O lado B da W3 - Primeira Parte - Nara Cunha

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o lado

da W3

nara cunha | orientadora: liza andrade trabalho final de diplomação


o lado

grupo de pesquisa periférico trabalhos emergentes

resumo da W3

requalificação da via “W3 e meia” por meio do processo participativo

universidade de brasília faculdade de arquitetura e urbanismo trabalho final de diplomação nara cunha | orientadora: liza andrade banca examinadora: gabriela tenorio e caio frederico


A G R A D E C I M E N T O S

à orientadora Liza Andrade, por ser uma pessoa e professora maravilhosa, que me mostrou o lado social da arquitetura e do urbanismo. que você continue inspirando as pessoas com sua fibra, vontade e dedicação. aos professores da banca Caio Frederico e Gabriela Tenorio, pelas orientações. aos meus pais, que sempre acreditaram na minha capacidade, inteligência e independência, pelo apoio e paciência. aos meus avós que me ensinaram tanto sobre a vida. à minha irmã Clara, companheira há 26 anos, por sempre me emprestar sua casa para os estudos e me ajudar em tudo que está a seu alcance. ao meu irmão e futuro companheiro de profissão, por sempre me passar tranquilidade e calma. ao Peter Dukes, pelo apoio e companheirismo mesmo de longe. a todos meus amigos, em especial Juliana Monteiro, Diogo Augusto, Bruno Ganem, Mariana Fernanda, Marcelo Braga e Christiani Haddad, pelas longas e divertidas horas de trabalho, vocês com certeza o deixaram mais completo e leve. à Tais Sobral, amiga, companheira de trabalhos e intercâmbio, que me ajudou tanto nesses últimos anos. à minha turma, pelos mais de seis anos de convivência, em especial à Maysa Valença e Ana Carolina Moreth, ao grupo periférico, pelo aprendizado durante esse ano, em especial, à Kariny Nery por ter feito a logo do trabalho. à comunidade da 715/716 Norte, Beatriz, Humberto, Emília, Glória e Alba pelo envolvimento nas reuniões e por acreditarem no Lado B da W3. a todos que responderam aos questionários e participaram das atividades comunitárias. a todos que de alguma forma contribuíram para este trabalho e para minha formação como arquiteta e urbanista.


Í N D I C E

1234567 Introdução

Referências| IDEIAS

CARACTERIZAÇÃO da área

um pouco sobre o espaço público

10

contexto histórico

11

problemática

12

justificativa

14

objetivos

16

como o projeto foi desenvolvido

18

o que aconteceu com a W3 ao longo do tempo?

22

para entender melhor a área de intervenção

25

as características marcantes da “W3 e meia”

27

o que já se pensou sobre a W3

32

legislação

36

dimensões morfológicas

street plans collaborative

40

the better block

41

centro aberto

42

coletivo m.o.b

43

micrópolis

44

sobreurbana

45

PROJETO

Processo participativo

92

BIBLIOGRAFIA

análises morfológicas

48

o processo

o projeto

112

dimensão funcional

50

quem frequenta a área 94

escala da via

116

dimensão sociológica

64

96

escala maior - praça 144

dimensão bioclimática

66

mas quem participou mais ativamente?

73

passeio com alguns participantes

97

170

dimensão econômica

escala dos espaços menores

dimensão expressivosimbólica

76

questionário

98

outras escalas

181

dimensão topoceptiva

80

resultados do questionário

99

padrões de projeto

84

painel interativo

102

piquenique comunitário

104

reunião com a comunidade

108

182


1

I N T R O D U Ç Ã O


U M

P O U C O

S O B R E

O

E S P A Ç O

P Ú B L I C O

C O N T E X T O

H I S T Ó R I C O

Os espaços públicos tem a função de abrigar e dar suporte à vida pública. Eles tem o papel de acomodar celebrações, festas, manifestações, conflitos, e claro, a circulação e as atividades diárias dos cidadãos. Portanto, a vida pública é bastante influenciada pelos lugares comuns, e vice-versa. Mas sua relação não é tão simples assim, as pessoas apresentam diversas opiniões, atividades e relações. Por isso, um espaço público democrático deve abrigar todos os grupos e pessoas de maneira que todos estejam dentro deste local de uso comum a todos. O arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl (2010) confirma esta relação ao explicar que o planejamento e a estrutura urbana influenciam o comportamento das pessoas e indicam como a cidade funciona. Ou seja, a maneira que estes espaços são conformados influencia na vivência da cidade pelos seus cidadãos. Um espaço bem sucedido é aquele que se deixa ser apropriado pelas pessoas e que atende às suas necessidades, sejam elas de estar ou de passagem. Essa apropriação pode ser natural, vinda das necessidades, ou combinada e planejada. Por isso, a função dos espaços públicos é tão interessante e importante. Ela cria relações interpessoais e mostra as diferenças entre as pessoas. São lugares onde elas interagem umas com as outras sem nem mesmo querer, onde encontram pessoas que nunca veriam na vida se não fossem eles. Este trabalho aborda justamente esses lugares em uma fração da Avenida W3 Norte, localizada no Plano Piloto de Brasília. Essa fração é o LADO B DA W3, sua via de serviço, conhecida por “W3 e meia’. Aqui, ela será analisada e estudada, para que por fim, se proponham intervenções e propostas urbanísticas que melhorem sua qualidade e função dentro da cidade, e para seus usuários, moradores e frequentadores, partir da sua participação e opinião.

Da esquerda para a direita e de cima para baixo respectivamente. A imagem acima mostra um protesto na W3. Fonte: Uol. A segunda imagem mostra o bloco de carnaval Pacotão na avenida. Fonte: GI - Globo. A imagem abaixo é em uma entrequadra na avenida. Fonte: Autora

Planta de autoria de Lucio Costa do projeto ganhador do concurso do Relatório do Plano Piloto - 1956 - A parte destacada em azul mostra que no plano original, a área que hoje é a W3 ainda não era divida em quadras, e sim, em uma faixa verde. Fonte: Wikipedia editada pela autora.

O desenho de Brasília nasceu como produto da ideia de Lucio Costa (1957) em cruzar dois eixos. Uma solução simples que resultou em uma cidade dividida em setores com finalidades diferentes. Uma capital eficiente e rodoviária, mas ao mesmo tempo viva e considerada uma cidade parque. A Avenida W3 nasceu juntamente com Brasília, e assim como ela, sofreu várias alterações ao longo do tempo. Apesar de estar inserida na área do Plano Piloto e ser seu maior corredor de transporte público¹, não é tratada como tal. Por conta disso, é uma avenida que gera muitas discussões em relação a seus usos, caracterização e preservação. Com esse conceito de setorização apresentado por Costa (1957), inicialmente, a via que correspondia aos fundos das quadras residenciais, a W3, seria destinada ao uso de serviços, tráfegos de

10 O lado B da w3

caminhões e comércio grosso. À oeste da via seriam localizados pomares e hortas das quadras residenciais correspondentes. Porém, antes mesmo da inauguração da cidade, o lugar onde seriam implantadas essas áreas verdes foi ocupado às pressas por habitações geminadas destinadas aos primeiros técnicos e suas famílias, o que culminou, posteriormente, na ocupação de toda faixa das quadras 700 Sul (COSTA e LIMA, 1985). Esta mudança, somada à implantação do Setor de Grandes Áreas (SGA) à oeste das casas geminadas, trouxe um grande impacto em relação ao trânsito da área. A via que era inicialmente uma rua de serviços tornou-se o acesso mais direto às casas, SGA e outras áreas (COSTA e LIMA, 1985). Depois de alguns anos sendo considerada o centro comercial de Brasília, por conta do adensamento da Asa Norte, da ascensão

do comércio local das superquadras e do centro comercial da Rodoviária¹, a Avenida W3 Sul entra em declínio na década de 70 (COSTA e LIMA, 1985). Em contrapartida, enquanto a parte sul da avenida perdia seu vigor, a W3 Norte ainda apresentava uma ocupação incompleta e recente (COSTA e LIMA, 1985). O plano da NOVACAP para a parte norte da W3 era evitar os erros percebidos na W3 Sul. Mas só a partir da década seguinte é que o ritmo de implantação das quadras 700 Norte se acentuou (Brandão, 2013). Hoje, a visão que se tem da W3 e seu entorno é de uma avenida nada atrativa e que contrasta em um contexto de superquadras e monumentos modernistas. 1 GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente. Revitalização da Avenida W3: Documento Técnico. Brasília:SEDUMA, 2010.

O lado B da w3 11


P R O B L E M Á T I C A

P R O B L E M Á T I C A

Apesar de ser uma avenida retilínea e contínua, a W3 apresenta diversas diferenças entre as asas. A W3 Sul, construída e ocupada antes, apresenta habitações geminadas de um lado e comércio local do outro. Já a W3 Norte é constituída por uma grande variedade de usos, de um lado há as casas geminadas, e antes dessas há edifícios de uso comercial e misto. Do outro lado, no lugar do comércio local, criou-se uma “barreira” com grandes edificações de uso institucional e comercial.

horários comerciais. Isto faz com que à noite e finais de semana o movimento na área seja muito escasso, resultando em um famoso ponto de prostituição e insegurança do Plano Piloto.

Neste contexto, a W3 Norte apresenta três vias de rolamento, a via das quadras 500, a própria via da W3 e a via das quadras 700. Esta última, popularmente chamada de “W3 e meia”², e seu entorno, serão o foco deste trabalho. Releva notar que, por serem tão bem localizados e estarem dentro do Conjunto Urbanístico de Brasília, apresentam espaços públicos tão mal utilizados, com carência de acessos, arborização, mobiliário urbano, entre outros.

Mas apesar de todos esses pesares, a Avenida W3 Norte possui diversos potenciais a serem explorados. Apresenta uma diversidade singular no quesito de usos: residencial multi e unifamiliar, institucional, misto e comercial. Dentro destes há diversos tipos de comércio, desde oficinas a salões de beleza, de concessionárias a lanchonetes e padarias. Mesmo com todas essas características, a W3 Norte pode diversificar mais ainda, acarretando em mais integração e vivência.

Como explica Leitão, a Avenida W3 nos dias de hoje apresenta grande carência de cuidado e preservação:

Outro potencial é o fato das quadras SHCGN constituírem seu entorno. Estas contem muitos espaços arborizados e são passagem entre a W3 e o Setor de Grandes Áreas, onde há diversos colégios e universidades. Tais características também tem muito a acrescentar à avenida:

Esse sentimento de coisa inconclusa e já degradada se molda, sobretudo, na leitura de dois aspectos

Outra questão que faz a avenida ser tão má vista nos dias de hoje é o fato dos prédios comerciais não serem preservados. Isto representa uma contradição de desorganização tão perto das famosas superquadras de Brasília.

SEPN- 500 N

da realidade local. O primeiro relaciona-se ao próprio ambiente urbano da cidade, composto

(…)acesso único de veículos; cinturão

de grandes vazios e de um expressivo número de

de

setores que antes mesmo de serem concluídos

constituído por renque duplo de árvores de grande

e

precocemente

porte e cobertura gramada); paisagismo livre no

envelhecidos e aparentemente esgotados em

interior, com árvores de porte médio; cobertura

suas potencialidades – W3 Sul e Norte, Setor de

gramada; ampla acessibilidade e transparência

Recreação Pública Norte, Setor Comercial Sul e

visual entre os edifícios de habitação coletiva e,

Setor Comercial Norte, entre outros (LEITÃO et. al,

ainda, total liberdade de circulação, em passeios

2009, p. 220).

cimentados conforme os traçados consolidados

apropriados

se

mostram

verde

W3 NORTE

emolduramento (vinte metros de largura,

W3 E MEIA

SCRLN- 700 N

SHCGN- 700N

SCRN 700 N

pelo uso dos transeuntes. (BOTELHO, et al., 2009,

Por conta destas condições, a avenida é considerada insegura e não confortável ambientalmente; com seus espaços vazios pouco acessíveis e indevidamente utilizados como estacionamentos e calçadas deterioradas e pouco iluminadas, entre muitos outros aspectos. Além disso, observa-se que apesar de apresentar principalmente o uso misto, funciona de maneira onde a grande maioria dos estabelecimentos só abrem durante a semana e em

12 O lado B da w3

p. 93)

Isto é, existem potencialidades tanto no contexto que a W3 se encontra inserida, quanto em suas características de avenida movimentada e multifuncional. 2 GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação – SEDHAB. Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília. Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de Preservação – PURP 43. Brasília, 2013.

W4 NORTE W5 NORTE SGAN- 900 N A imagem acima mostra a localização da via “W3 e meia”. Fonte: Autora. A imagem na página ao lado é a W3 e meia na altura da 708 Norte. Fonte: Autora

O lado B da w3 13


J U S T I F I C A T I V A Ao andar pela Avenida W3 Norte, observa-se que a maioria das entrequadras são grandes vazios, com estacionamentos improvisados. Em algumas poucas quadras no início da Asa Norte, mais precisamente, 703/704 e 705/706, há praças que foram implantadas pelo governo. Estas, apesar de ocupadas por alguns quiosques e por paradas de ônibus (presente em todas as entrequadras), foram insuficientemente apropriadas pela população. Apesar do Governo do Distrito Federal ter lançado o documento de Revitalização da Avenida W3 no ano de 2010, o projeto de fato não foi implementado. Por isso, pretende-se incentivar a comunidade local a se questionar se seu espaço público é de qualidade e o que ela pode fazer para melhorá-lo. Se este atende à demanda específica do local e se cumpre seu papel como agregador e facilitador das

J U S T I F I C A T I V A relações públicas e sociais desta população. Assim, a escolha da via “W3 e meia” se deu pelas suas qualidades físicas, como falta de acessibilidade, carência em mobiliário urbano e arborização e muitos vazios urbanos, quanto pelas suas potencialidades explicadas anteriormente. Escolheu-se uma dupla de quadras na ponta da Asa Norte justamente porque as entrequadras do início da W3 Norte já haviam começado a serem revitalizadas. Dividiram-se as dezesseis quadras dessa área em cinco, desta maneira, a implementação das intervenções e da mudança das características viárias da “W3 e meia” sejam testadas em um módulo (duas quadras) e possam seguir a lógica em direção ao centro.

A vontade da comunidade de transformar os espaços públicos é uma consciência que vem crescendo, dia após dia, pois algumas pessoas, agora, percebem que lhes é de direito ter um espaço público de qualidade. Como explica Gehl (2010), no urbanismo do século XX, elas foram trocadas pelos automóveis, fato incontestável aqui em Brasília, onde por exemplo, na Avenida W3, lugares que eram destinados a praças ou até mesmo espaços verdes, foram apossados por carros e mais carros, onde o pedestre é totalmente ignorado. A partir da afirmação de Gehl, conclui-se que a deve-se respeitar e valorizar a vontade de ter uma cidade de qualidade, onde as pessoas não se sintam mal ao andarem pelas ruas:

de desenvolvimento - é que as pessoas que ainda utilizam o espaço da cidade em grande número são cada vez mais maltratadas.

(GEHL, 2010, p.03)

No contexto mundial, há várias iniciativas que estão tentando mudar essa realidade por meio de um pensamento coletivo, tentam tornar a cidade um espaço mais atrativo e que suporte mais as relações sociais. O Coletivo Basurama trabalha com a reciclagem para intervir nos espaços, já introduziu seus trabalhos em vários países do mundo, até mesmo aqui no Brasil. Outro exemplo mundial é o escritório americano de planejamento chamado Street Plans, que além de difundir as ideias do Urbanismo Tático, envolve esta metodologia em seus projetos.

Uma característica comum de quase todas as cidadesindependentemente da localização, economia e grau

No Brasil, há o Coletivo Micrópolis de Belo Horizonte que desde

2010 faz projetos locais ou pontuais, com o objetivo de serem multiplicados e terem um efeito transformador nas cidades. O estúdio Sobreurbana de Goiânia, também trabalha com pequenas intervenções. Por parte do governo, há o Centro Aberto, iniciativa do Governo de São Paulo, que através de várias pequenas intervenções como testes pretende melhorar o centro da cidade.

Aqui em Brasília, também já se usa este tipo de dinâmica, como o Coletivo MOB (Movimente e Ocupe seu Bairro), que é um grupo formado por arquitetas e urbanistas formadas na Universidade de Brasília que participam de eventos relativos aos espaços públicos do Distrito Federal, como a Oficina de Revitalização da Pracinha do Museu em Planaltina, a Rua do Jovem do Varjão, entre outros.

