UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES NATHÁLIA NOGUEIRA DA CRUZ 11142501953
FAZENDA VERTICAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para avaliação da disciplina TCC II
Prof. Orientador: Paulo Pinhal
Mogi das Cruzes, SP 2019
NATHÁLIA NOGUEIRA DA CRUZ
FAZENDA VERTICAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para avaliação da disciplina TCC II.
Aprovado em...............................
BANCA EXAMINADORA
________________________________________ Prof. Orientador: Paulo Pinhal Universidade Mogi das Cruzes
________________________________________
[AGRADECIMENTOS]
Agradeço aos meus companheiros de trabalho Wesley, Paloma, Mariana, Vinicius, Vanessa, Aloisio e minha chefe Cibeli, por todo apoio, incentivo e compreensão nos
Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado discernimento, saúde e força em todo o caminho que percorri até aqui. Agradeço aos meus pais, irmãos por sempre me
momentos de ausente. Agradeço minhas amigas de curso e futuras arquitetas Thaiziany, Stefany e Luana pelos conselhos, parcerias, conversas e apoio dentro e fora da Universidade.
incentivar e me ajudar durante toda a minha vida, me apoiando
Á todos que direta ou indiretamente participaram e
sempre nos momentos que eu mais precisei. Ao meu
contribuíram para a realização desse trabalho, o meu muito
namorado por estar comigo em todas as situações e acreditar
obrigada!
no meu potencial. Agradeço a todos os professores da Universidade de Mogi das Cruzes, pelos ensinamentos e conselhos nos dado, ao longo deste curso. Ao meu orientador Paulo Pinhal, pelo apoio deste a escolha do tema, e orientação em todo o desenvolvimento com sugestões e conselhos que fizeram o trabalho progredir.
[EPÍGRAFE]
“Acredito que as coisas podem ser feitas de outra maneira, e que vale a pena tentar.” (Zaha Haddid)
5
elaborar os estudos, foram feitas visitas técnicas, em
[RESUMO] A agricultura é uma atividade milenar que primariamente visa à produção de alimentos. É fato que sua importância não é alvo de questionamento, no que diz respeito ao atendimento de uma das necessidades básicas dos seres humanos, a alimentação, porém com o crescimento populacional que pode chegar a 9,15 bilhões de pessoas até 2050 segundo dados de 2012 da Organização das Nações Unidas (ONU), a necessidade de uma agricultura com menos impacto ambiental se tornou a saída para suprir esta demanda, visto que agricultura tradicional em larga escala, contribui também para a poluição, o esgotamento dos aquíferos e a mudança do clima. Com objetivo de promover a diminuição dos impactos ambientais ocasionados por ela e entender a relação da urbanização com a atual crise ambiental,
esta
monografia
e
estudos
projetuais
apresentados dissertam e propõe à inserção de uma fazenda vertical, que é uma estrutura de edifício cuja atividade nos seus andares é a agricultura. O sistema utilizado será o hidropônico e aquapônico, juntamente com um prédio de uso misto, na Avenida Celso Garcia. Para
fazendas que utilizam a hidropônia, uma fábrica que produz as estufas hidropônicas, consultas nos livros “The Vertical Farm Feeding the Word in the 21st century” (2010), do professor
da
Universidade
de
Columbia
Dickson
Despommier, “Cidades para um pequeno planeta” (2012), do arquiteto Richard Rogers, “Cidades Inteligentes, cidades sustentáveis” (2012), do arquiteto Carlos Leite, “Hidroponia – Cultivo sem terra” (1987) de James Sholto Douglas, entrevistas com o engenheiro ambiental Marcos Aurélio de Miranda, a bióloga Marina Pereira, o engenheiro agrônomo Paulo Benthonei Misntine, bem como estudos de casos e pesquisas que colocam a fazenda vertical como mais que um modelo de produção agrícola, mas também uma inventiva combinação de sistemas que enfrentam os principais desafios dos centros urbanos, o abastecimento alimentar. Palavras Chaves: Agricultura, crescimento populacional, impacto ambiental, hidropônico, fazenda vertical.
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[LISTA DE ILUSTRAÇÕES] Figura 1: Elementos essenciais para o cultivo.............................. 36 Figura 2: Local Garden Vertical Crop Vancouver......................... 37 Figura 3: Urban Farmers - Holanda................................................ 38 Figura 4: Sistema hidropônico por gotejamento ........................... 39 Figura 5: Representação do sistema hidropônico por gotejamento ........................................................................................ 39 Figura 6: Sistema hidropônico por fluxo contínuo ........................ 39 Figura 7: Representação do sistema hidropônico por fluxo contínuo .............................................................................................. 40 Figura 8: Planta contêiner ................................................................ 40 Figura 9: Elevação Contêiner .......................................................... 40 Figura 10: Contêiner Cropbox ......................................................... 41 Figura 11: Sistema hidropônico....................................................... 43 Figura 12: Sistema NTF ......................................................................... 45 Figura 13: Hidropônia com canos PVC ................................................. 45 Figura 14: Estufa para modelo NTF ............................................... 46 Figura 15: Bancadas NTF ................................................................ 46 Figura 16: Esquema sistema floating de hidropônia .................... 47 Figura 17: Bancada sistema floating de hidroponia ..................... 48 Figura 18: Sistema Aeropônico ....................................................... 48 Figura 19: Cultivo de alface por aeropônia vertical ............................. 49 Figura 20: Raízes dentro do sistema aeropônico vertical .................... 49 Figura 21: Cultivo por sistema aeropônico horizontal ......................... 50 Figura 22: Raízes dentro do sistema aeropônico horizontal ................ 50 Figura 23: Sistema aquapônico....................................................... 51 Figura 24: Sistema básico de aquapônia ...................................... 51 Figura 25: Implantação do sistema de aquapônia ....................... 52
Figura 26: Vista Sunqiao Urban Agricultural District .................... 67 Figura 27: Mapa de localização - Sunqiao Urban Agricultural District ................................................................................................. 68 Figura 28: Acessos e setorização - Sunqiao Urban Agricultural District70 Figura 29: Área Norte - Sunqiao Urban Agricultural District ....... 70 Figura 30: Figura 6: Implantação - Sunqiao Urban Agricultural District ................................................................................................. 71 Figura 31: Área Sul - Sunqiao Urban Agricultural District .......... 71 Figura 32: Vista do canal central - Sunqiao Urban Agricultural District ................................................................................................. 72 Figura 33: Vista do mostruário aquapônico - Sunqiao Urban Agricultural District ............................................................................ 72 Figura 34: Distribuições arquitetônicas do mostruário aquapônico - Sunqiao Urban Agricultural District ............................................. 72 Figura 35: Corte do sistema de utilização de água - Sunqiao Urban Agricultural District ................................................................ 73 Figura 36: Fazenda vertical - Av. Paulista..................................... 74 Figura 37:Localização do lote - Fazenda Vertical - Av. Paulista SP ........................................................................................................ 76 Figura 38: Vigas casteladas – Fazenda Vertical - Av. Paulista SP ........................................................................................................ 77 Figura 39: Vista interna das áreas de plantio – Fazenda Vertical Av. Paulista - SP................................................................................ 77 Figura 40: Planta segundo subsolo – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 78 Figura 41: Planta primeiro subsolo – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 78 Figura 42: Planta térreo – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP 79 Figura 43: Planta primeiro pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista SP .......................................................................................................... 79
7 Figura 44: Planta segundo pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 79 Figura 45: Planta quarto pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 80 Figura 46: Pavimento tipo: Vegetais – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 81 Figura 47: Pavimento tipo: Frutas e arvores – Fazenda Vertical Av. Paulista - SP ................................................................................ 81 Figura 48: Esquema das sementeiras – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 81 Figura 49: Planta restaurante – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ........................................................................................................ 82 Figura 50: Corte humanizado transversal – Fazenda Vertical Av. Paulista – SP ............................................................................... 82 Figura 52: Corte expandido administração, supermercado, térreo e circulação, docas e estacionamento– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ...................................................................................... 83 Figura 51: Corte expandido restaurante e fazenda vertical– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ............................................. 83 Figura 54: Corte expandido captação de água Fazenda Vertical Av. Paulista – SP ............................................................................... 84 Figura 54: Corte expandido de energia– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ...................................................................................... 84 Figura 56: Local Garden Vertical Crop Vancouver ...................... 85 Figura 57: Localização do lote - Local Garden Vertical Crop Vancouver ........................................................................................... 87 Figura 58: Planta Local Garden Vertical Crop Vancouver .......... 87 Figura 59: Descritivo de áreas - Local Garden Vertical Crop Vancouver ........................................................................................... 88
Figura 60: Descritivo de áreas - Local Garden Vertical Crop Vancouver........................................................................................... 88 Figura 61: Torres de produção - Local Garden Vertical Crop Vancouver........................................................................................... 89 Figura 62: Localização- Plant Tec .................................................. 96 Figura 63: Entrada - Plant Tec ....................................................... 97 Figura 64: Projeto Técnico - Plant Tec .......................................... 97 Figura 65: Arco para montagem da cobertura - Plant Tec ......... 97 Figura 66: Perfis para bancadas - Plant Tec................................. 97 Figura 67: Estufa montada no local visitado - Plant Tec ............. 98 Figura 68: Bancadas hidropônicas – 10 dias de cultivo - Plant Tec ....................................................................................................... 98 Figura 69: Bancadas hidropônicas – 27 dias de cultivo - Plant Tec ....................................................................................................... 98 Figura 70: Sistema de bombeamento - Plant Tec........................ 99 Figura 71: Reservatório inferior - Plant Tec .................................. 99 Figura 72: Tubulação para a passagem da água até os perfis Plant Tec ............................................................................................. 99 Figura 73: Proteção com sombrite - Plant Tec ........................... 100 Figura 74: Processo inicial – Preparação para germinação Plant Tec ........................................................................................... 101 Figura 75: Área destinada à germinação - Plant Tec ................ 101 Figura 76: Viveiro - Plant Tec ........................................................ 102 Figura 77:Broto - Plant Tec ............................................................ 102 Figura 78: Sistema de nutrição do viveiro - Plant Tec ............... 103 Figura 79: Captação da água para reutilização - Plant Tec ..... 103 Figura 80: Mudas – 10 dias de cultivo - Plant Tec ..................... 103 Figura 81: Mudas – 27 dias de cultivo - Plant Tec ..................... 104 Figura 82: Estufas - Plant Tec ....................................................... 104
8 Figura 83: Localização – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ............................................................................................................ 107 Figura 84: Acesso – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas.... 107 Figura 85: Estrutura – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas 107 Figura 86: Cobertura– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas 108 Figura 87: Perfis hidropônicos em polipropileno e polietileno – Jorge Hayashi .................................................................................. 108 Figura 88: Estufas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ... 108 Figura 89: Caixas d’agua– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ............................................................................................................ 109 Figura 90: Sistema de bombeamento – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas .................................................................................... 109 Figura 91: Caixas d’agua externas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas .................................................................................... 109 Figura 92: Reservatório – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ............................................................................................................ 110 Figura 93: Armazenamento de substâncias nutritivas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ..................................................... 110 Figura 94: Sistema de alimentação alface– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ...................................................................... 110 Figura 95: Tubulação ligada ao solo para o sistema de alimentação– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ............... 110 Figura 96: Vista Frontal do sistema de alimentação– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ................................................... 111 Figura 97: Sombrite– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas .. 111 Figura 98: Placa de polietileno para germinação – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ................................................................... 112 Figura 99: Viveiro – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas .... 112 Figura 100: Placas para germinação e desenvolvimento primário – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ..................................... 113
Figura 101: Vista frontal estufa – 07 e 18 dias de cultivo – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ................................................... 113 Figura 102: Perfil hidropônico com alface após sair do viveiro – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ........................................ 113 Figura 103: Bancadas de plantio 30 dias de cultivo – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ................................................... 114 Figura 104: Bancadas de plantio de hortelã com tubos de PVC – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ........................................ 114 Figura 105: Foto no local – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas .................................................................................... 114 Figura 106: Localização ................................................................. 122 Figura 107: Localização do terreno do projeto ........................... 122 Figura 108: Lotes............................................................................. 123 Figura 109: Topografia. .................................................................. 123 Figura 110: Vista panorâmica Avenida Celso Garcia ................ 123 Figura 111: Cruzamento Av. Celso Garcia x Rua São Felipe .. 124 Figura 112: Vista panorâmica Rua São Felipe – lateral e fundo do terreno ......................................................................................... 124 Figura 113: Vista Rua São Felipe - Fundo do terreno ............... 124 Figura 114: Vista Rua Santa virgínia – lateral do terreno ......... 124 Figura 115: Trajetória aparente do sol ......................................... 125 Figura 116: Avenida Radial Leste - 1970 .................................... 134 Figura 117: Estação Tatuapé – 1986 ........................................... 135 Figura 118: Bonde na Avenida Celso Garcia – 1916 ................ 135 Figura 119: Avenida Celso Garcia - 1968 ................................... 136 Figura 120: Organograma .............................................................. 160 Figura 121: Fluxograma ................................................................. 164 Figura 122-Bloco de Concreto Celular - ...................................... 171 Figura 123 - Laje Protendida ......................................................... 172
9 Figura 124 - Estrutura metálica ..................................................... 173 Figura 125 - Painel Fotovotaico – ................................................. 174 Figura 126 - Sistema para captação de águas pluviais ............ 175 Figura 127 - Varandas verdes ....................................................... 176 Figura 128 - Espelho d'água .......................................................... 177 Figura 129 - Piso drenante ................................................................. 177 Figura 130: Parâmetros para dimensionamento para banheiros acessíveis ......................................................................................... 205 Figura 131: - Tabela 5 - Dados para o dimensionamento das saídas ................................................................................................ 207 Figura 132: Tabela 1 - Classificação das edificações quanto à sua ocupação ................................................................................... 207 Figura 133: Tabela 1- Classificação das edificações quanto à sua ocupação ................................................................................... 208 Figura 134: Tabela 2 - Classificação das edificações quanto à altura .................................................................................................. 208 Figura 135: Tabela 3 - Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta ............................................................ 209 Figura 136: Tabela 7 - Número de saídas e tipos de escadas 209 Figura 137: Tabela 7 - Número de saídas e tipos de escadas 209
10
[LISTA DE TABELA]
Tabela 1: Analise SWOT - Sunqiao Urban Agricultural District ............................................................................... 59 Tabela 2: Analise SWOT – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ..................................................................................72 Tabela 3: Analise SWOT – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ..................................................................................79 Tabela 4: Analise SWOT – Plant Tec ................................ 93 Tabela 5: Analise SWOT – Jorge Hayashi ......................115 Tabela 6: Zoneamento ....................................................126 Tabela 7: Memorial Botânico ........................................... 167
11
[LISTA DE MAPAS] Mapa 1: Crescimento populacional (%) .............................31 Mapa 2: Mapa da população subnutrida por país .............32 Mapa 3: Uso e ocupação do solo ....................................126 Mapa 4: Gabarito de altura .............................................. 126 Mapa 5: Condições de trafego – 07h00m .......................127 Mapa 6: Condições de trafego – 18h00m .......................127 Mapa 7: Zoneamento...................................................... 129
12
[LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS] ABNT
Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANVISA CATI
Agência Nacional de Vigilância Sanitária Escritório de Desenvolvimento Rural
CEAGESP Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo CETESB
Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
IBAMA
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis IFAD
Fundo Internacional para o Desenvolvimento
Agrícola IPMA
Programa Alimentar Mundial
LED
Light Emitting Diode
NBR
Norma brasileira
NTF
Nutrient Film Technique
ONU
Organização das Nações Unidas
21ª Conferência do Clima
PVC
Policloreto de polivinila
CVS
Centro de Vigilância Sanitária
RDC
DFT
Deep film technique
RIO + 20
EUA
Estados Unidos da América
FAO
Organização das Nações Unidas para
CO²
Dióxido de Carbono
COE
Código De Obras E Edificações COP21
Alimentação e Agricultura
Resolução Da Diretoria Colegiada Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável TFG
Trabalho Final de Graduação
UV
Ultra violeta
13
[SUMÁRIO]
4.1.
MODELOS DE FAZENDAS VERTICAIS ................ 36
4.1.1. Green Rooftop ........................................................ 36 1.
INTRODUÇÃO ....................................................... 18
2.
OBJETIVOS ........................................................... 23
2.1.
OBJETIVO GERAL ................................................. 24
2.2.
OBJETIVO ESPECÍFICOS .....................................24
3.
PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA ............ 26
3.1.
TIPOS DE AGRICULTURA ....................................27
3.1.1. AGRICULTURA CONVENCIONAL .......................27 3.1.2. AGRICULTURA ORGÂNICA .................................. 27 3.1.3. HIDROPÔNIA .........................................................28 3.1.4. DIFERENÇA ENTRE HIDROPÔNIA E PRODUÇÃO ORGÂNICA .......................................................................28 3.2.
DESMATAMENTO ................................................. 28
3.3.
POLUIÇÃO ............................................................. 29
3.4.
ÁGUA...................................................................... 30
3.5.
ADENSAMENTO POPULACIONAL .......................30
3.6.
FOME ..................................................................... 31
3.7.
TRANSPORTE ....................................................... 32
3.8.
SAÚDE HUMANA ...................................................33
4.
DEFINIÇÃO DO TEMA ...........................................35
4.1.2. Contêiner ................................................................ 38 4.1.3. Prédios direcionados .............................................. 41 4.2.
SISTEMA DE ILUMINAÇÃO ................................... 41
4.3.
TIPOS DE PRODUÇÃO ......................................... 43
4.3.1. Hidropônia .............................................................. 43 4.3.1.1.
NFT (Nutrient Film Technique) ......................... 43
4.3.1.1.2. Estufa para hidripônia NTF ............................... 45 4.3.1.2.
Sistema Floating de Hidroponia ........................ 46
4.3.1.3.
