CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO PRETO
NATÃ PEREIRA RODRIGUES DA SILVA
TÍTULO: CENTRO COMUNITÁRIO SOCIAL
RIBEIRÃO PRETO 2019
NATÃ PEREIRA RODRIGUES DA SILVA
TÍTULO: CENTRO COMUNITÁRIO SOCIAL
Trabalho
de
apresentado
Final ao
de
Centro
Graduação Universitário
Estácio de Ribeirão Preto como requisito para a obtenção de título de Arquiteto e Urbanista. Professoras das disciplinas: Catherine D’ Andrea e Tânia Maria Bulhões Figueira.
RIBEIRÃO PRETO 2019
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades. À minha família, pois sem a compreensão e o carinho deles nada seria possível. Obrigada, em especial, às minhas orientadoras, por toda a atenção e pela troca experiências admiráveis. Agradeço, ainda, aos professores do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto, por todo o ensinamento transmitido. À Caisa Brunelli pela compreensão e paciência demonstrada durante o período do TFG. Muito obrigado!
EPÍGRAFE
“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção”. Oscar Niemeyer
SUMÁRIO
OBJETIVO ............................................................................................................................ 8 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 8 CAPÍTULO 1 ....................................................................................................................... 11 1.2. CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) ................................ 11 1.3. CENTRO COMUNITÁRIO ..................................................................................................... 12 1.4. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) .............................................. 14 1.5. CONSELHO TUTELAR ......................................................................................................... 16 1.7. PENITENCIÁRIA FEMININA DE RIBEIRÃO PRETO...................................................... 18 CAPÍTULO 2 ....................................................................................................................... 21 2. LEITURAS PROJETUAIS ............................................................................................... 21 2.1. CENTRO COMUNITÁRIO CAMBURI/CRU! ARCHITECTS ............................................ 21 2.1.1. FICHA TÉCNICA ............................................................................................................. 21 2.1.2. DESCRIÇÃO DO PROJETO ......................................................................................... 21 2.1.2. LOCALIZAÇÃO E ENTORNO ....................................................................................... 22 2.1.3. PROJETO E SISTEMA ESTRUTURAL ...................................................................... 22 2.1.4. PLANTAS, CORTES, VISTAS E SISTEMAS ESTRUTURAIS ................................ 23 2.1.5. TÉCNICAS CONSTRUTIVAS ....................................................................................... 24 2.1.6 VOLUMETRIA ................................................................................................................... 25 2.2. CENTRO SOCIAL COMUNITÁRIO / 3 ARQUITECTOS.................................................. 26 2.2.1. FICHA TÉCNICA ............................................................................................................. 26 2.2.2. DESCRIÇÃO DO PROJETO ......................................................................................... 26 2.2.4. PROJETO ......................................................................................................................... 27 2.2.5. PLANTAS, CORTES, VISTAS E SISTEMAS ESTRUTURAIS ................................ 28 2.3. CENTRO SÃO PIO/PEDRO AKIO HASSE ........................................................................ 30 2.3.1. FICHA TÉCNICA ............................................................................................................. 30 2.3.2. DESCRIÇÃO DO PROJETO ......................................................................................... 30 2.3.4. PROJETO ......................................................................................................................... 31 2.3.5. PLANTAS, CORTES, VISTAS E SISTEMAS ESTRUTURAIS ................................ 32 2.3.6. TÉCNICAS CONSTRUTIVAS ....................................................................................... 33 CAPÍTULO 3 ....................................................................................................................... 35 3. VISITA TÉCNICA: CENTRO EDUCACIONAL MARISTA IR. RUI LEOPOLDO DEPINÉ 35
3.1. HISTÓRICO E CONTEXTO .................................................................................................. 35 CAPÍTULO 4 ....................................................................................................................... 49 4.1. LOCALIZAÇÃO ....................................................................................................................... 49 4.3. LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO ................................................................................... 53 4.3.1 MAPA 16 - HIERARQUIA VIÁRIA ..................................................................................... 53 4.4. MAPA 17 - USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ....................................................................... 54 4.5. MAPA 18 - GABARITO .......................................................................................................... 55 4.6. MAPA 19 - FIGURA FUNDO ................................................................................................ 56 4.7. MAPA SENSORIAL ................................................................................................................ 57 CAPÍTULO 5 ....................................................................................................................... 60 5.1. CONCEITO ARQUITETÔNICO............................................................................................ 60 5.3. PARTIDO ARQUITETÔNICO ............................................................................................... 61 5.4. PROGRAMA DE NECESSIDADES DO CENTRO COMUNITÁRIO .............................. 61 5.5. ENSOLAÇÃO E VENTOS PREDOMINANTES ................................................................. 64 5.6 LEI COMPLEMENTAR DE Nº 2505, DE 17 JANEIRO DE 2012. ................................ 65 6.0 MEMORIAL JUSTIFICATIVO ............................................................................................ 67 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................... 68
7
APRESENTAÇÃO OBJETIVO Desenvolver o projeto de um Centro Comunitário Social para atender às famílias em situação de vulnerabilidade Social, propondo momentos socioeducativos e de lazer, para crianças e adolescentes, no contra turno escolar, as atividades seriam recreação, artes, informática, esportes e cursos profissionalizantes. Ainda seria ofertado à comunidade um ateliê de artesanato e alfabetização para jovens adultos, podendo acontecer no período da noite ou aos sábados. Pretende-se que o Centro Comunitário Social atue como uma nova maneira de contribuir com a renda da familiar, trazendo dignidade para os integrantes da comunidade atendida.
JUSTIFICATIVA Com intenção de promover interesse social e qualidade de vida para as famílias, nos bairros de Ribeirão Preto existem algumas ONG’s (Organizações Não Governamentais) e Núcleos, que trabalham junto ao Serviço Social local, oferecendo atividades de contra turno escolar, porém devido ao crescimento do número de famílias a serem atendidas, esse tipo de serviço está sendo encerrado em algumas instituições. Concomitante a esse crescimento, a quantidade de creches e escolas do Infantil ao Médio não ofertam a quantidade de vagas necessárias para atender ao bairro. Muitas dessas crianças e adolescentes acabam sendo enviadas para escolas distantes de suas casas, especificamente as famílias moradoras dos bairros Parque Ribeirão e Jardim Progresso, em Ribeirão Preto, não possuem condições de pagar transporte público, escolas particulares ou até mesmo um cuidador/babá, conhecidas no local como mães crecheiras. As “Mães crecheiras” são mulheres moradoras da comunidade, mães ou avós, que cuidam de crianças, cobrando valores que vão de R$ 300,00 à R$ 400,00 mensais. As ONG’s e Núcleos ainda existentes no local trabalham com um número limitado de crianças e adolescentes por dia, existindo assim, uma lista de espera grande para inserção de novos usuários. Fica claro que em bairros carentes, muitos adolescentes, quando ociosos, acabam por se envolver com o tráfico de drogas e/ cometendo crimes. Sendo assim, os Centros Sociais auxiliam diretamente no
8
desenvolvimento sadio da criança e adolescente, pois além de desenvolverem trabalhos diretamente com eles, ainda acompanham suas famílias. A principal intenção de criar um Centro Comunitário, no bairro Parque Ribeirão, é poder continuar atendendo as famílias do próprio Pq. Ribeirão e Jardim Progresso, bairro vizinho a ele. O terreno escolhido é ao lado de uma penitenciária feminina, a área é bastante vulnerável, existe fortemente a presença do tráfico de drogas e do preconceito racial e social. A construção do Centro Social poderá auxiliar, inclusive, no regime semiaberto das detentas, além de atuar diretamente com a população local, criando um sentimento de pertença na comunidade. Bairros como o Parque Ribeirão e o Jardim Progresso, ainda necessitam de apoios sociais, muitos moradores não conhecem seus direitos constitucionais, como moradia, educação e saúde. A exemplo disto, Jardim Progresso, que nasce em meados de 1996, é uma área de ocupação pertencente ao horto florestal do município, seu crescimento se dá sem planejamento urbano, o que o torna, até os dias atuais, um bairro que necessita muito de infraestrutura, próximo à rodovia Prefeito Antônio Duarte Nogueira. Muitos de seus moradores conseguiram há pouco tempo as escrituras de suas casas e devem começar a pagar impostos a partir de 2020, outras famílias ainda buscam o reconhecimento da propriedade.
9
10
CAPÍTULO 1 1.