O Instituto Elos é um grupo que cria projetos e através de sua experiência auxilia comunidades, governos e organizações a desenvolver projetos que melhorem os espaços públicos. Aqui no Distrito Federal, juntamente com a empresa GVT, e a comunidade local de Santa Maria, o Instituto Elos proporcionou a reutilização e melhoramento de uma praça. O processo constituiu em reuniões com a comunidade e autoridades locais, depois, com a ajuda de diversos voluntários, a praça foi construída.

Na área da W3 Norte, especificamente na 706, também se encontra um interesse por ocupação dos espaços públicos. Este ano, um grupo de moradores organizou o evento Rua Viva no espaço verde que há entre as casas geminadas. Ele consistiu em promover uma feira com os produtos dos moradores à venda durante uma tarde, seu intuito era que as pessoas utilizassem o local e vissem sua potencialidade de uso como um espaço de convívio.

715 e 716 N

aeroporto noroeste

te

w3

su

l

w3

r no

lago norte

A imagem mais ao lado mostra a localização do projeto. Fonte: Google Earth editado pela autora. A imagem ao lado e mais acim mostra sua localização em relação à cidade. Fonte: Autora.

14 O lado B da w3

A imagem ao lado mostra a parada de ônibus da 709/710 N. Fonte: Autora

O lado B da w3 15


O B J E T I V O S

O B J E T I V O S escala menor ESTACIONAMENTOS

O objetivo deste trabalho é requalificação da via “W3 e meia” no trecho da 715/716 Norte, de maneira que o intuito deste projeto não é mudar drasticamente a “cara” da via em questão, mas sim, uma proposta que valorize seus atributos, solucione os problemas. e que leve em conta a demanda real da comunidade.

escala da via escala maior

BECOS ESPAÇOS ENTRE OS PRÉDIOS

A requalificação urbana pode ser explicada pelo professor da Universidade de Brasília, Everaldo Costa. Ele aborda em seu artigo “Intervenções em Centros Urbanos no Período da Globalização”, que requalificação além de englobar os conceitos de revitalização urbana como embelezamento de fachadas e espaços públicos, é um conjunto de ações que envolvem a qualidade socioambiental de um ambiente urbano e relaciona o processo de produção social do território e sua realidade como lugar da vida e da memória (COSTA, 2012). Portanto, além do projeto de requalificação urbana, o intuito deste trabalho é também o envolvimento e participação da comunidade no processo, tanto para que o projeto atenda melhor suas necessidades, quanto para que ela reconheça os espaços públicos da área e se reconheça no projeto. Para tal, o projeto de requalificação da via “W3 e meia”, foi divido em três escalas: a escala da via, da praça- espaço maior (entrequadra 715/716 Norte) e dos espaços menores (becos, estacionamentos, espaços entre os prédios). Essas escalas foram divididas devido à diferença de funcionalidade e configuração desses espaços.

A imagem da página ao lado mostra as escalas de projeto. Fonte: Autora

16 O lado B da w3

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C O M O

O

P R O J E T O

F O I

D E S E N V O L V I D O

C O M O

O

P R O J E T O

F O I

D E S E N V O L V I D O

processo participativo

questionários

passeio guiado

painel interativo

piquenique comunitário

reuniões comunitárias

análise da área

padrões projetuais

projeto

detalhamento do projeto

diretrizes do projeto A proposta foi pensada a partir do processo participativo e das análises dos padrões físicos e de acontecimento. Primeiramente, foram analisados os dois padrões. Os físicos se fundamentam na metodologia de análise das dimensões morfológicas do grupo Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização (DIMPU). Os teóricos deste grupo propõem que deve-se entender o objeto como:

padrões de Christopher Alexander, em “A Pattern Language”, e em “Conexão dos Padrões Espaciais dos Ecossistemas Urbanos” da Professora Doutora Liza Andrade. Esses são padrões de projeto apontados após e durante as análises que já definem a melhor maneira de ocupar e mudar os espaços específicos da área, eles ajudaram e fundamentaram o projeto total e também o processo participativo.

qualquer espaço socialmente utilizado e, portanto, situação relacional e dimensional; e entender o projeto como proposta, desenvolvida em processo sequencial iterativo de momentos de criação e de avaliação (KOHLSDORF; KOHLSDORF, 2004, 2006, p.2).

Já o processo participativo consiste na participação e envolvimento da comunidade no projeto, ele se apoia nas metodologias do urbanismo tático, pois visa fomentar soluções locais para um planejamento local e com expectativas realistas. Essa metodologia busca o desenvolvimento social e a capacidade de organizações privadas e públicas sem fins lucrativos, com um baixo risco, mas um grande potencial de compensação (PETRUSCU, 2011). A participação

Os padrões de acontecimento consistem em como o local é utilizado e apropriado. A partir dessas análises, chegou-se nos

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da comunidade foi implementada desde as análises morfológicas, e andou juntamente com o desenvolvimento do projeto.

A imagem da página ao lado mostra um estacionamento da “W3 e meia”. Fonte: Autora

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C A R A C T E R I Z A Ç Ã O

D A

Á R E A


O

Q U E

A C O N T E C E U

C O M

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W 3

N O R T E

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L O N G O

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T E M P O ?

O

Q U E

A C O N T E C E U

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N O R T E

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L O N G O

D O

T E M P O ?

casas geminadas

setor de grandes áreas

ampliação da zona central

A imagem ao lado mostra as mudanças do plano original do Plano Piloto de Brasília. Fonte: Brasília 57 -85: Do planopiloto ao Plano Piloto, 1985.

O Relatório proposto por Lucio Costa (1957) apresentava que a via correspondente à W3 (“ao fundo das quadras”) seria de serviço, para tráfegos de caminhões, onde seriam implantados usos como oficinas, garagens, depósitos e comércio grosso. Na outra parte da via seriam localizadas hortas, pomares e floricultura de cada quadra. No entanto, a Avenida W3 sofreu significativas alterações logo após o resultado do concurso do Plano Piloto . Segundo Leitão (2003, p.13), as mudanças foram o acréscimo de áreas residenciais à oeste do eixo rodoviário (as quadras 700) e também as alterações de projeto nas quadras da Asa Norte, que geraram a adição de “áreas comerciais na W3 e a criação de comércios locais nas quadras 700”. Porém o autor afirma que não se sabe de fato quando essas mudanças foram exatamente propostas. De acordo com Carpintero (1998), essas variações foram resoluções empíricas baseadas nas quadras da Asa Sul, e que resultaram em estabelecimentos de comércio e serviços dos dois lados, o intuito, segundo o autor, era a implantação de uma rua de serviço como nas vias tradicionais.

22 O lado B da w3

A imagem acima mostra a planta do Plano Piloto após sua implantação. Fonte: Brasília 57 -85: Do plano-piloto ao Plano Piloto, 1985.

Outra mudança que a Avenida sofreu foi a adição das quadras número 1 nas áreas 700, juntamente com as 400. Surgindo assim os Setores Hospitalares, Comerciais, Bancários e outros (COSTA e LIMA, 1985). Desta maneira, no começo, quando as residências eram apenas nas Superquadras e nas casas geminadas da Asa Sul. A W3 Sul se tornou o centro de Brasília, visto que a Asa Norte ainda estava praticamente desocupada e os comércios locais das quadras ainda não eram adequados. Depois, à medida que estes progrediam e a população da capital aumentava, a avenida W3 perdeu sua função de centro para o “centro geográfico” da cidade, onde havia também a rodoviária (COSTA e LIMA, 1985). Em 1963, os parâmetros de ocupação para as quadras 500 da Asa Norte foram definidos totalmente diferentes das configurações desta mesma faixa na Asa Sul. Os lotes eram de maior dimensão; devido aos recuos obrigatórios, os edifícios seriam isolados nos lotes e o uso destes terrenos seria institucional. Acredita-se que essas modificações foram feitas justamente para retirar as características

centrais que a W3 assumiu ao longo dos anos, qualidade que não era compatível com o projeto do Plano Piloto de Brasília elaborado por Lúcio Costa. A única excessão desta tipologia e uso é a quadra 502 Norte, onde grande parte dos edifícios são padronizados igualmente aos da Asa Sul (LEITÃO, 2003). Por tanto, a partir da análise das plantas esquemáticas encontradas em “Brasília, a cidade patrimônio e sua escala residencial: preservar o quê? E por quê?” (BONNA, 2013), constatou-se que na década de 60, mais da metade da quadras da W3 Sul estavam completamente implantadas, já na Asa Norte, a grande maioria das quadras não estavam construídas ou se encontravam incompletas. Na década de 80, as quadras da Asa Sul estavam todas implementadas, e as da Asa Norte, a grande maioria se apresentava incompleta, com uma mínima parte totalmente construída. Por fim, nas duas últimas décadas, as quadras da Asa Sul foram completadas, e as da Asa Norte estão quase todas na mesma situação que as quadras da Asa Sul. Por ter perdido sua função de centro, a partir da década de

70 a avenida entra em decadência. A partir daí, iniciou-se a desvalorização dos imóveis tanto comerciais quanto residenciais da W3 Sul. Consequentemente, seus espaços públicos também ficaram degradados (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2010). Em 1970, foram implantados viadutos que ligavam a via do sentido Norte para o Sul e vice-versa, e 4 anos depois, os cruzamentos e semáforos foram implantados na avenida (LEITÃO, 2003). O Documento Técnico da Revitalização da Avenida W3 (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2010, p. 3), afirma que o poder público já tentou por meio de diversas iniciativas melhorar as condições da área. Em 1997, a revitalização da W3 Sul já vinha sendo discutida no Projeto de Lei nº 1.780. Além do governo, a população também tomou iniciativa, os comerciantes da W3 Sul se uniram à prefeitura da avenida visando mais iluminação e vagas de estacionamento. Em 2002, o GDF e o Instituto do Arquitetos do Brasil promoveu o Concurso Nacional de Ideias e Estudos Preliminares de Arquitetura e Urbanismo para Revitalização da Avenida W3. Vinte e dois grupos

A imagem acima mostra a construção do viaduto entre a W3 Sul e Norte. Fonte: Arquivo Público do DF.

A imagem abaixo mostra W3 Norte em 1970. Fonte: Arquivo Público do DF.

participaram, cinco foram premiados e outros mais receberam menção honrosa. Porém, segundo os julgadores do concurso, nenhum dos projetos apresentava condições de ser implementado integralmente.

trilhos ligando o aeroporto ao setores centrais de Brasília. Porém, sua implantação ainda não começou, apesar de quase dois anos após o término da Copa.

Durante a revisão do PDOT de 1997, definiram-se indicações para a Estratégia de Revitalização dos Conjuntos Urbanos, no qual o Plano Piloto era considerado como Área de Revitalização dos Espaços Urbanos devido sua degradação. Esta estratégia visava manter as características urbanas destas áreas, tais como a relação dos espaços cheios e vazios e suas escalas.

Em 2007 e 2009, segundo informações adquiridas na Administração Regional de Brasília, as quadras 703/704 e 705/706 foram revitalizadas pelo GDF. Já em 2010, juntamente com as ideias do concurso e as sugestões e propostas de segmentos representativos da sociedade, foi lançado o Documento Técnico da Avenida W3. Hoje, a W3 Norte continua sem revitalização e em constante degradação.

Em 2005, o Programa Brasília Integrada previu um corredor exclusivo de transporte coletivo ao longo de toda via W3. Mas só em 2012 que este foi implantado. Em 2006, o Instituto Jaime Lerner foi contratado pelo governo para o desenvolvimento de propostas urbanísticas para o Distrito Federal. A W3 e o Centro da cidade foram escolhidos para estudo. Para a Copa do Mundo de Futebol, foi proposto o veículo leve sobre

O lado B da w3 23


ÁREA DE INTERVENÇÃO

p A R A

E N T E N D E R

M E L H O R

A

Á R E A

D E

I N T E R V E N Ç Ã O

W3 A W3 é formada por quatro setores: o SHCGN (Setor de Habitações Coletivas e Geminadas Norte, SCRN (Setor Comercial Residencial Norte ), SCLRN (Setor Comercial Local Residencial Norte) e o SEPN (Setor de Edifício de Utilidade Pública Norte).

quadras 900

quadras 700

eixão

Composta por uma grande variedade de usos, a SHCGN é constituída principalmente pelo uso habitacional individual ou coletivo. Assim como, a SEPN apresenta exclusivamente comércio e instituições, e as SCLRN e SCRN são formadas por edifícios de uso misto. No início da W3 Norte, os tipos e usos edilícios fogem do padrão da avenida em sua parte norte, e seguem o padrão da Asa Sul. Na 502, há o uso misto e comercial, e na 702, há edifícios de uso institucional, onde são encontradas igrejas e escolas. Como percebido no mapa ao lado (fez-se um recorte para mostrar a organização da área), as quadras 700 da avenida são constituídas de edifícios em fita, estes podem ser paralelos ou perpendiculares à via. A via “W3 e meia” é uma via de mão de dupla que se conecta com as vias coletoras da W3 Norte.

superquadras

SEPN- 500 N W3 NORTE W3 E MEIA

Os edifícios paralelos são divididos em três fileiras rentes à W3. O espaço entre as duas primeiras faixas de edifícios é bem pequeno, o que culminou em becos. Essas faixas são intercaladas por estacionamentos. Já entre a segunda fileira e a terceira, é situada a via de serviço, a “W3 e meia”, que não é conectada às quadras residenciais, possuindo saída apenas entre cada dupla de quadras.

SCRLN- 700 N

SHCGN- 700N

As quadras 700 das SCRN, são perpendiculares à W3 e a conectam à W4. Os prédios são intercalados por becos, e entre as duas faixas de edifícios há uma via para estacionamento.

SCRN 700 N

superquadras quadras 500

W4 NORTE W5 NORTE A imagem na página ao lado mostra um mapa esquemático da Asa Norte. Fonte: Autora.

24 O lado B da w3

A imagem ao lado é uma planta esquemática da W3 Norte. Fonte: Autora.

SGAN- 900 N

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p A R A

E N T E N D E R

M E L H O R

A

Á R E A

D E

I N T E R V E N Ç Ã O

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MOBILIÁRIO URBANO

PRAÇAS

A área e seu entorno apresentam uma grande variedade de tipos edilícios. Na SHCGN, há exclusivamente tipos para uso residencial, uni e multifamiliar (como são apresentados nas páginas seguintes, na cor rosa e números 2 e 7). Nas quadras SEPN, os tipos edilícios são como mostrado nas páginas seguintes, na cor rosa e numeração 3. Nas quadras SCRLN, há os edifícios EC2A, EC1 e EC2(5, 6 e 4, na cor rosa, respectivamente). Na SCRN, há o tipo EC4, representado pela cor rosa e números 1 e 8.

O mobiliário urbano é escasso, quase não há bancos e lixeiras. As paradas de ônibus, do arquiteto Sabino Barroso, dos anos 60, apesar de serem reconhecidas nacionalmente, estão mal cuidadas. A maioria dos bancos e intervenções paisagísticas são feitas pelos comerciantes e moradores. Nas quadras SHCGN, há parquinhos para crianças, equipamentos de exercícios e alguns bancos, implementados pelo governo e a comunidade.Equipamentos como placas de sinalização, telefones públicos e lixeiras, são localizados apenas na via W3 e nas entrequadras, não se encontra nem mesmo a placa de velocidade na via “W3 e meia”. Eles são representados nas próximas páginas na cor amarela.

Nos espaços das entrequadras da área estudada, se encontram grandes vazios urbanos, os quais deveriam ser praças. Um foi utilizado como estacionamento, a entrequadra das quadras 713/714 Norte, como representado na imagem abaixo. O outro, espaço entre as quadras das 715 e 716 é utilizado como estacionamento e área verde. Nota-se a intervenção da comunidade no espaço, através das árvores plantadas pelos moradores, segundo a prefeita da 716 Norte. Porém, nesses espaços não há nenhum caminho acessível para pedestres e nem mobiliário urbano que facilite a permanência das pessoas. No mapa nas páginas seguinte, elas são representadas pela cor vermelha.

Os becos que são os espaços paralelos entre os blocos EC2A e EC1. No projeto da área, são considerados vias de pedestres. Porém, às vezes, são fechados com portões, utilizados como depósitos, ou não possuem nenhum tratamento. As imagens nas páginas seguintes, marcadas pela cor azul, mostram cada beco da área de intervenção.

