FAZENDA VERTICAL - PARTE 01 - NATHÁLIA NOGUEIRA DA CRUZ

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES NATHÁLIA NOGUEIRA DA CRUZ 11142501953

FAZENDA VERTICAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para avaliação da disciplina TCC II

Prof. Orientador: Paulo Pinhal

Mogi das Cruzes, SP 2019


NATHÁLIA NOGUEIRA DA CRUZ

FAZENDA VERTICAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Mogi das Cruzes, como parte dos requisitos para avaliação da disciplina TCC II.

Aprovado em...............................

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Prof. Orientador: Paulo Pinhal Universidade Mogi das Cruzes

________________________________________


[AGRADECIMENTOS]

Agradeço aos meus companheiros de trabalho Wesley, Paloma, Mariana, Vinicius, Vanessa, Aloisio e minha chefe Cibeli, por todo apoio, incentivo e compreensão nos

Primeiramente agradeço a Deus por ter me dado discernimento, saúde e força em todo o caminho que percorri até aqui. Agradeço aos meus pais, irmãos por sempre me

momentos de ausente. Agradeço minhas amigas de curso e futuras arquitetas Thaiziany, Stefany e Luana pelos conselhos, parcerias, conversas e apoio dentro e fora da Universidade.

incentivar e me ajudar durante toda a minha vida, me apoiando

Á todos que direta ou indiretamente participaram e

sempre nos momentos que eu mais precisei. Ao meu

contribuíram para a realização desse trabalho, o meu muito

namorado por estar comigo em todas as situações e acreditar

obrigada!

no meu potencial. Agradeço a todos os professores da Universidade de Mogi das Cruzes, pelos ensinamentos e conselhos nos dado, ao longo deste curso. Ao meu orientador Paulo Pinhal, pelo apoio deste a escolha do tema, e orientação em todo o desenvolvimento com sugestões e conselhos que fizeram o trabalho progredir.


[EPÍGRAFE]

“Acredito que as coisas podem ser feitas de outra maneira, e que vale a pena tentar.” (Zaha Haddid)


5

elaborar os estudos, foram feitas visitas técnicas, em

[RESUMO] A agricultura é uma atividade milenar que primariamente visa à produção de alimentos. É fato que sua importância não é alvo de questionamento, no que diz respeito ao atendimento de uma das necessidades básicas dos seres humanos, a alimentação, porém com o crescimento populacional que pode chegar a 9,15 bilhões de pessoas até 2050 segundo dados de 2012 da Organização das Nações Unidas (ONU), a necessidade de uma agricultura com menos impacto ambiental se tornou a saída para suprir esta demanda, visto que agricultura tradicional em larga escala, contribui também para a poluição, o esgotamento dos aquíferos e a mudança do clima. Com objetivo de promover a diminuição dos impactos ambientais ocasionados por ela e entender a relação da urbanização com a atual crise ambiental,

esta

monografia

e

estudos

projetuais

apresentados dissertam e propõe à inserção de uma fazenda vertical, que é uma estrutura de edifício cuja atividade nos seus andares é a agricultura. O sistema utilizado será o hidropônico e aquapônico, juntamente com um prédio de uso misto, na Avenida Celso Garcia. Para

fazendas que utilizam a hidropônia, uma fábrica que produz as estufas hidropônicas, consultas nos livros “The Vertical Farm Feeding the Word in the 21st century” (2010), do professor

da

Universidade

de

Columbia

Dickson

Despommier, “Cidades para um pequeno planeta” (2012), do arquiteto Richard Rogers, “Cidades Inteligentes, cidades sustentáveis” (2012), do arquiteto Carlos Leite, “Hidroponia – Cultivo sem terra” (1987) de James Sholto Douglas, entrevistas com o engenheiro ambiental Marcos Aurélio de Miranda, a bióloga Marina Pereira, o engenheiro agrônomo Paulo Benthonei Misntine, bem como estudos de casos e pesquisas que colocam a fazenda vertical como mais que um modelo de produção agrícola, mas também uma inventiva combinação de sistemas que enfrentam os principais desafios dos centros urbanos, o abastecimento alimentar. Palavras Chaves: Agricultura, crescimento populacional, impacto ambiental, hidropônico, fazenda vertical.


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[LISTA DE ILUSTRAÇÕES] Figura 1: Elementos essenciais para o cultivo.............................. 36 Figura 2: Local Garden Vertical Crop Vancouver......................... 37 Figura 3: Urban Farmers - Holanda................................................ 38 Figura 4: Sistema hidropônico por gotejamento ........................... 39 Figura 5: Representação do sistema hidropônico por gotejamento ........................................................................................ 39 Figura 6: Sistema hidropônico por fluxo contínuo ........................ 39 Figura 7: Representação do sistema hidropônico por fluxo contínuo .............................................................................................. 40 Figura 8: Planta contêiner ................................................................ 40 Figura 9: Elevação Contêiner .......................................................... 40 Figura 10: Contêiner Cropbox ......................................................... 41 Figura 11: Sistema hidropônico....................................................... 43 Figura 12: Sistema NTF ......................................................................... 45 Figura 13: Hidropônia com canos PVC ................................................. 45 Figura 14: Estufa para modelo NTF ............................................... 46 Figura 15: Bancadas NTF ................................................................ 46 Figura 16: Esquema sistema floating de hidropônia .................... 47 Figura 17: Bancada sistema floating de hidroponia ..................... 48 Figura 18: Sistema Aeropônico ....................................................... 48 Figura 19: Cultivo de alface por aeropônia vertical ............................. 49 Figura 20: Raízes dentro do sistema aeropônico vertical .................... 49 Figura 21: Cultivo por sistema aeropônico horizontal ......................... 50 Figura 22: Raízes dentro do sistema aeropônico horizontal ................ 50 Figura 23: Sistema aquapônico....................................................... 51 Figura 24: Sistema básico de aquapônia ...................................... 51 Figura 25: Implantação do sistema de aquapônia ....................... 52

Figura 26: Vista Sunqiao Urban Agricultural District .................... 67 Figura 27: Mapa de localização - Sunqiao Urban Agricultural District ................................................................................................. 68 Figura 28: Acessos e setorização - Sunqiao Urban Agricultural District70 Figura 29: Área Norte - Sunqiao Urban Agricultural District ....... 70 Figura 30: Figura 6: Implantação - Sunqiao Urban Agricultural District ................................................................................................. 71 Figura 31: Área Sul - Sunqiao Urban Agricultural District .......... 71 Figura 32: Vista do canal central - Sunqiao Urban Agricultural District ................................................................................................. 72 Figura 33: Vista do mostruário aquapônico - Sunqiao Urban Agricultural District ............................................................................ 72 Figura 34: Distribuições arquitetônicas do mostruário aquapônico - Sunqiao Urban Agricultural District ............................................. 72 Figura 35: Corte do sistema de utilização de água - Sunqiao Urban Agricultural District ................................................................ 73 Figura 36: Fazenda vertical - Av. Paulista..................................... 74 Figura 37:Localização do lote - Fazenda Vertical - Av. Paulista SP ........................................................................................................ 76 Figura 38: Vigas casteladas – Fazenda Vertical - Av. Paulista SP ........................................................................................................ 77 Figura 39: Vista interna das áreas de plantio – Fazenda Vertical Av. Paulista - SP................................................................................ 77 Figura 40: Planta segundo subsolo – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 78 Figura 41: Planta primeiro subsolo – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 78 Figura 42: Planta térreo – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP 79 Figura 43: Planta primeiro pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista SP .......................................................................................................... 79


7 Figura 44: Planta segundo pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 79 Figura 45: Planta quarto pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 80 Figura 46: Pavimento tipo: Vegetais – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 81 Figura 47: Pavimento tipo: Frutas e arvores – Fazenda Vertical Av. Paulista - SP ................................................................................ 81 Figura 48: Esquema das sementeiras – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP....................................................................................... 81 Figura 49: Planta restaurante – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ........................................................................................................ 82 Figura 50: Corte humanizado transversal – Fazenda Vertical Av. Paulista – SP ............................................................................... 82 Figura 52: Corte expandido administração, supermercado, térreo e circulação, docas e estacionamento– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ...................................................................................... 83 Figura 51: Corte expandido restaurante e fazenda vertical– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ............................................. 83 Figura 54: Corte expandido captação de água Fazenda Vertical Av. Paulista – SP ............................................................................... 84 Figura 54: Corte expandido de energia– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ...................................................................................... 84 Figura 56: Local Garden Vertical Crop Vancouver ...................... 85 Figura 57: Localização do lote - Local Garden Vertical Crop Vancouver ........................................................................................... 87 Figura 58: Planta Local Garden Vertical Crop Vancouver .......... 87 Figura 59: Descritivo de áreas - Local Garden Vertical Crop Vancouver ........................................................................................... 88

Figura 60: Descritivo de áreas - Local Garden Vertical Crop Vancouver........................................................................................... 88 Figura 61: Torres de produção - Local Garden Vertical Crop Vancouver........................................................................................... 89 Figura 62: Localização- Plant Tec .................................................. 96 Figura 63: Entrada - Plant Tec ....................................................... 97 Figura 64: Projeto Técnico - Plant Tec .......................................... 97 Figura 65: Arco para montagem da cobertura - Plant Tec ......... 97 Figura 66: Perfis para bancadas - Plant Tec................................. 97 Figura 67: Estufa montada no local visitado - Plant Tec ............. 98 Figura 68: Bancadas hidropônicas – 10 dias de cultivo - Plant Tec ....................................................................................................... 98 Figura 69: Bancadas hidropônicas – 27 dias de cultivo - Plant Tec ....................................................................................................... 98 Figura 70: Sistema de bombeamento - Plant Tec........................ 99 Figura 71: Reservatório inferior - Plant Tec .................................. 99 Figura 72: Tubulação para a passagem da água até os perfis Plant Tec ............................................................................................. 99 Figura 73: Proteção com sombrite - Plant Tec ........................... 100 Figura 74: Processo inicial – Preparação para germinação Plant Tec ........................................................................................... 101 Figura 75: Área destinada à germinação - Plant Tec ................ 101 Figura 76: Viveiro - Plant Tec ........................................................ 102 Figura 77:Broto - Plant Tec ............................................................ 102 Figura 78: Sistema de nutrição do viveiro - Plant Tec ............... 103 Figura 79: Captação da água para reutilização - Plant Tec ..... 103 Figura 80: Mudas – 10 dias de cultivo - Plant Tec ..................... 103 Figura 81: Mudas – 27 dias de cultivo - Plant Tec ..................... 104 Figura 82: Estufas - Plant Tec ....................................................... 104


8 Figura 83: Localização – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ............................................................................................................ 107 Figura 84: Acesso – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas.... 107 Figura 85: Estrutura – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas 107 Figura 86: Cobertura– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas 108 Figura 87: Perfis hidropônicos em polipropileno e polietileno – Jorge Hayashi .................................................................................. 108 Figura 88: Estufas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ... 108 Figura 89: Caixas d’agua– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ............................................................................................................ 109 Figura 90: Sistema de bombeamento – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas .................................................................................... 109 Figura 91: Caixas d’agua externas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas .................................................................................... 109 Figura 92: Reservatório – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ............................................................................................................ 110 Figura 93: Armazenamento de substâncias nutritivas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ..................................................... 110 Figura 94: Sistema de alimentação alface– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ...................................................................... 110 Figura 95: Tubulação ligada ao solo para o sistema de alimentação– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ............... 110 Figura 96: Vista Frontal do sistema de alimentação– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ................................................... 111 Figura 97: Sombrite– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas .. 111 Figura 98: Placa de polietileno para germinação – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ................................................................... 112 Figura 99: Viveiro – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas .... 112 Figura 100: Placas para germinação e desenvolvimento primário – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ..................................... 113

Figura 101: Vista frontal estufa – 07 e 18 dias de cultivo – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ................................................... 113 Figura 102: Perfil hidropônico com alface após sair do viveiro – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ........................................ 113 Figura 103: Bancadas de plantio 30 dias de cultivo – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ................................................... 114 Figura 104: Bancadas de plantio de hortelã com tubos de PVC – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas ........................................ 114 Figura 105: Foto no local – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas .................................................................................... 114 Figura 106: Localização ................................................................. 122 Figura 107: Localização do terreno do projeto ........................... 122 Figura 108: Lotes............................................................................. 123 Figura 109: Topografia. .................................................................. 123 Figura 110: Vista panorâmica Avenida Celso Garcia ................ 123 Figura 111: Cruzamento Av. Celso Garcia x Rua São Felipe .. 124 Figura 112: Vista panorâmica Rua São Felipe – lateral e fundo do terreno ......................................................................................... 124 Figura 113: Vista Rua São Felipe - Fundo do terreno ............... 124 Figura 114: Vista Rua Santa virgínia – lateral do terreno ......... 124 Figura 115: Trajetória aparente do sol ......................................... 125 Figura 116: Avenida Radial Leste - 1970 .................................... 134 Figura 117: Estação Tatuapé – 1986 ........................................... 135 Figura 118: Bonde na Avenida Celso Garcia – 1916 ................ 135 Figura 119: Avenida Celso Garcia - 1968 ................................... 136 Figura 120: Organograma .............................................................. 160 Figura 121: Fluxograma ................................................................. 164 Figura 122-Bloco de Concreto Celular - ...................................... 171 Figura 123 - Laje Protendida ......................................................... 172


9 Figura 124 - Estrutura metálica ..................................................... 173 Figura 125 - Painel Fotovotaico – ................................................. 174 Figura 126 - Sistema para captação de águas pluviais ............ 175 Figura 127 - Varandas verdes ....................................................... 176 Figura 128 - Espelho d'água .......................................................... 177 Figura 129 - Piso drenante ................................................................. 177 Figura 130: Parâmetros para dimensionamento para banheiros acessíveis ......................................................................................... 205 Figura 131: - Tabela 5 - Dados para o dimensionamento das saídas ................................................................................................ 207 Figura 132: Tabela 1 - Classificação das edificações quanto à sua ocupação ................................................................................... 207 Figura 133: Tabela 1- Classificação das edificações quanto à sua ocupação ................................................................................... 208 Figura 134: Tabela 2 - Classificação das edificações quanto à altura .................................................................................................. 208 Figura 135: Tabela 3 - Classificação das edificações quanto às suas dimensões em planta ............................................................ 209 Figura 136: Tabela 7 - Número de saídas e tipos de escadas 209 Figura 137: Tabela 7 - Número de saídas e tipos de escadas 209


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[LISTA DE TABELA]

Tabela 1: Analise SWOT - Sunqiao Urban Agricultural District ............................................................................... 59 Tabela 2: Analise SWOT – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ..................................................................................72 Tabela 3: Analise SWOT – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP ..................................................................................79 Tabela 4: Analise SWOT – Plant Tec ................................ 93 Tabela 5: Analise SWOT – Jorge Hayashi ......................115 Tabela 6: Zoneamento ....................................................126 Tabela 7: Memorial Botânico ........................................... 167


11

[LISTA DE MAPAS] Mapa 1: Crescimento populacional (%) .............................31 Mapa 2: Mapa da população subnutrida por país .............32 Mapa 3: Uso e ocupação do solo ....................................126 Mapa 4: Gabarito de altura .............................................. 126 Mapa 5: Condições de trafego – 07h00m .......................127 Mapa 6: Condições de trafego – 18h00m .......................127 Mapa 7: Zoneamento...................................................... 129


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[LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS] ABNT

Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANVISA CATI

Agência Nacional de Vigilância Sanitária Escritório de Desenvolvimento Rural

CEAGESP Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo CETESB

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

IBAMA

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis IFAD

Fundo Internacional para o Desenvolvimento

Agrícola IPMA

Programa Alimentar Mundial

LED

Light Emitting Diode

NBR

Norma brasileira

NTF

Nutrient Film Technique

ONU

Organização das Nações Unidas

21ª Conferência do Clima

PVC

Policloreto de polivinila

CVS

Centro de Vigilância Sanitária

RDC

DFT

Deep film technique

RIO + 20

EUA

Estados Unidos da América

FAO

Organização das Nações Unidas para

CO²

Dióxido de Carbono

COE

Código De Obras E Edificações COP21

Alimentação e Agricultura

Resolução Da Diretoria Colegiada Conferência das Nações Unidas sobre

Desenvolvimento Sustentável TFG

Trabalho Final de Graduação

UV

Ultra violeta


13

[SUMÁRIO]

4.1.

MODELOS DE FAZENDAS VERTICAIS ................ 36

4.1.1. Green Rooftop ........................................................ 36 1.

INTRODUÇÃO ....................................................... 18

2.

OBJETIVOS ........................................................... 23

2.1.

OBJETIVO GERAL ................................................. 24

2.2.

OBJETIVO ESPECÍFICOS .....................................24

3.

PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA ............ 26

3.1.

TIPOS DE AGRICULTURA ....................................27

3.1.1. AGRICULTURA CONVENCIONAL .......................27 3.1.2. AGRICULTURA ORGÂNICA .................................. 27 3.1.3. HIDROPÔNIA .........................................................28 3.1.4. DIFERENÇA ENTRE HIDROPÔNIA E PRODUÇÃO ORGÂNICA .......................................................................28 3.2.

DESMATAMENTO ................................................. 28

3.3.

POLUIÇÃO ............................................................. 29

3.4.

ÁGUA...................................................................... 30

3.5.

ADENSAMENTO POPULACIONAL .......................30

3.6.

FOME ..................................................................... 31

3.7.

TRANSPORTE ....................................................... 32

3.8.

SAÚDE HUMANA ...................................................33

4.

DEFINIÇÃO DO TEMA ...........................................35

4.1.2. Contêiner ................................................................ 38 4.1.3. Prédios direcionados .............................................. 41 4.2.

SISTEMA DE ILUMINAÇÃO ................................... 41

4.3.

TIPOS DE PRODUÇÃO ......................................... 43

4.3.1. Hidropônia .............................................................. 43 4.3.1.1.

NFT (Nutrient Film Technique) ......................... 43

4.3.1.1.2. Estufa para hidripônia NTF ............................... 45 4.3.1.2.

Sistema Floating de Hidroponia ........................ 46

4.3.1.3.

Aeropônia.......................................................... 48

4.3.1.3.1. Aeropônia Vertical ............................................. 48 4.3.1.3.2. Aeropônia Horizontal......................................... 49 4.2.2. Aquapônia ............................................................... 50 5. MARCO HISTÓRICO .................................................... 54 5.1. A EVOLUÇÃO DO HOMEM ....................................... 55 5.2. EVOLUÇÃO URBANA – SURGIMENTO DAS CIDADES .......................................................................... 56 5.2.1. Antiguidade ............................................................. 56 5.2.2. Idade média ............................................................ 56 5.3. REVOLUÇÃO AGRÍCOLA – A AGRICULTURA COMO UM METÓDO DE VIDA .................................................... 57


14

5.4. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - A TECNOLOGIA NA

6.2.2.3.1. 2º Subsolo ......................................................... 77

ESPANSÃO DAS CIDADES E A TRANSFOMAÇÃO DO

6.2.2.3.2. 1º Subsolo ......................................................... 78

MEIO URBANO E RURAL ................................................ 58

6.2.2.3.3. Térreo................................................................ 78

5.5. REVOLUÇÃO VERDE A PROMOÇÃO DA

6.2.2.3.4. 1º e 2º Pavimento .............................................. 79

AGRICULTURA................................................................. 58

6.2.2.3.5. 3º Pavimento ..................................................... 79

5.6. FAZENDAS VERTICAIS ............................................60

6.2.2.3.6. 4º Pavimento ..................................................... 80

6. ESTUDO DE CASOS ....................................................65

6.2.2.3.7. 5º ao 19º Pavimento .......................................... 80

6.1.. SUNQIAO URBAN AGRICULTURAL DISTRICT ......67

6.2.2.3.8. 20º Pavimento ................................................... 81

6.1.1. Conceito e partido ...................................................67

6.2.2.3.9. 21º Pavimento .................................................. 81

6.1.2. Analise Arquitetônica ...............................................68

6.2.2.3.10.22º Pavimento .................................................. 82

6.1.2.1. Terreno ................................................................. 68

6.2.2.3.11. Corte humanizado transversal ........................ 82

6.1.2.2. Estrutura ...............................................................68

6.2.2.3.11. Corte expandido .............................................. 83

6.1.2.3. Setorização ..........................................................69

6.2.3. Analise SWOT – Fazenda Vertical - Avenida Paulista

6.1.3. Analise SWOT – Sunqiao Urnban Agricultural District

.......................................................................................... 84

..........................................................................................73

6.2.4. Considerações finais ............................................... 84

6.1.4. Considerações finais ............................................... 73

6.3. LOCAL GARDEM VERTICAL CROP VANCOUVER . 85

6.2. FAZENDA VERTICAL – AVENIDA PAULISTA .......... 74

6.3.1. Conceito e partido ................................................... 85

6.2.1. Conceito e partido ...................................................75

6.3.2. Analise arquitetônica ............................................... 86

6.2.2. Analise Arquitetonica ...............................................75

6.3.2.1. Terreno................................................................. 86

6.2.2.1. Terreno .................................................................75

6.3.2.2. Estrutura e setorização ........................................ 87

6.2.2.2. Estrutura ...............................................................76

6.3.2.3. Curiosidades ........................................................ 90

6.2.2.3. Setorização ..........................................................77

6.3.3. Investimentos .......................................................... 90


15

6.3.4. Analise SWOT – Local Garden Vertical Crop

7.4.3. Terreno e Acesso .................................................. 106

Vancouver .........................................................................91

7.4.4. Estrutura e montagem ........................................... 107

6.3.5. Considerações finais ............................................... 91

7.4.5. Sistema Hidráulico ................................................ 109

6.4. PARECER COMPARATIVOS DOS ESTUDOS .........91

7.4.6. Iluminação ............................................................. 111

7. VISITAS TÉCNICAS ..................................................... 94

7.4.7. Produção ............................................................... 111

7.1. NATUREZA DA VISITA TÉCNICA .............................95

7.4.8. Manutenção e controle .......................................... 114

7.2. OBJETIVOS DIDÁTICOS DA VISITA TÉCNICA ........ 95

7.4.9. Analise Swot – Jorge Hayashi - Estufas hidropônicas

7.3. PLANT TEC – ESTUFAS AGRÍCOLAS ..................... 95

........................................................................................ 115