REFERENCIAL TEÓRICO
1.1. ASSISTÊNCIA SOCIAL A Assistência Social possui um importante papel para a população, pois trabalha para e com as políticas públicas e os programas sociais. Defendendo o direito de cidadãos que se encontram em situação de risco ou vulnerabilidade social. Cabe salientar que a vulnerabilidade social não se encaixa somente na extrema pobreza, mas sim quando, por qualquer que seja o motivo, o indivíduo se encontra à margem da sociedade e/ou de seu convívio. O Assistente Social deve garantir e defender os direitos previstos em constituição esses cidadãos, sejam eles crianças, adolescentes, adultos ou idosos. De acordo com o Ministério da Cidadania do Brasil (2015):
“A Assistência Social é uma política pública, sendo um direito de todo cidadão que dela necessitar. Ela está organizada por meio do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), presente em todo o Brasil. Seu objetivo é garantir a proteção social aos cidadãos, ou seja, apoio a indivíduos, famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades, por meio de serviços, benefícios, programas e projetos.” (BRASIL, Ministério da Cidadania. Secretária Especial
do Desenvolvimento Social, 2015, pág.1)
1.2. CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS) O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) tem, como objetivo principal, prevenir a vulnerabilidade e a exclusão social. Criando juntamente com as famílias e as comunidades o fortalecimento de vínculos. Atualmente em Ribeirão Preto existem sete CRAS espalhados pelas regiões centrais: sudoeste, norte, noroeste e oeste. O mais novo está localizado no bairro Jardim Cristo Redentor (Vida Nova Ribeirão). Todos os centros possuem uma pessoa responsável pela unidade e frequentemente fazem reuniões com as ONG’s dos bairros a fim de promoverem campanhas como: Combate à violência contra a mulher e contra o idoso, Exploração sexual e Trabalho infantil. 11
Para o Ministério da Cidadania (2015), o CRAS é um local público, localizado prioritariamente em áreas de maior vulnerabilidade social, que oferece gratuitamente os serviços de Assistência Social, com o objetivo de estruturar pacificamente a convivência das famílias locais e da comunidade. O CRAS atende famílias e indivíduos em situação de vulnerabilidade e beneficiários de programas sociais. É comum ONG’s que possuam assistente social fazerem os encaminhamentos, algumas, inclusive, contam com parcerias com Unidades Básicas de Saúde (UBDS) e oferecem acompanhamento médico e odontológico no local. Ainda de acordo com o Ministério da Cidadania (2015), o CRAS oferece serviços de proteção e atendimento à família como, por exemplo, a inclusão de benefícios (bolsa família, bolsa leite...), dependendo do caso, também pode encaminhar casos mais específicos para Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS). O CREAS oferta apoio e orientação especializada a pessoas que se encontram em situações de risco comprovadas (violência física, psíquica e sexual, abandono de incapaz, ameaça, maus tratos e discriminações). O CREAS, assim como o CRAS, atende famílias e indivíduos em risco de vulnerabilidade social ou em casos de violação de direitos, como já citado acima. Em Ribeirão Preto existem três unidades localizadas nos bairros: Vila Tibério, Geraldo Correia de Carvalho e Jardim Bandeirantes. Na cidade existe, ainda, o Centro de Referência Especializado Para Atendimento à População em Situação de Rua (Centro POP) e a Central de Triagem e Encaminhamento ao Migrante, Itinerante e Morador de Rua (CETREM), que além de atender pessoas em situação de ruas, também acolhem desabrigados por abandono, migrantes e dependentes químicos e alcoólicos.
1.3. CENTRO COMUNITÁRIO Centros sociais, ONG’s e Núcleos são de extrema importância para bairros periféricos que existem na cidade, pois estão afastados das regiões centrais. Além disso, nestes locais, há intensa migração de famílias, grande parte proveniente da região Nordeste, em busca de melhores condições de vida, o que aumenta seu número populacional sem que as políticas públicas os absorvam adequadamente. 12
Em sua maioria, moradores de bairros carentes são analfabetos ou semianalfabetos, ainda buscam trabalho, e se já o possuem, em grande parte, é informal. É nítido que essa parcela da população possui dificuldades para se inserir na sociedade de forma geral, suas possibilidades de crescimento econômico e social acabam sendo ínfimas. Há falta de formação formal, cultural e cidadã, muitas dessas famílias encontram-se em vulnerabilidade social, é comum ver crianças nas ruas sozinhas. Nesse viés surge a necessidade da presença de instituições que atuem no bairro a fim de colaborar de forma positiva para com os moradores locais. Existem, no momento, nos bairros Parque Ribeirão e Jardim Progresso instituições como, por exemplo, FRASOL (Fraternidade Solidária São Francisco de Assis) e Obreiros do Bem, que promovem meios de ação que contribuam para a melhoria da vida das crianças e jovens moradores do lugar, assim como, de suas famílias. Podendo abrir novas oportunidades de trabalho, lazer, esporte e cultura, os cidadãos também são assistidos por Psicólogos e Assistentes Sociais. Os bairros também contam com a presença da Escola Social Marista Irmão Rui Dapné (antigo Centro Social Marista – CESOMAR), o local que já funcionou com formação profissionalizante, agora é uma escola formal, oferece Educação Básica do Fundamental I até o Ensino Médio, além da Jornada Ampliada que promove atividades de Educação Financeira, Circo, Línguas, Matemática, entre outros, no contra turno de seus educandos de forma totalmente gratuita. O principal escopo dessas instituições é prestar serviços e desenvolver atividades que, de forma articulada, se constituam num polo de prevenção de problemas sociais e à definição de um projeto de desenvolvimento local, coletivamente assumido, a exercer a função por tempo indeterminado, tendo como prioridade pessoas e famílias de uma determinada área geográfica assumidamente periférica e carente. De acordo com o Canal de Serviços Sociais Português, ePortugal (20019), em termos gerais, os objetivos dos centros comunitários são: •
Contribuir para a criação de condições que possibilitem aos indivíduos,
o exercício pleno do seu direito de cidadania; •
Apoiar as pessoas e as famílias no desempenho das suas funções e
responsabilidades, reforçando a sua capacidade de integração e participação social; •
Constituir um polo de animação gerador de dinâmicas locais; 13
•
Fomentar a participação das pessoas, das famílias e dos grupos;
•
Dinamizar e envolver os parceiros locais e fomentar a criação de novos
recursos; •
Desenvolver atividades dinamizadoras da vida social e cultural da
comunidade; •
Promover a inserção social de pessoas e grupos mais vulneráveis;
•
Criar condições para responder às necessidades concretas da
população; •
Gerar condições para a mudança.
1.4. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) No Brasil é criado, em 1926, o Código de Menores (Decreto nº 5.083), em 1942 é criado o Serviço de Assistência ao Menor (SAM), de orientação correcionalrepressiva, eram reformatórios e casas de correção para menores carentes ou abandonados. Atualmente, existe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA- Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990), sua criação visa colocar fim a situações de maus tratos, falta de educação e saúde pública, incluindo o direito de atendimento prioritário. É da alçada do Conselho Tutelar fiscalizar e amparar os menores de idade. No ECA (1990), estão determinadas questões como os direitos das crianças e dos adolescentes; para o Estatuto, não deve haver distinção de raça, cor, credo ou classe
social,
os
menores
devem
ser
reconhecidos
como
pessoas
em
desenvolvimento a quem o Estado precisa priorizar. O Estatuto considera que até doze anos de idade incompletos a pessoa é criança e entre doze e dezoito anos, adolescente. O Estatuto surge da necessidade de abolir o autoritarismo que restava do regime militar que havia se instaurado no país de 1964 a 1985, ano em que é iniciada uma revisão na Constituição Federal, que culminará na legislação de 1988, vigente até a data deste trabalho.
14
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é a legislação vigente para os direitos das crianças e adolescentes, presente na Constituição Federal Brasileira (1988):
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” (Constituição Federal, Capítulo VII - Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso, 1988)
Sendo assim, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), aprovado em 1990, reforça que a responsabilidade integral sobre crianças e adolescentes (até os 18 anos), é de toda a sociedade. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, (Lei n.8.069, de 13 de julho de 1990): •
Absoluta prioridade à efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária; •
Por “absoluta prioridade” significa que a criança e o adolescente terão
preferência para receber proteção e socorro, assim como a precedência de atendimento nos serviços públicos; •
Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. •
Cabe aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos filhos
menores. Igualmente, os pais têm a obrigação de matricular seus filhos na rede regular de ensino; •
O dever do Estado em assegurar à criança e ao adolescente o ensino
fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para aqueles que não tiveram acesso na idade própria. O ECA, juntamente com o apoio e divulgação da assistência social, promove ações que ajudam as comunidades e pessoas a apreenderem melhor sobre seus direitos e deveres. Crianças e adolescentes de comunidades carentes têm sofrido 15
vários tipos de abusos, desde a exploração sexual a agressão física, muitas famílias terminam por não ir atrás dos direitos desses menores por medo de represálias ou por não conhecerem as leis do país.
1.5. CONSELHO TUTELAR O Conselho Tutelar é o órgão encarregado de cuidar dos direitos das crianças e dos adolescentes que foram, por algum motivo, violados. Quando isto ocorre, acontece uma reunião com os conselheiros e os mesmos decidem qual seria a medida de proteção a ser tomada. Em Ribeirão Preto atualmente existem três conselhos tutelares: O primeiro localizado na Rua Mariana Junqueira, no Centro. O segundo, na Rua Goiás, Campos Elíseos. E o terceiro, na Avenida Primeiro de Maio, no bairro Vila Virgínia. O Conselho Tutelar é formado por um grupo de especialistas que trabalham em prol da proteção das crianças e dos adolescentes do município, desta forma, é composto de cinco membros eleitos pela comunidade. Segundo a ECA, o Conselho Tutelar é responsável por garantir e assegurar o bem-estar, por meio da efetivação de direitos e deveres. Consta no Estatuto da Criança e do Adolescente, (Lei n.8.069, de 13 de julho de 1990): I - Atender e aconselhar crianças e adolescentes; II - Atender e aconselhar os pais e responsáveis na tutela ou guarda de seus filhos; III - Informar os direitos e deveres (limites) da criança e adolescente; IV - Ouvir queixas e reclamações dos direitos e deveres ameaçados e/ou violados; V - Requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, providencia, trabalho e segurança; VI - Garantir e fiscalizar os direitos e deveres da criança e do adolescente; VII - Participar de ações que combata a violência, a discriminação no ambiente escolar, familiar e comunitário. Muitas crianças, ainda, por passarem necessidades dentro de casa, acabam não tendo um bom rendimento escolar,, os Centros Sociais também podem oferecer refeições de qualidade, o que auxilia nesta questão específica. Ademais, todos os serviços e oficinas podem ser ofertados às famílias desses jovens, por exemplo, no 16
período noturno, com ateliês de artesanato e culinária, visando um complemento da renda financeira.
