E A I S
PROJETO DE ESCOLA DE ARTES NA CIDADE DE SERTÃOZINHO - SP
CENTRO UNIVERSITARIO MOURA LACERDA TRABALHO DE FINAL DE GRADUAÇÃO NATALIA PAVAN PIGNATA ORIENTADOR- MARIA LIDIA GUIMARÃES
AGRADECIMENTO Aos meus pais Alessandro o e Karina que nunca mediram esforços para que eu atingisse os meus objetivos. A toda minha família, avós, tias e primos por sempre se fazerem presentes e por acreditarem em mim. A minha orientadora Prof. Maria Lídia Guimaraes pelos ensinamentos, motivação e paciência ao longo de todo trabalho. Aos colegas de sala e futuros colegas de profissão, em especial meus amigos André, Gabriela, Helena e Carolina por compartilharem comigo todos os bons e maus momentos proporcionados pela graduação em Arquitetura e Urbanismo. A todos que de alguma maneira estiveram presentes e contribuíram com a minha formação acadêmica. Obrigado.
INDICE
1. INTRODUÇÃO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 2. EDUCAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DA ARTE . . . . . . . . . . . 8 3. INCLUSÃO ATRAVÉS DA ARTE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 4. A CRIANÇA E O ESPAÇO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 4.1 Espaçoes lúdicos 4.2 Dimensionamento e Legislação 5 REFERENCIAS PROJETUAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .23 5.1 Jardim de infância C.O. / Hibinosekkei + Youji No Shiro 5.2 Casa das Artes / Future Architecture Thinking 5.3 Jardim de Infância/ Arhitektura Jure Kotni 5.4. Obra Bleu II - Joan Miró 5.5.Arquiteto Aldo Van Eyck 6 CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO . . . . . . . . . .32 6.1 Historico 6.2 caracteristicas Morfológicas 6.3 Legislação do terreno 7. LEITURA MORFOLOGICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 7.1 Mapa - Uso do solo 7.2 Mapa - Ocupação do Solo Gabarito 7.3 Mapa - Ocupação do Figura Fundo 7.4 Mapa - Hierarquia Física 7.5 Mapa - Hierarquia Funcional 7.6 Mapa - Equipamento Urbano
7.8.1 Analise da insolação do terreno 7.8.2 Caracteristica do terreno 8 PROJETO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 . 8.1 Condicionantes do projeto 8.2 Programa de necessidades 8.3 Implantação Geral 8.4 Estudo volumetrico 8.5 Organograma/ Fluxograma 8.6 Estudos 8.7 Materialidade 8.8 Implantação 8.9 Plantas 8.10 Elevações e cortes 8.11 Perspectivas 9 BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
RESUMO O anteprojeto arquitetônico de uma Escola de Artes para a cidade de Sertãozinho/SP com ênfase na autonomia, desenvolvimento e inclusão da criança é o objeto de estudo deste Trabalho Final de Graduação. A principal motivação para a realização de um projeto dessa natureza se baseia na ideia da criação de espaços que estimulem e motivem os alunos transmitindo liberdade de pensamento e posicionamento. O projeto escolar deve ser um ambiente livre com espaços que permitam a inclusão, que sejam acessíveis e que permitam a inserção de alunos com quaisquer limitações. Palavras chaves: Autonomia, Desenvolvimento, Inclusão e Escola de Artes.
1
introdução
Este trabalho consiste no anteprojeto de uma Escola de Artes para o desenvolvimento de habilidades artísticas infantis em conjunto com áreas expositivas e de apresentações, na cidade de Sertãozinho. Projeto de uma escola de artes que promova a inclusão e a sociabilidade através de um espaço que estimule os sentidos incorporando atividades artísticas sejam musicais, artes gráficas, dança, áudio visual além de gastronomia na faixa etária entre os 4 aos 12 anos. Todo e qualquer contato com a arte é importante na vida das pessoas, principalmente na época de formação da criança e do adolescente, deixandoos mais criativos, expressivos, independentes e dinâmicos, é preciso ter sensibilidade para compreender o quanto a arte é importante e necessária, para o desenvolvimento da criatividade, e da personalidade. É comum a ausência desses equipamentos nas cidades, é notada a falta de importância para tal. Mesmo que esse indivíduo não siga posteriormente uma carreira voltada para arte, nessa fase com certeza contribuíra para a formação de um ser humano mais sensível e espontâneo. Nota-se que a disciplina de arte nas escolas tem sido abandonada e definida como momento de repouso, em relação a outras disciplinas, sem ser atribuída ao seu real valor. A arte precisa ser P.07
desenvolvida de forma individual, cada um constrói sua própria arte, e seu próprio estilo. O objetivo é criar o anteprojeto de um edifício que introduza a linguagem artística à criança e ao adolescente em sua totalidade, melhorando o seu senso crítico, incentivando a criatividade e contribuindo para o relacionamento social do grupo. – Projetar local agradável voltado para crianças da cidade de Sertãozinho e região; - Utilizar a psicologia das cores; - Projetar espaços onde possam ser implantadas atividades que colaborem na formação das crianças. No referencial teórico, discutiremos sobre três temas importantes que devem ser levados em consideração na hora de se projetar uma escola de artes; como a educação é capaz de facilitar a socialização, como a escola é importante para a inclusão social e como o espaço interfere na aprendizagem.
EDUCAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO ATRAVÉS DA ARTE
2
As escolas de arte para crianças e adolescentes no Brasil, começaram a surgir no início dos anos 30, com incentivos pela busca da identidade brasileira, a arte era disseminada de forma livre, ou seja, com total liberdade, sem regras.
representando seu dia, passeios, o que elas enxergam e sentem. A pintura que, com o uso da tinta e do pincel colabora com o desenvolvimento motor, afetivo e social da criança, além de ajudá-la a interpretar, recriar e se expressar.
Desde então, nota-se que cada vez mais esse ensino torna-se importante para a vida das crianças e adolescentes do país. Trabalhar artes na educação infantil é essencial, pois as crianças desde pequenas podem se expressar e colocar para fora todos os seus sentimentos, pensamentos e emoções. A criança pode, com a arte, trabalhar sua imaginação, percepção e compreender a realidade.
A pintura pode ser definida com a arte da cor. Se no desenho o que mais se utiliza é o traço, na pintura o mais importante é a mancha da cor. Ao pintar, vamos colocando sobre o papel, a tela ou a parede cores que representam seres e objetos, ou que criam formas. (COLL; TEBEROSKY, 2004, p. 30).