7.3.1. Detalhe do Projeto ...................................................96

7.4.10. Considerações finais ........................................... 115

7.3.2. Terreno e Acesso ....................................................96

7.5. PARECER COMPARATIVO DAS VISITAS TÉCNICAS

7.3.3. Estrutura e montagem .............................................97

........................................................................................ 115

7.3.4. Sistemas Hidráulico .................................................99

8. OBJETO DE ESTUDO ............................................... 117

7.3.5. Iluminação .............................................................100

9. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE INTERVENÇÃO .......... 121

7.3.6. Produção ...............................................................100

9.1. CONDICIONANTES FÍSICOS ................................. 122

7.3.7. Manutenção e controle .......................................... 104

9.1.1. Diretrizes do Terreno............................................. 122

7.3.8. Investimento .......................................................... 104

9.1.2. Topografia ............................................................. 123

7.3.9. Análise SWOT – Plant Tec .................................... 105

9.2. CONDICIONANTES VISUAIS DO TERRENO E

7.3.10. Considerações finais ...........................................105

ENTORNO ...................................................................... 123

7.4. JORGGE HAYASHI – CULTIVO AGRÍCOLA

9.2.1. Fotos do entorno e terreno .................................... 123

HIDROPÔNICO............................................................... 105

9.2.2. Trajetória aparente do sol ..................................... 125

7.4.1. Objetivos didáticos da visita técnica ......................105

9.2.3. Usos e Ocupação do Solo do Entorno .................. 125

7.4.2. Detalhe do projeto .................................................106

9.2.4. Gabarito de altura ................................................. 126


16

9.2.5. Principais condições de trafego e vias de acesso .126

17.3.1 Placas fotovoltaicas ............................................. 173

9.2.5.1. – Analise as 07h00m – Periodo de saída para o

17.3.2 Captação de águas pluviais ................................. 174

trabalho ........................................................................... 126

17.3.3 Varandas verdes .................................................. 175

9.2.5.2. Analise as 18h00 – Periodo de retorno para casa

17.3.4 Telhado verde ...................................................... 176

........................................................................................ 127

17.3.5 Espelho d’agua .................................................... 176

9.3. LOCAL - LEGISLAÇÃO ............................................128

17.3.6 Piso drenante ....................................................... 177

10. ENTORNO HISTÓRICO............................................133

18. PROPOSTA PROJETUAL ....................................... 178

10.1. TATUAPÉ ...............................................................134

19. CONCLUSÃO ........................................................... 181

10.2. AVENIDA CELSO GARCIA .................................... 135

20. REFERENCIAS ........................................................ 184

11. PROGRAMA DE NECESSIDADES ..........................138

ANEXOS ......................................................................... 193

12. PERFIL DO USUÁRIO ..............................................149

1. DIRETRIZES E PREMISSAS...................................... 195

13. CONCEITO ...............................................................152

1.1. FAZENDA VERTICAL .............................................. 195

14. PARTIDO .................................................................. 155

1.2. CÓDIGO SANITARIO .............................................. 195

15. ORGANOGRAMA ..................................................... 158

1.2.1. Restaurante e mercado ......................................... 195

16. FLUXOGRAMA.........................................................162

1.2.2. Auditório ................................................................ 200

17. ESQUEMAS ESTRUTURAIS .................................. 166

1.2.3. Setor Adminstrativo ............................................... 201

17.1 ELEMENTOS PAISAGÍSTICOS .............................167

1.3. CONTROLE HIGIÊNICO - SANITARIO ................... 202

17.2 SISTEMAS CONSTRUTIVOS .................................171

1.4. CÓDIGO DE OBAS E EDIFICAÇÕES – COE LEI Nº

17.2.1 Bloco de concreto celular ..................................... 171

11.228/92 ........................................................................ 203

17.2.2 Laje Protendida ....................................................171

1.5.NBR 9050.................................................................. 203

17.2.3 Estrutura metálica ................................................ 172

1.6. NBR 9077/1993........................................................ 208

17.3 SUSTENTABILIDADE E TECNOLOGIA .................173


17


18


19

1 INTRODUÇÃO

década que se passa também é de conhecimento a contínua e gradativa escassez dos recursos naturais da terra e essa

Desde a antiguidade, a disponibilidade de alimentos

crise ambiental tem nas suas raízes, na evolução do homem

funcionava como um fator decisivo para a permanência em

e no crescimento populacional. A mecanização após as

um lugar, a caça de animais, a coleta de grãos, se

revoluções industriais, e a utilização de insumos para

estabelecia como elemento central para o estabelecimento

melhorar a produtividade e diminuir as perdas por causas

das civilizações. Os grupos instalavam-se prioritariamente

naturais provocaram significativos impactos no meio

próximos aos rios e veios d’água, e retiravam do local o que

ambiente.

conseguiam e quando esta fonte se esgotava, partiam em

Segundo

o

ecologista

Dickson

Despommier

busca de outro lugar. Um exemplo é a antiga Mesopotâmia,

(DESPOMMIER, Dickson, The Vertical Farm: Feeding the

atual Iraque, onde as cidades de Babilônia e Assur, já se

World in the 21st Century. 2010, pág. 16), poderíamos

organizavam e planejavam seu crescimento em torno das potencialidades dos rios Tigre e Eufrates para atender as necessidades de seus habitantes em conseguir irrigação para o plantio e abastecimento da população.

imitar e redesenhar a cidade, porque foi a urbanização das cidades que nos levou a crise ambiental, cabe à cidade redesenhar seus sistemas para achar uma alternativa que recupere o meio ambiente.

Atualmente, segundo a Organização das Nações

Milhares de anos já se passaram desde as primeiras

Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO (2012), mais

civilizações mesopotâmicas, novas cidades foram sendo

de 800 milhões de hectares são destinados à agricultura, ou

erguida, a humanidade foi mudando, e as cidades se

aproximadamente 38% da superfície continental do planeta

transformando, mas ainda hoje, o alimento continua a ter a

e segundo a ONU, 70% da água de todo mundo é destinada

mesma importância da antiguidade. No entanto, a cada

a irrigação na agricultura1.

1

Disponível em <http://www.fao.org/brasil/noticias/detailevents/en/c/1110333/>. Acesso em 21 ago. 2018.


20

E quando se analisa o futuro dado às séries históricas de evolução da civilização e as estimativas populacionais, que segundo a ONU, nos próximos 50 anos a população

mundo passa pelo radical planejamento de mudança cultural e de consumo da atual sociedade. No intuito de obter uma acelerada redução dos

global pode alcançar aproximadamente 9,5 bilhões de

impactos

ambientais

provenientes

da

agricultura

pessoas. O cenário passa a ser bem preocupante pois para

convencional que ao longo do contexto histórico cooperou

essa quantidade de população se exigiria 10 hectares

substancialmente ao desmatamento e emissões de CO2 em

adicionais de terra (área aproximada a do Brasil) a fim de

larga escala, a inserção da agricultura verticalizada na

alimentá-los2.

malha urbana é uma solução para os impactos negativos

No entanto, esta área agriculturável adicional pode

gerados pela agricultura convencional. A importância do

não estar disponível com a qualidade necessária, uma vez

desenho do edifício, não como objeto escultórico ou marco

que pelo menos dois dos principais fatores de produção

plástico da cidade, mas como peça de uma engrenagem,

(capital e terra) vão se tornando escassos ou tecnicamente

com seu papel definido pela funcionalidade e com respostas

inviáveis, principalmente quanto a seu retorno econômico

às necessidades do cidadão, tem a capacidade de

para

estratégias

transformar o macro, o globo, e atingir as metas estipuladas

alternativas a fim de se obter uma fonte de alimento

pelas conferências globais, desde Estocolmo em 1976 até

abundante e variada sem invadir os poucos ecossistemas

os dias atuais em Paris, a COP21, (21ª Conferência do

funcionais restantes devem ser seriamente contempladas. E

Clima) em busca de maior equilíbrio entre meio ambiente e

uma das alternativas sustentáveis e estratégicas de

sociedade. As fazendas verticais surgem no contexto

complementar o futuro abastecimento de alimentos ao

mundial, como uma produção indolor.

2

quem

e

produz.

Dessa

maneira,

Disponível em <https://nacoesunidas.org/acao/populacao-mundial/>. Acesso em 21 ago. 2018.


21 Segundo Carlos Leite (LEITE, Carlos, Cidades inteligentes, cidades sustentáveis. 2012, pág. 8), as metrópoles são o grande desafio estratégico do homem neste momento, e se elas adoecem o planeta torna-se insustentáveis. No entanto, a experiência internacional mostra que as cidades se reinventam, que elas não são fossilizadas, que as melhores cidades são aquelas que continuamente se renovam e funcionam similarmente a um organismo vivo, quando adoecem, se curam, mudam.

No

mundo,

a

primeira

fazenda

verticalizada

implantada, foi em Singapura, outros protótipos menores foram introduzidos em telhados de Vancouver, prédios que passaram por retrofit nos Estados Unidos e um zoológico na Europa também usou o método para produzir alimentos para os animais. No Brasil, o telhado da galeria do rock foi usado para implantar uma horta verticalizada e um concurso para projetar a fazenda na Avenida Paulista, premiou três grupos de estudantes das universidades Presbiteriana Mackenzie, Centro Universitário Ritter dos Reis - UNIRITTER e a Universidade Nove de Julho - UNINOVE - São Paulo/SP.


22


23


24

2 OBJETIVOS

Produzir alimentos para os cidadãos na própria cidade diminuindo a emissão; de gases poluentes causados pelo transporte, e melhorando a qualidade

2.1 OBJETIVO GERAL A

finalidade

deste

trabalho

do ar; é

promover

a

requalificação urbana, implantando um novo conceito arquitetônico para a agricultura, através de um sistema vertical, ajudando as grandes metrópoles que passam por escassez de terras, degradações urbano-ambientais, e um crescimento populacional exponencialmente alto, a garantir a produção de alimentos necessária com menos desgaste hídricos e energéticos. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Promover a integração da população com o meio urbano;

Recuperar o ecossistema degradado pela agricultura convencional alterando a paisagem urbana;

Promoção da saúde em um ambiente sustentável;

Permitir a integração contínua da agricultura com a cidade;

Economia de espaço e personalização do mesmo, com usos mistos.


25


26


27

3 PROBLEMATIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA Com o extenso crescimento populacional do planeta, a

o número e os ataques de pragas e doenças às culturas agrícolas

também

começaram

a

alcançar

níveis

disponibilidade de alimentos será cada vez menor. Mais

preocupantes, o que levou a indústria a se preocupar em

pessoas exigem mais grãos e mais grãos exigem mais solo,

desenvolver formulações químicas, ou seja, os agrotóxicos,

e como este solo este cada dia mais escasso, para chegar

muitas vezes chamados de defensivos, que combateriam

à demanda de produção suficiente, vivenciamos algumas

tais pragas e doenças.

realidades.

3.1.2 Agricultura Orgânica

3.1 TIPOS DE AGRICULTURA

Segundo

Segunda

Revolução

Agrícola,

que

o

termo

que

conhecemos

como Agricultura Orgânica apareceu por volta de 1920,

3.1.1 Agricultura convencional A

a Embrapa,

quando surgiram movimentos e manifestações contrários à marcou

adubação química e a favor da prática de culturas baseadas nos

como base as variedades geneticamente melhoradas, a

movimentos foram agrupados em quatro grandes vertentes:

introdução de tratores e de implementos agrícolas no setor

a agricultura orgânica, biodinâmica, biológica e natural. Em

produtivo e a utilização de fertilizantes químicos em

meados de 1970, essas vertentes foram agrupadas e

substituição aos adubos orgânicos para aumentar a

nomeadas como agricultura alternativa, o que nos dias

produção e diminuir o tempo de colheita3. Em contrapartida,

atuais é conhecido por Agricultura Orgânica.

3

4

Disponível em < https://www.cpt.com.br/cursos-cultivodecocoagricultura/artigos/agricultura-convencional-heroina-ou-vila-descubravoce-mesmo>. Acesso em 25 ago. 2018.

processos

biológicos

naturais4. Inicialmente,

definitivamente o início da Agricultura Convencional, teve

os

Disponível em < https://www.ecycle.com.br/2069-o-que-e-agriculturaorganicaAcesso em 25 ago. 2018.


28

O processo de produção orgânica não utiliza agrotóxicos e

possível corrigir a concentração das substâncias químicas

promove a restauração e manutenção da biodiversidade.

que estiverem faltando sempre que for necessário. A grande

Além

vantagem desse método é evitar as pragas normalmente

disso,

a agricultura

orgânica utiliza fertilizantes

naturais, como adubação através de leguminosas fixadoras de nitrogênio,

adubo

orgânico

de compostagem, minhocultura,

manejo

transmitidas pelas raízes5.

proveniente de

vegetação

nativa e rotatividade de culturas, uso racional de água e outras técnicas que sejam adaptáveis à realidade local.

3.1.4 Diferença entre hidroponia e produção orgânica. Alimentos

hidropônicos

têm

um

processo

de

produção diferente ao processo proposto pela agricultura

3.1.3 Hidropônia

orgânica. Na hidroponia podem ser utilizados agrotóxicos. Trata-se de uma técnica de origem oriental, difundida

Os hidropônicos são caracterizados pelo cultivo direto na

na Segunda Guerra Mundial, que possibilita o cultivo de

água, enquanto a agricultura orgânica trabalha com o solo

plantas apenas com água e nutrientes, sem terra. Os

como organismo vivo. Na hidroponia, fertilizantes altamente

nutrientes

solúveis, proibidos pela agricultura orgânica, são colocados

adicionados

são

os

elementos

químicos

existentes normalmente no solo, necessários para o

na água e absorvidos pelas raízes das plantas.

desenvolvimento do vegetal, como fósforo e potássio. O líquido, por sua vez, é armazenado em tanques e bombeado

3.2 DESMATAMENTO

para o recipiente onde fica a plantação, passando pelas

O desmatamento da área a ser cultivada constitui

raízes e retornando para o tanque em um fluxo contínuo. É

talvez o primeiro impacto da produção agrícola. O terreno a

5

Disponível em < https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-ehidroponia/>. Acesso em 25 ago. 2018.


29

ser cultivado precisa estar limpo para que se possa fazer a preparação do solo e o plantio das sementes e isso ocorre a custas de ecozonas que são eliminadas ou reduzidas a unidades fragmentadas e semi-funcionais, gerando o aumento das ilhas de calor. Segundo

o

ecologista

Dickson

Despommier

(DESPOMMIER, Dickson, The Vertical Farm: Feeding the World in the 21st Century. 2010, pág. 34), a cidade falhou em um dos princípios mais básicos do ecossistema ao fragmentar os sistemas. O ecossistema é fruto do estabelecimento de relacionamento de mútua dependência

Gráfico 1: Emissões globais dos gases do efeito estufa por setor econômico Fonte: IPCA (2014)

que formam um ciclo, e trazer os recursos de fora, da

No cultivo convencional, a amônia, usada para fabricar

cidade faz com que não exista este ciclo, que devolve o que

fertilizantes e agrotóxicos para proteger as plantas das

tiramos do meio ambiente.

pragas

e

doenças,

mas

que

pode

ser

produzida

naturalmente através da decomposição de materiais 3.3 POLUIÇÃO A agricultura é a principal culpada por poluir o ar, tanto pelo transporte, quanto pela produção dos alimentos.

orgânicos, como esterco, ao se juntar aos poluentes de combustão, como óxidos de nitrogênio e sulfatos de veículos no ar, minúsculas partículas com substancias poluentes, são criadas. Essas partículas que possuem o diâmetro dos fios de cabelo se dissipam com o vento e chegam às grandes cidades. Ou seja, mesmo que você more longe de lavouras e fazendas de criação de gado, está exposto à poluição agrícola.


30

Organização das Nações Unidas (ONU), consomem aproximadamente 70% de toda a água disponível no mundo

3.4 ÁGUA

é utilizada para irrigação. No Brasil, esse índice chega a

Outro recurso imprescindível para o abastecimento

72% e nos Estados Unidos entre 80 a 90%7.

mundial de alimentos é a água. Segundo declaração da ONU,

na

Conferência

das

Nações

Unidas,

sobre

Desenvolvimento Sustentável RIO+20, em 2012, para uma em cada sete pessoas do planeta, a falta de água já é uma realidade, estimando-se que um bilhão de pessoas não tenha água própria para beber, e 2,5 bilhões não tenham acesso ao saneamento básico e se a crise hídrica cresce se intensificam outros conflitos6. Em 2014, a cidade de São Paulo, se afogou na maior crise hídrica dos últimos 80 anos, por depender muito do Sistema Cantareira que depende de chuvas de verão, e com

Gráficos 2: Consumo de água por setores Fonte: Relatorio CRHB ANA 2012 – BRASIL

a estiagem o sistema acabou sofrendo uma grande baixa. E essa crise não foi culpa apenas das chuvas, mas do

3.5 ADENSAMENTO POPULACIONAL

crescimento populacional, do desperdício, da falta de planejamento urbano, e a agricultura, que segundo dados da

6

Disponível em <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2012/03/rio20-emomento-de-criar-politica-global-para-agua-diz-diretor-da-ana.html>. Acesso em 25 ago. 2018.

7

Disponível em <https://nacoesunidas.org/acao/agua/>. Acesso em 25 ago. 2018.


31

Segundo dados da ONU, de 2015, até 2050, teremos aproximadamente 10 bilhões de pessoas. E para alimentar toda essa população, será necessário triplicar a produtividade nos solos e com este aumento, os plantios

tendem

a

ficarem

mais

densos,

e

consequentemente as plantas ficam cada vez mais próximas

umas

das

outras,

ocasionando

uma

disseminação de pragas, e para combater essas doenças o uso de agrotóxicos se tornam indispensáveis mesmo com seu impacto na saúde humana e ambiental e desencadeamos um sistema onde o consumidor não sabe de onde vêm, como chegou e como foi produzido o alimento que consome, bem como os impactos gerados.

Mapa 1: Crescimento populacional (%) Fonte: Banco Mundial - 2014

3.6 FOME Cerca de 795 milhões de pessoas passam fome atualmente de acordo com o relatório anual sobre a fome intitulado “Estatuto da Insegurança Alimentar no Mundo” de 2015, publicado pela FAO, o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (IFAD) e o Programa Alimentar Mundial (IPAM). O relatório ainda revela que são cerca de 2 milhões de pessoas sofrendo de deficiências nutritivas, 3,5 milhões de crianças morrem anualmente de fome e


32

doenças relacionadas a má nutrição, até mesmo os

172 países e centenas de organizações ambientais, e que

países desenvolvidos tem cerca de 5% de sua população

resultou em acordos

passando fome ,e isso se deve em grande parte porque

importantes, entre os quais se destaca o documento

este alimento não chega a todos os indivíduos devido à

“Agenda 21”, atualizado

má distribuição8.

recentemente para “Agenda 2030”, em Paris, 2015. Entre os 17 objetivos definidos, salientamos: (ONU, 2017)

Mapa 2: Mapa da população subnutrida por país Fonte: Banco Mundial - 2014

A conferência realizada no Rio de Janeiro, em 1992,

Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. (Agenda 2030. ONU, 2016). [...] 2.4 Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo. (Agenda 2030. ONU, 2016).

foi considerada um marco em termos de políticas internacionais, com a presença de representantes de

3.7 TRANSPORTE De acordo com a FAO, estima-se que sejam desperdiçados 1,3 milhoes de toneladas de alimentos no

8

Disponível em < Disponível em < http://www.fao.org/brasil/noticias/detail-vents/en/c/1037611/>. Acesso em 25 ago. 2018.


33

mundo, desde a produção primária até o consumidor

geraram produtos com custos tendenciosamente mais

final9. O Brasil é líder mundial em soja, milho, açúcar,

elevados devido ao desperdício do alimento que pode

café, carne bovina e de frango, mas, na hora de escoar

chegar a 30%, pelo transporte, e a correria da vida urbana e

essa produção até os pontos de venda ou portos

os preços dos produtos orgânicos, nos fez consumir cada

exportadores, o país enfrenta sérios problemas com a

vez mais produtos industrializados, e isto se reflete na saúde

ineficiência dos sistemas de transporte. São rodovias em

da população. Segundo o levantamento do ministério da

situação precária, caminhões sucateados, ferrovias sem

saúde, uma em cada cinco pessoas no país está acima do

investimento e terminais portuários sobrecarregados.

peso. A prevalência da doença passou de 11,8%, em 2006,

Além disso, a produção está espalhando-se para o

para 18,9%, em 2016, mesmo com o aumento de 30% da

centro-oeste e norte do país e distanciando-se dos

produção e consumo da agricultura orgânica10.

grandes

centros

consumidores

e

dos

canais

Somado esses fatores, uma forma de equilibrar os

exportadores, como sul e sudeste, o que encarece os

impactos ambientais e aperfeiçoar um espaço físico

custos com transporte e põe em risco a competitividade

subutilizado da grande metrópole de São Paulo, o projeto a

do produto brasileiro no mercado internacional.

ser apresentado, será utilizada como um novo modelo de

3.8 SAÚDE HUMANA

produção limpa e indolor, bem como a requalificação e reurbanização urbana, que ultrapassara a área do projeto,

Os inchaços das grandes cidades empurraram a

recuperando a história da Avenida Celso Garcia, que em seu

produção de alimentos para áreas cada vez mais distantes

início foi marcada pela agricultura nas plantações de vinho.

das zonas urbanas e esse distanciamento com a produção 9

Disponível em <http://www.fao.org/americas/noticias/ver/pt/c/239394/>. Acesso em 25 ago. 2018.

