Centro de Acolhimento Animal

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Centro de Acolhimento

Animal Natani Gabriela Vilas Boas O r i e n t a d o r : Prof. Me. Márcio Fontão

Trabalho Final de Graduação Unisalesiano | Araçatuba | 2020


AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por ter me

Ao meu orientador, Márcio Barbosa Fontão, por todo

sustentado até aqui, por sua bondade, sua misericórdia e por ter me

conhecimento passado, orientação, dedicação e toda dedicação no

dado uma força sobrenatural para aguentar os desafios que vieram.

decorrer desse ano. Mas quero agradecer principalmente por ter

Sem Ele nada seria possível.

acreditado em mim quando esse trabalho não passava de apenas uma

A minha família por ter acreditado em minhas escolhas, por

ideia.

me apoiar e por terem se esforçado junto comigo para que eu

Aos meus amigos Gustavo Euzébio e Danilo Henrique, e

conseguisse vencer todas as etapas. Em especial a minha mãe

principalmente a minha parceira de sempre Thayná Caetano por ter

Aparecida Lucrécia Rosa Vilas Boas e meu pai João Mendes Vilas

me ajudado e tornado o curso um pouco mais divertido e fácil. E por

Boas Filho por terem feito o impossível para que hoje pudesse chegar

fim a todos os professores que durante esses cinco anos me ensinaram

até aqui, por ter me ensinado a continuar, por ter me acalmado em

a persistir e a confiar em mim.

momentos difíceis, mas principalmente por terem acreditado em mim.


“Eles estão cercados pelas criaturas mais perversas do planeta. Os humanos.” Newt Scamander


respeito dos direitos dos animais, além de ser extremamente RESUMO

importante que a sociedade tenha conhecimento da realidade e as consequências do abandono.

O propósito desse trabalho é articular a importância da criação

O trabalho também apresenta dados relevantes sobre a

de Centros de Acolhimentos visando o bem-estar dos animais de

carência de centros de acolhimentos no Brasil e principalmente na

Palmital. O tema irá apresentar um pouco sobre o início da relação

região em que o projeto é sugerido. Apresentando pôr fim a ideia de

entre o ser humano e o animal, os benefícios da companhia dos

um Centro de Acolhimento Animal para Palmital, no qual esta

animais, e o direito dos animais.

proposta poderá garantir o bem-estar animal em tratamentos de

A cidade de Palmital não possui nenhuma unidade de acolhimento para os animais, apesar de possuir uma associação ainda

possíveis zoonoses e o retorno deste animal para a sociedade através da adoção.

não existe um local adequado para os animais passarem um período até sua adoção, desta forma o aumento de animais nas ruas vem crescendo ao decorrer dos dias. É necessário a educação social a

Palavras-chave: acolhimento, abandono, Palmital, bem-estar, benefícios, adoção.


ABSTRACT

for society to be aware of the reality and the consequences of abandonment.

The purpose of this work is to articulate the importance of

The work also presents relevant data about the lack of

creating Refuge Centers aiming at the well-being of animals in

reception centers in Brazil and especially in the region where the

Palmital. The theme will present a little about the beginning of the

project is suggested. Introducing the end of the idea of an Animal

relationship between human and animal, the benefits of animal

Reception Center for Palmital, in which this proposal can guarantee

companionship, and animal rights.

animal welfare in treatments for possible zoonoses and the return of

The city of Palmital does not have any shelter for animals,

this animal to society through adoption.

although it has an association, there is still no suitable place for animals to spend a period until its adoption, so the increase of animals on the streets has been growing over the days. Social education about animal rights is necessary, in addition to being extremely important

Keywords: refuge, abandonment, Palmital, well-being, benefits, adoption.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 19 – Maquete Eletrônica Para Melhor Visualização Do Paisagismo. Figura 20 – Mudas De Árvores Recém Plantadas.

Figura 1 – Arte Rupestre Descoberta Na Arábia Saudita Mostra Caçadores Levando Seus Cachorros Para Caçar.

Figura 21 – Sistema Viário Animal Refuge Centre.

Figura 2 – Morador De Rua Com Seus Cães.

Figura 23 – Planta Baixa Primeiro Pavimento.

Figura 3 – Gato Retratado No Túmulo De Nakht Em Thebes.

Figura 24 – Setorização Segundo Pavimento.

Figura 4 – Após Aprovação De Lei Animais São Permitidos Nos Hospitais De São Paulo.

Figura 25 – Acessos Aos Alojamentos.

Figura 5 – Criança Com Transtorno Do Espectro Autista Durante Sessão De Equoterapia.

Figura 22 – Implantação E Acessos.

Figura 26 – Corte Do Alojamento Dos Animais. Figura 27 – Corte Esquemático Para Mostrar Iluminação E Ventilação Natural.

Figura 6 – Animal De Rua Abandonado.

Figura 28 – Corte Maquete Eletrônica.

Figura 7 – Inauguração Centro De Acolhimento Animal São Francisco De Assis.

Figura 29 – Fachada Lateral.

Figura 8 – Implantação Centro De Acolhimento.

Figura 30 – Entrada Para O Lobby.

Figura 9 – Fluxograma Centro De Acolhimento.

Figura 31 – Vegetação Externa.

Figura 10 – Planta Baixa Baias

Figura 32 – Lobby De Entrada Com Iluminação Zenital E Artificial.

Figura 11 – Baias Implantadas.

Figura 33 – Localização Do Município No Estado De São Paulo.

Figura 12 – Planta Baixa Clínica.

Figura 34 – Mapa De Uso Do Solo.

Figura 13 - Corte Transversal Baias.

Figura 35 – Sistema Viário Próximo Ao Terreno.

Figura 14 – Corte Longitudinal Clínica.

Figura 36 – Acessos Ao Terreno.

Figura 15 – Corte Transversal Baias.

Figura 37 – Insolação Na Área.

Figura 16 – Planta Longitudinal Clínica.

Figura 38 – Vento Predominante.

Figura 17 – Fachada Centro De Acolhimento.

Figura 39 – Curva De Nível Da Área Do Terreno No Autocad.

Figura 18 – Construção Do Centro De Acolhimento.

Figura 40 – Rua Francisco Terezan: Acesso Principal Ao Terreno.


Figura 41 – Foto Do Terreno.

Figura 62 – Detalhamento Alturas Mobiliário Do Gatil.

Figura 42 – Corte Longitudinal Do Terreno.

Figura 63 – Paisagismo

Figura 43 – Corte Longitudinal Da Curva De Nível No Autocad.

Figura 64 – Sibipiruna

Figura 44 – Corte Transversal Do Terreno

Figura 65 – Pau-Ferro

Figura 45 – Corte Transversal Da Curva De Nível No Autocad.

Figura 66 - Clorofito

Figura 46 – Tipos De Tijolos, Consecutivamente O De 6, 8 E 9 Furos.

Figura 67 – Palmeira Rabo De Raposa.

Figura 47 – Tipos De Tijolos Maciços.

Figura 68 – Maranta Cinza.

Figura 48 – Fluxograma Entrada Dos Animais.

Figura 69 – Palmeira Imperial.

Figura 49 – Fluxograma Entrada Funcionários.

Figura 70 – Grama Esmeralda.

Figura 50 – Planta Baixa Geral

Figura 71 - Bancos Para Multiuso.

Figura 51 – Planta Baixa: Clínica

Figura 72 – Poste De Iluminação.

Figura 52- Planta Baixa: Quarentena.

Figura 73 – Espaço Multiuso

Figura 53 – Planta Baixa: Canil.

Figura 74 – Implantação.

Figura 54 – Planta Baixa: Gatil/Depósito/Banho E Tosa.

Figura 75 – Baias E Pátio Para Os Cães.

Figura 55 – Planta Baixa: Baias Dos Cavalos.

Figura 76 – Quarentena.

Figura 56 – Planta De Cobertura.

Figura 77 – Pátio Para Os Cavalos.

Figura 57 – Corte AA.

Figura 78 – Entrada.

Figura 58 - Corte BB.

Figura 79 -Pátio Para Os Cães.

Figura 59 – Fachada 1.

Figura 80 – Implantação Final Do Projeto.

Figura 60 – Fachada 2. Figura 61 – Detalhamento Mobiliário Gatil.


SUMÁRIO

4.7.1 PLANTAS ............................................................................................ 56 4.7.2 CORTES .............................................................................................. 63

1.0 INTRODUÇÃO......................................................................................... 9

4.7.3 FACHADAS ......................................................................................... 65

2.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 11

4.7.4 DETALHAMENTOS ............................................................................. 66

2.1 A DOMÉSTICAÇÃO DO ANIMAL ........................................................... 11

4.7.5 PAISAGISMO ...................................................................................... 68

2.2 BENEFÍCIO DA RELAÇÃO HOMEM E ANIMAL ...................................... 15

4.8 RENDERIZAÇÃO E DETALHES ................................................................ 73

2.3 ABANDONO E ABRIGO DOS ANIMAIS.................................................. 17

5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 81

2.4 LEGISLAÇÃO PARA PROTEÇÃO DO ANIMAL ........................................ 18

6.0 REFERENCIAS: ....................................................................................... 82

3.0 ESTUDOS DE CASOS ............................................................................. 19 3.1 ESTUDO DE CASO NACIONAL .............................................................. 19 3.2 ESTUDO DE CASO INTERNACIONAL ..................................................... 29 4.0 PROJETO .............................................................................................. 38 4.1 HISTÓRICO DA CIDADE ........................................................................ 38 4.2 LEGISLAÇÃO PERTINENTE .................................................................... 39 4.3 ÁREA DE INTERVENÇÃO....................................................................... 40 4.4 ESTUDO DO TERRENO ......................................................................... 44 4.5 ESTUDO DOS MATERIAIS ..................................................................... 47 4.5.1 TIJOLO CERÂMICO ............................................................................ 47 4.6 PROGRAMAS DE NECESSIDADES ......................................................... 49 4.6.1 FLUXOGRAMA .................................................................................. 52 4.6.2 JUSTIFICATIVAS VETERINÁRIAS CONSIDERADAS .............................. 53 4.7 PROJETO: DESENVOLVIMENTO E EXECUÇÃO ...................................... 55


1.0 INTRODUÇÃO Com o passar do tempo os animais foram ganhando espaço em

assim cada animal na sociedade novamente. Diferentemente dos cães

nossas vidas e a cada dia fazem ainda mais parte do nosso cotidiano.

e gatos, os cavalos resgatados serão encaminhados para um centro de

Nós, por outro lado, os domesticamos para melhor se adaptarem aos

equoterapia para serem treinados e posteriormente serem auxiliares

nossos costumes: os cães para nos proteger, os gatos para caçarem

em tratamentos.

ratos, os cavalos para transporte. Mas o que não podemos negar é que

Tendo em vista o aumento do número de animais nas ruas e

independente da espécie, a relação entre homem e animal

consequentemente o aumento na demanda por locais que possam

domesticado foi se estreitando ao longo da história.

acolher, tratar e devolve-los para a sociedade, este projeto tem a

Estudando essas relações logo notamos que eles nos trazem

justificativa a busca de conhecimento a respeito de projetos

muitos benefícios, além de serem ótimas companhias ainda auxiliam

arquitetônicos de abrigos de animais e centros de zoonoses para que o

em terapias. No século passado deu-se início a criação de legislações

município possa ter todos esses serviços e suportes que são

para protege-los de maus tratos e do abandono irresponsável, mesmo

necessários para melhorar a vida dos animais, além de conscientizar a

assim, ainda hoje muitos deles estão abandonados nas ruas e esse

adoção responsável para que as pessoas entendam que para se ter

número ainda cresce e os responsáveis raramente são punidos.

qualquer tipo de animal temos como obrigação cuidar dele por toda sua vida, não podendo em hipótese nenhuma abandona-los.

