Kendall ryan imperfect love 01 hitched (rev pl)

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Tradução:

Ciça;

Moa

Bellini;

Dom;

Emanu B. Revisão Inicial: Lua R., Atlanta Mors; Mery L; Josie; Lih Bitencourt Revisão Final: Fran Costa Leitura Final: Lola e Anna Azulzinha Formatação: Lola Verificação: Px



Casar com a garota que eu tive uma queda por toda a minha vida? Confere. Herdar uma empresa de cem bilhões de dólares? Confere. Fazer um herdeiro.... Espere, o quê? Eu tenho noventa dias para engravidar a minha falsa nova esposa. Há apenas um problema: ela me odeia. E nas letras miúdas do contrato? A exigência de que nós façamos um herdeiro. Ela não consegue ficar na mesma sala que eu. Diz que nunca estará na minha cama. Mas eu nunca recuei um desafio e não estou prestes a começar agora. Anote minhas palavras “eu vou tê-la implorando por mim, e não vai demorar noventa dias.”




— Outra cerveja? — Meu melhor amigo Sterling, perguntou. — Melhor não. Ele sorri. — Então você realmente vai continuar com isso, hein, cara? — Qual é o problema? Você levou uma namorada de mentira ao baile. Eu rio comigo mesmo, lembrando do ano que Sterling levou sua prima ao baile da escola. Ele pensou que era um gênio naquele tempo por não precisar comprar um corsage1, ou impressioná-la com um restaurante chique ou com o passeio de limusine. Mas até o final da noite, quando todos nós estávamos desfrutando de algum contato pele-a-pele com nossas parceiras, ele percebeu a horrível decisão que tomou. A única ação pele-a-pele que ele conseguiu foi com a mão. 1 Um pequeno buque de flores usado no pulso, geralmente o buque é dado pelo par. Muito comum em bailes de

escola nos EUA.


— Uma falsa esposa é uma coisa completamente diferente. É um negócio grande. — Sterling me olha por cima de sua cerveja. Olhando para o mar do nosso ponto de vista na varanda da casa de praia, eu solto a minha gravata, que estava ficando muito apertada em volta do meu pescoço, e dou um olhar sombrio. — Na verdade, é juridicamente vinculativo, de modo que ela vai ser a minha verdadeira esposa. Até que nos divorciemos, ou até que o casamento seja anulado ou qualquer coisa do tipo. — Você está ouvindo a si mesmo? Isso é uma loucura. Você não pode se casar com uma garota que nem gosta. — Quem disse que eu não gosto dela? Seus olhos se arregalam. — Eu não estou falando sobre a paixão alimentada pelo desejo não correspondido que você teve por ela desde que era um adolescente com tesão. Eu esfreguei a parte de trás do meu pescoço, sentindo o despertar de uma dor de cabeça. — O que você espera que eu faça? É parte do testamento de meu pai. Esta é a minha, não, a nossa condição para assumir a empresa. Nenhum casamento significa nenhuma herança, ponto final. Para qualquer um de nós.


Algumas pessoas podem dizer que possuir tal luxo desde o início faz você imune a tudo, mas isso não é verdade. Não houve um único dia de minha vida que não valorizei isso, e de jeito nenhum eu vou desistir sem lutar. Sterling solta um suspiro alto, e seu olhar segue o meu para a água. — Eu só acho que você deve realmente pensar nisso, cara. O casamento é um grande negócio. Não é algo a ser feito levianamente. Entre nós dois, Sterling sempre foi a voz da razão. Para cada ideia maluca que tive, cada vez que já saltei para o fundo do poço, sem pensar, ele ajudou a me guiar de volta para o caminho certo. Ele tem sido meu melhor amigo desde que tínhamos catorze anos. Como éramos os dois novatos em uma escola de prestígio em Connecticut, nos tornamos inseparáveis. — Confie em mim quando digo que entendo a gravidade da situação. A morte do meu pai no ano passado foi um enorme despertar. O destino de sua companhia de $ 100 bilhões, de repente caiu diretamente em minhas mãos. Eu tinha que estar pronto para assumir. E estou e vou fazer o que for preciso. É claro que não faz mal que a minha futura noiva seja a mulher que eu sempre quis. — Tem que haver outra maneira, — Sterling diz depois de tomar um gole de cerveja. — Além disso, com o seu olhar errante e perpetuo pau duro, você seria um marido terrível.


Ouch. Eu não sou tão mau, sou? Ele está me dando um sermão sobre algo, mas tudo o que posso focar são as ondas tumultuadas e os sentimentos desconfortáveis mexendo dentro de mim. — Oh, mais uma coisa, — eu digo, virando para ele. — Eu preciso engravidá-la. Sterling cospe sua bebida.


Um mês antes

Eu cerro meus dentes e verifico o meu Rolex pela terceira vez. Essa coisa toda é um enorme desperdício de tempo. — Onde ela está? — Eu lancei um olhar para o pai de Olivia, Fred Cane, que está sentado à cabeceira da longa mesa da sala de conferência. — Ela vai chegar, — ele me assegurou. Então, em voz baixa, ele acrescenta, — Ela tem que chegar. Exatamente meus sentimentos. Esta reunião é um último esforço para tentar convencer Olivia a assinar o contrato. Mas estou preocupado que hoje vai ser apenas uma repetição da última semana. Ela correu e


se recusou a assinar qualquer coisa que nos coloque juntos na mesma frase e disse de jeito nenhum. Na verdade, poderia ter dito algo mais vigoroso. Acho que houve até mesmo um foda-se envolvido. Mas nós precisamos nos casar para a propriedade Tate & Cane ser transferida para nós. E com o conselho dos administradores com um prazo iminente, precisávamos ter feito isso ontem. Eu não vou perder a empresa de US $ 100 bilhões que o meu pai construiu porque a rainha do gelo não quer jogar junto. Eu possuo uma gorda renda de seis dígitos, e desfruto das melhores indulgências que o dinheiro pode comprar, e eu sei muito bem que vivo uma vida boa. Só porque eu não vejo tudo como garantido, isso não significa que eu não aproveite. Upgrades gratuitos em todos os melhores hotéis? Absolutamente. O melhor champanhe entregue à minha mesa, sob cortesia do sommelier? Por que não? A salva-vidas no nosso clube de campo me deixar pegá-la no vestiário durante todo o verão? Claro. A anfitriã bonita loura do La Chample que quer me fazer um boquete no banheiro antes do meu jantar de negócios? Claro que sim. Ser rico e atraente tem suas vantagens. Mas se Olivia não aparecer hoje, e se não pudermos chegar a um acordo com os termos deste contrato, a minha riqueza irá sofrer imensamente. Assim como prejudicar os trabalhos e as vidas de seis mil funcionários da Tate & Cane, incluindo uma das minhas pessoas favoritas no planeta,


Rosita Hernandez. Ela é uma mãe solteira de seis filhos. E se esse negócio for à merda, eu só posso imaginar o que aconteceria

com

alguém

como

Rosita.

Cristo,

eu

provavelmente acabaria levando ela e as crianças para a minha cobertura. O que, obviamente, iria colocar uma enorme

pausa

nos

boquetes

e

champanhe,

acima

mencionados, que eu gosto de aproveitar regularmente. Eu tremo só de pensar. — Eu sei que é pouco convencional, que o contrato é.... — Fred faz uma pausa e franze a testa. Ele bate com os dedos na mesa, parecendo envergonhado. Não convencional? Porra, para dizer o de menos. Se a situação não fosse tão cruel, eu poderia rir. Ele e meu pai elaboraram seus testamentos anos atrás, delineando o que aconteceria com seu bebê de bilhões de dólares quando eles morressem. A pilha assustadora de papéis na minha frente explica no jargão jurídico completo que Olivia e eu vamos herdar a empresa com copropriedade de cinquenta por cento..., mas somente se nós estivermos legalmente casados. Com a saúde debilitada de Fred e a própria empresa sofrendo seis trimestres consecutivos no vermelho, uma reunião de emergência foi convocada na semana passada. Olivia e eu fomos apresentados às nossas opções. Do meu ponto de vista, não havia opções. Havia apenas a coisa certa a fazer. Temos que nos casar para salvar não só os nossos próprios trabalhos, mas o legado de nossos pais e


os postos de trabalho de seis mil pessoas em escritórios em Manhattan, Chicago, San Diego e Bruxelas. Olivia se sentia de forma diferente. Ela não gosta da ideia de estar presa a mim, e insistiu que tinha de haver outra forma. Mesmo que consigam convencê-la a se casar comigo, jamais Olivia se aproximaria de qualquer lugar perto da minha cama. Que pena. Chegamos perto uma vez... só uma vez. No passado quando ela era uma coeditora da faculdade bêbada nas férias de primavera. Sua família estava hospedada com a minha em uma casa de praia em Puget Sound. Nós escapamos da Costa Leste para o Oeste naquele verão. Assistimos as baleias e caminhamos no ar salgado à beira mar e noites passadas comendo lagosta e bebendo chardonnay como se nós fossemos realmente adultos e não jovens de dezenove anos com as estrelas em nossos olhos. Ela escapou da cama de beliche no quarto que ela dividia com sua irmã, Rachel, e foi para o meu quarto naquela noite. E quando ela se arrastou para o meu lado e colocou sua mão quente contra o meu peito nu, eu era um caso perdido. Eu sempre quis Olivia. Sempre a desejei, desde mesmo antes de saber que esses sentimentos estranhos estavam em minhas entranhas, no meu peito. Nós nos beijamos na escuridão, nossas línguas explorando, as mãos tateando, corações batendo descontroladamente.


Mas então a realidade bateu em mim. Havia uma série de razões para que eu dissesse não naquela noite. A mãe dela foi recentemente diagnosticada com câncer, e eu sabia que Olivia iria se arrepender de me usar para lidar com isso. Além disso, eu sabia por um recente jogo de Verdade ou Consequência que ela ainda era virgem. Então, eu a beijei uma última vez e depois a mandei embora. Foi a coisa mais difícil que eu já fiz. E agora ela me trata como se eu fosse um pedaço de chiclete preso debaixo desses seus saltos Louboutin que ela tanto gosta. — Eu realmente acho que isto é para o melhor, — Fred acrescenta, puxando-me de volta ao presente. — É o que seu pai queria, Noah, — diz Prescott. Antes da morte de meu pai, Prescott era seu conselheiro mais confiável. Ele também é um total pé no saco. Só então, a porta da sala de conferências se abre, e eu sei que é ela antes mesmo de eu olhar por cima do contrato. Um

perfume

floral

fresco

com

notas

nítidas

de

madressilva me cumprimenta. Eu não tinha a mínima ideia de onde Olivia conseguia essa merda, mas me dava água na boca. Sempre fazia isso. Uma vez passei um sábado inteiro no balcão de perfume de uma loja de departamentos tentando descobrir isso, tentando provar que era apenas alguma versão fabricada popular, e que não era algo personalizado para ela. Eu nunca encontrei. — Estou aqui, — Olivia diz, um pouco sem fôlego.


Eu olho para cima bem a tempo de ser agraciado com a visão dela alisando a camisa sobre suas curvas. Seios exuberantes, uma barriga lisa e para completar amplos quadris. A jaqueta está pendurada em seu braço, assim como a sua pasta de couro curtida gravada com suas iniciais, bordada em letra cursiva preta. — Senhorita Cane, — eu digo alegremente. — Você parece excepcionalmente renovada esta manhã. Ela gosta de se exercitar na parte da manhã antes do trabalho, diz que dá agilidade mental para manter o foco nos negócios pelas dezesseis horas de trabalho por dia que ela é conhecida por enfrentar. Eu gosto porque isso dá um brilho rosado em suas bochechas. . . muito como eu acho que o sexo faria. Apenas o pensamento faz meu pau se contorcer em minhas calças. — Me poupe, Noah. Isto é puramente negócios, — diz ela, piscando para mim com aqueles exuberantes cílios escuros. Nenhum sorriso. Nenhum riso. O oposto da reação habitual que evoco no sexo oposto. E isso me irrita pra cacete. É como se somente Olivia Cane possuísse o antídoto para o meu charme. E isso só me faz querer vê-la se render a mim muito mais. A ideia dela de joelhos, lábios rosados separados,

com

o

meu

pênis

profundamente

em

sua

garganta, implorando por mais, mesmo se engasgando com meu comprimento impressionante, é mais do que apenas


uma excitação sexual. É praticamente um objetivo de vida. Para mim, o sexo é um esporte competitivo. Eu sei as regras, eu jogo bem, e eu sempre ganho. Percebendo que eles ainda estão todos me olhando, eu respiro fundo, tentando forçar meu pau a se comportar, e conter as minhas mãos. Ela nunca aceitou nenhuma das minhas merdas, e eu a respeito demais por isso. — Eu só estou tentando fazer o que é melhor aqui. Ela solta um suspiro de exasperação e coloca sua bolsa sobre a mesa. — Vamos acabar com isso. Seu pai acaricia as costas de sua mão. — Sente, querida. Ela obedece, confiante mesmo em derrota, sentando-se na cadeira com a confiança que foi criada dentro dela desde o nascimento. Preston desliza uma cópia do contrato até ela, e ela folheia-o com desinteresse. — Eu só não vejo por que tem que haver uma cláusula de casamento no contrato. A mulher tem um ponto. Meu palpite? Porque nossos pais sempre quiseram jogar de casamenteiros quando se tratava de nós dois. Eles nos colocaram juntos desde que estávamos em fraldas. Cristo, temos até uma foto antiga de nós vestidos de noivos em um casamento falso há cerca de vinte anos atrás.


— Eu já expliquei isso, querida. É a única maneira de manter a empresa na família. Eu pensei que era isso que você queria... uma oportunidade de comandar este lugar um dia. — Eu quero, pai, — ela diz baixinho. Então seus olhos se levantam para o meu. — Eu só não achei que seria forçada a algo parecido como isso. — Ninguém está forçando você, — eu digo, mantendo meu tom leve enquanto eu cruzo meus dedos atrás da minha cabeça. — A escolha é sua, Olivia. Eu já te disse, estou dentro. Ela mastiga a unha vermelha lascada do polegar por apenas um segundo antes de cruzar as mãos no colo e me atirar um olhar gelado. — Estou muito consciente de sua posição. Senhor, pelo menos, ela estava disposta a nos ouvir novamente. Eu sei que, no fundo, ela entende a lógica de nossos pais. Nós somos mais fortes juntos. Nossas famílias construíram esta empresa juntos. Nenhum de nós pode se dar ao luxo de comprar a parte do outro, então isso precisa ser dividido meio a meio dentro da família. Por agora. Mas, para mim, é sobre mais do que apenas dinheiro. Olivia e eu crescemos juntos; nossos pais sempre imaginaram que iríamos acabar juntos. Eu sempre soube que ela estaria em algum lugar no meu futuro, mesmo se isso fosse apenas trabalhando lado a lado, com ela arrebentando minhas bolas toda vez que ela tivesse a chance. Era algo que eu estava ansioso.


Fred continuou. — Confiança e lealdade são as coisas mais importantes no mundo dos negócios. Nós não podemos ir para a cama com alguém que não confiamos. Temos que manter tudo isso nesta sala. Apenas entre a família. Olivia suspira, dando um olhar cético. — Vou pensar sobre isso. Pelo menos não foi um não desta vez, mesmo que o seu tom ainda é azedo. Prescott solta um bufo irritado. — Nós nos encontraremos novamente na quinta-feira. Ela coloca o contrato em sua bolsa e se levanta da mesa, aparentemente com pressa para escapar. — Até então. — Obrigado por manter a mente aberta, — diz o pai. — As coisas têm uma forma de se ajustarem que você não pode antecipar. Aceito o aperto de mão de Fred e Prescott. Quando chega a vez de Olivia, ela empurra sua mão para mim, claramente querendo apenas acabar com isso... e eu tenho um lampejo de inspiração. Talvez eu devesse agitar as coisas. Testar a espessura de sua concha gelada. Segurando seu olhar, eu levanto a mão na minha boca e a beijo.


— É um prazer fazer negócios com você... Sra. Tate, — eu brinco com uma voz rouca, deixando meus lábios roçar os nós dos dedos. Seus olhos se arregalam e ela respira profundamente. É minha imaginação, ou suas bochechas parecem um pouco mais rosa do que antes? Mas antes que eu possa ter certeza, sua expressão endurece em um olhar de morte. Pegando de volta sua mão, ela solta: — Não se precipite. Eu não concordei em casar com você ainda, e mesmo que eu faça, eu nunca vou usar o seu sobrenome. E então ela sai deixando-me lá com um sorriso estúpido no meu rosto. — Eu já vi esse olhar antes, — Fred diz com um pequeno sorriso. — Você está em apuros, filho. Eu rio de seu aviso. De jeito nenhum Olivia Cane algum dia me terá envolvido em torno de seu dedo. No entanto, sua doçura única permanece em minhas narinas. Ela deve ter o inebriante perfume em seu pulso, tão perto do meu nariz quando eu lhe beijei a mão. Eu ainda posso sentir sua pele macia, suave nos meus lábios. Uma pequena intimidade, apenas tocá-la enquanto eu falava, não deveria ter espalhado este formigamento sobre mim. Mas não há como negar que está sala se tornou alguns graus mais quentes. Isso vai ser interessante. Pode até ser divertido.


Camryn quase derrama seu mojito de pera e suspira. — Você tem que fazer o quê? Com quem? Assentindo sombriamente, eu tomo um gole fortificante de sangria. Apenas explicar toda esta situação angustiante me faz sentir como se estivesse ficando louca. Estamos almoçando em uma mesa para dois no Banderilla, o nosso tapas bar2 favorito em toda Manhattan. Este restaurante tem sido o nosso ponto de encontro desde que éramos colegas da faculdade. Nós conversamos sobre inúmeras decisões aqui. Se eu deveria romper com meu primeiro namorado idiota (eu fiz), se 2 Tapas, na Espanha, são aperitivos servidos em bares e restaurantes, geralmente acompanhados por

uma bebida, que pode ser alcoólica ou não.


Camryn devia dar sua virgindade anal para o seu namorado aspirante a músico (ela fez), se devíamos fazer uma tatuagem de amizade (eu me acovardei), se ela deveria aceitar a oferta de trabalho de Tate & Cane após o estágio que eu arrumei para ela (ela aceitou). Mas essa é provavelmente a maior decisão da minha vida. Eu preciso de conselhos calmos da minha melhor amiga agora mais do que nunca. Camryn solta um suspiro simpático. — Jesus. Eu sabia que a empresa não estava indo tão bem, mas eu não tinha ideia do problema que estávamos. — Sim, acontece que nós deveríamos ter investido mais em mídia social. Como todas as outras empresas de marketing grandes. Papai manteve a suas armas com estratégias velhas, e agora os clientes pensavam que nós éramos uns dinossauros. — Então, o que você acha que devo fazer sobre este contrato? —

Pergunto novamente.

Eu tento não soar

impaciente, mas a minha cabeça vem girando desde que meu pai anunciou sua aposentadoria, e eu soube exatamente o que eu precisava fazer para tomar o seu lugar. — Me deixe ver se entendi. Você precisa herdar e melhorar T & C, ou então o conselho vai tomar conta disso. Antes do próximo trimestre. — Sim.


— Mas o testamento de Bill Tate diz que você não pode herdar até que você se case com seu filho. — Uh-huh. Ela morde os lábios. — Então... no altar em questão de dias, huh? Parece que o conselho é a rocha, e o testamento de Tate é a sua sepultura. — Exatamente. — Embora a rocha de Noah é o que eu realmente preciso me preocupar agora. — E entre os dois, minha vida pessoal será esmagada até virar pó. — Eu não sabia que você tinha uma vida pessoal. — Ela levanta uma mão em meu olhar exasperado. — Eu estou brincando, estou brincando. Desculpa. — Não, você está certa. Eu realmente não tenho. — Eu suspiro pesadamente. — Mas caramba, por que eu deveria abrir mão do pouco que tenho? Não é justo. No final de um longo dia de trabalho, eu quero voltar para casa para o meu espaço para um pouco de paz e tranquilidade. Para não mencionar um vinho. E sorvete. E abafando o silêncio com a porcaria da TV, de forma que eu não começasse a pensar o quão solitária eu sou. — Eu não posso lidar com isso 24 horas por dia 7 dias por semana. Eu já terei que lidar com ele durante o dia todo no trabalho, e agora eu terei que ver as meias sujas dele em todos os lugares. — Porra, não.


— Quem disse que você tem que compartilhar seu espaço? Eu rio quando eu levo uma garfada de papas bravas3 para minha boca. — Um marido e mulher, que não vivem juntos? Sim, isso ficaria ótimo para publicidade. — Uma das muitas razões por que o pai nunca iria permitir isso. Camryn encolhe os ombros, as palmas das mãos viradas para cima. — Meu ponto é, você não tem que necessariamente perder toda a sua vida. — Apenas as partes de independência e privacidade. — Vamos, tente pensar na situação como qualquer outro movimento de negócios. Este casamento é apenas um pedaço de papel. Depois que você e Noah resolverem a maior parte, vocês podem negociar os detalhes como adultos e encontrar algo que tanto você quanto ele pode lidar. Vocês dois estão na mesma situação aqui — fazendo um enorme sacrifício pessoal para salvar a sua empresa. — Eu não estou tão certa sobre isso. Noah parece muito mais feliz com a ideia do que eu. Ele estava de acordo desde o início.

3

As “batatas bravas” ou “papas bravas” são um prato, tipicamente Espanhol, que consistem em batatas fritas ou assadas acompanhadas de dois tipos de molhos: um de tomate picante e outro de maionese alho e óleo.


Eu esfrego minha mão onde ele beijou, pensando em sua maneira rouca de murmurar Sra. Tate. Sua ideia do matrimônio claramente não é muito santa. Camryn levanta uma sobrancelha perfeitamente feita. — Oh? Você acha que ele gosta da ideia de compartilhar a cama com você? — Eu acho que ele gosta de compartilhar a cama com qualquer coisa que tenha um batimento cardíaco. Embora sua vida de playboy faça parecer ainda mais estranho que ele esteja tão ansioso para se amarrar comigo. Uh, isso foi uma má escolha de palavras. Mas quem pode dizer que ele não vai apenas continuar transando com todas? Como Camryn disse, este casamento é estritamente profissional.

Uma

mera

formalidade

legal.

E

Noah

provavelmente iria explodir se ficasse mais de uma semana sem sexo. Eu posso ser a filha do patrão, mas eu ainda ouço o meu quinhão de fofoca do escritório. Noah fodeu todas as seis estagiárias no verão passado. Ele também dormiu com várias secretárias

ao

longo

dos

anos,

e

todos

simplesmente

fecharam os olhos. Rapazes são rapazes... Bem, o recreio acabou. Se ele espera transformar esta empresa, nós temos muito trabalho a fazer. — Mas como você se sente sobre tudo isso? Noah Tate é muito gostoso. — Camryn... — Eu gemo.


— O que? Eu tenho olhos. Sua gostosura é um fato objetivo. Assim como o papa é católico e carboidratos fazem você engordar. Ele apenas é. Seria realmente tão ruim vê-lo nu? — Seu sorriso malicioso diz que está sugerindo muito mais do que apenas olhar. — Enquanto nós estamos pesando os prós e contras aqui... Faço uma pausa para considerar a imagem, depois admito, — Não. Na

verdade,

seria

provavelmente

muito,

muito

fantástico. Eu já tive uma prévia de seu corpo tonificado, peito firme

e tanquinho.

Sempre

que

nossas

famílias

passavam o verão juntos nos Hamptons, ele aproveitava cada oportunidade para desfilar sem camisa. Cristo, quando eu tinha dezenove anos, eu estive perto de transar com ele. Mas eu era jovem, estúpida e com tesão naquela época. Agora sou mais velha, mais sábia... e ainda extremamente com tesão. Droga. É ridículo quão facilmente Noah agarra a minha atenção. A menor coisa que ele faz pode me deixar nervosa. Como no final do nosso encontro de negócios ontem. Assim como por cortesia, o mais brusco adeus possível, eu estendi a mão a ele, apenas para Noah se curvar um pouco e levá-la a sua boca para um beijo. — É um prazer fazer negócios com você... Sra. Tate, — ele brincou com uma voz rouca.


Minha boca ficou seca e meu estômago se agitou. Ou talvez essa vibração estivesse em algum lugar um pouco ao sul do meu estômago. De repente, lembrei exatamente quantos anos, meses, dias e horas faz desde a última vez que transei. Tentei me recuperar. Quem ele pensava que era? Estávamos de pé em um arranha-céu na Madison Avenue, não

em

um

castelo

do

século

XVI.

Este

ato

foi

descontroladamente impróprio em um local de trabalho. Eu poderia dar um tapa na sua bunda com uma ação de assédio se eu quisesse. Em vez disso, eu apenas dei ao bastardo arrogante um olhar de morte e a réplica mais gelada que eu poderia pensar. Mas era tarde demais. Não havia como negar a reação do meu corpo. O tremor quente que correu pela minha espinha quando seus lábios suaves e carnudos tocaram meus dedos, esfregando minha pele enquanto ele falava. Mesmo agora, eu me encontro repetindo a imagem de Noah Tate olhando para mim com um sorriso pecaminoso, seus olhos escuros em chamas... Eu afasto a memória. E daí que Noah sabe como flertar como o mulherengo sem vergonha que ele é? Sexo, era só nisso que ele é bom. E homens bonitos são abundantes, especialmente em Nova York. Caramba, um vibrador de cinquenta dólares poderia fazer o seu trabalho, e eu não teria que ouvir as suas besteiras. Eu não ralei na faculdade de negócios apenas para me tornar a mulherzinha de Noah.


Então, novamente, eu também não ralei na faculdade para assistir a empresa do meu pai ir pelo ralo. Meus pensamentos me deixam sóbria, transformando a minha raiva em melancolia. Passei minha infância no escritório do meu pai, brincando em seus pés enquanto ele dirigia um navio financeiro de milhões. Todas as crianças pensam em seus pais como deuses, e eu não era exceção. Mesmo desde que assumi o meu lugar como seu braço direito, com a minha própria voz no negócio da família, eu ainda o respeito mais do que qualquer outro homem. E depois do diagnóstico de câncer. Diagnósticos, no plural, primeiro minha mãe no meu primeiro ano de faculdade, então meu pai no ano passado. Mas mesmo que eu já tenha passado por isso com a morte da minha mãe, a doença do meu pai ainda veio como um choque. Ele é tão sábio e orgulhoso como sempre, e ele coloca uma fachada de coragem para o resto de nós, mas posso dizer o que o câncer está fazendo com ele. Eu sou sua filha por vinte e seis anos; eu sei para onde olhar. São esses pequenos momentos, como quando suas mãos tremem quando falamos sobre o futuro, ou que ele tem esse olhar distante em seus olhos. Papai tem tão pouco tempo. Às vezes, ainda é mais difícil de lembrar. Que muito em breve, Rachel e eu seremos a única família remanescente uma da outra. E a minha irmã com certeza não irá comandar Tate & Cane. Ela nunca se interessou pelo mundo dos negócios; ela gosta de moda, não


de finanças. Embora talvez eu devesse pedir conselhos sobre design gráfico, para renovar os nossos estilos de campanha de marketing... Eu franzo a testa quando tomo a minha sangria. Porra, estou pensando como se Tate & Cane já fosse minha. Como se eu tivesse inconscientemente minhas responsabilidades como certas. Bem, por que não deveria? Pai sempre me disse que seu lugar seria meu um dia. Esta empresa é o meu direito de primogênita. É o legado de meu pai, um fruto duramente conquistado de todo o seu sangue, suor e lágrimas. Ele não deve passar seus últimos dias se preocupando com o que vai acontecer com ele. E em breve, esta empresa vai ser tudo o que me resta dele. Supondo que eu realmente consigo segurar a maldita coisa. Sentimento pessoal de lado, T & C também emprega mais de seis mil pessoas. Seis mil vidas que vão ser viradas de cabeça para baixo, se os nossos concorrentes assumirem. Porra. Eu não posso acreditar que estou mesmo considerando este contrato ridículo. Mas a minha carreira é tudo para mim. Sempre foi. Enquanto outras meninas apreciavam vidas sociais normais, eu estudei durante horas todas as noites. Enquanto elas escolhiam vestidos para voltar para casa e roubavam bebidas no armário de seus pais, eu fiz estágios. Enquanto elas presidiam irmandades, eu co-presidia na minha universidade o clube das Mulheres Empresárias. Eu assistia cada uma das


minhas aulas de graduação e de MBA. Sem festas e quase nenhum namoro. Eu nunca me apoiei na reputação do meu pai; desde que eu era velha o suficiente para entender qual era a enorme responsabilidade que me esperava no futuro, eu queria estar pronta para isso. Bem, estou pronta agora. Eu trabalhei duro por toda a minha vida, e ganhei o direito de me provar como chefe da Tate & Cane. Estou confiante de que posso ocupar o lugar do meu pai. Eu não posso decepcionar o papai. Eu não posso me decepcionar. Esta empresa é minha; o pensamento de perdêla para um concorrente é ainda pior do que o pensamento de Noah fazendo comentários sugestivos para mim pelo o resto da minha vida. Esta empresa não pode escapar por entre os meus dedos, não posso permitir isso, mesmo que isso signifique que eu tenha que fazer parceria com Noah. Não só parceira, mas meu Deus, me casar com o filho da puta. Nossos pais devem

ter

ficado

temporariamente

insanos

quando

escreveram seus testamentos. Então, novamente, eles sempre tiveram ideias estranhas à moda antiga sobre namoro e noivado. Mas nenhuma situação é impossível. Se eu conseguir me acalmar e pensar com clareza, uma solução ideal emergirá. Qualquer meta aparentemente impossível pode ser gerida se dividida em tarefas pequenas.


Respiro fundo para me acalmar e tentar deixar a minha formação assumir. Camryn fez dois pontos importantes. Em primeiro lugar, tanto Noah quanto eu, queremos salvar Tate & Cane Enterprises. Esta empresa é nosso direito de nascença, o legado dos nossos pais e seus funcionários são nossa responsabilidade. E em segundo lugar, este casamento é apenas uma outra forma de parceria legal. O que significa que é um contrato aberto a negociação. Sim, é realmente uma merda que eu não vá me casar por amor. Meu secreto lado romântico se encolheu com o pensamento. Mas eu tento deixar de lado tanta bagagem emocional quanto eu posso. Nem todo casamento tem de ser como um romance de Hollywood, afinal. Noah e eu não precisamos estar apaixonados para gerir com sucesso uma companhia. A pergunta de $ 100 bilhões aqui é: Quão bem nós trabalharemos juntos? Podemos até mesmo nos dar bem? Será que a nossa parceria será estável e produtiva? Ou será que vai implodir... levando Tate & Cane para baixo com a gente? Esta decisão não está inteiramente em meus ombros. Nossos pais sempre disseram que nós somos mais fortes juntos, é por isso que eles nos uniram em primeiro lugar. Então Noah deve fazer um bom trabalho também. Na verdade, eu poderia argumentar que é o seu trabalho me convencer, uma vez que ele já está a bordo.