A arte tem uma grande importância na educação escolar e em geral ela tem função indispensável na vida das pessoas desde o início das civilizações, tornando-se um fator essencial de humanização. “Cada um de nós, combinando percepção, imaginação, repertório cultural e histórico, lê o mundo e o reapresenta à sua maneira, sob o seu ponto de vista, utilizando formas, cores, sons, movimentos, ritmo, cenário...” (MARTINS, M. et al, 1998, p.57).
A arte deixa de ser um passatempo tornando-se indispensável. Percebe-se que além da fala, a criança pode trabalhar outros meios para seu autoconhecimento, como o desenho; que partem de simples rabiscos até virarem formas definidas, P.09
Todas as vezes que uma criança rabisca um papel, rabisca as paredes, é o momento em que ele está exercitando suas habilidades, que serão importantes no futuro. E é importante que toda criança tenha os mais diversos materiais, como diferentes cores e texturas, para que ela possa criar, se expressar, e se conhecer como ser humano. Fazer arte reúne processos complexos em que a criança sintetiza diversos elementos de sua experiência. No processo de selecionar, interpretar e reformar, mostra como pensa, como sente e como vê. A criança representa na criação artística o que lhe interessa e o que ela domina, de acordo com seus estágios evolutivos. Uma obra de arte não é a representação de uma coisa, mas a representação da relação do artista com aquela coisa. [...] Quanto mais se avança na arte, mais se conhece e demonstra autoconfiança, independência, comunicação e adaptação social. (ALBINATI, 2009, p. 4).
A arte tem ligação direta com a imaginação, com a ideia de enxergar o mundo além do óbvio, de pensar de maneiras diferentes para várias situações e elaborar alternativas para problemas. Outro grande benefício que a arte proporciona, é a de permitir a interação social da criança e do adolescente, tal ação que se bem trabalhada na infância, pode influenciar diretamente na sua vida adulta. Os desenhos das crianças, assim como todas as suas formas de expressão podem ser considerados um reflexo da sua criatividade infantil, pois são os registros dos seus sentimentos e das suas percepções do meio, o que proporciona ao professor um modo de compreender melhor seu aluno e assim ajudá-lo, pois “a arte infantil faculta-nos não só a compreensão da criança mas também a oportunidade de estimular seu desenvolvimento, através da educação artística” (LOWENFELD e BRITTAIN, 1970, p. 176)
A cada fase que a criança passa, desenvolve mais sua criatividade e sua autonomia, tendo assim mais facilidade para se expressar, se comunicar, favorece a autoconfiança, a capacidade de enfrentar desafios e o autoconhecimento. É através das aulas de Arte que o aluno será estimulado a explorar, inventar, criar e errará, sem ter medo de liberar sua criatividade. Segundo Martins, Picosque e Guerra:
P.10
Aos poucos a criança apresenta novas características quanto ao desenvolvimento expressivo. Por volta dos 07 anos, quando já está sendo alfabetizada, sente necessidade de registrar tudo o que descobriu ou inventou, “as soluções gráficas que encontra, a invenção de novas relações, são algumas das peripécias criativas que a criança vai produzindo para registrar o que vê, sabe, intui e imagina” (MARTINS, PICOSQUE e GUERRA, 1998, p. 110).
A proposta para a escola de artes é, não só proporcionar um ambiente artístico com todos os seus benefícios, mas também atender crianças e adolescentes com e sem deficiência, favorecendo o respeito e a inclusão social a partir da diversidade. Busca-se interferir na construção de conhecimentos e estimular o potencial de cada aluno, proporcionando maior autonomia e capacidade de socialização através da arte.
3
INCLUSÃO ATRAVÉS DA ARTE
A expressão “inclusão social” trata-se de uma filosofia adotada pela UNESCO que defende as pessoas que são excluídas pela sociedade, com a intenção de que elas possam alcançar a igualdade de oportunidades, muitos debates e projetos são feitos para a melhoria das condições de vida dos deficientes. Ao incorporar essa ideia à arte, notam-se relações com a inclusão social, primeiramente abrindo espaço para oferecer-lhes oportunidade de desenvolver seu potencial através da criatividade, raciocínio e domínio motor, as obras de arte nem sempre dependem de um traço preciso, existe espaço para que essas pessoas possam expressar seus sentimentos e sensações. A arte faz parte da vida das pessoas desde os primeiros passos dados pelo homem, quando começou a riscar, cantar, pintar as cavernas e outros lugares, a sua importância não está apenas no desenvolvimento da criatividade para pessoas com deficiência, mas também no entendimento de si mesmo e na interação do mundo em que ele vive. Poder se expressar de modo livre, com uma participação espontânea, sem regras ou imposições é o ponto principal para quem é portador de deficiências. A arte tem o poder de igualar as diferenças, as pessoas podem se expressar independente de suas limitações, atividades como; dança, música, pintura, onde não precisaria competir, apenas sentir. P.12
Segundo FERRAZ & FUSSARI: […] a importância da Arte na formação de crianças, jovens e adultos, na educação geral e escolar, está ligada à: “função indispensável que a arte ocupa na vida das pessoas e na sociedade desde os primórdios da civilização, o que o torna um dos fatores essenciais de humanização”. (FERRAZ & FUSSARI,1993. p.16)
A ideia principal para o tema se dá pela busca de oportunidades para essas pessoas na sociedade dos dias de hoje, oportunidade de desenvolver seus potenciais através da reflexão, criatividade, seu autoconhecimento e ter bons efeitos dessas ações para suas vidas. Segundo SALDANHA (1999, p.11): “É preciso compreender a importância do fazer artístico como manifestação da atividade criativa do homem no mundo, para compreender assim a importância da Arte na escola.”
A criança na faixa etária de 0 a 6 anos está na fase em que suas percepções estão mais afloradas, dessa forma, é importante investir em seu desenvolvimento com a arte, a fim de, ajuda-la a descobrir o ambiente em que vive por meio das suas vias sensoriais e motoras. É com o contato com a pintura, teatro, dança, e etc. que os deficientes podem desenvolver-se sem se preocupar com suas limitações, mostrando sua capacidade e se encontrando de modo positivo no mundo.
É de extrema importância que as pessoas portadoras de deficiência sintam-se importantes, que tenham mais fontes de prazer, que se sintam mais úteis, a arte possibilita que as pessoas com deficiência mostrem as outras todo o seu potencial, possibilitando a igualdade, por isso, ela pode ser considerada uma grande forma de integração humana. É numa ação conjunta da escola mais a família que se pode então incluir portadores de deficiência no âmbito escolar, ambas tem um grande papel para desempenhar e desafios para enfrentar. Para JUNIOR (1999, p.15): Cabe à escola encontrar respostas educativas para as necessidades de seus alunos e exigir dela uma transformação. A inclusão na escola seria, então, o processo pelo qual a própria escola adapta-se, transformando-se para poder inserir em suas classes regulares crianças e jovens portadores de necessidades educativas especiais que estão em busca de seu pleno desenvolvimento e exercício da cidadania.
