NasceCME Magazine - 2ª Edição

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Nº2 - agosto - 2017

Mais de um século de empresa dedicados a higiene e desinfecção, com atuação em mais de 85 países assumindo a posição de líder mundial no segmento. Essa é a Anios!


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segunda edição

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CARTA AO LEITOR

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hegamos a 2ª edição da NasceCME Magazine com muita alegria e entusiasmo na certeza de termos alcançado resultados além de nossas expectativas. A revista chegou a todo nosso País e ultrapassou fronteiras! Isso denota que a linguagem universal adotada foi lida e correspondida. Segundo os nossos dados de acesso, o mundo nos leu - e conheceu um pouco mais sobre nós. Essa edição também foi desafiadora à medida que precisávamos manter o alto padrão conseguido com a publicação de estreia. Não queríamos apenas manter o mesmo padrão, mas, sim, surpreender novamente, inovar e avançar, em conteúdo e design. Eu tenho que certeza que vocês irão concordar comigo ao lerem esta edição. Temos como meta, solidificar a marca, ganhar confiança, respeito e credibilidade e tudo isso só é possível com trabalho, muito trabalho sério e respeito pelo outro. Queremos fazer desse veículo uma revista que leve a todos os leitores, leitura agradável, útil e de relevância para agregar conhecimento às práticas de cada um de vocês. Os temas, entrevistas, matérias, relatos e todo conteúdo apresentado nessa edição, vão de encontro aos nossos objetivos de construirmos um serviço de saúde melhor, em especial à CME, que todos nós queremos e que a sociedade brasileira almeja e precisa, sempre pautados no respeito aos valores da pessoa humana e do profissional. A todos os nossos colaboradores e anunciantes que confiaram e contribuíram pela continuidade desse projeto, agradecemos imensamente. E à você leitor, que nos enviou mensagens de carinho e incentivo e ainda compartilhou nossa revista, saiba que fez toda diferença na alavancada que pretendemos dar a esse projeto a partir de agora. Continuem conosco, acreditem no nosso trabalho que é fruto de muita dedicação e de consideração a todos vocês! Boa leitura Ana Miranda | Presidente ana.miranda@nascecme.com.br

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Presidente: Ana Miranda Diretora de Redação: Stella Curzio MTB: 70289/SP stella.curzio@nascecme.com.br Diretor de Arte: Pedro Campos pedro.campos@nascecme.com.br Revisora: Dra. Graciana Coutinho Para anunciar: publicidade@nascecme.com.br Fale com a Redação: Envie suas perguntas, críticas e sugestões de pauta revista@nascecme.com.br

Distribuição gratuita

As opiniões e informações inseridas nesta edição são de exclusiva responsabilidade do(s) autor(es), não refletindo, necessariamente, as opiniões da NasceCME Magazine. Ao prepararem e submeterem o conteúdo à NasceCME Magazine, o(s) mesmo(s) autorizam a sua publicação, abrindo mãos dos direitos autorais.

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MENSAGEM

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ara uma grande meta, um longo percurso ou vários desafios, é preciso ser capaz de liderar, planejar, criar, decidir, superar, em vez de largar tudo e recomeçar. De onde estamos, devemos reiniciar a caminhada e seguir em frente. E é assim que apresento a nossa 2ª edição: sonho que segue! Como é gratificante para mim, poder entrevistar pessoas incríveis, conhecer histórias inspiradoras e aprender com o conteúdo. Da reunião de pauta ao fechamento da revista, me sinto muito feliz em saber que existem profissionais, empresas e leitores que confiam no nosso trabalho e concretizam essa confiança por meio do interesse em serem colaboradores, anunciantes, compartilhando a revista e, especialmente, pelo enorme carinho (e injeção de ânimo!), que recebemos com a edição número 1. Em nome da nossa equipe, “muito obrigada” a todos vocês; os desafios de produzir conteúdo genuíno são compensados com essa retribuição. Pensando em melhorias, nesta 2ª edição, vocês perceberão sutis mudanças em algumas editorias e diagramação. Quanto ao conteúdo, apresentamos entrevistas exclusivas, matérias especiais e lindas fotografias! Com projeto gráfico moderno e priorizando a linguagem didática, nossa intenção é conversar com você leitor, de forma simples, para promover uma melhor atenção e obter um resultado final esclarecedor e substancial, apresentando benefícios voltados para a sua saúde, a dos pacientes e da população em geral. Afinal, conhecimento se adquire e se renova diariamente. E, por ser uma revista digital, o acesso é feito pelo mundo inteiro de forma atemporal. Quando você visualiza o conteúdo pela internet, além da praticidade de acessar pelo seu smartphone, tablet ou computador, você também pode compartilhar por email, publicar nas redes sociais, encaminhar via WhatsApp (e/ou outros aplicativos) e com isso, promovemos juntos, um aspecto mais coletivo do que individual. Você sabia que com a vida social digitalizada, as pessoas nunca leram tanto? Desde 2010, o número de jovens que trocam livros impressos por literatura digital é crescente e, já que tudo ao nosso redor oferece conexão com a internet 24 horas por dia, a prática da leitura digital acaba sendo ativa e interativa. Antes de deixá-los na companhia desta 2ª edição, como não poderia deixar de ser, o meu agradecimento especial continua sendo dele, nosso Diretor de Arte, Pedro Campos, que em tudo o que se dedica a fazer, oferece sempre o melhor - prova disso é a nossa NasceCME Magazine, projeto gráfico criado exclusivamente por ele e trabalhado minuciosamente com total dedicação - e, à nossa dama, Ana Miranda, Presidente e enfermeira que exerce a profissão, transbordando dedicação, respeito e paixão pela CME. Um abraço e boa leitura! Stella Curzio Diretora de Redação MTB 70289/SP stella.curzio@nascecme.com.br


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Foto: Pedro Campos

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N E S TA E D I Ç Ã O (2)

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CAPA COMBATE AO INVISÍVEL Entrevista Exclusiva com Bertrand Letartre, Presidente dos Laboratórios Anios

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14 CME

ENTREVISTA

ESTERILIZAÇÃO PARA BAIXA TEMPERATURA Elena Lorenzo - Matachana

PERGUNTE PARA ANA MIRANDA

CME

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VALIDAÇÃO ASP/Johnson&Johnson

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VISITA À QUINELATO Ana Miranda

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PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO Maria Clara Padoveze

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AUTOCLAVE. RISCO REAL E IMINENTE NO MUNDO DA CME Renzo Loriz Filipi

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AS EVIDÊNCIAS PROFISSIONAIS DE ENFERMEIROS EM CME Winnie Taíse Pena Macedo

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BANALIZAÇÃO DO CONCEITO DE ESTERILIZAÇÃO Aguida Cassola

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DETERGENTE ENZIMÁTICO: USO HOSPITALAR Adauto De Almeida Junior

SAÚDE

ENERGIA VITAL Luiz Carlos Demattê Filho - Korin

SAIBA MAIS

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TERCEIRIZAÇÃO. SOLUÇÃO OU PROBLEMA? Denise Grun

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ARTE E SAÚDE Francisco Folco

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CÍRIO DE NAZARÉ - UMA PROCISSÃO DE FÉ POR BELÉM DO PARÁ Luiz Cesar Silva dos Santos

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FALANDO DE PLANO DE SAUDE Margareth Cardozo

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CENTRO TERAPÊUTICO INTEGRADO À NATUREZA FLOR&SER Luiz Alian Cantoni

COMPORTAMENTO

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CISA E A CONQUISTA DA ISO 14001 Alice Gonçalves

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A MÍDIA E AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS Alva Helena

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O QUE FAZER SENÃO CONTINUAR SONHANDO? Aniete Goes

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A SOLTURA DA PRÓTESE DE QUADRIL Felipe Takatsu e Rodrigo Guimarães

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DEPRESSÃO NA VIDA SENESCENTE Rejane Paganini

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PROCESSAMENTO DE INSTRUMENTAL ROBÓTICO Cecília Ângelo

COMO A ACUPUNTURA PODE AJUDAR EM TEMPOS DE CRISE? Silvio Paganini

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A TECNOLOGIA A SERVIÇO DO TRATAMENTO DO DIABETES Sandro Rodrigues

TECNOLOGIA

Imagens: Bertrand Letartre/Foto: Pedro Campos (1), Matachana/Divulgação (2), Korin Agropecuária/Foto: Adriano Gambarini (3)

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N E S TA E D I Ç Ã O (4)

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CME

COMPORTAMENTO

ABORDAGEM DOS FATORES HUMANOS NA ÁREA DO REPROCESSAMENTO DE MATERIAIS Mara Machado - IQG

COMPLICAÇÕES APÓS CIRURGIA DE COLECISTECTOMIA POR VIDEOLAPAROSCOPIA Adriana Martin

INFLUENCIADORES NINGUÉM É CORRUPTO POR ACIDENTE Francisco Balestrin - Anahp

ENTREVISTA

REFLEXÃO

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RESTAURANDO VIDAS Kátia Fernanda Schaedler - Medicon

INSTITUIÇÃO EM FOCO Imagens: Mara Machado/Foto: Pedro Campos (4), Depositphotos (5), Francisco Balestrin/Divulgação (6)

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O BEM FAZENDO HISTÓRIA ABM

VITRINE

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SELEÇÃO DE FILMES E TÍTULOS PARA LEITURA

COLUNISTAS

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Anacris Mancussi - APAIXONE-SE POR CUIDAR DE VOCÊ. Jeanine W. Adami - CRISE OU OPORTUNIDADE? Sarah Fernandes - ADOLESCENTES E DIABETES Suzy Altran - O PROFISSIONAL DA SAÚDE FRENTE ÀS CONDIÇÕES INSALUBRES

O QUE A VIDA ME ENSINOU

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A FÉ E A FORÇA DE VONTADE MO PROCESSO DE CURA Murilo Lemos

EU JULGO, TU JULGAS, A GENTE SE QUESTIONA Stella Curzio

VERSOS TÃO SINGELOS

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CARTAS

com avidez e a cada matéria, um cenário de aprendizado que encanta e enriquece. O bom de tudo é saber que ela estará ali: https://issuu.com/nascecme, basta um click! Sólida, clara, atemporal. Era o que nos faltava! Agora a temos sob a visão escrupulosa da Enfermeira Ana Miranda e o talento irretocável de Stella e Pedro. Parabéns pela iniciativa brilhante! - Teresinha Neide de Oliveira, Enfermeira

Para mim, esta revista é um “Mestre Construtivo."Em matérias facilitadoras, semeia importantes informações específicas em sua área de atuação, sem, entretanto, deixar de complementar com outros que fazem parte do nosso cotidiano. Parabéns e Sucesso! - Paulette Bitar, Instrumentadora Cirúrgica Como foi gratificante ler essa revista, um produto nacional realizado com carinho e qualidade! Parabéns aos criadores da NasceCME Magazine.Adorei a matéria sobre o uso de dispositivos de desafio de processo (PCDs) no monitoramento de processo de esterilização a vapor saturado, foi muito objetiva e esclarecedora. Espero que em breve estejamos lendo muitas edições. Sucesso sempre, Ana Miranda! - Elaine Vasconcelos, Enfermeira Eis que nasce uma revista digital para agregar valor à CME. Passo as páginas NASCECME MAGAZINE | agosto 2017

NasceCME Magazine ha permitido acercar temáticas actuales relacionadas con las tecnologías de la salud de una manera sencilla y elegante, lo que hace que sus contenidos sean de elevado interés tanto para los profesionales sanitarios como para los propios usuarios/ pacientes. Su estilo, limpio y aséptico, con un cuidado diseño, facilita su lectura e incita a la reflexión. La empresa Matachana está muy orgullosa de haber participado en la primera edición de esta revista para compartir nuestro conocimiento sobre CME con todos sus lectores. Desde España, les deseamos mucho éxito y estamos ansiosos de que en breve se pueda publicar las otras ediciones para dar continuidad a esta gran labor didáctica iniciada. NasceCME Magazine permitiu trazer questões atuais relacionadas com as tecnologias de saúde de uma forma simples e elegante, o que faz com que os conteúdos sejam de grande interesse tanto para os profissionais de saúde quanto aos próprios usuários/ pacientes. Seu estilo, limpo e asséptico, com um design elegante, facilita a leitura e estimula a reflexão. A empresa Matachana está muito orgulhosa de ter participado da 1 ª edição desta revista


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para compartilhar o nosso conhecimento sobre CME com todos os leitores. Da Espanha, desejamos-lhe muito sucesso e esperamos que em breve, possam ser publicados as outras edições para dar continuidade a este grande trabalho educativo iniciado. - Elena Lorenzo, Infection Control Manager, Matachana Group Parabéns pela 1ª edição! Luxosa em todos os sentidos, densa, abrangente e excelente para "navegar". Finalmente temos uma revista proporcional a importância do mercado brasileiro e a altura de nossos talentosos profissionais. Abraços e muito sucesso! - Juarez Py de Freitas, Diretor da Planitade Meus Deus! Encantada com o que vi e o que li! Uma diversidade em forma de arte! Livre e totalmente sustentável! O conhecimento na palma das nossas mãos! Assim surge a revista NasceCME Magazine, com uma proposta inovadora e também motivadora. Permite um novo olhar, que vai na direção de um conhecimento moderno e tecnológico, sem, no entanto, nos deixar desvincular da essência pura do exercício de nossas práticas diárias. Um trabalho primorosamente desenvolvido para nos presentear!

muito instigante. Acabo de participar do Fórum Latino Americano de Prevenção de Infecção onde sua palestra sobre Consciência Ética traduz todo o trabalho desenvolvido nas suas edições. A participação de profissionais de diversas regiões que permeiam as suas reportagens, nos motiva e impulsiona ao resultado maior que é garantir a qualidade e segurança aos nossos processos com foco na segurança do paciente. Parabéns pelo belíssimo trabalho e por proporcionar a inclusão de tantos enfermeiros cariocas e de todo o nosso Brasil. Temos muito a compartilhar! Que possamos cada vez mais divulgar boas práticas ainda anônimas neste nosso Brasil. Sempre divulgando a revista. Sucesso para as próximas edições! Um beijo grande - Sandra Marcia, Enfermeira do Hospital São Vicente do Rio de Janeiro

- Fabiola Queiroz, Enfermeira Acredito na troca de saberes, sem exclusões. Apoio totalmente a revista por representar um trabalho sério e complexo de uma maneira interativa e NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


imagem: Depositphotos


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PERGUNTE PARA

ANA MIRANDA

Olá Ana! Temos recebido muita informação sobre indicador biológico (IB) para monitoramento da esterilização à baixa temperatura por PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO, e isto tem gerado muita confusão. Como poderei fazer uma avaliação dessa nova tecnologia para futura incorporação? Quais são as evidências para que a tomada de decisão seja com forte sustentação e não baseada em opinião de especialistas? Maria Etelvina Gonçalves de Macedo França - Enfermeira Coordenadora da CME da Santa Casa de Presidente Prudente.

Prezada Maria Etelvina, tenho acompanhando esse movimento em torno dessas novas tecnologias apresentadas ao mercado. Sobre IB para a tecnologia Peróxido de Hidrogênio, seguem algumas contribuições para aquisição consistente. A base é a NBR ISO 11138-1 Esterilização de produtos para saúde- Indicadores biológicos Parte1: Requisitos Gerais. Essa norma estabelece os requisitos gerais para produção, rotulagem, métodos de ensaio e características de desempenho dos indicadores biológicos, incluindo carreadores inoculados e suspensões, e os seus componentes, a serem utilizados na validação e na monitorização de rotina dos processos de esterilização. Essa Parte da NBR ISO 11138 especifica os requisitos básicos e comuns que são aplicáveis a todas as partes subsequentes da NBRISO 11138. Requisitos para indicadores biológicos para determinados processos especificados são fornecidos nas partes subsequentes da NBRISO 11138. Se não houver especificação nas partes subsequentes, esta Parte se aplica. Em resumo, como ainda não existe NBR ISO sobre IB para peróxido de hidrogênio todo fabricante de indicador biológico para peróxido de hidrogênio deve seguir o estabelecido na NBR ISO 11138 Parte1. Após esse preâmbulo fundamental, me parece mais clara

a argumentação de que o fabricante da tecnologia à baixa temperatura por peróxido de hidrogênio é quem detém o conhecimento para projetar e produzir o respectivo indicador biológico, pois domina os nuances da tecnologia. Nesse sentido siga as orientações do fabricante do esterilizador à baixa temperatura por peróxido de hidrogênio com relação a escolha do IB, desde que este também atenda esta NBR ISO 11138-1. Outra questão importante diz respeito ao FDA (Food and Drug Administration ), não basta apenas que o IB apresente liberação do FDA para comercialização, há necessidade desse IB também atender a norma técnica e as exigências regulatórias do país de origem. É importante também que o IB atenda a NBR ISO 11138-1 quanto a: Determinação da resistência (VALOR D). Esse valor D deve ser obtido através de testes realizados em resistômetro pertinente. O resistômetro também conhecido como BIER VESSEL (Biological Indicator Evolution Resistometers), é um equipamento de teste controlado e atende a norma específica EN ISO 18472 Sterilization of health care products Biological and chemical indicators -Test equipment.Avalie se no Certificado de Performance que acompanha cada caixa do IB consta

a informação impressa que os dados de performance/desempenho foram obtidos através do BIER, caso não conste essa informação, considere que este produto não atende a norma técnica e desta forma há grande possibilidade de apresentar dados inconsistentes, o que compromete o resultado do IB e a segurança no uso deste produto. Por fim, recomendo que antes de fazer a aquisição, questione o fabricante do IB se atende a NBRISO 11138-1 que estabelece que o desempenho das características de SOBREVIVÊNCIA –MORTE que deve ser determinado em um resistômetro. Agradeço a oportunidade de abordar mesmo que suscintamente esse tema de enorme relevância para os líderes da CME. Faça a diferença na busca incessante pela segurança do paciente!!! Seja um profissional responsável e ofereça serviços e produtos seguros aos usuários das unidades de saúde. Continue buscando pautar sua prática em evidências consistentes. Deste modo você estará respeitando os valores da pessoa humana, e implementado na sua prática diária o conceito "Sterile Conscience'. Um abraço

Ana Miranda Envie sua pergunta para: ana.miranda@nascecme.com.br NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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CME

Mariana Scaboro

Validação

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m plano de validação é composto de várias etapas regulatórias. Estas etapas têm como objetivo principal a sistematização das responsabilidades e atividades que compõem a manufatura de um bem, por uma indústria. Classicamente, um processo de validação de equipamentos e instrumentos hospitalares precisa percorrer todos os padrões estabelecidos pelo fabricante quanto à sua operação e desempenho. Estas especificações básicas para a instalação e correto funcionamento – e que são determinadas pelo fabricante – devem ser passíveis de controle. Costumeiramente estes controles das etapas são denominados de IQ , OQ e PQ (respectivamente: qualificação da instalação, qualificação operacional e qualificação performance/desempenho). Estas etapas representam um elo vital dentro da cadeia de qualidade.¹,² Para tanto, protocolos internos de qualificação de instalação e operacional devem ser desenvolvidos pelo fabricante dos equipamentos de esterilização, baseados na ISO 14937 (2000) - ”Sterilization of health care products – General requirements for characterization of a sterilizing agent and the development, validation and routine control of a sterilization process for medical devices”. No ambiente hospitalar, o processo

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de entrega e qualificação de um equipamento de esterilização também preconiza a realização das 3 etapas, acima descritas.¹ No momento da realização da etapa de qualificação operacional (OQ ), para equipamentos de esterilização em baixa temperatura por peróxido de hidrogênio, devem ser seguidos protocolos estabelecidos pelo fabricante dos equipamentos de esterilização, onde se determina o uso de insumos validados pelo fabricante durante o procedimento. Isto ocorre, pois a introdução de uma variável não controlada (insumos) pode não garantir um nível de segurança de esterilização (S.A.L.) de 10-⁶ aos artigos esterilizados no referido esterilizador. Sabemos que um processo de esterilização é composto de diversos passos, iniciados com a limpeza e secagem dos dispositivos médicos, passando pelo empacotamento, esterilização propriamente dita, distribuição e armazenagem destes artigos a serem utilizados, além da manutenção em dia dos equipamentos de esterilização e de suas etapas de qualificação. Se um destes passos for inadequado, todo o resultado pode estar comprometido.³


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Referências Bibliográficas 1. ISO 14937, ”Sterilization of health care products – General requirements for characterization of a sterilizing agent and the development, validation and routine control of a sterilization process for medical devices, 18-19, 2000. 2. Resolução - RDC 15, 2012, Seção III, Artigo 4º, XXII, XXIII, XXIV 3. Práticas Recomendadas SOBECC, 190-194, 265-268, 281283

©Johnson & Johnson do Brasil Indústria e Comércio de Produtos para Saúde Ltda., 2017. Johnson & Johnson Medical Brasil, uma divisão de Johnson & Johnson do Brasil Indústria e Comércio de Produtos para Saúde Ltda.Av. Presidente Juscelino Kubitscheck, 2041 Complexo JK - Bloco B, São Paulo/SP, CEP 04543-011 078185-170808

CONFIANÇA em ESTERILIDADE A diferença entre suposição e garantia1,2,3 O respaldo do processamento ocorre com: (1) Validação do dispositivo médico no esterilizador1; (2) Equipamento validado e qualificado2; (3) Monitoramento com insumos validados e não apenas compatíveis3. EN ISO 17664 - Fabricantes de dispositivos médicos são obrigados a fornecer ao usuário instruções de processamento apropriadas. Mais de 20.000 endossos de fabricantes de dispositivos médicos que atendem os requisitos de esterilização na tecnologia STERRAD®. Disponível em www.sterradsterilityguide.com 1

ISO 14997 - De acordo do estabelecimento de saúde com o fabricante do esterilizador para a qualificação da instalação e qualificação operacional, conforme procedimentos documentados. Qualificação de desempenho de responsabilidade do estabelecimento de saúde.

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AAMI ST58 Seção 9.5 - A instituição deve usar indicadores (químicos e biológicos) recomendados pelo fabricante do esterilizador ou substancialmente equivalentes, e estes devem ser usados de acordo com as instruções de uso do fabricante do indicador.

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076776-170721 Johnson & Johnson Medical Brasil, uma divisão de Johnson & Johnson do Brasil Indústria e Comércio de Produtos para Saúde Ltda. Av. Presidente Juscelino Kubitscheck, 2041 Complexo JK - Bloco B, São Paulo/SP, CEP 04543-011 Responsável técnico: Nancy Mesas do Rio– CRF-SP nº 10.965. ©Johnson & Johnson do Brasil Indústria e Comércio de Produtos para Saúde Ltda., 2017 Registro ANVISA 10132590628 - Sistema de Esterilização por Plasma de Peróxido de Hidrogênio STERRAD

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COMPORTAMENTO

Gilson Jorge Teixeira Ramos

A Cisa e a conquista da ISO 14001 CERTIFICAÇÃO GARANTE BOAS PRÁTICAS VOLTADAS AO MEIO AMBIENTE POR MEIO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

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Cisa conquistou a Certificação na Norma NBR ISO 14001:2015 – Sistema de Gestão Ambiental - em maio deste ano. Essa conquista é o fechamento de um ciclo para a empresa, visto que a cultura da sustentabilidade permeia as suas ações. Como exemplos dessa cultura, temos a Autoclave Aquazero, que utiliza uma bomba a vácuo seco, ou seja, não utiliza água para o processo de vácuo. Através dessa tecnologia, quase 300 milhões de litros de água já foram economizados pelos hospitais que têm a Aquazero. Outro exemplo é a Estação de Tratamento de Resíduos Hospitalares, que trata o resíduo contaminado, transformando-o em resíduo comum. Esse sistema recebeu o selo de Patente Verde do INPI porque durante o processo de descontaminação do lixo o sistema libera vapor d’água esterilizado para o meio ambiente, ou seja, não há impacto ambiental! Nas ações do dia a dia, a Cisa também procura disseminar e incentivar atitudes sustentáveis. Para tanto, um grupo de funcionários criou, voluntariamente, o

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Programa Cisa Eco, e implementa ações visando redução de energia e água, economia de papel e gestão de resíduos. Dentro deste contexto, o caminho natural para a empresa seria obter, além das Certificações já existentes – NBR ISO 9001:2008 (Sistema de Gestão da Qualidade), NBR ISO 13485:2004 (Sistema de Gestão da Qualidade para Dispositivos Médicos), DIRETIVA EUROPEIA 2014/68/EU (Certificação da Fabricação de Aparelhos de Pressão, Autoclaves e Geradores de Vapor) e BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (RDC 16:2013 da ANVISA) – a Certificação na NBR ISO 14001:2015! Trabalho desafiador. Equipe comprometida. O trabalho, a princípio simples para uma empresa que já possui Sistemas de Gestão da Qualidade e Boas Práticas de Fabricação implementados, mostrou-se desafiador, visto que essa Certificação é distinta das outras em alguns aspectos específicos: Levantamento e Gestão de Produtos Químicos; Atendimento a Requisitos Legais em

Gilson Jorge Teixeira Ramos Diretor Superintendente da Cisa


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todos os níveis: municipal, estadual e federal; e Gestão de prestadores de serviços devido a corresponsabilidade pelas questões ambientais conforme a legislação estabelecida atualmente no Brasil, dentre outros itens. Mesmo assim, com o comprometimento de todos os funcionários e o apoio de toda a Diretoria, as atividades para o atendimento aos requisitos da Certificação foram implementadas. O processo, claramente, é contínuo a exemplo dos outros Sistemas de Gestão e contínuas também são as melhorias resultantes da ISO. É a nossa Missão sendo colocada em prática também sob o viés da sustentabilidade: “Atuar na preservação da vida, através do desenvolvimento e da comercialização de soluções para o cuidado com a saúde”.

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CME

Ana Miranda

Visita à Quinelato

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empresa Quinelato, é umas das maiores fabricantes de instrumentos cirúrgicos e também a mais conceituada em nível nacional. Empresa de origem familiar, fundada em 1943 por Emílio Quinelato e seus quatro filhos (Angelino, Bernardino, Luiz e Olímpio), vem ao longo de sua trajetória mantendo-se no mercado fiel aos seus princípios norteadores, como a ética e o compromisso com a qualidade. O conhecimento e o comprometimento sempre estiveram presentes nas atividades da Quinelato, desde seus fundadores até o chão de fábrica. A história dessa empresa é muito interessante e permanece viva ao longo da uma linha do tempo, estampada e preservada em local exclusivamente dedicado a este fim.

Linha do tempo Quinelato - de 1943 à atualidade. Imagem:Quinelato/Divulgação NASCECME MAGAZINE | agosto 2017

A TECNOLOGIA A SERVIÇO DA SAÚDE A Quinelato dispõe de um mix bastante amplo de produtos. Entre as especialidades que atende estão as Cirurgia Convencional, Cardiovascular e Minimamente Invasiva, a Odontologia e os Sistemas Mediflex de Afastadores. Como curiosidade, destaco a evolução das tecnologias aplicadas ao desenvolvimento de projetos nesta área. Atualmente, os projetos computadorizados e desenvolvidos em 3D são uma realidade na Quinelato, como parte integrante dos demais sistemas de automação. Porém, num passado não muito distante (e de acordo com a velocidade típica da internet e da tecnologia), os desenhistas se valiam dos tradicionais instrumentos


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de desenho, como prancheta, régua, lápis e papel. Tive a oportunidade de acompanhar os detalhes do projeto de uma pinça, desenvolvido pelo engenheiro de design. E também manuseei um afastador de Finochietto, reproduzido por impressão em 3D com detalhes de funcionalidade preservada; uma vez mais, a tecnologia é utilizada a serviço do segmento saúde. De olho neste avanço tecnológico, a Quinelato investe em novos projetos e desenvolvimento, bem como na aquisição de equipamentos de ponta para agilização de todo o processo produtivo. Cada projeto de instrumento cirúrgico segue normas e padrões específicos, objetivando evitar não conformidades ou retrabalho e, por conseguinte, oferecer ao mercado consumidor garantia de produtos com qualidade. O aço inoxidável adquirido para fabricação dos instrumentos cirúrgicos é entregue juntamente com um certificado de qualidade, atestando a conformidade do mesmo com as especificações técnicas requeridas. A Quinelato ainda realiza uma recertificação da mercadoria submetendo amostras do produto entregue a ensaios em laboratórios credenciados. A matéria prima é apresentada em barras, que serão cortadas de acordo com o tipo de instrumento a ser fabricado.

O controle inicia-se já na entrega da matéria prima, onde se realiza a conferência de itens como: fornecedor, preço, lote, data de liberação do lote, quantidade em (KG), diâmetro da bitola, especificação do aço (ex.: AISI 420 BC), corrida e código. Todo esse controle é de fundamental importância para confiabilidade e resposta do sistema de rastreabilidade adotado na empresa. A ordem de produção acompanha todas as etapas da produção para posterior arquivamento no final do processo produtivo. Todo produto, nas diversas etapas de produção, está sob rígido gerenciamento da qualidade. Foi interessante observar que 1000g de aço inoxidável custa em média R$ 13,50. Com este 1000g de aço inox são produzidos, por exemplo, 10 hastes de tesoura de Dietrich (5 hastes lado direito e 5 hastes lado esquerdo). Consome-se 300 gramas de aço para produção das 10 hastes e os 700 gramas restantes são desprezados como rebarba.

A QUINELATO E O MEIO AMBIENTE Apesar de estas rebarbas não serem reaproveitadas no processo produtivo do instrumento cirúrgico, vale aqui ressaltar que elas são recicladas como parte das ações da Quinelato para diminuir o impacto ambiental gerado a partir de sua produção.

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Ao observarmos todo este processo, nos vêm à mente as seguintes questões: “Estamos tratando o instrumento cirúrgico com o devido cuidado? Você conhece o empenho e esforço humano despendido em cada instrumento cirúrgico que recebe?” Pare e pense sobre isso! Ainda sobre os cuidados com o meio-ambiente, a Quinelato também adota outras ações de preservação, como o tratamento e o reaproveitamento de resíduos (óleos, ácidos,etc) decorrentes dos processos de fabricação. Aliás, é quase impossível passar imune à contemplação da enorme área verde que faz parte do terreno da empresa: são mais de 20 mil m² muito bem cuidados, com árvores frutíferas e floridas, remetendo a um ambiente bucólico.

ESTADO DA ARTE Mediante o atendimento aos requisitos, libera-se o item para produção. A barra de aço é cortada na medida proporcional ao instrumento, colocada no respectivo molde e aquecida a 1000°C para forjamento (transformação à quente). E aqui começa o que poderíamos chamar de estado da arte, pois todas as tarefas dependem da perfeita harmonia entre os operacionais. Trabalho em equipe na mais absoluta essência do termo! Apenas um deslize e o operador poderá se acidentar ou provocar sério acidente junto ao colega. Afinal de contas, trabalham com fornos com temperaturas acima de 1100°C. O trabalho é praticamente todo manual. A temperatura estabelecida (1000°C) não deve ser ultrapassada sob pena de ocorrer quebras no instrumento acabado. O aquecimento se dá por gás GLP, energia limpa e sem resíduos. Mais uma vez, a preocupação com o meio ambiente se vê presente! O forjamento permite a maleabilidade do instrumento conseguida pelo alto NASCECME MAGAZINE | agosto 2017

Projeto - suporte da válvula móvel afastador balfour QG.825. Imagem: Quinelato/Divulgação

Projeto - Montagem do Afastador em Detalhes. Imagem: Quinelato/Divulgação


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Instrumentais. Imagem: Quinelato/Divulgação

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(de cima para baixo) Mockup 3D - Finochietto; Finochietto Quinelato. Instrumental Quinelato Imagens: Quinelato/Divulgação

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nível térmico que dissolve os compostos de cromo-carbono, distribuindo-se uniformemente no aço. O teor de cromo aumenta a resistência à corrosão. Após o processo de tratamento térmico, o instrumento é submetido ao processo de recozimento a 800°C por até 36n horas em forno específico. Esta etapa do processo tem por finalidade reduzir as tensões presente no instrumento. Como resultado obtém-se instrumentos com tensões internas aliviadas, mais elásticos e menos propensos a fraturas. O tratamento térmico apropriado pode ser verificado por meio dos valores de dureza de cada lote do instrumento cirúrgico fabricado. O processo de fabricação é realizado em lote, não existe produção em série, nem tão pouco mistura de lotes diferentes de aço inoxidável por pedido. A mistura favorece a perda do processo de rastreabilidade gerado na empresa. As etapas, conforme já mencionei, são submetidas às inspeções e testes constantes.

