BLEU BLEU: Memória e (re)existência

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BLEU BLEU MEMÓRIA E (RE)EXISTÊNCIA

N a t h á l i a Fo n t a n a A ra n t e s


imagem 1: bleu bleu em dia de sol, aquarela afetiva. fonte: autoria própria.


UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO NATHÁLIA FONTANA ARANTES

BLEU BLEU: memória e (re)existência

SÃO PAULO/TOULOUSE 2021


UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO NATHÁLIA FONTANA ARANTES

BLEU BLEU: memória e (re)existência Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Ms. Ricardo Carvalho Lima Ramos

SÃO PAULO/TOULOUSE 2021


agradecimentos À Lilou e ao Victor, por me apresentarem ao bleu bleu, à França e por compartilharem comigo tantas memórias e afetos. Por serem amor, chão e inspiração. Ao Caco, pela confiança desde o início e apoio durante o processo. À Lulu, pela cuidadosa revisão. Aos queridos professores da graduação Ana Gabriela Godinho, Carolina Bracco, Heraldo Borges, Lizete Rubano, Paulo Olivato e Viviane Rubio, por terem me mostrado a importância social e política da Arquitetura e do Urbanismo. Às alunas e aos convidados que fizeram parte da oficina sobre este tema, na Semana Viver Metrópole: muito obrigada por contribuírem com a pesquisa, e, principalmente, por demonstrarem a força abundante do trabalho coletivo. Aos meus amigos da faculdade, pela companhia nas noites de projeto, nos melhores e piores dias, presencial e virtualmente. Aos amigos do coral, por serem pausa, música e alegria. Aos amigos da França, por serem família longe de casa. À todos os amigos, pela troca e pelos momentos. À Nélida e Amélia, mãe e avó, por permitirem e enriquecerem minha existência. Aos meu irmãos, por serem meio pais, meio amigos e à minha família, por me ensinar que a cultura é o vínculo mais valioso. A todos da École Citoyenne, principalmente Irene e Laurent, pela paciência e tolerância. Por atuarem todos os dias com colaboração, altruísmo e respeito. À Sophie Bacquié, por disponibilizar sua sensível reportagem ilustrada e por conversar comigo sobre minha pesquisa e suas memórias pessoais em relação ao bleu bleu. Ao Gilbert Vivien, pela generosidade de traduzir seus desejos no mundo concreto e possibilitar a existência de um local tão plural e acolhedor. Obrigada.


epígrafe

Amar o perdido deixa confundido este coração. Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não. As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão. Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão. Memória - Carlos Drummond de Andrade


resumo

abstract

A partir da demolição do bleu bleu, bar clandestino e ocupação da cidade de Toulouse, França, são mapeados os afetos e memórias que resistem em seus frequentadores. Essa cartografia, cruzada posteriormente com a cartografia de afetos em relação à cidade de Toulouse, evolui para a base de uma proposta projetual com o intuito de fomentar a continuidade das dinâmicas originais. Para melhor entendimento do contexto territorial, descreve-se um período da história da cidade, com ênfase nos processos que resultam na formação de sua essência cultural. Também são apresentados projetos urbanísticos locais que evidenciam um padrão contemporâneo de desenvolvimento urbano opressor. Finalmente, foca-se na rede associativa e cooperativa da cidade, confirmando sua importância na manutenção da cultura popular e exercício da cidadania. O projeto final oferece uma possível alternativa: uma associação no local da estrutura original do bleu bleu, com o propósito de se apropriar permanentemente do local através de um programa que permite a conservação de sua essência inerente e a constituição de novas dinâmicas socioculturais.

Following the demolition of bleu bleu, a clandestine bar and occupation in Toulouse, France, the affections and memories that resound in its regulars are mapped. This cartography, later crossed up with Toulouse’s affections cartography, becomes the basis of an architectural proposal with the purpose of promoting the permanence of the original dynamics. In order to better understand the local context, a period of the city’s history is described, with special focus on the processes that result in the establishment of its cultural essence. Local urbanistic projects are presented, which demonstrate a contemporary pattern of oppressive urban development. Finally, the organizational and cooperative network of the city is presented, confirming its importance in the maintenance of popular culture and practice of citizenship. The final architectural project provides a possible alternative: an organization on the original bleu bleu’s location, with the aim of holding permanent occupation of the site through a function that allows the conservation of its inherent essence and the constitution of new socio-cultural dynamics.

palavras-chave

key-words

Arquitetura, Toulouse, cidade, memória, repressão, gentrificação, urbanismo, cultura, liberdade, resistência, colaboração, ocupação, associação, rio, sustentabilidade, natureza.