É possível que através da arte, a criança possa desenvolver um gosto maior em aprender as outras disciplinas, sintam-se estimulados a aprender mais e mais. Segundo TIBOLA (2001, p.9): A valorização da arte no cotidiano de nossas escolas especializadas tem possibilitado a revelação de talentos inimagináveis. Das singelas aulas de educação artística alçamos voos mais altos e os resultados foram surpreendentes. P.13
Incluir as crianças e jovens através da arte é um assunto discutido nas escolas e na sociedade, pois todas as crianças, independente de suas limitações, possuem potencialidades, porque além de aprender, essas crianças têm muito para ensinar. É preciso que a sociedade cumpra melhor o seu papel, criando mais condições e oportunidades. Para que haja o ensino da arte, é necessário que o espaço estimule os sentidos das crianças, esse fator tem grande influência sobre o desenvolvimento do aluno, nas suas atitudes e no processo de aprendizagem. A arquitetura, o mobiliário e as cores são fundamentais para manifestação artística.
A CRIANÇA E O ESPAÇO
4
A escola nos dias de hoje representa um elemento fundamental no desenvolvimento da criança, logo, deve haver uma relação harmônica entre a criança, o espaço (estrutura física) e as atividades realizadas, é a junção de todos esses fatores que o processo de ensino acontece. O espaço deve ser projetado de modo a cumprir as necessidades da criança. Segundo Escolano (1998) citado por Horn (2004): Com elementos simbólicos próprios ou adquiridos, a arquitetura da escola, sua fachada externa ou interna, responde a padrões culturais e pedagógicos que as crianças vão internalizando e aprendendo. Tendo essa ideia como referência, podemos inferir que espaço e tempo não são esquemas abstratos nos quais desemboca a prática escolar. Ao contrário disso, a arquitetura escolar é, por si só, o que materializa todo um esquema de valores, de crenças, bem como os marcos da atividade sensorial e motora. (ESCOLANO, 1998, Apud HORN)
O espaço, seja ele público, privado ou institucional deve promover ás crianças uma maior socialização com o mundo em que elas vivem, oferecer liberdade e promover segurança. As pessoas desde seu nascimento trazem conhecimentos que foram desenvolvidos através da interação com o meio. Segundo Lima (2001, p.16): “O espaço é muito importante para a criança pequena, pois muitas, das aprendizagens que ela realizará em seus primeiros anos de vida estão ligadas aos espaços P.15
disponíveis e/ou acessíveis a ela”.
Dessa forma, o ambiente tem a possibilidade de estimular o aprendizado das crianças, de forma que as deixem seguras, sejam acessíveis (treinando sua autonomia) e as desafiem, fazendo com que elas sintam o prazer de fazer parte daquele local. Outro quesito essencial para o desenvolvimento das crianças é estimular os sentidos, disponibilizando um espaço rico em cores e que estimule sensações. afirmam que: Todos os ambientes construídos para crianças deveriam atender cinco funções relativas ao desenvolvimento infantil, no sentido de promover: identidade pessoal, desenvolvimento de competência, oportunidades para crescimento, sensação de segurança e confiança, bem como oportunidades para contato social e privacidade.( David & Weinstein Apud Carvalho e Rubiano (2001, p.109)
Uma escola é composta por diferentes espaços, sua arquitetura deve ser pensada de modo detalhado para que promova todas as condições necessárias para os alunos. Desse modo, o uso correto das cores é um método de grande importância nas escolas. O espaço precisa ser receptivo, porém, eles não podem incentivar a monotonia, seu uso incorreto pode acarretar um local desconfortável, um espaço sem vida. Internamente, as escolas precisam explorar o
Internamente, as escolas precisam explorar o equilíbrio das cores e isso está diretamente ligada ás suas particularidades e propósitos, de acordo com esse pensamento, cada componente presente no seu interior deve conter uma determinada composição cromática. Segundo o estudo de Franciane Falcão que trata da relação entre os fatores ambientais e as atividades executadas no ambiente educacional, com enfoque para o aspecto “cor” da Faculdade Federal do Amazonas; as cores quentes aumentam a atividade cerebral, gera excitação, já os tons frios geram relaxamento, o estudo das cores, como se pode notar, é de extrema importância para o aprendizado, uma vez que tem grande influencia em captar informações. A escolha das cores depende de alguns fatores, como o tamanho do ambiente, seu tempo de permanência, o tipo de atividade a ser desenvolvida, a sensação que se procura passar e etc. Os olhos e o cérebro são os responsáveis por toda ação, o olhos registram a imagem, enquanto o cérebro constrói o que é visto, desse modo, a cor tem impacto sobre a mente e a percepção. As cores deixam de ser só um propósito estético, tornando-se significativo no ensino-aprendizagem, o seu uso aperfeiçoa a arquitetura escolar de maneira funcional. Esse método utilizado é denominado psicologia das cores, é o estudo da resposta humana em relação as composições, ou seja, as sensações que cada tonalidade causa no homem. A cor é um elemento P.16
que pode variar de pessoa para pessoa, por isso é comum vermos discordâncias em relação a elas. As cores frias, com o azul, têm como principal característica acalmar, auxiliar a execução de tarefas e causar segurança e reflexão ao indivíduo. As cores quentes, o vermelho em especial gera um estimulo para ação, precisando, dessa forma, ser bem dosado na arquitetura, a fim de, não gerar estresse e impulsividade. A cor laranja é responsável pela criatividade e por liberar emoções, se trata de uma cor vívida e alegre, que pode ser usada de forma benéfica na arquitetura escolar. A cor verde é caracterizada pela tranquilidade, harmonia e liberdade. A cor amarela é conhecida por estimular a inteligência, por causar o otimismo e ser muito atrativa. A cor branca é responsável pela neutralidade, limpeza, claridade e concentração. Como exemplos de projetos que utilizam as cores, vê-se; o escritório Paul de Ruiter Architects, que projetou o 4º Ginásio, uma escola com sua aparência colorida, seu currículo enfatiza a cultura e as artes, há disciplinas como cinema, teatro, pintura e desenho. Para possibilitar esses cursos, projetou-se um estúdio, um cinema, um teatro e um laboratório ao lado das salas de aula regulares. Sua fachada é composta por cores variadas, como o amarelo, laranja e vermelho. Estas superfícies, cada uma diferente em altura, largura e profundidade, são feitas de vidro esmaltado
transparente e colorido, e são emolduradas com madeira, funcionando como uma proteção solar. O outro projeto trata-se de uml edifício sustentável de cinco andares em Gutemburgo, na Suécia, sede da Universidade de Tecnologia de Chalmers, construído pelos arquitetos da Wingårdh Arkitektkontor, conhecido por Kuggen.