Então, deixe fazer o seu discurso de venda. Deixe provar a si mesmo para mim. Ele tem que demonstrar como e porque essa relação pode realmente ter sucesso. Eu vou fazer a minha parte também, eu vou tentar manter a boa-fé e receptividade à ideia de nos tornarmos amigos. Mas eu não sou o tipo de me comprometer com algo a menos que eu saiba que posso seguir adiante. Se eu vou me casar com Noah mesmo, por Deus, eu quero ganhar isso. O fim do meu debate interno deve ter aparecido em meu rosto, porque Camryn se estica do outro lado da mesa para apertar a minha mão. — Vou pedir nossa sobremesa. — Eu te amo, — eu digo com um suspiro. Mesmo com a minha determinação recém-descoberta, eu vou precisar de um pouco de chocolate para passar por isso. — Se isso faz alguma diferença, eu acho que você é realmente corajosa. Eu forço um sorriso. — Obrigada. Resmungando para mim mesma, eu pego meu telefone na minha bolsa e ligo para meu pai para agendar outra reunião com Noah e Prescott. Eu tenho que dar a minha resposta o mais rápido possível.


No fim da tarde, quase ao fim do dia útil, eu abro a mesma porta da sala de conferência que eu estava ontem. Ninguém se vira em resposta; os três homens sentados à mesa já olharam para cima ao som dos meus passos no corredor. O sorriso torto de Noah é presunçoso. O que foi que você disse antes? Algo sobre não se casar comigo? Ele está se vangloriando. Como é que é o sabor amargo da humilhação4? Um músculo fica tenso na minha mandíbula. Ele nem sequer tem que dizer uma palavra e eu já estou irritada mais uma vez. Porra, ele é tão irritantemente atraente, com seu terno cinza, camisa branca e gravata vinho, todos habilmente adaptados para atender seus 1,90cm e o fato de que ele pode me afetar tão facilmente apenas me irrita ainda mais. Todo o seu comportamento grita confiança. Desde seus olhos profundos e curiosos que veem muito, para suas mãos fortes com unhas bem aparada, até a espessa coluna de sua garganta que se mexe quando ele sorri para mim. Ele é a personificação das minhas fantasias adolescentes. Perfume amadeirado

masculino.

Musculoso,

e

ainda

bem

estruturado. Com raciocínio rápido, que sempre encontra uma maneira de me puxar para uma discussão. Ignorando as batidas do meu coração, eu forço meus olhos a se afastar de Noah e observo o ambiente.

4 A palavra Humble Pie é uma expressão que significa: ser forçado

pedir desculpas. Achei melhor deixar no original. Procurei traduzir

a admitir que esteja errado e/ou


— Obrigada a todos pela nova reunião em tão curto prazo. Eu tenho uma proposta a fazer. — Eu pensei que era o meu trabalho, — exclama Noah. Claramente ignorando sua piada, eu explico. — Eu vou assinar o contrato de herança no final do mês... Todos piscam para mim. Meu pai e Prescott pareciam agradavelmente surpreendidos. O sorriso irritante de Noah se foi, substituído por uma testa ligeiramente franzida. — Mas somente, — eu continuo, — se Noah puder me mostrar que uma relação entre nós poderia funcionar. Afinal de contas, o destino da Tate & Cane depende da nossa capacidade de cooperar tanto como parceiros de negócios e cônjuges. — Um período de teste? — Pergunta meu pai. — Você poderia descrevê-lo assim. Eu também acho que nos conhecermos melhor vai ajudar a imagem pública da empresa. Temos de fazer o nosso relacionamento crível; vai parecer estranho se ninguém nos ver juntos antes de nos casarmos É também uma oportunidade para mergulhar meus dedos dos pés antes de mergulhar direto para o profundo abismo. Uma tentativa de injetar um pouco de normalidade em uma situação profundamente anormal. Mas eu não digo esta parte em voz alta. Eu não quero admitir agora que o casamento ainda me assusta um pouco.


Não com Noah piscando curiosamente para mim, e Prescott parecendo frustrado com a perspectiva de ainda mais atrasos. Noah finalmente fala. — Então, basicamente, você está me pedindo para sair com você. Concordo com a cabeça para ele. — Sim, essa é a ideia. Pelo menos me levar para uma bebida antes de eu considerar aceitar o seu nome. — Eu olho diretamente para ele, esperando para ver a reação dele antes de eu acertá-lo com a minha próxima cláusula. — Oh, e outra coisa. Se abster de ter relações sexuais... com qualquer um.


Ela quer que eu a corteje? De todos os cenários que eu imaginava, desde o mais provável, onde Olivia rasga o contrato, para o ainda mais louco, onde ela realmente assina, este não era um deles. Ela

está

propondo

suas

próprias

estipulações,

garantindo que eu vou ter que trabalhar para conquistá-la. Embora

eu

provavelmente

devesse

ter

esperado

uma

surpresa desagradável. Esta é Olivia Cane, afinal. — Se não houver mais perguntas, eu deveria voltar ao trabalho, — diz Olivia. Quando ninguém responde, ela se vira e sai da sala de conferências, a bunda balançando quando seus saltos batem no chão. A porta se fecha. — Isso foi interessante, — eu digo sob a minha respiração.


Fred para ao meu lado enquanto eu me levanto, tentando processar o que aconteceu. — Parece que agora é contigo, filho. Mas não se preocupe. Eu sei que você pode conseguir isso. — Obrigado. — Eu aceno, então sigo em direção ao seu escritório. Ela não pode soltar uma bomba como essa e, em seguida, sair. Ela está lá dentro, empoleirada em sua cadeira de couro cor de creme, os sapatos jogados embaixo da sua mesa. As unhas dos pés estão pintadas de um azul claro, e ela está batendo o pé no mesmo ritmo da música que ela está cantarolando. Algo em sua tela de computador tem a sua completa atenção. Assustada ao ouvir o som da porta se abrindo, ela olha para cima, com os olhos azuis cristalinos arregalados que encontram os meus. — Você precisa de algo? Tenho trabalho a fazer. Ela mencionou que devemos sair para uma bebida. O que é perfeito, considerando que eu preciso provar o quão compatível podemos ser. Mas, primeiro, eu preciso que ela saiba de uma coisa. Isso não é apenas um jogo; Eu preciso que ela entenda exatamente o que está em jogo, se não formos bem-sucedidos. — Venha comigo. Há algo que eu preciso te mostrar. Eu a puxo para cima de sua cadeira, permitindo um momento para deslizar seus pés delicados de volta em seus


sapatos, então a conduzo para fora do escritório antes que ela possa discutir. — Para onde você está me levando? Eu grunhi e resmunguei: — Você vai ver. — Não seja como um homem das cavernas; use palavras. — Nós vamos para a sala de correio. Ela zomba. — Para que? Eu não respondo, só aperto o botão do elevador. Descemos para o subsolo do edifício com um estranho silêncio em torno de nós. Quando as portas se abrem para o subsolo, eu tomo uma respiração profunda. — Ahh... Você sente isso? — Eu sorrio para ela. Sua boca vira para baixo em uma careta. — Mofo? — Seus olhos vão ao redor do grande espaço aberto empilhado com caixas. — O departamento de saúde teria um dia cheio aqui em baixo. Este é o meu lugar favorito em todo o edifício, então eu não aceito muito gentilmente a crítica de Olivia. — Não seja resmungona. Vamos. Eu entrelaço meus dedos com os dela mais uma vez e a levo pelo corredor iluminado por luzes florescentes. Quando


chegamos à sala de correio, me pergunto por um momento se Rosita está em seu intervalo. — Agora, o que é que você queria me mostrar? — Olivia levanta as sobrancelhas e coloca uma mão em seu quadril, obviamente, não impressionada. Prateleiras largas alinhadas em todas as quatro paredes. Elas estão numeradas correspondentes com os andares do prédio e possuem vários envelopes e pacotes. Não é uma operação de alta tecnologia, mas faz seu trabalho. — Não o que, mas quem. — Eu viro meu queixo em direção a latina cantarolando alegremente uma canção para si mesma. Rosita está de costas para nós enquanto ela classifica as cartas no outro extremo da sala. — Rosita, — eu chamo. Ela gira, claramente não esperando ninguém, e seus cabelos balançam até os ombros. Um olhar de surpresa está pintado em suas feições agradáveis, especialmente seus grandes olhos castanhos escuros, e uma pitada de rosa em suas bochechas redondas. Rosita imigrou para cá do México quando tinha apenas dezoito anos, aprendeu sozinha Inglês, e trabalhou duro para sustentar sua crescente família. Agora, ela é uma força a ser reconhecida. Uma empresa desse porte geralmente emprega uma equipe em sala de correio de três a quatro pessoas. Mas Rosita disse que não queria ninguém em seu caminho, e ela administra toda a operação sozinha. Ela tomou posse tanto


da posição quanto do espaço, e o fez dela, pendurando cartazes alegres na parede. Um de um macaco dançando. Outro das papoulas alaranjadas brilhantes. — Mi amor! 5 — Ela diz, já indo em direção a nós. — Abrazo 6. — Ela abre os braços para mim, esperando nosso abraço costumeiro. — Gracias, Mamacita 7 , — eu respondo, dando-lhe um aperto leve. É da mesma forma que ela me cumprimenta, nos últimos seis anos. Eu sei uma quantidade gritante de quatro palavras em espanhol, mas eu sempre as uso com ela. Eu quero que ela se sinta em casa, eu acho. Coincidentemente, Rosita e eu começamos a trabalhar aqui no mesmo dia. Nós até mesmo fizemos integração juntos. Eu era um recém graduado da faculdade, e Rosita, quinze anos mais velha, estava cética sobre o filho do proprietário. Ao contrário de Olivia, eu não trabalhei aqui desde que eu comecei a andar. Eu tive outros trabalhos durante a faculdade e trabalhei em outra empresa para que eu pudesse ver como a competição funcionava. Quando a conheci, pensei que Rosita poderia supor que eu era algum riquinho mimado e privilegiado que não precisava trabalhar para ganhar o seu salário. Isso me fez ainda mais determinado a provar que ela estava errada. Meu 5 Meu Amor em Espanhol. 6 Abraço

em Espanhol.

7 Obrigado, Mamãe. Em Espanhol.


pai sempre foi generoso ensinando todas as funções para os iniciantes, de qualquer maneira. Assim, pelas minhas duas primeiras semanas na Tate & Cane, comecei trabalhando lado a lado com Rosita na sala de correspondência. Foi

durante

esse

tempo

que

cimentamos

nosso

relacionamento. Nós entregamos pacotes e memorandos lado a lado, e piadas e histórias foram compartilhadas. Mas eu realmente me apaixonei quando ela compartilhou suas empanadas comigo no almoço. Os olhos de Rosita alargam ligeiramente enquanto ela olha para Olivia. — Senhorita Cane, — diz ela, sua voz suave e interrogativa. Não é todo o dia que a filha do CEO vagueia até a sala de correio. — Por favor, me chame de Olivia, — diz ela, corrigindo Rosita com um sorriso que foi dado para apaziguar. — Prazer em conhecê-la. Todos na empresa conhecem Olivia, mesmo se não a encontraram. — Você... precisa de algo? — Rosita olha entre mim e Olivia novamente. Eu balancei minha cabeça. — Não. Apenas viemos dizer olá. A postura de Rosita relaxa e ela sorri. — Você recebeu meu convite para a festa de aniversário de Maria?


— Claro. Duas semanas a partir de sábado, certo? Já está na minha agenda. — Você já almoçou? — Ela sorri e estende a mão para alisar uma mão sobre a minha gravata de seda. — Eu me preocupo, você sabe. Eu sorrio. — Eu comi. Obrigado. Às vezes, quando estou ocupado, eu sou conhecido por pular o almoço, isto é, até Rosita entrar em meu escritório com um sanduíche da delicatessen do final da rua. É como se ela pudesse sentir quando eu perco uma refeição. Ela muitas vezes ultrapassa a linha entre colega de trabalho, amiga e mãe. Trouxe Olivia aqui hoje, porque eu quero que ela veja que há mais nessa empresa do que os números dizem. Algumas coisas não podem ser aprendidas a partir de uma folha de cálculo. A perspectiva que Olivia tem empoleirada em sua cadeira de escritório durante todo o dia é bastante diferente da perspectiva que outros tem no piso térreo desta operação. Ficando aqui, olhando nos olhos ricos de mogno de Rosita e sentindo o calor e cuidado que derrama de sua própria alma, é impossível para nós não estar ciente da importância da nossa responsabilidade. Não podemos falhar com estas pessoas. Se não conseguirmos, nós levamos todas essas pessoas para baixo com a gente.


E eu, pelo menos por uma vez, não vou deixar isso acontecer. Depois de brincadeiras trocadas, Olivia e eu voltamos para o elevador. — Ela é importante para você, não é? — Pergunta Olivia. — Muito. Ela balança a cabeça, parecendo contemplativa. Eu verifico o meu relógio quando damos um passo dentro do elevador e deixou escapar um suspiro. Olivia parece tão sobrecarregada como eu me sinto. Estivemos sob uma montanha de estresse ultimamente, e eu tenho um sentimento que só vai ficar mais intensa. — Hoje foi inesperado, — eu digo. — Então, depois de semanas de negociação, você realmente vai considerar isso, hein? — Eu vou fazer isso em meus termos, se e quando eu estiver pronta, Noah. Considere as próximas semanas um período experimental. — Isso vai ser fácil, querida. — Oh, não vai ser fácil, — ela diz, me corrigindo. — E não me chame de querida. — Você tem certeza sobre isso, Sra. Tate? — Eu disse para não me chamar assim, nenhum dos dois.


— Eu sei. Você me disse para levá-la para tomar uma bebida antes de considerar usar o meu nome. — Eu sorri para ela. — O que eu acho que é uma excelente ideia. Brilhante, na verdade. Eu consigo o meu primeiro sorriso dela e sinto uma vontade de bater em meu peito. Apesar de ter uma mesa cheia de trabalho para voltar, a ideia de sentar em frente de Olivia e ouvi-la me dizer sobre esse suposto período de teste soa muito mais divertida. Hora de pressionar um pouco mais. — São cinco horas em algum lugar, você sabe. — Nós tivemos muita coisa acontecendo. Acho que poderíamos tomar um coquetel, — diz ela, me surpreendendo quando ela realmente concorda. — A encontro no lobby em quinze minutos? — Eu sei que ela nunca vai concordar em partir sem encerrar o último de seus e-mails. — Certo. Então eu assisto a bunda dela enquanto ela caminha em direção de seu escritório.

Uma vez que estamos sentados no elegante Stanton Room, um ostensivo bar do outro lado da rua do nosso prédio de escritórios, Olivia e eu fazemos nosso pedido para a garçonete,vodca Martini dose extra para ela, e um uísque com gelo para mim.


— Dose extra, hein? — Eu pisco para ela. — Surpreso? — Há uma sugestão de um sorriso em seus lábios. — Que a puritana Olivia Cane gosta de dose extra? Sim, estou. — Não pense demais, Noah. Eu odiaria vê-lo ter danos cerebrais. Eu franzo as sobrancelhas para ela. Se há uma coisa que Olivia e eu fazemos bem, é provocar. E embora ela gostasse de acreditar no contrário, a tensão sexual corre solta logo abaixo da superfície. Eu me inclino em direção a ela, meus cotovelos sobre a mesa. —

Então,

como

é

que

tudo

isso

irá

funcionar,

exatamente? Eu e você? Eu só gostaria de estar ciente sobre as expectativas para que eu possa ultrapassá-las. Seu olhar é calmo. Não gelado, pelo menos, mas ainda muito longe de onde eu a quero. — Bem, eu não pensei muito sobre isso ainda, mas você vai ter que me conquistar. Mostre que está coisa louca poderia realmente funcionar. Se há uma coisa que eu sei sobre Olivia, é que ela se recusa a falhar. Algo me diz que com tudo o que está em jogo, Olivia precisa saber se eu não vou estragar tudo e envergonhá-la como marido. Temos que trabalhar juntos,


viver juntos, e realmente fazer todo este relacionamento funcionar. — Então, você disse que você quer namorar? Eu não namoro, floco de neve. —

Me

convencer

não

significa

necessariamente

namorar. Ela toma um gole do seu copo de Martini e o coloca para baixo com um olhar inquisidor em suas feições delicadas. Ela pode ser parecida com a habitual menina doce da casa ao lado, mas em seu núcleo, Olivia é uma dor de cabeça. A ameaça tripla total. Sexy, inteligente e talentosa. O que é perfeito, visto que essas são as qualidades que sempre sonhei que minha futura esposa iria

possuir. Bem, aquelas,

juntamente com uma bela... Olivia limpa a garganta, interrompendo minha linha de pensamento. Porra. — Conquistar significa que podemos estar na mesma sala juntos sem rasgar a garganta um do outro. Eu concordo. — Ok, vamos ser civilizado sobre isso. — Tudo bem, — diz ela. — E nós devemos descobrir o que nós temos em comum. Eu acho que já sabemos o que temos em comum e ao meu entendimento, é uma longa lista. Mas eu vou seguir por qualquer caminho que ela queira ir. Eu vou ganhar, não importa o que aconteça.


— Vendo como nós temos que fazer isso direito, eu concordo. Eu deveria saber um pouco sobre a minha futura noiva, — eu digo. — Por exemplo, a sua posição sexual favorita... Ela tosse e gagueja, engasgando com a azeitona em sua bebida. Por um minuto, eu acho que vou ter de realizar a manobra de Heimlich, até que ela engole a maldita coisa e olha para mim. — O que isso tem a ver com qualquer coisa? — Ela bota para fora, com a voz ainda rouca. Eu rio. — Se acalme. Eu só quero saber como agradar a minha futura esposa, é tudo. — Você pode me agradar em ficar quieto e começar a trabalhar no escritório em vez de tomar três Martinis no almoço. — Querida? — Eu pisco para ela. Desde que já me foi dito por mais de uma ex-namorada que meus cílios são invejáveis, eu estou esperando que eles tenham o efeito exagerado que estou pretendendo atingir. — Nós deveríamos estar discutindo o que temos em comum. — Certo. Bem... — Ela começa listando os itens em seus dedos. — Verão nos Hamptons. Trabalhando na Tate & Cane, obviamente. Nossas famílias são amigas. — Nós dois perdemos nossas mães, — eu indico.


Seu olhar cai para a mesa à sua frente, mas eu não me sinto mal. É apenas um fato da vida, um que nós já discutimos

antes,

e

eu

prefiro

ignorar

as

besteiras

superficiais e focar no que realmente importa. — Sim. O que mais? — Ela tamborila os dedos na mesa. — Eu, por exemplo, gosto de anal. Você? Droga. Novamente ela engasga. Eu dou palmadinhas nas costas da minha futura noiva até a que sua via aérea esteja limpa. — Outra bebida? — Pergunto, notando que a dela agora está vazia. Ela parece nervosa por ter bebido tão rapidamente, mas eu sinalizo para a garçonete para outra rodada. — Eu sei no que estou me metendo, Noah. Além disso, meu foco vai ser em salvar esta empresa, e não fingir ser a mulherzinha feliz para o meu falso marido. — Correção. — Eu me inclino mais perto. — Logo serei seu verdadeiro marido. Vou conquistá-la, Floco de Neve. Isso vai acontecer.


Me conquistar, Noah disse. Marido de verdade. Não há nada de verdadeiro sobre isso. Ele pode chamar de período de teste de namoro se quiser, mas meu único objetivo é garantir que daremos certo como co-CEOs. Não há necessidade de confundir as coisas misturando amor ou sexo, não importa quão perigosamente atraente ele seja. Mas eu tenho perguntas que precisam de respostas. Por exemplo, porque ele me levou para o departamento de correspondências hoje? Ele praticamente me arrastou lá para baixo. Independente de qual seja a razão, é importante para ele. Seria para me dar um choque de realidade e lembrar que eu não sou a única com problemas por aqui, e portanto, eu deveria parar de choramingar? Ou apenas para me mostrar seu lado caloroso e fofo? Se foi esse seu objetivo, funcionou. Tenho que admitir que Rosita e Noah são adoráveis juntos. Quase como mãe e


filho. A pessoa mais impassível na Terra, sorriria ao ver seu afeto. E não é como se eu pensasse que falta integridade ou bondade em Noah, falta apenas um pouco de autodisciplina. Eu tenho muitas razões para acreditar que estar próxima a ele não será tão ruim. Mas mesmo que eu pudesse arriscar palpites durante todo o dia, quero ouvir a explicação de Noah com suas próprias palavras. E, de todo jeito, já passou da hora de uma mudança de assunto. —Por que você me apresentou a Rosita? —, Pergunto. —Para mostrar o que está em jogo. Apesar de ter antecipado isso, seu tom angelical faz meu lábio se curvar. —Como se eu não tivesse nenhum indício sobre a gravidade da nossa situação. Esse é o objetivo desse período de teste, ver se nós podemos trabalhar juntos antes de nos tornarmos oficialmente uma equipe. Estou fazendo o meu melhor para me tornar sua amiga, então. . . Ele inclina a cabeça com um meio sorriso. — Amiga? Estou mirando um pouco mais alto. Certo, eu nem imaginava! Como se ele não tentasse conduzir a conversa para sexo o tempo todo. Eu levanto uma sobrancelha com ceticismo. — Amizade é tudo o que precisamos para fazer isso funcionar. E nós estamos praticamente começando do zero.... Poderíamos dizer que somos conhecidos, na melhor das


hipóteses. Você não acha que

está sendo um pouco

ambicioso demais? —

Não

—,

ele

responde,

seu

sorriso

arrogante

firmemente no lugar. Eu rolo meus olhos. — Uau. Sua arrogância realmente não tem limites. — Quando você realmente acredita em alguma coisa. — Seu sorriso lascivo cheio de intenções. — Então não é arrogância. Apenas confiança. — O que faz você pensar que eu iria querer algo a mais com você? Você não é exatamente o meu tipo. Eu esperava que ele me desse um olhar descrente, ou que

apenas

fizesse

alguma

leve

sugestão.

O

que

eu

definitivamente não esperava era, — Porque eu tenho um pau de vinte e dois centímetros. Eu quase sufoco com meu Martini pela terceira vez. Eu cuspo, — E esse número deveria me impressionar? — Será que ele seriamente espera que eu acredite nesse tipo de besteira de estrela pornô? — É verdade—, ele ronrona, inclinando-se um pouco mais perto. — E eu sei como usá-lo. Juntamente com a minha língua, minhas mãos... basta perguntar a qualquer mulher com quem eu estive.


— Me poupe dos detalhes. Você fodeu metade da cidade de Nova Iorque. Estou disposta a acreditar que você aprendeu alguma coisa fazendo isso. — Primeiro, eu não fodi metade de Nova Iorque. Acredite ou não, eu sou muito seletivo. Em segundo lugar, em vez de acreditar em mim, porque não vê por si mesma? Dou um olhar cético. — Você quer me mostrar seu pau? — Se isso for ajudar a te convencer. — Ele drena as últimas gotas de seu uísque e se levanta. —Venha, vamos. Eu fico olhando enquanto ele se afasta. Ele está falando sério? Ele vai simplesmente tirar seu pau das calças? Eu olho em volta para ver se alguém está me observando, então eu levanto e o sigo até o corredor atrás do bar, perto dos banheiros, incapaz de compreender por que diabos eu estou participando disso. Isso é ridículo. Uma vez que estamos em segurança em um canto privado, Noah desfaz seu cinto, abre a braguilha... e tira uma mangueira de incêndio, porra. Santa mãe de Deus. Minhas mãos voam para a minha boca. Quero ofegar de choque, mas de jeito nenhum eu daria esse prazer. Ele estava certo. Seu pênis é no mínimo enorme, e ainda nem está totalmente ereto. Vinte e dois centímetros é modéstia da parte dele, se isso for uma prévia do tamanho que ficará quando estiver duro. Ele deve destruir os egos dos


homens cada vez que entra em um vestiário. E eu não quero nem pensar no que ele destrói nas mulheres. . — Meh. Já vi maiores , — Eu me forço a dizer, lutando para manter a compostura. Noah ri. — Eu acho que não, querida. — Bem, e-e-esse monstro nem mesmo se aproximará do meu útero. Não, obrigada. Eu prefiro manter meus órgãos intactos. O sorriso de Noah se alarga. — Eu duvido, mas apenas para garantir, eu vou penetrá-la lentamente. Muito simples. Além disso, você tem um bom seguro de saúde, certo? — Isso não é engraçado, Noah. Agora, guarde essa coisa ou eu vou removê-lo do seu corpo. Tento parecer severa, mas minha voz trêmula e minhas bochechas vermelhas certamente me delatam. Por que diabos não consigo parar de olhar? Ele ri, oh sim, o idiota definitivamente não caiu nessa, mas ele atende ao meu pedido, colocando o animal de volta em sua toca. Eu tento me recompor quando nós voltamos para o bar. Uma vez sentados, tão friamente quanto eu posso, eu digo: — Isso não muda minha opinião, sabe.


Sério?

Nem

um

pouco?

Ele

levanta

as

sobrancelhas. É claro que o pau dele fez uma boa impressão. Como não faria? Mas eu vou ser amaldiçoada se eu acariciar seu. . . ego mais do que já fiz. — Olha, toda essa coisa de namoro é só para provar que podemos viver e trabalhar juntos. Você não precisa ir além. — Mas e se eu quiser? — Noah. . . —

Você

estaria,

pelo

menos,

disposta

a

tentar?

Poderíamos começar bem devagar. Definir limites rigorosos. Como, por exemplo...— Ele acena com a mão vagamente. — Sem toques, apenas beijos. —Uma experiência dentro do período de experiência—, eu digo devagar, saboreando a ideia. Eu estou um pouco cética, mas eu acho que não faria mal me divertir um pouco. Sempre posso parar se ficar decepcionada. — Exatamente. Vamos apenas testar as águas. Nós podemos fingir que estamos de volta na escola ou algo assim. Bebo um gole da minha bebida, considerando. Então eu respondo: — Vou pensar sobre isso.


O jogo comeรงou.


Oh, alegria. A renomada empresa de marketing Wesson, Burke e Barsol enviou um abutre. E por algum motivo esquecido

por

Deus,

nosso

conselho

administrativo

concordou em deixá-lo soprar ar quente através de seus dentes amarelados por uma hora, e chamou a isso de “reunião de negócios”. Tate & Cane se tornou rival de WBB desde o primeiro dia. Assim, naturalmente, o seu CEO começou a salivar assim que cheirou sangue. Oficialmente, o abutre é um “representante de aquisições”, mas esse título formal é apenas uma cortina de fumaça. Ele está aqui para tentar pegar a carcaça antes mesmo que ela pare de se mover. Segurando um suspiro agravado, me mexo em meu assento na mesa de conferência. Eu não tenho tempo para essa besteira; tenho uma companhia inteira para salvar. Encontro com potenciais compradores, está em último lugar


na minha lista de coisas a fazer. Principalmente por que eu não tenho a menor ideia do que esse idiota está fazendo aqui, além de desperdiçar o tempo de todos e subir minha pressão arterial até o teto. Ainda há noventa dias, não, oitenta e seis agora, antes que o conselho decida se vai ou não vender Tate & Cane, e, se decidirem que sim, demorará ainda mais para decidir para quem irão vendê-la. Talvez todo esse estresse esteja me deixando histérica, mas eu não posso evitar que minha boca se contraia com a mera visão do seu cabelo. Ele tem, sem dúvida nenhuma, um dos mais gordurosos, e mais tristes cinco fios de cabelos que eu já vi. E olha que eu fui parte da elite do mundo corporativo desde que eu me tornei velha o suficiente para segurar a mão do meu pai em jantares de empresa. Acredite em mim, eu sei tudo sobre alguns poucos fios de cabelo tentando cobrir toda uma cabeça. Quão apropriado... um abutre careca. Talvez eu deva verificar se suas mãos não têm garras. Tomo um gole de café para esconder meu sorriso. Papai pigarreia. — Desculpe, Sr. Valmont, mas eu só gostaria de esclarecer alguns pontos. O representante pisca algumas vezes, como se ele tivesse esquecido que havia outras pessoas na sala. — Sim, senhor presidente? — Sua oferta de compra parece muito baixa. O valor total da nossa empresa foi estimado em mais de duas vezes


esse número. E o seu plano de mudanças é bastante extenso. — Papai olha através de seus óculos sobre sua cópia da proposta de WBB. — Sem mencionar a demissão universal, certamente você não precisaria demitir todos os nossos funcionários? — Empresas recém adquiridas sempre passam por alguma reestruturação. — O representante ajusta a gravata. —É prática padrão da indústria, como tenho certeza que você sabe. Os compradores têm de se certificar de que o seu novo ativo se encaixa em sua, ah. . . sua cultura corporativa. — É claro —, diz o pai. — Estou apenas me certificando de que o conselho entenda. Ah sim, o conselho entende, definitivamente. Ninguém sentado na mesa de conferência tem se quer um vestígio de um sorriso. Eu dou um olhar para Noah, que está sentando logo à minha esquerda. Ele parece absolutamente miserável, testa franzida, lábios apertados, ombros elevados até as orelhas. Sua linguagem corporal é chocante, especialmente para um homem que é normalmente tão expressivo quanto um pepino. Uma pontada de simpatia aperta o meu peito. Sinto uma vontade inesperada de segurar a mão de Noah. Esta vontade se vai tão rápido quanto apareceu, mas a dor subjacente permanece. Deus sabe que eu não sou sua maior fã, mas com potenciais compradores na sala, a minha escolha é fácil. Claro que vou ficar com Noah. Afinal, o inimigo do meu inimigo é meu amigo.


Exceto que Noah não é apenas o inimigo do meu inimigo. Nós estamos exatamente do mesmo lado aqui. Nós dois estamos fazendo isso pelas mesmas razões, pelos nossos pais, os nossos futuros, por todas as pessoas que dependem de seu emprego na T&C para alimentar suas famílias. E ambos temos muito a perder. Eu sei que Noah não vai desistir sem lutar. A dor em meu peito se aprofunda, suaviza, e se transforma em algo parecido a lealdade. Solidariedade. Os olhos de Noah se fixam nos meus; ele deve ter sentido o meu olhar. Tão sutilmente quanto posso, inclino minha cabeça e dou um pequeno sorriso de boca fechada. Eu não quero o abutre ou mesmo meu pai vendo o que estou fazendo. Esta mensagem é apenas para nós dois. Não se preocupe. Nós vamos ser mais espertos que esses filhos da puta. Juro pelas sepulturas de nossas mães, nós vamos vencer. O abutre levanta da cadeira com um rangido. Noah olha para ele, quebrando a nossa breve conexão. — Meus empregadores pedem para considerar esta venda o mais rapidamente possível —, diz Valmont. — A nossa oferta é muito generosa, e não vai estar à disposição indefinidamente. — Nós vamos ter WBB em mente se decidirmos vender, — Papai responde suavemente, ignorando a tentativa de ameaça do homem inepto. — Obrigado por ter vindo nos visitar hoje.


Faço uma pequena comemoração mental. Uhuhh é isto aí! Papai disse que “se”, o que significa “não” por enquanto. Uma pequena vitória. O representante não parece impressionado com o quão cuidadosamente

neutro

o

não-sorriso

do

meu

pai

é.

