O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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O Parque Urbano e a MultipliCidade Espacial

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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O PA R Q U E U R B A N O E A M U LT I P L I C I DA D E E S PAC I A L U N I V E R S I DA D E F E D E R A L D E P E L OTA S FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO T F G I - Ê N FA S E E M E S PA Ç O S A B E RTO S AC ADÊMIC A: NATALIA NERY DE FARIAS ORIENTADORA: ADRIANA ARAUJO PORTELLA COORIENTADORA: TAIANA PITREZ TAGLIANI PELOTAS, 2017

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“Muito mais do que um espaço urbano fechado, recortado por ruas e avenidas, construído com blocos de concreto e lajes de aço... a dominar todas as paisagens, a cidade é... um território de relações no qual cada cidadão/cidadã busca satisfazer suas necessidades e realizar seus quereres. (...) É uma realidade viva, pulsante. Ela é composta e compõe uma rede de fluxos de pessoas, mercadorias, matérias... energias em constante movimento.” JACOBS, Jane, Morte e Vida de Grandes Cidades, 1961

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SUMÁRIO SINOPSE

07

INTRODUÇÃO

09 APRESENTAÇÃO TEMA GERAL TEMA PROJETUAL METODOLOGIA JUSTIFICATIVA

11 12 13 15 16

19

CONTEXTO

PARTE 2: A ÁREA DE PROJETO

CLIMA E VENTOS USOS DO SOLO ÁREA DE PERMEABILIDADE PARQUE URBANO AS AVENIDAS O BOSQUE LEGISLAÇÃO

55 57 58 61 62 70 76 82

20 22

REFERENCIAIS

87

PROGRAMA DE NECESSIDADES

95

A ÁREA DE INTERVENÇÃO

25

CONCEITO

96

LEVANTAMENTOS E ANÁLISES

29

PROPOSTA

98

CONHECENDO A CIDADE HISTÓRICO

PARTE 1: O AMBIENTE URBANO

CONEXÕES E ESPAÇOS URBANOS TRANSPORTE PÚBLICO ÁREAS VERDES NA CIDADE OPINIÃO PÚBLICA

31 33 39 41 47

BIBLIOGRAFIA 117 APÊNDICE 120 ANEXOS 122

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SINOPSE

O presente trabalho tem por objetivo mostrar a fundamentação teórica

desenvolvida ao longo do semestre na disciplina Trabalho Final de Graduação I - Ênfase em Espaços Abertos, do curso de Arquitetura e Urbanismo. Os estudos feitos formam uma base fundamental para embasar as decisões do projeto que será desenvolvido.

Através de uma metodologia específica, foi feita a escolha do local onde

o estudo seria conduzido, o estabelecimento do recorte urbano, todos os levantamentos e análises que foram considerados relevantes para a área, e por fim, foi elaborada a proposta. Com base em observações anteriores da cidade, o conceito foi elaborado e trabalhado em conjunto com o desenvolvimento dos estudos.

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INTRODUÇÃO APRESENTAÇÃO 11 TEMA GERAL 12 TEMA PROJETUAL 13 METODOLOGIA 15 JUSTIFICATIVA 16

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APRESENTAÇÃO

Este caderno tem como objeto de trabalho uma área de intervenção

no centro do município mineiro de Araguari locada mais especificamente na divisa entre os bairros Centro, Sibipiruna, Rosário e Bosque. A intenção da pesquisa é trazer uma reflexão sobre o Sistema de Espaços Livres da cidade e de que forma eles se conectam. Dentro desse Sistema, incluem-se os parques urbanos e as praças públicas, e será analisado se alguns desses espaços são de fato convidativos para a permanência de pessoas.

A proposta consiste, então, em uma intervenção urbana que inclui a criação

de um Parque Urbano, a alteração de parte do desenho das avenidas Teodolino Pereira de Araújo e Minas Gerais, e a definição de diretrizes para uso, conservação e manutenção do Bosque John Kennedy.

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TEMA GERAL

A vida nas cidades tem cada vez mais se voltado para a introversão, fato que

pode ser justificado em grande parte pelas preocupações em relação à segurança. Entretanto, os muros e grades erguidos para trazer essa sensação de segurança acabam por deixar os espaços públicos mais reféns da insegurança.

Espaços no tecido urbano que sejam hospitaleiros são essenciais para quebrar

a introversão e transformar a cidade no que de fato deve ser: o palco usado para a exposição da cultura, da transformação social, da interação de diferentes grupos e tribos urbanas. A partir disso, o tema a ser trabalhado será a intervenção urbana para a criação de espaços públicos abertos de qualidade.

Serão consideradas como essenciais as características locais, o “jeito mineiro”,

o contemplar da paisagem, a serenidade e vitalidade do povo. Minas é a montanha, montanhas, o espaço erguido, a constante emergência, a verticalidade esconsa, o esforço estático; a suspensa região — que se escala.Atrás de muralhas, caminhos retorcidos, ela começa, como um desafio de serenidade. (ROSA, Guimarães, 1957, p. 3)

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TEMA PROJETUAL

Com base no tema geral - intervenção urbana -, foi pensado o tema

projetual, que no caso são três: Parque Urbano, redesenho de vias e diretrizes de uso, conservação e manutenção de uma Reserva Urbana.

No tema Parque Urbano, a partir do estudo de conexões da área com o

entorno imediato e com a cidade como um todo, será feita uma proposta paisagística que melhor se encaixe com o perfil de análise. Esse será o objeto de detalhamento trabalhado em etapas posteriores.

No tema Redesenho de Vias, serão pensadas maneiras de conectar as duas

grandes áreas verdes - a proposta e o Bosque Municipal - de forma a tornar os caminhos mais agradáveis e seguros para o pedestre e o ciclista.

Por último, no tema Diretrizes de Uso, Conservação e Manutenção de

Reserva Urbana, serão analisadas as condições atuais do Bosque John Kennedy em termos de uso e estado de conservação. A partir disso, será possível estabelecer novos regramentos que conciliem o aproveitamento do bosque pelos habitantes e a diversidade de fauna e flora existentes no local.

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METODOLOGIA LOCAL A seleção do local foi essencial para conduzir o estudo;

ESCALA

O recorte de projeto está na escala do desenho urbano. O projeto buscará trazer espaços mais convidativos à população local;

LEVANTAMENTO

Foram realizados levantamentos fotográficos, físicos, de legislação local e pesquisas de opinião;

CONCEITO Multiplicidade espacial como um dos fatores determinantes da copresença;

ANÁLISE

Estudos que levaram em consideração as características locais e o comportamento do usuário frente ao espaço;

PROJETO

Fase em desenvolvimento. O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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JUSTIFICATIVA

O canteiro central da Avenida Teodolino Pereira de Araújo já apresenta um

uso consagrado pela população araguarina: a prática de esportes, principalmente a caminhada. Logo no cruzamento entre avenidas, percebe-se que a Minas Gerais toma um caráter completamente diferente: os carros passam a alta velocidade, o largo canteiro central tem pista de caminhada até determinado ponto. Do cruzamento em diante, passa a ser gramado, justo no caminho até o Bosque John Kennedy.

Os espaços verdes nas praças diminuem a cada dia, e a população acaba por

sentir falta de locais como o bosque, agradáveis à caminhada durante o dia e com boa sombra. O bosque, entretanto, tem um horário de funcionamento determinado (das 7:00 até às 18:00) e apresenta restrições na entrada (proibe entrada com bicicletas, patins, skates, animais domésticos).

Portanto, existe essa necessidade da criação de um local agradável, arborizado,

onde seja possível não apenas o lazer e a prática de esportes, mas também a manifestação da cultura, já que a cidade tem apenas um palco público num espaço aberto (sendo este inadequado para eventos maiores).

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A situação - falta de espaços públicos com múltiplas atividades e atrativos

para a população - se agrava quando é observada numa escala maior: Araguari fica a apenas 30km de um centro regional, a cidade de Uberlândia. Por concentrar maior quantidade de atividades e infraestrutura, os araguarinos preferem buscar entretenimento e cultura na cidade vizinha, fator que acaba por minar os investimentos nessas áreas.