1.6 PSICOPEDAGOGIA Dentre as muitas situações pertinentes aos Centros Sociais, uma delas é a presença de crianças e adolescentes dificuldades escolares ou síndromes. De acordo com Assunção (2011), pode-se destacar transtornos/ disfunções mais comuns e suas características, facilitando o encaminhamento dos educandos para acompanhamento psicopedagógico. De modo simplificado, alguns exemplos são: •
Dislexia: problema relacionado à aquisição da leitura, escrita e
soletração; corresponde à dificuldade no reconhecimento da correspondência entre letras e fonemas. É comum lentidão na leitura e na escrita, inversão de letras e números e problemas de memorização. •
Disgrafia: Os educandos apresentam dificuldade na escrita, encontram
dificuldades na coordenação motora fina para escrever as letras, palavras e números, isso inclui erros de ortografia, trocas, omissões, acréscimos ou inversões de letras. •
Discalculia: Sua afetação ocorre diretamente na área matemática:
organizar, classificar e realizar operações com números. Este transtorno é caracterizado pela inabilidade ou pela incapacidade de raciocinar, refletir, avaliar ou pensar processos ou afazeres que envolvam números ou conceitos matemáticos. •
Dislalia: Alunos que possuem esse distúrbio apresentam dificuldades
relacionadas à fala, trocam palavras por similares, falam erroneamente as palavras, omitem ou trocam letras na pronúncia, deformam fonemas. É possível haver ou não alterações na formação dos órgãos fonadores (língua, lábios, cordas vocais, traqueia, faringe ou pulmões) ou nos ouvidos/ encéfalo. •
Disortografia: Falta de vontade de escrever, dificuldade em concatenar
orações, problemas na estruturação de frases e orações, desorganização na produção de textos escritos, vocabulário pobre e curto; variedade de erros ortográficos e aglutinação frequente. •
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Estudantes
portadores deste transtorno têm baixa capacidade de concentração, agitação 17
frequente,
inquietude
motora,
impulsividade,
desorganização
extrema
e/ou
implicações neurológicas. O papel dos Centros Sociais se evidencia como um potente reforço escolar dentro da comunidade, além de auxiliar na efetivação da Alfabetização e do Letramento, assim como reforço Matemático. Além de promover interação social e respeito às diferenças. A psicopedagogia juntamente com a pedagogia, assistência social e psicologia,
pode
identificar,
a
partir
do
estabelecimento
de
atividades
extracurriculares, dentro das oficinas, essas deficiências; passando assim, a acompanhar com mais atenção tais crianças e adolescentes. Para Bossa (2000):
“Uma das contribuições da psicopedagogia é [...] complementar à escola, diferenciando as múltiplas formas de aprender, respeitando as diferenças.” (Bossa, 2000, p. 97)
Compete aos psicopedagogos estudarem, prevenirem e corrigirem as dificuldades que o educando possa apresentar dentro do processo de ensinoaprendizagem. Segundo Bossa:
“Cabe ao psicopedagogo assessorar a escola no sentido de alertá-la para o papel que lhe compete, seja redimensionando o processo de aquisição e incorporação do conhecimento dentro do espaço escolar, seja reestruturando a atuação da própria instituição junto a alunos e professores e seja encaminhado a alunos e outros professores.” (BOSSA, 2000, p.67)
1.7. PENITENCIÁRIA FEMININA DE RIBEIRÃO PRETO A penitenciária feminina, presente no bairro Parque Ribeirão, até o final dos anos noventa era um presídio masculino. Segundo moradores mais antigos, não existia nada ao redor, apenas o presídio e cerca de cento e vinte casas. Com inúmeras rebeliões, fugas e mortes, o governo decidiu encerrar as atividades como penitenciária masculina e instalar no local o presidio feminino, onde 18
há detentas em regime fechado e semiaberto. Parte das detentas, em regime semiaberto, trabalha na limpeza do entorno do presidio. Estima-se que, atualmente, há mais de 400 mulheres presas no local, sendo que a capacidade máxima é de 300. As igrejas locais realizam trabalhos com dentro da penitenciária, aos sábados, por exemplo, é cedido um espaço para cultos evangélicos. Segundo Garcia (2015), o sistema prisional no Brasil, por uma questão de política criminal, é o progressivo, ou seja, todo preso tem direito a avançar no cumprimento de sua pena, diminuindo a rigidez do regime do fechado, passando pelo semiaberto e finalmente para o aberto. A ideia seria recuperar os indivíduos e reinseri-lo gradualmente à sociedade,
19
20
CAPÍTULO 2 2. LEITURAS PROJETUAIS 2.1. CENTRO COMUNITÁRIO CAMBURI/CRU! ARCHITECTS 2.1.1. FICHA TÉCNICA Arquitetos: CRU! Architects Localização: Ubatuba - São Paulo, Brasil. Arquiteto Responsável: Sven Mouton Colaboradores: Reintje Jacobs, Jan Detavernier, Britt Christiaense Área: 175.0 M² Ano do projeto: 2018 Fotografias: Nelson Kon
2.1.2. DESCRIÇÃO DO PROJETO O Centro Comunitário foi construído em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, no bairro Camburi. Hoje se estima que no local existam cerca de 150 famílias, entre quilombolas e caiçaras. É uma comunidade muito pobre, que vive do turismo local, da pesca, de plantações e artesanatos. Na construção do Centro Comunitário as principais técnicas utilizadas foram com bambu e taipa. Houve utilização de materiais modernos também, mas o conhecimento que a comunidade tinha em relação às técnicas com materiais locais foram fundamentais.
1 Foto: Nelson Kon, 2018.
21
2.1.2. LOCALIZAÇÃO E ENTORNO
3
2 Foto: Melhores Rotas, 2019.
Foto: Google Maps, 2019.
A distância entre a cidade de São Paulo e a cidade de Ubatuba é de 223 km. O acesso é por um único caminho, que vem desde a Rodovia Rio-Santos, passando pelo Parque Estadual da Serra do Mar.
2.1.3. PROJETO E SISTEMA ESTRUTURAL
22
2.1.4. PLANTAS, CORTES, VISTAS E SISTEMAS ESTRUTURAIS O local já possuía uma escola, com a construção do centro comunitário a intenção foi integrar. No projeto os principais ambientes são um espaço para atividades escolares, um espaço para reuniões da comunidade e em um dos ambientes há uma cozinha para panificação, onde as mães fazem os pães e vendem na loja.
A população já dominava a técnica do bambu, por se tratar de matéria prima local. A técnica foi aperfeiçoada junto com materiais modernos.
09 10
O Centro Comunitário é direcionado para frente do mar aproveitando os ventos. Com o teto elevado para ajudar na ventilação. As quatro colunas com uma cinta transversal, ajuda também no contraventamento.
11
O ar quente sai pelo topo, mas algumas vezes puxará também o ar frio natural. O vento é um fator importantíssimo nesse projeto.
12
23
2.1.5. TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
13
Assim como dito anteriormente, existem famílias quilombolas que moram em Camburi. Estão presentes a mais de 300 anos, muitos descendentes de africanos, trouxeram consigo técnicas que utilizavam bambu e galhos de árvores. É feito um grande quadro onde preenchem com terra molhada dos dois lados. Mesmo com o passar do tempo a população ainda domina essa técnica, o que ajudou muito na construção desse projeto.
Foto: Nelson Kon, 2018.
O bambu está presente em todo sistema estrutural, aberturas, tesouras e a técnica da taipa contribuiu para os fechamentos. Acabase tornando um sistema misto, pois se utilizou o bambu pra fazer grandes quadros e a taipa para o fechamento dos dois lados. O que acabou, com certeza, barateando o custo da obra. 14 Foto: Nelson Kon, 2018.
Esse telhado é metálico e sua estrutura e de bambu, é uma cobertura alta que foi feita a partir de estudos, principalmente, do vento, que é o elemento fundamental desse projeto. Pois o Centro Comunitário está de frente para o mar.
15 14 Foto: Nelson Kon, 2018.
24
2.1.6 VOLUMETRIA
16
Foto: Nelson Kon, 2018.
Na volumetria existem dois grandes retângulos, um acaba reduzindo a escala para a entrada principal, mas percebe-se principalmente nos dois eixos vertical e horizontal, que o arquiteto criou elementos verticais pra marcar os materiais, no caso o bambu, tem ao mesmo tempo certa simetria, equilíbrio e repetição. As aberturas também mantêm ritmo e simetria. A volumetria está bem integrada aos fluxos e acessos da planta tanto interno como externo.
17
18 Foto: Nelson Kon, 2018.
25
2.2. CENTRO SOCIAL COMUNITÁRIO / 3 ARQUITECTOS 2.2.1. FICHA TÉCNICA Arquitetura: 3 Arquitectos Localização: Rapa Nui, La Serena, Região de Coquimbo, Chile Área: 613.0 m2 Ano do Projeto: 2011 Fotografias: Alberto Castex Fabricantes: Indalum, DVP, Romeral, Cintac, Grau, Dynal, Masisa Colaboradores: Luis Rojas P, (Dibujo CAD). Cliente: I. Municipalidad de La Serena + MINVU Cuarta Región, Chile. Construtora: Constructora Erices y Toro Ltda. Engenheiro Estrutural: Ronald Segovia M. Inspeção Técnica: I. Municipalidad de La Serena. Instalações Hidráulicas: Eduardo Avalos P. Localização: Parque 18 de Septiembre, La Serena. Orçamento: 19uf/m2
2.2.2. DESCRIÇÃO DO PROJETO O projeto do Centro Social Comunitário faz parte de um programa do Ministério de Habitação e Urbanismo do Chile, O local é em uma área bem vulnerável e a intenção do programa é melhorar a qualidade de 200 bairros. Esse projeto tem pontos bem interessantes, principalmente nos grandes blocos multiusos e nas formas que trabalha com a insolação. É um projeto que integra bem o objeto com a comunidade, pois está dentro de uma favela.
19 Foto: Alberto Castex, 2011.
26
2.2.3. LOCALIZAÇÃO E ENTORNO
20 Foto: Melhores Rotas
Foto: Google Maps
A distância entre Estación Central e La Serena é 475 quilômetros por estrada, incluindo 443 quilômetros nas rodovias. A distância de Estación Central a La Serena de carro é de aproximadamente 4 horas e 40 minutos.
2.2.4. PROJETO
O Centro Comunitário Social está dentro de uma favela e ao seu redor o que se vê são ocupações e lotes irregulares. A condição das famílias é totalmente vulnerável, o projeto tenta resgatar sua condição de bairro para a cidade, sendo criados corredores que vão até uma praça, salas multiusos, de reuniões e 27
administrativa, campos de futebol, onde projetos esportivos aplicados em Centros Comunitários têm como objetivo a inserção de desenvolvimento com a comunidade em um todo.