Provavelmente porque ele sabe que “vamos mantê-lo em mente” é apenas uma tradução polida de “vá se foder”. Mas o que

WBB

espera,

tentando

se

esgueirar

à

frente

Papai

pede

da

concorrência desta forma? A

reunião

está

encerrada.

licença,

provavelmente para se lavar depois de apertar a mão viscosa do representante. Quando eu volto para o meu escritório, Noah me para no corredor. — Você está bem? —, Ele pergunta. Noah está me perguntando isso? Era ele que parecia a ponto de estrangular alguém durante a reunião. — Sim, estou bem. — Eu suspiro. — Apenas chateada. — Eu pensei que você estava sempre chateada—, ele brinca. — Só quando estou perto de você—, eu disparo de volta automaticamente, mas sem qualquer sentimento real. Ainda estou muito distraída e estressada. Noah apenas ri, como se estivéssemos jogando tênis em vez de insultos comerciais. Eu tenho que admitir, sua risada é agradável. Prefiro dessa maneira à forma como ele estava


na reunião. Mesmo que ele possa ser um merdinha irritante quando está alegre. Caminhamos juntos por um minuto, apenas com o som abafado de nossos passos e o murmúrio baixo de conversas de escritório no fundo. — E você? — Eu finalmente pergunto. —Você está bem? —Me sinto muito melhor agora que estou falando com você. Mais paquera. Por que ele está sempre fazendo isso? E por que meu estômago sempre dá um pequeno salto? Eu odeio o quão facilmente ele consegue mexer comigo. — Mas lá atrás, não tanto—, Noah continua. — Eu pensei que ia socar a cara presunçosa daquele idiota. Esta empresa não é apenas números em uma planilha. Há também pessoas, cuja vida eles estão planejando foder. — Certo... como Rosita. Você se importa tanto com ela. — Pelo que vi ontem, eu sabia que eles eram próximos, mas ver Noah ficar tão chateado, realmente demonstra o quanto ela é importante para ele. Seu suspiro é profundo e conturbado. —Como poderia ser diferente? Ela é uma das pessoas mais doces que já andaram pela Terra. E ela tem uma família para sustentar. De repente, ele para e me olha, os cantos de sua boca estão para cima novamente, mas seus olhos me dizem que ele ainda está preocupado com a reunião e o que ouvimos.


— Bem, é aqui que eu fico. Acho que é hora de voltar ao trabalho. Eu olho em volta e vejo que estamos em pé na frente da porta do seu escritório. Já? Andamos todo esse caminho? O tempo deve ter voado. Sinto uma pontada ímpar de decepção, não querendo acabar com essa conversa ainda. Não sei mais o que dizer; eu sinto vontade de falar com Noah um pouco mais. Ou talvez eu só não quero ficar sozinha agora. Quero permanecer ligada a esse momento que compartilhamos na reunião. É tranquilizador, e em certo sentido, revigorante, que

estejamos

lutando

do

mesmo

lado.

Aliados

nas

trincheiras. Ninguém gosta de sofrer sozinho, eu acho... Mas a minha lista de coisas a fazer é muito longa para eu prestar atenção a uma pequena sensação nebulosa. Então eu sacudo minha cabeça com relutância e aceno um adeus a Noah. — Vejo você mais tarde. — Não muito mais tarde, eu espero. — Com uma piscadela, Noah desaparece em seu escritório. Gah... meu estômago salta, como esperado. Ele que se foda - não, espere, nada de foda. Quer dizer, esqueça. Ele e seu pênis monstruoso. Tenho um milhão de coisas para fazer e eu já perdi metade do dia.


Vou para meu escritório. Talvez meu coração se acalme quando eu começar a trabalhar. Vou me enterrar em árduos problemas financeiros, deixar fluir e permitir que todas as distrações se desvaneçam. Mas a ideia de solidão, que normalmente me alegra, não me cai bem por algum motivo. E enquanto minha mente vagueia, meus pés também. Encontro a mim mesma na frente de uma porta, mas não do meu escritório, do meu pai. Entro em seu escritório, saboreando o silêncio sepulcral, os aromas calmantes de madeira, café e papel. Sempre me senti em casa neste escritório. Afinal, eu praticamente cresci aqui. Li todos os volumes de cada livro e de cada periódico sobre negócios em suas prateleiras. Conheço cada polegada desta sala, e sua familiaridade acalma meus nervos abalados. A porta se abre novamente com um clique suave, e meu pai diz: — Eu sabia que ia encontrá-la aqui. Eu posso ouvir o sorriso em sua voz, mesmo sem me virar. O que é bom, porque, de repente, estou cansada demais para fazer qualquer coisa além de respirar. — Quer conversar sobre alguma coisa? Ignorando a sua escrivaninha de mogno e o trono imponente atrás dela, papai senta-se na poltrona de couro ao lado da mesa de café. Tomo a poltrona do seu outro lado. Ela faz o mesmo estranho barulho de peido que sempre fez nos últimos dezoito anos.


— Não. Eu quero dizer...— Eu suspiro. — Talvez. Nem

mesmo

sei

o

que

eu

preciso

agora.

Meus

pensamentos ainda estão voando em todas as direções: o abutre, de alguma forma, insignificante e ardiloso ao mesmo tempo. A infelicidade tensa na postura de Noah. O rosto aflito do pai, suas rugas aprofundando a cada dia. O prazo insano do conselho. Todo o trabalho à minha frente, nossa frente. A simples palavra “nossa”, a ideia de que em breve, serei um “nós” em vez de apenas “eu”. Mas talvez isso não seja um destino terrível afinal. Parceria tem seus pontos positivos, bem como pontos negativos. Eu vi a sinergia em primeira mão, na forma em que meu pai e Bill Tate levaram esta empresa juntos. E eu me lembro do olhar que dividi com Noah na sala de conferência. Essa fração de segundo de compreensão mútua, quando pude ver além de seus olhos. Eu poderia dizer exatamente como ele se sentia - sozinho, oprimido

e de

repente eu não me sentia tão sozinha e oprimida. Ter que ser forte por ele, reforçou minha própria coragem. Mesmo agora, me sinto mais forte e mais calma por ter sorrido para ele. É realmente incrível o quão poderoso um olhar pode ser. O quanto ele pode comunicar. Como pode te puxar do desespero, ou mesmo abrandar seu batimento cardíaco... ou acelerá-lo. Como o que aconteceu entre nós na sala há poucos minutos. Ou na reunião quando ele beijou a minha mão.


Pelo amor de Deus, a minha libido nunca vai calar a boca? Agora não é o caralho do momento. Ugh, espera. Má escolha de palavras. — Você ainda está aí, querida? —, pergunta o pai. Eu pisco de volta à realidade. Merda, eu me perdi em pensamentos novamente. Meus pensamentos estão muito fáceis de se perderem nestes dias. — Desculpa. Eu só... realmente não sei por onde começar. — Isso definitivamente não é mentira. — Vou nos servir um pouco de café. — Ele se inclina para frente com um grunhido. — Não, pai, não se levante. Eu posso fazer isso. — Eu levanto e caminho para o aparador para ligar a máquina. Ele deixa escapar um pequeno suspiro pelo nariz. — Eu sei que não sou nenhum jovem, mas... — Está bem. Eu não me importo. Papai é orgulhoso e eu não quero fazê-lo se sentir impotente, mas sei muito bem com quanta dor e fadiga ele está lidando. E para ser honesta, eu estou desesperada para me levantar e fazer alguma coisa. Nada especial. Eu só preciso de ação. Então eu me ocupo com o café. Avelã para mim, café colombiano para o pai. Com adoçante, e sem creme para mim; com creme, mas sem adoçante para o meu pai. O próprio ritual é quase tão suave como os aromas ricos que saem do vapor de nossas canecas.


Eu esperava que falar seria mais fácil assim, com as mãos ocupadas e de costas, para que eu não precisasse me preocupar com o que passa pelo meu rosto ou pelo de papai. Mas as palavras que saltam da minha boca pegam a ambos de surpresa. — Por que Bill Tate fez isso conosco? Papai suspira novamente. Este é um suspiro alto, pesado, que sobe de dentro de seu peito. Minha boca se abre para me desculpar. Mas eu a fecho novamente. Porque, sabe o quê? Mesmo que eu nunca tenha tido a intenção de exigir respostas, foda-se, eu realmente quero algumas. Na verdade, eu tenho o direito a elas. Sou eu que fui forçada a escolher entre a frigideira e o fogo, afinal. — Sinto muito, querida —, diz o pai. — Nós nunca imaginamos que as coisas iriam acontecer desse jeito. Nós escrevemos essas cláusulas juntos, em ambos os nossos testamentos, porque queríamos manter T&C na família, e nós sabíamos que vocês dois estavam destinados a ficarem juntos. Concordo com a cabeça um pouco impaciente quando entrego sua caneca de café e me sento com a minha. Eu já sei a maior parte dessa história. A joint venture8, em mais de um sentido da palavra. Ele toma um gole. 8

Joint venture é uma expressão de origem inglesa, que significa a união de duas ou mais empresas já existentes com o objetivo de iniciar ou realizar uma atividade econômica comum, por um determinado período de tempo e visando, dentre outras motivações, o lucro, sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica.


— No entanto, nós tentamos garantir que vocês teriam outras opções. Se você e Noah não quisessem se casar no momento em que nos aposentássemos e este era um dia que nós achávamos que estava muito no futuro, então o controle cairia para o conselho conforme o padrão. E mesmo assim, vocês não perderiam a empresa. Vocês teriam os assentos no conselho e receberiam altos lucros da T&C. Por isso, não tomamos

esta

decisão

levianamente.

Mas

nós

nunca

antecipamos... — Que não haveria lucros, — eu digo suavemente. E talvez nem mesmo uma empresa. — Exato. Porque acabou acontecendo tudo de uma vez, no pior momento possível. A morte prematura de Bill. Meu câncer... e quão rápido ele avançou. T&C ficando para trás de seus concorrentes, caindo no vermelho. A crise de falta de confiança do conselho—. Outro suspiro profundo. — Nós sempre pensamos que vocês crianças tinham muitos anos para se acostumarem com a ideia. Eu sei o quanto papai tentou salvar esta empresa por conta

própria.

Ele

trabalhou até que

seu corpo não

conseguisse aguentar mais. No momento que ele admitiu a derrota, o problema atingiu proporções de vida ou morte. Eu não estou brava com ele por isso, porque eu sei que eu não teria feito nada diferente. Somos feitos do mesmo material orgulhoso, teimoso. Me pai coloca para baixo o seu café que ele mal tocou com um suave baque.


— Eu não vou existir para sempre, querida. Eu olho para cima, assustada com a mudança de tópico. De repente, ele parece muito abatido, e isso parte meu coração. — Eu.... Eu sei disto, pai, mas.... — A ideia de você se casar com Noah não é apenas por causa da empresa. Quem se importa com uma empresa, se a minha menina está infeliz? Eu confio em Noah para cuidar de você. — Eu não preciso que ninguém cuide de mim, — eu digo automaticamente. — Todo mundo precisa de alguém por perto. Eu não estou falando de dinheiro ou poder... estou falando de amor. Um ouvido atento, um ombro para chorar. Um parceiro para compartilhar as responsabilidades da vida. Se eu souber que você tem isso, querida, então eu vou poder descansar muito mais tranquilo. Eu engulo um nó na garganta, lavando-o com café quente. Eu não quero pensar sobre o pai descansando. — Apesar de tudo, eu ainda acredito que você e Noah pertencem um ao outro, — Papai continua. — Vocês foram feitos um para o outro. E vocês vão precisar da força um do outro para aguentar o que vem pela frente. O testamento de Bill Tate apenas empurrou as coisas na direção certa. Eu olho para minha caneca, o líquido escuro brilhando sob as luzes fluorescentes.


— É só que, isso parece... irreal. Eu não tenho ideia do que esperar. Como é estar casado? Nem tenho certeza de que tipo de resposta quero ouvir. Uma fantasia bonita ou uma pérola de sabedoria poderia tranquilizar-me. Tudo vai ficar bem. O casamento não vai engolir toda a sua vida. Você ainda pode ser você mesma, uma empresária em primeiro lugar e uma esposa em segundo. — Bem, na minha experiência, foi maravilhoso. — Pai sorri com carinho. — Sua mãe foi a melhor coisa que já me aconteceu. Minha rocha, meu sol, minha melhor amiga. Nós não éramos duas metades de um todo, fomos cada um, nossa própria pessoa, e é isso que nos fez tão surpreendente quando nos unimos. — Ele balança a cabeça. — Eu não sou poeta, então tudo o que posso dizer é.... foi mágico. Mágico, hein? Vou ter que acreditar em sua palavra nesse assunto. Meu único relacionamento longo foi com um narcisista manipulador, e eu nunca cheguei perto o suficiente de qualquer outro homem para viver esse tipo de vínculo profundo que o meu pai está tentando descrever. Papai se inclina para a frente na cadeira, os cotovelos sobre os joelhos e dedos juntos. — Eu sei que as circunstâncias estão longe do ideal, querida. Mas tente pelo menos dar ao Noah uma chance. Eu nunca iria colocá-la em uma situação que eu não tivesse certeza que você poderia suportar. Você é a minha menina...


eu só quero ver você com um bom homem. O tipo de homem que o Noah é. Eu não compartilho a opinião do meu pai sobre Noah. Ainda não, embora esperemos que isto mude até o final deste mês. Mas eu me lembro quão ferozmente ele se preocupa com Rosita e o bem-estar de sua família. Não há dúvidas sobre a força de sua convicção. Apesar de tudo, eu sei que posso contar com Noah para lutar pela T&C. Eu posso confiar nele para trabalhar tão ferozmente quanto eu. O que é bom, porque nos próximos três meses vamos passar uma temporada no inferno juntos. Pelo menos vou ter um colírio para cobiçar durante todas as noites que ficaremos até tarde no escritório. Mas agora que eu sei sobre sua tora entre as pernas, não sei se vou conseguir olhar para ele da mesma maneira. Deus me ajude.


Sabe como os homens devem ser mais diretos e contundentes, enquanto as mulheres são mais suaves e em sintonia com as emoções? Isso é besteira. Como parceiros de negócios, Olivia e eu desmentimos os estereótipos de gênero. Eu sou o “rosto”, o carismático, o que agrada as pessoas; enquanto

ela

é

a

força

motriz

para

fazer

as

coisas

acontecerem. Usar os nossos pontos fortes nos permite dividir e conquistar. Claro, não faz mal que os homens, especialmente os opulentos, aqueles de riqueza antiga, tendem a ouvir melhor a outros homens. Posso fechar negócios durante uma partida de

golfe,

cortejar

clientes

masculinos

e

femininos,

e

geralmente usar charme para sair de qualquer situação. Que é exatamente o que estive fazendo nesta última semana. Hoje, porém, estou de volta ao escritório. E agora, eu estou rangendo os dentes com a visão de Harrison Ridgefield


do departamento de contabilidade olhando de soslaio para o decote de Olivia. — Há algo em que eu possa ajudá-lo, amigo? — Eu solto quando entro no escritório de Olivia e paro bem ao lado dele. Sua cabeça salta para cima e ele sorri timidamente, como se soubesse que foi pego em flagrante. — Oh. Ei, Noah. Não vi você aí —, diz ele, com a voz trêmula. — Isso é porque você estava ocupado olhando para as... planilhas da minha namorada. Olivia e eu não anunciamos nosso namoro ainda, mas os rumores estão correndo. A notícia não oficial se espalhou como rastro de pólvora por todo o nosso edifício. Harrison engole em seco e dá um passo para trás. — Parabéns por isto, aliás. Meu olhar vazio diz “estou de olho em você, otário”. Eu até estico meu peito um pouco para que ele possa nos comparar. Harrison não é um cara feio. Eu ouvi as fofocas do escritório; sei que ele é o sonho molhado de pelo menos algumas das senhoras daqui. Mas eu sou cerca de cinco centímetros mais alto que ele, e tenho mais músculos também. — Bem, parece que você tem tudo sobre controle, Olivia. — O babaca dá um sorriso carinhoso e se distancia de sua mesa.


— Obrigada, Harrison, — Olivia diz enquanto o assiste sair. — O que você está fazendo? — Eu olho para o monitor de Olivia. Há páginas e páginas de dados sobre sua tela. Eu não tenho ideia do que é, mas eu sei que ela parece estressada, e eu quero corrigir isso. — Apenas comparando as faturas que enviamos aos clientes no ano passado, com o dinheiro que realmente recebemos. — Ela joga uma pilha de dez centímetros de espessura sobre a mesa. — Algo não parece certo. — Olivia...— Eu expiro lentamente. Seus olhos pulam para os meus. — O que? — Você não deve gastar seu tempo numa merda desnecessária como esta. Nós temos que elaborar estratégias e construir marcas, não enterrar a cabeça em trabalho sem sentido. —Desculpe, Sr. Irritadiço, mas 'enterrar minha cabeça' pode acabar poupando uma tonelada de dinheiro. — Seus olhos azuis brilharam, e eu sei que entrarei em uma briga se pressionar muito. Bem, que se dane. Vou pegar o tigre pela cauda se for isso o que preciso fazer para impedi-la. — O que estou tentando dizer é que seus talentos estão sendo desperdiçados. Seu tempo é valioso. Isto é o que quero


dizer quando digo sobre trabalhar muito. Tarefas como estas precisam ser delegadas. Você não tem que fazer tudo sozinha. — Harrison estava me ajudando. Eu ergo uma mão. — Harrison estava gostando de olhar para você. Nada mais que isto. Faço questão de deixar meu olhar cair lentamente até a frente de sua blusa. A visão do topo de seu decote, seus seios redondos contidos por um sutiã nude delicado me dá água na boca. Eu ignoro o formigamento na base da minha espinha e o sangue fluindo em direção a minha virilha, e tomo uma respiração profunda. Olivia segue o meu olhar para seu decote, e puxa sua camisa para cima. — Oh, pelo amor de Deus, ele não estava fazendo isso. Ela está seriamente delirante. Harrison tem uma queda por ela há mais de três anos. E ele é um burro de baixo desempenho, se você me perguntar. — Deus, você está mal-humorado hoje. Por que você não vai conseguir um boquete do tipo que gosta da Jenni do RH? — Hã. Estou surpreso que você saiba sobre isso. — Eu tive um punhado de encontros orais de umas assistentes administrativas no início deste ano, mas isso acabou. — Eu sei tudo o que acontece por aqui. — Ela sorri. Merda.


— Em primeiro lugar, Jenni não trabalha mais aqui. — Oh, maldição. — Ela estala os dedos com indignação fingida. — Em segundo lugar...— Eu inclino meu quadril contra a mesa. — Mesmo se trabalhasse, eu não teria o menor interesse em ver seus lábios em torno do meu pau. — O infame Noah Tate, não está interessado em perseguir

um

rabo

de

saia?

Eu

devo

chamar

uma

ambulância? — Ela brinca. — Ou você está apenas se divertindo demais me incomodando e me mantendo longe do trabalho? Meu temperamento inflama, mas eu defendo a minha causa. — Porque agora eu penso em mim mesmo como um homem comprometido. Suas sobrancelhas se elevam. — Você está falando sério? Você realmente não vai mais foder por aí? — Não com alguém que não seja você, — eu digo suavemente. — Eu-um.... Então, a monogamia é realmente parte do negócio? —. Ela gagueja. — Eu tive uma noite com um cara da academia na quarta passada. Devo cancelar o próximo encontro? Minhas narinas inflam e eu tento controlar meu temperamento.


— Claro que sim, é parte do negócio, e sim, você deve cancelar. O que vale para mim, vale para você. Você não vai sair com qualquer um que não seja eu. Eu não quero nem pensar em outro homem tocando o que é meu. — Eu me inclino e rosno a última parte perto de seu ouvido. Ela puxa uma respiração, suas pupilas se dilatam, e então, consegue se recompor. — Desde que você saiba que isso é para os dois. Se eu encontrar o seu brinquedinho com qualquer outra pessoa, se considere castrado. Pense em Lorena Bobbitt9, mas sem que consigam reimplantar a parte faltando. Na

superfície,

a

sua

reação

não

é

exatamente

promissora. Mas eu sei que, no fundo, eu já a afeto. Eu vi o jeito que ela olha para mim quando acha que eu não estou vendo. — E, só para esclarecer, eu estava brincando sobre o cara da academia, Noah. Graças a Deus, porque eu já estava planejando ir até à sua academia depois do trabalho, para encontrar o filho da puta e socá-lo até deixar sua cara quadrada. Eu me afasto de sua mesa e vejo como os olhos de Olivia deslizam pelo meu corpo. Enfiando as mãos nos bolsos, quase rio quando eles seguem o movimento e derivam até a

9 Lorena Bobbit é

uma equatoriana que ficou famosa por cortar o pênis de seu marido e jogar em um terreno baldio. O marido, John Wayne Bobbit, havia chegado em casa bêbado e a estuprado. Wayne teve seu pênis reimplantado cirurgicamente. Após alegar loucura devido aos maus tratos constantes que sofria do marido, Lorena foi inocentada.


minha virilha. Mas rapidamente saltam de volta para cima e ela deixa escapar uma bufada de raiva frustrada. — Se você está tão confiante, que tal uma aposta? —, Pergunto. — Diga seus termos. Ela sorri para mim, fingindo não estar afetada. Pena que eu sei exatamente o efeito que eu posso ter sobre uma mulher quando eu ligo o meu charme. Eu inclino me aproximando. — Eu vou dar quatro dias até que você esteja implorando para eu preencher seu pequeno buraco quente—, murmuro. Seu queixo cai, mas ela se recupera rapidamente. — Nem mesmo em quatro anos. — Eu ia dizer quatro horas, mas eu não queria parecer arrogante, — brinco. — Confie em mim. Eu posso resistir um longo tempo. — Olivia se inclina para trás em sua cadeira, sua pose casual e confiante. — Em um período de seca? Ela revira os olhos. — Perpetuamente. Porra. Isso me faz querer muito mais, sabendo que ela está reprimida e insatisfeita. — Nenhum vibrador será usado.


Seu olhar escurece. — Bem. Nenhuma punheta então. Meu queixo fica tenso. Como se isso fosse acontecer. — Nós podemos fazer a experiência que propus no happy hour. Ela mastiga seu dedo. — Eu não tive tempo para considerar ainda, mas eu vou ter isso em mente. Uma batida na porta desvia nossa atenção. É Fred. — Hey, crianças, hora da reunião. Olivia verifica seu relógio. — Estarei lá imediatamente, pai. Sabendo que a nossa conversa não está nem perto de terminar, eu ofereço a mão para ajudá-la a se levantar, e capto seu olhar com o meu. — Nós vamos terminar isso mais tarde, floco de neve. Ela zomba e vai pelo corredor na minha frente, sua linda bunda balançando enquanto ela se move. — Quatro dias—, eu digo.


Fim da tarde seguinte, uma batida na porta do meu escritório me arrasta do meu transe de trabalho. — Entre, — digo automaticamente. A porta se abre e papai enfia a cabeça para dentro. — Olá, querida. Desculpe se estou interrompendo, mas poderíamos conversar por um minuto em meu escritório? Eu pisco para ele, então me volto para a tela do meu computador antes de fechar meu laptop. — Claro, pai. O que você precisa? — É uma boa notícia, eu prometo —, é tudo o que ele diz. Eu sigo meu pai ao seu escritório, onde Noah já está sentado em uma das poltronas. Ele se levanta quando entramos.


Eu olho entre ele e papai desconfiada. O que será? Meu pai pega um maço fino de papéis de sua mesa. — Com todo o burburinho recente, eu esqueci de dizer a vocês crianças, sobre o meu presente de casamento. — Ele entrega o documento com um sorriso orgulhoso. Eu olho a primeira página e meu coração despenca. É um contrato de locação de um apartamento de luxo mobiliado, no coração da cidade, e o depósito de segurança já está pago, bem como o aluguel do primeiro e último mês. E há apenas um quarto. De jeito nenhum. Percebendo que eu provavelmente não deveria ficar parada em estupor, eu digo: — Oh. Hum. . . wow, pai. Isto é tão generoso. O pai ri e aperta meu ombro. — Qualquer coisa para minha menina. Imaginei que vocês dois não teriam muito tempo para ir à caça de uma casa agora, então eu achei um lugar. — Muito obrigado, senhor. Tenho certeza de que vou adorar —, exclama Noah. Imbecil. Ele sempre sabe exatamente o que dizer, como suavizar qualquer situação. Enquanto eu estou lutando para me lembrar de como respirar. Eu forço um sorriso de boca fechada para o meu querido, doce, futuro marido.


— Sim. Noah, podemos falar sobre isso em seu escritório? Há um monte de arranjos que precisamos fazer.

Assim que estamos sozinhos com a porta trancada, eu dou vazão às minhas emoções. — O que é que nós vamos fazer? Ele já gastou tanto dinheiro, que T&C não pode pagar, por sinal, e ele vai esperar que nós nos mudemos, e... é uma grande merda!— Eu passo minhas mãos por meu cabelo, não me importando nem um pouco que meu cabelo perfeitamente penteado irá se tornar uma bagunça. Noah ergue as mãos. — Whoa, hey, se acalme. Viver juntos não é uma grande coisa, não é? — É claro que é uma grande coisa. Eu não quero morar com ninguém, especialmente não com você. Ele aperta os olhos. — O que você quer dizer com isso? — Oh, esqueça seu ego. Tenho certeza que você não quer viver comigo, também. — Para falar a verdade, eu quero. Eu fico olhando para ele. — Por quê? Eu não iria atrapalhar seu hábito de beber e se prostituir?


— Eu disse que não ia mais fazer isso. — Noah passa os dedos pelo cabelo, irritado. — Ok, só me escute por um segundo. Mesmo se ignorarmos o fato de que você é sexo personificado e que qualquer homem sensato daria seu testículo esquerdo para passar uma noite com você... Meu riso de repente soa um pouco histérico. — Você seriamente está tentando flertar agora? É a única maneira que você sabe se comunicar com mulheres? — Mesmo se ignorarmos isso—, ele rosna, — ainda temos a imagem pública da Tate & Cane a considerar. O que as pessoas vão pensar se nem mesmo estivermos vivendo sob o mesmo teto? Eu esfrego minha testa, em parte para acalmar a mim mesma e em parte como uma desculpa para esconder a minha expressão. Eu não posso chorar na frente de Noah. Eu não choro, ponto final. Por que estou tão chateada? Eu já sabia que, mais cedo ou mais tarde, teríamos que viver juntos. Eu sabia disso desde o início. Essa foi uma das razões pelas quais eu não queria assinar o contrato estúpido. Eu ainda estou na fase de adaptação, começando a me sentir otimista sobre Noah e sobre nossa amizade que está florescendo. Não estou em êxtase com a ideia de ter que compartilhar meu espaço privado com um companheiro de quarto novamente, mas vou sobreviver. Cristo, pode até ser divertido. Eu tenho um monte de lembranças impressionantes de viver com Camryn.


Realmente, Noah está certo. Não é uma grande coisa. Mas por alguma razão, parece monumental. Como se eu estivesse prestes a perder mais um pedaço de mim. Eu odeio surpresas. O presente de casamento do pai me trouxe todos os tipos de emoções desconfortáveis. Eu preciso de um momento para me recompor. — Nós realmente não temos uma escolha, Floco de Neve —, diz Noah. — Todos os meios de comunicação, nossos funcionários, nossos rivais, nossos acionistas, todos eles, precisam nos ver juntos. O jovem casal dos sonhos, prontos para assumir uma das maiores empresas do país. Isso é o que temos de ser. Eu olho para ele, mordendo meu lábio com força. Finalmente, eu admito, — Sim, eu sei. Você está certo... nossas mãos estão atadas. Desculpe se eu surtei por um minuto. Eu espero Noah fazer alguma piada pervertida sobre as “mãos atadas”. Mas em vez disso, ele só me toca no queixo da forma mais suave possível, hey, se recomponha! Encontro seus olhos enquanto seus dedos inclinam meu rosto para o dele. Será que ele sabe o quanto eu me sinto estúpida e frustrada? Por que será que eu não consigo esconder nada deste homem? Por que eu não consigo parar de expor minha fragilidade? A expressão simpática de Noah é ao mesmo tempo reconfortante e humilhante. Estou dividida entre o desejo de


relaxar, deixar ele cuidar de mim, e o desejo de defender zelosamente a minha dignidade. — Não, eu também sinto muito, — Noah diz em um tom muito mais suave do que antes. — Eu sei que esta situação realmente é uma porcaria para você, mas vamos descobrir maneiras de torná-la mais fácil. Como nossos pais sempre disseram, podemos realizar qualquer coisa se estivermos juntos. Eu

inspiro

profundamente,

em

seguida,

expiro

lentamente. Minha mente já está começando a se acalmar. Voltando a juntar seus pedaços, se recompor. — Você está certo —, eu digo.

—Nós temos que fazer

nosso namoro parecer real. Assim, viver juntos vai matar dois pássaros com uma pedra só, manter as aparências e fazer com que fiquemos mais familiarizados um com o outro. Noah inclina a cabeça com um meio sorriso lascivo. — Sério? Você mudou sua opinião sobre...? — Não, então tire seu cavalinho da chuva, — Eu solto. Impedindo que a libido imatura que me rodeia seja levada em consideração. — Eu quis dizer que há certas coisas que precisamos saber um sobre o outro. Curiosidades, fatos engraçados, coisas que poderiam surgir em uma conversa. — Podemos ter crescido juntos, mas não passamos muito tempo conhecendo um ao outro como adultos. — Como ontem, quando você simplesmente assumiu que eu bebo café. — Noah levanta as sobrancelhas em indignação fingida.


— Certo. Se alguém estivesse assistindo, pareceria que nós éramos completos desconhecidos. — Então eu tento brincar, — Embora, ainda acho que foi uma suposição razoável da minha parte. Quer dizer, quem bebe apenas chá? Chá é para relaxar; café é para acordar. — Desculpe, Floco de Neve. — Noah sorri daquela forma torta que quer dizer que ele está disposto a brincar. —Você prefere que eu seja um viciado nervoso como você? Eu vi o lodo que você bebe. Breu. . . assim como o seu coração. — Na verdade, não é—, eu respondo friamente, sorrindo, no entanto. — Eu coloco adoçante. Só porque você não pode ver, não significa que não está lá. — De fato. Nós dois temos algumas coisas para aprender sobre o outro. — Ele empurra as mãos nos bolsos e afasta o olhar por um segundo. — Sobre a coisa do chá... minha mãe era inglesa, e ela era a personificação do estereótipo. Ela amava 'uma boa xícara de chá. — Sua voz afina para imitar um sotaque melodioso. — Então, eu bebo chá para. . . honrar sua memória, acho que você poderia dizer isso. É a minha maneira de tirar um momento todas as manhãs para pensar nela. Meu queixo quase cai. Sua mãe faleceu quando ele tinha apenas dez anos. Deus, eu me lembro daquele ano como se fosse ontem. Durante um tempo, foi tão sombrio. Tão escuro e tão silencioso, como se toda a vida tivesse sido sugada de Noah e seu pai em um instante.


