EQUIPAMENTO DE DESCANSO URBANO : ENTRE A CASA E A CIDADE
EQUIPAMENTO DE DESCANSO URBANO : ENTRE A CASA E A CIDADE
Nathália Furlan Rossi Orientadora: Ana Lucia Ferraz Trabalho Final de Graduação
Arquitetura e urbanismo Ribeirão Preto 2013
Agradeço primeiramente a Deus que tornou possível a realização deste sonho, me dando a força necessária para seguir em frente e não me deixando desistir mesmo nos piores momentos.
Só quem faz arquitetura sabe o quanto
é difícil
chegar até o fim, são muitas madrugadas em claro, tensões e desesperos que colocam nossos limites a prova em cada semestre cursado. Porém, apesar dos desafios e obstáculos eu cheguei até aqui, e não foi nada fácil, entretanto ninguém disse que seria.
A cada escolha que se faz na vida, deve-se fazer também uma renúncia aproveito o ocasião para pedir desculpas à
minha família e amigos pelas várias vezes em que me ausentei,
Aos meus pais e irmãs, agradeço pela compreensão, apoio e incentivo que me deram durante minha jornada, pela educação e pelo amor que demostraram ao decorrer dos meus 22 anos de existência. Um amor que muitas vezes foi rude e enérgico, mas se não fosse assim, certamente hoje eu não seria o que sou.
Devido aos vários dias passados fora de casa, fui “adotada” por cinco vezes, e essas novas famílias foram de fundamental importância para a conclusão dessa etapa, a vocês: Mário e Susen, Paulo e Tininha, Paulo e Rogéria, Candião e Edina, João e Ludmila, minha gratidão eterna pelo carinho com que me
agradecimento
deixando de participar momentos únicos.
acolheram, fazendo-me sentir realmente parte da família.
Agradeço também a todo corpo docente da UNISEB, pela dedicação e pelos ensinamentos teóricos que nos foram prestados, especialmente à Ana Ferraz, orientadora deste trabalho, por ter aceito o desafio de me orientar, e fez isso com muita paciência e da melhor maneira possível. Em paralelo, não posso deixar de citar minha gratidão a uma das pessoas que, apesar do pouco tempo de convivência, sempre foi muito compreensiva e dividiu comigo seus conhecimentos práticos , me dando força e me incentivando a cada dia. Sí, como já disse uma vez, você e toda equipe do escritório foram anjos que Deus colocou no meu caminho, espero um dia poder retribuir com o mesmo carinho,
agradecimento
tudo o que vocês fizeram e ainda fazem por mim.
Finalmente
agradeço
aos
que
fizeram
parte
integralmente dessa caminhada. Pessoas que vivenciaram cada
momento, sejam eles tristes ou felizes, me dando forças, me encorajando, me fazendo rir e muitas vezes chorar também: Tiago, Paula, Tito, Lucas, Aécio, Luiz, e o mais novo amigo, porém não menos importante Bruno (ou Dove pra quem preferir). Vocês foram parte fundamental da minha formação, e se não fosse por vocês, não teria a mesma graça.
INTRODUÇÃO
1. ESPAÇO PÚBLICO E O DESCANSO
1.1 Nômades urbanos 1.2 O descanso e o trabalho 1.3 Atividades urbanas / Atividades domésticas – Fronteiras
2. ESPAÇOS FRONTEIRIÇOS
2.1 Espaço doméstico fronteira com espaço urbano 2.1.1 N.A House 2.1.2 House before house 2.1.3 Final wooden house 2.1.4 Primitive future house 2.2 Espaço urbano fronteira com espaço doméstico 2.2.1 City lounge
2.2.2 Hammock House
3. EQUIPAMENTO DE DESCANSO URBANO
3.1 Áreas urbanas – A praça como espaço construído 3.1.1 Iconografias urbanas – A realidade de Ribeirão Preto
sumário
2.2.3 Fragile Shelter
3.2 O ícone casa e a relação com o ser humano 3.2.1 Propostas 3.2.2 A Dobra 3.2.3 O Casulo
sumário
4
BIBLIOGRAFIA
A cidade sempre foi um local de extrema importância
4
na vida do ser humano, cenário onde começaram as primeiras experiências de troca e formação de sociedade. É impossível falar em cidadão sem falar em cidade, os dois estão relacionados e um depende do outro para continuar existindo.
Como consequência da evolução dos tempos, da tecnologia e das grandes expansões sofridas pelas cidades do mundo todo,
houve um aumento do número de pessoas
dependentes do meio urbano transformando a relação entre homem e
Deste modo se faz necessário que a cidade se apresente como um porto seguro à seus usuários, um local de conforto que ofereça oportunidades e dê possibilidades de se desenvolver atividades corriqueiras de maneira natural, fazendo
O objetivo deste trabalho é apresentar, em três capítulos, o desenvolvimento de um equipamento público urbano que funcione como extensão da habitação, tornando a cidade mais participativa no cotidiano da população. Um local multifuncional que
possa
atender
às
necessidades
de
seus
usuários
proporcionando conforto e bem estar, quebrando a barreira entre o público e o privado e encorajando os usuários a desfrutarem do seu direito de cidadãos.
introdução
dela o segundo lar dos cidadãos.
5 Capítulo I: ESPAÇO PÚBLICO E O DESCANSO Contextualização histórica do modo de vida dos nômades da pré história, relacionada com os atuais estilos de vida da população, que, devido às exigências do cotidiano, se transformaram em novos nômades urbanos dependendo cada vez mais do espaço público.
Capítulo II: ESPAÇOS FRONTEIRIÇOS Leituras e análises projetuais de obras que tratam o espaço íntimo e privado da casa como verdadeiros equipamentos de intensa relação com o entorno e projetos de utilização pública que tem como objetivo levar o espaço doméstico para o espaço urbano como se um fosse a extensão do outro.
Capítulo III: EQUIPAMENTO DE DESCANSO URBANO Aborda a realidade dos cidadãos nômades da cidade de Ribeirão Preto e a ausência de espaços públicos destinados ao
introdução
descanso urbano. Apresenta propostas projetuais a fim de solucionar esta problemática amenizando o estresse e aumentando a qualidade de vida dos usuários.
6
1.1 NÔMADES URBANOS Segundo a definição do dicionário Aurélio (1988, p. 456), nômades. S.m. Pl. Povos que não pertencem a determinado
nomadismo, que é o nome dado ao modo de viver do ser humano naquela
época.
Tratava-se
de
tribos
que
se
deslocavam
constantemente em busca de alimentos e possíveis condições de vida. Com a descoberta da agricultura esta prática foi se extinguindo, pois a partir do momento em que as tribos eram capazes de produzir seu próprio alimento, não havia mais a necessidade de se deslocarem para garantir sobrevivência.
Séculos se passaram e o nomadismo ainda era uma questão evidente na vida humana.
Após os efeitos da segunda guerra mundial, uma grande
evolução
econômica
se
manifestou
nos
países
desenvolvidos, impulsionando o desenvolvimento tecnológico e a expansão da comunicação.(MONTANER, 1993)
Sob o entusiasmo do progresso, muitas evoluções Figura 01
surgiram também na área da arquitetura e foi neste momento que se originou o grupo Archigram.
I
Ao estudarmos a pré-história nos deparamos com o
espaço público e o descanso
país e vagueiam sem residência fixa.
7 Com ideias inovadoras e um tanto quanto ousadas, o grupo
de
arquitetos
revolucionou
o
tradicional
conceito
arquitetônico na década de sessenta, propondo novos modos de
I
espaço público e o descanso
viver como, por exemplo, cidades intergalácticas.
A arquitetura projetada pelo Archigram baseava-se nos novos meios de transportes e novos meios de comunicação, deste modo os projetos tinham como princípios básicos mobilidade, flexibilidade,
instabilidade,
mutabilidade,
instantaneidade,
efemeridade, obsolência e reciclagem. (SILVA, 2004)
Tais características podem ser encontradas na Walking Cities, que trata-se de cidades nômades, podendo estar localizada em qualquer terreno, inclusive dentro d’água.
Apesar de pensar nas necessidades da população para o momento em que viviam e propor soluções repletas de
tecnologia e nomadismo, as ideias do grupo eram consideradas utópicas e confrontavam o pensamento de muitos arquitetos tradicionais da época.