Aeropônia.......................................................... 48
4.3.1.3.1. Aeropônia Vertical ............................................. 48 4.3.1.3.2. Aeropônia Horizontal......................................... 49 4.2.2. Aquapônia ............................................................... 50 5. MARCO HISTÓRICO .................................................... 54 5.1. A EVOLUÇÃO DO HOMEM ....................................... 55 5.2. EVOLUÇÃO URBANA – SURGIMENTO DAS CIDADES .......................................................................... 56 5.2.1. Antiguidade ............................................................. 56 5.2.2. Idade média ............................................................ 56 5.3. REVOLUÇÃO AGRÍCOLA – A AGRICULTURA COMO UM METÓDO DE VIDA .................................................... 57
14
5.4. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - A TECNOLOGIA NA
6.2.2.3.1. 2º Subsolo ......................................................... 77
ESPANSÃO DAS CIDADES E A TRANSFOMAÇÃO DO
6.2.2.3.2. 1º Subsolo ......................................................... 78
MEIO URBANO E RURAL ................................................ 58
6.2.2.3.3. Térreo................................................................ 78
5.5. REVOLUÇÃO VERDE A PROMOÇÃO DA
6.2.2.3.4. 1º e 2º Pavimento .............................................. 79
AGRICULTURA................................................................. 58
6.2.2.3.5. 3º Pavimento ..................................................... 79
5.6. FAZENDAS VERTICAIS ............................................60
6.2.2.3.6. 4º Pavimento ..................................................... 80
6. ESTUDO DE CASOS ....................................................65
6.2.2.3.7. 5º ao 19º Pavimento .......................................... 80
6.1.. SUNQIAO URBAN AGRICULTURAL DISTRICT ......67
6.2.2.3.8. 20º Pavimento ................................................... 81
6.1.1. Conceito e partido ...................................................67
6.2.2.3.9. 21º Pavimento .................................................. 81
6.1.2. Analise Arquitetônica ...............................................68
6.2.2.3.10.22º Pavimento .................................................. 82
6.1.2.1. Terreno ................................................................. 68
6.2.2.3.11. Corte humanizado transversal ........................ 82
6.1.2.2. Estrutura ...............................................................68
6.2.2.3.11. Corte expandido .............................................. 83
6.1.2.3. Setorização ..........................................................69
6.2.3. Analise SWOT – Fazenda Vertical - Avenida Paulista
6.1.3. Analise SWOT – Sunqiao Urnban Agricultural District
.......................................................................................... 84
..........................................................................................73
6.2.4. Considerações finais ............................................... 84
6.1.4. Considerações finais ............................................... 73
6.3. LOCAL GARDEM VERTICAL CROP VANCOUVER . 85
6.2. FAZENDA VERTICAL – AVENIDA PAULISTA .......... 74
6.3.1. Conceito e partido ................................................... 85
6.2.1. Conceito e partido ...................................................75
6.3.2. Analise arquitetônica ............................................... 86
6.2.2. Analise Arquitetonica ...............................................75
6.3.2.1. Terreno................................................................. 86
6.2.2.1. Terreno .................................................................75
6.3.2.2. Estrutura e setorização ........................................ 87
6.2.2.2. Estrutura ...............................................................76
6.3.2.3. Curiosidades ........................................................ 90
6.2.2.3. Setorização ..........................................................77
6.3.3. Investimentos .......................................................... 90
15
6.3.4. Analise SWOT – Local Garden Vertical Crop
7.4.3. Terreno e Acesso .................................................. 106
Vancouver .........................................................................91
7.4.4. Estrutura e montagem ........................................... 107
6.3.5. Considerações finais ............................................... 91
7.4.5. Sistema Hidráulico ................................................ 109
6.4. PARECER COMPARATIVOS DOS ESTUDOS .........91
7.4.6. Iluminação ............................................................. 111
7. VISITAS TÉCNICAS ..................................................... 94
7.4.7. Produção ............................................................... 111
7.1. NATUREZA DA VISITA TÉCNICA .............................95
7.4.8. Manutenção e controle .......................................... 114
7.2. OBJETIVOS DIDÁTICOS DA VISITA TÉCNICA ........ 95
7.4.9. Analise Swot – Jorge Hayashi - Estufas hidropônicas
7.3. PLANT TEC – ESTUFAS AGRÍCOLAS ..................... 95
........................................................................................ 115
7.3.1. Detalhe do Projeto ...................................................96
7.4.10. Considerações finais ........................................... 115
7.3.2. Terreno e Acesso ....................................................96
7.5. PARECER COMPARATIVO DAS VISITAS TÉCNICAS
7.3.3. Estrutura e montagem .............................................97
........................................................................................ 115
7.3.4. Sistemas Hidráulico .................................................99
8. OBJETO DE ESTUDO ............................................... 117
7.3.5. Iluminação .............................................................100
9. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE INTERVENÇÃO .......... 121
7.3.6. Produção ...............................................................100
9.1. CONDICIONANTES FÍSICOS ................................. 122
7.3.7. Manutenção e controle .......................................... 104
9.1.1. Diretrizes do Terreno............................................. 122
7.3.8. Investimento .......................................................... 104
9.1.2. Topografia ............................................................. 123
7.3.9. Análise SWOT – Plant Tec .................................... 105
9.2. CONDICIONANTES VISUAIS DO TERRENO E
7.3.10. Considerações finais ...........................................105
ENTORNO ...................................................................... 123
7.4. JORGGE HAYASHI – CULTIVO AGRÍCOLA
9.2.1. Fotos do entorno e terreno .................................... 123
HIDROPÔNICO............................................................... 105
9.2.2. Trajetória aparente do sol ..................................... 125
7.4.1. Objetivos didáticos da visita técnica ......................105
9.2.3. Usos e Ocupação do Solo do Entorno .................. 125
7.4.2. Detalhe do projeto .................................................106
9.2.4. Gabarito de altura ................................................. 126
16
9.2.5. Principais condições de trafego e vias de acesso .126
17.3.1 Placas fotovoltaicas ............................................. 173
9.2.5.1. – Analise as 07h00m – Periodo de saída para o
17.3.2 Captação de águas pluviais ................................. 174
trabalho ........................................................................... 126
17.3.3 Varandas verdes .................................................. 175
9.2.5.2. Analise as 18h00 – Periodo de retorno para casa
17.3.4 Telhado verde ...................................................... 176
........................................................................................ 127
17.3.5 Espelho d’agua .................................................... 176
9.3. LOCAL - LEGISLAÇÃO ............................................128
17.3.6 Piso drenante ....................................................... 177
10. ENTORNO HISTÓRICO............................................133
18. PROPOSTA PROJETUAL ....................................... 178
10.1. TATUAPÉ ...............................................................134
19. CONCLUSÃO ........................................................... 181
10.2. AVENIDA CELSO GARCIA .................................... 135
20. REFERENCIAS ........................................................ 184
11. PROGRAMA DE NECESSIDADES ..........................138
ANEXOS ......................................................................... 193
12. PERFIL DO USUÁRIO ..............................................149
1. DIRETRIZES E PREMISSAS...................................... 195
13. CONCEITO ...............................................................152
1.1. FAZENDA VERTICAL .............................................. 195
14. PARTIDO .................................................................. 155
1.2. CÓDIGO SANITARIO .............................................. 195
15. ORGANOGRAMA ..................................................... 158
1.2.1. Restaurante e mercado ......................................... 195
16. FLUXOGRAMA.........................................................162
1.2.2. Auditório ................................................................ 200
17. ESQUEMAS ESTRUTURAIS .................................. 166
1.2.3. Setor Adminstrativo ............................................... 201
17.1 ELEMENTOS PAISAGÍSTICOS .............................167
1.3. CONTROLE HIGIÊNICO - SANITARIO ................... 202
17.2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS .................................171
1.4. CÓDIGO DE OBAS E EDIFICAÇÕES – COE LEI Nº
17.2.1 Bloco de concreto celular ..................................... 171
11.228/92 ........................................................................ 203
17.2.2 Laje Protendida ....................................................171
1.5.NBR 9050.................................................................. 203
17.2.3 Estrutura metálica ................................................ 172
1.6. NBR 9077/1993........................................................ 208
17.3 SUSTENTABILIDADE E TECNOLOGIA .................173
17
18
19
1 INTRODUÇÃO
década que se passa também é de conhecimento a contínua e gradativa escassez dos recursos naturais da terra e essa
Desde a antiguidade, a disponibilidade de alimentos
crise ambiental tem nas suas raízes, na evolução do homem
funcionava como um fator decisivo para a permanência em
e no crescimento populacional. A mecanização após as
um lugar, a caça de animais, a coleta de grãos, se
revoluções industriais, e a utilização de insumos para
estabelecia como elemento central para o estabelecimento
melhorar a produtividade e diminuir as perdas por causas
das civilizações. Os grupos instalavam-se prioritariamente
naturais provocaram significativos impactos no meio
próximos aos rios e veios d’água, e retiravam do local o que
ambiente.
conseguiam e quando esta fonte se esgotava, partiam em
Segundo
o
ecologista
Dickson
Despommier
busca de outro lugar. Um exemplo é a antiga Mesopotâmia,
(DESPOMMIER, Dickson, The Vertical Farm: Feeding the
atual Iraque, onde as cidades de Babilônia e Assur, já se
World in the 21st Century. 2010, pág. 16), poderíamos
organizavam e planejavam seu crescimento em torno das potencialidades dos rios Tigre e Eufrates para atender as necessidades de seus habitantes em conseguir irrigação para o plantio e abastecimento da população.
imitar e redesenhar a cidade, porque foi a urbanização das cidades que nos levou a crise ambiental, cabe à cidade redesenhar seus sistemas para achar uma alternativa que recupere o meio ambiente.
Atualmente, segundo a Organização das Nações
Milhares de anos já se passaram desde as primeiras
Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO (2012), mais
civilizações mesopotâmicas, novas cidades foram sendo
de 800 milhões de hectares são destinados à agricultura, ou
erguida, a humanidade foi mudando, e as cidades se
aproximadamente 38% da superfície continental do planeta
transformando, mas ainda hoje, o alimento continua a ter a
e segundo a ONU, 70% da água de todo mundo é destinada
mesma importância da antiguidade. No entanto, a cada
a irrigação na agricultura1.
1
Disponível em <http://www.fao.org/brasil/noticias/detailevents/en/c/1110333/>. Acesso em 21 ago. 2018.
20
E quando se analisa o futuro dado às séries históricas de evolução da civilização e as estimativas populacionais, que segundo a ONU, nos próximos 50 anos a população
mundo passa pelo radical planejamento de mudança cultural e de consumo da atual sociedade. No intuito de obter uma acelerada redução dos
global pode alcançar aproximadamente 9,5 bilhões de
impactos
ambientais
provenientes
da
agricultura
pessoas. O cenário passa a ser bem preocupante pois para
convencional que ao longo do contexto histórico cooperou
essa quantidade de população se exigiria 10 hectares
substancialmente ao desmatamento e emissões de CO2 em
adicionais de terra (área aproximada a do Brasil) a fim de
larga escala, a inserção da agricultura verticalizada na
alimentá-los2.
malha urbana é uma solução para os impactos negativos
No entanto, esta área agriculturável adicional pode
gerados pela agricultura convencional. A importância do
não estar disponível com a qualidade necessária, uma vez
desenho do edifício, não como objeto escultórico ou marco
que pelo menos dois dos principais fatores de produção
plástico da cidade, mas como peça de uma engrenagem,
(capital e terra) vão se tornando escassos ou tecnicamente
com seu papel definido pela funcionalidade e com respostas
inviáveis, principalmente quanto a seu retorno econômico
às necessidades do cidadão, tem a capacidade de
para
estratégias
transformar o macro, o globo, e atingir as metas estipuladas
alternativas a fim de se obter uma fonte de alimento
pelas conferências globais, desde Estocolmo em 1976 até
abundante e variada sem invadir os poucos ecossistemas
os dias atuais em Paris, a COP21, (21ª Conferência do
funcionais restantes devem ser seriamente contempladas. E
Clima) em busca de maior equilíbrio entre meio ambiente e
uma das alternativas sustentáveis e estratégicas de
sociedade. As fazendas verticais surgem no contexto
complementar o futuro abastecimento de alimentos ao
mundial, como uma produção indolor.
2
quem
e
produz.
Dessa
maneira,
Disponível em <https://nacoesunidas.org/acao/populacao-mundial/>. Acesso em 21 ago. 2018.
21 Segundo Carlos Leite (LEITE, Carlos, Cidades inteligentes, cidades sustentáveis. 2012, pág. 8), as metrópoles são o grande desafio estratégico do homem neste momento, e se elas adoecem o planeta torna-se insustentáveis. No entanto, a experiência internacional mostra que as cidades se reinventam, que elas não são fossilizadas, que as melhores cidades são aquelas que continuamente se renovam e funcionam similarmente a um organismo vivo, quando adoecem, se curam, mudam.
No
mundo,
a
primeira
fazenda
verticalizada
implantada, foi em Singapura, outros protótipos menores foram introduzidos em telhados de Vancouver, prédios que passaram por retrofit nos Estados Unidos e um zoológico na Europa também usou o método para produzir alimentos para os animais. No Brasil, o telhado da galeria do rock foi usado para implantar uma horta verticalizada e um concurso para projetar a fazenda na Avenida Paulista, premiou três grupos de estudantes das universidades Presbiteriana Mackenzie, Centro Universitário Ritter dos Reis - UNIRITTER e a Universidade Nove de Julho - UNINOVE - São Paulo/SP.
22
23
24
2 OBJETIVOS
Produzir alimentos para os cidadãos na própria cidade diminuindo a emissão; de gases poluentes causados pelo transporte, e melhorando a qualidade
2.1 OBJETIVO GERAL A
finalidade
deste
trabalho
do ar; é
promover
a
requalificação urbana, implantando um novo conceito arquitetônico para a agricultura, através de um sistema vertical, ajudando as grandes metrópoles que passam por escassez de terras, degradações urbano-ambientais, e um crescimento populacional exponencialmente alto, a garantir a produção de alimentos necessária com menos desgaste hídricos e energéticos. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Promover a integração da população com o meio urbano;
Recuperar o ecossistema degradado pela agricultura convencional alterando a paisagem urbana;
Promoção da saúde em um ambiente sustentável;
Permitir a integração contínua da agricultura com a cidade;
Economia de espaço e personalização do mesmo, com usos mistos.
25
26
27
3 PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA Com o extenso crescimento populacional do planeta, a
o número e os ataques de pragas e doenças às culturas agrícolas
também
começaram
a
alcançar
níveis
disponibilidade de alimentos será cada vez menor. Mais
preocupantes, o que levou a indústria a se preocupar em
pessoas exigem mais grãos e mais grãos exigem mais solo,
desenvolver formulações químicas, ou seja, os agrotóxicos,
e como este solo este cada dia mais escasso, para chegar
muitas vezes chamados de defensivos, que combateriam
à demanda de produção suficiente, vivenciamos algumas
tais pragas e doenças.
realidades.
3.1.2 Agricultura Orgânica
3.1 TIPOS DE AGRICULTURA
Segundo
Segunda
Revolução
Agrícola,
que
o
termo
que
conhecemos
como Agricultura Orgânica apareceu por volta de 1920,
3.1.1 Agricultura convencional A
a Embrapa,
quando surgiram movimentos e manifestações contrários à marcou
adubação química e a favor da prática de culturas baseadas nos
como base as variedades geneticamente melhoradas, a
movimentos foram agrupados em quatro grandes vertentes:
introdução de tratores e de implementos agrícolas no setor
a agricultura orgânica, biodinâmica, biológica e natural. Em
produtivo e a utilização de fertilizantes químicos em
meados de 1970, essas vertentes foram agrupadas e
substituição aos adubos orgânicos para aumentar a
nomeadas como agricultura alternativa, o que nos dias
produção e diminuir o tempo de colheita3. Em contrapartida,
atuais é conhecido por Agricultura Orgânica.
3
4
Disponível em < https://www.cpt.com.br/cursos-cultivodecocoagricultura/artigos/agricultura-convencional-heroina-ou-vila-descubravoce-mesmo>. Acesso em 25 ago. 2018.
processos
biológicos
naturais4. Inicialmente,
definitivamente o início da Agricultura Convencional, teve
os
Disponível em < https://www.ecycle.com.br/2069-o-que-e-agriculturaorganicaAcesso em 25 ago. 2018.
28
O processo de produção orgânica não utiliza agrotóxicos e
possível corrigir a concentração das substâncias químicas
promove a restauração e manutenção da biodiversidade.
que estiverem faltando sempre que for necessário. A grande
Além
vantagem desse método é evitar as pragas normalmente
disso,
a agricultura
orgânica utiliza fertilizantes
naturais, como adubação através de leguminosas fixadoras de nitrogênio,
adubo
orgânico
de compostagem, minhocultura,
manejo
transmitidas pelas raízes5.
proveniente de
vegetação
nativa e rotatividade de culturas, uso racional de água e outras técnicas que sejam adaptáveis à realidade local.
3.1.4 Diferença entre hidroponia e produção orgânica. Alimentos
hidropônicos
têm
um
processo
de
produção diferente ao processo proposto pela agricultura
3.1.3 Hidropônia
orgânica. Na hidroponia podem ser utilizados agrotóxicos. Trata-se de uma técnica de origem oriental, difundida
Os hidropônicos são caracterizados pelo cultivo direto na
na Segunda Guerra Mundial, que possibilita o cultivo de
água, enquanto a agricultura orgânica trabalha com o solo
plantas apenas com água e nutrientes, sem terra. Os
como organismo vivo. Na hidroponia, fertilizantes altamente
nutrientes
solúveis, proibidos pela agricultura orgânica, são colocados
adicionados
são
os
elementos
químicos
existentes normalmente no solo, necessários para o
na água e absorvidos pelas raízes das plantas.
desenvolvimento do vegetal, como fósforo e potássio. O líquido, por sua vez, é armazenado em tanques e bombeado
3.2 DESMATAMENTO
para o recipiente onde fica a plantação, passando pelas
O desmatamento da área a ser cultivada constitui
raízes e retornando para o tanque em um fluxo contínuo. É
talvez o primeiro impacto da produção agrícola. O terreno a
5
Disponível em < https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-ehidroponia/>. Acesso em 25 ago. 2018.
29
ser cultivado precisa estar limpo para que se possa fazer a preparação do solo e o plantio das sementes e isso ocorre a custas de ecozonas que são eliminadas ou reduzidas a unidades fragmentadas e semi-funcionais, gerando o aumento das ilhas de calor. Segundo
o
ecologista
Dickson
Despommier
(DESPOMMIER, Dickson, The Vertical Farm: Feeding the World in the 21st Century. 2010, pág. 34), a cidade falhou em um dos princípios mais básicos do ecossistema ao fragmentar os sistemas. O ecossistema é fruto do estabelecimento de relacionamento de mútua dependência
Gráfico 1: Emissões globais dos gases do efeito estufa por setor econômico Fonte: IPCA (2014)
que formam um ciclo, e trazer os recursos de fora, da
No cultivo convencional, a amônia, usada para fabricar
cidade faz com que não exista este ciclo, que devolve o que
fertilizantes e agrotóxicos para proteger as plantas das
tiramos do meio ambiente.
pragas
e
doenças,
mas
que
pode
ser
produzida
naturalmente através da decomposição de materiais 3.3 POLUIÇÃO A agricultura é a principal culpada por poluir o ar, tanto pelo transporte, quanto pela produção dos alimentos.
orgânicos, como esterco, ao se juntar aos poluentes de combustão, como óxidos de nitrogênio e sulfatos de veículos no ar, minúsculas partículas com substancias poluentes, são criadas. Essas partículas que possuem o diâmetro dos fios de cabelo se dissipam com o vento e chegam às grandes cidades. Ou seja, mesmo que você more longe de lavouras e fazendas de criação de gado, está exposto à poluição agrícola.
30
Organização das Nações Unidas (ONU), consomem aproximadamente 70% de toda a água disponível no mundo
3.4 ÁGUA
é utilizada para irrigação. No Brasil, esse índice chega a
Outro recurso imprescindível para o abastecimento
72% e nos Estados Unidos entre 80 a 90%7.
mundial de alimentos é a água. Segundo declaração da ONU,
na
Conferência
das
Nações
Unidas,
sobre
Desenvolvimento Sustentável RIO+20, em 2012, para uma em cada sete pessoas do planeta, a falta de água já é uma realidade, estimando-se que um bilhão de pessoas não tenha água própria para beber, e 2,5 bilhões não tenham acesso ao saneamento básico e se a crise hídrica cresce se intensificam outros conflitos6. Em 2014, a cidade de São Paulo, se afogou na maior crise hídrica dos últimos 80 anos, por depender muito do Sistema Cantareira que depende de chuvas de verão, e com
Gráficos 2: Consumo de água por setores Fonte: Relatorio CRHB ANA 2012 – BRASIL
a estiagem o sistema acabou sofrendo uma grande baixa. E essa crise não foi culpa apenas das chuvas, mas do
3.5 ADENSAMENTO POPULACIONAL
crescimento populacional, do desperdício, da falta de planejamento urbano, e a agricultura, que segundo dados da
6
Disponível em <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/03/rio20-emomento-de-criar-politica-global-para-agua-diz-diretor-da-ana.html>. Acesso em 25 ago. 2018.
7
Disponível em <https://nacoesunidas.org/acao/agua/>. Acesso em 25 ago. 2018.
31
Segundo dados da ONU, de 2015, até 2050, teremos aproximadamente 10 bilhões de pessoas. E para alimentar toda essa população, será necessário triplicar a produtividade nos solos e com este aumento, os plantios
tendem
a
ficarem
mais
densos,
e
consequentemente as plantas ficam cada vez mais próximas
umas
das
outras,
ocasionando
uma
disseminação de pragas, e para combater essas doenças o uso de agrotóxicos se tornam indispensáveis mesmo com seu impacto na saúde humana e ambiental e desencadeamos um sistema onde o consumidor não sabe de onde vêm, como chegou e como foi produzido o alimento que consome, bem como os impactos gerados.
Mapa 1: Crescimento populacional (%) Fonte: Banco Mundial - 2014
3.6 FOME Cerca de 795 milhões de pessoas passam fome atualmente de acordo com o relatório anual sobre a fome intitulado “Estatuto da Insegurança Alimentar no Mundo” de 2015, publicado pela FAO, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD) e o Programa Alimentar Mundial (IPAM). O relatório ainda revela que são cerca de 2 milhões de pessoas sofrendo de deficiências nutritivas, 3,5 milhões de crianças morrem anualmente de fome e
32
doenças relacionadas a má nutrição, até mesmo os
172 países e centenas de organizações ambientais, e que
países desenvolvidos tem cerca de 5% de sua população
resultou em acordos
passando fome ,e isso se deve em grande parte porque
importantes, entre os quais se destaca o documento
este alimento não chega a todos os indivíduos devido à
“Agenda 21”, atualizado
má distribuição8.
recentemente para “Agenda 2030”, em Paris, 2015. Entre os 17 objetivos definidos, salientamos: (ONU, 2017)
Mapa 2: Mapa da população subnutrida por país Fonte: Banco Mundial - 2014
A conferência realizada no Rio de Janeiro, em 1992,
Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. (Agenda 2030. ONU, 2016). [...] 2.4 Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo. (Agenda 2030. ONU, 2016).
foi considerada um marco em termos de políticas internacionais, com a presença de representantes de
3.7 TRANSPORTE De acordo com a FAO, estima-se que sejam desperdiçados 1,3 milhoes de toneladas de alimentos no
8
Disponível em < Disponível em < http://www.fao.org/brasil/noticias/detail-vents/en/c/1037611/>. Acesso em 25 ago. 2018.
33
mundo, desde a produção primária até o consumidor
geraram produtos com custos tendenciosamente mais
final9. O Brasil é líder mundial em soja, milho, açúcar,
elevados devido ao desperdício do alimento que pode
café, carne bovina e de frango, mas, na hora de escoar
chegar a 30%, pelo transporte, e a correria da vida urbana e
essa produção até os pontos de venda ou portos
os preços dos produtos orgânicos, nos fez consumir cada
exportadores, o país enfrenta sérios problemas com a
vez mais produtos industrializados, e isto se reflete na saúde
ineficiência dos sistemas de transporte. São rodovias em
da população. Segundo o levantamento do ministério da
situação precária, caminhões sucateados, ferrovias sem
saúde, uma em cada cinco pessoas no país está acima do
investimento e terminais portuários sobrecarregados.
peso. A prevalência da doença passou de 11,8%, em 2006,
Além disso, a produção está espalhando-se para o
para 18,9%, em 2016, mesmo com o aumento de 30% da
centro-oeste e norte do país e distanciando-se dos
produção e consumo da agricultura orgânica10.
grandes
centros
consumidores
e
dos
canais
Somado esses fatores, uma forma de equilibrar os
exportadores, como sul e sudeste, o que encarece os
impactos ambientais e aperfeiçoar um espaço físico
custos com transporte e põe em risco a competitividade
subutilizado da grande metrópole de São Paulo, o projeto a
do produto brasileiro no mercado internacional.
ser apresentado, será utilizada como um novo modelo de
3.8 SAÚDE HUMANA
produção limpa e indolor, bem como a requalificação e reurbanização urbana, que ultrapassara a área do projeto,
Os inchaços das grandes cidades empurraram a
recuperando a história da Avenida Celso Garcia, que em seu
produção de alimentos para áreas cada vez mais distantes
início foi marcada pela agricultura nas plantações de vinho.
das zonas urbanas e esse distanciamento com a produção 9
Disponível em <http://www.fao.org/americas/noticias/ver/pt/c/239394/>. Acesso em 25 ago. 2018.
