ROLAND BARTHES
SEMIÓTICA
Ronald Barthes nasceu em 12 de Novembro de 1915, na Normandia. Mais tarde mudou-se para França onde estabeleceu-se como docente em várias Universidades. Ao longo da sua vida foi desenvolvendo várias teses, Disciplo de Saussure (abordagem estruturalista de teor funcionalista). Influências: - Hjelmslev (estruturalista): a importância da conotação; - Durkheim (positivista): sentido de representação social; - Marx (dialético): a ideia de inversão, sentido negativista; - Freud e Lacan: questões da subjetividade.
semiótica Roland Barthes define a semiologia como a ciência da significação, que estuda qualquer sistemas de signos, seja quais forem a sua substância ou limites: imagens, gestos, sons melódicos, protocolos). Apresenta a significação como sendo de cariz simbólica: algo está em vez de, a valer por ele. É através da língua que esses sistemas de signos e, portanto, de significação, são acessíveis ao conhecimento. Assim, “a linguística não é uma parte, mesmo privilegiada, da ciência dos signos, a semiologia é que é uma parte da linguística; mais precisamente, a parte que se encarrega das grandes unidades significantes do discurso". Para Barthes, os sistemas semiológicos só significam na medida em que se cruzam com a linguagem, por isso, a semiologia transformar-se numa translinguística, "cuja matéria tanto pode ser o mito, o artigo de imprensa, como os objetos da nossa civilização, desde que sejam falados". A Semiologia pode ser útil para analisar o valor e a função social dos signos. Assim, ele desenvolve os seus conceitos de ‘sistema’ da moda, entendendo que há combinações tão plausíveis e vinculadas no campo da representação mediática quanto no da linguagem.
definição: mito Barthes refere-se ao mito como a história pela qual uma cultura explica ou compreende um dado aspecto da realidade ou da natureza. Os mitos são mutáveis graças ao dinamismo que a interação entre signo e cultura geram. "O discurso escrito, a fotografia, o cinema, a reportagem, o desporto, os espetáculos, a publicidade, tudo é suscetível de servir de suporte à fala mítica”. O mito não se define pelo objeto da sua mensagem nem pela matéria, dado que toda e qualquer matéria pode arbitrariamente ser dotada de significação, mas pela sua forma, indo-a buscar ao sentido do sistema linguístico, enquanto sendo, o mito, sistema semiológico tridimensional (significante/ significando/ signo). Em suma, Barthes, define o mito como um sistema semiológico segundo, constituído sobre uma série semiológica já existente, o significante (forma). A língua, enquanto sistema semiológico primeiro, é a matéria-prima do mito, enquanto sistema semiológico segundo.
MENSAGEM PUBLICITÁRIA “Toda a publicidade é uma mensagem”. “A mensagem é uma reunião de um plano de expressão ou significante e de um plano de conteúdo ou significado”. No centro da teoria de Ronald Barthes está a ideia de duas ordens de significação: a denotação e conotação. A primeira ordem de significação é a denotação, “de análise arbitrátia”, a mensagem é entendida na sua literalidade, “abastraindo-se da sua intenção publicitária, implica a percepção e o conhecimento cultural do recetor. Descreve a relação entre o significante e o significado no interior do signo, e a relação do signo com o seu referente na relidade. A segunda ordem de significação, a conotação, é constituida por um sistema de códigos de natureza simbólica e cultural, que permitem a cada leitor atingir vários signos. Toda a conotação pressupõe uma denotação que lhe serve de significante. No seu estudo sobre fotografia, amplificou esta dicotomia da seguinte forma: a denotação é a aquilo que é fotografado, a conotação é a forma como algo é fotografado. Na análise publicitária Barthes dá o exemplo de uma publicidade - significante - em que, o sentido primeiro da imagem, denota um africano, com uniforme, a saudar a bandeira de França. No sentido segundo está subjacente, a conotação de que a França é um grande império colonial. Aqui, o segundo sentido tem como significante aquilo que constitui o sentido formado pelo sistema semiológico prévio. Uma das formas de funcionamento do signo, na ordem da conotação, é o mito. Barthes refere ainda uma outra maneira de significar, dentro desta ordem, os símbolos. Um objeto torna-se símbolo quando adquire através da convenção e do uso um significado que lhe permite representar outra coisa. Segundo Barthes, há um ponto comum para o qual remetem todos os sistemas conotativos: a ideologia, "é a forma dos significados de conotação". Concluindo, a semiologia é a ciência das formas de significação, e encontra-se num sentido segundo, e o semiólogo expõem os sistemas semiológicos pelos quais é produzida e em que existe. A produção ideológica é a realização discursiva, materializada pela conotação, tendo o signo como matéria-prima, com as dimensões da translinguísticas, do social e da subjetividade.