Atualmente, após mais de meio século da criação do Archigram, uma nova tipologia de nômade circula por todas as cidades do mundo, é o chamado nômade urbano. Apesar do nome, este nômade possui algumas características diferentes se comparado ao nômade da pré-história. Figura 02
Esta nova tipologia se refere a um grande número de pessoas,
8
jovens, adultos, trabalhadores, desempregados, negros e brancos, que possuem uma habitação, porém passam a maior parte de seus dias fora dela, fazendo do meio urbano o local onde se executam
Nômades urbanos significa uma nova definição para a integração da espacialidade (espaço onde ocorre a vida, o trabalho, a brincadeira e interação com os
outros), tempo (período
de tempo em que eles
vivem
fora de casa), a relação entre o corpo e o mundo
exterior (a forma como
eles se movem, transportando a partir de um lugar para outro), as
suas
identidades (personalidade) e seu corpo para
formar um novo estilo de
vida. (UTOMO, 2004)
São muitos os motivos que fazem dos cidadãos novos nômades urbanos, isto pode acontecer com pessoas que trabalham em cidades diferentes das que residem, com estudantes que saem de suas casas para cursarem o nível superior em outras cidades, com trabalhadores que fazem da evolução tecnológica e da mobilidade suas aliadas, tornando possível o trabalho fora do
I
recrear, se alimentar e descansar.
espaço público e o descanso
todas as suas atividades básicas do cotidiano, tais como trabalhar,
9 ambiente físico e o deslocamento para várias regiões da cidade.
Independente dos motivos que tornam os cidadãos
I
espaço público e o descanso
novos nomades urbanos, todos eles possuem uma caracteristica em comum, a dependência e a interação com o meio urbano.
Sendo assim, essas características coloca este grupo de cidadãos na mesma categoria dos conhecidos “sem teto”, que também podem ser considerados nômades urbanos devido ao seu modo de vida transitório.
Aos olhos da maioria, os sem teto ou moradores de rua, são vistos como marginais e transferem a
ideia de
vagabundagem, pois vivem às margens da sociedade ocupando áreas degradadas e fazendo da cidade um não lugar onde, apesar de ser esse o seu espaço privado, é simultâneamente uma ferramenta de transição.
1.2 O DESCANSO E O TRABALHO
10
Durante a revolução industrial as pessoas eram submetidas a longas jornadas de trabalho em condições insalubres.
e esquecem-se que o corpo e a mente precisam de descanso para, posteriormente, obter melhor desempenho.
Essa postura, exercida pela população, ocorre devido aos avanços tecnológicos, à busca por uma boa formação superior, à luta para garantir um bom cargo de trabalho ou mesmo uma promoção dentro da empresa, o que exige cada vez mais empenho, esforço e dedicação.
A atual rotina de vida, não só dos ditos “nômades urbanos”, mas de toda população mundial, faz com que pessoas
fiquem sob constante estresse proveniente da grande carga de compromissos assumidos e da pressão exercida pelos fatores externos de trabalho e estudo.
De acordo com o artigo Descanso: uma questão de saúde e uma necessidade humana de Bernt Entschev (2010), o estresse se manifesta em quatro áreas diferentes: Figura 03
I
trabalhadores se submetem voluntariamente às mesmas propostas
espaço público e o descanso
Atualmente, apesar da criação de benéficas leis trabalhistas, os
11 [...] na mente (preocupação, má avaliação,
indecisão,
decisões
apressadas, pesadelos, negatividade);
I
espaço público e o descanso
no comportamento (perda de apetite, fumo, alcoolismo, inquietude, insônia, desinteresse
sexual,
propensão
a
acidentes); nas emoções (perda de confiança, irritabilidade,
ansiedade depressão,
extrema, apatia,
medo); e, por fim, no corpo (dores de cabeça,
infecções,
tensão
muscular,
distensão
muscular,
fadiga, falta de ar, irritações na pele).
Além do estresse apresentado acima, a falta de descanso na jornada de trabalho pode causar queda de desempenho, coordenação motora prejudicial, comprometimento da capacidade de raciocínio, queda de imunidade fisiológica como o desgaste dos neurônios, fazendo de tarefas simples, algo com alto teor de complexidade. (NUNES, 2011)
O descanso é uma necessidade do corpo humano e não, como tido por muitos, uma regalia. Deste modo, os momentos destinados a ele, sejam horários de almoço, finais de semana, feriados e ou férias, devem ser cumpridos de maneira adequada, cabendo às pessoas o desligamento físico e mental com o trabalho,
pois caso isso não ocorra, pode haver baixo desempenho em
12
atividades simplesmente corriqueiras.
Considerando os efeitos da falta de descanso,
Figura 04
com que retomem o rendimento desejado após este período.
Contudo, ainda há um considerável número de
Figura 05
pessoas que não desfrutam desse beneficio, seja por falta de iniciativa nas empresas ou mesmo nas escolas com seu corpo discente que não destinam um momento do dia para que o repouso aconteça, por serem nômades urbanos, não possuindo um local adequado para a realização do descanso. Figura 06
Neste caso, como fazem as pessoas para exercerem seus direitos de repouso?
É neste momento que nos deparamos com a Figura 07
conexão existente entre cidadão e cidade.
Habitualmente
encontram-se
pessoas
transformando, instintivamente, todo e qualquer espaço urbano em espaço de descanso, utilizando bancos de praças como sofás, calçadas das ruas como camas e até mesmo seus veículos como quartos. Figura 08
I
para que o funcionário possa relaxar e repor as energias, fazendo
espaço público e o descanso
algumas empresas disponibilizam atualmente, áreas e momentos
13 1.3
ATIVIDADES
URBANAS
/
ATIVIDADES
DOMÉSTICAS
-
FRONTEIRAS
I
espaço público e o descanso
Até o inicio do século XIX a cidade exercia maior influência na vida das pessoas, porém a mudança do papel da mulher na estrutura social fizeram com que este cenário mudasse. A partir de então a mulher portava uma postura voltada ao lar, enquanto o homem mantinha sua relação com o meio urbano.
os manuais domésticos prescreviam um sistema no
qual os homens podiam
se mover entre o lar e o exterior, mas as mulheres não; os homens precisavam
ser
persuadidos
para
voltarem para casa, enquanto as mulheres tinham que solicitar a aprovação do seu desejo para sair do lar. (Marcus, 1999 apud MOTA; Nelson, 2011, p. 522)
Mediante esse fato, as mulheres, com o intuito de manter seus maridos em casa, começaram a levar para seus lares atrativos e atividades urbanas, tais como salão de jogos, escritório, sala de fumar entre outros.
o lar assemelhava-se a um clube ao tornar-se um
local de conato social
entre
homens,
um
lugar
onde
14
eles pudessem tomar conta de tudo aquilo que
requer o
contato
com outros homens, tornando-se
espaço onde a
mulher provia os desejos do homem.” (Marcus, 1999 apud MOTA; Nelson, 2011, p. 522)
Mediante essa postura, houve o afastamento de
parte da população em relação às cidades, pois como a maioria do que se buscava fora poderia ser encontrado em casa, já quase não havia mais a necessidade de se relacionar com o meio urbano.
A cidade assumia, nesse momento, um papel negativo aos olhos da burguesia, lhe representava perigo e passou a se apresentar como algo desconhecido, fazendo da habitação um porto seguro onde a família, então, estaria confortavelmente reunida. (MOTA, 2011)
Atualmente, apesar das transformações ocorridas
durante dois séculos, a característica introspectiva tem se firmado cada vez mais nos centros urbanos através da implantação de condomínios fechados. Estes se constituem passando a falsa imagem de cidades, possuindo áreas comerciais e atrativos, tais
I
assumir como um
espaço público e o descanso
uma espécie de bordel por se
15
como, áreas de lazer, quadras poliesportivas, salões de festas, enfim, uma variedade de “benfeitorias” que iludem a população e das quais a maioria não utilizam, porém arcam com seus custos
I
espaço público e o descanso
para que sejam mantidas.
O resultado da expansão da cidade por condomínios fechados é a criação de uma fronteira entre o cidadão e a cidade, afastando o primeiro cada vez mais do segundo.
Paradoxalmente, a postura da sociedade atual faz com que a população anseie, a cada dia mais, alcançar novos objetivos, atingir novas metas, fazendo com que as pessoas passem a maior parte do dia fora de suas casas, o que ocasiona grande dependência da cidade para executar atividades básicas diárias tais como trabalhar e alimentar-se, trazendo, por consequência, a necessidade do descanso. Contrapondo-se com a ideia .de totalidade, oferecida pelo condomínio, o espaço público precisa
atender a este cidadão, oferecendo-lhe, conforto, segurança e tranquilidade.
Ainda há uma parcela considerável de pessoas, denominadas dependentes do espaço público, que não se sente à vontade para deitar-se em um banco de praça ou em uma calçada, pois enxergam naquele espaço, algo que não lhes pertencem, onde há
transeuntes
e
circulação
de
veículos
o
que
causa
constrangimento e faz com que a pessoa seja incapaz de exercer
Figura 09
16
seu livre arbítrio.
Esta reação da população, em relação ao espaço público urbano, se deve à fronteira existente entre espaço urbano e
utilizado da mesma maneira que o espaço privado, promovendo preconceito social pelos que assim o fazem.