Architecture, Toulouse, city, memory, repression, gentrification, urbanism, culture, freedom, resistance, collaboration, occupation, organization, river, sustainability, nature.


sumário EXPRESSÃO 11 1.1 bleu bleu é liberdade duas vezes 1.2 em busca dos afetos 1.3 toulouse: cidade cor

12 25 37

REPRESSÃO 50 2.1 repressão pela (re)construção 2.2 repressão pela expulsão

53 66

RESISTÊNCIA 71 3.1 a rede associativa de Toulouse 3.2 dos afetos ao projeto 3.3 association bleue

imagem 2: beira d’água e Garona. fonte: Sonia Glp

72 79 96


introdução As inquietações por trás deste trabalho tem origem em afetos muito pessoais e muito coletivos. Enquanto a cidade de Toulouse, no sul da França, é foco de diversos projetos urbanos excludentes e elitistas, muitos espaços de expressão e cultura popular vêm sendo destruídos e desvalorizados. No fim de 2020, o bleu bleu, local de encontro e pluralidades há mais de 40 anos, foi vítima da política arrasadora da prefeitura de Toulouse e foi destruído, impedindo a continuidade das dinâmicas ali presentes. Após o impacto decorrente desse acontecimento, buscou-se voltar-se para este espaço, na procura de respostas à onda de agressões praticada.

EXPRESS ÃO

Em expressão apresenta-se o objeto da pesquisa, o bleu bleu, as memórias ligadas a ele e suas consequentes análises, bem como um resumo histórico da cidade de Toulouse e sua cultura. Em repressão, são expostas ferramentas opressivas do capital através dos projetos urbanísticos contemporâneos da cidade. Em (re)existência demonstra-se a rede de expressão resistente da cidade e a proposta projetual decorrente de todas as análises anteriores. Faz-se necessário, portanto, buscar ferramentas para resistir.

o que existe de essência não se destrói, não se demole.

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RE P R

A metodologia de pesquisa é diversa, apoiando-se em relatos, observações, produções artísticas e literárias, análises sociológicas, históricas e contemporâneas. A pesquisa estrutura-se em três capítulos principais: EXPRESSÃO, REPRESSÃO E RESISTÊNCIA. Essa configuração surge a partir da identificação do ciclo contínuo e infinito: expressão repressão - resistência, que é comum à maioria dos processos universais.

C I N A Ê T S I S E R

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A relevância é o entendimento da contemporaneidade da discussão, muito presente entre as coletividades locais, em busca de soluções que resistam. É a compreensão da importância de averiguar o papel que o bleu bleu desempenhou na vida dos que durante anos ali conviveram. Qual o patrimônio imaterial que ainda podemos identificar? A partir da sua história, quais singularidades podemos traduzir em novos elementos construtivos? Como desenvolver uma arquitetura que seja flexível e sólida, que possa se adaptar aos diversos usos espontâneos do espaço sobrevivendo às cheias do rio?

ÃO ESS

O objetivo é analisar o caso do bleu bleu como espaço de liberdade e investigar qual é a força sociocultural de sua memória. A tarefa, portanto, é a de esclarecer como podese trabalhar com o espírito de um espaço, para projetar uma estrutura que permita dar continuidade à livre ocupação deste, preservando suas singularidades tão caras e sutis, sem que essa nova estrutura seja um simulacro do que já existiu, muito menos sua versão verticalmente imposta e esterilizada.