Abro a boca para responder, mas não sai nada. Eu sei que sua mãe era britânica, mas de alguma forma, nunca me dei conta de que ele poderia ter uma conexão especial com seu país de origem. Noah

balança

a

cabeça,

parecendo

um

pouco

embaraçado, e me contorna para se encostar na beirada de sua mesa. Fazendo com que eu me sinta como uma idiota. Mordendo meu lábio, me viro para encará-lo novamente. — Eu sinto muito. Não tive a intenção de brincar desse jeito. Acho que o seu pequeno rito memorial de beber chá é... muito doce. Ele dá de ombros. — Obrigado, mas não se preocupe com isso. Eu não me ofendi. Especialmente por que eu sei que você também perdeu a sua mãe. — Sim, mas eu era praticamente uma adulta quando ela morreu. Você tinha apenas dez anos. Era apenas uma criança. Você precisava de sua mãe. — Uma doce lembrança dele em seu colo quando ele era grande demais para caber nele, mas não grande demais para não querer estar lá, passa pela minha mente. — Você pode argumentar que ser mais velho faz a sua dor mais recente. — Suspira Noah. — Olha, não vamos entrar em algum tipo de disputa estranha de mágoa, ok? É claro que eu sinto falta de minha mãe, mas sua experiência não foi melhor ou pior do que a minha, apenas diferente. O que importa é que podemos compreender um ao outro.


Ele é sempre tão suave e confiante sobre tudo... até mesmo sobre a morte. Antes que eu possa dizer mais alguma coisa, Noah muda de assunto. — Sobre o apartamento, nós provavelmente devemos começar a dormir lá o mais rápido possível. Eu tenho planos para jantar com Sterling agora, mas o que você acha de nós nos encontrarmos no novo apartamento... — Ele verifica o relógio. — As oito? Considerando todas as preparações que preciso fazer, eu aceno devagar. — Certo. Isso vai me dar tempo para comprar algum alimento e empacotar minhas coisas. — Eu viro para sair, mas Noah me interrompe. — Ei, floco de neve. . . você pode me fazer um último favor? Eu paro, olhando para trás. — Sim? — Você poderia sorrir novamente? Por alguma razão, sua franqueza me perturba tanto que eu digo, — P-por que eu deveria? — Então eu quero que o chão me engula. Que merda, Olivia? Você soa como uma adolescente malcriada. — Porque eu não quero que você saia infeliz. — Noah acaricia meu queixo com as costas de sua mão. Um toque tão fugaz e tão leve, que antes que eu possa dizer uma palavra,


tinha acabado. — E porque fica bem em você. Eu gostaria de ver seu sorriso mais vezes. Meu rosto está em chamas. Não tenho certeza se o calor é porque eu me envergonhei ou se é por causa do olhar aquecido do Noah. — Eu... Eu acho que você vai ter muitas oportunidades para vê-lo, agora que vamos viver juntos. — Minha tentativa de resposta mordaz sai gaguejada. Ele inclina a cabeça, sem quebrar o nosso olhar. — Ótimo. Estou ansioso por isso. Eu engulo o nó na minha garganta. Ele está realmente ansioso por isso? — Ei, Noah? — Sim? —, Diz ele docemente. — Por que você me chama de Floco de neve? Ele dá um passo se aproximando e corre um dedo ao longo da minha bochecha, fazendo minha pele formigar com seu toque. — Porque você é como um floco de neve. Bonita e única, e com apenas um toque, você vai ficar molhada. Noah se vira, me deixando olhando para suas costas ombros largos e bunda apertada- de minha boca aberta. Pasma, eu fecho a porta atrás de mim. Esse último comentário teve a intenção de me deixar desconcertada? Ou será que ele acha que eu estava realmente flertando?


Será que eu flertei? Eu pensei que estava apenas sendo amarga, mas... talvez eu tenha flertado um pouquinho. Eu nem mesmo sei. E não ajuda que a minha mente ainda está se recuperando daquela aposta que fizemos ontem.

Janto sozinha em um pequeno bistrô italiano na esquina do edifício Tate & Cane. Acho que eu estava precisando ser confortada com uma comida emocional. Espaguete com almôndegas e um copo de Merlot resolvem isso. Pego um táxi para casa, e quando chego, mando um email para o meu locador para dar andamento ao plano de terminar meu contrato mais cedo. Então, começo a embalar uma mala para essa noite. Vou mandar o resto das minhas roupas e outros itens pessoais ser entregue em nosso novo apartamento mais tarde. Meus móveis vão ter que ser vendidos. Uma hora depois, minha pequena mala marrom está cheia. Eu não tenho nenhuma desculpa para me atrasar mais. Mas de qualquer maneira eu me deparo andando pelo apartamento lentamente, olhando tudo uma última vez. Este apartamento tem sido o plano de fundo da minha vida durante os últimos quatro anos, desde que eu me formei e parei de viver com Camryn. Tudo dentro destas paredes é produto de minhas decisões e só minhas. Eu escolhi este lugar por sua arquitetura arejada, seus pisos de madeira cor


de mel, até mesmo pelo padrão de azulejo azul-diamante da cozinha e do banheiro. Eu comprei cada pequena peça de mobiliário, atingindo o equilíbrio ideal entre elegante e acolhedor.

Eu

decorei

suas

paredes

com

pinturas

emolduradas que eram do meu gosto. Enchi a sua geladeira e seus armários com meus petiscos favoritos. Eu enchi o banheiro com os meus produtos de beleza, sem me preocupar em deixar espaço para os itens de outra pessoa. Organizei tudo de acordo com o sistema que melhor me ajudava a lembrar onde eu os coloquei. Agora . . . Eu posso dar adeus a toda essa soberania. Claro, eu posso levar algumas das minhas coisas para a cobertura, mas Noah também pode. Ele vai dar suas características pessoais a nossa nova casa. A nossa nova casa.... Eu me pergunto quanto tempo vai levar para que eu me acostume com isso. E já está totalmente mobiliada, o que significa que não posso levar o meu amado e macio sofá de veludo cinza. Mais importante, há apenas um quarto.

Eu

não

vou

ter

qualquer

lugar

que

seja

verdadeiramente meu domínio mais. Mas Noah deve se sentir da mesma maneira. Ele também irá sacrificar a privacidade e a liberdade de seu apartamento de solteiro. Na verdade, ele tem mais a perder do que eu, já que ele tinha uma vida sexual ativa. E pelo que ele disse ontem, parece que ele está falando sério sobre acabar com seu estilo de vida de playboy. Mesmo que, provavelmente, ele nunca tenha sido monogâmico em toda a sua vida.


Cara, poder assistir ele tentar se manter celibatário vai ser hilário. E o que ele pretende fazer se eu sair com outro homem? Começar uma briga como um casal de punks na adolescência? Eu balanço minha cabeça. Isso nunca vai acontecer, de qualquer maneira. O trabalho é toda a minha vida e eu não tenho tempo para investir em namoro. E mesmo que eu nunca admita isso para Noah, eu não tenho estômago para casos

de

uma

noite.

Eu

não

consigo

me

imaginar

aproveitando intimidade física sem intimidade emocional. Ao contrário de Noah, que parece ter zero problemas com isso. Pelo menos até que começamos a namorar. Eu realmente não entendo o que está acontecendo na cabeça deste homem. Tudo que eu queria era que fossemos amigos. Por que ele tem que pressionar para ultrapassar os limites que definimos? Por que ele está tão determinado a desempenhar o papel de namorado perfeito, mesmo quando ninguém está por perto para testemunhar seus atos? Por que ele acha que precisa ser fiel a mim? Apenas para manter as aparências? Para satisfazer o seu orgulho masculino? Ou porque... ele realmente quer me conquistar? Percebo que estou olhando pela janela por quase cinco minutos. Eu nem ao menos notei a escuridão, luzes cintilantes em movimento na arquitetura da cidade, os carros, os escritórios trabalhando até tarde, as famílias relaxando juntos. Um vislumbre de milhões de vidas,


espalhadas nas luzes da cidade como um reflexo do céu noturno. De repente, me sinto muito pequena... e solitária. Demoro um momento para reconhecer o sentimento, porque normalmente em minha solidão, sonho com um amante sem rosto. Tenho uma necessidade confusa de contato humano. Alguém para passar os dedos pelo meu cabelo e sussurrar coisas doces em meu ouvido. Alguém para me segurar e me dizer que tudo ficará bem. Alguém para investigar quando há um ruído durante a noite. Agora, porém, a minha solidão é específica e afiada. Quero ver Noah. Ele é a única pessoa no mundo que entende como me sinto agora. Camryn pode simpatizar, e ela definitivamente tem feito muito para me ajudar, mas ela não entende exatamente o que se passa comigo. Só Noah entende. Eu não tenho certeza se quero falar com ele, mas, pelo menos, quero vê-lo. Eu quero saber que ele ainda está lá, do meu lado. Eu preciso ouvir o seu otimismo e ver aquele sorriso na sua boca para saber que talvez, apenas talvez, eu vou conseguir superar isso. Eu pego minha mala, desligo as luzes, e deixo meu apartamento pela última vez.


Mesmo a esta hora da noite, o tráfego de Manhattan não é divertido. Quando meu táxi se arrasta pelas ruas da cidade, de repente tenho uma ideia. — Há alguma loja de chá nas proximidades? —, eu pergunto ao taxista. Ele me dá um olhar confuso pelo espelho retrovisor. — O que, tipo uma lanchonete? — Não, um lugar onde eu posso comprar... Utensílios? Bules e chaleiras e outras coisas. Ele bate em sua tela de GPS. Felizmente, estamos parados em um sinal vermelho, mas tenho a sensação de que ele não se importaria se nós não estivéssemos. — Cerca de três quarteirões a oeste—, diz ele depois de um minuto. — Você tem algumas compras para fazer? — Sim por favor. Ele prontamente segue para a faixa à direita, ignorando gritos e gestos grosseiros de outros motoristas, e se adianta velozmente. De alguma forma, chegamos à loja, sem causar nenhuma morte no trânsito. Quando pago minha corrida, eu digo: — Você poderia esperar por mim? Eu não devo demorar mais que vinte minutos. Ele levanta suas sobrancelhas grossas. — Todo esse tempo? Tem certeza disso? Eu vou ficar dando a volta em torno do bloco, com o taxímetro rodando...


— Eu posso pagar. — Por enquanto, de qualquer maneira. Tate & Cane não naufragou totalmente ainda. Ele dá de ombros. — Tudo bem, senhora, o que quiser. Dou um passo para fora do taxi e ele desaparece antes de eu chegar à porta da frente. A pequena boutique tem uma parede inteira dedicada a utensílios de chá, xícaras, frascos, chaleiras, filtros, filtros de papel, pequenas bandejas de arame para organizar caixas, potes herméticos e latas para armazenar folhas soltas. Eu analiso a vitrine, batendo meus lábios com um dedo. Finalmente, escolho um, em estilo japonês, um bule de cerâmica com um esmalte verde-floresta manchado. Sua etiqueta

na

prateleira

diz:

Ao-Oribe

ushirode

kyuusu,

tenmoku glaze, Sasame filter. Não tenho a menor ideia do que quer dizer. E o preço é um pouco assustador. Mas sua cor e forma elegante são perfeitos e de bom gosto, além de atraente, nem masculino nem feminino demais. Um símbolo de compromisso, uma esperança de harmonia. Um presente que eu escolhi, mas em reconhecimento a um ritual importante para Noah. Que se dane isso! Vou levar um par de xícaras para combinar. Eu, definitivamente, vou continuar bebendo café todas as manhãs. Mas talvez, tarde da noite, não seja tão ruim compartilhar uma xícara de chá quente com Noah.


Vou para frente da loja, sorrindo para mim mesma, me sentindo calma, finalmente.


— Estou muito a fim de um bife suculento! —, Sterling diz, enquanto caminhávamos, depois do trabalho, pela calçada lotada. — Porra. Período de seca, amigo— Esfreguei o queixo, pensativo. — O quê? — Ele estreita os olhos para mim sob a luz fraca. — Ânsia por carne vermelha geralmente significa falta de sexo. Desejo de outro tipo de carne, ouso dizer. — Eu sorrio para ele. — Cale a boca. Ah, sim, ele estava na seca. Eu sei que está passando por algum tipo de estiagem, mas não tenho ideia da causa. Antes que pudesse especular, ele estava rindo ao meu lado. — O quê? —, Pergunto. — Você está muito enganado, não é nem mesmo engraçado. Você é o único que estará no maior caso de dor nos ovos do mundo, caso se case com a gostosa da Olivia Cane e não consiga transar com ela? — Ele fez um barulho lamentável. — Isso é simplesmente uma vergonha.


— Quem disse algo sobre não conseguir transar com ela? — Eu abro a porta para a churrascaria e gesticulo para ele entrar. Ele me lança um olhar estranho, mas se aproxima da recepcionista para solicitar uma mesa. Quando estamos sentados com nossas bebidas, um uísque puro para mim, um copo de cerveja importada para ele, Sterling se inclina mais perto. — Você e sua linda noiva fizeram mais progressos em seu relacionamento do que eu percebi? Eu dou de ombros. — Ainda não. — Ela está longe de ser a minha noiva, na verdade. — Mas eu, por exemplo, não vou desistir tão fácil—. Eu tomo outro gole da minha bebida. —Na verdade, depois do jantar,

vou

me

encontrar

com

ela

no

nosso

novo

apartamento. Um presente de seu pai. — Não me diga? Eu concordo. — Morar juntos, huh. Isso é um grande passo. — De fato. Por um momento, eu me coloco no lugar do Sterling e me pergunto se ele está se sentindo como se tivesse perdido seu melhor amigo e braço direito. Estávamos acostumados a sair a cada fim de semana juntos à caça de bocetas e diversão nessa ordem. Agora, eu sou praticamente um


homem casado com uma nova companheira de quarto, e, provavelmente, com toque de recolher. Mas quando eu olho para Sterling, ele está sorrindo para mim como o gato que comeu o canário, e estou certo de que ele sabe algo que eu não sei.

Depois do jantar, eu chego primeiro ao edifício. É um incrível apartamento no coração da cidade. Eu levo um tempo olhando ao redor, ligando os interruptores de luz enquanto eu passo. Vistas amplas de uma arejada varanda no vigésimo andar, uma cozinha moderna com uma pequena cafeteira italiana no balcão que tenho certeza de que Olivia vai adorar, caros acabamentos por todo lugar

das sancas 10 grossas para as bancadas de

mármore ao polido piso de carvalho. Parece como uma armadilha de casamento. As paredes e móveis, carpetes e roupas de cama estão em vários tons de branco e creme. É um a sensação pura e intocada. Honestamente,

parece

um

pouco

como

caminhar

através de um museu. Vai demorar um pouco para pensar neste

lugar

como

casa.

Eu

mantive

meu

pequeno

apartamento de solteiro perto da Linha F por muito tempo, eu não gosto da ideia de deixá-lo. Mas eu sei que isso é o certo a

10

N.T. Sancas (cimalha convexa que liga uma parede a um teto )


se fazer. Um futuro com Olivia é o que meu pai queria para mim. E por falar em pais... uma garrafa de vinho tinto e dois copos estavam à esquerda no balcão com uma nota do pai de Olivia.

Noah, Obrigado por fazer isso, filho. Eu não estarei por perto para sempre, e é muito bom saber que você estará lá para cuidar da minha menina. Eu sei que você não vai me decepcionar. Não há outro homem que eu confio tanto com minha empresa e minha filha. Eu espero que você saiba disso. Atenciosamente Fred Cane

Eu dobro o papel em um quadrado e coloco no bolso. Eu percebo que o pai de Olivia sempre confiou em mim com ela. Mesmo quando eu era um garoto de dezesseis anos de idade com tesão e uma carteira de motorista nova, e ela não era autorizada a namorar, foi me concedido o privilégio de levá-la para passear. Nós pescamos, jogamos minigolfe, fomos ao cinema, entre várias outras coisas. Abro a garrafa para deixá-lo respirar e atravesso a sala olhando o horizonte da cidade lá embaixo. Eu não posso deixar de pensar no passado, e em todos os bons momentos que Olivia e eu compartilhamos. Os mais difíceis também.


Estivemos lá um para o outro, na perda de nossas mães e agora assistindo nossa empresa desmoronar. Eu fico aqui pensando por tanto tempo, que eu perco a noção. Surpreso, eu volto à realidade e olho para o meu relógio. Ela está atrasada. Com um sentimento de decepção, gostaria de saber se realmente virá. Por que eu deveria me importar se ela quer viver aqui ou não? Ela deixou claro o que sente por mim, o quanto ela odeia a ideia de estar presa comigo. Eu sou semelhante a um pedaço de bosta de cachorro na sola de seus saltos de quinhentos dólares Mas eu sei que há muito mais do que isso. Eu vou ficar muito desapontado se ela decidir não vir. Finalmente, há um clique na fechadura. Eu tento não correr para a porta como um golden retriever. Olivia entra. Eu não tenho certeza do que esperava, mas ela trocou suas roupas de trabalho e estava vestindo jeans slim e um suéter leve. — Hey. — Deixando a mala na porta, ela atravessa a sala em minha direção. — Você está uma hora atrasada, — eu digo, quando eu vou para a cozinha. — Eu estava pegando algo. — Ela coloca um saco de compras coloridas no balcão. — Algo para você, na verdade. — Ela me dá um sorriso raro.


Eu vejo quando ela tira uma caixa de dentro do saco de compras e o coloca no balcão. — Bem... você vai abri-lo? —, ela pergunta. Eu pensei que ela gostaria de ver o apartamento em primeiro lugar, mas eu deixo para lá, indo para ficar ao lado dela. Eu posso sentir o cheiro das leves notas de madressilva em sua pele. Droga, isso vai ser uma distração, se estamos vivendo juntos agora. Eu estarei em um constante estado de excitação. Fantástico. Eu levanto a aba da caixa de papelão e vasculho na embalagem até que o encontro. — É um bule de chá —, eu digo, segurando para verificá-lo com curiosidade. Em seguida, o significado por trás de seu presente me atingiu. A conversa que nós compartilhamos sobre nossas mães volta a minha mente. Eu não acho que alguém já tenha me dado um presente tão significativo antes. Olivia pega o saco de compras, tira dois copos pequenos e os coloca no balcão. — Nós podemos tomar chá juntos em algum momento... se quiser. Há um toque de incerteza em sua voz. Será que ela acha que eu poderia não gostar dessa ideia? Bem, eu não sei. Porra, eu amo isso. — Isso foi muito gentil de sua parte, Floco de Neve.


Eu pensei que meu amigo Sterling era o único que compartilhasse a minha obsessão por chá, sendo que ele é britânico, mas, aparentemente, Olivia também. Eu coloco o bule de chá no balcão e a puxo para um abraço. Espero Olivia ficar rígida em meus braços, ou até mesmo recuar com um comentário sobre o contato físico impróprio. Mas em vez disso ela é macia e quente, e seu corpo se molda ao meu. Suas mãos descansam sobre os meus ombros e ela me olha com os olhos arregalados. — Obrigado —, eu digo, deslizando o polegar através de sua mandíbula. — Sem problemas. — Você sabe que eu vou te beijar em algum momento, certo? Estamos tão perto, que eu posso ouvi-la engolir. A ponta da sua língua empurra para fora em uma rápida lambida, nervosa sem aparentar estar ciente. Porra, tão bonita... isso é um sim, assim parece. Mas eu quero mais do que sinais inconscientes. Eu espero para ver o que Olivia decide responder. Finalmente, ela me dá um pequeno aceno de cabeça. — Talvez—, diz ela, tentando soar leviana. Eu rio e libero o meu domínio sobre ela. — Vamos. Você tem que ver este lugar. É incrível. — Meu pai foi extravagante, como de costume. — Ela se vira e olha para fora na varanda.


— Copo de vinho antes? — Por que não? Com um copo de vinho tinto na mão, nós caminhamos através

do

apartamento.

Olivia

aponta

detalhes

arquitetônicos e discute a agenda de chuveiro para os banhos que vamos compartilhar, enquanto eu apenas aceno e a observo. Estar aqui com ela, ouvindo suas ideias para decoração, compartilhando este espaço com ela.... Parece como um começo. Talvez até mesmo o começo de algo real. — Isso não é tão ruim, não é? — Eu provoco. Ela me dá um olhar. — Só porque eu quase tive um ataque de pânico com o pensamento de viver com você não significa que você tem o direito de se vangloriar. — Bem. Eu não vou. Mas é um lugar agradável. Seu pai fez bem. Ela balança a cabeça. Então ela olha para longe por um segundo. — Há algo que eu queria te dizer. Começamos pelo corredor, e eu recuo para que ela continue na minha frente. — Eu considerei sua proposta, e aqui está o que proponho. — O tom de Olivia está confiante, seus ombros arqueados.


— Minha proposta? —, Pergunto. Ela está sendo tão pragmática, eu não posso esperar para ouvi-la explicar isso. Ela para e olha para mim. — Você sabe, a ideia que você sugeriu no bar na semana passada. Eu estaria disposta a experimentá-la algum dia. Claro

que

sim.

Estou

finalmente

fazendo

algum

progresso aqui. — Certo. Nós poderíamos fazer isso. — Começando assim que for humanamente possível. — Sob algumas condições—, ela continua. Condições. Regras. Orientações. Por que não estou surpreso? Esta mulher é diferente de qualquer uma que eu já conheci antes. Ela certamente me deixa no escuro. — Tais quais? — Apenas a primeira base, como eu acredito que você disse. E completamente vestidos. — Ela estreita os olhos para a minha virilha. — O que significa que você mantém essa coisa gigante em suas calças. — Você acha que eu sou gigante? — Eu não posso evitar o sorriso que desenrola na minha boca. — Oh, pelo amor de Deus, pare de pedir elogios. Você sabe que é impressionante, caso contrário você não teria me empurrado goela a baixo. — Assim que as palavras deixam sua boca, seu rosto fica rosa brilhante.


— Oh, floco de neve. — Eu acaricio sua bochecha quente com meu polegar. — Eu não empurrei para baixo de sua garganta, mas eu estou muito ansioso para isso. — V-vamos esquecer que disse isso. Ninguém vai ser empurrando para qualquer coisa em qualquer lugar. Primeira base. Entendido? Eu rio. — Estou feliz de ir tão lentamente quanto você precisa. E é a verdade. Lento pode não ser o meu estilo habitual, mas há uma certa satisfação em saber que estou ganhando sua confiança e a preparando para mais. A ideia é bastante gratificante. Isso fará com que a minha vitória seja mais doce. —Isso irá funcionar, eu e você—, eu digo a ela quando nos aproximamos do quarto. Sim, a porra de um quarto. E antes que eu fique animado, eu invoco minha força de vontade para dizer a ela que vou dormir na merda do sofá. — Você pode ficar com a cama—, eu digo, parando no corredor. É a coisa certa a fazer, sem dúvida. Ainda mais depois de ter dito que estava ansioso para colocar meu pau em sua garganta, acho que tenho algo a compensar no departamento de boas maneiras. — Tem certeza? — A voz dela estava cheia de surpresa. Eu engulo. — Claro. Vou ficar com o sofá.


Nossos olhares derivam juntos para o sofá tweed moderno e elegante na sala de estar e para a enorme cama king-size no final do corredor com a aparência aconchegante, e de volta para o sofá novamente. De jeito nenhum meu 1,90 vai caber no sofá. — Quer saber? — Olivia diz brilhantemente. — Somos dois adultos crescidos. É uma enorme cama. Podemos gerenciar, compartilhá-la, certo? — Eu vou ser um gatinho. — Eu sorrio para ela. — Isso é disso que eu tenho medo—, ela murmura.


Eu deixei Noah usar o banheiro para escovar os dentes primeiro. Nós ainda não atingimos o nível de intimidade necessária para ver outro ser humano cuspir na pia. Enquanto isso, uso o quarto para me trocar e colocar meu pijama favorito. Quando eu saio, Noah está encostado na parede do lado de fora da porta do banheiro. Ele inclina a cabeça com um sorriso divertido que me faz parar. — O quê? —, Eu pergunto depois de um minuto. Seus olhos se estreitam. — Nada. Você só está bonita. Bonita? Minhas bochechas ficam rosadas quando a palavra macia desce através do meu estômago. De repente eu estou autoconsciente sobre ter pequenas borboletas roxas impressas em cima de mim. De alguma forma eu não


esperava Noah ter uma opinião sobre o pijama. Ou, se tivesse, que iria me dizer sobre ela. Não diga coisas doces que me fazem esquecer temporariamente como falar. —

Onde

estão

seus

pijamas?

Eu

pergunto,

descartando a sensação borbulhante. Seu sorriso surge com malícia. — Bem, geralmente eu durmo nu. Claro que sim. Por que não estou surpresa? —

Não

mais,

você

não

vai

fazer

isso,

digo

rapidamente, interrompendo. — Encontre algum moletom ou algo assim. — À medida que trocamos de lugar, passando no corredor, acrescento sobre meu ombro, — é melhor incluir uma camisa! A visão do esculpido abdômen de Noah, enquanto eu ainda estou me acostumando com a ideia de compartilhar um apartamento, que dirá uma cama? De jeito nenhum eu iria sobreviver a isso. Quando eu estou quase terminando de escovar os dentes, ele chama do quarto. — Hey, Floco de Neve? Desde que nós passaremos a noite juntos, você estaria interessada em assumir o nosso primeiro test drive? Meu coração dispara. A compreensão daquelas palavras vem lentamente, mas só um pouco, quando eu percebo que ele está falando sobre a nossa ideia de dar uns amassos. Caramba... dou ao cara um dedo e ele já quer o braço todo.


Surpreendentemente, porém, eu não sinto nem um pingo de relutância sobre beijar Noah. Apenas curiosidade, uma onda de calor, uma onda de excitação nervosa. Mas, novamente, o nosso acordo é estritamente limitado a carícias como um casal de estudantes secundaristas tímidos, que nós, tecnicamente, já fizemos há sete anos. E não há nenhuma razão para reavaliar a minha posição contra sexo casual, o que eu planejei é um “jogo” bem mais longo. O pensamento é ao mesmo tempo um alívio enorme e um pouco decepcionante. — Claro —, eu respondo, finalmente, tentando parecer indiferente. Eu fui a única que propôs experimentar, afinal. Embora eu achasse que seria um pouco mais no futuro. Mas esta noite é um momento tão bom quanto qualquer outro. Finalmente, o momento da verdade chegou. Engolindo em seco, eu puxo as cobertas, sento, e deslizo por baixo. Os lençóis farfalham quando Noah faz o mesmo no outro lado da cama. Posso ouvi-lo se mover e respirar. Estou em sintonia com cada som minúsculo, consciente de como ele está perto de mim. Faz muito tempo desde que eu dormi no mesmo quarto com outra pessoa, que dirá na mesma cama. E isso em nada se parece como dormir com a minha irmã ou Camryn. Meu novo companheiro de cama é um homem. Um homem muito bonito, que já deixou extremamente claro que quer me foder com seu pau enorme. Nós só estamos dormindo juntos, não


dormindo juntos, mas ainda assim... Estou compartilhando uma cama com Noah Tate, porra! E estou a cerca de trinta segundos de beijá-lo. Uma onda de energia passa por mim, nervosismo e excitação se misturam até que não possa distingui-los. Eu sinto um súbito impulso de voltar-me para meu lado da cama e olhar para a parede até que ele adormeça, mas então me repreendo

por

ser

ridícula.

Nós

não

somos

crianças

inocentes, mas também não somos adolescentes que coramos e rimos com a menção de sexo. Somos dois adultos maduros, livres que muito sensatamente decidiram... Outra onda vertiginosa, essa distintamente mais quente. Eu me forço a deixar de ser uma pilha de nervos e rolar. Noah apoiou no seu cotovelo. Seu leve sorriso cai quando procura o meu rosto. —Ei, você está bem? Os meus tremores estão tão óbvios? —Uh, s-sim, estou bem—, eu respondo. Talvez isso não seja totalmente verdade, mas não é uma mentira, também. Eu realmente quero tentar. O que significa que preciso cair de cara nisso. —Vamos. Noah assente e vem mais perto. Ele estende a mão para afastar meu cabelo do meu rosto, e eu relaxo uma fração em direção de sua leveza, o toque quase fazendo cócegas. — Ainda comigo? —, pergunta ele. Eu concordo.


— Porque não temos que fazer nada que você não queira. — Eu sei disso. Seus toques são mais suaves do que eu esperava. As pontas dos dedos são tão leves no meu rosto, meu pescoço, colocando meu cabelo atrás da minha orelha. Está... bom. Então, finalmente, ele muda seu peso e se inclina. Esse primeiro contato é tão suave, eu mal posso sentilo. É mais como uma pausa antes de um beijo do que o beijo propriamente

dito.

Mas

ainda

eleva

minha

frequência

cardíaca ao limite. — Foi tudo bem? —, Ele murmura, seu hálito quente e mentolado sobre a minha boca. Eu elevo meu queixo e respondo a sua pergunta com um beijo casto. Ele roça contra os meus lábios com uma risada. Deslizando um braço debaixo da minha cabeça como um travesseiro, deita de frente para mim, envolvendo seu outro braço em volta do meu ombro e parte superior das costas. Ele mantém as mãos na parte alta de minhas costas, seu quadril a alguns centímetros do meu. Um cavalheiro... por enquanto, de qualquer forma. Sua boca começa a se mover suavemente. Nenhuma língua, sem dentes, nem uma pressão apenas sentindo o dar e receber de nossos lábios um contra o outro. Meu


nervosismo lentamente escoa, sendo substituído por um tipo diferente, muito mais agradável zumbido de excitação. Era óbvio o que ele estava fazendo. Tentando levar as coisas devagar e ter certeza de meu conforto. Estou aliviada por sua cuidadosa consideração..., mas também um pouco envergonhada por ser necessário, em primeiro lugar. Hora de elevar um pouco as apostas. Eu enlaço meu braço em volta de sua cintura, sentindo quão firmes seus músculos são, e abro minha boca para ele. Com

um

baixo

ruído

silencioso

de

aprovação,

ele

imediatamente responde ao meu convite. A ponta de sua língua se movimenta sobre os meus lábios. Eu sigo a mudança, determinada a coincidir com a sua ousadia, em seguida, deixo escapar um pequeno suspiro quando ele desliza sua língua sobre a minha. É quase como se pudesse sentir

um

sútil

toque

hábil.

Minhas

calcinhas

ficam

gradativamente úmidas, e o pijama de lã estúpido está repentinamente sufocante. Seus lábios carnudos, suaves, e sua boca se movendo de forma talentosa sobre a minha. Automaticamente, meu corpo se move ficando mais perto... seus beijos hábeis são muito melhores do que eu me lembro. E então eu o sinto. Seu comprimento meio duro esfrega contra minha coxa. O pensamento de Noah, que estrelou em cada uma de minhas

escabrosas

fantasias

adolescente

sem

minha

permissão, duro e pronto para mim, agora, aqui, em carne e


osso, muito atraente, era quase bom demais. Uma onda de calor pulsa para baixo do meu ventre, estou a ponto de balançar meus quadris para ele quando a realidade cai sobre mim. O que estou fazendo? Este

é

Noah

Tate,

que

dormiu

com

metade

de

Manhattan, que provavelmente só está fazendo isso para ganhar a nossa aposta e adicionar mais um ponto a seu placar. Eu congelo com o pensamento, e ele se afasta. — O que está errado? —, pergunta em confusão. — Eu acho que é hora de parar, — Eu consigo dizer sem tropeçar em minhas palavras. Sua testa franze em real aborrecimento. — Sério? — Sim, com certeza. Boa noite. — Eu me desembaraço de seu abraço e rolo para o lado. — Mas obrigada. Foi divertido. — Apenas divertido? — Seu tom é incrédulo. — Puxa. Deixe uma nota de vinte na minha cabeceira, então. — Você está me dizendo que você está familiarizado com esse tipo de situação? — Oh, vá se ferrar. Ele rola e eu o ouço se levantar e caminhar para o corredor.