2.2.5. PLANTAS, CORTES, VISTAS E SISTEMAS ESTRUTURAIS O acesso ao Centro Comunitário Social é por uma rua do bairro, como se fosse um grande eixo de entrada, possuindo estacionamento. A intenção do projeto, podendo colocar até mesmo como conceito, é a integração, criando potencialidades na escala do pedestre. Os espaços, como as salas multiusos, possuem múltiplas funções e podem ser readequadas se necessário.
24
Salas multiusos são de extrema importância para o Centro Comunitário, pois dependendo do tipo de serviço ofertado, elas podem absorver várias atividades. Desde uma sala de aula até uma biblioteca, por exemplo.
26
25
Neste corte é possível perceber como o arquiteto utilizou a topografia local, trabalhando também com cobogós préfabricados, bloqueando a entrada de luz, mas permitindo ventilação de forma correta. 28
27
Com esta topografia as pessoas que acessam o Centro Comunitário Social, têm uma vista da cidade, pois acima das salas multiusos há terraços. Percebe-se que as salas têm pés direitos altos, justamente pra ajudar na questão dos ventos.
2.2.6. TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
28
Utilizaram em toda a obra materiais pré-fabricados, principalmente pra suportar esses grandes vãos e não fugir muito da materialidade que a comunidade já utiliza. Tem vidros que compõe as grandes aberturas e com esse cobogó pré-fabricado, ganham muito no projeto principalmente por ser uma obra mais rápida.
Foto: Alberto Castex, 2011.
A volumetria dessa edificação é um grande retângulo, formando uma caixa, suportado por outro retângulo. Possui uma boa simetria com os cobógos, tanto na vertical como na horizontal possuem ritmo e repetição.
29 Foto: Alberto Castex, 2011.
29
2.3. CENTRO SÃO PIO/PEDRO AKIO HASSE 2.3.1. FICHA TÉCNICA Arquitetos: Pedro Akio Hasse Localização: Umuarama - PR, Brasil. Área: 2275.0 m2 Ano do projeto: 2012 Fotografias: Lauro Rocha Engenheiro Civil: Frank Kyioshi Hasse Estrutura: Cerci Engenharia Construtor: Valdomiro Lopes da Costa Topografia: José César Gonçalves Serralheria: Metalúrgica Priscila Área Do Terreno: 24000 m²
2.3.2. DESCRIÇÃO DO PROJETO O Centro São Pio está localizado em uma floresta de mata nativa, pois a intenção é ser um local para retiros. É um recanto católico e o projeto não precisou tirar nada do lugar, a proposta é o ser humano estar em contato com a natureza.
30 Foto: Lauro Rocha, 2012.
30
2.3.3. LOCALIZAÇÃO E ENTORNO
32
31 Foto: Melhores Rotas,2019.
Foto: Google Maps,2019.
A distância de Curitiba a Umuarama é 87 quilômetros por estrada. Esta estrada leva aproximadamente 1 hora e 22 minutos.
2.3.4. PROJETO
O Centro São Pio está localizado dentro de uma floresta de mata nativa, no programa de necessidades, a forma que o arquiteto deixou os dormitórios e o refeitório próximo a vegetação, tem toda integração pretendida entre ser humano natureza. Os ambientes são bem vantajosos, podendo, até mesmo no futuro, ser modificado e absorver novas atividades. 31
São esses dois fatores que chamam atenção para o trabalho desenvolvido o primeiro por Ribeirão Preto ser uma cidade muito quente e falta nos bairros mais vegetação para controlar o clima. Outro fator são os ambientes grandes que podem ser alterados no futuro.
2.3.5. PLANTAS, CORTES, VISTAS E SISTEMAS ESTRUTURAIS A planta interage bem com a floresta, trazendo conforto térmico. Nos dormitórios, são ao total de 34 quartos, todos voltados para sentido norte-sul, o que impede o sol da tarde.
36
Na implantação percebe-se a diferença que está na escala da cidade para o Centro São Pio que está nos limites do local.
37
38
Este corte é do refeitório, assim como dito antes, são espaços vantajosos, o refeitório conta com portões basculantes, a intenção é que seja bem ventilado, mas caso precise ser fechado é possível também. 32
2.3.6. TÉCNICAS CONSTRUTIVAS
39
O material utilizado neste projeto é o concreto armado. Como o projeto está dentro da floresta e nada foi derrubado, pelo contrário tudo foi preservado, as aberturas fazem essa integração com a natureza, a luz que bate direto nessas aberturas foram pensadas de forma que não incida nas pessoas, mas que faça com que tenha iluminação direta no ambiente.
Foto: Lauro Rocha, 2012.
Outro material predominante é o vidro existente nessas grandes aberturas, por exemplo, esse da imagem é o ambiente dos dormitórios, o arquiteto quando fez o projeto e virou-os para norte-sul, pretendeu manter principalmente a luz natural.
40 Foto: Lauro Rocha, 2012.
41
A Volumetria é composta por um grande volume retangular na horizontal. E um grande volume vertical compondo o fechamento do volume. O projeto tem volumes cheios e vazios. As aberturas têm ritmo e simetria, reduzindo para a escala humana. O refeitório é um grande volume, que possui uma grande simetria acompanhada de ritmo e repetição. A capela é volume único que parte da forma de um cilindro.
Foto: Lauro Rocha, 2012.
33
34
CAPÍTULO 3 3.
VISITA TÉCNICA:
CENTRO
EDUCACIONAL MARISTA IR.
RUI
LEOPOLDO DEPINÉ Durante a visita técnica ao Centro Educacional Marista Irmão Rui foram apresentados dados levantados, desde sua instalação no bairro Parque Ribeirão, por sua equipe psicossocial. Sua principal intenção é o atendimento de famílias, crianças e adolescentes dos bairros Parque Ribeirão Preto, Jardim Maria das Graças, Jardim Progresso e Jardim Branca Salles.
3.1. HISTÓRICO E CONTEXTO A chegada do Centro Social Marista, em Ribeirão Preto, se deu em 1973, a unidade se instalou na Fazenda Pau D’Alho, sendo chamada, portanto de Centro Social Pau D’Alho. O local atendia adolescentes infratores e permaneceu neste local e com esta função social por 27 anos. Em 2002, os Irmãos Maristas passam a refletir sobre um novo local na cidade e a sondar áreas da cidade que necessitasse da presença do Centro Social Marista, a partir de estudos compreenderam que o Parque Ribeirão Preto e o Jardim Progresso eram áreas muito vulneráveis e que careciam de atenção. A princípio, neste novo local, o CESOMAR (Centro Social Marista) teria caráter profissionalizante, com cursos que ajudassem os adolescentes e jovens locais a entrar no mercado de trabalho. No projeto as aberturas sempre foram avantajadas justamente para o acesso de máquinas (tratores e veículos). Com o passar do tempo, foi perceptível que a necessidade do bairro estava em outro setor, o jovens necessitavam, principalmente, aprender atividades cotidianas, como informática, esportes e reforços escolares. Foi realizada uma seleção de adolescentes, por meio de entrevistas com as famílias, e no dia 14 de Novembro de 2002, iniciaram-se as novas atividades do Centro Social Marista, com um total de 200 adolescentes, divididos quatro turmas de 25 educandos. Em 2004 surgem as primeiras turmas do curso profissionalizante de Auxiliar de Escritório, em parceria com o SENAI de Ribeirão Preto. Além do curso o centro indicava os adolescentes para empresas e escritórios. Novos estudos apontaram que a unidade social precisaria agir mais próxima à Educação Formal e no ano de 2015 foi implantado o Ensino Médio. O local 35
manteve ainda as atividades anteriores em contra turno escolar, com número reduzido de educandos por turma. Em 2018, a educação básica formal se ampliou e a instituição implementou o Ensino Fundamental II. Em 2019, o CESOMAR se torna efetivamente Escola Social Marista e amplia seu atendimento para o Fundamental I. O mapa a seguir mostra a cidade de Ribeirão Preto e sua renda per capita, percebe-se que a cor vermelha está bem presente em vários pontos da cidade, isto representa a população que está abaixo da linha da pobreza, muitas delas situadas em ocupações irregulares e favelas. O serviço, oferecido por ONG’s e outros tipos de instituições, se destina a ajudar essas pessoas, que estão muitas vezes precisando ser inseridas novamente na sociedade, sobretudo em termos econômicos e culturais. São lugares onde a violência e o tráfico de drogas estão presentes
ativamente,
permeando
no
cotidiano
dessas
pessoas,
gerando
desconforto, medo e preconceitos.
Fonte: Centro Educacional Marista, 2010.
Mapa 01 – Renda per capita
36
Este levantamento é de toda a rede assistencial em Ribeirão Preto, e nele estão localizados todos os CRAS, pontos de apoio, SCFV (Serviço de Crescimento e Fortalecimento de Vínculos) de crianças, adolescentes e idosos.
Fonte: Centro Educacional Marista,2010.
Mapa 02 -Rede Socioassistencial da proteção social básica
37
Este
mapa
representa
a
proteção
social
especial
de
média
complexidade, na cidade de Ribeirão Preto, os pontos numerados são os bairros que oferecem os determinados serviços de proteção social a adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, pessoas em situação de rua, proteção para pessoas com deficiência, idosos e suas famílias e o assessoramento de defesa e garantia de direitos, como dito antes no texto a própria ONG ou instituição pode fazer esse serviço para garantir os direitos da pessoa ou comunidade.
Fonte: Centro Educacional Marista, 2010.
Mapa 03 – Proteção Especial Social de média complexidade
38
O mapa abaixo é de proteção especial de alta complexidade, esse mostra os locais que estão os serviços de acolhimento para crianças, idosos, moradores de ruas, migrantes e mulheres vítimas de violência.
Fonte: Centro Educacional Marista, 2010.
Mapa 04 – Proteção Especial Social Alta complexidade
Os números se repetem mesmo sendo dentro de cores diferentes, pois se tratam dos atendimentos feitos nos mesmos lugares que são atendidos outros casos como os de baixa complexidade e média complexidade. Como por exemplo, os próprios núcleos e ONG’s. 39
O complexo Parque Ribeirão Preto é composto pelos bairros: Parque Ribeirão Preto, Jardim Progresso, Jardim Marchesi, Jardim Maria das Graças e Jardim Branca Salles.