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imagem 3: verão no bleu bleu. fonte: Marc Leal

EXPRESSÃO

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1.1 bleu bleu é liberdade duas vezes

imagem 4: conhecendo o bleu bleu. fonte: Victor Caplin

Situado na margem direita do Garona, o Bleu Bleu era um improvável bar clandestino emaranhado de bancos e cabanas instalados em terraças labirínticas. Uma verruga para alguns, especialmente para a prefeitura de Toulouse, que demoliu o conjunto após a morte de seu construtor, Gilbert Vivien, em novembro de 2020. Um paraíso para os outros, que lutam hoje para que o espírito do Bleu Bleu perdure. Uma bonita heterotopia, claro, às margens da cidade rosa. (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.1, tradução nossa)

AFETOS PESSOAIS

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A primeira vez que eu fui ao bleu bleu foi durante a quarentena, quando só podíamos sair algumas horas por dia em um raio específico de nossas casas. Quando esse raio aumentou em alguns quilômetros, nos esforçamos para voltar a ver o mundo traduzido nos lugares ao ar livre que podíamos nos lembrar. Era um meio de maio especialmente frio, úmido e cinza. Eu já tinha ouvido repetidas vezes sobre o bar clandestino que talvez ainda existisse naquela beira de rio. Com curiosidade eu pintava em minha cabeça retratos de como seria esse tal Bar Bleu. Bar Bleu… Isso porque era dessa maneira que a Lilou se referia ao local desde que o conheceu no começo dos anos 2000. Até hoje ela o chama assim. Também foi conhecido como “la maison bleue” ou apenas “bleu”. O institucionalizado bleu bleu veio depois, com a criação de uma página no facebook, um endereço específico no google mapas e todas essas coisas que não existiam quando o espaço estava no auge da sua existência. Cheguei então ao Bar Bleu cheia de expectativas. Minha primeira impressão foi a de estar perdida. Porque de fato estava… fazia anos que a Lilou não ia lá e ela não se lembrava do caminho de carro, que muito se transformou em poucos anos com o crescimento das indústrias do bairro de Sept Deniers, onde ficava a buvette1. Ficamos perdidos por mais de 30 minutos. Entramos e saímos de ruas de terra e asfalto e não chegamos a lugar nenhum. “Sempre damos um jeito de achar, é assim mesmo”, ela tentava nos tranquilizar. Depois de algumas hipóteses de caminho, chegamos em uma clareira envolta em árvores, dobrando à esquerda após a carcaça de carro queimada. Estacionamos e pegamos os sanduíches que havíamos preparado para a ocasião. Não levamos nada para beber, esquecemos completamente. “Não tem problema, aqui eles costumam vender cerveja”. Passamos pela casa azul, muitos cachorros, quase nenhum humano. Nos sentamos em uma das peculiares mesinhas de concreto, com seus bancos e cinzeiros fixos. Na verdade tudo era fixo, para caso o nível do rio subisse a infraestrutura não ficasse comprometida. “Eu não sei se o senhor que construiu tudo isso ainda está vivo... Eu lembro dele já muito velho desde a primeira vez que eu vim aqui”. Avistamos um velhinho ao longe e Lilou se perguntava se era ele o mesmo senhor de sempre. Ele não se aproximou, pegou uma vara e foi para a beira da água. Talvez estivesse pescando, ou talvez estivesse apenas contemplando mais um dia no seu pedaço de rio.

imagem 5: filtro de garrafa de cerveja. fonte: Victor Caplin

Eu tive a impressão que estávamos atrapalhando. Não gostei muito do lugar. Estava frio, não tinha sol… o rio era lindo sim, mas era emoldurado por muito concreto… Só tinha mais um casal além de nós três, com uma música alta incômoda. Fiquei imediatamente decepcionada. A mesma decepção que eu senti da primeira vez que vim à Toulouse. Uma decepção de não ter suas expectativas superadas. Dessas decepções que sinto quando ainda não vi a verdadeira face de algo, mas julguei precipitadamente. É um tipo específico de decepção quase humanizadora, que só acontece antes de eu me apaixonar completamente por um lugar ou por alguém. É o que antecede o momento que percebo que algo não é perfeito, mas sim o oposto. Completamente imperfeito e isso causa repulsa antes de causar uma admiração profunda.