Eu forço meus olhos fechados e pratico um sopro profundo para me refrescar. Sério, como eu nunca reparei quão sufocante esse pijama era? Mas cerca de quinze minutos mais tarde, eu começo a me perguntar onde ele foi. Será que ele mudou de ideia e foi dormir no sofá? Espero que não... eu me sentiria culpada, mesmo que fosse a sua própria escolha. Talvez eu devesse encontrá-lo. Suspirando, me levanto para verificar a sala de estar. Está vazia. Mas a porta do banheiro está fechada, com vazamento de luz de debaixo dela. Eu me sinto um pouco estúpida por não imaginar, em primeiro lugar, que ele estivesse lá. Ao mesmo tempo, já se passaram vários minutos. Será que ele caiu ou algo assim? Eu ando mais, levantando a mão para bater na porta... em seguida, paro, meu rosto corando quando o escuto. Um gemido inconfundível de prazer. Meus olhos se arregalam. Eu não posso acreditar na idiota que sou. O que eu pensava que um homem faria depois de deixá-lo com tesão? Eu deveria sair. Agora mesmo. Eu deveria voltar para a cama e fingir que não ouvi nada. Assim... por que não estou saindo? Um rosnado baixo e rouco vindo do banheiro, minha respiração fica suspensa. Sem perceber, inclino mais perto da porta.


Se eu ouvisse com atenção, eu poderia escutar sua respiração pesada. É alta... Gostaria de saber se ele estava preste a gozar? Ele deve estar, se está fazendo isso há quase quinze minutos. A menos que ele tenha grande resistência. Outro gemido, um mais alto e mais frágil. Muito fácil imaginar a cena do outro lado da porta do banheiro. Eu não posso parar as imagens na minha mente... Noah com sua calça de moletom empurrada para baixo, as suas coxas e sua camisa franzida revelando o seu abdômen tenso e um rastro de cabelo escuro. Com o peito arfando, suas pernas tremendo. Seus olhos escuros e semicerrados ou fechados em concentração. Corado e suado, com a cabeça jogada para trás, mordendo seus lábios carnudos para manter a calma ou separando para perder o fôlego. E seu enorme, pau duro, ainda mais impressionante do que quando o vi no bar há alguns dias. Deve estar longo e espesso agora, curvando-se orgulhosamente, inchado e cheio de veias, a cabeça roxa molhada, crescendo em seu punho apertado quando ele empurra rápido e áspero. Minha calcinha encharca. Ele está ofegando forte e alto agora, cada respiração afiada com um gemido que quase soa como palavras entrecortadas. O que ele está dizendo? O que ele está pensando? Eu esfrego as coxas ligeiramente. — Olivia...— Ele geme. Fico boquiaberta. Minha boceta aperta forte no vazio, encharcada agora. Noah chamando meu nome assim tão


irregular, tão desesperado é a coisa mais quente que já ouvi na minha vida. Seus

ruídos

de

prazer

crescem,

em

seguida,

desaparecerem. Finalmente, ele se cala. Minha boca está seca e eu posso sentir meu coração batendo na minha garganta. Então eu percebo que ele provavelmente vai sair do banheiro em breve. E se for pega ouvindo na porta como uma espiã, ele nunca me deixará esquecer isso. Eu me apresso de volta no pequeno corredor, pulo na cama e puxo as cobertas sobre mim assim que a porta do banheiro se abre. Eu fecho meus olhos. Ouço os passos de Noah mais perto, rápido e silencioso. O colchão cede com um pequeno estalo quando ele vai para a cama. Deitada mole, eu tento manter a minha respiração os mais lenta e constante possível. O que não é fácil quando estou inundada com tanto desejo e adrenalina. Mas se Noah percebeu que eu estou fingindo dormir, ele não fala. Eu me deito lá me sentindo como uma idiota, meu coração ainda martelando, meu corpo preparado e pronto, enquanto Noah, satisfeito, deriva em um sono tranquilo.

Na manhã seguinte, meu alarme me acorda para uma cama vazia. Estranho.... Eu não teria imaginado Noah como um madrugador. Ao longo do corredor, eu posso ouvir o distante tinir de metal, e algumas fungadas confirmam o cheiro de café. Noah


deve estar cozinhando. Ele nem bebe café; ele fez isso só para mim. Meu estômago aprova essa ideia. É reconfortante demais, espero que eu possa tomar isso como um sinal de que ele não está muito chateado comigo por eu cortar as coisas na noite passada. Eu saio da cama para escovar os dentes rapidamente, tomo banho, e me visto, não querendo perder um café da manhã quente. Quando entro na cozinha, Noah está realmente em pé no fogão como eu pensava. Mas não previ que ele estaria sem camisa

e ainda

desgrenhado,

úmido

seus

do

chuveiro,

músculos

o

cabelo escuro

tonificados

ondulando

sutilmente sob a pele bronzeada. Eu não posso evitar, em ficar

um

pouco

estupefata.

Exibido...

o

idiota

sabe

exatamente o quão bom ele parece. Ele olha para trás com um sorriso, interrompendo meus devaneios de desejo. — Dormiu bem? — Sim, como um anjo —, eu respondo, tão casualmente, como possível. Logo depois de ficar acordada por uma hora inteira, mais úmida do que o maldito Rio Hudson. Talvez eu poderia ter seguido o exemplo de Noah e encontrado meu próprio alívio, mas no momento, eu estava muito paranoica que ele fosse acordar e me pegar. E então eu teria que aturar a sua arrogância por quem sabe quanto tempo. Pela eternidade, o mais provável.


O assobio da chaleira me poupa da necessidade de dizer qualquer coisa diferente, — Eu vou cuidar disso. — Obrigada. — Noah fala sobre seu ombro enquanto ele se concentra na panela dos ovos, e meu estômago ronca; nossa comida parece quase pronta.

—Eu já coloquei as

folhas no pote. Eu despejo a água quente em nosso novo bule, sirvo uma caneca de café para mim mesma, e trago tudo para a mesa. Noah serve dois pratos, cada um com um perfeito omelete de espinafre e cogumelo. Nós comemos na área de jantar próximos a janela da sacada, apreciando a luz solar do início da manhã e a vista de

Manhattan

debaixo

de

nós.

Nossa

conversa

é

surpreendentemente agradável sobre a empresa, lançando ideias para o nosso novo plano de negócios e de como será de agora

em

diante.

Eu

começo

a

relaxar.

Talvez

ser

companheiros de quarto vai funcionar afinal. Nós só ficamos uma noite, mas o local já começa a se parecer como uma casa. Eu termino o meu último pedaço de ovos com um suspiro

de

satisfação.

Um

fresco

café

da

manhã

é

definitivamente uma boa maneira de começar a minha manhã. Minha rotina habitual consiste em pegar um bagel ou muffin enquanto corro para fora. Se Noah está tentando me conquistar, ele está conseguindo. Uma menina poderia se acostumar com isso...


Infelizmente, levamos tempo demais. Precisamos chegar ao escritório em breve. Eu coloco meu prato e caneca na máquina de lavar louça e tomo a direção do banheiro para passar minha maquiagem. Mas quando eu viro, Noah me pega pelos ombros e me gira novamente. Seus braços fortes embrulham apertado em volta de mim. Antes que eu possa pensar, ele esmaga meus lábios. Eu suspiro. Não é nada como o beijo da noite anterior. Aquele foi suave e doce, o mais leve toque possível, como se estivesse tentando não assustar um animal arisco. Este é um tipo diferente de fome, áspera, ardente. A delicadeza se foi. Noah me pegou, reivindicando intensamente meu corpo e imprimindo sua marca. Pega de surpresa, eu não posso segurar um gemido. Estou

chocada

ao

descobrir

meus

músculos

se

transformando em geleia. Eu me agarro a ele apenas para ficar em pé. Tudo sobre Noah enche os meus sentidos. Eu aproveito o calor do seu corpo, a aspereza da barba em torno de meus lábios, a essência masculina de sabão e loção pôs barba picante. Ele devora minha boca e me deixa tonta, ofegando por ar. Seus dentes mordem e raspam meus lábios. Sua língua lambe profundamente sobre a minha, uma prévia tentadora do quanto esse músculo quente é ágil e pode mover-se sobre


o meu clitóris. Uma promessa viva do prazer que eu poderia ter... Se eu permitisse-o dar para mim. Lembro de como ele gemeu meu nome no banheiro na noite passada. As memórias desses ruídos lascivos enviaram outra onda de calor através de mim. Talvez eu não seja apenas mais uma conquista para ele; talvez ele esteja tão impotente a sua própria maneira. De repente, eu não consigo descobrir por que eu hesitei. Eu tenho um homem disposto, praticamente implorando para botar meu mundo de pernas para o ar. Como poderia negarme este divertimento? Eu arqueio meu corpo, pressionando nossos quadris juntos, e sinto um misto de fome e triunfo com seu comprimento duro e grosso se apontando na minha barriga. Então Noah se afasta. Todo o toque que eu anseio do morno e musculoso corpo, da quente e molhada boca simplesmente

desaparecem.

Levou

um

momento

para

registrar o que aconteceu. Ainda atordoada pela luxúria, eu pisco para ele. — O que...? — É hora de partir. Nós vamos nos atrasar para o trabalho. — Trabalho? — A palavra sai como um gemido desapontado. Ele sorri como se acabasse de ganhar o Super Bowl.


— Você é a única que definiu os nossos limites na primeira base. Embora, se você quiser mais, eu acho que o escritório poderia sobreviver mais uma hora sem nós. Mas você terá que pedir carinhosamente. Quando a névoa de tesão se afasta da minha mente, eu percebo o que está acontecendo aqui. Oh, seu filho da puta... Noah estava jogando comigo esse tempo todo. Seu plano foi me provocar até que eu estivesse desesperada o suficiente para abrandar as condições de nosso acordo. Ele estava tentando me fazer admitir que eu quero que sejamos mais que apenas amigos. Ele acha que pode provar para si mesmo que está certo e também conseguir uma transa, dois coelhos com uma tacada só. Bem, ele pode simplesmente esquecer. Olivia Cane não implora. Nunca. Estou quase mais chateada comigo do que com ele. O que eu estava pensando? Não muito, isso é certo. Minha libido ficou totalmente fora de controle. Eu nunca me senti tão descontrolada antes. Se eu tiver algo a dizer sobre isso, será a primeira e última vez. Droga, meus lábios ainda formigam de seu beijo. Meu rosto queima com constrangimento e os últimos vestígios persistentes de excitação. Tentando me recompor, eu dou a Noah um olhar mais sujo que eu consigo. — Você é um demônio.


— Tenho certeza de que isso faz você a rainha do inferno, então. — Ele faz uma pausa. — Na verdade, talvez isso não seja tão impreciso... — Parabéns, espertinho, você termina com os pratos, enquanto eu coloco minha maquiagem. — Vou para o banheiro. — Como quiser—, ele fala pelo corredor atrás de mim. Eu mantenho meu queixo erguido, tentando acabar com a minha irritação e insistente tesão. Eu sei qual a única maneira de calá-lo. Infelizmente, como eu aprendi, ele só iria transformar um beijo a seu favor novamente. Eu não posso me esquecer de como Noah irá se gabar sobre como estarei implorando em quatro dias. No início, eu pensei que de forma alguma iria ceder tão facilmente. Mas agora, apenas um dia depois, eu não tenho tanta certeza.


Quando chego à sala de conferência, está lotada com quase todo o pessoal do escritório no prédio. Todos os lugares na longa mesa de conferência estão tomados, e apenas há espaço na parte de trás da sala. Vejo Rosita no canto mais distante e ela me dá um aceno alegre. Ela não estava no convite para a reunião, mas eu mandei uma mensagem para ela estar aqui. De jeito nenhum eu poderia deixá-la perder a grande notícia. Eu sei que ela está tão orgulhosa de mim como minha própria mãe estaria. O pai de Olivia está de pé na frente da sala, conversando casualmente com Prescott e com os poucos membros do conselho que optaram por aparecer. Eu sei que eles estão bem pessimistas que os resultados sejam promissores sobre mim e Olivia.


Enquanto esperamos para o grande anúncio começar, as pessoas estão falando em pequenos grupos. Um papo sobre trabalho que está acalorado, enquanto outros estão apenas conversando casualmente com os amigos do trabalho, os quais desenvolveram ao longo dos anos. Estas são todas as pessoas que vão perder seus empregos se não formos bemsucedido. Pessoas reais. Com problemas reais e vidas reais. E tudo que está em jogo. Meu estômago aperta. — Eu preciso de uma bebida, — Olivia resmunga ao meu lado. — Boa ideia—, murmuro. Eu me pergunto se ela ainda está chateada comigo por deixá-la com tesão, esta manhã. Provavelmente. Mas depois da maneira como ela rolou sua bunda gostosa na cama na noite passada depois de me dar uma ereção, beijos molhados macios e pequenos gemidos de encorajamento? Me forçando a cuidar da besta, caso eu tivesse alguma esperança em adormecer? Sim, vingança é um prato que se come frio. Seu olhar vagueia para a mesa perto das janelas, onde foram colocadas garrafas de café e bandejas de petiscos. — Eu não vejo nenhum chá. Você quer café? —, pergunta ela, já indo em direção a ela. Eu balancei minha cabeça. — Obrigado por perguntar, mas estou bem.


Momentos depois, Olivia retorna com um copo de papel de café fumegante. — Vamos começar, — Fred anuncia em voz alta. O silêncio cai sobre a sala, e todos os olhos se concentram nele. Ele dá um passo adiante. — Eu convoquei esta reunião hoje para compartilhar um anúncio especial. — Ele olha para mim e Olivia, sorri brevemente antes de voltar sua atenção para multidão. — É com grande honra que anuncio a próxima geração de Tate & Cane... minha filha, Olivia, e o filho de Bill, Noah, estão assumindo como co-CEOs. Um murmúrio de sussurros irrompe em torno de nós. — Eu sei, eu sei. — Fred silencia a multidão com um aceno de sua mão. — A família decidiu rejeitar a proposta do conselho, pelo menos por agora, e provar que podemos transformar esta empresa rentável sob sua liderança até o final deste trimestre financeiro. Vemos algumas cabeças balançando, mas a maioria das pessoas continua parecendo incertas. Eu não as culpo. Seus empregos estão em jogo, e que prova que eles têm que Olivia e eu podemos realmente conseguir isso e tão rápido? Nenhuma. — Por favor, deem uma salva de palmas para receber seus novos co-CEOs. — Ele bate palmas com entusiasmo e todo mundo segue o exemplo, nos dando uma salva de palmas.


Após o barulho cessar, Olivia se apresenta com um breve, mas eloquente discurso sobre quão dedicados estamos a ter sucesso, e como nós vamos precisar da cooperação e trabalho árduo de todos nesta sala para vencermos juntos. Honestamente, eu não sei exatamente o que ela diz, porque eu vejo Harrison secando Olivia de onde ele está na parte de trás da sala, e sangue bombeia em meus ouvidos. Quando Olivia termina, eu passo em frente e pego a mão dela na minha. O imbecil da contabilidade está próximo, a saber, a quem ela pertence. — Eu tenho um anúncio associado, na verdade. Poderia muito bem colocar tudo às claras, uma vez que não tenho nada a esconder. — Eu sorrio para Olivia, que parece estar pronta para me assassinar. — Os rumores são verdadeiros. Olivia e eu estamos namorando. — Mas isso não vai prejudicar o nosso foco de negócios —, diz ela, interrompendo-me. Droga. Tudo sobre esta mulher é rígido e inflexível. O que eu preciso é fazê-la se soltar e relaxar. Ela é muito tensa. Ela precisa aprender a parar e cheirar as rosas de vez em quando. Isso se tornará a minha próxima prioridade. Além disso, eu ainda tenho que descobrir como vou ganhar a aposta que fizemos. Só mais três dias para tê-la molhada e nua implorando por mim... E então, isso irá para o topo da minha lista. Eu combato a onda de excitação que me bate e sorrio enquanto nós respondemos as perguntas dos funcionários.


Assim que a reunião termina e toda a empresa está nos observando, Olivia se distancia sem uma palavra e se recusa a responder à minha batida na porta de seu escritório. Eu acho que meu pequeno anúncio improvisado a irritou ainda mais do que eu pensava. Mas por que? Nós estamos namorando, não estamos? Droga... se eu quiser conquistá-la, eu preciso descobrir o que a deixa irritada. Eu não estou no clima de pedir ajuda. Mas quem conhece uma mulher melhor do que sua melhor amiga? Eu já sei que Camryn trabalha no departamento de marketing. Rastrear seu cubículo foi fácil. Quando eu a encontro, eu vejo que é uma confusão de papéis e pastas, um desses sistemas caóticos onde eu tenho certeza que ela tentará me convencer que sabe onde tudo está. Ela está digitando concentrada, e quando eu entro, seus dedos param de repente e seus olhos levantam para encontrar os meus. — Como posso ajudá-lo? Eu quase dou risada. Ela é tão formal. Ela e Olivia são definitivamente farinha do mesmo saco. Eu posso ver por que elas são tão boas amigas. — Eu preciso falar com você sobre Olivia, — eu digo, e a testa de Camryn franze.


ME passa pela cabeça que talvez ela não queira me ajudar. Eu decido colocar todas as minhas cartas na mesa e ver se minha sinceridade vai fazê-la ceder. Eu abaixo a minha voz e inclino mais perto. — Você sabe sobre todo o contrato de casamento, certo? — Sim, e não vou ajudá-lo a tentar convencê-la, se é por isso que está aqui. Olivia é uma menina crescida, pode fazer suas próprias escolhas. — Não é por isso que estou aqui. — Bem. O que você precisa? Eu não sou exatamente Time Noah, sabe? — Isso é bom, porque nós dois estamos no Time Olivia. Ela gira sua cadeira longe do teclado e me enfrenta. — Você tem cinco minutos. — Por que Olivia é tão contra isso? Eu odeio ser tão seguro de mim, mas a maioria das mulheres corre atrás de mim sem ao menos lhes dar atenção. — Olivia não é a maioria das mulheres. — Acredite em mim, eu notei. — Então, qual pode ser o problema, Don Juan? — Ela muda seu peso em sua cadeira, me olhando com uma expressão divertida. Ela está gostando bastante do meu desespero. — Eu nunca imaginei que Noah Tate, o deus do sexo lendário, teria qualquer problema em seduzir uma mulher.


— Deus do sexo, é? Ela dá de ombros. — Os rumores são verdadeiros ou não? — Depende sobre quais rumores você está se referindo. — Que você tem um pau mágico de vinte e três centímetros, com sabor de morango? Comecei a rir apesar da situação. Estamos em uma área de trabalho lotada com pessoas sentadas bem ao alcance da voz, e ela está discutindo meu pau como se estivéssemos escolhendo amostras do tapete. — Tanto quanto me doa dizer isso, vamos tirar o meu pau da conversa e focar sobre o tema em questão. Ela levanta seus ombros. — Certo. Olivia. — Diga o que ela gosta. Hobbies. Interesses. Coisas que ela gosta. Camryn leva um segundo para pensar sobre isso. — Ela trabalha como louca toda a semana, mas eu tenho certeza que você sabe disso. Então, se você está se referindo aos fins de semana, ela gosta de assistir comédias românticas e tem um secreto lado romântico. Ela compra, para si mesma, um buquê de peônias no mercado dos agricultores todos os sábados. — Isso é bom. — Eu retiro o meu telefone e digito peônias no aplicativo de notas. — O que mais? Cor favorita?


Comida? — Eu já sei que ela gosta de Martinis com dose dupla e vinho tinto, mas encantar Olivia vai demandar muito mais do que apenas isso. — Verde. Como o dinheiro. — Camryn sorri. Olivia sempre foi uma potência. — E ela adora tapas. — Não são apenas aperitivos para o jantar? — Basicamente, — Camryn diz com um encolher de ombros. — Entendi. Algo mais? Ela olha para longe por um momento. — Bem, não é grande coisa, mas eu não acho que você vai querer ouvir isso. — Diga para mim. — Ela tem um livro de recortes de seu casamento dos sonhos. Ela está adicionando a ele coisas desde que era uma menina. — Olivia? — Meus olhos se arregalam. — A mesma Olivia Cane que se nega a casar tem sonhos de um grande casamento? — Exatamente. Ela sempre sonhou com um casamento grande, bonito. Ela é realmente muito mole por baixo dessa casca dura. O que sua mãe e pai compartilhavam era especial, e ela está procurando a mesma coisa. O casamento perfeito. O marido perfeito. Tudo me bate de uma vez.


— E esse arranjo esmaga o sonho de toda a sua vida. — Bem, sim. Camryn

parece

alheia

à

enorme

bomba

que

ela

simplesmente soltou sobre mim. Não importa se eu sei da cor favorita ou o restaurante que ela gosta de comer. Ela quer a única coisa que eu nunca poderei dar, o verdadeiro felizes para sempre. Meu coração afunda um pouco. Não importa quão bemestamos juntos, eu não sou tolo o suficiente para pensar que eu poderia ser sua alma gêmea. A menos.... Eu engulo quando uma onda de nervos me bate. Porra. Estou pronto para isso? — Só mais uma coisa, — eu peço a Camryn. — Por que ela não namora? — Não desde um ex babaca da faculdade, não vi Olivia com outro homem. — Basicamente? Ela é muito exigente—, Camryn diz com um sorriso carinhoso. — Ela está esperando por um príncipe encantado. — Algo parecido. — Obrigado, isso foi realmente útil. — Boa sorte—, Camryn diz quando eu me dirijo ao meu escritório. Ela deixa o você vai precisar não dito. Porra.... Eu tenho um trabalho enorme pela frente.


Nos braços de Noah vestido de smoking, eu entro no Clair de Lune, um restaurante francês cinco estrelas com vista para o East River. Escargot, caviar, toalhas de mesa brancas, garrafas de cem dólares, todo serviço completo. Mesmo que este evento seja puramente um jantar de negócios, com intenção de conquistar um novo cliente, Noah me trouxe um buquê de peônias, quando ele veio ao meu escritório para me pegar. Ele foi educado e atencioso, e isso quase me fez perdoá-lo por ter me irritado no outro dia. A quem estou enganando? O homem me irrita a cada cinco minutos. A anfitriã nos guia para a nossa mesa reservada, onde a senhorita Estelle

Osbourne, a quarentona,

diretora de

marketing da Parrish Footwear, já está sentada com um copo de champanhe na frente dela. Ela parece incrível em seu vestido de chiffon lavanda-cinza, com mangas e um laço de


prata sexy, mas sofisticado. De repente, me sinto mal vestida com meu simples vestido preto na altura dos joelhos. Eu li o perfil de negócios da senhorita Osbourne on-line, enquanto estudava sua empresa para este jantar. Depois de completar sua educação Ivy League, ela conseguiu um emprego com o gigantes da moda Luxor Brands e foi subindo a escada corporativa desde então. Ela assumiu a direção da área de marketing de Parrish no ano passado, e até agora ela está fazendo grandes coisas. Talentosa, bem-sucedida, bonita, com os instintos de negócios afiados, ela é exatamente o tipo de mulher que eu me esforço para ser. O que só torna a perspectiva de tentar impressioná-la ainda mais desesperadora. — Ela chegou aqui mais cedo? Agora parece que estamos atrasados —, eu digo sob a minha respiração. — Relaxe, Floco de Neve, — sussurra Noah quando ele puxa minha cadeira para mim. Fácil para ele dizer. Como é que ele sempre fica tão tranquilo? Estou equilibrada por um fio, excitada e ansiosa. Conseguir este novo cliente, em primeiro lugar foi um acidente vascular cerebral inacreditável de boa sorte. Se conseguirmos encantar esta mulher, os contratos de sua empresa irão diretamente nos tirar do vermelho. Tate & Cane precisa desesperadamente que esse jantar de negócios dê certo. Depois que todos apertam as mãos e se apresentam, Noah e eu sentamos. O garçom se materializa com a lista de


vinhos e três menus. Eu solicito a carne bourguignon e um copo de Beaujolais Nouveau do ano passado. Dá lhe vinho tinto. O garçom se afasta e eu tomo um gole de água gelada para limpar a garganta seca. Não se preocupe, você tem isso sob controle. — Então, como eu estava dizendo anteriormente no telefone, Tate & Cane está atualmente implementando um plano sólido. — Oh, certamente assuntos de negócios podem esperar até depois do prato principal. — Senhorita Osbourne, ou Estelle, como ela nos disse para chamá-la, interrompe com um sorriso que diz que ela é claramente acostumada a liderar com a situação. — Há quanto tempo vocês dois estão juntos? — Uh... Como vou explicar que estamos na fase de julgamento de um casamento arranjado? Nós começamos a namorar há alguns dias, mas, em certo sentido, estamos mais ou menos... pré-noivos? Eu provavelmente devo apenas fazer alguma coisa. E eu tenho que fazê-lo rapidamente, porque eu já fiz uma pausa por tempo demais. Mas eu também tenho que ter certeza que minha mentira não vai voltar a morder nossa bunda mais tarde. — Desde que podemos nos lembrar, — Noah diz, suavemente cobrindo o silêncio constrangedor. — Nossos pais eram amigos próximos e parceiros de negócios, portanto,


passamos a maior parte da nossa infância juntos. Era para ser. — Como é doce. — Estelle sorri afetada, olhando entre nós com curiosidade. — Na verdade, isso me lembra de uma história de quando nossas famílias passaram o verão juntos... Oh Deus, lá vai. Noah solta uma de suas armas secretas: a bonita história sobre como ele uma vez salvou um cachorro de afogamento em Shinnecock Bay. É um conto velho, descontroladamente embelezado ao longo dos anos, uma garantia de que as mulheres o bajulem e sua calcinha se desintegrem. Eu começo a deixar de ouvi-lo em favor de me concentrar na comida cheirosa que acabou de chegar. Vou deixar Noah ter sua hora do recreio por enquanto. É provavelmente uma estratégia decente para deixar o nosso cliente em potencial tomar algumas bebidas antes de lançarmos nossa proposta de qualquer maneira. Eventualmente, Noah termina sua história em meio a murmúrios de aprovação de Estelle. Eu começo a ouvir novamente quando ele se inclina ligeiramente para ela, sua forma conspiratória, como se ele está prestes a dizer algo íntimo e profundo. Mas tudo o que ele diz é —, diga. . . será que seu nome é em homenagem a Estelle Carmen, a designer de Hollywood? Estelle realmente ri.


— Você e eu sabemos que eu sou velha demais para que isso seja verdade. Ela era apenas uma menina quando eu nasci. Mas eu aprecio a tentativa de bajulação. — Sério? Eu jurava que era ao contrário. —Ele pisca um sorriso de mil watts. — Pare com isso—, diz ela em uma cadência tímida que lhe diz para fazer tal coisa. — Mas estou surpresa que você saiba o nome dela. Você é um estudante de moda, o Sr. Tate? — Estou sempre interessado no que belas mulheres estão vestindo... ou não. — Você deveria ter mais cuidado com a sua fala mansa —, diz ela, repreendendo de brincadeira. O que está acontecendo aqui? Será que de repente eu fiquei invisível para eles? Eu dou um olhar para o nosso garçom, que limpou os pratos principais e perguntou duas vezes se gostaríamos de sobremesa. Ele parece quase tão irritado como eu me sinto, o que é reconfortante e assustador. Pelo menos eu sei que não estou ficando louca aqui, mas eu odeio que as palhaçadas de Noah e Estelle sejam tão visíveis. Com a forma como eles estão continuando, alguém iria supor que eles são velhos amigos. . . ou talvez até mesmo um casal. Eu sou a carta fora do baralho. Os meus únicos companheiros são uma taça de vinho vazia e os primeiros sinais de uma dor de cabeça que se aproxima.


— Desculpe por isso —, digo ao garçom. — Sim, por favor, vá em frente e nos traga o cardápio de sobremesas. E o menu de cocktails também. Obrigada. — Tenho que ganhar tempo para colocar este jantar de volta nos trilhos. . . Eu realmente não tenho nenhuma ideia do que está acontecendo. Noah e eu revimos nosso plano de jogo no escritório apenas algumas horas atrás conversar sobre os números, explicar porque Estelle deve confiar em campanhas de publicidade de sua empresa a Tate & Cane, e conseguir um compromisso, mesmo que

informal. Mas ele saiu

totalmente fora do script. Eles cobriram uma ampla gama de temas do seu bar favorito de sushi (que compartilham o mesmo), para os melhores hotéis de Las Vegas, para a queda do mercado ano passado no qual Parrish Footwear resistiu bastante bem, graças a visão de Estelle, mas nada a ver com como garantir seu negócio. Não há fatos, não há argumentos persuasivos, nenhum reconhecimento de toda a porra da razão que nós viemos aqui hoje à noite. Até agora, eu não consegui falar uma única frase do discurso de vendas que passei três horas preparando. Sem mencionar que a maneira como ele está flertando com ela me faz

querer

vomitar.

Não somos

supostos

namorado

e

namorada? Porque Noah com certeza não está reproduzindo sua parte. Não podemos ir embora esta noite até que tenhamos uma ideia firme se Parrish está ou não conosco, o que


significa que tenho um longo maldito caminho para trilhar. E a primeira coisa que preciso fazer é ter uma palavra com o meu querido doce namorado. De preferência em algum lugar privado, onde o nosso cliente não possa me ouvir arrancar as suas bolas. Eu verifico meu telefone, fingindo que eu o ouvi soar, em seguida, interrompo o seu encontro amoroso com um sorriso. — Querido, eu posso te roubar por um momento? Meu pai acabou de me mandar uma mensagem com uma pergunta importante. Sem esperar por uma resposta, eu empurro para trás a minha cadeira e levanto, agarrando a mão de Noah. Eu o arrasto até a parte de trás do restaurante, perto das portas de vaivém da cozinha. Um garçom que passava nos dá um olhar curioso. — Que porra você acha que está fazendo? — Eu rosno, tentando manter minha voz baixa, apesar de queimar de raiva. Noah pisca em surpresa. Em seguida, um sorriso maroto começa a despontar no rosto. — Não me diga que você está com ciúmes por eu prestar atenção em outra mulher. Isso é tão fofo. Não se preocupe, floco de neve. Você é a única garota para qual eu tenho olhos. Eu o repreendo com uma fúria mal contida. — Não se atreva a tentar flertar para se livrar disso, seu burro egocêntrico. Eu não poderia dar a mínima para onde


seus olhos vão. Estou chateada porque você está fazendo a nossa relação parecer como uma piada, e eu não gosto de estar ao lado disso. Você estava praticamente lambendo o molho béarnaise de seus dedos! Outro

garçom

passa.

Este

parece

divertido.