Este trabalho então propõe a criação de um Centro de Acolhimento Animal no município de Palmital, São Paulo. Este será

Com 140 milhões de animais no Brasil, entre cães, gatos, aves,

um abrigo provisório para os animais pois o objetivo do local é cuidar,

peixes, repteis, 78,1 milhões são cães e gatos, destes 5% são animais

castrar e em seguida dar um novo lar para aquele animal, inserindo

em condição de vulnerabilidade, ou seja, que estão abandonados ou

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que possuem donos, mas passam grande parte do tempo na rua. Mas

embasar o texto. A legislação federal foi utilizada fundamentar

destes animais vulneráveis apernas cerca de 172 mil estão sobre os

legalmente o trabalho. Os estudos de casos foram baseados parte nos

cuidados de ONGs, em que 96% são cães e apenas 4% são gatos o

textos encontrados no em sites e revistas digitais de arquitetura, como

restante dos animais vivem em completo abandono pelas ruas.

ArchDaily, somados aos conhecimentos teóricos da autora. Já os

(INSTITUTO PET BRASIL, 2019)

mapas de analise foram baseados no mapa fornecido pelo Google Maps, adaptados pela autora.

Na região em que o Centro de Acolhimento Animal de Palmital será instalado temos nas cidades mais próximas apenas um

Este trabalho estará dividido em capítulos em que cada um

abrigo de animais, porém este não possui salas cirúrgicas, contendo

será focado em algo diferente que embasara todo o conteúdo.

apenas o banho e tosa. Além disso, a região conta com poucas ONGs

Primeiramente temos a fundamentação teórica que relata como os

de proteção animal, apenas as cidades maiores como: Assis, Ourinhos,

animais e os humanos se relacionam, as diferentes relações, os

Marília, e Londrina, com isso vemos que o aumento no abandono de

benefícios, a legislação e o abandono. Posteriormente, temos os

animais vem crescendo, consequentemente surge a necessidade da

estudos de casos em que analisamos o Centro de Acolhimento Animal

criação de Abrigos para cuidar e reinstalar esses animais, além do

São Francisco de Assis, localizado em Olímpia, Estado de São Paulo

cuidado animal estas são uma grande questão de saúde pública.

e o Animal Refuge Centre situado em Amsterdam, Holanda. Por fim, temos a análise da cidade e do terreno, e o projeto do Centro de

Para o desenvolvimento deste trabalho, inicialmente foram

Acolhimento Animal de Palmital.

levantados dados sobre a relação dos animais com o homem desde os primórdios, nesta parte foram utilizados diferentes autores para

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2.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 A DOMÉSTICAÇÃO DO ANIMAL A urbanização e a domesticação dos animais são inseparáveis,

uma origem envolvendo mais de uma população de lobos. (VILÀ,

uma vez que esta teve início quando o homem deixou de ser nômade

MALDONADO, WAYNE, 1999).

para dar início as relações em grupo, logo os cães e os gatos afetaram

Figura 1 - Arte rupestre descoberta na Arábia Saudita mostra caçadores levando seus cachorros para caçar.

diretamente o desenvolvimento da espécie humana. (BECK, 1973 apud CANATTO; SILVA; BERNARDI; MENDES; PARANHOS; DIAS, 2012) No decorrer dos anos essa progressiva domesticação fez com que os animais fossem de ajudantes nos trabalhos diários para integrantes da família, logo, a presença dos animais era motivo para considerar um lar feliz. (WALDMAN, 2013). Atualmente existem diversas raças caninas, esse fato ocorreu devido a forma como os cães foram domesticados. O motivo para as diferenças raças foram resultado de como os lobos foram domesticados em locais e momentos diferentes ou a domesticação

Fonte: National Geographic Brasil, Fotografo HUW GROUCUTT

ocorreu com uma sequência de episódios de mistura entre cães e lobos. Graças aos fatos anteriores sugere-se que os cachorros possuem

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Devido aos episódios da domesticação dos cães é notável que

a ida para os albergues quando estes não

está relação ocorreu de forma mais natural, já que está foram

permitem que o cão o acompanhe. Laços de

acontecendo aos poucos. Com o tempo ambas as partes notaram os

pertencimento são reatados a partir da

benefícios de estarem próximos, os animais seriam alimentados

relação com pequenos objetos, símbolos e

frequentemente pelos humanos, e os humanos teriam maior proteção

animais.” (SPOSATI, 2009 p.193)

com os cães ao seu lado.

Figura 2 - Morador de rua com seus cães

Diariamente vemos casos de moradores de ruas que possuem animais de estimação, e criam uma relação inseparável com o animal. Notamos que nesses casos existe um crescimento e fortalecimento das relações com os cães, em que nota-se não apenas no comportamento do morador mas também do animal a importância desse convívio, em que muitos moradores relatam que após o encontro entre ambos e o início do cuidado do morador de rua para o cão, os animais passam a segui-los e acompanha-los por onde quer que vão. (BALTAR, GARCIA, 2019) “O encontro entre o cão abandonado e uma Fonte: Revista Globo Rural

pessoa em situação de rua é, sem dúvida, um símbolo

de

mútuo

reconhecimento

de

identidades perdidas. São relações fortes ao ponto de muitos moradores de rua rejeitarem 12


Figura 3 - Gato retratado no túmulo de Nakht, em Thebes

De 1973 a 2008 os animais de rua de São Paulo sofriam terrivelmente com a tão temida Carrocinha, está era uma forma da prefeitura retirar das ruas os animais e assim fazer a prevenção contra a raiva. Os animais quando capturados eram levados até o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) onde teriam um cruel fim, estes podiam ser em câmara de gás ou de descompressão, por eutanásia, choques ou até mesmo pauladas. Os animais só tinham a chance de escapar caso em até três dias e pagando uma multa o seu dono fosse resgata-lo. Mas, em 17 de abril de 2008 foi sancionada a Lei Feliciano, n° 12.916, do deputado Feliciano Filho no qual a partir deste dia passaria a

Fonte: ZAP.aeiou

proibir a morte de animais de ruas pelos canis municipais. (FILHO, 2008)

Com hábitos noturnos, olhos brilhantes e um caminhar No antigo Egito, os gatos eram considerados como um animal

silencioso o gato é diferente de qualquer outro animal. Na Europa

divino e com isso os egípcios possuíam um grande fascínio por eles.

Medieval a igreja Católica convenceu a população a associar os gatos

Bastet, uma deusa egípcia, possuía parte do corpo em forma de gato e

a espíritos malignos, cultos satânicos e bruxaria. Tudo isso começou

em homenagem a ela construíram templos, e muitos gatos foram

quando o Papa Gregório IX, no século XIII, iniciaram uma

mumificados, mostrando assim a importância do felino para essa

perseguição aos gatos em que em uma Bula Papal de 1233, condenou

sociedade (GANDRA, 2016).

o gato preto como sendo um ser diabólico, logo, concedeu sua benção para que pudessem torturar e matar os felinos. Os gatos pretos eram condenados frequentemente e queimados vivos, mas havia uma única

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coisa que poderia salva-los: se o gato preto possuísse uma mancha de

etc. Nos anos 80 com uma busca de voltar às origens o homem volta

qualquer tamanho de pelo branco, significava que este era uma marca

a buscar a companhia dos equinos para o esporte, montaria, etc.

dos anjos e um sinal que este não deveria ser sacrificado. (GANDRA,

(CINTRA, 2016).

2016)

Algumas

características

comportamentais

dos

cavalos

Se por um lado os cães foram domesticados na pré-história, e

mostram que eles possuem uma predisposição a uma relação benéfica

se adaptaram ao estilo de vida dos homens, os gatos começaram a ser

com o ser humano. Por muitos anos estes foram utilizados apenas para

domesticados anos após, e pôr desde o início terem sido encorajados

nos servir, mas, isto tem se modificado com o passar do tempo através

a caçar e patrulhar sozinho acabaram assim evoluindo de forma

de pesquisadores e profissionais nos quais buscam compreender a

diferente aos cães, e por isso, muitas vezes, podem parecer não

natureza dos cavalos, para assim, prevenir os maus efeitos que o

domesticáveis (DOWLING, 2019).

homem causa ao animal. (CINTRA, 2016). “(...) ouso dizer que os animais possuem todos os sentimentos e emoções que os humanos possuem. Mas, e aqui cabe uma grande ressalva e compreensão, são sentimentos dos animais. Podemos até dar nomes humanos para os sentimentos e emoções dos animais, porém, jamais devemos achar que eles os sentem como os humanos os sentem. Senso assim, um cavalo sente dor, ódio, raiva, amor, ciúmes, depressão, medo, etc., como um cavalo, baseado na evolução de um cavalo. (...)” (CINTRA, 2016)

Utilizado inicialmente como alimento, os cavalos no decorrer tempo tiveram sua função totalmente alterada, pois logo o homem percebeu que poderia utiliza-lo como meio de transporte no qual permitiu que as grandes distâncias fossem vencidas em um período menor (CINTRA, 2016). O homem e o cavalo possuíam uma dependência por séculos, porém no século XX quando foi inventado o carro essa relação passou a se tornar um incomodo, pois este sujava as cidades e exigia constante cuidado em relação a alimentação, ferragem, equipamentos,

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Percebemos que quando se pensa na relação entre o homem e

2.2 BENEFÍCIO DA RELAÇÃO HOMEM E ANIMAL

o animal, vemos as inúmeras vantagens para a saúde humana. Essa relação tem ganhado maior valorização a cada dia, e com isso muitos

