde está inserido o lote de estudo. Logo após, foram analisados o programa de necessidades e os condicionantes climáticos para facilitar na distribuição dos setores de forma mais proveitosa, seguindo as

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orientações dispostas pelo norte do terreno afim de proporcionar maior conforto térmico. Esse capítulo também aborda sobre o anteprojeto arquitetônico de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte na cidade de Maceió – AL, no qual foi subdividido em tópicos para melhor entendimento das fases projetuais a serem seguidas. Com isso, foi necessário definir um conceito e partido para que facilitasse a compreensão nos elementos agregados em sua arquitetura, onde em seguida vão sendo apresentadas através de plantas baixas e perspectivas que demonstram o resultado final de todo material recolhido durante a fase de pesquisa. Por fim, também foram analisados sistemas e materiais construtivos que agregassem funcionalidade e estética nos blocos edificados. E por fim, para encerramento dessa etapa do projeto é analisado através de uma conclusão o principal motivo para a elaboração de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte em Maceió – AL.

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2. RELAÇÃO

2.1 Evolução histórica da domesticação dos animais

Desde muito tempo a humanidade já convivia com os animais, sendo caracterizado como presa e caçador. Mas ao decorrer dos anos as espécies começaram a estabelecer um laço emocional e afetivo a partir das experiencias vivenciadas, fazendo com que esse vínculo permanecesse até os dias atuais. (WALDEMAN, 2013) “O relacionamento humano com animais domésticos é muito antigo, e as pessoas precisam dos animais em suas vidas. Até recentemente, a maioria dos especialistas acreditava que os seres humanos e os cães já viviam juntos, mas uma pesquisa mais recente do DNA dos cães provou que seres humanos e cachorros podem estar convivendo há mais de cem mil anos.” (GRANDIN; JOHNSON, 2006, p.185-186)

Segundo Mazoyer e Roudart (2008), já na pré-história, pontualmente na fase do período neolítico (10.000 a.C. a 5.000 a.C.) os grupos de predadores passaram a ser agricultores, deixando de ser nômades e começaram a adotar moradia fixa, fomando vilarejos. Nesse período os agricultores já possuíam diversas técnicas de domínio do espaço natural, como saber reconhecer e preservar plantas e animais que lhe proporcionariam vantagens para sua sobrevivência. (Figura 01)

Figura 1: Pintura rupestre homens e cães Fonte: Reprodução/TV TEM, 2014.

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Esse convívio com o homem foi evoluindo com o tempo e os animais que melhor se adaptassem a essa relação iriam possuir benefícios, esse método adotado foi considerado pelo autor como uma seleção artificial, no qual o homem era considerado seletor e passou a escolher os animais que lhe trairiam maiores vantagens. Atitude essa que surtiu como efeito a geração de novas raças, que passaram a ser cada vez mais presentes na vida do homem, dando partido ao processo de domesticação. (TEIXEIRA, 2007) Os primeiros animais a serem domesticados foram os cachorros (Figura 02), descendente dos lobos. "A domesticação dos canídeos precede a dos primeiros herbívoros domesticados (ovelhas e cabras) provedores de carne e subprodutos". (Cubillo1994, apud FARACO e SEMINOTI, 2010, p. 313)

Figura 2: Os lobos foram uns dos primeiros a fazer parte da domesticação Fonte: Canal pet, 2016.

Em pesquisa realizada pela revista Sience (2015), consta que existem evidencias arqueológicas estão datadas a mais de 30 mil anos na Europa, reforçando a ideia de que a existência dos cães como cultura de caçadores-coletores daquela época. A evidência arqueológica mais antiga da relação entre homens e cães, segundo Grimm (2015) é de um esqueleto humano junto a um esqueleto de cão, enterrados em baixo de uma casa em Israel há 10.000 a.C., como representada na figura 03.

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Figura 3: Esqueleto humano e de um cão enterrados juntos Fonte: Blog animais ok, 2015.

Ainda nesse período, o cotidiano humano passou a ser retratado através de símbolos e desenhos feitos por pinturas rupestres, expostos nas paredes rochosas das cavernas, no qual geralmente tinham como partido representar a caça. Essa arte era produzida por caçadores que acreditavam que esse ritual os ajudaria na caçada e que conseguiriam abater o animal que possuísse sua imagem pintada, como ilustrado na figura 04. (LILIAN AGUIAR, 2011).

Figura 4: Pintura rupestre de cenas cotidianas no período Neolítico Fonte: Brasil é o país, 2018.

Já com os gatos, o processo de domesticação foi bastante parecido ao dos cães, segundo estudos se atribuiu da mesma forma, através da relação de troca. Esses felinos passaram a exercer serviços práticos, como controlar as pragas que contaminavam as plantações e os ratos que circundavam os vilarejos, sendo assim usados como objeto de caça e defesa. (VIGNE, 2004) 19


Um dos primeiros indícios dessa ligação entre homem e gato está localizado na ilha de Chipre, no Mediterrâneo. Onde foi encontrado um esqueleto humano de sexo não identificado, junto a alguns dos seus pertences e logo a frente possuía o esqueleto de um gato, estimado aproximadamente há 9.500 anos, como representado na figura 05. (CHIEPPA, 2002)

Figura 5: Esqueleto humano e de um gato enterrados juntos há 9.500 anos Fonte: Science mag, 2015.

Porém, há muito tempo atrás os antigos egípcios foram os primeiros a manter o gato como animal de estimação, fato que se deu devido as inúmeras pinturas feitas representando os felinos como membros da família e a designação de um papel importante, uma vez que a espécie passou a ser considerada uma divindade, onde cultuavam sua imagem como uma Deusa Bastet, assim representado na figura 06. (DRISCOLL, 2014)

Figura 6: Escultura da Deusa Bastet Fonte: Olhos de bastet, 2012.

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Até esse período, foi possível encontrar vestígios dessa ação de veneração aos felinos através das inúmeras espécies mumificadas, essa prática gerada pela crença egípcia era caracterizada por ser exclusiva para pessoas importantes do reino, reforçando ainda mais a importância que os gatos tinham sobre esse povo. (GANDRA, 2015) Nesta fase o homem tinha através do animal uma ligação que poderíamos definir como mágica-totêmica. O ser não humano era assimilado a uma entidade divina (culto pagão de alguns animais junto aos antigos egípcios). O animal foi percebido como uma divindade iniciadora de estirpes. A esta concepção arcaica se relaciona a presença de símbolos animais na antiga heráldica. (CHIEPPA, 2002).

Ainda de acordo com Gandra, os animais passaram a se tornar mais valiosos, uma vez que a presença dos mesmos deu ao homem uma grande vantagem no desenvolvimento cultural e econômico das comunidades. Além disso, outros animais também passaram pelo processo de domesticação, além dos cães e gatos, tinham os cavalos, coelhos, gado e alguns tipos de aves, como representado da figura 07.

Figura 7: Evolução histórica do processo de domesticação dos animais Fonte: O tempo, 2016.

Com isso, entende-se que domesticar é fazer com que um animal selvagem seja amansado de uma maneira que ele consiga conviver em sociedade. Dessa forma, o homem passou a selecionar os animais mais sensíveis, de pequeno porte e menos 21


raivosos, a fim de induzi-los ao processo de domesticação, que para o autor é uma metodologia adotada no sentido da transformação biológica das espécies. (MAZOYER E ROUDART, 2008) Animais domesticados são aqueles provenientes da fauna silvestre, mas que sofreram interferência humana. Os animais domesticados não se confundem com os animais domésticos porque sua domesticação é um evento isolado e acidental, a contrário do que acontece com a domesticação habitual. (Gomes, 2010, p.645)

Em conclusão, foi possível compreender a necessidade que os humanos possuem em conviver com os animais e o poder de dominação que possuem sobre eles, esse ato de domesticação fez com que os mesmos passassem por avanços biológicos e naturais ao decorrer dos anos, acarretando na modificação da personalidade animal de modo que eles se tornassem mais sociáveis. Com isso, esses animais domesticados, bem como cães e gatos, passaram a reconhecer os benefícios e malefícios dessa relação, dando fundamentação a melhor compreensão do que realmente era valido priorizar dentro desse vinculo, que seria a igualdade de qualidade de vida e saúde das espécies. (MATOS, 2012)

2.2 Situação de cães e gatos no Brasil Como visto anteriormente, os animais a princípio foram domesticados pela comodidade que ofereciam ao homem daquela época, pois eram considerados apenas como instrumentos de caça e defesa. No entanto, o tempo passou e algumas dessas espécies, bem como cães e gatos, passaram a possuir um significado maior para seus cuidadores, o laço afetivo estava ficando cada vez mais forte. (CARVALHO E PESSANHA, 2012) Os animais estão cada vez mais próximos dos homens, a tal ponto de serem considerados membros da família e circularem livremente pelos diversos espaços da casa, da cozinha ao quarto. (Matos, 2012, p. 37)

Segundo Samantha Oliveira (2006), esse relacionamento entre homem e animal doméstico acarretou no surgimento de um laço afetivo cada vez maior, fazendo com que esses animais ganhassem por sua vez um espaço ainda mais importante no

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âmbito familiar, gerando ainda mais uma procura entre pessoas que convivem ou que desejam possuir um animal de estimação. As taxas (Figura 08) voltadas à domesticação de animais pelo mundo estão cada vez maiores, reflexo que se dá devido as transformações recorrentes do modo de vida dos seres humanos. Algumas dessas mudanças estão relacionadas pela escolha da moradia verticalizada, o número de casais que optam não ter filhos e até mesmo fatores psicológicos dos mesmos, esses seriam alguns dos motivos que conduziram o homem a buscar alternativas que se adequassem ao seu estilo de vida atual e uma das soluções para atender essas necessidades se deu pela procura ainda maior pela convivência de um animal doméstico, fazendo com que esse número crescesse ainda mais. (CARVALHO E PESSANHA, 2012)

Figura 8: Índice de animais domésticos no mundo Fonte: Revista galileu, 2012.

Conforme Samantha Oliveira (2006), algumas atitudes humanas refletiram na evolução dessa afetividade entre homem e animal, como foi apresentado anteriormente. Comportamentos esses que refletiram indiretamente na criação de uma amizade cada vez mais rotineira dentro dos domicílios, onde o animal começou a ganhar mais confiança e espaço perante seus donos, criando reciprocidade entre as partes. Nesse contexto, a autora sugere que as relações entre seres humanos e cães são reflexos da modernização das cidades e da individualização da sociedade.