FOSCO OU BRILHANTE? Ao término das demais etapas de montagem do instrumento cirúrgico, o item recebe o acabamento final. Alguns clientes optam pelo aço inoxidável de acabamento fosco, que diminui os reflexos de luz e outros preferem o acabamento do aço inoxidável brilhante, tradicional.

O acabamento brilhante confere maior resistência à corrosão se comparado ao acabamento fosco. Mas algumas equipes cirúrgicas optam pelo acabamento fosco para evitar o efeito de irritação ocular em função do brilho refletido no campo cirúrgico na superfície do instrumento. Por todas as etapas que o instrumento percorre no processo de fabricação realiza-se a verificação individual, seguindo padrões pré-estabelecidos. Os testes são devidamente documentados e arquivados.

UMA MARCA DE QUALIDADE Apenas os instrumentos que passaram pela avaliação final serão encaminhados para marcação, embalagem e armazenamento. A marca Quinelato é, então, estampada a laser, uma a uma em cada produto, sem qualquer dano à superfície do instrumento. Essa marca confere qualidade a cada instrumento, que será encaminhado para embalagem, rotulagem e armazenamento para posterior distribuição.

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CME

Mara M. Machado

A abordagem dos fatores humanos na área de reprocessamento de materiais nos serviços de saúde

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reprocessamento de materiais na saúde não é novo. Começou durante as dec. 60 e 70, quando os hospitais começaram a esterilizar e reutilizar dispositivos médicos. O reprocessamento sempre foi parte do ciclo de vida dos dispositivos de saúde, tanto nas economias desenvolvidas como nas economias em desenvolvimento no mundo. Embora tenha se transformado em um processo importante, econômico e sofisticado nas economias desenvolvidas, desde a recessão econômica, o processo prevalece em países como a Índia, a China e o Brasil de forma insegura. O reprocessamento nos países em desenvolvimento tem como objetivo puramente reduzir custos, o que muitas vezes compromete a segurança do paciente. Nos EUA e na Europa, é uma ciência sistemática regulada pelo Food

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and Drug Administration (FDA), que promete diminuir os gastos de saúde no longo prazo. A questão é, porque os hospitais brasileiros investem pouco neste processo? A resposta reside em mal-entendidos sobre a integridade e a segurança de dispositivos médicos após o reprocessamento. O que muitos profissionais de saúde não conhecem é quão minucioso, minuciosamente preciso e rigorosamente monitorado é um processo de reprocessamento bem-sucedido. O que falta é investimento na aplicação da disciplina Fatores Humanos. Esta, está relacionada com o descobrimento e abordagem de áreas de incompatibilidade entre as pessoas, as ferramentas com as quais eles trabalham e o sistema organizacional.

DRA. MARA M. MACHADO é Chief Knowledge Officer da maior instituição acreditadora em saúde do país, o IQG e da Accreditation Canada no Brasil. Responsável Técnica do Programa Brasileiro de Segurança do Paciente - PBSP. Acadêmica - Membro da Academia Brasileira de Qualidade - ABQ


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Mara Machado, Chief Knowledge Officer - IQG | Foto: Pedro Campos

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Os Fatores Humanos se concentram em melhorar as tecnologias e os sistemas para funcionar otimamente para as pessoas, em vez de tentar mudar a forma como as pessoas se comportam. Os objetivos desta disciplina no ambiente do setor saúde são: • • • • •

Melhorar a segurança do paciente; Melhorar a eficiência; Melhorar a adoção da tecnologia; Melhorar a experiência do paciente; E reduzir os recursos utilizados para a formação dos profissionais.

O que falta nos serviços de saúde são diretrizes científicas para o reprocessamento e a fiscalização dos órgãos competentes. O reprocessamento é necessário para reduzir os custos da saúde, mas precisa ser regulado de perto para que seja seguro e forneça valor. A metodologia Qmentum Internacional estabelece critérios de avaliação rígidos para esta unidade. Acompanha as diretrizes cientificas para garantia da qualidade e da segurança. Apresento um padrão da metodologia.

BOAS PRÁTICAS

Efetividade

4.0 A equipe segue políticas, procedimentos e as instruções dos fabricantes para o reprocessamento. 4.1 A organização estabelece e segue políticas internas que abordam a gestão da unidade, a equipe, todos os aspectos do processo de esterilização, a segurança, o controle de infecção e o controle da qualidade.

DIRETRIZES As políticas incluem as responsabilidades da administração e dos colaboradores; as qualificações da equipe, incluindo treinamento, educação e avaliação das competências; a prevenNASCECME MAGAZINE | agosto 2017

ção e controle de infecção; o estabelecimento e manutenção de políticas e procedimentos; a saúde e segurança dos colaboradores; exigências para as empresas externas. Também abordam a garantia contínua da qualidade, incluindo controles para garantir que os equipamentos e artigos estejam funcionais e estéreis antes de serem liberados para área de esterilização; procedimentos para retirada de uso; avaliação e compra de equipamentos de reprocessamento; e planos de contingência e back-up para estoques e escassez temporária.


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CME

Maria Clara Padovese

Prevenção e controle de infecção relacionada a assistência a saúde: a importância de manter-se atualizado

INFECÇÕES RELACIONADAS A ASSISTÊNCIA A SAÚDE E SEU IMPACTO É crescente a preocupação no mundo a provisão de uma assistência à saúde que seja cada vez mais segura, com foco nas ações para o alcance deste objetivo (1, 2). Neste sentido, prevenir eventos adversos relacionados a esta assistência é uma meta para a atenção de qualidade. Entre os eventos adversos mais comuns, são reconhecidas as Infecções Relacionadas a Assistência a Saúde (IRAS), que são causa importante de complicações da atenção a saúde. As IRAS são consideradas um problema de saúde em todo o mundo, mas especialmente em países em desenvolvimento, nos quais as suas taxas são aumentadas em comparação aos países desenvolvidos(3, 4).

DRA. MARIA CLARA PADOVEZE Enfermeira. Professora Doutora do Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva, Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo

O foco da atenção para os Programas de Prevenção e Controle de IRAS aumentou de maneira destacada após as ocorrências dos últimos episódios pandêmicos e epidêmicos envolvendo o vírus da influenza, o coronavirus do Oriente Médio (Mers-Cov) e o vírus Ebola (5, 6). A partir destes episódios, a Organização Mundial de Saúde intensificou as suas ações de produção de recomen-

dações técnicas, em especial aquelas dirigidas a construir capacidades nos países-membros para responder adequadamente aos agravos com alto potencial de disseminação(7). O Brasil, por suas características, possui uma série de desafios a serem enfrentados para estabelecer competências plenas para a prevenção e controle de IRAS(8). Muitos hospitais ainda não possuem a estrutura e processos em conformidade com os requisitos para a prevenção(9) e em média, a cada 100 pacientes admitidos pelo menos 10 irão adquirir uma infecção em decorrência da assistência prestada(10). EDUCAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS PARA A PREVENÇÃO DE IRAS: UMA AÇÃO NECESSÁRIA Sem dúvida, a educação dos profissionais desde a sua formação é fundamental, começando pelos princípios de biossegurança, passando por todas as medidas de prevenção na assistência primária, secundária e terciária até o reconhecimento de medidas visando a prevenir a disseminação de agentes resistentes aos antimicrobianos. NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Mas a educação formativa não é suficiente. Os profissionais devem se atualizar constantemente, buscando leituras de artigos publicados em periódicos, livros, cursos de atualização e congressos onde são apresentados as inovações na área. Isto porque a ciência da saúde é muito dinâmica e apresenta sempre novos desafios que requerem novos aprendizados. Para apoiar os profissionais surgem neste cenário, as associações, como a APECIH (Associação Paulista de Epidemiologia e Controle de Infecção Relacionada a Assistência a Saúde) cumprem um papel importante. Em 2017, a APECIH comemora 30 anos de sua fundação, realizando cursos, produzindo publicações com sínteses do conhecimento em prevenção de IRAS, promovendo debates e apoiando os órgãos governamentais por meio de contribuição de seus especialistas. A APECIH irá comemorar esta importante data sediando o 17th Congress of International Federation of Infection Control (IFIC) será realizado em São Paulo, Brazil em setembro de 2017. Trata-se de uma oportunidade única para debater com profissionais renomados de diversos países e uma forma de obter atualização sobre os pontos mais importantes na esfera da prevenção de IRAS. Temas que envolvem a educação de profissionais serão debatidos no evento. Outros temas polêmicos serão debatidos, como por exemplo, o uso de precauções de contato para contenção da disseminação de germes multiresistentes. Prevenção de infecções cirúrgicas, em populações especiais, uso de germicidas e desinfecção de endoscópios estão também entre os temas que serão abordados. São esperados participantes NASCECME MAGAZINE | agosto 2017

de várias partes do mundo e membros de órgãos internacionais como a Organização Panamericana de Saúde, a Organização Mundial de Saúde e o Centro para Controle de Doenças. Para conhecer mais detalhes sobre o programa: http://www.ific2017.com.br/ Referências Bibliográficas 1. Cardo DM, Soule BM. Hospital infection prevention and control: A global perspective. Am J Infect Control. 27. United States1999. p. 233-5. 2. Cardo D, Dennehy PH, Halverson P, Fishman N, Kohn M, Murphy CL, et al. Moving toward elimination of healthcare-associated infections: a call to action. Infect Control Hosp Epidemiol. 2010;31(11):1101-5. 3. Allegranzi B, Bagheri Nejad S, Combescure C, Graafmans W, Attar H, Donaldson L, et al. Burden of endemic health-care-associated infection in developing countries: systematic review and meta-analysis. Lancet. 2011;377(9761):228-41. 4. Pittet D, Allegranzi B, Storr J, Bagheri Nejad S, Dziekan G, Leotsakos A, et al. Infection control as a major World Health Organization priority for developing countries. J Hosp Infect. 2008;68(4):285-92. 5. Agua-Agum J, Allegranzi B, Ariyarajah A, Aylward R, Blake IM, Barboza P, et al. After Ebola in West Africa-Unpredictable Risks, Preventable Epidemics. N Engl J Med. 2016;375(6):587-96. 6. Padoveze MC, Araujo NV. Reflections on collective versus individual rights related to communicable diseases. Rev Esc Enferm USP. 2017;51:e03220. 7. Storr J, Twyman A, Zingg W, Damani N, Kilpatrick C, Reilly J, et al. Core components for effective infection prevention and control programmes: new WHO evidence-based recommendations. Antimicrob Resist Infect Control. 2017;6:6. 8. MC P, CMCB F. Healthcare-associated infections: challenges to public health in Brazil. Rev Saúde Pública. 2014;48(6):995-1001. 9. Padoveze MC, Castelo Branco Fortaleza CM, Kiffer C, Barth AL, do Rosario Souza Carneiro IC, Garcia Giamberardino HI, et al. Structure for prevention of health care-associated infections in Brazilian hospitals: A countrywide study. American Journal of Infection Control. 2016;44(1):74-9. 10. Fortaleza C, Padoveze MC, Kiffer CRV, Barth AL, Carneiro I, Giamberardino HIG, et al. Multi-state survey of healthcare-associated infections in acute care hospitals in Brazil. J Hosp Infect. 2017;96(2):139-44.


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SAIBA MAIS

Denise Grum

Terceirização. Solução ou problema?

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e deparei nesses últimos tempos com um assunto polêmico sendo discutido nas rodas de conversas de colegas enfermeiros. Devemos terceirizar os serviços das centrais de materiais nos hospitais? Obviamente, em épocas de polarizações, como a que estamos vivendo atualmente, não faltam argumentos e emoções que envolvam os dois lados dessa questão. Como sempre, dependendo o ponto de vista e argumentações levantadas, os dois lados têm razão. Diante desse dilema, o que devemos fazer se temos que tomar decisões importantes devido a pressões, sejam elas financeiras ou operacionais? A melhor coisa a fazer é analisar as duas hipóteses dentro do contexto em que cada hospital está vivendo e tomar a decisão visando o custo versus benefícios de cada opção. Na minha opinião é essa análise o grande X da questão. Parece fácil, quando olhamos a questão por esse ângulo, no entanto, o grande problema começa aqui. Toda a análise para tomada de decisão, necessita dos melhores dados possíveis e disponíveis naquele momento e muitas vezes a

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“pilha” de dados que temos acesso não servem para o nosso propósito. Por coincidência, há tempos atrás realizamos uma rápida análise em alguns hospitais da rede pública da cidade de São Paulo e como pudemos constatar os dados coletados nas Centrais de Materiais não permitiam uma análise adequada para uma tomada de decisão eficiente do “go no go” (ir ou não ir adiante com o projeto). Como a Central de materiais era vista mais como um problema do que uma solução para a diretoria dos hospitais, a decisão acabava passando mais por uma análise emocional do que racional. Pior do que isso, quando o hospital optava pela terceirização os editais apresentados para solicitação do serviço eram simplistas demais, podendo causar futuros conflitos, problemas com qualidade e custo dos serviços prestados. Na nossa visão, era uma bomba de efeito retardado, pois o alívio imediato de passar a “responsabilidade” pelo serviço para um terceiro se tornaria a médio e longo prazo um pesadelo para ambos os lados. Nesse caso tanto para hospital como para o prestador de serviços.

DENISE GRUM Executiva de negócios com mais de 25 anos de experiência em empresas multinacionais de grande porte, entre elas Johnson & Johnson e DuPont, Possui vasta experiência internacional como gestora de negócios regionais na América Latina. Graduada em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da USP com Pós-Graduação em Enfermagem do Trabalho pela Escola Paulista de Medicina e Fundacentro. Atualmente é sócia diretora da IDEA Consultoria, empresa especializada em segurança, saúde ocupacional, meio ambiente e excelência operacional.


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Frente a essas situações vamos entender primeiramente o movimento de terceirização nas organizações de um modo geral. Devido a crescente pressão sobre os custos hospitalares, os administradores buscam alternativas que possam atender as expectativas dos serviços prestados e os menores custos que isso possa envolver, dessa forma a terceirização tornou-se uma ótima opção para vários serviços dentro da área de saúde. O primeiro movimento nessa direção, deu-se em serviços com segurança patrimonial, serviços de limpeza geral, informática, manutenção predial entre outros. Aparentemente esse movimento foi bem-sucedido, uma vez, que esse tipo de atividade não compunha a atividade fim do hospital. Numa segunda onda de terceirização passamos a verificar que os hospitais incorporaram serviços de lavanderia, esterilização e processamento de alguns materiais. Seguindo essa linha de pensamento a Central de Materiais passou a ser analisada como uma possível atividade a ser realizada por terceiros e não mais por colaboradores diretos dos hospitais. Processar materiais passou a não mais ser visto como uma atividade fim das organizações de saúde e dessa forma poderia ser realizado por empresas “ especializadas”. A palavra empresas “especializadas”, soam como música agradável aos ouvidos dos nossos administradores de saúde, pois indicam num primeiro momento, vou me livrar de um grande problema e gastar muito menos do que estou gastando hoje com toda a estrutura que tenho para manter esse serviço. Será que isso realmente é verdade? Vamos começar a entender o que precisa-

mos compreender para que essa música seja realmente agradável e não se torne uma buzina nos nossos ouvidos. Primeiramente qualquer mudança estratégica em relação a uma atividade executada em uma organização, exige um esforço muito maior do que apenas selecionar a melhor empresa que passará a executá-la. A palavra responsabilidade é muito mais ampla do que assinar um contrato com uma empresa prestadora de serviços. Dessa forma, quando decidimos terceirizar atividades, nós somos os responsáveis pela atividade que será executada em nossa organização. Se você ainda tem dúvidas sobre isso, a própria lei mostra ao contrário, dificilmente alguém será inocentado por uma atividade inadequada de uma empresa contratada, ou seja, a responsabilidade da atividade é a mesma seja ela sendo executada por colaboradores como por empresas terceiras. A partir dessa premissa, não posso encostar minha cabeça no travesseiro e dormir tranquilamente imaginando que a empresa especializada está resolvendo aquele problemão que eu não conseguia administrar, por melhor que seja a empresa. Se ainda sou responsável por todas as atividades executadas na minha organização, sejam elas ou não executadas por meus colaboradores, o que devo fazer para garantir que tudo ocorra da forma que acho adequada para minha organização? Nos clientes de nossa consultoria, implantamos um elemento do sistema de gestão chamado Gestão de Contratadas. Nesse processo podemos identificar todos os elementos necessários para os requisitos de contratação, seleção de fornecedores, cláusulas contratuais, auditorias, métricas ,objetivos, sistema de reconhecimento e ranqueamento dos fornecedores com NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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base nos requisitos estabelecidos pela organização. O passo zero para a gestão de contratadas é conhecer profundamente o que, quanto, como e quando desejo contratar o serviço necessário. Assim como estabelecer parâmetros de custo para essa contratação. Não necessariamente o custo mais baixo será o melhor, pois isso poderá impactar na qualidade e nos requisitos que quero para o serviço prestado. Voltando para o nosso exemplo da Central de materiais podemos indicar alguns dados que necessitamos conhecer antes de fazer qualquer contratação: Visualizando um macroprocesso na Central de Material estéril, focando na etapa de preparo dos materiais e carga para esterilização – área limpa- podemos identificar alguns elementos fundamentais do processo que devem ser conhecidos para uma boa análise de decisão do processo de contratação: • • • • • • • • • • •

Avaliação da demanda e necessidade do cliente Estoques e ciclo de vida materiais Capacidade física e operacional Especificação e dimensionamento de equipamentos Dimensionamento mão de obra Requisitos de qualidade Confiabilidade do processo Capacitação e reciclagem de pessoal Elaboração e revisão de procedimentos Avaliação de risco e segurança ocupacional incorporada aos procedimentos operacionais Avaliação do impacto no ambiente e nos controles

Além desses requisitos básicos, precisamos entender qual a estratégia a longo prazo da organização: A mesma será ampliada? Haverá redução de serviços oferecidos? Haverá mudança no perfil NASCECME MAGAZINE | agosto 2017

dos serviços prestados? Tudo isso deverá ser computado na análise do fornecimento do serviço, seja ele feito de forma interna ou externa. Dos itens citados acima podemos detalhar o que seria necessário para começarmos a entender nosso processo e demanda e consequentemente iniciar uma conversa ou qualificação de um fornecedor externo.

AVALIAÇÃO DA DEMANDA E NECESSIDADE DO CLIENTE (SEJA INTERNO E EXTERNO) A avaliação da demanda começa pelo histórico das cirurgias programadas, cancelamento das mesmas com identificação dos motivos que levaram ao cancelamento. Nesse caso devemos analisar os cancelamentos causados por falta ou defeito do material processado. Os dados de histórico de emergência, incluindo sazonalidade e qualquer atraso por falta de material, com o motivo que levou a isso. Esses dados devem ser tabulados e analisados de forma analítica, sempre buscando-se uma correlação entre os fatos e consequências. Em relação a demanda futura, devemos entender claramente qual o plano estratégico da organização de forma a preparar o serviço para atender novos requisitos, sejam eles quantitativos ou qualitativos.

ESTOQUES E CICLO DE VIDA DOS MATERIAIS Para determinarmos o estoque necessário dos materiais utilizados, devemos primeiramente entender o ciclo de processamento de caixas, ou seja, qual o tempo de entrada de material sujo e qual o retorno ao expurgo – ou seja o ciclo completo de processamento, utilização e volta do material à Central de materiais.


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Outro dado importante é conhecer a vida útil dos instrumentais e caixas de modo a saber o ciclo de reposição das mesmas e comparar qualidade diversas de vários fornecedores.

CAPACIDADE FÍSICA E OPERACIONAL Deve-se analisar o fluxo do processo, mapeamento macro e micro, entendendo-se onde os gargalos estão localizados. Qual a estrutura física presente e se ela atende à demanda ou mesmo excede a mesma. A estrutura física atende os requisitos de qualidade e normas específicas pertinentes a processamento de materiais estéreis?

ESPECIFICAÇÃO E DIMENSIONAMENTO DE EQUIPAMENTOS Este é um item crítico, pois na maioria das vezes os fornecedores são os responsáveis em especificarem os equipamentos necessários para a montagem de um CME. O ciclo de análise deveria ser o oposto. Os técnicos da organização – equipe multidisciplinar – deveriam avaliar qual a necessidade efetiva da área e a partir disso buscar equipamentos que atendam suas necessidades. Nesse momento é crítico entender as condições de manutenção do equipamento, sendo do ponto de vista financeiro como da disponibilidade de materiais de reposição. Importante entender a confiabilidade do equipamento e como ele se adapta às condições do hospital, por exemplo: qualidade da água, condições das tubulações da edificação, parte elétrica, etc.

DIMENSIONAMENTO DA MÃO DE OBRA E CAPACITAÇÃO E RECICLAGEM DO PESSOAL Infelizmente ainda é muito comum vermos a alocação de funcionários “problemáticos” nas Centrais de Materiais, como se o fato de estarem “escondidos”

eliminassem um problema estruturante mais profundo. A CME é uma operação extremamente crítica dentro de uma organização e colocar pessoal não qualificado para exercer as atividades nesse processo, coloca em risco procedimentos cirúrgicos, desde cancelamento até contaminações hospitalares. Como ponto de partida devemos analisar a produtividade do funcionário analisando-se equipamentos e demanda, ou seja, qual a produtividade esperada do equipamento, ela está atingindo as especificações do fabricante, qual a demanda da CME e dentro desse contexto qual a produtividade homem hora do colaborador. Você poderia até questionar por que necessita desses dados, uma vez que irá terceirizar a operação. Aí que está o ponto do que chamamos gestão de contratadas, se não souber qual a capacidade, qualidade, demanda e requisitos necessários, como vou saber se o fornecedor é adequado para minha necessidade? Como vou saber se o custo que ele está cobrando é adequado? É fundamental, não só em uma CME como em todas as áreas dos hospitais que exista uma matriz de capacitação e treinamento de cada atividade. Essa deverá ser atualizada no mínimo anualmente ou quando for necessária, por exemplo com uma troca de tecnologia ou equipamento utilizado.

REQUISITOS DE QUALIDADE Quais os requisitos que precisam ser atendidos? Podemos categorizá-los em requisito de qualidade de equipamentos, materiais processados, tempo de resposta, quantidade, ou seja, existem vários parâmetros que precisam ser adequados de acordo com a necessidade de cada instituição, uma vez elaborados devem ser exigidos, cobrados e auditados. NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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CONFIABILIDADE DO PROCESSO Quais o processo de manutenção dos equipamentos, existem manutenções programadas, preditivas e preventivas? Qual a frequência, quais os indicadores medidos. Existem indicadores proativos ou somente indicadores reativos no processo. A estatística é analisada para tomada de decisões?

ELABORAÇÃO E REVISÃO DOS PROCEDIMENTOS Existem procedimentos escritos e atualizados? Os procedimentos são conhecidos por todos? São praticados? Quem é responsável pela elaboração dos procedimentos e garantia que todos executam os procedimentos de forma correta? Essas perguntas precisam ser respondidas e controladas de forma de termos confiabilidade no processo como um todo.

SEGURANÇA, SAÚDE OCUPACIONAL E MEIO AMBIENTE Deve-se realizar uma análise de risco de segurança, saúde e meio ambiente na CME. Uma vez elaborado esse processo, medidas satisfatórias devem ser tomadas para eliminação dos riscos ou que os mesmos atinjam um nível de tolerabilidade permitido ou aceitável. Uma CME, apresenta vários riscos ocupacionais e ambientais e muitas vezes são negligenciados quando realizada uma análise mais superficial. Vários pontos de análise de dados foram identificados nesse artigo, no entanto eles não se esgotam aí. O mais importante é entendermos que quando falamos de uma gestão efetiva de contratadas, isso não nos exime de entendermos a nossa responsabilidade e o processo como um todo.

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Uma vez compreendendo o que devemos pedir junto a um fornecedor, necessitamos acompanhar se o mesmo está atendendo os requisitos exigidos em contrato. Para isso é importante medirmos e auditarmos com frequência os serviços prestados. Muitas vezes elimina-se a operação de forma direta nas organizações e não é composto uma equipe que irá acompanhar a execução dos serviços prestados, ou seja, deve existir um dono do contrato, alguém interno que possa ser responsável por aquele serviço e consequentemente pelo fornecedor selecionado. Terceirizar pode ser uma excelente oportunidade de redução de custos, no entanto, pode virar uma enorme dor de cabeça se a gestão não for praticada. Entendo que mais do que decidir se devemos ou não passar para fornecedores atividades que antes eram realizadas por funcionários próprios, devemos garantir o nosso conhecimento sobre o processo e estabelecer parâmetros de medição de desempenho e processos de melhoria contínua. Isso serve tanto para as atividades que continuarem a ser praticadas internamente quanto para fornecedores terceirizados. Resumindo, não gostaria de decepcionar ninguém, mas não existe uma bala de prata capaz de resolver todos os problemas, a velha história de alcançarmos nossos objetivos através de sangue, suor e lágrimas ainda é o único caminho.


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SAÚDE

Felipe Takatsu | Rodrigo Guimarães

A soltura da prótese de quadril

DR. FELLIPE TAKATSU Ortopedista e Traumatologista Especialista em Cirurgia de Quadril Pela Santa Casa de São Paulo; Mestrando em Cirurgia de quadril na Santa Casa de São Paulo; Grupo de quadril do Hospital São Camilo DR. RODRIGO GUIMARÃES Assistente grupo de quadril da Santa Casa de São Paulo Grupo de quadril Hospital Israelita Albert Einstein

A artroplastia total do quadril está entre cirurgias mais bem sucedidas e por seus ótimos resultados foi considerada recentemente como a "cirurgia do século” pela revista LANCET, entre os periódicos de maior relevância na medicina mundial. Mesmo com a evolução dos implantes e da técnica oper-atória, com o passar dos anos, pode acontecer a soltura dos implantes tanto da taça acetabular como da haste femoral, que são fixadas ao osso através de cimento ortopédico ou por press-fit. A soltura dos implantes é definida como um movimento anormal entre os componentes da prótese e o osso ou manto de cimento (se prótese cimen-tada). Quando ocorre esta soltura, há um atrito local que leva a destruição progressiva do osso que com o passar do tempo se não abordada cirurgi-camente, tende a se agravar. As causas são divididas em solturas sépticas (presença de infecção lo-cal) ou solturas assépticas (ausência de infecção), esta última representa 80% dos casos. O acompanhamento pós operatório dos pacientes submetidos a artro-plastia do quadril é imprescindível pois as solturas dos componentes podem ser assintomáticas e facilmente diagnosticada através de radiografias simples de quadril (1), mudando completamente o prognóstico na fase ini-cial. Em caso de suspeita de infecção, é necessário investigação mais com-pleta com exames laboratoriais, de imagem e mocrobiológicos, sendo a cul-tura local o diagnostico definitivo, isolando o agente infeccioso e di-recionando

a antibioticoterapia . Em vigência de infecção local na prótese, a mesma precisa ser removida ou trocada por outra, pois as bactérias formam uma capa de proteção denominada “biofilme”, que não permite a pene-tração do antibiótico. Após o diagnóstico da soltura da prótese, é necessário uma nova inter-venção cirúrgica de revisão dos componentes. Onde se faz a troca de todos os implante ou por vezes apenas um dos componentes que está solto. Por isso a importância do acompanhamento pós operatório e da relação médico paciente, pois a cirurgia de revisão é indicada pelo cirurgião mesmo que o paciente ainda esteja sem queixas.

(1) Componente acetabular cimentado com sinais de soltura. NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


Imagem: Depositphotos


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SAIBA MAIS

Francisco Folco

ARTE E SAÚDE

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atividade artística é tão saudável quanto exercícios físicos, uma boa alimentação e a medicina preventiva. A arte é uma expressão utilizada pelo homem desde nossos ancestrais de mais de 20.000 anos, como os encontrados nas paredes da caverna de Lascaux, na França. A atividade artística exercita o poder de criação, “conversa” conosco apurando o nosso estilo, exercita o discernimento e abre portas para o mundo, para a troca de experiências, conhecer a cultura e o modo de vida de outros povos com o espírito de irmandade. A arte nunca nos deixa sozinhos, não produz guerras, e assim como a educação física, a educação artística possibilita afazeres mais saudáveis para os jovens, tirando-os das ruas e do sedentarismo. É também uma forma dos idosos encontrar a possibilidade de realizações; uma atividade artística não tem momento para começar e nunca termina. Ninguém se aposenta de uma atividade artística. A arte possibilita também que o indivíduo possa olhar ao seu redor com imagens limpas, desprovidas de preconceitos, traumas, medos e ansiedade. Pode ver coisas que no seu conceito sejam

belas ou feias, mas sem distorções. Há várias formas de nos expressar artisticamente e hoje existe uma grande variedade de experiências artísticas, tais como o desenho livre, a pintura em tela, em murais, em cerâmica. Ou a arte de manusear o barro em esculturas e utilitários. Criar modelos de roupas e acessórios. Criação de experimentos em culinária. Uma forma de expressão artística muito acessível é a fotografia. Com uma câmera fotográfica e um programa de edição de fotos em computadores, podemos criar imagens com uma riqueza de conteúdos e significados. O cinema também, podemos criar histórias, documentar fatos, viagens, história etc. Outra forma de expressão artística bem acessível é o teatro. Uma cidade como São Paulo oferece uma série de oficinas gratuitas em seus Centros Culturais, assim como o balé e a dança. Arte é uma forma natural de expressão de qualquer indivíduo, de qualquer cultura. Todos nós temos talentos artísticos. Aquele que acredita não ter nenhum, é porque negou-se a experimentar e a se encontrar.