10

Disponível em <http://portalms.saude.gov.br/noticias/agenciasaude/28108-em-dez-anos-obesidade-cresce-60-no-brasil-e-colabora-paramaior-prevalencia-de-hipertensao-e-diabetes>. Acesso em 01 set. 2018


34


35


36

4 DEFINIÇÃO DO TEMA

complementado com iluminação artificial e otimizado com refletores metálicos11.

Uma fazenda

vertical é

um

conjunto

espacial

destinado para a produção de alimentos e remédios em camadas verticais. Em uma fazenda vertical, além da produção de alimentos e remédios em camadas empilhadas verticalmente, podem ser utilizadas superfícies inclinadas verticalmente e/ou integradas em outras estruturas como arranha-céus, coberturas e contêineres. As técnicas empregadas se resumem basicamente a agricultura de interior e tecnologia de agricultura com controle ambiental (CEA, na sigla em inglês), em que todos os fatores

. Figura 1: Elementos essenciais para o cultivo Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web

ambientais podem ser controlados. Essas instalações utilizam controle artificial da luz, controle ambiental

4.1 MODELOS DE FAZENDAS VERTICAIS

(umidade, temperatura, gases, etc.) e fertigação. Algumas fazendas verticais usam técnicas semelhantes às estufas, porém no formato de edifício de vários andares onde o aproveitamento

da luz

solar

natural pode

ser

4.1.1 Green Rooftop. A criação destes telhados não é uma ideia totalmente original, já que sua história remonta aos zigurates da antiga Mesopotâmia e os Jardins Suspensos da Babilônia. Até

11

Disponível em <https://www.ecycle.com.br/6180-fazenda-vertical>. Acesso em 01 set. 2018


37

hoje, no entanto, continuar desafios na implementação de

precisar de reforço extra. Além disso, um telhado requer

fazendas de telhado persistem. Com a escassez de terras

acesso ao edifício, o que impõe questões logísticas, que

agrícolas urbanas adequadas, os telhados estão sendo

deverá prever acesso para funcionários e carga, de forma

cada vez mais vistos como um espaço plausível para o

que não comprometa o uso preexistente. Os códigos de

cultivo de alimentos e uma medida proativa na construção

zoneamento também podem ser obstáculos para obtenção

de um futuro sustentável para as cidades. Nos últimos anos,

de licenças, pois nem todos os locais permitem uso misto

um grande número de telhados verdes foram transformado

dos edifícios.

para produzir alimentos e são vistos como uma necessidade para combater o efeito de ilha de calor, para mitigar o escoamento de águas pluviais e seu reuso. As denominadas internacionalmente de green rooftop tem como aspectos predominantes a utilização da laje de cobertura para transformação de estufas produtivas, com fechamentos translúcidos, aproveitando ao máximo a incidência solar e, com isso, reduzindo o consumo de energia.

Neste modelo são utilizadas plataformas para

cultivo no sistema hidropônico que possibilita o cultivo de plantas apenas com água e nutrientes, sem terra. Para implantação desse sistema, a estrutura deve ser forte o suficiente para suportar o peso das estufas. Normalmente, as bordas dos telhados são adequadas para suportar cargas moderadas, mas as áreas centrais podem

Figura 2: Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006


38

acordo com o clima local. Eles podem ser instalados em prédios, telhados e estacionamentos. O interior do contêiner pode simular diferentes ambientes de crescimento para uma série de arranjos de desenvolvimento de plantas. Cada sistema é equipado com espaços de trabalho em aço inoxidável, estruturas revestidas com esmalte e resistentes a mofo, rolos de cortina LED que imitam a luz do sol e fornecem espectros de luz vermelha e azul otimizados para o crescimento, e são a fonte de calor para a fazenda, suportes de montagem do Figura 3: Urban Farmers - Holanda https://www.hollandtradeandinvest.com/dutch-solutions/food--watersecurity/urban-farmers-start-a-fresh-revolution

4.1.2 Contêiner

ventilador de circulação e os sistemas de irrigação que podem ser por gotejamento, onde os emissores de água gotejam uma solução aquosa rica em nutrientes em um meio de crescimento onde as raízes das plantas estão localizadas, por fluxo continuo onde as plantas crescem em

A produção em contêiner utiliza a técnica de

uma cama que é periodicamente inundada e drenada com a

hidropônia, em ambiente confinado por vedações opacas,

solução, e por aeropônia onde as raízes das plantas ficam

portanto com iluminação 100% artificial. Neste sistema o

suspensas no ar e são periodicamente misturadas com a

ambiente, tais como iluminação, temperatura do ar e da

solução nutritiva.

água, pH, quantidade de gás carbônico, nível de água e umidade podem ser ajustados à distância e adaptados de


39

Figura 4: Sistema hidropônico por gotejamento Fonte: https://www.freightfarms.com/hydroponics

Figura 5: Representação do sistema hidropônico por gotejamento Fonte: https://www.freightfarms.com/hydroponics

Figura 6: Sistema hidropônico por fluxo contínuo Fonte: https://www.freightfarms.com/hydroponics


40

Figura 7: Representação do sistema hidropônico por fluxo contínuo Fonte: https://www.freightfarms.com/hydroponics

Figura 8: Planta contêiner Fonte: http://modularfarms.co/primary-module/

Os contêineres com 12,20 m x 2,44 m x 2,90 m (comprimento, largura, altura), são capazes de suportar mais de 3.800 plantas em crescimento. Além disso, o viveiro pode semear mais 3.600 plantas. O adicional de 2 metros de largura sobre um contêiner tradicional permite o acréscimo de quatro fileiras de torres em crescimento. O sistema é projetado para incluir módulos adicionais para expandir a produção12. Figura 9: Elevação Contêiner Fonte: http://modularfarms.co/primary-module/

12

Disponível em < http://modularfarms.co/primary-module/>. Acesso em 01 set. 2018.


41

juntamente com nutrientes precisamente medidos para cada planta.

Igualmente

aos

modelos

apresentados

anteriormente, essas fazendas são projetadas para cultivos em um ambiente de circuito fechado e controlado, que eliminam as necessidades de herbicidas e pesticidas prejudiciais, maximizando a nutrição e o valor dos alimentos Figura 10: Contêiner Cropbox Fonte: https://super.abril.com.br/blog/planeta/ja-viu-um-conteinerfazenda-ele-produz-comida-fresca-e-ainda-gasta-pouca-agua/

no processo bem como fornecendo a produção máxima e impactos ambientais mínimos. A principal diferença desses prédios é sua capacidade de cultivo, podendo ter o triplo de

4.1.3 Prédios direcionados Neste caso, são utilizados prédios para implantar as diversas formas de produção verticalizada. As construções podem ser novas ou empregadas em edificações que passaram por retrofit, que consiste na utilização de alta tecnologia em sistemas de automação e controle, neste caso a ocupação de edifícios vazios, como antigas fábricas, é o recurso espacial utilizado com mais frequência, em função do baixo valor imobiliário e de certas características físicas, como pés direito altos e grandes vãos, compatíveis com a fazenda vertical. O design, o layout e a configuração dessas fazendas proporcionam exposição à luz ideal,

produção de uma fazenda com cultivo convencional. 4.2 SISTEMA DE ILUMINAÇÃO Um dos componentes mais importantes da agricultura vertical são as iluminações. Para uma planta crescer é preciso fornecer toda a luz necessária e é necessário compensar a luz solar, especialmente nos meses de inverno, quando o horário de verão é curto. Para aumentar o comprimento do "dia", a fim de desencadear crescimento específico e floração. Assim como os seres humanos precisam de uma dieta equilibrada, as plantas precisam de luz balanceada e


42

de espectro completo para uma boa saúde e crescimento

pegada. Esta invenção substitui luz solar com LEDs que

ótimo. Além de ser a mais promissora fonte de iluminação,

produzem o comprimento de onda ideal de luz para o

inclusive para grandes projetos urbanos, o LED vem

crescimento das plantas. Ao contrário do o sol, a iluminação

revelando outras propriedades cultivo de verduras.

tradicional de assimilação e o LED de iluminação, o TL

À medida que a importância da luz artificial na agricultura

aumentou,

os

fabricantes

de

apenas omite uma cor de luz. Nenhuma energia é

lâmpadas

desperdiçada com espectros de luz que não são usados

começaram a avaliar as lâmpadas especificamente para as

pela planta. Como tal, a nova tecnologia de iluminação

necessidades da planta.

fornece as cores de iluminação corretas que as plantas

As tecnologias LED fornecem apenas 28% de eficiência, uma taxa de eficiência que deve ser aumentada

precisam para a fotossíntese - luz azul, vermelha e infravermelha.

para cerca de 50–60%, no mínimo, para tornar rentáveis os

Ademais, a nova tecnologia de iluminação de

métodos de criação de espaços interiores. Felizmente,

“indução” simula o espectro de cores da luz solar para

experimental a evolução dos LEDs atingiu essa marca. Os

fomentar o crescimento de vegetais e frutas. “A luz usa um

engenheiros

Philips

eletroímã para excitar o gás argônio sua fonte de luz, em vez

produziram LEDs com 68% de eficiência. Tal aumento na

de um filamento. Por esta razão, usa muito menos energia e

eficiência da iluminação reduzirá drasticamente os custos13.

pode durar para 100.000 horas, o dobro do tempo que uma

Além disso, um grupo holandês chamado PlantLab

luz LED. Também gera mais calor que a luz LED, mas

inventou recentemente uma tecnologia de iluminação que

menos que uma lâmpada incandescente. Portanto, as luzes

poderia ajudar a cultivar alimentos em uma pequena

criam calor suficiente para o cultivo de plantas sem

13

holandeses

de

iluminação

da

Disponível em <http://www.lighting.philips.com.br/casos/cases/horticulture/greensense-farms>. Acesso em 01 set. 2018.


43

desperdiçando energia para aquecer todo o edifício. Além

cultivados

necessitam.

Dentre

essas

técnicas

estão

disso, as unidades de luz são calibradas para criar um “ideal”

o NFT(Nutrient Film Technique), Floating e Aeropônia14.

microambiente produzindo iluminação de alta qualidade semelhante à luz do dia. Essas unidades também são de longa duração, com uma duração de cerca de uma década, e são vendidos a preços acessíveis. 4.3 TIPOS DE PRODUÇÃO 4.3.1 Hidropônia Desenvolvido em 1934 pelo Dr. William Frederick, a Hidropônia (do grego: água + trabalho) é o nome dado a um sistema de cultivo de plantas caracterizado por não precisar

Figura 11: Sistema hidropônico Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web

4.3.1.1 NFT (Nutrient Film Technique)

de terra (solo) ou outro substrato como fonte de nutrientes

O sistema hidropônico NFT (Nutrient Film Technique)

para a planta. As raízes das plantas ficam dentro da água.

é uma técnica de cultivo em água, no qual as plantas

Os elementos minerais essenciais para o crescimento e o

crescem tendo o seu sistema radicular dentro de um canal

desenvolvimento das plantas são fornecidos através de uma

ou canaleta através do qual circula uma solução nutritiva

solução nutritiva aquosa que fornece na medida exata e de

composta de água e nutrientes. Essa técnica surgiu na

forma constante todos os nutrientes que os vegetais

Inglaterra em 1965, e a nomenclatura Nutrient Film

14

Disponível em <https://www.plantlab.com/media/PLANTLABMediaKit.pdf>. Acesso em 01 set. 2018.


44

Technique, sugere que a espessura do fluxo da solução

vedado. Isso evita a formação de algas e a entrada de

nutritiva que passa através das raízes das plantas deve ser

pequenos animais no depósito. Além disso, sua instalação

bastante espessa para fornecer a planta tudo o que ela

deve ser preferencialmente abaixo do nível da tubulação de

necessita e ao mesmo tempo o fluxo não deve ser

drenagem, facilitando o retorno da solução por gravidade. O

demasiado alto ao ponto de deixar as raízes submergidas e

tamanho do reservatório dependerá do número de plantas e

causando falta de oxigenação radicular.

das espécies que serão cultivadas. Deve-se obedecer ao

O método é bastante popular entre os produtores de

limite mínimo de 0,1-0,25 L/planta para mudas, de 0,25-0,5

hidropônia, principalmente por causa de seu design

L/planta para plantas de pequeno porte (rúcula, almeirão),

bastante simples. No entanto, é mais adequado para o

de 0,5-1,0 L/planta para plantas de porte médio (alface,

cultivo de plantas menores e com crescimento rápido, como

salsa, cebolinha, agrião, manjericão, morango, cravo,

diferentes tipos de alface, ervas e verduras.

crisântemo), de 1,0-5,0 L/planta para plantas de maior porte

A hidropônia em NFT possui um reservatório onde a

(tomate, pepino, melão, pimentão, berinjela, couve, salsão,

solução nutritiva é armazenada e posteriormente bombeada

etc.). Quanto maior a relação entre o volume do tanque e o

para a parte superior da bancada de cultivo passando pelos

número de plantas nas bancadas, menores serão as

canais de irrigação que podem ser feitos com diversos tipos

variações na concentração e temperatura da solução

de materiais, contudo, o material utilizado deve ser

nutritiva. Entretanto, não se recomenda a instalação de

impermeável ou impermeabilizado para não reagir com a

depósitos com capacidade maior que 5.000L, em vista da

solução nutritiva. Depois a solução é recolhida, na parte

maior dificuldade para o manejo químico (correção do pH e

inferior do leito, retornando ao tanque. Já o depósito com o

da condutividade elétrica – CE) e oxigenação da solução

reservatório deve ser enterrado protegido da luz e bem

nutritiva15.

15

Disponível em <https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/comofunciona-o-sistema-de-hidroponia-nft>. Acesso em 01 set. 2018.


45

As bancadas ou mesas de cultivo onde são colocadas as mudas, ou seja, onde vai ocorrer o plantio e o

Fonte: https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/como-funcionao-sistema-de-hidroponia-nft

desenvolvimento dos vegetais devem ter até 1,0 m de altura e 2,0 m de largura para mudas e plantas de ciclo curto (hortaliças de folhas) e até 0,2 m de altura e 1,0 m de largura para plantas de ciclo longo (hortaliças de frutos), e não ultrapassar 15 metros de comprimento para evitar a possibilidade de escassez de oxigênio para as últimas plantas da bancada. Essas dimensões são suficientes para uma à colheita e a limpeza da mesa que devem ter os perfis com declividade de 2 a 4%16. Figura 13: Hidropônia com canos PVC

Fonte: https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/como-funciona-osistema-de-hidroponia-nft

4.3.1.1.2 Estufa para hidropônia NTF Para se obter o máximo de qualidade no cultivo hidropônico é recomendado o cultivo dos vegetais em um ambiente protegido como uma estufa. O modelo mais utilizado comercialmente é a capela (duas águas), que Figura 12: Sistema NTF 16

Disponível em <https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/comofunciona-o-sistema-de-hidroponia-nft>. Acesso em 01 set. 2018.


46

fornece amplo espaço interno, com bom escoamento da água das chuvas e boa proteção interna. Dependendo do

Fonte: https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/como-funciona-osistema-de-hidroponia-nft

tamanho da estufa podem ser colocadas várias bancadas no seu interior. Para a cobertura das estufas recomenda-se a utilização de filme plástico aditivado anti-UV e antigotejo. O filme plástico antigotejo é de extrema importância, pois evita que o acúmulo interno de água caia em forma de gotas sobre as plantas e faz com que a água escorra pelas laterais da estufa. Assim, evitam-se a contaminação e a propagação de diversos patógenos, principalmente os fúngicos17. Figura 15: Bancadas NTF Fonte: http://www.planttec.com.br/projetos-tecnicos-de-estufas.asp

4.3.1.2.

Sistema Floating de Hidroponia

A hidropônia do tipo Floating também é conhecida como DFT (Deep film technique) e Piscina. Esse sistema leva esse nome, pois nele não existem canais de cultivo, existe sim uma mesa onde permanece uma lâmina de solução nutritiva. Daí o nome piscina, pois diferentemente Figura 14: Estufa para modelo NTF 17

Disponível em <https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/comofunciona-o-sistema-de-hidroponia-nft>. Acesso em 01 set. 2018.


47

dos outros sistemas de hidropônia as plantas ficam flutuando sobre a solução. Em geral, são apoiadas em placas de isopor com furos e permanecem submersas na solução nutritiva por todo o período de cultivo, por isso a oxigenação da solução merece especial atenção, tanto no depósito quanto na caixa de cultivo. Para manter o nível de O2 adequado no sistema é necessário a instalação de um tubo chamado “venturi” que permite a oxigenação da solução, impedindo dano a produção. A nutrição no sistema de floating desses produtores é praticamente a mesma aplicada ao sistema NFT. A diferença é que, como são utilizados grandes volumes de água, é importante realizar a análise dela, e uma vez por mês retirar amostras para verificar quais nutrientes estão abaixo dos níveis ideais18.

18

Disponível em <http://tudohidroponia.net/floating-um-tipo-dehidroponia/>. Acesso em 01 set. 2018

Figura 16: Esquema sistema floating de hidropônia Fonte: http://tudohidroponia.net/floating-um-tipo-de-hidroponia/


48

plantas são cultivadas suspensas no ar, tendo como sustentação canos de PVC que podem ser dispostos no sentido horizontal ou vertical, permitindo um melhor aproveitamento de áreas e a instalação de um número maior de plantas por metro quadrado de superfície da estufa, obtendo-se, assim, um aumento direto de produtividade19.

Figura 17: Bancada sistema floating de hidroponia Fonte: http://tudohidroponia.net/floating-um-tipo-de-hidroponia/

4.3.1.3 Aeropônia Criada em 1982 por Richard Staner, a aeropônia é uma técnica hidropônica, onde não é utilizado nenhum tipo de substrato. Essa técnica surgiu com a necessidade de otimizar espaços, ter maior produtividade e eficiência na hidropônia. É um sistema muito similar ao NFT, diferindo basicamente na disposição espacial dos canais de cultivo. O espaço de cultivo é otimizado, pois na aeropônia as 19

Disponível em: <http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-dehidroponia/>. Acesso em 01 set .2018.

Figura 18: Sistema Aeropônico Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web

4.3.1.3.1 Aeropônia Vertical Neste sistema utilizam-se tubos de PVC de quatro polegadas, de cerca de 2 m de comprimento. Esses tubos recebem perfurações laterais para adaptação das mudas.


49

As colunas são dispostas paralelamente, deixando-se espaços de 1,40 m entre elas, formando grupos. Entre os grupos se deixa o espaçamento de 1,80 m. Maneja-se a formação de grupos de modo que a luminosidade e a temperatura sejam as desejáveis para boa produtividade. A solução nutritiva entra pelo alto dos tubos, passa ao longo dos mesmos, é recolhida na parte inferior, filtrada e retorna ao reservatório20. Figura 20: Raízes dentro do sistema aeropônico vertical Fonte: http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-de-hidroponia/

4.3.1.3.2 Aeropônia Horizontal A aeropônia horizontal consiste fundamentalmente em cultivar as plantas em tubos de PVC de 12 a 15 cm de diâmetro, cujo interior passa a solução nutritiva. Os tubos são colocados com inclinação de 1-3%. A solução entra pela Figura 19: Cultivo de alface por aeropônia vertical Fonte: http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-de-hidroponia/

parte mais alta do tubo saindo pela outra extremidade. As mudas são colocadas, nos tubos de PVC, em perfurações de 3-4 cm de diâmetro e no espaçamento indicado à planta.

20

Disponível em: <http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-dehidroponia/>. Acesso em 01 set .2018.


50

Os tubos de PVC são colocados um em cima dos outros, a um metrô de distância, paralelamente21.

Figura 22: Raízes dentro do sistema aeropônico horizontal Fonte: http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-de-hidroponia/

Figura 21: Cultivo por sistema aeropônico horizontal Fonte: http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-de-hidroponia/

A aeropônia pode ser feita também somente com a nebulização das raízes com solução nutritiva. Nesse caso não são utilizados tubos de PVC para solução nutritiva. Existe apenas uma estrutura para sustentação das plantas.

4.2.2 Aquapônia A hidropônia, sistema de produção de alimentos em água, revolucionou a agricultura ao possibilitar o cultivo em solos pouco férteis e em áreas urbanas, ou pelo menos mais próximas dos centros de consumo. O mesmo ocorre com a aquacultura, que é a criação de peixes (piscicultura), crustáceos (carcinicultura) e moluscos (malacocultura), em muitos casos utilizando açudes, gaiolas e tanques para

21

Disponível em: <http://tudohidroponia.net/aeroponia-um-tipo-dehidroponia/>. Acesso em 01 set. 2018.


51

maior controle dos fatores que afetam a produção. A

versátil, pode ser instalado em praticamente qualquer

aquapônia

espaço22.

é

a

união

entre

a

hidropônia

e

a

aquicultura, eliminando um problema comum às duas culturas: a geração de resíduos. O termo aquapônia é derivado (produção

da de

combinação organismos

das

palavras

aquáticos)

e

"aquicultura" 'hidropônia'

(produção de plantas sem solo). Ela é composta por um tanque no qual são produzidos os peixes. Alimentados por ração, eles liberam dejetos ricos em nutrientes que, por sua vez, bombeados para uma parte superior, nutrem os vegetais. As raízes, ao retirar os nutrientes, purificam a água que retorna por gravidade para o tanque e voltam para o

Figura 23: Sistema aquapônico Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web

sistema. Com esta combinação é gerado um sistema onde não há adição de adubos ou pesticidas químicos na água, a produção é obrigatoriamente orgânica, pois a adição de pesticidas e fertilizantes não orgânicos podem afetar o delicado equilíbrio biológico estabelecido entre as partes do sistema. Na aquapônia, basta repor o que foi colhido assim é possível colher o ano inteiro e é um sistema flexível e Figura 24: Sistema básico de aquapônia Fonte: http://www.ecoeficientes.com.br/o-que-e-aquaponia/ 22

Disponível em: < http://www.ecoeficientes.com.br/o-que-eaquaponia/>. Acesso em 02 set. 2018.


52

estabelece a melhor rede de produções com a minimização da geração de resíduos.