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O convívio com animais pode proporcionar ao homem disponibilidade ininterrupta de afeto, possibilidade de riso e bom humor, companhia constante, amizade incondicional, entre outros. (FUCHS, 1987 apud DELABARY, 2012 p.838)

Devido ao crescimento dessa interação com os animais nas atividades familiares, o mercado pet 1 passou a se expandir de maneira exorbitante. Os animais de estimação passaram a representar uma figura constante nos domicílios e essa relação gerava uma reconfiguração da personalidade familiar, de modo que, criava uma identidade especifica para cada consumidor desse seguimento, como ilustrado na figura 09. (OLIVEIRA, 2006)

Figura 9: Mercado Pet – infográfico Fonte: Revista galileu, 2012

Através do levantamento de dados realizado pelo conselho regional de medicina veterinária de Santa Catarina (CRMS/SC), apresentado na figura anterior. Aponta o crescimento de 12% no número de estabelecimentos ligados ao setor em 2017 na comparação com 2016. O maior incremento foi no número de hospitais (66%), seguido por clínicas (37%), pet shops (8%) e consultórios (6%). Dados significados

1

Animal de estimação

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para compreender o crescimento considerável da demanda do segmento assistencial veterinário e o mercado voltado ao público que possui animal doméstico. Dentro desta apuração encontram-se também os animais domésticos abandonados, os chamados “animais de rua”, que de acordo com uma pesquisa recente realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), constatou-se que no Brasil existem mais de 30 milhões de animais abandonados, entre estes, 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Por sua vez, o número de animais no núcleo familiar vem sendo observado corriqueiramente pelos órgãos competentes e em pesquisa realizada pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2013, o Brasil ficou considerado como o segundo país com uma porcentagem maior de felinos e caninos. Possui cerca de 132,4 milhões de animais em 2015, divididos em cães, gatos, peixes e aves. Sendo destinados 52,2 milhões aos cães e 22,1 milhões a gatos, como representado na figura 10.

Figura 10: Dados da população animal no Brasil Fonte: Instituto Pet Brasil, 2015.

Até aqui foram apresentados números que demonstram o aumento desses animais no âmbito familiar, mas toda ação gera uma reação e uma delas vem se tornado cada vez mais comum no Brasil, que é ato de abandono e maus tratos dos mesmos. Visto que, esses animais passaram a ocupar desordenadamente o espaço 25


urbano devido à má conduta dos seus donos, esse ato refletiu diretamente na péssima condição de vida atribuída a eles.

2.3 Abandono animal

A situação de animais abandonados nas ruas vem ficando cada vez mais delicada, e isso reflete diretamente na saúde pública. Esses animais que vivem em condições de rua são causadores da transmissão de doenças e superpopulação da espécie, além disso, existem outros transtornos, como a sujeira que produzem através dos dejetos e lixos revirados, poluição sonora através dos uivos e miados, além do incomodo visual causado pelos animais abandonados, pois eles já estão em condições mais delicadas, muitas vezes doentes, magros ou machucados. Segundo Rita Garcia, Coordenadora Executiva do ITEC (Instituto Técnico de Educação e Controle Animal), o número de animais cresce junto com o da população humana, o mesmo se aplica aos problemas relativos a esse aumento. “Enquanto não existir uma política de impacto para atender essa demanda que é enorme, o problema não vai diminuir” (RITA GARCIA, 2016). Nas grandes cidades para cada cinco habitantes existe um cachorro, dos quais, 10% estão abandonados. Esses são números de uma pesquisa de 2014 e é provável que a situação esteja pior atualmente. Ou seja, o fenômeno animal, que inseriu o cão e o gato no seio familiar, não foi acompanhado por uma estrutura pública que previna e muito menos resolva o drama da superpopulação e do abandono. Para os proprietários pode ser muito difícil abandonar um animal, mas para o animal o abandono é só o começo de um caminho difícil, em que muitas vezes o final não é feliz, pois a adoção de animais de rua é de 38% para gatos e 45% para cachorros. Os restantes de cães e gatos continuaram abandonados, passando por necessidades nas ruas ou vivera o resto da vida em associações protetoras, onde o animal por ser confinado por tantos anos passa por extremo estresse por ser isolado. (CORONATO, 2016).

Segundo Lopes (2014) a Organização Mundial de Saúde (OMS) também informou que em países como Brasil, como economia emergente, para cada criança nascida existem 15 filhotes de cães e 45 de gatos, sendo que 75% desses filhotes irão morrer em decorrência de doenças, maus tratos e fome. Ainda existe uma estimativa que a cada 10 cães abandonados 8 já possuíram um lar, como ilustrado na figura 11. 26


Figura 11: Quantidade de cães e gatos abandonados no Brasil Fonte: Feira de animais, 2015.

Estes animais de rua habitualmente vivem ocupando espaços urbanos que possuam alguma forma de abrigo, para poderem se proteger das condições de maus tratos, abusos e até mesmo correndo o risco de serem atropelados. Apesar disso tudo, existem muitas alegações para se abandonar um animal, como mostra uma pesquisa realizada pela revista Journal of Applied Animal Welfare Science nos Estados Unidos, como representado na tabela 01. NETO (2007)

CACHORROS

GATOS

18,5% Suja a casa

37,7% Suja a casa

12,6% Destrutivo fora de casa

11,4% Destrutivo fora de casa

12,1% Agressivo com pessoas

10,9% Agressivo com pessoas

11,6% Fujão

8,00% Não se adapta com outros pets

11,4% Ativo demais

8,00% Morde

10,9% Requer muita atenção

6,9% Requer muita atenção

10,7% Late ou uiva muito

6,9% Não amistoso

9,7% Destrutivo dentro de casa

5,1% Destrutivo dentro de casa

9,7% Morde

4,6% Eutanásia devido má conduta

9,0% Desobediente

4,6% Por ser ativo demais

Tabela 1: Principais desculpas para o abandono Fonte: Journal of Applied Animal Welfare Science nos Estados Unido

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Os motivos que levam ao abandono são na maioria das vezes motivos fúteis, que poderiam ser evitados com uma avaliação breve sobre os cuidados necessários, necessidades e comportamentos antes de adquirir o animal. Diante disso, fica evidente que soluções para minimizar esta questão devem ser tomadas. O primeiro passo seria a conscientização da população sobre a posse responsável, políticas governamentais, que compreendam a castração como medida para o controle populacional de cães e gatos, isso diminuiria significativamente o abandono e a reprodução descontrolada nas ruas, bem como diminuiria na transmissão de zoonoses.

2.4 Bem estar animal

O conceito destinado a boa e satisfatória qualidade de vida referentes aos aspectos da saúde, felicidade, prosperidade animal, está vinculada ao verdadeiro sentido de bem-estar do indivíduo. (TANNENBAUM, 1991) O bem-estar animal está voltado ao conceito moral atribuído aos animais a partir da capacidade que estes têm de estarem sujeitos a sentimentos de prazer em momentos agradáveis e a sentimentos de sofrimento e dor em condições contrárias. Sendo assim, leva-se em consideração o melhor funcionamento do organismo animal, focando nas melhores e mais satisfatórias condições de vida voltadas ao combate de diversas doenças que estes, estão sujeitos, gerando assim melhores condições de saúde física e mental. Bem-estar físico tem a ver com a presença dos elementos que propiciam condições de manutenção do organismo com saúde e sem privações. Bem próprio, por sua vez, tem a ver com o espírito do animal, com a expressão dele de acordo com a espécie na qual nasce marcada pela sua singularidade individual. Nenhum animal é igual ao outro, quando se trata de falar do bem próprio. Cada animal precisa estar livre e ter autonomia para buscar o que sua natureza ou bagagem genética lhe garante, mas fazer isso com um traço que singularize sua passagem no mundo (FELIPE, 2013, p.3).

Segundo Hughes, em sua conceituação voltada ao bem-estar animal, o tema é definido como “um estado de completa saúde física e mental, em que o animal está em harmonia com o ambiente que o rodeia”.

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Sendo assim, é possível melhorar o bem-estar através do enriquecimento ambiental, sendo este definido como uma melhora nas funções biológicas dos animais em cativeiro como resultado de modificações feitas no ambiente. (NEWBERRY,1995) Os ambientes destinados a permanência de cães e gatos, a World Society for the Protection of Animals (WSPA) fornece algumas informações para o bem-estar nestes locais além de ressaltar alguns aspectos importantes a serem levados em conta sobre o comportamento dessas espécies. Para cachorros, por exemplo, a área do piso é mais importante que a altura em locais de confinamento, dessa forma, segundo as diretrizes da WSPA para cada cão é necessária dispor de 2 m² de área coberta para abrigo das intempéries mais um mínimo de 2,5 m² para banho de sol, além da criação de um espaço que permita a soltura diária para a redução do nível de estresse que normalmente ocorre em cativeiro. Já em relação aos gatos, diferentemente dos cachorros é necessária maior altura nos ambientes devido ao comportamento animal, gatos gostam de subir em prateleiras e ter maior visão sobre o espaço, a WSPA também fornece algumas diretrizes, como manter separado gatos e cachorros, tanto visualmente quanto acusticamente e que a área aberta para banho de sol mais a área fechada devem ter um mínimo de 2,2 m³ por gato, a parte fechada deve ser construída de modo a evitar a entrada de sol, chuva e vento e possuir passagem permanente para a área aberta individual. (WSPA, 2011)

2.5 Políticas públicas para animais

O convívio com os animais trouxe consigo inúmeros benefícios ao homem e consequentemente esse ato acarretou em problemas para esse relacionamento. Fazendo com que esses animais passem por dificuldades para tentar viver de maneira digna, sem que sejam humilhados, insultados e abandonados nas ruas. (ALMEIDA M, 2009) Para evitar que esses maus tratos com os animais viessem a acontecer, foi necessário a existência de leis (Figura 12) que protegessem esses indivíduos, que por muitos anos se sujeitaram a essas ações maldosas do homem. E foi em 1978 que a UNESCO finalmente reconheceu os direitos dos animais. (SANTANA, 2006)

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No Brasil em 1934 Getúlio Vargas, anunciou um decreto federal 24.645, constituindo o direito dos animais no Brasil. Em seguida outras leis sobre a proteção animal foram surgindo ao longo do tempo. (SANTANA, 2006)

Figura 12: Linha do tempo das leis de proteção animal Fonte: Lume, 2016.