Fonte: Centro Educacional Marista, 2010.
Mapa 05 – Complexo Pq. Ribeirão Preto
40
Nos mapas anteriores é mostrada a rede socioassistencial de Ribeirão Preto e no último mapa o Complexo Parque Ribeirão e os bairros que o compõe. O complexo tem uma alta demanda de pessoas que necessitam dos serviços ofertados. Abaixo são apresentados os serviços oferecidos como educação e saúde, desde Unidade Básica de Saúde até os hospitais. O território do complexo Pq. Ribeirão conta com: •
06 núcleos de atendimento a crianças e adolescentes;
•
04 entidades de atendimento socioassistencial;
•
07 escolas estaduais de ensino fundamental;
•
02 escolas estaduais de ensino médio;
•
04 unidades CEI (Centro de Educação Infantil) – municipal;
•
02 creches;
•
04 EMEI’s (Escola Municipal de Educação Infantil);
•
03 EMEF´s (Escolas Municipais de Ensino Fundamental);
•
01 escola CEMEI (Centro Educação Municipal Educação Infantil);
•
02 unidades no atendimento à educação infantil que mantém convênio
com a educação; •
03 UBS´s – Unidade Básica de Saúde;
•
01 UBDS - Unidade Básica Distrital de Saúde;
•
Hospital Psiquiátrico “Santa Teresa”;
•
Hospital Regional (Jd. João Rossi);
•
Destaca-se a falta de vagas nas creches, demanda reprimida para
atendimento Socioassistencial e na Saúde; •
Precariedade ou ausência de áreas públicas para lazer e cultura; Mapa 06 – Complexo Pq. Ribeirão Preto e os limites dos bairros
Fonte: Centro Educacional Marista, 2010.
41
Os gráficos a seguir foram levantados em entrevistas e visitas às residências de educandos, feitos pela equipe psicosocial da Escola Social Marista Irmão Rui. Perfil educandos
Atendimentos por horário
Matriculados em 2019
Nos gráficos apresentados, percebe-se que o maior porcentual de jovens está no ensino médio, ou seja, entre 15 e 18 anos de idade, divididos nos períodos matutino e noturno. Nos atendimentos feitos pela equipe psicossocial, a população do Pq. Ribeirão e do Jd. Progresso, é que tem maior concentração de matrículas. O maior número de educandos é no período da tarde, onde são ofertados os fundamentais I e II. Gênero dos educandos
As salas são divididas entre 30 a 32 alunos (as), a presença feminina é maior em todo o Ensino Médio e Ensino Fundamental II. No Ensino Fundamental I, principalmente nos anos iniciais (1ª e 2ª séries), a presença dos meninos é maior.
42
Idade de educandas e educandos
Os educandos atendidos têm de 6 a 17 anos. Há alguns educandos no período noturno que já possuem 18 anos, alguns casos contam com evasão, repetência ou trabalho no período oposto. Distribuição por raça
O gráfico acima mostra que no Ensino Médio e Ensino Fundamental II, os educandos que se autodeclaram de cor branca são em maior número, diferente do Ensino Fundamental I, onde há mais equilíbrio entre brancos e pardos. Os que se declaram negros são em menor número.
43
Religião
A Escola Social Marista é uma instituição católica, mas ser católico não é um prérequisito para entrar na instituição, pois nela são aceitas todas as religiões. Mas assim como informado no gráfico, há um grande percentual de famílias católicas, muitas dessas famílias vêm de outros estados, como o Nordeste, que ainda apresentam grande concentração católica. Situação de moradia
O gráfico acima mostra que a situação de moradia própria entre as famílias dos educandos da Escola Social Marista é maior. Isso ocorre nos bairros do Pq. Ribeirão Preto, Jd. Maria das Graças e Jd. Branca Salles por serem loteamentos antigos. Mas grande parte das famílias vive no Jd. Progresso, que faz parte de uma ocupação irregular que ocorreu em 1996, no antigo horto florestal. 44
Composição familiar
Família Monoparental: Ocorre quando um dos pais arca com todas as responsabilidades de criar os filhos, isso ocorre muitas das vezes quando os pais se separam ou um dos dois falece. Ou, ainda, quando há abandono da família por parte de um dos cônjuges. Família Nuclear: As famílias nucleares são compostas por um casal e filhos. No Fundamental I há equilíbrio entre os tipos familiares, mas mesmo assim muitas dessas crianças são criadas pelos avós ou parentes de primeiro grau.
Escolaridade dos pais
Muitos pais dos educandos são analfabetos ou apenas cursaram até a 4º série, grande parte cessaram seus estudos por ter filhos ainda na adolescência, ou por ajudar no sustento de sua casa. Com esses motivos e alguns outros, poderiam se integrar ao projeto do Centro Comunitário Social, podendo realizar no período noturno e finais de semana, aulas de alfabetização e artesanatos.
45
Bairro de moradia
A atual situação no Jd. Progresso é que muitas residências já estão sendo regularizadas, e a partir de 2020 muitas famílias passarão a pagar o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Já no Pq. Ribeirão Preto, as casas são próprias e poucas são de aluguel, mas percebe-se no mapa que é bem equilibrado entre o Jd. Progresso e Pq. Ribeirão Preto, e os bairros que completam o complexo como o Jd. Maria das Graças, Jd. Monte Carlo e Jd. Marchesi ainda são menores. Renda per capita
As rendas das famílias dos educandos são muito variáveis, muitos pais e mães são autônomos, poucos têm registro em carteira e recebe um salário mínimo, uma boa porcentagem recebe auxílio do governo como o Bolsa Família, que atualmente tem um valor de R$ 48,00. Cada família pode ter até dois benefícios, o que chega ao valor de R$ 96,00. Muitas famílias estão no nível de pobreza extrema.
46
Os mapas abaixo são um comparativo de como era o Complexo Pq. Ribeirão em 2008 e como se encontra em 2019.
Em 10 anos o aumento da
população dobra, ainda existem muitos problemas sociais, principalmente em ocupações irregulares. Os serviços ofertados por ONG’s e Instituições são fundamentais para a sociedade como um todo, pois trabalham muito para o desenvolvimento da criança e adolescente e principalmente para criar o senso crítico. Mapa 08 – Complexo Pq. Ribeirão Preto
Fonte: Google Maps, 2019.
Fonte: Centro Educacional Marista, 2008.
Mapa 07 – Complexo Pq. Ribeirão Preto
Em entrevista realizada no local pelo autor do presente trabalho, houve diálogo com dois moradores locais, crianças, cujos nomes a presente pesquisa irá salvaguardar.
Jovem, do gênero masculino, 12 anos Gosto muito desse lugar principalmente da comida e das aulas de Educação Física. Gostava muito das aulas de circo que tinha antes, queria que pudesse ter novamente.
Jovem, do gênero feminino, 12 anos Essa escola é bem diferente da escola que eu estudava antes, é o meu primeiro ano aqui, estou gostando dos amigos novos. A comida é boa e os professores são muito legais.
47
48
CAPÍTULO 4 4.1. LOCALIZAÇÃO O desenvolvimento do trabalho será na cidade de Ribeirão Preto, localizada no interior a 314 Km de São Paulo. A partir de levantamentos em alguns locais do bairro Parque Ribeirão Preto, que fica na zona oeste da cidade. O terreno escolhido fica ao lado da Penitenciária Feminina, é um terreno institucional, pois pertence ao governo. Fica situado na Rua Lúcio de Mendonça, com as ruas Alfredo Condeixa e Juvenal Guimarães. Mapa 10 – Ribeirão Preto
Fonte: Wikipédia, 2019.
Fonte: Emplasa – UDI, 2016.
Mapa 09 – Mapa de São Paulo
Fonte: Google Maps, 2019.
Mapa 11 – Quadrilátero Central
Legenda Quadrilátero Central Área Escolhida
49
Em conversa com moradores antigos que residem no local desde o final dos anos 70, conta-se que existiam apenas 120 casas no bairro, além da penitenciária, na época masculina, e apenas uma linha de ônibus passava. O Jardim Progresso situa-se no que era o antigo horto florestal, o bairro começou a ser ocupado em 1996 por famílias que moravam nos bairros próximos, que justificavam suas ações pela falta de emprego e pela ausência de condições para pagar aluguel, começaram a construir ocupações irregulares (barracos), em ruas de terras, sem esgoto, água e luz. Ou seja, sem infraestrutura urbana. Durante a noite, as pessoas não saíam mais às ruas por medo da violência, não só no Jd. Progresso, mas também no Pq. Ribeirão e no Jd. Branca Salles. A penitenciária masculina tinha muitos problemas com os detentos, havia rebeliões e violências, e chegava a levar à morte de muitos moradores. Por conta dessa situação no bairro, muitos moradores decidiram vender suas casas por preços abaixo do valor e se mudaram para outros bairros. Quanto à penitenciária, o governo decidiu intervir depois de 1996 transformando-a em feminina. Assim como o Pq. Ribeirão, os bairros desta região cresceram muito, para se ter ideia nas ONG’s dos bairros, por exemplo, são ofertadas 200 vagas para assistência social de moradores locais, porém, a demanda é de 400. Surge então o termo de “mães crecheiras”, que são mulheres que cuidam de crianças em suas casas para que suas mães possam trabalhar; essas casas muitas vezes não tem o suporte necessário para cuidar de crianças. Com o passar de alguns anos, todos os bairros foram melhorando suas condições urbanísticas, como é caso do Jd. Progresso, que foi asfaltado, possui iluminação pública e os moradores estão adquirindo o direito sobre suas casas. O bairro novo Jardim Monte Carlo, teve sua construção no ano de 2007. Os índices de violência baixaram, mas ainda existe violência, sobretudo quanto ao tráfico de drogas. A questão do preconceito que permeia as pessoas que moram nestes bairros ainda é latente, existe o preconceito no ato da contratação dessas pessoas em outros lugares da cidade, o que reafirma as carências do bairro e justificam a escolha como local de intervenção projetual.