Figura 2: Fachada de um edifício sustentável com arquitetura em tons Fonte: Cortesia Wingårdh Arkitektkontor https://followthecolours.com.br/followdecora/kuggen/ quentes, incentivando a ação.
Figura 3: Área interna na cor branca, clareando o ambiente e provocando uma melhor concentração de quem trabalha no local. Fonte: Cortesia Wingårdh Arkitektkontor https://followthecolours.com.br/follow-decora/kuggen/
Figura 1: Fachada da escola, uso da cor laranja como meio de incentivar a criatividade.Foto: Área interna da escola, uso da cor amarela como meio de estimular a inteligência.
P.17
Como nota-se, o uso das cores é de extrema importância para a arquitetura escolar, pois é responsável por despertar diversos sentidos às pessoas mesmo que inconscientemente, dessa forma, para garantir uma aprendizagem mais eficiente, juntamente com as cores, incluir espaços lúdicos a escola de artes seria ideal, pois não só traria um melhor aprendizado, mas também faria com que as crianças despertassem um maior interesse pelas disciplinas. 4.1 Espaços Lúdicos Lúdico é um adjetivo masculino com origem no latim ludos que remete para jogos e divertimento. Espaços lúdicos são importantes para educação infantil por auxiliar no desenvolvimento da criança, por meio dos jogos e brincadeiras, as crianças aprendem a conviver uma com as outras, ampliam seu vocabulário e aprendem a respeitar regras. A criança deve ser estimulada desde pequena, melhorando assim sua capacidade de raciocinar. Pedroza (2005, p. 64) afirma que: A brincadeira é universal e é própria da saúde, facilita o crescimento, desenvolve o potencial criativo e conduz aos relacionamentos grupais, também proporciona a constituição do sujeito, o desenvolvimento da linguagem, da imaginação e da criatividade.
Os ambientes lúdicos são favoráveis compreensão da aprendizagem, se o espaço
na P.18
escolar não for um espaço estimulador, que desperte o interesse das crianças em aprender, gerará descontentamento e consequentemente uma agitação e ansiedade. Brincando, a criança experimenta as diversas sensações e aprende sobre o mundo. Inserir uma criança em um espaço lúdico não significa que ela abandonará a realidade, afinal, as atividades divertidas são grandes aliadas da aprendizagem, as crianças poderão aprender diversos assuntos com o auxílio de jogos e brincadeiras didáticas. Por meio da brincadeira a criança vai se desenvolver e conhecer o que é necessário para se viver num grupo social. A ideia de implantar espaços lúdicos no projeto da escola de artes está relacionado com o quanto a criança se sentirá segura e confortável ao desempenhar as diversas atividades sugeridas, como dança, pintura, desenho, entre outras. No projeto da Cassata Primary School, a escola utiliza os espaços lúdicos com intuito de envolver as crianças no aprendizado e no lazer, observa-se o esforço para criar espaços mais convidativos, neste caso, um prédio antigo foi reformado de modo que chamasse atenção das crianças em relação às disciplinas. Os ambientes são compostos por paredes de diversas formas, móveis com distinção de cores, objetos para atividades, brinquedos, e etc.
Figura 4: Escola primรกria de Cassata Fonte: https://www.dezeen.com/2013/11/12/cassata-primary-school-in-bangalore-by-cadence/
Figura 6 : Escola primรกria de Cassata Fonte:https://www.dezeen.com/2013/11/12/cassata-primary-school-in-bangalore-by-cadence/
Figura 5: Escola primรกria de Cassata Fonte:https://www.dezeen.com/2013/11/12/cassata-primary-school-in-bangalore-by-cadence/
Figura 7: Escola primรกria de Cassata Fonte:https://www.dezeen.com/2013/11/12/cassata-primary-school-in-bangalore-by-cadence/
P.19
4.2 Dimensionamento e Legislação: Tomando como base o livro: “Arquitetura Escolar: o Projeto do Ambiente de Ensino” de Doris C. C. K. Kowaltowsk; é a partir do desenvolvimento do projeto de arquitetura que se constitui o espaço físico de uma escola. O estudo do programa da escola é obtido a partir das carências apresentadas, com o objetivo de atender às suas necessidades.
empresas e instituições afins. Através dela, é possível determinar todas as dimensões mínimas necessárias para os ambientes que serão construídos, trazendo conforto e atendendo as necessidades de cada atividade realizada nesses novos espaços.
As concepções arquitetônicas dos prédios escolares devem estar ligadas aos conceitos educacionais e de conforto necessários para atingir a qualidade do sistema ensino/aprendizagem. O conforto ambiental na arquitetura escolar é o resultado da satisfação do usuário em relação ao aspecto térmico, visual, acústico e funcional proporcionados pelos espaços. A evolução da arquitetura escolar está diretamente ligada à história da humanidade, formou-se a partir da revolução industrial, que trouxe novas exigências de organização social, entre as quais a necessidade de efetivar o ambiente de ensino. O projeto da escola de artes será definido com base na tabela do FDE (Fundação de Desenvolvimento da Educação) que é responsável por atuar com uma instituição que promove o desenvolvimento da educação pública do Estado de São Paulo, em parceria com os gestores das escolas, educadores, P.20
Fonte: Fundação de Desenvolvimento da Educação (2018)
NORMA ABNT NBR 9050 BRASILEIRA
Medidas dos espaços para cadeirantes na primeira fileira – Teatro, Cinema ou Auditório.
Medidas mínimas de um sanitário acessível
Medidas dos espaços para cadeirantes na primeira fileira – Teatro, Cinema ou Auditório.
P.21
Medidas dos espaços para cadeirantes na primeira fileira – Teatro, Cinema ou Auditório.
Medidas e área de aproximação – Mesas de estudo.
P.22
Estantes em bibliotecas
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
5
5.1 Jardim de infância C.O. / Hibinosekkei + Youji No Shiro O projeto localiza-se em uma vila rural afastada cerca de 60 km de Hiroshima; As janelas à estrada ao lado da rotatória também podem ser abertas, onde pode-se ver e ser visto na direção norte-sul. Esta abertura e transparência fazem do café um espaço funcional de trocas. Na hora do almoço, a cafeteria, que fica ao lado da cozinha, torna-se o refeitório das crianças. Pessoas na estrada podem enxergar as crianças brincando no pátio da escola e comendo no refeitório. .
Térreo
1ºPav.