Os movimentos sociais brasileiros voltados à defesa dos animais têm aumentado cada vez mais, diante deste fator, aumentou-se a busca por políticas públicas destinadas à saúde, proteção, defesa e bem-estar destes. A luta por uma melhoria da vida animal no país, através de legislações que garantam proteção e amparem as necessidades dos animais, não só está relacionada a problemas de valores morais, mas também a problemas voltados a questões públicas em torno do mundo inteiro. O combate ao problema voltado ao abandono animal deve partir de movimentos de defesa aos animais que realizem campanhas gratuitas de vacinação e esterilização para controle da reprodução dos mesmos, além da realização de métodos de incentivos na educação ambiental e na luta pela efetividade das leis de proteção e defesa dos animais no Brasil. A elaboração e a gestão de políticas públicas dependem do envolvimento participativo dos diversos atores sociais e políticos que compõem a sociedade civil local. As questões ambientais e, também, de proteção e defesa dos animais urbanos, são sistêmicas e necessitam de planejamento em longo prazo. (SILVA, 2014) 30


Por sua vez, o Brasil ainda conta com uma escassez no que se refere às Políticas voltadas ao conforto e proteção animal, este fator interfere tanto na vida dos animais que se encontram em um lar, quanto na saúde dos animais abandonados, como é o caso do combate de doenças que estes, de uma forma geral, podem transmitir. Apesar dos inúmeros benefícios entre homens e animais, essa relação também trouxe algumas consequências negativas onde o animal se tornou dependente do ser humano, e quando essa relação fracassa surgem problemas como os maus tratos e o abandono. O relacionamento homem e animal é uma convivência de trocas onde os animais são seres capazes de amar e sofrer, trazendo grandes vantagens e proporcionando vínculos afetivos. E se o animal depende do homem hoje é devido à necessidade que os humanos têm de conviver com esses seres, portanto assim se faz necessário a responsabilidade de trata-los dignamente e agir em sua defesa.

2.6 Diretrizes do ambiente hospitalar veterinário

Para facilitar o entendimento das necessidades atribuídas para a realização de um hospital veterinário, é necessário compreender as exigências apresentadas nas normas. Sendo assim, para suprir as demandas de forma segura e confortável para os usuários, a busca pelas legislações hospitalar e veterinária é de suma importância para facilitar o entendimento dos fluxos, circulações e disposições das atividades a serem exercidas. Sendo assim, para elaboração de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte, se fez necessário buscar legislações que facilitassem a compreensão para elaboração de um projeto desse seguimento, afim de ajudar e compreender melhor suas demandas.

Dentre as legislações analisadas, estão: NBR 9050 – 2015 (Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos)

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A NBR – 9050 estabelece critérios e parâmetros técnicos que devem ser seguidos durante a elaboração do projeto, a fim de prever e melhorar a forma de construção, a adaptação dos espaços, os equipamentos adotados e as condições necessárias para inserir acessibilidade nas condições estabelecidas pela mesma. Essa norma é voltada ao público humano, mas que servirá para compreender como melhor dispor os aspectos projetuais de arquitetura voltado aos padrões préestabelecidos de acessos, circulações, sanitários, banheiros e vestiários, mobiliário, entre outros.

Destas proposições, destacam-se: •

Acessos e circulações:

a) Todas as entradas, bem como as rotas de interligação às funções do edifício, devem ser acessíveis. Os acessos devem ser vinculados através de rota acessível à circulação principal e às circulações de emergência.

b) Estacionamento: devem ser reservadas vagas para pessoas idosas e com deficiência, definidos em legislação específica. A rota entre o estacionamento de veículos e os acessos deve ser acessível.

c) A circulação pode ser horizontal e vertical. A circulação vertical pode ser realizada por escadas, rampas ou equipamentos eletromecânicos e é considerada acessível quando atender no mínimo a duas formas de deslocamento vertical. As rampas devem ter inclinação de acordo com limites estabelecidos, de 5,00 a 8,33%. A largura mínima para escadas em rotas acessíveis é de 1,20 m, e devem ter no mínimo um patamar a cada 3,20 m de desnível e sempre que houver mudança de direção.

d) As larguras mínimas para corredores em edificações e equipamentos urbanos são: - 0,90 m para corredores de uso comum com extensão até 4,00 m; - 1,20 m para corredores de uso comum com extensão até 10,00 m; e 1,50 m para

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corredores com extensão superior a 10,00 m; - 1,50 m para corredores de uso público; - Maior que 1,50 m para grandes fluxos de pessoas.

e) Portas: devem ter um vão livre, de no mínimo 0,80 m de largura. As portas do tipo vaivém devem ter visor. •

Sanitários, Banheiros e vestiários:

a) Devem localizar-se em rotas acessíveis, próximas à circulação principal, próximas ou integradas às demais instalações sanitárias, e com entrada independente. Recomenda-se que a distância máxima a ser percorrida de qualquer ponto da edificação até o sanitário ou banheiro acessível seja de até 50 m.

b) As dimensões do sanitário acessível e do boxe devem garantir circulação com o giro de 360; área necessária para garantir a transferência lateral, perpendicular e diagonal para a bacia sanitária; alcance manual para acionamento da válvula sanitária, da torneira, das barras, puxadores, trincos e manuseio de acessórios, além do alcance visual do espelho.

c) Os lavatórios devem ser suspensos, garantindo altura frontal livre na superfície inferior, e altura da borda superior até o piso acabado de 0,78 a 0,80 m do piso acabado. •

Mobiliário:

a) Balcões de atendimento acessíveis devem ser facilmente identificados e localizados em rotas acessíveis. Devem garantir aproximação frontal e circulação adjacente que permita giro de 180°. Devem possuir superfície com largura mínima de 0,90 m e altura entre 0,75 m a 0,85 m do piso acabado, assegurando-se largura livre mínima sob a superfície de 0,80 m. Devem ser asseguradas altura livre sob o tampo de no mínimo 0,73 m e profundidade livre mínima de 0,30 m. 33


Normas técnicas para estruturas físicas de unidades de vigilância de zoonoses – edição 2017

No que se refere ao terreno de implantação da unidade, o artigo 8.1 dispõe das seguintes afirmativas:

1) Orientação da edificação deve permitir o melhor aproveitamento solar, com iluminação e ventilação natural; 2) Verificar os ventos predominantes a fim de evitar a direção de odores e possíveis incômodos aos usuários e entorno; 3) Murar doa a área de uso de animais com 2 m de altura para impedir possíveis fugas; 4) Múltiplos acessos para garantir a saúde e privacidade;

Resolução – RDC 50 (regulamento técnico para desenvolvimento e aplicação de projetos arquitetônicos para edifícios da área da saúde, como clinicas, hospitais e afins)

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), de 21 de fevereiro de 2002, dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Além disso, expõe a programação físico funcional dos estabelecimentos de saúde; o dimensionamento, quantificação e instalações prediais dos ambientes; os critérios para projetos da saúde focando nas circulações tanto internas quanto externas, nas condições ambientais de conforto, de controle de infecções, nas instalações prediais ordinárias e especiais, e condições de segurança contra incêndio.

Resolução número 1015, de 9 de novembro de 2012 (determina programas básicos para funcionamento de unidades veterinárias)

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Essa normativa tem como finalidade determinar as instalações e equipamentos necessários para o funcionamento deste tipo de estabelecimento. Segundo as exigências contidas na resolução, os hospitais devem estar divididos em alguns setores, como o setor de atendimento, setor de diagnóstico, setor cirúrgico, de internação, e setor de sustentação. Conforme a resolução (CFMV) deve-se conter em um hospital veterinário, segundo os seus parâmetros normativos referentes aos ambientes e equipamentos de cada setor, as seguintes definições: I – Setor de atendimento: Equivale a área da recepção e espera, com área de acomodações para o animal e seus acompanhantes, apresenta também sala de consultórios, geladeiras para o armazenamento de medicação e vacina; e um arquivo médico; II – Setor de diagnóstico: Deve apresentar no mínimo um laboratório para análises clínicas, sala para Raio–X e Ultrassom; III – Setor cirúrgico: Deverá ser formado por uma sala de preparo para os pacientes, também denominada de sala pré-cirúrgica. Deverão também estar inclusos na composição deste setor, ambientes como sala de antissepsia e paramentação – ou sala de higienização e vestiário – sala de lavagem e esterilização de materiais, exceto quando houver terceirização destes serviços. O setor também deverá comportar uma unidade de recuperação anestésica, além de sala cirúrgica; IV – Setor de internação: Deverá englobar espaço para higienização com pia e mesa, baias ou outras acomodações individuais para cada animal, o espaço também deve enquadrar uma área de isolamento para doenças infectocontagiosas e um local para armazenamento de medicamentos e materiais; V – Setor de sustentação: Deve incluir em sua configuração, lavanderia, área para preparo de alimentos dos animais, depósito ou almoxarifado, área destinada ao descanso e alimentação dos funcionários e veterinários, sanitários e vestiários para os funcionários, local para estoque de medicamentos e unidade de conservação temporária de animais mortos e restos de materiais biológicos, uma vez que, todo Hospital Veterinário deve manter contrato com uma empresa credenciada em recolhimento de cadáveres e resíduos hospitalares;

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3. ANALISE DE CORRELATOS

3.1 Palm Springs Animal Care Facility

Localizado na Califórnia, nos Estados Unidos, o Palm Springs Animal Care Facility (Figura 13), foi projetado pelo escritório Swatt A Miers Architects, inaugurado em 2011. Localizado em um terreno de 3 hectares em frente ao Parque Demuth da cidade, o design exterior reflete o patrimônio arquitetônico único de Palm Springs, sendo uma edificação com 21.000 m² de área construída. (ARCHDAILY, 2014)

Figura 13: Fachada principal Fonte: Archdaily, 2014.

O projeto tem como finalidade principal aumentar o contato entre homem e animal, buscaram através de soluções arquitetônicas meios que pudessem facilitar o ato de adoção. Dessa forma, pode -se mencionar que este abrigo apresenta preocupação com a humanização do espaço, dispondo de locais adequados para os animais e visualmente encantador para a população, figura 14. (ARCHDAILY, 2014)

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Figura 14: Planta de situação Fonte: Archdaily, 2014.