10
Disponível em <http://portalms.saude.gov.br/noticias/agenciasaude/28108-em-dez-anos-obesidade-cresce-60-no-brasil-e-colabora-paramaior-prevalencia-de-hipertensao-e-diabetes>. Acesso em 01 set. 2018
34
35
36
4 DEFINIÇÃO DO TEMA
complementado com iluminação artificial e otimizado com refletores metálicos11.
Uma fazenda
vertical é
um
conjunto
espacial
destinado para a produção de alimentos e remédios em camadas verticais. Em uma fazenda vertical, além da produção de alimentos e remédios em camadas empilhadas verticalmente, podem ser utilizadas superfícies inclinadas verticalmente e/ou integradas em outras estruturas como arranha-céus, coberturas e contêineres. As técnicas empregadas se resumem basicamente a agricultura de interior e tecnologia de agricultura com controle ambiental (CEA, na sigla em inglês), em que todos os fatores
. Figura 1: Elementos essenciais para o cultivo Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web
ambientais podem ser controlados. Essas instalações utilizam controle artificial da luz, controle ambiental
4.1 MODELOS DE FAZENDAS VERTICAIS
(umidade, temperatura, gases, etc.) e fertigação. Algumas fazendas verticais usam técnicas semelhantes às estufas, porém no formato de edifício de vários andares onde o aproveitamento
da luz
solar
natural pode
ser
4.1.1 Green Rooftop. A criação destes telhados não é uma ideia totalmente original, já que sua história remonta aos zigurates da antiga Mesopotâmia e os Jardins Suspensos da Babilônia. Até
11
Disponível em <https://www.ecycle.com.br/6180-fazenda-vertical>. Acesso em 01 set. 2018
37
hoje, no entanto, continuar desafios na implementação de
precisar de reforço extra. Além disso, um telhado requer
fazendas de telhado persistem. Com a escassez de terras
acesso ao edifício, o que impõe questões logísticas, que
agrícolas urbanas adequadas, os telhados estão sendo
deverá prever acesso para funcionários e carga, de forma
cada vez mais vistos como um espaço plausível para o
que não comprometa o uso preexistente. Os códigos de
cultivo de alimentos e uma medida proativa na construção
zoneamento também podem ser obstáculos para obtenção
de um futuro sustentável para as cidades. Nos últimos anos,
de licenças, pois nem todos os locais permitem uso misto
um grande número de telhados verdes foram transformado
dos edifícios.
para produzir alimentos e são vistos como uma necessidade para combater o efeito de ilha de calor, para mitigar o escoamento de águas pluviais e seu reuso. As denominadas internacionalmente de green rooftop tem como aspectos predominantes a utilização da laje de cobertura para transformação de estufas produtivas, com fechamentos translúcidos, aproveitando ao máximo a incidência solar e, com isso, reduzindo o consumo de energia.
Neste modelo são utilizadas plataformas para
cultivo no sistema hidropônico que possibilita o cultivo de plantas apenas com água e nutrientes, sem terra. Para implantação desse sistema, a estrutura deve ser forte o suficiente para suportar o peso das estufas. Normalmente, as bordas dos telhados são adequadas para suportar cargas moderadas, mas as áreas centrais podem
Figura 2: Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006
38
acordo com o clima local. Eles podem ser instalados em prédios, telhados e estacionamentos. O interior do contêiner pode simular diferentes ambientes de crescimento para uma série de arranjos de desenvolvimento de plantas. Cada sistema é equipado com espaços de trabalho em aço inoxidável, estruturas revestidas com esmalte e resistentes a mofo, rolos de cortina LED que imitam a luz do sol e fornecem espectros de luz vermelha e azul otimizados para o crescimento, e são a fonte de calor para a fazenda, suportes de montagem do Figura 3: Urban Farmers - Holanda https://www.hollandtradeandinvest.com/dutch-solutions/food--watersecurity/urban-farmers-start-a-fresh-revolution
4.1.2 Contêiner
ventilador de circulação e os sistemas de irrigação que podem ser por gotejamento, onde os emissores de água gotejam uma solução aquosa rica em nutrientes em um meio de crescimento onde as raízes das plantas estão localizadas, por fluxo continuo onde as plantas crescem em
A produção em contêiner utiliza a técnica de
uma cama que é periodicamente inundada e drenada com a
hidropônia, em ambiente confinado por vedações opacas,
solução, e por aeropônia onde as raízes das plantas ficam
portanto com iluminação 100% artificial. Neste sistema o
suspensas no ar e são periodicamente misturadas com a
ambiente, tais como iluminação, temperatura do ar e da
solução nutritiva.
água, pH, quantidade de gás carbônico, nível de água e umidade podem ser ajustados à distância e adaptados de
39
Figura 4: Sistema hidropônico por gotejamento Fonte: https://www.freightfarms.com/hydroponics
Figura 5: Representação do sistema hidropônico por gotejamento Fonte: https://www.freightfarms.com/hydroponics
Figura 6: Sistema hidropônico por fluxo contínuo Fonte: https://www.freightfarms.com/hydroponics
40
Figura 7: Representação do sistema hidropônico por fluxo contínuo Fonte: https://www.freightfarms.com/hydroponics
Figura 8: Planta contêiner Fonte: http://modularfarms.co/primary-module/
Os contêineres com 12,20 m x 2,44 m x 2,90 m (comprimento, largura, altura), são capazes de suportar mais de 3.800 plantas em crescimento. Além disso, o viveiro pode semear mais 3.600 plantas. O adicional de 2 metros de largura sobre um contêiner tradicional permite o acréscimo de quatro fileiras de torres em crescimento. O sistema é projetado para incluir módulos adicionais para expandir a produção12. Figura 9: Elevação Contêiner Fonte: http://modularfarms.co/primary-module/
12
Disponível em < http://modularfarms.co/primary-module/>. Acesso em 01 set. 2018.
41
juntamente com nutrientes precisamente medidos para cada planta.
Igualmente
aos
modelos
apresentados
anteriormente, essas fazendas são projetadas para cultivos em um ambiente de circuito fechado e controlado, que eliminam as necessidades de herbicidas e pesticidas prejudiciais, maximizando a nutrição e o valor dos alimentos Figura 10: Contêiner Cropbox Fonte: https://super.abril.com.br/blog/planeta/ja-viu-um-conteinerfazenda-ele-produz-comida-fresca-e-ainda-gasta-pouca-agua/
no processo bem como fornecendo a produção máxima e impactos ambientais mínimos. A principal diferença desses prédios é sua capacidade de cultivo, podendo ter o triplo de
4.1.3 Prédios direcionados Neste caso, são utilizados prédios para implantar as diversas formas de produção verticalizada. As construções podem ser novas ou empregadas em edificações que passaram por retrofit, que consiste na utilização de alta tecnologia em sistemas de automação e controle, neste caso a ocupação de edifícios vazios, como antigas fábricas, é o recurso espacial utilizado com mais frequência, em função do baixo valor imobiliário e de certas características físicas, como pés direito altos e grandes vãos, compatíveis com a fazenda vertical. O design, o layout e a configuração dessas fazendas proporcionam exposição à luz ideal,
produção de uma fazenda com cultivo convencional. 4.2 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO Um dos componentes mais importantes da agricultura vertical são as iluminações. Para uma planta crescer é preciso fornecer toda a luz necessária e é necessário compensar a luz solar, especialmente nos meses de inverno, quando o horário de verão é curto. Para aumentar o comprimento do "dia", a fim de desencadear crescimento específico e floração. Assim como os seres humanos precisam de uma dieta equilibrada, as plantas precisam de luz balanceada e
42
de espectro completo para uma boa saúde e crescimento
pegada. Esta invenção substitui luz solar com LEDs que
ótimo. Além de ser a mais promissora fonte de iluminação,
produzem o comprimento de onda ideal de luz para o
inclusive para grandes projetos urbanos, o LED vem
crescimento das plantas. Ao contrário do o sol, a iluminação
revelando outras propriedades cultivo de verduras.
tradicional de assimilação e o LED de iluminação, o TL
À medida que a importância da luz artificial na agricultura
aumentou,
os
fabricantes
de
apenas omite uma cor de luz. Nenhuma energia é
lâmpadas
desperdiçada com espectros de luz que não são usados
começaram a avaliar as lâmpadas especificamente para as
pela planta. Como tal, a nova tecnologia de iluminação
necessidades da planta.
fornece as cores de iluminação corretas que as plantas
As tecnologias LED fornecem apenas 28% de eficiência, uma taxa de eficiência que deve ser aumentada
precisam para a fotossíntese - luz azul, vermelha e infravermelha.
para cerca de 50–60%, no mínimo, para tornar rentáveis os
Ademais, a nova tecnologia de iluminação de
métodos de criação de espaços interiores. Felizmente,
“indução” simula o espectro de cores da luz solar para
experimental a evolução dos LEDs atingiu essa marca. Os
fomentar o crescimento de vegetais e frutas. “A luz usa um
engenheiros
Philips
eletroímã para excitar o gás argônio sua fonte de luz, em vez
produziram LEDs com 68% de eficiência. Tal aumento na
de um filamento. Por esta razão, usa muito menos energia e
eficiência da iluminação reduzirá drasticamente os custos13.
pode durar para 100.000 horas, o dobro do tempo que uma
Além disso, um grupo holandês chamado PlantLab
luz LED. Também gera mais calor que a luz LED, mas
inventou recentemente uma tecnologia de iluminação que
menos que uma lâmpada incandescente. Portanto, as luzes
poderia ajudar a cultivar alimentos em uma pequena
criam calor suficiente para o cultivo de plantas sem
13
holandeses
de
iluminação
da
Disponível em <http://www.lighting.philips.com.br/casos/cases/horticulture/greensense-farms>. Acesso em 01 set. 2018.
43
desperdiçando energia para aquecer todo o edifício. Além
cultivados
necessitam.
Dentre
essas
técnicas
estão
disso, as unidades de luz são calibradas para criar um “ideal”
o NFT(Nutrient Film Technique), Floating e Aeropônia14.
microambiente produzindo iluminação de alta qualidade semelhante à luz do dia. Essas unidades também são de longa duração, com uma duração de cerca de uma década, e são vendidos a preços acessíveis. 4.3 TIPOS DE PRODUÇÃO 4.3.1 Hidropônia Desenvolvido em 1934 pelo Dr. William Frederick, a Hidropônia (do grego: água + trabalho) é o nome dado a um sistema de cultivo de plantas caracterizado por não precisar
Figura 11: Sistema hidropônico Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web
4.3.1.1 NFT (Nutrient Film Technique)
de terra (solo) ou outro substrato como fonte de nutrientes
O sistema hidropônico NFT (Nutrient Film Technique)
para a planta. As raízes das plantas ficam dentro da água.
é uma técnica de cultivo em água, no qual as plantas
Os elementos minerais essenciais para o crescimento e o
crescem tendo o seu sistema radicular dentro de um canal
desenvolvimento das plantas são fornecidos através de uma
ou canaleta através do qual circula uma solução nutritiva
solução nutritiva aquosa que fornece na medida exata e de
composta de água e nutrientes. Essa técnica surgiu na
forma constante todos os nutrientes que os vegetais
Inglaterra em 1965, e a nomenclatura Nutrient Film
14
Disponível em <https://www.plantlab.com/media/PLANTLABMediaKit.pdf>. Acesso em 01 set. 2018.
44
Technique, sugere que a espessura do fluxo da solução
vedado. Isso evita a formação de algas e a entrada de
nutritiva que passa através das raízes das plantas deve ser
pequenos animais no depósito. Além disso, sua instalação
bastante espessa para fornecer a planta tudo o que ela
deve ser preferencialmente abaixo do nível da tubulação de
necessita e ao mesmo tempo o fluxo não deve ser
drenagem, facilitando o retorno da solução por gravidade. O
demasiado alto ao ponto de deixar as raízes submergidas e
tamanho do reservatório dependerá do número de plantas e
causando falta de oxigenação radicular.
das espécies que serão cultivadas. Deve-se obedecer ao
O método é bastante popular entre os produtores de
limite mínimo de 0,1-0,25 L/planta para mudas, de 0,25-0,5
hidropônia, principalmente por causa de seu design
L/planta para plantas de pequeno porte (rúcula, almeirão),
bastante simples. No entanto, é mais adequado para o
de 0,5-1,0 L/planta para plantas de porte médio (alface,
cultivo de plantas menores e com crescimento rápido, como
salsa, cebolinha, agrião, manjericão, morango, cravo,
diferentes tipos de alface, ervas e verduras.
crisântemo), de 1,0-5,0 L/planta para plantas de maior porte
A hidropônia em NFT possui um reservatório onde a
(tomate, pepino, melão, pimentão, berinjela, couve, salsão,
solução nutritiva é armazenada e posteriormente bombeada
etc.). Quanto maior a relação entre o volume do tanque e o
para a parte superior da bancada de cultivo passando pelos
número de plantas nas bancadas, menores serão as
canais de irrigação que podem ser feitos com diversos tipos
variações na concentração e temperatura da solução
de materiais, contudo, o material utilizado deve ser
nutritiva. Entretanto, não se recomenda a instalação de
impermeável ou impermeabilizado para não reagir com a
depósitos com capacidade maior que 5.000L, em vista da
solução nutritiva. Depois a solução é recolhida, na parte
maior dificuldade para o manejo químico (correção do pH e
inferior do leito, retornando ao tanque. Já o depósito com o
da condutividade elétrica – CE) e oxigenação da solução
reservatório deve ser enterrado protegido da luz e bem
nutritiva15.
15
Disponível em <https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/comofunciona-o-sistema-de-hidroponia-nft>. Acesso em 01 set. 2018.
45
As bancadas ou mesas de cultivo onde são colocadas as mudas, ou seja, onde vai ocorrer o plantio e o
Fonte: https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/como-funcionao-sistema-de-hidroponia-nft
desenvolvimento dos vegetais devem ter até 1,0 m de altura e 2,0 m de largura para mudas e plantas de ciclo curto (hortaliças de folhas) e até 0,2 m de altura e 1,0 m de largura para plantas de ciclo longo (hortaliças de frutos), e não ultrapassar 15 metros de comprimento para evitar a possibilidade de escassez de oxigênio para as últimas plantas da bancada. Essas dimensões são suficientes para uma à colheita e a limpeza da mesa que devem ter os perfis com declividade de 2 a 4%16. Figura 13: Hidropônia com canos PVC
Fonte: https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/como-funciona-osistema-de-hidroponia-nft
4.3.1.1.2 Estufa para hidropônia NTF Para se obter o máximo de qualidade no cultivo hidropônico é recomendado o cultivo dos vegetais em um ambiente protegido como uma estufa. O modelo mais utilizado comercialmente é a capela (duas águas), que Figura 12: Sistema NTF 16
Disponível em <https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/comofunciona-o-sistema-de-hidroponia-nft>. Acesso em 01 set. 2018.
46
fornece amplo espaço interno, com bom escoamento da água das chuvas e boa proteção interna. Dependendo do
Fonte: https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/como-funciona-osistema-de-hidroponia-nft
tamanho da estufa podem ser colocadas várias bancadas no seu interior. Para a cobertura das estufas recomenda-se a utilização de filme plástico aditivado anti-UV e antigotejo. O filme plástico antigotejo é de extrema importância, pois evita que o acúmulo interno de água caia em forma de gotas sobre as plantas e faz com que a água escorra pelas laterais da estufa. Assim, evitam-se a contaminação e a propagação de diversos patógenos, principalmente os fúngicos17. Figura 15: Bancadas NTF Fonte: http://www.planttec.com.br/projetos-tecnicos-de-estufas.asp
4.3.1.2.
Sistema Floating de Hidroponia
A hidropônia do tipo Floating também é conhecida como DFT (Deep film technique) e Piscina. Esse sistema leva esse nome, pois nele não existem canais de cultivo, existe sim uma mesa onde permanece uma lâmina de solução nutritiva. Daí o nome piscina, pois diferentemente Figura 14: Estufa para modelo NTF 17
Disponível em <https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/comofunciona-o-sistema-de-hidroponia-nft>. Acesso em 01 set. 2018.
47
dos outros sistemas de hidropônia as plantas ficam flutuando sobre a solução. Em geral, são apoiadas em placas de isopor com furos e permanecem submersas na solução nutritiva por todo o período de cultivo, por isso a oxigenação da solução merece especial atenção, tanto no depósito quanto na caixa de cultivo. Para manter o nível de O2 adequado no sistema é necessário a instalação de um tubo chamado “venturi” que permite a oxigenação da solução, impedindo dano a produção. A nutrição no sistema de floating desses produtores é praticamente a mesma aplicada ao sistema NFT. A diferença é que, como são utilizados grandes volumes de água, é importante realizar a análise dela, e uma vez por mês retirar amostras para verificar quais nutrientes estão abaixo dos níveis ideais18.
18
Disponível em <http://tudohidroponia.net/floating-um-tipo-dehidroponia/>. Acesso em 01 set. 2018
Figura 16: Esquema sistema floating de hidropônia Fonte: http://tudohidroponia.net/floating-um-tipo-de-hidroponia/
48
plantas são cultivadas suspensas no ar, tendo como sustentação canos de PVC que podem ser dispostos no sentido horizontal ou vertical, permitindo um melhor aproveitamento de áreas e a instalação de um número maior de plantas por metro quadrado de superfície da estufa, obtendo-se, assim, um aumento direto de produtividade19.
Figura 17: Bancada sistema floating de hidroponia Fonte: http://tudohidroponia.net/floating-um-tipo-de-hidroponia/
4.3.1.3 Aeropônia Criada em 1982 por Richard Staner, a aeropônia é uma técnica hidropônica, onde não é utilizado nenhum tipo de substrato. Essa técnica surgiu com a necessidade de otimizar espaços, ter maior produtividade e eficiência na hidropônia. É um sistema muito similar ao NFT, diferindo basicamente na disposição espacial dos canais de cultivo. O espaço de cultivo é otimizado, pois na aeropônia as 19
Disponível em: <http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-dehidroponia/>. Acesso em 01 set .2018.
Figura 18: Sistema Aeropônico Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web
4.3.1.3.1 Aeropônia Vertical Neste sistema utilizam-se tubos de PVC de quatro polegadas, de cerca de 2 m de comprimento. Esses tubos recebem perfurações laterais para adaptação das mudas.
49
As colunas são dispostas paralelamente, deixando-se espaços de 1,40 m entre elas, formando grupos. Entre os grupos se deixa o espaçamento de 1,80 m. Maneja-se a formação de grupos de modo que a luminosidade e a temperatura sejam as desejáveis para boa produtividade. A solução nutritiva entra pelo alto dos tubos, passa ao longo dos mesmos, é recolhida na parte inferior, filtrada e retorna ao reservatório20. Figura 20: Raízes dentro do sistema aeropônico vertical Fonte: http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-de-hidroponia/
4.3.1.3.2 Aeropônia Horizontal A aeropônia horizontal consiste fundamentalmente em cultivar as plantas em tubos de PVC de 12 a 15 cm de diâmetro, cujo interior passa a solução nutritiva. Os tubos são colocados com inclinação de 1-3%. A solução entra pela Figura 19: Cultivo de alface por aeropônia vertical Fonte: http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-de-hidroponia/
parte mais alta do tubo saindo pela outra extremidade. As mudas são colocadas, nos tubos de PVC, em perfurações de 3-4 cm de diâmetro e no espaçamento indicado à planta.
20
Disponível em: <http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-dehidroponia/>. Acesso em 01 set .2018.
50
Os tubos de PVC são colocados um em cima dos outros, a um metrô de distância, paralelamente21.
Figura 22: Raízes dentro do sistema aeropônico horizontal Fonte: http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-de-hidroponia/
Figura 21: Cultivo por sistema aeropônico horizontal Fonte: http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-de-hidroponia/
A aeropônia pode ser feita também somente com a nebulização das raízes com solução nutritiva. Nesse caso não são utilizados tubos de PVC para solução nutritiva. Existe apenas uma estrutura para sustentação das plantas.
4.2.2 Aquapônia A hidropônia, sistema de produção de alimentos em água, revolucionou a agricultura ao possibilitar o cultivo em solos pouco férteis e em áreas urbanas, ou pelo menos mais próximas dos centros de consumo. O mesmo ocorre com a aquacultura, que é a criação de peixes (piscicultura), crustáceos (carcinicultura) e moluscos (malacocultura), em muitos casos utilizando açudes, gaiolas e tanques para
21
Disponível em: <http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-dehidroponia/>. Acesso em 01 set. 2018.
51
maior controle dos fatores que afetam a produção. A
versátil, pode ser instalado em praticamente qualquer
aquapônia
espaço22.
é
a
união
entre
a
hidropônia
e
a
aquicultura, eliminando um problema comum às duas culturas: a geração de resíduos. O termo aquapônia é derivado (produção
da de
combinação organismos
das
palavras
aquáticos)
e
"aquicultura" 'hidropônia'
(produção de plantas sem solo). Ela é composta por um tanque no qual são produzidos os peixes. Alimentados por ração, eles liberam dejetos ricos em nutrientes que, por sua vez, bombeados para uma parte superior, nutrem os vegetais. As raízes, ao retirar os nutrientes, purificam a água que retorna por gravidade para o tanque e voltam para o
Figura 23: Sistema aquapônico Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web
sistema. Com esta combinação é gerado um sistema onde não há adição de adubos ou pesticidas químicos na água, a produção é obrigatoriamente orgânica, pois a adição de pesticidas e fertilizantes não orgânicos podem afetar o delicado equilíbrio biológico estabelecido entre as partes do sistema. Na aquapônia, basta repor o que foi colhido assim é possível colher o ano inteiro e é um sistema flexível e Figura 24: Sistema básico de aquapônia Fonte: http://www.ecoeficientes.com.br/o-que-e-aquaponia/ 22
Disponível em: < http://www.ecoeficientes.com.br/o-que-eaquaponia/>. Acesso em 02 set. 2018.
