jornal do commercio 3
Recife I 29 de novembro de 2013 I sexta-feira
cidades
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Apenas uma estação em obras 13,9
quilômetros é a extensão do corredor de transporte fluvial, de Apipucos até a Estação Tacaruna, perto da Escola de Aprendizes Marinheiros
94,5
milhões de reais é o custo da construção das sete estações de embarque e desembarque de passageiros e da implantação da sinalização náutica no rio
cionará o galpão de manutenção das embarcações. De acordo com a secretáriaexecutiva de Articulação Institucional e Captação de Recursos do Estado, Ana Suassuna, o governo não iniciou os serviços porque aguardava permissão para derrubar a vegetação das margens, nos trechos onde serão implantadas as estações. A licença, diz ela, foi concedida pela Agência Pernam-
bucana de Meio Ambiente (CPRH) e o plano de compensação, para plantio em outras áreas da cidade, está definido. “É um atraso que não compromete o cronograma final”, garante Ana Suassuna. As estações terão catraca, píer, sala de espera e lojinhas. Completam a rota fluvial as Estações Guararapes (Rua do Sol, perto dos Correios), Apipucos (próximo da BR-101) e Tacaruna, no Rio Beberibe. A liberação do terreno da Estação Tacaruna está sendo negociada com a Marinha. A Estação Apipucos ficará para uma etapa posterior, porque depende da entrada do transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês) na rodovia, diz Ana Suassuna. O governo vai gastar R$ 289 milhões para transportar dez mil passageiros por dia, em 13 barcos, no corredor fluvial, com recursos do PAC Mobilidade e do Estado. Isso corresponde a somente 0,5% da quantidade de passageiros transportados diariamente nos ônibus que circulam na Região Metropolitana do Recife – cerca de 2 milhões. Para construir as estações serão derrubadas árvores de mangue, espécies da mata atlântica (aroeira-da-praia, ingá, espinheiro, imbaúba, cajá, caju, jenipapo, salgueiro-damata e pitomba) e vegetação exótica – coqueiro, sombreiro, castanhola, mangueira, carolina, azeitona roxa, ficus e palmeira-imperial. São 6,02 hectares de vegetação.
COELHOS Praça está sendo construída no local onde houve um incêndio, no mês de agosto
Palafitas no mesmo lugar A implantação da rota fluvial do transporte público de passageiros não exigiu, ainda, a retirada de moradores das palafitas da margem do Capibaribe. O secretário de Habitação do Recife, Eduardo Granja, disse que a remoção das pessoas seria necessária se a obra de dragagem do rio provocasse algum dano às moradias ribeirinhas. “Monitoramos o serviço e até agora isso não aconteceu”, diz ele. Segundo o secretário, as famílias residentes nas palafitas dos Coelhos e da Vila Brasil, no Centro, só serão transferidas quando os conjuntos habitacionais que estão em obras estiverem prontos. A prefeitura pretende entregar em janeiro de 2014 os residenciais da Praça Sérgio Loreto e da Travessa do Gusmão, no bairro de São José, Centro. As 384 unidades residenciais são destinadas a moradores dos Coelhos. Parte deles perdeu as casas num incêndio em agosto último. Para evitar reocupação do lugar, a prefeitura está construindo uma praça na margem do rio. “A praça
CASA Ana Lúcia prefere apartamento a indenização não vai nos beneficiar em nada, seria melhor a prefeitura pegar o dinheiro, contratar mais pedreiros e agilizar a construção dos habitacionais”, diz Janaína Ferreira da Silva, vítima do incêndio. Catarina da Silva, que também perdeu casa por causa do incêndio, avisa que haverá revolta no bairro, se a praça ficar pronta antes dos habitacionais. “Eu só acredito na casa
quando estiver com a chave na mão”, declara Catarina. “A obra é lenta demais.” A previsão da prefeitura é concluir a praça no próximo mês. “Não vamos permitir ocupações no Capibaribe e para isso as margens do rio ganharão áreas de lazer, como a praça dos Coelhos, e replantio de mangue”, diz o secretário. Para terminar a praça, falta indenizar uma família, que continua morando no local, numa casa de alvenaria. O imóvel, de acordo com o secretário, não foi condenado pela Defesa Civil, após o incêndio. “Concluímos a negociação essa semana, para definir o valor da indenização.” Ana Lúcia Souza, filha da proprietária do imóvel, informa que a mãe preferia um apartamento no habitacional, em vez da indenização. Ela vive na casa, em meio às obras. Granja disse que adiou a entrega do habitacional, de dezembro para janeiro, porque o prefeito Geraldo Julio pediu para acrescentar três benfeitorias: reboco interno, gesso no teto e cerâmica nos banheiros.
Fotos: Guga Matos/JC Imagem
q Saiba mais Divulgação
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uatro estações de embarque e desembarque de passageiros, das sete previstas para compor o corredor fluvial de transporte público do Recife, estão delimitadas por tapumes, às margens do Rio Capibaribe. Mas só há indício de obra em uma delas, localizada no Derby, ao lado do Memorial da Medicina. Apesar do atraso, o governo do Estado mantém a promessa de inaugurar o serviço em junho de 2014. Programada para começar em outubro, a Estação Santana (atrás do parque de mesmo nome) ainda não tem uma estaca sequer. A Secretaria Estadual das Cidades, responsável pelo programa Rios da Gente, já derrubou as árvores de mangue e abriu o terreno, mas por enquanto só faz a limpeza do lugar. A construção da Estação Centro, na cabeceira da Ponte Velha, bairro de São José, também deveria ter sido iniciada em outubro, mas falta desapropriar um imóvel. Situada por trás da Estação Central do Metrô, a área está parcialmente demarcada e, por enquanto, máquinas trabalham na limpeza do terreno. Na Estação Torre, perto do supermercado Carrefour, o governo só fez colocar tapumes, indicando à população o local exato da obra. O serviço encontra-se em estágio mais avançado na Ilha Joana Bezerra, nas imediações do Fórum Rodolfo Aureliano, onde fun-
Michele Souza/JC Imagem/24-8-2013
CORREDOR FLUVIAL Apesar do evidente atraso na construção das plataformas, governo do Estado promete serviço para junho
ATRASO No alto, a Estação Derby, a única onde as obras começaram de fato. Acima, o serviço de limpeza e terraplenagem no terreno onde será construída a Estação Santana