Nos dias atuais os animais possuem funções diversas que vão

estudos e pesquisas comprovam isso.

se modificando conforme a necessidade da sociedade e nos também Nossas relações com os animais, especialmente os cães, evoluem de tal maneira que além de “animais de estimação” também auxiliam pessoas em todo o mundo, em diferentes âmbitos, especialmente nas áreas da medicina humana. Eles podem ser coterapeutas, auxiliares em diagnósticos; os olhos ou ouvidos de deficientes e executando diversas tarefas (auxiliam sem distinção ou preconceitos seus tutores. (LAMPERT, 2014 p. 4)

começaram a trata-los a cada dia como membros da família e com isso aprovamos ler para protege-los, iniciamos pesquisas para cuidar, proteger e tratá-los. Assim hoje não imaginamos nosso mundo sem que eles estejam conosco. Com propriedades ainda estudadas os animais trazem melhora psicológica e emocional cada vez mais relatadas em estudos e pesquisas, estas revelam que os donos de cães e gatos sentem uma

Como visto acima, relação entre o homem e o animal evoluiu

melhoria na qualidade de vida após a chegada do animal, as melhores

ao decorrer do tempo. Os cães hoje deixaram seus hábitos de caça e

causadas por eles são a diminuição da tensão entre os membros da

se tornaram “o melhor amigo do homem”. Já os gatos, passaram de

família, e aumentam a compaixão. (TATIBANA; DA COSTA, 2009)

divindade para membros da família. Os cavalos além de ser meio de

(...) A criança que convive com animais é mais afetiva, generosa e solidária, demonstra maior compreensão dos fatos e se sensibiliza mais com as pessoas e as situações. O contato com os animais possibilita que a criança aprenda sobre o ciclo da vida, as perdas, o nascer e o morrer e, assim, incorpore noções

transporte, esporte, montaria começou também a ser um grande aliado nas terapias.

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sobre sua própria natureza e sobre o mundo em que vive. (...) (TATIBANA; DA COSTA, 2009 p.15)

A Terapia Assistida por animais auxilia no desenvolvimento sensorial e psicomotor; além de permitir lidar com distúrbios físicos, mentais e emocionais; e ajuda em tratamentos direcionados a melhora

Observando a importância da relação entre o homem e o

na socialização. (MACHADO, 2008 apud LAMPERT, 2014)

animal, alguns animais começaram a ser utilizados para fins terapêuticos. Assim, teve início a Terapia Assistida por Animais

A equoterapia também é uma terapia feita com cavalos está

(TAA). Esta consiste em introduzir o animal na terapia visando a

pode ser definida como uma terapia destinada a reabilitação, no qual

melhora no tratamento do paciente.

se diferencia do tratamento clínico, pois é realizado ao ar livre, permitindo que o vínculo terapeuta-praticante-cavalo seja totalmente

Figura 4 -Após aprovação de lei animais são permitidos nos hospitais de São Paulo

diferente. (ROCHA, 2006 apud ECKERT, 2013) Figura 5 - Criança com Transtorno do Espectro Autista durante sessão de equoterapia

Fonte: Instituto PENSI

Fonte: UNICAMP

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Através de terapias ou convívio doméstico vemos o quão

uma nova chance de conviver com uma nova família. Assim,

importante a convivência com os animais é de grande importância.

entendemos que um abrigo deve ser um multiplicador dos conceitos

Estes mesmo sem falar nos ajudam a ser melhor de diferentes formas

de bem-estar animal, guarda responsável e das ações eficientes para o

e em diferentes idades. Beneficiando desde a criança até o idoso,

controle populacional. (AGRARIAS UFPR, 2018). É importante

partindo de caçador para membro importante da família.

também que haja frequentemente capacitação da equipe para que estes objetivos sejam relembrados e praticados, pois desta forma o bemestar do animal estará garantido.

2.3 ABANDONO E ABRIGO DOS ANIMAIS

O fato de existirem tantos animais abandonados mostra um grave problema da saúde pública, já que estes são os principais

Devemos assim compreender que os centros de acolhimento

transmissores de zoonoses, como a raiva ou a leishmaniose visceral,

são um local de passagem, ou seja, os animais são resgatados,

por outro lado são todo dia vítimas de atropelamento, abusos e

posteriormente recebem os tratamentos necessários para que ganhem

crueldade.

um novo lar após sua recuperação. (AGRARIAS UFPR, 2018). Mas, Segundo o G1 o Brasil possui mais de 170 mil animais

os abrigos são exclusivamente para animais abandonados ou que

abandonados nos quais estão sob cuidados de ONG’s e grande parte

sofreram maus-tratos, e é de grande importância que este pratique

estão na região Sudeste. Existem 169 entidades nesta região no qual

políticas para conscientizar a população sobre as consequências do

estão cuidando de 78 mil animais, em que a grande maioria são

abandono.

cachorros. (G1, 2019) Para um abrigo funcionar é preciso atentar-se aos objetivos,

“Os animais são abandonados em praças públicas, em cidades vizinhas, beiras de rios e estradas rurais, tornando-se neste último

tais como, planejar programas de adoção permanentes em que realocará os animais em novos lares onde eles posteriormente terão

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caso predadores da fauna silvestre. Podemos observar que o abandono está ligado à escolha inadequada na hora da aquisição, mas apresenta como principal causa a superpopulação de cães e gatos.”. (ANDREOTTI, 2014 P.1)

limitados aos cães e gatos, mas também incluem cavalos, pássaros, etc. Vemos que no decorrer do tempo os humanos utilizaram de outras espécies para benefício próprio, mudando sua genética, adaptando seus hábitos, e devido a isso, hoje, estas sofrem para terem um bemestar de qualidade já que se tornaram dependentes do homem.

Figura 6 - Animal de rua abandonado

2.4 LEGISLAÇÃO PARA PROTEÇÃO DO ANIMAL Após um longo período na história em que os animais ficaram marginalizados em relação a sociedade, somente em 1978 que a UNESCO reconheceu através da Declaração Universal dos Direitos dos Animais os direitos dos animais. (SANTANA, OLIVEIRA, 2006) Em 1934, Getúlio Vargas anunciou o decreto federal n° 24.645 no qual lista trinta e uma atividades no qual seriam consideradas práticas de maus tratos contra os animais. (BRASIL, 1934). Em 1941 Fonte: Petz

a prática de maus tratos aos animais foi adiciona na Lei de Os motivos para o abandono são diversos, alguns abandonam

Contravenções Penais, em que neste caso seja considerado culpado o

por doença, ou porque se mudaram para um apartamento, ou

indivíduo receberia uma prisão simples, em que passaria de dez dias

simplesmente porque o animal está velho. Estes abandonos não estão

a um mês preso ou pagaria uma multa no valor de cem a quinhentos

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mil réis. (BRASIL, 1941 Art.64). Em 1998 a lei federal n°9605,

neste são criadas normas para a proteção, defesa e preservação dos

regulamentou de forma detalhada os crimes contra os animais e

animais. (SÃO PAULO, 2005).

aumentou sua penalidade. (BRASIL, 1988 Art. 32). O vínculo estabelecido entre os seres humanos e os animais de estimação está intimamente relacionado às condições sociais, econômicas e culturais de cada comunidade. Em situações de desequilíbrio, a intervenção para o controle da reprodução dos cães e gatos, a conscientização para a posse, propriedade ou guarda responsável e o controle ambiental quanto às fontes de alimento e abrigo são de fundamental importância e de competência do poder público, com a participação ativa da comunidade, para a promoção da saúde. (SÃO PAULO, 2009 p. 73)

3.0 ESTUDOS DE CASOS 3.1 ESTUDO DE CASO NACIONAL Inaugurado no fim do ano de 2019, o Centro de Acolhimento São Francisco de Assis foi projetado para acolher os animais abandonados e com maus-tratos, este visa trazer melhorias para à causa animal do município. A obra teve início em 2013, mas ficou parada por quase cinco

A violência contra os animais é constante na sociedade

anos, a retomada aconteceu no ano de 2019 e concluída pela gestão

humana, estes desconhecem ou ignoram os sentimentos dos animais,

atual. Contando com trinta e seis baias o abrigo tem capacidade para

nos quais assim como nós sentem, sofrem, tem direitos e

abrigar cerca de 100 animais, cães e gatos. O edifício conta com uma

necessidades. Essa prática se dá, pois, a humanidade se considera

equipe preparada para atender os animais, com veterinários e

superior as demais espécies. (SANTANA, OLIVEIRA, 2006)

estagiários da área.

Em 2005 o Estado de São Paulo promulgou o Decreto n°

Construído com as determinações do Conselho Regional de

11.977 em constitui um código estadual de proteção aos animais,

Medicina Veterinária, o abrigo obteve um investimento de R$ 600 mil

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reais em recursos próprios da autarquia. O projeto possui cerca de 600

sendo então um ponto isolado, porém de fácil acesso contando com

metros quadrados e foi projetado engenheiro Silvio Campos Cassavia.

uma entrada principal pela guarita e outra aos fundos.

ASPECTOS URBANOS:

ASPECTOS DA IMPLANTAÇÃO:

Figura 7 - Inauguração Centro de Acolhimento São Francisco de Assis.

Figura 8 - Implantação Centro de Acolhimento

Fonte: Olímpia 24 horas.

Localizado nas bordas de Olímpia o Centro de Acolhimento Animal São Francisco de Assis foi instalado em uma estrada Fonte: Planta fornecida pelo DAEMO Ambiental

Municipal utilizada quando os moradores vão para Severínia, cidade vizinha. Devido a sua localização o edifício não possui vizinhos, 20


Ocupando o terreno de forma distribuída o edifício foi

ASPECTOS DA PLANTA:

implantado com vários volumes sendo estes cinco conjuntos de baias ao fundo, e um volume principal no qual se localiza a área clínica e o

Figura 9 - Fluxograma Centro de Acolhimento

administrativo. Os formatos são simples e retangulares, sem nenhuma curva, possuindo assim apenas linhas retas. Com apenas um andar e trinta e seis baias, o abrigo possui capacidade para cem animais vítimas de abandono ou maus-tratos. No interior do centro encontramos a área médica, com sala de higienização, atendimento, curativo, entre outras. O estacionamento fica localizado próximo a recepção, desta forma ao chegar em frene ao abrigo o motorista precisa de identificar na guarita e em seguida pode estacionar dentro dos limites do terreno. Este conta com poucas vagas para carro e motos, sendo mais utilizado por funcionários do local. No projeto nota-se que não há local adequado para animais de grande porte, como cavalos, apenas baias que se adaptam a animais domésticos. Porém, existe uma área próxima em que são colocados os Fonte: Planta fornecida pelo DAEMO Ambiental (Adaptada pela Autora)

cavalos, está estrutura é feita de ferro, e possui uma semelhança com os brete feitos em rodeios.