O projeto (Figura 15) é resultado de uma parceria entre poder público e privado, onde desde os anos 60 o abrigo passou a ser uma necessidade para a cidade, porém naquela época não haviam políticas necessárias para implantação de grupos sem fins lucrativos, sendo assi m a construção do abrigo foi financiada pelas ONGs e a população, em seguida essa iniciativa surtiu efeito para a realização de uma parceria entre a prefeitura e o grupo responsável para viabilizar o projeto. (ARCHDAILY, 2014) O abrigo tem capacidade para 154 gatos e 91 cães. Além disso, a edificação pode contar com uma sala de convívio, área de socialização para cães e gatos, centro de voluntariado e centro de vendas. Outro fator bastante importante nesse projeto foi a criação de um espaço cool cats, direcionado para estimular o comportamento dos gatos, proporcionando uma melhor interação entre eles. (ARCHDAILY, 2014)

Figura 15: Volumetria da edificação Fonte: Archdaily, 2014.

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Sua volumetria remete as construções existentes nas imediações e a fachada é uma estratégia para chamar atenção das pessoas para conhecer o local, além disso, o espaço dispõe de um amplo jardim que direciona o olhar para a entrada do prédio, fazendo com que o espaço se torne ainda mais atrativo. Esse projeto foi idealizado de forma que pudesse ser executado em etapas, visando expansões futuras e utilizando conceitos de tecnologias sustentáveis para melhorar a eficiência do edifício a fim de diminuir os impactos ambientais. (ARCHDAILY, 2014) O programa de necessidades (Figura 16) para o edifício foi baseado com a carência do local, visando atender de maneira diferenciada cada espécie. Neste caso, foram criados setores para cada tipo de animais. O projeto faz uso dos espaços para separação das espécies, contendo canil e gatil e locais internos e externos para socialização desses animais com as pessoas. (ARCHDAILY, 2014)

Figura 16: Planta baixa Fonte: Archdaily, 2014.

O projeto teve reconhecimento de qualidade sustentável, por ter dado atenção especial a tecnologias de reutilização, tendo como foco a reciclagem da água por meio de uma estação de tratamento e reaproveitada na lavagem de canis e irrigação, e 39


prevendo a instalação futura de um sistema fotovoltaico para suprir até 30% do consumo de energia dos edifícios, figura 17. (ARCHDAILY, 2014).

Figura 17: Acesso para serviço Fonte: Archdaily, 2014.

A edificação foi construída utilizando sistema de aço para pilares e postes de metal com fechamento das paredes em gesso de cimento. Na área dos animais foram escolhidos materiais com boa durabilidade, devido a constante acesso para adoção e funcionários, além do acesso público sala de aula, clínica e limpeza das unidades e aos prováveis danos provocados pelos animais, figura 18. (ARCHDAILY, 2014)

Figura 18: Recepção principal Fonte: Archdaily, 2014.

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Além de pensar nos animais, o abrigo criou espaços para que as pessoas possam interagir com os mesmos, buscando promover contato entre o homem e o animal, criando espaços que facilitem uma interação um com o outro, tendo como intuito gerar laços, para que em seguida a adoção se torne possível. (ARCHDAILY, 2014)

3.2 Memphis Veterinary Specialists

Localizado em Cordova, Tennessee, nos Estados Unidos, o Memphis Veterinary Specialists (Figura 19) inicialmente funcionava em um Shopping Center e por sua vez a quantidade de serviços prestados pela entidade passaram a aumentar, crescimento que provocou a necessidade da elaboração de um edifício independente que pudesse atender todas as atividades exercidas. Sendo assim, o novo Hospital foi projetado por um escritório de arquitetura local Archimania e passou a contar com uma área construída de aproximadamente 18.000 m². (ARCHDAILY, 2012)

Figura 19: Fachada principal Fonte: Archdaily, 2012.

Em seguida, para compreensão da real necessidade arquitetônica do prédio foi preciso realizar uma entrevista com o cliente e compreender a melhor forma para tornar o ambiente dinâmico. Uma vez que, o mesmo buscava um espaço de trabalho eficiente para a equipe, além da necessidade de adequar o orçamento e otimizar o tempo para a execução do projeto. Desta forma, foram disponibilizadas plantas elaboradas pelo cirurgião chefe, que foram norteadoras para a avalição dos desenhos base para o arquiteto, figura20. (ARCHDAILY, 2012) 41


Figura 20: Planta de situação Fonte: Archdaily, 2012.

O Hospital se tornou referência no ramo veterinário devido a sua grande gama de serviços, sendo elas de diagnostico ou tratamento, os serviços prestados incluem: procedimentos

cirúrgicos

ortopédicos,

cirurgia-

oral,

de

tecidos

moles

e

neurológicos, tomografia computadorizada diagnósticos avançados do sistema pulmonar,

imunológico, oncologia,

ultrassonografia

e

radiografia,

figura

21.

(ARCHDAILY, 2012)

Figura 21: Posto de medicamento Fonte: Archdaily, 2012.

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A edificação está situada em um terreno de formato irregular, fazendo fronteira com um riacho e a margem do prédio é delimitada por uma marcação adensada de arvores. A partir das restrições impostas pelo programa de necessidades e a configuração do terreno (Figura 22 e 23), o edifício começou a possuir um traçado reto e uma planta em formato retangular. (ARCHDAILY, 2012)

Figura 22: Planta baixa térreo Fonte: Archdaily, 2012.

Figura 23: Planta baixa superior Fonte: Archdaily, 2012.

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Dessa forma, um elemento de característica natural passou a ser de suma importância para o projeto e o riacho existente no terreno passou a ser uma vista integradora do interno com o externo (Figura 24). Sendo assim, ambientes de uso cirúrgico, procedimentos especializados e o grupo assistencial foram locados no eixo central do edifício, enquanto as demais áreas de diagnóstico e emergência contornam o corpo da edificação. (ARCHDAILY, 2012)

Figura 24: Corte Fonte: Archdaily, 2012.

Um dos elementos marcantes dessa edificação é a sua entrada em balanço que foi disposta de acordo com o norte do terreno. Essa estrutura ficou apontada para a via de acesso principal e visava captar da melhor forma a iluminação natural para dentro dos espaços. As esquadrias altas foram pensadas de maneira que pudessem aproveitar ao máximo a luz natural e causavam volumes no topo do edifício, fazendo essa ligação entre o exterior e o interior, figura 25. (ARCHDAILY, 2012)

Figura 25: Fachada Fonte: Archdaily, 2012.

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A entrada principal do edifício possui grandes painéis de vidros e o formato triangular em concreto vira uma base para o pavimento inferior. Entretanto, no pavimento superior, foi adotado o uso do aço cortem com uma malha vertical, a fim de enfatizar ainda mais o seu volume. As soluções arquitetônicas (Figura 26) adquiridas para aproveitamento da iluminação natural, estão ligadas a forte presença de painéis de aço perfurados nos volumes e equipamentos, proporcionando um aspecto de interação entre os módulos.

Figura 26: Esquema de construção Fonte: Archdaily, 2012.

Em função dos diferentes usos voltados ao processo construtivo, O Memphis Veterinary Specialists possibilita ao observador uma sensação de um bloco pesado devido aos materiais adotados, como a cor escura e a textura do aço cortem, que ao recuarem sobre uma superfície leve se delimitam ao piso de concreto e os grandes panos de vidro. (ARCHDAILY, 2012) 3.3 Hospital Veterinário Constituición O hospital Veterinário Constitución (Figura 27) está localizado em Valência, na Espanha, esse edifício foi de autoria do arquiteto Juan Antônio Pérez e possui aproximadamente 450 m². Esse edifício ocupa o pavimento térreo de um prédio já

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existente e o seu projeto foi todo idealizado para se adaptar ao traçado existente, sem que fosse preciso passar por modificações extremas. (ARCHDAILY, 2017)

Figura 27: Fachada principal Fonte: Archdaily, 2017.

Esse empreendimento oferece o atendimento em tempo integral, onde seu público alvo são animais de pequeno porte, bem como cães e gatos, além de possuir um ambiente destinado ao acolhimento de estudantes da área de medicina veterinária, para que possam aprender se especializar e compartilhar os conhecimentos adquiridos, figura 28. (ARCHDAILY, 2017)

Figura 28: Fachada Fonte: Archdaily, 2017.

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Tendo como partido o conforto dos animais, o projeto priorizou a funcionalidade e harmonia entre os espaços, além de proporcionar acolhimento e visão limpa para aqueles que adentram. Além disso, a comunicação visual (Figura 29) do hospital brincou com a silhueta de animais em duas ou três dimensões, para dar a impressão de movimento entre os ambientes, a fim de passar a sensação de liberdade e permitir uma melhor integração entre homem e o animal de estimação. (ARCHDAILY, 2017)

Figura 29: Recepção Fonte: Archdaily, 2017.

O interior se organiza em uma planta baixa que se deu partido por meio de um prisma central, onde foi se adequando o programa de necessidades no espaço existente. A circulação central faz ligação com os consultórios, sala de conferencia e pet shop, além de conter uma recepção principal, banheiros e banho e tosa, figura 30 e 31. (ARCHDAILY, 2017)

Figura 30: Farmácia Fonte: Archdaily, 2017.

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Figura 31: Planta baixa Fonte: Archdaily, 2017.

Toda essa área interna está revestida em porcelanato que imita madeira, a fim de proporcionar uma sensação de aconchego e acolhimento maior aos usuários, de outra forma a transparência também foi bastante utilizada nos assentos das salas de espera (Figura 32). Além disso, todos os móveis foram feitos sob medida, de modo que harmonizasse com todo o ambiente, outro fator importante é o uso de uma iluminação artificial mais clara nos corredores e a presença de iluminação natural nos consultórios através de esquadrias de vidros nas partes superior e lateral, figura 33. (ARCHDAILY, 2017)

Figura 32: Recepção Fonte: Archdaily, 2017.

Figura 33: Recepção Fonte: Archdaily, 2017.

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O hospital também dispõe de salas para isolamento de cães e gatos com doenças infectocontagiosas, por sua vez essas salas possuem equipamentos sob medida, como banheiras e gaiolas. Além disso, esses ambientes podem contar com vãos de vidro tratados acusticamente, visando não prejudicar a dinâmica de trabalho e proporcionando um contato visual com esses animais, figura 34.

Figura 34: Consultório Fonte: Archdaily, 2017.