Cobertura P.24
Figura 8
Uma vez que todas as janelas podem ser abertas para o lado da escola, os pais que vêm buscar podem assistir seus filhos brincando no pátio. O edifício deu vitalidade à comunidade local através do aspecto alegre das crianças
Figura 9
Foi projetado um café, aberto à comunidade, separadamente do edifício. O papel deste café era tornar-se um lugar onde os pais pudessem parar e tomar um chá, ficar tranquilos e conversar no momento de deixar e buscar seus filhos. Para o projeto da escola de artes, será levado em conta o modo como os espaços são distribuídos nas plantas baixas de acordo com suas funções, as aberturas para parte externa, o pátio interno livre e o espaço café trazendo um local voltado para os pais.
P.25
5.2 Casa das Artes / Future Architecture Thinking O edifício consiste de três volumes que refletem diferentes usos. Para o projeto da escola de artes, a Casa das Artes será levada como referencia no que diz respeito a sua volumetria, como um projeto impactante de referencia cultural que chama atenção como uma escultura de arte com pé direito de vários tamanhos e de cor forte. A Casa das Artes em Miranda do Corvo expressa o encontro entre duas identidades, rural e urbana, em uma paisagem marcada pela Serra da Lousã
Figura 10
Elevação Leste
A proposta assenta numa linguagem contemporânea e um volume expressivo. Os planos inclinados da cobertura dialogam com a geometria da paisagem, buscando uma identificação com os telhados da cidade. O dinamismo alcançado pela continuidade entre fachadas e cobertura é enfatizado com a utilização da cor forte, ressaltando o desenho e destacando o edifício da vegetação da paisagem que o rodeia.
Elevação Norte
Elevação Sul
P.26
Pavimento TĂŠrreo
P.27
Primeiro Pavimento
5.3 Jardim de Infância/ Arhitektura Jure Kotni
Figura 12
Figura 11
O Jardim de Infância foi projetado para incentivar a interação, a aprendizagem igualitária e a autoaprendizagem; Conta com uma planta livre; Ambientes estão conectados com portas de correr.As paredes laterais - com quadros negros servem como uma grande superfície para a arte dos alunos. O grande destaque é o escorregador vermelho, uma eterna atração para o exercício físico e para brincadeiras. A maioria do mobiliário está sobre rodas, o que permite mudanças rápidas e eficientes, configurando diferentes disposições espaciais O edifício foi projetado e construído para um baixo consumo de energia. A construção de painéis de madeira proveniente de fontes locais garantiu o mais alto nível de construção sustentável. A sala P.28
Figura 13
superior, que possui um acesso independente para as atividades da tarde, também é utilizada como um centro comunitário para reuniões, seminários, aulas de yoga, dança e Pilates. Para a escola de artes, assim como no Jardim de Infância, será projetada de modo que tenha baixo consumo de energia, portas de correr, iluminação e ventilação naturais, móveis coloridos e que seja um local projetado para incentivar a interação e a aprendizagem.
Pavimento Térreo
Orientação de janelas e portas (abrindo para o sul para capturar sol e vento todos os dias). Ausência de janelas ao norte. P.29
Primeiro Pavimento
5.4. Obra Bleu II - Joan Miró
5.5.Arquiteto Aldo Van Eyck O arquiteto holandês Aldo van Eyck cofundou o Team X, com suas análises do modernismo pós-guerra, e conseguiu mostrar, na prática, suas ideias de arquitetura, com construções que respeitam e criam espaços públicos - para o arquiteto, a cidade deve se comportar como uma grande casa, e a casa, como uma pequena cidade. Para a escola de artes, assim como os playground de Aldo Van Eyck, será projetado formas abstratas e ludicas sem função exata dando liberdade a criança para utilizarem de varias maneiras.
Figura 15
Bleu II exemplifica seu estilo distinto; o artista usa pinceladas escassas e uniformes por toda a tela, dando à enorme extensão da pintura uma sensação ainda mais vazia, que é enfatizada ainda mais pelo distinto azul sonhador do fundo. Para o estudo das cores da Escola de Artes foi utilizada a obra minimalista de Joan Miró onde a cor azul se prevalece com detalhes avermelhados e pontos pretos. Figura 16
P.30
Figura 18
Figura 17
Figura 20
P.31
CONTEXTUALIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
6
ESQUEMA DE LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE INTERVANÇÃO . Estado de São Paulo
Terreno P.33
6.1 Histórico Sertãozinho é uma das cidades mais importantes da região, foi fundada em cinco de dezembro de 1896 e conhecida por apresentar um significativo parque industrial, mais se destaca em todo o Brasil por ser grande produtora de açúcar e álcool merecendo, por isso, grande projeção. Sua população em 2018 é estimada em 120.152 habitantes e é a 3ª maior cidade da região nordeste do estado de São Paulo, sendo o 62ª município mais populoso do estado e a 243ª maior cidade do país, segundo o IBGE. Seu nome provém do fato de a região ter marcado o início de um grande sertão. O núcleo original foi à fazenda de Inácio Maciel de Pontes, que doou terras para a constituição do patrimônio de Nossa Senhora da Aparecida do Sertãozinho, cuja primeira capela foi fundada por Antônio Malaquias Pedroso, considerado fundador do município. 6.2 Caracteristicas Morfológicas • Clima: A cidade apresenta um clima tropical quente úmido, com um inverno seco e estações chuvosas no verão, suas temperaturas variam de 18 °C a 22°C durante o ano. Podemos observar uma cidade com um aspecto árido, pois a grande parte das reservas naturais foram substituídas por plantações de cana-de-açúcar, a única reserva relevante na cidade e conservada até os dias de hoje, é a reserva biológica Augusto Ruschi. P.34
r• Hidrografia: O município é banhado pelos rios: Pardo, Mogi-Guaçu, Ribeirão da Onça e uma série de córregos, como o Norte, Sul e Água Vermelha, que atravessam o perímetro urbano. Os riachos: Boa Vista e Tabocas passam pelo distrito de Cruz das Posses. A maioria dos córregos lança suas águas no Rios Pardo e Mogi-Guaçu ou no Ribeirão da Onça, que segue rumo Oeste e também desagua no Rio Mogi-Guaçu, que é navegável em todas as estações, enquanto o Rio Pardo tem a navegação prejudicada devido às suas várias corredeiras. Estes rios são de alta piscosidade. As espécies mais encontradas são: dourado, Piracanjuba, piapara, piaba, pacu, corimbatá, tabarana, mandi-guaçu, jaú e surubim. As principais lagoas são: Preta, Vargem Grande, dos Cavalos, Campinho, da Onça e Itararé. • Flora: A flora primitiva compunha-se de pau-d'alho, jangada-brava, peroba, cedro, canela preta, canela vermelha, cangerana, aroeira, bálsamo, guaiuvira, uarita, angico, carrapateiro, jacarandá, guatambú, pereira, batalha, flamboiant e açoita-cavalo. O ciclo cafeeiro e, mais tarde, a cana de açúcar devastaram as matas primitivas. As reservas foram limitadas a ponto de se tornarem insignificantes. A única mata respeitada é a reserva biológica Augusto Ruschi, próxima da Estação Experimental de Criação, que conta com aproximadamente 320 alqueires.