Mas aí fica o cerne da questão: por que buscar em outras cidades se Araguari

tem o potencial para abrigar espaços que tragam mais qualidade de vida à população? A cultura, lazer e prática de esportes são para todos ou restritos apenas à quem pode pagar?

A gente não quer só comida A gente quer comida, diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída para qualquer parte TITÃS, 1987

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CONTEXTO CONHECENDO A CIDADE 20 HISTÓRICO 22

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CONHECENDO A CIDADE

A cidade de Araguari localiza-se no estado brasileiro

de Minas Gerais. Tem uma população de quase 120 mil habitantes[1], área territorial de aproximadamente 2.800 km²[1] e altura em relação ao nível do mar que varia entre 940 e 1087 metros[2]. Além do município ser o segundo maior da Microrregião de Uberlândia, fica em uma posição estratégica no eixo São Paulo-Brasília.

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É também abundante em recursos hídricos por estar

locada junto ao Rio Jordão, um afluente do Rio Paranaíba. Os dois fatores combinados - topografia acidentada e abundância em recursos hídricos - acaba resultando em uma paisagem

Dados retirados do IBGE (http://cidades.ibge.gov. br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=310350&searc h=minas-gerais|araguari|infograficos:-informacoescompletas) [2] Dado retirado no link: http://araguarimg.xpg.uol. com.br/

[1]

repleta de cachoeiras que são um grande atrativo entre moradores da cidade e da região.

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HISTÓRICO

A história do município está ligada intimamente ao

ciclo do ouro. As terras onde foi implantada estavam na rota da Estrada do Anhanguera, aberta por Bartolomeu Bueno da Silva Filho durante uma expedição de exploração do oeste do estado. Em 1840, foi então criada a Paróquia do Senhor Bom Jesus da Cana Verde, e os fazendeiros das imediações fundaram um povoado ao qual deram o nome de Arraial da Ventania. Fig. 1: Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde - 1910

A emancipação política da então

chamada Vila de Brejo Alegre se deu em 1884, e foi elevada à categoria de cidade em 1888, sob o nome de Araguari. Logo em 1889, foi decretada a preservação do Bosque John Kennedy, denominado na época Bosque do Capão. Fig. 2: Malha urbana inicial de Araguari - 1840 - 1895. Elaboração: L. M. de Oliveira

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Achilles Vidulich, engenheiro da Cia. Mogiana de Estradas

de Ferro (empresa inaugurada no município em 1896) e responsável pela obra do trecho Uberlândia - Araguari, ofereceu à Câmara Municipal um projeto de expansão da malha urbana para a cidade. O Arquivo Público Municipal não tem esse projeto, mas o mapa que mais se aproxima deste é a “Planta Geral da Cidade de Araguari”, de 1948 (figura 03).

Na década de 1960, embora o desenvolvimento urbano

tenha sido menos significativo, foram feitos trabalhos de infraestrutura em várias das principais vias. Um deles foi a

Fig. 3: “Planta Geral da Cidade de Araguari” - 1948

construção da Av. Brasil, atual Cel.Teodolino Pereira de Araújo, processando-se a canalização do córrego Brejo Alegre.

Em 1972, foi inaugurada a urbanização do então Bosque

John Kennedy, nome dado em virtude à utilização de verba doada por uma organização dos EUA. Fig. 4: Canalização do córrego Brejo Alegre - 1957

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A ÁREA DE INTERVENÇÃO A área de intervenção localiza-se entre os bairros Centro, Rosário, Sibipiruna e Bosque. Como mostra o mapa ao lado, até o momento, fica próxima do limite centro-leste do município. O Plano Diretor indica que o crescimento futuro da cidade deve se concentrar na porção nordeste, ao longo do vale do Córrego Brejo Alegre, devido às facilidades de abastecimento de água e drenagem. Portanto, ao longo dos anos, a tendência é que a área de intervenção se torne o ponto central de Araguari.

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Terreno do Parque Urbano

Trecho de intervenção da Avenida Coronel Teodolino Pereira de Araújo

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Trecho de intervenção da Avenida Minas Gerais

Córrego Brejo Alegre

Bosque John Kennedy

S/E

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LEVANTAMENTOS E ANÁLISES

PARTE 1: O AMBIENTE URBANO 31 PARTE 2: A ÁREA DE PROJETO 55

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PARTE 1: O AMBIENTE URBANO CONEXÕES E ESPAÇOS URBANOS 33 TRANSPORTE PÚBLICO 39 ÁREAS VERDES NA CIDADE 41 OPINIÃO PÚBLICA 47

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CONEXÕES E ESPAÇOS URBANOS

Entende-se por Sistema de Espaços Livres “os elementos e as relações que

organizam e estruturam o conjunto de todos os espaços livres de um determinado recorte urbano” (QUEIROGA et al, 2011, p. 13). Tratando-se de uma intervenção num componente do Sistema de Espaços Livres da cidade, foi feita uma análise do geral para o estudo das conexões com a área do projeto.

PRAÇAS PARQUES ESPAÇO LIVRE VIÁRIO RESERVAS AMBIENTAIS/ APPs E. L. ASSOCIADO A INFRAESTRUTURA E. L. DE USO ESPECÍFICO Fig. 5: Mapa de espaços livres públicos urbanos de Araguari. Elaboração: autores do artigo “Caracterização do Sistema de Espaços Livres de Araguari (MG)”

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ZONA CENTRAL / EIXOS DE CENTRALIDADE ZONA PERICENTRAL ZONA PERIFÉRICA PERIFERIA DESCONTÍNUA CHÁCARAS / CLUBES CAMPESTRES PARQUES / RESERVAS AMBIENTAIS CEMITÉRIOS DISTRITO INDUSTRIAL GRANDES INDÚSTRIAS FORA DO DISTRITO INDUSTRIAL GRANDES EQUIPAMENTOS 01 - PÁTIOS FERROVIÁRIOS 03 - RODOVIÁRIA 02 - AERÓDROMO 04 - ÁREAS MILITARES CONDOMÍNIO HORIZONTAL PERÍMETRO URBANO AURÉOLA PERIURBANA PRINCIPAIS VIAS VIA SOB CURSO D’ÁGUA CANALIZADO FERROVIA LINHA FÉRREA DESATIVADA LINHAS FÉRREAS ERRADICADAS VIAS SOB LINHA FÉRREA DESATIVADA POTENCIALIDADE DE CONEXÃO AMBIENTAL VETORES DE INTERESSE IMOBILIÁRIO Fig. 6: Modelo morfológico-funcional das cidades médias brasileiras, aplicado à Araguari Elaboração: L. M. de Oliveira

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A partir do modelo morfológico funcional elaborado para a cidade de Araguari,

é possível observar que a área de intervenção se localiza na Zona Pericentral, passando por vias principais.

A Zona Pericentral se desenvolveu a partir das vias de acesso ao centro.

Quando surgiram novas demandas de circulação devido à presença do automóvel, o sistema viário dessa zona passou por intervenções que buscaram qualificá-lo, como a canalização e aterro de parte do Córrego Brejo Alegre,

Com as novas demandas por cidades que tragam maior qualidade de vida,

o pedestre deve ser priorizado. Há apenas três áreas na cidade vistas como Parques/ Reservas Ambientais, porém, a abundância de recursos hídricos acaba por proporcionar um grande potencial na criação de novos parques.

A proximidade da área de intervenção de locais com potencialidade de

conexão ambiental deve ser considerada no projeto, já que o Plano Diretor do município estabelece que o prolongamento da avenida Teodolino Pereira de Araújo será tratada como um futuro Parque Linear. Portanto, em alguns anos, o projeto se interligará a essas áreas, aumentando a qualidade de vida da população.

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CONECTIVIDADES

Fig. 7: Estudo de Axialidade da malha atual, elaborado pelo programa computacional XSPACE. Elaboração: L. M. de Oliveira As cores mais quentes representam vias com maior conectividade na malha urbana, enquanto que as mais frias, menor conectividade.