O ponto de vista mais interessante dessa edificação é a forma em que o arquiteto conseguiu passar o sentimento acolhedor para os ambientes, de forma clara e simples, seja através dos materiais aplicados ou até mesmo pela disposição dos ambientes. Esses aspectos projetuais dialogam também com a implantação de uma comunicação visual diferenciada, de modo que proporcionou ao local uma visão singular dos demais projetos desse seguimento. (ARCHDAILY, 2017)

3.4 Conclusão análise de correlatos

De acordo com o tema escolhido para a proposta de intervenção relacionada às necessidades de bem-estar dos animais abandonados e a saúde pública na cidade de Maceió – AL. O presente trabalho vem para proporcionar soluções inovadoras nesse seguimento, a fim de viabilizar novas experiências e qualidade de vida para 49


todos. Neste caso, foram selecionados três abrigos de referência internacional do mesmo seguimento, para que servissem como referência e embasamento para facilitar o entendimento e gerar repertorio para a elaboração de um projeto desse porte. Esses abrigos que serão citados a seguir tratam de projetos arquitetônicos que focam nas necessidades dos animais e na participação da comunidade, no qual servirão como um princípio para inspiração projetual. O Palm Springs Animal Care Facility possui uma linha mais formal, voltado para um design arquitetônico mais sofisticado e sem muitos elementos. Onde seu conceito está relacionado a uma arquitetura mais moderna inserida dentro de uma região desértica, a fim de promover a polução uma experiência fora do convencional. Além de possuir um desenho arquitetônico simples e moderno, essa edificação serve como reflexo da real necessidade da inserção de um projeto desse seguimento em uma cidade, que apesar das dificuldades encontradas durante o percurso para arrecadação de verba necessária, o abrigo não deixou com que isso fosse um empecilho para fazer com que desistissem da ideia. Então muitos moradores da região se uniram para conseguir o dinheiro sem fins lucrativos, mas essa atitude não foi o suficiente para que o projeto fosse executado de maneira rápida. Portanto, devido essa situação relacionada à execução, o projeto teve que ser divido em etapas, no qual gerou uma repercussão maior por causa da sua estrutura e serviços oferecidos durante cada fase concluída, então cidades vizinhas começaram a realizar parcerias e utilizar dos serviços prestados pela entidade. Seu programa de necessidades fez com que a setorização dos espaços fosse um elemento chave para que tudo funcionasse de maneira fluida, sem que atrapalhasse o fluxo de trabalho e a participação da população nas atividades ofertadas, fazendo com que essa integração com o animal fosse o principal foco do projeto. Com isso, o prédio podia contar com gatis, áreas especiais para cachorros, área de controle de segurança do trabalho, sala de treinamento, sala de palestras, sala de atividades e uma clínica veterinária altamente equipada. Diante de tudo que foi implantado, o projeto pode contar também com uma área de ampliação para os canis, gatis e possíveis áreas de suporte. Para a distribuição desses setores, o projeto adotou um conceito central, com o intuito de unir os elementos modernos nas características predominantes nesta região desértica, sempre levando em consideração o seu entorno. Sua planta baixa foi 50


pensada para que as pessoas transitassem de maneira espontânea na área destinada a adoção. Um dos fatores importantes desse projeto é a implantação de sistemas voltados a sustentabilidade, como por exemplo, a reutilização da água e o uso de painéis solares. Além disso, a presença de áreas verdes é bem importante, que faz integração com os equipamentos urbanos, afim de proporcionar um ambiente mais convidativo para a população, sendo assim considerado como um espaço para convivência. Quanto aos materiais utilizados, o aço foi o elemento construtivo essencial para a caracterização do edifício, fazendo um sistema de pilares e postes de metal com fechamento das paredes, afim buscar ao máximo o caráter das edificações da região. Além disso foram adotados para as paredes externas, o gesso e o cimento, já os espaços internos são de concreto e drywall, os lugares de permanência animal são limpos regulamente, por isso foram utilizados materiais mais resistentes como os pisos e paredes com pintura em resina epóxi. O lugar tem como principal intuito promover aos visitantes um ambiente de contato direto com os animais, para que essa atitude possa facilitar as futuras adoções, além de contar com uma boa estrutura para atender da melhor forma todos os envolvidos nesta causa. O Memphis Veterinary Specialist está inserido em um terreno bem extenso, onde a geometria introduzida ao local possui um caráter singular e particular para a edificação, pois o formato triangular do primeiro pavimento causa uma sensação de peso, mas em contra partida, o segundo pavimento tenta quebrar essa volumetria pesada, através da ideia de flutuar sobre o pavimento inferior. Seu programa de necessidades é bem amplo e básico pensado na diversidade de especialidades ofertadas pela entidade, dessa forma foi necessária uma preocupação maior com a disposição dos espaços e as circulações a serem dispostas. O triangulo do pavimento inferior foi distribuído em três grandes circulações principais, sempre ligadas a um eixo central representado pela sala cirúrgica, evitando conflito entre os fluxos e atendendo as necessidades sem que fosse necessário cruzar os setores de atividades restritas. As demais áreas foram locadas no pavimento superior, bem como dormitórios, sala de descanso e refeição, sala de reunião e escritórios e o setor técnico do edifício,

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sendo considerado um ambiente mais reservado para os funcionários, a fim de promover um maior conforto e contato entre os mesmos. Sua planta baixa de formato triangular não interferiu na introdução do programa de necessidades e sim acrescentou ao projeto uma identidade visual diferenciada. Fazendo com que a sua forma fosse convidativa para o observador e despertasse a vontade de interagir com as atividades destinadas ao público. Além disso, uma grande preocupação para o projeto foi à integração com o lado externo da edificação, para que pudesse proporcionar aos visitantes essa ligação com a natureza abundante que a região oferece. Para que fosse possível a introdução de luz natural aos ambientes, foi necessário adotar técnicas construtivas que possibilitassem essa integração com a natureza, como o uso da iluminação zenital para captação de luz e ventilação natural. Além disso, o edifício possui uma estrutura metálica nas aberturas e grandes panos de vidro. A vista disso, para que fosse necessário preservar também a privacidade do local, foram utilizados cobogós e chapas de aço fixado na vertical, dando contraste com os demais materiais e criando um skyline do edifício. Por fim, o Hospital Veterinário Constitución possui uma característica marcante devido a sua simplicidade, por ser um edifício que ocupa o pavimento térreo de um prédio já existente, o projeto teve que se adaptar ao traçado atual, sem que fossem necessárias muitas alterações, por isso foi dado prioridade a funcionalidade, bem como o a harmonia, acolhimento e limpeza. Já que as limitações projetuais eram especificas, a proposta para que essa edificação se tornasse interessante, foi através de uma boa comunicação visual do espaço, onde os elementos adotados foram através de duas ou três dimensões das silhuetas

de

animais

domésticos

que

circundavam

todos

os

ambientes,

proporcionando uma ligação entre os setores. O programa de necessidade conta com ala para de raios-X, a sala de cirurgia, as salas de hospitalização, desinfeção, além da sala 24 horas e espaços destinados a estudantes da área da medicina veterinária. Um fator principal para a distribuição desses serviços pela edificação era a clareza no campo de visão entre os ambientes, para que pudesse proporcionar uma sensação de limpeza e acolhimento nas atividades exercidas no local.

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A presença de matérias como o vidro e madeira, foi norteadora para proporcionar um toque acolhedor ao projeto. Além disso, o vidro permitiu aos espaços uma maior luminosidade, ventilação e integração entre todos os ambientes, deixando uma visão mais limpa do projeto.

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4. CONDICIONANTES PROJETUAIS E PROPOSTA DO ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO DE UMA UNIDADE DE SAÚDE E ACOLHIMENTO DE ANIMAIS ABANDONADOS DE PEQUENO PORTE

O presente capitulo tem como finalidade explorar o local que será implantado o anteprojeto de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte na cidade de Maceió – AL, buscando justificar e defender sua escolha através de informações que norteiem a melhor compreensão das características locais, seguindo seus condicionantes legais, físicos e naturais apresentados, além de seguir os procedimentos estabelecidos pelas normas.

4.1 Localização e entorno

O terreno escolhido para a implantação do anteprojeto de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte está localizado no bairro do Antares na região alta da cidade de Maceió – AL. (Figura 35)

Figura 35: Terreno para implantação de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte Fonte: Adaptação do Google Maps

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Por sua vez, a avenida pelo qual o terreno de estudo está inserido possui características importantes que servirão para agregar ainda mais valor ao projeto, já que a mesma é considerada como passagem de carros e pessoas regulamente durante no ano, no qual, faz com que o edifício possua maior visibilidade pelos moradores dessa região e adjacências. Além disso, possui ligação com outros bairros da parte alta da cidade e o centro de controle de zoonoses de Maceió localizado a 12 km do terreno escolhido, mais especificamente no bairro do Tabuleiro dos Martins, de modo que fosse possível reduzir a demanda desse órgão público e alcançasse um maior número de animais que precisam de assistência médica. Devido a diversidade de fatores citados anteriormente, o projeto foi inserido no Bairro do Antares para ampliar o controle de Zoonoses (CCZ) transmitidos pelos animais de rua e buscar melhor qualidade assistencial para os mesmos. Visto que, isso permitiria a região e bairros vizinhos a possibilidade da redução da proliferação das doenças, ruídos e espécies desses animais em estado de abandono. Além de se preocupar com a melhoria no atendimento das patologias geradas pela atitude humana e promover uma melhor qualidade de vida a todos, buscando encontrar equilíbrio entre as partes. O lote está situado está entre a Avenida Menino Marcelo e a Rua da Rádio Palmares, além de estar paralelo a Avenida Ralpho de Pessoa Braga, como apresentado na figura 36.

Possuindo 43 metros de frente e 80 metros de

comprimento, totalizando uma área de 3.440m².

Figura 36: Lote situado na Avenida Menino Marcelo, Rua da Rádio Palmares e a Avenida Ralph de Pessoa Braga Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

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O entorno do terreno está composto pelos seguintes tipos de uso: residencial, comercial e de serviços, tendo como principal via de acesso à Avenida Menino Marcelo. Essa diversidade de usos se dá pela presença de residências unifamiliares, escolas, igrejas e empreendimentos comerciais. (Figura 37)

Figura 37: Imagem área do entorno Fonte: Adaptação do Google Maps.