50
4.2. TERRENO O terreno escolhido possuiu 7.000m e está situado na Rua Lúcio de Mendonça, com as ruas Alfredo Condeixa e Juvenal Guimarães.
Fonte: Google Maps, 2019.
Mapa 12 - Localização do terreno.
Mapa 13 - Bairros vizinhos ao Pq. Ribeirão Preto.
Fonte: Google Maps com alterações do autor, 2019.
Após a visita técnica e em conversa com alguns moradores do bairro, muitos sentem a necessidade de continuar o serviço que era oferecido pelo Centro Social Marista, mesmo existindo 6 núcleos no local, muitos pais utilizam desse recurso para trabalhar, crianças e adolescentes se desenvolvem muito como pessoa e cidadão quando há Centro Sociais. A implantação
de
um
centro
comunitário
dará
grande
contraste,
principalmente pelas condições locais em que o bairro se encontra como dito antes como o preconceito, violência e tráfico de drogas. Há ainda a questão da penitenciária feminina, onde muitas pessoas que moram ao redor além de sofrerem o preconceito, demonstram possuir preconceito também. Beneficiará a população, pois será uma obra de integração da comunidade com as detentas, onde estas poderão aprender uma nova profissão e serem reinseridas na sociedade, será um local para a comunidade toda, um lugar de lazer e de pontos de encontros da 51
comunidade, além da recreação e do desenvolvimento das crianças e dos adolescentes. Fonte: Google Maps com alterações do autor, 2019.
Mapa 14 - Pq. Ribeirão Preto.
Foto: Arquivo Pessoal, 2019
Foto: Arquivo Pessoal, 2019
3 Foto: Arquivo Pessoal, 2019
Foto: Arquivo Pessoal, 2019
52
4.3. LEVANTAMENTO MORFOLÓGICO
Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto com alterações do autor, 2019.
4.3.1 MAPA 16 - HIERARQUIA VIÁRIA
A hierarquia viária da área é composta por vias locais que levam até a via principal, que é a Av. Pedreira de Freitas. No projeto terá acesso por duas ruas: a Rua Lúcio de Mendonça e a Rua Juvenal Guimarães. Corte área do terreno
ESC: 1/100
Rua Lúcio de Mendonça 53
Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto com alterações do autor, 2019.
4.4. MAPA 17 - USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
A maior predominância das quadras do Pq. Ribeirão Preto é composta por residências e alguns pontos comerciais como bares, depósitos de bebidas, padarias e mercados. O bairro tem aproximadamente 10.000 hab. Isso foi de grande importância para a escolha do local, pois se trata de um lugar carente. Um terreno com essa proporção de tamanho pode ter várias funções dentro do programa, pois além de manter o serviço para atender famílias, pode ser usado, por exemplo, por instituições religiosas que tem um forte trabalho no bairro. 54
Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto com alterações do autor, 2019.
4.5. MAPA 18 - GABARITO
As quadras mostradas neste mapa possuem uma característica única com suas edificações que têm de um a dois pavimentos, pois como mostrado no Mapa 17 de uso e ocupação do solo, o bairro tem vocação para uso residencial. No projeto a intenção é que cada bloco diferente da sua função, repetisse o formato das casas com no máximo um pavimento. Como se o projeto se integrasse direto com a escala do bairro. 55
Fonte: Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto com alterações do autor, 2019.
4.6. MAPA 19 - FIGURA FUNDO
No mapa de figura fundo percebe-se que o bairro cresceu sem planejamento, apesar das ruas e das quadras possuírem adequadas, as casas dentro do lote muitas vezes não respeitam o recuo lateral ou em alguns casos o frontal, pois muitas casas acabam sendo transformadas em comércio. Podendo ser criado no projeto cheio e vazio, principalmente utilizando vegetação para áreas de lazer e convivência. 56
4.7. MAPA SENSORIAL O levantamento feito contribuiu para realização do mapa sensorial da área do entorno, a paleta de cores utilizada nas fachadas das residências e seus respectivos sons e cheiros. Sons e cheiros que vem de veículos automotores, motos, bicicletas motorizadas e os trenzinhos.
Fotos: Arquivo Pessoal, 2019.
Fotos: Arquivo Pessoal, 2019.
Paleta de cores
Conhecendo a área e a situação atual em que ela se encontra, principalmente sobre o descarte de lixo irregular, pode-se levar para o projeto formas de reutilizar esse resíduo, que principalmente são restos de construção. No Centro Comunitário poderá até existir oficinas que discutam a questão do meio ambiente e como reciclar. As cores podem ajudar a diferenciar os espaços. 57
Fotos: Google Maps, 2019.
Sons e cheiros
Fotos: Arquivo Pessoal, 2019.
58
59
CAPÍTULO 5 5. DIRETRIZES PROJETUAIS As diretrizes projetuais para o início desse projeto são: •
Criar um espaço multifuncional.
•
Opções de entretenimento e lazer para toda a família.
•
Atividades, em contra turno escolar, voltadas para recreação como
artes, música, circo, danças e esportes. •
Atividades práticas na horta como plantações e colheitas.
•
Ateliê para as mães.
•
Cursos de capacitação.
•
Atendimentos no âmbito social.
•
Reforço escolar.
Com base nas diretrizes projetuais o diagrama abaixo mostra a organização, separado por usos.
5.1. CONCEITO ARQUITETÔNICO A intenção é valorizar tudo que existe no terreno e ao seu redor. A partir de levantamentos e estudos, a área escolhida é bem localizada e possui um grande fluxo de pessoas por dia. Tem pontos de ônibus, farmácia, padaria, mercados e bares.
60
O terreno fica ao lado da penitenciária, existem detentas no regime semiaberto que poderiam ajudar na construção do centro comunitário, aprendendo uma nova profissão para ajudar na sua ressocialização social. Os moradores ajudariam construir e cuidar da nova edificação, dado este fato, o sistema construtivo escolhido é alvenaria mista, sendo o principal material o bloco de concreto, que será moldado in loco, e os materiais teriam diálogo com a tradição construtiva local.
5.3. PARTIDO ARQUITETÔNICO Conhecendo o espaço, o partido vem com a proposta de trazer formas e técnicas construtivas simples, como por exemplo, o uso misto de blocos de concreto com esquadrias metálicas, ajudando nas aberturas generosas para ter um contato do interior com exterior.
5.4. PROGRAMA DE NECESSIDADES DO CENTRO COMUNITÁRIO É essencial explorar o local com suas potencialidades, por mais que existam mais ONG’s no bairro, estas ainda atendem pouco da demanda local. Os serviços de contra turno escolar ajudam muito não só no desenvolvimento da criança e do adolescente, mas também de toda a família, pois as mães e os pais trabalham e muitas vezes não têm com quem deixar seus filhos. Em conversa com moradores dos bairros, muitos falaram a respeito de algumas atividades como circo, música e esportes.
O funcionamento do centro
comunitário será durante o dia e a noite. A noite terá um ateliê voltado para as mães e para as detentas do regime semiaberto, com atividades voltadas à capacitação delas para atuarem futuramente no mercado de trabalho. Os núcleos são compostos por: •
Administrativo: Todo corpo do setor administrativo como RH, salas dos
educadores, serviço social e almoxarifado. •
Salas multiusos: Salas com tamanhos variados para práticas de artes,
informáticas, dança e teatro. •
Cozinha: Cozinha convencional de escola com dispensa e refeitório. 61
•
Convivência: Espaços com mesas e áreas verdes. Um lugar de
permanência para conversas. •
Música: Sala para ministrar aulas de músicas e para abrigar
equipamentos musicais. •
Esportes: Quadra esportiva para diversas modalidades como futebol,
vôlei, handball e basquete. E salas para guardar equipamentos. •
Horta: Prática de cultivos de plantas e colheitas.
•
Manutenção: Sala com ferramentas e acessórios.
Fonte: CASTRO, 2009, p29.
Programa de necessidades mínimo do CRAS
A tabela ao lado mostra o programa mínimo do CRAS. O projeto que será implantado contém um programa maior, tudo foi feito a partir de levantamentos feitos na área e seu entorno.
62
Programa de necessidades do Centro Comunitário Social QTD
SETOR/FUNÇÃO
ÁREA UNI. M²
ÁREA M²
2
GUARITA
8,75
17,50
2
SALA MULTIUSO I E II
36,00
72,00
1
BIBLIOTECA
150,00
150,00
2
SALA MULTIUSO III E IV
80,00
160,00
1
COZINHA/ REFEITORIO
376,00
376,00
2
SANITÁRIOS
21,00
42,00
2
VESTIÁRIOS
43,68
87,36
1
QUADRA DE ESPORTES
800
800
1
RECEPÇÃO
82,78
82,78
2
SALAS DE ATENDIMENTO
15,40
30,80
1
ALMOXARIFADO
7,70
7,70
1
SALA ADMINISTRATIVO
23,67
23,67
2
BANHEIROS
3,40
6,80
1
BANHEIRO PCD
3,50
3,50
63
5.5. ENSOLAÇÃO E VENTOS PREDOMINANTES
Em Ribeirão Preto o clima é muito quente em praticamente todo o ano, no projeto a intenção é trabalhar com muita vegetação para poder controlar e criar conforto térmico em todas as áreas. Atualmente, na área já existe uma vegetação de muitos anos, como é o caso das árvores “Pau-Ferro” (Libidibia Ferrea). Ao lado existe uma praça onde os moradores locais, plantam as mais diversas espécies de plantas, podendo criar uma integração com o Centro Comunitário, ensinando as crianças e adolescentes sobre a importância das plantas e sua conservação.