imagem 6: Victor. fonte: autoria própria

1. Em francês, local onde se vendem bebidas, geralmente um balcão dentro de teatros ou eventos ao ar livre.

imagem 7: Lilou. fonte: autoria própria

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Contrariada e com frio, pedi uma cerveja para a moça que veio após algum tempo nos oferecer as bebidas do local. Achei caro, 3 euros uma garrafa de cerveja… mas paguei mesmo assim porque precisava ter a experiência total. Tentar entender o que aquilo tinha de tão cativante, sem muito sucesso. A Lilou perguntou para a moça se aquele era o mesmo senhor de sempre, ao que ela respondeu que sim, ele tinha cerca de 80 anos e nunca havia parado de cuidar, trabalhar, construir e reconstruir o lugar. Perguntou também se ela tinha alguma foto da época em que os jovens fizeram barreira humana para impedir os bulldozers da prefeitura de demolir o local, em 2001. A moça respondeu que infelizmente não. A Lilou disse que se encontrasse alguma, levaria uma cópia para eles guardarem. Foi divertido no fim das contas. Meses depois, no verão de reabertura parcial da cidade, encontramos alguns amigos na feira de domingo que estavam combinando de se encontrar no “bleu bleu” depois, para fazer um piquenique. Nos convidaram também dizendo que seria simpático. “O que é o bleu bleu?”, perguntei na dúvida. “É um lugar na beira do rio onde as pessoas vão se encontrar”. Entendi que se tratava do bar bleu da Lilou e perguntei se eles tinham alugado um carro para ir. Na verdade não, era rapidinho, só pegar o ônibus L1 ali em Jean Jaurès e depois andar uns 10 minutos. Em 30 minutos chegamos, com certeza… Decidimos ir. Mas fomos mais tarde, com a Lilou, de carro. A Lilou é uma personagem excêntrica completamente toulousana, nascida, segundo ela, no hospital mais bonito do mundo: La Grave, o edifício cartão postal da cidade na beira do Garona. Ela tem 62 anos, mesmo afirmando ter 60 com cara de 52.

imagem 8: As estruturas de concreto. fonte: autoria própria

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Foi nesse dia que eu finalmente senti o bleu bleu. Foi ali onde o afeto começou. Na verdade, não era sobre a infraestrutura, estética ou qualidade da cerveja. Era sobre as pessoas, sobre a dimensão humana. Aquela beira do rio que na minha memória era fria e vazia estava vibrando. Cheia de grupos, pessoas sozinhas, famílias, amigos, churrascos. Vários pequenos grupos que iam se misturando e entrelaçando entre si. Muitas línguas também… Muitas mesmo. Outros brasileiros que falavam espanhol com alemães e latinos pedindo isqueiro para o grupo que falava árabe. No nosso grupo, a mistura de 4 nacionalidades e muitas faixas etárias. Lilou contava histórias de sua juventude que tiveram palco naquelas mesas e os amigos contavam suas experiências recentes. Uma sensação geral de paz alegria e respeito pairava sobre aquele espaço naquele dia, e em todos os outros dias que eu tive a oportunidade de voltar naquele verão. Era o último verão do bleu bleu… Mas ninguém sabia. Talvez por isso a sensação de que o tempo lá era diferente. Passava diferente. Era quase impossível resistir a estar presente, tamanha a força. Era um oásis da vida cotidiana de todos, uma pequena heterotopia, de fato… do gênero que abriga todos que tiveram a sorte de um dia conhecer o caminho.

imagem 9: Gilbert “pescando”. fonte: autoria própria imagem 10: Garona e margem oposta. fonte: autoria própria

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O AZUL

ORIGEM No início da década de 1970, Gilbert Vivien ocupou uma área na beira do rio Garona, ao norte do centro de Toulouse, no bairro de Sept Deniers. Área esta que, segundo ele próprio, sua família já ocupava há anos, mas que oficialmente pertencia à prefeitura. “Esse terreno pertencia à minha família, então eu mesmo construí minha casa” afirmou em entrevista ao Le Journal Toulousain, em agosto de 20173. Segundo Cagnat e Bacqué (2021), a chegada de Gilbert no local foi entre os anos de 1972 e 1973. Antes, ele trabalhava como construtor especializado em calhas, no centro da cidade. “Ele sempre construiu, ele precisava construir. Quando ele tinha uma ideia na cabeça, não tinha como o contrariar, você tinha que deixá-lo concebê-la [...]” nos confidenciou Bernard, um visitante regular do local, que às vezes vinha dar uma mãozinha, assim como materiais e ferramentas, ao senhor Vivien, para realizar seus projetos em andamento. (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.7, tradução nossa)

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imagem 11: acontecimentos e luta. fonte: composição da autora2

O bleu bleu foi uma ocupação francesa localizada na cidade de Toulouse, capital da região da Occitânia, no sul da França. Uma buvette improvável que promovia o encontro aleatório e o contato com a natureza a poucos quilômetros do centro. Após mais de 40 anos de existência, foi demolida em dezembro de 2020 pela prefeitura de Toulouse, pouco tempo após a morte de seu idealizador, deixando um vazio aos que estavam habituados a esse espaço de convivência na beira do Garona.