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2

4

1

SCRLN 716 N

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entrequadra 715/716 N

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TIPOS EDILÍCIOS

BECOS

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3

1

tipo edilício EC4

2 casas geminadas SHCGN

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

3

edifícios institucionais SEPN

5 tipo edilício EC2A

7

edifício multifamiliar SHCGN

1

parada de ônibus

3

telefones públicos

4

tipo edilício EC2

6 tipo edilício EC1

8

tipo edilício EC4

2

placas de sinalização

4

lixeiras

3

3

5

3

3

bancos

Mapa mapeando a caracterização da área. legenda:

becos

tipos edilícios

mobiliário urbano

praças

estacionamentos

O mapa acima delimita as quadras e a área de intervenção. Fonte: Google Earth eidtado pela autora.

26 O lado B da w3

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BECOS E PRAÇAS DA ÁREA E ENTORNO

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EXEMPLOS DE CADA TIPO EDILÍCIO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO E ENTORNO

1

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3

4

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7

8

As imagens contidas nestas duas páginas localizam os becos e praças da área. Fonte: Autora.

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10

1

1

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A imagem mais acima número 1 é um tipo edilício da SCRN 714. Fonte: Google Earth. A imagem número 3 o tipo edilício da 714 SEPN. A imagem número 2 exemplifica as casas geminadas da SHCGN (714 N). A imagem número 4 é um tipo edilício da SCRLN (715N). A imagem número 5 é um tipo edilício da SCRLN 716. Fonte: Google Earth. A imagem número 7 mostra um edifício multifamiliar da SHCGN 714. A imagem número 6 é um tipo edilício na SCRLN 716. A imagem número 8 é o outro tipo edilício SCRN 716.

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MOBILIÁRIO URBANO

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3

Há uma grande quantidade de estacionamentos na área de intervenção. São encontrados 3 tipos, os que se localizam nas extremidades das entrequadras, que dão acesso à “W3 e meia” (cor roxa, número 1), os que são presentes ao longo da via, ora de um lado, ora de outro (cor roxa, número 2), e os que localizam-se entre os edifícios tipo EC2A e avenida W3. Eles são marcados no mapa que localiza as características da área.

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4

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1

3

A imagem número 1 a parada de ônibus. Fonte: Google Earth. Imagem número 2 mostras a placas de sinalização. Fonte: Google Earth. A imagem número 3 mostra o telefone público. Imagem: Google Earth. As imagens número 4 e número 5 mostram uma lixeira e um banco, respectivamente. Fonte: Google Earth. As imagens de cor roxa, mostram os 4 tipos de estacionamentos da área. Fonte: Autora.

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AS PRAÇAS DAS 703/704 E 705/706 NORTE

ESTACIONAMENTOS 1

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4

As praças destas entrequadras foram implementadas pelo governo. Com base nas visitas de campo, que foram feitas durante uma manhã de um dia de semana, é possível perceber que para praças lindeiras à uma via arterial de grande movimento, não parecem ser eficientes para a população. Visto que suas características não favorecem a permanência das pessoas no ambiente, com poucas sombras e poucos equipamentos urbanos. Por abrigarem paradas de ônibus e pela W3 e seu entorno serem pontos de trabalho de muitas pessoas, os espaços poderiam ser melhores equipados para serem mais utilizados.

A praça da 703/704 Norte tem dois estacionamentos, esses, contam apenas com a presença de algumas palmeiras. As calçadas marcam e conectam os dois eixos de pedestres, de uma quadra para outra, entre as paradas de ônibus e as quadras das 700 e 900. A arborização ainda é escassa, pois as árvores se encontram em estágio de desenvolvimento. Ao observar suas vistas e sua imagem área (ao lado), fica claro que é uma praça de passagem, onde não há nenhum atributo que convide as pessoas a quererem demorar e estar em seu ambiente.

A praça da 705/706 apresenta alguns jardins elevados que também são utilizados como bancos, e três quiosques, dois que funcionam como lanchonetes e um como uma loja de roupas. Ela tem um tratamento de diferenciação no piso. Apresenta pouca arborização, com duas árvores de médio porte que sombreiam alguns dos bancos existentes na praça.

A imagem acima à esquerda é a entrequadra da 705/706 Norte. As imagens acima à direita mostram a entrquadra 703/704 Norte. Fonte: Autora. As imagens mais à direita, de cima para baixo: entrequadra da 703/704 Norte, entrequadra 705/706 Norte. Fonte: Google Earth.

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Q U E

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P E N S O U

O Concurso Público Nacional de Ideias e Estudos Preliminares de Arquitetura e Urbanismo para Revitalização das Avenidas W-3 Sul e Norte foi promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil e pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Habitação do Governo do Distrito Federal, em 2002. A participação foi de todo o país, vinte e dois projetos participaram, com cinco prêmios e mais uma quantidade de menções honrosas (Governo do Distrito Federal, 2010).

S O B R E

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W 3

O primeiro colocado no Concurso foi o grupo formado por um arquiteto e onze psicólogos ambientais. (Vitruvius, 2002). As principais características deste projeto são medidas que envolvem o desenvolvimento comunitário, o processo participativo e questões de acessibilidade. Com o objetivo de fazer da via W3 um “Corredor Cultural” (Barreto et al., 2002).

Método e diagnóstico: Para tal, avaliou-se através de entrevistas (survey) com vários tipos de usuários da região, como comerciantes, estudantes, moradores, ambulantes, adultos, idosos e adolescentes (Barreto et al., 2002). A revitalização foi pensada de maneira que não fosse feita de uma só vez, mas através de projetos locais, segundo Frederico Barreto e equipe (2002).

COMERCIANTES IDEIAS GERAIS

Foram pensadas ideias que aproveitem a linearidade do comércio da W3 e também suas enormes acessibilidade e exposição. Levando em conta as mudanças empresarias que ocorreram e que podem ocorrer no local.

ideias para áreas públicas

Uma das medidas é modificar os espaços entre os blocos das quadras 700 Norte - modificando os quiosques, banheiros públicos etc

ideias para o redesenho das vias

Pensou-se em criar duas mãos nas quadras SCRS 500 e SCRN 700 e utilizar os “Cálculos da Lotação das Edificações” para novos edifícios e novos usos para prédios existentes.

ideias para recuperação das áreas privadas comerciais

Ideias que envolvem recuperar as marquises dos prédios, criar um modelo padrão de sinalização para as lojas da via W3 e também uniformizar os quiosques das zonas públicas.

Portanto, considerando estes sub-sistemas foram definidas três linhas de intervenção para a área da via W3, segundo Frederico Barreto e equipe (2002): a criação de um ciclo revitalizador, implementação de atividades e implantação de pequenas intervenções locais.

Espaços públicos e de convívio Para as áreas públicas foram pensadas, segundo Barreto e equipe (2002, p.22,23):

IDEIAS PARA ÁREAS PÚBLICAS

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ideias para reduzir o impacto das atividades comerciais

Criar vagas entre as vias W3 e W4; arborizar entre as SCRN e SHCGN e estimular a ocupação de comércios locais. Para não haver degradação nos espaços públicos.

ideias para os espaços públicos

Foi sugerida a instalação de equipamentos de lazer para crianças e bancos nas quadras residenciais, além da recuperação das áreas verdes, criação de caminhos sombreados e a eliminação dos cercamentos das áreas públicas.

ideias para aumentar a segurança e acessibilidade

Ideias que envolvem criar caminhos seguros para pessoas portadoras de deficiências, nova iluminação pública das áreas residenciais e recuperar o sistema de comunicação visual.

-criação de mini-praças internas às quadras 700 Sul e Norte, a partir das áreas mais notavelmente degradadas (e que conotariam sua vulnerabilidade como território comunitário notoriamente desrespeitado; a criação de mini-praças buscaria gerar um efeito-demonstração para a recuperação de áreas degradadas em pequena escala, geralmente subestimadas em seu efeitodemonstração contrário) e áreas que, ao contrário, já têm recebido o investimento dos próprios moradores, como lugares que foram estruturados para o convívio sem o concurso da autoridade pública;

-proteção às futuras da W-3 Norte através da interrupção da via “W-3 e meia”, criando-se um circuito de contorno em volta de cada quadra SCRS 700 (as futuras praças da W-3 Norte deverão ter um desenho que as proteja do assédio dos automóveis, que crescentemente desrespeitam as áreas verdes / públicas da cidade);

ideias para o “Corredor Cultural”

O “Corredor Cultural” foi pensado de maneira a chamar e atrair grandes instituições culturais para os lotes públicos não ocupados ou sub-ocupados.

Tabela 3 - Síntese da proposta para sub-sistema dos espaços públicos e de convívio (BARRETO, et. al., 2002)

USUÁRIOS E FREQUENTADORES Ideias para iluminação

IDEIAS para mobiliário

No quesito de mobiliário urbano, foram propostas algumas recomendações como instalar banheiros públicos com acessibilidade adequada, lixeiras, pontos de ônibus sem barreiras físicas, bem como o re-planejamento do transporte público coletivo.

ideias para racionalizar o fluxo de ônibus

Para racionalizar o fluxo de ônibus na via, optou-se por fazer linhas exclusivas para a W3 e que sejam integradas com as linhas inter-bairros da cidade e um sistema que desafogue o tráfego na W3.

ideias para melhorar a segurança dos pedestres

O “Corredor Cultural” foi pensado de maneira a chamar e atrair grandes instituições culturais para os lotes públicos não ocupados ou sub-ocupados.

ORGANIZAÇÃO URBANA DO PLANO PILOTO DE BRASÍLIA

-recuperação das calçadas e passeios existentes ao longo da via W-3 e no contorno das quadras lindeiras, de um modo geral, com padrões vivos, decorativos; enfatize-se que é um projeto a ser desenvolvido quadra-a-quadra, contribuindo para o reforço de sua identidade visual;

CONCEITOS ESPECÍFICOS PARA A W3 NORTE:

A marcação dos espaços através da iluminação artificial propõe a formação de percursos ao longo das calçadas, a re-modelagem de iluminação em alguns pontos e estacionamentos da área; por fim, a equipe tinha o intuito de criar uma nova identidade de iluminação da via pela noite..

TRANSPORTES (COLETIVOS E INDIVIDUAIS) E SISTEMA VIÁRIO

-urbanização das praças ainda não urbanizadas (como no caso das SETE PRAÇAS da via W-3 Norte), constituídas em uma organização condominial, que seria responsável pela “emergência” de determinados serviços, tal como a manutenção de banheiros públicos decentes;

COMUNIDADE MORADORA

Além disso, a proposta visava aproveitar os “bens” que iam de acordo com o consenso da comunidade. Desta maneira, esta se situa no CENTRO do processo de revitalização da avenida.

32 O lado B da w3

Q U E

VENCEDOR 1º LUGAR

Ideias gerais: - utilizar o mínimo possível de investimento público para a revitalização (Barreto et al., 2002); - atingir um modelo de transportes; uso do solo e desenho urbano que sejam economizadores de energia (Barreto et al., 2002); - implementar atividades que criem atrações constantes na avenida (Barreto et al., 2002); - buscar entender os interesses específicos e comuns dos usuários da via (Barreto et al., 2002); - continuar com as escalas urbanísticas da cidade e por fim, comportar as políticas públicas integradas (Barreto et al., 2002).

Tabela 1 - Síntese da proposta para sub-sistema dos comerciantes (BARRETO, et. al., 2002) Tabela 2 - Síntese da proposta para sub-sistema da comunidade moradora (BARRETO, et. al., 2002)

O

- Praças Condominais: Pela pela conformidade urbana da W3 Norte que dispõe muitos espaços ociosos, Por isso, sugere-se ocupá-los com “Sete Praças”, as quais já estavam previstas, desta maneira, o necessário seria apenas fazer o “Desfecho do Projeto de Urbanismo da Via W3”. (Barreto et. al, 2002, p. 49, 50). - Praças Temáticas: Estas praças devem ter ainda gerentes para sua manutenção e atividades que sustentam elas próprias. Com pequenos comerciantes que possuam quiosques e poderiam ser

ideias gerais

Entendendo que a W3 é constituída pelas 4 escalas de Brasília, a Monumental, Residencial, Gregária e Bucólica, orientou-se que é necessário gerir e manter os setores urbanos que fazem parte da via e reforçar sua identidade. Desta maneira, foi decidido caracterizar a via como um corredor cultural, como uma via que possui vários tipos de uso e também, como uma avenida comercial que deve ser destacada por uma escala apropriada. Por fim, para gerir e mantê-la, foi sugerido modelos de comunicação visual para a área, continuar com o crescimento das atividades que atraem as pessoas para a área e manter as áreas verdes existentes.

As duas imagens mostram a proposta do grupo para o Concurso da Avenida W3, os espaços destinados às praças estão destacados em vermelho. Na imagem acima está marcada onde poderia ser localizada a praça do tipo condominial e temática. Fonte: <http://mx1.www.romanoguerra.com.br/revistas/read/projetos/02.021/2174?page=3>.

Tabela 4 - Síntese da proposta para sub-sistema dos transportes (coletivos e individuais) e sistema viário (BARRETO, et. al., 2002) Tabela 5 - Síntese da proposta para sub-

sistema da organização do Plano Piloto de Brasília (BARRETO, et. al., 2002)

os responsáveis pela limpeza, segurança e conservação. Além disso, elas poderiam ser também “Praças Temáticas”, com temas relativos ao ambientes ou desenvolvimento, por exemplo (Barreto et al., 2002, p. 55, 56). - Caminhos seguros: Especificamente para os blocos da EC2 e EA3 da SCRN 700 (os blocos situados atrás dos blocos de uso misto paralelos à W3), foi criada uma via de acesso denominada “W3 e meia”. Estes também foram construídos aleatoriamente, sem um padrão e uma transição entre os edifícios de uso misto da W3 e as casas geminadas (Barreto et al., 2002, p.53).

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VENCEDOR 2º LUGAR

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VENCEDOR 3º LUGAR Sistema de circulação

PONTOS FOCAIS

Foi proposta a diminuição da largura do canteiro central para acrescentar uma faixa de embarque e desembarque de cada lado e uma faixa de estacionamento mais próxima às quadras da 700.

Alargamento das calçadas e com implantação de rampas e escadas para melhor acessibilidade.

Retirar as grandes áreas de estacionamento na superfície e implementar estacionamentos no subsolo dos prédios.

As marquises dos blocos devem ser alinhadas conforme o padrão previsto no projeto original da cidade e é sugerido o incentivo da ocupação das fachadas lindeiras desses blocos por bares e restaurantes, para que os espaços vazios entre eles sejam ocupados. Construir estacionamentos pagos no subsolo e gerenciados pela iniciativa privada nas praças 700 Norte. Nos espaços vazios das 700 Norte, criar pontos focais nesses espaços vazios ao longo da avenida. Os edifícios que são lindeiros podem ter, no máximo, 5 pavimentos e sempre com comércio no térreo, além da não obrigatoriedade de garagem no subsolo. Em seu entorno, criar lote edificável.

ÁREAS RESIDENCIAIS No interior das quadras 700 propõe-se atividades locais, praça para toda comunidade mas com estacionamento privativo para os moradores.

mudança de gabarito e ocupação de vazios urbanos

Tabela 6 - Síntese da proposta para cada grupo. Fonte: Autores do projeto. A imagem à direita exemplifica as praças residenciais propostas pelo grupo. A imagem abaixo representa o corte viário proposta para a W3. Fonte: Autores do projeto.

Ocupação de edifícios de até 3 andares na praças maiores

potencialização dos usos A imagem ao lado mostra a proposta do grupo para as praças da W3. A imagem abaixo mostra o alargamento da calçada da W3 Norte. Fonte: Portal Vitruvius. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/02.021/2174?page=4

Requalificação dos espaços urbanos com implantação de pequenos equipamentos.

Tabela 7 - Síntese das propostas para Pontos Focais. Fonte: PORTAL VITRUVIUS.

Mudança de gabarito dos prédios lindeiros à W3, baseada na altura dos prédios existentes da SCRN.