Eu

realmente não o culpo devemos parecer ridículos, um par de socialites vestidos com esmero e discutindo fora da cozinha. Eu ranjo meus dentes. Eu já estou humilhada e louca o suficiente para que tudo me faça sentir pior. Noah zomba de mim. — Oh vamos lá. É chamado networking. Lubrificação das rodas. Ela sabe que não é nada sério. Eu fiz esse tipo de coisa um milhão de vezes. Por que não estou surpresa? — Isso dificilmente me faz sentir melhor. E nosso garçom parecia confuso com qual casal estava aqui, eu e você ou você e ela. — Quem dá a mínima para o que ele pensa? Ela é a única segurando os cordões da bolsa. Ela é que estamos aqui para impressionar. — Estou pedindo para você se importar com o que eu acho! Ele pisca. — O que? Claro que eu... — Não, você não fez isso claramente, porque senão você não estaria aqui agora ouvindo.


Ele joga as mãos. — Certo, tudo bem. Estou ouvindo. Apenas explique qual é o problema. Eu respiro fundo pelo nariz, tentando acalmar o suficiente para colocar meus pensamentos em ordem. — Me deixe soletrar para você. Foi você quem disse que era

importante,

manter

as

aparências,

fazer

nosso

relacionamento parecer real. E agora você está agindo como o mesmo galinha que você sempre foi. Só que agora, eu estou aqui para cuidar de seus danos colaterais, e é embaraçoso. Você me desrespeitou. Seus olhos atiram abertos. — Eu não tive a intenção. — Não importa! Sua intenção não altera os resultados. Talvez nem te ocorreu que eu teria um problema com suas besteiras. Posso dar o benefício da dúvida. Mas estou aqui agora, dizendo como me sinto. Então, por favor, pare com isso. Ele cobre a boca com uma das mãos, puxando com força, e solta um sonoro suspiro atormentado. — Eu... não pensei nisso dessa forma. Eu estava apenas tentando atrair o cliente. Como sempre faço. Uau, ele realmente parece surpreso. Um pouco chocada, eu deixo a minha voz amolecer. —Bem, se estou em sua vida agora, isso não pode acontecer mais.


— Na minha vida, né? — Ele me considera com uma expressão que eu não consigo ler. — Então isso vai nos dois sentidos, eu acho. Estou na sua vida também? — Parece que sim. — Eu suspiro. — Estamos presos juntos por um bom tempo, pelo menos. Agora eu posso ler seu rosto, os primeiros lampejos do sorriso pecaminoso e familiar. Ele chega para cima, e no começo eu acho que vai para o meu queixo. Mas então ele simplesmente passa o dedo no meu pescoço, pela longa extensão de pele exposta, todo o caminho até a curva do meu ombro. Eu não posso evitar o meu arrepio. — Você faz soar como uma sentença de prisão—, ele brinca. Eu sorrio. Apenas um pouco, mas está lá. Ele se inclina ainda mais perto e pergunta: — Tem certeza de que não estava com ciúmes, afinal? Meus dois copos de vinho podem ter baixado a guarda. Essa é a minha desculpa para o por que, em vez de dizer-lhe para calar a boca, eu admito, — Talvez um pouquinho. — Então eu recupero meus sentidos e adiciono: — Mas isso não muda meu ponto original. Ele levanta as sobrancelhas, mas não diz nada. Minhas bochechas começam a aquecer quando ele me encara. Por que até mesmo perguntar, se ele ia só ficar ali me olhando fixamente?


— O quê? — Eu estou começando a ficar envergonhada de novo, mas é diferente de antes, um toque delicado, quase excitado no meu estômago, em vez de uma virada, um doloroso aperto. E o tom defensivo da minha própria voz intensifica o sentimento. — Nada. Estou apenas um pouco surpreso, isso é tudo. Eu rolo meus olhos em uma tentativa de parar de olhar para ele. —Vamos, não me venha com essa. Você sabe o efeito que tem sobre as mulheres. Com um sorriso completo agora. — Por que você não me diz? — Não. Eu me recuso a jogar de agente de viagens para a sua viagem de ego. — Se você quiser, posso começar. — Antes que eu possa pará-lo, Noah começa listando os prós. — Você é a pessoa mais inteligente, mais esforçada que eu já conheci. Assistir você trabalhar em seu elemento é excitante, tão equilibrada e confiante, a forma como os seus olhos azuis ficam intensos quando você está prestes a rasgar algum pobre idiota. Eu não posso deixar de pensar se você é tão feroz, incansável e criativa na cama. Você é honesta até demais. . . será que o seu corpo é honesto também? Você liberta facilmente o seu prazer? Ou será que você tentaria segurar, e me fazer trabalhar por ele? Acredite em mim, estou pronto para o desafio.


Suas palavras me deixam sem fôlego. O que aconteceu? E porque é que tenho que ficar arrepiada da pior maneira? A conversa metade carinhosa, metade suja atinge um ponto fraco que eu nem sabia que eu tinha. Ou talvez eu só me sinta dessa maneira porque é Noah, que está dizendo essas coisas imundas, doces, olhando para mim com tanto fervor. Sua voz rouca me amacia e me aquece, e de repente eu me sinto tão exposta. Não blindada. Mas não de uma forma ruim, não como um pesadelo de estar nua em uma importante reunião, porque eu sei que Noah nunca iria me machucar.

Ele

nunca

iria

tirar

proveito

da

minha

vulnerabilidade. Ou talvez ele iria, mas apenas das maneiras que eu secretamente desejo. Noah pega minhas mãos, vira as palmas das mãos em sinal de rendição, os polegares esfregando círculos suaves sobre a pele fina macia de meus pulsos. Quando eu não posso reprimir o arrepio que corre através de mim, ele sorri como um lobo. Oh, ele viu a minha reação, tudo bem. Ele sabe exatamente o que está fazendo, e eu odeio e amo isso. — E eu faria qualquer coisa para coloca minhas mãos em seu corpo incrível —, continua ele impiedosamente. — Eu nunca vi uma mulher mais perfeita... cada polegada de você, bunda empinada, seios exuberantes e pernas feitas para envolver em torno de minhas costas. Te beijar a outra noite não foi o suficiente. Eu adoraria assistir a sua expressão


enquanto eu fodo você. Ver você abrir mão do controle, desligar o cérebro e apenas sentir. — V-você não joga justo —, eu finalmente consegui gaguejar. — Hey, não é assim que isso funciona. Elogios, e não insultos. Acredite em mim, eu já tenho uma boa ideia do que você pensa de meus pontos negativos. — Uh. . .— Eu engulo. — Você é muito legal também, mas de uma maneira diferente. Bom com as pessoas, com as palavras e coisas, em vez de números e estratégia. — É por isso que você está corando agora? De certa forma, sim. Mas sua mandíbula esculpida, lábios carnudos e penetrantes olhos escuros são o que fazem as suas palavras verdadeiramente inebriantes. E o fato de que ele ainda não soltou minhas mãos. — Você assume o comando, e às vezes eu odeio isso, mas às vezes. . . é bom ter uma pausa. Seu sorriso se torna maligno. — Oh? Eu vou ter a certeza de fazer uma nota disso. Algo mais? Eu volto para terreno seguro, familiar. Palavras duras, algo que eu possa negar mais tarde como apenas uma brincadeira. — Você está tentando me obrigar a admitir que você tem uma bela bunda?


Mas quando sua única resposta é uma risada sombria de seda, eu percebo o meu erro. Ele não se deixou enganar pelo tom de brincadeira. Por que eu acho que ele se enganaria?

E

figurativamente.

agora

estou

Enquanto

eu

encurralada. falava,

Noah

Literal

e

lentamente

inclinou, pouco a pouco, até que eu possa apenas sentir as cócegas de sua respiração. De repente, ciente do aumento da temperatura entre nós, eu digo. — Não deveríamos voltar? É rude manter a senhorita Osbourne esperando. O olhar de Noah é muito intenso para me desviar o olhar. — A única mulher que estou interessado em entreter agora é você. Eu me afasto uma fração, a necessidade de sair, mas querendo ficar, e eu percebo que minha calcinha já está molhada. Tudo que eu nunca me deixei sentir ou pensar sobre Noah corre para a superfície. Meu corpo não se importa que ele é um idiota juvenil. Eu odeio que a minha libido está totalmente fora do meu controle. Eu odeio que eu sempre tive uma paixão tão perversa sobre Noah. O destino deve estar rindo como louco de mim agora. Noah se inclina ainda mais perto, apenas evitando contato. Eu posso quase sentir o roçar de seus lábios contra os meus, e meu estômago aperta com o desejo. — Continuamos apenas com a primeira base? —, Ele sussurra contra a minha pele. — Ou você quer mais?


Eu não respondo. Eu nem tenho certeza de que posso falar. Eu só molho meus lábios. Esse pequeno movimento é como soltar uma mola. Noah investe para devorar minha boca. Meus joelhos enfraquecem com seu ataque especialista. Seus braços fortes envolvem em torno de mim e suas mãos estão em toda parte, inflamando meus nervos, dedos passando em cada polegada de pele nua. Sinto um flash de frustração que o meu vestido é tão modesto. Eu quero seu toque em cima de mim, sem restrições. Ele puxa nossos quadris juntos e eu sinto sua ereção na minha barriga. Algo selvagem brota através de mim, uma satisfação territorial feroz. Que a sua dureza é toda para mim. Não Estelle, e não qualquer de suas conquistas passadas. Eu sou a única que está fazendo ele se sentir desta forma agora. Tão poderosa necessidade, primordial, aponta diretamente para mim e só a mim. Ele

é

todo

meu.

E

surgem

pensamentos

espontaneamente profundos de uma parte animal de mim que eu nunca percebi que eu tinha. Em chamas, eu pego sua ereção através de suas calças, querendo afirmar o controle e mostrar o meu poder sexual. Mas isso foi um grande erro. . . ênfase em grande. Sentindo o quão impressionante e duro ele está apenas me deixa ainda mais desesperada. Eu gemo e o aperto na palma da minha mão.


— Se você não parar, nós vamos ter um problema—, ele rosna. Eu rio,me sentindo quase tonta de tesão. —Tem certeza que é nosso problema e não apenas seu? Ele

abruptamente

recua,

causando

um

barulho

involuntário de decepção da minha garganta. Mas meu tesão ferve novamente quando ele pega a minha mão e corre em direção ao banheiro mais próximo. Ele me puxa para dentro e fecha a porta. Eu deixo cair a minha bolsa no canto quando ele me empurra contra a parede. Nossas bocas fundem juntas novamente, lábios e língua se movendo como se foram feitas para isso. Nosso ataque se intensifica quando os dedos apalpam na parte de trás do meu vestido. Ele encontra o zíper, o puxa até a metade, em seguida, empurrar as mangas para baixo dos meus ombros, prendendo meus braços. Eu grito em estado de choque, em seguida, rapidamente bato minha mão sobre a boca quando ele se ajoelha e gira a língua ao redor de um mamilo e prende o outro. . . com força. — Sem sutiã esta noite? —, Ele murmura entre lamber e dar mordidas suaves. — Garota safada. Quero explicar que este vestido não funciona com um sutiã. Quero dizer para calar a boca e me foder. Mas tudo o que posso fazer é tremer nas faíscas de sensação que vão dos meus seios direto para o meu clitóris.


— Deus, eles são bonitos —, diz ele em um gemido, tomando meu mamilo na boca. Eu só posso assistir, desesperada, enquanto ele beija meus seios, eu solto gemidos indefesos. — E tão sensível. — Ele se move para o outro, dando um beijo molhado que termina com um som de sucção audível. Ele vai até minha saia e passa os dedos ao longo do centro da minha calcinha. — Assim como eu pensei, — ele murmura. — Gostosa e molhada para mim. Eu abro minha boca para argumentar, mas Noah escolhe esse momento para me beijar novamente. Em seguida, ele levanta o lado da minha calcinha e seus dedos deslizam em mim. Sem brincadeiras ou provocações agora, ele sabe exatamente o que estou precisando. Um longo dedo

me

abre,

me

acariciando,

colocando

apenas

a

quantidade certa de pressão sobre meu clitóris inchado. Murmuro algum gemido ininteligível. A língua de Noah continua trabalhando contra a minha. Em seguida, dois dedos hábeis batem dentro de mim e as costas de sua mão esfregam meu clitóris inchado. Calor surge através de meu núcleo e eu sufoco um grito de alívio. Sim. . . Noah rosna com satisfação possessiva. — Isso é o que eu gosto de ouvir, baby. Essa boceta é minha agora, e nós dois sabemos disso. Eu vou tomar muito cuidado com minha esposa... Sua conversa suja me irrita e deixa meu corpo em chamas, tudo ao mesmo tempo. Eu não sei o que sentir. Eu


não posso pensar em tudo. Eu só fico com Noah, lutando para ficar em pé, enquanto meu tesão se aquece mais e mais. Eu mordo meu lábio com força para abafar meus gemidos. — Porra... Noah... — Eu gemo, esfregando meus quadris com força contra sua mão. Estou tão dolorosamente perto. Só mais alguns segundos. . . Alguém bate na porta. Nós dois congelamentos, eu de topless e segurando os ombros de Noah, Noah com sua mão em minha saia. O absurdo da imagem de repente, me bate. Eu poderia ter rido se eu não estivesse tão à beira de um clímax alucinante e atingida pelo terror. Mesmo com o medo de ser pega gelando através de minhas veias, eu ainda estou queimando. — Se você mover os dedos, eu vou te matar—, eu sussurro freneticamente para Noah. De jeito nenhum eu seria capaz de manter este orgasmo tranquila. Já se passaram seis longos meses desde o último. E eu quero isso mais do que eu quero minha próxima respiração. — Olá? Tem alguém aí? Meu Deus. Essa é a voz de Estelle. A nossa cliente está de pé a menos de três pés de distância, e a mão de meu estúpido namorado sexy ainda está na minha calcinha. — É Noah e Olívia, — Noah diz, soltando uma voz casual perfeita. — Tivemos apenas algumas coisas para conversar. — No banheiro? —, pergunta ela com ceticismo óbvio.


Ela está suspeitando ou apenas confusa? Droga, eu deveria apenas me jogar para fora da janela agora. — Assuntos familiares privados, você entende. Nós vamos apenas levar mais um minuto. Depois de uma pausa de parar o coração, eu finalmente ouço os passos dela se afastarem. — Pare de me tocar —, eu assobio sob a minha respiração. Noah me dá um olhar de hey, não é justo. — Você me disse para não mover meu... — Você sabe o que eu quis dizer, espertinho! Agora saia da minha calcinha! Rindo, ele se retira. — Eu acho que essa é a primeira vez que uma mulher me disse isso. — Se você quer ouvir pior, pode ser arranjado. Agora, me vista. Depois que Noah me ajuda a puxar minhas roupas de volta no lugar, eu me olho no espelho sobre a pia. Jesus, eu pareço um desastre. Batom manchado em todos os lugares, cabelo despenteado. Minha aparência praticamente grita, eu estava fodendo um cara no banheiro! Que maravilha. . . todo o constrangimento público de sexo sem conseguir “realmente ter um orgasmo”. Eu pego minha bolsa do canto, puxo a minha escova de cabelo algumas vezes, em seguida, começo a esfregar meus


lábios. Quando eu aplico uma nova camada de batom, noto que Noah não se moveu de seu lugar. Ele ajeitou a gravata e abotoou sua jaqueta, mas fora isso, ele só estava esperando pacientemente por mim. Ele poderia pelo menos ter a decência de parecer envergonhado por me meter nessa confusão. . . —Você não vai lavar as mãos? — Eu digo. Uma delas estava enterrada na minha você sabe o que, afinal de contas. Com um sorriso malicioso, ele levanta a mão ao nariz e faz um show de cheirar os dedos, inalando meu cheiro, e meu rosto ferve vermelho brilhante. — De jeito nenhum—, ele diz simplesmente. Eu tiro meus olhos famintos a distância e xingo, — Que seja. Vamos apenas voltar para a mesa e espero que não tenha arruinado este negócio. — Uh, querida... Eu olho para ele. — O que? Ele libera uma respiração profunda lentamente pelo nariz. — Se eu voltar lá fora, assim, eu vou ser preso por indecência. Eu sigo o seu olhar, que caiu para a frente de suas calças.


Puta merda. Parece que ele está contrabandeando um abacaxi em sua cueca. — Deixe essa coisa sob controle. Ele aperta os olhos fechados e leva outra respiração profunda. Quando seus olhos abrem novamente, ele parece um pouco mais composto. —Vamos voltar. À medida que saio do banheiro, eu tento me recompor. Com Estelle na minha mira novamente, fico com a minha cabeça de volta no modo de trabalho. Claro, Noah pode ser injustamente atraente, e agora eu sei que ele é bom com as mãos também, além de ser um beijador mais que habilidoso, eu ainda preciso ficar gelada aqui. Ele é um arrogante playboy imaturo, que não leva os negócios a sério o suficiente. Portanto, mantenha a cabeça no jogo, Olivia, eu me lembro. Mas a dor insatisfeita entre as minhas coxas é quase demais para suportar. Este jantar será definitivamente a noite mais longa da minha vida.


— Bem, isso correu bem —, eu digo quando eu manobro a minha elegante Tesla preta para fora do estacionamento. Eu dou uma acelerada modesta e nós voamos na rua. E sinto nas alturas, tanto como um presunçoso pode ser, e eu não dou a mínima agora. Nem mesmo a maneira como meu pau está doendo como um filho da puta pode estragar meu humor. Olivia me lança um olhar questionador, e eu sei que ela está se perguntando o que eu estou me referindo, a reunião de negócios com o novo cliente que provavelmente vai dar certo, ou a minha parte favorita, quase dando a ela um orgasmo no banheiro. Meu corpo ainda está preparado e pronto para dá-lo. — Eu não posso acreditar que você não lavou as mãos —, ela diz.


— Eu posso nunca lavar essa mão de novo. — Eu sorrio e faço um gesto obsceno com os dedos. Ela se afasta de mim com um xingamento e olha pela janela em silêncio o resto do caminho de casa. Quando chegamos, a cobertura está escura e silenciosa e meus hormônios ainda estão furiosos. Olivia coloca sua bolsa e telefone celular sobre a mesa de entrada, em seguida, se vira, ficando de costas para mim. — Você abre meu zíper? Eu arrasto o zíper para baixo em suas costas, deixando meus dedos passarem por sua pele, apreciando as covinhas gêmeas no final das costas e a parte superior de sua calcinha rendada. Tortura. Isso é pura tortura. Tendo uma chance, eu inclinar para frente e dou um beijo suave contra a parte de trás do seu pescoço. — Nós poderíamos terminar o que começamos no restaurante. Sua respiração acelera e posso praticamente cheirar sua excitação. Eu sei que sua calcinha ainda está molhada. A ideia de tocá-la mais uma vez quase me enchia de desejo. — Provavelmente não é uma boa ideia. Devemos manter isso estritamente profissional a partir de agora. Temos de nos concentrar no negócio, você não acha? Mas ela soa um pouco insegura, e isso é tudo que eu preciso. Ela me diz que é apenas uma questão de tempo até


eu conseguir o que quero. E o que eu quero é sua boceta apertada em volta do meu pau, onde eu possa meter por horas. Dias, mesmo. —Você estava tão perto lá. Eu podia sentir sua vagina segurando meus dedos, o clitóris inchado pulsando com cada batimento cardíaco. Você estava prestes a gozar —, eu sussurro. O calor da minha respiração envia uma onda de arrepios pela parte de trás do seu pescoço. Eu conheço o corpo de uma mulher bem, sei ler todos os sinais, e tudo sobre Olivia está pulsando, dizendo que ela precisa ser fodida. Jogada na cama, e adorada como a deusa que ela é. — Noah... —Sua voz é quase um gemido, e meu pau endurece instantaneamente. — O que você faz para se divertir, Floco de Neve? Tudo não pode ser sobre trabalho. Às vezes, desligar um pouco é uma coisa boa. — Para tudo há um tempo. — Ela endireita sua postura. — E esse é o momento de nos concentrarmos e focarmos no negócio, e não brincar de nos agarrar como adolescentes. Eu tenho certeza que é um conceito estranho para você, mas... — Acredite em mim, estou focado em Tate & Cane. Mas os negócios são para o horário de trabalho. Após o horário comercial é para brincadeiras. E no caso de você não perceber... — Eu passo um dedo por sua espinha, demorando na cintura de sua calcinha. — Está escuro lá fora. E nós somos dois adultos responsáveis.


— Dois? Tente contar de novo. A princesa de gelo dá um passo para longe de mim e vai para o quarto, onde eu vejo um último vislumbre de suas costas nuas e quadris antes dela fechar a porta. Eu posso apenas imaginar o seu vestido escorregando para baixo de suas longas pernas, o tecido reunindo em torno de seus pés ainda de salto alto, a bunda gostosa coberta apenas com um pedaço de renda... Deus. Porra. Droga. Eu junto os dedos pelo meu cabelo e solto um suspiro de frustração. Por um segundo, eu não sei se estou frustrado porque eu estou com tesão e insanamente atraído por ela, ou porque ela está tornando impossível para mim ganhar a nossa aposta. Não. Foda-se isso. É só porque eu quero ela. Eu quero levá-la em meus braços e entender que nós realmente poderíamos ter algo aqui. Ela é tão teimosa. E seu sonho secreto de um casamento romântico. Eu posso não ser sua primeira escolha, mas eu quero pelo menos encontrá-la no meio do caminho, como mais do que amigos. Eu só vou ter que encontrar uma maneira de conseguir isso e manter todos felizes. Por agora, eu vou até o banheiro e fecho a porta atrás de mim. Eu não tranco... apenas no caso de haver uma pequena chance de Olivia mudar de ideia. Eu solto o meu cinto e puxo para baixo as minhas calças apenas o suficiente para libertar


meu pau dolorido. Então eu passo um pouco de sua loção perfumada em minha mão e começo a me acariciar. Seu

delicioso

perfume

feminino

me

rodeia,

e

as

sensações de formigamento ao longo da minha espinha significam que isso não vai demorar muito. Pela segunda vez esta semana, eu estou me masturbando, desejando que fosse sua mão pequena e delicada em seu lugar. Memórias de hoje à noite no restaurante piscam em minha mente como um sonho erótico. Deus, ela estava tão pronta depois de apenas alguns minutos de brincadeira e beijos.

Seus

mamilos

rosados

estavam

apertados

em

pequenos gomos, e quando eu os chupei e lambi, eles enrugaram contra a minha língua. Ela tinha um gosto tão doce e deu os melhores gemidos suaves que eu já ouvi. E então quando eu escorreguei meus dedos em sua calcinha, eu meio que esperava que ela me falasse para parar, só que ela não fez. Em vez disso, ela abriu ainda mais as pernas. O menor movimento possível, mas eu estava tão em sintonia com ela, que eu notei. Ela queria que eu a tocasse. Queria isto tanto quanto eu. Ela estava quente, úmida, doce perfeição sedosa. E quando eu coloquei dois dedos dentro, eu quase gozei logo em seguida. Sua vagina estava tão apertada, ela agarrou meus dedos e sugou eles, ávida para me foder. Tremo só de lembrar. Tão perfeita. Bonita. Inteligente. Sensual. Ela é o pacote completo. Mais algumas bombeadas e eu gozo com um grunhido.


— Você tem certeza sobre isso? —, Pergunta Olivia. Seu olhar vagueia sobre as duas dúzias de pessoas espalhadas por todo o gramado de Rosita. As pessoas estão rindo e conversando em pequenos grupos, e pop mexicano toca de uma caixa de som. A cerca de arame separa seu quintal de uma loja de auto atrás de sua casa. Uma única árvore está no centro com uma piñata festiva pendurada em um galho. — Claro. Isso vai ser ótimo. Vamos lá. — Eu a puxo em direção a Rosita e a menina aniversariante, Maria. Eu caio de joelhos na frente dela. — Uau. Trinta e seis hoje, hein? Ela

balança

a

cabeça,

suas

tranças

balançando

descontroladamente. — Não. Eu faço sete! —, Ela solta. — Ah, sete. Bem, feliz aniversário. —Eu dou uma piscadela e ela franze o nariz. Ela definitivamente ainda está na idade em que os meninos são nojentos. — Isso é um vestido muito bonito. Ela olha para seu vestido rosa-choque com bordados decorativos de cor tangerina. — Obrigada. Minha mãe quem fez. —Ela sorri para Rosita. Quando eu me levanto, dou a Rosita um abraço.


— Tudo parece ótimo. Obrigado por nos convidar. — Claro, mi amor. Obrigada por terem vindo —, ela diz para mim e para Olivia. É uma casa que fica há uma hora em direção a Jersey, mas vale a pena a viagem. — É claro—, Olivia ecoa, seu sorriso apenas um pouco cauteloso. Ela está, obviamente, fora de seu elemento aqui, mas tentando o seu melhor para lidar com isso. — Por favor, se divirtam. Há muito o que comer, e as bebidas estão lá dentro. Eu examino a mesa de piquenique que está tão lotada de comida, não há uma polegada de mesa que não esteja ocupada. Empanadas, carne assada, arroz com frango, um monte de coisas que eu não reconheço, mas terei que provar, e um belo bolo de três andares no centro de tudo. — Você fez o suficiente para alimentar um exército—, eu digo com uma risada. — Minha família tem grande apetite. — Rosita sorri ironicamente para mim. Eu entrego o meu saco com o presente a Rosita. Tem um par de livros em espanhol para Maria. Eu sei que manter a cultura de sua família viva e garantir que seus filhos sejam bilíngues é importante para Rosita. É algo que ela e eu conversamos antes, e eu acho que é muito inteligente. Qualquer um que conheça duas línguas terá uma vantagem no mundo dos negócios, quando chegar a hora.


— Oh, você não tem que trazer um presente. A sua presença aqui é suficiente. Eu balancei minha cabeça. — Claro que eu trouxe um presente. Que festa de aniversário é completa sem uma grande pilha de presentes? O sorriso de Rosita cai ligeiramente. — As coisas estão um pouco apertadas agora. Fiz os presentes de Maria eu mesma este ano. Oh merda. Eu queria fazer um comentário brincalhão, não chamar a atenção para a pequena pilha de presentes. — Esta tudo bem? Rosita assente. — Com toda a incerteza no trabalho agora, estou tentando esticar o nosso orçamento e guardar um pouco na poupança. Apenas no caso de... Seus olhos passam entre eu e a Olivia como se estivesse à procura de respostas. Como ela tem seis filhos, seu orçamento não tem muito espaço de manobra. Eu pego as mãos de Rosita na minha e dou um aperto. —Tudo vai ficar bem, eu prometo. Eu vou me certificar disso. Olivia mexe desconfortavelmente perto de mim. Mesmo com toda a tensão sexual entre nós, ainda temos um trabalho a fazer. E isso nunca foi mais evidente do que agora.


— Chega de falar de tudo isso, — Rosita diz, mostrando seu o sorriso novamente. — Vocês dois vão se divertir. — Ela se afasta, indo em direção a seu primo, que eu conheci na festa de Natal do ano passado. —Você está com fome? —, Pergunto a Olivia. A comida cheira incrível, e Rosita é uma incrível cozinheira. Estou pensando em provar cada prato sobre a mesa. Talvez duas vezes. Ela balança a cabeça. — Morrendo de fome, na verdade, mas eu não tenho certeza. — Sua testa vinca, enquanto ela olha para os pratos coloridos. — O que está errado? Ela olha em volta. — Estou apenas procurando por uma faca e garfo. Eu percebo que ela está cautelosa em derramar comida na sua blusa cara. — Vamos, eu vou ajudá-la. A primeira vez que vim aqui, eu mordi um burrito e derramei o seu conteúdo em todos os lugares. Parecia que um bebê fez merda em todo a minha camisa Armani. Não conseguia parar de rir. Ela me olha com ceticismo. — Rosita me ensinou a maneira correta de dobrar meu burrito. Há um truque para isso. Eu vou te mostrar. Ela balança a cabeça e me segue para a mesa.


Nós enchemos nossos pratos com carnes marinadas, cebolas grelhadas, arroz, feijão e tortilhas. Em seguida, voltamos para uma segunda rodada dos nossos pratos favoritos. Olivia me impressiona com o seu apetite saudável e espírito aventureiro. Após o almoço, conversamos e socializamos com a família e amigos de Rosita. Mesmo Olivia diz que está gostando da festa, e eu acredito nela, ela permanece bloqueada ao meu lado durante toda a tarde, tendo uma conversa educada e sorrindo nervosamente. De todas as coisas incríveis que ela é, “borboleta social” não é uma delas. Eu posso dizer que ela se sente deslocada em suas sandálias de seiscentos dólares, blusa de seda e relógio de diamantes incrustados. Eu ainda não sei por que ela não vestiu algo menos formal. Ou esta é a roupa mais casual que ela tem em seu armário? Talvez ela apenas seja incapaz de se vestir mais casualmente; ela está sempre bem cuidada dos pés à cabeça, o epítome da beleza sofisticada. Eu certamente não vou reclamar. Ela e eu não crescemos assim, com festas de quintal casuais e pratos de papel e latas de cerveja. A vida da alta sociedade definitivamente tem suas vantagens, mas dada a escolha entre beber o melhor Scotch sozinho e beber cerveja barata em meio a risadas amigáveis, eu vou escolher isso toda vez. Mais tarde, quando a dança acaba, eu levo Olivia para a casa.


— Agora precisamos de um Cuba Livre. — Eu vou para dentro, mantendo uma mão na parte inferior das suas costas para tranquilizá-la que eu não vou deixá-la para cuidar de si mesma. — Não é apenas rum e Coca-Cola? —, Ela pergunta, cética. —Sim, mas é Coca-Cola mexicana, feito com açúcar de verdade, não esse falso xarope de milho de merda, e o rum... Cristo, espere até você provar isso. Eu encho dois copos com gelo e depois a mistura de rum-e-coca que Rosita tem pré misturados em um grande jarro. — Hum— Olivia geme quando ela engole seu primeiro gole efervescente. — Um brinde—. Eu olho para ela e toco a borda do meu copo no dela. — À que? —, Ela pergunta. — A nós—, eu digo, meus olhos persistentes nos dela. — Noah... —Ela mastiga o lábio inferior. — Você sabe que isso não pode funcionar, certo? — Seu tom é sombrio. — Como que não vai. Na verdade, nós realmente precisamos ficar noivos em breve. Talvez seja porque estou me sentindo jovial e um pouco tonto, mas eu defendo meu território, meus olhos ainda persistentes nos dela. Eu penso que tipo de proposta eu vou planejar, apenas uma reunião formal de negócio em que


acordamos sobre os termos, ou um pedido romântico, onde eu me ajoelho e prometo fazer isso da melhor forma que posso para ela. Olivia olha para o chão. — Eu apenas não estou pronta para isso ainda. — Eu já senti isso..., mas você pode tentar. — Eu me inclino ainda mais perto, a deixando sentir o calor do meu corpo, a minha altura elevando-se sobre ela. — Tentar? — Sim, tentar. — E como você propõe que eu faça isso? — Ela está tentando o seu melhor para soar confiante, mas seu tom está instável. Me sentindo ousado, eu sorrio para ela. — Você se afastou na noite passada. Você poderia me beijar, me tocar, se abrir para mim, fazer amor comigo. — O que, aqui? — Sua voz se eleva e as sobrancelhas também. — Eu me contentaria com um beijo. — Eu fiz isso antes, ou você esqueceu? —

Esqueci?