52
estabelece a melhor rede de produções com a minimização da geração de resíduos.
Figura 25: Implantação do sistema de aquapônia http:// inhomeaquaponicssystem.com
Contudo, é visto que a principal diferença entre a hidropônia e a aeropônia está na água, e seu fluxo. Enquanto no primeiro caso é utilizada uma quantidade maior de água por transporte através de um fluxo laminar, no segundo caso é utilizado aspersores que economizam até 70% de água comparada a hidropônia convencional. Quanto à aquapônia, as junções físicas dos dois sistemas
53
54
55
5 MARCO HISTÓRICO Para entender o surgimento das fazendas verticais, é necessário compreender nosso passado e evolução, bem como os impactos que ocasionamos para chegarmos ao mundo atual.
surgiu entre 8 e 13 mil anos atrás. A nossa espécie humana (Homo sapiens) surgiu há cerca de 200 mil anos atrás, mas muito antes, outras espécies humanas (do gênero Homo) já vagavam pela terra desde um período estimado entre 1,5 e 2,5 milhões de anos.
Vista do espaço, a beleza da nossa biosfera é
A primeira evidência do homem com a agricultura
fantástica, mas fantástica é também a sua fragilidade. As
surgiu no primeiro período da pré-história, paleolítico,
manchas da poluição, as feriadas do desmatamento, as cicatrizes da industrialização e a expansão caótica de nossas cidades são evidencias de que, na nossa busca por
conhecido como o período da pedra lascada e datado o mais longo, por volta de 2,7 milhões de anos até 10.000 a.C.
riqueza, estamos sistematicamente espoliando tosos os
Nesse período, o nomadismo foi uma das principais
aspectos do sistema de apoio a vida do planeta. (Rogers,
características do homem que caminhava grande parte de
Richard, Cidades para um pequeno planeta. 2012, pág. 3).
sua vida em busca de abrigo e comida. Uma das mais
5.1 A EVOLUÇÃO DO HOMEM
importantes descobertas dessa época foi o fogo. Com esse instrumento, os homens alcançaram melhores condições de
Durante a evolução, o homem se destacou dos
sobrevivência mediante as severas condições climáticas.
demais animais, devido a sua capacidade de pensar antes
Além disso, o domínio do fogo modificou os hábitos
de agir, nós conseguimos sobreviver diante dos predadores,
alimentares humanos, com a introdução da caça e vegetais
construíamos espaços com as técnicas que observávamos
cozidos. Se antes o homem paleolítico, coletava alimentos
na natureza e os recursos que ela dispunha, nós
praticando o ato da caça e da pesca para sobreviver, o
estabelecemos e aos poucos dominamos as terras. As
homem neolítico passou a produzir o que comer com mais
produções eram pra atender as nossas necessidades. Estima-se que a agricultura, do latim “cultivo dos campos”,
56
assiduidade, plantando frutos, legumes e vegetais surgindo
aglomerados
urbanos.
então à agricultura23.
revolução urbana24.
Esse
período
é
denominado
O desenvolvimento da agricultura surgiu como uma 5.2.1 Antiguidade
forma de controlar a produção de alimento e criar a possibilidade de se libertar do nomadismo, para criar a
As
primeiras
comunidades
urbanas
e
cultura do sedentarismo, pois o homem não tinha mais a
autossuficientes começam a surgir ao sul da Mesopotâmia,
necessidade de vagarem constantemente à procura de
nas proximidades de grandes rios, como o Tigre, Eufrates,
alimentos.
além do Nilo, o Ganges e outros. No século IV a. C., a Babilônia era o maior centro comercial ligando o oriente ao
5.2 EVOLUÇÃO URBANA - SURGIMENTOS DAS CIDADES As comunidades agrícolas que surgiram no neolítico deram origem aos primeiros centros urbanos. Como deixaram de serem nômades, as tribos se concentravam em torno da atividade agrícola e surgiu uma divisão de
ocidente. Eles apresentavam boas técnicas artesanais e organização social, além de já existir classes sociais. primeiras
Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/prehistoria-2-o-surgimento-do-ser-humano-e-os-periodos-prehistoricos.htm >. Acesso em 02 set. 2018. 24 Disponível em: < https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/periodoneolitico.htm>. Acesso em 02 set. 2018.
eram
geralmente
pequenas,
não
chegando nem a 25 mil habitantes, porém sua importância não era dada por seu tamanho, mas sim pela maneira que se organizava socialmente25.
trabalho originando-se, a partir de então, os primeiros
23
cidades
As
5.2.2 Idade média
25
Disponível em: < https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/civilizacoes-hidraulicasmesopotamia.htm>. Acesso em 02 set. 2018.
57
Quando o sistema escravista de produção no Império
Como visto anteriormente, a primeira revolução
Romano entrou em crise, iniciaram-se as invasões
agrícola ocorreu 10 mil anos a.C., no período neolítico.
germânicas. Muitos dos grandes senhores romanos
Nesse período da história da humanidade o homem
abandonaram as cidades e foram morar nas suas
descobre o fogo e migra do sistema de caça e coleta para a
propriedades no campo. Essa época é marcada como a
agricultura. A descoberta possibilita o início do controle de
transição da antiguidade para a idade média.
técnicas para dominar a produção de alimentos. As
Com este êxodo, esses centros rurais, conhecidos
ferramentas rústicas do período paleolítico (3,5 milhões a.C.
por vilas romanas, deram origem aos feudos medievais. No
a 8 mil a.C.) são aperfeiçoadas para a atividade agrícola. É
sistema feudal a base política era rural e tinha economia
por isso que essa fase também é denominada Revolução
pautada na agricultura de subsistência. As poucas cidades
Neolítica27.
que sobreviveram eram geralmente comandadas por
Mas um dos momentos mais importantes do processo
bispos, com funções urbanas praticamente inexistentes.
de evolução da agricultura ao longo da história foi aquilo que
Nelas, os nobres e as Igrejas dominavam a propriedade de
ficou conhecido como a segunda revolução agrícola, que foi
terra enquanto que os servos lavradores cultivavam porções
um período de mudança no sistema de produção na Europa
destas propriedades e em troca trabalhavam e pagavam
entre os séculos XVIII e XI, onde a expansão marítimo-
título de renda aos nobres26.
colonial europeia, disseminou as diferentes culturas pelo mundo por meio das plantations, ensinando as técnicas até
5.3 REVOLUÇÃO AGRíCOLA – A AGRICULTURA COMO UM METÓDO DE VIDA
26
Disponível em: < https://historiadomundo.uol.com.br/romana/crise-doimperio-romano.htm>. Acesso em 02 set. 2018.
então não aplicadas. No Brasil, o caso mais evidente foi à produção da cana-de-açúcar.
27 Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/revolucaoagricola/>. Acesso em 02 set. 2018.
58
5.4 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - A TECNOLOGIA NA
EXPANSÃO
DAS
CIDADES
E
A
TRANSFORMAÇÃO DO MEIO URBANO E RURAL
campos públicos pela alta burguesia. O ato forçava a migração dos pequenos agricultores para as cidades. Esses trabalhadores, mais tarde, seriam a mão-de-obra que iria abastecer as fábricas durante a Revolução Industrial.
Com o passar do tempo, várias revoluções agrícolas sucederam-se, mas a principal delas ocorreu a partir da Revolução Industrial. O processo de industrialização das sociedades permitiu a transformação do espaço geográfico no meio rural, o que ocorreu graças à inserção de maiores aparatos tecnológicos na produção agrícola, permitindo uma maior
mecanização
do
campo.
Essa
transformação
materializou-se a partir do fornecimento de insumos da indústria para a agricultura, tais como maquinários, fertilizantes e objetos técnicos em geral. O
objetivo
era
aumentar
a
O aperfeiçoamento agrícola também foi obtido por meio de uso de cavalos, que aumentou a produtividade e reduziu a necessidade da força humana empregada desde o plantio até a colheita, plantio em larga escala de novos produtos, entre eles a batata e o milho, limitação de terras comuns para pequenos agricultores, concentração de terras (latifúndio), mudança dos padrões de posse, investimento em pesquisas para reduzir o empobrecimento do solo e a produção de nutrientes para enriquecer o solo e garantir a produção de alimentos28.
produção
e
a
produtividade. Os resultados foram obtidos por meio de técnicas como a rotação de cultura, a diversificação das
5.5 REVOLUÇÃO VERDE – A PROMOÇÃO DA AGRICULTURA
sementes e a equalização do espaço para a pecuária. Na Inglaterra foi aprovada a lei que permitiu a compra de
No século XX, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial, quando a fome era um problema real em
28
Disponível em: < http://jornaldanova.com.br/noticia/11106/revolucaoindustrial-consequencias-e-beneficios-para-a-agricultura>. Acesso em 02 set. 2018.
59
países da África subsaariana e da Ásia meridional, a
inegável a sua importância para o desenvolvimento da
evolução da agricultura conheceu um de seus patamares
agricultura no mundo. Além do mais, como extensão,
mais importantes, o que ficou conhecido como Revolução
ampliaram-se nas décadas posteriores as melhorias
Verde. Trata-se, basicamente, de um conjunto de medidas
decorrentes
e promoção de técnicas baseado na introdução de
a biotecnologia e a introdução dos Sistemas de Informações
melhorias genéticas nas plantas e na evolução dos aparatos
Geográficas na linha de produção agropecuária, o que vem
de produção agrícola para ampliar, sobretudo, a produção
intensificando a elevação da produtividade.
de alimentos. A introdução das técnicas provenientes da
O
da
perfil
tecnologia
da
no
agricultura
campo,
brasileira
como
mudou
revolução verde permitiu um aumento, em larga escala, da
completamente após a adoção das práticas características
produção de grãos e cereais, diminuindo sensivelmente a
da revolução verde. A introdução dos novos conceitos
necessidade por alimentos em várias regiões da Ásia, África
ocorreu durante o regime militar e foi um dos pilares do
e América Latina, muito embora a fome não tenha sido
chamado "milagre econômico". A partir da produção em
erradicada, uma vez que a sua existência não se deve
larga escala, o país passou à condição de exportador de
somente à falta de alimentos. O impacto no mundo foi tão
alimentos. Entre os produtos de grande desempenho estão
amplo que o agrônomo estadunidense Norman Borlaug,
a soja e o milho. Com a matriz agrícola voltada para as
considerado o “pai” da Revolução Verde, foi agraciado com
vendas externas, o Brasil instituiu agências de fomento e
o Prêmio Nobel da Paz no ano de 199029.
pesquisa. Entre as agências abertas nesse período está a
Embora a Revolução Verde seja bastante criticada pelos seus impactos ambientais e também pelo processo de
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), fundada em 197330.
concentração de terras que acompanhou a sua evolução, é 29
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/revolucao-verde/>. Acesso em 02 set. 2018.
30
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/revolucao-verde/>. Acesso em 02 set. 2018.
60
Pode se dizer então que, a princípio o avanço da
No início dos anos 1930, William Frederick
agricultura, esteve diretamente associado à formação das
Gericke
primeiras civilizações. A cidade nasce da necessidade de
Universidade da Califórnia em Berkley.
se organizar num dado espaço no sentido de integrá-lo e
foi
pioneiro
na
hidropônia
na
Na década de 1980, Åke Olsson, um sueco
aumentar sua independência visando determinado fim, no
agricultor
caso a agricultura permitiu o desenvolvimento do comércio,
agricultura vertical como um meio para a
a construção das sociedades e seus espaços geográficos.
produção de hortaliças nas cidades. Ele é
também
propôs
a
conhecido por ter inventado um sistema
5.6 FAZENDAS VERTICAIS
ferroviário em forma de espiral para plantas em crescimento.
A ideia da agricultura vertical não é inteiramente nova. Exemplos disso podem ser encontrados desde a era
ecológico,
Em
1979
o
Marchetti,
desenvolveu
Sete Maravilhas do Mundo Antigo, Philon, construído em
posteriormente seria idealizado por Dickson
torno de 600 aC.
Despommier, como uma fazenda vertical.
Em 1915, Gilbert Ellis Bailey criou o termo
projeto
Cesare
antiga nos Jardins Suspensos da Babilônia, em uma das
o
físico
similar
ao
que
Por volta da virada o século, Dickson
“agricultura vertical” e escreveu um livro
Despommier, um ecologista americano e
intitulado "Vertical Farm". Ele argumentou que
professor de saúde pública, apaixonadamente
cultivar hidroponicamente em um ambiente
reviveu o conceito de agricultura vertical. Ele
vertical controlado proporcionaria benefícios
descreveu a fazenda vertical como “o cultivo
econômicos e ambientais.
em massa de vida vegetal e animal para fins comerciais tecnologia
em
arranha-céus”.
avançada
de
efeito
Usando estufa
61
hidropônia e aeropônia, a fazenda vertical
em Singapura, inaugurada em 2012 pela empresa, Sky
poderia, teoricamente, produzir peixes, aves,
Greens. Todo o sistema tem apenas cerca de 60 metros
frutas, e legumes. Este conceito surgiu
quadrados e um total de 120 torres de cultivos que
juntamente com seus alunos, a princípio com
trabalham como uma roda gigante, de 30 metros, onde as
o objetivo de solucionar a escassez de
bandejas de legumes são empilhadas dentro de uma lata de
alimentos e falta de condições para plantio em
alumínio e uma esteira vertical se move para que todas as
determinadas regiões do mundo, em longo
plantas recebam a mesma quantidade de luz, boas fluxo de
prazo. Entretanto, este estudo mostrou-se
ar e irrigação. A ideia de implantar essa estrutura, veio da
solução para diversos problemas como o
necessidade alimentar de Singapura, que sofre com o
adensamento
a
adensamento populacional e a falta de terras para cultivo31.
potencializar as dificuldades em oferecer
Em 2013, nos subúrbios de Chicago, nos EUA, a
produtos
populacional
orgânicos
que
frescos
tende a
preços
empresa Urban Produce Farms, inaugurou a maior fazenda
competitivos, a falta de espaço para plantios
vertical comercial, contando com uma área de mais de 8.300
nos grandes centros urbanos, o que implica no
metros quadrados. A estrutura, batizada de FarmedHere,
crescente distanciamento dos polos produtivos
ocupa um antigo armazém com vários andares, integrando
ao mercado consumidor e variações de clima.
a aquapônia e a aeropônia para produzir diversos tipos de hortaliças32.
No mundo, há poucos modelos de fazendas verticais.
Em 2014, no Canadá a empresa Alterrus, inaugurou
A primeira implantada comercialmente e mais conhecida é
a Local Garden Vertical Crop Vancouver, no telhado de um
31
32
Disponível em: <https://www.skygreens.com/about-skygreens/> Acesso em 13 ago. 2018.
Disponível em: < http://www.urbanproducefarms.com/#aboutAcesso/>. Acesso em 13 ago. 2018.
62
alojamento de automóveis. O projeto veio da idealização de
instalado, há apenas estudos em grande parte na Suiça,
agricultura urbana limpa, indolor e modular, se adaptando de
Suécia e França.
acordo com o ambiente disponível e produzindo em grande
No mundo, em geral existem diversos projetos para a
escala para suprir as necessidades de todos os restaurantes
nova era da agricultura, a verticalização, que contam com
da região bem como a população local.
projetos altamente tecnológicos e inovadores, como a
Em 2016, em Nova Jersey, EUA, a Empresa
Dragonfly, em Nova York.
Assinado pelo renomado
AeroFarms, iniciou a construção da que foi estipulada como
arquiteto Vincent Callebaut e inspirado na asa de uma
a maior fazenda vertical do mundo. A produção será feita
libélula, o prédio de 132 andares seria capaz de produzir
sem a necessidade de sol e solo, utilizando imensas torres
mais de 30 tipos de cultivos de frutas a vegetais na cidade
com bandejas aeropônicas iluminadas por lâmpadas LED,
de Nova York, juntamente com moradias que seriam
ou seja, elas serão suspensas no ar e apoiadas pelo colo
autossuficientes energeticamente e a Pirâmide Farm, um
das raízes. A empresa ainda conta com diversos projetos de
modelo concebido pelos professores da Universidade de
agricultura verticalizada nos EUA, como fazendas escolares
Columbia Eric Ellingsen e Dickson Despommier, referências
para ensinar as crianças sobre o cultivo e fazendas de
no assunto. O conceito se assenta na ideia de que a
pesquisas e desenvolvimento.
agricultura vertical se tornará uma tábua de salvação
Na Europa, o conceito de fazenda vertical foi
necessária para cidades em todo o mundo. A Pyramid Farm,
inaugurado em setembro de 2009 no zoológico de Paignton,
como foi chamada, oferece uma solução sob a forma de um
no Reino Unido, para produzir alimentos para os animais no
ecossistema autossuficiente que cobre tudo, desde a
parque. Posteriormente nenhum projeto comercial foi
produção de alimentos à gestão de resíduos. Seus criadores estimam que a estufa vertical pudesse usar apenas 10 por
63
cento de água e cinco por cento da área usada pelo cultivo
agricultura verticalizada, mas ainda não há projetos físicos
convencional.
ou protótipos.
No Brasil esse tipo de sistema começou a ser discutido no meio acadêmico recentemente, com o desenvolvimento de alguns experimentos práticos sem cunho comercial através do concurso 006 da empresa projetar.org, para uma fazenda vertical na Avenida Paulista. Ademais, a empresa Suiça Swissnex, criada em 2012, também desenvolveu diversos projetos para a implantação do sistema em São Paulo, mas todos estão em processo de estudos. Mas em 2017, no cruzamento da Avenida Ipiranga com a Avenida São João, na Galeria do Rock, por iniciativa de jovens e o apoio do setor de nutrição humana da própria Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, foi feito na cobertura da Galeria uma horta urbana. O projeto da horta vertical é feita em madeira com várias espécies de hortaliças que poderá ser implantada em todas as praças do município. Outros lugares no Brasil, como Paraná, Belo Horizonte e Belém, estão estudando a implantação da
64
65
66
6 ESTUDOS DE CASOS
retorna a sua posição central na cidade como nas primeiras civilizações e gera uma série de dinâmicas que aproximam
O projeto foi elaborado com base nos seguintes estudos de casos:
concepção da fazenda vertical diante de um problema que
– Shangai - China
todos os centros urbanos enfrentam, o transporte dos
Estudo 02 – Fazenda vertical Avenida Paulista –
alimentos. Um centro urbano com escalas monumentais,
São Paulo – SP- Brasil
como São Paulo, enfrenta muitos problemas de logística
Estudo 03 – Local Garden Vertical Crop
para realizar a entrega de alimentos com qualidade. Estes
Vancouver – Vancouver - Canadá
problemas afetam a qualidade do produto durante o trajeto,
da
Fazenda
Vertical
com
a
proposta
de
requalificação urbana, recuperação do ecossistema e uma projeto
desenvolvido
no
Trabalho
fazendo com que grande parte dos alimentos não seja aproveitada nas gôndolas dos mercados. O Projeto estudado além de propor a produção de alimentos próxima ao seu público final, também traz uma nova identidade para
alternativa sustentável para a produção agrícola. O
O estudo de caso 02, teve como referência para a
Estudo 01 – Sunqiao Urban Agricultural District
Estas escolhas foram essenciais para a concepção do Projeto
esta cidade do meio ambiente.
Final
de
Graduação (TFG) possui o mesmo conceito do estudo de caso 01, por ultrapassar a ideia de fazenda vertical como edifício e propor um plano urbano, com uma combinação de sistemas que enfrentam os desafios das cidades atuais, como o adensamento populacional e uso indevido das do solo para a produção agrícola. Neste conceito, o alimento
a avenida paulista, quebrando o paradigma de uma cidade de pedras. O estudo de caso 03 teve como referência principal a relação custo x benefício, dadas as informações a serem apresentadas, o projeto foi escolhido pois mostra através de números que fazenda vertical é um investimento viável economicamente.
Diferentemente
dos
projetos
apresentados, O Local Garden Vertical Crop não projeta um
67
edifico próprio para abrigar sua produção, e sim adapta locais existentes, podendo ser implantada em Retrofit, com isto é apresentado uma tipologia modular de fazenda vertical, onde o projeto é adaptado de acordo com o ambiente a ser instalado. 6.1 SUNQIAO URBAN AGRICULTURAL DISTRICT Localização: Sunqiao, Xangai, China. Projeto: Escritório Sasaki Associates. Design: Michael Grove, Ming-Jen Hsueh, Andrew Leung, Binbin Ma, Anthony Fettes, Zi Gu.
Figura 26: Vista Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects
Ano projeto: 2016 Status: Previsão de inicio 2018.