64
5.6 LEI COMPLEMENTAR DE Nº 2505, DE 17 JANEIRO DE 2012. O projeto será implantado no macrozoneamento ZUP (zona de urbanização preferencial) que segundo a prefeitura da cidade de Ribeirão Preto, na lei complementar de Nº 2505, de 17 Janeiro de 2012. “I - Zona de Urbanização Preferencial (ZUP): composta pelas áreas internas ao anel viário formado pelas rodovias Anhanguera, Antônio Machado Sant`Anna, Antônio Duarte Nogueira e Alexandre Balbo, dotadas de infraestrutura e condições geomorfológicas propícias para urbanização (formação da Serra Geral), de acordo com o descrito no Anexo III B desta lei;” (Ribeirão Preto-SP,2019). Gabarito Básico “O gabarito básico, a que se refere o artigo anterior, poderá ser ultrapassado na Zona de Urbanização Preferencial (ZUP), na Zona de Urbanização Controlada (ZUC) e na Zona de Urbanização Restrita (ZUR), desde que atendidas as restrições previstas por Esta Lei e com as seguintes exceções: I - na área composta pelos setores N9, N11, N12, N13 e N14, exceto para equipamentos
de
comunicação,
equipamentos
e
edificações
industriais
e
assemelhados, os quais serão analisados caso a caso pelos órgãos competentes; II - na área localizada entre as avenidas Independência - excetuando-se o trecho da avenida Independência, compreendido entre a avenida Coronel Ferreira Leite, Rua Raphael Canini e Rua Maximino de Almeida, até o seu final na rodovia Antonio Duarte Nogueira, de ambos os lados, onde fica permitido ultrapassar o gabarito básico -, Caramuru e os limites dos loteamentos Alto da Boa Vista e Residencial Flórida.”
Taxa de Ocupação “A taxa de ocupação máxima do solo para edificações residenciais será de 75% (setenta e cinco por cento) e para edificações não residenciais e mistas será de 80% (oitenta por cento), exceto nos parcelamentos que tiverem restrições maiores registradas em cartório, as quais prevalecerão, respeitados os recuos e a taxa de solo natural desta lei.” Para fins de edificação, é obrigatória a manutenção de área permeável no lote com, no mínimo, as seguintes proporções: 65
I - na Zona de Urbanização Preferencial (ZUP) e na Zona de Urbanização Restrita (ZUR): a) 5% (cinco por cento) para lotes com área de até 400 (quatrocentos) metros quadrados; b) 10% (dez por cento) para lotes com área acima de 400 (quatrocentos) até 1000 (mil) metros quadrados; c) 15% (quinze por cento) para lotes com área maior que 1000 (mil) metros quadrados.
I - Na Zona de Urbanização Preferencial (ZUP): a)
área
b)
de frente
140
m² de
(cento 7
e
quarenta (sete)
metros metros
quadrados); lineares;
c) para os lotes de esquina a área mínima será de 180 m² (cento e oitenta metros quadrados) e frente mínima de 9 (nove) metros.
Nos loteamentos, condomínios urbanísticos, desmembramentos e suas respectivas modalidades, o percentual mínimo do sistema de áreas verdes e de lazer e de áreas institucionais, reservado ao uso público, será estabelecido em conformidade com zona do município em que estiver o empreendimento, conforme abaixo determinado: I - Zona de Urbanização Preferencial (ZUP): a) 5% (cinco por cento) para área institucional; b) 20% (vinte por cento) para sistema de áreas verdes e de lazer.” (Ribeirão PretoSP,2019).
66
5.7 MEMORIAL JUSTIFICATIVO O presente memorial trata de um projeto de um Centro Comunitário Social destinado a população do complexo Pq. Ribeirão Preto. Uma edificação para uso social. O terreno do Centro Comunitário Social proposto medindo 136m x 60m totalizando uma área de 8.160 M². Situado entre as Ruas Lúcio de Mendonça, Alfredo Condeixa e Juvenal Guimarães, no bairro Pq. Ribeirão Preto, cidade de Ribeirão Preto. Tem como proposta 15 volumes, destinados a usos de salas multiusos, cozinha e refeitório, biblioteca, salas de reforço, banheiros com vestiários e um bloco administrativo, com salas de atendimento e coordenação. Além de contar com jardins e uma quadra de esportes na área exterior. No lote já existe uma vegetação composta por árvores “Pau Ferro” que farão parte da implantação do novo lote, além de receber novas vegetações e espaços com jardins. Terá um estacionamento de funcionários e um para carga e descarga que ficará próximo da cozinha, a entrada será pela Rua Lúcio de Mendonça. Podendo também ter acesso de pedestres pela Rua Juvenal Guimarães. As ruas próximas ao lote são todas pavimentadas, são ruas locais. As calçadas possuem tamanho adequado para o passeio e para PCD’s (pessoas com deficiência).
67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSUNÇÃO, Maria M. S. de. Freud e a História da Educação: possíveis aproximações. In: FILHO, Luciano Mendes de Faria (org.). Pensadores sociais e história da educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2011.
BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.
BRASIL. Constituição 1988. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília,
DF,
16
jul.
1990.
Disponível
em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art266>. Acesso em: 11 nov. de 2019.
BRASIL, Ministério da Cidadania. Secretária Especial do Desenvolvimento Social, 2015. Assistência Social (SUAS). Disponível em: < http://mds.gov.br/assistenciasocial-suas>. Acesso em: 25 de Mar. de 2019.
BRASIL.
Ministério
do
Desenvolvimento
Social
(MDS)
Disponível
http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/unidades-de-atendimento/cras
em:
< >,
Acesso em: 21 dez 2019.
CASTRO, Flávio Jose Rodrigues: CRAS. a melhoria da estrutura física para o aprimoramento dos serviços: orientações para gestores e projetistas municipais. Brasília, DF: MDS, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2009. Disponível em: <http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Cras_ melhoria_fisica.pdf> Acesso em: 05/11/2019.
CÓDIGO DE MENORES. Lei nº 6.697, de 10 de outubro de 1979. Institui o Código de Menores. Disponível em: Acesso em 10 nov. 2019. 68
COUTO, Berenice Rojas et al. O Sistema Único de Assistência Social no Brasil: uma realidade em movimento. Cortez Editora, 2014.
EPORTUGAL.
Atividade:
Centro
Comunitário,
empreendedor.
c2019.
Página
Balcão
Disponível
do em:
<https://eportugal.gov.pt/empresas/Services/balcaodoempreendedor/Actividade.aspx ?IdUnico=87>. Acesso em: 28 de Mar. de 2019. ESCOLA SOCIAL MARISTA IRMÃO RUI. Ribeirão Preto – SP. Disponível em: < http://csmirrui.blogspot.com/p/noticias.html > Acesso em: 28 fev 2019
FREIRE, Mayara Limeira; ALBERTO, Maria de Fátima Pereira. Centro de Referência Especializada de Assistência Social: suporte organizacional para atuação do psicólogo. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. 16, n. 2, p. 167-182, 2013.
GARCIA, Alisson Silva. Como Funciona o Regime Semiaberto.JUSBRASIL,2015. Disponível em: <https://alissonsilvagarcia.jusbrasil.com.br/artigos/304949546/comofunciona-o-regime-semiaberto>. Acesso em: 01 de Nov. de 2019.
MARÇURA, Jurandir Norberto; CURY, Munir; DE PAULA, Paulo Affonso Garrido. Estatuto da Criança e do Adolescente. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1991
OLIVEIRA, Maria Ângela Calderari. Psicopedagogia: a instituição educacional em foco. Curitiba: Ibpex, 2007.
PREFEITURA
DE
RIBEIRÃO
PRETO.
Disponível
em:
<
https://leismunicipais.com.br/plano-de-zoneamento-uso-e-ocupacao-do-solo-ribeiraopreto-sp > Acesso em: 01 nov 2019
SPOSATI, Aldaíza. Assistência Social: de ação individual a direito social. Revista Brasileira de Direito Constitucional, v. 10, n. 1, p. 435-458, 2007.
69
TÉCNICAS,
Orientações.
Centro
de
Referência
de
Assistência
Social-
CRAS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Brasília, 2009
REFERÊNCIAS PROJETUAIS https://www.archdaily.com.br/br/906019/centro-comunitario-camburi-cru-architects https://www.archdaily.com.br/br/01-121961/centro-social-comunitario-slash-3arquitectos https://www.archdaily.com.br/br/782039/centro-sao-pio-pedro-akio-hasse
70
FACHADA 02 B +3.60 +3.15 +2.70
CAIXA D' ÁGUA
+1.35 6,00
+0.90
PROJETOR
+0.45 0.00
6,00
PROJETOR
6,00
SOBE
+1.80
6,00
ARQUIBANCADA
+2.25
MULTI-USO II
MULTI-USO I
PD: 6,00m
PD: 6,00m
+0.02
+0.02
6,50 Guarda volume
0,50
0,93
1,40
PD: 4,00m
0,90
0,90
0,90
1,67
1,00
6,52
BIBLIOTECA MULTI-USO IV
1,22
MULTI-USO III
PD: 6,00m
PD: 3,00m -0.02
8,00
PD: 6,00m
14,81
RECEPÇÃO
+0.30
+0.30
1,00
1,50
0,90
0,90
6,57
0,97 1,67
0,90
PD: 6,00m
0,90
1,22
QUADRA POLIESPORTIVA
armários
+0.02
SAN. MASC.
PD: 3,00m -0.02
0,90
0.00
SAN. FEM.
0,50
PROJEÇÃO COBERTURA
PD: 3,00m
PD: 3,00m
3,20
-0.02
1,50 0,90 1,67
0,90
0,90
1,22
0,90 1,67
0,90 1,22
0,90
-0.02 3,20
1,50
1,37
6,57
6,57
SAN. MASC.
COBOGÓ DE CONCRETO H: 1,70m
7,43
3,00
VES. FEM. -0.02
14,78
VES. MAS.
1,50 1,30
-0.02 PD: 3,00m
0,75
-0.02
4,34 3,50
4,34
3,93
12,00
PD: 6,00m 0.00
3,64
CÂMARA FRIA
COZINHA
4,38
DESPENSA
1,95
PORTARIA
ATENDIMENTO
GÁS PROJEÇÃO COBERTURA
PD:3,00m +0.02 2,47
REFEITÓRIO
+0.02
PD: 6,00m
PROJEÇÃO COBERTURA PD: 3,00m
SAÍDA DE LIXO
RECEBIMENTO
A
0.00
1,70
BAN. MAS.