O vencedor do segundo lugar do concurso foi Luis Antonio de Almeida Reis de Brasília. Sua equipe era formada por Ilona Damiani Costa; Evandro Guedes Godoy; Maria Eduarda V. de Almeida; Giselle Chalub Martins; Flávia H. Portela de Carvalho; Engª Agrônoma Lucila Batista; Projetista Allan Arnaldo de Araujo. Premissa geral: Priorizar o coletivo em relação ao privado e resgatar a qualidade de vida da cidade. Esferas que ultrapassam o desenho: - Funcional: Consiste em adequar os espaços públicos às atividades básicas dos pedestres, para haver uma maior apropriação destes. Evitar a descaracterização da avenida, garantindo a variedade de usos, criação de espaços com interesse coletivo, melhora da

34 O lado B da w3

mobilidade, tanto viária, quanto do pedestre, sempre priorizando este. - Social: O grupo adotou a metodologia do CPTED ( Prevenção de Crime através do Desenho Urbano): 1. supervisão natural: elementos que tragam segurança, janelas, entradas e guaritas. 2. controle natural de acessos: caminhos de pedestre definidos por iluminação e paisagismo. 3. controle territorial: junção dos doisconceitos anteriores.

Concurso Público de Preliminares de Arquitetura e de Urbanismo para Revitalização das Vias W3 Sul e W3 Norte. Projetos, São Paulo, ano 02, n. 021.01, Vitruvius, set. 2002 <http:// www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/02.021/2174?page=4>. Acesso em: 29 mar. 2016.

melhorar o que já existe, fazer conexões, tirar proveito da paisagem, misturar o uso com a forma, gerenciar os investimentos e realizar projetos que gerem mudança. As proposta específicas foram separadas em três grupos: sistema de circulação, áreas residenciais e potencialização dos usos. Para melhor entendimento das propostas específicas, os grupos foram esquematizados nas tabelas seguintes:

- Econômico financeira: Visa a integração com a população local, tentará a valorização fundiária da W3. - Proposta: As propostas consistem em projetar lugares feitos para as pessoas,

Todas as informações neste item foram retiradas de: PORTAL VITRUVIUS. Concurso Público de Preliminares de Arquitetura e de Urbanismo para Revitalização das Vias W3 Sul e W3 Norte. Projetos, São Paulo, ano 02, n. 021.01, Vitruvius, set. 2002 <http://www.vitruvius.com.br/ revistas/read/projetos/02.021/2174?page=3>. Acesso em: 29 mar. 2016.

O terceiro lugar do concurso foi composto por Frederico Rosa Borges de Holanda, Elisa Sayaka Ito, Claudia da Conceição Garcia, Geraldo Sá Nogueira Batista, Gabriela de Souza Tenorio e Eliel Américo Santana da Silva. Princípios: - Identidade: O vencedor do terceiro lugar do concurso afirma que deve-se respeitar a identidade tanto da cidade quanto da Avenida W3. Pois apesar de Brasília apresentar muitos conceitos modernistas que Lucio Costa implementou, foram elementos urbanísticos de várias eras. Assim, a W3 apresenta uma identidade também característica específica e que contribui para a cidade ser uma cidade multifacetada. - Problemas e potencialidades: Deve-se utilizar os pontos positivos existentes em uma avenida urbana que um dia foi o centro comercial

da cidade, por isso, tem potencialidade para ter novamente essas características. - Participação pública e financiamento: A participação comunitária, segundo os autores é precisa. Exemplificam que administradores públicos, proprietários, moradores, usuários, consultores podem ser os agentes desta participação. Baseiam-se, na ideia do Estatuto da Cidades que considera as intervenções pontuais urbanas uma boa opção. - Acessibilidade: Pensou-se em atualizar o transporte público com sistemas mais modernos.

Tabela 8 - Síntese das propostas para mudança de gabarito e ocupação de vazios urbanos. Fonte: PORTAL VITRUVIUS. Concurso Público de Preliminares de Arquitetura e de Urbanismo para Revitalização das Vias W3 Sul e W3 Norte. Projetos, São Paulo, ano 02, n. 021.01, Vitruvius, set. 2002 <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ projetos/02.021/2174?page=4>. Acesso em: 29 mar. 2016.

com usos e atividades diversificados, polos atrativos e várias funções. - Conforto: Segurança, arborização, mobiliário e equipamentos urbanos são algumas das soluções indicadas para melhorar o conforto da via. - Sociabilidade: Criar espaços urbanos com uma forte identidade com a comunidade usuária. - O automóvel e a cidade: Deve-se tentar amenizar os danos que causados pelo automóvel. Segundo o grupo, ele agravou a morte da Avenida W3.

- Trânsito amigável: Priorização dos pedestres em relação aos veículos. - Atividades: Acredita-se na consolidação da avenida como uma via

O lado B da w3 35


L E G I S L A Ç Ã O

L E G I S L A Ç Ã O

DOCUMENTO DA REVITALIZAÇÃO DA AVENIDA W3

A imagem ao lado é a proposta de entrequadras e praças para a W3 Norte. Fonte: Revitalização da Avenida W3: Documento técnico, 2010. A imagem abaixo é a proposta para os letreiros das quadras SCRN..Fonte: Revitalização da Avenida W3: Documento técnico, 2010.

Ano: 2010 Finalidade: Combater a degradação do patrimônio ambiental urbano do Plano Piloto. Referenciado pelas propostas apresentadas no Concurso Nacional de Ideias e Estudos Preliminares de Arquitetura e Urbanismo para a Revitalização da Avenida W3 em 2002.

PLANO DIRETOR DE ORDENAMENTO TERRITORIAL DO DF (PDOT) Ano: 2012 Finalidade: Estabelece critérios e diretrizes gerais para uso e ocupação do solo, assegurando a função social da propriedade e garantindo a preservação do patrimônio de Brasília. Área que abrange: No PDOT, a área em questão está inserida nas “Áreas de revitalização dos espaços urbanos” (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2012).

Participação popular: Foram realizadas 4 reuniões públicas e 1 audiência para se discutir as propostas.

Na tabela resumo do PDOT, tem-se para a área, considerada R2Áreas que abrange: Setor de Edifícios de Utilidade Pública Norte (SEPN), Setor Comercial Local Norte (SCLRN), Entrequadras Sul (EQS 500), Setor Comercial Residencial Sul (SCRS) e Setor Comercial Residencial Norte (SCRN) e W2, no Plano Piloto. Para tal, foram definidos os seguintes pontos de atuação do Governo do Distrito Federal (2010, p. 5): “ (…) (1)intervenções sobre o espaço público; (2)requalificação das edificações; (3)revisão das normas do uso do solo e (4)implantação do sistema de transporte.” 1 - Ações para as intervenções sobre o espaço público (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2010): - Requalificar as calçadas; - Intervir nas entrequadras das W3 Sul e Norte; - Propor nova ideia para estacionamentos e calçadas do comércio das quadras 700 Norte. 2 - Ações sobre a requalificação das edificações (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2010): - Basear-se no Plano Diretor de Publicidade para a organização dos letreiros; e - Requalificar as fachadas dos edifícios. 3 - Ações para revisão das normas do uso e do solo (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2010): - Pretende atualizar esses normas que estão atrasadas em relação à dinâmica da cidade e também potencializar novos usos, para impulsionar o processo de revitalização. 4 - Ações para a implantação do Sistema de Transporte (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 2010).

36 O lado B da w3

Identificação do estabelecimentos baseada no Plano Diretor de Publicidade

requalificação para as calçadas voltadas para w3 Dependente do VLT, pois segundo o documento, este fornecerá recursos que permitirão as calçadas voltadas para W3 de serem reformuladas. A ação prioritária é a reforma da pavimentação e do mobiliário urbano que crie livre circulação e acessibilidade.

Já para os prédios tipo EC4, o letreiro deve ser fixado no topo do edifício e não ter mais que 1,20m, melhorando assim a ventilação e iluminação das sobrelojas.

Entrequadras e Praças da W3 Norte

Requalificação das fachadas

Segundo o documento, a partir da quadra 712 norte, os espaços entre uma quadra e outra são praças ou projetos da Administração de Brasília, que na época estavam em fase de implantação.

Os blocos de edifícios devem apresentar elementos que garantam a unidade dos módulos.

Por isso, nas demais quadras, 703/704, 705/706, 707/708, 709/710, foi decidido resgatar a ideia original que era mantê-las como eixo definido pelo comércio, ligando-o com as quadras vizinhas. O projeto que foi baseado no 5º ganhador do Concurso de Revitalização da Avenida W3 propõe pequenas edificações com usos institucional, comercial ou de serviço, com ocupação de apenas 20% do lote e 100% de ocupação obrigatória para estacionamentos no subsolo. Foi decidido também que nos espaços livres entre os blocos, EC1 e EC2 deveriam se tornar praças. ECB4B

EC2

EC1

EC2

EA3

EC4

SCRN

EC1

EC4 EC2A

EC2 EC2A via w3 norte

710 N

via w3 norte

entrequadra

709 N

A imagem ao lado é um croqui esquemático de uma quadra tipo 700 Norte. A imagem ao lado e mais abaixo é um croqui esquemático para representar uma entrequadra das quadras 700 Norte. Fonte: Revitalização da Avenida W3: Documento técnico, 2010.

Qualificação dos espaços públicos e edificações presentes na avenida: através de parcerias público-privadas e incentivos tributários e fiscais. Usos: Estimular usos que compreendam lazer e cultura e a proposta de integração viária (pedestre e veículos), que foi estabelecida a curto e médio prazo. Edificações existentes: Regularizar as edificações existentes. E nelas, os usos podem ser de comércio, serviços (atividade âncora também) e atividades institucionais.

letreiro

Os letreiros devem ser fixados sob a marquise da edificação. Nos edifícios que ficam nas entrequadras (EC2A), os letreiros devem ficar no topo da edificação, com no máximo 1,20m de altura, devem também ser alinhados e não devem ultrapassar 20% da área de superfície da fachada do último pavimento. Nestes mesmos tipos de edifícios, ficou decidido ser necessária uma galeria de 4.00 metros de profundidade voltada para a W3.

Intervenções sobre o espaço público

Via W3 (GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, 201):

Parâmetros edilícios

Parâmetros edilícios ECB4B

EC2

EC1

EC2

EA3

EC1

SCLRN

letreiro

EC2A

A reconstrução da marquise também é proposta para melhor segurança e por conta do alinhamento, para que cada bloco tenha sua unidade.

EC4

SCRN

EC4 EC2 EC2A via w3 norte

SCRN (Lotes EC-4 e EC-4B 702/703) e SCLRN 703 a 716 (Lotes EC-1, EC-2 e EC-2A)

- taxa de ocupação: corpo=100% e subsolo=100%, TO=100% - afastamentos e recuos: - coeficiente de aproveitamento: - altura máxima da edificação: depende da cota de coroamento de cada bloco de edifícios - deverão manter o alinhamento da marquise, a cota de coroamento e proporcionar tratamento de fachada por bloco - taxa de permeabilidade: -

RECOMENDAÇÕES GERAIS - Deve-se evitar a utilização de grandes espaços livres públicos para estacionamentos pavimentados. - Implantar Programa de Revitalização da Avenida W3. - Pode ser aplicada a Operação Urbana Consorciada para os edifícios da SCLRN, para fins de regularização e qualificação urbana, prevendo a revisão das tipologias edilícias deste setor de uso misto.

Proposta para estacionamento e calçadas da SCLRN No documento, com base no 3º colocado do concurso, é sugerido a reestruturação do estacionamento das 700 voltado para a W3. Ampliando a calçada entre a avenida e o estacionamento, e retirando o espaço para vagas paralelas à via. E ainda, a implantação de árvores na calçada (ver imagem 22). Esta diretriz depende de parcerias com a iniciativa privada das edificações e do cumprimento do Plano Diretor de Publicidade.

Revisão das normas de uso e ocupação do solo Foram previstos para as quadras SCRN os seguintes critérios: - Afastamento de 3.00 m com relação à via W3; - Alinhamento da marquise e cota de coroamento homogêneo de todos os elementos que formam um bloco; - Marquises devem ser colocadas em altura de no mínimo 3.00m de altura em relação à calçada e alinhadas tanto no balanço quanto na altura

Tabela 9 - Síntese das propostas para o item de Intervenções sobre o espaço público e Revisão das normas de uso e ocupação do solo. Fonte: Revitalização da Avenida W3: Documento técnico, 2010. A imagem mais acima à direita é a proposta para os letreiros da Avenida W3. A imagem acima é a proposta para estacionamento e calçada da SCLRN, baseada no 3º colocado no concurso da Avenida W3.

SCLRN (EC-1, EC-2 e EC2A) - taxa de ocupação: corpo=100% e subsolo=100% - afastamentos e recuos: - coeficiente de aproveitamento: A caixa d´água pode exceder em apenas 1,20m além da cota de coroamento definida na planta-gabarito. Por conta da declividade natural do terreno, os edifícios podem apresentar mais de um pavimento na parte superior, desde que seja atendida a cota de coroamento de cada unidade; - altura máxima da edificação: depende da cota de coroamento de cada bloco de edifícios - taxa de permeabilidade: - É permitida a varanda com avanço de 1m além dos limites do lote, a partir do segundo pavimento. Vedada a expansão de compartimentos O mapa acima é um croqui esquemático de uma quadra tipo 700 Norte. Fonte: Revitalização da Avenida W3: Documento técnico, 2010.

PARCELAMENTO DO SOLO SCLRN: 48m²(6x8m); 84m² (6x14m) e 92,4m² (6x15,4m) SCRN: 65m² (6,5x10); 66,75m²(6,75x10m); 201,5m²(6,5x31) Lotes institucionais: 2120, 2720, 3000, 3570, 3900, 4050, 5270m² EQN (703 /704 lote A ;705/706 lote A ;707/708 lote A ;709/710 lote A ): área 3.000 m²

- Seguir o Programa de qualificação de praças e áreas verdes e a arborização das calçadas e nos estacionamentos

Esquerda - Tabela 10 - Síntese das informações contidas no . Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de Preservação. Fonte: Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de Preservação – PURP 43, 2013. Direita - Tabela 11 - Síntese das informações contidas no . Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de Preservação. Fonte: Planilha de Parâmetros Urbanísticos e de Preservação – PURP 43, 2013.

PLANO DE PRESERVAÇÃO DO URBANÍSTICO DE BRASÍLIA (PPCUB)

CONJUNTO

Ano: 2013 Finalidade: Definir regras de ocupação para a preservação da área tombada de Brasília. Área que abrange: AP9 - UP3 - Setor de Habitações Coletivas Geminadas Norte – SHCGN, Setor Comercial Residencial Norte - SCRN, Setor Comercial Local Residencial Norte - SCLRN e Entrequadras 700 Norte – EQN 7007. Algumas diretrizes para a preservação dessa área8: 1- Promover a revitalização das Avenidas W3 Norte e Sul e da via W2, a partir de programas e projetos de qualificação das áreas públicas e das edificações; 2- Promover a viabilização de sistema de transporte público coletivo integrado na W3; 3- Promover a utilização de veículos de transporte público coletivo de dimensões adequadas aos leitos viários das vias W4 e W5; 4- Incentivar a implantação de estacionamentos no subsolo na quadras 700 Norte e 500 Sul e no nível térreo, a implantação de praças e usos culturais e mobiliário urbano adequado; 5 - O uso de sustentabilidade urbana e econômica e qualificação urbanística dos setores SCRS, SCRN e SCLRN na Avenida W3; 6 - Preservar os espaços públicos e promover a intensificação de arborização, com alta permeabilidade no solo; e 7 - Garantir a manutenção de padrões tipológicos e morfológicos variados, respeitando as características desenvolvidas por cada área de preservação. Usos: Para as quadras SCRN e SCLRN o uso residencial apenas nos pavimentos superiores, e no térreo obrigatoriamente comércio ou prestação de serviços9.

7 GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL. Lei Complementar nº , de 2013. Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília. Poder Executivo, Brasília, DF, 21 ago. 2013. 8, 9 GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL. Lei Complementar nº , de 2013. Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília. Poder Executivo, Brasília, DF, 21 ago. 2013.

O lado B da w3 37


3

R E F E R Ê N C I A S


S T R E E T

P L A N S

Este escritório de planejamento urbano, design e pesquisa americano, fundado em Miami, no ano de 2009. é conhecido não só por projetos premiados, como também pelo seu material didático, workshops, trabalhos participativos, sobre Urbanismo Tático, envolvimento público, entre outros (STREET PLANS COLLABORATIVE). Um de seus projetos consistiu em transformar um estacionamento em um espaço “verde” de estar. O Parque Temporário Bayfront Parkway, em Miami, foi transformado em uma semana para mostrar como aquele espaço estava sendo pouco utilizado como estacionamento, e como tinha um potencial para um pequena praça. Segundo o Street Plans, a mudança até acalmou o tráfego de carros na área. Em complemento, foram realizadas atividades espontâneas para que a comunidade continuasse participando, o que a incentivou em tentar fazer com que o lote continue como um parque permanentemente (STREET PLANS COLLABORATIVE).

