NALU - Ed. 2 - Outubro-Novembro/2016

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ANO 1 - Edição nº 2 - Outubro-Novembro/2016 Periodicidade bimestral

Mari Raugust

Passarela Estreita Porque moda e reino de deus podem, sim, andar juntos

Paz que excede todo Entendimento? ONDE?

Transtornos de ansiedade QUE Tiram A PAZ E CALMARIA

Você sabe o que defende? Um apanhado sobre as ideologias de esquerda e direita

O artista cristão: Existe mesmo arte sacra e secular? Qual a diferença entre elas?


Prosseguir em conhecer.. Em tempos tão conturbados, com problemas na economia, na política e na autoestima do povo, nós, como cristãos, não podemos ficar alheios a isso. É assim, em momentos de crise, que a nossa luz brilha e o nosso sal dá gosto, afinal, todos estão olhando a forma que reagimos às coisas e essa é a hora perfeita para ser o espelho de Cristo para o mundo. Para reagirmos bem mesmo em épocas turbulentas é necessário estarmos informados, ter conhecimento do mundo ao redor e os acontecimentos mais importantes. Assim podemos nos posicionar sem entrar em conflito com nossos valores e princípios (cristãos, morais e éticos). A informação nos dá o privilégio de opinar com propriedade e também a liberdade de pensamento, sem que fiquemos dependentes da compreensão de outros. O incentivo ao conhecimento serve tanto para a situação política atual quanto para a sua vida espiritual. Quanto mais se lê a Bíblia menos se está refém da interpretação de homens. Lembre-se sempre: Cristo nos libertou para fôssemos livres. Em alguns casos, o conhecimento pode não apenas impedir que nossas mentes continuem fechadas, mas pode despertar em nós outros sentimentos, como vontade de justiça e compaixão. É sabendo da necessidade do próximo que nos inclinamos a ajudá-lo. É entendendo a dor alheia que choramos com nosso irmão. No mundo individualista em que vivemos esses sentimentos estão cada vez mais escassos e cabe a nós, como cristãos, mostrar ao mundo o amor do Mestre através das nossas respostas (sejam elas em forma de palavras ou de ações). E não adianta ser alguém informado e agir como se o mundo lá fora não estivesse gritando por socorro, por amor, compaixão e justiça. Parafraseando Switchfoot, nós temos informação na era da informação, mas nós sabemos o que a vida é fora das nossas conveniências? Se não sabemos, precisamos aprender e o melhor jeito de fazer isso é prestando atenção no Mestre.

A redação

ANO 1 Edição nº 2 - Outubro-Novembro/2016 Periodicidade bimestral

Jornalista Responsável: Nara Lima | MTB 80.829 Diretora de Redação: Luana Figueiredo Repórteres: Luana Figueiredo e Nara Lima ONLINE www.naluparaoalvo.com Facebook: https://fb.com/ naluaoalvo Instagram: @naluparaoalvo

CONTATO COM A REDAÇÃO Críticas, dúvidas, sugestões e colaborações: redacaonalu@gmail.com

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sumário 04 O que significa colocar Deus em primeiro lugar ?

Na sua lista de prioridade Ele deve vir no topo

06 Transtornos de ansiedade

Não é todo dia que sentimos a ‘paz que excede todo entendimento’

10 Você sabe o que defende?

As ideologias de esquerda e direita bem explicadas

14 O cristão e as artes

Existe mesmo uma linha que separa a arte cristã e a secular?

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16 Missionária da Moda 06

Mari Raugust, criadora do ‘Passarela Estreita’, fala sobre a relação entre moda e o reino de Deus

19 Papo Reto

É permitido não estar bem

20 Raio-x

Isaías: O profeta do Messias

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21 Nalu Indica

Música e literatura para as horas livres


DEUS E IGREJA

O que significa colocar Deus em primeiro lugar?

É um clichê que ouvimos o tempo todo. Mas e se nós começássemos a realmente fazer isso?

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magine um típico dia de um jovem cristão. Você acorda com aquele alarme irritante, verifica as notificações e aperta soneca. Depois, profere uma oração de um minuto que cobre todo o dia: agradece por algo, deseja que Deus faça isto, pede por aquilo e amém. Então, corre para o chuveiro. Por volta das 9:00, você já está no trabalho ou na aula, implorando que o fim de semana chegue logo. Durante o almoço, você conversa com as pessoas enquanto desvia o olho para checar o Facebook. A partir daí, seu longo dia se resume num cumprimento de prazos, tarefas e recados até que o dia acabe e você se encontre novamente com seu travesseiro. Soa familiar? A vida não é fácil para a geração atual. Há muitas tarefas e pouco tempo. É preciso estudar, trabalhar, cuidar das tarefas de casa, socializar e relaxar ao mesmo tempo. A pergunta é: onde devemos colocar Deus nessa equação?

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Texto de: Marcella Purnama / Tradução: Nara Lima

Como cristãos, sabemos que Deus deve ser a prioridade máxima em nossas vidas. Ele vem em primeiro lugar e todo o resto é secundário. E mesmo pensando em Cristo como uma "prioridade", na realidade não colocamos Ele em seu lugar: Rei sobre todas as coisas. Por exemplo, com que frequência pensamos Nele ao acordar? E quantas vezes pegamos nossos celulares antes mesmo de falarmos com Ele? O mundo virtual é sedutor e afirma oferecer tudo: lazer, entretenimento, educação, socialização e até mesmo o crescimento espiritual. Em algum ponto, porém, estamos sobrecarregados de informação. Todo mundo está pedindo, brigando ou implorando para obter apenas 10 segundos de nossa atenção, prometendo um valioso produto, serviço ou informação em troca. E enquanto esses perfis brigam para ter a atenção de nossos cérebros sobrecarregados, Deus está fazendo o mesmo, não da