• Fauna: A fauna era composta de antas, diversos tipos de cervos, como o campeiro, o mateiro e o catingueiro, onças pardas, lobos-guará, capivaras, pacas, ouriços, cotias, lontras, ariranhas, iraras, jaguatiricas, cachorros do mato, gatos do mato, emas e seriemas. Com o desaparecimento das matas primitivas, infelizmente a fauna está se tornando cada vez mais escassa. • Geologia: O município de Sertãozinho está sobre um derrame de lava basáltica, de cuja decomposição provém o solo fértil denominado "terra roxa". Os poços de captação de água armazenada no arenito de Botucatu produzem vazões elevadas, fornecendo de 30 a 60 metros cúbicos de água por hora.
P.35
6.3 Legislação do Terreno O terreno está localizado na Área Central de Sertãozinho, com isso segue a legislação presentes na Zona Central
P.36
leitura morfolรณgica
7
A partir do levantamento de uso, é possível notar que o entorno da área trata-se de uma área central, onde há predominância em sua maior parte por residências e comércios, dentre eles, lojas de todos os tipos, bares, barbearia e também alguns lugares de prestações de serviços, como clínicas médicas, oficinas, escritórios e advocacia. Algumas áreas institucionais também fazem parte do entorno da área de intervenção.
7.1 Mapa - Uso do solo
Figura 26- Institucional / Fonte: Google Earth Figura 25 -Comercio / Fonte: Google Earth
Legenda: Comercio Residencial
Figura 28 - Residencial / Fonte: Google
Serviço Institucional Área de intervenção
Figura 27 - Serviço / Fonte: Google Earth
Área verde Vazios
P.38
Figura 29 - Área verde / Fonte: Google
7.2 Mapa - Ocupação do Solo Gabarito
Com o mapa de gabarito, pode-se notar que há uma predominância de residências térreas, poucas construções de dois á três pavimentos e um edifício que possui doze pavimentos, porém em uma distância considerável, não interferindo na área de intervenção. Desse modo, a área mantem um perfil térreo.
Figura 30 - Edificação de 1 pavimento Fonte: Google Earth
Legenda: 1 pavimento 2 a 3 pavimentos Acima de 10 pavimentos Área de intervenção Vazios
Figura 31 - Edificação de 2 pavimentos Fonte: Google Earth
Figura 32 - Edificação acima de 10 pavimentos Fonte: Google Earth
P.39
7.3 Mapa - Ocupação do Solo Figura Fundo
Com a análise do mapa de figura fundo, pode-se notar que existe uma grande quantidade de vazios, o motivo disso, se dá pelos terrenos desocupados que existem no entorno. Propõe-se para esse local, com o projeto da escola, que todos os espaços sejam devidamente ocupados, qualificando o ambiente, estimulando a construção de novos equipamentos na vizinhança, fazendo com que melhore a vida dos moradores próximos.
Legenda: Área construída Vazios
P.40
7.4 Mapa - Hierarquia Física
7.5 Mapa - Hierarquia Funcional
Legenda:
Legenda:
Grande Fluxo
Vias Coletoras
Médio Fluxo
Área de intervenção
Área de intervenção
Com base na análise do mapa de hierarquia viária, o entorno do projeto é composto por vias coletoras, por serem responsáveis por coletar e distribuir os veículos, elas são: Frederico Ozanam, Elpídio Gomes, Sebastião Sampaio, Barão do Rio Branco, Floravante Sicchieri, Candinha Del Grande, Soldado Reginaldo, Antônio Malaquias e Antônio Bianconi. P.41
Analisando o fluxo de veículos no entorno da área de intervenção, conclui-se que é intenso, principalmente nos horários de pico, as vias do entorno recebem os veículos da Av. Antônio Paschoal, além dos carros que transitam pelo centro, local onde está inserida maior parte de comércio e serviços. As vias de maior fluxo, são as ruas; Candinha Del Grande, Soldado Reginaldo são as mais relevantes para o projeto.
7.6 Mapa - Equipamento Urbano Legenda: Equipamentos Área de intervenção Área verde
Podemos observar a presença de alguns equipamentos na área analisada que atendem as necessidades da população, como; um Cartório , Secretária do Desenvolvimento Social e Cidadania , e Instituto Nacional do Seguro Social , uma Escola Estadual EE Winston Churchill , que atende ao ensino fundamental e médio e uma creche municipal EMEI Stela Scatena Simioni .
Figura 33 - Imagem de alguns equipamentos presentes no entorno. Fonte: Arquivo Construtora Galvão Gimenez.
P.42
1 - Praça 21 de Abril
1 - Praça 21 de Abril
Figura 35 Fonte: Imagem Google Earth.
Figura 34 Fonte: Arquivo Prefeitura Municipal de Sertãozinho
3 – Central de atendimento ao cidadão
Figura 36 Fonte: Imagem Google Earth.
4 – Agencia Caixa Econômica Federal
Figura 37 Fonte: Imagem Google Earth.
6 – Agencia Banco Bradesco
5 – Terminal Rodoviário
Figura 39 Fonte: Imagem Google Earth.
Figura 38 Fonte: Site Ônibus Brasil.
P.43
7 – Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
Figura 40 Fonte: Google Earth
8 – Agencia Banco Itaú
Figura 41 Fonte: Imagem Google Earth.
9 – Secretaria do desenvolvimento social e da cidadania
Figura 42 Fonte: Google Earth.
10 – Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
Figura 43 Fonte: Google Earth.
P.44
7.7 Mapa - Topografia
local, criando uma edificação de qualidade, em que seu consumo energético diário, seja mínimo e em longo prazo e não cause grandes impactos ao meio.
Podemos notar que a presença de curvas de níveis no interior do terreno escolhido está localizada nas áreas mais periféricas do entorno analisado, sendo assim o terreno se encontra sem desníveis relevantes. 7.8 Isolação e ventilação da área Podemos observar abaixo a orientação solar e a direção dos ventos, que se encontram predominantemente a Sudeste na área. Ressaltando que o projeto será desenvolvido seguindo preceitos sustentáveis e de conforto térmico, reaproveitando de maneira eficiente, a energia solar e a ventilação natural dispostas no P.45
comparado com o ar pela manhã.