A imagem mais acima é a área antes da intervenção. Fonte: Street Plans Collaborative. Disponível em: http://www.street-plans.com/bayfront-parkway-temporary-park-miami-fl/. A imagem mais abaixo é área depois da intervenção. Fonte: Street Plans Collaborative. Disponível em: http://www.street-plans.com/bayfront-parkway-temporary-park-miami-fl/

40 O lado B da w3

C O L L A B O R A T I V E

T H E

B E T T E R

B L O C K

Fundação não-governamental que educa e empodera comunidades para requalificar espaços, tentando promover mais vida nas cidades. Fazem isso a partir de 6 atividades: criação de elementos que ajudem as comunidades a criarem protótipos que as beneficiem rapidamente, elaboração de simpósios e treinamento para novos líderes e interessados, realização de reuniões e workshops para envolver mais a comunidade, organização de visitas a exemplos bem sucedidos, criação e melhora das ferramentas de modelagem e elaboração de programas de educação para novos líderes e urbanistas (THE BETTER BLOCK). Em 2015, juntamente com organizações e líderes comunitários, a The Better Block revitalizou a área de North Hill, Akron, Ohio. As atividades consistiram em intervenções rápidas e que pudessem ser feitas pelos voluntários, para que servissem de teste antes de uma implementação a longo prazo. Interviram em uma avenida, praças, edifícios vazios, entre outros. O que resultou em ciclofaixas, galeria de arte, praças reutilizadas, pop-up shops, feiras e outras intervenções. Para tais transformações, foram necessários meses de reuniões e uma semana para colocar em prática as ferramentas da instituição (THE BETTER BLOCK).

A imagem mais acima é o projeto final de intervenções em North Hill. A imagem mais abaixo mostra o resultado final deste projeto. Fonte: The Better Block. Disponível em: http:// betterblock.org/downloads/

O lado B da w3 41


C E N T R O

A B E R T O

O Projeto Centro Aberto em São Paulo é organizado pela Prefeitura da cidade e foi iniciado em 2013. Visa a requalificação do centro da cidade, desde a segunda metade do século XX sofre constante desvalorização e degradação. Primeiramente workshops foram organizados e reuniram profissionais da área de arquitetura e urbanismo, entidades convidadas, estudantes e órgãos de administração da cidade; neles ideias e hipóteses para o centro de São Paulo foram discutidas. Assim, com a orientação do escritório Gehl Architects, a São Paulo Urbanismo (gestora pública) organizou a partir de uma metodologia participativa projetos de intervenções. Para atingir as diretrizes gerais do projeto: priorização do pedestre, mudança e diversificação de usos, utilização para celebração, melhora na segurança, entre outros; escolheu-se por implantar pequenas intervenções em pontos específicos da zona durante dois meses. Neste tempo, fazer entrevistas e atividades com os usuários. Para então, se fazer uma análise dos resultados e finalmente, implantar o projeto definitivo. Na conjuntura atual, a Prefeitura e seus colaboradores estão em processo de localizar mais pontos de intervenção para mais avaliações e interações com os usuários.

A imagem mais acima mostra uma intervenção no cruzamento das avenidas Ipiranga e São João no centro de São Paulo . A imagem acima mostra uma intervenção no Largo do Paissandu. Fonte: Gestão Urbana SP. Disponível em: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/ avenida-sao-joao-e-largo-paissandu/

42 O lado B da w3

M O B

-

M O V I M E N T E

E

O C U P E

S E U

B A I R R O

O Coletivo Movimente e Ocupe se Bairro (MOB) de Brasília é formado por urbanistas que acreditam que com a coletividade é possível transformar os espaços públicos. Visa inspirar e empoderar as pessoas por meio de intervenções urbanas, ações educativas, participação comunitária e projetos de espaços públicos. Já elaboraram e participaram de alguns eventos na cidade e entorno que incentivam a interação das pessoas e seus espaços públicos, um exemplo é a Rua do Jovem do Varjão (COLETIVO MOB). A Rua do Jovem do Varjão é uma atividade que já teve duas edições. Começou como um Trabalho Final de Graduação da Universidade de Brasília, de umas componentes do coletivo MOB, Natália Bomtempo, e agora, a atividade é realizada pelo grupo. A avenida da cidade é em parte fechada para automóveis, para que crianças e jovens utilizem a via para andar de bicicleta e brincar. São promovidas outras atividades também, como rodas de capoeira, pinturas de faixas de pedestres e do muro da escola situada na avenida, como houve na última edição.

A imagens acima mostram a segunda edição da Rua do Jovem do Varjão. Fonte: Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/ruadojovemVarjao/?fref=ts

O lado B da w3 43


M I C R Ó P O L I S Criado em 2010, o Micrópolis propõe transformações pontuais e locais (não necessariamente construídas) nos espaços urbanos e na vivência da cidade. Trabalham com ações, projetos e discussões relacionados à microescala e ao cotidiano (MICRÓPOLIS). O projeto da Rua Sapucaí elaborado para o Concurso Internacional Artur Bain, consiste em potencializar o uso dos vazios urbanos por meio de elementos arquitetônicos e mobiliários urbanos que articulem as atividades sociais. O comércio também foi utilizado como integrados desses atividades.

A imagem acima a propsta do Micrópolis para a Rua Sapucaí.. Fonte: Micrópolis. Disponível em: http://www.micropolis.com.br/Rua-Sapucai

44 O lado B da w3

S O B R E U R B A N A O Sobreurbana é um estúdio colaborativo de placemaking. Formado em Goiânia, o estúdio visa ativar e gerir espaços unindo a sociedade, o governo, empresas e instituções. Trabalha com microurbanismo, gestão urbana de espaços e eventos, participa e produz palestras e oficinas, e até alugam parklets (SOBREURBANA) A Vaga Viva é um exemplo de seus projetos, onde uma vaga de estacionamento é transformada em um espaço de estar para os pedestres. Ideia inspirada no Park(ing) Day idealizado pelo estúdio Rebar de São Francisco que acontece anualmente em vários países (SOBREURBANA).

A imagem acima mostra a Vaga Viva. Fonte: Sobreurbana. Disponível em: http:// sobreurbana.com/portfolio/1a-vaga-viva-de-goiania-2/

O lado B da w3 45


D I M E N S Õ E S

4

M O R F O L Ó G I C A S


A N Á L I S E S

M O R F O L Ó G I C A S

A N Á L I S E S escala menor ESTACIONAMENTOS

M O R F O L Ó G I C A S

escala da via escala maior

BECOS ESPAÇOS ENTRE OS PRÉDIOS

As análises das dimensões morfológicas são feitas por meio da metodologia do grupo DIMPU - Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização. Estas análises são baseadas no desempenho das expectativas sociais que um lugar oferece e suas dimensões morfológicas. Para analisar um espaço, deve-se analisá-lo de maneira que a arquitetura seja uma família de relação das coisas, e das relações do homem com o espaço. Estas divididas em 6 abordagens: funcional, bioclimática, econômica, expressivo-simbólica, sociológica e topoceptiva (HOLANDA; Kohlsdorf). O processo do DIMPU, apresenta três passos: a análise das condições do espaço, a avaliação das expectativas sociais e dimensões morfológicas e propostas para as dimensões analisadas. Estas propostas serão baseadas nas teorias de Christopher Alexander e seus padrões, em “A Pattern Language”, e também, nos padrões propostos em “Conexão dos Padrões Espaciais dos Ecossistemas Urbanos” da Professora Doutora Liza Andrade.

48 O lado B da w3

Segundo Andrade (2011), a solução para o contexto e problema de projeto é a forma. Assim, segundo ela, para um problema específico, podem ser feitas diversas operações, sua sequência foi denominada por Alexander de programa. Com isso, a solução é justamente a relação entre programa e contexto. Contexto este, que pode ser tanto um edifício, um assentamento, ou um ambiente em que estes se situam (ANDRADE, 2014).

prédios voltados para a W3 Norte e os prédios voltados para a “W3 e meia”) e espaços entre os prédios (espaços entre os prédios voltados para a W3). Portanto, as análises são muitas vezes para a área em geral, mas com enfoque e destaque nas escalas, dependendo da importância do fator analisado. Assim, os padrões de projetos baseados em Alexander (1977) e Andrade (2014), serão dispostos também nas escalas de projeto

Andrade também explica que o contexto é, além do lugar físico, mas também as situações urbanas que influenciam e envolvem a paisagem, comunidade, usuários, uso do solo. Com isso, concluise que: “um modelo como este é capaz de gerar uma geometria de relações que pode ser derivada dos diagramas descritos dos atributos relacionados ao projeto em questão e seu contexto.” (ANDRADE, 2014, p. 244) Nas análises da área, percebeu-se que ela possui três tipos de espaços. O espaço da própria via, o espaço grande - da praça e entrequadra, e os espaços pequenos, que são representados pelos estacionamentos, becos (espaço para pedestres situados entre os

A imagem da página ao lado ilustra as escalas de análise e projeto. Fonte: Autora.

O lado B da w3 49


D I M E N S Ã O

F U N C I O N A L

D I M E N S Ã O LEGENDA

0

20

40 60

80

1 pavimento

F U N C I O N A L

LEGENDA 0

20

40 60

80

misto

2 a 3 pavimentos

comercial

4 a 5 pavimentos

institucional

6 a 7 pavimentos

área verde pública

Acima de 7 pavimentos

res. unifamiliar res. multifamiliar calçada terreno desocupado escola universidade tribunal

A dimensão funcional analisa o desempenho das atividades humanas encontradas na área. O quesito estudado é a operacionalidade dos espaços da área das quadras 715 e 716 Norte. Analisando assim, seus usos e atividades, sua circulação, o transporte, qualidade dos espaços e acessibilidade. Mapa de gabaritos. Fonte: Autora.

Mapa de usos. Fonte: Autora.

QUAIS AS ALTURAS DOS EDIFÍCIOS?

O QUE TEM PARA FAZER NA “W3 E MEIA” E SEU ENTORNO

Os edifícios de uso misto da área estudada, tem gabarito praticamente uniforme, salvo alguns “puxadinhos” que foram feitos indaquadamente e que descaracterizam de certa forma a identidade padronizada que cada um desses prédios deveria possuir.

50 O lado B da w3

Na área de estudo, o uso predominante é o misto, nota-se também a presença de diversos quisoques como forma de comércio informal (são os pequenos retângulos vermelhos). Esses quiosques são bancas de revista e lanchonetes, servem de apoio aos usuários das paradas de ônibus principalmente. Eles estão presentes tanto nos espaços entre os prédios, na praça da entrequadra 715/716 Norte, quanto em alguns estacionamentos.

veículos, escritórios de advocacia e imobiliário, ateliês, salões de beleza, escritórios de representantes de empresas, brechós, entre outros.

Os edifícios de uso misto, são obrigatoriamente de prestação de serviço/comércio no térreo, e residencial ou escritório nos andares superiores. Nas quadras SCRN há usos como academias, papelarias, restaurantes a quilo, lojas de informática, clínicas estéticas, copiadoras, salões de beleza e distribuidoras. Nas quadras SCRLN há alguns poucos botecos, restaurantes a quilo, copiadoras, lojas de materiais de construção, comércio específico para manutenção de eletrodomésticos, lojas de acessórios para

Os usos institucionais (universidades, escolas, tribunais, associações) nas quadras 900 e 500 agregam grande movimento à área estudada, tanto de veículos, quanto de pedestres. Porém, por causa das atividades que não são variadas no quesito de tempo, essa movimentação é maior durante a semana.

Portanto, nota-se a carência de usos noturnos e de final de semana na área. Não há uma oferta razoável de restaurantes e bares, o que acarreta em pouco movimento nesses períodos.

O lado B da w3 51


D I M E N S Ã O

F U N C I O N A L

D I M E N S Ã O

F U N C I O N A L

1 2

4

3

POSTO POLICIAL COMUNITÁRIO 0 10m

20m

30m

Mapa de atividades específicas da praça. Escala: 1:2500. Fonte: Autora.

O posto policial existente na área, não está em uso, porém não se sabe se ele será removido, ou reutilizado.

Imagem ao lado mostra o posto policial da praça da 715/716 Norte. Fonte: G1. Disponível em: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/01/comerciantesde-quadra-de-brasilia-reclamam-de-assaltos-constantes.html

Mapa de usos específicos. Fonte: Autora.

LEGENDA academias e centros esportivos atividades artísticas - escolas de teatros, atliês bancas de revista bares e distribuidoras de bebidas serviços de fisioterapia

saúde

-

dentista,

institucional - sindicatos, sede da polícia lojas de artigos de saúdes e esportes oficinas e lojas de artigos de autmóveis salões de barbearias

beleza

e

Imagem de um beco na área. Fonte: Autora.

O QUE TEM NO COMÉRCIO?

ESCALA MAIOR | PRAÇA

Há uma grande variedade de atividades específicas ao longo da “W3 e meia”, porém, em sua maioria, elas não requerem uma longa permanência. Outro ponto é o fato de elas terem finalidades muito diferentes umas das outras, por exemplo, um petshop ao lado de um salão de beleza, assim uma atividade não atrai outra. Além, das fachadas dos estabelecimentos não serem atrativas ou apresentarem vitrines, portanto, elas não chamam atenção dos usuários. Os edifícios que têm a cor branca na planta não apresentam nenhuma atividade visível pela fachada.

A praça da 715/716 Norte, como mostrado no mapa ao lado é rodeada, em sua maioria, por lojas que não necessitam uma relação com o exterior, como uma distribuidora de alimentos, escritórios de advocacia, igreja. Ao mesmo tempo, em que há também, algumas lojas de roupas e móveis ao redor, além de dois quiosques informais na praça, um de alimentação e um de prestação de serviços. Estes quiosques aproveitam a movimentação de pedestres que se dá pela parada de ônibus. Assim, como observado, nenhuma das atividades específicas próximas à praça promovem movimento de pessoas nesta área.

restaurantes e padarias

1

3

2

4

instituições de ensino escritórios de contabilidade,

advocacia, imobilárias

igrejas, locais de culto e lojas de artigos religiosos lojas de construção

materiais

de

petshops, veterinárias serviços técnicos vigilância

-

informática,

lojas de roupas, calçados, brechós, móveis distribuidora de alimentos

ESCALA MENOR | BECOS Como observado na imagem acima, em um exemplo de beco da área, os fundos comerciais dos prédios ficam voltados para ele, portanto, as fachadas não apresentam tantas aberturas.

52 O lado B da w3

Vistas 1, 2, 3 e 4 da praça. Fonte: Autora.

O lado B da w3 53


D I M E N S Ã O

F U N C I O N A L

D I M E N S Ã O

F U N C I O N A L 4

1

9

0 10m

20m

10

8

5

6

7

2 3

30m

Mapa de usos noturnos e comércio informal. Fonte: Autora.

andam

descansam

andam

descansam bebem

LEGENDA usos noturnos igrejas

esperam o ônibus

quiosques de alimentação

lancham

bancas de revistas chaveiro

OS QUIOSQUES

As barracas e quiosques são localizados em pontos estratégicos, perto das paradas de ônibus, e nos percursos que grande parte dos pedestres percorre. Como visto nas imagens, há quatro tipologias e três tipos de serviços. As tipologias são barracas desmontáveis, foodtrucks, quiosques permanentes com tendas ou mais fechados. São encontrados serviços como bancas de revistas, chaveiro e alimentação. Os quiosques de alimentação apresentam uma atividade noturna, devido ao movimento nas paradas de ônibus e às universidades presentes na W5.

O QUE TEM PARA FAZER À NOITE?

ESCALA MAIOR | PRAÇA

A grande maioria das atividades funcionam apenas de segunda a sábado, e durante o dia, fato que torna a área vazia pela noite. O uso noturno é baixo na área. Os locais para culto ficam abertos até 21 ou 22 horas. Os botecos e distribuidoras utilizam as galerias do prédio para mesas e cadeiras, fato que faz com que haja algum movimento na rua pela noite. Porém, existem apenas 4 na área. Os restaurantes e cafés ficam abertos apenas durante o dia, são em sua maioria self-services.