mesma maneira, claro. Deus não nos faz lembrar Dele com um anúncio ou notificação conveniente, Ele está sempre lá, mas nós é que temos que decidir vir a Ele. Embora a tecnologia tenha levado a humanidade para outro nível, ela também alterou os nossos valores. E-mails e posts fazem nossas orações serem mais distraídas, apressadas. Fatos e dados intermináveis nos tornam mais céticos em relação à verdade. E por que ir a Deus primeiro, num momento de dificuldade, se você pode simplesmente pegar o telefone e falar com alguém em questão de segundos? Em um mundo que se está em constante movimento, o que prende a atenção é aquilo que é mais rápido, melhor e mais brilhante. Estamos acostumados com respostas e resultados instantâneos. Somos mestres multitarefas, tentando fazer tudo ao mesmo tempo e para ontem. Por que é que somente quando algo está errado ou quando não há mais nada a fazer que nos voltamos para Deus? E mesmo assim, esperamos por suas respostas, contanto que sejam rápidas. Inconscientemente, nós damos a Ele um prazo, pois é difícil colocarmos o nosso pensamento “quanto mais rápido melhor” em espera enquanto aguardamos a orientação de Deus. A melhor hora para fazer qualquer coisa é agora, então por que esperar? Certo? Muito frequentemente, esperamos que Deus se molde às nossas vidas e horários. Não é mais nós que precisamos se adaptar à Sua vontade, mas Ele que deve se adaptar ao que queremos ou pensamos. A verdade é que o mundo virtual existiria muito bem sem você. Mas você não iria muito bem sem Deus. Haverá sempre mais um trecho de informação online para absorver, mas haverá sérias consequências se você não ler isso? Se formos honestos, é fácil de perder um tempo de devocional quando ficamos checando as notificações o tempo todo. O mundo digital tem notícias e oportunidades suficientes para deixar qualquer um viciado. E isso pode ser uma coisa maravilhosa dentro dos limites. Mas, mesmo quando não é algo bom, não podemos culpar a tecnologia por nossa negligên-

cia espiritual. Se consultar a Deus primeiro não está na nossa agenda diária, mesmo sem Facebook e YouTube, vamos simplesmente achar outras coisas para cuidar. Talvez seja hora de reajustar a nossa fé. Toda vez que priorizamos outras coisas, mostramos a Deus que perdemos o temor e que só recorremos a Ele quando é conveniente. Então, como recuperar esse temor que foi perdido? Buscando a Deus, dando a Ele, intencionalmente, a prioridade máxima – do momento em que o alarme toca até quando vamos dormir novamente. Devemos orar e pedir Sua orientação, não só quando as coisas dão errado, mas em todas as ocasiões. Ele pode ser encontrado em Sua Palavra e assim saberemos como Ele deseja que vivamos. Deus não é um plano B, é Ele quem planeja a nossa vida. E conforme mudamos lentamente nossos hábitos diários, na tentativa de reconhecer essa verdade, vamos, lentamente, reformulando nossas prioridades e renovando a nossa fé. *Este texto foi traduzido e adaptado a partir do artigo escrito por Marcella Purnama para o site da Relevant Magazine. O texto original, “What does it mean to put God first”, você encontra no site da revista. Marcella Purnama é mestre em Mídia e Comunicação, pela Universidade de Melbourne. Também é blogger e escritora.

Deus não é um plano B, é Ele quem planeja a nossa vida.

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‘Não andeis ansiosos por coisa alguma’ Um dos conselhos mais difíceis de ser seguido

Por: Nara Lima

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O apóstolo Paulo, como sem-

pre, foi direto e orientou o povo de Filipos a não se preocupar por motivo algum. Algo fácil para quem experimentava da “paz que excede todo entendimento”. A verdade é que, nos dias atuais, se preocupar é quase um requisito obrigatório para viver. A lista de preocupações é extensa, tanta coisa para fazer em tão pouco tempo que a ansiedade acaba tomando o lugar da paz e calmaria. Mas não se desespere: ansiedade, até certo nível, é uma experiência muito humana e até essencial para nossa existência. Segundo a Dra. Maria Cristina De Stefano, a ansiedade é “decorrente dos processos de adaptação corporal, mental e emocional para situações que nos pareçam ameaçadoras ou perigosas. Por isso, certo grau de ansiedade é saudável, normal e esperada”, sendo assim, um pouco de preocupação não faz mal a ninguém. O problema é quando esse sentimento começa a ser excessivo, ultrapassando os limites do “normal” e o ansioso acaba se tornando um paciente que precisa tratar seus transtornos. Os sintomas de algo mais sério podem ter origem física, mental e comportamental e são perceptíveis quando alguém anda se preocupando além da conta. Nesses casos, o ideal é procurar um médico especialista que pode ajudar o paciente a lidar melhor com suas preocupações e receitar um tratamento ou medicamento, quando for o caso.


VIDA

Para a psiquiatra Julieta Guevara, a ansiedade tem se agravado nos últimos anos. Segundo ela, muitas coisas disputam nossa atenção durante o dia e os meios eletrônicos pesam bastante nessa correria para fazer tudo-ao-mesmo-tempo-agora. E como nem sempre dá para fazer tudo – por causa do tempo ou por razões que fogem do nosso controle – encontramos muitos impasses, levando à preocupação em excesso. “A falta de solução frente a problemas ou dilemas traz a ansiedade como recurso resolutivo. O ser humano organiza por prioridades estas soluções, quando não consegue a ansiedade aumenta” explica a Dra. Guevara. Como patologia, a ansiedade se subdivide em alguns transtornos: do pânico; de ansiedade generalizada; o obsessivo-compulsivo; de estresse pós-traumático e também em fobia social, cujas características vemos na próxima página. Mas para uma pessoa que vivenciou qualquer uma dessas aflições sabe que, embora o diagnóstico profissional e o tratamento sejam indispensáveis, também é importante encontrar algo que ajude a superar os momentos de crise. Para Millene Andrade, diagnosticada com síndrome do pânico, desenhar e ouvir música são coisas que tiram sua mente da angústia. Ela começou a sofrer as manifestações quando estava no trabalho: “comecei a ficar sem ar e chorar e ficar enjoada, mas só tive confirmação quando fui depois a uma terapeuta”, lembra a estudante. “Os familiares e amigos devem levar em conta que as pessoas com os transtornos de ansiedade estão com a saúde mental doente e que por isso se sentem muito inseguras, perturbadas e com medo do que os outros vão pensar dos seus atos, por isso é importante o acolhimento e aceitação”, explica a Dra. Maria Cristina. Não se deve ironizar nem minimizar a reação da pessoa ansio-