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Figura 10 - Planta Baixa Baias

proteger os animais da chuva e do frio, além de trazer sombra para dias mais quentes. Figura 11 - Baias Implantadas

Fonte: Fonte: Olímpia 24 horas.

Fonte: Planta fornecida pelo DAEMO Ambiental

Possuindo quatro metros e noventa por três, as baias são subdivididas por uma área coberta (em azul) e outra descoberta (em verde). Com esse tipo de baias é possível que o animal receba iluminação e ventilação natural, já a parte coberta é responsável por

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Figura 12 - Planta Baixa Clínica

Logo quando entramos no centro de acolhimento temos consecutivamente acesso a clínica veterinária. Entrando na clínica temos a recepção, adoção, a loja pet e a esquerda temos um banheiro acessível, em rosa na planta acima. Logo após temos a área médica, em azul, neste encontramos de cima para baixo, a clínica veterinária onde é feito a triagem e os primeiros cuidados; sala de medicamento no qual são guardados os medicamentos e vacinas; clínica cirúrgica em que são feitos as cirurgias necessárias, como castrações; sala de esterilização é o local para onde os materiais cirúrgicos vão para receber a esterilização para que possam ser utilizados posteriormente; repouso é destinado para o pós-cirúrgico, desta forma assim que os animais saem da cirurgia vão para esta sala para que fiquem isolados e se recuperem do procedimento. Em amarelo temos o banho e tosa, nesta sala os animais são higienizados. A higienização dos animais é feita em salas diferentes, acima temos a sala para animais de pequeno porte e mais abaixo temos para animais de grande porte.

Fonte: Planta fornecida pelo DAEMO Ambiental

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Figura 13 - Corte Transversal Baias

Próximo a recepção temos a área dos funcionários, em verde, nesta parte temos de cima para baixo o banheiro masculino, banheiro feminino e copa. Por fim, em vermelho temos as áreas complementares no qual temos da esquerda para a direita o depósito de ração, sala de paramentação, sala para animais mortos e o depósito de lixo.

ASPECTOS DO CORTE: Fonte: Planta fornecida pelo DAEMO Ambiental

Os cortes abaixo demonstram as baias, pelos quais observamos

Neste corte vemos a divisão das baias com a parte coberta e o

a marcação de altura do pé-direito da área coberta de dois metros e

restante descoberto, sendo possível notar também que as baias são

meio, e na descoberta o muro possui dois metros de altura.

espelhadas, o que torna a cobertura de cada bloco com duas águas. Na cobertura, são utilizadas telhas ecológicas com trinta e cinto porcento de inclinação.

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Figura 14 - Corte Longitudinal Baias

Fonte: Planta fornecida pelo DAEMO Ambiental

O corte acima foi feito transversalmente e passa pela clínica. Nele estão demonstrando, da esquerda pra direita: o depósito de ração, sala de esterilização, clínica cirúrgica, sala de medicação e sala de atendimento. Todos os ambientes possuem três metros e vinte de pédireito com exceção ao depósito de ração que possui um pé-direito

Fonte: Planta fornecida pelo DAEMO Ambiental

mais alto de quatro metros e meio. Foi feito uma laje impermeabilizada com inclinação de um porcento. Para a cobertura foi utilizada uma telha ecológica com inclinação de dez por cento,

Neste corte vemos a parede que divide as duas áreas e a grade

além da platibanda que possui oitenta centímetros.

da frente das baias, onde está o portão utilizado para entrada dos animais e dos funcionários para dar alimentação. Figura 15 - Corte Transversal da Clínica

Figura 16 - Planta Longitudinal Clínica

Fonte: Planta fornecida pelo DAEMO Ambiental

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O corte longitudinal passa, da esquerda para a direita: pela

Fachada é composta por uma varanda coberta, com platibanda,

recepção, os banheiros, a copa, corredor, sala dos animais mortos e o

assim como os volumes posteriores, que escondem o telhado. Ao lado

depósito de lixo. Neste corte o pé-direito é de três metros, e após

direito, uma marquise se prolonga até a extremidade de projeção da

possui um forro de gesso de vinte centímetros. A cobertura de toda a

face do volume posterior. O volume principal possui uma cor

clínica foi feita da mesma forma, possuindo laje impermeabilizada,

vermelha, e o volume secundário, ao fundo possui uma cor amarelada.

forro, e telha ecológica. ASPECTOS DOS MATERIAIS: ASPECTOS DA FACHADA:

Figura 18 - Construção do Centro de Acolhimento

Figura 17 - Fachada Centro de Acolhimento

Fonte: Prefeitura de Olímpia

Fonte: G1- Globo Araçatuba e São José do Rio Preto

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Construído de forma tradicional, o edifício possui toda a

ASPECTOS DO PAISAGISMO:

alvenaria de tijolos cerâmicos. A cobertura possui platibanda de

Figura 19 - Maquete eletrônica para melhor visualização do paisagismo

alvenaria e foi utilizado telha ecológica em que na clínica possui dez porcento de inclinação e nas baias com inclinação de trinta e cinco porcento. Para a pintura foi escolhido quatro cores: vermelho, gelo, amarelo claro e cinza. O cinza foi utilizado dentro das baias, o gelo no muro e em alguns detalhes da fachada. O vermelho se destaca na fachada da clínica e na guarita. O amarelo também utilizado na fachada faz conjunto ao vermelho.

Fonte: Site DAEMO Ambiental

Possuindo uma calçada apenas com gramado, o edifício foi projetado para possuir diferentes vegetações, sendo estas de pequeno e médio porte. Em grande parte, foi plantado grama nas áreas permeáveis, já próximo ao muro foi escolhido um arbusto e fora do edifício existem várias árvores formando uma espécie de muro, diminuindo a incidência do sol.

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Através de fotos podemos observar que pelo terreno foram

ASPECTOS DE ACESSIBILIDADE:

plantados vários mudas de árvores, nos quais futuramente trará um

Devido ao seu terreno plano, o projeto traz a acessibilidade de

ambiente fresco, além de diminuir a incidência do sol nas baias dos

forma simples. Possuindo caminhos concretados pelos locais públicos

animais. A pavimentação externa do edifício possui parte

torna o fluxo de cadeirantes mais agradável, além disso o projeto

impermeável onde foi concretado e parte permeável onde foi plantado

possui um banheiro acessível logo em sua recepção, permitindo o que

grama.

o público em geral o utilize.

Figura 20 - Mudas de árvores recém plantadas

ASPECTOS SUSTENTABILIDADE: Analisando o projeto notamos que a distribuição dos volumes foi feito de forma distribuída, logo a incidência do sol acaba afetando as baias dos animais porém notamos que foram plantadas em vários pontos árvores, estas terão a função de diminuir a incidência do sol nos animais e trazer maior conforto para os animais.

ASPECTOS SOCIAIS: Visando abrigar e cuidar dos animais abandonados o centro de

Fonte: Google Imagens

acolhimento tem como objetivo acolher estes, cuidar e futuramente através de uma adoção dar para ele um novo lar. O projeto veio para 28


mudar a vida da população, mas principalmente para trazer melhorias para os animais desabrigados e que sofreram maus-tratos, além disso

ASPECTOS URBANOS

com isso consequentemente é possível controlar possíveis surtos de Figura 21 - Sistema Viário Animal Refuge Centre.

doenças, tal como a leishmaniose, além de outras mais que podem afetar tanto os bichos como os habitantes.

3.2 ESTUDO DE CASO INTERNACIONAL O Animal Refuge Centre está localizado em Amsterdam, na Holanda e tem como função abrigar animais. Possui uma área construída de 5.800,00m² (Cinco mil e oitocentos metros quadrados), projetados pelo escritório Arons en Gelauff Architecten, o paisagismo teve como responsável DRO Amsterdam e Ruwan Aluvihare, tendo Fonte: Google Maps (Adaptado pela autora)

como cliente a Agência de Gestão de Projetos de Amsterdam e teve um investimento de 4,1 milhões de Euros. O edifício acomoda cento

Localizado na parte periférica de Amsterdam o “Animal

e oitenta cães e quatrocentos e oitenta gatos. Toda essa estrutura foi

Refuge Centre” está em uma região industrial e de produção agrícola,

construída de 2006 até 2007.

se distanciando das áreas residenciais. Este se destaca na região devido ao seu tamanho e aparência, porém sua altura é semelhante aos demais ao redor, estes possuem entre dois e três pavimentos.

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Na imagem acima estão sinalizados a hierarquia viária, em

ASPECTOS DA IMPLANTAÇÃO

vermelho temos a rua com maior movimento possuindo duplo sentido

Figura 22 - Implantação e acessos

e se estendendo por um longo percurso, sendo o principal acesso ao edifício. Em branco temos o segundo acesso principal, onde temos uma das entradas e em amarelo temos as ruas com menor fluxo de carros, mas que também levam ao local.

Fonte: ArchDaily (Adaptado pela autoria)

Ocupando grande parte do terreno e com um formato triangular, resultando em um “modelo em pente”, consiste em

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corredores longos de serviços, atendendo aos canis, com uma solução

ASPECTOS DA PLANTA

em fita.

Figura 23 -Planta Baixa Primeiro Pavimento

Os acessos ao edifício se dão por três locais, sinalizados com flechas acima, dois deles se encontram em uma grande avenida movimentada, sendo um restrito e outro para veículos. O terceiro está localizado na lateral direita superior, sinalizado em azul, no qual a rua de acesso tem uma menor variação de movimento. Não mais alto que os demais edifícios do entorno, o volume total possui uma pequena variação de altura. Desta forma temos a impressão que possui dois volumes nos quais estão interligados pelo centro onde encontramos as áreas privadas e a recepção. Sua forma é curva e corredores finos, além de contar com um grande pátio ao centro dos volumes. Com uma fachada em tons de verde o prédio se envolve com a natureza presente no local, e por isso Fonte: ArchDaily (Adaptado pela Autora)

se diferencia de qualquer edifício no entorno.