6.1.1 Conceito e partido
Área do terreno: 100 hectares – 1.000.000m² Uso:
Estufa
interativa,
cooworking,
museu
de
Xangai é o lar de quase 24 milhões de pessoas. Mas
ciência, fazenda hidropônica e mercado.
nas últimas duas décadas, a China perdeu mais de 123.000
Materiais predominantes: Aço, vidro e concreto.
quilômetros
quadrados
de
terras
agrícolas
para
a
urbanização - uma área equivalente a quase todo o estado de Iowa. Das terras aráveis que restam, estima-se pelo próprio Ministério da Proteção Ambiental da China que um sexto dessa terra - cerca de 200.000 quilômetros quadrados - sofre com a poluição do solo. Como uma das megacidades
68
mais dinâmicas da Ásia,
Xangai está incentivando
principal aeroporto internacional de Xangai e o centro da
ativamente soluções inovadoras para fornecer alimentos
cidade. O projeto contempla, além das produções agrícolas,
para a região em crescimento. Ao contrário dos exemplos
diversas edificações de serviços, áreas de recreação e
ocidentais de fazendas corporativas de larga escala que
introduzirá a agricultura vertical em larga escala em uma
normalmente estão localizadas a grandes distâncias das
cidade famosa por seus incontáveis arranha-céus.
cidades, a agricultura de menor escala domina a paisagem Peri urbana de Xangai. Os altos preços dos terrenos fazem com que construir para dentro seja mais viável que construir para fora, enquanto a demanda por folhas verdes na dieta típica dos habitantes pode ser satisfeita com eficientes sistemas hidropônicos urbanos. O masterplan de Sasaki, portanto, implementa uma série de técnicas de cultivo urbano, como fazendas de algas, estufas flutuantes, paredes verdes e bibliotecas de sementes verticais. 6.1.2 Analise Arquitetônica 6.1.2.1. Terreno Implantada em um terreno de 1.000.000m² ou 100 hectares, no distrito de Sunqiao, Xangai, China, o projeto denominado de Sunqiao Urban Agricultural District ou Distrito Agrícola Urbano de Sunqiao, está localizado entre o
Figura 27: Mapa de localização - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects
6.1.2.2. Estrutura
69
O Distrito Agrícola Urbano de Sunqiao ocupa uma
O campus se desenvolve em torno de canais, sendo
área de 100 hectares e conta com uma privilegiada estrutura
circundado por vias internas periféricas e ciclovias que
de
distribuem as quadras. Cada quadra atende uma tipologia,
agricultura
sustentável
com
diferentes
tipos
de
plataformas de cultivo em edifícios separados.
de acordo com as atividades a serem desenvolvidas bem
O complexo se desenvolve em torno de canais, sendo
como a disposição será de acordo com o público a ser
circundado por vias internas periféricas e ciclovias, bem
atingido. Os cuidados ecológicos foram amplamente
como arquibancadas em torno do canal central.
considerados
Os
no
desenvolvimento
dos
projetos
de
cuidados ecológicos foram amplamente considerados no
paisagismo e infraestrutura, com a inclusão de telhados
desenvolvimento
e
verdes. As áreas comerciais ficam dispostas na frente do
infraestrutura, com a inclusão de telhados verdes e jardins
lote, com isto o público do entorno é atraído para dentro da
interativos. Também houve uma preocupação especial com
fazenda. As áreas para agricultura são estabelecidas nas
o aspecto socioambiental, incluindo canais coletores de
laterais direita e esquerda, delimitadas após estudo da
água, para o uso nos jardins e na limpeza.
incidência solar. No centro fica a ligação do complexo, com
dos
projetos
de
paisagismo
áreas de recreação, e o canal principal. Conforme as 6.1.2.3. Setorização O programa da fazenda urbana é dividido por setores, separado em 15 quadras, que teram ruas paralelas de acesso interno, porem o acesso principal será pelas Ruas Junmin RD e Shenjiang RD. O projeto destaca-se por ter um traçado fragmentado por canais que serão utilizados para integrar o publico com o espaço, através de pistas de atividades físicas, jardins interativos e uma arquibancada.
imagens 28,29,30 e 31 conseguimos visualizar a entrada principal e a distribuição do programa no lote.
70
Figura 28: Acessos e setorização - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects
Figura 29: Área Norte - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects
71
Figura 31: Área Sul - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects
Figura 30: Figura 6: Implantação - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects
72
Figura 32: Vista do canal central - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects
Figura 33: Vista do mostruário aquapônico - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects
O distrito ainda contará com mostruários aquapônicos, laboratórios abertos, um museu de ciências e uma estufa interativa, onde o público aprendera os processos de produção de alimentos.
Figura 34: Distribuições arquitetônicas do mostruário aquapônico Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects
73
Quanto
ao
cultivo
agrícola,
a
produção
se
desenvolverá ao longo de uma serie de trilhos giratórios dispostos nas estufas, essas estruturas rotacionam para oferecer uma distribuição equitativa de luz natural. A água utilizada no sistema de hidropônia será proveniente de um tanque que recolhe a água da chuva e os nutrientes virão do cultivo de peixes (aquapônia). Á água utilizada em todos os setores, são reutilizadas após o tratamento com filtros biológicos.
6.1.3 Analise SWOT - Sunqiao Urban
Agricultural District
Aspectos positivos Setorização Conceito e Partido Economia de água e energia Sustentabilidade Localização Aproveitamento do espaço Ameaças Custos com manutenções devido ao tamanho do empreendimento Custo de Implantação
Aspectos negativos Não há estacionamento
Oportunidades Integração entre o ambiente e o entorno Uso de vidro nas fachadas para dar amplitude Interação com a natureza Arquitetura estimulante
Tabela 1: Analise SWOT - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: Elaborada pela autora (2018).
6.1.4 Considerações finais
Figura 35: Corte do sistema de utilização de água - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects
Xangai é o contexto ideal para a agricultura vertical. Como muitas cidades globais, os preços da terra
74
são altos, o que torna a construção (e não a saída) a opção
Projeto: Alexandre Engel Budiner Höllermann e Ândrio
economicamente prudente. Dado que 56% dos vegetais
Vicari
consumidos na dieta de Shanghainese consistem em folhas
Ano projeto: 2014
verdes - como espinafre, couve, bok choi, agrião e outros -
Status: Projeto apresentado para o concurso 006, do grupo
a agricultura vertical está cheia de possibilidades nesta área
projetar.org
da
Área do terreno: Aprox. 1.560m²
China. As
verduras
folhosas
prosperam
nas
configurações mais simples e não precisam de muita
Uso: Fazenda vertical, mercado e restaurante.
atenção extra, por isso são uma excelente escolha para
Materiais predominantes: Aço e vidro.
sistemas de cultivo hidropônico e aquapônico. E para atender esta necessidade, o desenho do distrito consiste na possibilidade de trabalhar com a inversão dos valores urbanos, onde a produção sustentável se torna a prioridade, agregando a essa porção da cidade um novo fato urbano. Além disso, o projeto propõe quadras permeáveis visualmente, alçando uma estética funcional da arquitetura criada e tem como principal destaque o uso de uma estruturação aberta e livre, interagindo com todo entorno. 6.2 FAZENDA VERTICAL – AVENIDA PAULISTA Localização: Av. Paulista, São Paulo, SP, Brasil.
Figura 36: Fazenda vertical - Av. Paulista Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006
75
6.2.1. Conceito e partido
Paulista das Avenidas”, e concentra edifícios icônicos
Proposto através de um concurso 006 projetar.org, o projeto apresentado é uma fazenda vertical na avenida paulista.
O
objetivo
foi
gerar
uma
edificação
que
proporcionasse uma alternativa para o atual sistema de consumo de alimentos, além de criar um elemento arquitetônico condizente com o terreno onde está inserido (considerando que a Avenida Paulista possui diversos ícones da arquitetura modernista paulista). A obra arquitetônica tem seu conceito na vida das plantas.
Cada
arquitetônico,
atividade como
que
acontece,
acabamentos,
ou
detalhe
estrutura,
são
relacionados a vida das vegetações. 6.2.2. Analise Arquitetônica 6.2.2.1. Terreno Localizada no coração de São Paulo, a Av. Paulista é considerada um símbolo da verticalização deste gigantesco centro urbano e do seu imenso poder de consumo. Com mais de um século de história, é conhecida como “a mais
construídos a partir da década de 1950, que substituíram as mansões que até então ocupavam as margens de uma das mais movimentadas avenidas do país atualmente. O local a ser implantado o projeto é em frente à estação Trianon-MASP do metrô e ao lado do Centro Cultural Fiesp, com frente para a Av. Paulista e contemplará com a fazenda vertical, supermercado e um restaurante que desempenhará o papel de mirante. Ademais, dadas as dificuldades no transporte dos alimentos nos centros urbanos, esta localização viabiliza através da junção das linhas 2 – Verde, 4 – Amarela e 9 – Esmeralda, a fazenda vertical e CEAGESP, que é o principal centro de armazenagem e distribuição de alimentos além da posição estratégica em uma das principais avenidas da cidade.
76 6.2.2.2. Estrutura
O projeto consiste em uma estrutura metálica modulada que permite a construção rápida na montagem, poucos resíduos de obra e facilidade na reutilização dos materiais caso haja necessidade de adequação ou demolição. Além disso, a estrutura permitiu vãos maiores, suprindo as necessidades do projeto. Outro diferencial são Figura 37:Localização do lote - Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://www.google.com.br/maps/@-23.5634282,46.65477,335m/data=!3m1!1e3
Implantada em um terreno de 1.000.000m² ou 100 hectares, no distrito de Sunqiao, Xangai, China, o projeto denominado de Sunqiao Urban Agricultural District ou Distrito Agrícola Urbano de Sunqiao, está localizado entre o principal aeroporto internacional de Xangai e o centro da cidade. O projeto contempla, além das produções agrícolas, diversas edificações de serviços e áreas de recreação e introduzirá a agricultura vertical em larga escala em uma cidade famosa por seus incontáveis arranha-céus. 33
Disponível em: <Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006>. Acesso em Acesso em 13 ago. 2018.
as vigas metálicas casteladas, onde há perfurações nas mesmas, que permitem que tubulações de água, luz passa em sem a necessidade de perfurações na estrutura do prédio. Para fechamento o vidro sustentado por uma estrutura metálica polida, foi o material principal, permitindo que de dia o sol inveda o espaço e a noite a luz artificial seja emitida criando um ponto iluminado na avenida33.
77
O desenho do edifício oferece uma solução elegante que evolui de uma pureza de lógica estrutural eficiente, os panos de vidro abrangem as vistas das atividades da Avenida. O projeto se esforça por contribuir com a vitalidade arquitetônica existente do entorno e agregar um novo arquétipo
de
construção
sustentável
e
visualmente
inovadora com uma função incomum para o local. 6.2.2.3. Setorização Figura 38: Vigas casteladas – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006
O programa da fazenda vertical na Av. Paulista, consiste em requalificar umas das principais avenidas da cidade, bem como implantar uma visão consciente sobre a sustentabilidade perante a nossa alimentação. Os autores ainda interligaram a concepção arquitetônica com os processos vitais das vegetações, e essa relação se inicia na descrição dos pavimentos. 6.2.2.3.1 2º Subsolo
Figura 39: Vista interna das áreas de plantio – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006
Inicia-se com as docas, cargas e descargas e estacionamento. O subsolo corresponde a entrada de nutrientes, uma analogia as raízes de uma planta. Falase em estacionamento, mas o projeto não estaciona: cresce,
78 expande-se em direção ao cer, como as plantas. (Alexandre Engel Budiner Höllermann e Ândrio Vicari,
No primeiro subsolo está o estacionamento com 60 vagas para os funcionários.
2014).
No segundo subsolo estão as docas para caminhões de pequeno porte, seis vagas de embarque e desembarque de mercadorias da fazenda, bem como os depósitos para armazenagem, além das circulações verticais.
Figura 41: Planta primeiro subsolo – Fazenda Vertical Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006
Figura 40: Planta segundo subsolo – Fazenda Vertical Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006
6.2.2.3.3 Térreo Do céu e do sol, cai-se ao chão. Ao local onde as folhas caem quando estão secas e os frutos quando maduros. Na fazenda vertical, tal cair faz-se presente através do térreo primeiro e segundo pavimento do projeto,
6.2.2.3.2 1º Subsolo
que remete a uma feira e a um mercado. (Alexandre Engel Budiner Höllermann e Ândrio Vicari, 2014).
79
O térreo é composto por um café para 120 pessoas, na parte dos fundos do terreno. Na parte frontal, foi dedicada uma área para exposição e vendas das mercadorias produzidas na própria fazenda.
Figura 43: Planta primeiro pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006
Figura 42: Planta térreo – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006
6.2.2.3.4 1º e 2º Pavimento No primeiro e segundo pavimento encontra-se o supermercado
onde
estão
disponíveis
os
produtos
cultivados na fazenda urbana. O supermercado conta com 20 caixas para pagamento.
Figura 44: Planta segundo pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006
6.2.2.3.5 3º Pavimento
80
No terceiro pavimento, encontrasse um espaço de uso comum, recreativo.
expansão de cada um que se deixa afetar pelo calor externo. Neste sentido, as folhas e galhos de uma planta são representativos da vida que brota dela para o mundo.
6.2.2.3.6 4º Pavimento
Frente a isto, a fazenda vertical possui os pavimentos de plantio como uma analogia as folhas. (Alexandre Engel
Este pavimento é destinado para administração, setor de embalagens e limpeza e esterilização dos produtos.
Budiner Höllermann e Ândrio Vicari, 2014).
Estes pavimentos são destinados as plantações de vegetais e arvores frutíferas de pequeno e médio porte. Os vegetais são plantados em equipamentos destinados ao seu plantio, chamados de sementeiras. O andar possui acesso de funcionários e de visitantes, sendo que os últimos não podem entrar no local de plantio, apenas os funcionários após passar por uma antecâmara de esterilização.
Figura 45: Planta quarto pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006
6.2.2.3.7 5º ao 19º Pavimento Dos galhos, dos frutos, da vida que é verde e escapa ao cinza do entorno, tal como um caloroso abraço humano, tais raios incitam a vida, ao crescimento e a
81
Figura 46: Pavimento tipo: Vegetais – Fazenda Vertical - Av. Paulista SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006
Figura 48: Esquema das sementeiras – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006
6.2.2.3.8 20º Pavimento Este pavimento é destinado para a cozinha. 6.2.2.3.9 21º Pavimento Figura 47: Pavimento tipo: Frutas e arvores – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006
Do chão voltasse ao céu, as alturas. Expansão que parece expressar o movimento que é ser uma fazenda vertical, uma planta, um prédio que é um objeto concreto, mas também um processo. Ir e vir, cargas que vem e voltam, plantas que crescem e são vendidas. Como olhar para os movimentos constituintes de um prédio que visualmente é apenas aço, concreto e vidro? Um mirante pode ser uma opção, assim a fazenda tem como um de
82 seus elementos um restaurante construído em seu topo.
6.2.2.3.11 Corte humanizado transversal
(Alexandre Engel Budiner Höllermann e Ândrio Vicari, 2014).
Acima da fazenda encontra se o restaurante, com capacidade para 344 pessoas. Considerado como destaque do projeto, serve como mirante e atrativo para as pessoas entrarem na fazenda vertical e observarem a produção local.
Figura 49: Planta restaurante – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006
6.2.2.3.10 22º Pavimento Este pavimento é destinado para área técnica e casa de máquinas. Figura 50: Corte humanizado transversal – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte:https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.-paulista-006
83
6.2.2.3.11 Corte expandido
Figura 51: Corte expandido administração, Figura 521: Corte expandido restaurante supermercado, térreo e circulação, docas e e fazenda vertical– Fazenda Vertical - Av. estacionamento– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Paulista – SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendaFonte: vertical-da-av.-paulista-006 https://projetar.org/vencedores/22/fazend a-vertical-da-av.-paulista-006
Figura 53: Corte expandido pavimento técnico e sistema de insolação– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006
84
6.2.3. Analise SWOT – Fazenda Vertical – Av. Paulista Aspectos positivos
Figura 534: Corte expandido captação de água Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006
Conceito e Partido Economia de água e energia Materiais construtivos Sustentabilidade Localização com fácil acesso Iluminação Ameaças Custo de Implantação
Aspectos negativos Não há estacionamento para visitantes
Oportunidades Integração entre o ambiente e o entorno Agricultura com ênfase no cultivo sustentável Baixa concorrência
Tabela 2: Analise SWOT – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: Elaborada pela autora (2018).
6.2.4. Considerações finais
Figura 544: Corte expandido de energia– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006
Um centro urbano com escalas monumentais, como São Paulo, enfrenta muitos problemas de logística para realizar a entrega de alimentos com qualidade. Estes problemas afetam a qualidade do produto durante o trajeto, fazendo
85
com que grande parte dos alimentos não seja aproveitada
Materiais predominantes: Aço e PVC.
nas gôndolas dos mercados. Os supermercados de São Paulo descartam certa de 13 milhões de toneladas de alimento por ano, e as feiras livres jogam fora mais de mil toneladas de frutas, legumes e verduras por dia. Diante desses fatores, o projeto de uma fazenda vertical em uma das principais avenidas da cidade de São Paulo, surge para atender uma necessidade da população em comer alimentos mais frescos e orgânicos, além de estabelecer em um dos pontos de maior consumo energético devido as atividades presentes, a implantação de um edifício com energias renováveis. 6.3
LOCAL
GARDEN
VERTICAL
CROP
VANCOUVER Localização: 535 Richards Street, Vancouver, Canada Projeto: Alterrus Ano projeto: 2014 Status: Concluído. Área do terreno: 408m² Uso: Fazenda vertical.
Figura 55: Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: http://grow.verticrop.com/vertical-farming/
6.3.1. Conceito e partido Em um mundo onde somos confrontados com documentários que expõem a intensa corporativização da indústria de alimentos sem um vislumbre de otimismo, essa pequena estufa brilha como um farol de esperança. No topo de um telhado no centro de Vancouver fica nasce a sede da
86
estufa do Local Garden, a primeira fazenda Vertical Crop da América
do
Norte,
que
está
mudando
rápida
e
silenciosamente a paisagem sustentável.
Localizada no terraço do prédio da Easy Park, um alojamento de automóveis e motocicletas, com uma área de 408m², em uma das áreas gastronômicas de Vancouver,
O projeto visa atender a população local, com uma
conhecida como a primeira fazenda vertical urbana da
produção que economiza 95% de água, e que não utilizam
América, a Local Garden Vertical Crop, concretizou a
pesticidas ou herbicidas, mantendo os alimentos orgânicos.
idealização de agricultura urbana limpa, indolor e modular,
A estufa em 557m², produz o equivalente a 20.234,3m²,
se adaptando de acordo com o ambiente disponível.
independente do clima. As hortaliças produzidas por esse
O projeto nasceu a partir da necessidade de
sistema são manjericão, couve de folhas, rúcula, repolho
abastecer os restaurantes, próximos a área, assim como no
chinês, espinafre, entre outros34. A tecnologia Vertical Crop
estudo apresentado sobre a Av. Paulista, Vancouver
procura, assim, maximizar o uso do espaço físico, além de
também sobre com os abastecimentos dos alimentos e
eliminar a necessidade de herbicidas ou pesticidas no
consequentemente a qualidade deles.
desenvolvimento das mudas, tornando os produtos mais frescos, mais saudáveis e degustativos aos clientes da população local. 6.3.2. Analise arquitetônica 6.3.2.1. Terreno
34
Disponível em <http://grow.verticrop.com/vertical-farming/>. Acesso em 04 . 2018.
O projeto contempla a produção agrícola sustentável, com uma economia de 95% no consumo de água.
87
Figura 56: Localização do lote - Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://www.google.com.br/maps/search/Easy+Park+535+Richards+Str eet,+Vancouver,+Canada/@49.2830947,123.1141993,197m/data=!3m1!1e3
6.3.2.2. Estrutura e setorização O
projeto
consiste
em
18
modelos
com
circunferencial total de 3,5m e altura de 3,3m, sendo a distância entre os módulos de 0,50m. cada módulo é composto por 2 torres giratórias ligadas ao seu eixo central, o que faz com que possua 36 torres, numa era produtiva de 306m².
Figura 57: Planta Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web
88
é canalizada por cima das torres. Em seguida a água cheia de nutrientes, corre para as bandejas superiores do cultivo, e um furo centra no fundo de cada tabuleiro permite que a água flua através das bandejas. Finalmente a água de sobra deixa a bandeja inferior e é coletado por drenos para ser reciclada e voltar para o sistema. Ao total são 2.112 orifícios possíveis para a acomodação das mudas por modulo e 38.016 unidades para todos os sistemas produtivos35.
Figura 58: Descritivo de áreas - Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_webr
Cada torre de produção é composta por 12 plataformas suspensas, e a cada plataforma são vinculadas 2 bandejas. Cada bandeja possui 45 orifícios e por um desses orifícios é drenada a água com nutriente. A água e os nutrientes são adicionadas ao sistema de irrigação, que 35
Disponível em <http://grow.verticrop.com/vertical-farming/>. Acesso em 04 set. 2018.
Figura 59: Descritivo de áreas - Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web
89
O sistema Vertical Crop busca otimizar o uso do espaço físico ao içar bandejas de plástico (PVC), cheias de pequenas mudas até o topo de uma torre de metal suspensa. Essas bandejas circulam através da instalação por correias transportadoras. Um cinto move as prateleiras com as bandejas para trás, enquanto outro cinto gira as prateleiras para cima e para baixo. Essa rotação, maximiza o uso da estufa em relação ao aproveitamento da luz natural e reduz a necessidade de iluminação artificial. À noite, as culturas são iluminadas por luzes de cultivo que são escalonados em altura de modo que cada bandeja receba
Figura 60: Torres de produção - Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://foodietours.ca/local-garden-north-americas-first-verticalfarm/
quantidades relativamente iguais de luz (Figura 60), por volta das 18 horas, quando já está escuro e as luzes esverdeadas ficam mais fortes, cortinas são descerradas para reduzir a incidência de luz e não incomodar os vizinhos36.
Quanto ao consumo de água, os engenheiros Tracey Chapple e Davovan Woollard, responsáveis pela fazenda vertical afirmam que esses sistemas de produção tem uma redução de 92%. Outro detalhe importante a se mencionar é que a Fazenda Vertical Canadense parece uma estufa, mas não usa o vidro como seu principal material de fachada. Em vez disso, a estrutura é coberta por um plástico transparente especial que é mais leve que o vidro, essa
36
Disponível em <http://grow.verticrop.com/vertical-farming/>. Acesso em 04 set. 2018.
90
escolha veio através da necessidade de minimizar a
A fazenda não usa pesticidas ou herbicidas. Se os
sobrecarga de peso que poderia afetar a estrutura da estufa,
pequenos insetos chegam à estufa a partir de um
pois os tanques de água (para alimentação, drenagem e
dos dois pontos de entrada, técnicas de “manejo
abastecimento) eram bastante pesados, e este material
integrado de pragas” são empregadas. Para
também redireciona a luz UV para as plantas melhor do que
ilustrar isso, se os pulgões são avistados,
o vidro.
joaninhas são liberadas!