FRANCISCO FOLCO Arte-educador, professor de História da Arte e Fotografia. Pioneiro da fotografia digital no Brasil, realizou a primeira exposição de fotografia digital na antiga Casa de Cultura da Penha, hoje Centro Cultural da Penha, em 1995. Atualmente ministra seus cursos no Memorial Penha de França, onde também é curador do espaço de cultura e história. memorialpenha.com.br

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I N V I S Í Entrevista | Bertrand Letartre Intérprete | Marly Peres Tradução | Philippe Nicolaï

V E L por Stella Curzio


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CAPA

Bertrand Letartre por Stella Curzio

Combattre l'invisible São 115 anos de empresa dedicados a higiene e desinfecção. O senhor é a quarta geração de um laboratório que atua em mais de 85 países em todo o mundo. Quais são as raízes do sucesso? Penso que o importante é que agora, já faz 115 anos que a Anios é realmente especializada na luta contra os micróbios com produtos antimicrobianos. O meu bisavô começou com as cervejarias no norte da França, na região de Lille, e depois a Anios se desenvolveu em toda indústria alimentícia, não só com leite, cerveja, mas em outros setores do ramo alimentício como carnes. Desde os anos 1980, nós desenvolvemos uma linha de produtos destinados aos hospitais e de maneira mais ampla, a todo setor médico, consultórios de forma geral e todo o setor da saúde como um grande leque aberto. A ideia é de aproveitar a experiência da Anios na indústria alimentícia, que naquela época, já era uma classe extremamente exigente sobre as normas de higiene e de qualidade, para seguir desenvolvenNASCECME MAGAZINE | agosto 2017

Cela fait plus de 115 ans que l’entreprise se dédie à l’hygiène et la désinfection. Bertrand letartre est la quatrième génération d’un laboratoire qui est présent dans plus de 85 pays dans le monde. Quelles sont les raisons de ce succès ? Je pense que ce qui est important est qu’aujourd’hui cela fasse 15 ans qu’Anios soit réellement spécialisé dans la lutte contre les microbes avec ses produits désinfectants. Mon arrière grand-père a commencé avec les brasseries du nord de la France, dans la région de Lille, et ensuite Anios s’est développé dans toute l’industrie alimentaire, non uniquement dans les laiteries, brasseries, mais aussi dans d’autres secteurs alimentaires comme l’industrie de la viande. A partir des années 80,nous avons développé une ligne de produits destinés aux hôpitaux, et de manière plus générale, à tout le secteur médical, consultórios de forma geral e todo o setor da saúde como um grande leque aberto. L’idée a été de profiter de l’expérience d’Anios dans l’industrie alimentaire, qui à l’époque, était déjà très exigeante sur les


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Desinfecção em todo o mundo - Os mais de 85 países onde os produtos Anios são exportados.

do uma linha de produtos adaptada aos hospitais, cuja missão essencial, é a luta contra as infecções que, como sabemos, é um flagelo mundial e não poupa nenhum País. Em resumo, o nohall da Anios é a luta contra os micróbios. Anios é uma palavra que em grego, significa contra os micróbios. Antigamente, o logo da marca era uma mão segurando um punhal com micróbios embaixo, onde a publicidade dizia que a Anios matava os micróbios. 115 anos depois, a Anios continua matando os micróbios, porém não mais com punhal, e sim, com produtos químicos.

normes d’hygiène et de qualité, pour développer une ligne de produits adaptés aux hôpitaux, dont la mission première est la lutte contre les infections qui, comme nous le savons, est un fléau mondial qui n’épargne aucun pais. En résumé,le savoir-faire d’Anios est la lutte contre les microbes. Anios est un mot qui en grec signifie « sans microbes ». Anciennement, le logo de la marque était une main qui tenait un poignard au dessus d’un microbe et où la publicité disait qu’Anios tuait les microbes.115 ans après, Anios continue a tuer les microbes, mais non plus avec un poignard mais avec des produits désinfectants. NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Como é feito o desenvolvimento dos produtos eficazes e confiáveis na luta contra os micróbios?

Comment développez-vous des produits efficaces et sures dans la lutte contre les microbes ?

O ponto de partida é partir da necessidade dos hospitais, tanto para as mãos quanto para a instrumentação. Pensando nos instrumentos, para se obter produtos extremamente esterilizados, é preciso primeiro, limpá-los muito bem antes da desinfecção. A Anios desenvolve produtos que são desinfetantes e detergentes ao mesmo tempo e, quando os lançamos, não existia nada parecido no mercado; ou havia produtos que eram detergentes ou desinfetantes, concomitantes, não. Outro ponto importante, é que foi desenvolvido não só produtos mas, também, sistemas, o que fez por exemplo, que a Anios desenvolvesse máquinas para lavar endoscópios. São máquinas, aparelhos, que cumprem todas as funções concomitantemente, ou seja: lava, desinfeta e faz o enxague de esterilização, que permite que o endoscópio seja imediatamente utilizado. Pensando nas mãos, nós sabemos que as mãos são o primeiro fator de contaminação. Nós damos as mãos às pessoas, pegamos na maçaneta, usamos o celular, e o que a

Le point de départ est le besoin des hôpitaux, aussi bien pour les mains que pour les instruments. Concernant les instruments, pour pouvoir garantir une excellente stérilisation, nous devons, dans un premier temps, les nettoyer parfaitement. Anios a développé des produits qui sont à la fois détergent et désinfectant. Quand nous les avons lancés, nous étions les seuls sur le marché, il n’y avait que des détergents ou des désinfectants. Autre point important, nous avons développé non seulement des produits mais aussi des système, ce qui nous a permis de développer des machines à laver les endoscopes. Ce sont des machines qui garantissent un cycle complet, c’est-à-dire : lavage, désinfection, rinçage qui permet à l’endoscope d’être réutilisé immédiatement. A propos des mains, nous savons que celles-ci sont le premier facteur de contamination. Nous nous serrons les mains, touchons les poignets de portes, utilisons le portable, et nous nous sommes rendus compte que les infirmières n’avait rien à disposition pour se laver les mains avant d’entrer dans la chambre du

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Produção Anios. Fotos: Anios/Divulgação


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Imagens: pesquisa e produção Anios. Fotos: Anios/Divulgação

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Bertrand Letartre durante entrevista exclusiva no Hotel Pullman, em SĂŁo Paulo. Foto: Pedro Campos NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Anios percebeu é que, quando os enfermeiros entravam no quarto do paciente, eles não tinham como lavar as mãos. A Anios então, foi a primeira empresa a criar soluções de limpeza em gel e líquido, o que permitiu que a cada vez que um enfermeiro entrasse em cada quarto, as mãos fossem higienizadas.

Em 2011, foram desenvolvidas pela Anios, formulações desinfetantes Ecocert. Vocês criaram um sistema de qualidade, segurança e ambiente (QSE), surgindo assim, a ANIOSAFE, que atesta o empenho em combater os micróbios, respeitando o ser humano e o meio ambiente. Gostaria que o senhor comentasse a respeito do EcoConceito da Anios. É preciso eliminar as bactérias, as bactérias multirresistentes, os vírus, os germes que são cada vez mais resistentes a todo tipo de produto, por tanto, o produto precisa ser forte, poderoso, eficaz. A filosofia da Anios é a de não desenvolver apenas produtos que sejam fortes, poderosos e eficazes, mas, sim, desenvolver produtos que não prejudiquem ou causem mal-estar à saúde de quem os utiliza e, ao mesmo tempo, que preserve o meio ambiente em termos de rejeito, para que o produto seja o mais biodegradável possível. Tudo isso tudo precisa ser articulado, trabalhado em conjunto no produto, o que exige muito trabalho e muita pesquisa para combinar os três elementos: eficácia, segurança para quem utiliza e segurança para o meio ambiente. Essa preocupação foi transformada em um dos valores da empresa, que é o ANIOSAFE, um dos valores da empresa também no próprio sistema de produção, para preservar os funcionários das fábricas durante essa produção, e fazer com que os rejeitos industriais também sejam os mais limpos possíveis, respeitando assim o meio ambiente. O resultado disso é que, em nosso ramo de atuação, sem falsa

patient. Anios, a donc été le premier laboratoire a créer des solutions hydro alcoolique, en gel ou liquide, CE qui a permis aux infirmières de se désinfecter les mains avant d’entrer dans la chambre d’un patient.

Em 2011, Anios a développé des formules désinfectantes Ecocert. Vous avez créé un système de qualité , de sécurité et d’environnement (QSE), d’où surgit ANIOSAFE, qui atteste l’implication que vous commentiez concernant l’éco-conception des Laboratoires Anios. Nous devons éliminer les bactéries, bactéries multi résistantes, les virus, des germes qui sont de plus en plus résistants à tout types de produits, et pour cela, le produit doit être puissant et efficace. La philosophie d’Anios est de développer des produits puissants et efficaces mais qui ne mettent pas en danger ni les utilisateurs, ni l’environnement, en étant le plus biodégradable possible. Tout cela doit-être pris en compte lors de la formulation, et cela exige beaucoup de travail et de recherche pour associer ces trois éléments: efficacité, sécurité pour l’utilisateur et l’environnement. Cette préoccupation s’est transformée en une des valeurs de l’entreprise, qui est ANIOSAFE, que l’on retrouve dans le système de production, pour la sécurité des employés de l’usine et pour que les

ANIOSSAFE - Atesta o empenho em combater o micróbios, respeitando o ser humano e o meio ambiente. Imagem: Anios/Divulgação NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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modéstia, a Anios é a empresa mais moderna e que mais respeita o meio ambiente e, nos orgulhamos disso.

Como assegurar um nível de higiene eficiente? Quais são as normas que os produtos atendem? As normas hoje em dia, são essencialmente da União Europeia. São normas de eficácia que você tem uma correspondência para cada. Você tem respectivamente, uma norma estabelecida e essa é a referência para os produtos de desinfecção, essa é a base para cada vez que há uma licitação pública, porque isso permite comparar os produtos entre si. Para cada produto, existe um dossiê de normas de eficácia, o teste de oxidase, o teste de corrosão, para que o utilizador tenha a maior segurança possível ao utilizar o produto, e a filosofia da Anios como abordagem principal, é levar segurança ao utilizador.

Em maio de 2016, mais de 500 empresas do setor médico e hospitalar compareceram à Feira Hospitalar, em São Paulo, para expor seus produtos e fazer negócios. O Brasil é considerado um dos mercados de saúde mais lucrativos na América Latina, com classificação consistente entre os 5 principais destinos mundiais de turismo médico. Quais os planos de estratégia da Anios para investir no Brasil, sabendo que o País investe pouco em tecnologia, pesquisas e desenvolvimento? É preciso ressaltar que o Brasil para a Anios é prioritário. A prova disso é que o Diretor Philippe Nicolaï, mora no Brasil

rejets soient le plus propres possibles, respectant ainsi l’environnement. Ce résultat démontre que, dans notre domaine d’activité, sans fausse modestie, Anios est l’entreprise la plus moderne et qui respecte le plus l’environnement. Et nous en sommes très fiers !

Comment assurer un niveau d’hygiène efficient? A quelles normes les produits doivent-ils répondre? Les normes aujourd’hui sont essentiellement européennes. Chaque norme d’efficacité correspond à une exigence ? Vous avez des normes spécifiques pour les produits de désinfection et cela permet de comparer les produits lors d’un appel d’offres. Pour chaque produit, nous avons un dossier de normes d’efficacités, de tests de corrosion, pour que l’utilisateur ait la plus grande sécurité d’utilisation du produit. La sécurité de l’utilisateur fait partie de la philosophie d’Anios.

En mai 2016, plus de 500 personnes du secteur médical et hospitalier assistait au salon Hospitalar, à Sao Paulo, pour exposer leurs produits. Le Brésil est considéré comme un des plus importants marchés hospitaliers d’Amérique latine , et une des 5 principales destinations touristiques mondiales. Quels sont les projets d’investissements des Laboratoires Anios au Brésil, sachant que le pays investit peu en recherche et développement? Je voudrais souligner que le Brésil pour Anios est prioritaire. La preuve en est que notre directeur, Philippe Nicolaï, vit au NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


Philippe Nicolaï - Diretor do Laboratório Anios, no Brasil | Foto: Pedro Campos


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e está presente em São Paulo há um ano e, já há alguns anos, nós trabalhamos com um excelente distribuidor, que é a 3ALBE, que é mais que um distribuidor, é um parceiro, assim como trabalhamos com a Wolf, no Rio de Janeiro e, ambos fazem um excelente trabalho. O que é muito importante para mim e para o Philippe, é que ambos os distribuidores adotaram a filosofia Anios que, muito mais importante do que colocar produtos eficazes no mercado, é trabalhar concomitantemente, a formação para a sua utilização porque, se um produto é eficaz mas não for devidamente utilizado, é como se o fabricante não tivesse feito nada, portanto, o papel da Anios, em conjunto com os distribuidores, é formar um utilizador. A segunda prova da implicação da priorização da Anios no Brasil foi a compra da Endoclear que é um fabricante nacional de máquinas e aparelhos para lavar endoscópios, que permite utilizar as duas coisas em paralelo: o produto adequado na máquina adequada. A Anios tem um know-how enorme na França, com a fabricação de máquinas para lavar endoscópios e nós promovemos no Brasil, um upgrade das máquinas produzidas aqui porque a ideia dentro da priorização, é desenvolver no Brasil, máquinas cada vez mais sofisticadas de acordo com as normas Europeias que são as mais elevadas, porém, que sejam fabricadas no Brasil, ou seja, respondendo as normas internacionais, mas, com o apoio e investimento tecnológicos sendo realizados aqui. Em resumo: é um produto brasileiro com normas Europeias. Essa é a estratégia. Mas, não paramos por aqui.

Brésil, installé à Sao Paulo depuis plus d’un an, et que depuis plusieurs années, nous travaillons avec un excellent distributeur, 3ALBE, qui est un réel partenaire, au même titre que Wolf à Rio de Janeiro, et qui tout les deux, font un excellent travail. Ce qui pour moi, est très important, ainsi que pour Philippe, est le fait que nos deux distributeurs ont adopté la philosophie Anios, qui consite à accompagner la mise en place du produit et former les utilisateurs, car un bon produit mal utilisé n’est pas efficace et le rôle d’Anios et de ses distributeurs est de former les utilisateurs. La deuxième preuve d’investissement d’Anios au Brésil est l’achat d’Endoclear, qui est un fabricant national de machines et équipements pour laver les endoscopes, qui permet d’offrir une réponse complete: un produit adapte dans une machine adaptée. Anios a un tres grand savoir-faire en France, avec la production de machines à laver les endoscopes, que nous utilisons pour améliorer les machines fabriquées au Brésil, car , la priorité est de développer au Brésil, des machines de plus en plus sophistiquées, selon les normes européennes qui sont les plus exigeantes et donc d’avoir des machines fabriquées au Brésil conforment aux normes internationales. Telle est notre stratégie.

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De acordo com o ReportLinker, empresa internacional de pesquisa de marketing - “Panorama do Mercado de Saúde Brasileiro em 2020” - com melhores padrões de vida, as despesas de saúde no Brasil tem aumentado continuamente, o que impulsiona cada vez mais o setor de saúde. O senhor acredita que o preço competitivo e o crescente investimento de hospitais em soluções que otimizam tempo e facilitam a gestão da rotina de centros de saúde, são bons motivos para se fazer negócios ou existem ainda outras perspectivas? Discutimos sempre isso. A Anios tem uma missão extraordinária, que é fazer tanto quanto possível, evidentemente com toda ajuda dos hospitais e funcionários, diminuir, zerar o percentual de infecções nos hospitais. Em paralelo, isso também permite aos hospitais que eles economizem dinheiro, tanto pelos antibióticos, quanto pelo tempo de ocupação dos leitos do hospital. A preocupação da Anios não é saber se o orçamento dos hospitais é “x” ou “y”, alto ou baixo, mas é simplesmente, por meio dessa abordagem de qualidade, fazer com que o percentual de infecções diminua e no final, os produtos Anios não são um custo para o hospital, pelo contrário, eles são uma razão de economia.

Em 1898, Fernand Collet Delval fundou a Anios em Lille, França, uma empresa especializada na fabricação de desinfetantes para cervejarias. Em 1974, Thierry Letartre desenvolveu uma nova linha de negócios, a hospitalar. Em 1982, o senhor assumiu a direção dos laboratórios Anios. Essa linha do tempo pretendia, desde sempre, conquistar o mundo com a desinfecção? Gostaria que o senhor comentasse sobre o desenvolvimento da Anios de 1898 até os dias de hoje. Nos anos 2000, junto com o Diretor Philippe Nicolaï, foi quando o internacional começou a se desenvolver, ou seja, no início éramos apenas nós dois. Começamos por alguns países onde se falavam francês NASCECME MAGAZINE | agosto 2017

Selon ReportLinker, entreprise internationale de marketing “Panorama du marché de la santé brésilien », avec un meilleur niveau de vie, les dépenses de santé au Brésil devraient augmenter constamment, ce qui dynamise encore plus le secteur de santé. Pensez-vous que le prix compétitif et le constant investissement des hôpitaux dans la bonne gestion des établissements de santé sont de bons motifs de négoce ou existe-t-il d’autres perspectives ? Nous en parlons tout le temps. Anios a une mission extraordinaire, qui est de faire, tant soit peu, avec l’aide des hôpitaux et du personnel, diminuer, voir éliminer le pourcentage des infections nosocomiales, ce qui permet , à l’hôpital de réaliser des économies, au niveau des antibiotiques et des jours d’occupation de lits. La préoccupation d’Anios n’est pas de connaitre le budget de l’hôpital, faible ou fort, mais tout simplement, par la qualité, faire que le pourcentage d’infections diminue et qu’au final, les produits Anios ne soient pas un coût, mais , au contraire, une économie pour l’hôpital.

En 1898, Fernand Collet Delval a fondé Anios à Lille, France, une entreprise spécialisée en désinfectants pour les brasseries. En 1974, Thierry Letartre développa une nouvelle ligne de produits, pour l’hôpital. En 1982, vous prenez la direction des Laboratoires Anios. J’aimerais que vous puissiez nous parler du développement d’Anios de 1898 à nos jours.

Fernand Collet - Fundador da Anios. Imagem: Anios/Divulgação


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Primeiras peças publicitárias Anios. Imagem: Anios/Divulgação

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Bertrand Letrarte | Presidente Anios Bertrand Letartre | Presidente Laboratório Anios Philippe Nicolaï | Diretor do Laboratório Anios, no Brasil Foto: Pedro Campos NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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como a Tunísia, Marrocos, Argélica, Bélgica e depois, países vizinhos como Espanha, e fomos descendo para Lima, Itália e rapidamente, revelou-se a intenção de tornar-se um laboratório internacional, mas, quando essa intenção se manifesta, é porque já havia ali uma certeza de que existia algo importante para contribuir com cada um desses países onde passamos a atuar. É muito excitante poder dizer que no Brasil, em um determinado momento, a Anios tinha uma presença zero e que depois de algum tempo, nós nos tornamos referência também na América Latina, mas isso também é verdade onde a Anios está presente, por exemplo, no Oriente Médio, na Ásia. Nós reunimos na Anios, pessoas do mundo inteiro, cerca de 50 países, a cada dois, três anos. E, se eu te disser que não tenho orgulho disso, estaria mentindo.

São 3 fábricas principais. Como cada uma delas atende as demandas de mercado?

Dans les années 2000, avec Philippe Nicolaï, nous avons commencé à développer l’international, c’est-à-dire, que nous n'étions que tous les deux. Nous avons commencé par les pays francophones comme la Tunisie, le Maroc, l’Algérie, la Belgique et ensuite, les pays voisins comme l’Espagne, l’Italie et rapidement nous nous sommes convertis en un laboratoire international, avec cette certitude de pouvoir nous développer dans chacun de ces pays. passamos Cela très excitant de pouvoir dire qu’à une certaine époque, au Brésil, Anios n’était absolument pas présent et que depuis un certain temps, nous sommes devenus une référence aussi bien au Brésil qu’en Amérique Latine, ce qui est vrai aussi au Moyen Orient et en Asie.Tous les deux ou trois ans, nous réunissons, chez Anios, plus de 50 pays, et nous en sommes très fiers.

Il y a 3 principales usines. Comment chacune d’entre-elles pourvoit à la demande du marché?

São 3 fábricas na França, 2 para produtos químicos e 1 para produtos endoscópios. Temos fábrica na Espanha, na Itália, Tunísia, Turquia, Argentina e agora, no Brasil.

Ce sont 3 usines, en France, 2 pour les produits chimiques et une pour les produits d’endoscopie. Nous avons des usines en Espagne, Italie, Turquie, Argentine, et maintenant, au Brésil.

Aproveito a oportunidade para parabenizar a qualidade ambiental da Anios. Gostaria que o senhor comentasse a respeito do processo para limitar a perda de material e consumo de água, assim como o tratamento de águas residuais. As formulações são projetadas para reduzir qualquer impacto na vida aquática e minimizar o uso de substâncias perigosas, certo?

J’en profite pour vous féliciter de l’excellente ambiance chez Anios. J’aimerais que vous nous expliquiez le procédé qui permet de limiter la consommation des matières et de l’eau ainsi que le traitement des eaux résiduelles. Vos formules développées pour limiter l’impact sur le monde aquatique et éviter l’utilisation de substances dangereuses, n’est-ce-pas?

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Lille - Hellemmes/França - Laboratórios Anios. Foto: Anios/Divulgação

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Sainghin-En-Mélantois/França - Laboratórios Anios Foto: Anios/Divulgação

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Sainghin-en-Mélantois/França - Centro de pesquisa Anios Foto: Anios/Divulgação

Falando da produção das fábricas, nós temos um sistema que recupera todas as águas de enxague e que serão tratadas antes da evacuação na rede de esgoto. Em termos de produtos, nós produzimos produtos cada vez mais concentrados porque diminui o consumo de água e evidentemente, consome-se menos energia elétrica por diminuir o custo de transporte. E, como disse há pouco, fazemos cada vez mais produtos com matérias primas que sejam soft, que agridam o menos possível o meio ambiente.

Ou seja, pode-se dizer que a Anios é um “amigo” do meio ambiente? Sim, um grande amigo! Somos parceiros do meio ambiente.

O crescimento global da Anios de mais de 100% em 5 anos, os posiciona como líder reconhecido em desinfecção e higiene profissional no mundo todo. Qual o “segredo” para que se atinja uma equipe especializada, recursos científicos e ferramentas de produção, aliados a uma experiência profunda?

En parlant de production dans nos usines, nous avons un système qui récupère toutes les eaux de rinçage et qui sont traitées avant rejet au réseau. En termes de produits, nous fabriquons des produits de plus en plus concentrés afin de diminuer la consommation d’eau et, évidemment, d’énergie et de coût de transport. Et, comme je le disais, nous fabriquons de plus en plus de produits avec des matières premières “soft”, qui altère, le moins possible l’environnement.

Nous pouvons donc dire qu’Anios est un ami de l’environnement? Oui, un grand ami! Nous sommes partenaire de l’environnement !

La croissance globale de plus de 100% en 5 ans vous positionne comme le leader incontesté en hygiène et désinfection professionnel dans le monde. Quel est le secret d’une équipe de spécialistes, de moyens scientifiques alliés à une forte expérience ?

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O que interessa para nós não é sermos líderes e sim, executar muito bem o nosso trabalho. Quando você faz bem aquilo que é o seu metiê, você tem o reconhecimento do cliente e, se por consequência, você se tornar líder, melhor ainda. Ao lado disso, eu gostaria de reforçar que todos os colaboradores da Anios são apaixonados pelo que fazem e todos são contribuintes que carregam e transmitem os valores dos quais eu mencionei há pouco. A cada ofício, a cada setor, nós temos que dar um sentido ao que fazemos, a atividade que nos é encarregada. Além disso, sempre investimos muito em pesquisa; em um dos laboratórios hoje, nós temos mais de 50 profissionais que só trabalham com química e bacteriologia. A Anios também tem um serviço de regulamentação ambiental, onde temos 15 profissionais que trabalham exclusivamente nisso, que zelam e garantem a segurança dos produtos e a proteção do meio ambiente, para que isso corresponda e obedeça tanto às normas da União Europeia, quanto de cada País onde os produtos são vendidos. Existe uma formação regular e contínua de todos os colaboradores. Se nós somos líderes em algo, eu posso garantir que é a cargo da qualidade técnica dos colaboradores porque, eles não simples vendedores, eles não exercem uma simples função comercial, eles são acompanhadores, eles têm uma abordagem de acompanhamento junto aos hospitais e, é por isso, que temos essa formação contínua.

As certificações da Anios são extensas. O senhor poderia falar brevemente a respeito? A questão aqui pode realmente se estender porque temos certificações para os produtos, para as fábricas e para o meio ambiente. Cada etapa há validações e a nossa última qualificação é o balanço carbônico.

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Notre but n’est pas d’être le leader mais de bien faire notre travail. Quand vous faites bien votre métier, vous avez une reconnaissance des clients qui vous permet de devenir le leader et d’être encore meilleur. Par ailleurs, j’aimerais souligner le fait que tous les collaborateurs d’Anios sont passionnés par leur travail et contribuent aux valeurs, en les transmettant, que je viens de vous citer. Dans chaque domaine, chaque secteur d’activité, nous devons donner un sens a notre mission. De fait, nous investissons massivement en recherches et développement, avec un laboratoire, aujourd’hui, de plus de 50 professionnels dans la chimie et la microbiologie. Anios a aussi un service réglementaire, dédié à l’environnement, comptant 15 professionnels dédiés uniquement à cela, garantissant la sécurité des produits et de l’environnement en conformité aux exigences européennes. Nous assurons une formation continue de tous nos collaborateurs desquels nous pouvons garantir leurs qualités techniques, sachant qu’ils ne sont pas de simples vendeurs, mais des partenaires des hôpitaux, qu’ils accompagnent en formations et recommandations.

Les certifications des Laboratoires Anios sont multiples. Pourriez-vous nous en parler rapidement? La question est vaste car nous avons des certifications pour les produits, les usines de production et l’environnement. Chaque étape a ses validations et notre dernière certification concerne le bilan carbone.


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O que é o balanço carbônico?

Qu’est-ce-que le bilan carbone?

Quando eu mencionei há pouco do consumo menor no transporte, na União Europeia isso é medido e essa medição é o balanço carbônico. Para os colaboradores que possuem veículo por exemplo, seria uma medição de quanto cada um consome. Então na pesquisa do desenvolvimento de um novo produto, o balanço carbônico faz parte das exigências, ou seja, além de um produto precisar ser eficaz e responder as exigências ambientais, nível de corrosão, existe um ponto muito importante que é o percentual de emissão de CO2, efeito estufa. Essas pesquisas estão disponíveis a disposição dos clientes. Em resumo, o balanço carbono é para avaliar o quanto você agride o meio ambiente de CO2. A Anios faz isso, mas nem todas as empresas francesas fazem, isso é recente.

Quand je parlais de réduction d’énergie dans le transport, en Europe cela est mesure par le bilan carbone. Pour les collaborateurs qui ont une voiture, par exemple, cela serait une mesure de leur consommation. En effet, dans la recherche et le développement de nos nouveaux produits, le bilan carbone est une exigence, au delà d’un produit efficace, qui doit répondre aux exigences environnementales. Il existe un paramètre très important qui est le pourcentage d’émission de C02, l’effet de serre. Ces paramètres sont à la disposition de nos clients. En résumé, le bilan carbone mesure votre impact en CO2 sur l’environnement. Anios le fait, mais peu d’entreprise le font, cela est très récent.

Mãos de Bertrand Letartre, durante entrevista. Foto: Pedro Campos NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Bertrand Letartre | Presidente Laboratรณrio Anios Foto: Pedro Campos NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Isso implica em um investimento considerável, não?

Cela implique un investissement considérable, non?

Sim, mas isso faz parte diretamente da filosofia da empresa.

Effectivement, mais cela fait partie de notre philosophie d’entreprise.

O controle de qualidade e o mais alto nível de higiene nos serviços hospitalares como salas de emergência, unidades de endoscopia, departamentos de radiologia, unidades de esterilização nos produtos, garantem a segurança de quem os utiliza e dos ambientes. Qual o principal objetivo do controle de qualidade?

Le contrôle qualité dans les services hospitaliers est plus rigoureux dans les services intensifs, réanimations, endoscopies, centrales de stérilisation. Nos produits garantissent la sécurité de l’utilisateur et de l’environnement. Quel est le principal objectif du contrôle qualité?

O objetivo primordial é ajudar os hospitais. Ao lado dos produtos de qualidade, fazemos questão que os colaboradores e os comercializadores colaborem com esse nível de formação que a Anios propicia. Cada um que representa a Anios, de um modo ou de outro, tem o nível de qualidade humano de formação também muito elevado.

As ações sociais fazem parte da missão da empresa? As ações sociais são reservadas essencialmente aos colaboradores da Anios. Na França não é obrigatório creche para os funcionários. Nós construímos uma creche friendly, toda com matérias primas que respeitam o meio ambiente e servimos uma alimentação orgânica para as crianças, tudo gratuito. Temos também ações pontuais, por isso digo que são essências e não exclusivas, como por exemplo, quando ocorre alguma catástrofe ambiental; nesses casos, nós atuamos com os Médicos Sem Fronteiras, a Cruz Vermelha e realizamos algumas ações pontuais nos hospitais. Uma ação que patrocinamos e que é muito valioso ao meu coração, é a equipe de palhaços que vai visitar as crianças nos hospitais, o Doutores da Alegria. Patrocinamos isso para alegrar a vida das crianças durante esses momentos tão difíceis. Temos parcerias com laboratórios e

L’objectif principal est d’aider les hôpitaux. Au-delà des produits de qualité, nous nous attachons à ce que nos collaborateurs forment et accompagnent les hôpitaux dans la bonne utilisation des produits.

Les actions sociales font-elles parties de la mission d’entreprise? Les actions sociales sont essentiellement réservées aux collaborateurs d’Anios. En France, les crèches pour les salariés de l’entreprise ne sont pas obligatoires. Nous avons créé une crèche “friendly”, avec uniquement des matériaux respectant l’environnement, qui sert une alimentation organique aux enfants, et tout cela, gratuitement. Nous faisons aussi des actions ponctuelles, c’est la raison pour laquelle je dis qu’elles sont spécifiques et non exclusives, comme par exemple, lors d’une catastrophe naturelle, nous intervenons à travers Médecins sans frontière, la Croix Rouge française en réalisant des actions ponctuelles à l’hôpital. Une action que nous sponsorisons et que me tient à cœur, qui est très courageuse, c’est une équipe de clowns qui vont visiter et distraire les enfants dans les hôpitaux , les « Docteurs de la joie ». Nous le faisons pour aiguayer la vie des enfants dans des moments difficiles. Nous avons des partenariats avec des laboratoires, très prochainement avec l’Institut Pasteur et nos produits auront un label Institut Pasteur certifiant leur qualité. Si vous venez à Lille, en France, vous pourrez visiter l’Institut Pasteur, qui est à 10 NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Primeiras peças publicitárias Anios. Imagem: Anios/Divulgação

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uma bem próxima, é com o Instituto Pasteur. Dentro dentro de pouco tempo, teremos o brasão do Instituto Pasteur certificando os produtos Anios. Quando forem a Lille, na França, vocês podem visitar o Instituto Pasteur que fica há 10 quilômetros da Anios, onde financiamos o Museu do Instituto Pasteur e todos os antigos equipamentos. O local permitirá ver vídeos, realizar conferências, terá espaço para reuniões. Ele fica pronto no final deste ano. E a nossa relação é muito próxima, a data da Fundação Pasteur é conhecida: 1898. E qual foi o ano da criação da Anios? 1898. Não existe acaso.