Figura 25: Implantação do sistema de aquapônia http:// inhomeaquaponicssystem.com

Contudo, é visto que a principal diferença entre a hidropônia e a aeropônia está na água, e seu fluxo. Enquanto no primeiro caso é utilizada uma quantidade maior de água por transporte através de um fluxo laminar, no segundo caso é utilizado aspersores que economizam até 70% de água comparada a hidropônia convencional. Quanto à aquapônia, as junções físicas dos dois sistemas


53


54


55

5 MARCO HISTÓRICO Para entender o surgimento das fazendas verticais, é necessário compreender nosso passado e evolução, bem como os impactos que ocasionamos para chegarmos ao mundo atual.

surgiu entre 8 e 13 mil anos atrás. A nossa espécie humana (Homo sapiens) surgiu há cerca de 200 mil anos atrás, mas muito antes, outras espécies humanas (do gênero Homo) já vagavam pela terra desde um período estimado entre 1,5 e 2,5 milhões de anos.

Vista do espaço, a beleza da nossa biosfera é

A primeira evidência do homem com a agricultura

fantástica, mas fantástica é também a sua fragilidade. As

surgiu no primeiro período da pré-história, paleolítico,

manchas da poluição, as feriadas do desmatamento, as cicatrizes da industrialização e a expansão caótica de nossas cidades são evidencias de que, na nossa busca por

conhecido como o período da pedra lascada e datado o mais longo, por volta de 2,7 milhões de anos até 10.000 a.C.

riqueza, estamos sistematicamente espoliando tosos os

Nesse período, o nomadismo foi uma das principais

aspectos do sistema de apoio a vida do planeta. (Rogers,

características do homem que caminhava grande parte de

Richard, Cidades para um pequeno planeta. 2012, pág. 3).

sua vida em busca de abrigo e comida. Uma das mais

5.1 A EVOLUÇÃO DO HOMEM

importantes descobertas dessa época foi o fogo. Com esse instrumento, os homens alcançaram melhores condições de

Durante a evolução, o homem se destacou dos

sobrevivência mediante as severas condições climáticas.

demais animais, devido a sua capacidade de pensar antes

Além disso, o domínio do fogo modificou os hábitos

de agir, nós conseguimos sobreviver diante dos predadores,

alimentares humanos, com a introdução da caça e vegetais

construíamos espaços com as técnicas que observávamos

cozidos. Se antes o homem paleolítico, coletava alimentos

na natureza e os recursos que ela dispunha, nós

praticando o ato da caça e da pesca para sobreviver, o

estabelecemos e aos poucos dominamos as terras. As

homem neolítico passou a produzir o que comer com mais

produções eram pra atender as nossas necessidades. Estima-se que a agricultura, do latim “cultivo dos campos”,


56

assiduidade, plantando frutos, legumes e vegetais surgindo

aglomerados

urbanos.

então à agricultura23.

revolução urbana24.

Esse

período

é

denominado

O desenvolvimento da agricultura surgiu como uma 5.2.1 Antiguidade

forma de controlar a produção de alimento e criar a possibilidade de se libertar do nomadismo, para criar a

As

primeiras

comunidades

urbanas

e

cultura do sedentarismo, pois o homem não tinha mais a

autossuficientes começam a surgir ao sul da Mesopotâmia,

necessidade de vagarem constantemente à procura de

nas proximidades de grandes rios, como o Tigre, Eufrates,

alimentos.

além do Nilo, o Ganges e outros. No século IV a. C., a Babilônia era o maior centro comercial ligando o oriente ao

5.2 EVOLUÇÃO URBANA - SURGIMENTOS DAS CIDADES As comunidades agrícolas que surgiram no neolítico deram origem aos primeiros centros urbanos. Como deixaram de serem nômades, as tribos se concentravam em torno da atividade agrícola e surgiu uma divisão de

ocidente. Eles apresentavam boas técnicas artesanais e organização social, além de já existir classes sociais. primeiras

Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/prehistoria-2-o-surgimento-do-ser-humano-e-os-periodos-prehistoricos.htm >. Acesso em 02 set. 2018. 24 Disponível em: < https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/periodoneolitico.htm>. Acesso em 02 set. 2018.

eram

geralmente

pequenas,

não

chegando nem a 25 mil habitantes, porém sua importância não era dada por seu tamanho, mas sim pela maneira que se organizava socialmente25.

trabalho originando-se, a partir de então, os primeiros

23

cidades

As

5.2.2 Idade média

25

Disponível em: < https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/civilizacoes-hidraulicasmesopotamia.htm>. Acesso em 02 set. 2018.


57

Quando o sistema escravista de produção no Império

Como visto anteriormente, a primeira revolução

Romano entrou em crise, iniciaram-se as invasões

agrícola ocorreu 10 mil anos a.C., no período neolítico.

germânicas. Muitos dos grandes senhores romanos

Nesse período da história da humanidade o homem

abandonaram as cidades e foram morar nas suas

descobre o fogo e migra do sistema de caça e coleta para a

propriedades no campo. Essa época é marcada como a

agricultura. A descoberta possibilita o início do controle de

transição da antiguidade para a idade média.

técnicas para dominar a produção de alimentos. As

Com este êxodo, esses centros rurais, conhecidos

ferramentas rústicas do período paleolítico (3,5 milhões a.C.

por vilas romanas, deram origem aos feudos medievais. No

a 8 mil a.C.) são aperfeiçoadas para a atividade agrícola. É

sistema feudal a base política era rural e tinha economia

por isso que essa fase também é denominada Revolução

pautada na agricultura de subsistência. As poucas cidades

Neolítica27.

que sobreviveram eram geralmente comandadas por

Mas um dos momentos mais importantes do processo

bispos, com funções urbanas praticamente inexistentes.

de evolução da agricultura ao longo da história foi aquilo que

Nelas, os nobres e as Igrejas dominavam a propriedade de

ficou conhecido como a segunda revolução agrícola, que foi

terra enquanto que os servos lavradores cultivavam porções

um período de mudança no sistema de produção na Europa

destas propriedades e em troca trabalhavam e pagavam

entre os séculos XVIII e XI, onde a expansão marítimo-

título de renda aos nobres26.

colonial europeia, disseminou as diferentes culturas pelo mundo por meio das plantations, ensinando as técnicas até

5.3 REVOLUÇÃO AGRíCOLA – A AGRICULTURA COMO UM METÓDO DE VIDA

26

Disponível em: < https://historiadomundo.uol.com.br/romana/crise-doimperio-romano.htm>. Acesso em 02 set. 2018.

então não aplicadas. No Brasil, o caso mais evidente foi à produção da cana-de-açúcar.

27 Disponível em: < https://www.todamateria.com.br/revolucaoagricola/>. Acesso em 02 set. 2018.


58

5.4 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - A TECNOLOGIA NA

EXPANSÃO

DAS

CIDADES

E

A

TRANSFORMAÇÃO DO MEIO URBANO E RURAL

campos públicos pela alta burguesia. O ato forçava a migração dos pequenos agricultores para as cidades. Esses trabalhadores, mais tarde, seriam a mão-de-obra que iria abastecer as fábricas durante a Revolução Industrial.

Com o passar do tempo, várias revoluções agrícolas sucederam-se, mas a principal delas ocorreu a partir da Revolução Industrial. O processo de industrialização das sociedades permitiu a transformação do espaço geográfico no meio rural, o que ocorreu graças à inserção de maiores aparatos tecnológicos na produção agrícola, permitindo uma maior

mecanização

do

campo.

Essa

transformação

materializou-se a partir do fornecimento de insumos da indústria para a agricultura, tais como maquinários, fertilizantes e objetos técnicos em geral. O

objetivo

era

aumentar

a

O aperfeiçoamento agrícola também foi obtido por meio de uso de cavalos, que aumentou a produtividade e reduziu a necessidade da força humana empregada desde o plantio até a colheita, plantio em larga escala de novos produtos, entre eles a batata e o milho, limitação de terras comuns para pequenos agricultores, concentração de terras (latifúndio), mudança dos padrões de posse, investimento em pesquisas para reduzir o empobrecimento do solo e a produção de nutrientes para enriquecer o solo e garantir a produção de alimentos28.

produção

e

a

produtividade. Os resultados foram obtidos por meio de técnicas como a rotação de cultura, a diversificação das

5.5 REVOLUÇÃO VERDE – A PROMOÇÃO DA AGRICULTURA

sementes e a equalização do espaço para a pecuária. Na Inglaterra foi aprovada a lei que permitiu a compra de

No século XX, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial, quando a fome era um problema real em

28

Disponível em: < http://jornaldanova.com.br/noticia/11106/revolucaoindustrial-consequencias-e-beneficios-para-a-agricultura>. Acesso em 02 set. 2018.


59

países da África subsaariana e da Ásia meridional, a

inegável a sua importância para o desenvolvimento da

evolução da agricultura conheceu um de seus patamares

agricultura no mundo. Além do mais, como extensão,

mais importantes, o que ficou conhecido como Revolução

ampliaram-se nas décadas posteriores as melhorias

Verde. Trata-se, basicamente, de um conjunto de medidas

decorrentes

e promoção de técnicas baseado na introdução de

a biotecnologia e a introdução dos Sistemas de Informações

melhorias genéticas nas plantas e na evolução dos aparatos

Geográficas na linha de produção agropecuária, o que vem

de produção agrícola para ampliar, sobretudo, a produção

intensificando a elevação da produtividade.

de alimentos. A introdução das técnicas provenientes da

O

da

perfil

tecnologia

da

no

agricultura

campo,

brasileira

como

mudou

revolução verde permitiu um aumento, em larga escala, da

completamente após a adoção das práticas características

produção de grãos e cereais, diminuindo sensivelmente a

da revolução verde. A introdução dos novos conceitos

necessidade por alimentos em várias regiões da Ásia, África

ocorreu durante o regime militar e foi um dos pilares do

e América Latina, muito embora a fome não tenha sido

chamado "milagre econômico". A partir da produção em

erradicada, uma vez que a sua existência não se deve

larga escala, o país passou à condição de exportador de

somente à falta de alimentos. O impacto no mundo foi tão

alimentos. Entre os produtos de grande desempenho estão

amplo que o agrônomo estadunidense Norman Borlaug,

a soja e o milho. Com a matriz agrícola voltada para as

considerado o “pai” da Revolução Verde, foi agraciado com

vendas externas, o Brasil instituiu agências de fomento e

o Prêmio Nobel da Paz no ano de 199029.

pesquisa. Entre as agências abertas nesse período está a

Embora a Revolução Verde seja bastante criticada pelos seus impactos ambientais e também pelo processo de

Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), fundada em 197330.

concentração de terras que acompanhou a sua evolução, é 29

Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/revolucao-verde/>. Acesso em 02 set. 2018.

30

Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/revolucao-verde/>. Acesso em 02 set. 2018.


60

Pode se dizer então que, a princípio o avanço da

No início dos anos 1930, William Frederick

agricultura, esteve diretamente associado à formação das

Gericke

primeiras civilizações. A cidade nasce da necessidade de

Universidade da Califórnia em Berkley.

se organizar num dado espaço no sentido de integrá-lo e

foi

pioneiro

na

hidropônia

na

Na década de 1980, Åke Olsson, um sueco

aumentar sua independência visando determinado fim, no

agricultor

caso a agricultura permitiu o desenvolvimento do comércio,

agricultura vertical como um meio para a

a construção das sociedades e seus espaços geográficos.

produção de hortaliças nas cidades. Ele é

também

propôs

a

conhecido por ter inventado um sistema

5.6 FAZENDAS VERTICAIS

ferroviário em forma de espiral para plantas em crescimento.

A ideia da agricultura vertical não é inteiramente nova. Exemplos disso podem ser encontrados desde a era

ecológico,

Em

1979

o

Marchetti,

desenvolveu

Sete Maravilhas do Mundo Antigo, Philon, construído em

posteriormente seria idealizado por Dickson

torno de 600 aC.

Despommier, como uma fazenda vertical.

Em 1915, Gilbert Ellis Bailey criou o termo

projeto

Cesare

antiga nos Jardins Suspensos da Babilônia, em uma das

o

físico

similar

ao

que

Por volta da virada o século, Dickson

“agricultura vertical” e escreveu um livro

Despommier, um ecologista americano e

intitulado "Vertical Farm". Ele argumentou que

professor de saúde pública, apaixonadamente

cultivar hidroponicamente em um ambiente

reviveu o conceito de agricultura vertical. Ele

vertical controlado proporcionaria benefícios

descreveu a fazenda vertical como “o cultivo

econômicos e ambientais.

em massa de vida vegetal e animal para fins comerciais tecnologia

em

arranha-céus”.

avançada

de

efeito

Usando estufa


61

hidropônia e aeropônia, a fazenda vertical

em Singapura, inaugurada em 2012 pela empresa, Sky

poderia, teoricamente, produzir peixes, aves,

Greens. Todo o sistema tem apenas cerca de 60 metros

frutas, e legumes. Este conceito surgiu

quadrados e um total de 120 torres de cultivos que

juntamente com seus alunos, a princípio com

trabalham como uma roda gigante, de 30 metros, onde as

o objetivo de solucionar a escassez de

bandejas de legumes são empilhadas dentro de uma lata de

alimentos e falta de condições para plantio em

alumínio e uma esteira vertical se move para que todas as

determinadas regiões do mundo, em longo

plantas recebam a mesma quantidade de luz, boas fluxo de

prazo. Entretanto, este estudo mostrou-se

ar e irrigação. A ideia de implantar essa estrutura, veio da

solução para diversos problemas como o

necessidade alimentar de Singapura, que sofre com o

adensamento

a

adensamento populacional e a falta de terras para cultivo31.

potencializar as dificuldades em oferecer

Em 2013, nos subúrbios de Chicago, nos EUA, a

produtos

populacional

orgânicos

que

frescos

tende a

preços

empresa Urban Produce Farms, inaugurou a maior fazenda

competitivos, a falta de espaço para plantios

vertical comercial, contando com uma área de mais de 8.300

nos grandes centros urbanos, o que implica no

metros quadrados. A estrutura, batizada de FarmedHere,

crescente distanciamento dos polos produtivos

ocupa um antigo armazém com vários andares, integrando

ao mercado consumidor e variações de clima.

a aquapônia e a aeropônia para produzir diversos tipos de hortaliças32.

No mundo, há poucos modelos de fazendas verticais.

Em 2014, no Canadá a empresa Alterrus, inaugurou

A primeira implantada comercialmente e mais conhecida é

a Local Garden Vertical Crop Vancouver, no telhado de um

31

32

Disponível em: <https://www.skygreens.com/about-skygreens/> Acesso em 13 ago. 2018.

Disponível em: < http://www.urbanproducefarms.com/#aboutAcesso/>. Acesso em 13 ago. 2018.


62

alojamento de automóveis. O projeto veio da idealização de

instalado, há apenas estudos em grande parte na Suiça,

agricultura urbana limpa, indolor e modular, se adaptando de

Suécia e França.

acordo com o ambiente disponível e produzindo em grande

No mundo, em geral existem diversos projetos para a

escala para suprir as necessidades de todos os restaurantes

nova era da agricultura, a verticalização, que contam com

da região bem como a população local.

projetos altamente tecnológicos e inovadores, como a

Em 2016, em Nova Jersey, EUA, a Empresa

Dragonfly, em Nova York.

Assinado pelo renomado

AeroFarms, iniciou a construção da que foi estipulada como

arquiteto Vincent Callebaut e inspirado na asa de uma

a maior fazenda vertical do mundo. A produção será feita

libélula, o prédio de 132 andares seria capaz de produzir

sem a necessidade de sol e solo, utilizando imensas torres

mais de 30 tipos de cultivos de frutas a vegetais na cidade

com bandejas aeropônicas iluminadas por lâmpadas LED,

de Nova York, juntamente com moradias que seriam

ou seja, elas serão suspensas no ar e apoiadas pelo colo

autossuficientes energeticamente e a Pirâmide Farm, um

das raízes. A empresa ainda conta com diversos projetos de

modelo concebido pelos professores da Universidade de

agricultura verticalizada nos EUA, como fazendas escolares

Columbia Eric Ellingsen e Dickson Despommier, referências

para ensinar as crianças sobre o cultivo e fazendas de

no assunto. O conceito se assenta na ideia de que a

pesquisas e desenvolvimento.

agricultura vertical se tornará uma tábua de salvação

Na Europa, o conceito de fazenda vertical foi

necessária para cidades em todo o mundo. A Pyramid Farm,

inaugurado em setembro de 2009 no zoológico de Paignton,

como foi chamada, oferece uma solução sob a forma de um

no Reino Unido, para produzir alimentos para os animais no

ecossistema autossuficiente que cobre tudo, desde a

parque. Posteriormente nenhum projeto comercial foi

produção de alimentos à gestão de resíduos. Seus criadores estimam que a estufa vertical pudesse usar apenas 10 por


63

cento de água e cinco por cento da área usada pelo cultivo

agricultura verticalizada, mas ainda não há projetos físicos

convencional.

ou protótipos.

No Brasil esse tipo de sistema começou a ser discutido no meio acadêmico recentemente, com o desenvolvimento de alguns experimentos práticos sem cunho comercial através do concurso 006 da empresa projetar.org, para uma fazenda vertical na Avenida Paulista. Ademais, a empresa Suiça Swissnex, criada em 2012, também desenvolveu diversos projetos para a implantação do sistema em São Paulo, mas todos estão em processo de estudos. Mas em 2017, no cruzamento da Avenida Ipiranga com a Avenida São João, na Galeria do Rock, por iniciativa de jovens e o apoio do setor de nutrição humana da própria Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, foi feito na cobertura da Galeria uma horta urbana. O projeto da horta vertical é feita em madeira com várias espécies de hortaliças que poderá ser implantada em todas as praças do município. Outros lugares no Brasil, como Paraná, Belo Horizonte e Belém, estão estudando a implantação da


64


65


66

6 ESTUDOS DE CASOS

retorna a sua posição central na cidade como nas primeiras civilizações e gera uma série de dinâmicas que aproximam

O projeto foi elaborado com base nos seguintes estudos de casos:   

concepção da fazenda vertical diante de um problema que

– Shangai - China

todos os centros urbanos enfrentam, o transporte dos

Estudo 02 – Fazenda vertical Avenida Paulista –

alimentos. Um centro urbano com escalas monumentais,

São Paulo – SP- Brasil

como São Paulo, enfrenta muitos problemas de logística

Estudo 03 – Local Garden Vertical Crop

para realizar a entrega de alimentos com qualidade. Estes

Vancouver – Vancouver - Canadá

problemas afetam a qualidade do produto durante o trajeto,

da

Fazenda

Vertical

com

a

proposta

de

requalificação urbana, recuperação do ecossistema e uma projeto

desenvolvido

no

Trabalho

fazendo com que grande parte dos alimentos não seja aproveitada nas gôndolas dos mercados. O Projeto estudado além de propor a produção de alimentos próxima ao seu público final, também traz uma nova identidade para

alternativa sustentável para a produção agrícola. O

O estudo de caso 02, teve como referência para a

Estudo 01 – Sunqiao Urban Agricultural District

Estas escolhas foram essenciais para a concepção do Projeto

esta cidade do meio ambiente.

Final

de

Graduação (TFG) possui o mesmo conceito do estudo de caso 01, por ultrapassar a ideia de fazenda vertical como edifício e propor um plano urbano, com uma combinação de sistemas que enfrentam os desafios das cidades atuais, como o adensamento populacional e uso indevido das do solo para a produção agrícola. Neste conceito, o alimento

a avenida paulista, quebrando o paradigma de uma cidade de pedras. O estudo de caso 03 teve como referência principal a relação custo x benefício, dadas as informações a serem apresentadas, o projeto foi escolhido pois mostra através de números que fazenda vertical é um investimento viável economicamente.

Diferentemente

dos

projetos

apresentados, O Local Garden Vertical Crop não projeta um


67

edifico próprio para abrigar sua produção, e sim adapta locais existentes, podendo ser implantada em Retrofit, com isto é apresentado uma tipologia modular de fazenda vertical, onde o projeto é adaptado de acordo com o ambiente a ser instalado. 6.1 SUNQIAO URBAN AGRICULTURAL DISTRICT Localização: Sunqiao, Xangai, China. Projeto: Escritório Sasaki Associates. Design: Michael Grove, Ming-Jen Hsueh, Andrew Leung, Binbin Ma, Anthony Fettes, Zi Gu.

Figura 26: Vista Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects

Ano projeto: 2016 Status: Previsão de inicio 2018.