Figura 10
Em compensação há quem ultrapasse as barreiras impostas pela sociedade e criam uma nova fronteira, dessa vez uma barreira física e não mais comportamental, entre o espaço público com o doméstico.
Para exemplificar esta fronteira, o capítulo a seguir relaciona obras que mostram a transição dos espaços domésticos para o espaço público, tornando a casa cada vez mais próxima de
um equipamento urbano e vice versa.
Figura 11
A cidade é como uma casa grande e a casa, por sua vez, é como uma cidade pequena” (Alberti apud BRANDÃO, 2000. p.212)
Figura 12
I
pela sociedade, que impede que o espaço público possa ser
espaço público e o descanso
espaço doméstico, já dito anteriormente. Existem limites impostos
17 2.1 ESPAÇO DOMÉSTICO FRONTEIRA COM ESPAÇO URBANO
A utilização das obras de Sou Fujimoto como exemplo de espaço fronteiriço entre a casa e a cidade, ocorre devido ao conceito projetual utilizado pelo arquiteto, que relaciona os espaços equilibrando privacidade e relações sociais. Deste modo, produz espaços ambíguos oriundos de ideias opostas, como por exemplo, publico e privado, interior e exterior, casa e cidade, promovendo uma ideia de totalidade, onde há “externalização” do interior e “internalização”do exterior. (2G Revista Internacional de
II
espaços fronteiriços
Arquitetura, 2009)
Ao aplicar as características acima, Sou Fujimoto apresenta novas propostas de modos de morar. Trabalhando a essência da arquitetura, ele desenvolver
espaços
utiliza conceitos primitivos para
contemporâneos
que
questionam
o
tradicionalismo arquitetônico ainda presente no século XXI.
As obras apresentadas a seguir (1- N.A. House, 2House Before House, 3- Final Wooden House e 4- Primitive Future House) constituem, em ordem de apresentação, a evolução do conceito de habitação, onde o arquiteto descaracteriza o modelo tradicional propondo espaços primitivos que fazem da habitação um equipamento urbano, fato que fortalece as relações entre casa e cidade.
18 2.1.1 N.A HOUSE Arquitetos: Sou Fujimoto Architects Localização: Tóquio, Japão A N.A. House retrata o conceito de mobilidade, ser nômade dentro da própria casa. Através dos vários níveis que constituem o projeto, Sou Fujimoto trata do homem em trânsito, associando a casa a uma árvore onde
O ponto intrigante de uma árvore é que esses lugares não são hermeticamente isolados, mas são conectados uns aos outros em sua relatividade única […] (Fujimoto, 2012 apud ALVES, Jorge Figura 14
2012)
II
Figura 13
espaços fronteiriços
cada atividade está situada em uma ramificação.
19 Primeiro piso: 1 Hall de entrada
4 Banheiro
2
Garagem
12 Armário
3
Dorm. hóspedes
Acesso
II
espaços fronteiriços
Circ. vertical
Figura 15
Segundo piso: 5 Cozinha
8 Loft
6
Jantar
9
7
Living
12 Armário
Circ. vertical
Terraço Figura 16
20 Apesar de ter um programa definido, todas as áreas da casa são de usos flexíveis, fazendo com que o programa inicial possa ser alterado. Os níveis assumem diferentes funções de acordo com as necessidades seus usuários
Figura 17
Terceiro piso:
Figura 19
9 Terraço
12 Armário
10 Dorm.
13 Banheiro
11 Closet
14 Lavanderia
15
Biblioteca Circ. vertical
II
Figura 18
espaços fronteiriços
P R O G A M A
21 O projeto consiste em 21 pisos individuais dispostos em diversos níveis. A escolha dos materiais proporciona a sensação de inexistência de lugar, devido sua transparência assumindo mais características de obra de arte do que habitação. A circulação vertical ocorre por escadas móveis, porém os 21 pisos também dão acesso aos outros níveis
II
espaços fronteiriços
Figura 21
Figura 22
Figura 20
Estrutura metálica branca Pisos em bétula branca matizada Figura 23
22 Público x Privado, Interior x Exterior quais são os limites da habitação?
Contraste entre a leve transparência da proposta de Sou Fujimoto e a massa sólida e pesada do entorno de onde a Figura 25
mesma está inserida. A utilização de planos de vidro como vedação proporciona total integração tanto entre os vários níveis da casa como entre o ambiente interno e externo Para
garantir
privacidade
aos
moradores,
os
Figura 26
Figura 24
Módulos geométricos, regulares e sobrepostos Figura 27
II
período noturno, a privacidade é garantida através de cortinas.
espaços fronteiriços
banheiros e áreas de vestir possuem materialidade diferente. No
23 2.1.2 HOUSE BEFORE HOUSE Arquitetos: Sou Fujimoto Architects Localização: Utsunomiya, Japão Neste projeto, Sou Fujimoto busca influências primitivas de modos de vida para projetar o futuro. Com a
disposição aleatória dos blocos, ele proporciona ao projeto um desenvolvimento natural que ocorre através da permissão da paisagem.
II
espaços fronteiriços
TÉRREO:
Terreno
Banheiro Dormitório casal
Cozinha
Dormitório de hóspedes
Banco Depósito
Figura 28
Figura 29
24 PRIMEIRO PISO: Terreno Banheiro Sótão Sala de descanso Dormitório crianças Figura 32
Terraço
SEGUNDO PISO: Terreno Sala de estudos Figura 33
Figura 34
Mirante
Figura 31
II
Figura 30
espaços fronteiriços
Depósito
25 Ao propor esta implantação, Sou Fujimoto dilui o programa da casa pelo terreno de 163 m² promovendo integração entre o espaço interno e externo através das escadas. Deste modo as duas áreas exercem funções conjuntas no cotidiano dos moradores, pois uma depende da outra. Figura 36
` A estrutura da casa ocorre através de chapas de aço pré-fabricadas tradadas no exterior para aumentar a resistência contra intempéries. As escadas metálicas externas também
II
espaços fronteiriços
possuem função estrutural além da circulação.
Além do aço, a habitação possui isolamento térmico
através de espuma de poliuretano, acabamento em pranchas de madeira e vidro como fechamento, o que permite maior integração dos espaços Figura 37
Figura 35
Figura 38
26 2.1.3 FINAL WOODEN HOUSE Arquitetos: Sou Fujimoto Architects Localização: Kumamoto, Japão Habitação projetada com a utilização de técnicas primitivas, características do passado para criar uma arquitetura
Figura 40
Creio que uma casa não tem que ser necessariamente uma casa. Uma casa é um lugar para a vida humana, e um lugar para a vida humana não está condenado a ser uma casa. (2G Revista Internacional Figura 41
de Arquitetura, 2009, p. 96)
II
Figura 39
espaços fronteiriços
nova.
27
A casa constitui-se a partir do empilhamento de blocos de madeira com seção de 35 cm. O modo com que Sou Fujimoto dispõe esses blocos faz com que a modulação formada crie os vãos de para iluminação, ventilação e acesso. A vedação feita por folhas de vidro que permitem a entrada de luz e ventilação
Figura 43
II
espaços fronteiriços
REGULARIDADE E SIMETRIA
Figura 44
Figura 45
Figura 42 Figura 46
A casa constitui-se a partir do empilhamento de blocos de madeira com seção de 35 cm.
28
O modo com que Sou Fujimoto dispõe esses blocos faz com que a modulação formada crie os vãos de para iluminação, ventilação e acesso. Figura 48
A vedação feita por folhas de vidro, permite a entrada de luz e ventilação A disposição das toras de madeira cria um layout que proporciona vários tipos de utilização, de modo que o material desempenha todas as funções, piso, teto, paredes, estrutura,
A utilização do vidro permite integração com o exterior e cada abertura emoldura paisagens distintas do entorno
Figura 50
Figura 47 Figura 51
espaços fronteiriços
mobiliário...
II
Figura 49
29 2.1.4 PRIMITIVE FUTURE HOUSE Arquitetos: Sou Fujimoto Architects Localização: Basel, Suíça Característica primitiva, experiência entre o natural e o artificial. Estar na floresta quando na realidade se está em casa.
O projeto constitui-se por 11 placas acrílicas conectadas em ângulos. Devido sua materialidade a casa se relaciona integralmente com o entorno causando a sensação de
II
espaços fronteiriços
inexistência.
Figura 52
Figura 53
O projeto assume forma regular e simétrica que se
30
dissolve aos olhos do observador devido sua transparência.
Para garantir privacidade, foram implantados tubos onde foram colocadas vegetação que também tem como função
Figura 56
Figura 57
espaços fronteiriços
Figura 55
ajudar no desempenho térmico do local.