As estruturas existentes são dois quiosques de comércio informal, o quiosque de alimentação é bem próximo à parada de ônibus, e o quiosque de chaveiro, mais próximo à W3. Há também o Posto Policial Comunitário, que por enquanto está desativado, mas ainda não há informações sobre o que será feito dele.

ESCALA MENOR | ESPAÇOS ENTRE OS PRÉDIOS E ESTACIONAMENTOS O quiosque de número 4, presente no estacionamento é posicionado em um local estratégico, no caminho direto da 916 até 716 Norte. Ele fica aberto de segunda a sábado, pela manhã, até o fim da noite. Os outros quiosques que são localizados entre os pédios (7, 29, 10) ficam abertos em horário comercial, e ficam voltados para a avenida W3 Norte. Os quiosques presentes na parada de ônibus da 716 Norte (3) são móveis, montados nos horários de pico, (17 horas), até o fim das aulas das universidades localizadas nas quadras 900.

PADRÕES DE ACONTECIMENTO

O QUE AS PESSOAS FAZEM NA ÁREA? 54 O lado B da w3

O lado B da w3 55


D I M E N S Ã O

F U N C I O N A L

D I M E N S Ã O

F U N C I O N A L

PADRÕES DE ACONTECIMENTO

COMO OS QUIOSQUES SÃO CONFIGURADOS? quiosques desmontáveis

1

2

3

6

7

8

4

9

5

10

As imagens das duas páginas mostram os comércios informais existentes na área de acordo com o mapa de usos noturnos e comércios informais. Acima, da

56 O lado B da w3

O lado B da w3 57


D I M E N S Ã O

F U N C I O N A L

D I M E N S Ã O

F U N C I O N A L

A

B

área de intervenção

Mapa viário - Asa Norte. Fonte: Sirgas modificado pela autora.

Mapa viário da área. Fonte: Google Earth modificado pela autora.

LEGENDA

LEGENDA

vias locais

vias locais

vias coletoras

carros estacionados ao longo da via

vias arteriais

semáforos

vias coletoras paradas de ônibus vias arteriais/ ônibus

vias expressas

direção do ônibus

A VIA COMO UMA VIA...

CORTES VIÁRIOS CORTE A

A “W3 e meia”, segundo Barreto (2002), foi constituída para dar acesso às fitas de lotes de uso misto das SCRLN, se analisada desta forma, pode-se considera-la como uma via de serviço. Porém, devido à sua extensão e conexão - que ela faz entre as entrequadras- é possível julga-la como coletora. Assim, ela apresenta essa duabilidade de funções, mas, como em sua concepção, ela foi constituída como uma via de menor utilidade, não é tratada como coletora, visto que, apesar de ter estrutura binária, é bem estreita, e também apresenta calçadas. A área é servida por uma quantidade razoável de paradas de ônibus.

térreo

58 O lado B da w3

CA

6

PR

CA

CAN

LEGENDA CAN

canteiro

EST

calçada

CA

calçada

PR

pista de rolamento

1º pavimento

1º pavimento

sobreloja

Imagem do perfil da via “W3 e meia”. Fonte: Autora.

A via em questão, é considerada uma via local e de serviço, apresenta mão dupla em toda sua extensão. Não há nenhuma placa que mostre sua velocidade, por isso, considera-se, a velocidade padrão de vias locais, de 30 a 35km/hora. A pista de rolamento tem de 5 a 7 metros de largura, em alguns lugares há um estreitamento. Ela também é utilizada como estacionamento paralelo ao longo da via, fato que muitas vezes faz com que os carros trafeguem no meio da via.

CORTE B

1º pavimento

espaço que sobra para o carro passar

ESCALA DA VIA

sobreloja

sobreloja

térreo

térreo

EST

CAN

PR

CA

1º pavimento sobreloja térreo

CA

CA

As duas imagens ao lado representam os cortes A e B indicados no mapa acima. Fonte: Autora.

O lado B da w3 59


D I M E N S Ã O

F U N C I O N A L

D I M E N S Ã O

F U N C I O N A L

E OS CARROS? ESCALA DA VIA B

A

O fluxo de veículos é maior nos horários de pico, como mostra o esquema volumétrico na página ao lado, não é um fluxo muito alto, mesmo nas horas movimentadas. A contagem de carros foi feita por 15 minutos, em um dia de semana, a partir das 18 horas da tarde.

RTE

O W5 N

ORTE

W4 N

176 carros/hora

ORTE

716 N

O fluxo de pedestres varia entre esses horários e os turnos escolares e universitários. Por não haver calçadas acessíveis, os pedestres andam pela pista de rolamento junto com os carros e ciclistas.

Mapa de acessibilidade - 715/716 Norte. Fonte: Autora.

LEGENDA

ESCALA MENOR | BECOS

paradas de ônibus

barreiras

calçadas estacionamentos raio de abrangência das paradas de ônibus

Imagem mostrando a acessibilidade de um beco da área . Fonte: Autora.

Os becos apresentam calçadas que não têm continuidade, pois a partir das observações feitas na área, eles abrigam os fundos do comércio e entradas residenciais, ou seja, são predominantemente de uso local. (Ver corte B na página anterior)

Esquema volumétrico mostrando a acessibilidade da área. Fonte: Autora.

200 carros/hora

E

ORT 715 N

W3

LEGENDA

TE NOR W2

RTE

NO

ciclovias calçadas

acesso para pedestres

a

praça

de

acesso para a praça de veículos

via “W3 e meia”

ACESSIBILIDADE ESCALA DA VIA

ESCALA MENOR | ESTACIONAMENTOS

Como a via é situada atrás da W3 Norte, sua acessibilidade é boa, são distantes 50 metros uma da outra. Assim, as paradas de ônibus presentes na via W3 Norte atendem também essa via.

Como observado na planta acima, a área da “W3 e meia” apresenta uma grande quantidade de estacionamentos, estes muito utilizados tanto pelos moradores, visto que não há garagem nos prédios, e por clientes e frequntadores do comércio local. Além dos bolsões de estacionamentos, os motoristas utilizam a própria via como estacionamento.

O raio de alcance das paradas de ônibus não chega até a W4, fato que mostra a dificuldade de acessibilidade na área, visto que na W4 e W5 não há serviço de transporte coletivo. A largura da calçada e da via varia ao longo de sua extensão, muitas vezes a calçada tem apenas um metro de largura, fato que prejudica o pedestre, além de alguns trechos em que ela não é contínua, como observado no mapa acima.

A via “W3 e meia” apresenta sentido duplo, porém, com o uso de estacionamento informal ao longo do meio fio, sobra apenas uma faixa de rolamento. Fato que não prejudica fatalmente seu trânsito, pois é pouco movimentada.

Imagem mostrando a acessibilidade das calçadas na área . Fonte: Google Earth.

60 O lado B da w3

escadas, rampas e “puxadinhos” interrompem a passagem do pedestre pela calçada

ESCALA MAIOR | PRAÇA A praça pode ser acessada tanto pela W3, quanto pela via “W3 e

pedestres pela W3. Há semáforos apenas nas pontas das quadras.

meia”, de ônibus, a pé, bicicleta, ou veículo particular. As laterais da praça dão para prédios da SCRLN 715 e 716, todos com fachada térrea

Como visto na imagem acima, as calçadas (em amarelo) que ligam

cega para praça, apenas com aberturas nos andares superiores.

as quadras 900 com a praça, são interrompidas nas altura das

Os becos situados entre os prédios da SCLRN têm acesso para o

quadras SHCGN, fato que dificulta acessibilidade da praça.

| CICLOVIAS | As ciclovias mais próximas à área estão destacadas em rosa na imagem acima, o que mostra que não há uma continuidade dessas para descer até a avenida W3 Norte, que é uma via de maior movimento. A via “W3 e meia” é muito utilizada pelos ciclistas, eles andam junto com os carros na pista de rolamento.

local em questão (setas na cor de rosa mais finas). porém, não são muito utilizados pelos pedestres, sendo assim, os lados da praça mais acessíveis são pelas vias W3 e “W3 e meia”, tanto por veículos, quanto a pé (setas cor de rosa mais grossas). Apesar de haver a parada de ônibus na área estudada, não há um semáforo, ou faixa de pedestres que facilitem a travessia dos

O lado B da w3 61


D I M E N S Ã O Casa de Ismael

Paróquia

Colégio Arvense

Colégio São Camilo

F U N C I O N A L Colégio Leonardo da Vinci

Santuário São Francisco

Casa meninos de Jesus

D I M E N S Ã O Universidade Católica

Tribunal Regional do Trabalho

Unieuro

F U N C I O N A L

COMO A PRAÇA É UTILIZADA?

LEGENDA

A praça, como observado anteriormente, não possui infraestrutura como bancos, postes de luz, nem outros atributos que influenciam a permanência no local. As árvores podem ser consideradas uma característica que influencia a estada dos frequentadores na área, apesar da não existência de elementos que aproveitem-nas. Assim, as atividades observadas na praça são em sua maioria de passagem. Os pedestres utilizam-na para chegar até a parada de ônibus. Portanto, sua movimentação se dá principalmente pela utilização da parada de ônibus.

fluxo mais intenso fluxo menos intenso caminhos

Movimentação da praça no início da manhã. Fonte: Autora.

LEGENDA mulheres 316 Norte

Mapa de fluxos dos pedestres na quadra 714 Norte. Fonte: Google Earth modificado pela autora.

Mapa de fluxos dos pedestres na quadra 715 Norte. Fonte: Google Earth modificado pela autora.

LEGENDA

fluxo mais intenso

fluxo médio

POR ONDE OS PEDESTRES ANDAM

ESCALA MAIOR | PRAÇA

Os pedestres são claramente prejudicados, pois as calçadas que cortam a zona verticalmente (sentido oeste-leste) não atendendem às suas necessidades, fato que cria vários “caminhos de ratos”. Apesar do fluxo horizontal (sentido norte-sul) ser bem menor que o fluxo vertical, não é justificável a quase inexistência de caminhos acessíveis, as calçadas que são situadas entre as SHCGN e as SCRLN são as mais completas. Nos edifícios mistos das 700, não há caminho acessível e contínuo, o que faz os pedestres serem obrigados a caminhar nas vias.

Ela é localizada bem em frente ao maior corredor de transporte público do Plano Piloto (a avenida W3 Norte). Por abrigar a parada de ônibus desta avenida, a praça é utilizada como ligação entre as quadras 900 e 700 até a parada de ônibus. Esta mesma parada também atende passageiros das quadras 500, 300 e 100. Como visto no mapa da página seguinte, a praça é desprovida de infraestrutura e mobiliário urbano, a calçada só existe na fachada da avenida W3 Norte. Não há equipamentos urbanos como bancos, postes de iluminação, há apenas um lixeira ao lado da parada de ônibus. As estruturas existentes são dois quiosques de comércio informal,

62 O lado B da w3

homens

Mapa de fluxos dos pedestres na quadra 716 Norte. Fonte: Google Earth modificado pela autora.

Movimentação da praça ao meio dia. Fonte: Autora.

fluxo menos intenso

o quiosque de alimentação é bem próximo à parada de ônibus, e o quiosque de chaveiro, mais próximo à W3. Há também o Posto Policial Comunitário, que por enquanto está desativado, mas ainda não há informações sobre o que será feito dele.

TE

R 3 NO

W

Imagem dos fluxos e caminhos da praça da 715/716 Norte. Fonte: Google Earth modificado pela autora.

Movimentação da praça no fim da tarde. Fonte: Autora.

Imagem da praça no fim da tarde. Fonte: Autora.

O lado B da w3 63


D I M E N S Ã O

S O C I O L Ó G I C A

D I M E N S Ã O

S O C I O L Ó G I C A

LEGENDA 0

20

40 60

80

barreiras

LEGENDA pouquíssima

espaços cegos

muitíssima

muita

média

pouca

Mapa de permeablidade e barreiras. Fonte: Autora.

0

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Mapa de convexidade. Fonte: Autora.

0

Mapa axial local da Asa Norte. Fonte: DepthMap.

20

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Mapa de constitutividade. Fonte: Autora.

Mapa axial global do Plano Piloto. Fonte: DepthMap.

INTEGRAÇÃO VIÁRIA DA “W3 E MEIA”

COMO OS ESPAÇOS SÃO CONFIGURADOS

Os dois mapas presentes nesta página são produtos do software DepthMap, os dois analisam a integração viária. O primeiro analisa a integração global, de todos os eixos, para todos os eixos do mapa. Já o segundo, de axialidade local, considera três linhas que seguem em qualquer direção a partir de uma linha. Foi alterada a escala cromática que está representando visualmente os eixos mais integrados para aquele sistema em particular,

Os espaços da “Via W3 e meia” são de tamanhos variados, as entrequadras (as praças) formam grandes convexos, já os becos, formam pequenos espaços. Essas duas tipologias de espaços não atendem sua função de abrigar pessoas. Nas entrequadras, os edifícios que as contornam não apresentam aberturas voltadas para elas, nem usos como lazer e de estar permanente. Seu movimento se dá pela existência as paradas de ônibus, quiosques e passagem. Já nos becos, o espaço convexo não é grande, porém não há segurança, nem acessibilidade.

Nota-se que não há diferença de coloração da via “W3 e meia” (referente às quadras 714, 715 e 716 Norte) nos mapas. Levando em consideração que as cores mais quentes são as mais integradas em relação à situação axial das análises, as linhas que representam a via em questão apresentam uma integração moderada. Justamente porque a via “W3 e meia” apresenta poucos acessos, ela só é acessada e interceptada de duas em duas quadras.

64 O lado B da w3

A dimensão sociológica é relacionada às interações ocasionais nos lugares públicos, por isso ela verifica se suas configurações facilitam ou dificultam essas interações. Serão considerados quantidade de cheio e vazios na área e a apropriação do espaço público existente nas quadras 715 e 716 Norte.

gerar uma agradabilidade maior tanto para os prédios lindeiros quanto para seu entornor imediato. Portanto, a permeabilidade na área é relativamente média, porém, os espaços não favorecem nem a presença, nem o passeio de pesdestres.

QUANTAS ABERTURAS CABEM EM UM ESPAÇO CONFIGURADO?

A maioria dos espaços convexos apresenta de médio e baixo grau de constitutividade, ou espaços cegos. A quantidade de aberturas nos espaços convexos é relativamente alta. Porém, muitas vezes são entradas não muito utilizadas que dão de frente para a parte de serviço do prédio a frente. O que acaba resultando em espaços pouco movimentados. Já nas laterais dos prédios lindeiros à W3, a maioria das fachadas não possuem muitas aberturas, fato que pode desestimular o fluxo de pedestres, e também, a movimentação nas futuras praças. Esses espaços são demasiadamente grandes, e com um

Na via, o espaço também não é tão grande, mas por conta da acessibilidade e do conforto térmico, ele falha no quesito de atrair pessoas. A sensação de aridez que o local transmite é muito intensa, sendo mais amena em alguns pontos entre prédios, onde se forma uma pequena área verde. Esta, se tratada e bem cuidada, pode

O lado B da w3 65


D I M E N S Ã O

B I O C L I M Á T I C A

D I M E N S Ã O

B I O C L I M Á T I C A

oeste vento chuvoso

vento seco

ventos leste

leste caimento do terreno

Mapa de ventos, insolação e relevo. Fonte: Google Earth modificado pela autora.

Esquema de ventilação da “W3 e meia”. Fonte: Autora.

lado oeste

lado leste vento chuvoso

vento seco

vento predominante

Esta dimensão analisa fatores no espaço que influenciam o conforto ambiental do lugar. Eles envolvem questões higrotérmicas, acústicas, luminosas e de qualidade do ar (ANDRADE, 2014).

Esquema de insolação da área - manhã. Fonte: Autora.

Esquema de insolação da área - meio dia. Fonte: Autora.

Esquema de insolação da área - tarde. Fonte: Autora.

UMA VIA NADA CONFORTÁVEL

A CHUVA

O SOL

ESCALA VIA

ESCALA MAIOR | PRAÇA

O desconforto térmico na área é muito alto. Primeiramente, pela pavimentação, quase todas as áreas da via são impermeáveis, sobrando apenas a entrequdra da 715/716 Norte, e algumas poucas intervenções paisagísticas. Por conta disso, durante o dia, a área é muito quente. As muretas instaladas pelos moradores e proprietários para parar a água da chuva interferem na acessibilidade das calçadas da área. Prejudicando assim o pedestre, pois a única sombra encontrada é sob as marquises do edifícios, que não possuem acessibilidade alguma, assim o único espaço que sobra para se caminhar é a rua. Por conta da via ser sentido norte/sul, há o sombreamento dos prédios nas calçadas e na via. Porém a insolação nos edfícios é direta.