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HIERARQUIA VIÁRIA

De acordo com os artigos 33 e 34 do Plano Diretor do município - para vê-

los na íntegra, consultar o capítulo Anexos deste caderno -, foi feito um mapa da hierarquia viária para a área de intervenção e entorno.

VIA ESTRUTURAL NORTE/SUL VIA ESTRUTURAL LESTE/OESTE VIA ARTERIAL VIA COLETORA VIA LOCAL TERRENO PARQUE URBANO

CÓRREGO BREJO ALEGRE

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TRANSPORTE PÚBLICO

Com base no mapa levantado abaixo e na licitação para transporte coletivo urbano realizada em janeiro de 2014 - para mais informações, consultar o capítulo Bibliografia deste caderno -, foram traçados os pontos de ônibus mais próximos à área de intervenção.

PONTOS DE ÔNIBUS PRÓXIMOS À ÁREA DE INTERVENÇÃO

Fig. 6: Mapa das rotas de transporte coletivo municipal. Fotografia tirada por funcionário da empresa de ônibus.

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ÁREAS VERDES NA CIDADE

De forma a compreender melhor as estruturas públicas de lazer que o município oferece, foram escolhidas cinco praças para análise: duas principais - responsáveis por abrigar a maioria dos eventos ao ar livre da cidade -, e três de bairro. Os aspectos observados foram os usos do solo no entorno imediato, mobiliário e equipamentos urbanos. Jane Jacobs explica em Morte e Vida nas Grandes Cidades que “A variedade de usos dos edifícios propicia ao parque uma variedade de usuários que nele entram e dele saem em horários diferentes.”, e é por esse motivo que analisar o entorno é tão importante no planejamento de áreas verdes.

3

4

2

1

5 S/E

1 - PRAÇA GETÚLIO VARGAS 2 - PRAÇA MANOEL BONITO 3 - PRAÇA ELMIRO BARBOSA 4 - PRAÇA DOM ALMIR MARQUES 5 - PRAÇA TERESA FRANÇA DE LIMA O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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PRAÇA GETÚLIO VARGAS A praça Getúlio Vargas é, atualmente, a que mais abriga eventos no município em razão da estrutura que apresenta. Tem amplo espaço, palco aberto e uma pequena casa de madeira que atua como a Casa do Artesão, local dedicado aos artesãos locais. O entorno da praça é bastante diverso,tendo desde edifícios residenciais até academias, restaurantes, lojas. Este é um fator crucial para que seja altamente frequentada.

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No entanto, um fator a impede de ser mais convidativa para a população fora da época de eventos: o mobiliário, formado apenas por longos bancos de concreto sem encosto, sendo alguns deles longe da sombra de uma árvore.

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PRAÇA MANOEL BONITO A Praça Manoel Bonito foi a primeira a ser construída na cidade, inaugurada em 1923. Na década de 1960, passou por uma remodelação, tendo os jardins e o coreto demolidos. Nota-se que o mobiliário também foi mudado, passando a ser o mesmo da Praça Getúlio Vargas: os longos bancos de concreto sem encosto. Localiza-se no coração da cidade, próxima da rua que mais movimenta o comércio lojista. Ao redor também há restaurantes, residências unifamiliares, um importante hotel, igrejas. Em razão de sua centralidade e forte ligação com o comércio, ao longo do ano, abriga feiras de artesanato local.

Fig. 5: Praça Manoel Bonito. Fotografia de Geraldo Vieira

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PRAÇAS DE BAIRRO PRAÇA ELMIRO BARBOSA A Praça Elmiro Barbosa localizase numa área predominantemente residencial. Há uma grande escola defronte, que em determinados horários, gera certo movimento de crianças. O parquinho infantil é o principal foco de utilização da praça. Num geral, não é tão frequentada em diversos horários do dia, e também não tem um mobiliário ou equipamentos confortáveis para permanência.

PRAÇA DOM ALMIR MARQUES A Praça Dom Almir Marques localiza-se numa área que recentemente ganhou mais vitalidade com a instalação da Santa Casa de Misericórdia, um importante hospital da região. É utilizada pela população em diferentes horários, principalmente nos intervalos dos funcionários que trabalham no hospital. O mobiliário é o mesmo das praças anteriores, e não há equipamentos de recreação infantil ou similares.

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PRAÇA TERESA FRANÇA DE LIMA A Praça Teresa França de Lima localiza-se numa área de maior variação de usos do entorno em relação às outras duas. Embora continue sendo mais residencial, há também diversos pontos de comércio e alguns outros de serviços. O mobiliário é o mesmo das anteriores, mas apresenta um diferencial: uma estrutura rebaixada bastante utilizada por jovens e crianças.

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OPINIÃO PÚBLICA

De forma a ter mais contato com a população, de junho de 2016 a julho de

2017, foi feita uma pesquisa de opinião sobre a qualidade dos espaços públicos da cidade. O mecanismo utilizado para a coleta de informações foi o Google Forms, uma plataforma online de formulários personalizados para pesquisas e questionários. Com um total de 50 questionários respondidos, os resultados serão mostrados nos gráficos logo adiante. A leitura das respostas discursivas da pesquisa está disponível no capítulo Apêndice deste caderno.

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SESSÃO GENERALIDADES Qual a sua idade?

O que você faz?

0% 0% 12%

0-10 anos

4%

6%

11-18 anos

12%

Trabalho

19-25 anos

28%

16%

Estudo

16%

4%

26-35 anos

Trabalho e estudo

36-45 anos 14%

Do lar

20%

46-55 anos

42%

56-65 anos

26%

Aposentado Desempregado

mais 65 anos

Quais espaços públicos/equipamentos urbanos você utiliza na cidade? (Em número de pessoas) Não costumo frequentar

1

Transporte público

1

Canteiro central para caminhadas

1

Arquibancada de campo de futebol

1

Equipamentos de recreação infantil

5

Quadras poliesportivas

2

Academias ao ar livre

9

Bosques/parques urbanos

27

Praças

40 0

48

5

10

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15

20

25

30

35

40

45


Você acha que faltam opções de espaços públicos de lazer/esporte/cultura? 12%

Sim

Não

88%

Quais estruturas/equipamentos/mobiliário urbano você sente falta na passarela da Avenida Coronel Teodolino Pereira de Araújo? (Em número de pessoas) Rampas para acessibilidade

21

Bicicletários

28

Lixeiras

33

Árvores

24

Quiosques

22

Equipamentos de recreação infantil

20

Aparelhos de academia ao ar livre

16

Bancos

30

Ciclovia

40 0

5

10

15

20

25

30

35

40

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45

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SESSÃO ESPORTES Você pratica esportes com regularidade?

Há na cidade algum espaço com variadas opções para a prática de esportes?

26% 34% Sim, e é um espaço público

Sim 50%

50%

Sim, e é um espaço privado Não

Não

40%

Se sim, como você avalia o espaço? De 1 (muito ruim, poucas opções e má qualidade) a 5 (muito bom, várias opções e ótima qualidade) 5 (Muito bom)

8%

4 (Bom)

26%

3 (Regular)

34%

2 (Ruim)

12%

1 (Muito ruim)

20% 0%

50

5%

10%

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15%

20%

25%

30%

35%

40%


SESSÃO CULTURA

Com que regularidade você vai a eventos culturais?