sa, dizer que é exagero está fora de questão, pedir calma pode gerar o efeito contrário. “Negligência ou deboche são maneiras de prolongar a doença e protelar o tratamento”, alerta a Dra. Julieta Guevara. O amor também é um dos melhores tratamentos para questões como estas: o amor ao próximo para não julgar nem ridicularizar (o mesmo amor que Paulo tanto pregou); o amor próprio para que mesmo em momentos de crise seja possível encontrar um ponto de apoio para não desistir e se entregar à ansiedade e por último, mas não menos importante o amor a Deus e a certeza de que mesmo em tempos de profunda angústia, medo e ansiedade Ele está sempre pronto a nos dar alento.

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VIDA

Tipos de transtornos de ansiedade

Transtorno do pânico - o indivíduo tem a sensação de que está para morrer, como se estivesse tendo um ataque do coração ou então, perdendo o controle e enlouquecendo; os pensamentos ficam confusos e a resposta do corpo é exagerada, causando batedeira no peito, falta de ar, náuseas, tremores, suor frio e diversas outras reações físicas; Transtorno de ansiedade generalizada - ou TAG, o estresse ou as preocupações excessivas do dia a dia levam a pensamentos e sentimentos que causam os sintomas ansiosos, a ponto da pessoa se afastar de locais fechados, definir rotas de fuga, evitar aglomerações, entrar em bancos, centro de compras etc Fobia social - é a mais comum e acontece sempre em situações públicas, tendo por base a avaliação dos outros, como se estivesse para ser avaliada e observada de forma negativa. A pessoa

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evita comer em público ou assinar cheques perante pessoas. 

Transtorno obsessivo-compulsivo TOC – a pessoa sente extrema necessidade de repetir um ou diversos hábitos que sabe ser inadequados ou inúteis, mas é compelida por seus pensamentos a realizar insistentemente determinados rituais, como verificar portas trancadas, válvula do gás, lavar constantemente as mãos, etc.

Transtorno de estresse pós-traumático - o TEPT é causado por um trauma grave, traumas frequentes e repetitivos, ou por um evento terrível que perturbou de forma intensa a vida psíquica de um indivíduo. Se tornam constantes pesadelos, insegurança associada a locais ou situações semelhantes e os chamados flashbacks, lembranças súbitas com toda a carga emocional vivida, sem controle voluntário e sem atenuação por tempo prolongado.



GERAL

Entenda o que realmente significa estar de cada lado da política Por: Luana Figueiredo

Com o cenário político brasileiro em evidên-

cia, as ideologias e doutrinas políticas têm se destacado cada vez mais nas ruas e na boca do povo. Isso é bom e é ruim. Bom porque muita gente, muita gente mesmo, que não tinha o menor interesse em política tem se empenhado em entender o assunto. Ruim porque muita gente, muita gente mesmo, tem feito uma confusão danada na hora de definir esquerda, direita, fascista, comunista e por aí vai. O Brasil tem assistido pessoas acusarem umas as outras de serem isso ou serem aquilo sem terem a menor ideia do que realmente estão falando e, quando perguntadas sobre o significado do que acabaram de dizer, a resposta é, muitas vezes, evasiva ou inconclusiva. Esse tipo de situação torna questionável se existe ou não uma alienação e se realmente os brasileiros estão se informando ou simplesmente seguindo a moda. O especialista em direito eleitoral, Dr. José Ricardo Ramalho, explica essas duas divisões ideo-

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lógicas entre esquerda e direita. “O uso político desses termos teve origem na Revolução Francesa, pois os liberais girondinos se sentavam à direita e os extremistas jacobinos se sentavam à esquerda no salão do Parlamento Francês. Ao analisarmos os grupos da Revolução Francesa, percebe-se também que os direitistas pregavam uma revolução liberal, a abolição dos privilégios da nobreza e estabeleceram o direito de igualdade perante a lei. Os esquerdistas também defendiam o fim dos privilégios para nobreza e clero, mas eram favoráveis a um regime centralizador. Portanto, em regra, a direita apoia um regime com menor intervenção do Estado, próximo ao que pregam os liberalistas, com mínima intervenção. Já a esquerda propõe que o Estado deve ser centralizador, concentrando diversas funções”, esclarece Dr. José Ricardo. Tanto os que sentavam à direita quanto os que sentavam à esquerda concordavam que deveria haver uma mudança no sistema político. Porém,


apesar de estarem em acordo sobre a necessidade de mudança, os pensadores divergiam entre si quanto às propostas de mudança que cada um apresentava, afinal cada um enxergava a sociedade de maneira diferente do outro, então, mesmo com ideias diferentes, existiam aquelas que se assemelhavam e foram dividas entre esses dois grupos que conhece-se hoje: esquerda e direita. Dizer que o movimento de direita se caracteriza por ser elitista é tão errado quanto dizer que o movimento de esquerda se caracteriza por defender somente a igualdade social. Uma vez que, por definição, todo governo é elitista, pois em todos há uma elite de políticos que têm seus salários garantidos, não passam fome, não vão às guerras etc, uma elite que é formada por políticos que nem em sonho passam o que o povo passa, seja governo de esquerda ou de direita. Portanto, não faz sentido lógico dizer que a direita defende o posicionamento elitista e que a esquerda é o posicionamento que ataca o mesmo. De acordo com o filósofo político Noberto Bobbio, hoje os dois lados lutam por reformas, mas a esquerda busca a justiça social e a direita, a liberdade individual. Em publicação no Diário do Comércio, em 2011, o renomado pensador Olavo de Carvalho traz a perfeita definição: “Normalidade democrática é a concorrência efetiva, livre, aberta, legal e ordenada de duas ideologias que pretendem representar os melhores interesses da população: de um lado, a “esquerda”, que favorece o controle estatal da economia e a interferência ativa do governo em todos os setores da vida social, colocando o ideal igualitário acima de outras considerações de ordem moral, cultural, patriótica ou religiosa. De outro, a “direita”, que favorece a liberdade de mercado, defende os direitos individuais e os poderes sociais intermediários contra a intervenção do Estado e coloca o patriotismo e os valores religiosos e culturais tradicionais acima de quaisquer projetos de reforma da sociedade. (...) Nas beiradas do quadro legítimo, florescendo em zonas fronteiriças entre a política e o crime, há os “extremismos” de parte a parte:

a extrema esquerda prega a submissão integral da sociedade a uma ideologia revolucionária personificada num Partido-Estado, a extinção completa dos valores morais e religiosos tradicionais, o igualitarismo forçado por meio da intervenção fiscal, judiciária e policial. A extrema direita propõe a criminalização de toda a esquerda, a imposição da uniformidade moral e religiosa sob a bandeira de valores tradicionais, a transmutação de toda a sociedade numa militância patriótica obediente e disciplinada. Não é o apelo à violência que define, ostensivamente e em primeira instância, os dois extremismos: tanto um quanto o outro admitem alternar os meios violentos e pacíficos de luta conforme as exigências do momento, submetendo a frias considerações de mera oportunidade, com notável amoralismo e não sem uma ponta de orgulho maquiavélico, a escolha entre o morticínio e a sedução. Isso permite que forjem alianças, alternadamente ou ao mesmo tempo, com gangues de delinquentes e com os partidos legítimos, às vezes desfrutando gostosamente de uma espécie de direito ao crime”.

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Movimentos de esquerda Progressistas: O termo Progressista é utilizado para designar aqueles que são favoráveis a mudanças mesmo com prejuízo da conservação da tradição e das leis. O progressista não é um radical pelas mudanças, e de fato, as busca com alguma prudência. Entretanto, o progressista está disposto a colocar em risco a tradição por entender que as mudanças são mais importantes do que manter o que existe. O progressismo também pode ser vinculado a posições políticofilosóficas ligadas ao reformismo e opostas ao conservadorismo. Contemporaneamente, o progressismo também tem sido associado à luta por direitos civis e individuais, bem como a movimentos sociais, como o feminismo, o ambientalismo, o secularismo, o movimento LGBT (diversidade sexual) e o movimento negro, entre outros. Socialismo: Diferentemente do que ocorre no capitalismo, onde as desigualdades sociais são imensas, o socialismo é um modo de organização social no qual existe uma distribuição equilibrada de riquezas e propriedades, com a finalidade de proporcionar a todos um modo de vida mais justo. A maioria dos socialistas possuem a opinião de que o capitalismo concentra injustamente a riqueza e o poder nas mãos de um pequeno segmento da sociedade - denominado por Karl Marx de Burguesia - que controla o capital e deriva a sua riqueza através da exploração, criando uma sociedade desigual, que não oferece oportunidades iguais para todos a fim de maximizar suas potencialidades. Comunismo: O comunismo pode ser definido como uma doutrina ou ideologia (propostas sociais, políticas e econômicas) que visa a criação de uma sociedade sem classes sociais. De acordo com esta ideologia, os meios de produção (fábricas, fazendas, minas, etc) deixariam de ser privados, tornando-se públicos. No campo político, a ideologia comunista defende a ausência do Estado. O comunismo contemporâneo pretende preservar e superar todo progresso tecnológico, conquistado através do capitalismo, mediante um sistema de planejamento geral, no qual as múltiplas decisões, tomadas de acordo com o mecanismo de mercado no capitalismo, sejam adotadas de forma deliberada segundo critérios que permitam maximizar a satisfação das necessidades de toda a sociedade. Anarquismo (extrema esquerda): Anarquismo é uma ideologia política que se opõe à todo tipo de hierarquia e dominação política, econômica, social e cultural, incluindo o Estado, o capitalismo, as instituições religiosas, o racismo e o patriarcado. O anarquismo é contrário a existência de governo, polícia, casamento, escola tradicional e qualquer tipo de instituição que envolva relação de autoridade. Defendem também o fim do sistema capitalista, da propriedade privada e do Estado. Os anarquistas defendem uma sociedade baseada na liberdade dos indivíduos, solidariedade (apoio mútuo), coexistência harmoniosa, propriedade coletiva, autodisciplina, responsabilidade (individual e coletiva) e forma de governo baseada na autogestão.