Aqui no Brasil, existem alguns laboratórios que tem um selo de autorização para fazer ensaios e testes em outros produtos. A Anios foi pioneira nessa certificação, correto? A Anios foi o primeiro laboratório a ter o COFRAC (Comitê de Acreditação Francês), então somos um laboratório certificado e, com isso, podemos criar normas para outros do setor. O COFRAC é um organismo que tem os correspondentes e os reconhecimentos no mundo inteiro e no Brasil, o COFRAC é reconhecido pela ANVISA, que aceita estudos e pesquisas realizados pelo COFRAC, estudos e pesquisas essas que são feitos pela Anios, cumprindo as normas de certificação. Estamos fazendo um trabalho nobre. A nossa especialidade lida conta a infecção hospitalar. Para se ter uma ideia, na Europa, o número de mortes diárias, devido a infecção hospitalar, pode ser comparado a queda de um avião jumbo por dia. A nossa especialidade além dos produtos e protocolos, é tentar reduzir esses números e é por isso que hoje, existe um problema muito grave - que é um problema internacional, que pode ser mais agravante ainda com o passar dos anos que é a resistência aos antibióticos. Hoje temos bactérias altamente resistentes,

kms d’Anios, ainsi que sont musée, et tous ses anciens équipements, que nous sponsorisons. Cet espace permet de voir des viséos, réaliser des conférences et d’organiser des réunions. Cet espace sera prêt d’ici la fin de l’année. Notre relation avec l’Institut Pasteur est très proche, de part sa date de création, par exemple, qui la même que celle de la création d’Anios : 1898.

Ici, au Brésil, nous avons des laboratoires accrédités pour valider les produits. Les Laboratoires Anios furent pionner dans ces accréditations, n’est-ce-pas ? Anios a été le premier laboratoire a obtenir le COFRAC (comité français d’accréditation), nous sommes donc un laboratoire certifié, et pouvons donc valider les produits de nos confrères. Le COFRAC est un organisme reconnu internationalement et qui a son correspondant dans chaque pays. Au Brésil, il est reconnu par L’ANVISA qui accepte les études et les normes européennes faites chez Anios sous couvert du COFRAC. Nous faisons un travail noble. Notre spécialité est de lutter contre les infections hospitalières. Pour vous donner une idée, en Europe, le nombre de décès du aux infections hospitalières serait équivalent au crash d’un avion long courrier par jour. Notre spécialité, au-delà des produits et des protocoles, est de tenter de réduire ce nombre. Aujourd’hui, nous avons un problème grave, international, qui est la résistance aux antibiotiques. Certaines bactéries aujourd’hui, hautement résistantes, résistent à tous les antibiotiques existants. La seule solution est donc la prévention. C’est pour cela, que nos

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que são as superbactérias e isso ocorre porque não temos antibióticos, ou seja, hoje a prevenção é a única saída. É por isso que o produto, assim como o nosso compromisso - que é mais que um compromisso, é a nossa missão - é voltado ao encontro do meio ambiente, a compatibilidade, mas também, a eficácia. E como demonstrar isso? Com normas, normas em condição de uso, em condição de sujidade. Somos missionários disso. E também o custo; um bom programa de luta contra a infecção é uma economia muito grande para o hospital. Um avião jumbo que cai todos os dias é um acidente mudo. As infecções são um avião que cai por dia que ninguém comenta. Na França, temos mais mortes por infecção hospitalar que acidente automobilístico, que geralmente as pessoas costumam comentar bastante a respeito, por tanto, a importância de todo o trabalho realizado.

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produits, notre engagement, notre mission, est tourné sur l’efficacité de nos produits tout en respectant l’environnement, le personnel et le matériel. Et comment le démontrer ? Avec les normes, en conditions d’emploi, en conditions de saleté… nous sommes des missionnaires. Sans oublier le coût, un bon programme de prévention de lutte contre les infections est une grande source d’économie pour l’hôpital. Un crash d’un avion jumbo par jour est un accident très divulgué dans la presse. Les infections nosocomiales n’y sont jamais commentées. En France, nous avons plus de décès du aux infections hospitalières qu’aux accidents de la route, qui eux sont très commentés, à l’inverse des infections nosocomiales.


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SAÚDE

Rejane Paganini

Depressão na vida senescente

A

depressão provavelmente pode ser considerada um dos mais importantes distúrbios do corpo como um todo, pois chega a afetar tanto a forma de pensar e sentir, quanto o físico e o emocional. Sendo assim, é tida como uma situação de saúde que abrange indivíduos em todas as fases da vida, levando-os a auges de tristeza e isolamento social.

REJANE M. A. PINHEIRO PAGANINI Psicóloga Clínica/ Hospitalar. Psicanalista com formação em Letras e cursos de Practitioner em PNL, Neuropsicologia e Psico-oncologia. Atende no Núcleo de Aprimoramento Pessoal (NAP). nuclapes.com

Quando se fala em depressão, geralmente coloca-se um indivíduo numa situação de declívio total, havendo certa preocupação com o afetado. Entretanto, faz-se necessário um olhar voltado para o senescente – indivíduo saudável após os 65 anos – que, frequentemente, por conta de seu estado delicado de saúde, se queixa de dores de cabeça, lombares ou articulares, ao invés de expor sentimentos de ansiedade, tristeza ou cansaço. Com isso, os que cercam tal indivíduo não se atentam para o possível quadro de depressão. Apesar de parecer estranho aos leigos, a depressão também pode se manifestar através da agitação e agressividade; porém, não é possível generalizar: pode haver a evolução para uma doença mental grave e incapacitante, interferindo no cotidiano do senescente, que pode apresentar sintomas como diminuição do sono e de respostas emocionais, assim como a perda de prazer em relação às atividades habituais, ressentimentos

sobre o passado e falta de vitalidade. Na vida do senescente, a depressão tem sido mais comum do que se imagina, e isso se deve, sobretudo, a âmbitos trazidos da vida contemporânea, como a amplitude de recursos médicos e tecnológicos disponíveis, e ainda, o excesso de memória que tende a culminar na mistura entre crises atuais e passadas, não resolvidas. Além disso, para intensificar o contexto, do ponto de vista vivencial, o idoso lida com perdas sequenciais relacionadas às mudanças físicas e alterações psicológicas – diminuição de estatura, perda de sentidos, dificuldades de locomoção, choro fácil, desinteresse, alterações no sono e apetite, dentre outros, que acabam por impelir a episódios de adaptações, readaptações e reajustamentos no comportamento humano, diante das imposições da vida. As alternativas dadas para trabalhar a depressão na vida senescente vão além da medicação antidepressiva e acompanhamento psicológico, pois é necessário analisar a pessoa no momento correto, e da forma mais completa possível. O contato entre indivíduos de mesma faixa etária promove efeitos positivos no tratamento da depressão, e assim sendo, atividades diversas, como ginástica, viagens, terapias alternativas, grupos de dança e outros, tornam-se grandes aliadas.

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CME

Elena Lorenzo

Aspectos a levar em consideração durante a seleção da tecnologia de esterilização para baixa temperatura de acordo com os interesses do Centro Hospitalar: os pontos-chave! Aspectos a tener en cuenta durante la selección de la tecnología de esterilización a Baja Temperatura más acorde con los intereses del Centro Hospitalario: Los puntos clave!

ELENA LORENZO MARFIL Infection Control Manager Matachana Group

Ao longo dos últimos 10 anos, os dispositivos médicos reutilizáveis evoluíram mais rápido do que nunca para atender às demandas de novas tecnologias aplicadas nos cuidados cirúrgicos, médicos e dentários para nossos pacientes. Os avanços na medicina devido à implementação da cirurgia moderna são freqüentemente adotados como procedimentos padrão em salas de operação. Esta nova prática, mais "inteligente" e menos invasiva, promove o uso e a diversidade de instrumentos médicos mais delicados e complexos que não suportam adequadamente o calor, a pressão e as condições úmidas de esterilização a vapor, o que acentua a demanda de procedimentos adequados para a limpeza, desinfecção e esterilização deste material. Esta situação, às

En los últimos 10 años, los dispositivos médicos reutilizables han evolucionado más rápido que nunca para satisfacer las demandas de la nueva tecnología aplicada en las intervenciones quirúrgicas, médicas y dentales para el cuidado de nuestros pacientes. Avances en la medicina debidos a la implementación de una moderna cirugía se adoptan frecuentemente como procedimientos normalizados dentro de los quirófanos. Esta nueva praxis, más “inteligente” y menos invasiva, promueve el uso y diversidad de instrumental médico más delicado y complejo que no resiste adecuadamente el calor, la presión y las condiciones húmedas de la esterilización por vapor, por lo que se acentúa la demanda de procedimientos apropiados para la limpieza, desinfección y esterilización de este material. Esta situación, a veces NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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vezes conflita com a realidade dos centros de saúde, que em alguns casos, não possuem sistemas comprovados para uma adequada limpeza, desinfecção e esterilização de tais instrumentos.

choca con la realidad de los centros sanitarios, que en determinados casos no disponen de sistemas probados para una adecuada limpieza, desinfección y esterilización de ese tipo de instrumental.

Para acompanhar este progresso técnico e científico, as normas e diretrizes aplicadas a todos os equipamentos presentes nos hospitais foram alteradas, atualizadas e adaptadas aos requisitos de uso de um dispositivo médico que deve assegurar uma reutilização segura com cada paciente. Embora o trabalho das Unidades de Reprocessamento dos Dispositivos Médicos (RUMEDs), possa parecer invisível para os pacientes e se trabalhe em um constante segundo plano, seu trabalho é tão importante como a cirurgia na sala de operações, uma vez que o material deve ser entregue a tempo e em condições perfeitas de esterilidades/segurança.

Para mantener el ritmo de este progreso técnico y científico, las normas y directrices aplicadas a todo el equipamiento presente en los hospitales se han enmendado, actualizado y adaptado a los requisitos de uso de un producto sanitario que debe garantizar una reutilización segura con cada paciente. Aunque el trabajo de las Unidades de Reprocesamiento de los Dispositivos Médicos (RUMEDs) pueda parecer invisible para los pacientes y se trabaje en un constante segundo plano, su labor es igual de importante que la ejecutada en quirófano, ya que se debe entregar el material a tiempo y en perfectas condiciones de esterilidad/seguridad.

A esterilização por Baixa Temperatura tem sido o principal debate na esterilização hospitalar, uma vez que os dispositivos médicos termosensíveis aumentaram sua presença no campo cirúrgico. Enquanto a esterilização a vapor sofreu progressos ininterruptos, mas, influenciada pela tentativa constante de otimizar os tempos de ciclo, a melhora das condições de secagem trazem a aparição de novos materiais de embalagem ou a ergonomia melhorada e automação das tarefas de carga e descarga, a cruzada de Baixa Temperatura foi instalada nos campos do agente esterilizante para compensar a falta de ineficácia do vapor a temperaturas inferiores a 121°C. A esterilização por Baixa Temperatura é a única opção disponível para a eliminação de microorganismos que causam infecção em produtos médicos invasivos fabricados de plásticos, lentes e componentes eletrônicos que podem ser danificados pela temperatura usada NASCECME MAGAZINE | agosto 2017

La esterilización por Baja Temperatura ha sido el gran debate en la esterilización hospitalaria desde que los dispositivos médicos termosensibles incrementaron su presencia en el ámbito quirúrgico. Si bien la esterilización por vapor ha sufrido un progreso ininterrumpido, más influenciado por el intento constante de optimización de los tiempos de ciclo, mejora de las condiciones de secado tras la aparición de nuevos materiales de embalaje o mejorar la ergonomía y automatización de las tareas de carga y descarga, la cruzada de la Baja temperatura se ha dirimido en el campos del agente esterilizante para compensar la falta de eficacia del vapor a temperaturas inferiores a 121ºC. La esterilización por Baja Temperatura es la única opción existente para la eliminación de los microorganismos causantes de infección sobre productos médicos invasivos fabricados en plásticos, lentes y componentes electrónicos que podrían resultar dañados por la temperatura utilizada en los autoclaves. Entre estos métodos, se incluye el Vapor a Baja Temperatura por Formaldehido al


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nas autoclaves. Estes métodos incluem vapor de Baixa Temperatura para 2% de Formaldeído (VBTF), Peróxido de Hidrogênio Vaporizado, gás de plasma Peróxido de Hidrogênio, Óxido de etileno (Eto) e fórmulas misturadas usando Peróxido de Hidrogênio com Ozônio. RUMEDs bem equipados com sistemas de esterilização a baixa temperatura capazes de gerenciar uma ampla gama de dispositivos médicos ajudarão o pessoal na preparação de instrumentos cirúrgicos de forma segura e de acordo com os tempos de rotação exigidos pela Instituição de Saúde. Quando um hospital considera a aquisição de um equipamento de Baixa Temperatura, é importante responder a essas questões para fazer uma avaliação objetiva da necessidade real de esterilização de material termossensível evitando investimentos em equipamentos e consumíveis de prateleira limitada que podem ser subutilizados: • A aplicação do sistema corresponde às necessidades do meu departamento? • O tempo de resposta do sistema atende as minhas necessidades? • Todos os materiais que tenho na minha unidade são compatíveis com o sistema de esterilização escolhido ou os fabricantes expressarão restrições de uso? • O sistema possui perfis simples e intuitivos para usuários que permitem a detecção precoce de incidentes/alterações que possam comprometer a esterilização? • Existem aspectos de segurança específicos que exigem investimentos adicionais, incluindo equipamentos especiais de proteção pessoal? • Existe evidência científica suficiente da segurança do processo em meus pacientes, materiais e embalagens quanto à permanência potencial de resíduos químicos? • O sistema foi validado e possui um

2% (VBTF), el Peróxido de Hidrógeno Vaporizado, el Peróxido de Hidrógeno con gas plasma, el Óxido de etileno (Eto) y fórmulas mixtas que utilizan Peróxido de Hidrógeno con Ozono. RUMEDs bien equipadas con sistemas de esterilización a baja temperatura capaces de gestionar un amplio rango de dispositivos médicos, ayudarán al staff en la preparación de los instrumentos quirúrgicos de una manera segura y acorde con los tiempos de rotación demandados por la Institución Sanitaria. Cuando un hospital se plantea la adquisición de un equipo de Baja Temperatura, es importante dar respuesta a estas cuestiones para realizar una evaluación objetiva de la necesidad real de esterilización de material termosensible y así evitar una inversión en un equipo y en unos consumibles de limitada caducidad que pueden resultar infrautilizados: • ¿Coincide la aplicación del sistema con las necesidades de mi departamento? • ¿El tiempo de respuesta del sistema se ajusta a mis necesidades? • ¿Todos los materiales que dispongo en mi unidad son compatibles con el sistema de esterilización escogido o los fabricantes manifestarán restricciones de uso? • ¿Posee el sistema perfiles sencillos e intuitivos para los usuarios que permitan una detección precoz de incidencias/alteraciones que puedan comprometer la esterilización? • ¿Existen aspectos específicos de seguridad que necesiten inversiones adicionales, incluyendo equipamiento especial de protección personal? • ¿Existe suficiente evidencia científica de la seguridad del proceso sobre mis pacientes, materiales y embalajes por lo que se refiere a la potencial permanencia de residuos químicos? • ¿El sistema es validable y posee un sistema de monitorización rutinario que perNASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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sistema de monitoração de rotina que permite a avaliação e registro contínuo de cada processo para assegurar o ciclo de repetibilidade do sistema após o ciclo? • O custo de investir no equipamento mais a exploração de consumíveis equilibrados, agora e no futuro, coincidem com o orçamento e a realidade do meu hospital? • O sistema está de acordo com as leis/regulamentos e registros necessários no meu País? Novas gerações de esterilizadores de Peróxido de Hidrogênio mostram o mesmo rigor necessário para a esterilização a vapor, apesar de ser uma tecnologia para a qual, o único padrão aplicável é ISO 14937: 2010: "Esterilização de produtos sanitários. Requisitos gerais para a caracterização de um agente esterilizante e para o desenvolvimento, validação e controle rotineiro de um processo de esterilização para dispositivos médicos ". São esperadas regulamentações específicas de natureza construtiva e validadora dos 2 a 3 anos a partir dos comités europeus de normalização. Nos hospitais onde a rotação é muito alta e certos instrumentos complexos com alto valor econômico podem ser escassos, os tempos de ciclo dos esterilizadores de Peróxido de Hidrogênio são um dos fatores determinantes a favor desses equipamentos, com menores tempos totais na hora. Este aspecto torna-se especialmente importante com material de cirurgia robótica, sondas de ultra-som intra-operatório, sistemas de imagem laparoscópica 3D, escalpelos de corte ultra-sônicos e alguns endoscópios flexíveis invasivos, cujo uso tem sido cada vez mais utilizado na cirurgia moderna. Mas a penetração restrita do H2O2, a sua limitada estabilidade ao longo do NASCECME MAGAZINE | agosto 2017

mita una evaluación y registro continuado de cada proceso para garantizar la repetitividad del sistema ciclo tras ciclo? • ¿El coste de la inversión en el equipo más la explotación de los consumibles es equilibrado, ahora y en el futuro, con el presupuesto y realidad de mi hospital? • ¿El sistema es acorde con las legislaciones/normativas y registros exigidos en mi país? Nuevas generaciones de esterilizadores de Peróxido de Hidrógeno manifiestan la misma rigurosidad solicitada para la esterilización por vapor, a pesar de tratarse de una tecnología para la cual, el único estándar aplicable es la ISO 14937:2010: “Esterilización de productos sanitarios. Requisitos generales para la caracterización de un agente esterilizante y para el desarrollo, la validación y el control de rutina de un proceso de esterilización para productos sanitarios”. Normativas específicas de carácter constructivo y validatorio se esperan en un plazo de 2 a 3 años promovidas por los comités europeos de normalización. En hospitales donde la rotación es muy elevada y ciertos instrumentos complejos y de alto valor económico puedan ser escasos, los tiempos de ciclo de los esterilizadores de Peróxido de Hidrógeno se constituyen como uno de los puntos determinantes a favor de estos equipos, con tiempos totales inferiores a la hora. Este aspecto se torna especialmente importante con el material de cirugía robótica, sondas intraoperativas ecográficas, sistemas de imagen laparoscópica 3D, bisturís de corte ultrasónico y algunos endoscopios flexibles invasivos, cuyo uso se ha incrementado cada vez más en la cirugía moderna. Pero la penetración restringida del H2O2, su limitada estabilidad en el tiempo así como su coste ciclo, pueden suponer un hándicap en determinados Hospitales. Centros con endoscopia flexible altamente


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tempo, bem como o seu custo do ciclo, pode ser uma desvantagem em certos Hospitais. Centros com endoscopia flexível altamente complexa ou com necessidades de esterilização a Baixa Temperatura podem ser condicionados a um uso desproporcionado da esterilização de H2O2, simplesmente para evitar a expiração da solução de esterilização. Assim, outras tecnologias de esterilização a baixas temperaturas, como a VBTF, podem atuar como sistemas suplementares para as unidades de Peróxido para fornecer e responder a todas as aplicações e necessidades econômicas de nossas Instituições de Saúde, com tempos de processo, equilibrados e em linha com uma programação correta na sala de operação. Com o objetivo crucialmente importante de proteger a integridade física dos seres humanos, os hospitais devem optar por tecnologias totalmente automatizadas que garantam o cumprimento de qualquer aspecto limitativo, que respondam às questões levantadas neste artigo e que estejam de acordo com o estado do conhecimento e a tecnologia/ ciência do momento.

compleja o con escasas necesidades de esterilización a Baja Temperatura, pueden verse condicionados a un uso desproporcionado de la esterilización por H2O2, simplemente para evitar la expiración de la solución esterilizante. De ahí que otras tecnologías de esterilización por Baja Temperatura, como el VBTF, pueden actuar como sistemas complementarios a las unidades de peróxido para abastecer y responder a todas las necesidades aplicativas y económicas de nuestras Instituciones Sanitarias, con tiempos de proceso, equilibrados y acordes con una correcta programación en quirófano. Con el objetivo crucialmente importante de proteger la integridad física de los seres humanos, los hospitales deben optar por tecnologías totalmente automatizadas que garanticen el cumplimiento de cualquier aspecto limitante, que respondan a las preguntan planteadas en este artículo y que sean acordes con el estado del conocimiento y la tecnología/ ciencia del momento.

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TECNOLOGIA

Cecilia Angelo

Processamento de instrumental robótico: o diferencial da equipe de CME

A

Central de Material e Esterilização (CME) pode ser definida como unidade funcional destinada ao processamento de produtos de saúde, garantindo controle de qualidade nos processos a partir de protocolos de segurança e órgãos acreditadores.

ca proporcionou uma grande interação entre a CME e o Centro Cirúrgico, visto que os instrumentais tecnológicos de alto custo necessitam de cuidados minuciosos, levando o enfermeiro da CME a atuar ativamente neste processo com qualidade e segurança.

A CME apresenta um importante papel no controle de infecções hospitalares, tendo em vista que as infecções de sitio cirúrgico necessitam de monitoramento constante, sendo um alerta a saúde pública por ser responsável pelo aumento da morbimortalidade e dos gastos hospitalares.

A atuação do enfermeiro da CME nas cirurgias robóticas envolve várias etapas, sendo elas: controle de estoque e vida das pinças robóticas, codificação das pinças por equipes cirúrgicas com estruturação de kits robóticos, processo de esterilização, rastreabilidade das pinças e óticas robóticas, garantia de protocolos, capacitação da equipe de enfermagem da CME no manuseio de instrumentais robóticos com supervisão do enfermeiro.

Desta forma, os materiais utilizados em procedimentos cirúrgicos, os quais foram disponibilizados pela CME, devem ser rigorosamente processados, a fim de que os mesmos não se tornem fonte de contaminação, que possivelmente poderão desencadear processos infecciosos, levando até mesmo ao óbito do paciente. Assim, a atuação da equipe de enfermagem da CME associada às inovações tecnológicas dos instrumentais cirúrgicos e equipamentos de esterilização pode ser caracterizada como um dos pilares essenciais do processo de esterilização dos materiais hospitalares. Diante deste cenário, a cirurgia robótiNASCECME MAGAZINE | agosto 2017

O grande diferencial da equipe de enfermagem da CME no processamento de instrumental robótico pode ser visto através do envolvimento e engajamento de toda equipe multiprofissional envolvida neste processo, com foco na garantia do sucesso das cirurgias robóticas. Portanto, o empoderamento do enfermeiro da CME neste processo é fundamental para efetividade dos protocolos e, garantia de selos de qualidade e monitoramento dos indicadores assistenciais e gerenciais.

CECILIA ANGELO Graduação de Enfermagem pela UNIBAN (Universidade Bandeirante de São Paulo) ano ­2000; Especialização em Enfermagem de Centro Cirúrgico, RA e CME pela UNIBAN (Universidade Bandeirante de São Paulo) ano 2004; Curso Robótica (Da Vinci SI) Intuitive Houstoun ano 2013; Membro do GEAP (Grupo de Enfermagem e Assistência Peri Operatória) pela USP como pesquisadora; MBA em Gestão de Pessoas - FVG STRONG (cursando).


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SAIBA MAIS

Luiz Cezar Silva dos Santos

Uma procissão de fé pelas ruas e avenidas de Belém do Pará Belém do Pará, também conhecida por duas outras denominações históricas como “Cidade das Mangueiras” e “Metrópole da Amazônia”, é também a cidade onde, todo segundo domingo de outubro, acontece o Círio de Nossa Senhora de Nazaré, festa religiosa com mais de trezentos anos já (re)contada em prosa e verso, cantada em letras de música e até tema de enredo de escola de samba. Em termos de números, o Círio de Nazaré é considerado uma das maiores festas religiosas do mundo e reúne em média, cerca de dois milhões de pessoas. É também, desde 2004, por ação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), considerado como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Desde 2013, é Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

¹ Maiores informações sobre o Círio de Nazaré acesse a http:// bibliotecadocirio.org/ ² Texto elaborado a partir do trabalho apresentado no III Decima – Colóquio Internacional Mídia e Discurso na Amazônia, na Universidade Federal do Maranhão/ UFMA.

O mito fundador do Círio de Nazaré diz que o caboclo Plácido José de Souza, em 1700, encontrou uma imagem da Virgem de Nazaré às margens do Igarapé Murutucu. Plácido levou a imagem para sua cabana, porém, no dia seguinte, ela havia desaparecido. Ao voltar para o lugar da aparição, ele a encontrou novamente. A história se repetiu por várias vezes até que a

imagem foi trancafiada no Palácio do Governo, mas sumiu e, no dia seguinte, foi encontrada no lugar da sua primeira aparição. Em virtude disso, o governador da época mandou erguer uma ermida no local do achado, onde atualmente está localizada a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré. Historicamente, o “achado” da imagem da santa é contado, recontado e ilustrado em diversos anúncios comemorativos do Círio de Nazaré (Figura 1). Como podemos observar, a imagem de Nossa Senhora é utilizada nos anúncios publicitários de diferentes formas (ilustração e/ou fotografia).

Figura 1: Anúncio Círio – Vivenda Fonte: Jornal O Liberal, publicado em 1979 (BIBLIOTECA PÚBLICA ARTHUR VIANNA, 2017).

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A imagem autêntica – ou verdadeira – de Nossa Senhora de Nazaré, achada em 1700 pelo caboclo Plácido, raramente sai da Basílica de Nazaré. As últimas vezes foram em 1980, para a bênção do papa João Paulo II, da sacada do palácio episcopal, e no Círio de 1992, encerramento do Ano Santo Mariano proclamado pelo então arcebispo dom Vicente Zico em comemoração ao Círio 200. Desde 1969, a imagem original é substituída nas procissões por uma réplica feita na Itália. O Círio de Nazaré carrega consigo diversos simbolismos religiosos: a vela do Círio, a berlinda, a corda, o manto, os fogos de artifício, as promessas, os carros, as romarias, símbolos que remetem às cores, aos sons, cheiros, luzes, objetos e texturas, as mais diversas de tudo o que faz parte das festividades do Círio. A principal personna ou perssonage do Círio de Nazaré, é Nossa Senhora, representação imagética que, publicitariamente, podemos pensar como a mascote representativa de toda a festa, e também a marca simbólica mais forte do Círio de Nazaré. Quando tomamos o vocábulo perssonage, entendemos que sua construção é decorrente da junção de “pessoa + age” – pessoa em ação, daí o vínculo com o movimento da face, rosto, semblante e também máscara, como simulacros de expressão e movimentos. (PEREZ, 2011: 1).

Historicamente, o Círio traz consigo traços característicos de muitas das festas religiosas que acontecem Brasil afora, contudo, à medida que a procissão e o culto à Santa começam a ganhar vulto, ele começa a incorporar características locais e regionais. A festa, a fartura de bebida e comida, o foguetório, elementos próprios da religiosidade popular que são tão marcantes no Círio de Belém, vêm daqueles primeiros círios. O santuário português de Nazaré era rodeado por feiras e tabernas, onde havia rara oportunidade de comezainas, NASCECME MAGAZINE | agosto 2017

diversão e transgressão, especialmente nos festejos profanos noturnos, com jogos, touradas e mascarados. (ALVES, 2012: 23).

O Círio, em virtude de sua força econômica, também é denominado de o “Natal dos paraenses”, pois é responsável por movimentar a economia do estado inteiro, tanto na cadeia da produção industrial, com a criação de produtos com a marca “Círio”, quanto na produção artesanal, com os brinquedos de miriti e as joias; na produção de alimentos típicos da festa, como pato no tucupi e a maniçoba. A isso se soma a movimentação ligada ao trade turístico com relação aos milhares de visitantes (romeiros, turistas, empresários, artistas) que visitam/chegam à cidade durante a quadra nazarena. Na comunicação publicitária acontecem a criação e veiculação de peças e materiais relacionados à festa, como o cartaz do Círio, que é lançado todos os anos para homenagear e divulgar Nossa Senhora de Nazaré. Também a transmissão ao vivo do Círio pelas rádios e emissoras de televisão, além da cobertura intensiva da mídia impressa e a transmissão e a propagação pelas redes sociais das festividades do Círio movimentam a verba publicitária dos patrocinadores da festa ou, melhor dizendo, dos “patrocinadores da fé”. Estratégia de marketing muito propícia diante do panorama atual do mercado local e mundial, ambos moldados por dois fenômenos contemporâneos: a tecnologia e a globalização. Desde os primórdios do Círio que os “patrocinadores da fé”, empresas, lojas e marcas de alimentos, de refrigerantes, de cervejas, de cigarros, de vestuário, de tecidos, de construtoras, de bancos, de agências de publicidade, dos governos federal, estadual e municipal, se fazem presentes em diversos anúncios publicitários publicados nos jornais


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existentes em cada época na capital paraense, para “homenagear” a Santa e o Círio de Nazaré. Como fenômeno mercadológico, publicitário e comunicacional, o Círio atua na comunicação de massa ( jornal, rádio e TV) e um exemplo, é a procissão principal do segundo domingo de outubro, feita para as massas. Também atua na comunicação segmentada (internet, redes sociais, outdoor), como exemplificam as 12 romarias que acontecem durante a quinzena festiva, cada uma delas criada para atingir um determinado segmento de público (motociclistas, ciclistas, crianças, jovens), já que a segmentação de mercado fundamenta-se na ideia de que todo mercado é composto por grupos de consumidores (segmentação) com necessidades e desejos diferentes. Para Kotler (2002: 155), “Marketing é a ciência e a arte de conquistar e manter clientes e desenvolve relacionamentos lucrativos com eles”. Portanto, cada romaria e/ou procissão - Círio, Trasladação, as romarias Rodoviária, Fluvial, Motorromaria, das Crianças, da Juventude, Cicloromaria, Procissão da Festa e dos Corredores – procura abranger um público-romeiro-devoto especifico. O marketing continua por toda a vida do produto, tentando encontrar novos clientes, melhorar com poder de atração e o desempenho do produto, tirar lições dos resultados das vendas do produto e gerenciar as vendas repetidas aos mesmos clientes. (KOTLER. 2002:33).

Assim como a fé, o marketing continua por toda a vida; é só não nos esquecermos de que empresários, políticos, artistas, religiosos e demais representações sociais, também se utilizam do Círio para “aparecer” na mídia e, consequentemente, a partir dessa exposição midiática, criar uma imagem positiva perante os romeiros do Círio.

Todas as procissões da quadra nazarena podemos considerar como eventos promocionais da festa do Círio de Nazaré. Nesse contexto, podemos destacar, também dentro das festividades, as centenas de pequenas romarias que acontecem nas paróquias e nas comunidades durante as semanas que antecedem o Círio, quando a Santa Peregrina percorre as casas de fiéis, órgãos oficiais e sedes de empresas patrocinadoras da Festa de Nazaré. Outro fenômeno durante as festividades é a realização de mini círios que acontecem em diversos pontos da região metropolitana, espaço urbano que inclui a cidade de Belém e os municípios de Ananindeua e Marituba. Segundo Alves (2012:36) nos dias que antecedem à realização da grande romaria é possível ver muitos desses círios cortando a cidade, em vários horários. É interessante ressaltar que, na contagem do Dieese-Pará das peregrinações da Santa, só são computadas aquelas realizadas com a imagem peregrina, ou seja, as que têm a chancela dos organizadores. Mas, como se verifica pelo noticiário da época do Círio e mesmo pela observação na cidade, muitas instituições, paróquias ou mesmo grupos de fiéis organizam seus próprios círios, procissões maiores ou menores, conforme os recursos e a mobilização de seus promotores. (ALVES, 2012: 36)

As diversas romarias que foram sendo agregadas às festividades do Círio de Nossa Senhora de Nazaré indicam um aspecto interessante dessas manifestações que é a segmentação: um conceito do marketing que, segundo Kotler (1996: 257), significa "o ato de dividir um mercado em grupos distintos de compradores com diferentes necessidades e respostas." Para Cobra (1991:67), um segmento de mercado bem definido “possibilita a eficácia da aplicação dos instrumentos de marketing, otimizando recursos para subdividi-lo

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de maneira mais adequada.” Ou seja, todo esse processo de segmentação de mercado tende a indicar segmentos específicos que devem ser avaliados caso a caso para que a empresa consiga identificar cada um deles, levando em consideração o tipo de público-alvo e as características dos clientes pretendidos no mercado. Outro fator é que tanto a segmentação dos públicos pela faixa etária quanto por sua caracterização é uma tendência contemporânea dos grandes eventos, e no caso do Círio de Nazaré, afirma Alves (2012: 38): [...] Como exemplos, os aprovados no vestibular que pagam promessa na corda na Trasladação e fazem dela uma romaria cada vez mais jovem e vibrante; crianças e velhos tornaram-se o público principal da Romaria das Crianças, por não enfrentarem as dificuldades criadas pela multidão do Círio; o cortejo de embarcações é destaque nos pacotes turísticos e corporativos; e a motoromaria atrai grupos de motoqueiros de outros estados.