Na imagem acima temos a planta baixa do primeiro pavimento nos quais podemos observar os dois acessos, a ponte e a entrada do estacionamento. Passando pela entrada de veículos, temos acesso direto a recepção e em seguida a parte administrativa. O lobby de

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entrada está localizado na curva central em que causa a forma final,

conter a administração, auditório, vestiário, sala de tratamento e um

um edifício com curvas com uma sensação de fluidez.

apartamento para o zelador. Os alojamentos dos animais estão virados para o pátio central, e o gatil sobre o canil foram implantados

Nas laterais encontramos os alojamentos para os animais. No

propositalmente para diminuir os ruídos caudados pelos animais.

canto direito está localizado a parte mais alta do edifício, neste temos

Figura 25 - Acessos aos alojamentos

dois pavimentos, o primeiro é o canil e o segundo o gatil, o acesso de um para outro é feito através de uma escada. No canto esquerdo temos o canil com a divisão semelhante ao outro lado. Ambos estão virados para dentro e possuem um pátio para os animais no centro. Figura 24 - Setorização Segundo Pavimento

Fonte: ArchDaily (Adaptado pela autora)

Na imagem acima temos o segundo pavimento no qual como

Fonte: ArchDaily (Adaptado pela autora)

dito anteriormente está localizado o alojamento para gatos, além de 32


Na parte central do edifício temos a área médica e

ASPECTOS DO CORTE:

administrativa, no qual se liga a área dos animais. O acesso é feito

Figura 26 - Corte do Alojamento dos Animais

pela recepção em que logo após temos um corredor que vai para o alojamento a esquerda. Já para ter acesso ao da direita é necessário adentrar mais um pouco. Todo o edifício possui mais de uma entrada para cada local, isso se aplica tanto para entrar no terreno quanto para entrar no local dos animais. A entrada pública é limitada ao lobby e as baias, enquanto a privada é centralizada, parte no primeiro pavimento e o restante no segundo pavimento central.

Fonte: ArchDaily (Adaptado pela autora)

No corte acima podemos observar melhor o funcionamento dos alojamentos. Estes recebem diretamente ventilação e iluminação natural, tornando o ambiente agradável aos animais. Isto faz com que

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no inverno estes ambientes se tornem mais quentes e no verão sejam

No corte acima vemos o uso da ventilação e iluminação para

mais frescos devido a ventilação cruzada.

melhor aproveitamento da luz do dia. Com base na escala humana o pé-direito desse ambiente é de dois metros e meio, porém onde há a

Com base na escala humana colocada no corte conclui-se que

entrada de ventilação a direita a altura é um pouco maior. Neste corte

o pé direito dos pavimentos é de aproximadamente dois metros e

notamos também que a circulação é distribuída.

cinquenta, podendo este ser maior. O corte demonstra perfeitamente como o edifício é estreito, e vemos também como citado anteriormente o fato de toda área animal ser virada para o pátio

Figura 28 - Corte maquete eletrônica

central. Figura 27 - Corte Esquemático para Mostra Iluminação e Ventilação Natural

Fonte: ArchDaily Fonte: ArchDaily (Adaptado pela autora)

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ASPECTOS DA FACHADA:

Para conseguir este efeito os arquitetos revestiram as fachadas com painéis de zinco coloridos em cerca de doze tons de verde,

Figura 29 - Fachada Lateral

criando uma aparência como uma versão em pixel da grama. As placas continuam por todo o terreno causando uma sensação de fluidez. Não fazendo nenhum diálogo com os edifícios do entorno, os arquitetos trouxeram um conceito mais dinâmico fazendo com este conversasse com a natureza ao redor. Notamos muitas aberturas por todo o complexo. Figura 30 - Entrada para o lobby.

Fonte: ArchDaily

Toda a fachada foi revestida com placas de diversos tons de verde, em que na primeira impressão temos a sensação que foi utilizado apenas para conversar com o entorno verde. Mas, ao notar os tons de verde utilizados percebemos que os tons se assemelham com a cores do gramado na margem oposta ao canal. Fonte: ArchDaily

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ASPECTOS DOS MATERIAIS

A pavimentação externa é feita com blocos intertravados de concreto, a calçada possui uma pavimentação semelhante, porém com

O Edifício possui uma estrutura em concreto, com um

blocos regulares. No entorno temos apenas placas de sinalização, sem

revestimento externo de painéis de aço zincado, estes possuem doze

bancos ou lixeiras. Contornando o prédio temos um canal, árvores de

tons diferentes de verde feitos em pintura em pó.

porte médio e grama. A vegetação está por todo o terreno, próximo a calçada as árvores seguem um certo padrão de distância. ASPECTOS DO PAISAGISMO: Figura 31 - Vegetação Externa.

ASPECTOS DE ACESSIBILIDADE: Com base nas plantas não é possível notar se existem elevadores ou banheiros acessíveis. O edifício permite acessibilidade pelo térreo, porém aparentemente não existem rampas para o pavimento superior e nem elevadores.

ASPECTOS SUSTENTABILIDADE: As soluções encontradas no edifício mostram que ao projetar os arquitetos tentaram aproveitar o máximo da iluminação e ventilação natural, principalmente para o conforto dos animais, Fonte: ArchDaily

fazendo com que suas baias fiquem quente no inverno e frescas no

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verão. Notamos também no segundo pavimento aberturas com

ASPECTOS SOCIAIS:

iluminação zenital. A grande quantidade de vegetação e do canal ao

O projeto vem com intuito de abrigar os animais desabrigados

redor promove um ambiente mais agradável e repleto de sombra.

e trata-los, e consequentemente dar a eles um novo lar. Desta forma

Além deste trazer uma forma para contemplação da natureza presente.

há diminuição dos animais na rua e a possível contaminação deles com doenças infecciosas.

Figura 32 - Lobby de Entrada com iluminação zenital e artificial.

Pouco impacto no sistema viário este local causa, pois os habitantes de Amsterdam só vão até o local quando tem o desejo de adotar um animal. Após tudo que foi citado, entendemos que o edifício traz a natureza em volta para si por meio de tons e formas em sua fachada, trazendo beleza em meio a tantos edifícios apagados ao redor, além é claro de proporcionar melhores condições aos animais.

Fonte: ArchDaily

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Em 1886, João Batista de Oliveira Aranha, vindo com seus

4.0 PROJETO

filhos de São Manuel se instalaram na região. Logo houve a divulgação da fertilidade das terras locais, e com isso atraiu novos

4.1 HISTÓRICO DA CIDADE

povoados que se instalaram nas terras, entre eles: Manoel José Batista, Joaquim Silvério da Cruz, Salvador Ricci, nos quais se instalaram em

Palmital está situada a 487 metros de altitude e suas

pontos diferentes. Por meio das terras de Severino Francisco da Costa

coordenadas são Latitude: 22° 47’ 30’’ Sul e Longitude: 50° 12’ 18’’

foi surgindo o primeiro povoado, o que motivou o loteamento em

Oeste. Ficando a 415km da capital paulistana, e possui como vizinhos

pequenas glebas.

os municípios de: Platina, Ibirarema, Cândido Mota, Assis e Andirá. (CIDADE BRASIL, 2019)

Recebendo o nome de Palmital, devido ao grande número de palmeiras existentes, o município cresceu rapidamente, no qual

Figura 33 - Localização do Município no Estado de São Paulo

obteve um impulso por volta de 1913 com a instalação do posto ferroviário da Estrada de Ferro Sorocabana. Assim com o rápido desenvolvimento da agricultura os grandes proprietários de terra lotearam suas terras, criando em 1916, um Distrito de Paz, no qual pertencia ao Município de Campos Novos. Em 1919, já como Município autônomo, Palmital se tornou um centro comercial importante. Mas, por volta de 1942, quando chegou a época das geadas houve grande prejuízo nas lavouras da região, com isso os grandes lavradores resolveram mudar suas Fonte: WIKIPÉDIA

plantações para o norte do Paraná e os outros fazendeiros 38


diversificaram suas culturas, substituindo o café pelos cereais,

4.2 LEGISLAÇÃO PERTINENTE

mamona e cana-de-açúcar. Hoje, o que vem impulsionando a O Município de Palmital possui Plano Diretor redigido no ano

economia do Município são as culturas do café, soja e trigo.

de 2006, logo o projeto em questão será baseado no código de obras

Com base em informações fornecidas pelo IBGE, Palmital

anexado a este documento, porém para instalação do Centro de

possui 21.186 habitantes e tem uma densidade demográfica de 38,67

Acolhimento é necessário seguir também as diretrizes do CFMV

hab/km². Estimasse que a área total do Município seja de 548,407km².

(Conselho Federal de Medicina Veterinária), do CRMV-SP

Em relação a educação existem 11 escolas e possui 97,2% de taxa de

(Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo),

escolarização de 6 a 14 anos de idade. Na saúde a cidade possui um

além do Decreto n°40.400 do Estado de São Paulo e do Código

Pronto Socorro junto a Santa Casa de Misericórdia, nesta também

Sanitário do Estado de São Paulo.

estão a maternidade e o Centro de Diagnóstico, cinco unidade do

De acordo com o Decreto nº 40.400, de 24 de outubro de 1995,

Programa de Saúde da Família (PSF), duas academias da saúde

para que um estabelecimento veterinário seja criado e construído, é

popular, farmácia municipal, e uma unidade móvel do SAMU.

necessário seguir algumas medidas locadas. Neste esclarece as

A cidade apresente uma taxa de 92,6% de esgotamento

disposições gerais, sobre as instalações, as condições mínimas para

sanitário adequado, 99,4% de arborização de vias públicas e 16,1% de

funcionamento, da localização, dentre outras. (SÃO PAULO, 1995)

urbanização de vias públicas. O Índice de Desenvolvimento Humano

Na Resolução CFMV n° 1015 de 9 de novembro de 2012, diz

Municipal (IDHM) é de 0,746 e o PIB per capita é de R$31.125,19.

respeito

Com um bioma entre a Mata Atlântica e o Cerrado, está

as

diferentes

necessidades

para

implantação

de

estabelecimentos veterinários. De acordo com este Clínicas

localizado na divisa entre o Estado de São Paulo e o Paraná, e está a

Veterinárias são estabelecimentos que são destinados para consultas e

413km da capital paulistana, 456km de Curitiba.

tratamentos clínico-cirúrgico, este pode conter infraestrutura para 39


internação no qual necessita estar sobre responsabilidade técnica e

4.3 ÁREA DE INTERVENÇÃO

presença de um médico veterinário. No Art. 5° da Resolução consta os critérios mínimos para o funcionamento de clínicas veterinárias.

USO DO SOLO

(CFMV, 2012)

O terreno escolhido encontra-se na cidade de Palmital-SP, no

Segundo a Resolução n° 2455 de 28 de julho de 2015 do

bairro Jardim das Flores e está na borda da zona urbana da cidade. No

CRMV-SP, em que dispõe de normas para manter cães e gatos sob

entorno temos residências, comércio, centro cultural, praças e áreas

condições mínimas de bem-estar para comercialização. Neste é

verdes. A altura das construções próximas não ultrapassa dois

citados diferentes pontos para que os animais possam ter comodidade.

pavimentos acima do solo, porém grande parte são apenas térrea.