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Movimentos de direita Conservadorismo: Pode-se entender o conservadorismo como a defesa da manutenção da ordem política, ou social, existente, em contraposição aos que buscam inovação e às mudanças que são fruto de revoluções. Surgiu primeiramente como uma reação ao Iluminismo, colocando a fé sobre a razão. Entre as principais características desse pensamento estão: atitude negativa em relação à mudança social, visão desesperançada e pessimista da natureza humana e fé na correção moral e política de atitudes e crenças. Para os conservadores, a implantação de mudanças deveria ser mínima e gradual, além de partir de ideais realistas e não idealistas. Democratas-cristãos: Para democratas cristãos, a democracia deve ser entendida à luz da filosofia cristã. Defende princípios como a liberdade, a solidariedade e a justiça. Ela é democrática na medida em que desde a sua origem, aderiu sinceramente aos ideais da democracia pluralista do tipo ocidental. E é cristã porque representa uma tentativa permanente de defesa e aplicação dos princípios e valores cristãos na vida política nacional e internacional. Tal como os outros grandes movimentos políticos, as prioridades e políticas postos em prática pelos partidos democratas cristãos podem variar consideravelmente em diferentes países e em diferentes tempos. Liberais e nacionalistas: O Liberalismo é o movimento político em favor da liberdade dos indivíduos, e o Nacionalismo é o movimento político em favor da liberdade e da autonomia dos povos, do direito de criarem seus próprios estados. Os liberais defendem em primeiro lugar as liberdades individuais: a liberdade de discordar do governo, de protestar, etc. Os nacionalistas defendem a preservação da nação enquanto entidade, por vezes na defesa de território delineado por fronteiras terrestres, mas, acima de tudo nos campos linguístico, cultural, etc., contra processos de destruição identitária ou transformação. A partir do século XX houve o surgimento do Neoliberalismo cujas ideias se assemelham ao Liberalismo mas ainda pregam a intervenção mínima do Estado na economia, política de privatizações e abertura econômica. Nazismo (extrema direita): As características principais do nazismo, enquanto ideologia instituída no poder, derivaram-se das ideias de Hitler desenvolvidas no período da prisão. Hitler acreditava que a raça ariana era superior a todas as outras, e os homens e mulheres deveriam lutar pela pureza dessa raça. Obviamente, com a forte presença de judeus, essa pureza poderia estar em risco, e por isso, essas raças inferiores deveriam ser eliminadas. Para manter a pureza da raça ariana, os negros, poloneses, homossexuais, comunistas, ciganos, deficientes físicos e mentais também deveriam ser eliminados, só assim, a raça atingiria a perfeição. A religião também foi uma das áreas afetadas pelas ideologias do nazismo. Não poderiam ser aceitos cultos religiosos que não fosse o catolicismo. Ateus, protestantes e praticantes de cultos africanos ou orientais, foram combatidos com o mesmo ódio que Hitler dispensou aos judeus. Fascismo (extrema direita): O Fascismo foi um sistema político nacionalista, imperialista, antiliberal, antidemocrático e antissocialista, liderado por Benito Mussolini. O fascismo vê a violência política, a guerra, e o imperialismo como meios para alcançar o rejuvenescimento nacional e afirma que as nações e raças consideradas superiores devem obter espaço deslocando ou eliminando aquelas consideradas fracas ou inferiores, como no caso da prática fascista modelada pelo nazismo. Embora tenha entrado em crise após a Segunda Guerra Mundial, alguns aspectos da ideologia fascista ainda estão presentes em alguns grupos e partidos políticos. Na Europa, por exemplo, existem partidos políticos que defendem plataformas baseadas na xenofobia (aversão a estrangeiros). 07


CULTURA

É possível adorar a Deus produzindo diversas formas de arte? E por que não há muitos escultores, pintores e ilustradores nas igrejas brasileiras ? Por: Nara Lima

eus é criativo e a prova disso está na natuD reza e em nós também. É Ele quem pinta o mais be-

lo pôr do sol, quem esculpe os montes e montanhas mais incríveis, quem cria as melhores personalidades e etc.. Desta forma podemos classificá-lo como um artista que produz perfeitas obras artísticas. Como cristãos, temos atingido certo patamar artístico de qualidade, mas essa arte muitas vezes fica restrita à dança, música e interpretação. Mas essas são as únicas formas de expressão que podem ser praticadas por um cristão? É possível permanecer firme aos princípios do cristianismo e desenvolver formas variadas de arte? Inicialmente é preciso analisar a separação que se faz no Brasil sobre o que é ‘cristão’ e o que é ‘secular’. O primeiro, em tese, é aquele que tem como único objetivo adorar ao Criador. O segundo, em contrapartida, é aquele que deve ser evitado pelos crentes e é constantemente demonizado. Por exemplo, uma música escrita e cantada por uma pessoa que professa a fé cristã e fala sobre Deus em suas letras é chamada de música cristã, evangélica, gospel – mesmo que sua composição apresente

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graves erros teológicos. Porém, uma música que fala de princípios fortemente cristãos como amor, respeito, compaixão e justiça social, mas não é interpretada por um artista cristão passa ser taxada como mundana, secular e a mesma comparação pode ser feita em relação a outras formas de arte. A separação atual entre arte sagrada e secular é uma questão que levanta muita discussão e há quem defenda diferentes pontos de vista. Por exemplo, Jon Foreman, cristão e vocalista da banda americana Switchfoot, quando perguntado sobre por que não citava Deus em suas músicas respondeu que Cristo morreu por ele e não por suas canções, elas não nasceram de novo, portanto, não têm o direito de serem consideradas cristãs, mas que ele, como seguidor do Messias deve refletir seus valores em tudo que faz, mesmo que em suas canções não fosse encontrado o nome Deus. É um ponto de vista polêmico mas que deve levar à reflexão. Considerando outras profissões, um engenheiro cristão que não faz obras necessariamente cristãs está negando sua fé ou pecando contra o seu Senhor? É possível que todos digam que não. “Todos


nós podemos fazer de nossos trabalhos profissionais (seja a engenharia, seja a música) adoração ao Pai, basta sermos honestos, justos e excelentes naquilo que produzimos e oferecemos ao mundo, com a mente fixa em Deus”, afirma o cristão, músico e mestre em Educação, Arte e História da Cultura, Sérgio Pereira. Ter o foco em Deus é o principal argumento de quem defende que a arte seja usada tanto para a pregação do evangelho quanto para apreciação. Valorizar a criatividade humana é reconhecer a criatividade do próprio Deus, que é Senhor de todas as coisas, inclusive das artes. Por isso, é importante incentivar sem discriminação outras manifestações artísticas por parte dos membros nas igrejas brasileiras. Para Sérgio Pereira, até mesmo os espaços físicos podem ser uma forma de incentivo: “Os templos, com suas várias salas, têm um potencial enorme de difusão das artes, como exposições, mostras e festivais de fotografia, audiovisual (cinema), pintura, escultura, quadrinhos, artes gráficas digitais, instalações, performances e tantas outras linguagens artísticas”, explica o professor. Mas iniciativas como esta encontram uma barreira forte: preconceito. Há preconceito contra as variadas formas de arte; uma decisão unilateral sobre o que é sacro e secular (no caso de obras de escultura e artes gráficas e plásticas) e o mais grave dos preconceitos: contra os artistas. “Uma maneira de observar isso está no fato de muitos músicos, mesmo sendo profissionais, não serem pagos pelas igrejas locais para exercerem seu trabalho”, lembra Sérgio. Ainda segundo o professor, a visão que a sociedade, de forma geral, tem do artista é alguém que não trabalha, “criou-se na mentalidade do brasileiro a ideia de que ‘artista bom é aquele que faz sucesso’", o que contraria a verdade, em que muitos brasileiros comuns e simples fazem arte de qualidade e não são reconhecidos pelo seu trabalho, talento e esforço. Não se pode ignorar o fato de que a arte é uma poderosa ferramenta evangelística, seus resultados são incontestáveis, mas não se pode sustentar o pensamento equivocado de que a boa arte cristã deve ser utilizada apenas com esse fim. Ela pode ser usada, inclusive, para conscientizar cristãos e não