7.8.1 Analise da insolação do terreno
O sol nasce em Leste, e desta forma as faces de número 1, 2, e 3 do lote escolhido e do futuro edifício projetado, receberão incidência de luz solar pela manhã. Estas faces acomodarão as aberturas das áreas de maior permanência, tais como: salas para cursos, auditório e áreas de convivência . Pode se observar que o sol da orientação Leste e Oeste apresentam a mesma intensidade de iluminação durante o dia; sendo que Oeste apenas apresenta fatores negativos em termos térmicos, isso ocorre devido à sensação térmica, em que o ar do final da tarde está mais quente, quando P.46
Na orientação Noroeste, o sol do período da tarde incidirá de forma direta no lote escolhido, especificamente na face 5 , já que não há a presença de elementos e nem edificações, que poderiam causar um sombreamento ,trazendo uma luz difusa ao terreno, uma maneira de minimizar este sol da tarde, que é tão intenso e prejudicial quanto ao conforto térmico e luminoso ;desta forma a intenção é colocar as aberturas das áreas de menor permanência voltadas para esta face, tais com: sanitários, áreas administrativas, acervo e depósitos. Na orientação Oeste, a face frontal de número 6 , do terreno receberá a luz solar correspondente ao final do dia. Esta face provavelmente será escolhida para abrigar a fachada principal do edifício que será projetado, pois não receberá o sol intenso da tarde, além disso, esta se encontra voltada para uma via de fluxo importante da cidade, facilitando assim o acesso ao local.
7.8.2 Caracteristica do terreno
O terreno escolhido encontra-se entre as ruas Sebastião Sampaio e Soldado Reginaldo nº 1339, no quadrilátero central da cidade Sertãozinho-SP, em uma área privilegiada, com uma infraestrutura urbana que atende as necessidades da população, apresenta aproximadamente 5.074 m² de área e tem como principal ponto de referência, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que se encontra na Rua Sebastião Sampaio, defronte ao terreno.
Figura 44 Fonte: Imagem Google Earth
Figura 45 Fonte: Imagem Google Earth
P.47
8
A proposta é criar uma Escola de artes, onde a criança seja a protagonista desse ambiente, proporcionando autonomia, desenvolvimento e inclusão de ambas. O projeto da Escola de Artes se baseia na ideia da criação de espaços que estimulem e motivem os alunos transmitindo liberdade de pensamento e posicionamento. Não há como aprender sendo pressionado, cada um tem seu tempo de aprendizado, desenvolvimento e possui seu próprio ritmo. A escola deve ser um ambiente livre com espaços que permitam a inclusão, que sejam acessíveis e que permitam a inserção de alunos com quaisquer limitações. 8.1 Condicionantes do projeto A escolha da área para a implantação da escola de artes no centro de Sertãozinho-SP foi feita através de levantamentos, no entanto a escolha final foi estabelecida de acordo com as potencialidades do entorno. A área escolhida pertence ao bairro Centro e esta localizada entre as ruas Sebastião Sampaio, Candinha Del Grande, Elpideo Gomes e Soldado Reginaldo. Esta área possui aproximadamente cinco mil e setenta e quatro metros quadrados. Uma das potencialidades da área de estudo é sua localização no centro da cidade e possuir tamanho adequado para deixar áreas verdes para transmitir conforto as crianças sem que estas prejudiquem o programa arquitetônico que será composto. P.49
Ambiente Hall
Quantidade 1
M² 20m²
8.2 Programa de necessidades A escola receberá em torno de 15 crianças por turma, contendo aproximadamente 120 crianças em cada período na escola de Artes.
Ambiente
Quantidade
Sala Diretor
1
18m²
Sala Professores
1
28m²
Copa Professores
1
10m²
Sanitários
2
38m²
Sanitário de apoio
1
18m²
Deposito
1
12m²
1
30m²
1
15m²
Café
M²
Ambiente
Cozinha
Quantidade
M²
Hall
1
20m²
Hall Refeitório
11
20m² 60m²
Recepção
1
35m²
Recepção Acervo Livros Infantis
11
35m² 25m²
Sala Diretor
1
18m²
Sala Diretor Acervo em braile
11
18m² 10m²
Sala Professores
1
28m²
Sala ÁreaProfessores de leitura
11
28m² 60m²
Copa Professores
1
10m²
Copa SalaProfessores de Pintura
12
10m² 35m²
Sanitários
2
38m²
Sanitários Sala de Musica
22
38m² 28m²
Sanitário de apoio
1
18m²
Sanitário de apoio Sala de Dança
12
18m² 50m²
Deposito
1
12m²
Deposito Sala de Gastronomia
11
12m² 70m²
Café
1
30m²
Café Área de Exposições
11
30m² 100m²
Cozinha
1
15m²
Cozinha
1
15m²
Refeitório
1
60m²
Refeitório
1
60m²
Acervo Livros Infantis
1
25m²
Acervo Livros Infantis
1
25m²
Acervo em braile
1
10m²
Acervo em braile
1
10m²
Área de leitura
1
60m²
Área de leitura
1
60m²
Sala de Pintura
2
35m²
Sala de Pintura
2
35m²
Sala de Musica
2
28m²
Sala de Musica
2
28m²
P.50
Sala de Gastronomia
1
70m²
Área de Exposições
1
100m²
Sala de Gastronomia
1
70m²
Área de Exposições
1
100m²
8.5.Organograma/ Fluxograma
8.3 Implantação geral A área escolhida para a implantação da escola de artes possui potencialidades que foram utilizadas no projeto arquitetônico. Estas potencialidades estão relacionadas ao próprio terreno, pois devido ao seu grande tamanho, pode-se deixar grandes áreas verdes no entorno da edificação favorecendo o microclima da edificação, como também protegem a edificação formando pequenos cinturões verdes. A principal entrada da escola foi locada de modo a proporcionar uma ampla área verde em sua frente com espelhos d´agua. Contudo foram realizados diversos estudos com desenhos e maquetes, para verificar qual seria a melhor forma de ocupação, levando em consideração as diretrizes projetuais pessoais bem como, também respeitando os recuos e as diretrizes básicas contidas na legislação municipal e também normas de acessibilidade. 8.4 Estudo volumétrico Área Semi-pública : 640m²
Área Pública : 265m²
Área Priv ada : 160m²
P.51
PRIVADO PÚBLICO SEMIPÚBLICO
8.6 Estudos Estudo 1: Distribuição espacial separadas em blocos
Sol da manha
N
Estudo 2: Distribuição espacial criando pátios internos
P.52
Sol da tarde
A escola possui três acessos independentes, sendo: um acesso principal que possui uma recepção, um segundo acesso através do estacionamento para os alunos e professores e um terceiro acesso publico pelo café que funcionará independente dos horários da escola.