(CRMV-SP, 2015) Por fim, o Código Sanitário do Estado de São Paulo estabelece as diretrizes projetuais, tais como: saneamento básico, áreas mínimas, ventilação e iluminação mínima.

40


Figura 34 - Mapa de uso do solo

direciona da direita para a esquerda para uma estrada de terra que leva para os sítios e para o patrimônio da cidade, Sussuí. Nos lotes em vermelhos temos as áreas comerciais, a direita temos o centro da cidade em que estão locadas grande parte das lojas e também as avenidas principais. Em amarelo estão os lotes residências nos quais são a grande maioria, notamos também que estes se misturam ao comércio isso foi causado devido a forma como a cidade se desenvolveu. Em azul temos os serviços públicos, o mais próximo do terreno é o INSS e o mais distante a direita está situada a prefeitura municipal. Em cinza temos os lotes não ocupados. O Verde mais claro são as praças próximas e o Centro Cultural. O verde mais escuro são as plantações, e o início dos sítios mais próximos da área urbana.

Fonte: Arquivo da Autora

O local do terreno está afastado cerca de 400 metros do centro e nas periferias da área urbana, já que a cidade tente a crescer para o

Na imagem acima está dividido o uso do solo no entorno do

lado oposto.

terreno proposto para a implantação do centro de acolhimento de Palmital. O Bairro do local é dividido por residências, área verde e lotes não ocupados, além de estar situado em uma rua em que se

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SISTEMA VIÁRIO

Como citado anteriormente o terreno proposto está situado nas bordas da cidade, devido a isso as ruas próximas possuem pouco movimento, se limitando aos moradores locais ou alunos de auto

Figura 35 - Sistema Viário próximo ao terreno

escola. As vias em vermelho são de uso continuo e intenso, já que são as que possuem comércio e que estão localizadas no centro da cidade. Nelas estão as principais avenidas da cidade, os Bancos, os restaurantes e as demais lojas.

Fonte: Arquivo da Autora

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Figura 36 - Acessos ao terreno

INSOLAÇÃO Figura 37 - Insolação na área

Fonte: Arquivo da Autora Fonte: Arquivo da Autora

As ruas em vermelho: R. Manoel Leão Rego, Avenida Oriente, A insolação ao local ocorrerá vinda da direita para a esquerda,

R. Vereador Clóvis de Camargo Bueno e R. Francisco Terezan serão

então durante o sol da tarde não haverá nenhuma edificação para que

as vias com acesso primário para chegar até o local. Já as em amarelo:

haja menor incidência do sol no terreno do abrigo.

R. dos Jacintos, R. das Orquídeas e R. dos Lírios serão de acesso secundário pois possuem pouco movimento.

43


VENTOS PREDOMINANTES Figura 39 - Curva de nível da área do terreno no AutoCAD

Figura 38 - Vento Predominante

Fonte: Arquivo da Autora Fonte: Arquivo da Autora

Com base na topografia notamos que há um declive, da direita para a esquerda, no qual o ponto mais alto está localizado no canto inferior a direita. Porém devido ao tamanho do terreno o declive acaba

4.4 ESTUDO DO TERRENO

sendo acentuado, sendo de cinco metros para oitenta metros de comprimento e cinquenta de largura, ou seja, quatro mil metros

TOPOGRAFIA DO TERRENO

quadrados. 44


VISITA AO TERRENO

O terreno possuí três postes e uma árvore entre os dois primeiros postes na calçada. A calçada deixada não atende aos

Figura 40 - Rua Francisco Terezan acesso principal ao terreno.

padrões da cidade, sendo assim ao implantar o projeto haverá necessidade de aumenta-la, chegando a 2 metros. Apesar de estar dentro da área urbana todo terreno possui plantações de milho, estando assim subutilizado.

JUSTIFICATIVA PARA ESCOLHA DO TERRENO O local para implantação do Centro de Acolhimento foi

Fonte: Arquivo da Autora

escolhido baseado em pesquisas feitas anteriormente, em que foi

Figura 41 - Foto do Terreno

observado que os abrigos para animais normalmente ficavam nas bordas da cidade assim como o Animal Refuge Centre e o Centro de Acolhimento São Francisco de Assis de Olímpia. Logo, o terreno escolhido fica em uma das bordas da cidade em que em menos de cem metros se inicia a área rural do município. Além dos argumentos citados, o local possuí fácil acesso a saída principal da cidade e mesmo ficando na periferia do limite urbano fica a cerca de seiscentos metros do Centro da cidade. Fonte: Arquivo da Autora

45


PLANIALTIMÉTRICO

No corte acima vemos que o terreno possui um desnível de um metro, em que do lado direito de quem olha da rua a altura é de 508m

Figura 42 - Corte Longitudinal do Terreno

já no lado esquerdo de quem olha da rua temos 509m. Figura 44 - Corte Transversal do Terreno

Fonte: Google Earth Figura 43 - Corte Longitudinal da curva de nível no AutoCad

Fonte: Google Earth

Fonte: Arquivo da Autora

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4.5 ESTUDO DOS MATERIAIS Figura 45 - Corte Transversal da curva de nível no AutoCad

4.5.1 TIJOLO CERÂMICO Benefícios: ✓ São mais leves

Fonte: Arquivo da Autora

✓ Apresentam maior produtividade.

No corte transversal acima vemos que no ponto 0 metros a

✓ Fácil acesso.

altura do terreno é de 509 metros em que possui a mesma cota da rua,

✓ Bom desempenho térmico.

já no ponto de 50,0 metros está um metro a menos sendo está de 508 metros. Para melhor adaptar o terreno este ficará todo em 509 metros.

Este será em utilizar exclusivamente como parte da decoração, mas também auxiliará para entrada ventilação e iluminação ao ambiente. Serão colocados em corredores e recepção. Motivo para o uso dos tijolos cerâmicos, além de ser algo de fácil acesso na cidade já que possui duas cerâmicas locais, são mais baratos e existe mão de obra qualificada na cidade. Os outros tijolos como o de concreto teriam que ser encomendado em outras cidades e não é de costume da cidade trabalhar com estes. Como citado anteriormente a fachada terá parte com o tijolo exposto, logo haverá uma economia em questão de revestimento.

47


Assim o uso destes trará ao edifício uma extrema diferença ao entorno,

✓ 6 furos: 9 x 14 x 19

trazendo maior destaque no local em que será instalado.

✓ 8 furos: 9 x 19 x 19 ✓ 9 furos: 11,5 x 14 x 24

As demais áreas onde o material não ficará exposto será feito revestimento de costume (emboço, reboco e chapisco) e aplicação de

Figura 46 - Tipos de tijolos, consecutivamente o de 6, 8 e 9 furos.

pintura. Fazendo com que o edifício tenha um mescla onde hora o material usado para construção fica aparente e hora não.

TIJOLO BAIANO Este seria utilizado para construção em geral, o escolhido seria o de 6 furos em que na construção das paredes externas ele seria assentado deitado, logo essas paredes teriam cerca de 15cm de

Fonte: Google Imagens

espessura. Nas paredes internas que serão de divisa entre ambientes, estes seriam colocados em pé, logo a parede teria cerca de 10cm de espessura.

TIJOLO MACIÇO CERÂMICO

É cerâmico e conta com ranhuras em suas paredes. A

O Tijolo Maciço seria para as partes que ficariam com o tijolo

finalidade é melhorar a aderência da argamassa de assentamento ou

exposto, fazendo parte da fachada. Eles fariam um jogo de cores na

revestimento. São apenas para vedação, sem propriedade estrutural.

fachada, assim como na obra correlata Animal Refuge Centre os

Apresentam as seguintes medidas:

arquitetos utilizaram de placas em tons de verde.

48


Benefícios:

4.6 PROGRAMAS DE NECESSIDADES

✓ Padronização em suas dimensões. O programa de necessidades está estritamente ligado as

✓ Elevado consumo de argamassa.

normas estabelecidas pelos órgãos pertinentes.

✓ Sem furos. ✓ Usado aparente.

SETOR 1. Funcionários

Figura 47 - Tipos de tijolos maciços

2. Administração

3. Clínica

Fonte: Google Imagens

4. Auxiliar

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SUBSETOR

SALAS Descanso Copa Vestiário Recepção Sala de Palestras Clínica Arquivo Médico Esterilização Depósito Medicamentos Preparo Animal Antissepsia Sala de Cirurgia Resíduos Internação Quarentena Área de serviço Lixo comum Depósito de ração


Cães

5. Animais

Gatos

Cavalos 6. Espaço Multiuso 7. Estacionamento 8. Entradas

Vestiário: destinado para a troca de vestimentas, este é de extrema

Banho e Tosa Baias Pátio Banho e Tosa Baias Pátio Banho e Tosa Baias Pátio Depósito

necessidade devido ao contato constante com doenças infecciosas. 2. Administração Recepção: local público para recebimento de denúncias de maus tratos, e cadastramento de pessoas que desejam adotar algum dos animais. Sala de Palestras: local para reunião de pessoal e para pequenas palestras para conscientização da adoção responsável.

Carros Motos

10 vagas 5 vagas Funcionários Pedestre Visitantes

3. Clínica Cada sala deste setor é destinada para a recuperação, analise, e castração dos animais que serão abrigados no local. As salas são divididas em: Clínica: Neste local serão feitas as primeiras analises nos animais,

1. Funcionários

sendo estes exames, curativos e diagnósticos. Descanso: local para descanso em horário de almoço ou para pausa Arquivo Médico: Destinado para arquivamento dos prontuários

dos plantonistas.

médicos. Copa: local para preparo de alimentos dos funcionários.

50


Esterilização:

Sala

destinada

a

limpeza,

acondicionamento,

Quarentena: Baias separadas para que os animais infectados fiquem

esterilização e distribuição de todos os aparelhos médicos e

até que haja melhora, desta forma estes não infectaram os demais.

hospitalares.

4. Auxiliar

Depósito de Medicamentos: Destinada para armazenamento dos

Área de Serviço: local para lavagem e armazenamento de produtos de

remédios e vacinas nos quais necessitam ser guardados de forma

limpeza.

diferente, longe de umidade, calor. Lixo Comum: neste serão jogados os lixos comuns, como papel, Preparo Animal: Nesta os animais que necessitarem de cirurgia

plástico.

passaram por pesagem, e todo preparação para posteriormente passar Depósito de Ração: local para armazenagem de toda a ração para os

pelo procedimento necessário.

animais, este será dividido em dois para facilitar na distribuição aos Antissepsia: Destinada para higienização dos médicos veterinários

animais.

antes da cirurgia. 5. Animais Sala de Cirurgia: Sala para os procedimentos cirúrgicos necessários, como castração.