cristãos a respeito de temas importantes como política, economia, meio ambiente e problemas sociais. E como aponta Sérgio Pereira, é raro encontrar, no Brasil, um artista cristão (principalmente na música) que defenda essas causas à luz da Bíblia, mas quando perguntado se existe uma luz no fim do túnel para esse impasse, ele é esperançoso e afirma: “Existe e começa pelos seminários e depois pelos púlpitos das igrejas locais das diversas denominações. Apesar de utilizarem a arte (e em especial a música) em todos os eventos eclesiásticos, falta informação e reflexão mais aprofundadas nesses ambientes quanto ao papel dos cristãos - que são artistas - na sociedade. Enquanto formos igreja só para os de dentro, a mentalidade da maioria de nossos artistas será a mesma: mais luz em ambientes iluminados ou mais sal no saleiro”. É importante que o cristão faça todas as coisas com o intuito de adorar o Criador, mas com ações e comportamentos e não apenas com palavras vazias. Um cristão pode ser embaixador de Cristo em um escritório, numa sala de aula e também numa exposição de sua arte. Jesus pode ser visto tanto na vida e obra de um pastor quanto na de um ilustrador de histórias em quadrinhos. Pessoas podem ser atraídas a Deus por uma música que fala sobre seus atributos ou por uma fotografia. Cristo pode ser encontrado em literaturas religiosas ou de fantasia. Depende do olhar de quem consome a arte. O que não pode ser deixado de lado é a sinceridade de coração e a adoração, independentemente da profissão escolhida. Até porque, adorar a Deus vai muito além do que cantar e dançar músicas que falem sobre Ele.

“Enquanto formos igreja só para os de dentro, a mentalidade da maioria de nossos artistas será a mesma: mais luz em ambientes iluminados ou mais sal no saleiro”. Sergio Pereira

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PERSONALIDADE

Missionรกria da moda? Sim!!

Por: Luana Figueiredo Fotos: Mari Raugust/Arquivo pessoal

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PERSONALIDADE

Mari Raugust, criadora do ‘Passarela Estreita’, conta como faz da moda uma maneira de levar pessoas à Cristo Quando o assunto é moda, sempre surge a-

quela polêmica nas igrejas. O que pode, o que não pode, isso é moda ou vaidade? Isso é curto ou não é? E por aí vai. Mas com a personalidade dessa edição não existe polêmica nenhuma e ela, inclusive, tem um blog de moda cristão, onde fala sobre música, beleza, tendências e principalmente de uma vida diária com DEUS. Criado pela consultora de moda porto alegrense, Mari Raugust, de 25 anos, o Passarela Estreita foi inspirado em Mateus 7:14, onde fala que estreito é o caminho que leva à vida e poucos são os que o encontram, e, para a consultora, o mesmo princípio é válido na moda. Tudo nos é lícito, mas nem tudo convém.

mas procuro ter muito cuidado e temor. Há tempo para todas as coisas, hoje eu entendo que minha maior escola é minha igreja local e ali é minha prioridade. É legal ser uma benção na internet ou pregando em um evento, mas quem me conhece de verdade são as pessoas que convivem comigo e se eu não frutificar aqui, não tenho raízes para frutificar em nenhum outro lugar.

NALU: Quais os maiores desafios que você enfrentou/enfrenta? Mari: Sobre o blog, acredito que as limitações profissionais. Hoje em dia blogs, Youtube, todos possuem um nível de qualidade e estrutura muito bacana, mas geralmente são pessoas que vivem disso. NALU: Como o ministério Passarela Estrei- Como não vivo de blog, tive dificuldades de ofereta surgiu? cer conteúdo no mesmo padrão de excelência técMari: Na verdade o blog iniciou com a ideia de nica que os demais. compartilhar o que eu gosto e o que acredito, aos poucos pessoas começaram a se identificar e quan- NALU: Existe um código de vestimenta no meio do percebi já tratava-se de algo além de uma plata- cristão? forma digital, mas sim de um instrumento para co- Mari: Graças a Deus, não! Senão eu estava condenectar corações a Palavra de Deus. nada porque gosto de usar visuais diferentes, a começar pelo cabelo (que é curtíssimo)! Hehe Acho NALU: Por que ‘Missionária da Moda’? bacana preservar o corpo, não passar um imagem Mari: É como dizem, "toda alma com Cristo é um vulgar, é sempre bom ter esse cuidado, mas de resmissionário. Toda alma sem Cristo é um campo to, acredito que os cristãos estão cada vez mais estimissionário". Como sou uma alma com Cristo e que losos. trabalha com moda, sou uma missionária da moda! NALU: Qual a relação entre moda e santidade? NALU: Como você desenvolve seu ministério? Mari: Santidade é algo que se manifesta na sua esMari: Na verdade eu cuido do Passarela estreita sência e moda é expressão. Não acredito em uma sozinha. Já recebi convites para levar a Palavra de moda evangélica, mas acredito sim que existe uma Deus em outras igrejas e inclusive aceitei alguns, comunicação através da nossa vestimenta. Se o que