Relação com o design: melhoramento de texto A desmaterialização do consumo e a difusão da comunicação, levaram à reflexão sobre os processos de criação de valor, isto é, os valores e as conotações que uma marca é capaz de projetar sobre os produtos, isto porque os objetos além da sua função, segundo Barthes, eles também comunicam e têm uma carga simbólica iplicita, o que se reflete perfeitamente na sociedade consumista já que os objetos transmitem, efetivamente uma forma de estar, quando adquirimos um produto de uma marca especifica, procuramos não só a qualidade funcional e estética desse, mas cada vez mais procuramo-nos refletir neles, os objetos tornaram-se o nosso prolongamento. A nível publicitário, a semiótica, permite à marca não se contradizer, corrigindo o desfasamento e distorções entre as mensagens potencialmente emitidas pelos signos e as interpretações, afim de não produzir efeitos indesejáveis. Barthes dá o exemplo de uma publicidade, em que devido ao facto do designer não pensar no problema em termos de signos, o anúncio, para “indicar a longevidade dos camiões representou-se uma palma da mão riscada com uma espécie de cruz, no entanto, a cruz sobre a mão é percebida como um símbolo de morte”. Uma vez que a publicidade é um veiculo impregnado de signos temos o dever, como designer de, antever as possíveis conotações que as pessoas poderão dar a certas imagens, já que cada pessoa interpreta os signos de diferente maneira, muito graças à sua cultura, isto é, por exemplo, onde um Europeu vê um pau, um Japonês vê um talher. A publicidade tem uma importância fundamental como veículo pois pode ser interpretada e visualizada por milhões de pessoas, o que vem confirmar a importância que a publicidade tem na nossa cultura.
signos + SEMANTICA DO OBJETO
Signo
Para Barthes o signopor é composto por ume significante e umsendo significado, plano expressãoeeoo O signo é composto um significante um significado, um, “o“o plano dede expressão” planoode conteudo” respetivamente. Cuja "significação é o ato que os os significante e o significado” outro “plano de conteúdo” respetivamente. originando o signo. Barthes vê os signos, de forma linear mas revestidos de um sentido dialético, através da importânBarthes vê os signos, de forma linear, mas revestido de sentido dialético, através da importância da cia da conotação. conotação. Possui uma singularidade polissémica, marcada e demarcada pela historicidade.
Todo o objeto enquanto objeto comunica. “Significar que dizer que os objetos não veiculam Os signosinformações”, são objectos eles cujanão razão ser não reside significação. Por exemplo, vestuário, que somente sóde comunicam comonasão sistemas estruturados deo signos. serve para nos proteger, segundo Barthes, também significa e, por isso, é um signo. A este signo Barthes chama de "funções-signos". “Os significados destes sistemas de objetos dependem do recetor, uma vez que é este que atribui uma conotação à mensagem, por isso, o objeto é polissémico, isto é, tem várias leituras de Barthes estabeleceu uma decomposição ideal do objeto, primeiro momento o objetopela sentido.” Essa “significação começa no momento em quenum são produzidos e consumidos apresenta-se como util, funcional, “o objeto serve, efetivamente, para alguma coiusa, mas tambem sociedade”. serveobjeto para comunicar informações”. num primeiro momento, há uma fusãosignifica entre a como função “Um não significante funciona Assim, pelo menos como o signo do insignificante, utilitária do objecto e o seu sentido: “quem usa um impermeável usa-o para se proteger, mas esse insignificante”. uso significa uma situação atmosférica” Os signos são objetos cuja razão não reside na significação. Por exemplo, o vestuário serve para Numproteger segundomas, momento, o objecto umsignifica sentidoe,conotacional, para além do seu sentido nos segundo Barthes,adquire também por isso, é um signo. funcional. Um casaco de peles além de proteger do frio e de significar protecção também tem um valor antropológico social de significação. Barthes estabeleceueuma decomposiçao ideal do objeto, num primeiro momento o objeto apresenta-se como útil e funcional, servindo, efetivamente “para alguma coisa, mas também serve Todocomunicar o objecto enquanto objecto significa. Significarmomento, quer dizerhá que osfusão objetos nãoaveiculam para informações”. Assim, num primeiro uma entre função somente informações, eles não só comunicam como são estruturados de signos.Essa utilitária do objeto e o seu sentido: “quem usa umsistemas impermeável usa-o para se proteger, “significação mas esse começa no momento em que são produzidos consumidos pela sociedade”. uso significa uma situação atmosférica”. Num esegundo momento, o objeto adquire um sentido conotacional: o imprmeável além de proteger da chuva e de significar proteção também tem um Em suma, “o objetoeésocial sempre signo, definido porainda duas acrescenta coordenadas, coordenada valor antropológico deum significação. Barthes umuma terceiro momentoprofunda, à simbólica”, pelo fato de objeto ser, menos, o significante de oum signifitrajetória do“constituida objeto, é o “momento emqualquer que se produz umapelo espécie de retorno que leva objeto do cado”,à por significa noite, o noturno”. signo suaexemplo função”: ao“lâmpada impermeável serveapara nos protegermos mesmo quando o lemos como “E uma de extensão, de significação”, “que nos é imposta ou o sugerida um signocoordenada de uma situação atmosférica. Para Barthes “a função faz nascer signo, epela essenossa signo é sociedade”. na função”. reconvertido