6.1.1 Conceito e partido

Área do terreno: 100 hectares – 1.000.000m² Uso:

Estufa

interativa,

cooworking,

museu

de

Xangai é o lar de quase 24 milhões de pessoas. Mas

ciência, fazenda hidropônica e mercado.

nas últimas duas décadas, a China perdeu mais de 123.000

Materiais predominantes: Aço, vidro e concreto.

quilômetros

quadrados

de

terras

agrícolas

para

a

urbanização - uma área equivalente a quase todo o estado de Iowa. Das terras aráveis que restam, estima-se pelo próprio Ministério da Proteção Ambiental da China que um sexto dessa terra - cerca de 200.000 quilômetros quadrados - sofre com a poluição do solo. Como uma das megacidades


68

mais dinâmicas da Ásia,

Xangai está incentivando

principal aeroporto internacional de Xangai e o centro da

ativamente soluções inovadoras para fornecer alimentos

cidade. O projeto contempla, além das produções agrícolas,

para a região em crescimento. Ao contrário dos exemplos

diversas edificações de serviços, áreas de recreação e

ocidentais de fazendas corporativas de larga escala que

introduzirá a agricultura vertical em larga escala em uma

normalmente estão localizadas a grandes distâncias das

cidade famosa por seus incontáveis arranha-céus.

cidades, a agricultura de menor escala domina a paisagem Peri urbana de Xangai. Os altos preços dos terrenos fazem com que construir para dentro seja mais viável que construir para fora, enquanto a demanda por folhas verdes na dieta típica dos habitantes pode ser satisfeita com eficientes sistemas hidropônicos urbanos. O masterplan de Sasaki, portanto, implementa uma série de técnicas de cultivo urbano, como fazendas de algas, estufas flutuantes, paredes verdes e bibliotecas de sementes verticais. 6.1.2 Analise Arquitetônica 6.1.2.1. Terreno Implantada em um terreno de 1.000.000m² ou 100 hectares, no distrito de Sunqiao, Xangai, China, o projeto denominado de Sunqiao Urban Agricultural District ou Distrito Agrícola Urbano de Sunqiao, está localizado entre o

Figura 27: Mapa de localização - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects

6.1.2.2. Estrutura


69

O Distrito Agrícola Urbano de Sunqiao ocupa uma

O campus se desenvolve em torno de canais, sendo

área de 100 hectares e conta com uma privilegiada estrutura

circundado por vias internas periféricas e ciclovias que

de

distribuem as quadras. Cada quadra atende uma tipologia,

agricultura

sustentável

com

diferentes

tipos

de

plataformas de cultivo em edifícios separados.

de acordo com as atividades a serem desenvolvidas bem

O complexo se desenvolve em torno de canais, sendo

como a disposição será de acordo com o público a ser

circundado por vias internas periféricas e ciclovias, bem

atingido. Os cuidados ecológicos foram amplamente

como arquibancadas em torno do canal central.

considerados

Os

no

desenvolvimento

dos

projetos

de

cuidados ecológicos foram amplamente considerados no

paisagismo e infraestrutura, com a inclusão de telhados

desenvolvimento

e

verdes. As áreas comerciais ficam dispostas na frente do

infraestrutura, com a inclusão de telhados verdes e jardins

lote, com isto o público do entorno é atraído para dentro da

interativos. Também houve uma preocupação especial com

fazenda. As áreas para agricultura são estabelecidas nas

o aspecto socioambiental, incluindo canais coletores de

laterais direita e esquerda, delimitadas após estudo da

água, para o uso nos jardins e na limpeza.

incidência solar. No centro fica a ligação do complexo, com

dos

projetos

de

paisagismo

áreas de recreação, e o canal principal. Conforme as 6.1.2.3. Setorização O programa da fazenda urbana é dividido por setores, separado em 15 quadras, que teram ruas paralelas de acesso interno, porem o acesso principal será pelas Ruas Junmin RD e Shenjiang RD. O projeto destaca-se por ter um traçado fragmentado por canais que serão utilizados para integrar o publico com o espaço, através de pistas de atividades físicas, jardins interativos e uma arquibancada.

imagens 28,29,30 e 31 conseguimos visualizar a entrada principal e a distribuição do programa no lote.


70

Figura 28: Acessos e setorização - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects

Figura 29: Área Norte - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects


71

Figura 31: Área Sul - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects

Figura 30: Figura 6: Implantação - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects


72

Figura 32: Vista do canal central - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects

Figura 33: Vista do mostruário aquapônico - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects

O distrito ainda contará com mostruários aquapônicos, laboratórios abertos, um museu de ciências e uma estufa interativa, onde o público aprendera os processos de produção de alimentos.

Figura 34: Distribuições arquitetônicas do mostruário aquapônico Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects


73

Quanto

ao

cultivo

agrícola,

a

produção

se

desenvolverá ao longo de uma serie de trilhos giratórios dispostos nas estufas, essas estruturas rotacionam para oferecer uma distribuição equitativa de luz natural. A água utilizada no sistema de hidropônia será proveniente de um tanque que recolhe a água da chuva e os nutrientes virão do cultivo de peixes (aquapônia). Á água utilizada em todos os setores, são reutilizadas após o tratamento com filtros biológicos.

6.1.3 Analise SWOT - Sunqiao Urban

Agricultural District

Aspectos positivos Setorização Conceito e Partido Economia de água e energia Sustentabilidade Localização Aproveitamento do espaço Ameaças Custos com manutenções devido ao tamanho do empreendimento Custo de Implantação

Aspectos negativos Não há estacionamento

Oportunidades Integração entre o ambiente e o entorno Uso de vidro nas fachadas para dar amplitude Interação com a natureza Arquitetura estimulante

Tabela 1: Analise SWOT - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: Elaborada pela autora (2018).

6.1.4 Considerações finais

Figura 35: Corte do sistema de utilização de água - Sunqiao Urban Agricultural District Fonte: https://www.arquitecturayempresa.es/noticia/distrito-agricolasunqiao-en-shangai-sasaki-architects

Xangai é o contexto ideal para a agricultura vertical. Como muitas cidades globais, os preços da terra


74

são altos, o que torna a construção (e não a saída) a opção

Projeto: Alexandre Engel Budiner Höllermann e Ândrio

economicamente prudente. Dado que 56% dos vegetais

Vicari

consumidos na dieta de Shanghainese consistem em folhas

Ano projeto: 2014

verdes - como espinafre, couve, bok choi, agrião e outros -

Status: Projeto apresentado para o concurso 006, do grupo

a agricultura vertical está cheia de possibilidades nesta área

projetar.org

da

Área do terreno: Aprox. 1.560m²

China. As

verduras

folhosas

prosperam

nas

configurações mais simples e não precisam de muita

Uso: Fazenda vertical, mercado e restaurante.

atenção extra, por isso são uma excelente escolha para

Materiais predominantes: Aço e vidro.

sistemas de cultivo hidropônico e aquapônico. E para atender esta necessidade, o desenho do distrito consiste na possibilidade de trabalhar com a inversão dos valores urbanos, onde a produção sustentável se torna a prioridade, agregando a essa porção da cidade um novo fato urbano. Além disso, o projeto propõe quadras permeáveis visualmente, alçando uma estética funcional da arquitetura criada e tem como principal destaque o uso de uma estruturação aberta e livre, interagindo com todo entorno. 6.2 FAZENDA VERTICAL – AVENIDA PAULISTA Localização: Av. Paulista, São Paulo, SP, Brasil.

Figura 36: Fazenda vertical - Av. Paulista Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006


75

6.2.1. Conceito e partido

Paulista das Avenidas”, e concentra edifícios icônicos

Proposto através de um concurso 006 projetar.org, o projeto apresentado é uma fazenda vertical na avenida paulista.

O

objetivo

foi

gerar

uma

edificação

que

proporcionasse uma alternativa para o atual sistema de consumo de alimentos, além de criar um elemento arquitetônico condizente com o terreno onde está inserido (considerando que a Avenida Paulista possui diversos ícones da arquitetura modernista paulista). A obra arquitetônica tem seu conceito na vida das plantas.

Cada

arquitetônico,

atividade como

que

acontece,

acabamentos,

ou

detalhe

estrutura,

são

relacionados a vida das vegetações. 6.2.2. Analise Arquitetônica 6.2.2.1. Terreno Localizada no coração de São Paulo, a Av. Paulista é considerada um símbolo da verticalização deste gigantesco centro urbano e do seu imenso poder de consumo. Com mais de um século de história, é conhecida como “a mais

construídos a partir da década de 1950, que substituíram as mansões que até então ocupavam as margens de uma das mais movimentadas avenidas do país atualmente. O local a ser implantado o projeto é em frente à estação Trianon-MASP do metrô e ao lado do Centro Cultural Fiesp, com frente para a Av. Paulista e contemplará com a fazenda vertical, supermercado e um restaurante que desempenhará o papel de mirante. Ademais, dadas as dificuldades no transporte dos alimentos nos centros urbanos, esta localização viabiliza através da junção das linhas 2 – Verde, 4 – Amarela e 9 – Esmeralda, a fazenda vertical e CEAGESP, que é o principal centro de armazenagem e distribuição de alimentos além da posição estratégica em uma das principais avenidas da cidade.


76 6.2.2.2. Estrutura

O projeto consiste em uma estrutura metálica modulada que permite a construção rápida na montagem, poucos resíduos de obra e facilidade na reutilização dos materiais caso haja necessidade de adequação ou demolição. Além disso, a estrutura permitiu vãos maiores, suprindo as necessidades do projeto. Outro diferencial são Figura 37:Localização do lote - Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://www.google.com.br/maps/@-23.5634282,46.65477,335m/data=!3m1!1e3

Implantada em um terreno de 1.000.000m² ou 100 hectares, no distrito de Sunqiao, Xangai, China, o projeto denominado de Sunqiao Urban Agricultural District ou Distrito Agrícola Urbano de Sunqiao, está localizado entre o principal aeroporto internacional de Xangai e o centro da cidade. O projeto contempla, além das produções agrícolas, diversas edificações de serviços e áreas de recreação e introduzirá a agricultura vertical em larga escala em uma cidade famosa por seus incontáveis arranha-céus. 33

Disponível em: <Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006>. Acesso em Acesso em 13 ago. 2018.

as vigas metálicas casteladas, onde há perfurações nas mesmas, que permitem que tubulações de água, luz passa em sem a necessidade de perfurações na estrutura do prédio. Para fechamento o vidro sustentado por uma estrutura metálica polida, foi o material principal, permitindo que de dia o sol inveda o espaço e a noite a luz artificial seja emitida criando um ponto iluminado na avenida33.


77

O desenho do edifício oferece uma solução elegante que evolui de uma pureza de lógica estrutural eficiente, os panos de vidro abrangem as vistas das atividades da Avenida. O projeto se esforça por contribuir com a vitalidade arquitetônica existente do entorno e agregar um novo arquétipo

de

construção

sustentável

e

visualmente

inovadora com uma função incomum para o local. 6.2.2.3. Setorização Figura 38: Vigas casteladas – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006

O programa da fazenda vertical na Av. Paulista, consiste em requalificar umas das principais avenidas da cidade, bem como implantar uma visão consciente sobre a sustentabilidade perante a nossa alimentação. Os autores ainda interligaram a concepção arquitetônica com os processos vitais das vegetações, e essa relação se inicia na descrição dos pavimentos. 6.2.2.3.1 2º Subsolo

Figura 39: Vista interna das áreas de plantio – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006

Inicia-se com as docas, cargas e descargas e estacionamento. O subsolo corresponde a entrada de nutrientes, uma analogia as raízes de uma planta. Falase em estacionamento, mas o projeto não estaciona: cresce,


78 expande-se em direção ao cer, como as plantas. (Alexandre Engel Budiner Höllermann e Ândrio Vicari,

No primeiro subsolo está o estacionamento com 60 vagas para os funcionários.

2014).

No segundo subsolo estão as docas para caminhões de pequeno porte, seis vagas de embarque e desembarque de mercadorias da fazenda, bem como os depósitos para armazenagem, além das circulações verticais.

Figura 41: Planta primeiro subsolo – Fazenda Vertical Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006

Figura 40: Planta segundo subsolo – Fazenda Vertical Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006

6.2.2.3.3 Térreo Do céu e do sol, cai-se ao chão. Ao local onde as folhas caem quando estão secas e os frutos quando maduros. Na fazenda vertical, tal cair faz-se presente através do térreo primeiro e segundo pavimento do projeto,

6.2.2.3.2 1º Subsolo

que remete a uma feira e a um mercado. (Alexandre Engel Budiner Höllermann e Ândrio Vicari, 2014).


79

O térreo é composto por um café para 120 pessoas, na parte dos fundos do terreno. Na parte frontal, foi dedicada uma área para exposição e vendas das mercadorias produzidas na própria fazenda.

Figura 43: Planta primeiro pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006

Figura 42: Planta térreo – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006

6.2.2.3.4 1º e 2º Pavimento No primeiro e segundo pavimento encontra-se o supermercado

onde

estão

disponíveis

os

produtos

cultivados na fazenda urbana. O supermercado conta com 20 caixas para pagamento.

Figura 44: Planta segundo pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006

6.2.2.3.5 3º Pavimento


80

No terceiro pavimento, encontrasse um espaço de uso comum, recreativo.

expansão de cada um que se deixa afetar pelo calor externo. Neste sentido, as folhas e galhos de uma planta são representativos da vida que brota dela para o mundo.

6.2.2.3.6 4º Pavimento

Frente a isto, a fazenda vertical possui os pavimentos de plantio como uma analogia as folhas. (Alexandre Engel

Este pavimento é destinado para administração, setor de embalagens e limpeza e esterilização dos produtos.

Budiner Höllermann e Ândrio Vicari, 2014).

Estes pavimentos são destinados as plantações de vegetais e arvores frutíferas de pequeno e médio porte. Os vegetais são plantados em equipamentos destinados ao seu plantio, chamados de sementeiras. O andar possui acesso de funcionários e de visitantes, sendo que os últimos não podem entrar no local de plantio, apenas os funcionários após passar por uma antecâmara de esterilização.

Figura 45: Planta quarto pavimento – Fazenda Vertical - Av. Paulista SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006

6.2.2.3.7 5º ao 19º Pavimento Dos galhos, dos frutos, da vida que é verde e escapa ao cinza do entorno, tal como um caloroso abraço humano, tais raios incitam a vida, ao crescimento e a


81

Figura 46: Pavimento tipo: Vegetais – Fazenda Vertical - Av. Paulista SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006

Figura 48: Esquema das sementeiras – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006

6.2.2.3.8 20º Pavimento Este pavimento é destinado para a cozinha. 6.2.2.3.9 21º Pavimento Figura 47: Pavimento tipo: Frutas e arvores – Fazenda Vertical - Av. Paulista - SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006

Do chão voltasse ao céu, as alturas. Expansão que parece expressar o movimento que é ser uma fazenda vertical, uma planta, um prédio que é um objeto concreto, mas também um processo. Ir e vir, cargas que vem e voltam, plantas que crescem e são vendidas. Como olhar para os movimentos constituintes de um prédio que visualmente é apenas aço, concreto e vidro? Um mirante pode ser uma opção, assim a fazenda tem como um de


82 seus elementos um restaurante construído em seu topo.

6.2.2.3.11 Corte humanizado transversal

(Alexandre Engel Budiner Höllermann e Ândrio Vicari, 2014).

Acima da fazenda encontra se o restaurante, com capacidade para 344 pessoas. Considerado como destaque do projeto, serve como mirante e atrativo para as pessoas entrarem na fazenda vertical e observarem a produção local.

Figura 49: Planta restaurante – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.paulista-006

6.2.2.3.10 22º Pavimento Este pavimento é destinado para área técnica e casa de máquinas. Figura 50: Corte humanizado transversal – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte:https://projetar.org/vencedores/22/fazenda-vertical-da-av.-paulista-006


83

6.2.2.3.11 Corte expandido

Figura 51: Corte expandido administração, Figura 521: Corte expandido restaurante supermercado, térreo e circulação, docas e e fazenda vertical– Fazenda Vertical - Av. estacionamento– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Paulista – SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendaFonte: vertical-da-av.-paulista-006 https://projetar.org/vencedores/22/fazend a-vertical-da-av.-paulista-006

Figura 53: Corte expandido pavimento técnico e sistema de insolação– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006


84

6.2.3. Analise SWOT – Fazenda Vertical – Av. Paulista Aspectos positivos

Figura 534: Corte expandido captação de água Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006

Conceito e Partido Economia de água e energia Materiais construtivos Sustentabilidade Localização com fácil acesso Iluminação Ameaças Custo de Implantação

Aspectos negativos Não há estacionamento para visitantes

Oportunidades Integração entre o ambiente e o entorno Agricultura com ênfase no cultivo sustentável Baixa concorrência

Tabela 2: Analise SWOT – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: Elaborada pela autora (2018).

6.2.4. Considerações finais

Figura 544: Corte expandido de energia– Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: https://projetar.org/vencedores/22/fazendavertical-da-av.-paulista-006

Um centro urbano com escalas monumentais, como São Paulo, enfrenta muitos problemas de logística para realizar a entrega de alimentos com qualidade. Estes problemas afetam a qualidade do produto durante o trajeto, fazendo


85

com que grande parte dos alimentos não seja aproveitada

Materiais predominantes: Aço e PVC.

nas gôndolas dos mercados. Os supermercados de São Paulo descartam certa de 13 milhões de toneladas de alimento por ano, e as feiras livres jogam fora mais de mil toneladas de frutas, legumes e verduras por dia. Diante desses fatores, o projeto de uma fazenda vertical em uma das principais avenidas da cidade de São Paulo, surge para atender uma necessidade da população em comer alimentos mais frescos e orgânicos, além de estabelecer em um dos pontos de maior consumo energético devido as atividades presentes, a implantação de um edifício com energias renováveis. 6.3

LOCAL

GARDEN

VERTICAL

CROP

VANCOUVER Localização: 535 Richards Street, Vancouver, Canada Projeto: Alterrus Ano projeto: 2014 Status: Concluído. Área do terreno: 408m² Uso: Fazenda vertical.

Figura 55: Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: http://grow.verticrop.com/vertical-farming/

6.3.1. Conceito e partido Em um mundo onde somos confrontados com documentários que expõem a intensa corporativização da indústria de alimentos sem um vislumbre de otimismo, essa pequena estufa brilha como um farol de esperança. No topo de um telhado no centro de Vancouver fica nasce a sede da


86

estufa do Local Garden, a primeira fazenda Vertical Crop da América

do

Norte,

que

está

mudando

rápida

e

silenciosamente a paisagem sustentável.

Localizada no terraço do prédio da Easy Park, um alojamento de automóveis e motocicletas, com uma área de 408m², em uma das áreas gastronômicas de Vancouver,

O projeto visa atender a população local, com uma

conhecida como a primeira fazenda vertical urbana da

produção que economiza 95% de água, e que não utilizam

América, a Local Garden Vertical Crop, concretizou a

pesticidas ou herbicidas, mantendo os alimentos orgânicos.

idealização de agricultura urbana limpa, indolor e modular,

A estufa em 557m², produz o equivalente a 20.234,3m²,

se adaptando de acordo com o ambiente disponível.

independente do clima. As hortaliças produzidas por esse

O projeto nasceu a partir da necessidade de

sistema são manjericão, couve de folhas, rúcula, repolho

abastecer os restaurantes, próximos a área, assim como no

chinês, espinafre, entre outros34. A tecnologia Vertical Crop

estudo apresentado sobre a Av. Paulista, Vancouver

procura, assim, maximizar o uso do espaço físico, além de

também sobre com os abastecimentos dos alimentos e

eliminar a necessidade de herbicidas ou pesticidas no

consequentemente a qualidade deles.

desenvolvimento das mudas, tornando os produtos mais frescos, mais saudáveis e degustativos aos clientes da população local. 6.3.2. Analise arquitetônica 6.3.2.1. Terreno

34

Disponível em <http://grow.verticrop.com/vertical-farming/>. Acesso em 04 . 2018.

O projeto contempla a produção agrícola sustentável, com uma economia de 95% no consumo de água.


87

Figura 56: Localização do lote - Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://www.google.com.br/maps/search/Easy+Park+535+Richards+Str eet,+Vancouver,+Canada/@49.2830947,123.1141993,197m/data=!3m1!1e3

6.3.2.2. Estrutura e setorização O

projeto

consiste

em

18

modelos

com

circunferencial total de 3,5m e altura de 3,3m, sendo a distância entre os módulos de 0,50m. cada módulo é composto por 2 torres giratórias ligadas ao seu eixo central, o que faz com que possua 36 torres, numa era produtiva de 306m².

Figura 57: Planta Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web


88

é canalizada por cima das torres. Em seguida a água cheia de nutrientes, corre para as bandejas superiores do cultivo, e um furo centra no fundo de cada tabuleiro permite que a água flua através das bandejas. Finalmente a água de sobra deixa a bandeja inferior e é coletado por drenos para ser reciclada e voltar para o sistema. Ao total são 2.112 orifícios possíveis para a acomodação das mudas por modulo e 38.016 unidades para todos os sistemas produtivos35.

Figura 58: Descritivo de áreas - Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_webr

Cada torre de produção é composta por 12 plataformas suspensas, e a cada plataforma são vinculadas 2 bandejas. Cada bandeja possui 45 orifícios e por um desses orifícios é drenada a água com nutriente. A água e os nutrientes são adicionadas ao sistema de irrigação, que 35

Disponível em <http://grow.verticrop.com/vertical-farming/>. Acesso em 04 set. 2018.

Figura 59: Descritivo de áreas - Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://issuu.com/biancasayuri/docs/monografia_id_web


89

O sistema Vertical Crop busca otimizar o uso do espaço físico ao içar bandejas de plástico (PVC), cheias de pequenas mudas até o topo de uma torre de metal suspensa. Essas bandejas circulam através da instalação por correias transportadoras. Um cinto move as prateleiras com as bandejas para trás, enquanto outro cinto gira as prateleiras para cima e para baixo. Essa rotação, maximiza o uso da estufa em relação ao aproveitamento da luz natural e reduz a necessidade de iluminação artificial. À noite, as culturas são iluminadas por luzes de cultivo que são escalonados em altura de modo que cada bandeja receba

Figura 60: Torres de produção - Local Garden Vertical Crop Vancouver Fonte: https://foodietours.ca/local-garden-north-americas-first-verticalfarm/

quantidades relativamente iguais de luz (Figura 60), por volta das 18 horas, quando já está escuro e as luzes esverdeadas ficam mais fortes, cortinas são descerradas para reduzir a incidência de luz e não incomodar os vizinhos36.

Quanto ao consumo de água, os engenheiros Tracey Chapple e Davovan Woollard, responsáveis pela fazenda vertical afirmam que esses sistemas de produção tem uma redução de 92%. Outro detalhe importante a se mencionar é que a Fazenda Vertical Canadense parece uma estufa, mas não usa o vidro como seu principal material de fachada. Em vez disso, a estrutura é coberta por um plástico transparente especial que é mais leve que o vidro, essa

36

Disponível em <http://grow.verticrop.com/vertical-farming/>. Acesso em 04 set. 2018.


90

escolha veio através da necessidade de minimizar a

 A fazenda não usa pesticidas ou herbicidas. Se os

sobrecarga de peso que poderia afetar a estrutura da estufa,

pequenos insetos chegam à estufa a partir de um

pois os tanques de água (para alimentação, drenagem e

dos dois pontos de entrada, técnicas de “manejo

abastecimento) eram bastante pesados, e este material

integrado de pragas” são empregadas. Para

também redireciona a luz UV para as plantas melhor do que

ilustrar isso, se os pulgões são avistados,

o vidro.

joaninhas são liberadas!