O lote, como já foi citado, encontra-se envolvido por ruas de pouco fluxo e por uma avenida principal de fluxo intenso, a Avenida Menino Marcelo. Tendo como ponto de referência uma oficina de carros (JS serviços) que fica do lado direito do terreno, além de outros estabelecimentos que atuam como ponto de referência para localização da área em estudo. (Figura 38,39,40 e 41)

Figura 38: Lote escolhido para estudo

Figura 39: Entorno

Fonte: Google Maps

Fonte: Google Maps

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Figura 40: Entorno

Figura 41: Entorno

Fonte: Google Maps

Fonte: Google Maps

De acordo com o código de edificações (Figura 42) da cidade de Maceió – AL, o lote escolhido para estudo esta classificado como (ZE – 2) e deve seguir os seguintes parametros: comercial, serviços, industria e grupos I, II, III, IV, com taxa de ocupação correspondente à 70 %, que permite construções com até 08 pavimentos, com recuo frontal de 05 metros e recuo fundo/laterais de 1,5. (Figura 42)

Figura 42: Parâmetros de uso e ocupação do solo com destaque na ZE-2 Fonte: Prefeitura Municipal de Maceió

4.2 Estudo de insolação e ventilação

Para desenvolver um projeto que possua uma boa qualidade de conforto nos ambientes, é primordial que seja realizado um estudo para compreensão dos 58


condicionantes climáticos. Dessa forma, a análise das particularidades do terreno, bem como sua posição e orientação solar servem para melhor entendimento do fluxo de incidência de sol e predominância de ventos dentro do lote. Visando alcançar usufruir ao máximo da iluminação natural e ventilação provenientes daquele lugar, fez necessário o estudo através da carta solar. (Figura 43)

Figura 43: Estudo de insolação pela carta solar Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Em cima das orientações do norte do terreno, foram coletados dados que resultaram na elaboração das tabelas 01 e 02 servindo para melhor compreensão da incidência de sol nas áreas do lote durante os solstícios.

ORIENTAÇÃO

SOLSTICIO DE INVERNO

Fachada Noroeste

06:20 min às 17:40 min

Fachada Sudeste

NÃO INCIDE

Fachada Sudoeste

13:00 min às 17:40 min

Fachada Nordeste

06:20 min às 13:00 min

Tabela 2: Análise através da carta solar de incidência solar durante o inverno Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

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ORIENTAÇÃO

SOLSTICIO DE VERÃO

Fachada Noroeste

14:10 min às 18:20 min

Fachada Sudeste

05:40 min às 14:10 min

Fachada Sudoeste

11:40 min às 18:20 min

Fachada Nordeste

05:40 min às 11:40 min

Tabela 3: Análise através da carta solar de incidência solar durante o verão Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

A partir das análises realizadas, é possível declarar que as fachadas Nordeste e Sudeste, recebem uma um maior conforto térmico, visto que são essas zonas que recebem mais ventilação e a incidência solar ocorre durante o período vespertino. Sendo assim são zonas direcionadas para locar os ambientes maior permanência, como: consultórios, centro cirúrgico, recepção e outros. A fachada Noroeste recebe maior incidência solar durante grande parte do dia, tornando a região de maior desconforto térmico, visto que essas zonas não recebem as ventilações predominantes na região, gerando consequentemente ambientes de menor permanência, que são: circulações, banheiros, serviço e entre outros. A fachada Sudoeste, esta setorizada em uma região intermediária onde recebe incidência do sol e uma parte dos ventos predominantes, sendo assim uma boa região para locar ambientes de media permanência, como por exemplo: centro cirúrgico, central de gases, gerador, central de resíduos. Diante das análises colhidas sobre os condicionantes climáticos, se fez possível entender as necessidades do local, a fim de, setorizar os ambientes para buscar atingir o melhor conforto térmico para edificação. Onde foi possível direcionar as zonas estabelecidas pelo programa de necessidades do projeto e dividindo os fluxos através dos usos, sendo administrativo (uso funcionários), atendimento (atividades veterinárias) e serviço (manutenção). Ainda sobre os condicionantes climáticos, a cidade de Maceió – AL, no que se refere a sua predominância de ventos, pode-se dizer que existe variações pequenas em relação a velocidade média de ventos durante o ano. Mas cada sensação térmica irá depender de características particulares, como sua topografia, orientação e local no qual está inserido, seguindo sempre as orientações do seu Norte. A predominância 60


de ventos durante no ano é bastante relevante, favorecendo assim o uso de esquadrias na edificação para melhor aproveitamento da ventilação natural. Dentro do que foi visto sobre as particularidades climáticas na cidade de Maceió – AL, foi realizado uma análise de ventilação e incidência solar na área de estudo, buscando compreender melhor o terreno no contexto qual está inserido, seguindo a disposição do norte verificado em loco, com a intenção de entender as zonas de menor insolação e ventilação predominante, para visualizar melhor as características naturais predominantes na região e fazer bom uso das mesmas. Com base no índice das variações de temperatura na cidade Maceió – AL é importante salientar as altas temperaturas na região durante o ano e os meses que mais se destacam com o aumento climático significativo. Diante desses dados, é possível compreender as características climáticas da região, a fim de propor um melhor conforto térmico e usufruir dos fatores climáticos predominantes, além de buscar novas tecnologias sustentáveis a edificação proposta.

4.3 Programa de necessidades

A definição para um programa de necessidades pala elaboração de uma unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte na cidade de Maceió – AL, se deu a partir de vários aspectos colhidos durante o levantamento de dados do trabalho. Sendo feito analises a partir dos estudos correlatos escolhidos e normas estabelecidas pela resolução Nº 670/2000 e Nº 1015/2012, além do uso da RDC N° 50. No qual foram informações fundamentais para melhor entendimento do fluxo e necessidades para elaboração de uma entidade de caráter veterinário, afim de determinar um programa de necessidades supra as necessidades apresentadas.

O programa de necessidades está setorizado em 05 partes:

1) Setor de atendimento: destinado como a área de primeiro contato para distribuição das atividades disponíveis; 2) Setor de atendimento médico: destinados aos serviços de atendimento médico; 3) Setor administrativo: espaço da parte burocrática e funcionamento do local;

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4) Setor de internamento: área para procedimentos veterinários de animais de pequeno porte; 5) Setor de serviços: destinada à conservação e manutenção da edificação;

PROGRAMA DE NECESSIDADES SETOR

SETOR DE RECEPÇÃO

AMBIENTES

ÁREA

RECEPÇÃO 01

60,46 m²

WC FEMININO

4,37 m²

WC MASCULINO

4,37 m² ÁREA TOTAL= 69,02 m²

SETOR DE ATENDIMENTO

TRIAGEM

6,32 m²

04 CONSULTÓRIOS

12,46 m²

VACINAÇÃO GATOS

10,13 m²

VACINAÇÃO CÃES

10,13 m²

PÁTIO CENTRAL

205,04 m²

FARMÁCIA

24,38 m²

DEPOSITO DE MEDICAMENTOS

11,05 m²

DML

3,97 m²

RECEPÇÃO 02

24,45 m²

LABORATÓRIO

16,92 m²

SALA DE RAIO X

8,48 m²

SALA DE ULTRASSOM

8,48 m²

BANHO E TOSA

24,58 m²

CANIL

7,40 m² ÁREA TOTAL= 373,79 m² 62


SETOR ADMINISTRATIVO

SALA DE REUNIÃO

23,22 m²

ALMOXARIFADO

10,03 m²

SALA ADMINISTRATIVA

21,61 m²

VESTIÁRIO FEMININO

16,26 m²

VESTIÁRIO MASCULINO

14,99 m²

COPA

14,91 m²

DESCANSO

22,43 m² ÁREA TOTAL= 123,45 m²

UTI CÃES

19,75 m²

UTI GATOS

19,75 m²

INTERMANETO CÃES

26,24 m²

INTERMANETO GATOS

26,24 m²

PRÉ OPERATÓRIO

16,49 m²

CENTRO CIRURGICO 01

17,06 m²

CENTRO CIRURGICO 02

15,88 m²

SETOR DE

PÓS OPERATÓRIO

13,74 m²

CIRURGIA/

POSTO DE ATENDIMENTO

19,62 m²

CAMARA MORTUÁRIA

10,33 m²

02 DML

4,20 m²

02 EXPURGO

4,17 m²

DEPÓSITO DE RAÇÃO

4,17 m²

WC FEMININO

4,62 m²

WC MASCULINO

4,62 m²

CENTRAL DE RESIDUOS

15,97 m²

CENTRAL DE GASES

7,60 m²

INTERNAÇÃO

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GEERADOR

7,60 m²

ARQUIVO MÉDICO

13,57 m²

ANTECÂMARA

4,68 m²

ISOLAMENTO

4,68 m²

DEPÓSITO DE MEDICAMENTOS

8,15 m²

HIGENIZAÇÃO/PREPARO ANIMAL

8,85 m²

ÁREA TOTAL= 277,98 m²

4.4 Organofluxograma

O organofluxograma é um método destinado para facilitar a compreensão da logística de funcionamento de fluxos do projeto, sendo definido através dos usos e espaços que foram apresentados no programa de necessidades. A partir desses fatores, foi possível desenvolver um esquema de setores que mostra como foi distribuído os ambientes. (Figura 44)

Figura 44: Organofluxograma dos setores Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

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O objetivo da elaboração desse esquema é facilitar a compreensão dos fluxos dentro do espaço, priorizando a funcionalidade e harmonia entre os setores, além de buscar proporcionar a sensação de acolhimento através da liberdade e movimento entre os setores, fazendo uma melhor integração entre o usuário e as atividades disponibilizadas na edificação.

4.5 Conceito e partido

O conceito está fundamentado na relação sensível do corpo animal com o toque humano, o carinho. Através dele é possível estabelecer uma boa comunicação e relação com as pessoas, no qual cães e gatos compreendem que gestos significam mais do que palavras, isso faz com que essa criação de afetividade entre as espécies torna-se ainda mais profunda através do contato. A ideia será desenvolvida em cima das sensações estabelecidas pelos sentimentos concebidos pela estrutura física desses animais, afim de proporcionar bem-estar e conforto através do conhecimento da linguagem corporal dos mesmos. Mediante a isso, é possível atribuir a unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte uma dinâmica espacial que possa promover mais qualidade de vida através da analogia dos benefícios gerados pelo contato físico. Assim o lugar será capaz de transmitir soluções arquitetônicas que remetam as sensações causadas pela sensibilidade animal. Permitindo que as disposições dos blocos contribuam para tornar os espaços mais sensitivos e livres para circulação, contribuindo para estimular os sentidos desses animais e promover a criação do laço afetivo com o lugar. O partido desse projeto colaborou para a dinâmica espacial dos blocos, onde a desconstrução do formato simples do retângulo permitiu somar e subtrair, de forma que formasse cheios e vazios no volume da edificação. Sua forma geométrica viabilizou setores divididos em blocos que unidos passavam a ser uma única unidade que se interliga através dos seus serviços, de modo que fosse funcional, atraente e organizado para os seus usuários, facilitando a interação com o ambiente e criando zonas de interação social para deixar o projeto humanizado, onde seu foco era proporcionar sensações diversas aos transeuntes. (Figura 45)