Banho e Tosa: local para higienização adequada dos animais.

Resíduos: Destinada para eliminação de forma adequada dos resíduos

Baias: alojamento dos animais, estes serão locados de acordo com o

hospitalares e dos possíveis animais eu venham falecer.

comportamento e tamanho do animal. Para isso os novos animais passaram por um período de socialização eu durará cerca de três

Internação: Os animais após passarem pela cirurgia ficaram

semanas.

internados até que estejam apitos a retornarem para as baias. Pátio: local para a socialização e distração dos animais.

51


6. Espaço Multiuso

4.6.1 FLUXOGRAMA

Este local foi projetado para futuras feiras de adoções, campanhas de Figura 48 – Fluxograma entrada Animais

vacinação, arrecadação de fundos ou possível ampliação futura. 7. Estacionamento. Destinado exclusivamente para os funcionários do Centro de Acolhimento. 8. Entradas Funcionários: Entrada localizada na parte direita de quem da rua olha. Pedestres: Entrada localizada na parte central do terreno, em frente a recepção. Visitantes: Entrada localizada a esquerda de quem da rua olha, está será utilizada nas feiras de adoção e campanhas, além de ser diariamente utilizada pelos fornecedores de materiais.

Fonte: Arquivo Pessoal

52


Figura 49 – Fluxograma entrada Funcionários

irritação nos animais, então eles só serão expostos ao público em feira de adoções ou através de divulgações em canais de divulgação, tais como: Facebook, Instagram e Website.

4.6.2 JUSTIFICATIVAS VETERINÁRIAS CONSIDERADAS Ao elaborar o projeto foram necessárias tomadas de decisões para que o Centro de Acolhimento pudesse trazer maior comodidade e bem-estar aos animais alojados. Estas foram tomadas com base nas diretrizes locadas no “Manual de Boas Práticas na Criação de Animais de Estimação” escrito por Kellen de Sousa Oliveira e colaboradores, do CFMV. Alguns pontos foram importantes para elaboração do projeto,

Fonte: Arquivo Pessoal

sendo elas:

Acima vemos o fluxograma do percurso percorrido pelos

animais e funcionários. É importante destacar que os visitantes terão

Qualidade da água: Está servirá tanto para a limpeza quanto

o acesso restrito, pois estes só poderão acessar a recepção e o espaço

para o consumo dos animais, com isso, a água dos animais

multiuso. A entrada cotidiana de diferentes pessoas pode causar

devem ser potável e atender a legislação necessárias;

53


Direção dos Ventos: Este deve ser levado em consideração pois se mal utilizado o vento pode transmitir diversas doenças;

Posição do Sol: O sol será um aliado no frio, no momento da limpeza e a desinfecção;

Circulação do Ar nos ambientes: Proporciona conforto aos animais nas diferentes estações, além de trazer maior conforto para animais de clima frio e auxilia na eliminação de odores – nos quais podem trazer doenças respiratórias devido a ureia;

Tipo de terreno: Esta precisa trazer inclinação suficiente para auxiliar na drenagem;

Piso: este precisa ser adequado para que não haja acumulo de sujeiras e que facilite a higienização, principalmente na ala cirúrgica;

Acessos: devem estar limpos e desobstruídos;

54


4.7 PROJETO: DESENVOLVIMENTO E EXECUÇÃO O projeto a seguir foi todo pensado para atender todas as

ficar sozinhos, os que gostam de ter companhia, quantos as mães e

necessidades do seu usuário principal, ou seja, os animais. Desta

suas ninhadas.

forma os tamanhos, alturas, e locais foram escolhidos e pesquisados

A clínica será para atendimentos dos animais que chegarem

para atender os costumes deles, logo posteriormente estes terão o

até ali em que serão avaliados e posteriormente encaminhados para o

bem-estar garantido e mesmo o intuito sendo para que eles apenas

setor que melhor adapta as suas condições. É importante ressaltar que

passem por ali, a busca foi por trazer conforto e recuperação na sua

todos os animais com doenças infecciosas ficaram separados para

estadia.

evitar o contagio.

O projeto foi dividido por setores, sendo eles: clínica, baias,

Ao todo o Centro de Acolhimento terá capacidade para abrigar

espaço multiuso. Logo como o local recebera três diferentes espécies

cerca de duzentos e trinta animais, em que cento e sessenta e sete serão

de animais, cada um ficará no seu setor para que evitemos ao máximo

cães, sessenta gatos e três cavalos. Os cavalos terão uma quantidade

que estes animais fiquem ainda mais irritados e traumatizados. Todos

pequena pois o intuito é que eles posteriormente sejam encaminhados

eles terão um espaço para descontração, em que poderão brincar com

para instituições que oferecem tratamentos como os de equoterapia,

os outros animais, correr, etc. Alguns animais como os cães muitas

pois desta forma este animal será bem tratado e acolhido. Os cães e

das vezes acabam preferindo não ter contato com outros, devido a

gatos após serem castrados serão encaminhados para a adoção

traumas ou até pela criação, por esse motivo as baias dos cães são de

responsável.

diferentes tamanhos para que possa abrigar tanto os cães que preferem

55


4.7.1 PLANTAS PLANTA BAIXA GERAL Na planta ao lado temos toda a setorização e a divisão geral dos ambientes.

Em

que

existem

diferentes volumes pelo terreno, neste, cada um deles tem sua função. Seguindo a legenda: 1 a 18: Clínica 20 e 21: Quarentena 22 e 24: Local para os cães 25 e 26: Local para os gatos 28: Depósito de rações 29 a 32: Local para os cavalos

Figura 50 - Planta Baixa Geral

33: Espaço Multiuso.

56


PLANTA BAIXA - CLÍNICA A clínica será o local para o atendimento dos animais, recebimentos de denúncias, descanso e troca de roupa dos funcionários. Está tem capacidade para fazer cirurgias e internação, os corredores foram

feitos

para

a

passagem

da

emergência. Mesmo sendo um único volume está também foi setorizada e possui entrada em diferentes pontos para facilitar o atendimento dos funcionários. Localização no terreno

Figura 51 - Planta Baixa: clínica

57


PLANTA BAIXA - QUARENTENA A quarentena será o local destinado aos animais doentes que podem trazer riscos as demais. Os animais que ficarem neste local estarão em constante cuidado e tratamento, por isso sua proximidade com a clínica. Está possui dois tamanhos para melhor atender os tipos de cães, já que os gatos quando doentes ficaram sempre na internação já que se colocarmos ambos no mesmo setor acabará trazendo ainda mais desconforto para eles. Cada baia da quarentena abrigará apenas um animal em cada, em frente essas baias como podemos observar na localização a baixo existe um pequeno pátio para que um a um estes animais possam tomar sol e se exercitar. Localização no terreno

Figura 52 - Planta Baixa: quarentena

58


Figura 53 - Planta Baixa: Canil

PLANTA BAIXA – BAIAS DOS CÃES Como já citado anteriormente as baias dos cães foram feitas de diferentes tamanhos devido ao comportamento e tamanho dos animais que serão abrigados. Pelo mesmo motivo estas baias serão parte cobertas, para que os animais que precisem ficar sozinhos também possam receber iluminação e ventilação. A abertura principal dará acesso ao pátio em que eles poderão brincar, e gastar energia.

As baias maiores serão para cães maiores ou para cachorras que acabaram de ter filhotes. Todos os animais serão abrigados por afinidade, para evitar possíveis transtornos e traumas, por isso estas baias poderão abrigar até 167 cães, mas este número não necessariamente será atingido.

59

Localização no terreno


Figura 54 - Planta Baixa: Gatil/Depósito e Banho e Tosa

PLANTA BAIXA – BAIAS GATOS/DEPÓSITO/BANHO E TOSA O local para os gatos foi pensado totalmente diferente em vez de dividirmos estes em varias pequenas baias, foi pensado em uma baia grande para que eles se sintam livres para andar e interagir como quiserem. Os gatos definiram qual baia ficaram e onde irão dormir, pois, diferentes dos cães quando eles não se dão bem com o outro gato eles se afastam. Todas as baias terão locais para eles subirem, se esconderem, arranharem. Neste bloco também temos o banho, tosa e secagem tanto para os cães quanto para os gatos. Na outra ponta do bloco temos o depósito de ração, este foi colocado para facilitar a carga e descarga que será feita pela entrada multiuso. 60

Localização no terreno


PLANTA BAIXA – BAIAS DOS CAVALOS A área dos cavalos conta com as baias, banho e tosa, e um depósito para armazenar a alimentação deles. Além do edifício, eles também terão um pátio para correrem e exercitarem na sua estadia. Todas as baias terão cochos de água e alimentação e terão a saída direta para o pátio. Figura 55 - Planta Baixa: Baias dos Cavalos

Localização no terreno

61


PLANTA DE COBERTURA Na planta ao lado vemos a cobertura na qual será feita com telha cerâmica, a escolha da telha foi feita devido ao fácil acesso, já que próximo a edificação existe uma cerâmica. Conseguimos também ver as áreas cobertas e permeáveis, além da possibilidade de vermos o detalhe na cobertura das baias dos cães, na qual como citado anteriormente será apenas parte coberta. Com a marcação da delimitação do terreno conseguimos também observar as três entradas: 1. Lateral esquerda: carga e descarga, visitantes para as feiras. 2. Entrada no centro: recepção. 3. Lateral direita; Funcionários e emergência.

Figura 56 - Planta Cobertura

62


4.7.2 CORTES

Figura 57 - CORTE AA

CORTE AA No corte acima conseguimos observar todos os volumes que estarão agrupados no terreno, é notável também que eles possuem o pé direito semelhante, sendo este de 3 metros. A esquerda vemos as diferentes vegetações em que as que estão em tom mais escuro são as encontradas no espaço multiuso e as em tons mais claros são do pátio dos cavalos, desta forma vemos o quanto o paisagismo se tornou parte do edifício.

63

Marcação dos cortes


Figura 58 - CORTE BB

CORTE BB No corte BB conseguimos analisar melhor o interior da clínica, em que da direita para a esquerda vemos o vestiário, clínica, arquivo médico, sala de esterilização, e a internação. Todos seguem na mesma laje e possuem o mesmo pé direito. Ao fundo temos a baias dos cães em que no corte passa dentro de duas e ao fundo vemos a grade de outras duas. Vemos nesse ponto a caída do telhado em que devido ao seu pequeno tamanho não houve necessidade de ter mais de uma água.

64

Marcação dos cortes


4.7.3 FACHADAS

Figura 59 - FACHADA 1

FACHADA PRINCIPAL

Figura 60 - Fachada 2

FACHADA LATERAL DIREITA

65


4.7.4 DETALHAMENTOS DETALHAMENTO GATIL Na imagem ao lado está o detalhamento dos móveis nos quais serão colocados no gatil. Em que a maioria estão encostados ou colocados na parede para que os felinos possam pular e brincar, principalmente no número 4: playground.