Esses tanques contemplaram o segundo maior custo para implantação da Fazenda Vertical, pois tiveram que ficar instalados no primeiro andar com uma bomba de alta pressão acionada para permitir que a água fosse enviada até o terraço, local onde se encontra instalado a Local Garden.

Local

Garden

está

usando

lâmpadas

quantidade ideal de lumines (raios de luz) no espectro correto para o crescimento das plantas. tocam

música

para

as

plantas. Aparentemente eles são exclusivamente clássicos e reggae.

iniciais necessários para a implantação da fazenda foram elevados, o custo chegou a 1,3 milhões de reais. Mas este da garagem para receber os tanques de água. De acordo

personalizadas de haleto de sódio que emitem a

 Eles

Segundo os diretores da empresa, os investimentos

valor só ficou tão alto pois foi necessário reforças a estrutura

6.3.2.3. Curiosidades  A

6.3.3. Investimentos

com dados da empresa, em 2012 foram produzidas e comercializadas quase 70 toneladas de alimentos, gerando uma receita de 911.194,84 dólares canadenses. O investimento de implantação em 2010 Foi de 606.606,69 dólares canadenses, enquanto s custos operacionais em 2012, giraram em torno de 865.383,46 dólares canadenses,


91

e a receita para o mesmo ano foi de 901.194,84 dólares canadenses37.

O projeto ocupa uma área de 408m² (17mx24m), distribuída entre um espaço de produção agrícola, uma área

6.3.4. Analise SWOT – Local Garden Vertical Crop Vancouver

operacional de introdução das mudas ou coleta de vegetais maduros e uma área de triagem, embalagem e confecção final do produto.

Aspectos positivos Conceito e Partido Materiais construtivos Economia de água e energia Localização Iluminação Ameaças Custo de Implantação

Aspectos negativos Não há estacionamento

O investimento realizado exigiu cerca de meio milhão de dólares canadenses e se destaca por desenvolver um sistema inovador de agricultura urbana intitulada Vertical Crop, que não necessita de grandes áreas ou quantidades de água para um rendimento eficiente.

Oportunidades Técnicas alternativas para o cultivo Agricultura com ênfase na alimentação local Baixa concorrência

6.4. Parecer Comparativo Dos Estudos Os projetos escolhidos para os estudos de caso têm diferentes

tipologias

arquitetônicas,

mas

algumas

características semelhantes. Todos abordam o cultivo e Tabela 3: Analise SWOT – Fazenda Vertical - Av. Paulista – SP Fonte: Elaborada pela autora (2018).

6.3.5. Considerações finais.

edificações sustentáveis, como a utilização do metal, que gera uma construção limpa, com poucos resíduos, a utilização do vidro, que prioriza a iluminação natural, jardins, telhados verdes e reuso da água.

37

Disponível em: <https://www.greenhousecanada.com/news/bumpercrops-via-new-vertical-farming-system-32258>. Acesso em 16 ago.2018.


92

Em relação às formas de suas edificações, observa-se que de acordo com a área disponível, as fazendas verticais são moduladas e independente do espaço disposto, a produção sempre atinge uma quantidade maior que a convencional.


93


94


95

7 VISITAS TÉCNICAS

Local – Jardim Águas Claras, Bragança Paulista.

7.1 NATUREZA DA VISITA TÉCNICA

Data da Visita: 23 de Agosto de 2018 às 10h00min

Curso de Arquitetura e Urbanismo

Duração da Visita Técnica: 01hs00min (10h00min às

Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I

Professor Paulo Pinhal

Turma 2º/2014

11h00min) Localizado entre os limites das cidades Atibaia e Bragança Paulista, a Plant-Tec é uma empresa fabricante de estufas agrícolas para o cultivo protegido em solo, vasos

7.2 OBJETIVOS DIDÁTICOS DA VISITA TÉCNICA

ou hidropônia. As estufas produzidas têm as seguintes aplicações: Hidropônia, orquidário, piscicultura, eucalipto,

O objetivo das visitas técnica foi analisar os projetos

entre outros.

em sua conjuntura: o sistema de produção hidropônica, o

A empresa iniciou em 2007, após 15 anos de

conceito, layout e distribuição, ventilação, iluminação,

experiência com a produção convencional de tomate e

viabilidade, entre outros.

alface a fabricar estufas agrícolas. Em 2011, após um dos

Todos esses elementos foram observados a fim de tomar

partido

para

o

desenvolvimento

do

sócios estudar a viabilidade do cultivo sem solo, a sociedade

projeto

iniciou a produção de estufas hidropônicas e uma produção

desenvolvido que partirá do mesmo conceito básico:

própria em pequena escala para rúcula, cheiro verde e

produção hidropônica.

coentro, e foi este o local visitado. A área conta com 730m², e possui cinco estufas,

7.3 PLANT TEC – ESTUFAS AGRÍCOLAS

destinados a hortaliça, mas eles possuem outro terreno para


96

a produção hidropônica de alface, com aproximadamente

não está ligado diretamente ao solo, nenhum impacto é

1.200m².

gerado e por isso segundo o sócio da empresa, a única

7.3.1 Detalhes do projeto

documentação necessária foi a outorga da água pois a um poço artesiano. Como a água é o principal ingrediente para

Fui acompanhada por um dos sócios da empresa e dono das seis estufas implantadas no local, ele me apresentou o sistema de produção, acompanhado de uma exposição verbal com todas as informações pertinentes ao

a produção, a concessionaria local não garante a distribuição constante e a falta desta substancia pode acabar com uma produção inteira.

Existe apenas um

acesso, que é feito pela Rua Tereza B. Fraulo.

assunto. Foram extraídas as informações que abaixo segue: O objetivo das estufas é evitar e controlar uma série de fatores ambientais, além de "organizar" de maneira mais racional e compactada uma determinada plantação ou cultivo. Para a montagem das mesmas no sistema hidropônico, a qual será implantada no projeto trabalho de conclusão de curso I, é feito um projeto técnico conforme a quantidade a ser produzida. 7.3.2 Terreno e Acesso O terreno utilizado é plano e não sofreu nenhum corte ou aterro para a implantação das estufas. Como o cultivo

Figura 61: Localização- Plant Tec Google maps. Editada pela autora (2018).


97

ACESSO

Figura 62: Entrada - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

7.3.3 Estrutura e montagem As estruturas das estufas são em aço, com uma montagem simples que utiliza a mão francesa para

Figura 64: Arco para montagem da cobertura - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

sustentação. A empresa compra os arcos, os montantes para armação e os perfis para as bancadas. A Cobertura é em filme plástico de polietileno.

Figura 63: Projeto Técnico - Plant Tec Fonte: http://www.planttec.com.br/projetos-tecnicos-de-estufas.asp

Figura 65: Perfis para bancadas - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).


98

Figura 66: Estufa montada no local visitado - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Dentro das estufas os perfis hidropônicos são montados em bancadas elevadas com mesas na altura da

Figura 67: Bancadas hidropônicas – 10 dias de cultivo - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

cintura. Esses perfis são próprios para a hidropônia, feitos em polipropileno e polietileno e são basicamente canos com furos para receber as raízes das plantas. Anteriormente eram utilizados canos de PVC, mas esses tipos de tubos eram propensões ao surgimento de fungos, pois as plantas não alcançavam a água e em suas raízes surgiam doenças por falta do oxigênio. Figura 68: Bancadas hidropônicas – 27 dias de cultivo - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).


99

7.3.4 Sistema Hidráulico Para o cultivo é utilizado uma caixa de água com 5.000 litros que fica abaixo do nível das bancadas. Dentro da caixa existe um sistema de bombeamento que leva a solução nutritiva até os perfis para alimentar as hortaliças, depois esse mesmo sistema recolhe a solução que retorna ao reservatório. A temperatura desta água não pode Figura 70: Reservatório inferior - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

ultrapassar 30º, pois isso causa a perda de oxigênio, e consequentemente a geração de fungos.

Na ponta de cada bancada sai um cano com a água nutrida que é direcionada aos perfis onde estão as hortaliças.

Figura 69: Sistema de bombeamento - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 71: Tubulação para a passagem da água até os perfis - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).


100

O reservatório é limpo e reabastecido no verão a cada 30 dias e no inverno 45 dias. A solução nutritiva é preparada por um funcionário que faz este processo todos os dias no período da manhã, e o controle de qualidade é de forma manual, por este mesmo funcionário. Por dia são consumidos aproximadamente 500 litros de água. 7.3.5. Iluminação Cada planta precisa de uma quantidade especifica de luminosidade para se desenvolver, para controlar a claridade e o calor é utilizada uma tela chamada sombrite feita com fios de polietileno. A tela também é utilizada para proteger as plantas de insetos, ventos e granizo. O sócio e responsável pelas estufas informou que em época de inverno as telas são abertas durante o dia e a noite fechadas devidas os insetos.

Figura 72: Proteção com sombrite - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

7.3.6 Produção A primeira etapa para iniciar a produção é a germinação das sementes. Em uma placa com orifícios e pontas as sementes são espalhadas e pressionadas em uma espuma fenólica, própria para hidropônia. Esta espuma é lavada antes do processo, pois seu ph não é orgânico.


101

Figura 74: Área destinada à germinação - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018). Figura 73: Processo inicial – Preparação para germinação - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Após este procedimento, as espumas com as sementes são colocadas em um ambiente escuro e fechado, para controlar o crescimento, no local é utilizada uma prateleira de alumínio e uma lona.

Este processo tem

duração de quatro dias e após este período, a semente já se tornou um broto com aproximadamente dois centímetros e então é levada para o viveiro ou berçário.

O viveiro é uma estrutura independente das estufas, conta com um reservatório de 250 litros, uma bandeja de alumínio com aproximadamente 4x2 metros, e o sistema hidráulico em PVC. A cobertura é como nas estufas, em filme plástico de polietileno.


102

Figura 75: Viveiro - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 76:Broto - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Nesta etapa o broto fica aproximadamente uma

Na ponta da bancada é instalado um tubo que

semana no inverno e cinco dias no verão no berçário até

deposita a água nutrida na bandeja, este processo ocorre 24

chegar em torno de quatro a cinco centímetros e então

horas por dia.

passa para as estufas. Este ciclo é importante para que haja um controle na produção e que não sejam transmitidos fungos. Apesar da hidropônia minimizar o máximo as doenças, tem fungos que surgem devido a umidade e o calor, e não por causa do solo.


103

Na última fase, quando os brotos já têm caules resistentes, eles são levados para as estufas, onde entram no mesmo processo até estarem prontos para a colheita. Este processo varia de acordo com a hortaliça, as folhas que estão sendo produzidas, rúcula, coentro e cheiro verde, leva em torno de 37 dias desde o processo inicial até estarem prontas Figura 77: Sistema de nutrição do viveiro - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

para

o

consumo.

Por

mês

são

aproximadamente 30 mil pés de hortaliças

Esta água entra em um processo de reuso, retornando ao reservatório e voltando para a bandeja.

Figura 78: Captação da água para reutilização - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 79: Mudas – 10 dias de cultivo - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

vendidos


104

7.3.7 Manutenção e controle Para manter a produção é necessário apenas um funcionário, que no período da manhã faz a nutrição e a tarde a colheita das hortaliças que já estiverem prontas. Como não há uso de solo, a única manutenção feita é dentro das tubulações que uma vez por mês é jogada uma substancia chamada limoneto para fazer a limpeza das mesas e a troca total da água do reservatório de 45 em 45 dias. Figura 80: Mudas – 27 dias de cultivo - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

7.3.8 Investimento O valor de uma estufa produzida pela empresa gira em torno de 50 a 60 mil, mas o retorno do investimento é notável a partir do primeiro ano de produção. Quanto as estufas instalas no local, a informação que obtive foi que por mês é gasto aproximadamente três mil reais contanto com o salário do funcionário, e o lucro gira em torno de três a quatro mil reais ou seja um lucro superior a 100%.

Figura 81: Estufas - Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).


105

7.3 9. Análise SWOT – Plant Tec

funcionamento interno do organismo e assim utilizar como parâmetro os pontos positivos e os negativos na concepção

Aspectos positivos Reuso da água Economia de água Materiais construtivos Sustentabilidade Compactação do espaço Iluminação Ameaças Custo de Implantação Estrutura de apoio

Aspectos negativos Acesso

do projeto da fazenda vertical hidropônica.

7.4 JORGE HAYASHI – CULTIVO AGRÍCOLA HIDROPÔNICO

Oportunidades Fornecimento local Agricultura com ênfase no cultivo sustentável Baixa concorrência

Tabela 4: Analise SWOT – Plant Tec Fonte: Elaborada pela autora (2018).

7.3.10 Considerações finais.

Jardim Ikeda, Suzano

Data da Visita: 23 de Agosto de 2018 às 14:30min

Duração da Visita Técnica: 01hs00min (14h30min às 15h30min)

Localizado no bairro do Jd. Ikeda, o senhor Jorge que me orientou na visita e é proprietário das estufas, informou que trabalha com este tipo de agricultura desde 2011.

Bragança Paulista é uma cidade pequena no interior

Inicialmente as plantações seguiam o sistema convencional,

de São Paulo, com aproximadamente 160.000 habitantes,

no solo, mas devido às perdas por causa dos fatores

sua extensão territorial é em grande parte a áreas de

externos, como o clima, ele iniciou a produção hidropônica

produção agrícola. Com a visita técnica foi constatado que a

em estufas. A área conta com 7.000m², e possui dez estufas,

troca da produção convencional para a hidropônia é

com produção de hortaliças.

totalmente rentável, desde o consumo de água até a compactação do espaço, além de ter uma base do

7.4.1 Objetivos didáticos da visita técnica


106

maior produtividade; um preço constante, pois como não há O objetivo da visita técnica foi analisar o projeto em

fatores que ocasionam perdas, os valores são estabilizados,

sua conjuntura: o sistema de produção hidropônica, o

além da economia de água de até 70% em comparação ao

conceito, layout e distribuição, ventilação, iluminação,

anterior sistema de produção, foi a melhor forma de garantir

viabilidade, entre outros.

lucros.

Todos esses elementos foram observados a fim de tomar

partido

para

o

desenvolvimento

do

Atualmente são produzidas as seguintes hortaliças:

projeto

rúcula, alface, hortelã, agrião, mostarda, espinafre japonês,

desenvolvido que partirá do mesmo conceito básico:

almeirão, entre outros. As vendas dos produtos são na

produção hidropônica.

própria cidade, e em grande parte para os supermercados. 7.4.3 Terreno e Acesso

7.4.2 Detalhes do projeto

O terreno utilizado é em declive e o seu perfil natural foi mantido, pois com essa queda é mais fácil o sistema

Fui acompanhada pelo dono das estufas, ele me

hidráulico funcionar, pois a declividade favorece a vazão

apresentou o sistema de produção, acompanhado de uma

homogenia da substância nutritiva além do controle da

exposição verbal com todas as informações pertinentes ao

temperatura, uma vez que a declividade acelera o processo

assunto.

do retorno da água para o reservatório, diminuindo o tempo de contato com os perfis, que incidem uma radiação

Foram extraídas as informações que abaixo segue: Após as perdas ocasionadas nas trocas de estações, o Sr. Jorge decidiu iniciar o sistema hidropônico. Como ele abastece a maioria dos supermercados da região, utilizar uma técnica que proporciona um crescimento mais rápido;

luminosa que é transformada em calor. e não sofreu nenhum corte ou aterro para a implantação das estufas. Conforme a visita apresentada anteriormente como o cultivo não está ligado diretamente ao solo, a única documentação necessária foi à outorga da água, para utilização do poço


107

artesiano. O acesso é feito por uma rua de terra, não há muros ou grades para segurança, apenas as telas de proteção das estufas.

Fonte: Elaborada pela autora (2018).

. 7.4.4 Estrutura e montagem Idêntico à visita apresentada anteriormente, as estruturas das estufas são em aço, com uma mão francesa na parte frontal para sustentação. Neste caso a empresa compra a estufa pronta que é montada no local. Os perfis

ACESSO

para as bancadas são misturados, tanto em PVC, quanto em polipropileno e polietileno. A Cobertura continua em filme plástico de polietileno.

Figura 82: Localização – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Google maps. Editada pela autora (2018).

Figura 84: Estrutura – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 83: Acesso – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas


108

Figura 85: Cobertura– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 86: Perfis hidropônicos em polipropileno e polietileno – Jorge Hayashi Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Dentro das estufas os perfis hidropônicos que são montados em bancadas elevadas com mesas na altura da cintura tem os perfis em PVC e polipropileno e polietileno. As dimensões desses perfis são de acordo com a hortaliça a ser plantada, e a posição que o montante é locado é conforme o tamanho da hortaliça, a alface por exemplo, em sua bancada, os tubos são em duas alturas, em cima para o início e embaixo quando está próximo da colheita e o pé ocupa uma área maior.

Figura 87: Estufas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).


109 Fonte: Elaborada pela autora (2018).

7.4.5 Sistema Hidráulico Para o cultivo é utilizado duas caixas de água com 10.000 litros que fica em reservatório separado e são destinadas para as estufas, está área conta com aberturas no tijolo para ventilação e a cobertura é em telha de fibrocimento. No viveiro, existem mais duas caixas de 5.000 mil litros. No lado externo existem mais três caixas de 10.000 litros.

Dentro

das

caixas

existe

um

sistema

de

bombeamento que leva a solução nutritiva até os perfis para alimentar as hortaliças, depois esse mesmo sistema recolhe

Figura 89: Sistema de bombeamento – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

a solução que retorna ao reservatório.

Figura 90: Caixas d’agua externas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 88: Caixas d’agua– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas


110

Dentro do sistema produtivo, na ponta de cada bancada sai um cano com a água nutrida que é direcionada VENTILAÇÃO

aos perfis onde estão as hortaliças.

Figura 91: Reservatório – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Uma vez por mês vai um agronomo vai até o local para verificar a qualidade da água, levar as substancias nutritivas e examinar o desenvolvimento das hortaliças.

Figura 93: Sistema de alimentação alface– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

SUBSTÂNCIAS NUTRITIVAS

Figura 92: Armazenamento de substâncias nutritivas – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 94: Tubulação ligada ao solo para o sistema de alimentação– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).


111

SOMBRITE

Figura 95: Vista Frontal do sistema de alimentação– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

O reservatório é limpo e reabastecido no verão a cada 45 dias e no inverno 50 dias. Por dia são consumidos aproximadamente 2.000 litros de água. 7.4.6 Iluminação Para controlar a luminosidade e o calor é utilizada a tela sombrite feita com fios de polietileno. época de inverno as telas são abertas durante o dia e a noite fechadas devidas os insetos.

Figura 96: Sombrite– Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

7.4.7 Produção A primeira etapa para iniciar a produção é a germinação das sementes. As sementes são colocadas em uma placa de polietileno com vários compartimentos cheios de terra com nutrientes. Este processo tem duração de quatro dias e após este período, a semente já se tornou um broto com aproximadamente dois centímetros e então é levada para o viveiro.


112

Figura 97: Placa de polietileno para germinação – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

O viveiro é uma estrutura independente das estufas, conta com dois reservatórios de 500 litros, várias estruturas em madeira que sustentam as bancadas com as sementes, e o sistema hidráulico em PVC. A cobertura é como nas estufas, em filme plástico de polietileno.

Figura 98: Viveiro – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Nesta etapa o broto fica aproximadamente uma semana no inverno e cinco dias no verão no viveiro até chegar em torno de quatro a cinco centímetros e então passa para as estufas. Este ciclo é importante para que haja um controle na produção e que não sejam transmitidos fungos. Apesar de a hidropônia minimizar o máximo as doenças têm fungos que surgem devido à umidade e o calor. Para nutrir os brotos é utilizado uma mangueira convencional que “irriga” as bancadas. Esta água não é reutilizada.


113

Figura 99: Placas para germinação e desenvolvimento primário – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 100: Vista frontal estufa – 07 e 18 dias de cultivo – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Na última fase, quando os brotos já têm caules resistentes, eles são levados para as estufas, onde a água é reutilizada, em cada perfil corre uma quantidade de água. Este processo varia de acordo com a hortaliça, as folhas que estão sendo produzidas, rúcula, coentro e cheiro verde, leva em torno de 37 dias desde o processo inicial até estarem prontas para o consumo. Esta água entra em um processo de reuso, retornando ao reservatório e voltando para as bandejas. Por mês são produzidos aproximadamente 250 mil pés de hortaliças

Figura 101: Perfil hidropônico com alface após sair do viveiro – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).


114

Figura 102: Bancadas de plantio 30 dias de cultivo – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 104: Foto no local – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Marcos Paulo Carvalho (2018).

7.4.8 Manutenção e controle Para manter a produção é necessários apenas quatro funcionários, que no período da manhã fazem a nutrição e a tarde a colheita das hortaliças que já estiverem prontas. Como não há uso de solo, a única manutenção feita é dentro das tubulações que uma vez por mês é jogada uma substancia chamada limoneto para fazer a limpeza das Figura 103: Bancadas de plantio de hortelã com tubos de PVC – Jorge Hayashi – Estufas Hidropônicas Fonte: Elaborada pela autora (2018).

mesas e a troca total da água do reservatório de 30 a 45 dias.


115

7.4.9 Análise SWOT – Jorge Hayashi – Estufas hidropônicas

substancias contra pragas e toda água entra em processo de reuso.

Aspectos positivos Reuso da água Economia de água Materiais construtivos Sustentabilidade Ameaças Custo de Implantação Estrutura de apoio

Aspectos negativos Acesso

7.5 PARECER COMPARATIVO DAS VISITAS TÉCNICAS

Após as visitas foi possível entender o funcionamento Oportunidades Fornecimento local Agricultura com ênfase no cultivo sustentável Baixa concorrência

Tabela 5: Analise SWOT – Jorge Hayashi Fonte: Elaborada pela autora (2018).