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Figura 45: Estudo de volumetria Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

A integração entre o meio externo e interno da edificação, se fez possível através da inserção a natureza como principal facilitador do diálogo entre o animal e o ambiente veterinário. No qual, a maior intenção é ofertar aos usuários uma melhor conexão com a natureza e independência, onde se fez necessário buscar soluções que possibilitassem a sensação de bem estar e liberdade nos espaços atribuídos pelas diversas atividades dispostas. Uma forma de relacionar os animais com o partido escolhido, é compreender o quanto a relação entre homem e animal passaram por mutações durante o decorrer dos anos, além a importância da apropriação dos espaços criado por esses animais durante esse período. Uma vez que o homem deu lugar para inserir a vida de um animal domesticável em sua rotina, fez com que esse elo se tornasse cada vez mais forte. Ainda assim, o progresso em buscar um equilíbrio de boa qualidade de vida para todos, não vem sendo suficiente para suprir as necessidades geradas pelo abandono. Dessa forma, é de suma importância analisar os princípios básicos para a valorização a vida do animal de modo que se dê uma assistência adequada para que no fim todos sejam beneficiados. Por isso, a unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte foi intitulado como “Pet House”, que significa casa dos animais em inglês. Esse título foi escolhido devido a presença da palavra “casa”, que possui um significado importante na criação de afetividade e laço familiar. No qual, se fez possível fazer uma conexão entre o significado da palavra casa e o foco do projeto, a fim de enfatizar a importância da humanização em um ambiente hospitalar veterinário. Dessa forma, o nome “Pet House” (Casa dos animais) irá reforçar o sentimento aos seus usuários da importância de acolher um animal, ressignificando o que é o 66


abandono e buscando meios de que esse sentimento não esteja presente na vida desses que ali habitam. Por fim, a edificação apresenta uma arquitetura mais contemporânea com a presença de linhas retas e formas ortogonais aliados a características presentes em um lar e ambiente veterinário, levando em consideração as particularidades usadas em projetos desse seguimento na atualidade, fazendo uma união entre essas tipologias de maneira que fosse possível transmitir a verdadeira essência de estar em um lar de forma mais moderna.

4.6 Implantação

A unidade de saúde e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte é constituído por 04 blocos térreos que estão subdivididos em 04 setores distintos. Todos esses ambientes estão ligados entre si e vinculados a um grande pátio central, afim de proporcionar aos usuários uma melhor acessibilidade e funcionalidade entre os ambientes, além de contar com a presença de uma vasta área verde para motivar uma melhor interação com a natureza. Para que fosse possível gerar essa dinâmica, um bloco retangular foi recortado em vários seguimentos para possibilitar a edificação fluxos e funcionalidade distintas em um único volume. Além disso, essa estruturação possibilitou ao projeto amplas áreas verdes destinadas ao convívio entre o homem e animal, de modo que fosse possível gerar afetividade entre as partes, facilitando ainda mais o ato da adoção. Dessa maneira, através da elaboração do programa de necessidades, foi possível zonear os ambientes no projeto de forma que suas carências e diretrizes hospitalares seguissem uma disposição que favorecesse a comunicação entre os blocos. Sendo assim, será analisado a seguir, todos os setores que estão presentes no projeto, a fim de facilitar a compreensão projetual. (Figura 46)

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Figura 46: Planta de cobertura Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Começando pelo bloco destinado a recepção (Figura 47) esse espaço pode contar a presença de uma sala de espera e dois lavabos acessíveis, além de possuir uma marcenaria toda em MDF ultra que tem uma maior resistência a umidade, cupins e bactérias, de uso ideal em ambientes hospitalares. Ainda assim, essa área contempla de grandes esquadrias de vidro blindado e estrutura de ferro galvanizado, de forma que permita passar uma segurança e interação do ambiente com a natureza.

Figura 47: Perspectiva recepção 01 Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

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Essa recepção está disposta de forma mais dinâmica e isso se fez possível através da escolha de moveis modulados, permitindo criar dentro de um único espaço uma divisão no ambiente, setorizando a espera de cães e gatos no local de maneira mais descontraída e confortável. (Figura 48)

Figura 48: Perspectiva recepção 01 Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Já no lado externo desse bloco, é o primeiro contato dos pedestres e visitantes, possui uma ampla visão de elementos que compõem a fachada principal da unidade de saúde e acolhimento de animais de pequeno porte. Onde foi composto por marquises, um pórtico central e elementos de estrutura metálica para esconder as janelas dessa fachada. A forma utilizada nessa face do projeto possui características de linhas retas e o uso de técnicas e materiais simples, como ACM, pé direito duplo, cobogós e vegetação. (Figura 49 e 50)

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Figura 49: Planta baixa layout recepção Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Figura 50: Perspectiva fachada principal Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

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Os itens citados anteriormente também permitiram criar elementos de iluminação na fachada principal para que também fosse atrativo no período noturno, então se fez o uso de LED da cor neutra entre os painéis metálicos para alongar a estrutura da edificação e spots direcionados para evidenciar a logo marca do projeto. (Figura 51)

Figura 51: Perspectiva fachada principal Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Já o setor de atendimento (Figura 52 e 53), contará com salas de: consultas veterinárias, salas de vacinação para cães e gatos, DML, lavabos

feminino e

masculino acessíveis, farmácia, depósito de medicamentos, arquivo medico, laboratório, sala de exames de ultrassom e raio x, banho e tosa, além de uma recepção exclusiva para aguardar a saída do animal dos procedimentos realizados naquela área, afim de proporcionar uma melhor interação com os trabalhos a serem realizados. Todos os ambientes de procedimento médico possuem lavatório individual para higienização das mãos e aberturas para integração do espaço interno com o exterior, proporcionando ao local hospitalar humanização. A área externa desse bloco abrange elementos dos mesmos segmentos da fachada principal, para que dessa forma existisse um diálogo entre as partes. Sendo assim, as janelas estão posicionadas nas fachadas sudeste, que captam as melhores ventilações, proporcionando maior conforto térmico em relação a ventilação, além desse benefício foi atribuído marquises e brises e madeira para maior sombreamento. 71


Jardins também foram criados para possibilitar aos ambientes uma maior interação com a natureza.

Figura 52: Planta baixa layout atendimento Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Figura 53: Perspectiva externa setor de atendimento Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Ainda dando segmento ao bloco de atendimento para que seja mais fácil a compreensão das escolhas projetuais, a seguir alguns ambientes serão analisados de forma mais profunda. Começamos com os consultórios, sua disposição foi atribuída 72


por um seguimento de um único padrão, no qual dispõe de uma mesa, armário suspenso para guarda de pertences, uma divisória de vidro temperado e estrutura de aço, lavatório e uma maca para realização de pequenos procedimentos. O uso da madeira nos moveis servem para proporcionar ao ambiente uma sensação aconchegante e fazer com que os seus usuários se sintam mais confortáveis, além disso, a presença de tons amarelo e verde servem para transmitir uma sensação calorosa, acolhedora e convidativa, onde um ambiente que opte por esses tons está estimulando a conversação e convivência na relação daqueles o usufruem, por isso esses elementos foram adotados afim ofertar bem-estar a todos. (Figura 54, 55 e 56)

Figura 54: Planta baixa layout consultório Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Figura 55: Perspectiva interna consultório Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

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Figura 56: Perspectiva interna consultório Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

Um dos setores disponíveis no bloco de atendimento é o de banho e tosa, que está inserido no projeto para proporcionar aos animais melhor qualidade em sua higiene pessoal. Para que esse ambiente fosse interativo com aos usuários e de modo que facilitasse essa atividade, foi inserido tanques com duchas para lavagem e mesa em inox para tosa, ainda nesse ambiente, é importante salientar a presença de um visor para que as pessoas que circulam aquela ará tenham visão das atividades exercidas no local. (Figura 57, 58 e 59)

Figura 57: Planta baixa layout banho e tosa Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

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Figura 58: Perspectiva interna banho e tosa Fonte: Dados da pesquisa, 2020

Figura 59: Perspectiva interna banho e tosa Fonte: Dados da pesquisa, 2020

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O setor de cirúrgico e de internação (Figura 60 e 61), contará com salas de: internação e uti para cães e gatos, sala pré-operatória, dois centros cirúrgicos, sala pós cirúrgica, lavabos acessíveis, DML, expurgo, farmácia e uma câmara mortuária. Nos fundos desse bloco, encontra-se o lixo infectante e comum, central de gases e o gerador, onde foram inseridos próximo as atividades cirúrgicas para que o percurso realizado até o lixo para efetuar o descarte fosse mais curto. Seu lado externo está composto por elementos como marquises, cobogós e brises de madeira, para proporcionar sombreamento na fachada já que está localizado no Sudoeste e a incidência de sol é maior. Além disso, o uso dos cobogós serviram para isolar a visão para a passagem até a câmara mortuária. A presença de vegetação também está inserida e é bastante influente para melhorar as condições climáticas e interação com a natureza dentro dos ambientes.

Figura 60: Planta baixa layout setor cirúrgico e internação Fonte: Dados da pesquisa, 2020

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Figura 61: Perspectiva externa setor cirúrgico e internação Fonte: Dados da pesquisa, 2020

Ainda relacionado a esse bloco, para que a compreensão seja mais fácil em relação as particularidades projetuais, será analisado o setor de internação de cães e gatos para melhor entendimento dos materiais a serem utilizados. Sendo assim, esse ambiente, necessita ser dinâmico e confortável para as demandas hospitalares, para que esse local funcionasse de maneira fluida e harmoniza, a presença de algumas cores de forma discreta fazem com que esse ambiente torne mais descontraído. Sua marcenaria foi idealizada para melhor armazenamento dos prontuários e medicamentos a serem utilizados, e por fim, sua grande bancada em granito serve para manipulação de remédios. (Figura 62,63 e 64)

Figura 62: Planta baixa layout internação Fonte: Dados da pesquisa, 2020

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Figura 63: Perspectiva interna setor de internação Fonte: Dados da pesquisa, 2020

Figura 64: Perspectiva interna setor de internação Fonte: Dados da pesquisa, 2020

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O setor administrativo (Figura 65 e 66), tem um acesso distinto do principal e é destinado apenas para entrada de funcionários, de modo que gerasse um fluxo separado sem que interferisse nas demais atividades e que pudesse interagir internamente com os outros setores.

