Fogueira de Xangô

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Trabalho para composiçao de nota da cadeira de Etnografia, do curso de Comunicaçao Social - UFPE. Ensaio Realizado no terreiro Axé Ilê Miwá Lodô Osun Botô e na apresentação Fogueira de Xangõ, no palco Azulão (São João de Caruaru).



Reinner Vasconcelos, conhecido como Ogan na sua comunidade de terreiro. Um rosto de semblante pacífico com ares de mistério, nos regastou de uma forma muito profunda para dentro da religião. Explicando de maneira leve e engraçada sua experiência com o Camdoblé desde de pequeno até hoje. Filho de Roseane Maria Carneiro, sua maneira precisa em dizer suas palavras faz jus à sua mãe. Evidenciar sua relação com os atabaques, foi de tamanha grandiosidade e aprendizado.



Mãe Rose, Pai Wellington. Juntos, lideram o axé Ilê Miwá Lodô Osun Botô. "Lado a lado", como fazem questão de ressaltar.Mesmo visivelmente cansado do dia de trabalho, Wellington se anima ao falar da casa, da formação do asé. Mãe Rose nos espera à porta, no topo das escadas. Está nervosa, mas feliz em receber o grupo de estudantes. Fala de cada orixá, de seus desafios. Sua história.



Axé Ilê Miwá Lodô Osun Botô. Hoje com cerca de 30 filhos e filhas, se consideram e se reinvidicam família. Na foto, da esquerda à direita, Josilene, Rose (Yalorixá, mãe do asé), Wellington (Babalorixá, pai do axé), Reinner (Juntó, responsável pelo atabaque), Ailton (Axogum da casa, responsável pelo corte do animal, a consagração).



O momento em que Iansรฃ sobe no palco, danรงante, exalando sua forรงa, ao mesmo tempo, renovando a forรงa de todos naquela noite: materializando-a.



Oxum sobe no palco, aquele amarelo que jamais esqueceremos, amerelo forte, amarelo que traz forรงa e canto, um canto que ecoa para dentro da alma.



Energia. É uma das palavras que conseguem contemplar o que foi a fogueira de Xangô. A fogueira começa a queimar e com ela todos e todas se preparam para o começo das atividades. O frio ou a chuva já não são questão. Os corpos diversos começam a rodear a fogueira em frente ao palco. Ao lado da fogueira, oferendas a Xangô, rei de Oyó.



Imagem que carrega sensibilidade. Remete a busca pelo espaço das religiões africanas na sociedade, mais especificamente no munícipio de Caruaru. Essa criança entre pessoas de terreiros ou dos espectadores presentes simboliza e reforça a importância da realização de conceder espaço cada vez mais amplos e diversificados, precisamos ouvir a voz de todos.



Ao som do atabaque e de toda a percussão, os povos de terreiro saúdam Xangô, rei de Oyó. Aqui, pessoas que são candomblecistas e as que não são se encontram. Os que não conhecem, tem olhares curiosos, a maioria admirados, a contemplar a beleza do que é tão injustamente discriminado. Xangô é justiça, e junto à tolerância e ancestralidade, são os gritos que ressoam nessa noite.



DANCE AÍ, NEGRO NAGÔ! A africanidade, ancestralidade presente nos sons, ritmos e corpos negros. Tão duramente escravizados, torturados. 13 de maio não é libertação. A libertação está aqui, entre negras e negros que lutam com dança, sorrisos e música. E também com lágrimas e suor, da labuta e da perda dos seus. Botam fogo no engenho onde o negro apanhou.



Roseane Maria Carneiro, conhecida como Yalaxé Rose de Oxum na sua comunidade de terreiro. Presença forte, palavras certas e concisas, olhos brilhantes ruluziam o fundo da sua alma. Mulher com uma longa caminhada, orgulhosa por seu trajeto, nos contou um pouco de sua história até aqui, até se tornar mãe no terreiro Ilê Miwà Lodô Osun Botô.



Domingo, 24 de Junho de 2018. Um dos momentos do espeáculo da Fogueira de Xangô, momento arrepiante em que todos que estavam presente se encontraram, ali naqueles trinta minutos de apresentação




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