Esses tanques contemplaram o segundo maior custo para implantação da Fazenda Vertical, pois tiveram que ficar instalados no primeiro andar com uma bomba de alta pressão acionada para permitir que a água fosse enviada até o terraço, local onde se encontra instalado a Local Garden.
Local
Garden
está
usando
lâmpadas
quantidade ideal de lumines (raios de luz) no espectro correto para o crescimento das plantas. tocam
música
para
as
plantas. Aparentemente eles são exclusivamente clássicos e reggae.
iniciais necessários para a implantação da fazenda foram elevados, o custo chegou a 1,3 milhões de reais. Mas este da garagem para receber os tanques de água. De acordo
personalizadas de haleto de sódio que emitem a
Eles
Segundo os diretores da empresa, os investimentos
valor só ficou tão alto pois foi necessário reforças a estrutura
6.3.2.3. Curiosidades A
6.3.3. Investimentos
com dados da empresa, em 2012 foram produzidas e comercializadas quase 70 toneladas de alimentos, gerando uma receita de 911.194,84 dólares canadenses. O investimento de implantação em 2010 Foi de 606.606,69 dólares canadenses, enquanto s custos operacionais em 2012, giraram em torno de 865.383,46 dólares canadenses,
91
e a receita para o mesmo ano foi de 901.194,84 dólares canadenses37.
O projeto ocupa uma área de 408m² (17mx24m), distribuída entre um espaço de produção agrícola, uma área
6.3.4. Analise SWOT – Local Garden Vertical Crop Vancouver
operacional de introdução das mudas ou coleta de vegetais maduros e uma área de triagem, embalagem e confecção final do produto.
Aspectos positivos Conceito e Partido Materiais construtivos Economia de água e energia Localização Iluminação Ameaças Custo de Implantação
Aspectos negativos Não há estacionamento
O investimento realizado exigiu cerca de meio milhão de dólares canadenses e se destaca por desenvolver um sistema inovador de agricultura urbana intitulada Vertical Crop, que não necessita de grandes áreas ou quantidades de água para um rendimento eficiente.
Oportunidades Técnicas alternativas para o cultivo Agricultura com ênfase na alimentação local Baixa concorrência
6.4. Parecer Comparativo Dos Estudos Os projetos escolhidos para os estudos de caso têm diferentes
tipologias
arquitetônicas,
mas
algumas
características semelhantes. Todos abordam o cultivo e Tabela 3: Analise SWOT – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: Elaborada pela autora (2018).
6.3.5. Considerações finais.
edificações sustentáveis, como a utilização do metal, que gera uma construção limpa, com poucos resíduos, a utilização do vidro, que prioriza a iluminação natural, jardins, telhados verdes e reuso da água.
37
Disponível em: <https://www.greenhousecanada.com/news/bumpercrops-via-new-vertical-farming-system-32258>. Acesso em 16 ago.2018.
92
Em relação às formas de suas edificações, observa-se que de acordo com a área disponível, as fazendas verticais são moduladas e independente do espaço disposto, a produção sempre atinge uma quantidade maior que a convencional.
93
94
95
7 VISITAS TÉCNICAS
Local – Jardim Águas Claras, Bragança Paulista.
7.1 NATUREZA DA VISITA TÉCNICA
Data da Visita: 23 de Agosto de 2018 às 10h00min
Curso de Arquitetura e Urbanismo
Duração da Visita Técnica: 01hs00min (10h00min às
Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I
Professor Paulo Pinhal
Turma 2º/2014
11h00min) Localizado entre os limites das cidades Atibaia e Bragança Paulista, a Plant-Tec é uma empresa fabricante de estufas agrícolas para o cultivo protegido em solo, vasos
7.2 OBJETIVOS DIDÁTICOS DA VISITA TÉCNICA
ou hidropônia. As estufas produzidas têm as seguintes aplicações: Hidropônia, orquidário, piscicultura, eucalipto,
O objetivo das visitas técnica foi analisar os projetos
entre outros.
em sua conjuntura: o sistema de produção hidropônica, o
A empresa iniciou em 2007, após 15 anos de
conceito, layout e distribuição, ventilação, iluminação,
experiência com a produção convencional de tomate e
viabilidade, entre outros.
alface a fabricar estufas agrícolas. Em 2011, após um dos
Todos esses elementos foram observados a fim de tomar
partido
para
o
desenvolvimento
do
sócios estudar a viabilidade do cultivo sem solo, a sociedade
projeto
iniciou a produção de estufas hidropônicas e uma produção
desenvolvido que partirá do mesmo conceito básico:
própria em pequena escala para rúcula, cheiro verde e
produção hidropônica.
coentro, e foi este o local visitado. A área conta com 730m², e possui cinco estufas,
7.3 PLANT TEC – ESTUFAS AGRÍCOLAS
destinados a hortaliça, mas eles possuem outro terreno para
96
a produção hidropônica de alface, com aproximadamente
não está ligado diretamente ao solo, nenhum impacto é
1.200m².
gerado e por isso segundo o sócio da empresa, a única
7.3.1 Detalhes do projeto
documentação necessária foi a outorga da água pois a um poço artesiano. Como a água é o principal ingrediente para
Fui acompanhada por um dos sócios da empresa e dono das seis estufas implantadas no local, ele me apresentou o sistema de produção, acompanhado de uma exposição verbal com todas as informações pertinentes ao
a produção, a concessionaria local não garante a distribuição constante e a falta desta substancia pode acabar com uma produção inteira.
Existe apenas um
acesso, que é feito pela Rua Tereza B. Fraulo.
assunto. Foram extraídas as informações que abaixo segue: O objetivo das estufas é evitar e controlar uma série de fatores ambientais, além de "organizar" de maneira mais racional e compactada uma determinada plantação ou cultivo. Para a montagem das mesmas no sistema hidropônico, a qual será implantada no projeto trabalho de conclusão de curso I, é feito um projeto técnico conforme a quantidade a ser produzida. 7.3.2 Terreno e Acesso O terreno utilizado é plano e não sofreu nenhum corte ou aterro para a implantação das estufas. Como o cultivo
Figura 61: Localização- Plant Tec Google maps. Editada pela autora (2018).
97
ACESSO
Figura 62: Entrada - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
7.3.3 Estrutura e montagem As estruturas das estufas são em aço, com uma montagem simples que utiliza a mão francesa para
Figura 64: Arco para montagem da cobertura - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
sustentação. A empresa compra os arcos, os montantes para armação e os perfis para as bancadas. A Cobertura é em filme plástico de polietileno.
Figura 63: Projeto Técnico - Plant Tec Fonte: http://www.planttec.com.br/projetos-tecnicos-de-estufas.asp
Figura 65: Perfis para bancadas - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
98
Figura 66: Estufa montada no local visitado - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Dentro das estufas os perfis hidropônicos são montados em bancadas elevadas com mesas na altura da
Figura 67: Bancadas hidropônicas – 10 dias de cultivo - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
cintura. Esses perfis são próprios para a hidropônia, feitos em polipropileno e polietileno e são basicamente canos com furos para receber as raízes das plantas. Anteriormente eram utilizados canos de PVC, mas esses tipos de tubos eram propensões ao surgimento de fungos, pois as plantas não alcançavam a água e em suas raízes surgiam doenças por falta do oxigênio. Figura 68: Bancadas hidropônicas – 27 dias de cultivo - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
99
7.3.4 Sistema Hidráulico Para o cultivo é utilizado uma caixa de água com 5.000 litros que fica abaixo do nível das bancadas. Dentro da caixa existe um sistema de bombeamento que leva a solução nutritiva até os perfis para alimentar as hortaliças, depois esse mesmo sistema recolhe a solução que retorna ao reservatório. A temperatura desta água não pode Figura 70: Reservatório inferior - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
ultrapassar 30º, pois isso causa a perda de oxigênio, e consequentemente a geração de fungos.
Na ponta de cada bancada sai um cano com a água nutrida que é direcionada aos perfis onde estão as hortaliças.
Figura 69: Sistema de bombeamento - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 71: Tubulação para a passagem da água até os perfis - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
100
O reservatório é limpo e reabastecido no verão a cada 30 dias e no inverno 45 dias. A solução nutritiva é preparada por um funcionário que faz este processo todos os dias no período da manhã, e o controle de qualidade é de forma manual, por este mesmo funcionário. Por dia são consumidos aproximadamente 500 litros de água. 7.3.5. Iluminação Cada planta precisa de uma quantidade especifica de luminosidade para se desenvolver, para controlar a claridade e o calor é utilizada uma tela chamada sombrite feita com fios de polietileno. A tela também é utilizada para proteger as plantas de insetos, ventos e granizo. O sócio e responsável pelas estufas informou que em época de inverno as telas são abertas durante o dia e a noite fechadas devidas os insetos.
Figura 72: Proteção com sombrite - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
7.3.6 Produção A primeira etapa para iniciar a produção é a germinação das sementes. Em uma placa com orifícios e pontas as sementes são espalhadas e pressionadas em uma espuma fenólica, própria para hidropônia. Esta espuma é lavada antes do processo, pois seu ph não é orgânico.
101
Figura 74: Área destinada à germinação - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018). Figura 73: Processo inicial – Preparação para germinação - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Após este procedimento, as espumas com as sementes são colocadas em um ambiente escuro e fechado, para controlar o crescimento, no local é utilizada uma prateleira de alumínio e uma lona.
Este processo tem
duração de quatro dias e após este período, a semente já se tornou um broto com aproximadamente dois centímetros e então é levada para o viveiro ou berçário.
O viveiro é uma estrutura independente das estufas, conta com um reservatório de 250 litros, uma bandeja de alumínio com aproximadamente 4x2 metros, e o sistema hidráulico em PVC. A cobertura é como nas estufas, em filme plástico de polietileno.
102
Figura 75: Viveiro - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 76:Broto - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Nesta etapa o broto fica aproximadamente uma
Na ponta da bancada é instalado um tubo que
semana no inverno e cinco dias no verão no berçário até
deposita a água nutrida na bandeja, este processo ocorre 24
chegar em torno de quatro a cinco centímetros e então
horas por dia.
passa para as estufas. Este ciclo é importante para que haja um controle na produção e que não sejam transmitidos fungos. Apesar da hidropônia minimizar o máximo as doenças, tem fungos que surgem devido a umidade e o calor, e não por causa do solo.
103
Na última fase, quando os brotos já têm caules resistentes, eles são levados para as estufas, onde entram no mesmo processo até estarem prontos para a colheita. Este processo varia de acordo com a hortaliça, as folhas que estão sendo produzidas, rúcula, coentro e cheiro verde, leva em torno de 37 dias desde o processo inicial até estarem prontas Figura 77: Sistema de nutrição do viveiro - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
para
o
consumo.
Por
mês
são
aproximadamente 30 mil pés de hortaliças
Esta água entra em um processo de reuso, retornando ao reservatório e voltando para a bandeja.
Figura 78: Captação da água para reutilização - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 79: Mudas – 10 dias de cultivo - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
vendidos
104
7.3.7 Manutenção e controle Para manter a produção é necessário apenas um funcionário, que no período da manhã faz a nutrição e a tarde a colheita das hortaliças que já estiverem prontas. Como não há uso de solo, a única manutenção feita é dentro das tubulações que uma vez por mês é jogada uma substancia chamada limoneto para fazer a limpeza das mesas e a troca total da água do reservatório de 45 em 45 dias. Figura 80: Mudas – 27 dias de cultivo - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
7.3.8 Investimento O valor de uma estufa produzida pela empresa gira em torno de 50 a 60 mil, mas o retorno do investimento é notável a partir do primeiro ano de produção. Quanto as estufas instalas no local, a informação que obtive foi que por mês é gasto aproximadamente três mil reais contanto com o salário do funcionário, e o lucro gira em torno de três a quatro mil reais ou seja um lucro superior a 100%.
Figura 81: Estufas - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
105
7.3 9. Análise SWOT – Plant Tec
funcionamento interno do organismo e assim utilizar como parâmetro os pontos positivos e os negativos na concepção
Aspectos positivos Reuso da água Economia de água Materiais construtivos Sustentabilidade Compactação do espaço Iluminação Ameaças Custo de Implantação Estrutura de apoio
Aspectos negativos Acesso
do projeto da fazenda vertical hidropônica.
7.4 JORGE HAYASHI – CULTIVO AGRÍCOLA HIDROPÔNICO
Oportunidades Fornecimento local Agricultura com ênfase no cultivo sustentável Baixa concorrência
Tabela 4: Analise SWOT – Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).
7.3.10 Considerações finais.
Jardim Ikeda, Suzano
Data da Visita: 23 de Agosto de 2018 às 14:30min
Duração da Visita Técnica: 01hs00min (14h30min às 15h30min)
Localizado no bairro do Jd. Ikeda, o senhor Jorge que me orientou na visita e é proprietário das estufas, informou que trabalha com este tipo de agricultura desde 2011.
Bragança Paulista é uma cidade pequena no interior
Inicialmente as plantações seguiam o sistema convencional,
de São Paulo, com aproximadamente 160.000 habitantes,
no solo, mas devido às perdas por causa dos fatores
sua extensão territorial é em grande parte a áreas de
externos, como o clima, ele iniciou a produção hidropônica
produção agrícola. Com a visita técnica foi constatado que a
em estufas. A área conta com 7.000m², e possui dez estufas,
troca da produção convencional para a hidropônia é
com produção de hortaliças.
totalmente rentável, desde o consumo de água até a compactação do espaço, além de ter uma base do
7.4.1 Objetivos didáticos da visita técnica
106
maior produtividade; um preço constante, pois como não há O objetivo da visita técnica foi analisar o projeto em
fatores que ocasionam perdas, os valores são estabilizados,
sua conjuntura: o sistema de produção hidropônica, o
além da economia de água de até 70% em comparação ao
conceito, layout e distribuição, ventilação, iluminação,
anterior sistema de produção, foi a melhor forma de garantir
viabilidade, entre outros.
lucros.
Todos esses elementos foram observados a fim de tomar
partido
para
o
desenvolvimento
do
Atualmente são produzidas as seguintes hortaliças:
projeto
rúcula, alface, hortelã, agrião, mostarda, espinafre japonês,
desenvolvido que partirá do mesmo conceito básico:
almeirão, entre outros. As vendas dos produtos são na
produção hidropônica.
própria cidade, e em grande parte para os supermercados. 7.4.3 Terreno e Acesso
7.4.2 Detalhes do projeto
O terreno utilizado é em declive e o seu perfil natural foi mantido, pois com essa queda é mais fácil o sistema
Fui acompanhada pelo dono das estufas, ele me
hidráulico funcionar, pois a declividade favorece a vazão
apresentou o sistema de produção, acompanhado de uma
homogenia da substância nutritiva além do controle da
exposição verbal com todas as informações pertinentes ao
temperatura, uma vez que a declividade acelera o processo
assunto.
do retorno da água para o reservatório, diminuindo o tempo de contato com os perfis, que incidem uma radiação
Foram extraídas as informações que abaixo segue: Após as perdas ocasionadas nas trocas de estações, o Sr. Jorge decidiu iniciar o sistema hidropônico. Como ele abastece a maioria dos supermercados da região, utilizar uma técnica que proporciona um crescimento mais rápido;
luminosa que é transformada em calor. e não sofreu nenhum corte ou aterro para a implantação das estufas. Conforme a visita apresentada anteriormente como o cultivo não está ligado diretamente ao solo, a única documentação necessária foi à outorga da água, para utilização do poço
107
artesiano. O acesso é feito por uma rua de terra, não há muros ou grades para segurança, apenas as telas de proteção das estufas.
Fonte: Elaborada pela autora (2018).
. 7.4.4 Estrutura e montagem Idêntico à visita apresentada anteriormente, as estruturas das estufas são em aço, com uma mão francesa na parte frontal para sustentação. Neste caso a empresa compra a estufa pronta que é montada no local. Os perfis
ACESSO
para as bancadas são misturados, tanto em PVC, quanto em polipropileno e polietileno. A Cobertura continua em filme plástico de polietileno.
Figura 82: Localização – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Google maps. Editada pela autora (2018).
Figura 84: Estrutura – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 83: Acesso – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas
108
Figura 85: Cobertura– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 86: Perfis hidropônicos em polipropileno e polietileno – Jorge Hayashi Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Dentro das estufas os perfis hidropônicos que são montados em bancadas elevadas com mesas na altura da cintura tem os perfis em PVC e polipropileno e polietileno. As dimensões desses perfis são de acordo com a hortaliça a ser plantada, e a posição que o montante é locado é conforme o tamanho da hortaliça, a alface por exemplo, em sua bancada, os tubos são em duas alturas, em cima para o início e embaixo quando está próximo da colheita e o pé ocupa uma área maior.
Figura 87: Estufas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
109 Fonte: Elaborada pela autora (2018).
7.4.5 Sistema Hidráulico Para o cultivo é utilizado duas caixas de água com 10.000 litros que fica em reservatório separado e são destinadas para as estufas, está área conta com aberturas no tijolo para ventilação e a cobertura é em telha de fibrocimento. No viveiro, existem mais duas caixas de 5.000 mil litros. No lado externo existem mais três caixas de 10.000 litros.
Dentro
das
caixas
existe
um
sistema
de
bombeamento que leva a solução nutritiva até os perfis para alimentar as hortaliças, depois esse mesmo sistema recolhe
Figura 89: Sistema de bombeamento – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
a solução que retorna ao reservatório.
Figura 90: Caixas d’agua externas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 88: Caixas d’agua– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas
110
Dentro do sistema produtivo, na ponta de cada bancada sai um cano com a água nutrida que é direcionada VENTILAÇÃO
aos perfis onde estão as hortaliças.
Figura 91: Reservatório – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Uma vez por mês vai um agronomo vai até o local para verificar a qualidade da água, levar as substancias nutritivas e examinar o desenvolvimento das hortaliças.
Figura 93: Sistema de alimentação alface– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
SUBSTÂNCIAS NUTRITIVAS
Figura 92: Armazenamento de substâncias nutritivas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 94: Tubulação ligada ao solo para o sistema de alimentação– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
111
SOMBRITE
Figura 95: Vista Frontal do sistema de alimentação– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
O reservatório é limpo e reabastecido no verão a cada 45 dias e no inverno 50 dias. Por dia são consumidos aproximadamente 2.000 litros de água. 7.4.6 Iluminação Para controlar a luminosidade e o calor é utilizada a tela sombrite feita com fios de polietileno. época de inverno as telas são abertas durante o dia e a noite fechadas devidas os insetos.
Figura 96: Sombrite– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
7.4.7 Produção A primeira etapa para iniciar a produção é a germinação das sementes. As sementes são colocadas em uma placa de polietileno com vários compartimentos cheios de terra com nutrientes. Este processo tem duração de quatro dias e após este período, a semente já se tornou um broto com aproximadamente dois centímetros e então é levada para o viveiro.
112
Figura 97: Placa de polietileno para germinação – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
O viveiro é uma estrutura independente das estufas, conta com dois reservatórios de 500 litros, várias estruturas em madeira que sustentam as bancadas com as sementes, e o sistema hidráulico em PVC. A cobertura é como nas estufas, em filme plástico de polietileno.
Figura 98: Viveiro – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Nesta etapa o broto fica aproximadamente uma semana no inverno e cinco dias no verão no viveiro até chegar em torno de quatro a cinco centímetros e então passa para as estufas. Este ciclo é importante para que haja um controle na produção e que não sejam transmitidos fungos. Apesar de a hidropônia minimizar o máximo as doenças têm fungos que surgem devido à umidade e o calor. Para nutrir os brotos é utilizado uma mangueira convencional que “irriga” as bancadas. Esta água não é reutilizada.
113
Figura 99: Placas para germinação e desenvolvimento primário – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 100: Vista frontal estufa – 07 e 18 dias de cultivo – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Na última fase, quando os brotos já têm caules resistentes, eles são levados para as estufas, onde a água é reutilizada, em cada perfil corre uma quantidade de água. Este processo varia de acordo com a hortaliça, as folhas que estão sendo produzidas, rúcula, coentro e cheiro verde, leva em torno de 37 dias desde o processo inicial até estarem prontas para o consumo. Esta água entra em um processo de reuso, retornando ao reservatório e voltando para as bandejas. Por mês são produzidos aproximadamente 250 mil pés de hortaliças
Figura 101: Perfil hidropônico com alface após sair do viveiro – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
114
Figura 102: Bancadas de plantio 30 dias de cultivo – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 104: Foto no local – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Marcos Paulo Carvalho (2018).
7.4.8 Manutenção e controle Para manter a produção é necessários apenas quatro funcionários, que no período da manhã fazem a nutrição e a tarde a colheita das hortaliças que já estiverem prontas. Como não há uso de solo, a única manutenção feita é dentro das tubulações que uma vez por mês é jogada uma substancia chamada limoneto para fazer a limpeza das Figura 103: Bancadas de plantio de hortelã com tubos de PVC – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).
mesas e a troca total da água do reservatório de 30 a 45 dias.
115
7.4.9 Análise SWOT – Jorge Hayashi – Estufas hidropônicas
substancias contra pragas e toda água entra em processo de reuso.
Aspectos positivos Reuso da água Economia de água Materiais construtivos Sustentabilidade Ameaças Custo de Implantação Estrutura de apoio
Aspectos negativos Acesso
7.5 PARECER COMPARATIVO DAS VISITAS TÉCNICAS
Após as visitas foi possível entender o funcionamento Oportunidades Fornecimento local Agricultura com ênfase no cultivo sustentável Baixa concorrência
Tabela 5: Analise SWOT – Jorge Hayashi Fonte: Elaborada pela autora (2018).