II
Figura 54
31 É evidente que, apesar de serem projetos diferentes e de estarem inseridos em locais distintos no meio urbano, as quatro propostas habitacionais apresentadas, baseiam-se na arquitetura primitiva, buscam nos primórdios características para representarem novos conceitos de habitar e de se relacionar, seja a relação entre pessoa e habitação, habitação e terreno, habitação e natureza ou todas elas juntas em um mesmo projeto, fazendo da casa parte integrante da cidade.
Figura 58
Deste modo, Sou Fujimoto abstrai o conceito de casa
II
espaços fronteiriços
transformando-a cada vez mais próxima de um equipamento
Figura 59
Figura 60
Figura 61
32 2.2 ESPAÇO URBANO FRONTEIRA COM ESPAÇO DOMÉSTICO
Considerando Figura 62
as
necessidades
dos
cidadãos
dependentes do meio urbano, já apresentadas anteriormente, foram elaboradas propostas com o intuito melhorar a rotina dessas pessoas amenizando os efeitos causados pelo estresse do cotidiano. Trata-se da criação de áreas e de equipamentos exclusivos para o descanso urbano, onde se pode exercer atividades diversas de acordo com as necessidades de cada usuário, estabelecendo uma
sucedidas, que tem como objetivo proporcionar à população conforto e sensações de bem estar no espaço público urbano, Figura 63
quebrando a barreira entre o público e o privado e encorajando os usuários a desfrutarem do seu direito de cidadãos.
Para representar esses espaços, os projetos a seguir (1 -
City Lounge, 2
representam Figura 64
o
- Hammock House, 3 -
descanso
urbano,
são
Fragile Shelter)
equipamentos
que
proporcionam aos usuários uma oportunidade de se sentirem em casa mesmo estando fora dela, como se a rua fosse extensão do lar.
Figura 65
II
Atualmente existem algumas experiências bem
espaços fronteiriços
relação saudável entre cidadão e cidade.
33 2.2.1 CITY LOUNGE Arquitetos: Carloz Martinez Localização: ST. Gallen, Suíça Inversão de papeis: espaço urbano como espaço privado. A área é dividida de acordo com a utilização do espaço possuindo um programa definido assim como nas
II
espaços fronteiriços
habitações.
O local possui sala de estar, sala de negócios, sala de relaxamento, sala de café, área verde e todas essas áreas são demarcadas por um grande tapete vermelho constituído de borracha, o que o torna macio e resistente. A escolha dessa materialidade proporciona conforto, aconchego e bem estar aos usuários.
Figura 66
Figura 67
Todo mobiliário do lounge também é constituído
34
pela mesma borracha do tapete, o que o torna uma estrutura única e acolhedora, e nenhum deles possuem quinas fortalecendo a sensação de conforto. Figura 69
Apesar de possuir áreas que permitem o trânsito de veículos, onde a velocidade máxima deve ser de 20 km/h, a maior
Figura 71
Figura 68
Figura 72
II
Figura 70
espaços fronteiriços
parte do lounge é de uso exclusivo do pedestre.
35 2.2.2 HAMMOCK HOUSE Arquitetos: Heri & Salli Localização: Viena, Áustria Situada em um parque de Viena, a Hammock House destaca-se devido ao contraste existente entre sua arquitetura contemporânea e os edifícios góticos e barrocos do entorno. (Trendzona, 2012)
Trata-se de um equipamento de cinco andares por
II
espaços fronteiriços
onde estão distribuídas várias rede que proporcionam momentos de descanso e relaxamento aos usuários do parque bem como aos
transeuntes locais.
[...] é um espaço aberto onde os visitantes podem encontrar um novo lar. Ele também pode servir como um oásis de relaxamento e um símbolo de uma esfera pública vertical. (Flederhaus / Heri & Salli" 07 Jul 2011. ArchDaily. Accessed 21 Aug 2013.
Figura 73
O projeto é constituído por uma estrutura metálica
36
revestida em madeira, o que gera aconchego e conforto atraindo os usuários. Figura 75
Em seu núcleo está localizada a caixa de circulação vertical, também em metal, que proporciona o acesso entre os cinco pavimentos do equipamento.
No entanto, as redes não possuem local fixo, Figura 76
podendo ser dispostas no pavimento de acordo com a imagem
Figura 77
Figura 78
Figura 74
Acessos e circulações Possibilidades de distribuição das redes Figura 79
II
vista distintos em relação à paisagem.
espaços fronteiriços
abaixo, proporcionando flexibilidade de espaço e gerando pontos de
37 2.2.3 FRAGILE SHELTER Arquitetos: Hidemi Nishida Localização: Sapporo, Japão O abrigo possui conceito primitivo, destinado para usuários transitórios. Constitui-se por seis unidades implantadas em diferentes níveis gerando uma variação de alturas que cria degraus
II
espaços fronteiriços
em seu interior, sendo utilizados como mobiliário.
Figura 80
Figura 81
Figura 82
Figura 83
38 Devido sua materialidade (estrutura em madeira revestida com plástico translucido) o abrigo se integra com o entorno não havendo limites entre interior e exterior.
A elevação da estrutura permite a implantação em qualquer terreno, fazendo do local algo universal.
Ao anoitecer, a iluminação interna em conjunto com
Figura 85
II
Figura 84
espaços fronteiriços
a materialidade, fazem do abrigo um marco na paisagem.
III
equipamento de descanso urbano
39
3.1 ÁREAS URBANAS – A PRAÇA COMO ESPAÇO CONSTRUÍDO
Após análises anteriores, foram definidas como proposta inicial de implantação, as praças centrais de Ribeirão Preto, pois estão localizadas em áreas de grande adensamento e que carecem de infra estrutura.
Entretanto, apesar dessa predefinição, a real intenção é que o equipamento proposto seja utilizado em várias áreas da cidade, como canteiros centrais, miolo de quadra, parques, etc. Segundo dados do IBGE de 2012, Ribeirão Preto possui um território de 650.366 km², sendo que 127.309 km² deste total, encontra-se na área urbana do município. É constituído por 619. 746 habitantes, sendo o oitavo município mais populoso do estado de São Paulo (desconsiderando as cidades conurbadas que constituem a região metropolitana de São Paulo, Ribeirão Preto é o
terceiro município mais populoso do estado, ficando atrás apenas da capital e de Campinas).
O
constante
crescimento
populacional
e
a
desenfreada expansão urbana, fez com que o adensamento populacional fosse igual a 952.92 hab./km² no ano de 2012. Esta estatística cresce a cada ano e simultaneamente o quadrilátero central da cidade (composto pelas avenidas Francisco Junqueira, Independência, Nove de Julho e Jerônimo Gonçalves) se apresenta
Figura 86
ambulante além de toda área comercial local, institucional e de prestação de serviços.
A partir dos dados citados, constata-se que em meio de tanto adensamento, poluição visual e sonora, é praticamente impossível obter momentos de descanso devido à falta de um local físico específico que seja capaz de proporcionar bem estar aos usuários desta área. Figura 87
Ribeirão Preto possui atualmente 234 praças, sendo que 6 estão situadas no quadrilátero central: Praça XV de Novembro, Praça Carlos Gomes, Praça das Bandeiras, Praça Barão do Rio Branco, Praça Luiz de Camões e Praça Sete de Setembro. Além delas, o município conta com 7 parques, porém, a utilização maior ocorre no Parque Luís Roberto Jábali (mais conhecido como
Curupira), Carlos Raya e Maurílio Biagi. (MEDEIROS, 2012) Figura 88
Entretanto, com exceção do parque Maurílio Biagi que está localizado às margens do quadrilátero, nenhum dos parques que constituem parte do sistema de lazer da cidade, encontra-se na área central, fazendo com que as seis praças já citadas, sejam os únicos espaços de uso público urbano disponíveis para práticas de relaxamento e descanso nessa área. Figura 89
equipamento de descanso urbano
públicos e particulares, circulação de transeuntes, comércio
40
III
como um emaranhado de arranha céus, tráfego intenso de veículos
III
equipamento de descanso urbano
41
De acordo com Kevin Lynch: [a praça] Este é um modelo diferente de espaço aberto urbano,
tomado
fundamentalmente das cidades históricas europeias. A praça pretende ser um foco
de atividades no coração de alguma área “intensamente” urbana. Tipicamente, ela será
Figura 90
pavimentada e definida por
edificações de alta densidade e circundada por ruas ou em contato com elas. Ela contém elementos que atraem
grupos de pessoas e facilitam encontros: fontes, bancos, abrigos e coisas parecidas. (Kevin Lynch, 1987 apud ALEX; Sun, 2008, p. 23).