Em quais lugares ocorrem esses eventos normalmente? Espaços públicos abertos (como palcos montados em praças)

3% 10%

17%

70%

24%

28%

Uma vez por mês ou menos Duas vezes por mês, em média Uma vez por semana Mais de uma vez por semana

Espaços públicos fechados (como a Casa da Cultura, teatros públicos) Espaços privados abertos (como palcos montados ao ar livre em clubes privados)

12%

Espaços privados fechados (salões privados, casas de festa)

36%

Como você avaliaria a frequência de eventos culturais na cidade? De 1 (muito raro, poucas vezes ao ano) a 5 (muito frequente, várias vezes por semana) 5 (Muita frequência)

0%

4 (Frequentemente)

2%

3 (Pouco frequente)

18%

2 (Raro)

36%

1 (Muito raro)

44% 0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

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50%

51


SESSÃO LAZER Você visita as praças/bosques/parques da cidade? 6%

Sim Não

94%

Com que frequência? De 1 (poucas vezes ao ano) a 5 (várias vezes na semana) 5 (Várias vezes por semana)

4%

4 (Ao menos uma vez por semana)

12%

3 (Mais de duas vezes por mês)

38%

2 (Ao menos uma vez por mês)

18%

1 (Poucas vezes ao ano)

28% 0%

52

5%

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10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%


Você acredita que faltam praças em número, qualidade, ou está satisfeito com a situação atual? Péssimo

10%

Ruim

46%

Bom

40%

Muito bom

4%

Excelente

0% 0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

50%

Num geral, como você avalia a qualidade das praças da cidade? 0% 10%

Faltam praças em número Faltam praças em qualidade 50%

40%

Faltam praças tanto em número quanto em qualidade Estou satisfeito com a situação atual

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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PARTE 2: A ÁREA DE PROJETO CLIMA E VENTOS 57 USOS DO SOLO 58 ÁREA DE PERMEABILIDADE 61 PARQUE URBANO 62 AS AVENIDAS 70 O BOSQUE 76 LEGISLAÇAO 82

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

55



CLIMA E VENTOS

O tipo climático da cidade é o

tropical de altitude, com abundância de chuvas no verão - principalmente no mês de dezembro - e tempo mais seco no inverno - em especial mês de agosto -. A média de temperatura anual é 21,2°C. O vento predominante ao longo do ano é Nordeste.

S/E O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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USOS DO SOLO

Tendo em vista que o Parque

PRAÇAS / CANTEIROS CENTRAIS

Urbano será o objeto de detalhamento

TERRENO VAZIO

em etapas posteriores, foi feito um

RESIDÊNCIA

estudo de Usos do Solo com enfoque

SERVIÇO

no entorno do terreno. Foram marcadas

COMÉRCIO 01 - SUPERMERCADO

também as estruturas próximas que

ESCOLA / CRECHE

atraem grande público.

IGREJA 02 - MATRIZ DO SENHOR BOM JESUS DA CANA VERDE 03 - PARÓQUIA DO ROSÁRIO

EM CONSTRUÇÃO INSTITUCIONAL - PROMOTORIA DE JUSTIÇA NÚCLEO HISTÓRICO - EDIFICAÇÕES TOMBADAS ÁREA DE INTERVENÇÃO 04 - TERRENO DO PARQUE URBANO

58

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


3

1 4

2

S/E O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

59



ÁREA DE PERMEABILIDADE Atualmente,

as

áreas

de

permeabilidade próximas ou integrantes do projeto são três praças, os canteiros centrais das avenidas, a reserva urbana do Bosque John Kennedy e matas nativas ao redor do córrego Brejo Alegre. Ao longo do tempo, as matas nativas devem ser mantidas pelo menos em parte devido às exigências do Plano Diretor do município.

S/E O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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PARQUE URBANO

Sendo o terreno do Parque Urbano o foco de detalhamento, foi feito

levantamento físico (dimensões, topografia e preexistências) e fotográfico. Nas

Aveni da

S/E 62

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

Teodo

lino P ereira

de Ar

aújo

Rua Uberlândia

análises, foi observado o possível fluxo de pedestres.


LEVANTAMENTO FÍSICO DIMENSÕES

A = 3 Ha

Escala 1:5000 O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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TOPOGRAFIA

Escala 1:5000 64

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


PREEXISTÊNCIAS

Escala 1:5000 O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

65


LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO A partir do levantamento fotográfico, foi possível perceber as problemáticas e pontos fortes do terreno. Na foto 1, há a possibilidade de criação de um mirante através do aproveitamento do desnível. A foto 8 também mostra parte desse potencial, com a vista para a vegetação natural do córrego. Alguns pontos fracos são os muros cegos dos edifícios residenciais e as divisas com outros lotes já construídos. Nesses locais devem ser pensadas estratégias de fachadas ativas para que não se tornem inseguros.

1

8 9 S/E

5 66

7

6

4 5

3 2

6 O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

7


1

2

3

4

8

9 O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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FLUXOS DE PEDESTRES

Escala 1:1500 68

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


A análise de possíveis fluxos de pedestres mostrada ao lado tem conexão direta com a malha urbana e os usos do solo do entorno. O terreno é próximo de três grandes escolas, além de estar ao lado de um conjunto de edifícios habitacionais. Estes acabarão por condicionar boa parte dos fluxos. Após algumas análises computacionais, percebeu-se que o fluxo principal é o que corta o parque de norte a sul, por ser o que mais se conecta com a malha urbana. Abaixo, será mostrado o estudo de axialidade para a área.

S/E Obs.: o estudo acima difere do mostrado na Parte 1 deste capítulo pois foi realizado no programa Depthmap, o qual tem uma escala de cores diferente.As cores mais quentes mostram maior conectividade, enquanto que as mais frias, menor. O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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AS AVENIDAS

Para as avenidas Teodolino Pereira de Araújo e Minas Gerais foi feito

levantamento físico (gabarito viário, desenho do canteiro e preexistências) e fotográfico.

S/E 70

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


LEVANTAMENTO FÍSICO DIMENSÕES

Corte da Avenida Teodolino Pereira de Araújo

Escala 1:250

Corte da Avenida Minas Gerais

Escala 1:250 O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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DESENHO E PREEXISTÊNCIAS

Trecho de intervenção da Avenida Teodolino Pereira de Araújo

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O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


Escala 1:1500

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PREEXISTÊNCIAS

Trecho de intervenção da Avenida Minas Gerais Obs.: não há qualquer tipo de caminhos pavimentados neste trecho, apenas interrupções na grama criadas pelo movimento de pedestres.

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Escala 1:1500

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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

1

2

6

7

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3


4

5

A partir do levantamento fotográfico, foi

possível perceber as possibilidades de uso dos canteiros centrais. Embora o desenho atual da Avenida Teodolino não comporte uma ciclovia,

21

54 3

6 7

alterações no traçado podem tornar o novo uso possível. Já na Avenida Minas Gerais, há perspectivas melhores. Como não há caminhos pavimentados, será possível criar um desenho completamente novo e mais confortável aos usuários. O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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O BOSQUE

Para o Bosque John Kennedy, foi feita uma pesquisa mais aprofundada sobre

suas origens, estado de conservação atual, diversidade de fauna e flora, além de um levantamento fotográfico. S/E

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O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


O Bosque John Kennedy é uma das maiores reservas florestais urbanas do Brasil, tendo hoje uma área de 11,2Ha. É ocupado, em maior parte, por espécies que necessitam de média quantidade de água durante o ano, além de perderem as folhas para enfrentar uma estação seca - as chamadas matas mesófilas semidecíduas. De acordo com estudos realizados por professores da Universidade Federal de Uberlândia em 1995, o bosque abrigava 113 espécies arbóreas nativas, representadas por 1523 árvores. Não fizeram parte do estudo arbustivas, herbáceas, epífitas e lianas (cipós), que em conjunto, poderiam totalizar mais de 300 espécies. [3] Em 1925, foram abertos os primeiros caminhos de chão batido para a utilização da mata, e aberta também uma clareira para abrigar o coreto. Em 1970, o bosque passou por um projeto de urbanização que levou a “um novo portal de entrada, ruas asfaltadas no entorno, passarelas de acesso, ponte com espelho d’água, orquidário, restaurante, viveiro de pássaros, selas para animais domésticos, parque infantil, sanitários, e um palco suspenso para apresentações artísticas e cívicas no lugar do antigo coreto.”[4] Em 1998, foi tombado como patrimônio natural. Em junho de 2017, notícia no veículo online G1 conta que o bosque passará por uma revitalização completa, na qual serão feitas trocas de lâmpadas, recuperação de calçamentos, melhorias no parque infantil, retirada de mudas doentes e replantio.[5] O conjunto de dados apresentados sobre o bosque consta no link: http://www.cidadearaguari.com.br/bosque-john-kennedy/ Trecho retirado do link: http://www.araguarionline.com/noticias/function.php?subaction=showfull&id=1217303200&archive=&start_from=&ucat=12,16& [5] A notícia foi relatada no link: http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/bosque-john-kennedy-em-araguari-passa-por-revitalizacao.ghtml [3] [4]

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

Como não foi possível o desenvolvimento de uma planta de implantação

dos caminhos e estruturas internas, serão apenas mostradas algumas das fotos do bosque tiradas em levantamento realizado em abril de 2017.