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poderadas, bastante dispostas a irem contra essa imposição. Eu combato a ditadura da beleza no conteúdo que produzo pro blog e também na minha maneira de ser e de viver. Não é fácil, pois a ditadura da beleza é cultural, mas com um passinho de cada vez a gente chega lá!

você pretende transmitir para o outro é pureza, santidade é preciso ter um cuidado para saber se você está escolhendo as peças certas que passem esta imagem. NALU: Algumas igrejas têm doutrinas relacionadas ao vestuário e algumas não. Nas que possuem doutrina a respeito de roupa, as mulheres, principalmente, são alvo de chacota e, muitas vezes, até por pessoas que congregam em outras igrejas que não tem esse costume. O que você tem a dizer sobre isso? Mari: Acho tranquilo, se a pessoa que congrega lá, se sente bem assim, não vejo problemas. O importante é estar confortável com a visão da igreja e obedecer. NALU: Na Bíblia, em 1 Timóteo 2:9-10, lemos que Paulo orienta as mulheres a se vestirem humildemente e muitos cristãos entendem que a mulher não deve ‘se adornar’, se vestir bem... O que você tem a dizer sobre isso? Mari: É como digo: ordem dos estilos não altera a salvação. Acredito que no Reino há espaço para sermos como somos, cada um com o seu estilo. Moda é arte, é expressão e não apenas vaidade. Cada pessoa precisa sondar sua intenção e saber quando ela é pecaminosa, suja ou não. NALU: Você acredita que existe uma ditadura da beleza? Por quê? Mari: Com certeza sim. Inclusive promovi um desafio no blog em que falava um pouco mais sobre o assunto. Infelizmente convivemos com os tais dos padrões impostos pela sociedade, mas o que me alegra é ver o quanto as mulheres (em geral, cristãs ou não), estão cada vez mais bem informadas e em-

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NALU: Você pode nos explicar essa relação entre moda-vaidade-consumismo? Mari: A moda está vivendo um momento muito bacana do consumo consciente, é uma tendência. Isso me alegra muito, pois as pessoas compram menos e melhor. Estamos entrando em um tempo em que vai pegar mal você consumir por consumir, ter um armário cheio de peças que não usa, que só ocupam espaço. E como consultora de moda, tenho a oportunidade de participar desse movimento, sempre tentando direcionar clientes e amigas pro "menos é mais". Claro que ainda há muito o que mudar no comportamento do consumidor, mas já dá para ver a luz no fim do túnel (risos). Para conhecer acesse: www.passarelaestreita.com / www.instragram.com/passarela_estreita / www.facebook.com/PassarelaEstreita


PAPO RETO

É permitido não estar bem! Por: Jarrid Wilson - Tradução: Nara Lima

mais espertas do mundo se frustram, às vezes. Tudo bem se você não souber a resposta, solução, ou a razão para as coisas que acontecem. A luz no fim do túnel é saber que Deus tem tudo sob controle, quando nós mesmos não temos. Não deixe que ninguém lhe diga que é errado ficar frustrado. A frustração pode ser o terreno fértil de mudança.

Às vezes é difícil expressar seus sentimentos

para as pessoas ao seu redor. Não porque você está com medo do que eles irão dizer, mas porque nossa cultura não parece estar interessada em sermos honestos sobre nossas dores. A realidade é que muitos estão vivendo sob uma fachada de perfeição, a fim de impedir que outras pessoas saibam o quanto estão sofrendo. Como se deixar transparecer a dor fosse sinal de fraqueza. E eu estou aqui para dizer que não há problema em não estar bem, às vezes. Não há problema em admitir que se está sofrendo, ferido ou até mesmo confuso sobre a sua situação atual. Está tudo bem... Lembre-se, até mesmo o próprio Jesus chorou.

3. É permitido ficar estressado Honestamente, o stress é inevitável. Eu não estou dizendo que vai consumir sua vida, mas é algo que todos já precisamos enfrentar. Quando você passar por situações estressantes, perceba que o estresse só te domina o tempo que você permitir e ser dominado por ele não está tudo bem. É permitido se estressar, mas não deixe o estresse se tornar quem você é.

4. É permitido não entender Nem tudo vai ter uma resposta e é aí que a beleza da fé entra. Há circunstâncias e eventos em sua vida que você não será capaz de entender, mas você tem que perceber que está tudo bem não saber todas as respostas. Há humildade em dizer "Eu não sei”, e, francamente, admitir que você não sabe é o primeiro passo para encontrar paz e conforto em sua situ1. É permitido chorar ação. Não deixe que ninguém lhe diga que é errado Não há nada de errado com chorar e derramar algu- admitir que você não entende. mas lágrimas. Quem quer que tenha dito que choro é coisa de criança era um mentiroso, e definitiva- É permitido não estar bem. Jó, Elias, Jonas e Abraão mente nunca assistiu ‘Diário de uma paixão’. A rea- foram homens na Bíblia que passaram por momenlidade é que até mesmo o próprio Jesus chorou. O tos extremamente difíceis, mas Deus enxergava choro, às vezes, pode ser o alívio que você precisa mais do que apenas a dor deles. Por quê? Porque para seguir em frente. Mostrar emoções faz bem eles eram humanos, e Deus nos criou para sentir para a alma e chorar pode ajudar a regular a depres- todos os tipos de emoções. são, ansiedade e até mesmo estresse. *Este texto foi traduzido e adaptado a partir do arti2. É permitido ficar frustrado go “It’s okay not to be okay”, escrito por Jarrid Ninguém tem respostas para tudo e até as pessoas Wilson. https://goo.gl/W9vJNz

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RAIO-X

Isaías:

O Profeta do Messias

Por: Luana Figueiredo

N ome: Isaías Profissão: Profeta

"Foi contado com os transgressores" (Marcos 15:27-28); Isaías 25:8 "Tragará a morte para sempre" (Lucas 24; 1 Coríntios 15:54)