Nele apresenta ambientes como: sala de

administração e reunião, copa, vestiário feminino e masculino, descanso do colaborador e almoxarifado. Os ambientes do setor administrativo e serviço foram dispostos no lado poente, localizado na fachada noroeste. Para que fosse possível sanar as necessidades geradas pelo alta incidência de sol, os elementos como marquises e brises de madeira foram atribuídos para gerar sombra no local, além da presença de esquadrias e bastante uso de vegetação para tentar melhorar as necessidades de ventilação natural.

Figura 65: Planta baixa layout setor administrativo Fonte: Dados da pesquisa, 2020

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Figura 66: Perspectiva externa setor admirativo Fonte: Dados da pesquisa, 2020

Para entendimento dos detalhes idealizados no setor administrativo, foi escolhido um ambiente, o descanso dos colaborardes. Nesse espaço foi inserido tons pasteis e o uso da madeira para promover mais conforto, além disso foi pensado em uma iluminação indireta para evitar o desconforto dos usuários. Foi inserido uma bancada de estudos para os estudantes de medicina veterinária que poderão prestar serviços no lugar. (Figura 67, 68 e 69)

Figura 67: Planta baixa descanso Fonte: Dados da pesquisa, 2020

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Figura 68: Perspectiva descanso dos colaboradores Fonte: Dados da pesquisa, 2020

Figura 69: Perspectiva descanso dos colaboradores Fonte: Dados da pesquisa, 2020

Em seguida, duas áreas foram destinadas ao lazer e atividades recreativas. O pátio central (Figura 70,71 e 72) é o primeiro elemento do projeto, onde dispõe de uma piscina rasa e área verde para que os animais possam circular de maneira segura e 81


livre, passando a sensação de estar em casa. Os materiais utilizados nesses ambientes foram azulejos, madeira e concreto, de modo que enfatizasse ainda mais a importância da natureza e proporcionasse a sensação de liberdade.

Figura 70: Planta baixa layout pátio central Fonte: Dados da pesquisa, 2020

Figura 71: Perspectiva pátio central Fonte: Dados da pesquisa, 2020

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Figura 72: Perspectiva pátio central Fonte: Dados da pesquisa, 2020

Por fim, nos fundos do terreno foram distribuídos canis para serem ocupados por animais resgatados e um amplo jardim para realização de eventos de adoção, recreação e passeio. O estilo adotado dos canis, foi de uma casa tradicional de duas águas e portas com gradil para facilitar a visão dos visitantes com os animais, afim de auxiliar o primeiro contato e gerar uma futura adoção. (Figura 73 e 74)

Figura 73: Planta baixa layout canil Fonte: Dados da pesquisa, 2020

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Figura 74: Perspectiva canil Fonte: Dados da pesquisa, 2020

4.7 Sistemas construtivos e materiais

A edificação projetada de forma horizontal remete uma conexão maior e interatividade com o exterior, no qual foi inserida de maneira que não causasse impacto negativo nas tipologias de edificações próximas.

Para que isso fosse

possível, materiais com aspectos mais naturais e transparentes foram adotados para transmitir leveza e familiaridade com o meio ambiente. Como por exemplo, o uso do vidro temperado nas esquadrias e peles de vidros (Figura 75), brises de madeira (Figura 76) que foram dispostos de forma que proporcionasse sombreamento e aproveitando para agregar valor estético para edificação, além disso, o uso de um revestimento imitando cimento queimando (Figura 77) traz um ar moderno e contemporâneo, provendo personalidade para o projeto. Foi utilizado também o concreto (Figura 78), de modo que agregasse esteticamente e promovesse funcionalidade e durabilidade que esse tipo de material oferece. Dessa forma, também formam utilizadas variações com tons neutros como a presença do cinza e branco, mas com o destaque do verde que foi distribuído em alguns blocos distintos para que gerasse uma dinâmica entre as cores. Sendo assim, esses materiais citados estão presentes em todas as fachadas, a fim de promover uma unidade e sintonia em todas as faces, permitindo que os elementos inseridos conversem entre si. 84


Figura 75: Pele de vidro

Figura 76: Cimento queimado

Fonte: Vidro impresso, 2015.

Fonte: RC pisos, 2017.

Figura 77: Concreto

Figura 78: Brises de madeira

Fonte: AWA comercial, 2019.

Fonte: Plena madeira, 2019.

Outros materiais foram utilizados para agregar estetica e funcionalidade ao projeto como o uso do ACM (Figura 79), para elaboração de um portico central que gerasse destaque e imponencia para a entrada principal. Além disso, a utilização de cobogós (Figura 80) auxiliaram para amenizar a insidencia do sol e gerar privacidade. As chapas metalicas (Figura 81) em formato geometrico serviram para esconder as janelas existentes na face principal e proporcionar uma dinamica com uma arquitetura mais moderna. Além disso, o forro utilizado em todos os ambientes internos foi o de gesso acartonado (Figura 82) visando uma maior facilidade de instalação e a flexibilidade na disposição da iluminação artificial de cada setor.

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Figura 79: ACM

Figura 80: Cobogó

Fonte: DWGA, 2020.

Fonte: Ideias decor, 2019.

Figura 81: Chapas metálicas

Figura 82: Gesso acartonado

Fonte: Doce obra, 2018.

Fonte: RBF 2020.

Com relação aos pisos das áras externas, para os caminhos criados se fez presente a escolha de materiais antiderrapantes, como o uso do piso intertravado (Figura 83) que possui uma superficie porosa, drenante e permite escoamento das águas da chuva. Já nas áreas de lazer será utilizado grama (Figura 84), de forma que deixe o espaço mais natural e confortavel, uma vez que esse material se adequada em ambientes de sombra e sol, sendo de facil instalação e podendo ser distrubuido por diversas partes do lote, afim de tornar a edificação mais proxima da natureza.

Figura 84: Piso placas cimentícias

Figura 83: Grama

Fonte: Inova concreto, 2019.

Fonte: Ageo gramas, 2019.

,

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Ainda assim, o projeto se preocupou nos impactos ambientais a serem gerados e para tentar amenizar essa situação foi levado em consideração um metodo construtivo voltado a sustentabilidade que fosse possivel iserir na edificação. Com isso, a implantação de um sistema de captação de águas pluviais, será de suma imrpotancia para reaproveitar a agua da chuva atraves da coletas de calhas inseridas no telhado de cada bloco e em seguida encaminhadoas para um filtro de tratamento, que no fim passarão a ter novos usos, como manutenção dos jardins, descargas dos vasos sanitários e lavagem de calçadas, no qual reduz nas depesas geradas por essas atividades e ainda contruibui com o meio ambiente. Contudo, o projeto apresenta caracteristicas simples e com poucas informações, visto que as cores e elementos utilizados apresentam uma visão mais limpa e objetvida de um arquitetura moderna, onde os materiais empregados conversam entre si de forma simples. Seu jogo de volumetria permite cheios e vazios desconstruindo a edificação de forma que a torne mais dinamica, fazendo com que sua forma atenda o verdadeiro proposito do projeto que são as necessidades dos animais, mas sem perder a importancia de uma boa arquitetura.

4.8 Vegetação

De modo que fosse possível gerar ambientes humanizados e confortáveis no que se diz respeito aos condicionantes climaticos. A utilização de vegetação foi de suma importancia para promover beneficios para os animais, visitantes e colaborades dessa instuição, onde se fez uso de elementos mais naturais, sendo eles atraves da inserção de meteriais simples ou por arborização. O paisagismo elaborado foi desenvolvido a fim de minimizar os ruidos causados pelos animais e melhorar o clima da edificação em geral. Nas fachadas com maior insidencia de sol houve uma preocupação ainda mais elevada por estarem dispostas numa área com menor interação com as atribuições naturais do lote, no qual foram iseridos aburtos e arvores para buscar melhorar conforto termico para os setores distribuidos nesses espaços. Todo terreno foi arborizado com ávores frutiferas, arbustos e plantas do tipo trepadeira que irão ser plantadas para que cubram os muros e gerem uma camada de proteção para o terreno, criando uma barreira acústica. Todos esse elementos 87


serviram para influenciar ambientes mais naturais entre cada bloco, permitindo que sua destribuição favorecesse para a interação com a natureza e agregasse projetualmente valor estetico vinculado aos beneficios proporcionados pelo meio ambiente. (Tabela 04)

Tabela 4: Tabela de tipologias e representação arbórea Fonte: Dados da pesquisa, 2020.

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5. CONCLUSÃO

Com o grande crescimento da domesticação de animais nos domicilios de familias no Brasil, se fez necessario analisar a importancia de redes de atendimento veterinario para o setor publico e privado em Maceio -AL. Levando em consideração propocionar a esses individuos uma melhor qualidade de vida, que seja saudavel e segura para todos. Objetivando ampliar a visão para a carencia de entidades com segmento de amparo e saude animal na cidade de forma que fosse possivel criar novos meios de interação entre o homem e animal, além se preocupar com aqueles animais que foram abandonados facilitando esse contato e a possibilidade de um novo lar. Sendo assim, a unidade de saude e acolhimento de animais abandonados de pequeno porte foi pensado para que seus usuários pudessem realizar atividades diversas e que conseguissem se conectar com a natureza. Desse modo, para que o projeto fosse capaz de transmitir essa conexão e vinculasse a sensação de funcionalidade entre os ambientes, foi necessário dispor cheios e vazios por toda edificação, de modo que permitisse que seus usuários tivesse mais interação com a natureza e autonomia para circular pelas áreas dispostas. Dessa forma, foi desnvolvido um projeto que proporcione condições necessárias para o bem estar desse individuos, em busca de conceder mais conforto e tranquilidade para o decorrer das vidas caninas e felinas. Que se faz representado atraves do desenvolvimento desse projeto arquitetonico, de forma que todos sejam beneficiados e favorecidos para melhor convivencia entre a especie humana e animal.

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6. REFERÊNCIAS

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APÊNDICE 01 – MAPA DE SITUAÇÃO, PLANTA BAIXA DE COBERTURA DA UNIDADE DE SAUDE E ACOLHIMENTO DE ANIMAIS ABANDONADOS DE PEQUENO PORTE E ESQUEMA VOLUMETRICO APÊNDICE 02 – DETALHAMENTO - PLANTA BAIXA LAYOUT, ESPEFICAÇÕES DE MATERIAIS E VEGETAÇÃO APÊNDICE 03 – DETALHAMENTO - PLANTA BAIXA TECNICA APÊNDICE 04 – DETALHAMENTO - CORTES APÊNDICE 05 – DETALHAMENTO - FACHADAS APÊNDICE 06 – DETALHAMENTO - FACHADAS/PERSPECTIVAS

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