O fenômeno da expansão de diversas romarias periféricas em nenhum momento, canibalizou a procissão principal do Círio, pelo contrário, acentuou o aspecto lúdico e espetacular da Festa de Nazaré. Para a pesquisadora Alves (2012: 38): Na verdade, elas reforçam o evento principal, como no caso das peregrinações das réplicas da imagem pelas casas, valorizando a família como expressão mais simples da Igreja e levando àquele espaço a hierofania que antes só se deslocava pelo espaço público e pelas moradas do poder, temporal ou religioso, representados pelo Palácio do Governo, onde chegou a primeira Trasladação e de onde saiu o primeiro Círio; pela Catedral de Belém, que o substituiu, e pela Basílica de Nazaré, templo que abriga a imagem e foi o ponto de chegada do Círio até a inauguração (em 1982) do Conjunto Arquitetônico de Nazaré, hoje chamado de Praça Santuário, que substituiu o Largo de Nazaré, onde se instalava o arraial da festa, na frente da igreja.

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Até mesmo uma “hierofania” toma conta da festa, ou seja, o ato de manifestação do sagrado. O termo refere-se a uma consciência fundamentada da existência do sagrado, ao se manifestar por meio de objetos habituais do cotidiano.

Figura 7: Anúncio Círio – DC3 Marketing & Comunicação Fonte: Jornal O Liberal, publicado em 2016 (BIBLIOTECA PÚBLICA ARTHUR VIANNA, 2017).

O anúncio da agencia de publicidade DC3 (Figura 7) ilustra essa mistura do sagrado se manifestando por meio de objetos habituais do cotidiano, no caso, dos símbolos sagrados relacionados com o Círio, sendo formados saindo da tigela de açaí (objeto do cotidiano dos paraenses), além da utilização cromática da cor do fruto do açaí. O mar de gente, como gostam de classificar a romaria os jornais paraenses na época do Círio, ou seja, os mais de dois milhões de pessoas que participam, no segundo domingo de outubro, da procissão do Círio, é uma multidão de gente que passa a ser denominada ora pela personna de “romeiros”, ora de “devotos” da Santa que, durante a romaria, passa a ser a personna principal das festividades do Círio. As personagens de marca surgem quando a vinculação é mais profunda, ou seja, quando a personagem é um sinal distintivo e diferenciador, de uso exclusivo da marca, e acaba por se tornar um elemento de sua identidade. (PEREZ, 2011: 39).

³ O termo foi cunhado por Mircea Eliade em seu Tratado sobre a história das religiões, publicado em 2000. Discurso na Amazônia, na Universidade Federal do Maranhão/ UFMA.


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No contexto religioso do Círio, os “romeiros” são aquelas pessoas que viajam para uma determinada cidade ou lugar com o intuito de pagar uma promessa ou prestar devoção a um determinado santo ou santa. E o “devoto” é aquele que possui ou demonstra devoção: fiel devoto. Se pensarmos tanto nos “romeiros” quanto nos “devotos” como clientes, ou mais ainda, como consumidores das festividades do Círio de Nazaré, podemos perceber que as mudanças históricas do e no Círio, como a criação de diversas romarias, têm por finalidade fidelizar ainda mais esses “clientes”. O problema é que quando as expectativas de um cliente são superadas, ele as eleva da próxima vez. A tarefa de superar as mais altas expectativas torna-se mais difícil e onerosa. No final, a empresa acaba tendo que se conformar em simplesmente atender às expectativas mais recentes. (KOTLER. 2002: 21).

Um outro elemento simbólico muito importante que devemos levar em consideração nas festividades do Círio de Nazaré é a fé, o elemento estrutural fundamental para pensarmos o fenômeno religioso do Círio de Nazaré: “ato pelo qual nos entregamos, numa atitude de confiança, a uma realidade ou a alguém”. (LIBÂNIO, 2004: 10).

CONSIDERAÇÕES FINAIS Durante todo o período das festividades do Círio encontramos a imagem personalizada de Nossa Senhora de Nazaré representada nas diversas estampas nas camisetas, fitinhas, bandeirolas, chaveiros, botons, miniaturas da Santa, e os cartazes de divulgação do Círio, elementos religiosos/mercadológicos (souvenires) que compõem todo um material publicitário, incluindo também os anúncios publicados nos jornais e revistas locais e os outdoors espalhados pelas ruas e avenidas da cidade, que formam um mosaico da Santa, a per-

sonna principal do Círio de Nazaré, dentro outros. Todas estas manifestações religiosas do Círio de Nazaré são instrumentos de evangelização, tanto de adultos quanto de crianças e adolescentes. Não é à toa que as peregrinações têm sido objeto de grande atenção por parte da Igreja e da Diretoria da Festa no trabalho de preparação do Círio. E mais, tendo o cuidado nessa passagem simbólica da rua para a casa, que o Círio de Nazaré não seja contaminado pelas impurezas e excessos tradicionalmente apontados nas manifestações oriundas dos espaços públicos e, portanto, seja reconfigurado pelos ditames cristãos, seja devolvido às ruas mais religioso, mais evangelizador. Neste deslocamento da hierofania que se verifica com as peregrinações e visitas da imagem, opera, também, um movimento de reciprocidade: a Santa vai a seus devotos para que eles venham a ela, renovando votos, trazendo pedidos e pagando promessas, proclamando seus poderes salvíficos, sua potentia (BROWN, 1984), em sua presença no meio do povo, que transforma, no dia do Círio particularmente, a cidade de Belém numa das principais hierópolis do catolicismo popular brasileiro. (ALVES, 2012: 39).

O Círio de Nazaré possui duas características que o distinguem de outras procissões de santo: a primeira é que ela se divide em duas, a Trasladação e o Círio do dia seguinte; a segunda é que ela é sempre realizada na abertura da festa, e não no encerramento. O caminho do Círio é mais ou menos o mesmo desde suas origens, o trajeto da Trasladação conduz a imagem da capela do Colégio Gentil Bittencourt, vizinho à Basílica, para a Catedral, no bairro da Cidade Velha; e o Círio percorre o caminho inverso, trazendo a imagem da Santa até o altar da Praça Santuário, em frente à Basílica de Nazaré, onde ela permanece durante toda a quinzena do Círio. Contudo, se este é o espaço físico

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da peregrinação principal e exibição da Santa aos fiéis, para Alves (2012: 39): A festa se espalha como que simbolicamente pela cidade, onde fachadas de casas e estabelecimentos comerciais ostentam, aqui e ali, os cartazes oficiais com a imagem da Santa, anunciando o tempo do Círio.

Outros dois fenômenos contemporâneos ampliaram simbolicamente o território do Círio: a entrada em cena da televisão, com o início das transmissões ao vivo do Círio em 1961, e da internet, que transmite a romaria desde 1997, fenômenos que ajudaram a mundializar e a globalizar a festa do Círio de Nazaré, das ruas e avenidas de Belém do Pará para os quatro cantos do planeta. O uso do conceito de publicidade como forma de publicizar o espaço urbano, ou seja, tornar pública a imagem de uma cidade, de um lugar, ou até mesmo da imagem da Santa como a personna da cidade (Belém) onde acontece o Círio, ou como a personna do Estado (Padroeira dos Paraenses) onde acontece o Círio, ou como a personna da região (Rainha da Amazônia) onde acontece o Círio, um dos eventos religiosos de maior vulto no Brasil. Assim, a leitura dos anúncios publicitários referentes a Nossa Senhora de Nazaré nos proporciona também, descortinar um pouco a cidade de Belém como um lugar de publicização religiosa e suas interações midiáticas durante as festividades do Círio de Nazaré.

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Referências Bibliográficas: ALVES, Regina. O manto, a mitra e o microfone: a midiatização do Círio de Nazaré em Belém do Pará. Tese de Doutora apresentada no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará: 2012. KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo: Futura, 2002. LIBÂNIO, João Batista. Fé. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004. PEREZ, Clotilde. Mascotes: semiótica da vida imaginária. São Paulo: Cengage Learning, 2011. ROCQUE, Carlos. História do Círio e da Festa de Nazaré. Belém: Mitograph Editora Ltda, 1961.

LUIZ LZ CEZAR SILVA DOS SANTOS Consultor de ideias, Publicitário e Professor Universitário. Mestre em Estudos Literários pela Universidade Federal de Minas Gerais/UFMG. Doutor em História pela PUC/SP. Docente do curso de Publicidade e Propaganda Facom/ILC/UFPA e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia - PPGCom/ ILC/UFPA. Diretor Norte da ABP2; Autor do livro "Sempre Coca-Cola: isso é que é sabor de modernidade".


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CME

Renzo Loriz Filipi

Autoclave. Risco Real e Iminente no mundo da CME

RENZO LORIS FILIPPI Engenheiro mecânico formado pela FAAP. Toda a carreira profissional de 38 anos destinada à projeto, fabricação, manutenção e inspeção de Vasos de Pressão. Membro do CB 26 – ABIMO e ABNT para elaboração de Normas Técnicas. Especialista em Inspeção de Segurança em Vasos de pressão com ênfase em Autoclaves de CMES

Eu monitoro constantemente todos os grupos de CMES das redes sociais, assisto palestras presenciais ou pela internet e os temas predominantes sempre são as qualificações, calibrações, gases não condensáveis, processos, ou seja, tudo sobre as rotinas de trabalho e performance dos equipamentos. Um terrível equívoco. Talvez 5% deste público, aborda a Segurança Operacional da autoclave e os riscos a que os usuários são submetidos. De um modo geral uma autoclave que opera com 134oC (2,2 Kgf/cm2), exerce em sua porta uma força de cerca de 10 toneladas. Uma câmara de uma autoclave malcuidada que se encontra contaminada (é o que mais vejo nas redes sociais dos grupos de CMES) pode trincar e causar a destruição de toda uma Central de Esterilização e das pessoas que lá estão. Este tópico relata a capacidade de uma

autoclave que armazena fluído compressível (vapor), sempre gerar um acúmulo muito grande de energia interna e que quando desprendido devido a um colapso (trinca ou ruptura na porta), ocasiona uma grande destruição devido a liberação instantânea dessa energia. Estes dois fatos (manter todo o sistema de portas perfeito e câmara sempre íntegra), são apenas duas das várias possibilidades que podem levar uma autoclave a causar acidentes. Veja uma ocorrência: https://www.youtube.com/watch?v=z-LSK38ocEE Existem legislações que tratam destas Inspeções de Segurança – NR13 e DN45 (só engenheiro mecânico tem autorização legal para responder tecnicamente por estas inspeções). Lamentavelmente, a NR13 trata do assunto mais voltado para Vasos de NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Pressão das indústrias. Estes equipamentos são classificados pelo Código ASME Sec. VIII Div.1 e pela NR13 como “Vasos de Pressão Estacionários” onde a porta é aberta 1 vez ao ano. Porém, em CMES as autoclaves são na sua esmagadora maioria, fabricadas com câmaras retangulares ou quadradas, para adaptarem-se às necessidades de possuir 1 ou 2 portas que são acionadas de 6 à 10 vezes ao dia. Pelos processos internacionais de esterilização, estas autoclaves operam com ciclos onde deve-se aplicar vácuo e em seguida pressão. Estas rotinas operacionais ocorrem inúmeras vezes ao dia. Estas autoclaves são conhecidas como “Vasos de Pressão Expansivos” Um Vaso de Pressão Expansivo – Autoclave - requer Inspeção de Segurança extremamente mais severa, robusta e técnica, avaliando-se com conhecimento de projeto e construção (IBR- Inspeção Baseada em Risco), o sistema de fechamento das portas e a integridade das câmaras interna e externa, considerando-se os fatores de contaminação e corrosão sob tensão que podem gerar fissuras (qualidade da água, detergentes, produtos de limpeza etc.) diminuindo assim os riscos.

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Por este motivo, adota-se periodicidade de 01 ano para as Inspeções de Segurança. Pesquise na Internet e constate que, no mundo, só um modelo se consagrou para todos os seguimentos em uma empresa: É o Template SQDC -Safety, Quality, Delivery and Cost. Eu trabalho para gerar entendimento e aplicar este modelo também nas CME S . Com a segurança dos usuários em primeiro lugar, em seguida a qualidade dos processos e produtos, depois a entrega no arsenal e, finalmente, os sustos.


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CME

Winnie Taíse Pena Macedo

As evidências profissionais de enfermeiros em CME: contribuições de uma revisão integrativa de literatura

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WINNIE TAÍSE PENA MACÊDO Discente do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem - UFPA

Central de Material e Esterilização (CME) é uma área especifica para atuação de profissionais de enfermagem, além do mais, se destaca dos demais setores hospitalares no que diz respeito a organização dos serviços por ser uma unidade de apoio aos serviços de assistência direta a saúde que necessitem de artigos médico-hospitalares para a prestação do cuidado. É demandado ao enfermeiro deste serviço, saberes bem definidos, visto a importância do cumprimento das necessidades exigidas, direcionando-se a uma assistência segura e de qualidade aos clientes. Muitas vezes, este profissional está fadado a uma atuação de invisibilidade, e isso se dá porque o cuidado indireto é menos valorizado, apesar de compor um exercício baseado em saberes técnicos e científicos¹. Assim, pergunto: buscou-se conhecer quais as funções desempenhadas pelo enfermeiro na CME e as dificuldades encontradas no exercício da função?

Tendo como objetivos analisar a produção científica sobre o tema na Língua Portuguesa, Inglesa e Espanhola, publicadas nos últimos 10 anos, avaliando as evidências sobre a percepção do profissional a respeito de suas práticas, rotinas e os obstáculos. A partir da análise da literatura, encontramos 3 principais aspectos do trabalho do enfermeiro na CME que foram: 1- Dificuldades do trabalho desenvolvido na CME devido a repetitividade das funções, cansaço físico; desvalorização e discriminação por ser um ambiente isolado dos outros setores, o que acaba resultando em dificuldades de relacionamento e falta de adaptação; problemas de infraestrutura, falta de material e equipamentos adequados. 2- Atribuições do enfermeiro na CME: as principais foram a gerência e o cuidado indireto ao cliente. 3- Avanços no trabalho desenvolvido na CME: avanços tecnológicos, a consolidação da educação continuada, reconhecimento

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dos próprios funcionários quanto a importância do trabalho que desenvolve. A gerência apresenta-se como principal atividade realizada pelo enfermeiro na CME, caracterizando-se em um processo estruturado, que subsidia também ações de outros profissionais da saúde². Fatores como sentimentos de exclusão, excesso de responsabilidades e restrições pessoais, foram apontados como comprometedores do trabalho individual, demonstrando a importância da valorização pessoal e boas condições de trabalho, além da boa relação interpessoal e a satisfação do trabalhador³. A evolução tecnológica e científica que ocorreu na CME aumenta a eficácia e a eficiência dos processos, melhorando a qualidade e segurança da assistência4. A realização constante de atividades de educação permanente desenvolvidas na CME é importante, pois possibilita diminuir possíveis falhas ocorridas nos processos de trabalho⁵,⁶. Este estudo mostra a importância do profissional de enfermagem dentro das CME, além do seu papel fundamental para o funcionamento do hospital, o que leva a considerar, sim, que a CME é de fato “o coração do hospital”, pois sem ela, não há como garantir assistência à saúde segura e de qualidade.

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Referências Bibliográficas: ASCARI, R. A. et al. O processo de esterilização de materiais em serviços de saúde: uma revisão integrativa. Brasilian Journal of surgery and Research, v. 4, n.2, p.33-8. 2013. Disponível em: <http://www1.udesc.br/agencia/arquivos/10646/files/bjscr.pdf#page=33>. Acesso em: 20 fev 2017. BARTOLOMEI, S. R. T.; LACERDA, R. A. Trabalho do enfermeiro no Centro de Material e seu lugar no processo de cuidar pela enfermagem. Rev Esc Enferm USP, v. 40, n. 3, p. 412-7. 2006 LOPES et al, Ser trabalhador de enfermagem da Unidade de Centro de Material: uma abordagem fenomenológica. Rev Esc Enferm USP, v. 41, n.4, p.675-82. 2007. MARTINS, Vaneila Moraes Ferreira et al. Forças impulsoras e restritivas para trabalho em equipe em um Centro de Material e Esterilização de hospital escola. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 45, n. 5, p. 1183-1190, Out. 2011. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S008062342011000500022. Acesso em: 20 Fev 2017. OURIQUES, Carla de Matos;MACHADO, Maria Élida. Enfermagem no processo de Esterilização de Materiais. Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, 2013 Jul-Set; 22(3): 695-703. Diponivel em: http://dx.doi.org/10.1590/S010407072013000300016 ZUGE, Samuel Spiegelberg;PADOIN, Stela Maris de Mello;BRUM, Crhis Netto de;TRONCO, Caroline Sissy. A metodologia problematizadora na prevenção de acidentes em Central de Material e Esterilizaçao. Cogitare Enferm. 2012 Jan/Mar; 17(1):162-5


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ENTREVISTA

Kátia Fernanda Schaedler por Stella Curzio

Restaurando vidas A IMPORTÂNCIA DO APRIMORAMENTO CONTÍNUO NO RAMO MÉDICO HOSPITALAR POR QUEM ACOMPANHA O AVANÇO TECNOLÓGICO NO SEGMENTO COMO UM TODO, ALIADO AO TRABALHO DE LOGÍSTICA E IMPORTAÇÃO.

São mais de 10 anos de experiência na área de operações em empresas do ramo hospitalar. Como você enxerga os avanços? As coisas mudaram ou ainda é possível atingir bons resultados com o que já vem sendo praticado? Se olharmos para a linha do tempo os avanços são positivos e eu diria que, na CME – Central de Materiais e Esterilização, nós não conseguiriamos hoje, ter o mesmo resultado do que era praticado há 10, 15 anos atrás em nível de processamento de materiais, atualmente, muito mais eficaz e seguro ao paciente. Podemos exemplificar com os perfuradores elétricos que, no passado, eram esterilizados com pastilhas contendo formaldeído. Na atualidade, esta prática é proibida e o produto é considerado prejudicial à saúde pelos órgãos competentes. Sem dizer na criação e inovação dos instrumentais, voltados para cada especialidade, o que torna mais eficaz o processo cirúrgico.

Como é trabalhar para atingir resultados de excelência? Qual a necessidade de se trabalhar a liderança voltada para os valores humanos, de realização? É desafiador. Exige a busca contínua por conhecimento, inovação, respeito à diversidade, trabalho em equipe, porém, o resultado é muito prazeroso. É fundamental trabalhar a liderança voltada para os valores humanos. Para que as pessoas se doem e deem o seu melhor, elas precisam estar engajadas e sentir prazer na realização de suas tarefas. A equipe deve executar as atividades com amor, carinho, prazer. Sem que executem com satisfação todas as tarefas, não será possível entregar um trabalho de excelência. A Medsíntese investe no aprimoramento contínuo dos processos que, inclusive, faz parte da nossa política de qualidade. Sempre comento com a minha equipe que não podemos ser 100%. Na área de saúde NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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nós temos que ser 101%. Estamos atuando e cuidando de vidas e a vida não é reparável, podemos causar uma perda irreparável em um simples deslize, algo que você causa para sempre, por isso a necessidade de saber o que você está fazendo e fazer com excelência.

Porque a Medsíntese apoia e acredita ser importante o grupo de estudos e a troca de experiência entre os profissionais? Acreditamos que a sinergia e troca de experiências é fundamental para todas as partes atuantes no processo e que sem essa contribuição mútua e participação

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dos envolvidos (Fabricante, Distribuidor e Hospital/Cliente), não seria possível entregar um serviço, um atendimento de excelência ao cliente. A educação continuada é essencial para proporcionar a reciclagem dos nossos colaboradores e dos profissionais envolvidos para que, trocando e somando experiências, consigam atingir juntos, o objetivo comum, que é proporcionar um atendimento de excelência ao paciente.

Qual a relação entre Medsíntese e Medicon? Poderia comentar sobre as empresas? E, por que os produtos da Medicon tem se destacado no mercado brasileiro?


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A Medsíntese é distribuidora exclusiva da Medicon no Brasil. A Medsíntese está no mercado desde 2003. É uma empresa com os olhos para o futuro onde uma das suas principais diretrizes é o aprimoramento dos seus processos, a excelência em serviço e incentivo à educação continuada. Buscamos incorporar em nosso portfólio, produtos e equipamentos de alta tecnologia para disponibilizar o que acreditamos ser a razão da sua existência, que é melhorar a qualidade de vida dos pacientes. A Medicon foi fundada em 1941 em Tuttlingen, Alemanha, e comercializa os seus produtos em mais de 120 países no mundo. Seus principais diferenciais são: qualidade da matéria prima (aço made in Germany); performance (precisão e duração do corte) e durabilidade (garantia de 10 anos/economia).

Qual o diferencial do container da Medicon que usa o sistema Pasteur com filtro?

garante a coleta eficiente dos germes e bactérias. Graças ao princípio de fluxo Pasteur, ele dispensa o uso de filtros descartáveis e consequentemente, reduz os custos com insumos.

Poderia comentar sobre o manual de Manutenção da Medicon? O manual tem a função de um guia para auxiliar os profissionais de CME (Central de Material e Esterilização) a fazerem o uso correto do reprocessamento dos materiais para que o instrumental tenha longevidade e se mantenha na garantia dos 10 anos que a fábrica fornece. Ele apresenta ciclo de lavagem, secagem, ensina como esterilizar de forma correta, aborda os cuidados que devem ser tomados para não danificar o material, etc. Em breve, a Medsíntese juntamente com a Medicon irão disponibilizar a versão em Português para o mercado.

Um dos diferencias da nova geração de containers da Medicon é o sistema labirinto. Esse sistema possui um filtro permanente integrado à tampa que

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INSTITUIÇÃO EM FOCO

O bem fazendo história ESSE ANO, A ABM COMPLETA 76 ANOS EM UM LONGO CAMINHO DE AMOR E DEDICAÇÃO AO PRÓXIMO

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Associação Espírita Beneficente Dr. Adolfo Bezerra de Menezes é uma entidade sem fins lucrativos, fundada em 1941, e assim chamada em homenagem ao Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, que foi médico, militar, escritor, jornalista, político, filantropo e notável expoente da Doutrina Espírita. Conhecido como “O Médico dos Pobres” por sua postura caridosa, no atendimento a pessoas que necessitavam de ajuda médica, mas não tinham como pagar, Bezerra de Menezes era um modelo de perseverança, caridade e amor. Tudo começou com o pedreiro e construtor José Nascimento Bacelar (19071959), homem muito ativo e dinâmico. Inteligente, dotado de visão muito ampla, há muito tempo sonhava em fazer alguma coisa pelos seus semelhantes. Natural de Belo Horizonte – MG, tentara realizar em sua terra o sonho que acalentava. Como não conseguiu, insistiu em seus propósitos altruístas quando veio para São Paulo, nesta cidade encontrou ambiente propício, juntando-se a um grupo de companheiros que alimentavam um sonho semelhante ao seu: “Amparar o próximo desvalido, tanto pelo aspecto

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moral quanto espiritual.” A Associação Espírita Beneficente Dr. Adolfo Bezerra de Menezes foi fundada em 1941, no bairro da Penha de França, zona leste de São Paulo e, em 1946, foi inaugurado o Abrigo da Velhice Desamparada. Ainda existe o Grupo de Assistência Social José Bacelar, em Itaquaquecetuba, interior de São Paulo; o Departamento de Assistência Social e Centro Espírita Meimei, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo e a Unidade de Terapia e Lazer do Abrigo, na Praia Grande, litoral de São Paulo.

O ABRIGO Sob a Presidência de Maria Ferreira Xavier, o Abrigo Bezerra de Menezes tem a missão de acolher gratuitamente, idosos carentes e desamparados, em um lugar preparado para suas atividades diárias, assim como prestar serviços à comunidade e àqueles que mais precisam – por meio da doação de alimentos, roupas, calçados – e orientar as famílias para o desenvolvimento integral de suas vidas e da comunidade. O abrigo também tem por objetivo promover e incentivar o voluntariado e a caridade. Em suas unidades Penha de França e Itaquaquecetuba, a entidade ampara, sem nenhum tipo de discrimi-


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nação, cerca de 180 idosos com mais de 65 anos, de ambos os sexos. Conta com aproximadamente 150 profissionais especializados em áreas como administração, contabilidade, atendimento médico, atendimento de enfermagem, fisioterapia, psicologia, odontologia, assistência social. Também dispõe de um sem-número de voluntários, que doam seu tempo e disposição para ajudar nas atividades com os idosos. Ao manifestar necessidade de residir no Abrigo, a própria pessoa, alguém próximo ou um familiar, deve entrar em contato com a Associação Espírita Beneficente Dr. Adolfo Bezerra de Menezes e agendar uma entrevista, a fim de que se faça uma avaliação do pedido. Se o resultado da avaliação for positivo, é preciso aguardar o surgimento da vaga, de acordo com a lista de espera. Usualmente, o surgimento da vaga decorre do falecimento ou saída de um dos residentes. Quando isso ocorre, os responsáveis pela internação entrevistam o idoso para comprovação final da real necessidade de atendimento, desde que o candidato não seja portador de patologias como as da Síndrome de Alzheimer, Mal de Parkinson, Fibromialgia ou semelhantes, que levam à dependência física e mental.

tura especializada para atendimento de 24 horas, indispensável nos casos acima citados. A seguir, o Serviço Social entra em contato com o candidato à internação, para orientação geral. O ato se efetiva com avaliação médica, psicológica e a apresentação dos documentos pessoais do idoso e a elaboração de um contrato jurídico bilateral em que se estabelecem os direitos e deveres de ambas as partes, a Associação e o idoso. Para conhecer mais sobre o Abrigo da Velhice Desamparada, bem como realizar doações e fazer parte dos trabalhos voluntários, acesse: [+] http://www.abrigobezerrademenezes.com.br/abrigo-idosos/

Associação Espírita Beneficente Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Rua Dona Vicentina Alegretti, 265 - Penha, São Paulo | Cep: 03610-030 Telefone: (11) 2164.1800 abrigo@abrigobezerrademenezes.org.br Fonte: Associação Espírita Beneficente Dr. Adolfo Bezerra de Menezes

Isso se justifica pelo fato de que a Associação Espírita Beneficente Dr. Adolfo Bezerra de Menezes não dispõe de estru-

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Foto: Adriano Gambarini

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ENERGIA VITAL Entrevista | Luiz Carlos Demattê Filho

por Stella Curzio NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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ENTREVISTA

Luiz Carlos Demattê Filho

Gostaria que o senhor comentasse a filosofia e o surgimento do método de Agricultura Natural criado por Mokiti Okada, que privilegia o perfeito equilíbrio entre preservação e uso dos recursos naturais. Em meados da década de 1930, o filósofo e pensador japonês, Mokiti Okada (1882-1955), iniciou experimentos e pesquisas no âmbito da agricultura, após demonstrar grande preocupação em relação aos rumos da produção agrícola que, desde o fim das Grandes Guerras Mundiais, vinha destinando altas doses de agrotóxicos e adubos químicos para as plantas e solo, com o objetivo de controlar as pragas nas lavouras e aumentar o volume na produção de alimentos. Já naquele tempo, Mokiti Okada alertou para a necessidade de uma avaliação cuidadosa a respeito dos “bons resultados” obtidos com o uso indiscriminado de agrotóxicos, que têm caráter passageiro e acarretam graves consequências ao meio ambiente, tais como a impregnação de resíduos quí-

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micos nos alimentos, a alteração de seu verdadeiro sabor, o comprometimento da saúde do lavrador, que manipula tais produtos, e a do consumidor, além da contaminação de mananciais, leitos de rios, lençóis freáticos, entre outras agressões à natureza. Como solução, Mokiti Okada desenvolveu o método da Agricultura Natural, que tem por objetivo preservar o meio ambiente, promover a saúde humana e oferecer alimentos puros e saborosos ao consumidor. Este método privilegia a força do solo, cuja qualidade é fator primordial para a obtenção de boas colheitas. Segundo esse princípio, a fertilização do solo consiste no fortalecimento de sua energia natural. Para isso, basta torná-lo puro e limpo. Sendo assim, quanto mais puro é o solo, maior é a sua força para o desenvolvimento de plantas saudáveis e nutritivas. A Agricultura Natural chegou ao Brasil em 1955, através de discípulos de Mokiti Okada, que vieram ao País dissemi-

LUIZ CARLOS DEMATTÊ FILHO Graduação em Medicina Veterinária pela UNESP – Botucatu (1986) e Mestrado em Zootecnia – Área de Concentração Nutrição Animal pela mesma Universidade (2004). Doutor no Programa de Pós Graduação Interunidades em Ecologia Aplicada da ESALQ/ CENA USP, (2014), cujo projeto de pesquisa analisou os reflexos socioeconômicos, ambientais e técnicoprodutivos em um sistema produtivo de frangos naturais e orgânicos, tese que foi premiada pela CAPES, em 2015. Diretor Industrial da Korin Agropecuária


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nar esta filosofia, assim como outros pilares por ele preconizados, em especial o Johrei, método de oração através da imposição das mãos, principal prática da Igreja Messiânica Mundial. Paralelo ao crescimento do número de fiéis e seguidores da filosofia messiânica no País, ao longo das décadas, em 1994, nasceu a Korin, empresa de alimentos naturais e orgânicos, cujo objetivo era concretizar a Agricultura Natural de Mokiti Okada, cultivando e produzindo alimentos provenientes dessa prática e disponibilizando-os a um grande número de pessoas, para que pudessem adotar uma alimentação e uma vida mais saudáveis no dia a dia.

o futuro. O sistema de produção da Korin baseia-se no respeito ao meio ambiente e às leis da natureza, buscando constantemente atingir a eficiência, como forma de proporcionar maior qualidade de vida a todos os seres; Ética Empresarial e Integridade – Sinceridade, Honestidade e respeito às leis norteiam as nossas relações com funcionários, clientes e fornecedores. Ética empresarial e integridade nas relações trabalhistas e fiscais, zelam pela imagem de empresa idônea, obtida através de anos de trabalho sério e transparente que refletem nosso respeito aos colaboradores (sejam eles funcionários ou fornecedores). O aumento da eficiên-

Mokiti Okada | Foto: Fundação Mokiti Okada/Divulgação

Quais são os valores ecológicos e sociais que vocês aplicam para a produção de alimentos naturais? Respeito ao consumidor – É a orientação de nossas ações internas e externas. Respeitamos o consumidor ao nos preocuparmos em levar alimentos saudáveis à sua mesa, mantendo uma busca incessante por melhores produtos; Preocupação com a saúde – Buscamos atingir o estado de verdadeira saúde, na produção agropecuária e na vida humana. Produzimos alimentos naturais, com alto valor biológico, pois nos preocupamos com a saúde dos consumidores e do planeta; Respeito ao meio Ambiente – Em harmonia com a natureza, aprendemos seus mecanismos e contribuímos para preservar

cia e da satisfação dos clientes internos e externos é o nosso objetivo constante. A qualidade é o princípio que norteia todos os esforços da nossa equipe de trabalho; Valorização do Produtor – Elevar a qualidade de vida do produtor é fundamental para a construção de uma sociedade mais equilibrada. A valorização do produtor, que representa a base do processo, garante a sustentação de toda a cadeia produtiva. Colocamos a saúde e o bem-estar dos produtores em primeiro lugar; Inovação – Com a prática de respeito à natureza, a Korin criou um novo conceito de agroindústria. Mesmo sendo pioneira, a Korin não para de evoluir, em ideias e tecnologia;

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Reconhecemos a existência do sentimento e do espírito em todas as coisas - Nos animais, nos vegetais e nos demais seres. União, trabalho competente e espiritualidade geram resultados cada vez mais positivos, garantindo, com isso, a viabilidade da atividade. Reconhecer a missão espiritual dos alimentos é contribuis para elevar a sua qualidade e o seu valor biológico. O alimento é vida; Pioneirismo e Difusão de Tecnologia – A Korin é uma das primeiras empresas a investir na produção de alimentos provenientes da Agricultura Natural

Luiz Carlos Demattê Filho | Diretor industrial - Korin Agropecuária | Foto: Divulgação

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em larga escala, motivando produtores e outras empresas a seguirem o mesmo caminho. Difundimos a tecnologia de produção alternativa, com o objetivo de proporcionar melhor qualidade de vida à população. Aprendemos e ensinamos, colaborando e construindo parcerias; Responsabilidade Social – Nosso trabalho visa transformar positivamente a sociedade, em favor da paz, da justiça e da saúde, através da alimentação. Exercemos nossa responsabilidade social, por exemplo, contribuindo para a preservação da saúde dos agricultores e incentivando a


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sustentabilidade da sua produção. Trabalho em Equipe e Participação do Funcionário – É da criatividade e motivação das pessoas que depende o sucesso da empresa. A figura do funcionário, dentro dessa cadeia produtiva, é uma das mais importantes, pois sua participação é percebida na qualidade de nossos produtos; Foco no cliente – Desde o início da produção até os postos de venda, a Korin preocupa-se em oferecer ao cliente produtos verdadeiramente confiáveis. A empresa produz produtos naturais, com qualidade, pensando sempre em sua principal razão de existir: o cliente; Bem-estar animal – A produção da Korin considera o bem-estar animal como princípio, ao lhes garantir o direito à saúde, conforto, nutrição, manejo e abate humanitários. Os animais podem expressar comportamentos naturais inerentes à espécie e não devem ser submetidos à sofrimentos como dores, medo ou angústia.