Floco

de

neve,

eu

regularmente com a memória dele. Suas bochechas ficam rosa brilhante. — Está brincando, não é?

me

masturbo


— Estou falando sério. Faz você se sentir desconfortável saber que durante a noite, no escuro, eu masturbo meu pau com força pensando em sua atitude atrevida, boca esperta e peitos lindos? Sua boca cai aberta. Suas bochechas estão flamejantes agora. Prossigo. — Um beijo. Cristo, você pode até mesmo acabar se divertindo hoje. — Estou brincando com ela, porque eu posso dizer que mesmo que ela estava tensa e tímida quando chegamos, ela se divertiu hoje. Ela só precisava de um pouco de tempo para se sentir em casa. Colocando uma mão na sua cintura, eu a puxo uma fração mais perto. Sua respiração fica rápida e seus lábios abrem, seja em surpresa ou porque ela está se preparando para o meu beijo, eu não tenho certeza. Eu abaixo a minha boca na sua, sentindo o calor de sua respiração sobre meus lábios, meu pau começa a inchar, quando um grito alto perfura o silêncio. — Picada de abelha chegando—, Rosita fala, carregando a menina aniversariante chorando pela cozinha. Me afasto de Olivia, eu abro um espaço no balcão. — Senta ela aqui. Lágrimas caem dos olhos de Maria quando soluços silenciosos saem de seu peito.


— Shh. Eu vou fazer você ficar bem, como nova, princesa —, digo a Maria. Olivia e Rosita pegam o material de primeiros socorros enquanto eu distraio Maria com uma história do tempo que eu vagava em uma colmeia. Olivia me observa trabalhar com um olhar silencioso, contemplativo, e eu não posso evitar, mas pergunto se ela teria me deixado beijá-la. Trazê-la aqui hoje não foi um erro. Na verdade, devo dizer que pessoas como Rosita e está menina são uma das principais razões por que Olivia e eu temos que fazer isso funcionar. Nós temos que conseguir.


Querido Deus, observar Noah com Rosita, e mais ainda, com a pequena Maria? Meu ovário entrou em combustão. Eu preciso manter a calma. Porquê de outra forma? Eu poderia facilmente me ver perder a cabeça sobre este homem.


Olivia é sempre tão formal, bem vestida em saias e blusas sob medida, perfeita da cabeça aos pés. Ela só me faz querer bagunçá-la, a deixando suja. Eu ajo como se eu não notasse a sua roupa de trabalho, mas é claro que isso me afeta.

Sou

apenas

um

homem.

Um

homem

que

aparentemente tomou um voto de celibato desde que começamos nosso falso namoro, ou o que é que for que estamos fazendo. Deus, o que estamos fazendo? Qualquer noite normal de sexta-feira, eu estaria fora com Sterling perseguindo uma mulher. Em vez disso estou sentado em casa de moletom com uma cerveja e meu tablet, fazendo coisas que eu nunca pensei que faria, tal como olhar a minha árvore genealógica e ler artigos aleatórios na CNN. É agradavelmente relaxante. Mas ter Olivia aqui, no meu espaço pessoal, em nosso espaço compartilhando o tempo todo está ficando difícil não


me distrair. Como agora, ela está em uma cadeira da mesa de jantar, com as pernas dobradas debaixo dela, um par de óculos de armação preta quadrados equilibrado em seu nariz delicado enquanto ela olha para seu laptop. É incrivelmente adorável. Ela sempre usa suas lentes de contato, e eu raramente a vi assim. É bom saber que está confortável o suficiente para baixar a guarda comigo. E sua blusa sem gola que abraça suas curvas, com botões pequenos que pontilham o vale entre os seus seios? Não sei o porquê daqueles pequenos botões me fascinarem. Eu quero desfazer cada um, tirar a blusa dela e mordiscar de um redondo seio para o outro. — O que devemos fazer para o jantar, Floco de Neve? — Eu falo para a sala de jantar, onde ela está digitando ocupada em seu laptop. — Hmm? —, Ela pergunta, seu olhar tomando um momento para vir ao longo do meu. — São sete horas, — digo a ela. — Oh, bem, não sinta que você tem que ficar em casa e atender a mim. Você pode sair ou o que quiser. Ela mastiga o lábio quando ela diz isso, porém, algo em mim sabe que ela ficaria chateada se eu saísse sem ela. Cristo, eu me sentiria da mesma maneira. Há uma certa paz que vem com o trabalhar duro com ela toda a semana, e agora relaxarmos juntos. — Estou de pijamas. Eu não vou sair. —Eu rio com ela.


— Certo. — Ela me dá um olhar malicioso. — Então... pizza? Ela

normalmente

come de forma saudável, e eu

também, na verdade, mas eu gosto que ela não se importa de relaxar e desfrutar de algo apenas porque quer. — Hmm, eu não sei. — Eu esfrego meu queixo. — Eu acho que é o verdadeiro teste de casamento, será que podemos concordar sobre os mesmos sabores de pizza. — Ok. — Ela faz um gesto para eu ir em frente. — Você primeiro. Eu balancei minha cabeça. — Ao mesmo tempo. Nossos olhares se cruzam e ela abre a boca. — Al... — ela começa. — Alcachofra—, eu digo. Ela sorri para mim. — Exatamente. — E talvez calabresa? Ela ri. — Certo. Por que não? Variedade é o tempero da vida. Talvez seja sobre isso que o casamento é, não ter a mesma opinião em todos os pontos, mas aprender a fazer concessões.


Eu a chamo longe de seu computador quando a pizza chega, acenando com a pizza quente e duas garrafas de cerveja geladas na frente dela. — Meu Deus, isso é bom —, diz ela, momentos depois, gemendo com uma fatia de pizza, estilo nova-iorquino. Concordo com a cabeça. Quem adivinharia? Alcachofras não são de todo ruim. — Aqui. — Eu entrego um guardanapo para a mancha de molho sobre o lábio inferior. — Eu limpei? —, Ela pergunta. — Sim. Cada um de nós desfrutamos de uma segunda fatia e um

silêncio

confortável

está

entre

nós.

Quando

nós

terminamos, eu levo os pratos para a cozinha e volto para a sala de estar. Olivia lambe o dedo, inclinando para trás contra o sofá. Eu a observo de uma forma que um artista estuda sua musa. Todo esse tempo, eu continuo à procura de sinais, fico me perguntando se isso poderia realmente funcionar, e enquanto eu não estou mais perto de uma resposta, algo novo tem tomado forma. Eu gosto de estar perto dela. Fico ansioso para o nosso tempo juntos. Antes de eu ficar todo piegas, eu decido mudar de assunto para algo mais leve.


— Então... —Eu me inclino mais perto. — Este período experimental, fazendo as coisas comigo, tudo isso. Quais são seus pensamentos até agora? — Objetivamente falando? —, Ela pergunta, sua boca torceu levemente. — Claro. Eu gostaria de avaliar o meu desempenho até agora como um falso namorado. — Não tem sido tão ruim quanto eu imaginei. — Sua voz é suave, e ela está olhando para as próprias mãos. As palavras de Camryn sobre Olivia sempre querendo se apaixonar avassaladoramente gritam alto na minha cabeça. Eu posso não ser capaz de dar tudo, mas eu sei que posso ser um bom co-CEO, um bom amigo e um bom amante. Se ela me deixar. Talvez isso não seja suficiente, mas é o que eu tenho para oferecer. — Venha aqui—, murmuro, puxando-a mais para o meu colo. Olivia obedece, sentando em minhas coxas, e senta no centro-logo acima do meu pau muito interessado e semiereto. Eu me pergunto se ela ainda está processando as minhas palavras da festa de aniversário, quando eu pedi a ela para tentar. — Mais perto.


Ela vem para a frente até que nossos lábios estão a milímetros de distância e seu centro quente é nivelado com a minha virilha. Eu me inclino e tomo sua boca, começando suavemente a princípio, para não assustar, minha princesa tímida. Seus lábios se abrem para mim e eu levo o meu tempo, explorando sua boca com a minha língua, chupando seus lábios e mordiscando levemente. O minúsculo gemido de satisfação de Olivia faz meu orgulho inchar, bem como outras coisas. Ficando ousada, ela circunda meus quadris, e eu coloco as duas mãos na sua cintura, pedindo a ela para moer em cima de mim. Ela faz mais forte dessa vez, e eu fico gemendo quando meu eixo agora completamente duro é tratado com sua fricção quente. Tirando a minha boca longe dela, eu a olho. Esses pequenos óculos empoleirados no nariz, peito corado e ofegante, e esses botões tentadores esticados sobre os seus seios. Ela é linda assim. — O que foi? —, Ela pergunta, um pouco sem fôlego. — Por que você parou? —Eu só estava pensando. Talvez eu possa ser útil. Ela semicerra seus olhos. — O que significa? Pego seus quadris e os posiciono direto sobre o cume firme em minhas calças.


— Se você gostaria de me montar, liberar toda a frustração do trabalho, enquanto você levanta e abaixa no meu pau, eu aceitaria. — Será que você faria agora? — Seu tom é leve, provocativo. Eu dou de ombros. — Eu me voluntaria para o sacrifício. Ela ri, profundamente e gutural, e é maravilhoso. — E você ganha a nossa aposta? De jeito nenhum. —Ela balança a cabeça. — Ok, então, vamos chamar os bois pelos nomes, porque já quebrou essa regra de primeira base quando eu coloquei meus dedos em sua delicada flor no restaurante. — Você acha que minha flor é delicada? — Eu acho, na verdade. Eu acho que, apesar do disfarce de garota durona que usa, você é realmente doce, suave e macia por dentro Suas bochechas ficam rosa e ela olha para baixo. — Você sabe que eu não faria nada para machucá-la, certo? Ela balança a cabeça sem hesitação. Isso é bom. Isso significa que ela está começando a confiar em mim. Talvez seja um começo.


Todo o nosso edifício vibra com a atividade. Mesmo com a porta do escritório fechada, eu posso ouvir o zumbido baixo e constante das conversas e passos rápidos e telefones tocando. Eu gosto desse ruído; isso me ajuda a ser produtiva, e me diz exatamente quantas pessoas estão trabalhando com afinco ao meu lado. Contra

todas

as probabilidades,

conseguimos

um

pequeno contrato com a Parrish Footwear, mais um período de experiência do que qualquer coisa, e também conseguimos trazer de volta um cliente antigo. Mas será o suficiente? Não temos tempo para quaisquer passos em falso. E nem todo mundo está fazendo o seu melhor esforço. Eu atualizo minha caixa de e-mail e fico irritada. Droga, Harrison ainda não me enviou o resumo de despesa. Pedi ontem à tarde, e novamente quando cheguei às sete da manhã. O que ele vem fazendo todo esse tempo? Essa


informação é muito fácil para ele obter, deveria levar no máximo 15 minutos para tê-la e enviá-la. Eu considero mandar um e-mail a ele uma terceira vez, em seguida, decido não mandar. O tempo de reconsiderar já passou. Eu quero que ele se explique pessoalmente. Talvez Noah estivesse certo sobre ele o tempo todo. Eu disco para o departamento de contabilidade e peço a secretária de Harrison para mandá-lo para cima. E enquanto espero

por

ele

chegar,

tenho

uma

conversa

muito

esclarecedora com ela sobre sua agenda recente. Ele bate na minha porta cinco minutos depois. Harrison está em seus vinte anos, e tenho certeza que muitas meninas o acham atraente. Mas, para mim, ele é na maior parte apenas normal. O tipo de cara que as pessoas passam na rua todos os dias e nem se lembram. Bom trabalho. Modestos,

boa

aparência,

inteligência

média.

Nenhum

diferencial ou charme como Noah. Espera, por que estou pensando em Noah? Quando Harrison entra, ele fecha a porta do escritório atrás dele. Ele pode dizer que está prestes a ser mastigado? Ou será que ele apenas quer privacidade para fazer um outro avanço sobre mim? — Olá, Olivia—, diz ele. — Você está linda como sempre. Eu deveria saber.


— Existe alguma razão pela qual você ainda não concluiu o trabalho que eu pedi ontem? — Pergunto com meu tom gelado. Ele pisca. — Eu... tinha outras coisas em minha agenda. — Diante de um pedido de prioridade máxima de seu CEO? — Alta prioridade? Eu não sabia que era tão urgente. Clico em minha pasta de mensagens enviadas, viro a tela do meu computador para mostrar a Harrison nossa troca de e-mail recente, e aponto para a minha última frase. — Você pode ler isso em voz alta para mim? Ele se inclina para olhar de soslaio para a tela. Relutantemente, ele recita: — Por favor, envie o mais rápido possível. Eu preciso deste relatório para concluir a elaboração de nosso novo orçamento antes da reunião de progresso na quinta-feira. Então seus olhos voltam para mim. — Olha, eu sinto muito, mas tenho que atender as solicitações na ordem em que entrar. Primeiro a chegar, primeiro a ser servido é a única maneira justa. — Se você pode se dar ao luxo de chegar tarde, ter almoços de duas horas, e sair mais cedo todos os dias, você pode perder quinze minutos para me enviar um relatório que pedi duas vezes. — Eu giro a tela de volta. — Dada a crise atual da empresa, a maioria das pessoas no seu nível de


gestão estão tendo horas extras recentemente. Eu não vou pedir para fazer isso, porque eu respeito a vida privada dos meus funcionários, mas se você quiser continuar tendo um salário a tempo integral, você vai trabalhar em horas de tempo integral. Estou sendo clara, Sr. Ridgefield? Seus

olhos

se

arregalam,

ele

lambe

os

lábios

nervosamente. — S-Sim, senhora. — E a próxima vez que você não puder terminar algo com a rapidez que eu preciso, você deve me dizer para que eu possa encontrar alguém que possa. Não apenas deixe as minhas mensagens sem resposta em sua caixa de entrada, enquanto eu me pergunto o que no mundo está acontecendo com o seu departamento. — Sim, senhora—, ele repete. — Eu vou. Eu sinto muito. Você vai ter o relatório até ao final do dia. Concordo com a cabeça em reconhecimento. — Obrigada. Antes do almoço, se você puder. — E se você não puder, é melhor você ter uma maldita boa desculpa. Ele se vira e começa a se afastar. Mas no último segundo, com a mão na maçaneta da porta, ele faz uma pausa para olhar para trás. Eu sinto um lampejo de irritação. Basta ir fazer o seu trabalho e me deixe] fazer o meu. —Um, falando do almoço... — Ele esfrega o seu pescoço timidamente, como se isso fosse me acalmar. — Eu me sinto


mal sobre este mal-entendido. Me deixe levá-la hoje para compensar isso. Eu dou um olhar fulminante para ele. — Este é a quinquagésima quarta vez que você me convida para comer com você desde que nos conhecemos. Eu mantive a contagem. Minha resposta sempre foi e sempre será não. Então, ao invés de tentar me distrair com seus fracassos por dar em cima de mim, eu sugiro que você desvie um pouco dessa energia para seu trabalho. Ele se recompõe, suas narinas dilatadas queimam. — Com licença? Dar em cima de você? Você não pode simplesmente sair por aí atirando acusações como essa. O assédio sexual é um grave. — Eu posso fazer o que eu considere necessário, — eu estalo. — Eu tenho tolerado suas desculpas por tempo suficiente. Esta empresa está oscilando à beira do abismo, e se quisermos ter alguma chance de recuperar isso, eu preciso ver alguma atitude substancial. Eu travo meus olhos com Harrison, desafiando a me desafiar. Ele precisa entender que eu não sou apenas a filha do patrão mais e muito menos alguma estagiária ingênua cuja blusa ele pode puxar para baixo, enquanto ele finge ajudá-la. — Mas se você não está interessado em ajudar a salvar o seu trabalho, então se mantenha testando minha paciência, de qualquer forma.


Nossa disputa de olhares dura quase vinte segundos. Finalmente, seu olhar castanho vacila. Ele parece confuso e mais do que um pouco chateado, mas eu acho que consegui colocar o temor de Deus nele. Então, novamente, só o tempo dirá se ele realmente entendeu a mensagem. Eu solto um suspiro de alívio assim que ele se foi. É minha primeira vez chamando a atenção de um empregado, e foi tão bem quanto poderia. Mas o encontro ainda me deixou irritada e fora de foco. Com a minha pressão arterial já alta, eu suprimo um acesso de raiva quando vejo uma nova mensagem no meu email. É de Camryn, como a chefe da recém-formada equipe de mídia social da Tate & Cane, oferecendo sua “top dez dicas” para treinar consultores para contratar. Eu nunca ouvi falar deste projeto. Se eu tivesse, eu queria ser responsável por ele. Como eles estão já na fase de contrato? E porque é que está chegando à frente da estimativa de despesa que eu realmente pedi? Será que o universo simplesmente não quer que eu termine este orçamento hoje? Espere um minuto... talvez eu tenho uma ideia do que se trata. Noah e eu revisamos o tema da formação de mídia social há alguns dias atrás, mas eu não acho que nós realmente tomamos uma decisão firme sobre qualquer coisa. Essa

discussão

foi

apenas

uma

Evidentemente, ele não viu dessa forma.

discussão...

certo?


Eu ligo para a secretária de Noah, apenas para ser lembrada que ele está fora em algum brunch executivo tentando atrair de volta alguns clientes mais velhos. Muito impaciente para esperar, eu ligo para o seu celular pessoal em vez disso. Ele toca seis vezes antes de Noah responder: — Sim, querida? — Eu posso ouvir os motores dos carros e o vento impetuoso no fundo; ele deve estar no seu caminho de volta já. — Desde quando a equipe de Camryn está pesquisando consultores? —, Pergunto. — Desde que precisava contratar algum. E uma vez que sua equipe é, a última vez que verifiquei, encarregada das questões de mídia social. — Você sabe o que eu quero dizer. Por que você deu a ela um cartão verde em um projeto que nunca terminamos de discutir? Por que isso foi priorizado sobre minhas outras tarefas? E por que ela está administrando em vez de mim? Noah faz um barulho que soa incrédulo e muito parecido com uma gargalhada. — Você está falando sério? Você queria ser uma caçadora de talentos? — Por que não? É uma decisão importante. Por que você está rindo de mim? Ele suspira ao telefone com uma onda estática.


— Me deixe perguntar algo. Você acha que Camryn é uma idiota? — Claro que não. — Eu suspiro. — Como você pode dizer isso? Ela é minha melhor amiga. — Porque você não parece ter muita fé em sua competência. Pelo amor de Deus, Olivia, aprenda a delegar. Seu tempo é muito mais valioso do que isso. Ou você ou eu temos que assinar a decisão final de qualquer maneira, então qual o problema? — Papai sempre me ensinou que a melhor maneira de se ter algo bem feito é fazê-lo sozinho. Outro ruído de incredulidade, este mais como um escárnio total. — Surpreendente. Você é uma maníaca por controle. — Eu não teria que ser se eu pudesse confiar nas pessoas para me ajudar a manter tudo sob controle! — Em algum lugar no fundo da minha mente, eu sei que estou sendo irracional, mas eu perdi temporariamente minha capacidade de me importar. — Só acalm...-— Alguém explode a buzina e Noah xinga sob sua respiração. — Olha, eu realmente não posso falar agora. Estarei de volta em dez minutos e podemos discutir isso. Ele desliga. Eu deixo cair o telefone no gancho e massageio minha testa. Cristo, eu não sei quanto mais de


desorganização eu posso ter em um dia. Isso vai me dar uma úlcera. Depois de alguns minutos tentando me acalmar, eu desisto e empurro para trás minha cadeira. Espero que um pouco de caminhada e uma mudança de cenário vá ajudar. Eu vou para a geladeira perto da recepção e me sirvo de um copo de água gelada. Uma enorme bolha sobe através do galão com um sonoro bloop. Não pela primeira vez, eu me pergunto como uma pequena quantidade de líquido cria uma grande bolha. Meu tempo está quase esgotado, e eu ainda não estou nem perto de saber com certeza se Noah e eu iremos realmente

funcionar

como

um

casal.

Claro,

nós

compartilhamos alguns momentos doces, e alguns quentes também. Houve alguns de ambos na festa de aniversário de Maria neste fim de semana. No começo, eu senti como se estivesse invadindo sua reunião familiar privada. Eu mesma não fui convidada, afinal. Eu era apenas a namorada de Noah, quem leva um acompanhante para uma festa de criança, de qualquer maneira? Noah, porém, foi tão reconfortante, e todo mundo me acolheu de braços abertos. Algum carisma de Noah deve ter passado para mim. Embora eu poderia ter feito sem pequenas piscadelas de reconhecimento de Rosita. Mais uma vez, lembrei de uma mãe coruja orgulhosa de seu filho. Noah é definitivamente parte da sua família. Ele fez


questão de recuperar o atraso com todos na festa, não apenas o geral “como está o trabalho?” Que é uma espécie de quebra-gelo, mas questões específicas, como “Seu primo está com a perna engessada ainda?” Ou “Você conseguiu aquela promoção que você estava planejando pedir?” Ele obviamente se esforçava para lembrar os detalhes de suas vidas. Mas talvez isso não seja tão surpreendente. Apesar de Noah parecer ser egocêntrico, às vezes, ele é verdadeiramente uma boa pessoa. Com um dom da palavra, por vezes, me deixando invejosa. . . quando não me deixa desconcertada, ele envolve as pessoas. Ele é sempre tão confortável consigo mesmo, tão em casa em qualquer situação. Ele parecia tão natural em shorts e um chapéu de papel bobo, com as crianças em um quintal lamacento, como ele faz em um terno sob medida de três peças em um almoço executivo. O observando rir naquele dia.... Definitivamente me convenceu a deixá-lo se aproximar. Ok, então Noah é um homem decente. Um muito grande, mesmo. Mas isso significa que eu tenho que deixar ir meu sonho de me apaixonar loucamente algum dia? O que eu preciso é um sinal. Eu deixo meu olhar derivar em toda a área da recepção quando eu bebo a minha água. A porta da frente abre, e por um segundo, eu acho que Noah deve ter conseguido voltar em tempo recorde. Então eu reconheço o homem e eu quase engasgo. Ah, não. Não, não, não...


Meu estômago aperta e cada nervo acende em um impulso de luta ou fuga. Eu não posso nem dizer se eu tenho pavor ou estou furiosa, este sentimento é apenas adrenalina crua, incomparável. É Bradford Daniels, meu ex-namorado do inferno, a apenas algumas jardas de distância. O que ele está fazendo aqui? Achei que tivesse acabado com ele para sempre. Pensei que escapei. Mas agora ele está no meu prédio, no meu santuário, e eu não tive nenhum aviso e não estou pronta. Atordoada, meu coração martelando no meu peito, eu o observo como um cervo nos faróis enquanto ele verifica a recepção. Ele se inclina para a recepcionista. Eu não posso ouvir o que ele diz, mas posso adivinhar pelo seu sorriso sensual e seu riso. Não é culpa dela. O rosto bonito e comportamento refinado de Brad uma vez me enganou também. Ela não pode ver. Não é possível ver a alma viscosa se escondendo embaixo. Comecei a namorar Brad na faculdade porque ele era gostoso, ele veio de uma família de prestígio, e ele foi o primeiro cara que eu já conheci que compartilhou a minha ambição. Mas descobri tarde demais que seu espírito competitivo foi desprovido de qualquer senso de jogar limpo. Todo o privilégio em que ele nasceu, tão impressionante como era, ainda não o satisfez. Se sentia no direito de ter mais, por qualquer meio necessário.


Seu pai era a única pessoa que ele sentia verdadeira lealdade. Todo o resto do mundo existia para usar em benefício próprio. E o que o faz realmente perigoso era a sua capacidade

de

disfarçar

seu

egoísmo

predatório.

Ele

descaradamente usava seus inferiores, porque ele sabia que ele poderia escapar com isso, mas ele sugava seus superiores e manipulava seus pares com tanta habilidade que alguém com qualquer poder para impedi-lo era facilmente capturado em seus jogos. Eu ainda odeio admitir por quanto tempo eu deixei Brad me usar. Ele me convenceu que estava tentando o seu melhor para me amar e eu era a única a ser “difícil”. Me agarrei aos restos de afeto que ele me dava quando e somente quando ele queria algo de mim. Levei mais de dois anos para perceber que era Brad o problema, não a minha “difícil” personalidade, não o estresse de minhas aulas e estágios e clube era a razão pela qual eu estava tão infeliz o tempo todo. Levou mais seis meses para eu fazer algo sobre essa revelação. Eu terminei com ele na nossa cerimônia de formatura, então eu nunca teria que o ver novamente. Ou assim eu pensava. Brad

se

vira

e

me

vê.

Percebendo

meu

olhar

horrorizado, ele me dá um pequeno aceno sarcástico. Fúria vence o pânico. Minha paralisia quebra. Depois de cravar o meu copo de papel na lata de lixo, eu vou para ele como uma mãe loba defendendo a sua cria.


— Saia, — Eu rosno. A recepcionista pisca, assustada com o meu ódio desenfreado. Brad, é claro, não parece de todo surpreso. Ele sabe exatamente como me sinto sobre ele, e por quê. Mas ele nunca vai deixar passar uma oportunidade para me fazer parecer como uma puta louca. — O que, nem mesmo um olá? —, Ele pergunta, fingindo mágoa. Pena que eu não me importo como eu pareço. Todo mundo neste edifício é leal a minha família; eu posso me dar ao luxo de lidar com Brad primeiro e explicar-me mais tarde. — Você não merece um. Saia agora. Ele olha para baixo de seu nariz com um sorriso condescendente. — Sensível como sempre... tão antiprofissional. Eu tenho o direito de estar aqui. Meu pai está no mercado para adquirir uma nova subsidiária, por isso estou aqui para fazer uma visita a seu conselho. — Está empresa ainda pertence às famílias Tate e Cane. Você não pode comprar um único tijolo no nosso edifício ainda, e até esse dia chegar, você está apenas bisbilhotando. Espere a sua vez como todo mundo. — É ruim o suficiente que WBB foi permitida entrar... e eu não tenho uma sangrenta história pessoal com eles. Seu desdém aprofunda em desprezo evidente.


— Você não pode me tratar assim. Eu fui convidado aqui. — E eu tenho o poder de desconvidá-lo. Assim, você pode escapulir de volta ao seu escritório de canto e rastejar para o colo do papai como você sempre faz. Os olhos de Brad se estreitam em fendas perigosas. Ele rosna, — Sua vadia frígida! Eu rio de forma audível. Se eu era frígida, de quem Brad pensa que é a culpa? Ele deveria ter pesquisado por preliminares em um dicionário em algum momento. Com uma pontada de satisfação infantil, eu noto que a recepcionista está agora olhando em choque para Brad em vez de mim. Então estou cheia de vergonha por minha mesquinhez. Isto é ao que Brad me reduziu. Um minuto na sua presença, e eu desço para o seu nível. Como se os anos desde a nossa separação nunca tivessem acontecido. No meu ruído de escárnio, Brad recompõe de volta sua frieza altiva, sob o pretexto de endireitar a gravata. Lembro, muito bem, de sua necessidade insegura para manter o controle em todos os momentos, mesmo que seja apenas a aparência de controle. —Você pode querer ser muito mais cuidadosa sobre como você fala comigo, Olivia.


A ameaça óbvia me assusta um pouco. Mas eu não posso deixá-lo saber o quanto sua voz venenosa ainda me afeta. Eu forço uma risada, sabendo que vai deixá-lo puto. — Ou o que? Você vai me entediar até a morte? Para minha surpresa, o seu sorriso não escorrega uma polegada. — Confie em mim. Está no seu melhor interesse em cooperar com a minha empresa. Será que ele realmente tem algo na manga? Por um lado, eu não quero me meter em seus jogos mentais. Por outro... minha curiosidade é aguçada. Mas antes que eu possa decidir se aventuro a uma pergunta, a porta da frente se abre e Noah entra. Ele para no meio do caminho, olhando de um para o outro, obviamente, sentindo algo de podre no ar. — O que está acontecendo aqui? —, Ele exige. — Nada—, Brad responde antes que eu possa explicar, o seu tom leve e seu sorriso educado. —Apenas conversando. — Sério? É por isso que eu podia ouvir um homem gritando todo o caminho desde o elevador? O sorriso de Brad instantaneamente cai. — Quem é você? —, Ele pergunta, como se Noah o estive incomodando. — Eu sou Noah Tate. O noivo de Olivia e co-CEO. Agora, quem é você?


Eu mentalmente reviro os olhos um pouco com a falta de sutileza de Noah. Especialmente a maneira como ele disse noivo em vez de namorado. Mas, principalmente, eu só estou aliviada de ter algum backup, não importa quão tola sua exibição territorial movida a testosterona seja. Brad

olha

Noah

por

baixo

por

um

momento,

obviamente não querendo revidar e reconhece sua autoridade muito rápido. Finalmente, ele responde: —

Bradford

Daniels.

Vice-presidente

de

Daniels

Multimédia. — E ele estava de saída, — eu interrompo. Eu vejo uma contração muscular na mandíbula de Brad, mas ele continua falando com Noah como se eu nunca tivesse dito uma palavra. — Eu ouvi falar de você, Noah. O filho do falecido Bill Tate. Vocês dois parecem ter noivado logo antes da notícia das... dificuldades da Tate & Cane saíssem. As

palavras

seguintes

de

Noah

ecoaram

meus

pensamentos. — Você está insinuando alguma coisa? — De modo nenhum. Apenas comentando sobre um golpe de má sorte. Brad deixa cair sua voz em um conspirador murmúrio, embora certamente não é baixo o suficiente para me impedir de ouvir todos os insultos.


— Em mais de um sentido. Entre você e eu, meu amigo, eu não o invejo. Ela é quase tão excitante como uma toalha molhada na cama. Os olhos de Noah se arregalam e seu rosto fica vermelho. Instintivamente eu recuo para trás; eu nunca o vi tão zangado. Confundindo sua fúria com espanto, Brad continua. — Oh, você não descobriu isso ainda? Mas talvez eu não deva me surpreender. Ela sempre foi uma grande frígida. Em um flash, Noah tem Brad preso à parede, o braço torcido por trás das costas. E tudo o que posso fazer é ficar de boca aberta, paralisada com o choque.


Este é o idiota que partiu o coração de Olivia na faculdade? Sem pensar, eu entro em ação, torcendo o braço do babaca atrás das costas e o batendo contra a parede. Ele deixa escapar um gemido impotente e bufa, — Que diabos? Você não ouviu quem eu sou? — Eu sei exatamente quem você é. Você é o babaca que Olivia investiu anos, apenas para descobrir a criança egoísta que você realmente é. Ele puxa contra a pressão que tenho sobre ele. Não, você não está indo a lugar algum, camarada. — Agora peça desculpa a ela, com a promessa de que você nunca vai dizer nada assim de novo, e eu vou pensar em deixá-lo ir. — Porra nenhuma—, ele rosna.