O escoamento pluvial é prejudicado por conta da baixa quantidade de áreas permeáveis e a inclinação do relevo que desce direção sulnorte, ou seja, em direção à via. Outro aspecto que também afeta o escoamento é a grande quantidade de lixo nos becos, nas calçadas e nas ruas. Para protejer os lotes do grande volume de água de chuva, os proprietários e moradores fazem pequenos muros nas calçadas dos prédios para frear a água em seus estabelecimentos.

As fachadas viaradas para oeste são prejudicadas, pois durante a tarde, o sol incide fortemente sob elas. Os prédios mistos lindeiros às quadras SHCGN, em muitos casos, não sofrem com isso, pois há muitas árvores de grande porte em seu entorno. A presença dessa vegetação densa ajuda também na parte acústica desses edifícios.

Como observado nas imagens acima, a via “W3 e meia” não apresenta muitas árvores em sua extensão, nem alguma estrutura que promova sombreamento. Assim, o sombreamento da via se dá pela projeção dos edifícios.

A praça (destacada em azul), como mostrado nas imagens acima, por ser um espaço grande, apresenta uma insolação constante. Porém, a existência das árvores faz com que ela seja um lugar sombreado e agradável.

66 O lado B da w3

As imagens abaixo mostram as proteções contra a água da chuva. Fonte: Autora.

ESCALA MENOR | BECOS, ESPAÇOS ENTRE PRÉDIOS E ESTACIONAMENTOS LEGENDA área de intervenção

becos

praça da 715/716 Norte

estacionamentos

espaços entre os prédios

Como indicado nas imagens acima, os becos são sombreados em grande parte do dia. Já os estacionamentos, assim como a via, são sombreados pelas projeções dos prédios. Os espaços entre os prédios são sombreados em parte pelas projeções dos prédios.

O lado B da w3 67


D I M E N S Ã O

B I O C L I M Á T I C A

D I M E N S Ã O

B I O C L I M Á T I C A ESCALA MAIOR | PRAÇA

0

20

40

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80

56

LEGENDA edifícios

forração gramínea

brita

terra batida

cimento

PAVIMENTAÇÃO

ESCALA MAIOR | PRAÇA

A pavimentação é de materiais impermeáveis (asfalto e concreto) em sua maioria. Nos espaços das entrequadras há também uma mistura de terra batida e forração gramínea. Além do desconforto térmico, esse materiais causam desconforto luminoso também.

Como observado no mapa acima, a praça é revestida, principalmente por terra batida, em algumas partes, por forração gramínea.

ESCALA MENOR | BECOS, ESTACIONAMENTOS E ESPAÇOS ENTRE OS PRÉDIOS A pavimentação dos becos e dos espaços entre os prédios é irregular, como observado no mapa acima, sua maior área é de concreto (calçadas e escadas), porém ela não é acessível. Há também pequenas partes ajardinadas. Os estacionamentos regulares são de asfalto, já os irregulares, de brita.

58 59

73

61 5453 52 51 55 48 47 46 62 50 2 5 6 7 45 44 1 4 64 63 41 43 42 3 60 65 22 40 23 20 24 25 9 66 68 39 49 17 21 31 8 19 38 30 29 10 67 18 28 16 32 13 69 15 37 11 27 14 33 36 70 12 34 26 35

Mapa de arborização e cobertura do solo. Fonte: Autora.

asfalto

57

0

20

40

60

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74 75

76

No espaço da praça, apesar de haver muitas árvores em um lado da praça, não existem bancos ou equipamentos urbanos para a permanência nestas áreas.

77 84

72 71

78 83

79 81 80

82

100 O mapa acima mostra a arborização da praça e especifica as espécies das árvores. Fonte: Autora.

ARBORIZAÇÃO ESCALA DA VIA A arborização é muito escassa ao longo da via, pois não há muito espaço para canteiros, visto que a “W3 e meia” é uma via local. LEGENDA árvore de grande porte árvore de médio porte árvore de pequeno porte mancha de árvores do entorno

0

20

40

60

80

Mapa de arborização da área. Fonte: Autora.

68 O lado B da w3

ESCALA MENOR | BECOS, ESTACIONAMENTOS E ESPAÇOS ENTRE OS PRÉDIOS Nesses espaços pequenos, como os estacionamentos, a vegetação é escassa e inadequada, em alguns deles, utilizaram-se árvores frutíferas, como mangueira e abacateiro. Esse tipo de árvore não é adequado para estacionamentos por conta dos frutos que podem cair sobre os carros. Os becos e espaços entre os prédios apresentam uma arborização insuficiente, visto que estes lugares não apresentam uma função clara e aparente.

1 - gravioleiro 23 - amoreira 2 - cajueiro 24 - calabura 3 - limoeiro 25 - jambo amarelo 4 - cajueiro 26 - ipê amarelo 5 - limoeiro 27 - ipê roxo 6 - nêspereira 28 - juazeiro 7 - limoeiro 29 - ipê amarelo 8 - amoreira 30 - cagaita 9 - amendoeira 31 - jequitibá rosa 10 - amoreira 32 - olho de cabra 11 - jambolão 33 - ipê amarelo 12 - palmeira canola 34 - noni 13 - tamarindeiro 35 - ipê amarelo 14 - amoreira 36 - ipê amarelo 15 - ingá doce 37 - jatobá da mata 16 - calabura 38 - romãzeira 17 - palmeira areca bambu 39 - laranjeira 18 - jequitibá branco 40 - mexeriqueira 19 - eucalipto argentino 41 - pitangueira 20 - jequitibá branco 42 - goiabeira 21 - jurubeba 43 - ateira 22 - palmeira cariota 44 - ingá mirim

65 - laranjaiera 45 - oiti 66 - cajá manga 46 - jequitibá 67 - guapuruvu 47 - paineira rosa 68 - tarumã 48 - mexeriqueira 69 - jucá 49 - mexeriqueira 50 - jacarandá mimoso 70 - ipê amarelo 71 - casca basão 51 - imburana 72 - ipê de jardim 52 - mogno 73 - ipê de jardim 53 - bálsamo 74 - gravioleiro 54 - ateira 75 - piúna 55 - garapa 76 - ipê roxo 56 - mulungu 77 - fícus benjamina 57 - mogno 78 - ipê amarelo 58 - baru 79 - fícus benjamina 59 - imburana 80 - fícus benjamina 60 - calabura 81 - ipê de jardim 61 - juazeiro 62 - jacarandá mimo- 83 - cajá manga soso 84 - ipê branco 63 - mexeriqueira 64 - calabura

LEGENDA

O lado B da w3 69


D I M E N S Ã O

B I O C L I M Á T I C A

Paineira rosa

Ipê amarelo

Oiti

Mulungu

Ipê rosa

D I M E N S Ã O

Jatobá da mata

Palmeira cariota

Juazeiro

Baru

Limoeiro

Amoreira

Fícus Benjamina

Guapuruvu

B I O C L I M Á T I C A

Mexeriqueira

Bálsamo

Ipê de jardim

As imagens ao lado exemplificam algumas espécies de árvores encontradas na praça. Da esquerda para direita, de cima para baixo: Baru - Fonte: Panoramio. Disponível em: < http://www.panoramio.com/photo/38966643>. Ipê amarelo - Fonte: Trekearth. Disponível em: < http://www.trekearth.com/gallery/South_America/Brazil/Southeast/Sao_Paulo/Laranjal_Paulista/photo12088.htm>. Ipê rosa - Fonte: GardenMania. Disponível em: http://gardenmania.com.br/products/sementes-de-ipe-roxo-de-bola-%23-tabebuia-impetiginosa-%23. html < http://gardenmania.com.br/products/sementes-de-ipe-roxo-de-bola-%23-tabebuia-impetiginosa-%23.html>. Oiti - Fonte: Árvores de Oiti. Disponível em: < http://arvoresdeoitis.blogspot.com.br>. Mulungu - Fonte: Caliandra do Cerrado. Disponível em: < http://www.caliandradocerrado.com.br/2010/09/mulungu-arvore-de-coral.html>. Jatobá - Fonte: Sob a sombra das árvores. Disponível em: < https://sobasombradasarvores.wordpress.com/pau-brasil/jatoba-hymenaea-courbaril/>. Aomeira - Fonte: Reticências. Disponível em: < http:// doimeacabeca.blogs.sapo.pt/210374.html>. Palmeira cariota - Fonte: Sementes Caiçara. Disponível em: < https://sementescaicara.bbshop.com.br/palmeira-rabo-de-peixe>. Juazeiro - Fonte: Blogspot. Disponível em:< http://eustaquiotolentinoespinosa.blogspot.com.br/2012/10/533-o-sagrado-juazeiro-do-sertao.html>. Fícus - Fonte: Grownsou. Disponível em: < http://www.growsonyou.com/photo/slideshow/131699-ficus-benjamina-weeping-fig>. Guapuruvu - Fonte: GlobalTree. Disponível em: < http://www.globaltree.com.br/guapuruvu.html>. Ipê de jardim - Fonte: IbFlorestas. Disponível em:< http://ibflorestas.org.br/loja/ipe-de-jardim-tecoma-stans-1-5-a-1-7-metros.html>. Paineira rosa - Fonte: Safari Garden. Disponível em: < http://www.safarigarden.com.br/muda-de-paineira-rosa-ceiba-speciosa>; Limoeiro - Fonte: Pixabay. Disponível em: < https://pixabay.com/en/lemon-tree-citron-fruit-tree-272616/>. Mexeriqueira - Fonte: 500px. Disponível em:< https://500px.com/photo/116962663/farturosa-mexeriqueira-by-cristiane-mendes>. Bálsamo - Fonte: Árvores do Brasil. Disponível em:< http://arvores.brasil.nom.br/new/balsamo/index.htm>.

70 O lado B da w3

O lado B da w3 71


D I M E N S Ã O

E C O N Ô M I C A

A dimensão econômica analisa a superestrutura e infraestrutura, sua produção e utilização. Os custos de superestrutura são relacionados à taxa de ocupação de um edfício, à quantidade de espaços públicos e privados, Já a segunda, condiz com custos de características morfológicas e dos sistemas de esgoto, energético e de comunicações, por exemplo.

D I M E N S Ã O

E C O N Ô M I C A

ESPAÇOS VAZIOS Como observado no mapa abaixo, há muitos espaços vazios na área. Eles possuem muitas potencialidades de uso e ocupação, como a praça da entrequadra (destacada em vermelho), que pode ser um espaço verde de qualidade. Os espaços entre os prédios também podem ser ocupados com elementos paisagísticos, quiosques e

mobiliários urbanos, para melhorar o conforto nesses locais. galeria

4.0

8

12 14.4

7.4

galeria

4.0

galeria

3.0

6.2

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

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6.0

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6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.2 3.0

lotes tipos ec2a: parcelamento do solo: 6mx8m= 48m²

taxa

de

ocupação:

100%

em

pavimentos e subsolo.

todos

os

6.2

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.2

LEGENDA espaços vazios

INFRAESTRUTURA URBANA

TAXA DE OCUPAÇÃO E TIPOS EDILÍCIOS

O sistema de drenagem de águas pluviais da Asa Norte é feito através de bueiros e galerias, essas, responsáveis pelo transporte das águas captadas nas bocas de lobo até os pontos de lançamento.

Todos tipos de edifícios citados devem apresentar, em seu pavimento superior, apenas uma unidade unifamiliar ou um escritório por andar do lote. Apenas nos tipos EC1 que podem apresentar uma unidade de cada lado.

Apesar de se saber que a rede elétrica na Asa Norte é sbterrânea, ainda há equeipamentos na área que se referem à rede elétrica aérea.

O coeficiente de aproveitamento dos lotes varia com a quantidade de pavimentos que há em cada um, pelo fato de muitas vezes cada lote ter uma altura, pois não houve respeito à norma durante a ocupação, que permitia apenas 2 pavimentos para os lotes da SCRLN e 4 pavimentos para o lotes tipo EC4. Desta maneira, a capacidade de ocupção dos lotes já se encontra consolidada, e até excedida, devido à norma de gabarito desrespeitada. que previa antes 2 gabaritos, em altura de 6,90m e depois 8,0m para esses edifícios. Porém, a grande maioria dos esdifícios possui 3 andares ou mais.

O sistema de drenagem é insuficiente, somado à pavimentação impermeável e à inclinação do terreno. Portanto, os poucos bueiros existentes não conseguem drenar a quantidade de água presente na época das chuvas, além de haver uma grande quantidade de lixo e entulhos na área, o que também dificulta a drenagem.

Imagem exemplificando a infraestrutura da “W3 e meia”.. Fonte: Autora.

72 O lado B da w3

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.2

3.0

sobrelojas

comércio/prestação de serviços

Parâmetros da NGB de 1979

30m

Mapa de espaços vazios. Fonte: Autora.

6.0

residências - 1 ou 2 pavimentos - 1 apartamento por andar

sobrelojas comércio/prestação de serviços 20m

6.2

lotes tipo ec1: taxa de ocupação: 100% em todos os parcelamento do solo: 6mx15,4m=92,4m² pavimentos e subsolo

residências - 1 ou 2 pavimentos - 1 apartamento por andar

0 10m

3.0

3.0

Da esquerda para direita, de cima para baixo, a imagem mais acima é a planta de localização dos edifícios tipo EC2A. A segunda imagem é planta da taxa de ocupação e parcelamento do solo do pavimento térreo. Fonte: NGB 86/79. A terceira é a planta da taxa de ocupação dos pavimentos superiores. Fonte: NGB 86/79. A quarta imagem é o corte dos tipos EC2A e EC1, Fonte: NGB 86/79. A última é um exemplo do tipo EC2A. Fonte: Google Earth.

Da esquerda para direita, de cima para baixo, a imagem mais acima é a planta de localização dos edifícios tipo EC1. A segunda imagem é planta da taxa de ocupação e parcelamento do solo do pavimento térreo. Fonte: NGB 86/79. A terceira é a planta da taxa de ocupação dos pavimentos superiores. Fonte: NGB 86/79. A última é um exemplo do tipo EC1. Fonte: Google Earth.

galeria

2.0

lotes tipo ec4: parcelamento do solo: 6mx12m=44,4m² taxa de ocupação: 100% em todos os pavimentos

14.0

10.0

12.0

galeria

2.0 6.2

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.2

6.2

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.0

6.2

2.0

lotes tipo ec2: parcelamento do solo: 6mx14m= 84m²

taxa de ocupação: 100% em todos os pavimentos e subsolo.

residências - 1 ou 2 pavimentos - 1 apartamento por andar sobrelojas comércio/prestação de serviços

Parâmetros da NGB de 1975 Da esquerda para direita, de cima para baixo, a imagem mais acima é a planta de localização dos edifícios tipo EC2. A segunda imagem é planta da taxa de ocupação e parcelamento do solo do pavimento térreo. Fonte: NGB 60/75. A terceira é a planta da taxa de ocupação dos pavimentos superiores. Fonte: NGB 60/75. A quarta imagem é o corte dos tipos EC1, Fonte: NGB 60/75. A última é um exemplo do tipo EC1. Fonte: Google Earth.

6.7

6.5

6.5

6.5

6.5

6.5

6.5

6.7

Parâmetros da NGB de 1995 residências - 4 pavimentos sobrelojas comércio/prestação de serviços Da esquerda para direita, de cima para baixo, a imagem mais acima é a planta de localização dos edifícios tipo EC4. A segunda imagem é planta da taxa de ocupação e parcelamento do solo do pavimento térreo. Fonte: NGB 53/95. A terceira é um corte do tipo EC4. Fonte: NGB 53/95. A última é um exemplo do tipo. Fonte: Google Earth.

O lado B da w3 73


D I M E N S Ã O

E C O N Ô M I C A

D I M E N S Ã O

E C O N Ô M I C A

DRENAGEM DE ÁGUAS PLUVIAIS

715 Norte

Mapa de escoamento de águas pluviais da 715 Norte. Fonte: NOVACAP modificado pela autora.

716 Norte

Mapa de escoamento de águas pluviais da 716 Norte. Fonte: NOVACAP modificado pela autora.

obs:

LEGENDA poço de visita boca de lobo 715 Norte Mapa de escoamento de águas pluviais da 715 e 716 Norte. Fonte: NOVACAP modificado pela autora.