Parentes: Filho de Amoz (Isaias 1:1)

Contexto da Época:

Filhos: Sear-Jasube (Isaías 7:3) e Maer-Salal-Hás-Baz Isaías viveu no turbulento período assírio, presenciando (Isaías 8:3) o cativeiro do seu povo. Ambos os reinos (Norte/Israel e Sul/Judá), haviam experimentado poder e prosperidade. Esposas: A Profetiza (Isaías 8:3) Israel governado por Jeroboão e outros seis reis de mePrimeira aparição na Bíblia: Quanto ao mais dos atos nor importância, haviam aderido ao culto pagão; Judá, de Uzias, tanto os primeiros como os últimos, o profeta no período de Uzias, Jotão e Ezequias permaneceram em conformidade com a aliança mosaica, porém gradualIsaías, filho de Amós, o escreveu. (2 Crônicas 26:22) mente, o rigor foi diminuindo causando um sério declíMorte: Não está relatada na Bíblia, mas historiadores nio moral e espiritual (Isaías 3:8-26). Lugares secretos de judeus afirmam que o rei Manassés o condenou a morte, culto pagão passaram a ser tolerados; o rico oprimia o ordenando que o profeta fosse colocado dentro do tron- pobre; as mulheres negligenciavam suas famílias na busco de uma árvore e este serrado ao meio. ca do prazer carnal; muitos dos sacerdotes e falsos profetas buscavam agradar os homens (Isaías 5:7-12, 18-23; Tempo de ministério: Aproximadamente 64 anos. 22:12-14). Tudo isso deixava claro e patente aos olhos do profeta Isaías que a aliança registrada por Moisés em Profecias cumpridas acerca de Jesus Cristo Deuteronômio 30:11-20, havia sido inteiramente violaIsaías 7:14 "A virgem conceberá e dará à luz um filho, e da, portanto a sentença divina estava proferida, o catilhe chamará Emanuel" (Mateus 1:18-23); Isaías 8:14 veiro e o julgamento eram inevitáveis para Judá, assim "Ele . . . será pedra de tropeço e rocha de ofen- como era para Israel. Isaías advertiu Judá de que seus sa" (Romanos 9:31-33); Isaías 28:16 "Eis que eu assentei pecados levariam a nação ao cativeiro babilônico. A visiem Sião uma pedra, pedra já provada, pedra preciosa, ta dos enviados do rei da Babilônia a Ezequias armou o angular, solidamente assentada" (1 Pedro 2:6-8; 1 Corín- cenário para essa predição (Isaías 39.1-6). Embora a quetios 3:11); Isaías 22:22 "Porei sobre o seu ombro a chave da de Jerusalém só viesse a ocorrer em 586 a.C., Isaías da casa de Davi" ( Apocalipse 3:7; Lucas 1:31-33); Isaías toma por certo a derrota de Judá e passa a predizer a vol35:5-6 "Se abrirão os olhos dos cegos" (Mateus 11:5); ta do povo do cativeiro (Isaías 40.2-3). Deus redimiria Isaías 53:5-6 "Pelas suas pisaduras fomos sarados" (1 seu povo da Babilônia, assim como redimiu do Egito. Pedro 2:24-25); Isaías 53:9 "Designaram-lhe a sepultura Isaías prediz a ascensão de Ciro, o persa, que uniria os com os perversos, mas com o rico esteve na sua mor- medos e os persas e conquistaria a Babilônia (Isaías te" (Mateus 27:57-60); Isaías 53:12 45.1).

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NALU INDICA

HARD LOVE – NEEDTOBREATHE

1 2 Depois de passar por diferenças criativas que quase dissolveram a banda, NEEDTOOBREATHE apresenta ao mundo seu mais novo trabalho. Composto por 12 canções um pouco diferentes do estilo que consagrou a banda da Carolina do Sul, este é o sexto álbum do quarteto americano. ‘Hard Love’ se afasta levemente das fortes raízes sulistas sempre presentes nas músicas do grupo, banjos e bandolins perdem o protagonismo e NEEDTOBREATHE oferece aos fãs uma pegada elétrica mais forte. De acordo com os integrantes, a mudança foi intencional: a ideia é sempre entregar o melhor que eles podem fazer, as novas canções estão repletas de sentimento e refletem o amadurecimento deles tanto como músicos quanto como pessoas. Com um trabalho dessa qualidade é difícil apontar as melhores músicas, mas o destaque vai para a faixa-título, Hard Love. When I sing e Happiness também merecem ir para a playlist. O álbum está disponível no Spotify, iTunes e Google Play.

Beleza Perdida – Amy Harmon De autora evangélica, este é um livro profundo e emocionante sobre a amizade que supera a tristeza, sobre o heroísmo que desafia as definições comuns, além de uma releitura moderna de A Bela e a Fera, que nos faz descobrir que há tanto beleza quanto ferocidade em todos nós. Beleza perdida é a história de uma cidadezinha onde cinco jovens vão para a guerra e apenas um retorna. É uma história sobre perdas — perda coletiva, perda individual, perda da beleza, perda de vidas, perda de identidade, mas também ganhos incalculáveis. É um conto sobre o amor inabalável de uma garota por um guerreiro ferido. O livro pode ser encontrado tanto em livrarias online quanto em lojas físicas.

Jesus e as mulheres – O que ele pensa de nós – Sharon Jaynes Jesus manteve encontros marcantes com diversas mulheres. São momentos que revelam uma excelente mostra de como ele as valorizava. Sharon Jaynes apresenta episódios de Jesus com mulheres como Maria, sua mãe, Maria Madalena e Marta, mostrando-nos como Jesus rompeu com a tradição religiosa, que reservava à mulher uma condição indigna, fruto do preconceito e da insensibilidade da sociedade da época. Ao dignificar a mulher, Jesus a situou como alguém também criada à imagem e semelhança de Deus, objeto de seu amor, cuidado e perdão. Pode ser adquirido pelo site http://www.mundocristao.com.br/ produto/831

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