7.4.10 Considerações finais

da agricultura hidropônica e seu impacto ambiental. Nos dois locais visitados a água é reutilizada e a economia

chega

a

80%,

comparado

a

agricultura

convencional, que os dois produtores utilizavam. O terreno também é preservado, pois o solo é manipulado apenas para passagem da tubulação do sistema hidráulico. Cada produtor conta com um tipo de processo para germinação,

Com a visita técnica foi possível analisar que a

um usa espumas especificas outro a própria terra com

hidropônia é uma nova forma de produzir alimentos com alta

nutrientes, mas em ambos os casos, as plantas se

qualidade e preço acessível. A ausência do contato com o

desenvolvem sem dificuldades. A venda do produto é feita

solo, e o controle do desenvolvimento das plantações,

na própria região, então os impactos ambientais causados

geram um alimento mais saudável e indolor. A produção

pelo transporte, são minimizados.

visitada, tem uma estrutura simples e eficaz, os alimentos se

Diante desses aspectos apontados, utilizarei as duas

desenvolvem sem nenhum tipo de doença e não geram

vistas como uma referência para o desenvolvimento do

nenhum impacto ambiental negativo, pois a ausência de

projeto.


116


117


118

8 OBJETO DE ESTUDO

legislativas projetuais de cada localidade dentro de um sistema

(DESPOMMIER,

Dickson,

The

Vertical

Farm:

que

pode

ser

adaptado

e

reproduzido

posteriormente tanto por órgãos públicos como particulares.

Feeding the World in the 21st Century. 2010 pág. 10), afirmam que, na sua configuração mais completa, a

A área escolhida para a implantação é Avenida Celso

exploração de fazendas verticais poderá ser estabelecida

Garcia, uma via que liga o centro da cidade de São Paulo

sob a forma de um complexo de edifícios em estreita

aos bairros. Além de ser servida muito bem pelo transporte

proximidade um com o outro. Eles incluem edifícios para o

público, sua proximidade com as estações da linha 11 coral,

cultivo de alimentos; escritórios para a gestão, um centro de

12 safira da CPTM e linha 03 vermelha do metrô, facilita o

controle separado para monitorar o funcionamento geral das

acesso a fazenda vertical e ainda abre a possibilidade de um

instalações; um viveiro para a seleção e germinação das

futuro escoamento da produção via trem cargueiro.

sementes, um laboratório de controle de qualidade para monitorar a segurança alimentar, um laboratório para acompanhamento do estado nutricional de cada cultura e para monitoramento das doenças das plantas; um edifício para os trabalhadores da fazenda vertical, um ‘Centro EcoEducativo e Turístico’ para o público em geral, um mercado verde e, eventualmente, um restaurante.

O lote também está disposto próximo à Avenida Salim Farah Maluf, que faz a ligação da Rodovia Presidente Dutra, através da Ponte do Tatuapé, com a Avenida Professor Luis Inácio Anhaia Melo, a qual faz a ligação com o Complexo Grande

São

Paulo,

que

se

liga

ao

acesso Anchieta - Imigrantes e delimita a área chamada de centro expandido, marcando o limite leste da região. Por

Com estas diretrizes, será proposto um modelo de

meio dela, faz todo o escoamento de veículos que partem

fazenda vertical hidropônico e aeropônico, baseado nas

das Rodovias Dutra, Fernão Dias e Ayrton Senna, em

necessidades

direção

ambientais,

econômicas

e

diretrizes

à baixada

santista,

pelas

rodovias Rodovia


119

Anchieta e Rodovia dos Imigrantes e a Avenida Marginal

potencialidades da área, irá recuperar os traços históricos

Tietê que interliga as regiões oeste, norte e leste da cidade,

através da visibilidade local se conectando ao que ocorre.

ligando a região da Lapa à região da Penha, sendo uma via de

acesso

às

rodovias Castelo

No Brasil não existem modelos aplicados de agricultura vertical, e a implantação desse sistema no

Branco, Anhanguera, Bandeirantes, Presidente

principal polo econômico do país, irá promover a

Dutra, Fernão

implantação nos demais centros urbanos que sofrem com a

Dias e Ayrton

Senna e

ao Aeroporto

Internacional de São Paulo-Guarulhos. A Marginal Tietê

distribuição dos alimentos.

forma com a Marginal Pinheiros a SP-15, que por sua vez é

Mas o projeto também visa as áreas que sofrem com

parte da BR-116, que liga o sul ao norte do país e abrange

a seca, como as regiões do nordeste, que devido as

também a Rodovia Dutra, que termina no km 235 e a rodovia

condições climáticas passam por longos períodos de

Régis Bitencourt.

estiagens prejudicando as produções agrícolas.

Visto

isto,

o

lote

escolhido

está

disposto

estrategicamente em uma área de ligação do centro da cidade de São Paulo, com os bairros e acessos fáceis para as principais avenidas e rodovias nacionais. Ademais, a escolha se deu também em virtude da relação com o passado, presente e o futuro da Avenida Celso Garcia. A via que iniciou seu desenvolvimento no plantio de uvas próximos aos rios, e teve o ápice, no período fabril onde houve a compactação do espaço, e o trabalho e a residência se conectaram, hoje tem sua arquitetura degrada. Locar um edifício

com

uso

misto

além

de

evidenciar

as


120


121


122

DESCRIÇÃO

DO

LOCAL

DE

INTERVENÇÃO 9.1 CONDICIONANTES FÍSICOS. 9.1.1 Diretrizes do Terreno O terreno no qual será desenvolvido o projeto é composto pelos lotes 53, 64, 65, 67 e 70.Tem frente para a Avenida Celso Garcia, (Face Sul) com 75,83m, de quem da frente da rua olha, faz esquina com a Rua São Felipe, (Face Leste) lateral direita, com raio de 3,5, segue com 68,86m,

Figura 105: Localização Fonte: Google Earth. Editada pela autora (2018).

até chegar ao lote 71 e 65, (Face Norte), fundos, deste ponto deflete a Rua Santa Virginia, lateral esquerda (Face Oeste), com 81,48 metros, e faz esquina novamente para a Avenida Celso Garcia com raio de 2,50, totalizando 6.118,86m², no bairro Tatuapé, São Paulo, Zona Leste, dentro da Região Metropolitana do Estado de São Paulo.

Figura 106: Localização do terreno do projeto Fonte: Google Earth. Editada pela autora (2018).


123

Figura 107: Lotes Fonte: Geosampa. Editada pela autora (2018).

9.1.2 Topografia A planta topográfica representada abaixo (figura 108), apresenta a partir da face sul (Avenida Celso Garcia) sentindo a face norte, as curvas de níveis que se iniciam a

Figura 108: Topografia. Fonte: Geosampa. Editada pela autora (2018).

9.2 CONDICIONANTES VISUAIS DO TERRENO E ENTORNO 9.2.1. Fotos do entorno e terreno

partir da cota 739 em declive até a cota 738 no fim de terreno. Mas atualmente a configuração da superfície foi planada para receber prédios residenciais.

Figura 109: Vista panorâmica Avenida Celso Garcia Fonte: Elaborada pela autora (2018).


124

Figura 110: Cruzamento Av. Celso Garcia x Rua São Felipe Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 112: Vista Rua São Felipe - Fundo do terreno Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 111: Vista panorâmica Rua São Felipe – lateral e fundo do terreno Fonte: Elaborada pela autora (2018).

Figura 113: Vista Rua Santa virgínia – lateral do terreno Fonte: Elaborada pela autora (2018).


125

9.2.2. Trajetória aparente do sol

Representação gráfica o perímetro que compreende o quarteirão da Avenida Celso Garcia e da Rua Santa Maria

A trajetória do Sol é representada por uma série sucessiva de circunferências na esfera celeste, paralelas ao Equador, com inclinações sobre o plano do horizonte que

e suas respectivas paralelas: Rua São Felipe e, Rua Santa Virginia, com esquema de implantação para análise quanto a sua predominância do uso e ocupação do solo.

variam de acordo com a latitude do observador. O estudo da Trajetória Solar nos ajuda a compreender o comportamento do sol nos diferentes pontos da esfera terrestre.

Figura 114: Trajetória aparente do sol Fonte: Google Earth. Editada pela autora (2018).

9.2.3 Uso e Ocupação do Solo do Entorno

Residência horizontal Residencial vertical Comércio e serviços Industrias e armazéns Residencial e comércio/serviços Residencial e industrias/armazéns Comércio/serviços e industrias Equipamentos públicos Escolas Sem predominância


126 Mapa 3: Uso e ocupação do solo Fonte: Google maps. Editada pela autora (2018).

Após levantamento foi possível analisar que o entorno da área escolhida tem predominância em zonas residenciais com comércio, em grande maioria venda embaixo e residência em cima. Atualmente a Avenida é marcada pelo grande processo de degradação destes edifícios, que em sua maioria prevalecem com o estilo arquitetônico colonial. 9.2.4 Gabarito de altura

Mapa 4: Gabarito de altura Fonte: Geosampa. Editada pela autora (2018).

Após levantamento foi possível analisar que o entorno da área escolhida tem predominância em edifícios com até cinco pavimentos, e em grande maioria essas edificações são residenciais com comercial. 9.2.5 Principais condições de trafego e vias de acesso Representação gráfica do perímetro que compreende o quarteirão da Avenida Celso Garcia e da Rua Santa Maria e suas respectivas paralelas: Rua São Felipe e Rua Santa Virginia, esquema de sentido de veículos e fluxo maior de pedestres. 9.2.4.1 Analise as 07h00m – Período de saída para o trabalho

Acima de 6 pavimentos 03 á 05 pavimentos Térreo + 1 pavimento


127

Mapa 5: Condições de trafego – 07h00m Fonte: Google maps. Editada pela autora (2018). Mapa 6: Condições de trafego – 18h00m

9.2.4.2 Analise as 18h00m – Período de retorno para

Fonte: Google maps. Editada pela autora (2018).

casa Após análise, foi verificado que as ruas que dão acesso a Avenida acompanham o seu fluxo transitório e esse fato foi agravado com as mudanças de uso das faixas no eixo Rangel Pestana/Celso Garcia, que passaram de três no sentido bairro, uma sentido centro e uma exclusiva para


128

ônibus para duas vias sentido centro e duas vias sentido bairro.

A deferida área escolhida, é regulamentada pelo decreto nº 57.378, que dispõe o enquadramento de atividades não residenciais conforme categorias de uso,

9.3 Local - legislação

subcategorias de uso e os grupos de atividades previstos

Na cidade de São Paulo, O Plano Diretor Estratégico do Município, de 31 de julho de 2014, orienta o desenvolvimento e o crescimento da cidade até 2030. Dentro desta lei, a lei nº 16.402, de 22 de março de 2016, estabelece o enquadramento de uso e ocupação de solo. A regulação do uso e da ocupação do solo

nos artigos 96 a 106, estabelecendo os procedimentos para a aplicação das disposições relativas ao uso do solo fixadas pela referida lei. Segundo a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, dentro do referido plano diretor, o terreno localizado com frente para a avenida arterial Celso Garcia enquadrasse

urbano representa a materialização das relações

dentro da Zona Eixo de Estruturação da Transformação

socioeconômicas vigentes nas cidades, em função de

Urbana Previsto (ZEUP). A principal característica de

condicionantes ambientais, legais e de características

territórios que estão neste eixo é promover usos residenciais

de infraestrutura instalada. Dessa forma, políticas urbanas de mobilidade, transporte urbano e sistema viário, saneamento básico, aproveitamento dos recursos

e não residenciais com densidades demográfica

e

construtiva altas e promover a qualificação paisagística e

hídricos, preservação ambiental, habitação, rede de

dos espaços.

saúde, segurança, desenvolvimento socioeconômico,

diferença de que os parâmetros urbanísticos somente

entre outras, produzem

poderão ser ativados após emissão da Ordem de Serviços

repercussões diretas no

território e, por isso, tem na regulação do uso e da ocupação do solo um de seus principais instrumentos.

(Camâra Municipal de São Paulo, 2011)

Esta zona é igual à ZEU, porém, com a

das obras das infraestruturas do sistema de transporte que define o eixo, após a emissão pelos órgãos competentes de todas as autorizações e licenças, especialmente a licença


129

ambiental e após edição de decreto autorizador (art. 83 do PDE).

Mapa 7: Zoneamento Fonte: Geosampa. Editada pela autora (2018).

Tabela 6: Zoneamento Fonte: Gestão urbana cidade de São Paulo

Conforme o quadro três, da Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo nº 16.402/2016, seguem as classificações e os índices urbanísticos construtivos.

Aplicando-se os índices urbanísticos determinados pela Lei nº 7.200/2016, o terreno, que possui 6.118,86m², seguirá as seguintes premissas: Taxa de Ocupação TO: 0,70 A TO é a relação entre a Área Ocupada (AO) e a área do terreno. Ou seja, ela representa a porcentagem do


130

terreno sobre o qual há edificação. Representada pela Soma

Ac = 0,5 x 6.118,86m²

das áreas dos pisos utilizáveis, cobertos de todos os

Ac = 3.059,43 m²

pavimentos de uma edificação, e que tenha pé direito superior a 2,20m. (dois metros e vinte centímetros).

C.A. Básico = Ac / At Ac = C.A. x At

Área do Terreno (At): 6.118,86m²

Ac = 1 x 6.118,86 m²

Ao = At x TO

Ac = 6.118,86 m

Ao = 6.118,86 x T0,70 Ao = 4.283,20m²

C.A. Máximo = Ac / At Ac = C.A. x At

Coeficientes de aproveitamento (C.A.): Minimo 0,5 – Básico 1 – Máximo 4

Ac = 4 x 6.118,86m² Ac = 24.475,44m²

Relação entre a área total construída de uma edificação e a área total do terreno (At) em que a mesma se situa.

Gabarito de altura

Representada pela área de projeção, em plano horizontal,

Relação entre a área construída e a área ocupada Ie = Ac /

das áreas construídas de todas as edificações existentes em

Ao de uma edificação.

um lote, excetuadas todas aquelas abaixo do nível mais alto

Não Aplicável

terreno e/ou apresentando tetos de cobertura situados até

Recuos: área de terreno não edificada, definida pelos alinhamentos de gradil e de recuo e pelas linhas laterais do terreno.

1,50m (um metro e cinquenta centímetros). C.A. Mínimo = Ac / At Ac = C.A. x At

Inferior a dez metros de altura Frontal = Não Aplicável


131

Fundos = Não Aplicável Lateral = Não Aplicável Superior a dez metros de altura Frontal = Não Aplicável Fundos = 3 metros Lateral = 3 metros m (esquina)


132


133


134

9

ENTORNO HISTÓRICO

quando começou um êxodo dessas indústrias para cidades do interior do estado de São Paulo, atraídas por incentivos

10.1 TATUAPÉ

fiscais. A saída das indústrias ocasionou uma especulação

A história do bairro do Tatuapé começa em 1560, ano em que Brás Cubas, fundador de Santos, subiu a Serra do Mar em busca de ouro. Acompanhado por Luís Martins e grande criadagem, chegaram ao planalto e se depararam

imobiliária que valorizou os terrenos, impulsionou o comércio

de

alto

padrão,

dando

lugar

à

verticalização crescente do bairro e forte adensamento urbano.

com o ribeirão Tatuapé, seguiram seu curso até a foz e encontraram o rio Grande (Tietê), onde se instalaram. Desde a chegada de Brás Cubas até o final do século XIX, a região do Tatuapé teve um desenvolvimento muito lento. Foi justamente nos últimos anos do século XIX que o italiano Benedito Marengo instalou uma grande chácara naquelas terras, que já eram eminentemente agrícolas, dando início ao cultivo de uvas, iniciativa muito bem sucedida,

o

que

impulsionou

a

economia

e

o

desenvolvimento da região. Nas décadas iniciais do século XX, surgiram as primeiras indústrias do bairro. A maioria eram olarias, devido ao solo da região ser rico em argila de boa qualidade. As indústrias se expandiram até meados da década de 1970,

Figura 115: Avenida Radial Leste - 1970 Fonte: https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/cultura/bibliotecas/bi bliotecas_bairro/bibliotecas_a_l/cassianoricardo/index.php?p=135


135

Praça Clóvis até a rua Dr. Ricardo Gonçalves (antiga rua Ponte Preta) e dai até seu final como Avenida Celso Garcia. A história desta avenida começa ainda no Brasil colônia, no início do século XX a avenida recebe grande número de europeus portugueses, italianos e espanhóis que alí se instalaram para cultivar uvas e produzir vinhos nas beiras dos veios d’agua. Assim foram surgindo comércios, Figura 116: Estação Tatuapé – 1986 http://vivatatuape.com.br/portal/2018/05/06/tatuape-antigo-fotos-eimagens-que-fizeram-a-historia-do-tatuap/

cinemas, fábricas, ruas com feições de vilas, casarões cuja arquitetura tem características coloniais, assim a avenida tornou-se dinâmica e um ponto de acesso ao centro (Parque

10.2 AVENIDA CELSO GARCIA

Dom Pedro). O nome da Avenida é uma homenagem ao A Avenida Celso Garcia é uma importante via arterial da Zona

Leste

de

São

Paulo,

localizada

entre

os distritos de Brás e Penha. Constitui-se num corredor de

jornalista e advogado Afonso Celso Garcia da Luz. Formouse em direito em 1895, foi um defensor das classes operárias.

ligação de bairros da Zona Leste com a região central da cidade, sendo passagem de diversas linhas de ônibus. E a avenida que atualmente tem este nome, já teve outras nomenclaturas que foram alteradas com o passar dos anos. Em meados do século XIX era a Estrada do Braz, depois foi renomeada para Avenida da Intendência e posteriormente foi dividida em duas avenidas distintas, cujos nomes persistem até hoje: Avenida Rangel Pestana da

Figura 117: Bonde na Avenida Celso Garcia – 1916


136 http://vivatatuape.com.br/portal/2018/05/06/tatuape-antigo-fotos-eimagens-que-fizeram-a-historia-do-tatuap/

Figura 118: Avenida Celso Garcia - 1968 http://vivatatuape.com.br/portal/2018/05/06/tatuape-antigo-fotos-eimagens-que-fizeram-a-historia-do-tatuap/


137


138


139

10 PROGRAMA DE NECESSIDADES RECEPÇÃO PROGRAMA ARQUITETÔNICO

Recepção

Banheiro Feminino

Banheiro Masculino

Fraldário

ATIVIDADES

Espaço para receber

Higienização

Higienização

Higienização

CONDICIONANTES AMBIENTAIS Além da ventilação e iluminação, Espaçamento entre as cadeiras adequado de 80 cm e sem barreiras, obstáculos ou situações criticas de circulação.

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

PÚBLICO

LAYOUT BASÍCO

QUANTIDADE

ÁREA MINIMA

ÁREA TOTAL

Consumidores, visitantes e funcionários

Sofás, poltrona, televisão e mesa de centro, bebedouro, cafeteira e revisteiro

1

9,00m²

9,00m²

Consumidores e visitantes

1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.

2

4.50m² 2.55m² = PNE

14,10m²

Consumidores e visitantes

1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.

2

4.50m² 2.55m² = PNE

14,10m²

Visitantes

Microondas, poltrona, bancada com área molhada e área seca

1

6m²

6,00m²

ÁREA TOTAL

43,20 m²


140

RESTAURANTE E BAR PROGRAMA ARQUITETÔNICO Restaurante

Fraldário

Banheiro Feminino

Banheiro Masculino

Cozinha industrial

ATIVIDADES

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

PÚBLICO

LAYOUT BASÍCO

QUANTIDADE

ÁREA MINIMA

ÁREA TOTAL

Alimentação

Iluminação: 1/8 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.

Visitantes

Mesas, cadeiras, buffet

1

100m²

100m²

Higienização

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Visitantes

Microondas, poltrona, bancada com área molhada e área seca

1

6m²

4m²

Consumidores e visitantes

1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.

4

4.50m² 2.55m² = PNE

30m²

Consumidores e visitantes

1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.

4

4.50m² 2.55m² = PNE

30m²

Visitantes

Mesas, cadeiras, buffet

1

40m²

40m²

Higienização

Higienização

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo.

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e Cozinha, armazenamento de antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do frios e secos, preparo, piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: cocção, montagem, metade da superfície de iluminação higienização pessoal. natural, ou seja 0,30m² no mínimo


141

Estoque

Armazenamento

Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros

Funcionários

Estantes

3

10m²

30m²

Higienização

Higienê

-

Funcionários

Lavatório

3

-

-

Funcionários

Vasos, lavatórios, armários e chuveiros

1

12m²

12m²

Funcionários

Vasos, lavatórios, mictórios, armários e chuveiros

1

12m²

12m²

Vestiários Feminino

Higienização

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Vestiários Masculino

Higienização

Bar

Convivência e lazer

Iluminação: 1/8 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.

Visitantes

Balcão de atendimento, banquetas

1

20m²

20m²

Adminstração

Controle

Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.

Funcionários

Mesas, cadeiras, computadores.

1

12m²

12m²

ÁREA TOTAL

290 m²


142 MERCADO VERDE PROGRAMA ARQUITETÔNICO

Minimercado

Fraldário

Banheiro Feminino

ATIVIDADES

Venda dos produtos produzidos

Higienização

Higienização

Banheiro Masculino

Higienização

Estoques

Armazenamento

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros

PÚBLICO

LAYOUT BASÍCO

QUANTIDADE

ÁREA MINIMA

ÁREA TOTAL

Visitantes, consumidores

Gondolas para exposição de alimentos e outros, balcões e caixas para pagamento.

1

120m²

120m²

Visitantes

Microondas, poltrona, bancada com área molhada e área seca

1

6m²

4m²

Consumidores e visitantes

1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.

4

4.50m² 2.55m² = PNE

30m²

Consumidores e visitantes

1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.