Em análise do comportamento dos usuários e
transeuntes das praças centrais, nota-se que, apesar de estarem situadas no centro do município, há diferentes reações e modos de
Figura 91
utilização. Ao mesmo tempo, em que algumas acolhem a população promovendo interação entre cidadão e cidade, outras transmitem insegurança e perigo, afastando seus possíveis usuários. De Acordo com Sun Alex (2008), esse comportamento acontece devido projetos inadequados, apropriações indevidas por ocupações informais de camelôs ou acampamentos de moradores de rua e estratégias de manutenção que impedem o acesso público. Figura 92
4
2
3
6 5
Figura 93
AVENIDA NOVE DE JULHO AVENIDA INDEPENDÊNCIA AVENIDA DR. FRANCISCO JUNQUEIRA AVENIDA JERÔNIMO GONÇALVES
1 – PRAÇA XV DE NOVEMBRO 4 – PRAÇA DA BANDEIRA 2 – PRAÇA CARLOS GOMES
5 – PRAÇA 7 DE SETEMBRO
3 – PRAÇA RIO BRANCO
6 – PRAÇA LUIS DE CAMÕES
III
1
equipamento de descanso urbano
42
III
equipamento de descanso urbano
43
3.1.1
ICONOGRAFIAS URBANAS – A REALIDADE DE RIBEIRÃO
PRETO
PRAÇA XV DE NOVEMBRO: Considerada uma das principais praças de Ribeirão Preto, a Praça XV, como é popularmente conhecida, possui intensa utilização durante todo período comercial. Trata-se de consumidores do comércio central, trabalhadores que fazem do espaço seu local de descanso nos
Figura 94
horários de almoço, comerciantes ambulantes , além da presença esporádica de grupos de manifestantes, rodas de capoeira, grafiteiros, moradores de rua entre outros.
Ladeada pelas ruas Álvares Cabral, Visconde de Inhaúma, Duque de Caxias e General Osório, a Praça XV faz parte do “calçadão” da cidade, o que acarreta grande fluxo de pedestres, fazendo da mesma uma via de circulação, além de ponto de Figura 95
permanência.
Como atrativos, o local possui banheiros públicos, uma fonte luminosa inaugurada na década de 30, que se tornou cartão postal da cidade e um monumento que representa o soldado constitucionalista da revolução de 1932.
Apesar de existência de inúmeros mendigos, os usuários não se intimidam ou se amedrontam, circulando normalmente por todos os cantos da praça. Possivelmente essa Figura 96
forma, faz com que a população se sinta segura ao transitar pelo traçado da praça.
Todavia, ao final de todos os dias, a praça perde sua característica de superpopulosa ficando completamente deserta com o fechamento do comércio. Neste momento, há uma mudança Figura 98
de comportamento por parte dos usuários, que começam a utilizar as extremidades como via de circulação com o intuito de prevenir possíveis abordagens indesejadas.
Figura 99
Figura 97
Figura 100
RUA GENERAL OSÓRIO
RUA DUQUE DE CAXIAS
RUA VISCONDE DE INHAÚMA
RUA ÁLVARES CABRAL
equipamento de descanso urbano
à presença de policiamento em alguns períodos, que de certa
44
III
reação ocorre devido à grande movimentação durante todo o dia e
III
equipamento de descanso urbano
45
PRAÇA CARLOS GOMES: Assim como a Praça XV, esta também está localizada na principal área central da cidade, tendo como vias de circulação as ruas Barão do Amazonas, Duque de Caxias, Visconde de Inhaúma e General Osório.
A Praça Carlos Gomes representa, aos olhos do usuário, uma extensão da Praça VX, prova disso é que muitos moradores não tem conhecimento de seu nome, pois, apesar da existência de um leito carroçável entre as duas, pensam que trata-
Figura 102
se de apenas uma praça nomeada Praça XV.
Figura 103
Figura 101
R: DUQUE DE CAXIAS
R: GENERAL OSÓRIO
R: VISCONDE DE INHAÚMA
R: BARÃO DO AMAZONAS
Figura 104
com que o fluxo de utilização seja menor em relação ao da Praça XV que possui grande densidade vegetativa.
Sendo assim, as duas praças formam a maior área de permanência do quadrilátero central de ribeirão Preto, além disso, são palco de importantes eventos municipais como a Feira do Livro. Figura 106
Figura 107
Figura 105
Figura 108
equipamento de descanso urbano
diferentes, pois a Praça Carlos Gomes é mais árida e este fator faz
46
III
Apesar disso, as duas praças possuem características
III
equipamento de descanso urbano
47
PRAÇA DA BANDEIRA: Localizada à apenas alguns quarteirões das Praças VX e Carlos Gomes, a Praça da Bandeira situa-se entre as ruas Américo Brasiliense, Visconde de Inhaúma, Lafaiete e Tibiriçá, porém, a rua Florêncio de Abreu, corta esta praça ao meio fragmentando-a em duas partes.
Figura 110
Figura 111
Figura 112
Figura 109
R: LAFAIETE
R: AMÉRICO BRASILIENSE
R: VISCONDE DE INHAÚMA
R: TIBIRIÇÁ
R: FLORÊNCIO DE ABREU
O
simples
fato
dessa
divisão
muda
o
comportamento de seus usuários. A parte localizada entre as ruas Américo Brasiliense e Florêncio de Abreu, possui circulação de pedestre constante devido a presença de terminais rodoviários Figura 113
quadra, devido à presença de mendigos que ficam no interior da praça. A utilização desta área ocorre principalmente
na rua
Visconde de Inhaúma, onde localiza-se mais um terminal rodoviário urbano e na rua Florêncio de Abreu, que dá acesso à Catedral Figura 114
Metropolitana de São Sebastião que se localiza na praça.
Assim como nas outras praças já apresentadas, esta também perde seus usuários com o final do expediente, mantendo, no período noturno, a utilização apenas dos terminais rodoviários urbanos.
Figura 115
Figura 116
equipamento de descanso urbano
e Lafaiete, a circulação de pedestres ocorre pelas extremidades da
48
III
urbanos e de feira livre. Já na parte entre as ruas Florêncio de Abreu
III
equipamento de descanso urbano
49
PRAÇA RIO BRANCO: Esta praça localiza-se entre as ruas General Osório, Duque de Caxias e Cerqueira Cesar. Faz parte do centro administrativo de Ribeirão Preto por ter situado nela o prédio da Prefeitura Municipal.
Figura 118
Figura 117
R: GENERAL OSÓRIO
R: DUQUE DE CAXIAS
Figura 119
R: CERQUEIRA CÉSAR Contudo, apesar de estar em uma área bastante congestionada da cidade, esta praça não tem utilização nenhuma por parte da população, servindo apenas como via de circulação, o que ocorre pelas extremidades da quadra. Deste modo, o local fica vazio tanto durante o dia como a noite, se passando como algo inexistente, o que a torna um vazio urbano. Figura 120
Inhaúma, Rui Barbosa e Bernardino de Campos, a Praça Luís de Camões apresenta características diferentes das que estão situadas Figura 122
no centro do quadrilátero.
Figura 123
Figura 121 Figura 124
R: BERNARDINO DE CAMPOS
R: RUI BARBOSA
R: VISCONDE DE INHAÚMA
R: TIBIRIÇÁ
Encontra-se em bom estado de conservação, porém não possui grande utilização, pois seu entorno é composto de edifícios residenciais e equipamentos de prestação de serviços como hospital, banco e um dos clubes recreativos da cidade. Figura 125
equipamento de descanso urbano
periférica do quadrilátero central, entre as ruas Tibiriçá, Visconde de
50
III
PRAÇA LUIZ DE CAMÕES: Inserida em uma área
III
equipamento de descanso urbano
51
Deste modo a utilização ocorre por parte da população frequentadora destes equipamentos, dos poucos comerciantes que situam-se ao redor da praça e pelos usuários do transporte público que ficam na estação rodoviária urbana que existe ali, fazendo com que o interior da praça fique, na maior parte do tempo, sem utilização, servindo apenas de passagem para eventuais pedestres.
Figura 126
No período noturno, a utilização é ainda menor, pois com o fechamento do comércio e dos equipamentos de serviço, a praça fica completamente sem usuários.
Figura 127
Figura 128
periférica do quadrilátero central, entre as ruas 7 de Setembro, Florêncio de Abreu, Floriano Peixoto e Lafaiete. Figura 130
Figura 131
Figura 132
Figura 129
R: LAFAIETE
R: FLORÊNCIO DE ABREU
R: FLORIANO PEIXOTO
R: 7 DE SETEMBRO
Por possuir um entorno com predominância comercial, a praça possui trânsito de pedestres durante todo o dia, porém não tão intenso se comparado às praças VX e Carlos Gomes.