2. Montagem elaborada a partir de imagens disponíveis na página do Facebook do Bleu Bleu, La Dépêche, IAATA info, e Actu Toulouse.

Além de construir na parte mais alta do terreno sua marcante casa azul de janelas amarelas, construiu do lado oposto com blocos de concreto, mobiliário e objetos recuperados, uma espécie de bar na beira do rio. Com bancos, mesas, pequenas estruturas fechadas e acesso ao rio, a palavra do bleu bleu se propagou de boca em boca e o local se tornou o quintal de muitos toulousanos. Um espaço mais ou menos secreto e principalmente, não oficial, que se diferenciava de outros bares da cidade também por ser no meio da natureza, longe das ruas estreitas do centro da cidade. 3. disponível em: https://www.lejournaltoulousain.fr/societe/ en-immersion-au-bleu-bleu-buvette-informelle-en-bord-degaronne-52225/

LOCALIZAÇÃO PAÍS

França

REGIÃO

Occitânia

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DEPARTAMENTO Alto Garona

MUNICÍPIOS

Blagnac

(comunas)

Toulouse


RELAÇÃO AO CENTRO

Canal do Midi Ao mesmo tempo, situava-se próximo o suficiente para que fosse completamente acessível a todos os públicos. Sobretudo era um espaço de total liberdade. Não era obrigatória a consumação das bebidas vendidas no local. As pessoas podiam levar a própria bebida, comida e propor qualquer tipo de evento que achassem interessante. Foi essa liberdade que cativou tantos visitantes, que mantiveram vivo o espírito do bleu bleu por décadas.

bleu bleu

Para uns o bleu bleu era um local de resistência, para outros um local de acolhida (CAGNAT; BACQUÉ, 2021). Gilbert acolhia todos os que necessitavam de abrigo, desde o início e, nos últimos anos, ele recebia ajuda de duas mulheres que iam todos os dias ao local ajudá-lo a servir às mesas. Karine e Catherine ajudavam com tudo, até com os cuidados de Gilbert quando necessário. Eram elas que mais comumente se comunicavam com os novos frequentadores e explicavam um pouco da história do local.

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RELAÇÃO COM O RIO GARONA

Rio Garona 19

Blagnac

imagem 12: Conjunto de mapas de Localização. fonte: elaboração da autora4.

4. mapas elaborados a partir de dados georreferenciados da Data Toulouse Métropole disponíveis em: https://data.toulouse-metropole.fr/pages/accueilv3/ e disponíveis no laboratório da École Nationale Supérieure d’Architecture de Toulouse (ENSA).

Toulouse imagem 13: frequentadores do bleu bleu na beira do Garona. fonte: (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.12)


AS AMEAÇAS

O FIM

Apesar da popularidade do local, Gilbert Vivien vivia em constante ameaça de expulsão, além dos desafios impostos pelas eventuais cheias do Garona e intempéries diversas. Durante os anos em que a guinguette5 existiu, ela foi total ou parcialmente destruída 3 vezes. Vivien reconstruiu o conjunto com ajuda dos visitantes mais assíduos todas as vezes, resistindo às pressões externas.

De acordo com Actu Toulouse8, no dia 23 de novembro de 2020, aos 83 anos, faleceu Gilbert Vivien e, poucos dias depois, o mítico bleu bleu foi demolido. No dia subsequente à sua morte, a casa azul foi saqueada e muitos de seus pertences desapareceram, os culpados não foram encontrados. No dia 4 de dezembro, a prefeitura de Toulouse ocupou o local e colocou em marcha o maquinário da demolição, a despeito da mobilização coletiva dos frequentadores do espaço que reivindicavam a preservação das estruturas na beira d’água com cartazes "salvemos as terraças”.