4

4.50m² 2.55m² = PNE

30m²

Funcionários

Estantes

3

15m²

45m²


143

Vestiários Feminino

Higienização

Vestiários Masculino

Higienização

Adminstração

Administração das vendas

Copa

Alimentação

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Funcionários

Vasos, lavatórios, armários e chuveiros

1

12m²

12m²

Funcionários

Vasos, lavatórios, mictórios, armários e chuveiros

1

12m²

12m²

Funcionários

Mesas, cadeiras, computadores.

1

12m²

12m²

Funcionários

Mesas, cadeiras e armários

1

6m²

6m²

ÁREA TOTAL

271m²


144 FAZENDA VERTICAL PROGRAMA ARQUITETÔNICO

ATIVIDADES

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Laboratórios

Pesquisa e desenvolvimento.

Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros

Funcionários

Mesas, cadeiras, bancadas e utensilios.

5

12m²

12m²

Controle de qualidade

Fiscalizar

Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros

Funcionários

Cadeiras, bancadas e utensilios.

1

25m²

25m²

Sala de embalagens

Embalar

Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros

Funcionários

Cadeiras, bancadas, esteiras e utensilios.

1

60m²

60m²

Sala de limpeza

Higienização dos insumos

Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros

Funcionários

Cadeiras, bancadas e utensilios.

1

60m²

60m²

Berçario

Germinação

Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros

Funcionários

Bancadas

2

200m²

400m²

Produção

Produzir

Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros

Funcionários

Bancadas e esteiras.

2

300m²

600m²

Estoques

Armazenamento

Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros

Funcionários

Estantes

5

50m²

250m²

Funcionários

Vasos, lavatórios, armários e chuveiros

1

12m²

12m²

Vestiários Feminino

Higienização

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

PÚBLICO

LAYOUT BASÍCO

QUANTIDADE

ÁREA MINIMA

ÁREA TOTAL


145

Vestiários Masculino

Higienização

Copa

Alimentação

Adminstração de fabrica

Administração da produção

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.

Funcionários

Vasos, lavatórios, mictórios, armários e chuveiros

1

12m²

12m²

Funcionários

Mesas, cadeiras e armários

1

6m²

6m²

Funcionários

Mesas, cadeiras, computadores.

1

12m²

12m²

ÁREA TOTAL

1.449 m²


146

ADMINISTRATIVO PROGRAMA ARQUITETÔNICO

ATIVIDADES

Recepção

Espaço para receber

Administração

Administração do edificio

Recursos humanos

Gerenciamento de pessoas

Compra e vendas

Negociaçao comercial

Gerência

Gerência do edificio

Diretoria

Diretoria do edificio

Sala de reuniões

Reuniões administrativas

Arquivo

Reuniões administrativas

Copa

Banheiro Feminino

Alimentação

Higienização

CONDICIONANTES AMBIENTAIS Além da ventilação e iluminação, Espaçamento entre as cadeiras adequado de 80 cm e sem barreiras, obstáculos ou situações criticas de circulação.

Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural. Iluminação: 1/10 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

PÚBLICO

LAYOUT BASÍCO

QUANTIDADE

ÁREA MINIMA

ÁREA TOTAL

Consumidores, visitantes e funcionários

Sofás, poltrona, televisão e mesa de centro, bebedouro, cafeteira e revisteiro

1

9,00m²

9,00m²

Funcionários

Mesas, cadeiras, computadores.

2

10m²

20m²

Funcionários

Mesas, cadeiras, computadores.

1

10m²

10m²

Funcionários

Mesas, cadeiras, computadores.

1

10m²

10m²

Funcionários

Mesas, cadeiras, computadores.

2

10m²

20m²

Funcionários

Mesas, cadeiras, computadores.

2

10m²

20m²

Funcionários

Mesas, cadeiras.

3

10m²

30m²

Funcionários

Mesas, cadeiras.

3

10m²

30m²

Funcionários

Mesas, cadeiras e armários

1

12m²

12m²

Consumidores e visitantes

1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.

4

4.50m² 2.55m² = PNE

30m²


147

Banheiro Masculino

DML

Higienização

Depósito de materiais de limpeza

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

Consumidores e visitantes

1 lavatório, 1 vaso sanitário para até 6 usuários. Destinado 5% do total de cada peça sanitária, com no mínimo uma.

4

4.50m² 2.55m² = PNE

30m²

Funcionários

Tanque e armário

1

4m²

4m²

Paredes serão revestidas com material resistente, liso, lavável, impermeável e antiderrapante. Iluminação: 1/8 da área do piso, com no mínimo 0,60m². Ventilação: metade da superfície de iluminação natural, ou seja 0,30m² no mínimo

ÁREA TOTAL

225m²

APOIO E SERVIÇOS PROGRAMA ARQUITETÔNICO

ATIVIDADES

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

PÚBLICO

LAYOUT BASÍCO

QUANTIDADE

ÁREA MINIMA

ÁREA TOTAL

Segurança

Sala para segurança

Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.

Funcionários

Mesas, cadeiras, computadores.

1

6m²

6m²

Manutenção

Sala para responsáveis pela manutenção

Iluminação: 1/5 da área do piso. Ventilação: metade da superfície de iluminação natural.

Funcionários

Mesas, cadeiras, computadores.

1

6m²

6m²

Almoxarifado

Armazenamento

Iluminação e ventilação poderão ser mecânicas. Pé direito minimo de 3 metros

Funcionários

Estantes

1

12m²

12m²

Aberto

Funcionários

-

-

-

-

Abertura telada

Funcionários

-

-

-

-

Docas Central de gás Central de geradores

Local para abastecimento, carga e descarga Abastecimento e armazenagem de gás Gerador

Construção externa a edificação

Funcionários

-

-

-

-

Funcionários

-

-

-

-

Funcionários

-

-

-

Reservatório de água

Reservatório de água

Fácil acesso para identificaçao de vazamento

Depósito de lixo

Depósito de lixo

Ralo no canto, abertura telada

ÁREA TOTAL

24m²

ESTACIONAMENTO PROGRAMA ARQUITETÔNICO Estacionamento

ATIVIDADES Estacionar

CONDICIONANTES AMBIENTAIS 5% das vagas para idosos e 2% para deficientes.

PÚBLICO Funcionários, visitantes, consumidores.

LAYOUT BASÍCO ÁREA TOTAL

QUANTIDADE

ÁREA MINIMA

ÁREA TOTAL

60 2.654,20m²


148


149


150

11 PERFIL DO USUÁRIO

Funcionários que a atendem a fazenda vertical, tanto para as áreas comercias como o mercado e restaurante quanto as áreas administrativas e de

A fazenda vertical surge como uma forma de

manutenção

alimentar a população minimizando os impactos ambientais

funcionamento

(sexo

feminino,

masculino com faixa etária variante dos 18 anos em

gerados pela agricultura e implantando uma alimentação

diante).

mais saudável. Sendo assim os usuários que utilizaram o equipamento a ser implantado são:

e

Botânicos, engenheiro agrônomos e pesquisadores. Este grupo é composto por mulheres e homens com

 

Mulheres, homens (de diversas faixas etárias) e

faixa etária variante dos 18 anos em diante, que farão

crianças consumidores de produtos orgânicos.

o controle e qualidade da produção.

Turistas e pesquisadores passantes (de diversas faixas etárias). Este grupo é composto, por pessoas com afeição a produção implantada, que não possuem vinculo fixo.

 

Comerciantes e produtores agrônomos. Este grupo é composto por mulheres e homens com faixa etária variável, que serão os fornecedores de produtos e serviços das áreas comercias, e todo o quadro de colaboradores fixos.


151


152


153

12 CONCEITO Diferente dos demais projetos arquitetônicos, onde a edificação é direcionada para atender a necessidade do homem, na fazenda vertical, os cultivos que irão estipular o design do edifício e seus elementos. Dentro desta diretriz, os materiais usados para construção, acabamentos, iluminação, ventilação, serão pensados para ambientar a relação positiva do homem com os princípios para a produção agrícola e a valorização da natureza, com intuito de resgatar a memória das primeiras civilizações que surgiram próximo aos rios para garantia do cultivo de seu alimento.


154


155


156

14 PARTIDO

aplicados estarão de acordo com as necessidades

Para colocar o conceito em prática, o projeto será

ambientais. Na área administrativa, tendo como exemplo,

pensado para relacionar as necessidades dos cultivos e o

serão utilizadas nas janelas e portas, vidro fumê, pois o

impacto das pessoas.

mesmo ajuda no bloqueio dos raios solares, aumentando a visibilidade da tela dos computadores e evidenciando as

Assim como em uma fazenda, onde toda sua volta é aberta, a área externa através de uma praça será um convite

cores dos moveis dispostos nos ambientes. Além da sua cor se adaptar a iluminação natural e artificial.

para quem estiver passando pelo local. Dentro do terreno, o programa se estrutura a partir de blocos divididos por

Por fim, às coberturas irão representar a busca da

tipologia e apesar das diferenças de atuação, todos irão se

tranquilidade da brisa dos ventos, nos pontos mais altos,

ligar através de lagos e espelhos d’água que serão utilizados

como picos e montes, através de jardins e um restaurante.

para a produção e consumo da fazenda. Nas fachadas, os edifícios ganharam forma através da utilização de painéis fotovoltaico que através da captura da luz solar, supriram a demanda energética minimizando os impactos ambientais e desenhando a nova paisagem urbana do local. Dentro das fazendas, os pavimentos serão divididos por

área

de

atuação,

com

elevadores

e

escadas

direcionadas para social e serviço, o que garantira uma circulação organizada e assim os matérias a serem


157


158


159

15 ORGANOGRAMA O organograma e o fluxograma da fazenda vertical a ser projetada têm o intuito de facilitar o entendimento do programa, a forma como os ambientes se articulam, e como acontecem os acessos e os percursos realizados por cada um dos usuários do empreendimento, seja ele funcionário ou cliente. Para a elaboração do organograma (figura 127) o programa foi dividido em sete grandes grupos: acessos (vermelho), centro eco educativo e turístico (azul escuro), mercado (lilás), restaurante (marrom), fazenda vertical (verde),

administração

infraestrutura (azul claro).

(rosa)

e

apoio,

serviços

e


160

Figura 119: Organograma Fonte: Elaborada pela autora (2018).


161


162


163

Mercado: 07:00 ás 22:00

16 FLUXOGRAMA

Restaurante: 07:00 ás 23:00 O fluxograma (figura 128) demonstra, com a utilização do organograma, quais os circuitos realizados por cada um dos usuários do edifício. Para sua elaboração foram identificados os usuários: funcionários (laranja) e visitantes/clientes

(verde

água).

Foram

traçadas

as

trajetórias realizadas por cada um desses personagens. Para a elaboração do fluxograma adequado foram considerados os seguintes horários de funcionamento. - Funcionários da Produção da Fazenda: Primeiro turno: 06:00 ás 14:00hrs; Segundo turno: 14:00 ás 22:00hrs; Terceiro turno: 22:00 ás 06:00hrs - Funcionários Mercado Primeiro turno: 06:00 ás 14:00hrs; Segundo turno: 14:00 ás 22:00hrs; Terceiro turno: 22:00 ás 06:00hrs - Abastecimento – Carga e descarga Segunda, quarta, sexta e sábado - 23:00 – 05:00 - Publico: Fazenda: 07:00 ás 20 hrs


164

Figura 120: Fluxograma Fonte: Elaborada pela autora (2018).


165


166


167

17 ESQUEMAS ESTRUTURANTES 17.1 - ELEMENTOS PAISAGÍSTICOS O crescimento desordenado das grandes cidades reduziu significativamente o contato do homem com a natureza, eliminando progressivamente as áreas verdes e, em muitos casos, comprometendo a qualidade de vida e o meio ambiente. Nesse cenário, o paisagismo elaborado com ênfase nas espécies nativas, surgiu como uma ferramenta para resgatar o equilíbrio, proporcionando mais interação entre o projeto arquitetônico e o entorno e devolvendo a cidade e a construção a necessária convivência com o verde e com as paisagens naturais.


168


169


170

Tabela 6-Memorial botânico Fonte: Elaborado pelo autor (2019)


171

17.2 - SISTEMAS CONSTRUTIVOS

a facilidade de abertura para passagem de tubulações, bem

A estrutura das construções é composta por vários

como a flexibilidade para adequar as dimensões das peças

materiais adequadamente dispostos e solidarizados38.

mantendo a mesma resistência e características mecânicas

Atualmente,

que a alvenaria convencional.

no

ramo

da

construção

civil,

existem

diversos sistemas construtivos para a execução de uma edificação. No Brasil, o método mais utilizado é a alvenaria convencional, porém novas tecnologias estão aparecendo e começando a ser utilizadas. Entre os vários sistemas construtivos,

os

que

convencional, alvenaria

predominam estrutural, steel

são: alvenaria frame, wood

frame e paredes de concreto. 17.2.1 Bloco de concreto celular Para o projeto foi considerado paredes de alvenaria de 15 cm acabada, com blocos de concreto celular, que tem como características o isolamento térmico e acústico, que se torna essencial para o projeto, devido a sua localização, a leveza, que reduzirá o peso da obra, perante ao seu porte,

38

Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/sistema -estrutural-da-construcao/40428>. Acesso em 02 set. 2018.

Figura 121-Bloco de Concreto Celular Fonte: https://www.obramax.com.br/bloco-concreto-celularautoclavado-60x30x125cm-89131203.html

17.2.2 Laje Protendida

As lajes protendidas são também conhecidas por lajes com armaduras ativas, são aquelas cujo aço passa pelo processo de protensão. A técnica de protensão alonga


172

os cabos e cordoalhas da armadura por meio de uma ação externa com macacos hidráulicos, garante esforços de tração permanentes ao aço e maior compressão ao concreto. Como essas lajes vencem vãos maiores do que o concreto

armado convencional

com

uma

menor

espessura, a laje protendida também reduz o peso próprio da estrutura. Além disso, a solução apresenta maior durabilidade39. Esse método foi escolhido para o edifício devido aos vãos apresentados e a carga aplicada devido ao maquinário utilizado na produção. A espessura da laje será de 35cm.

Figura 122 - Laje Protendida Fonte: https://www.castanhel.com.br/obras/66/laje-protendida

17.2.3 Estrutura metálica A Estrutura metálica é um elemento estrutural cuja seção é produzida totalmente em material metálico, principalmente aço. Este é formado essencialmente por ferro e carbono e sua resistência depende da quantidade de carbono utilizado. Quanto maior o teor de carbono, maior será a resistência do aço para estrutura metálica, porém este será mais duro e frágil. Por isso, é de grande importância que o

39

Disponível em: https://www.idd.edu.br/blog/idd-news/conheca-tudosobre-a-laje-protendida>. Acesso em 02 set. 2018.


173

projeto estrutural para estruturas metálicas seja realizada por um profissional qualificado para a concepção de um correto dimensionamento e definição do aço a ser utilizado40. Este tipo de estrutura se aplica muito no uso de montagem de edifícios, bem como suportes internos e revestimentos externos. Visto que o edifício projetado tem como característica ser autossustentável, a escolha da estrutura metálica se deu, pois, a mesma é 100% reciclável, as peças são feitas sob medida e as sobras são reutilizadas. Com isto a obra se torna limpa e eficiente devido à ausência de entulhos, como

Figura 123 - Estrutura metálica Fonte: http://competition8273.linetotime146.life/7506264556/?t=main9_45c304 2c1b73fd6e5a0c&u=d29pte4&o=vxzkpbg&f=1

17.3

- SUSTENTABILIDADE E TECNOLOGIA

17.3.1 Placas fotovoltaicas

escoramento e fôrmas além da redução do tempo de execução.

Os painéis solares geram energia elétrica a partir do

O projeto por ter como características a modulação

sol e de forma muito simples, sem mecanismos móveis, sem

com adaptação do edifício em diversas regiões, ao utilizar a

gerar resíduos e sem necessidade de manutenção. O painel

estrutura metálica como seu principal sistema construtivo

solar é o principal componente de um sistema de energia

possibilita a rápida ampliação e montagem.

solar e é formado por um conjunto de células fotovoltaicas

40

Disponível em: https://www.escolaengenharia.com.br/estruturametalica/>. Acesso em 02 set. 2018.


174

que geram energia através da luz do sol. Quando o sol

regiões de seca, como em locais de maior infraestrutura42.

atinge a célula os elétrons se movimentam gerando uma

Nas grandes cidades um dos principais objetivos é amenizar

corrente elétrica41.

os efeitos da falta de área permeável, que provocam enchentes e inundações nos períodos de chuvas intensas. Existem diferentes sistemas de captação da água pluvial, mas resumidamente a água coletada pelo sistema de calhas tradicional é direcionada a um tubo de queda de água, onde se encontra um filtro seletor que irá separar os resíduos sólidos (folhas e impurezas que ficam nas calhas), despejando a água filtrada em um reservatório inferior (cisterna) para o armazenamento. A cisterna pode ser

Figura 124 - Painel Fotovotaico – Fonte:

https://www.ambienteenergia.com.br/index.php/2017/03/empresaitaliana-ve-brasil-oportunidade-para-expandir-e-solidificar-energiafotovoltaica/31236

17.3.2 Captação de águas pluviais

subterrânea, sem necessidade de ficar aparente, nela a água passa por um tratamento com cloro orgânico. Uma bomba direciona a água armazenada na cisterna para o reservatório superior (caixa d’água) onde será distribuída para reuso. Ambos os reservatórios

O reaproveitamento da água da chuva é uma solução de abastecimento gratuito que pode ser utilizado tanto nas

41

Disponível em: https://www.neosolar.com.br/aprenda/saibamais/painel-solar-fotovoltaico/>. Acesso em 02 set. 2018.

necessitam de um “ladrão”, um sistema simples que impede a água armazenada de transbordar.

42

Disponível em: https://portejr.com.br/captacao-de-aguas-pluviais/>. Acesso em 02 set. 2018.


175

Com a utilização de sistemas de captação pluvial é

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o

possível reduzir em até 60% os gastos com o abastecimento

ideal seria que houvesse 9m² de áreas verdes por habitante.

de água.

Entretanto, especialmente em áreas urbanas, a distribuição das zonas verdes nem sempre é equitativa

43.

Com o intuito

de resgatar a natureza em meio a tanto asfalto será aplicado varandas verdes no bloco da fazenda, que irão gerar o aumento da umidade do ar, a redução da temperatura ambiente, a reciclagem dos gases tóxicos e a diminuição da poluição sonora além de cria um nicho ecológico propício para a visita de pássaros

Figura 125 - Sistema para captação de águas pluviais Fonte: http://brasiliaconcreta.com.br/captacao-de-aguas-pluviaisfazendo-a-sua-parte/

17.3.3 Varandas verdes

43

Disponível em: http://maeaocubo.com.br/deixe-a-sua-varandaverde/>. Acesso em 02 set. 2018.


176

telhados convencionais e consiste em camadas de impermeabilização e de drenagem, as quais recebem o solo e a vegetação indicada para o projeto44. Para o projeto, foi utilizado este tipo de cobertura em dois

prédios,

administrativo,

serviços

e

restaurante/mercado. Uma das finalidades é combater as ilhas de calor que a Avenida Celso Garcia sofre, devido seu auto fluxo de veículos e falta de áreas verdes. Além da diminuição da poluição através da absorção de substancias toxicas e liberação de oxigênio, a drenagem e retenção da Figura 126 - Varandas verdes

Fonte: https://blogdaarquitetura.com/5-edificios-sustentaveis-e-

inovadores-pelo-mundo-que-possuem-incriveis-florestas-verticais/

17.3.4 Telhado verde

água da chuva, reduzindo a necessidade de escoamento de água e de sistemas de esgoto e diminuindo a possibilidade de enchentes, a redução do consumo de energia, o aumento da biodiversidade e outros benefícios. 17.3.5 Espelho d’agua

O telhado verde é um sistema construtivo que consiste na aplicação de uma camada vegetal sobre uma base impermeável. É instalado em lajes ou até mesmo sobre

44

Disponível em: https://engenheironaweb.com/2017/07/29/11vantagens-e-5-desvantagens-do-telhado-verde/> Acesso em 02 set. 2018.

Diferentemente dos lagos ornamentais, espelhos d’água costumam ser áreas rasas, sem o uso de peixes45. 45

Disponível em: https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/espelhosdagua-podem-ser-usados-como-reservatorios-de-combate-aincendio_14190_10_0>. Acesso em 02 set. 2018.


177

Empregados tanto em áreas externas quanto em ambientes

Também conhecido como piso permeável, o piso

internos, os espelhos d’água permitem compor microclimas

drenante tem na porosidade sua principal característica.

nas edificações, proporcionando maior conforto térmico aos

Diferentemente do piso intertravado também membro da

usuários. A água age como elemento de climatização dos

categoria de pisos sustentáveis,

espaços

de

possibilitam o escoamento da água para o solo por meio de

esfriamento por evaporação, as áreas recebem a umidade

seus poros e não por vãos de bloquete. E vem daí o caráter

que ajuda a amenizar o clima seco.

que faz deles um piso ecológico: sua extensão é 100%

arquitetônicos

por

meio

do

processo

os

pisos

drenantes

permeável e não depende dos espaços entre as peças, atributo que atua como um reservatório, evitando enchentes e, consequentemente, impactos ambientais46.

Figura 127 - Espelho d'água Fonte: https://www.revide.com.br/noticias/cidades/espelho-dagua-doshopping-iguatemi-arrecada-mais-de-r-2-mil/

17.3.6 Piso drenante Disponível em: https://www.temsustentavel.com.br/pisodrenante-para-obras-sustentaveis-vantagens/> Acesso em 02 set. 2018. 46

Figura 128 - Piso drenante Fonte: https://www.masterplate.com.br/piso-drenante/


178


179


180

18

PROPOSTA PROJETUAL Após os estudos apresentados e pesquisas elaboradas,

foi feito um projeto de uma fazenda vertical com produção hidropônica de hortaliças e legumes. Seguem nas folhas seguintes, o projeto arquitetônico, com cortes e elevações, projeto estrutural com pré-lançamento do sistema construtivo, projeto de locação de pontos hidráulicos e elétricos, projeto paisagístico, e imagens da maquete eletrônica.


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