7.4.10 Considerações finais
da agricultura hidropônica e seu impacto ambiental. Nos dois locais visitados a água é reutilizada e a economia
chega
a
80%,
comparado
a
agricultura
convencional, que os dois produtores utilizavam. O terreno também é preservado, pois o solo é manipulado apenas para passagem da tubulação do sistema hidráulico. Cada produtor conta com um tipo de processo para germinação,
Com a visita técnica foi possível analisar que a
um usa espumas especificas outro a própria terra com
hidropônia é uma nova forma de produzir alimentos com alta
nutrientes, mas em ambos os casos, as plantas se
qualidade e preço acessível. A ausência do contato com o
desenvolvem sem dificuldades. A venda do produto é feita
solo, e o controle do desenvolvimento das plantações,
na própria região, então os impactos ambientais causados
geram um alimento mais saudável e indolor. A produção
pelo transporte, são minimizados.
visitada, tem uma estrutura simples e eficaz, os alimentos se
Diante desses aspectos apontados, utilizarei as duas
desenvolvem sem nenhum tipo de doença e não geram
vistas como uma referência para o desenvolvimento do
nenhum impacto ambiental negativo, pois a ausência de
projeto.
116
117
118
8 OBJETO DE ESTUDO
legislativas projetuais de cada localidade dentro de um sistema
(DESPOMMIER,
Dickson,
The
Vertical
Farm:
que
pode
ser
adaptado
e
reproduzido
posteriormente tanto por órgãos públicos como particulares.
Feeding the World in the 21st Century. 2010 pág. 10), afirmam que, na sua configuração mais completa, a
A área escolhida para a implantação é Avenida Celso
exploração de fazendas verticais poderá ser estabelecida
Garcia, uma via que liga o centro da cidade de São Paulo
sob a forma de um complexo de edifícios em estreita
aos bairros. Além de ser servida muito bem pelo transporte
proximidade um com o outro. Eles incluem edifícios para o
público, sua proximidade com as estações da linha 11 coral,
cultivo de alimentos; escritórios para a gestão, um centro de
12 safira da CPTM e linha 03 vermelha do metrô, facilita o
controle separado para monitorar o funcionamento geral das
acesso a fazenda vertical e ainda abre a possibilidade de um
instalações; um viveiro para a seleção e germinação das
futuro escoamento da produção via trem cargueiro.
sementes, um laboratório de controle de qualidade para monitorar a segurança alimentar, um laboratório para acompanhamento do estado nutricional de cada cultura e para monitoramento das doenças das plantas; um edifício para os trabalhadores da fazenda vertical, um ‘Centro EcoEducativo e Turístico’ para o público em geral, um mercado verde e, eventualmente, um restaurante.
O lote também está disposto próximo à Avenida Salim Farah Maluf, que faz a ligação da Rodovia Presidente Dutra, através da Ponte do Tatuapé, com a Avenida Professor Luis Inácio Anhaia Melo, a qual faz a ligação com o Complexo Grande
São
Paulo,
que
se
liga
ao
acesso Anchieta - Imigrantes e delimita a área chamada de centro expandido, marcando o limite leste da região. Por
Com estas diretrizes, será proposto um modelo de
meio dela, faz todo o escoamento de veículos que partem
fazenda vertical hidropônico e aeropônico, baseado nas
das Rodovias Dutra, Fernão Dias e Ayrton Senna, em
necessidades
direção
ambientais,
econômicas
e
diretrizes
à baixada
santista,
pelas
rodovias Rodovia
119
Anchieta e Rodovia dos Imigrantes e a Avenida Marginal
potencialidades da área, irá recuperar os traços históricos
Tietê que interliga as regiões oeste, norte e leste da cidade,
através da visibilidade local se conectando ao que ocorre.
ligando a região da Lapa à região da Penha, sendo uma via de
acesso
às
rodovias Castelo
No Brasil não existem modelos aplicados de agricultura vertical, e a implantação desse sistema no
Branco, Anhanguera, Bandeirantes, Presidente
principal polo econômico do país, irá promover a
Dutra, Fernão
implantação nos demais centros urbanos que sofrem com a
Dias e Ayrton
Senna e
ao Aeroporto
Internacional de São Paulo-Guarulhos. A Marginal Tietê
distribuição dos alimentos.
forma com a Marginal Pinheiros a SP-15, que por sua vez é
Mas o projeto também visa as áreas que sofrem com
parte da BR-116, que liga o sul ao norte do país e abrange
a seca, como as regiões do nordeste, que devido as
também a Rodovia Dutra, que termina no km 235 e a rodovia
condições climáticas passam por longos períodos de
Régis Bitencourt.
estiagens prejudicando as produções agrícolas.
Visto
isto,
o
lote
escolhido
está
disposto
estrategicamente em uma área de ligação do centro da cidade de São Paulo, com os bairros e acessos fáceis para as principais avenidas e rodovias nacionais. Ademais, a escolha se deu também em virtude da relação com o passado, presente e o futuro da Avenida Celso Garcia. A via que iniciou seu desenvolvimento no plantio de uvas próximos aos rios, e teve o ápice, no período fabril onde houve a compactação do espaço, e o trabalho e a residência se conectaram, hoje tem sua arquitetura degrada. Locar um edifício
com
uso
misto
além
de
evidenciar
as
120
121
122
DESCRIÇÃO
DO
LOCAL
DE
INTERVENÇÃO 9.1 CONDICIONANTES FÍSICOS. 9.1.1 Diretrizes do Terreno O terreno no qual será desenvolvido o projeto é composto pelos lotes 53, 64, 65, 67 e 70.Tem frente para a Avenida Celso Garcia, (Face Sul) com 75,83m, de quem da frente da rua olha, faz esquina com a Rua São Felipe, (Face Leste) lateral direita, com raio de 3,5, segue com 68,86m,
Figura 105: Localização Fonte: Google Earth. Editada pela autora (2018).
até chegar ao lote 71 e 65, (Face Norte), fundos, deste ponto deflete a Rua Santa Virginia, lateral esquerda (Face Oeste), com 81,48 metros, e faz esquina novamente para a Avenida Celso Garcia com raio de 2,50, totalizando 6.118,86m², no bairro Tatuapé, São Paulo, Zona Leste, dentro da Região Metropolitana do Estado de São Paulo.
Figura 106: Localização do terreno do projeto Fonte: Google Earth. Editada pela autora (2018).
123
Figura 107: Lotes Fonte: Geosampa. Editada pela autora (2018).
9.1.2 Topografia A planta topográfica representada abaixo (figura 108), apresenta a partir da face sul (Avenida Celso Garcia) sentindo a face norte, as curvas de níveis que se iniciam a
Figura 108: Topografia. Fonte: Geosampa. Editada pela autora (2018).
9.2 CONDICIONANTES VISUAIS DO TERRENO E ENTORNO 9.2.1. Fotos do entorno e terreno
partir da cota 739 em declive até a cota 738 no fim de terreno. Mas atualmente a configuração da superfície foi planada para receber prédios residenciais.
Figura 109: Vista panorâmica Avenida Celso Garcia Fonte: Elaborada pela autora (2018).
124
Figura 110: Cruzamento Av. Celso Garcia x Rua São Felipe Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 112: Vista Rua São Felipe - Fundo do terreno Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 111: Vista panorâmica Rua São Felipe – lateral e fundo do terreno Fonte: Elaborada pela autora (2018).
Figura 113: Vista Rua Santa virgínia – lateral do terreno Fonte: Elaborada pela autora (2018).
125
9.2.2. Trajetória aparente do sol
Representação gráfica o perímetro que compreende o quarteirão da Avenida Celso Garcia e da Rua Santa Maria
A trajetória do Sol é representada por uma série sucessiva de circunferências na esfera celeste, paralelas ao Equador, com inclinações sobre o plano do horizonte que
e suas respectivas paralelas: Rua São Felipe e, Rua Santa Virginia, com esquema de implantação para análise quanto a sua predominância do uso e ocupação do solo.
variam de acordo com a latitude do observador. O estudo da Trajetória Solar nos ajuda a compreender o comportamento do sol nos diferentes pontos da esfera terrestre.
Figura 114: Trajetória aparente do sol Fonte: Google Earth. Editada pela autora (2018).
9.2.3 Uso e Ocupação do Solo do Entorno
Residência horizontal Residencial vertical Comércio e serviços Industrias e armazéns Residencial e comércio/serviços Residencial e industrias/armazéns Comércio/serviços e industrias Equipamentos públicos Escolas Sem predominância
126 Mapa 3: Uso e ocupação do solo Fonte: Google maps. Editada pela autora (2018).
Após levantamento foi possível analisar que o entorno da área escolhida tem predominância em zonas residenciais com comércio, em grande maioria venda embaixo e residência em cima. Atualmente a Avenida é marcada pelo grande processo de degradação destes edifícios, que em sua maioria prevalecem com o estilo arquitetônico colonial. 9.2.4 Gabarito de altura
Mapa 4: Gabarito de altura Fonte: Geosampa. Editada pela autora (2018).
Após levantamento foi possível analisar que o entorno da área escolhida tem predominância em edifícios com até cinco pavimentos, e em grande maioria essas edificações são residenciais com comercial. 9.2.5 Principais condições de trafego e vias de acesso Representação gráfica do perímetro que compreende o quarteirão da Avenida Celso Garcia e da Rua Santa Maria e suas respectivas paralelas: Rua São Felipe e Rua Santa Virginia, esquema de sentido de veículos e fluxo maior de pedestres. 9.2.4.1 Analise as 07h00m – Período de saída para o trabalho
Acima de 6 pavimentos 03 á 05 pavimentos Térreo + 1 pavimento
127
Mapa 5: Condições de trafego – 07h00m Fonte: Google maps. Editada pela autora (2018). Mapa 6: Condições de trafego – 18h00m
9.2.4.2 Analise as 18h00m – Período de retorno para
Fonte: Google maps. Editada pela autora (2018).
casa Após análise, foi verificado que as ruas que dão acesso a Avenida acompanham o seu fluxo transitório e esse fato foi agravado com as mudanças de uso das faixas no eixo Rangel Pestana/Celso Garcia, que passaram de três no sentido bairro, uma sentido centro e uma exclusiva para
128
ônibus para duas vias sentido centro e duas vias sentido bairro.
A deferida área escolhida, é regulamentada pelo decreto nº 57.378, que dispõe o enquadramento de atividades não residenciais conforme categorias de uso,
9.3 Local - legislação
subcategorias de uso e os grupos de atividades previstos
Na cidade de São Paulo, O Plano Diretor Estratégico do Município, de 31 de julho de 2014, orienta o desenvolvimento e o crescimento da cidade até 2030. Dentro desta lei, a lei nº 16.402, de 22 de março de 2016, estabelece o enquadramento de uso e ocupação de solo. A regulação do uso e da ocupação do solo
nos artigos 96 a 106, estabelecendo os procedimentos para a aplicação das disposições relativas ao uso do solo fixadas pela referida lei. Segundo a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, dentro do referido plano diretor, o terreno localizado com frente para a avenida arterial Celso Garcia enquadrasse
urbano representa a materialização das relações
dentro da Zona Eixo de Estruturação da Transformação
socioeconômicas vigentes nas cidades, em função de
Urbana Previsto (ZEUP). A principal característica de
condicionantes ambientais, legais e de características
territórios que estão neste eixo é promover usos residenciais
de infraestrutura instalada. Dessa forma, políticas urbanas de mobilidade, transporte urbano e sistema viário, saneamento básico, aproveitamento dos recursos
e não residenciais com densidades demográfica
e
construtiva altas e promover a qualificação paisagística e
hídricos, preservação ambiental, habitação, rede de
dos espaços.
saúde, segurança, desenvolvimento socioeconômico,
diferença de que os parâmetros urbanísticos somente
entre outras, produzem
poderão ser ativados após emissão da Ordem de Serviços
repercussões diretas no
território e, por isso, tem na regulação do uso e da ocupação do solo um de seus principais instrumentos.
(Camâra Municipal de São Paulo, 2011)
Esta zona é igual à ZEU, porém, com a
das obras das infraestruturas do sistema de transporte que define o eixo, após a emissão pelos órgãos competentes de todas as autorizações e licenças, especialmente a licença
129
ambiental e após edição de decreto autorizador (art. 83 do PDE).
Mapa 7: Zoneamento Fonte: Geosampa. Editada pela autora (2018).
Tabela 6: Zoneamento Fonte: Gestão urbana cidade de São Paulo
Conforme o quadro três, da Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo nº 16.402/2016, seguem as classificações e os índices urbanísticos construtivos.
Aplicando-se os índices urbanísticos determinados pela Lei nº 7.200/2016, o terreno, que possui 6.118,86m², seguirá as seguintes premissas: Taxa de Ocupação TO: 0,70 A TO é a relação entre a Área Ocupada (AO) e a área do terreno. Ou seja, ela representa a porcentagem do
130
terreno sobre o qual há edificação. Representada pela Soma
Ac = 0,5 x 6.118,86m²
das áreas dos pisos utilizáveis, cobertos de todos os
Ac = 3.059,43 m²
pavimentos de uma edificação, e que tenha pé direito superior a 2,20m. (dois metros e vinte centímetros).
C.A. Básico = Ac / At Ac = C.A. x At
Área do Terreno (At): 6.118,86m²
Ac = 1 x 6.118,86 m²
Ao = At x TO
Ac = 6.118,86 m
Ao = 6.118,86 x T0,70 Ao = 4.283,20m²
C.A. Máximo = Ac / At Ac = C.A. x At
Coeficientes de aproveitamento (C.A.): Minimo 0,5 – Básico 1 – Máximo 4
Ac = 4 x 6.118,86m² Ac = 24.475,44m²
Relação entre a área total construída de uma edificação e a área total do terreno (At) em que a mesma se situa.
Gabarito de altura
Representada pela área de projeção, em plano horizontal,
Relação entre a área construída e a área ocupada Ie = Ac /
das áreas construídas de todas as edificações existentes em
Ao de uma edificação.
um lote, excetuadas todas aquelas abaixo do nível mais alto
Não Aplicável
terreno e/ou apresentando tetos de cobertura situados até
Recuos: área de terreno não edificada, definida pelos alinhamentos de gradil e de recuo e pelas linhas laterais do terreno.
1,50m (um metro e cinquenta centímetros). C.A. Mínimo = Ac / At Ac = C.A. x At
Inferior a dez metros de altura Frontal = Não Aplicável
131
Fundos = Não Aplicável Lateral = Não Aplicável Superior a dez metros de altura Frontal = Não Aplicável Fundos = 3 metros Lateral = 3 metros m (esquina)
132
133
134
9
ENTORNO HISTÓRICO
quando começou um êxodo dessas indústrias para cidades do interior do estado de São Paulo, atraídas por incentivos
10.1 TATUAPÉ
fiscais. A saída das indústrias ocasionou uma especulação
A história do bairro do Tatuapé começa em 1560, ano em que Brás Cubas, fundador de Santos, subiu a Serra do Mar em busca de ouro. Acompanhado por Luís Martins e grande criadagem, chegaram ao planalto e se depararam
imobiliária que valorizou os terrenos, impulsionou o comércio
de
alto
padrão,
dando
lugar
à
verticalização crescente do bairro e forte adensamento urbano.
com o ribeirão Tatuapé, seguiram seu curso até a foz e encontraram o rio Grande (Tietê), onde se instalaram. Desde a chegada de Brás Cubas até o final do século XIX, a região do Tatuapé teve um desenvolvimento muito lento. Foi justamente nos últimos anos do século XIX que o italiano Benedito Marengo instalou uma grande chácara naquelas terras, que já eram eminentemente agrícolas, dando início ao cultivo de uvas, iniciativa muito bem sucedida,
o
que
impulsionou
a
economia
e
o
desenvolvimento da região. Nas décadas iniciais do século XX, surgiram as primeiras indústrias do bairro. A maioria eram olarias, devido ao solo da região ser rico em argila de boa qualidade. As indústrias se expandiram até meados da década de 1970,
Figura 115: Avenida Radial Leste - 1970 Fonte: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/bi bliotecas_bairro/bibliotecas_a_l/cassianoricardo/index.php?p=135
135
Praça Clóvis até a rua Dr. Ricardo Gonçalves (antiga rua Ponte Preta) e dai até seu final como Avenida Celso Garcia. A história desta avenida começa ainda no Brasil colônia, no início do século XX a avenida recebe grande número de europeus portugueses, italianos e espanhóis que alí se instalaram para cultivar uvas e produzir vinhos nas beiras dos veios d’agua. Assim foram surgindo comércios, Figura 116: Estação Tatuapé – 1986 http://vivatatuape.com.br/portal/2018/05/06/tatuape-antigo-fotos-eimagens-que-fizeram-a-historia-do-tatuap/
cinemas, fábricas, ruas com feições de vilas, casarões cuja arquitetura tem características coloniais, assim a avenida tornou-se dinâmica e um ponto de acesso ao centro (Parque
10.2 AVENIDA CELSO GARCIA
Dom Pedro). O nome da Avenida é uma homenagem ao A Avenida Celso Garcia é uma importante via arterial da Zona
Leste
de
São
Paulo,
localizada
entre
os distritos de Brás e Penha. Constitui-se num corredor de
jornalista e advogado Afonso Celso Garcia da Luz. Formouse em direito em 1895, foi um defensor das classes operárias.
ligação de bairros da Zona Leste com a região central da cidade, sendo passagem de diversas linhas de ônibus. E a avenida que atualmente tem este nome, já teve outras nomenclaturas que foram alteradas com o passar dos anos. Em meados do século XIX era a Estrada do Braz, depois foi renomeada para Avenida da Intendência e posteriormente foi dividida em duas avenidas distintas, cujos nomes persistem até hoje: Avenida Rangel Pestana da
Figura 117: Bonde na Avenida Celso Garcia – 1916
136 http://vivatatuape.com.br/portal/2018/05/06/tatuape-antigo-fotos-eimagens-que-fizeram-a-historia-do-tatuap/
Figura 118: Avenida Celso Garcia - 1968 http://vivatatuape.com.br/portal/2018/05/06/tatuape-antigo-fotos-eimagens-que-fizeram-a-historia-do-tatuap/
137
138
139
10 PROGRAMA DE NECESSIDADES RECEPÇÃO PROGRAMA ARQUITETÔNICO
Recepção
Banheiro Feminino
Banheiro Masculino
Fraldário
ATIVIDADES
Espaço para receber
Higienização
Higienização
Higienização
CONDICIONANTES AMBIENTAIS Além da ventilação e iluminação, Espaçamento entre as cadeiras adequado de 80 cm e sem barreiras, obstáculos ou situações criticas de circulação.
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
PÚBLICO
LAYOUT BASÍCO
QUANTIDADE
ÁREA MINIMA
ÁREA TOTAL
Consumidores, visitantes e funcionários
Sofás, poltrona, televisão e mesa de centro, bebedouro, cafeteira e revisteiro
1
9,00m²
9,00m²
Consumidores e visitantes
1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.
2
4.50m² 2.55m² = PNE
14,10m²
Consumidores e visitantes
1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.
2
4.50m² 2.55m² = PNE
14,10m²
Visitantes
Microondas, poltrona, bancada com área molhada e área seca
1
6m²
6,00m²
ÁREA TOTAL
43,20 m²
140
RESTAURANTE E BAR PROGRAMA ARQUITETÔNICO Restaurante
Fraldário
Banheiro Feminino
Banheiro Masculino
Cozinha industrial
ATIVIDADES
CONDICIONANTES AMBIENTAIS
PÚBLICO
LAYOUT BASÍCO
QUANTIDADE
ÁREA MINIMA
ÁREA TOTAL
Alimentação
Iluminação: 1/8 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.
Visitantes
Mesas, cadeiras, buffet
1
100m²
100m²
Higienização
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Visitantes
Microondas, poltrona, bancada com área molhada e área seca
1
6m²
4m²
Consumidores e visitantes
1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.
4
4.50m² 2.55m² = PNE
30m²
Consumidores e visitantes
1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.
4
4.50m² 2.55m² = PNE
30m²
Visitantes
Mesas, cadeiras, buffet
1
40m²
40m²
Higienização
Higienização
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo.
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e Cozinha, armazenamento de antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do frios e secos, preparo, piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: cocção, montagem, metade da superfície de iluminação higienização pessoal. natural, ou seja 0,30m² no mínimo
141
Estoque
Armazenamento
Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros
Funcionários
Estantes
3
10m²
30m²
Higienização
Higienê
-
Funcionários
Lavatório
3
-
-
Funcionários
Vasos, lavatórios, armários e chuveiros
1
12m²
12m²
Funcionários
Vasos, lavatórios, mictórios, armários e chuveiros
1
12m²
12m²
Vestiários Feminino
Higienização
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Vestiários Masculino
Higienização
Bar
Convivência e lazer
Iluminação: 1/8 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.
Visitantes
Balcão de atendimento, banquetas
1
20m²
20m²
Adminstração
Controle
Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.
Funcionários
Mesas, cadeiras, computadores.
1
12m²
12m²
ÁREA TOTAL
290 m²
142 MERCADO VERDE PROGRAMA ARQUITETÔNICO
Minimercado
Fraldário
Banheiro Feminino
ATIVIDADES
Venda dos produtos produzidos
Higienização
Higienização
Banheiro Masculino
Higienização
Estoques
Armazenamento
CONDICIONANTES AMBIENTAIS
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros
PÚBLICO
LAYOUT BASÍCO
QUANTIDADE
ÁREA MINIMA
ÁREA TOTAL
Visitantes, consumidores
Gondolas para exposição de alimentos e outros, balcões e caixas para pagamento.
1
120m²
120m²
Visitantes
Microondas, poltrona, bancada com área molhada e área seca
1
6m²
4m²
Consumidores e visitantes
1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.