Figura 133
equipamento de descanso urbano
Camões, a 7 de Setembro também está situada em uma região
52
III
PRAÇA 7 DE SETEMBRO: Assim como a Praça Luís de
III
equipamento de descanso urbano
53
Os usuários deste espaço são, durante o dia, pedestres que o utilizam apenas como via de circulação. Porém no período noturno, esta praça sofre o fenômeno inverso das outras anteriores, pois há grande fluxo de usuários. Figura 134
A procura pelo espaço durante a noite acontece devido a presença de equipamentos como academia ao ar livre, que motiva à população a fazer exercícios no local e pelo comércio alimentício existente, pois como o horário de funcionamento é diferente do comércio central, a população se sente mais segura em Figura 135
utilizar a praça neste período.
Aos finais de semana, a utilização da praça também é intensa, o que não ocorre com as praças anteriores, pois frequentemente
acontecem
eventos
de
artistas
locais
independentes, feiras de artesanato, feiras de adoção de animais além do comércio existente. Nesses dias, a utilização é feita pela
Figura 136
população de todas as faixas etárias, predominando a presença de grupos familiares.
Figura 137
conclui-se que o homem nasce, cresce, se reproduz e morre. Deste modo pode-se dizer que a primeira experiência de moradia do ser humano ocorre ainda dentro do útero da mãe, que durante nove meses será a sua casa e seu lugar de conforto.
Após o nascimento, o corpo se torna a casa do homem, nesse momento ocorre o reconhecimento pessoal que será transmitido às pessoas que o rodeiam através de hábitos e consumos que o representam.
Entretanto o ser humano ainda necessita de um local físico, que possa proporcionar a ele as mesmas sensações que o útero da mãe representava, e então a casa torna-se a extensão do corpo, sendo a terceira experiência de moradia do ser humano.
(HARADA, 2011)
Durante a infância,
uma imagem da casa é
desenvolvida, que apesar das variações que ocorrem de criança para criança, a estrutura básica dessa imagem permanece a mesma. Trata-se da casa composta pelas formas geométricas, tendo um quadrado como base, que representa o espaço habitável e um triângulo, que constitui a cobertura.
equipamento de descanso urbano
Analisando superficialmente o ciclo de vida humano,
54
III
3.2 O ÍCONE CASA E A RELAÇÃO COM O SER HUMANO
III
equipamento de descanso urbano
55
Por muito tempo, este ícone desenvolvido na infância, representará um lugar de conforto, um porto seguro e será a primeira imagem a vir à mente quando se ouvir falar em casa.
As
transformações
vividas
durante
o
desenvolvimento humano, como a necessidade do estudo e do
Figura 138
trabalho, tornam inevitáveis às relações sociais e com o meio urbano, e como já citado anteriormente, muitos dos seres humanos passam a maior parte do dia fora do seu ícone de conforto, fazendo da cidade a extensão da casa e a quarta experiência de moradia.
A proposta inicial deste trabalho, é a elaboração de um equipamento de descanso afim oferecer uma alternativa à
Figura 139
rotina dos usuários frequentes das cidades, afinal esta faz parte de suas vidas assim como eles são fundamentais para a existência, manutenção e desenvolvimento da mesma. Sendo assim, é necessário que o meio urbano seja um local prazeroso e que
ofereça infra estrutura básica e condições salubres de permanência
Partindo desse princípio, é possível refletir sobre a
Figura 140
seguinte expressão corriqueira “Não há lugar melhor do que a casa da gente”. Ao relacionar o ditado com o ícone da casa proveniente da percepção infantil, nota-se que o que falta à população é sentirse em casa quando se está fora dela e o reconhecimento da cidade como espaço habitável. Figura 141
chave da elaboração das propostas projetuais, foram desenvolvidos estudos afim de proporcionar várias possibilidades de utilização do
posições de descanso
mesmo.
Devido às angulações existentes, constatou-se que, a partir da rotação e do desdobramento da figura, é possível proporcionar diferentes posições de apoio em relação aos movimentos corporais. Sendo assim, um módulo mínimo do ícone foi desenvolvido possuindo dimensões para a utilização de apenas uma pessoa por unidade, para que a partir dele, pudessem ser desenvolvidas as propostas.
ícone
Figura 142
Figura 143
III
A partir do estudo do ícone da casa, que é o ponto
equipamento de descanso urbano
56
3.2.1 PROPOSTAS
III
equipamento de descanso urbano
57 3.2.2 A DOBRA
Esta
proposta
se
desenvolveu
a
partir
do
desdobramento do ícone da casa A proposta da dobra ocorreu partir do desenvolvimento de um equipamento que trabalhe a topografia do terreno, não sendo necessária a utilização de niveladores, fazendo com que o próprio objeto se ajuste a topografia natural. Para tal feito, foram propostos desligamentos entre as partes constituintes (paredes, base, teto), para se obter uma tira com diferentes angulações que permitem várias posições de descanso corporal.
1ª módulo: separação entre as duas partes do teto
Tira aberta
Possibilidade de angulação
Tira aberta
Possibilidade de angulação
III
2º módulo: separação entre teto e parede
equipamento de descanso urbano
58
III
equipamento de descanso urbano
59
3º módulo: separação parede e base
Tira aberta
Possibilidade de angulação
Metalon 0,03 x 0,07
Figura 145
Chapa Compensado Naval 11 60 , 2,00
Figura 146
Trilho em aรงo galvanizado
Figura 149 Figura 147
Roldana dupla
Figura 150
Lenรงol de borracha canelado
Figura 148
Parafuso auto brocante cabeรงa chata
Chapa de madeira maciรงa (peroba) 1,50 x 0,07
equipamento de descanso urbano
Figura 144
60
III
Componentes construtivos:
III
equipamento de descanso urbano 61
Montagem
• Travessas
equipamento de descanso urbano
• Travessas
III
Montagem 62
III
equipamento de descanso urbano
63
Madeira maciรงa tratada
Montagem โ ข Travessas
Trilho em aรงo galvanizado com roldana Madeira maciรงa tratada
Metalon 0.03x0.037
Compensado naval Corte transversal Metalon 0.03x0.037
Sistema de encaixe
Corte longitudinal
Sistema de encaixe
Roldana dupla fixada nos quadros com parafuso
Trilho em aรงo galvanizado fixado na travessa com parafuso
Roldana dupla fixada nos quadros com parafuso
Fixação por solda
• Quadros metálicos
Corte A
equipamento de descanso urbano
Perfil metálico
64
III
Montagem: módulo 1
III
equipamento de descanso urbano
65
Montagem: módulo 1 •Revestimento com compensado naval
Corte A
Parafuso auto brocante
Acab. Meia esquadria
Corte A
Parafuso auto brocante
Acab. Meia esquadria
equipamento de descanso urbano
โ ข Revestimento com compensado naval
66
III
Montagem: mรณdulo 1
III
equipamento de descanso urbano
67
Chapas com estrutura metálica e revestidas com madeira
Travessa de madeira maciça (detalhe 1)
Planta - módulo 1
Travessa de madeira maciça (ver detalhamento)
Corte B - módulo 1 Compensado naval Metalon 0,07 x 0,03 Lençol de borracha canelado Parafuso Auto brocante
Det. Travessa 01
Det. Travessa 02
Det. Travessa 03
Det. Travessa 04
Fixação por solda
• Quadros metálicos
Corte A
equipamento de descanso urbano
Perfil metálico
68
III
Montagem: módulo 2
III
equipamento de descanso urbano
69
Montagem: módulo 2 •Revestimento com compensado naval
Corte A
Parafuso auto brocante
Acab. Meia esquadria
Corte A
Parafuso auto brocante
Acab. Meia esquadria
equipamento de descanso urbano
โ ข Revestimento com compensado naval
70
III
Montagem: mรณdulo 2
III
equipamento de descanso urbano
71
Chapas com estrutura metálica e revestidas com madeira
Travessa de madeira maciça (detalhe 1)
Planta - módulo 2
Travessas de madeira maciça (ver detalhamento)
Corte B - módulo 2 Compensado naval Metalon 0,07 x 0,03 Lençol de borracha canelado Parafuso Auto brocante
Det. Travessa 05
Det. Travessa 06
Det. Travessa 02
Det. Travessa 07
Fixação por solda
• Quadros metálicos
Corte A
equipamento de descanso urbano
Perfil metálico
72
III
Montagem: módulo 3
III
equipamento de descanso urbano
73
Montagem: módulo 3 •Revestimento com compensado naval
Corte A
Parafuso auto brocante
Acab. Meia esquadria
Corte A
Parafuso auto brocante
Acab. Meia esquadria
equipamento de descanso urbano
โ ข Revestimento com compensado naval
74
III
Montagem: mรณdulo 3
III
equipamento de descanso urbano
75
Chapas com estrutura metálica e revestidas com madeira
Travessa de madeira maciça (detalhe 1)
Planta - módulo 3
Travessas de madeira maciça (ver detalhamento)
Corte B - módulo 3 Compensado naval Metalon 0,07 x 0,03 Lençol de borracha canelado Parafuso Auto brocante
Det. Travessa 01
Det. Travessa 05
Det. Travessa 08
Det. Travessa 09
III
equipamento de descanso urbano
Elevações: 76
III
equipamento de descanso urbano 77
Perspectivas:
III
equipamento de descanso urbano
Implantação no meio urbano: 78
III
equipamento de descanso urbano
79 3.2.3 PROPOSTA – O CASULO
Esta proposta surgiu através do estudo da rotação do ícone base. A partir desta ação, constatou-se os diferentes tipos de apoio que proporcionam variadas modalidades de descanso devido a angulação da parte superior do ícone.