Estudo 3: Maquete com organização espacial e cobertura
A circulação da escola é feita através de corredores, elevador e escada, respeitando as normas de acessibilidade (NBR 9050). A distribuição do programa foi projetada de modo a ser funcional diminuindo as distancias percorridas.
P.
A recepção esta localizada próxima a entrada principal, facilitando o acesso das pessoas para resolução de questões cotidianas referente a vida escolar das crianças. O refeitório esta próximo da sala de gastronomia e da horta cuidada pelos alunos e funcionários. As salas de aulas possuem tamanhos diferentes mas ambas possuem aberturas para os canteiros verdes e para o pátio interno descoberto. No pátio interno do edifício se encontra os brinquedos criados para estimular o desenvolvimento da criança, pois se trata de formas abstratas e lúdicas. O projeto da Escola de Artes torna-se um espaço lúdico, pelo fato de explorar cores e mobiliários P.53
diferenciados e flexíveis, possui luz e ventilação natural, onde as crianças podem ter um contato maior com a natureza, tem como principal característica a liberdade dos alunos, possibilitando o movimento e as brincadeiras em sala de aula, com diversas metodologias aplicadas no mesmo espaço. O ensino em equipe é priorizado, o ambiente incentiva os alunos ajudarem uns aos outros, favorecendo o processo de inclusão educacional e social, seguindo a NBR 9050. Os espaços para os livros foi pensado de forma convidativa com vista para espaços verdes e mesas de centro. A paginação dos espaços foi feita de acordo com seu determinado uso, as paredes tem proteção sonora e seguem de acordo com a necessidade de cada ambiente. A organização espacial desta escola foi projetada de acordo com o programa de necessidades, criando assim espaços de permanência, recreação e aprendizagem. 8.7 Materialidade A escolha dos materiais foi pensada para facilitar o processo construtivo, proporcionando rapidez no tempo de obra e minimizando os custos da construção, alem do conforto térmico proporcionado pelo material. Foi escolhido como material princiopal de fechamento a alvenaria e para vencer grandes vãos P.54
a estrutura metalica. A edificação toda possui grandes aberturas de vidro, permitindo o contato interno e externo, possibilitando o uso da luz solar sem que se faça muito uso de luzes artificiais. Quanto a cobertura da edificação, será feita com lajes impermeabilizadas, tendo como caracteristica seus planos inclinados podendo criar diferentes alturas de pé direito. 8.8 Implantação (Ver anexo) 8.9 Plantas (Ver anexo) 8.10 Elevações e cortes (Ver anexo)
IMPLANTAÇÃO
R. SOLDADO REGINALDO
B
R. CANDINHA DEL GRANDE
Idoso
Idoso
Idoso
R. ELPIDIO GOMES
A
A
SEBASTIÃO SAMPAIO ESCALA 1:250
B
B
R.
ESCALA 1:250
PROJETO
ESCOLA DE ARTES INFANTIL DE SERTÃOZINHO CONTEÚDO
IMPLATAÇÃO
Ribeirão Preto-SP
Novembro de 2018
01 ESCALA 1:250
PLANTA TERREO R. ELPIDIO GOMES
R. SOLDADO REGINALDO
Idoso
B
R. CANDINHA DEL GRANDE
Idoso
Idoso
CX. 10.000 L
CAFÉ
A
A
SEBASTIÃO SAMPAIO
B
R.
ESCALA 1:250
PROJETO
ESCOLA DE ARTES INFANTIL DE SERTÃOZINHO CONTEÚDO
PLANTA TERREO
Ribeirão Preto-SP
Novembro de 2018
02 ESCALA 1:250
PLANTA 1º PAVIMENTO
R. SOLDADO REGINALDO
B
R. CANDINHA DEL GRANDE
Idoso
Idoso
Idoso
R. ELPIDIO GOMES
A
A
SEBASTIÃO SAMPAIO
B
R.
ESCALA 1:250
PROJETO
ESCOLA DE ARTES INFANTIL DE SERTÃOZINHO CONTEÚDO
PLANTA PAV. SUPERIOR
Ribeirão Preto-SP
Novembro de 2018
03 ESCALA 1:250
PROJETO
ESCOLA DE ARTES INFANTIL DE SERTÃOZINHO CONTEÚDO
ELEVAÇÕES E CORTES
Ribeirão Preto-SP Novembro de 2018
04 ESCALA 1:250
8.11 Perspectivas
ACESSO CAFÉ
ACESSO VEICULOS
ACESSO PRINCIPAL
9 BIBLIOGRAFIA ALBINATTI, Maria Eugênia Castelo Branco. Artes visuais. Artes II. Belo Horizonte. 2009. Kowaltowski, Doris C. C. K. Arquitetura escolar: o projeto do ambiente de ensino. Oficina de Textos, Feb 15, 2011. CARVALHO, Maria Campos de; RUBIANO, Márcia R. Bonagamba. Organização dos Espaços em Instituições Pré-Escolares. In: OLIVEIRA, Zilma Morais. (org.) Educação Infantil: muitos olhares. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001. COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo arte: conteúdos essenciais para o ensino fundamental. São Paulo: Ática, 1999. 256 p. ESCOLANO, Agustin, (1998). Arquitetura como programa. Espaço escola e currículo. In: ESCOLANO, A. e VIÑAO Frago, A. Currículo, espaço e subjetividade. A arquitetura como programa. FERRAZ, Maria Heloísa de T. & FUSSARI, Maria F. de Rezende. Metodologia do Ensino de Arte. São Paulo: Cortez, 1993. HORN, Maria da Graça Souza. Sabores, cores, sons, aromas. A organização dos espaços na Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004.
JUNIOR, Cícero Silva.(org.) Educação Especial: tendências atuais. Brasília: MEC, 1999. LIMA, Elvira de Souza. Como a criança pequena se desenvolve. São Paulo: Sobradinho, 2001. LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da Capacidade Criadora. São Paulo: Mestre Jou, 1970. MARTINS, Mirian C.; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles. Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998. OSTROWER, Fayga. Criatividade e Processos de Criação. 8.ed. Petrópolis- RJ: Vozes, 1991. PEDROZA, R.L.S. Aprendizagem e subjetividade: uma construção a partir do brincar. Revista do Departamento de Psicologia - UFF. Niterói, v. 17, n. 2, p. 61-76, Jul./Dez., 2005. SALDANHA, Ana Cláudia de Souza et alii. Manual de Arte Educação: uma dinâmica para o desenvolvimento. Brasília: Federação Nacional das APAEs, 1999. TIBOLA,Ivanilde Maria (org). Arte, Cultura, Educação e Trabalho. Brasília: Federação Nacional das APAEs, 2001.