Na segunda foto, é mostrada a placa posicionada na entrada, que limita parte

dos possíveis usos.

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O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


A população se utiliza do bosque para lazer ativo e passivo (parque infantil

e contemplação), prática de esportes (caminhada pelas alamedas e academia ao ar livre), entretenimento e cultura (apresentações no coreto-palco).

A Sala Verde, mostrada na última foto, é um importante instrumento de

educação ambiental. Através de políticas efetivas, é possível fazer um trabalho significativo na conscientização de jovens e adultos.

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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LEGISLAÇÃO

De forma que o projeto de intervenção se enquadre num padrão adequado

para a população, foi feito um levantamento de quais leis interferem diretamente no planejamento.Foram considerados o Plano Diretor do município (Lei Complementar no 34/04), a Lei Federal no 10.098, de 19 de dezembro de 2000 (e também a Lei Federal no 13.443, de 11 de maio de 2017, que altera o artigo 4o da referida lei), o Código de Obras (Lei Municipal no 1640) caso se torne necessário, e o Código Florestal (Lei Federal no 12.651, de 25 de maio de 2012).

Do Plano Diretor, podem ser destacados os seguintes artigos:

Art. 12 O Poder Executivo promoverá e incentivará o turismo como fator estratégico de desenvolvimento econômico e social do Município de acordo com as seguintes diretrizes: (...) VIII - apoiar a Associação de Artesãos na criação de espaço adequado para a divulgação do artesanato do Município; Art. 16 O Poder Executivo promoverá o esporte e a recreação de acordo com as seguintes diretrizes:

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O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


(...) II – Utilizar o esporte e o lazer como instrumento de inclusão social, inclusive na prevenção à marginalidade social, adaptando todos os espaços para os portadores de deficiência e para as pessoas da terceira idade; (...) V – estruturar os espaços públicos, especialmente as praças dos bairros, no sentido de viabilizar projetos para melhorar o acesso ao esporte e ao lazer; VI – adequar os canteiros centrais das avenidas estruturais para a prática de caminhadas e corridas; (...) VIII – viabilizar a promoção de atividades esportivas e de lazer nas áreas públicas, especialmente nas praças, promovendo o bem-estar e a qualidade de vida do cidadão; Art. 17 O Poder Executivo promoverá o desenvolvimento de programas de acesso à cultura de acordo com as seguintes diretrizes: (...) IV – criar espaços culturais nos bairros, especialmente nas praças; V – adequar espaço cultural para quinhentas (500) pessoas com palco, acústica, vestiário e logística complementar para eventos sociais e culturais como teatro, festival de dança, festival de música, simpósios, convenções, dentre outros; Art. 18 O Poder Executivo desenvolverá programas de inclusão social conforme as seguintes diretrizes: (...) III – criar áreas de estacionamento para portadores de deficiência, especialmente no centro da cidade e em locais de grande fluxo de veículos e em eventos especiais; O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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Art. 33 O Poder Executivo observará as seguintes diretrizes em relação ao sistema viário, conforme mapa 2, anexo a esta Lei Complementar: I – definir quatro vias estruturais, sendo duas no sentido norte/sul e duas no sentido leste/ oeste: a) ESTRUTURAL NORTE/SUL: (1) Av. Minas Gerais e seu prolongamento e, (2) Av. Batalhão Mauá e seu prolongamento até a entrada do distrito de Amanhece; b) ESTRUTURAL LESTE/OESTE: (1) Av.Theodoreto Veloso de Carvalho, Av. Mato Grosso e Av. Cel. Belchior de Godoy e, (2) Av. Cel.Theodolino Pereira de Araújo e seu prolongamento através do futuro Parque Linear; (...) III – garantir a adequação para ciclovia em todas as vias estruturais e, quando possível, nas vias arteriais.

Da Lei Federal no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, é possível destacar:

Art. 3o O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos parques e dos demais espaços de uso público deverão ser concebidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade reduzida. 84

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


Do Código Florestal (Lei Federal no 12.651, de 25 de maio de 2012), podem

ser destacados os seguintes artigos: Art. 6o Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades: (...) V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico. Art. 9o É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental.

Os artigos listados anteriormente foram apenas aqueles julgados mais

importantes de serem mostrados no momento. Para conferir a lista completa, ir até o item Anexos deste caderno. O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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REFERENCIAIS

Serão mostrados a seguir três referenciais que foram analisados: Park Moulon

and the Carré des Sciences, Araxá – Valorização Arquitetônica e Urbanística da Área Central e Parque da Gare. A escolha destes se deu pela afinidade com o programa e com as características do local de implantação.

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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PARK MOULON AND THE CARRÉ DES SCIENCES Local: Paris, França Escritório: West 8 Ano do projeto: 2015 Área: 4 Ha

No centro do distrito Moulon,

em Paris, serão implantados até 2019 diversos edifícios da Universidade ParisSaclay. Houve a necessidade, portanto, da criação de um parque que fizesse a conexão entre os futuros prédios da universidade, além de ser também um espaço para lazer, cultura e prática de esportes.

Foi promovido um concurso, no

qual o escritório West 8, especializado em projetos urbanos e de paisagismo, acabou sendo selecionado.

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O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


O parque se integra com a malha urbana de forma a fazer uma conexão entre locais com diversos usos, fator que acaba por reunir grupos sociais diferentes. Em razão disso, foram criadas várias possibilidades de atividades e pontos de encontro. Alguns exemplos são o solário, salão de festas, cinema ao ar livre, mesas de xadrez, espaços para relaxamento e leitura, jardins. Estes usos são tanto tradicionais quanto não tão tradicionais nos programas de necessidades de parques. O conceito idealizado pelo escritório está intimamente ligado à topografia do local e às preexistências, como é possível ver na criação de alguns dos caminhos para pedestres.

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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ARAXÁ - VALORIZAÇÃO ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA DA ÁREA CENTRAL Local: Araxá, Minas Gerais Escritório/instituição: Gustavo Penna/ Prefeitura Municipal de Araxá Ano do projeto: 2010-2011 Área: 2,34 Ha

O projeto compreende a Praça

Coronel Adolpho - área em que foi iniciado o povoamento de Araxá na década de 1770 -, a Avenida Antônio Carlos e a Rua Presidente Olegário Maciel, configurando o eixo do centro histórico do município. Com o passar do tempo, a região em torno da avenida principal foi se degradando, tornando-se ponto de prostituição e venda de drogas. Havia, então, a necessidade de fazer uma intervenção urbana que recuperasse a vitalidade do local. 90

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


Entre as propostas do projeto, foi criada uma passarela central que valoriza o pedestre e o convida a contemplar o entorno repleto de edificações históricas. Uma das preocupações do projeto foi prover espaços voltados à cultura, criando assim o Teatro Municipal - uma edificação parcialmente enterrada que possui em sua cobertura um espelho d’água. Este elemento busca homenagear as águas termais da cidade, famosas por serem usadas na cura de diversas enfermidades. Para maior valorização do entorno, o projeto também previu fiação enterrada, minimização de publicidades, alargamento de calçadas. Os materiais utilizados buscam imprimir uma aparência natural, e por isso a especificação do concreto aparente e do vidro transparente. O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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PARQUE DA GARE Local: Passo Fundo, RS Escritório: IDOM Ano do projeto: 2013 Área: 6,90 Ha Após a desativação da linha férrea em 1986, o Parque da Gare passou a ocupar o local onde ficava a antiga estação de trem da cidade. Porém, nunca havia sido finalizado e encontrava-se quase que em estado de abandono. Em 2012, foi realizada uma concorrência internacional promovida pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), a qual teve como vencedor o grupo IDOM. O objetivo era identificar espaços livres na malha urbana e selecionar uma área estratégica capaz de impulsionar a ocupação pela população.