Sendo assim, foram desenvolvidos estudos com o intuito de se obter o melhor módulo:
rotação
equipamento de descanso urbano
Estudo rotacional 2:
80
III
Estudo rotacional 1:
III
equipamento de descanso urbano 81
Estudo rotacional 3:
III
equipamento de descanso urbano
Estudo rotacional 4: 82
III
equipamento de descanso urbano
83
A partir do estudo de algumas possibilidades de rotação, nota-se que, com exceção apenas do estudo 4, um módulo é gerado em todos os outros estudos, que é o módulo resultante do estudo 1.
Sendo assim, devido a sua repetitividade que pode ser associada â ideia de unidade, pois apesar de várias tentativas, sempre se chega na mesma forma, este módulo foi definido como base para a proposta projetual do casulo e sofrerá as intervenções necessárias para poder atender as necessidades dos usuários de maneira eficiente.
Estudos iniciais
Módulo base
Módulo acessível
mesmo principalmente em momentos de utilização.
Isto é possível através da adição de mais um ícone que, além de ancorar o módulo, também proporcionou mais uma área de descanso, dando segmento na proposta da utilização do ícone como conceito projetual, fazendo do módulo uma repetição infinita.
Estudos iniciais
Módulo estável
equipamento de descanso urbano
necessária uma proposta de ancoragem para dar estabilidade ao
84
III
Devido a geometria do módulo principal, se fez
III
equipamento de descanso urbano
85
Componentes construtivos:
Figura 151
Metalon 0,03 x 0,07
Figura 154
Nivelador articulado
Figura 152
Chapa Compensado Naval 11 60 , 2,00
Figura 155
Chapa Compensado Naval 11 60 , 2,00
Figura 153
Parafuso auto brocante cabeรงa chata
Figura 156
Manta de silicone 5mm
Proj. niveladores
Estrutura em Metalon Revestido com compensado ver det. 02
Planta Nível 0,00
Planta Nível 1,30
Alambrado para proteção
Corte A
III
Estrutura em Metalon Revestido com compensado ver det. 02
equipamento de descanso urbano
86
III
equipamento de descanso urbano
87
Montagem • Estrutura metálica
Perfil metálico
Fixação por solda
Degrau revestido Com compensado
Travessa metálica para Estruturação do degrau Detalhe 01
Manta de silicone 5mm
Parafuso auto brocante
Acab. Meia esquadria Detalhe 02
equipamento de descanso urbano
• Revestimento com compensado naval
88
III
Montagem
III
equipamento de descanso urbano 89
Elevações
III
equipamento de descanso urbano
Implantação no meio urbano 90
91
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio Básico da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988, p. 456.
MONTANER, Josep Maria. Depois do movimento moderno: Arquitetura da segunda metade do século XX. Barcelona: Gustavo Gili, 2001.
MARCOS, Solon Kretli da Silva. Redescobrindo a arquitetura do Archgram.
Documento
digital
disponível
em:
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/04.048/585 Data de acesso: 01/06/2013
UTOMO, Widianto. URBAN NOMADS - A lifestyle transformation from passive to fully mobile integrated being. Documento digital disponível em: http://daisy.cti.gr/webzine/Issues/Issue%202/Position%20Paper/in dex.html#I Data de acesso 01/06/2013
IV
bibliografia
ENTSCHEV, Bernt. Descanso: uma questão de saúde e uma necessidade
humana.
Documento
digital
disponível
em:
http://debernt.wordpress.com/tag/a-importancia-do-descanso/ Data de acesso: 01/06/2013
NUNES, Filipe Martins . Importância do descanso entre Jornadas de Trabalho
.
Documento
digital
disponível
em:
http://valoreseatitudes.blogspot.com.br/2011/12/importancia-do-
descanso-entre-jornadas.html Data de acesso: 01/06/2013
MOTA, Nelson. At home com a burguesia do Porto. Fronteiras entre o publico e o privado. Documento digital disponível em: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/10716.pdf Data de acesso: 05/05/2013
92
2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto. Barcelona: Gustavo Gili, 2009 ALVES , Jorge . Casa NA / Sou Fujimoto Architects. Documento digital disponível em: http://www.archdaily.com.br/47015 Data de acesso: 26/03/2013 AMY, Frearson. Shelter of Nostalgia by Worapong Manupipatpong. Documento digital disponível em http://www.dezeen.com/2012/08/01/shelter-of-nostalgia-byworapong-manupipatpong/ Data de acesso: 05/05/2013 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2012. Documento digital disponível em: http://saladeimprensa.ibge.gov.br/noticias?view=noticia&id=1&bus ca=1&idnoticia=2204 Data de acesso: 02/06/2013
MEDEIROS, Danilo. Parque Vertical Aéreo: Explorando Novas Dimensões Projetuais. Ribeirão Preto, trabalho final de graduação em arquitetura e urbanismo UNISEB, 2012
IV
HARADA, Fernanda Jordani Barbosa. CORPO, HOMEM E CASA, UMA RELAÇÃO NA FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE. Documento digital disponível em: http://www.desenhandoofuturo.com.br/anexos/anais/design_e_so ciedade/corpo_homem_e_casa_uma_relacao_na_formacao_da_pe rsonalidade.pdf Data de acesso: 07/06/2013
bibliografia
ALEX, Sun (ed.). Projeto da Praça: convivio e exclusão no espaço publico. São Paulo: Senac São Paulo, 2008
93
Figura 1Modelo de _http://www.acheicabofrio.com.br/historia.asp
nômade
Figura 2 Walking City Archigram_http://mediaarchz.wordpress.com/2011/08/27/spaceenvironment-symbiosis/ Figura 3 Filme: Tempos Modernos Chaplin_http://culturenik.com/detail/232-184
-
Charles
Figura 4 - Trabalhador descansando na praça_acervo do autor
Figura 5 Operários descansando_http://extra.globo.com/esporte/maracana-giganteadormecido-de-5500-funcionarios-que-funciona-24-horas6381857.html Figura 6 - Pessoa descansando na praça_acervo do autor Figura 7 - Pessoa descansando na praça_acervo do autor Figura 8 - Pessoa descansando na praça_acervo do autor
IV
bibliografia
Figura 9 Corte esquemático Shelter_ http://www.dezeen.com/2012/08/01/shelter-of-nostalgia Figura 10 - Equipamento - Shelter of Nostalgia_ http://www.dezeen.com/2012/08/01/shelter-of-nostalgia Figura 11 - Equipamento - Shelter of Nostalgia_ http://www.dezeen.com/2012/08/01/shelter-of-nostalgia Figura 12 - Equipamento - Shelter of Nostalgia_ http://www.dezeen.com/2012/08/01/shelter-of-nostalgia Figura 13 - Esquema conceitual da NA House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
Figura 14 - Implantação NA House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
94
Figura 15 - Programa pav. térreo_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 16 - Programa primeiro piso_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 17 - Programa segundo piso_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
Figura 18 - Interior NA House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 19 - Interior NA House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 20 - Corte e sistema estrutural da NA House_http://www.archdaily.com.br/47015/casa-na-sou-fujimotoarchitects/
Figura 23 Vista externada NA House_ http://www.archdaily.com.br/47015/casa-na-sou-fujimotoarchitects/ Figura 24 - Corte e modulação construtiva da NA House_ http://www.archdaily.com.br/47015/casa-na-sou-fujimotoarchitects/
IV
Figura 22 Vista externada NA House_ http://www.archdaily.com.br/47015/casa-na-sou-fujimotoarchitects/
bibliografia
Figura 21 Vista externada NA House_ http://www.archdaily.com.br/47015/casa-na-sou-fujimotoarchitects/
95
Figura 26 - Vista do interior para o exterior NA House_http://www.designboom.com/architecture/sou-fujimotohouse-na/ Figura 27 Maquete física NA House_http://www.designboom.com/architecture/sou-fujimotohouse-na/ Figura 28 - Planta pav. térreo House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 29 - Implantação House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 30 - Planta primeiro piso House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 31 - Planta segundo piso House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 32 - Vista interior House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
Figura 33 - Vista interior House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
IV
bibliografia
Figura 34 - Vista interior House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 35 -Corte House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 36 - Processo construtico House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 37 - Vista interior House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 38 - Vista interior House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
Figura 39 - Vista interior Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
96
Figura 40 - Esquema de modulação Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 41 - Implantalçao Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 42 - Esquema de modulação Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
Figura 43 - Vista externa Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 44 - Vista interna Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 45 - Vista interna Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
Figura 48 - Vista interna Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 49 - Vista interna Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 50 - Esquema de modulação Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
IV