Figura 61 - Detalhamento mobiliário gatil.

66


DETALHAMENTO GATIL Na imagem ao lado vemos as alturas em que o playground será instalado e como será instalado. Facilitando o trajeto dos gatos. Além dos outros móveis em que os gatos poderão subir ou se esconder.

Figura 62 - Detalhamento alturas mobiliário do gatil.

67


4.7.5 PAISAGISMO

Figura 63 - Paisagismo

68


Sobre as vegetações: PALMITAL possui clima subtropical, e está o bioma predominante na cidade é a Mata Atlântica, em que ocupa 98% do território os outros 2% é ocupado pelo Cerrado. Um dos motivos para escolha das vegetações, tais como árvores foi o tamanho, tamanho da copa para fornecer bastante sombra e a quantidade em que eram utilizadas em obras públicas. As vegetações menores foram escolhidas devido ao fato de não serem toxicas aos animais. Figura 64: SIBIPIRUNA Com um crescimento rápido e seu florescimento ornamental. Esta é nativa da Mata atlântica. Possui porte alto, e pode atingir de 8 a 25 metros de altura. A copa é arredondada e ampla e chega a ter 15 metros de diâmetro. Apesar do porte grande e desenvolvimento rápido, ela não possui raízes agressivas, está também é perfeita para reflorestamentos devido a suas características ecológicas e facilidades de germinação. •

Altura: 6.0 a 9.0 metros, 9.0 a 12 metros, acima de 12 metros.

Luminosidade: Sol Pleno

Figura 65: PAU-FERRO A copa do Pau Ferro é arredondada e ampla, variando de 6 a 12 metros de diâmetro. Seu porte é alto, podendo atingir até 30 metros de altura. É visado para o paisagismo devido as suas características ornamentais e de sombreamento. Apesar de sua altura não possui raízes agressivas, não deve ser plantada em calçadas pois devido ao seu tamanho atrapalhará a fiação elétrica. •

Altura: acima de 12 metros

Luminosidade: Sol Pleno

69


Figura 66: CLOROFITO O clorofito é uma planta herbácea de pequeno porte, muito semelhante a uma grama. Suas folhas, dispostas em roseta, são longas, com cerca 30 cm de comprimento, recurvadas, macias, brilhantes e verdes na espécie típica. É uma planta de fácil cultivo, e pouco exigente em manutenção, sendo bastante comum seu plantio em cestas suspensas, vasos e jardineiras, onde seu aspecto pendente é valorizado. Figura 67: PALMEIRA RABO DE RAPOSA As suas folhas são o grande destaque pois possuem a aparência de um rabo de raposa, como o próprio nome diz, além disso elas são grandes, verde-claras, arqueadas. Sua copa é formada por 8 a 10 folhas, da base da copa surgem as inflorescências com flores brancas creme. Estas serão plantadas próximo ao pátio dos cavalos, fazendo uma espécie de barreira visual de quem entra pelo espaço multiuso. •

Altura: 6.0 a 9.0 metros

Luminosidade: Sol Pleno

Figura 68: MARANTA CINZA A maranta-ciza é ideal para forrar bosques e outras áreas semi-sombreadas no jardim, formando maciços de textura e colorido interessantes, valorizando assim o paisagismo. •

Altura: 0.3 a 0.4 metros, 0.4 a 0.6 metros, 0.6 a 0.9 metros

Luminosidade: Luz Difusa, Meia Sombra

70


Figura 69: PALMEIRA IMPERIAL Com folhas que podem chegar a 5 metros e comprimentos, estas são pinadas e arqueadas no mesmo plano. Seu tronco é de cor cinza claro, liso, cilíndrico e um pouco mais engrossado na base possuindo cerca de 50 centímetros. A coroa é arredondada e possui aproximadamente vinte folhas dispostas. •

Altura: acima de 12 metros

Luminosidade: Sol Pleno

Figura 70: GRAMA ESMERALDA É perfeita para jardins residenciais, condomínios, empresas, campos esportivos, playgrounds, formando gramados muito densos e macios quando bem cuidados. Embora resistente ao pisoteio não deve ser utilizada em tráfego intenso. •

Altura: menos de 15 cm

Luminosidade: Sol Pleno

71


MOBILIÁRIO URBANO ESPAÇO MULTIUSO: Figura 71: BANCOS PARA MULTIUSO Ao decorrer dos canteiros no Espaço Multiuso serão colocados alguns bancos para as pessoas que estirem no local para as feiras de vacinação ou de arrecadação possam se sentar. Os bancos não possuem encosto justamente para que as pessoas que visitarem o local não fiquem muito tempo, pois a aglomeração de pessoas constantes apenas causará irritação nos animais. Fonte: Moldart

Figura 72: POSTE DE ILUMINAÇÃO Os postes serão utilizados principalmente no espaço multiuso, porém serão colocados também no pátio para os cachorros. O modelo escolhido foi utilizado para que durante a noite não existisse grandes espaços escuros, porém o funcionamento principal do local será feito ainda durante o dia, inclusive as feiras.

Fonte: Total Light

72


4.8 RENDERIZAÇÃO E DETALHES ESPAÇO MULTIUSO

Na imagem ao lado vemos o espaço

multiuso

em

que

foi

projetado para os eventos do Centro de Acolhimento, o vazio central será preenchido pela feira de adoção, campanha

de

arrecadação

e

vacinação. Nela

o

paisagismo

está

presente em seu entorno, além de bancos e toda a iluminação. Figura 73 - Espaço Multiuso.

73


CENTRO DE ACOLHIMENTO

Na imagem ao lado é possível ver o estacionamento dos funcionários, o pátio da quarentena, ao fundo vemos as baias dos cães, além disso, vemos toda a arborização presente no projeto. Podemos

ver

também

a

distribuição dos volumes: a clínica e o gatil como o maior, a baia dos cães e a baias dos cavalos o menor.

Figura 74 - Implantação

74


BAIA DOS CÃES E PÁTIO Vemos ao lado as baias dos cães, todas serão vedadas com alvenaria e possuirá um portão com alambrado para impedir que os animais

saiam.

Ela

será

toda

concretada para facilitar a limpeza do local. No canto vemos um dos brinquedos do pátio central dos cães, neste local eles poderão correr e brincar uns com os outros como já citado.

Figura 75 – Baias e Pátio para os cães.

75


QUARENTENA

Como já citado a quarentena será o local no qual os animais doentes ficaram, assim como as baias dos cães ela será vedada com alambrado e terá um portão. Todo o desenho visto na imagem foi espelhado, sendo assim temos doze baias de quarentena. Na frente temos o pátio da quarentena em que os animais poderão tomar sol ou brincar

Figura 76 – Quarentena

durante o período de recuperação.

76


PÁTIO DOS CAVALOS O pátio dos cavalos assim como os dos cães será para que os animais possam se correr e se exercitar, evitando assim que o animal fique preso e cause ainda mais estresse.

No canto esquerdo vemos parte das baias dos cavalos, estas terão saída direta para o pátio para que os animais fiquem livres.

Figura 77 – Pátio para os cavalos.

77


ENTRADA PRINCIPAL A entrada principal possuirá um jardim com vegetações e bancos, além de contar com um murro vazado feito com tijolo maciço. Com isso quando as pessoas passarem em frente ao prédio conseguirá hora ter parte da visão de todo o prédio. A platibanda será pintada de verde devido ao seu rotineiro uso em edifícios da área da saúde, como tal. Está cor trás harmonia, saúde,

Figura 78 – Entrada.

equilíbrio e frescor ao ambiente, além dos motivos citados o verde foi utilizado para trazer harmonia junto a todo paisagismo.

78


PÁTIO DOS CÃES No Pátio dos cães foi feito um desenho com linhas retas com os canteiros, estes serão forrados com grama esmeralda e as árvores foram com que tenha um jogo de luz e sombra por ele. Foi também feito um playground para os animais, em que eles podem subir, passar por dentro deles, etc. O espaço é amplo e durante o dia os animais poderão passar parte do dia nele. Essa área foi pensada para que

Figura 79 – Pátio para os cães.

diminua o estresse dos animais, e para que estes aprendam a conviver em conjunto já que

posteriormente

quando

adotado

possivelmente precisará dividir o lar com outros animais.

79


IMPLANTAÇÃO DO PROJETO Na imagem ao lado podemos ver como todo o edifício será implantado no terreno. O volume em “L” vemos a clínica, o espaço com um pátio no centro temos o gatil, ao fundo temos a baia dos cães e dos cavalos. A esquerda temos o espaço multiuso e o pátio dos cavalos e a direita o estacionamento dos funcionários. O local possuirá três entradas: a Figura 80 – Implantação final do projeto.

primeira a direita para funcionários, ao centro para os visitantes e funcionários e esquerda temos a entrada para visitantes das feiras e carga/descarga.

80


5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS promover a responsabilidade social, diminuir o abandono e também reforçar os direitos que os animais possuem.

O exercício realizado consistiu em elaborar um espaço com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos animais em situações de

Concluo este trabalho com satisfação de projetar um espaço

vulnerabilidade e abandono da cidade de Palmital/SP, assim de forma

pensado para os animais, além de explicar a importância da relação

responsável conscientizar a adoção responsável, e os benefícios da

entre o individuo e o animal, tornando possível através deste edifício

convivência com cães, gatos e cavalos.

em que além de ser um local prazeroso para os animais que passaram por ali, também será para os funcionários e os possíveis visitantes a

O resultado foi enriquecedor e permitiu o ganho de

instituição.

conhecimento sobre a área e um pensamento nas questões de como ajudar e fazer ainda mais real os direitos dos animais. A criação de um Centro de Acolhimento mudaria o conceito existente para os indivíduos sobre abrigos de animais que existe no Brasil, em que normalmente é um local caracterizado pelo abandono. A arquitetura neste projeto foi pensada para atender as necessidades de seus usuários primários os animais, e em cada detalhe pensado todos os costumes dos animais foram considerados. Desta forma a arquitetura voltada aos animais possuem um poder de integrar e mudar as relações de uso de espaços para eles, 81


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/19301949/D24642.htm> Acesso em: 09 de março de 2020.

6.0 REFERENCIAS:

BRASIL, Decreto-lei n°3.688 de 3 de outubro de 1941. 1934. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decretolei/del3688.htm> Acesso em: 09 de março de 2020.

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BRASIL, Lei n°9.605 de 12 de outubro de 1998. 1934. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm> Acesso em: 09 de março de 2020.

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84


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