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O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


O parque conta com uma quantidade expressiva de atividades, sendo estas voltadas à cultura, à prática de esportes e ao lazer. Entre as diversas intervenções, foi feito um prédio para a Feira do Produtor, uma biblioteca, novas pistas de skate, quadra poliesportiva, brinquedos em um parque acessível. A topografia acidentada condicionou diversas decisões de projeto, como o aproveitamento do desnível nos prédios novos. Os antigos usos também foram amplamente considerados, tendo em vista que a edificação da Feira do Produtor foi construída em um local onde já era realizada a venda de alimentos produzidos pelos agricultores da cidade.

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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PROGRAMA DE NECESSIDADES

Com base nos estudos sobre demanda local, foi elaborado um programa de Programa de necessidades

necessidades contendo as atividades que seriam contempladas pelo parque. DEMANDA Realização de eventos Exposição de artesanato local Culinária local Happy hour Cinema Áreas verdes, sombra Conforto higrotérmico Espaço para contemplação/descanso/convivência Espaço para recreação infantil Prática de esportes Deslocamento Infraestrutura

SOLUÇÃO PROJETUAL Palco ao ar livre Cobertura permanente Paisagismo Quiosques Vendedores ambulantes Quiosques Mobiliário Cinema ao ar livre no espaço destinado a eventos culturais Paisagismo Fonte interativa Paisagismo Mobiliário Bancas de jornal/revista/livros Playground acessível Pista de caminhada, quadra esportiva, pista para skate e patins, ciclovia, escalada, aparelhos de academia ao ar livre Ponto de ônibus Ciclovia Iluminação pública adequada Internet Banheiros Água/bebedouros O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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CONCEITO

Ao longo dos anos, Araguari foi se construindo com base no fluxo de

carros. As pessoas foram esquecidas, e as praças passaram a ser meros espaços de contemplação com cada vez menos áreas verdes. Com o primeiro Plano Diretor, em 2004, a situação começou a tomar um caráter diferente. Na teoria, o pedestre passaria a ser mais valorizado, as áreas verdes seriam ampliadas e haveria também o incentivo ao transporte alternativo. Muitos desses planos não chegaram a ser ao menos considerados pela administração municipal, mas a população caminhava rumo à percepção de que a cidade deve ser construída em conjunto e para todos.

A partir da necessidade de espaços que sejam confortáveis ao usuário e que

possam ser utilizados por um grande público, surgiu a ideia de uma intervenção que tivesse como base a MULTIPLICIDADE ESPACIAL. O maior número de atividades em uma área verde acaba por atrair pessoas com interesses distintos para um mesmo espaço, e com o aumento da circulação, há consequentemente maior copresença. A apropriação do espaço público é necessária para a criação do vínculo de pertencimento e a diminuição de problemas sociais sistêmicos, como a violência. Indo de encontro a esses interesses é que passa a ser possível o bem estar coletivo.

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O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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PROPOSTA

Assim como acontece no ambiente urbano, a proposta foi feita com

a sobreposição de camadas. Topografia, meios de transporte e lógicas de traçado tiveram um papel crucial na conformação do todo. Essas camadas serão apresentadas logo adiante, da macroescala à microescala, mostrando o processo de desenvolvimento que levou ao resultado final.

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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MACROESCALA | TRANSPORTE PÚBLICO

A partir da análise do mapa de transporte público urbano atual e a licitação

de janeiro de 2014, notou-se que foi extinta uma linha com enorme potencial de conexão entre os dois parques da área de intervenção e a cidade como um todo.

PARQUE URBANO BOSQUE JOHN KENNEDY LINHA CIRCULAR I E II

S/E 100

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


Resgatada a linha, foi feita uma pequena modificação para incluir o Parque

Urbano. O ponto em frente ao Bosque John Kennedy foi mantido, e também criado um novo que passa pelo Parque Urbano.

PARQUE URBANO BOSQUE JOHN KENNEDY LINHA CIRCULAR NOVA PONTOS EM FRENTE AOS PARQUES

S/E O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

101


CICLOVIAS

Em uma análise do Plano Diretor do município, foi feita uma proposta de

trajeto de ciclovia para a área de intervenção, levando em conta as principais diretrizes fixadas para a criação de um sistema cicloviário. Com base nisso, é mostrada abaixo também uma previsão das possibilidades futuras.

PARQUE URBANO BOSQUE JOHN KENNEDY CICLOVIA PROPOSTA POSSIBILIDADE FUTURA (PREVISÃO DO PLANO DIRETOR)

S/E 102

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


MESOESCALA | LÓGICA COMPOSITIVA

Além da topografia ter sido essencial na conformação dos espaços, foi

necessária uma outra ferramenta para auxiliar a criação das linhas que guiariam o projeto paisagístico-urbano: uma malha.A escolha da malha se deu através de testes para avaliar a estética dos possíveis traçados. Por fim, foi escolhida esta apresentada abaixo por ter maiores possibilidades de conformação de um traçado irregular que trouxesse resultados mais satisfatórios.

Topografia e traçado numa relação harmônica O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

103


MICROESCALA | PARQUE URBANO | FLUXOGRAMA

4 ENCONTRO ÁREAS VERDES

5

PONTO DE ÔNIBUS QUIOSQUES/BANCAS

DESCANSO/ ENTRETENIMENTO

2

EVENTOS/PÚBLICO

1

APOIO 1 - PALCO 2 - BANHEIROS 3 - ESTACIONAMENTO

2

QUADRA ESPORTIVA

PRÁTICA ESPORTIVA LAZER ATIVO

4 - PISTA DE SKATE 5 - ESCALADA

3

FONTE INTERATIVA

PLAYGROUND PASSARELA/CICLOVIA

104

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


IDEIAS BASE

Desde o início, foi pensado

como seria possível tirar proveito da topografia para valorizar as visuais do entorno, tanto urbano quanto natural. A partir disso, foi pensada uma plataforma que, passado o limite da barreira visual

LIMITE DA BARREIRA VISUAL

formada pelo conjunto de prédios vizinhos, destacaria tanto essas vistas quanto o nascer e o pôr do sol.

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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EVOLUÇÃO DA PROPOSTA

Nesta primeira tentativa, foi utilizada outra malha triangular, que embora tenha gerado algumas soluções interessantes, não funcionava bem como um todo. Uma observação importante foi que a dimensão do módulo deveria ser ajustada.

Primeira tentativa

Segunda tentativa

Terceira tentativa 106

Na segunda tentativa, foi usada a malha final. Os ajustes de dimensão do módulo ainda estavam sendo testados, e as soluções geradas estavam melhores, mas ainda não no patamar esperado. Logo na terceira tentativa, foi feito o ajuste final do módulo, e este finalmente chegou ao ideal. A solução estava já bastante evoluída, mas ainda havia áreas não tão bem resolvidas.

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


Proposta final O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

107


CAMADAS

S/E 108

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S/E O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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MICROESCALA | BOSQUE JOHN KENNEDY

Levando em consideração o Código Florestal brasileiro,

o Bosque John Kennedy se enquadra na categoria de APP. É necessário, portanto, criar políticas mais efetivas para a educação ambiental, de forma a conscientizar a população. Dessa forma, a primeira proposta de diretriz é uma reforma periódica da Sala Verde para que seja possível sua utilização pelas escolas do município. A segunda é levar turmas de crianças dos colégios municipais para aulas de educação ambiental no bosque ao menos uma vez por trimestre.