4
4.50m² 2.55m² = PNE
30m²
Consumidores e visitantes
1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.
4
4.50m² 2.55m² = PNE
30m²
Funcionários
Estantes
3
15m²
45m²
143
Vestiários Feminino
Higienização
Vestiários Masculino
Higienização
Adminstração
Administração das vendas
Copa
Alimentação
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Funcionários
Vasos, lavatórios, armários e chuveiros
1
12m²
12m²
Funcionários
Vasos, lavatórios, mictórios, armários e chuveiros
1
12m²
12m²
Funcionários
Mesas, cadeiras, computadores.
1
12m²
12m²
Funcionários
Mesas, cadeiras e armários
1
6m²
6m²
ÁREA TOTAL
271m²
144 FAZENDA VERTICAL PROGRAMA ARQUITETÔNICO
ATIVIDADES
CONDICIONANTES AMBIENTAIS
Laboratórios
Pesquisa e desenvolvimento.
Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros
Funcionários
Mesas, cadeiras, bancadas e utensilios.
5
12m²
12m²
Controle de qualidade
Fiscalizar
Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros
Funcionários
Cadeiras, bancadas e utensilios.
1
25m²
25m²
Sala de embalagens
Embalar
Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros
Funcionários
Cadeiras, bancadas, esteiras e utensilios.
1
60m²
60m²
Sala de limpeza
Higienização dos insumos
Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros
Funcionários
Cadeiras, bancadas e utensilios.
1
60m²
60m²
Berçario
Germinação
Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros
Funcionários
Bancadas
2
200m²
400m²
Produção
Produzir
Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros
Funcionários
Bancadas e esteiras.
2
300m²
600m²
Estoques
Armazenamento
Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros
Funcionários
Estantes
5
50m²
250m²
Funcionários
Vasos, lavatórios, armários e chuveiros
1
12m²
12m²
Vestiários Feminino
Higienização
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
PÚBLICO
LAYOUT BASÍCO
QUANTIDADE
ÁREA MINIMA
ÁREA TOTAL
145
Vestiários Masculino
Higienização
Copa
Alimentação
Adminstração de fabrica
Administração da produção
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.
Funcionários
Vasos, lavatórios, mictórios, armários e chuveiros
1
12m²
12m²
Funcionários
Mesas, cadeiras e armários
1
6m²
6m²
Funcionários
Mesas, cadeiras, computadores.
1
12m²
12m²
ÁREA TOTAL
1.449 m²
146
ADMINISTRATIVO PROGRAMA ARQUITETÔNICO
ATIVIDADES
Recepção
Espaço para receber
Administração
Administração do edificio
Recursos humanos
Gerenciamento de pessoas
Compra e vendas
Negociaçao comercial
Gerência
Gerência do edificio
Diretoria
Diretoria do edificio
Sala de reuniões
Reuniões administrativas
Arquivo
Reuniões administrativas
Copa
Banheiro Feminino
Alimentação
Higienização
CONDICIONANTES AMBIENTAIS Além da ventilação e iluminação, Espaçamento entre as cadeiras adequado de 80 cm e sem barreiras, obstáculos ou situações criticas de circulação.
Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/10 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
PÚBLICO
LAYOUT BASÍCO
QUANTIDADE
ÁREA MINIMA
ÁREA TOTAL
Consumidores, visitantes e funcionários
Sofás, poltrona, televisão e mesa de centro, bebedouro, cafeteira e revisteiro
1
9,00m²
9,00m²
Funcionários
Mesas, cadeiras, computadores.
2
10m²
20m²
Funcionários
Mesas, cadeiras, computadores.
1
10m²
10m²
Funcionários
Mesas, cadeiras, computadores.
1
10m²
10m²
Funcionários
Mesas, cadeiras, computadores.
2
10m²
20m²
Funcionários
Mesas, cadeiras, computadores.
2
10m²
20m²
Funcionários
Mesas, cadeiras.
3
10m²
30m²
Funcionários
Mesas, cadeiras.
3
10m²
30m²
Funcionários
Mesas, cadeiras e armários
1
12m²
12m²
Consumidores e visitantes
1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.
4
4.50m² 2.55m² = PNE
30m²
147
Banheiro Masculino
DML
Higienização
Depósito de materiais de limpeza
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
Consumidores e visitantes
1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.
4
4.50m² 2.55m² = PNE
30m²
Funcionários
Tanque e armário
1
4m²
4m²
Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo
ÁREA TOTAL
225m²
APOIO E SERVIÇOS PROGRAMA ARQUITETÔNICO
ATIVIDADES
CONDICIONANTES AMBIENTAIS
PÚBLICO
LAYOUT BASÍCO
QUANTIDADE
ÁREA MINIMA
ÁREA TOTAL
Segurança
Sala para segurança
Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.
Funcionários
Mesas, cadeiras, computadores.
1
6m²
6m²
Manutenção
Sala para responsáveis pela manutenção
Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.
Funcionários
Mesas, cadeiras, computadores.
1
6m²
6m²
Almoxarifado
Armazenamento
Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros
Funcionários
Estantes
1
12m²
12m²
Aberto
Funcionários
-
-
-
-
Abertura telada
Funcionários
-
-
-
-
Docas Central de gás Central de geradores
Local para abastecimento, carga e descarga Abastecimento e armazenagem de gás Gerador
Construção externa a edificação
Funcionários
-
-
-
-
Funcionários
-
-
-
-
Funcionários
-
-
-
Reservatório de água
Reservatório de água
Fácil acesso para identificaçao de vazamento
Depósito de lixo
Depósito de lixo
Ralo no canto, abertura telada
ÁREA TOTAL
24m²
ESTACIONAMENTO PROGRAMA ARQUITETÔNICO Estacionamento
ATIVIDADES Estacionar
CONDICIONANTES AMBIENTAIS 5% das vagas para idosos e 2% para deficientes.
PÚBLICO Funcionários, visitantes, consumidores.
LAYOUT BASÍCO ÁREA TOTAL
QUANTIDADE
ÁREA MINIMA
ÁREA TOTAL
60 2.654,20m²
148
149
150
11 PERFIL DO USUÁRIO
Funcionários que a atendem a fazenda vertical, tanto para as áreas comercias como o mercado e restaurante quanto as áreas administrativas e de
A fazenda vertical surge como uma forma de
manutenção
alimentar a população minimizando os impactos ambientais
funcionamento
(sexo
feminino,
masculino com faixa etária variante dos 18 anos em
gerados pela agricultura e implantando uma alimentação
diante).
mais saudável. Sendo assim os usuários que utilizaram o equipamento a ser implantado são:
e
Botânicos, engenheiro agrônomos e pesquisadores. Este grupo é composto por mulheres e homens com
Mulheres, homens (de diversas faixas etárias) e
faixa etária variante dos 18 anos em diante, que farão
crianças consumidores de produtos orgânicos.
o controle e qualidade da produção.
Turistas e pesquisadores passantes (de diversas faixas etárias). Este grupo é composto, por pessoas com afeição a produção implantada, que não possuem vinculo fixo.
Comerciantes e produtores agrônomos. Este grupo é composto por mulheres e homens com faixa etária variável, que serão os fornecedores de produtos e serviços das áreas comercias, e todo o quadro de colaboradores fixos.
151
152
153
12 CONCEITO Diferente dos demais projetos arquitetônicos, onde a edificação é direcionada para atender a necessidade do homem, na fazenda vertical, os cultivos que irão estipular o design do edifício e seus elementos. Dentro desta diretriz, os materiais usados para construção, acabamentos, iluminação, ventilação, serão pensados para ambientar a relação positiva do homem com os princípios para a produção agrícola e a valorização da natureza, com intuito de resgatar a memória das primeiras civilizações que surgiram próximo aos rios para garantia do cultivo de seu alimento.
154
155
156
14 PARTIDO
aplicados estarão de acordo com as necessidades
Para colocar o conceito em prática, o projeto será
ambientais. Na área administrativa, tendo como exemplo,
pensado para relacionar as necessidades dos cultivos e o
serão utilizadas nas janelas e portas, vidro fumê, pois o
impacto das pessoas.
mesmo ajuda no bloqueio dos raios solares, aumentando a visibilidade da tela dos computadores e evidenciando as
Assim como em uma fazenda, onde toda sua volta é aberta, a área externa através de uma praça será um convite
cores dos moveis dispostos nos ambientes. Além da sua cor se adaptar a iluminação natural e artificial.
para quem estiver passando pelo local. Dentro do terreno, o programa se estrutura a partir de blocos divididos por
Por fim, às coberturas irão representar a busca da
tipologia e apesar das diferenças de atuação, todos irão se
tranquilidade da brisa dos ventos, nos pontos mais altos,
ligar através de lagos e espelhos d’água que serão utilizados
como picos e montes, através de jardins e um restaurante.
para a produção e consumo da fazenda. Nas fachadas, os edifícios ganharam forma através da utilização de painéis fotovoltaico que através da captura da luz solar, supriram a demanda energética minimizando os impactos ambientais e desenhando a nova paisagem urbana do local. Dentro das fazendas, os pavimentos serão divididos por
área
de
atuação,
com
elevadores
e
escadas
direcionadas para social e serviço, o que garantira uma circulação organizada e assim os matérias a serem
157
158
159
15 ORGANOGRAMA O organograma e o fluxograma da fazenda vertical a ser projetada têm o intuito de facilitar o entendimento do programa, a forma como os ambientes se articulam, e como acontecem os acessos e os percursos realizados por cada um dos usuários do empreendimento, seja ele funcionário ou cliente. Para a elaboração do organograma (figura 127) o programa foi dividido em sete grandes grupos: acessos (vermelho), centro eco educativo e turístico (azul escuro), mercado (lilás), restaurante (marrom), fazenda vertical (verde),
administração
infraestrutura (azul claro).
(rosa)
e
apoio,
serviços
e
160
Figura 119: Organograma Fonte: Elaborada pela autora (2018).
161
162
163
Mercado: 07:00 ás 22:00
16 FLUXOGRAMA
Restaurante: 07:00 ás 23:00 O fluxograma (figura 128) demonstra, com a utilização do organograma, quais os circuitos realizados por cada um dos usuários do edifício. Para sua elaboração foram identificados os usuários: funcionários (laranja) e visitantes/clientes
(verde
água).
Foram
traçadas
as
trajetórias realizadas por cada um desses personagens. Para a elaboração do fluxograma adequado foram considerados os seguintes horários de funcionamento. - Funcionários da Produção da Fazenda: Primeiro turno: 06:00 ás 14:00hrs; Segundo turno: 14:00 ás 22:00hrs; Terceiro turno: 22:00 ás 06:00hrs - Funcionários Mercado Primeiro turno: 06:00 ás 14:00hrs; Segundo turno: 14:00 ás 22:00hrs; Terceiro turno: 22:00 ás 06:00hrs - Abastecimento – Carga e descarga Segunda, quarta, sexta e sábado - 23:00 – 05:00 - Publico: Fazenda: 07:00 ás 20 hrs
164
Figura 120: Fluxograma Fonte: Elaborada pela autora (2018).
165
166
167
17 ESQUEMAS ESTRUTURANTES 17.1 - ELEMENTOS PAISAGÍSTICOS O crescimento desordenado das grandes cidades reduziu significativamente o contato do homem com a natureza, eliminando progressivamente as áreas verdes e, em muitos casos, comprometendo a qualidade de vida e o meio ambiente. Nesse cenário, o paisagismo elaborado com ênfase nas espécies nativas, surgiu como uma ferramenta para resgatar o equilíbrio, proporcionando mais interação entre o projeto arquitetônico e o entorno e devolvendo a cidade e a construção a necessária convivência com o verde e com as paisagens naturais.
168
169
170
Tabela 6-Memorial botânico Fonte: Elaborado pelo autor (2019)
171
17.2 - SISTEMAS CONSTRUTIVOS
a facilidade de abertura para passagem de tubulações, bem
A estrutura das construções é composta por vários
como a flexibilidade para adequar as dimensões das peças
materiais adequadamente dispostos e solidarizados38.
mantendo a mesma resistência e características mecânicas
Atualmente,
que a alvenaria convencional.
no
ramo
da
construção
civil,
existem
diversos sistemas construtivos para a execução de uma edificação. No Brasil, o método mais utilizado é a alvenaria convencional, porém novas tecnologias estão aparecendo e começando a ser utilizadas. Entre os vários sistemas construtivos,
os
que
convencional, alvenaria
predominam estrutural, steel
são: alvenaria frame, wood
frame e paredes de concreto. 17.2.1 Bloco de concreto celular Para o projeto foi considerado paredes de alvenaria de 15 cm acabada, com blocos de concreto celular, que tem como características o isolamento térmico e acústico, que se torna essencial para o projeto, devido a sua localização, a leveza, que reduzirá o peso da obra, perante ao seu porte,
38
Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/sistema -estrutural-da-construcao/40428>. Acesso em 02 set. 2018.
Figura 121-Bloco de Concreto Celular Fonte: https://www.obramax.com.br/bloco-concreto-celularautoclavado-60x30x125cm-89131203.html
17.2.2 Laje Protendida
As lajes protendidas são também conhecidas por lajes com armaduras ativas, são aquelas cujo aço passa pelo processo de protensão. A técnica de protensão alonga
172
os cabos e cordoalhas da armadura por meio de uma ação externa com macacos hidráulicos, garante esforços de tração permanentes ao aço e maior compressão ao concreto. Como essas lajes vencem vãos maiores do que o concreto
armado convencional
com
uma
menor
espessura, a laje protendida também reduz o peso próprio da estrutura. Além disso, a solução apresenta maior durabilidade39. Esse método foi escolhido para o edifício devido aos vãos apresentados e a carga aplicada devido ao maquinário utilizado na produção. A espessura da laje será de 35cm.
Figura 122 - Laje Protendida Fonte: https://www.castanhel.com.br/obras/66/laje-protendida
17.2.3 Estrutura metálica A Estrutura metálica é um elemento estrutural cuja seção é produzida totalmente em material metálico, principalmente aço. Este é formado essencialmente por ferro e carbono e sua resistência depende da quantidade de carbono utilizado. Quanto maior o teor de carbono, maior será a resistência do aço para estrutura metálica, porém este será mais duro e frágil. Por isso, é de grande importância que o
39
Disponível em: https://www.idd.edu.br/blog/idd-news/conheca-tudosobre-a-laje-protendida>. Acesso em 02 set. 2018.
173
projeto estrutural para estruturas metálicas seja realizada por um profissional qualificado para a concepção de um correto dimensionamento e definição do aço a ser utilizado40. Este tipo de estrutura se aplica muito no uso de montagem de edifícios, bem como suportes internos e revestimentos externos. Visto que o edifício projetado tem como característica ser autossustentável, a escolha da estrutura metálica se deu, pois, a mesma é 100% reciclável, as peças são feitas sob medida e as sobras são reutilizadas. Com isto a obra se torna limpa e eficiente devido à ausência de entulhos, como
Figura 123 - Estrutura metálica Fonte: http://competition8273.linetotime146.life/7506264556/?t=main9_45c304 2c1b73fd6e5a0c&u=d29pte4&o=vxzkpbg&f=1
17.3
- SUSTENTABILIDADE E TECNOLOGIA
17.3.1 Placas fotovoltaicas
escoramento e fôrmas além da redução do tempo de execução.
Os painéis solares geram energia elétrica a partir do
O projeto por ter como características a modulação
sol e de forma muito simples, sem mecanismos móveis, sem
com adaptação do edifício em diversas regiões, ao utilizar a
gerar resíduos e sem necessidade de manutenção. O painel
estrutura metálica como seu principal sistema construtivo
solar é o principal componente de um sistema de energia
possibilita a rápida ampliação e montagem.
solar e é formado por um conjunto de células fotovoltaicas
40
Disponível em: https://www.escolaengenharia.com.br/estruturametalica/>. Acesso em 02 set. 2018.
174
que geram energia através da luz do sol. Quando o sol
regiões de seca, como em locais de maior infraestrutura42.
atinge a célula os elétrons se movimentam gerando uma
Nas grandes cidades um dos principais objetivos é amenizar
corrente elétrica41.
os efeitos da falta de área permeável, que provocam enchentes e inundações nos períodos de chuvas intensas. Existem diferentes sistemas de captação da água pluvial, mas resumidamente a água coletada pelo sistema de calhas tradicional é direcionada a um tubo de queda de água, onde se encontra um filtro seletor que irá separar os resíduos sólidos (folhas e impurezas que ficam nas calhas), despejando a água filtrada em um reservatório inferior (cisterna) para o armazenamento. A cisterna pode ser
Figura 124 - Painel Fotovotaico – Fonte:
https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2017/03/empresaitaliana-ve-brasil-oportunidade-para-expandir-e-solidificar-energiafotovoltaica/31236
17.3.2 Captação de águas pluviais
subterrânea, sem necessidade de ficar aparente, nela a água passa por um tratamento com cloro orgânico. Uma bomba direciona a água armazenada na cisterna para o reservatório superior (caixa d’água) onde será distribuída para reuso. Ambos os reservatórios
O reaproveitamento da água da chuva é uma solução de abastecimento gratuito que pode ser utilizado tanto nas
41
Disponível em: https://www.neosolar.com.br/aprenda/saibamais/painel-solar-fotovoltaico/>. Acesso em 02 set. 2018.
necessitam de um “ladrão”, um sistema simples que impede a água armazenada de transbordar.
42
Disponível em: https://portejr.com.br/captacao-de-aguas-pluviais/>. Acesso em 02 set. 2018.
175
Com a utilização de sistemas de captação pluvial é
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o
possível reduzir em até 60% os gastos com o abastecimento
ideal seria que houvesse 9m² de áreas verdes por habitante.
de água.
Entretanto, especialmente em áreas urbanas, a distribuição das zonas verdes nem sempre é equitativa
43.
Com o intuito
de resgatar a natureza em meio a tanto asfalto será aplicado varandas verdes no bloco da fazenda, que irão gerar o aumento da umidade do ar, a redução da temperatura ambiente, a reciclagem dos gases tóxicos e a diminuição da poluição sonora além de cria um nicho ecológico propício para a visita de pássaros
Figura 125 - Sistema para captação de águas pluviais Fonte: http://brasiliaconcreta.com.br/captacao-de-aguas-pluviaisfazendo-a-sua-parte/
17.3.3 Varandas verdes
43
Disponível em: http://maeaocubo.com.br/deixe-a-sua-varandaverde/>. Acesso em 02 set. 2018.
176
telhados convencionais e consiste em camadas de impermeabilização e de drenagem, as quais recebem o solo e a vegetação indicada para o projeto44. Para o projeto, foi utilizado este tipo de cobertura em dois
prédios,
administrativo,
serviços
e
restaurante/mercado. Uma das finalidades é combater as ilhas de calor que a Avenida Celso Garcia sofre, devido seu auto fluxo de veículos e falta de áreas verdes. Além da diminuição da poluição através da absorção de substancias toxicas e liberação de oxigênio, a drenagem e retenção da Figura 126 - Varandas verdes
Fonte: https://blogdaarquitetura.com/5-edificios-sustentaveis-e-
inovadores-pelo-mundo-que-possuem-incriveis-florestas-verticais/
17.3.4 Telhado verde
água da chuva, reduzindo a necessidade de escoamento de água e de sistemas de esgoto e diminuindo a possibilidade de enchentes, a redução do consumo de energia, o aumento da biodiversidade e outros benefícios. 17.3.5 Espelho d’agua
O telhado verde é um sistema construtivo que consiste na aplicação de uma camada vegetal sobre uma base impermeável. É instalado em lajes ou até mesmo sobre
44
Disponível em: https://engenheironaweb.com/2017/07/29/11vantagens-e-5-desvantagens-do-telhado-verde/> Acesso em 02 set. 2018.
Diferentemente dos lagos ornamentais, espelhos d’água costumam ser áreas rasas, sem o uso de peixes45. 45
Disponível em: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/espelhosdagua-podem-ser-usados-como-reservatorios-de-combate-aincendio_14190_10_0>. Acesso em 02 set. 2018.
177
Empregados tanto em áreas externas quanto em ambientes
Também conhecido como piso permeável, o piso
internos, os espelhos d’água permitem compor microclimas
drenante tem na porosidade sua principal característica.
nas edificações, proporcionando maior conforto térmico aos
Diferentemente do piso intertravado também membro da
usuários. A água age como elemento de climatização dos
categoria de pisos sustentáveis,
espaços
de
possibilitam o escoamento da água para o solo por meio de
esfriamento por evaporação, as áreas recebem a umidade
seus poros e não por vãos de bloquete. E vem daí o caráter
que ajuda a amenizar o clima seco.
que faz deles um piso ecológico: sua extensão é 100%
arquitetônicos
por
meio
do
processo
os
pisos
drenantes
permeável e não depende dos espaços entre as peças, atributo que atua como um reservatório, evitando enchentes e, consequentemente, impactos ambientais46.
Figura 127 - Espelho d'água Fonte: https://www.revide.com.br/noticias/cidades/espelho-dagua-doshopping-iguatemi-arrecada-mais-de-r-2-mil/
17.3.6 Piso drenante Disponível em: https://www.temsustentavel.com.br/pisodrenante-para-obras-sustentaveis-vantagens/> Acesso em 02 set. 2018. 46
Figura 128 - Piso drenante Fonte: https://www.masterplate.com.br/piso-drenante/
178
179
180
18
PROPOSTA PROJETUAL Após os estudos apresentados e pesquisas elaboradas,
foi feito um projeto de uma fazenda vertical com produção hidropônica de hortaliças e legumes. Seguem nas folhas seguintes, o projeto arquitetônico, com cortes e elevações, projeto estrutural com pré-lançamento do sistema construtivo, projeto de locação de pontos hidráulicos e elétricos, projeto paisagístico, e imagens da maquete eletrônica.