Foi em 2001 a mais marcante tentativa de demolição do bleu bleu, por parte da DDE (Direção Departamental dos Equipamentos, substituída em 2015 pelas DTT: Direções Departamentais dos territórios)6. Foi nessa ocasião que os frequentadores se colocaram frente aos bulldozers, tentando impedir a destruição, que mesmo assim ocorreu parcialmente. Nos anos que seguiram, o bleu bleu pôde desfrutar de um pouco de calma por parte do poder público. Contudo, no período que antecedeu sua morte, a ameaça da expulsão surgiu novamente traduzida no projeto Grand Parc Garonne, que previa uma grande requalificação das margens urbanas do rio. Em 2017, quando questionado sobre quais atitudes estaria tomando para evitar a demolição, Vivien, em entrevista para Yannick Lonca, do jornal Le 24 Heures7, declarou:

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Por enquanto eles ainda não vieram, então eu não fiz nada de especial, eu continuo com minha vida. Mas no dia em que eles vierem me ver eu reagirei, entrarei em contato com a prefeitura e farei tudo o que puder para que a guinguette não seja destruída. Afinal de contas, pretendo terminar meus dias aqui.” (VIVIEN, 2017, tradução nossa)

imagem 15: Gilbert Vivien em frente sua casa. fonte: Alix Franck

Em entrevista para o periódico France 39, em dezembro de 2020, a frequentadora Sophie, deu seu depoimento sobre a demolição imediata:

imagem 14: Gilbert e os cães. fonte: (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.3) Tenho vontade de chorar, aprendi a andar de bicicleta neste caminho. Conheço o Bleu Bleu desde os três anos e meio de idade. Tenho 25 anos de memórias aqui. Isso me deixa infeliz e é uma falta de respeito pelo senhor que nem sequer está enterrado. Não pudemos recuperar nenhuma lembrança para sua família. (tradução nossa)

O coletivo, depois organizado sob o nome de collectif bleu bleu, demandou o aproveitamento das construções para fins culturais e, sobretudo, populares: um espaço livre de criação artística, uma associação cultural e um ateliê associativo de reparação de bicicletas estavam entre as ideias de ocupação futura para o local.

5. café suburbano, onde as pessoas vão para beber, comer e dançar nos dias de festivos 6. segundo La Dépêche. disponível em: https://www.ladepeche.fr/article/2001/09/18/218256gilbert-vivien-le-patron-hors-d-age-du-bleu.html acesso nov. 2021 7. disponível em: https://www.le24heures.fr/2017/01/31/bleu-bleu-trou-de-verdure-chantecentenaire/ acesso em nov. 2021

8. disponível em: https://actu.fr/occitanie/toulouse_31555/gilbert-vivien-patron-du-bleu-bleu-guinguette-mythique-et-secrete-detoulouse-est-decede_37718793.html. acesso em nov. 2021 9. segundo France 3. disponível em: https://france3-regions.francetvinfo.fr/occitanie/haute-garonne/toulouse/bleu-bleu-barclandestin-toulouse-demoli-regard-impuissant-quelques-fideles-1902960.html acesso em nov. 2021

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imagem 16: Cartaz com os dizeres “salvemos as terraças” no bleu bleu. Fonte: Laurent Avizou

imagem 18: placa com os dizeres “repouse em paz Gilbert e obrigado por tudo” fonte: La Dépêche

Não são claros os motivos da resposta tão imediata e violenta da prefeitura ao falecimento de Gilbert, contudo, após a demolição a prefeitura de Toulouse se posicionou afirmando que abriria um concurso público para um novo projeto no local, em consulta com o comité do bairro de Sept Deniers. A prefeitura, em entrevista na mesma matéria do France 3, afirmou em relação a um futuro projeto, que “gostaria de manter o espírito convivial do espaço, mas em quadro securitizado e dentro do planejamento da lei para que haja um respeito com o frágil entorno imediato”.

22 imagem 17: demolição da casa azul com persianas amarelas. fonte: Actu Toulouse

Em resposta à declaração da prefeitura sobre seus futuros planos para o bleu bleu, os frequentadores se organizaram e foram às ruas em protesto no dia 6 de dezembro10 de 2020. A manifestação ocorreu na praça do Capitole, principal de Toulouse, onde fica a prefeitura. Uma centena de pessoas presentes seguravam cartazes expressando sua indignação. imagem 19: manifestação no Capitole. cartaz com os dizeres “BLEU BLEU não é o azul de vocês que nós queremos, é um azul mais profundo” fonte: La Dépêche