Pensando em manter apenas atividades de baixo

impacto, foi pensado que, para haver maior movimentação de pessoas no bosque, seria necessário revogar algumas das proibições de entrada. A terceira diretriz será a liberação do uso de bicicletas, patins e skates. Continua proibida a entrada com animais de estimação e a restrição de horários também será mantida.

A quarta diretriz proposta é a manutenção periódica

do bosque: trocas de lâmpadas, recuperação de calçamentos danificados, retirada de mudas doentes e replantio, melhorias na academia ao ar livre e parque infantil. 110

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MESOESCALA | OLHAR FINAL

S/E O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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EXPECTATIVAS

Erzebet Ter Park (Budapeste) Ideia de tratamento do desnível na área com bancas de revista/café e leitura. O mobiliário também é uma das ideias para a área de Happy Hour.

Ideia de tratamento da área com fonte interativa seca. Imagem contida em site especializado de projeto de Fontes Interativas (http://jatodaguafontesluminosas.com.br/project/fonte-interativa-seca/)

112

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Referencial 2 | Araxá - Valorização Arquitetônica e Urbanística da Área Central Ideia da plataforma (altura e relação com o espaço do parque)

Referencial 3 | Parque da Gare Ideia de materiais para a utilização na plataforma de contemplação.

Referencial 2 | Araxá - Valorização Arquitetônica e Urbanística da Área Central Ideia para palco e sua relação com a topografia e as possibilidades de uso do ambiente

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EXPECTATIVAS Referencial 3 | Parque da Gare Ideia de aproveitamento dos desníveis para a criação da pista de skate

Referencial 3 | Parque da Gare Ideia de criação de platôs nas áreas gramadas para melhor aproveitamento da população

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Referencial 3 | Parque da Gare Ideia para a criação de um parque infantil totalmente acessível

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BIBLIOGRAFIA

Textos de citação e pesquisa, incluindo imagens (por ordem com que aparecem):

JACOBS, Jane. Morte e Vida de Grandes Cidades. 3a ed. São Paulo:WMF Martins Fontes, 2011. GUIMARÃES, Rosa. Aí está Minas: a mineiridade. Suplemento Literário Minas Gerais, v. 2, n. 65, 11, 1967. ANTUNES, Arnaldo; BRITTO, Sérgio; FROMER, Marcelo. COMIDA. Intérprete: Titãs. Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas. 1987. IBGE Cidades | Minas Gerais | Araguari. Disponível em: <http://cidades. ibge .gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=310350&search=minasgerais|araguari|infograficos:-informacoes-completas>. Acesso em: maio 2017. História de Araguari - MG. Disponível em: <http://araguarimg.xpg.uol.com.br/>. Acesso em: maio 2017. CAMPOS, Alessandre. Araguari: 123 anos (Parte 1). Disponível em: < http:// olhar-urbano.blogspot.com.br/2011/08/araguari-123-anos-parte-1.html>. Acesso em: março 2017. CAMPOS, Alessandre. Araguari: 123 anos (Parte 2). Disponível em: < http:// olhar-urbano.blogspot.com.br/2011/08/araguari-123-anos-parte-2.html>. Acesso em: março 2017. CAMPOS, Alessandre. Araguari: 123 anos (Parte 3). Disponível em: < http:// olhar-urbano.blogspot.com.br/2011/08/araguari-123-anos-parte-3.html>. Acesso em: março 2017. O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

117


COCOZZA, G. P.; OLIVEIRA, L. M. Forma urbana e sistema de espaços livres na cidade de Araguari (MG). In:VII Colóquio QUAPÁ-SEL, 2012, Campo Grande.Anais. Campo Grande, 2012. QUEIROGA, E. F.; OLIVEIRA, L. M. Caracterização do sistema de espaços livres de Araguari (MG). In: IX Colóquio QUAPÁ-SEL, 2014, Vitória. Anais. Vitória, 2014. PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAGUARI. Lei Complementar nº 34 de 28 de Dezembro de 2004. Dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano – PDU – do Município de Araguari. PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAGUARI. Concorrência pública nº. 006/2014. Dispõe sobre a seleção de empresa para realizar o serviço de Transporte Coletivo Urbano e Distrital no município de Araguari. Portal JB. Geraldo Vieira, o Mago da Fotografia. Disponível em: < https:// portaljb.wordpress.com/2013/07/02/geraldo-vieira-o-mago-da-fotografia/>.Acesso em: junho 2017. História e Preservação. Documentação daArquitetura Moderna noTriângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Docomomo. Disponível em: < http://www.arqmoderna.faued. ufu.br/doc_moderno/html/cidades/araguari/pr_manoel_bonito.html>. Acesso em: junho 2017. Climate Data. Clima: Araguari. Disponível em: <https://pt.climate-data.org/ location/25077/>. Acesso em: junho 2017. BRASIL. Lei Federal no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Dispõe da acessibilidade em espaços públicos. 118

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial


BRASIL. Lei Federal no 13.443, de 11 de maio de 2017. Dispõe da alteração do artigo 4o da Lei Federal no 10.098. PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAGUARI. Lei Municipal no 1640, 27 de fevereiro de 1974. Dispõe sobre o Código de Obras do município de Araguari. BRASIL. Lei Federal no 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre o Código Florestal brasileiro. Park Moulon and the Carré des Sciences. West 8. Disponível em: < http://www. west8.nl/projects/park_moulon_and_the_carr_des_sciences/?s=n>. Acesso em: julho de 2017. Infraestrutura urbana: projetos, custos e construção. Centro Revitalizado. Disponível em: < http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/37/artigo308759-2. aspx>. Acesso em: junho de 2017. GRUNOW, Evelise. Do plano ao projeto. Projeto Design, São Paulo, Arco, v. 434, Setembro/outubro 2016.

O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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APÊNDICE

Respostas discursivas da pesquisa de opinião, sessão Generalidades. A

pergunta foi: “Se a resposta à pergunta anterior foi ‘sim’, de qual tipo de espaço público você sente falta ou gostaria que tivesse na cidade?”. Esta pergunta sucede a “Você acha que faltam opções de espaços públicos de lazer/esporte/cultura?”. Os nomes foram ocultados em razão da manutenção da privacidade do entrevistado. Se a resposta à pergunta anterior foi ‘sim’, de qual tipo de espaço público você sente falta ou gostaria que tivesse na cidade? Praças de boa qualidade, eventos em espaço aberto e público, quadras de boa qualidade (L.B.) Cultura (L.) Acredito que os espaços públicos que já existem são mal aproveitados e/ou descuidados, como é o caso do Bosque da cidade. Algumas praças públicas são muito mal iluminadas, o que torna elas perigosas durante á noite. Eu sinto falta de um espaço público que poderia ser utilizado durante á noite de forma segura e com espaços de interação. (P.P.N.) Espaços culturais (S. C. F.) Mais opções de espaços voltados para cultura (I. C. O.) Quadras de futebol, Volei, basquete parques infantis. (D. A. T.)