Qual o compromisso de vocês ao desenvolver uma prática agrícola justa? Além de disponibilizar alimentos seguros e de alta qualidade, a Korin busca o desenvolvimento de tecnologias e de sistemas de produção diferenciados, em que a natureza e o bem-estar dos animais são respeitados, por meio da criação de uma cadeia de valores que passa por fornecedores e produtores, chegando até o consumidor. Atenta, não apenas aos valores ecológicos, a Korin também se preocupa com o elo social que tange a sua produção. Por isso, estimula e orienta os agricultores que formam a rede de fornecedores e colaboradores para o fornecimento de

unidades agrícolas familiares sustentáveis, através de iniciativas inovadoras, capazes de gerar desenvolvimento econômico e social. Além disso, trabalha com pequenos e médios produtores, transferindo conhecimento e tecnologia para a prática do método da Agricultura Natural. Todo esse empenho tem como principal objetivo desenvolver uma produção agrícola justa, sem prejuízo à saúde do lavrador e do consumidor, resguardando a integridade ambiental e a qualidade de origem dos produtos. Assim como a agricultura, a produção industrial de animais da empresa leva em consideração os pilares da Agricultura Natural. No caso das aves, por exemplo, a criação é feita sem o uso de antibióticos ou ingredientes de origem animal na ração, livre de gaiolas e de acordo com as normas de bem-estar animal.

Como é possível oferecer alimentos realmente puros nos dias de hoje, sem prejudicar o lavrador e o consumidor? Se você pergunta isso no contexto econômico, eu diria que as produções naturais remuneram melhor os produtores do que as produções convencionais. Por outro lado, existe um preço diferenciado, geralmente maior que os produtos convencionais, porém, existe pelo lado do consumidor, a percepção de valor, ou seja, eles sabem que estão consumindo alimentos que promovem a saúde pessoal e da família, protegem um bem comum que é a natureza e contribuem com o equilíbrio social através da permanência das famílias rurais no campo.

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Aves criadas soltas - Respeito ao animal, meio ambiente e leis da natureza | Foto: Korin/Divulgação NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Como é trabalhada a questão de sustentabilidade? Como funciona a parceria com os produtores? A Korin busca a sustentabilidade como meta constante em todos os seus processos de produção instalados. A sustentabilidade é trabalhada de forma integrada entre todos os agentes envolvidos nas cadeias produtivas, ou seja, o agricultor é orientado e auditado para que práticas adequadas em respeito ao meio ambiente, aos animais e aos trabalhadores rurais sejam respeitadas. Em essência, a Korin produz sob os princípios da Agricultura Natural seus conceitos e afirma que, não só o ser humano, mas, também os animais, vegetais e demais seres, são dotados de espírito e sentimento. Nosso conceito de sustentabilidade se assenta nesta sinceridade de propósito. Em japonês, existe uma palavra chamada Makoto, a qual pode ser traduzida como a sinceridade mais profunda que norteia ações corretas. Esta é a essência a nossa noção de sustentabilidade.

Como é feito o trabalho da pureza do solo e dos alimentos? Qual o objetivo disso? O solo é por nós considerado como um ser vivo. Portanto, temos que mantê-lo limpo, puro e vigoroso. O princípio básico da Agricultura Natural é manter o solo puro, para ele que expresse toda a sua força na produção de alimentos. Os alimentos desta forma originados são plenos de energia vital, ou seja, nutrem o ser humano, não só no seu aspecto físico, mas também em sua dimensão espiritual, as quais incluem mas não

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estão limitadas, pelo seu pensamento e sentimento. O objetivo em última análise é tornar as pessoas saudáveis de forma que possam contribuir na construção de um mundo ideal, de perfeita paz, harmônico e feliz.

Por que é importante preservar a diversidade e o equilíbrio biológico? Na atualidade, a ciência tem de fato descoberto a importância fundamental da biodiversidade. Os modelos convencionais de produção alimentar reduzem a biodiversidade drasticamente. Esta agricultura monocultural adicionada dos herbicidas, inseticidas, fungicidas e fertilizantes químicos, implicam sempre numa dramática redução da diversidade biológica. Esta biodiversidade é talvez o maior patrimônio que a natureza construiu ao longo de bilhões de anos e nós a estamos destruindo numa escala sem precedentes na história humana. A diversidade biológica é fundamental para manter a saúde do solo, das plantas e dos animais. Ambientes biologicamente ricos são muito mais resilientes, ou seja, suportam os choques causados pelos eventos climáticos extremos, suportam melhor os desafios provocados pelas doenças. Isso, volto a afirmar, são válidos tanto para o solo, a água, as plantas, os animais como também para seres humanos. Atualmente, vemos que crianças que sofrem com alergias crônicas estão sendo orientadas pelos seus médicos a passarem alguma temporada em fazendas de forma que entrem em contato com a terra, com animais, justamente


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Aves criadas soltas para permitir aos animais expressarem comportamentos naturais à espécie, como ciscar, bater asas, tomar banhos de areia e botar ovos em ninhos (no caso das poedeiras) | Foto: Korin/Divulgação

para que entrem em contato com uma gama maior de microrganismos e desenvolvam um sistema imunológico mais competente.

Há uso de tecnologia para a prática da Agricultura Natural? Sim, há muito uso de tecnologia. Não é uma agricultura de volta ao passado, mas é uma agricultura de resgate da sabedoria de nossos ancestrais, os quais muito mais dependentes de conhecimento tinham na natureza e nos seus eventos um guia para a pratica da agricultura. Mais do que isso, eu diria que a Agricultura Natural é extremamente inovadora. Estamos trabalhando fortemente para mostrar o potencial de inovação desta forma de produção de alimentos.

Como funciona as certificações e o monitoramento da produção dos produtos Korin? A Korin foi a primeira empresa brasileira a ter uma certificação em bem-estar animal, assim como foi a primeira a certificar seus produtos como livre

de antibióticos, promotores de crescimento, quimioterápicos e ingredientes de origem animal. São todos processos auditados. Uma a duas vezes ao ano, passamos por auditorias em cada um dos processos de certificação. Estas auditorias inspecionam todos os elos das cadeias produtivas da Korin. Também temos a certificação orgânica e as certificações em boas práticas de fabricação e de análise de perigos e pontos críticos de controle. Com todas estas certificações, somos visitados por auditores praticamente a cada dois meses, garantindo assim, a idoneidade de nossos processos e assegurando a qualidade diferenciada de nossos produtos. Como resultado, nossa participação de mercado tem se ampliado continuamente, sustentada por consumidores muito fidelizados a nossa marca Korin.

Comente sobre o selo de bem-estar animal, "certified humane”. A empresa foi a primeira do Brasil a receber o selo de bem-estar animal, emitido pela Certified Humane – NASCECME MAGAZINE | agosto 2017



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ECOCERT, em reconhecimento à produção diferenciada de total respeito aos animais, que incluem acomodação em galpões, acesso a áreas externas para banhos de sol, menor concentração de aves por m² e alimentação 100% vegetal. A criação também se distingue por permitir aos animais expressarem comportamentos naturais à espécie, como ciscar, bater asas, tomar banhos de areia e botar ovos em ninhos (no caso das poedeiras). Tal case de sucesso fez a Korin ser triplamente vencedora do Prêmio ECO de Sustentabilidade, promovido pela Câmara Americana de Comércio (AMCHAM): em 2012, pela produção de frangos, em 2013, pela produção de ovos e, em 2016, pela expansão sustentável do território da Agricultura Natural através de processos de negócios inovadores.

Quais os benefícios de se consumir um alimento provido da Agricultura Natural? Os benefícios são inúmeros. Os alimentos provenientes da Agricultura Natural são livres de agrotóxicos, adubos químicos e outras substâncias nocivas à saúde. Por serem provenientes de solos ricos em nutrientes, são mais ricos em energia vital, fornecendo ao ser humano todos os nutrientes e vitaminas que precisa para que sua saúde seja mantida e preservada. Além disso, a ausência de agentes químicos evita o desenvolvimento de doenças ligadas ao consumo de agrotóxicos, como Parkinson, Alzheimer, câncer, autismo e bactérias resistentes (no caso de antibióticos). A diversidade biológica é fundamental para manter a saúde do solo, das plantas e dos animais. Foto: Adriano Gambarini/Divulgação

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(da esquerda para a direita) Milharal Korin polo Ipeúna-SP; Linha de produção avícola Korin; Ovos orgânicos Korin sendo embalados; Práticas adequadas em respeito ao meio ambiente, aos animais e aos trabalhadores rurais, são respeitadas na Korin; Abatedouro Korin.


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Vista aérea da Korin polo Ipeúna-SP. Foto: Korin/Divulgação

Como é o retorno que vocês recebem dos consumidores? É muito positivo. Nossos consumidores são bastante preocupados quanto à alimentação e quanto ao que servem para sua família e para seus filhos. Por isso, sempre estão atentos ao que produzimos e nos cobram quanto à procedência dos produtos, métodos de produção e composição de ingredientes de itens industrializados. São bastante exigentes e isso também nos motiva a persistir sempre em produzir com excelência. Também temos muitos clientes que conheceram nossos produtos por indicação de

médicos ou nutricionistas, outro público que temos muito apreço e que nos recomenda bastante.

Vocês tem um Blog que oferece opções para o preparo de receitas saudáveis. Vocês acreditam que hoje, as pessoas realmente estão se alimentando melhor por estarem preocupadas com a saúde, por começarem a enxergar de forma mais clara, a importância de se obter energia, vitamina, proteína etc, por meio dos alimentos?

va, e também há o consumidor que está descobrindo os riscos da alimentação à base de produtos com antibióticos, agrotóxicos, conservantes e as doenças que ela pode causar à saúde, além do impacto causado ao meio ambiente. Cientes disso, acabam buscando marcas confiáveis, com procedência no mercado que ofereçam produtos socialmente e ambientalmente responsáveis e livres de substâncias prejudiciais à saúde.

Existe sim uma grande mudança de comportamento do consumidor que está vivendo a onda fit da alimentação saudável e mais nutritiNASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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TECNOLOGIA

Sandro Rodrigues

A tecnologia a serviço do tratamento do diabetes

O

diabetes é uma doença silenciosa que já pode ser considerada epidêmica no Brasil. No País, segundo o Ministério da Saúde, já são mais de 14 milhões de pessoas com a doença e, a cada dia, aparecem 500 novos casos¹. Um dos principais desconfortos de quem convive com o diabetes é fazer o controle da glicemia por meio de picadas na ponta dos dedos. Além de dolorosas, também podem ser indiscretas – o que, muitas vezes, dificulta a disciplina no tratamento. A boa notícia é que há uma nova tecnologia revolucionária disponível no País para melhorar a vida de quem tem a doença. Em 2016, a Abbott, empresa global de cuidados para a saúde, trouxe ao Brasil o FreeStyle Libre, um sistema de monitoramento de glicose que elimina as rotineiras picadas nos dedos². Por meio de um sensor do tamanho de uma moeda de 1 real, são captados os níveis de glicose por meio de um microfilamento que, sob a pele e em contato com

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o líquido intersticial, mensura a glicose continuamente. Há também um leitor para compor a tecnologia que, quando escaneado sobre o sensor, mostra o valor da glicose medida em menos de um segundo. Cada leitura do aparelho sobre o sensor apresenta um resultado de glicose em tempo real, trazendo um histórico das últimas 8 horas e a tendência da glicose. O Country Manager da Divisão de Cuidados para Diabetes da Abbott no Brasil, Sandro Rodrigues, explica os benefícios da nova tecnologia: “O FreeStyle Libre faz uma leitura contínua, o que pode influenciar muito no acompanhamento individual das pessoas com diabetes. Ao fazer com que o paciente participe mais do controle da doença, a tecnologia também acaba estreitando a relação médico/ paciente, o que é muito saudável”. Estudos já comprovam a eficácia da tecnologia. Na Europa, a empresa realizou um levantamento³ de 86 milhões de horas de monitoramento com mais de 50.000 usuários do produto, e consta-

SANDRO RODRIGUES, Administrador com MBA em Negócios e Country Manager da Divisão de Cuidados para Diabetes da Abbott no Brasil.


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tou que essas pessoas checaram os seus níveis de glicose em média 16 vezes por dia, sendo três vezes mais do que o mínimo recomendado pelas diretrizes dos EUA, Europa e Brasil⁴ ᾿ ⁶ e, com isso, apresentaram uma redução no tempo dos episódios de hipoglicemia (glicemia baixa) ou hiperglicemia (glicemia elevada), além de melhorarem os seus níveis médios de glicose.

Referências bibliográficas: 1. Ministério da Saúde. Insulinas análogas de longa ação Diabetes Mellitus tipo II. Relatório de Recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC – 103. 2014:15. 2. Há três circunstâncias nas quais o teste de ponta de dedo é necessário: a) Durante períodos de rápida alteração nos níveis da glicose (a glicose do fluido intersticial pode não refletir com precisão o nível da glicose no sangue); b) Para confirmar uma hipoglicemia ou uma iminente hipoglicemia registrada pelo sensor; c) Quando os sintomas não corresponderem às leituras do sistema flash de monitoramento da glicose. 3. Data on file. Dunn T, Xu Y, Hayter G; Evidence of a Strong Association Between Frequency of Flash Glucose Monitoring and Glucose Control Measures During Real-World Usage. 4. American Diabetes Association Diabetes Care 2017 Jan; 40(Supplement 1): S48-S56. https://doi.org/10.2337/dc17-S009; http://care. diabetesjournals.org/content/40/Supplement_1/ S48. 5. Schnell O, Alwai H, Battelino T, et al. Consensus statement on self-monitoring of blood glucose in diabetes. A European perspective. Diabetes, Stoffwechsel und Herz, Band 18, 4/2009:3-7. 6. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egidio Paulo de Oliveira, SérgioVencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016; 26-27. Registro MS ANVISA: 80146501903. Aprovação ANATEL 4072-14-9992.

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INFLUENCIADORES

Francisco Balestrin

Ninguém é corrupto por acidente

Não existem arroubos de corrupção. Ninguém se corrompe em um momento de forte emoção, para depois se arrepender do ato praticado de forma impensada. A corrupção é causada por uma complexa interação entre valores – ou a falta deles – tanto do indivíduo quanto do meio social e, fundamentalmente, inclui o cálculo racional entre aquilo que a pessoa vai ganhar com a atividade ilícita e o risco de pagar pelo crime. No Brasil, o cálculo racional sempre favoreceu a corrupção. As vantagens a receber eram vultosas, a punição era praticamente inexistente e, quando ocorria, as penas eram brandas. Mesmo a reprovação social era pequena: empresários, políticos e outras figuras notórias, reputadamente corruptas, continuavam a circular em público sem maiores embaraços. A situação, felizmente, vem mudando no país. Uma atuação incisiva do Ministério Público, da Polícia e do Judiciário contra a corrupção, transformou o cálculo de risco daqueles que se corrompem NASCECME MAGAZINE | agosto 2017

tanto nas empresas quanto no governo. A sociedade também parece mais atenta e menos tolerante com os desvios. Isto tem reflexos em todas as áreas, inclusive no setor da saúde. É lugar-comum, ao falar do tema da corrupção, dizer que qualquer área tem suas maçãs podres, e que não podemos julgar o cesto inteiro por conta dessas maçãs. Alguns poucos prejudicariam a grande massa de pessoas honestas. Em algumas áreas da saúde, porém, como no mercado de órteses e próteses, às vezes temos a impressão de que a situação se inverteu: as maçãs boas são em menor número do que as podres. Neste mercado, tem-se a percepção de um sistema que privilegia os descaminhos em detrimento das instituições e profissionais honestos. Ao longo dos anos, um círculo vicioso se formou. A redução, por parte das operadoras de planos de saúde, da remuneração dos médicos e dos hospitais por suas atividades legítimas tornou mais atraente a busca por recursos nos fabri-

FRANCISCO BALESTRIN graduado em Medicina, Presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp)


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cantes e nos distribuidores de dispositivos médicos. Isto, por sua vez, reduzia ainda mais os recursos disponíveis para a remuneração legítima, tornando ainda mais atraentes as ofertas sombrias. A verdade é que precisamos recompensar adequadamente os bons médicos e hospitais, que evitam os conflitos de interesse e que agem sempre de acordo com as melhores práticas. Naturalmente, parte da solução envolve encontrar e punir os malfeitores que desonram a profissão médica e que põem em risco os seus pacientes. Focar-se nessa questão, porém, não resolve as causas do problema. Enquanto não alterarmos fundamentalmente o sistema de incentivos do setor e a forma pela qual se presta e remunera a assistência, inevitavelmente, novas maçãs podres surgirão. Sem uma alteração desta lógica perversa, cairemos na velha máxima de Ruy Barbosa, que de tanto pagar pelos desvios alheios, o profissional ou a instituição que age corretamente chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.

corrupção agora vem atrelada ao medo da punição e da desonra pública – inclusive na saúde. Sim, é possível vencer a corrupção no setor e oferecer mais acesso à saúde e com mais qualidade, dentro de uma relação custo-benefício adequada. Isto, porém, não ocorrerá do dia para a noite, nem com ações midiáticas. É necessário que cada elo da cadeia da saúde, seja indústria, financiadores, operadoras, prestadores e profissionais, olhem para as consequências de suas ações, para o sistema como um todo e busquem, em conjunto, soluções estruturantes. Algumas áreas e instituições já começaram a sair de suas caixas e ter uma visão mais ampla sobre o problema. Fica aqui o desafio para as demais.

O setor vem se mobilizando fortemente e de forma voluntária, para mudar esta realidade. O Instituto Ética Saúde, por exemplo, nasceu do desejo de criar uma estrutura setorial em favor da ética, envolvendo todos os elos da cadeia da saúde. O Instituto disponibiliza um canal de denúncias para coibir práticas irregulares. Em 2016, 462 denúncias foram recebidas e analisadas – mais de uma por dia. Junto a isto, o maior evento científico do setor hospitalar no Brasil dedicou a sua edição de 2016 para tratar do tema da ética e da implementação das ferramentas de integridade em hospitais. A transformação ética, no Brasil e na saúde, dependerá da participação de toda a sociedade. Nos últimos anos, demos grandes passos neste sentido. A NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


Imagem: Depositphotos


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SAÚDE

Silvio Paganini

Como a acupuntura pode ajudar em tempos de crise?

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m tempos de ameaças, é comum as pessoas entrarem num estado de agressões de ordem física, emocional, social, econômica. Esse conjunto de reações reflete no organismo com o nome “stress” (palavra de origem inglesa que significa “tensão”, “esforço”). O termo foi adaptado para o português como estresse, passando a ideia dos verbos “pressionar” ou “tensionar”.

SILVIO PAGANINI AcumputuristaShiatsu-Reiki. Atende no Nucleo de Aprimoramento Pessoal (NAP). nuclapes.com

Estressado significa estar pressionado por algo. Em termos de saúde, significa desgaste corporal e mental que pode levar a alterações orgânicas, podendo ser ou não, uma doença. A finalidade do estresse é fazer com que o corpo se mantenha em “estado de atenção” para uma possível reação inesperada, assegurando a sobrevivência do indivíduo. Quando essa reação aparecia nos primórdios da civilização, era logo resolvida (ou o indivíduo lutava, ou fugia), e logo todo sistema emocional voltava ao seu estado de equilíbrio. Acontece, porém, que atualmente, em tempos de crise, essa sensação de

“tensão” prevalece por muito tempo e isso começa a interferir na saúde das pessoas. Na antiguidade, os chineses já tinham conhecimento (por meio de observação), que havia algo além da parte física nos seres vivos que interagia de maneira integrada na animação do corpo. Chamavam essa animação de “QI”, que mais tarde ficou conhecida como energia. Perceberam que o desequilíbrio entre as energias da natureza com as dos indivíduos, influenciava de maneira veemente no organismo das pessoas de forma antecipada ao surgimento da doença. Então, estudando esses desequilíbrios, desenvolveram a Acupuntura (Zhen Jiú) (agulha + aquecimento). Sua eficiência comprovada na prática, se difundiu em toda Ásia, influenciando diversas escolas ( japonesas, coreanas, vietnamitas, etc.), cada uma com uma particularidade, mas, todas, com o mesmo princípio: “O Equilíbrio”. A acupuntura é reconhecida em todo NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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mundo, inclusive pela própria ONU (Organização das Nações Unidas), como “Patrimônio da Humanidade”. Como o seu princípio é feito por estimulação, o procedimento pode ser realizado de diversas maneiras: agulhas finas, moxa (emissão de calor), ventosa (pressão negativa), laser (emissão de cor), massagem ou simplesmente, pressão nos pontos selecionados. A acupuntura possui inúmeros micro-sistemas reflexos que auxiliam de maneira mais confortável aos pacientes que necessitem de mais adaptações. Isso permite a utilização do Sistema Auricular (orelha), da Reflexologia Podal (pés) e do Kuriô (mãos), entre outros. Embora seja de origem chinesa, o termo acupuntura surgiu somente no final do século XVII na França, quando os franceses, interessados pela técnica, juntaram as palavras “Accus“, que significa agulha, com a palavra “punctura”, que significa “punção”. É curioso também lembrar que o conceito de que “energia vira matéria e matéria vira energia”, só foi demonstrado por Einstein no século XX, quase 3500 anos depois dos chineses. É importante salientar que a Acupuntura como método alternativo, baseia-se no conceito de saúde e não, no conceito de doença. Todo seu procedimento é voltado para a recuperação e não para “remediação” do indivíduo. Ela é muito eficaz no equilíbrio emocional do estado de estresse, atingindo rapidamente um nível de tranquilidade e bem-estar. É um método seguro, porque não acrescenta nada ao organismo, apenas lhe dá condições energéticas de se recuperar de maneira natural, não havendo possibilidade de intoxicação.

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Por se tratar de um sistema integrado entre órgãos, a possibilidade de tratamento ineficaz é praticamente nula, porque existem mecanismos internos de compensação no corpo que distribuem de forma harmônica os possíveis excessos, levando, no máximo, a um tratamento mais prolongado ou não. Responde muito depressa aos tratamentos emocionais, porque os mesmos estão em nível energético e ainda não atingiram o nível físico, que é mais difícil a recuperação. É muito utilizada para analgesia (tirar a dor), porque induz o cérebro à fabricação de endorfina. Em fim, acupuntura é um método antigo, amplamente testado, seguro e eficiente. Atende perfeitamente às necessidades dos indivíduos em tempos de crise, desde a antiguidade até hoje, porque proporciona o equilíbrio entre a mente, o corpo e o espírito e isso é fundamental em qualquer situação.


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COMPORTAMENTO

Alva Helena

A mídia e as representações raciais

A DRA. ALVA HELENA Graduação em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da USP (1979). Licenciatura em Enfermagem pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (1983). Mestrado em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da USP (2000). Doutorado em Ciências pela Escola de Enfermagem da USP (2009).

mídia exerce um importante papel nas sociedades contemporâneas. Entendida como uma estrutura que funciona a serviço dessas organizações, ela reproduzirá nos seus diversos veículos de comunicação, os valores, a cultura, os conhecimentos, a produção científica e, enfim, as próprias representações humanas ao longo do tempo. Ao me identificar como uma cidadã brasileira, profissional da área da saúde, busco nos instrumentos de comunicação, indistintamente, uma determinada representação étnico-racial que me espelhe, em conformidade com a composição da sociedade brasileira expressa por 51,2% que autodeclarou pertencimento ao grupo racial pretos e pardos (IBGE, 2009). Contraditoriamente, considerome sempre subrepresentada, isto é, meus caracteres físicos, culturais, religiosos, ocupacionais e, no caso, particular das condições de saúde, são sistematicamente omitidos, subnotificados, invisibilizados. O que aponto como importante

para ser discutido neste espaço de comunicação é que, existe uma representação social que precisa ser efetivamente ocupada e reconhecida como integrante dos equipamentos sociais, dos processos de produção, das instituições e dos modelos estéticos e culturais. A ausência do debate, do reconhecimento das diferenças na ocupação dos espaços de vida e trabalho, oculta verdades, desigualdades, disparidades no acesso e, até mesmo, iniquidades. Sempre que me percebo num lugar, espaço, instituição ou processo de produção, eu questiono: onde estão os negros? O que fazem? Como acessam? O que produzem? Como desfrutam? Desejo me ver nesses lugares, falar sobre mim e os meus e as nossas necessidades. Convido a todos para que assumam a responsabilidade por desvelar tais condições, pois, indiscutivelmente, isso impactará nas condições de vida e saúde de parcela significativa da população brasileira, tanto a usuária quanto a trabalhadora.

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COMPORTAMENTO

Adriana Martin

Complicações após cirurgia de colecistectomia por videolaparoscopia Relato de caso

A

s cirurgias minimamente invasivas tem sido uma evolução na medicina e suas vantagens tem superado o alto custo do material e equipamentos de última geração. As empresas investem em laboratórios, equipamentos e instrumentais para o treinamento de cirurgiões e instrumentadores para o aperfeiçoamento e domínio da técnica seja na videolaparoscopia ou na cirurgia robótica. O alto custo do instrumental e materiais da cirurgia minimamente invasiva deve ser compensado pelo uso e os hospitais tem se adaptado a essa tecnologia desde a década de 90. O uso contínuo do instrumental considerado permanente tem causado seu desgaste e danos, seja pelo excesso de uso ou falta de cuidado no processamento da esterilização. Não

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raro observar a quebra das ponteiras, cremalheiras emperradas fora de prumo, tesouras sem corte ou vazamentos de trocáteres e conexões. A manutenção preventiva das pinças de apreensão, trocáteres e óticas tem sido uma preocupação pelo fato desse material ser retirado pela autorizada e empresas e, não poder ser substituído para reposição ou na avaliação das condições de uso. O alto custo dos jogos de pinças restringe a compra de Kits sobressalentes e, assim, garantir o fluxo das cirurgias minimamente invasivas nas instituições hospitalares. Em uma pesquisa realizada em uma apresentação de enfermeiros de Centro Cirúrgico neste ano, sobre manutenção de instrumentais de videocirurgia, os representantes de hospitais com grande fluxo de cirurgia minimamente invasiva por videolaparoscopia,

DRA. ADRIANA MARTIN Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo com ênfase em Pesquisa em Cirurgia. Especialista em Centro Cirúrgico, RA e CME pela Escola de Enfermagem da USP. Membro do Grupo de Cirurgia Hepática da Santa Casa de SP. Atua na área de Vigilância Epidemiológica da Moóca na UBS Moóca I.


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informaram possuir entre 10 a 40 óticas e jogos de pinças permanentes e trocares descartáveis para manter o fluxo contínuo de cirurgias. Alguns hospitais que mantém um baixo fluxo de cirurgias minimamente invasivas, possuem menos de 10 kits de instrumentais e óticas que são reesterilizados continuamente e, sem a sua manutenção preventiva, estão sujeitos a maior risco de intercorrências no intraoperatório.

de SP, estava com critérios de indicação de transplante hepático, porém teria que aguardar a sua vez. Não foi necessário o transplante hepático até o momento pois apresentou melhora, regeneração do fígado remanescente e segue em acompanhamento com a equipe da instituição pública de SP. A paciente retornou a sua cidade de origem. Caso fosse necessário o transplante hepático seria encaminhada a equipe de Campinas – SP.

O relato de caso é sobre uma ocorrência em uma cidade do interior de SP, onde foi questionado a experiência do cirurgião e as condições de uso do instrumental de videolaparoscopia. A jovem de 17 anos de idade evoluiu com a falência hepática após uma cirurgia de colescistecomia por videocirurgia e seria indicado transplante hepático. Como apresentou melhora após cirurgia de hepatectomia, foram 6 cirurgias no total de laparotomia até correção da fístula biliar.

A hepatectomia E foi indicada para correção da fístula biliar com resultado satisfatório. O fígado regenera contudo as vias biliares não, então a hepatectomia foi a indicação para conter a fístula biliar. A lesão das vias biliares e do colédoco, coleção subfrênica onde a retenção da bile levou a degradação do próprio fígado e a paciente estava cada vez mais debilitada, ictérica e com alterações das enzimas hepáticas, risco da síndrome hepatorrenal por falência do órgão.