BAN. PCD.
FACHADA 04
1,70
BAN. FEM.
1,75
2,65
RECEPÇÃO
5,65
ESPERA PD: 4,00m +0.02
2,00
5,00
+0.02
+0.02
5,00
5,00
+0.02
LOUSA
+0.02
-0.02 14,65
armários
SALA DE REFORÇO
SALA DE REFORÇO
PD: 4,00m
PD: 4,00m
SALA DE REFORÇO PD: 4,00m
4,00
6,07
2,00
SALA DE ATENDIMENTO II 3,85
PD: 4,00m
5,00
SALA DE REFORÇO
armários
5,01
4,00
SALA DE ATENDIMENTO I
3,85
5,00
armários
LOUSA
LOUSA
LOUSA
ALMOXARIFADO
VAGA CARGA/DECARGA
VAGA CARGA/DECARGA
VAGA CARGA/DECARGA
VAGA CARGA/DECARGA
VAGA CARGA/DECARGA
VAGA CARGA/DECARGA
FACHADA 03
RUA ALFREDO CONDEIXA
Guarda volume
0,93
0,90 2,90
RUA JUVENAL GUIMARÃES
+0.02
+0.02
6,00
10,00
8,00
armários
10,00
1,50
15,00 10,00
SAN. FEM.
0,90
0,90
0,90
1,65
COORDENAÇÃO PD: 4,00m
VAGA BICICLETA
VAGA MOT.
-0.02
VAGA CARRO
+0.02
VAGAS CARROS
PORTARIA PD:3,00m
B
FACHADA 01
RUA LÚCIO DE MENDONÇA
2
PLANTA BAIXA ESC. 1:250 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO PRETO ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: TFG EM ARQUITETURA
DOCENTE: Ms.TÂNIA M.B. FIGUEIRA FOLHA
ALUNO: NATÃ PEREIRA RODRIGUES DA SILVA PLANTA: PLANTA BAIXA
DATA: 19/11/2019
ESCALA: 1:250
02
FACHADA 02
i:10%
i:10%
i:10%
RUA JUVENAL GUIMARÃES
RUA ALFREDO CONDEIXA
i:10%
i:10%
i:10%
i:10%
i:10%
i:10%
FACHADA 04
FACHADA 03
i:10%
i:10%
i:10%
cota 60
FACHADA 01
3
RUA LÚCIO DE MENDONÇA
PLANTA DE COBERTURA ESC. 1:250 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO PRETO ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: TFG EM ARQUITETURA
DOCENTE: Ms.TÂNIA M.B. FIGUEIRA FOLHA
ALUNO: NATÃ PEREIRA RODRIGUES DA SILVA PLANTA: COBERTURA
DATA: 19/11/2019
ESCALA: 1:250
03
VISTAS
NIVEL INTERNO 0.00
8
NIVEL DA RUA
-0.02
-0,30
CORTE A-A ESC. 1:250
NIVEL DA RUA
NIVEL INTERNO +0,30
-0.30
CORTE B-B 9 ESC. 1:250
V12
V10
H=0.15
V11
V14
V13
V4
L17 H=0.15
L1
L5
L2
H=0.15
H=0.15
L11
L10
L9
H=0.15
H=0.15
H=0.15
H=0.15
V5
H=0.15
V54
L14
L13
L12
H=0.15
H=0.15
H=0.15
V6
V53
V46
V45
L8
H=0.15
V44
V42
L7
H=0.15
V3
V15
V8 V43
L4
H=0.15
V41
V40
V38 L3
V39
V2 V37
L6
H=0.15
V52
V7 V51
V1
V50
L16
V49
H=0.15
V48
V47
L15
L18 H=0.15
V9
V16
H=0.15
V36
V76
V77
L19
L20
H=0.15
V75
V33
V35
V30
V34
V29
V26
H=0.15
H=0.15
V56
V55
V17 L24
L23
L38
H=0.15
L26
L25
H=0.15
V19
V28
L32
H=0.15
H=0.15
V58 V20
L35
L36
H=0.15
V25
H=0.15
H=0.15
V59
V60 L30
V63
L29
V64
H=0.15
V65
L28
V66
H=0.15
V67
V68
L27
L34
L33
H=0.15
V22
V24
V57
H=0.15
V31
V69
V70
V72
V73
V71
H=0.15
H=0.15
V32
V18
V27
L22
L21
L37
H=0.15
V23
H=0.15
V21
H=0.15
V61
V62
V2 L31 V2
10
MALHA ESTRUTURAL ESC. 1:250 MALHA ESTRUTURAL: PILARES: 25X25cm VIGAS: ESPESSURA 25cm e tamanho variado conforme o vão. Estrutura de Treliça metalica FECHAMENTO: BLOCO DE CONCRETO LAJE: ALVEOLAR
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO PRETO ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: TFG EM ARQUITETURA
DOCENTE: Ms.TÂNIA M.B. FIGUEIRA FOLHA
ALUNO: NATÃ PEREIRA RODRIGUES DA SILVA PLANTA: CORTES E SISTEMA ESTRUTURAL
DATA: 19/11/2019
ESCALA: 1:250
05
FACHADA 02 B +3.60 +3.15 +2.70
CAIXA D' ÁGUA
+1.35 6,00
+0.90 +0.45
PROJETOR
PROJETOR
0.00
MULTI-USO I
MULTI-USO II
6,00
6,00
SOBE
+1.80
6,00
ARQUIBANCADA
+2.25
PD: 6,00m A: 42,25m
PD: 6,00m A: 42,25m
+0.02
+0.02 6,50 Guarda volume
0,50
0,93
1,40
PD: 4,00m
MULTI-USO IV
0,90
0,90
0,90
1,67
1,00
6,52
BIBLIOTECA
1,22
MULTI-USO III
PD: 6,00m
PD: 3,00m -0.02
8,00
PD: 6,00m RECEPÇÃO
+0.30
PD: 3,00m -0.02 1,00
1,50
0,90
0,97 1,67
0,90
+0.02
0,90
PD: 6,00m
0,90
1,22
QUADRA POLIESPORTIVA
armários
6,57
A: 162,73m
SAN. MASC.
A: 89,25m
0,90
0.00
A: 25,65m
SAN. FEM.
A: 924,00m
0,50
PROJEÇÃO COBERTURA
PD: 3,00m
PD: 3,00m
3,20
A: 25,65m
-0.02
1,50 1,67
0,90
0,90
1,22
0,90
0,90 1,67
0,90 1,22
0,90
-0.02 3,20
1,50
1,37
6,57
6,57
SAN. MASC.
COBOGÓ DE CONCRETO H: 1,70m
7,43
3,00
VES. FEM. -0.02
14,78
VES. MAS.
1,50 1,30
-0.02 PD: 3,00m
0,75
-0.02
4,34 3,50
4,34
PORTARIA
3,93
12,00
COZINHA PD: 6,00m 0.00
3,64
CÂMARA FRIA
4,38
DESPENSA
1,95
PD:3,00m +0.02 A: 12,00m 2,47
ATENDIMENTO
GÁS PROJEÇÃO COBERTURA
REFEITÓRIO PD: 6,00m +0.02
PROJEÇÃO COBERTURA PD: 3,00m
A. TOTAL: 399,27m
SAÍDA DE LIXO
RECEBIMENTO
A
0.00
BAN. MAS.
FACHADA 04
1,70
BAN. FEM.
1,70
2,65
RECEPÇÃO
ESPERA 5,65
PD: 4,00m +0.02
2,00
5,00
5,00
5,00
1,75
A:178,35m
VAGA CARGA/DECARGA
5,00
BAN. PCD.
14,65
PD: 4,00m +0.02
SALA DE REFORÇO PD: 4,00m +0.02
2,00
SALA DE ATENDIMENTO II
6,07
3,85
SALA DE REFORÇO
PD: 4,00m +0.02
4,00
SALA DE ATENDIMENTO I
armários
SALA DE REFORÇO
A:29,53m
3,85
PD: 4,00m +0.02
A:29,53m
5,00
SALA DE REFORÇO
A:29,53m
ALMOXARIFADO
4,00
A:29,53m 5,01
VAGA CARGA/DECARGA
VAGA CARGA/DECARGA
VAGA CARGA/DECARGA
VAGA CARGA/DECARGA
VAGA CARGA/DECARGA
FACHADA 03
RUA ALFREDO CONDEIXA
Guarda volume
0,93
0,90 2,90
RUA JUVENAL GUIMARÃES
+0.30 A: 89,25m
14,81
+0.02
+0.02
6,00
10,00
8,00
armários
10,00
1,50
15,00 10,00
SAN. FEM.
0,90
0,90
0,90
1,65
COORDENAÇÃO PD: 4,00m
VAGA BICICLETA
VAGA MOT. VAGA CARRO
VAGAS CARROS
A: 12,00m +0.02
-0.02
PORTARIA PD:3,00m
B
FACHADA 01
RUA LÚCIO DE MENDONÇA
6
PLANTA BAIXA ESC. 1:250
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO PRETO ARQUITETURA E URBANISMO DISCIPLINA: TFG EM ARQUITETURA
DOCENTE: Ms.TÂNIA M.B. FIGUEIRA FOLHA
ALUNO: NATÃ PEREIRA RODRIGUES DA SILVA PLANTA: PLANTA (SEM LAYOUT)
DATA: 19/11/2019
ESCALA: 1:250
06
CORTE A-A
CORTE B-B B
RUA ALFREDO CONDEIXA
A
RUA JUVENAL GUIMARÃES
+0.30
COTA 600
B
RUA LÚCIO DE MENDONÇA
7
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO PRETO
TOPOGRAFIA
ARQUITETURA E URBANISMO
ESC. 1:250 DISCIPLINA: TFG EM ARQUITETURA
DOCENTE: Ms.TÂNIA M.B. FIGUEIRA FOLHA
ALUNO: NATÃ PEREIRA RODRIGUES DA SILVA PLANTA: TOPOGRAFIA
DATA: 19/11/2019
ESCALA: 1:250
07