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Espaço para corrida e bicicletas (L.) Cinema, eventos culturais... (D.) Cinema (R. H. A.) Espaco para caminhadas (M. H.) Teatro, cinema bem estruturado e ciclovia. (W. H. C.) Natureza ao redor do Lago da Vereda; local afastado adequado aos aficionados do SOM AUTOMOTIVO; Área para shows COBERTA !!! (J. P. G.) Espaço de lazer para passear com os cães. (A. N. S.) O ParqueosUrbano e ajá Multiplicidade Espacialser mais bem cuidados. (P. A. C.) Na verdade espaços disponíveis poderiam


Espaço para corrida e bicicletas (L.) Cinema, eventos culturais... (D.) Cinema (R. H. A.) Espaco para caminhadas (M. H.) Teatro, cinema bem estruturado e ciclovia. (W. H. C.) Natureza ao redor do Lago da Vereda; local afastado adequado aos aficionados do SOM AUTOMOTIVO; Área para shows COBERTA !!! (J. P. G.) Espaço de lazer para passear com os cães. (A. N. S.) Na verdade os espaços já disponíveis poderiam ser mais bem cuidados. (P. A. C.) Todos... Araguari nao oferece nada. Precisamos de lazer, cultura e esportes. (R.) A praça ( que na verdade é um terreno). Próxima ao bar do Chicão no bairro millenium. Poderia ser transformado em uma praça de verdade. (A.) Espaço de lazer para crianças, lugar para andar de bicicleta, patins, entre outros (C.) Mais pistas de sk8, ciclovias, mais áreas verdes. (R.S.J.) Espaços “integrativos”, de recreação, lazer, cultura, (com conexão de Internet) que posam divulgar o que é trabalhado/desenvolvido na cidade nesses setores. (M.V.L.) Parquinhos em bom estado de conservação (P.) Esporte, organização do bosque (T.L.) Gostaria que a cidade tivesse um espaço para a realização de caminhadas, corridas e outras atividades esportivas e também um espaço – como um palco – para atividade culturais ao “ar livre” como teatro e shows musicais. Um local com mais segurança, com iluminação, espaço para estacionamento, quiosques, etc. (A.) Quadras Poliesportivas (N. J.) Mais espaço naspara as pessoas que andam de bicicleta, e cuidado com as praças e ruas que estão abandonados e até em desuso (A. S. L.) Ginásio, quadra de esportes, piscinas, palco ao ar livre e iluminação. (E.) Cultural (R. M. T.) Praças melhores (L.) Local público, arborizado, seguro, multifuncional como: quadras para vôlei, peteca, parque para crianças e isso com alguma infraestrutura tipo: banheiro bem organizado, segurança, area de exposição para diversos alimentos regionais, (M. A. J.)

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ANEXOS

Será apresentado a seguir o compilado de artigos do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do município de Araguari, contendo todos os que dizem respeito ao projeto de intervenção ou à pesquisa desenvolvida. TÍTULO II DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, HUMANO E AMBIENTAL Capítulo I DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SEÇÃO IV DO TURISMO Art. 12 O Poder Executivo promoverá e incentivará o turismo como fator estratégico de desenvolvimento econômico e social do Município de acordo com as seguintes diretrizes: VIII – Apoiar a Associação de Artesãos na criação de espaço adequado para a divulgação do artesanato do Município; X – Incentivar o desenvolvimento da culinária local, priorizando a utilização de derivados de produtos do Município, melhorando a qualidade e diversificando os serviços dos restaurantes e hotéis; XIV – viabilizar a construção do Parque Linear às margens do Córrego Brejo Alegre entre a Avenida Minas Gerais e a Avenida Theodoreto Veloso de Carvalho, criando uma área de eventos esportivos, culturais e de entretenimento; Capítulo II DO DESENVOLVIMENTO HUMANO SEÇÃO IV DO ESPORTE E DA RECREAÇÃO Art. 16 O Poder Executivo promoverá o esporte e a recreação de acordo com as seguintes diretrizes:II – Utilizar o esporte e o lazer como instrumento de inclusão social, inclusive na prevenção à marginalidade social, adaptando todos os espaços para os portadores de deficiência e para as pessoas da terceira idade; V – estruturar os espaços públicos, especialmente as praças dos bairros, no sentido de viabilizar projetos 122

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para melhorar o acesso ao esporte e ao lazer; VI – adequar os canteiros centrais das avenidas estruturais para a prática de caminhadas e corridas; VIII – viabilizar a promoção de atividades esportivas e de lazer nas áreas públicas, especialmente nas praças, promovendo o bem-estar e a qualidade de vida do cidadão; SEÇÃO V DA CULTURA Art. 17 O Poder Executivo promoverá o desenvolvimento de programas de acesso à cultura de acordo com as seguintes diretrizes: IV – criar espaços culturais nos bairros, especialmente nas praças; V – adequar espaço cultural para quinhentas (500) pessoas com palco, acústica, vestiário e logística complementar para eventos sociais e culturais como teatro, festival de dança, festival de música, simpósios, convenções, dentre outros; SEÇÃO VI DA AÇÃO SOCIAL Art. 18 O Poder Executivo desenvolverá programas de inclusão social conforme as seguites diretrizes: III – criar áreas de estacionamento para portadores de deficiência, especialmente no centro da cidade e em locais de grande fluxo de veículos e em eventos especiais; Capítulo VI DO TRANSPORTE SEÇÃO I DO SISTEMA VIÁRIO Art. 33 O Poder Executivo observará as seguintes diretrizes em relação ao sistema viário, conforme mapa 2, anexo a esta Lei Complementar: I – definir quatro vias estruturais, sendo duas no sentido norte/sul e duas no sentido leste/oeste: a) ESTRUTURAL NORTE/SUL: (1) Av. Minas Gerais e seu prolongamento e, (2) Av. Batalhão Mauá e seu O Parque Urbano e a Multiplicidade Espacial

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prolongamento até a entrada do distrito de Amanhece; b) ESTRUTURAL LESTE/OESTE: (1) Av. Theodoreto Veloso de Carvalho, Av. Mato Grosso e Av. Cel. Belchior de Godoy e, (2) Av. Cel. Theodolino Pereira de Araújo e seu prolongamento através do futuro Parque Linear; III – garantir a adequação para ciclovia em todas as vias estruturais e, quando possível, nas vias arteriais; SEÇÃO III DO ESTACIONAMENTO Art. 36 O Poder Executivo observará as seguintes diretrizes em relação à política de estacionamento: VI – destinar vagas para deficientes nos locais de grande demanda por estacionamento, inclusive no entorno dos órgãos públicos; VII – destinar vagas para idosos em locais de grande demanda por estacionamento, inclusive no entorno das instituições financeiras e órgãos públicos; Capítulo VII DA INFRA-ESTRUTURA URBANA COMPLEMENTAR SEÇÃO I DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA Art. 39 O Poder Executivo observará as seguintes diretrizes em relação à iluminação pública: I – garantir a iluminação das vias, logradouros e equipamentos públicos na área de consolidação urbana, distritos e demais comunidades rurais; Capítulo VIII MEIO AMBIENTE SEÇÃO I DO PLANEJAMENTO AMBIENTAL Art. 43 O Poder Executivo promoverá a valorização, o planejamento e o controle do meio ambiente de acordo com as seguintes diretrizes: XIV – ampliar a oferta de praças públicas nos bairros, implantando equipamentos de lazer, esportes e cultura, além de tratamento paisagístico, garantindo o acesso de toda a população; 124

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XV – preservar as áreas ambientalmente frágeis ocupadas e recuperar as degradadas, especialmente às margens dos córregos urbanos; SEÇÃO III DAS ÁREAS VERDES Art. 44 O Poder Executivo promoverá a implantação de áreas verdes com observância das seguintes diretrizes: III – garantir a recuperação e a preservação dos rios e córregos urbanos definindo parques lineares nas áreas de preservação permanente, especialmente nos córregos Brejo Alegre, dos Verdes e dos Dâmasus, inibindo a ocupação irregular; IV – definir como Área de Preservação as sub-bacias do Ribeirão Araras e dos Córregos Brejo Alegre e Desamparo, e das respectivas micro-bacias dos Córregos dos Dâmasus e dos Verdes, além dos Parques Municipais John Kennedy e Desamparo; V – recuperar, manter e construir novas praças nos bairros e distritos, ampliando as áreas verdes e de lazer disponibilizadas à comunidade. TÍTULO III DA ESTRUTURAÇÃO URBANÍSTICA Capítulo II DA ORDENAÇÃO DO PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO Art. 60 Na área urbana serão realizadas obras e ações necessárias para garantir a acessibilidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida a todas as repartições públicas e espaços públicos do Município, em atendimento à Lei Federal n. 10.098, de 19 de dezembro de 2000 e em conformidade à NBR 9050-94 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, bem como ao acesso ao transporte coletivo, com um sistema especial de atendimento a ser desenvolvido.

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