APC, hígida, 17 anos de idade, sem comorbidades, ASA 1, portadora de colecistopatia calculosa, operada em um hospital privado com serviço de seguro de saúde, financiamento particular onde a família cobriu todos os gastos hospitalares, honorários médicos e a cirurgia foi um sucesso. O cirurgião foi por indicação de familiares e recomendações de terceiros e com grande experiência em cirurgia minimamente invasiva. Após duas semanas da cirurgia manteve algia, debilitada, estado febril, abdômen distendido, inapetência, icterícia e deiscência de ferida operatória evoluindo com fístula biliar, piora da icterícia, prurido, acolia, bilioma, onde procurou novamente o cirurgião e este relatou complicações esperadas. A família procurou o serviço hospitalar do SUS por indicação do próprio cirurgião em São Paulo e, devido ao alto custo do tratamento ponte de hepatectomia Esquerda, que antecede o transplante hepático na fila da Secretaria da Saúde

Discussão. Uma questão veio á tona: as tesouras estavam com bom corte? A clipagem do colédoco foi efetiva? As pinças de apreensão eram facilmente maleáveis? A ótica era nítida ou estava desgastada? Afinal onde está o erro? Instrumental desgastado leva a conversão da cirurgia para cirurgia aberta de visualização direta. Apesar da cirurgia de colecistecomia convencional ou videoassistida ser difundida e necessária devido a estilos de vida e alimentação que propiciam cálculos no interior da vesícula biliar a grande parte da população, as complicações podem ocorrer. Em um estudo com 1000 cirurgias colecistectomia por videolaparoscopia em 5 anos de um hospital de Salvador - BA, 14,5% (145 casos) apresentaram fístula biliar e coleção subhepática atribuído a dificuldade técnica da cirurgia pois a falta de treinamento em laboratórios especializados e

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cirurgiões pouco experientes na técnica levavam ao alto índice de complicações que deveriam ser menos que 10%. Índice de infecção em 3,8% (38 casos). A indicação de transplante hepático foi menos que 1% do total de 145 casos. Conclusão. Propiciar cirurgias mais seguras seja qualquer por qualquer tipo de técnica é um dever de toda instituição de saúde pública ou privada. Em primeiro lugar, a manutenção das pinças de apreensão com cremalheiras maleáveis, óticas nítidas, agulhas, trocares e conexões de uso único ou permanente e sem vazamentos se tornam uma obrigação da equipe de enfermagem, cirurgiões e gestores pois, o alto custo deve garantir uma cirurgia livre de danos ao indivíduo.

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Referências Bibliográficas: 1.USA.VHA.Deparment of Veterans Affairs. Facility infrastructure requirements to perform standard, intermediate, or complex surgical procedures. VHA, May 6, 2010. Washington, DC 20420. [Acesso 18 Jun 2017]. Disponível: https:// www.va.gov/vhapublications/ViewPublication. asp?pub. 2.Lynn Bell. Using OR patient Classification for Staffing Assignments. AORN Journal. June 2015. V. 101, n.6. 639-49. Disponível em: http://www.aornjournal. org/article/S00012092(15)00234-3/pdf. Acesso em 23/06/2017. 3.Fahel E, Amoral PCG, Ázaro E, Filho EM, Souza ELQ , Fortes M.F., et al. Videolaparocholecystectomy: Casuistry of 1000 Cases. JSLS. 1998 Apr-Jun; 2(2): 141–145. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/ PMC3015283/ tool=pubmed 4. Hasegawa K, Kokudo N, Imamura H, Matsuyama Y, Aoki T, Minagawa M, et al. Prognostic impact of anatomic resection for hepatocellular carcinoma. Ann Surg. 2005 Aug;242:252-9. 5. Gotardo, DRM. Qualidade de vida e transplante hepático: avaliação comparativa em diferentes fases pré e pós cirurgia. [Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Medicina da USP, 2007. 6. Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Central de Material. Práticas Recomendadas SOBECC, 7º Ed. São Paulo; 2013


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CME

Aguida Cassola

Back to basics Banalização do conceito de esterilização

1 AGUIDA CASSOLA Farmacêutica Industrial pela Universidade de São Paulo, com MBA em Marketing pela FIA USP. Microbiologista e Executiva de Empresas Farmacêuticas e Médico Hospitalares por mais de 30 anos com experiência em países da América do Norte, América Latina, Europa e Ásia.

995. Nesse ano foi lançada no Brasil, uma tecnologia de esterilização que revolucionou procedimentos pré e pós esterilização. Digo isso, por que, antes desse tempo, a lavagem de materiais médicos não recebia o rigor necessário, a selagem de materiais era feita com seladoras sem controle de temperatura ou pressão, a qualificação de processos era pouco conhecida, as cargas nos esterilizadores era baseada em espaço livre na câmara. Isso tudo, muito básico hoje, concordam? Alguns de vocês, acredito, me apoiem, outros, ainda acrescentariam mais lembranças técnicas como, reesterilização de materiais de uso único, esterilização de furadeiras “Makita”, desinfecção com pastilhas de formalina e por aí vai. E, hoje.... fico radiante com tanta evolução: RDCs que normatizam

procedimentos em central de material, normas ISO traduzidas para nosso idioma, que nos colocam junto a países respeitadíssimos e dão ao Brasil poder de voto em questões de normatização atual e futura, cursos de pós graduação e MBA voltados à enfermeiros de Central de Material. Muito, muito aplauso para tudo isso. Nos últimos 3 anos não tenho tido oportunidade de estar atuando diretamente junto a áreas de esterilização e, no ano passado, devido a um câncer de mama, me coloquei num período sabático (para ser mais ponderada e chique) por um tempo. Porém, nos últimos meses, já curada, talvez por algum carma do passado ou pela minha formação voltada à esterilização, fui como que, atraída para dar algumas opiniões sobre alguns temas ligados à esterilização, né Ana Miranda? NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Em conversas com gente especializada, além do inevitável tema dos problemas do País que afetam e refletem-se nos hospitais e profissionais, tenho escutado coisas, as quais, jamais imaginei que ainda fossem tema de discussões e dúvidas entre os profissionais da área. E dá-lhe Internet para inflamar e discutir dúvidas e soluções sem fim. Entendo que a Internet nos dá opções infindáveis de escolhas, incluindo filmes e séries do Netflix, comida do iFood, postagens de fotos que nos deixam mais felizes a cada curtida; entendo também que há opções de novos produtos, novas empresas, novos concorrentes, novas oportunidades de escolha, o que é saudabilíssimo. Açúcar é bom, mas excesso de açúcar em diabético pode matar. Nada é tão simples, embora devesse ser básico. Vou tentar explicar o que quero dizer através de um dos questionamentos que ouvi a respeito de um tema comum e básico: escolha de indicadores biológicos. Seguindo meu lado otimista e acreditando que um dia, o Brasil vai estar entre os países com educação séria, esses questionamentos nem sequer seriam discutidos em CME, pois indicadores biológicos seriam apenas usados em validações de processos de esterilização, e não, para uso de rotina. Percebam que eu defendo 100% a liberação paramétrica de carga. Fico no entanto, preocupada quando ouço enfermeiros arrancando os cabelos pelo crescimento de um indicador biológico num ciclo de esterilização. Também deveriam pelo menos, puxar os cabelos quando um indicador resulta negativo num ciclo de esterilização. Indicador biológico, como o próprio nome diz, é um indicador! Indicador positivo ou negativo, deve ser avaliado, ou pelo menos, entendido de formas NASCECME MAGAZINE | agosto 2017

similares, levando em conta inúmeros aspectos de todo o processo. Focando especialmente esterilização a baixa temperatura, a qual possui variáveis de processo distintas de esterilização a vapor, essa avaliação e entendimento do propósito do uso do indicador biológico torna-se mais rígido ainda. Ciclos de esterilizadores a baixa temperatura tem, obrigatoriamente, ciclos fixos e padronizados pelo fabricante. Não se pode alterá-los ou definí-los como os ciclos de esterilização a vapor. Variáveis como, concentração de agente esterilizante, estabilizantes de agentes químicos, tamanho de câmara, tempo, energia, carga específica, definem o microrganismo indicador de forma rígida para que a reprodutibilidade do processo seja alcançada. Agentes químicos como peróxido de hidrogênio, Óxido de etileno, formaldeído, são parte das variáveis de processo que obrigam uma padronização de indicador biológico muito específica para cada ciclo de esterilização previamente definido pelo fabricante. A adaptação dos microrganismos indicadores a esses processos e, consequente, início da morte microbiana, é definida pela resistência que tais microrganismos possuem frente àquele ciclo definido. Para aqueles que precisam de mais argumentos técnicos, procure saber o que representa o que chamamos de “shoulder” numa curva de morte microbiana. O chamado “shoulder” ou ombro numa curva de morte, refere-se à adaptação do microrganismo às condições do ciclo para que se inicie a morte microbiana. Essa adaptação pode ser variável dependendo de cada uma das variáveis do processo de esterilização em questão. Por isso, uma vez definido o microrganismo com maior resistência ao processo, esse mesmo microrganismo (IB), fabricado nas mesmas condições


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utilizadas para se definir o ciclo deve ser usado em qualificações e uso em cargas de rotina. É claro que isso está intimamente ligado ao valor D ou resistência do microrganismo frente a um processo de esterilização, o que pode ser analisado a cada lote de fabricação desses indicadores. Essas explicações, me lembro de as ter discutido com enfermeiras que participavam de treinamentos sobre esterilização há mais de 20 anos e, é por isso que, me parecem básicas quando se fala em indicador biológico e seu uso em processos de esterilização a baixa temperatura. Entretanto, se tivermos que voltar a falar sobre conceitos básicos, vamos expandir novamente essas teorias e permitir que as escolhas feitas frente a inúmeras opções possa ser feita com segurança e entendimento.

Refências Bibliográficas: Casolari, A. A model describing microbial inactivation and growth kinectics, J. Theor. Biol. 88, 1, 1981 Swarling, P. and Lindgren, B. The sterilizing effect against B. subtilis spores of hydrogen peroxide at different temperatures and concentrations. J. Dairy Res. 35, 423, 1968 Fox, K. And Pflug. I. J. Effect of temperature and gas velocity on the dry heat destruction of bacterial spores. Appl. Microbiology. 16, 343, 1968. Bond, W. W. , Favero, M. S. Petersen, N. J. and Marsahl, J, H. Dry heat inactivation kinectics of naturally occurring spore population. Appl. Microbiology, 20, 573, 1970

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Imagem: Depositphotos


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SAIBA MAIS

Margareth Rodrigues Cardozo

Falando de planos de saúde

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odos os dias nos deparamos com anúncios de planos de saúde nas ruas, TV, rádio, cinema,estádios de futebol e até nos teatros. Como num leilão, disputa-se o mercado oferecendo preços mais acessíveis. Embora o preço seja um ponto importante a ser analisado, adquirir esse tipo de serviço, seja para os colaboradores da empresa ou para o próprio indivíduo e seus familiares, requer atenção a diversos detalhes. Na hora de escolher um plano é preciso se atentar a segmentação e a todas as coberturas que ele oferece, para depois, não ter problemas na hora de usar.

MARGARETH RODRIGUES CARDOZO Corretora de Seguros desde 1997 Administradora na Corretora Solut Tueri Consultoria e Corretora de Seguros Especialista em Negociação, Consultoria e Atendimento relacionados a todos os ramos de Seguros. solutcorretora.com.br

Um fato importante de ser ressaltado é que existem diferentes segmentos assistenciais, isso quer dizer que os planos podem cobrir apenas alguns serviços. Por exemplo, quem opta por um plano hospitalar, não tem direito a consultas médicas e exames laboratoriais. Por outro lado, tem acesso a internações hospitalares e algumas cirurgias. REAJUSTES Os planos individuais/familiares têm dois tipos de reajuste: anual, que é regulado pela ANS, e por faixa etária. Já em relação ao plano coletivo, são três: anual (não regulado pela ANS), por faixa etária e por sinistralidade, que leva em conta a frequência de uso dos serviços.

CANCELAMENTO. NOVAS REGRAS O pedido de cancelamento feito pelo beneficiário tem efeito imediato e ele já deixa de ter obrigações com a operadora. Se o titular quiser deixar o plano familiar, os dependentes continuam com o direito de permanecer nesta apólice com as mesmas condições contratuais. O consumidor pode cancelar o plano e contratar outro mesmo inadimplente e pode negociar os valores em atraso posteriormente com a operadora. A operadora será obrigada a fornecer um comprovante do pedido de cancelamento ou de exclusão do beneficiário em até 10 dias úteis. A nova regra beneficia o consumidor em três pontos principais: o cancelamento imediato do plano; a exclusão do titular do plano familiar; e a possibilidade de cancelar o contrato mesmo em caso de inadimplência. Porém, antes disso, sugerimos que o consumidor conte com a ajuda de um corretor especializado. O PAPEL DO CORRETOR DE SEGUROS O corretor é o profissional indicado para auxiliar o cliente a encontrar a cobertura adequada para o seu respectivo perfil. Ele conhece as diferenças entre os planos e poderá recomendar os que melhor se adequam a cada perfil, reduzindo o leque de opções para os que realmente são interessantes.

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COMPORTAMENTO

Aniete Goes

O que fazer senão continuar sonhando?

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em sempre conseguimos o que queremos da maneira que idealizamos, mas, não devemos desistir. Sempre surge uma oportunidade, mesmo que seja ínfima, para ativar os estímulos internos da motivação e impulsionar a vontade de prosseguir e criar novas perspectivas de realização. Na medida em que permitimos a invasão do desânimo dentro do nosso espaço íntimo, navegamos nas turbulências das emoções. E é aí que vem o descontrole que dá guarida ao medo e a insegurança, bem como provoca percepções deformadas que levam a desenvolver atitudes pessimistas. Precisamos ter muito cuidado com a forma que encaramos o que nos

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acontece para não cair na ribanceira da desilusão. Quer queira, quer não, estamos suscetíveis a todo tipo de situação e, nem por isso, deixamos de existir, ressaltando que, dificuldades enfrentadas, é treino para exercitar as capacidades inteligíveis, amadurecer a personalidade e abastecer a autoestima de valores, crenças e conceitos positivos sobre si mesmo e a vida como um todo. Sonhar é um ato de liberdade, é um campo de plantio individual. Quando sonhamos podemos utilizar, sem receios, a poderosa imaginação que se expande infinitamente através da elasticidade da mente. Mesmo presos a espaços limitados, alçamos voos com a força do

ANIETE GOES Consultora Organizacional, Psicopedagoga Lúdica, Facilitadora do Desenvolvimento Humano, Facilitadora da Arte de Viver em Paz, Autora do livro “A Sabedoria de Ser Gente!”


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pensamento para onde quisermos, como também, somos capazes de explorar situações e sentimentos que nos fazem bem. É fantástico ter a convicção de que sonhar não é privilégio de poucos e, sim, de todos os seres humanos, independente da condição em que vivem. Mas é necessário se permitir, a fim de acionar esta faculdade inerente à criatura humana. É só querer mergulhar neste universo de criação muito peculiar de quem acredita em sua própria capacidade de executar e concluir o que se propõe a fazer. Independente dos infortúnios e dos fracassos ocorridos em projetos e metas planejados, é preciso continuar a acalentar sonhos que façam emergir as ideias que o pensamento expressa.

No entanto, viver a sonhar sem partir para a ação, é como viver a margem da vida e deixar tudo por conta do que ocorrer. Mesmo diante de um mundo de instabilidades, é preciso determinar o que pretende realizar, ter foco e batalhar sem descanso para poder conquistar. Nada acontece por acaso, tudo é fruto de uma busca constante onde a persistência visionária, consolida os resultados eficazes. Enfim, diante do enfrentamento de obstáculos que parecem intransponíveis, o que fazer senão continuar sonhando e acreditar na nova chance que cada dia oferece?

E não raro somos testemunhas dos grandes feitos da genialidade humana que surgem exatamente do recôndito da mente promissora.

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CME

Adauto de Almeida Junior

Detergente enzimático - uso hospitalar

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s processos de desinfecção, esterilização e limpeza de áreas hospitalares, bem como de tecidos e equipamentos, são primordiais para o trabalho no setor de saúde. Com protocolos diferenciados e extremamente exigentes, não é possível fazer uma limpeza profunda e de qualidade somente com água e com detergentes comuns. É preciso contar com produtos que sejam desenvolvidos especificamente para retirar sujidades profundas, que penetram em diversos tipos de superfícies. Todos esses resíduos são mais facilmente dissolvidos com a ajuda de detergentes enzimáticos que fragmentam esse tipo de matéria orgânica, facilitando a absorção e

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remoção. Esse é um produto diferente de outros, porque em sua composição encontramos uma combinação de tensoativos, pH e enzimas. O produto não espuma, o seu pH é neutro, fator importante em sua aplicação, não é corrosivo, não irrita e tem a vantagem de ser biodegradável. O detergente enzimático é um produto desenvolvido para proporcionar um efeito limpador de alta eficácia. Seu uso é voltado para a dissolução de material orgânico, como, por exemplo, resíduos de tecidos corpóreos, muco, pus, sangue, entre tantas outras sujidades que possam aderir ao instrumental usado no ambiente odontológico e hospitalar. Com essa solução exclusiva, os instrumentais são imersos na solução

ADAUTO DE ALMEIDA JUNIOR Diretor Comercial Household Care da Novozymes para a América Latina


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por um menor período e é possível alcançar até os locais mais difíceis desses equipamentos, que não são danificados, pois não há ação corrosiva, como é o caso de artigos usados para cirurgias minimamente invasivas, como tesouras, pinças e outros que têm design tubular, o que podem dificultar a limpeza completa. As enzimas contribuem para aumentar a vida útil dos instrumentais.

em São Paulo e Brasília. A companhia ainda mantém um canal informativo direto, o Bioblog, que oferece conteúdos sobre o uso de enzimas nas indústrias, Biologia, sustentabilidade e meio ambiente (www.bioblog.com.br). A empresa também está entre as 100 empresas mais inovadoras no mundo no ranking da Forbes.

Os detergentes enzimáticos são considerados um grande avanço na questão da limpeza de instrumentos e artigos médicos. As matérias-primas que são utilizadas para sua produção não danificam os equipamentos ou os instrumentos em que são usados. Essa preservação do instrumental se deve, e muito, ao pH neutro, por isso, ao utilizar esse tipo de produto é preciso seguir, atentamente, as orientações do fabricante para obter os melhores resultados, como não misturar produtos químicos ao detergente enzimático, para não invalidar a ação das enzimas e usar, após a limpeza, um produto desinfetante.

No mercado de químicos desde agosto de 1959, a Quimisa é fornecedora de diversas soluções tecnológicas para fabricação dos mais variados detergentes e saneantes hospitalares desde 2007, onde distribui exclusivamente para o Brasil e alguns países da America do Sul, especialidades químicas de fornecedores como Novozymes, Evonik, Lubrizol, Ingredion e Elevance. Segurança, respeito ao meio ambiente e comprometimento com a sociedade fazem parte dos pilares que sustentam nossa posição. A Quimisa se especializou no atendimento às demandas do segmento hospitalar, sendo reconhecida como referência técnica no setor.

Com o apoio das enzimas, os detergentes enzimáticos removem, por completo, os resíduos corporais úmidos nas superfícies, ajudando a impedir a formação de biofilme e o acúmulo de camadas de microrganismos.

SOBRE A QUIMISA:

SOBRE A NOVOZYMES: A Novozymes é uma multinacional dinamarquesa de referência na produção de enzimas e microrganismos para indústrias de diversos setores, focada na área de biologia e sustentabilidade, primando pela manutenção do meio ambiente por meio da integração de práticas sustentáveis. No Brasil, a empresa tem sedes industriais em Araucária e Quatro Barras (Paraná) e escritórios NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


Corrida de aquecimento - Centro terapêutico Flor & Ser/Divulgação


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SAIBA MAIS

Luiz Alian Cantoni

Centro Terapêutico Integrado à Natureza Flor & Ser

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ste é um projeto de saúde voltado para o equilíbrio da relação do físico e do psicológico no ambiente pessoal e profissional. Através da Medicina Tradicional como pilar principal, o atendimento clínico ambulatorial é realizado com o objetivo de integrar o diagnostico das doenças, autoconhecimento, saúde e bem-estar.

DR. LUIZ ALIAN CANTONI Medico formado na UMC e Mestrado pela UNIFESP, Otorrinolaringologista Foniatra. Ator, Musico e Cantor; Terapeuta no Metodo de Kusum Modak "Yoga Massagem Ayurvedica” Diretor da APROVOZ. Há 20 anos trabalhando com Aperfeiçoamento Profissional da Voz, unindo técnicas terapêuticas ocidentais e orientais individualizadas nas necessidades de cada paciente.

A popularização dos termos “orgânico”, “consciência ecológica” e “sustentabilidade” já se faz presente também nas estruturas das clínicas de terapias orientais mais modernas, principalmente no mercado internacional. Nesse sentido, uma opção de estrutura em consonância com estas tendências, soma espaços agradáveis e ao mesmo tempo, ecologicamente corretos. É cada vez mais intensa a busca pela qualidade de vida. As pessoas vêm lançando mão de tudo que é possível para atingir o equilíbrio entre o corpo e a mente. O stress da vida moderna, aliado aos hábitos alimentares pouco saudáveis e a falta de exercícios físicos, contribuem para o envelhecimento

precoce e o surgimento de vários tipos de doenças. Atentos a estes fatos, vários profissionais ligados à área da saúde estão se capacitando para oferecer terapias alternativas destinadas à melhoria da saúde da população. Dentre estas terapias, destacam-se as provenientes da cultura oriental. É sabido que várias técnicas milenares para a busca do equilíbrio entre a mente, o corpo e o espírito são dominadas pelos orientais. Fruto de resultados obtidos ao longo da história, cada vez mais, as pessoas estão aderindo a estas práticas que se fundamentam em relaxamento, massagens, ervas, alimentação, acupuntura e exercícios diversos. Hoje em dia, as pessoas estão mais abertas e dispostas a aceitarem as terapias alternativas, como a yoga, o tai-chi, a acupuntura e a massagem em geral, para as ajudar a enfrentar a tensão e o excesso de trabalho, equilibrando o corpo e a mente.

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Trabalho corporal em meio a natureza - Centro terapêutico Flor & Ser/Divulgação

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Preparação vocal - Centro terapêutico Flor & Ser/Divulgação


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As terapias alternativas estão, sem dúvida alguma, se tornando cada vez mais conhecidas, graças a divulgação da mídia escrita e falada. Nesse sentido, é expressivo o número de ofertas de clínicas e profissionais liberais habilitados a atender a demanda pela prática. O tratamento complementar de saúde pode contribuir em muito a atitude mental de uma pessoa, podendo aliviar, amenizar e até curar várias doenças. Contudo, no caso de uma doença grave ou terminal, apenas certas terapias são recomendadas e nunca devem ser utilizadas em substituição ao tratamento convencional, mas, sim, como técnica auxiliar. As terapias em geral, podem estimular o sistema imunológico, melhorando ao mesmo tempo, o estado mental e o prognóstico da doença.

• Criar documentário em vídeo referente ao circuito, do qual será gerado um material revolucionário para futuros profissionais e público geral; • Documentar todo atendimento em método científico para produção de parâmetros brasileiros em terapia e aperfeiçoamento emocional; • Promover multidisciplinaridade em imersão terapêutica de grupo para potencializar resultados; • Promover sensibilização da sociedade através da arte como suporte principal, mostrando o quanto é imprescindível os cuidados com a emoção em diferentes dimensões, bem como, a conscientização do entendimento da emoção como instrumento de trabalho e principal veículo de expressão.

E como podemos contribuir? • Ter objetivos específicos de conscientizar, principalmente, os formadores de opinião, da importância dos cuidados com a saúde e com o sucesso; • Destacar a importância de um diagnóstico precoce diante de uma alteração do principal meio de comunicação do ser humano, prevenindo doenças; • Indicar tratamento adequado para quem estiver doente; • Promover intercâmbio de profissionais de diferentes cidades na região onde forem realizados eventos, fomentando o turismo local; • Engajar a comunidade médica regional nas atividades propostas nos projetos; • Incluir profissionais das áreas terapêuticas propostas no programa residente na região; • Criar novos hábitos dentro do segmento com humanização; NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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VITRINE

E S T R A D A D E PA P E L ESCRITOR CATARINENSE LANÇA SEU CENTÉSIMO LIVRO

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ste livro é a celebração do talento de um autor apaixonado pelo ofício de ouvir e contar histórias”. Assim a psicóloga Jeanine Wandratsch Adami define “Estrada de Papel” (Nova Letra, 2017), centésimo livro da carreira de seu marido, o escritor Saulo Adami, autor de mais de 200 obras nas áreas de literatura, artes cênicas e comunicação social. Cada capítulo do livro reúne mais do que trechos de obras selecionadas. Conta como o autor as conheceu ou criou, como passaram de ideias ou sugestões, ao formato de livros, peças de teatro ou roteiros de filmes. O que permite ao leitor mais do que um encontro com um autor e sua obra, permite uma viagem ao universo ficcional e o acesso às memórias de um escritor que vive intensamente o que faz. Segundo a co-autora, “Estrada de Papel” nasceu com objetivos bem definidos: “Ser o registro da produção intelectual de um autor que pretende ter sua obra conhecida em vida; servir de referência para leitores, pesquisadores e historiadores da produção literária; ser parte do acervo bibliográfico dos lugares de preservação da memória, ao alcance de leitores, pesquisadores e estudiosos das letras e das artes”. Para escrever a obra a partir de 2014, livros foram relidos, arquivos reabertos, memórias resgatadas e originais desengavetados. “Estrada de Papel” apresenta a história de vida e a produção intelectual do escritor, seus métodos de

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VITRINE

trabalho, seu pensamento enquanto autor, editor e consultor de obras publicadas em vários gêneros, em quatro idiomas. Inclui trechos e análise crítica das principais criações, textos exclusivos do poeta Luigi Maurizi, da Academia de Letras de Balneário Camboriú, e do professor Celestino Sachet, da Academia Catarinense de Letras. Uma prévia da obra foi lançada com o título “Saulo Adami – Escritor” (Nova Letra, 2015). LIVRO: ESTRADA DE PAPEL Autores: Jeanine Wandratsch Adami e Saulo Adami. Editora: Nova Letra 199 páginas Preço: R$ 30,00

“O sonho dos tempos de criança se tornou realidade”, afirma o autor. “Sou o escritor que sempre o quis ser. O sonho mais recente era ter oportunidade de fazer uma revisão completa da carreira, de preferência ao lado de alguém que fosse importante para a minha vida, que se dispusesse a fazer uma longa e inspiradora viagem ao princípio de tudo, tendo como ponto de chegada o último original que escrevi, livro que editei ou roteiro que filmei”. Para Saulo Adami, “escrever é tão natural quanto respirar. Cumpro meu papel de escritor diariamente. Aonde quer que esta estrada de papel me leve, meus sonhos estarão comigo”. O primeiro livro do casal foi “Doutor Nica” (DOM, 2012), biografia do médico João Antonio Schaefer.

A SABEDORIA DE SER GENTE LIVRO: A SABEDORIA DE SER GENTE Autora: Aniete Goes Editora: Caminhos 182 páginas Preço: R$ 30,00

A Sabedoria de Ser Gente é um livro que propõe perceber e captar emoções humanas em versos e reflexões. Produzido pela Editora Caminhos (Baiana), o livro foi elaborado com base em conhecimentos adquiridos no campo da psicologia e filosofia, na observação de comportamentos e na experimentação e avaliação dos sentimentos e emoções. A obra é um convite ao autoconhecimento e à busca pelo entendimento do outro.

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FILME - CHRONIC "Chronic", do diretor mexicano Michel Franco, é um longa metragem que conta uma descrição sóbria, realista e devastadora do fim da vida. Com uma interpretação sensível do ator britânico Tim Roth, o filme recebeu muitos aplausos dos críticos. Roth interpreta David, um enfermeiro que cuida de pacientes em fase terminal, dedicando o seu tempo a fim de lhes dar maior dignidade num momento particularmente difícil da existência – a eminência da morte. O filme aborda o tema da velhice, doença e morte, tabu para uma sociedade ocidental que muitas vezes, deixa os idosos nas mãos de trabalhadores anônimos, por vários motivos. O título "Chronic" é uma referência ao estado de depressão permanente do enfermeiro. A maneira inesperada como o longa-metragem chega ao fim é, segundo o diretor, "o resultado de todo o filme, não poderia terminar de outra maneira". Assista ao trailer:

[+] http://www.imdb.com/title/tt3850496/videoplayer/vi14726681 NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Anacris Mancussi COLUN I STA

APAIXONE-SE POR CUIDAR DE VOCÊ. A SUA IMAGEM É O SEU ACERVO PESSOAL.

Ah!

Este mundo virtual onde tudo ou muito, se posta em tempo real. Fatos, notícias, mundo pessoal, intimidade; o interpessoal é dinâmico, globalizado e competitivo. Isto pode significar cuidar do que acontece no entorno, tomar ciência dos fatos e das postagens. Inteirar-se do que acontece com os outros, pessoas, situações, no mundo social, particular, econômico. E tudo se observa, se escaneia, se detalha ou, a depender de varias características da postagem, passa liso, quase sem relevância. Mas tem sempre alguém que vê. Assistindo a palestra da jornalista, consultora e empresária, Gloria Kalil, para o lançamento do seu livro Chic Profissional*, no primeiro semestre em São Paulo, ela comenta com tamanha experiência que: “tudo o que postamos na internet é única e exclusivamente da nossa vontade, são nossas escolhas e o sucesso vem conforme a exposição que provocamos.” O pior é esquecer-se de si mesmo, da sua autoestima, do desenvolvimento do autoconhecimento, de colocar-se em segundo plano mesmo que se negue a situação. As vidas, momentos, situações, glórias e tristezas são postadas e escaneadas por todos nós, ou por uma grande maioria de pessoas que acessam as redes sociais. Quais as mensagens que estamos passando por meio das imagens? Olhar mais para o outro do que para nós, é deixar pra lá a nós mesmos. É comparar, medir, seguir e admirar. Voltar-se para si é saudável, é cui-

dar de nós mesmos. É uma delicadeza, um afago na nossa imagem e no nosso autoconhecimento. Com tantos estímulos, ofertas, regras ou contrariedades, tentamos nos aproximar do que vemos nos outros ou dos modelos de sucesso, ousadia, irreverência, sensualidade, que o outro expressa. Inspiração... apenas impressões. A inspiração está em cada um de nós, dentro de nós e características como etnia, cultura, regionalidade, idade, gênero, aspectos sociais e econômicos tão diversos, formam um conjunto riquíssimo que nos torna únicos. Isto requer autoconhecimento e certo trabalho para tanto. Ao abordar a imagem pessoal e profissional é preciso gostar-se e conhecer-se. É compreender os significados e resignificados do vestir-se, do cuidar-se, independentemente de terceiros. Valorizar-se! Na composição da imagem pessoal, além de abordar o vestir-se e por que vestir-se ou, para o que e por quem, tocamos sutilmente nos estilos pessoais, valores intrínsecos. Tocamos também, na moda e tendências, valores extrínsecos, no desenvolvimento de uma marca pessoal, imagem pessoal e profissional. Por mais que o mundo aponte para modelos de corpo, de vestir, de cabelos, de cores, o foco é cuidar-se com as nossas características, valores e possibilidades. A nossa imagem é o nosso cartão de visitas e compreende o nosso rosto, cabelos, corpo, vestimenta, maquiagem, acessórios, gestos e atitudes. Somos únicos com a nossa diversidade.