— Rosita—, eu chamo. Ela está passando com o carrinho cheio com entregas. — Chame a segurança. — Ela balança a cabeça uma vez e sai correndo. Eu torço o braço de Bradford mais apertado e mais acima atrás das costas, em seguida, inclino e estreito. — Eu disse para se desculpar. Ele sopra um suspiro profundo, com a voz tensa de dor. — Sinto muito, tudo bem? Quando Olivia vira para cima o nariz, eu balanço a cabeça para o pobre coitado. — Você deveria pensar duas vezes antes de se meter com uma mulher tão poderosa. Dois seguranças uniformizados apareceram em um instante. — Remova esse idiota da propriedade—, eu digo. Eles escoltam Bradford de volta para o elevador. Eu me preparo para um outro insulto atirado por cima do ombro; de jeito nenhum ele vai desistir sem lutar. Logo em seguida, Bradford se vira para nos enfrentar antes de entrar no elevador. — Quando eu possuir esta empresa, eu vou ser o único comandando, e nenhum de vocês nunca mais irá trabalhar nesta cidade outra vez —, ele grita, cuspindo as palavras como veneno. Eu endireito a minha postura e puxo Olivia para o meu lado.


—Você não vai entrar em meu prédio e insultar minha garota dessa forma nunca mais. O tirem daqui antes que eu remova permanentemente a sua opção de ter filhos. Momentos depois, a porta do elevador fecha, e Olivia cede contra o meu lado. — Você está bem? — Eu viro para encará-la, passando minhas mãos em um movimento suave para cima e para baixo de seus braços. Ela balança a cabeça, os lábios puxados para uma linha apertada. Eu me inclino para baixo e pressiono meus lábios nos dela, a necessidade de apagar aquele biquinho. — Ele se foi, baby —, murmuro, acariciando seus cabelos. Ela respira fundo e deixa-a lentamente. — Ele é tão ridículo —, ela murmura, sacudindo a cabeça. — O que eu vi nele? Seu tom goteja desprezo com raiva, mas eu posso ouvir o tremor embaixo. Brad deve ter realmente a abalado. Eu cerro os dentes. Talvez eu não deveria ter deixado aquele filho da puta sair ileso afinal. — Eu não vou deixá-lo chegar perto de você novamente. Isso é uma promessa. Ela balança a cabeça. — Obrigada, Noah.


Estamos ambos em silêncio por um momento, como se nenhum de nós estivesse completamente pronto para se separar e voltar ao trabalho. Olivia olha para mim com alívio, gratidão... e algo mais? Há uma nova luz em seus olhos. Um olhar que ela nunca me deu antes. — Não é que eu preciso de você para defender a minha honra, mas...— Ela me dá um pequeno sorriso. — Estou feliz que você o fez. Orgulho e proteção incham no meu peito. Tento aliviar um pouco brincando. — Hey, não há problema. Seu rosto estava implorando por um soco de qualquer maneira. Ela me dá um tapinha no peito, e eu vou para o corredor em direção ao meu escritório. — Noah? Essa única palavra me faz parar. Sua voz é suave, quase tímida, mas cheia de emoção. Eu nunca ouvi Olivia falar assim tão. . . eu não sei a palavra. Terna? Seja o que for, ela me faz flutuar como um barco em uma maré crescente. — Sim? — Eu viro para encará-la. Seu rosto está inundado de iluminação como se ela acabou de ser atingida por um pensamento. — Eu acho que estou pronta. Será que eu a ouvi certo? Eu quase não me atrevo a ter esperança. — Você quer dizer...?


Ela balança a cabeça, mordendo de volta o primeiro sinal de um sorriso. Meu coração acelera. — Então vamos fazer isso, porra. Ela sorri para mim como se nós dois estivéssemos no meio de uma piada particular. E talvez nós estejamos. — Vamos nos casar então caramba —, diz ela com uma risadinha.


Eu olho para o relógio na minha mesa da cabeceira e suprimo um gemido. Três da manhã e eu ainda estou acordada. Os lençóis fazem barulho. — Não consegue dormir? —, Pergunta Noah. Sua voz é clara, não grogue em tudo. Evidentemente, eu não sou a única pessoa com insônia. Suspirando, eu balanço minha cabeça. — Venha aqui—, diz ele gentilmente. Eu viro para olhar para ele. Noah está deitado de lado, de frente para mim. Ele estende o braço. Eu hesito por um momento; eu ainda estou me acostumando ao contato casual com ele. Mas logo estou em seu abraço quente, encostando minha cabeça em seu bíceps.


Ele me puxa ainda mais próximo com um braço em volta dos meus ombros. Eu inspiro seu perfume masculino, não menos agradável e emocionante pelo quão familiar se tornou, e tento não notar o quão perfeitamente eu me encaixo aninhada contra seu lado. — Como você se sente? —, Ele pergunta. — Um pouco nervosa, — Eu confesso. Noah faz um zumbido silencioso de uma risada. — Eu não culpo você. É normal ter algum nervosismo pré-casamento. A

palavra

casamento

parece

estranha

no

meu

estômago. Apesar de todo o pensamento que eu coloquei na ideia de casamento no mês passado, parece totalmente diferente quando se está vivenciando. Em menos de dezesseis horas, eu não serei mais solteira. Eu vou ser a esposa de alguém. Eu sempre imaginei meu casamento. Mas, em minha fantasia, meu pai estaria me levando por um amplo corredor da igreja, os bancos decorados com peônias, como os meus amigos exaltados e a família feliz enquanto observavam. Meu marido seria um homem que me amaria tão profundamente que ele não poderia viver um único dia sem mim. Mas a realidade da minha vida não é nada como essa história doce. Em vez disso, eu suporto a pressão de um contrato juridicamente vinculativo, seguido por uma longa e dura batalha para manter Tate & Cane longe das mãos do inimigo.


As circunstâncias definitivamente deixam muito a desejar. Meus sentimentos sobre o noivo em si mesmo, embora... esses estejam muito mais ambíguos. As coisas entre nós costumavam ser simples. Noah era apenas uma velha pedra no meu sapato. Um conhecido na melhor das hipóteses; um rival ou uma praga na pior. Sua atitude desleixada ainda me enfurece às vezes. E eu odeio a maneira como ele sabe exatamente o quão bonito ele é, e descaradamente usa sua boa aparência para conseguir o que quer. Embora o que eu realmente odeio pode ser o fato de que seu charme funciona em mim também, quer eu goste ou não. Não importa o quanto eu tente, eu nunca fui capaz de enterrar completamente a minha grande paixão por ele. Ultimamente, porém, tudo está mudando. Estamos num bom caminho para nos tornarmos amigos agora. E vê-lo saltar para a minha defesa contra Brad me deu borboletas inegáveis. Noah fez jus ao meu desafio e me convenceu de que a relação entre nós é possível. Não de imediato, e não sem esforço, isso não é um conto de fadas em que estalamos os dedos e vivemos felizes para sempre, mas se continuarmos tentando de coração... Estou mesmo começando a me perguntar se meus sentimentos por ele quando eu era uma adolescente não foram totalmente infundados. Talvez o meu eu mais novo sentia algo além. Talvez não era apenas tesão, okay, tesão foi definitivamente um fator, mas ainda assim. Ela sentia que


havia um coração batendo ferozmente de uma maneira apaixonada debaixo de fachada de playboy dele. Eu aprendi que só porque Noah não leva tudo a sério não significa que ele não leva nada a sério. Suas prioridades e estratégias são diferentes das minhas, não necessariamente melhor ou pior. Uma dúzia de emoções diferentes, rolam através de mim, algumas boas, outras ruins. Mas, apesar de Noah me perguntar, estou relutante em revelar todos elas. Porque eu não quero mostrar vulnerabilidade... ou porque eu não quero ferir seus sentimentos? Não tenho certeza. Finalmente, incapaz de decidir como responder, eu só murmurei em seu peito, — Ainda é meio surreal para mim, sabe? — Sim. — Noah me dá um aperto reconfortante... e pressiona seus lábios na minha testa. Eu pisco para o seu beijo suave. A ternura inesperada apenas atrapalha meus sentimentos ainda mais. Alheio a minha confusão, Noah está deitado de costas, puxando meu braço em volta de sua cintura. Eu tento empurrar os meus pensamentos perturbados e relaxar com ele. Eu chego mais perto, empurrando minha cabeça sobre o peito e descansando minha perna sobre a dele. Ele é tão quente, que é como estar deitada ao lado de uma lareira. A batida constante de seu coração debaixo da minha orelha me acalma para dormir.


De acordo com a opinião da mídia, o nosso status requeria ter um casamento com brilho e arrogância, mas Olivia decidiu que ela se sentia mais confortável realizando a nossa cerimônia na casa de praia de seu pai em Nantucket. É um casamento puramente simples. Sem alarde, apenas um punhado de familiares e amigos próximos. Mesmo a casa de praia em si é um lugar pitoresco, com apenas dois quartos, uma cozinha grande espaçosa e sala de estar, e uma ampla varanda com vista para a praia. Essa faixa de praia é onde vamos nos casar em cerca de uma hora. Bebendo cerveja na cozinha com Sterling, eu assisto as gaivotas nas cadeiras dobráveis que montamos anteriormente, assustando alguns caranguejos minúsculos para de volta em seus buracos.


Este casamento todo é o oposto do que Camryn me contou sobre o casamento dos sonhos de Olivia. E eu não sei como ela se sente sobre isso. Será que Olivia só quer manter as coisas convenientes e baratas? Ela é do tipo prática, e ela tem se preocupado muito sobre as despesas da Tate & Cane recentemente. Ou ela está tentando preservar seu sonho romântico, mantendo a sua realidade o mais longe possível dele? Eu não tenho certeza se eu gosto dessa ideia, considerando que eu sou parte de sua realidade. . . — Outra cerveja? —, Pergunta Sterling. — É melhor não. — Eu olho para o relógio pendurado na parede da cozinha. — Cinquenta e oito minutos até eu dizer eu aceito. Meu padrinho sorri. — Você acha que ela vai realmente seguir em frente com isso? — Você não? Ele dá de ombros. — Ela se trancou em seu quarto há duas horas e não saiu desde então. Ofereci o café da manhã, e ela disse que estava muito desconfortável para comer. Eu não sei, cara. É inteiramente possível que ela vai dar para trás. — O contrato está todo elaborado. Vamos assiná-lo na segunda-feira quando estivermos de volta ao escritório. Dar


para trás agora? Olivia é uma mulher de palavra. Ela é confiável sim. Ele solta um grunhido de desaprovação. — Qual é o problema? Você levou um falso encontro para o baile —, eu lembro. Eu rio de mim mesmo, lembrando do ano em que Sterling levou sua prima ao baile da escola. Ele pensou que era um gênio no momento,não precisava comprar um corsage, não havia necessidade de impressioná-la com um restaurante chique ou passeio de limusine. Até o final da noite, quando todo o resto de nós estava desfrutando de algum

contato

pele-a-pele

com

nossos

encontros,

ele

percebeu a horrível decisão que ele fez. A única ação pele-apele que conseguiu foi com a mão. —Uma esposa falsa é uma coisa bem diferente. É um negócio grande. — Sterling me olha por cima da borda de sua cerveja. Com vista sobre o mar do nosso ponto na varanda da casa de praia, eu solto a minha gravata, que está ficando muito apertada em volta do meu pescoço, e lhe dou um olhar sombrio. —Na verdade, é juridicamente vinculativo, de modo que ela vai ser a minha verdadeira esposa. Até que nos divorciemos, ou o casamento seja anulado. Após o pai de Olivia nos apresentar o contrato esta manhã no café da manhã, peguei uma cópia comigo e levei para a varanda, enquanto Olivia se retirou para o quarto. Eu


não vi isso como um mau sinal, apenas que ambos estávamos levando isso a sério e precisávamos de um momento para absorvê-lo. Com uma xícara de café, li o contrato, detalhe por detalhe. Página quatorze, seção vinte e oito, parte B afirmou que o cumprimento de nossas obrigações contratuais como novos proprietários do conglomerado de vários bilhões de dólares também dependente de Olivia engravidar. No prazo de noventa dias. Eu corro para falar com Fred imediatamente. — Uma cláusula de herdeiro? É este o caminho doente de garantir o nome da família? Você realmente espera que eu faça isso? — É parte da vontade de seu pai, Noah. Bill e eu queríamos um neto antes de morrer. Certamente você pode entender isso. — E o que Olivia disse sobre isso? — Eu perguntei a ele. Ele fez um ruído evasivo em sua garganta. — Nós não discutimos isso ainda. Isso foi esta manhã. E eu tenho certeza que essa é a razão de Olivia de se trancar dentro de seu quarto e não foi vista desde então. Tomando um profundo suspiro, eu observo o meu padrinho com cuidado quando eu solto. — Eu preciso engravidá-la. Sterling cospe sua bebida.


— Há uma cláusula de herdeiro no contrato—, eu digo secamente. Enxugando a cerveja de seus lábios, ele aperta os olhos para mim. — Você está me dizendo que você precisa engravidá-la? — Uh-huh. O filho da puta realmente ri de mim, então toma outro gole de cerveja. — Se eu conheço alguma coisa sobre Olivia, é que ela não vai querer o seu pão em seu forno. — O, homem de pouca fé. — Eu sorri para ele. — Ela sequer já tocou seu pênis? Além de ter agarrado através das minhas calças uma vez no restaurante, não. Mas isso não quer dizer nada. Estamos construindo algo de bom aqui. É só uma questão de tempo. — Não seja um idiota. Eu me levanto e cruzo o pórtico em direção ao corrimão, inclinando sobre ele quando eu olho para a piscina infinita

de

lapidação

azul

na

costa.

Eu

posso

estar

apresentando uma fachada fria e que não estou afetado sobre tudo isso, mas na verdade, eu estou surtando desde que soube sobre a cláusula no contrato esta manhã. Eu só posso imaginar como Olivia se sente. Eu nem sei se ela quer ser mãe. Provavelmente não, já que ela come, dorme e respira sua carreira.


— Você é bom, amigo, eu vou te dar isso, mas mesmo você não será capaz conseguir isso. — Vamos ver sobre isso. Olhar a água é hipnótico. Me faz sentir um pouco mais calmo. Mas apenas ligeiramente. Eu provavelmente preciso de tranquilizantes de cavalo para chegar a qualquer lugar perto de um ritmo cardíaco normal. — E você? O partidão animal seriamente vai ter um bebê? Eu volto para enfrentar Sterling. Ele sentou em uma cadeira de balanço castigada pelo tempo na varanda, uma perna enganchada sobre o braço dele. Sem boa resposta para ele, eu apenas dou-lhe uma piscadela arrogante. — Eu vou descobrir isso. — Eu espero. Sua boca cai aberta por um segundo. Então, ele joga as mãos em um encolher de ombros dramático. — É a sua vida, companheiro. — Eu vou me arriscar. Agora, se me dão licença, eu vou verificar a minha noiva. Eu bato na porta fechada do quarto de Olivia e ouço as duas vozes femininas dentro do silêncio. — Sim? — Camryn abre a porta apenas uma fresta. — Posso ter um minuto com Olivia? —, Pergunto. A testa de Camryn franze. — Dá azar ver a noiva antes da cerimônia.


— Está tudo bem—, Olivia diz de dentro. — Bem. Você pode falar com ela por cinco minutos. — Camryn diz olhando para o relógio e depois me contorna e se afasta pelo o corredor. Quando eu abro a porta, eu vejo Olivia sentada em uma penteadeira, e os nossos reflexos encontram-se no espelho. Seus olhos estão vermelhos, e me pergunto se ela está chorando. Culpa bate no peito e de repente eu sinto falta de ar. — Você está bem? Eu não posso acreditar o quanto meu relacionamento com Olivia cresceu, quão real meus sentimentos tornaram-se. O pensamento dela chateada parece como um empurrão físico. Ela balança a cabeça. — Eu acho que sim. Hoje tem sido estranhamente emocional. Todas essas coisas que eu não pensei há algum tempo, como minha mãe não estar aqui, a saúde do meu pai... tudo me atingiu esta manhã. — Venha aqui. Eu a puxo para meus braços. Quando eu trago ela junto ao peito, as mãos dela vão sobre minhas costas. Eu a seguro por alguns minutos, nenhum de nós fala. Quando eu a solto, Olivia parece mais composta. Eu me pergunto como ela se sente sobre a cláusula do herdeiro quero saber se ela


está a bordo, indiferente ou aterrorizada. Estou supondo que o último. — Estou bem. Eu prometo. —Ela me dá um pequeno sorriso. — Você está linda—, eu digo a ela, dizendo todo o significado da palavra. Ela olha para seu vestido simples de cor creme com rendas que apara o busto e alisa-o sobre os quadris. — Obrigada. — Seu cabelo cor de mel flui em ondas soltas sobre os ombros, e sua maquiagem é leve e natural. Ela se parece uma perfeita casual noiva de praia, pronta para a capa de uma dessas revistas de noivas. — Tem certeza de que não vai se arrepender? — Pergunto, o momento para dar para trás é agora. Eu provavelmente não vou amar sua resposta, mas eu ainda quero saber seus sentimentos honestos. Ela balança a cabeça. — Tudo o que eu sempre quis foi manter esta empresa. Meu pai está me preparando para este momento há quinze anos. Eu aceno, entendendo perfeitamente. Nós estamos na mesma posição. — E se eu tiver que fazê-lo com você ao meu lado, que assim seja. Olivia empurra o queixo para cima, e eu sou novamente atingido pela culpa. Ela está colocando uma frente corajosa,


mas eu preciso saber se ela está bem. Caso contrário, eu não tenho certeza se posso passar por isso. — Eu preciso saber se você está realmente bem com as coisas assim. Cada menina não sonha com um vestido branco e uma grande festa sob uma tenda? —Eu sei que Olivia faz. Mas eu não menciono isso; ela não gostará de saber que Camryn me disse algo tão pessoal. Ela me dá um olhar simpático. — Nós vamos fazer isso funcionar. — Pode não ser o casamento que você imaginou, mas eu quero que você saiba que é para mim. Eu realmente irei cuidar de você, não deixar nada de ruim acontecer. Eu sei que o que temos não é amor, e que você merece ser amada e apreciada por seu marido, mas eu preciso que você saiba que eu sempre vou estar lá para você. Então, nesse sentido, os meus votos vão ser todos verdadeiros. Ela engole, e gostaria de saber se há um caroço preso em sua garganta como existe na minha. Esse pensamento alivia um pouco da minha culpa. — Obrigada por isso. Eu sei que você vai estar lá para mim quando eu precisar de ajuda—, diz ela, seu tom de voz suave. — Sem dúvidas, eu vou. — Obrigada, Noah. — Ela sorri para mim. Eu puxo o contrato dobrado do bolso interno do casaco.


— Eu fui em frente e assinei. Então, para quando você estiver pronta. —Eu entrego o contrato, e ela o coloca para baixo em sua mesa. — Obrigada. Eu levo sua mão para a minha boca e a beijo. — Vejo você lá fora. Ela balança a cabeça. — Eu vou demorar apenas mais alguns minutos. — OK. Vou mandar Camryn de volta. Saio para o corredor, estou impressionado com a sensação de que talvez, apenas talvez, Sterling está errado, e tudo isso que está entre mim e Olivia, vai se desenrolar naturalmente. Me chame de louco, mas, Cristo, isso pode funcionar.


Estou na casa de verão da minha família na ilha de Nantucket, imóvel, enquanto Camryn coloca os últimos retoques na minha maquiagem dos olhos. Este quarto ainda está decorado de acordo com o meu gosto em meus dias de ensino médio, aparentemente envolveu uma série de contas, mandalas, pôsteres e molduras de fotos da floresta tropical. Eu esqueci que eu tive uma fase hippie. Na pequena penteadeira, onde eu me sento agora, eu fiz meus trabalhos de verão e escrevi no meu diário. Graças a Deus por Camryn. Ela veio cedo para dar uma mão antes da cerimônia. Tanto quanto me embelezar, eu realmente não preciso de sua ajuda. Eu não estou fazendo nada de especial com o meu cabelo ou maquiagem. Minha única concessão para a ocasião especial é um vestido de cor creme, e mesmo isso é bastante simples: envolve na altura do joelho com um pequeno laço no busto. Eu pareço mais com a


mãe de uma noiva do que a própria noiva. O que eu precisava desesperadamente era de um apoio moral da minha melhor amiga. Sua calma presença, acalma meus nervos em frangalhos. Eu nem sei por que estou abalada. Nosso “casamento” é apenas Noah e eu em um encontro com um juiz de paz para assinar a papelada, enquanto meu pai e alguns outros membros da família e amigos próximos estão aqui. Sem smoking e vestidos, nenhum voto, nenhuma festa de recepção. Tão curto e simples quanto humanamente possível. Este casamento não é nem mesmo real. . . E ainda assim eu tenho um caso clássico de pés frios. — E pronto —, Camryn orgulhosamente anuncia. — Os olhos estão prontos. Dê uma olhada. Abro os olhos e pisco para mim mesma no espelho. Uau, eu pareço... quente. Meu estilo de maquiagem de costume é bastante minimalista,

desde que eu raramente vou a

qualquer lugar além do escritório, mas Camryn fez uma esfumada sutil que é sensual, enquanto continuam sendo recatados o suficiente para um evento diurno. — Isso parece ótimo. Obrigada. — Eu sou boa ou o quê? — Sorri Camryn. —Você quer algo para comer? Agora é a sua última chance antes de eu fazer seus lábios. Os balcões da cozinha estão empilhados com caçarolas e saladas e sanduíches da empresa de bufê que papai contratou. Eu disse que não queria uma recepção com uma


refeição extravagante.

Mas ele insistiu que

os nossos

convidados, tão poucos como são, ainda precisam comer antes de voltar para casa. Portanto, este foi o nosso compromisso, refeições informais de self service em pratos de papel. Eu balancei minha cabeça. — Não, obrigada. Meu estômago salta como um louco. — Tão ruim assim? — Camryn pergunta, seu tom subindo em simpatia. Deixei escapar um suspiro profundo. — Honestamente? Não tenho certeza como me sinto. Eu

realmente

acredito

que

Noah

e

eu

podemos

funcionar como um casal. Mas eu ainda estou à beira do pânico. O casamento é um compromisso enorme e real. Pensando em tomar esse passo, Oh Deus, e em menos de uma hora me faz suar frio. Se Camryn não estivesse aqui para acalmar os nervos, eu poderia ter considerado seriamente surtar. Especialmente quando o papai entregou uma cópia do contrato no café da manhã, tudo iminente e oficial com as suas dezesseis páginas numeradas. Eu ainda não tenho sido capaz de parar para olhar para ele. Mas eu já sei o que ele diz, de qualquer maneira. Qual é a questão de frisar ainda mais? Eu só vou assiná-lo quando chegar a hora, rápido e fácil, como arrancando uma bandagem.


— Coitadinha. — Suspira Camryn. — Me deixe pegar uma bebida. Você precisa de algo para acalmar. Ela vai para fora do quarto para visitar a cozinha e volta com duas taças de merlot. Minha melhor amiga me conhece bem o suficiente para renunciar a garrafa de champanhe gelada aninhada no seu balde de gelo no balcão da cozinha. Champanhe é demasiado comemorativo para o humor em que estou. Eu aceito o copo agradavelmente gelado e tomo um gole profundo. A pequena dose de álcool sutilmente aquece e me faz relaxar, e eu deixo escapar um suspiro silencioso. Ela estava certa, eu precisava disso. — Eu realmente acho que isso vai ficar bem—, diz Camryn. — Pelo que tenho visto, parece que Noah tem sido muito doce e atencioso com você. — Sim, eu acho que ele está realmente tentando. — Eu tomo outro gole do meu vinho. — Mesmo que seu objetivo final é apenas para entrar em minhas calças. — E isso seria a pior coisa do mundo, por quê? — Ela levanta as sobrancelhas para mim com um sorriso diabólico. Ela está constantemente reclamando sobre o estado da minha vida amorosa inexistente. Eu bufo, sorrindo de volta, apesar de tudo. — Eu tenho tanto interesse em montar seu pau, como e tenho em saltar da ponte de Brooklyn.


Exceto quando o seu sorriso faz algo sexy e todo o sangue no meu cérebro, de repente some esquentando o Sul do meu corpo. O que parece estar acontecendo mais e mais vezes recentemente. — Senhoras... — Sterling enfia a cabeça em torno da moldura da porta, sorrindo como se tivesse ouvido cada palavra. — A sacanagem terá início depois do jantar. — Então ele direciona seu queixo em direção aos lençóis. Porra. A última coisa que eu preciso é Noah pensando que esta noite contará com todo o pacote de um casamento real. Frustrada, eu bato os olhos fechados. — Precisamos de algo mais forte do que o vinho. — Camryn volta para a cozinha antes que eu possa pará-la. Eu posso ouvir o barulho quando ela procura nos armários. Logo ela retorna, segurando uma garrafa de vodca. — Aqui vamos nós. — Não, está tudo bem. — Eu aceno para ela. — Eu realmente não quero ficar muito bêbada no momento. Ela estabelece a vodca na mesa. — Bom ponto. Devemos esperar até depois da cerimônia. — Na realidade... —Eu suspiro. — Sinto muito, eu não acho que vou estar com vontade de socializar esta noite. Eu preciso de algum tempo sozinha para descobrir coisas. — Ou enterrar a cabeça no trabalho como um avestruz e evitar totalmente a minha situação. — Obrigada por ter vindo até aqui. Ela balança a cabeça.


— Claro que eu viria, Olivia. Eu posso voltar para a cidade amanhã cedo, não há problema. É uma longa viagem de volta de qualquer maneira. — Seu olhar vagueia ao longo em direção ao deck, onde Noah e Sterling sentam com as costas para nós, com vista sobre a praia. — Então, novamente, Sterling é muito gostoso. Eu provavelmente poderia

me ocupar

com

ele esta

noite.

Ela

sorri

maliciosamente. —Divirta-se—, eu digo com um encolher de ombros. Alguém por aqui deve se divertir, afinal. — Na verdade, vá em frente e faça agora. Posso passar meu batom sozinha. Compartilhamos um último abraço reconfortante antes dela me deixar sozinha no meu quarto de infância, levando sua bebida com ela. Eu empurro para cima a janela e respiro o ar salgado da brisa úmida do oceano. A tarde é quente, aumentando a névoa à partir do porto azul. Por um minuto, eu assisto a um punhado de veleiros distantes, ofuscando pontos brancos que se sacodem no horizonte. Eu tento não ficar obcecada com a cerimônia que vai começar em apenas meia hora. Deixando a visão pacífica encher minha mente, eu sinto minha tensão começar a derreter. Mas o silêncio abençoado estilhaça quando meu telefone toca. Resmungando, perguntando quem diabos iria me ligar agora, eu pego meu celular na minha bolsa. Eu franzo a testa para a tela. Desde que eu não conheço este número, eu respondo com um rápido,


— Olá? — Boa tarde, Olivia. Meu estômago contrai em uma bola apertada, doloroso. Aquela voz.... Por um momento eu não posso falar. — Você realmente deve verificar seu e-mail com mais frequência —, diz Brad.


Eu estive em pé na praia durante cinquenta minutos. Gotas de suor escorrem na minha testa, mas eles não são do sol. Que se pôs há dez minutos. — Onde ela está? — Sterling assobia baixinho. — Ela vai vir —, eu digo com os dentes cerrados, verificando o relógio mais uma vez. Depois de tudo que nós construímos. . . vivemos juntos, trabalhamos juntos... tudo parece tão frágil e inútil se Olivia não aparecer hoje. Os hóspedes estão começando a olhar um para o outro, e sussurros através da pequena multidão. A

juiz

de

paz

desloca

seu

peso,

parecendo

tão

desconfortável quanto eu sinto. Em seguida, ela se inclina para mim.


— Sinto muito, mas eu tenho um compromisso em vinte minutos. Eu não posso esperar muito mais tempo. Concordo com a cabeça e olho para Fred. Seus traços estão torcidos de preocupação. Quando ele inclina seu queixo em direção Camryn, ela se apressa em direção à casa. Eu vou atrás dela, seguindo as pegadas que ela deixa na areia. Nós vamos direto para o quarto. A casa está escura, e a sensação de que algo fundamental mudou rompe através de mim. A porta ainda está fechada, e eu estou com medo do que vamos encontrar quando ela abre. Com medo de que isso significará. Finalmente, Camryn abre a porta. Tudo está quieto por um minuto. — Ela partiu—, diz ela, com a voz trêmula. Eu possa engolir uma onda de emoção e olhar ao redor da sala, maquiagem e produtos de higiene pessoal de Olivia ainda estão espalhadas sobre a penteadeira, mas ela não está no quarto. Eu olho pela janela para o pôr do sol sobre o oceano, e soltou um suspiro pesado. — Ela se foi. O que poderia ter acontecido desde a última vez que a vi? Ela estava pronta. Tudo parecia bem. Eu observo o contrato não está na mesa. Ela levou-o com ela. Eu não tenho certeza o que isso significa. Viro para enfrentar Camryn.


— O que aconteceu? Você foi a última pessoa a vê-la. Foram os nervos? Camryn balança a cabeça. — Ela parecia bem. Eu passo minhas mãos no meu cabelo. Eu não gosto de surpresas, e eu nunca passei por isso antes. Mas sendo deixado no altar? Isto está além de qualquer raiva e pânico que eu já senti. Eu quero sair para beber e encontrar uma garota aleatória para que eu possa foder. E eu sei Sterling estaria a postos. Mas então eu penso no sorriso tímido de Olivia e seu doce aroma de madressilva e da forma como seus lábios partem quando eu a beijo. . . silenciosamente me implorando por mais. — Caralho, — Sterling diz atrás de mim. — Nós estamos saindo. Vamos, Noah. Sua mão se fecha em volta do meu braço e começa a me puxar para o corredor. Eu sei que ele tem exatamente o mesmo pensamento que eu tive cerca de trinta segundos atrás. Se embriagar. Meninas. Puta ressaca amanhã para mascarar a dor de hoje. Mas eu sei que nada poderia apagar essa memória. Se não fosse por essa dor no meu peito, este lugar vazio que começou a encher eu sairia e nunca mais olharia para trás. Mas parte de mim precisa saber o próximo capítulo na nossa história.


Eu fantasiei sobre Olivia durante os Ăşltimos vinte anos. Ela ĂŠ a garota que eu esguichei com a mangueira de ĂĄgua quando eu era jovem, a mulher que me deu frio na barriga quando eu era mais velho. E agora, assim como eu comecei a pensar nela como minha. . . ela se foi


Parte Dois

Casamento arranjado? Feito. Novo marido arrogante? Feito. É um casamento de conveniência e estou determinada

a

manter

estritamente

profissional. Eu não posso ser estúpida o suficiente para me apaixonar pelo charme ou avanços deste Playboy sexy. Eu tenho que ser forte, mesmo que ele seja meu marido. Só que ele tem um enorme pau com um ego ainda maior, e seu principal objetivo na vida parece ser para acariciar ambos. O bastardo

arrogante

é

como

um

doce,


açucarado para minha libido. Sei que ele é ruim para mim. Mas eu quero devorar cada centímetro dele. Com suas proezas sexuais e experiência, eu sei que ele vai ser explosivo no quarto. E já

que

estamos

presos

juntos

em

um

previsível futuro e manter essa farsa de casamento

tempo

suficiente

para

transformar a empresa rentável de novo, eu mereço algo para ansiar no final de um longo dia de trabalho, certo? O que poderia machucar ter um pouco de prazer?



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