10. La Dépêche. Disponível em: https://www.ladepeche.fr/2020/12/11/toulouse-manifestation-pour-denoncer-ladestruction-du-bleu-bleu-une-guinguette-sauvage-9252162.php acesso em nov. 2021

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A última atualização desta narrativa veio recentemente: em junho de 2020 a proposta de projeto para o local é abandonada pela prefeitura, que declara ser impossível prosseguir com o projeto de guinguette efêmera e desmontável11. Segundo declaração dada ao Actu Toulouse, o terreno está muito acidentado após a demolição e um trabalho de terraplanagem custaria mais de três mil euros, soma considerada por Olivier Arsac, subprefeito do bairro de Sept Deniers, Ginestous e Lalande12, muito alta para instalar uma estrutura removível durante três meses ao ano. "A verruga" bleu bleu, enquanto espaço cru, sobreposição de estruturas de concreto e peças descompostas era alheia à estética europeia, hegemônica nessa esfera. Não sendo o território controlado, limpo, higienizado, ele não pertencia à norma. O que não pertence a essa lógica não tem lugar. É, portanto, descartável e desprovido de valor. “(importante) Ter diversidade, não isso de uma humanidade com o mesmo protocolo. Porque isso até agora foi só uma maneira de homogeneizar e tirar nossa alegria de estar vivos.” (KRENAK, 2019, p. 16)

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O AZUL MAIS PROFUNDO A partir da destruição e abandono do espaço físico do bleu bleu, surgem as questões: o que sobrevive à demolição? Quais são as memórias que habitam esse espaço? Quais são os afetos dos frequentadores em relação a esse espaço? Será possível manter o âmbito do que é intrinsecamente humano no bleu bleu, vivo? A hipótese aqui é a de que ainda existam fragmentos do bleu bleu que sobrevivem, imateriais, dentro dos que tiveram a sorte de presenciar e desfrutar de sua existência. É pautada nessa hipótese a decisão de investigar as memórias afetivas das pessoas em relação ao bleu bleu e buscar traduzir esses aspectos em um projeto relevante para a reapropriação do espaço pela população.

imagem 21: ilustração do encontro após a demolição fonte: (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.18)

25 Afetada pela ilustração: Um grupo de pessoas que se encontram, em comemoração, com emoção, ligadas pelo azul e por esse livro que elas têm em mãos: a memória. As folhas do outono caem em símbolo ao fim de um ciclo e ao deixar ir. Por mais que o bleu bleu já não exista e não seja o que foi, ele está vivo na memória de todas as pessoas que compartilharam da sua existência.

1.2 em busca dos afetos É essencial no processo da presente pesquisa um olhar investigativo e afetuoso para as memórias das pessoas em relação ao bleu bleu. Portanto, selecionou-se um grupo de pessoas que relacionaram-se com o local em contextos e momentos diferentes. Dentro do grupo foram propostas entrevistas individuais e em grupo, onde os sujeitos foram questionados sobre sua relação afetiva com o local e com a cidade de Toulouse.

imagem 20: Gilbert com sua bicicleta e sua fonte: (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.10)

11. fonte: Actu Toulouse disponível em: https://actu.fr/occitanie/toulouse_31555/toulouse-finalement-il-n-y-aura-pas-de-guinguettepour-remplacer-le-bleu-bleu_42445364.html?fbclid=IwAR007kyiNyVVYYyzGsYJIel3KRgee3Ca9xhkXnKXyPDf9vnR5uwmyLnydIM 12. disponível em: https://www.toulouse.fr/web/la-mairie/conseil-municipal/elus/-/representative/2748214-arsac-olivier


LILOU No dia 18 de Março de 2021, foi realizada uma entrevista com Lilou: Leïla Benmorkat, 62 anos, parteira. Lilou nasceu em Toulouse, filha de imigrantes Argelinos, e sempre viveu na cidade, onde mora até hoje. Lilou pensa em se mudar de Toulouse em um futuro próximo, na aposentadoria. Ela já comprou uma van com cama e cozinha e agora está buscando um barco de canal, para poder viver se locomovendo. Ela foi a primeira entrevistada do grupo. A entrevista que segue foi gravada, e é uma transcrição resumida da entrevista original. Gostaria que você contasse como você descobriu o bleu bleu, você se lembra da sua juventude lá?