Um acervo riquíssimo e muitas vezes desconhecido por nós mesmos As mesmas tecnologias que tanto nos ajudam em diversos setores da nossa vida, nos mostram inúmeras informações as quais são acessadas imediatamente, criando um aglomerado de pessoas que tentam, a seu modo, se identificar, comparar e se incluir em classificações que nos fazem perder a individualidade e identidade. Moda é linguagem, é história, é política, é social. Retrata momentos, passagens. É a sensação coletiva. Toca a nossa necessidade de pertencimento, de relacionar-se, de incluir-se. O estilo compreende as nossas características pessoais, sociais, é individual. Representa o modo de ser e estar no mundo, na vida pessoal e profissional, familiar, o modo de pensar, agir, de viver. É definido pela imagem. Trata-se da nossa identidade que se exterioriza através do modo de vestir e de se expressar. Está relacionado ao consumir, a sustentabilidade e hábitos de vida. Enquanto a moda retrata um momento, uma situação, um determinante social e politico, o estilo pessoal é atemporal e ajustável, flexível. Relacionado ao vestir e na composição da apresentação pessoal, o estilo não muda. O que muda são as tendências da moda. Podemos interferir na imagem pessoal e profissional de uma pessoa adulta conforme as necessidades expressas por ela mesma, conforme seus estilos. A linguagem visual é composta por linhas, formas e cores e, reagimos emocionalmente a elas ao que

*Chic profissional. Circulando e trabalhando no mundo conectado. Gloria Kalil, Paralela, 2017, São Paulo. NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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percebemos no rosto, no vestir, gestos e porte físico. A consultoria de imagem pessoal e profissional tem a finalidade de valorizar e harmonizar a apresentação pessoal nas mais diversas situações do dia a dia, sendo o bem-estar pessoal, conforto e segurança, os desfechos principais deste processo. Desenvolve um processo de transformação individual por meio da redescoberta dos atributos físicos e atitudinais, interferências no vestir, pentear e arrumar-se conforme as necessidades individuais. Promove o autoconhecimento e o desenvolvimento pleno dos estilos pessoais. Provoca mudanças e ajustes na imagem para a vida pessoal, trabalho, lazer. É um processo minucioso, cuidadoso, individualizado, respeitoso, discreto e compartilhado com cada cliente. Universalmente, são reconhecidos sete estilos pessoais, podendo ser classificados em clássicos e básicos e, não clássicos e acentuados, sendo eles, respectivamente: tradicional, esportivo, elegante e romântico, criativo, sensual, moderno ou urbano. A cada pessoa podem ser atribuídos de dois a três estilos, com a predominância de um deles e, os demais, misturados em suas características. Para mulheres e homens, vale o arranjo de dois a três estilos pessoais que combinados, ressaltam a apresentação pessoal, a imagem. E isso me encanta como consultora de imagem. A possibilidade de agregar valores sociais, culturais, físicos e de personalidade em tamanha riqueza de características que tornam única uma pessoa, um profissional. A unicidade que inclui a todos, no seu melhor ser e estar, respeitando os estilos e que promovem bem estar e segurança para o desempenho das suas atividades de vida. Este processo, também educativo, nos diferencia e conforta quando somos tocados pelas avalanches de informações das redes sociais. Afi-

nal, podemos respirar e dar aquela espiada na vida alheia, como os olhos da admiração, com segurança de quem somos. Nos dias atuais, é fundamental saber quem fez a sua roupa, consumir com racionalidade, escolher mais, cuidar mais, fazer durar, compreender que o menos é mais. Usar o tempo e o dinheiro com inteligência. Substituir, uma vez que somar já não faz mais sentido. Mais vale ocupar o tempo com qualidade, aprender a resignificar uma vestimenta e torná-la apropriada ao nosso estilo, ao nosso desenvolvimento pessoal e profissional. Saber quem somos e o que queremos é tarefa árdua e gratificante; reconhecer as nossas fortalezas e fragilidades ao lidar com os desafios diários da vida pessoal e profissional. Mais vale ter ou compreender que, um guarda roupas com mais espaços vazios, nos possibilita mais trocas e combinações entre as peças. Estamos na gestão da nossa imagem e, portanto, de como nos apresentamos para o dia a dia para transmitirmos as melhores sensações e a indicação correta e precisa das nossas preferências, habilidades, potencialidades e ambições. É valorizar-se e levar o nosso estilo para o ambiente de trabalho e das relações profissionais, com suavidade e agregados aos valores e missão das empresas e instituições. É sentir-se seguro, ser reconhecido e respeitado. E, para tanto, há a necessidade de alinhamento entre as pessoas e os ambientes que frequentam. Para todos nós. Ser incluído, estar presente, fazer a diferença com as capacidades técnicas e atitudinais próprias da nossa formação e personalidade. A imagem, a forma como nos apresentamos para uma entrevista de emprego, para trabalhar diariamente, estudar, viajar, retrata a nossa identidade. As vestimentas que compõem a nossa imagem, falam sobre nós. E não é a moda que diz isto. É o nosso esti-

lo, somos nós mesmos, nossa identidade. Há que se considerar que não existe corpo ruim. Existe roupa inadequada para aquele corpo. Ainda, a imagem transmite a atitude do profissional e da pessoa no dia a dia, então, saibamos que não há um traje neutro, que uniforme não nos iguala e, sim, nos identifica; que sempre estaremos transmitindo algo ao nosso respeito pelo modo como nos vestimos e nos portamos, como nos apresentamos ao mundo diariamente e dizemos: “Oi, mundo! Eu sou fulano de tal e faço isto, minha contribuição é tal.”Assim vale dar uma espiada no outro. Faça sem culpa, sem polarizar as sensações em certo e errado. Apaixone-se por cuidar de você. É atemporal, não tem certo e errado, cultive seu autoconhecimento. Trabalhe a sua imagem, sua marca pessoal. Afinal, quem somos, quem queremos ser, qual a nossa contribuição e onde queremos chegar? Desenvolver a nossa imagem pessoal e profissional passa por agregar valores do vestir adequadamente aos seus estilos e ambiente social e profissional, desenvolver o consumo consciente, sustentabilidade e dar significado ao seu dia, além é claro, de cuidar mais de você. Apaixone-se!

ANACRIS MANCUSSI Consultora de Imagem, Visagista, Assessoria de imagem profissional e etiqueta empresarial-corporativa. anacrisbrasil8@gmail.com NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Jeanine Wandratsch Adami COLUN I STA

CRISE OU OPORTUNIDADE?

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uitas vezes é preciso uma crise pessoal para gerar mudança, crescimento e novas oportunidades. Períodos de caos e incerteza abrem novas portas, quando se tem disposição e capacidade de procurar meios de evolução ao invés de se sentir derrotado por circunstâncias externas.O crescimento é necessário e benéfico. Aspectos de nossa psique nos incentivam a continuar agindo dentro de velhos padrões de comportamento ao invés de fazer coisas novas, com resultados imprevisíveis. Desejosos de mudanças, mas sem disposição ou formas de fazê-las, criamos inconscientemente, alguma crise física, emocional, mental ou espiritual que nos impele para o novo, refletindo este processo íntimo.Quando passamos por crises e aproveitamos para crescer internamente, entendemos o quanto foi importante a experiência. O processo é assustador e complexo, precisamos de compaixão por nós mesmos e pelos demais. Assim como vivemos crises quando estamos diante de uma importante mudança, o mundo coletivo também. A humanidade está dando um salto evolutivo de consciência, avanço vivenciado como crise de cura. À medida que expandimos nossa consciência individual ou coletiva, velhas estruturas perdem a utilidade. Com a consciência ampliada, criamos novas e flexíveis estrutu-

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ras para nos apoiar no novo nível. Quando cientes do que é possível fazer, olhamos o modo como estivemos agindo e vemos nosso comportamento sob nova perspectiva, assumimos nova atitude. Ficamos mais felizes e satisfeitos. O modo mais eficiente de mudar o mundo é mudar nossa consciência. Segundo um princípio metafísico, o universo é feito de um único elemento essencial: energia ou força vital. Tudo está interconectado, afeta uns aos outros. Felicidade é nosso estado natural, mas fomos treinados para nos sentir mais à vontade com a infelicidade. Às vezes, a felicidade incomoda, como se não a merecêssemos. Tendemos a ver o lado negativo e fazer as piores previsões. A felicidade não depende das circunstâncias, somos nós quem a determinamos, e não o que está acontecendo à nossa volta. Ela não depende tanto do que acontece quanto da maneira como lidamos com o que acontece. Felicidade é a capacidade interior de se adequar à realidade e extrair dela as alegrias possíveis. A cada dia, situações se apresentam. Ao nos conhecermos melhor, podemos fazer as escolhas mais adequadas ao nosso modo de ser.

JEANINE WANDRATSCH ADAMI Psicóloga com formação na Abordagem Relacional Sistêmica, Gestalt-terapia, Bioenergética e Psicologia Transpessoal. Criou e desenvolve o trabalho “Novos Começos” há 20 anos. Ministra outros cursos: Autoestima, Comunicação para Casais, Corpo em Sintonia, Vestibular em Foco. Em Brusque, atende no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sintricomb). É coautora do livro “Doutor Nica” (DOM, 2012) e coordenadora de oficinas literárias com Saulo Adami. saulo.adami@yahoo.com


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Sarah Fernandes

Imagem: Depositphotos

COLUN I STA

ADOLESCENTES E DIABETES

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amos partilhar sobre Diabetes na Adolescência. Entre 10 e 19 anos, ocorre a transição da infância para a fase adulta com mudanças socioculturais, descobertas e desafios. O desenvolvimento pessoal e expectativas de vida ocupam 100% das preocupações e, ao possuir Diabetes, o adolescente enfrenta mais pressões e dilemas. Porém, há como conviver com a doença de forma a assegurar o sucesso do tratamento, seguindo algumas observações: Os Profissionais de Saúde precisam se utilizar de recursos como dialogar com linguagem acessível ao jovem, sem ser maçante e impositiva. Os profissionais precisam criar vínculo saudável com os pais e/ou responsáveis e certificar que todos os envolvidos estão cientes do tratamento. Nos atendimentos, relembrar o controle, ter a rotina de arquivar as informações de medicação, valores de medição de glicose e confirmações se o paciente cumpre o tratamento. Os cuidados inadequados causam internações por Cetoacidose e problemas com Retinopatia, por isso, a família também participa do tratamento, não só na cobrança da alimentação correta e aplicação de insulina. Há tratamento como a administração de várias doses de insulina ou uso de sistema de infusão contínua de insulina em associação a monitorização de glicemia capilar. Outra possibilidade é administrar Metformina junto com uso de insulina que possui função

hipoglicemiante porque diminui liberação de glicose pelo fígado. Há duas outras insulinas: Glargina e Detemir de ação lenta e sem picos grandes de insulina NPH. Tais insulinas de ação mais contida, deixam o paciente mais confortável com os horários de alimentação, desta maneira, se tiver que tomar café num horário mais tarde ao habitual não terá mal-estar. A Detemir e a Glargina são aprimoramento da NPH, pois além de auxiliar na flexibilidade de alimentação, tira um incômodo que chama hipoglicemia de madrugada que é quando a insulina NPH faz pico de ação após algumas horas e o nível de insulina sobe à noite. Elas apresentam os tempos de início respectivamente, uma hora após aplicação sem picos de ação e, perdura cerca de 17 horas; a outra, inicia ação depois de uma hora e meia, sem picos, e realiza suas atividades por cerca de 24 horas no corpo. A Cetoacidose é desencadeada por elevado nível de glicose no sangue com muitas cetonas (composto orgânico com grupo funcional – CO) que são liberadas pelo fornecimento de energia para as células com a finalidade de proteger as mesmas de pane pela falta de glicose. Pode ocorrer devido ao paciente estar com infecção ou ter feito a administração incorreta de insulina. E, para evitar, pode-se aplicar a insulina na dose e horários corretos, ir regularmente ao médico, além de medir glicemia capilar. A Retinopatia é a alteração no fundo

do olho com duas classificações: Não Proliferativa, é o início da doença, quando os vasos estão danificados, e a Proliferativa, que ocasiona alerta em perder a visão.Percebam que a Diabetes não é fácil de enfrentar e causa danos se for má combatida, em especial nos adolescentes, que têm a Fisiologia em alto funcionamento e diversas modificações.

SARAH FERNANDES Graduada em Farmácia Generalista pela Universidade São Judas Tadeu. Pós-Graduação em Farmacologia Clínica. Maior vivência no Sistema Único de Saúde (SUS) - Posto de Atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Graduada em Serviço Social. sarah-florio@hotmail.com NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


Imagem: Depositphotos

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Suzy Altran COLUN I STA

O PROFISSIONAL DA SAÚDE FRENTE ÀS CONDIÇÕES INSALUBRES

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á muito é de conhecimento que a insalubridade é um tema de difícil compreensão, pois, tem vínculo com várias normas e até com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Reza em seu artigo 189 o seguinte: “Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”. Se mais não fosse, o próprio Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), também aborda a questão, quando define as atividades insalubres como sendo aquelas em que os empregados estão permanentemente expostos a condições de risco acentuado, acima dos limites permitidos pela lei. Pois bem. De forma sucinta, vou abordar o tema em questão. Hoje, com a falta de emprego que assola o País e a necessidade de sustento próprio e familiar, infelizmente, está cada vez mais difícil manter um posto de trabalho que não exponha o trabalhador as mais variadas formas e atividades nocivas a sua saúde. Quando o trabalhador exerce uma atividade que o expõe a uma constante condição de risco como, por exemplo, lixeiros, manipuladores de venenos, em ambientes inóspitos ou

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poluídos, com risco biológico (hospitais, clínicas), cadáveres, explosivos, energia elétrica, radiação ionizante ou substâncias radioativas, produtos químicos etc., ele tem o direito de receber, além do salário, um adicional de insalubridade que varia de acordo com o grau de risco de exposição. Vale ressaltar que todo trabalho que coloca em risco a vida do trabalhador já não é mais Insalubridade e sim Periculosidade, ou seja, o fato de ser Enfermeiro, Técnico de Segurança etc., não obriga o direito a insalubridade ou periculosidade. Porém, o fato de estar exposto ao risco, sim, desde que, devidamente configurada as hipóteses contidas na NR 16 (norma reguladora). Vale frisar que, devido à precarização dos órgãos públicos regionais, alguns vinculados ao Ministério do Trabalho e Emprego, muitos trabalhadores acabaram por não receber o citado adicional de insalubridade/periculosidade por total desconhecimento e, muitas vezes, ainda que cientes de tal exposição, não são remunerados, em total desconformidade com o que determina a legislação pertinente combinada com a NR 15 no item 15.4.1.1., que diz: 15.4.1.1 Cabe à autoridade regional competente em matéria de  segurança  e  saúde  do  trabalhador,  comprovada  a insalubridade por laudo técnico de engenheiro de segurança do trabalho ou médi-

co do trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização. Portanto, diante de uma situação de insalubridade é devido um adicional sobre o salário mínimo mensal que pode variar de 40%, 20% ou 10%, dependendo do grau de exposição máximo, médio ou mínimo, respectivamente (artigo 192 da CLT). Já em relação à periculosidade, o percentual devido é de 30% sobre o salário mensal percebido (artigo 193). Ponto importantíssimo é aquele em que só será devida a insalubridade/periculosidade ao trabalhador exposto a algum tipo de risco mediante a elaboração de um laudo técnico pericial, geralmente elaborado por “expert” no assunto - geralmente, mas, não necessariamente engenheiro ou Técnico em segurança do trabalho - desde que devidamente registrado/credenciado junto ao Ministério do Trabalho e Emprego. Visando afastar o pagamento desses adicionais, muitas empresas têm elaborado – preventivamente – estudos refletidos em laudos técnicos visando afastar e/ou ao máximo, reduzir os riscos à saúde do trabalhador. Um dos maiores índices de insalubridade, por exemplo são aqueles presenciados junto aos Hospitais, Casas de Saúde, Santas Casas, UBS, AMAS, etc., pois que seus profissionais estão ligados


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Suzy Altran CO LU NISTA

diretamente à higienização de instrumentos cirúrgicos, contato com organismos doentes ou materiais infecto-contagiantes. Observação de relevância é aquela em que esses profissionais gozam de contagem especial de seu tempo de serviço para fins de aposentadoria. Vale lembrar, ademais, que o direito ao adicional, não é um direito adquirido, e somente devido até que seja efetivamente eliminado o foco e/ou a exposição de risco pelo trabalhador. Por fim, vale destacar ainda, que não é possível ao trabalhador receber simultaneamente adicionais de insalubridade e periculosidade, uma vez que a lei em consonância com a melhor e mais atualizada jurisprudência de nossos Tribunais do Trabalho somente permite o pagamento de um dos dois. Veja-se um exemplo: “ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. POSSIBILIDADE DE ACUMULAÇÃO. Demonstrada divergência jurisprudencial apta a ensejar o processamento do recurso de revista. Agravo de instrumento provido. RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO À CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS. Cinge-se a controvérsia sobre a possibilidade de recebimento cumulado dos adicionais

de periculosidade e insalubridade. No julgamento do Processo TST-E-RR-1072-72.2011.5.02.0384, Rel. Min. Renato de Lacerda Paiva, julgado em 13.10.2016, prevaleceu o entendimento de não ser possível a cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade, nos termos do disposto no art. 193, § 2º, da CLT, mesmo havendo exposição do empregado a dois agentes diversos, a um perigo e a uma lesão à saúde, quer por causa de pedir distinta, quer por causa de pedir única, sendo assegurado ao empregado o direito de opção pelo recebimento de um desses adicionais que melhor lhe favoreça. Em atenção ao mais recente entendimento que prevaleceu no âmbito da SBDI-1, não é possível a cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade. Recurso de revista conhecido e não provido. [...]" (RR - 20529-74.2014.5.04.0014. Relator Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: 19/10/2016, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 11/11/2016). Assim, derradeiramente, uma empresa séria, responsável e comprometida para com a saúde e bem-estar de os seus colaboradores, respeitará sempre os limites humanos, a legislação ambiental e as condições de trabalho, pois só assim, se haverá o equilíbrio esperado nas relações de trabalho.

DRA SUZY ALTRAN Advogada OAB 110303 | Formada em Direito (1987) pela Universidade de Mogi das Cruzes | Advogada Dativa no Forum Regional Penha De França | Sócia Co-Fundadora no escritório Curzio&Altran Advogados | Pós Graduada em Direito do Trabalho pela UNG - Universidade de Guarulhos | Professora de História formada pela Unicid | Palestrante - Escola Técnica Estadual de São Paulo Tiquatira – São Paulo/SP contato@curzioealtranadvogados.com.br NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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Foto: Stella Curzio | Poรงos de Caldas-MG NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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O QUE A VIDA ME ENSINOU

Murilo Lemos

A fé e a força de vontade no processo de cura Relato de Murilo Lemos de Lemos, 39 anos, administrador. por Stella Curzio

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ão foi nem um pouco fácil. Eu tinha 4 anos e lembro que a minha mãe sentou comigo na cama e ela me contou que eu tinha um bichinho muito malvado dentro de mim e que esse bichinho poderia me levar embora para eu ficar com o papai do céu, mas que, eu quisesse e fizesse tudo o que eles pedissem para mim, eu conseguiria vencer esse bichinho e continuar com eles. E foi dai que eu tirei forças para enfrentar a doença e seguir em frente. Se ela tivesse mentido para mim, falado que eu tinha só uma gripe, uma virose, eu não iria ter encarado realmente a situação. Então, foi fundamental minha mãe ter contado sobre a minha doença de um jeito que eu, como criança, pudesse entender e isso me encorajou, me deu muita força. Eu ia fazer sessões de quimioterapia toda semana e tinham as crianças que faziam comigo. Enquanto a gente aguardava para ser atendido, as mães ficavam conversando numa sala de espera e tinha uma área das crianças, com gibi, com brinquedos e a gente brincava ali. Eu percebia que, algumas vezes, um amigo meu que estava lá na semana passada, não estava mais. Eu perguntava deles para minha mãe e ela respondia dizendo que eles tinham ido embora e eu ficava feliz, porque eu achava que eles estavam curados, que NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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eles tinham voltado para a cidade deles, mas, não. Na maioria das vezes, é porque eles tinham falecido e era complicado, porque a gente acabava se apegando e depois não via mais a pessoa. Como as chances de cura naquela época eram de apenas 10%, para cada pessoa como que, como eu, sobreviveu, outros 9 morreram. No tratamento em si, eu fui muito feliz porque a minha mãe sempre foi forte, presente, assim como o meu pai e a minha irmã me ajudaram muito. Os médicos que me trataram em Campinas, no Centro Boldrini, os enfermeiros, foram fantásticos, são seres humanos maravilhosos que eu não esqueço até hoje então, eu tive muita sorte por ter tido pessoas tão fortes ao meu redor, o que facilitou bastante todo o processo. Mas, houveram momentos críticos. Eu tive alergia a um medicamento e quase morri, a garganta inchou, fechou, foi bem complicado. Eu também tive pneumonia. Teve uma psicóloga do hospital que veio conversar comigo tentando me convencer, me preparar para a morte, para que aceitasse que iria morte, e é claro que eu não aceitei, minha mãe também não aceitou. Foi muito difícil: eu vomitava, caia o cabelo, mas graças a Deus, no geral, foi bem-sucedido. Durante uma parte do tratamento, eu não conseguia ir para a escola, então eu deixei de ver os amigos do colégio durante um tempo, mas na época que eu estava na escola, eu não lembro de ter sofrido bullying. Lembro dos professores muito amigos, dos colegas de classe apoiando, as famílias dos meus amigos também, as mães, os pais, muito solidários, ajudando bastante. O que eu lembro foi de alguns parentes nossos que se aproximaram de mim, da minha mãe, do meu pai, no sentido de desacreditar mesmo. Teve inclusive um médico, que também desacreditou a gente. Falavam que eu não tinha chance, que meus pais eram um casal jovem, que eles poderiam ter outro filho, que

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não era para eles ficarem sofrendo à toa, que não era para eles me fazerem sofrer também, encorajando até a eutanásia ou mesmo desistir e não lutar mais. Nessas horas, você consegue separar um pouco o joio do trigo. Às vezes, as pessoas que você achava que nunca iam te ajudar, se aproximam e, outras vezes, pessoas das quais você achava que poderia, com certeza, contar, se afastam ou vem com opiniões que não acrescentam em nada. Dar uma boa filtrada nas relações nessa fase é fundamental. Houve uma parte espiritual, uma parte de Fé muito grande na minha cura. Eu tenho CERTEZA disso! Não foi uma questão simplesmente médica, clínica. Houve além da ciência, algo espiritual muito forte e a nossa Fé com certeza ajudou bastante, não só no processo psicológico, emocional, mas na cura em si. O dia da alta eu não esqueço. Eu estava com a minha mãe no estacionamento do hospital, quando ela me contou. Era dia 13 de maio, Dia de Nossa Senhora de Fátima. Somos devotos dela até hoje. Eu lembro que fiquei muito, muito feliz e dei um abração na minha mãe. Tem uma parte que eu não lembro, foi a minha mãe que me contou. Ela disse que nesse dia, ela perguntou pra mim, qual foi a coisa que eu mais senti falta de fazer enquanto eu estava doente, enquanto eu estava me tratando e, eu respondi que era poder abraçar as pessoas, porque como eu estava com a defesa baixa e não podia ter muito contato com as pessoas, eu sentia falta disso. Enquanto eu estava doente, a minha mãe e meu pai sempre ajudavam os nossos colegas, que eram os pais de pacientes e, quando eu recebi alta, nós demos continuidade a isso. A gente não parou de ajudar. E, na medida que eu cresci, eu também comecei a ajudar. O meu pai infelizmente já faleceu mas hoje, vou eu e minha mãe em hospitais, como o Hospital do Câncer do Hospital das Clínicas, que inclusive, trabalha um médico que ajudou no meu processo de cura, o Dr Vicente Odone Filho, que é


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Trecho retirado do Blog The Sun Jar – “Superando uma leucemia e fazendo a vida dos demais melhor”

um ser humano maravilhoso, fantástico. Quando nós vamos lá, eu converso com os pacientes jovens, com as crianças e a minha mãe conversa com os pais. Nós damos exemplos, dicas, sugestões. Eu falo muito pra eles de quando eu fiz o tratamento. Falo que eu tinha muito menos chances de sarar do que eles, e no entanto, eu estou ali, de pé, na frente deles, então se eu consegui, eles também podem conseguir, porque eles tem muito mais chances. E, minha mãe conversa com os pais, ela orienta para que eles nunca chorarem na frente dos filhos, para que eles sejam fortes, sejam o apoio, o suporte deles, diz para eles sempre contarem para os filhos o que eles realmente tem, qual é a verdadeira gravidade da situação, enfim, a gente busca dar apoio e suporte para quem está passando pelo que a gente passou. Pra mim, ficou uma mensagem muito clara: a de que eu não sou melhor nem

pior do que ninguém, a de que minha família não é melhor nem pior do que a família de ninguém por ter passado por tudo isso. Simplesmente, quem passa por tudo isso, tem uma missão muito dura, uma obrigação de passar a experiência para frente e sempre ajudar os outros. Afinal, se você só se cura e de alguma maneira, não retribui para o universo essa cura, não tem sentido nenhum você ter passado pelo que você passou. Acho que a principal lição de tudo isso foi que a Fé e a força de vontade ajudam muito no processo de cura. Por isso, a importância de acreditar em algo além do material, não importa qual a religião, e a importância do paciente sempre saber a sua real situação. Só quando o paciente tem acesso ao seu diagnóstico, por pior que seja, é que ele vai conseguir mobilizar forças dentro de si pra enfrentar a situação.

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Murilo Lemos, durante tratamento contra câncer infantojuvenil, em um dos seus aniversários

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Murilo Lemos, 39 anos, curado. Formado em Administração, trabalha com Recursos Humanos no Governo do Estado de São Paulo e, no tempo livre, ama cantar em sua banda de rock


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REFLEXÃO

Stella Curzio

Eu julgo, tu julgas, a gente se questiona

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STELLA CURZIO Jornalista (MTB 70289/SP) e Fotógrafa. Diretora de redação da NasceCME Magazine

u julgo as pessoas diariamente. As pessoas me julgam diariamente. O ser humano é assim. Algumas vezes descobrimos que estávamos errados e outras não, descobrimos que estávamos certos mesmo! (porque algumas pessoas tem a sensibilidade aflorada e só por meio do olhar, já percebe qual é a do outro). E é vida que segue! Impossível querer ou imaginar que podemos agradar a todos. Claro que a gente se questiona o por que do outro ter a impressão errada sobre nós, qual o motivo dele não gostar da gente, se é uma pessoa mais próxima, nos perguntamos o por que ela mantém a política da boa convivência social e finge ser legal (leia-se falsidade) e por ai vai. Como uma amiga sempre me diz: "não adianta ser profundo com quem nasceu pra ser raso!" Muitas pessoas não gostam de nós e, além de nos julgar, nos condenam porque, provavelmente, sabem que somos exatamente o que elas não são e gostariam de ser. E, somos assim naturalmente, sem precisar forçar nada. É nosso, está enraizado. Nascemos assim! Consequentemente, elas sentem inveja, ciúmes, quando poderiam se espelhar naquilo que admiram e trabalhar isso nelas mas, infelizmente, não adianta querer mudar o outro. A vida não tem dois pesos nem duas medidas. O que sai de você, volta pra você. Mas, cada

um é um! Ninguém é obrigado a gostar de nós só porque sabemos quem somos em valores e caráter, como também não somos obrigados a gostar do outro. Mas, de verdade? Nada disso importa! Uma pessoa de 40 anos muitas vezes, não tem a maturidade que uma de 20 porque, o que caracteriza maturidade são as experiências de vida que a pessoa já enfrentou, como ela as enfrentou, o que ficou dentro dela e o que ela fez com o que que veio depois. E essa maturidade vem acompanhada de uma série de fatores interligados como dificuldades, necessidade, personalidade, educação, oportunidades, condição social, prioridades, preferências, referências, visão de mundo, convivência com os pais, familiares e amigos etc, e ainda assim, nada disso caracteriza a essência do outro. Por isso que existem homens com 30 anos e meninos com 60. Mulheres com 30 e meninas com 50. E, o fato dessas pessoas já terem filhos (que geralmente são sinônimo de maturidade) também não define a maturidade em sí, que segundo o dicionário significa "condição de plenitude em arte, saber ou habilidade adquirida", ou seja, vai muito além. Estamos em constante evolução. As pessoas mudam. Ninguém é o mesmo de 5, 10 anos atrás (e se o é, algo está muito errado!). Outro ponto é que, não é porque você é doce, que você é NASCECME MAGAZINE | agosto 2017


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bobo ou bom. E não é porque você é frio, que você é arrogante ou mau. Não podemos aplicar no outro, as máscaras da sociedade generalizadas como um todo. Só a convivência mostra quem somos de verdade. Só o tempo! Por isso que, casamentos terminam, amizades terminam, seja em pouco tempo ou após 30, 40, 50 anos. E conviver não é ali no trabalho, na festa, nos encontros, nas viagens. Conviver é permanecer debaixo do mesmo teto, entre quatro paredes, diariamente, somando e multiplicando d.i.f.i.c.u.l.d.a.d.e.s. Isso é conviver! O coração do homem é terra que só Deus conhece. E, você já percebeu como é mais fácil nos compadecermos com o sofrimento do outro? O sofrimento tem a tendência de nos tocar; nos sensibiliza, nos motiva a ajudar, faz a gente pensar que o problema do outro é maior que o nosso ou, nos lembra que o outro também tem problemas e não estamos sozinhos. É como se o fracasso, a dor, a doença, a perda, provocasse solidariedade entre as pessoas. Aquele ditado de que "só conhecemos os amigos verdadeiros quando passamos dificuldades", é verdadeiro. Nos momentos difíceis, não são todos que permanecem ao nosso lado, não são todos que se colocam a disposição para nos escutar (que é bem diferente de ouvir!), não são todos que dedicam tempo, que praticam boas ações, que vibram positivo por nós, mas, e quando se trata das nossas alegrias? Ao meu ver, o historiador Leandro Karnal, aborda essa questão de forma bastante realista quando diz em uma de suas palestras divulgadas no Youtube que: "para conhecer quem são os nossos amigos verdadeiros, o teste é simples, eficaz e infalível: reúna os amigos e diga sobre o seu sucesso. Diga que você está ótimo, que vive um relacionamento feliz, que está conseguindo concretizar os seus objetivos, que está ganhando dinheiro,

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que está realizando cursos, planejando viagens, conte sobre os seus projetos e, olhe atentamente para o rosto dessas pessoas, repare na fisionomia delas. Quem se incomodar, mesmo que tente disfarçar, concorre com você; quem se incomoda não tolera o seu sucesso; quem se incomoda não gosta de você. Só um amigo vai se emocionar verdadeiramente com o seu sucesso." E nisso, a gente vai percebendo que as pessoas vão desocupando os espaços que reservamos a elas e que a vontade de compartilhar o que nos proporciona felicidade, some! Mas isso também tem o seu lado bom. Acabamos ficando cada vez mais voltados para o que realmente vale a pena e aprendemos a dar a dose certa de importância, de acordo com o merecimento de cada um. A vida proporciona muitos presentes e, a grande maioria, chega exatamente como o clichê: invisíveis aos olhos, mas sensíveis ao coração então, para que querer que seja diferente? Encerro essa reflexão com uma frase que deveria funcionar como um mantra diário para os nossos ouvidos: "Aos outros dou o direito de serem quem são, a mim, o dever de ser melhor a cada dia" - Chico Xavier


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Recomeço | Foto: Stella Curzio

Versos tão singelos

A árvore que não dá fruto é xingada de estéril. Quem examinou o solo? O galho que quebra é xingado de podre, mas, não haveria antes, neve sobre ele? Do rio que tudo arrasta, se diz que é violento. Ninguém diz violentas às margens que o cerceiam? - Bertolt Brecht

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