Figura 47 - Vista interna Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
bibliografia
Figura 46 - Diagramação de aberturas Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto
97 Figura 51 - Vista externa Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 52 - Esquema de placas de montagem Primitive Future House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 53 - Desenho técnico Primitive Future House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto Figura 54 - Vista externa Primitive Future House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto l Figura 55 - Vista externa Primitive Future House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto l Figura 56 - Vista externa Primitive Future House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto l Figura 57 - Vista externa Primitive Future House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto l
IV
bibliografia
Figura 58 - Vista externa NA House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto l Figura 59 - Vista interna Final Wooden House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto l Figura 60 - Vista externa House Before House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto l Figura 61 - Vista externa Primitive Future House_2G Revista Internacional de Arquitetura n° 50 Sou Fujimoto l Figura 62 Instalação Parque Burle http://www.vitruvius.com.br/jornal/agenda/read/2322
Max_
Figura 64 - Instalação Parque Burle Max_ http://www.vitruvius.com.br/jornal/agenda/read/2322
98
Figura 65 - Instalação Parque Burle Max_ http://www.vitruvius.com.br/jornal/agenda/read/2322 Figura 66 - Utilização City Lounge_http://boingboing.net/2007/07/24/swiss-cityscarpeted.html Figura 67 - Implantação City Lounge_http://elblogdefarina.blogspot.com.br/2008/03/el-citylounge-de-pipilotti-rist-y.html Figura 68 - Área de estacionamento City Lounge_http://boingboing.net/2007/07/24/swiss-cityscarpeted.html Figura 69 - Área de jantar City Lounge_http://boingboing.net/2007/07/24/swiss-cityscarpeted.html
Figura 72 -Velocidade permitida City Lounge_http://boingboing.net/2007/07/24/swiss-cityscarpeted.html Figura 73 - Corte Hammock House_ http://www.archdaily.com/148401
IV
Figura 71 - Vista City Lounge_http://boingboing.net/2007/07/24/swiss-cityscarpeted.html
bibliografia
Figura 70 - Vista City Lounge_http://boingboing.net/2007/07/24/swiss-cityscarpeted.html
99 Figura 74 – Acssos e circulações http://www.archdaily.com/148401
Hammock
House_
Figura 75 Vista extern http://www.archdaily.com/148401
ammock
House_
Figura 76 Vista interna http://www.archdaily.com/148401
Hammock
House_
Figura 77 Vista interna http://www.archdaily.com/148401
Hammock
House_
ammock
House_
Hammock
House_
Figura 78 Vista extern http://www.archdaily.com/148401 Figura 79 Vista interna http://www.archdaily.com/148401
H
H
IV
bibliografia
Figura 80 Corte Fragile Shelter_http://www.designboom.com/architecture/hidemi-nishidafragile-shelter/ Figura 81 Vista interna Fragile Shelter_http://www.designboom.com/architecture/hidemi-nishidafragile-shelter/ Figura 82 Vista interna Fragile Shelter_http://www.designboom.com/architecture/hidemi-nishidafragile-shelter/ Figura 83 Corte Fragile Shelter_http://www.designboom.com/architecture/hidemi-nishidafragile-shelter/
Figura 84 – Vista externa Fragile Shelter_http://www.designboom.com/architecture/hidemi-nishidafragile-shelter/
100
Figura 85 Vista interna Fragile Shelter_http://www.designboom.com/architecture/hidemi-nishidafragile-shelter/ Figura 86 - Desenho aereo de Ribeirão Preto_RPHQ edição 2012 Figura 87 - Praça Rio Branco - Ribeirão Preto_Acervo do autor
Figura 88 - Praça Carlos Gomes - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 89 - Praça XV de Novembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 90 - Praça Carlos Gomes - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 91 - Praça da Bandeira - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 92 - Praça 7 de Stembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 93 -Vista aérea Ribeirão Preto_Google Maps
Figura 96 - Praça XV de Novembro - Ribeirão Preto_Acervo do auto r Figura 97 - Implantação Praça XV de Novembro - Ribeirão Preto_Google Maps Figura 98 - Praça XV de Novembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor
Figura 99 - Praça XV de Novembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor
IV
Figura 95 - Praça XV de Novembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor
bibliografia
Figura 94 - Praça XV de Novembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor
101 Figura101 – Implantação Praça Carlos Gomes - Ribeirão Preto_Google Maps Figura 102 - Praça Carlos Gomes - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 103 - Praça Carlos Gomes - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 104 - Praça Carlos Gomes - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 105 - Praça Carlos Gomes - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 106 - Praça Carlos Gomes - Ribeirão Preto_Acervo do autor
Figura 107 - Praça Carlos Gomes - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 108 - Praça Carlos Gomes - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 109 - Implantação Praça da Bandeira - Ribeirão Preto_Google Maps Figura 110 - Praça da Bandeira - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 111 - Praça da Bandeira - Ribeirão Preto_Acervo do autor
IV
bibliografia
Figura 112 - Praça da Bandeira - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 113 - Praça da Bandeira - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 114 - Praça da Bandeira - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 115 - Praça da Bandeira - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 116 - Praça da Bandeira - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 117 - Implantação Praça Rio Branco - Ribeirão Preto_Google Maps
Figura 118 - Praça Rio Branco - Ribeirão Preto_Acervo do autor
102
Figura 119 - Praça Rio Branco - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 120 - Praça Rio Branco - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 121 - Implantação Praça Luiz de Camões - Ribeirão Preto_Google Maps Figura 122 – Praça Luiz de Camões - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 123 - Praça Luiz de Camões - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 124 - Praça Luiz de Camões - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 125 - Praça Luiz de Camões - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 126 - Praça Luiz de Camões - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 127 - Praça Luiz de Camões - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 128 - Praça Luiz de Camões - Ribeirão Preto_Acervo do autor
Figura 131 - Praça 7 de Setembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor
Figura 132 - Praça 7 de Setembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 133 - Praça 7 de Setembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 134 - Praça 7 de Setembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 135 - Praça 7 de Setembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor
IV
Figura 130 - Praça 7 de Setembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor
bibliografia
Figura 129 - Implantação Praça 7 de Setembro - Ribeirão Preto_Google Maps
103 Figura 136 - Praça 7 de Setembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 137 - Praça 7 de Setembro - Ribeirão Preto_Acervo do autor Figura 138 - Desenho feito por criança de 5 anos_Acervo do autor Figura 139 - Desenho feito por criança de 7 anos_Acervo do autor Figura 140 - Desenho feito por criança de 6 anos_Acervo do autor Figura 141 - Desenho feito por criança de 5 anos_Acervo do autor Figura 142 - Ícone casa_Acervo do autor Figura 143 - Posições de descanso_Acervo do autor Figura 144 Metalon perfil retangular_http://www.tubonasa.com.br/catalogo-pdf/CatalogoTubonasa.pdf
IV
bibliografia
Figura 145 Chapa de compensado naval_http://compensadosdourados.com.br/compensados-osb1/ Figura 146 Trilho metálico_http://www.omarceneiro.net/catalogsearch/result/?q=tril ho%20porta%20de%20correr Figura 147 Dupla_http://www.decormetal.com.br/roldanas/
Roldana
Figura 148 Parafuso autobrocante_http://andorinhaparafusos.com.br/categoria/parafus o-auto-brocante/ Figura 149 Chapa de maciça_www.leroymerlin.com.br/chapas-e-paineis
madeira
Figura 150 Lenรงol de canelado_http://www.novavedovati.com.br/Piso-deborracha.aspx?cat=146&cod=122
borracha
104
Figura151 Metalon perfil retangular_http://www.tubonasa.com.br/catalogo-pdf/CatalogoTubonasa.pdf Figura 152 Chapa de compensado naval_http://compensadosdourados.com.br/compensados-osb1/ Figura 153 Parafuso autobrocante_http://andorinhaparafusos.com.br/categoria/parafus o-auto-brocante/ Figura 154 Nivelador articulado_ http://www.magral.com.br/index.php/produtos/info/15.php Figura 155 Alambrado_ http://www.telasgoldoni.com.br/ProdutoDetalhes.aspx?id=1
IV
bibliografia
Figura 156 Manta de silicone_ http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-519287532-manta-desilicone-para-prensa-termica-40x40cm-a-melhor-_JM