74 O lado B da w3

716 Norte

caixa de ligação

bocas de lobo - estrutura hidráulicas que captam águas superficiais poços de visita - lugares para inspeção dos dutos subterrâneos caixas de ligação - reunem os condutos de ligação ou galerias galerias de águas pluviais - transportam as águas coletadas das bocas de lobo até os pontos de ligação (DEC/UFCG)

galeria de águas pluviais

O lado B da w3 75


D I M E N S Ã O

E X P R E S S I V O

-

S I M B Ó L I C A

D I M E N S Ã O

E X P R E S S I V O

-

S I M B Ó L I C A

A dimensão econômica analisa a superestrutura e infraestrutura, sua produção e utilização. Os custos de superestrutura são relacionados à taxa de ocupação de um edfício, à quantidade de espaços públicos e privados, Já a segunda, condiz com custos de características morfológicas e dos sistemas de esgoto, energético e de comunicações, por exemplo.

LEGENDA

4

cimenta brita

1

asfalto

2

forração vegetal e terra batida Mapa de intervenções e pisos. Fonte: Autora.

3

A “W3 E MEIA” E SEUS ARTISTAS, PAISAGISTAS E ARQUITETOS... Das intervenções levantadas, como observado no mapa ao lado, a mais comum é o jardim. Na praça (ESCALA MAIOR | PRAÇA) da entrequadra 715/716, os moradores plantaram várias mudas de árvores para que os carros não a utilizassem como estacionamento, como acontece na 713/714. Os jardins também são encontrados em um beco e na lateral de alguns edifícios, fato que mostra a necessidade de vegetação e a tentativa de tornar os locais mais agradáveis. A horta comunitária mostra que já há uma certa organização entre a comunidade. Apesar de haver inúmeras fachadas cegas no local, foi encontrada apenas uma expressão artística em forma de grafite. Há algumas fachadas de edifícios que expressam um maior interesse pela arte, como é o caso do café e do ateliê localizados na 716.

76 O lado B da w3

O lado B da w3 77


D I M E N S Ã O 1

E X P R E S S I V O 2

-

S I M B Ó L I C A 5

2

D I M E N S Ã O 5

5

E X P R E S S I V O

-

S I M B Ó L I C A

LETREIROS E FACHADAS Os letreiros são a característica mais marcante das fachadas, sua identidade visual é confusa e mal empregada. Como uma fita de edifícios possui proprietários diferentes, há várias tipologias arquitetônicas e letreiros distintos, o que gera mais poluição visual. Tal qualidade já faz parte da identidade tanto da W3m quanto da “W3 e meia”.

2

3

3

5

4

5

Outro fato que chama atenção ao caminhar pela via é a conservação das fachadas. fato que transmite um ar de descaso em relação aos edifícios e à própria via. Isso faz com que a via não seja esteticamente agradável.

As imagens ao lado exemplificam as fachadas encontradas na área. Fonte: Autora.

A DIVERSIDADE DOS PISOS As imagens dos pisos marcadas pelo número 5 exemplificam a variedade encontrada nas galerias dos edifícios. Como cada prédio é formado por vários lotes de proprietários diferentes, em cada um há o revestimento que se considera mais adequado pelo dono. Foram levantados alguns deles para mostrar a mistura de porcelanatos, cerâmicas e cimentos que há no local. Essa mistura é interessante pois a diferenciação de cada lote pode ser percebida também pelo piso.

As imagens acima exemplificam os pisos encontrados na área de acordo com o mapa de intervenções e pisos. Fonte: Autora.

As áreas abertas mostram como alguns lugares onde deveria haver vegetação, há pavimentação do tipo brita ou terra batida. Fato que interfere no entendimento de que ali deveria ser uma área verde coberta por gramíneas. Assim, o que poderia ser um lugar agradável para se passar, acaba se tornando um lugar para estacionar veículos. Montagem dos letreiros encontrados na área. Fonte: Autora.

78 O lado B da w3

O lado B da w3 79


D I M E N S Ã O

T O P O C E P T I V A

D I M E N S Ã O campo visual lateral esquerdo

campo visual lateral frontal

T O P O C E P T I V A campo visual lateral direito

análise resultante P 1

11

9

10

140 m

150 m

8

90 m

7

50 m

6

83 m

5

94 m

4

100 m

2

3

135 m

97 m

1

preparação para estreitamento

P

90 m alargamento parcial

preparação para estreitamento

alargamento P 2 preparação para estreitamento

P

alargamento

preparação para estreitamento

estreitamento parcial P 3

Mapeamento das estações topoceptivas. Fonte: Google Earth modificado pela autora.

preparação para estreitamento P

A dimensão topoceptiva é relacionada à percepção espacial que a área passa, e depende da articulação entre repetições e variações de elementos e as relações morfológicas. Portanto, para medir a orientabilidade de um lugar, o critério utilizado é o equilíbrio harmônico. Já para analisar sua identificabilidade, deve-se levar em conta a relação a clareza de informações visuais repetidas.

alargamento

O QUE SE SENTE AO ANDAR PELA “W3 E MEIA” Em relação aos elementos topológicos, pelo fato de haver informações visuais repetidas, há um equilíbrio harmônico. O caminho é constituído basicamente por alargamentos e estreitamentos, formando uma característica forte na via. Com isso, a percepção dos efeitos visuais perspectivos são de direcionamento por conta das visuais fechadas (estreitamentos), e também, de conexão entre essas visuais e as morfologias de alargamento.

Essas características somadas à forma linear da via fazem com que o direcionamento seja uma constituinte muito forte. E esse direcionamento combinado com as laterais que se repetem em alargamentos ordenadamente, fazem com que o caminho apresente forte orientablidade.

preparação para estreitamento

estreitamento parcial

campos visuais de alargamento e estreitamento são extremas. Ou seja, a presença de vazios visuais, no primeiro, e forte verticalidade e continuidade, no segundo, tornam claras as diferenças entre os espaços. Os alargamentos citados anteriormente, como observado nas imagens do percurso, são os estacionamentos e a praça, esta forma um alargamento ainda maior.

Há clareza em relação às informações, pois as diferenças entre os

As imagens acima representam os campos visuais. Fonte: Autora.

80 O lado B da w3

O lado B da w3 81


D I M E N S Ã O campo visual lateral esquerdo

T O P O C E P T I V A

campo visual lateral frontal

campo visual lateral direito

D I M E N S Ã O campo visual lateral esquerdo

análise resultante

campo visual lateral frontal

campo visual lateral direito

4

T O P O C E P T I V A

análise resultante

8

alargamento

estreitamento

P

alargamento

preparação para alargamento

alargamento parcial

estreitamento parcial

estreitamento

estreitamento parcial P 9

5

preparação para estreitamento

estreitamento P preparação para estreitamento

alargamento

6

estreitamento

12

estreitamento P

alargamento parcial

estreitamento

alargamento

P

preparação para estreitamento

7

P

alargamento

preparação para estreitamento

11

preparação para estreitamento

alargamento parcial

alargamento

alargamento As imagens ao lado representam os campos visuais. Fonte: Autora.

82 O lado B da w3

alargamento parcial As imagens ao lado representam os campos visuais. Fonte: Autora.

O lado B da w3 83


P A D R Õ E S

D E

P R O J E T O

A partir das análises e do estudo dos padrões de Christopher Alexander e de Liza Andrade, respectivamente em, “A Pattern Language” e “Conexão dos Padrões Espaciais dos Ecossistemas Urbanos”, foram levantados padrões relacionados a cada dimensão, para assim, localiza-los nas escalas referentes ao projeto e em outros fatores existentes na área, como diretrizes para os edifícios e uso do solo.

P A D R Õ E S redução dos automóveis

pedestres, ciclistas e automóveis no mesmo nível

jardins espontâneos

ciclovias e estacionamento de bicletas

caminhos e metas

pequenos recintos de atividades

via de mão única

pavimento permeável

diversificação do comércio

pontos de cruzamento entre calçadas

caminhos e metas

pequenos recintos de atividades

D E mesas nas calçadas

jardins espontâneos

horta comunitária

P R O J E T O

transporte coletivo alternatico

caminhos marcados e coloridos

ruas verdes

LEGENDA dimensão econômica dimensão sociológica dimensão expressivo-simbólica dimensão funcional dimensão bioclimática dimensão topoceptiva Esquema em 3D mapeando os padrões de projeto. Fonte: Autora.

pavimento permeável

vida noturna cinema ao ar livre

locais públicos para sentar

cinema ao ar livre

pontos de encontro públicos - lugares para convivência

quiosques de alimentação plantas trepadeiras

84 O lado B da w3

caminhos sombreados

arte interativa

recuperação da fachada

pontos de encontro públicos - lugares para convivência

sistema de gestão de águas pluviais

quiosques de alimentação

As figuras acima representam os padrões de projeto. Fonte: Autora.

O lado B da w3 85


P A D R Õ E S

D E

P R O J E T O

P A D R Õ E S VIA

pedestres, ciclistas e automóveis no mesmo nível

redução dos automóveis

Na “W3 e meia”, as calçadas das galerias dos edifícios são desniveladas e pouco acssíveis, além da própria via ser bem estreita, por isso, uma boa opção seria aproveitar o espaço da via de carros para os pedestres, ciclistas e skatistas.

Investir em outros usos e infraestrutura que competem com com os automóveis, como aumentar a largura das calçadas, diminuir as áreas de estacionamento, barreiras na via para diminuir a velocidade, fatos que aumentam também a segurança de pedestres e ciclistas.

pavimento permeável

pontos de cruzamento entre calçadas

Pavimentos permeáveis aumentarão a absorção de água pelo solo. Medida essa que combinada com outras de drenagem de águas pluviais ajudarão no quesito de alagamentos e enchentes.

via de mão única

sistema de gestão de águas pluviais

mesas nas calçadas

Criação de obstáculos físicos que protegam os pedestres em relação aos veículos (ANDRADE, 2014).

locais públicos para sentar

86 O lado B da w3

A via de mão única é uma boa opção para diminuir a movimentação dos carros. Outro ponto importante é o fato da “W3 e meia” ser uma via estreita, que mal cabe duas faixas de rolamentos, dessa maneira, ela pode ser mais espaçosa, e segura também, com mais espaços para os pedestres.

Aplicar um sistema de escoamento superficial na via pode ser uma solução sustentável e que ajude ainda a melhorar sua agradabilidade térmica e visual.

Para criar um movimento de pessoas e manter a via “viva”, propõe-se a utilização de mesas nas calçadas, e aproveitar as áreas não usadas.

As calçadas podem ser aproveitadas também como um ponto de encontro e descanso. Portanto, é interessante colocar bancos e jardineiras em locais da calçada em que espaço para tal.

D E

P R O J E T O

PRAÇA ciclovias e estacionamento de bicletas

ruas verdes

Como há um ciclovia nas quadras do SGAN (Setor de Grandes Áreas), ou as quadras 900, deve-se implementar um ciclovia que seja integrada com essa. Pelo fato da via ser uma via local ou de serviço, ela não tem espaço para abrigar um ciclovia, portanto, esta deve ser implantada perto da via de maneira que atenda os ciclistas da área. Ruas impermeáveis destroem o microclima do ambiente e não aproveitam suas potencialidades, como energia solar e dernagem do terreno (ANDRADE, 2014). Assim, jardins de chuva e materiais permeáveis ajudam na drenagem de água pluvial do local.

Reservar um espaço para que as pessoas interajam com a arte.

arte interativa

Na praça podem ser delimitados alguns lugares para que ocorram diferentes atividades.

pequenos recintos de atividades

caminhos sombreados

Esta estratégia consegue, simultaneamente, conformar caminhos e oferecer locais agradáveis (ANDRADE, 2014). A instalação de coberturas em alguns caminhos, beneficiará sua agradabilidade.

vida noturna

caminhos e metas

Os caminhos dos pedestres precisam ser ajustados de acordo com suas necessidades e oferecem suficientes metas intermediárias (ANDRADE, 2014). Por isso, caminhos curtos e naturais são a solução.

Caminhos delimitados e que sejam mais alegres e lúdicos.

quiosques de alimentação

Comércios informais que criam uma integração com a comunidade acabam aumentando a interação social e a segurança na área. Os quiosques são instalações facilmente encontradas nas quadras 700 Norte, eles atendem os pedestres e usuários do local. Valorizar quiosques e food trucks na praça significa incentivar que sempre haja movimentação na área, visto que geralmente, eles ficam abertos durante todo o dia e seguem o fluxo dos pedestres e paradas de ônibus.

caminhos marcados e coloridos

pontos de encontro públicos - lugares para convivência

Criar áreas ao ar livre, delimitadas ou parcialmente fechadas, que sejam próximas de caminhos importantes e que tenham vistas (ANDRADE, 2014).

A movimentação de pedestres na praça pela noite pode ser melhorada com a implantação de mais quiosques de comida. As figuras acima representam os padrões de projeto. Fonte: Autora.

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P A D R Õ E S

D E

P R O J E T O

P A D R Õ E S

cinema ao ar livre

redução dos automóveis

Investir em outros usos e infraestrutura que competem com com os automóveis, como aumentar a largura das calçadas, diminuir as áreas de estacionamento, barreiras na via para diminuir a velocidade, fatos que aumentam também a segurança de pedestres e ciclistas.

pavimento permeável

pontos de cruzamento entre calçadas

Pavimentos permeáveis aumentarão a absorção de água pelo solo. Medida essa que combinada com outras de drenagem de águas pluviais ajudarão no quesito de alagamentos e enchentes.

Criação de obstáculos físicos que protegam os pedestres em relação aos veículos (ANDRADE, 2014).

locais públicos para sentar

Em pontos específicos nos espaços entre os prédios podem ser implantados bancos, juntamente com outros mobiliários urbanos, para que sejam conformados bons lugares para ficar e que pontuem os locais de passagem.

mesas nas calçadas

jardins espontâneos

vida noturna

Nestes espaços, as mesas nas calçadas podem ser utilizadas tanto para comércio quanto para a utilização da comunidade, como feiras e confraternização.

Consiste em permitir que as plantas se selecionem e crescam naturalmente, formando os jardins espontâneos (ANDRADE, 2014). Assim, pensa-se, que como na área há muitos espaços vazios, deve-se conservar as espécies que já se encontram no local.

A movimentação de pedestres na praça pela noite pode ser melhorada com a implantação de mais quiosques de comida.

P R O J E T O

OUTROS

ESCALAS ESPAÇOS PEQUENOS | BECOS, ESTACIONAMENTOS E ESPAÇOS ENTRE OS PRÉDIOS Há diversas fachadas cegas em espaços convexos pequenos na área, essa conformação facilita atividades como esta. Espaços vazios ou poucos utilizados podem ser aproveitados pela comunidade para diversão e cultura.

D E

diversificação do comércio

transporte coletivo alternatico

recuperação da fachada

Uma sugestão para melhorar tanto a movimentação da via e variar as atividades comerciais que existem nela é implementar novas lojas que complementem os serviços existentes.

Utilização de um transporte que tenha um alcance maior e seja mais flexível, assim, ele pode sair da W3 Norte e percorrer a W4 e a W5.

As fachadas, em sua maioria, são degradadas. Portanto, devese recupera-las, mas levando em conta suas características e diferenciais.

Valorizar hortas, jardins e intervenções

horta comunitária

Já existe uma horta comunitária na área, por isso, pretende-se valorizar essa ideia e incentivar mais exemplos como esses.

pequenos recintos de atividades

Distribuir atividades de comércio, alimentação e lazer pela área.

Organizar os letreiros Os letreiros também são importantes elementos visuais da via, portanto, deve-se oraganiza-los de maneira que continuem com sua identidade visual.

plantas trepadeiras

“As razões para usar trepadeiras: transição suave entre o objeto construído e a paisagem natural, em torno das aberturas; cria-se um tipo de luz filtrada, quebrando a rigidez das sombras; aguça os sentidos; contribui para o conforto das ruas.” (ANDRADE, 2014) São propostas para melhorar a insolação em fachadas, além de aumentar a confortabilidade no ambiente e torna-lo mais belo.

Na área, já há algumas intervenções dos usuários no espaço, porém, quanto mais cuidado e interesse, mais hortas e jardins podem surgir. As figuras acima representam os padrões de projeto. Fonte: Autora.

88 O lado B da w3

O lado B da w3 89


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