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Bom, não foi minha juventude porque eu descobri o bar bleu tarde, com uns 30 anos. Na verdade, o bar bleu foi uma descoberta totalmente sem querer. Foi durante um passeio de bicicleta com uma amiga. Nós cruzamos com esse bar que era completamente atípico, feito com materiais aleatórios recuperados e que não se parecia com nenhum outro bar em Toulouse. Além de tudo ficava em um lugar bonito, na beira d’água, na beira do (rio) Garona..

ele não vivia de grande coisa (financeiramente) costumávamos consumir, pagar uma ou duas cervejas para ajudá-lo a viver. Esse senhor era muito engraçado. A gente sempre o via, durante uns vinte anos com a mesma camisa azul, uma camisa de futebol. Isso era muito original em comparação ao bar que ele tinha, porque não era costume que seus clientes fossem fãs de futebol. Sério, não estamos no Brasil, não é… (risos). A vantagem era que ele não nos colocava pressão nunca. Não perguntava jamais se a gente ia consumir: a gente consumia ou não consumia. Era único. Único nesse meio e único em Toulouse.

E quais sentimentos você consegue identificar quando você pensa no bleu bleu?

O que você lembra de ter visto lá, com relação às pessoas? personalidades, idades, classes sociais…

Eu poderia dizer que era um bar que a gente gostava muito, porque não se parecia com nenhum outro bar de Toulouse e que além de tudo ficava em um lugar totalmente extraordinário, tinha o privilégio de ficar na beira do (rio) Garona, esbanjava verde, era feito com materiais aleatórios recuperados e eu acho que foi isso que nos atraiu, o fato dele ser completamente atípico. Sobretudo havia um homem, Gilbert, que cuidava do lugar, ele era um cara muito discreto que estava lá sem estar. Consumindo ou não, nós éramos livres para fazer o que tínhamos vontade. Ao mesmo tempo, sabendo que

Era um meio de principal tendência à esquerda. Artístico, havia muitos estudantes também. Era esse universo, com um grande pensamento progressista. E quais são as maiores diferenças entre a época que você conheceu o bleu bleu, nos anos 1990, e em 2020 quando você foi conosco? Nenhuma, ele manteve sua alma e nunca mudou. No âmbito de quem frequentava, com certeza: o público foi ficando cada vez mais jovem. Jovens que estavam à

E quais eram as atividades que vocês tinham o hábito de praticar lá?

Nós fazíamos churrasco porque morávamos em apartamentos no centro da cidade, e muitos apartamentos não têm varanda nem jardim, então aquilo virou nosso jardim particular. Como raramente recebíamos pessoas em casa no verão pela falta de espaço externo, recebíamos os amigos, nossa família, lá no bar bleu. Virou nosso lugar privado. Na verdade não era nosso lugar privado, era o anexo dos nossos apartamentos. Era um anexo que ficava um pouco mais longe, 5 minutos de carro de casa, mas fazíamos eventos incríveis e extraordinários lá, rodeados dos nossos amigos e de outras pessoas, que às vezes se juntavam, vinham beber com a gente, petiscar. Um pessoal que passava que não necessariamente conhecíamos, que sentiam o churrasco, ficavam com vontade e se juntavam, aumentando nossa mesa. Era sempre uma mesa aberta e não fechada nela mesma.

Agora você me pegou...

Era o espírito do bar bleu e era tudo público.

Nada demais, nós tocávamos música, alguns desenhavam, outros fotografavam… se estamos falando de atividades culturais, se resumia a isso: música, canto… para alguns clientes era a dança, alguns liam, às vezes eu também... É verdade que eu adorava, porque eu não morava muito longe, pegar minha bicicleta e passar minhas tardes lendo um bom livro na beira d’água sob o sol. Não havia nada de mais agradável e tranquilizador do que passar um tempo lá, relaxando.

E era como a relação entre as pessoas que não estavam necessariamente no mesmo grupo?

procura de um lugar como aquele e que não encontravam em Toulouse porque esse tipo de lugar desapareceu depois dos anos 90 em Toulouse. Antes, ainda sobreviviam alguns bares atípicos na cidade. Os anos 2000 mudaram isso. Não só os anos 2000, o crescimento de Toulouse também, o crescimento industrial com a fábrica da Airbus que trouxe um outro público para Toulouse, muito parisiense, infelizmente, e todos esses pequenos bares que tinham seu charme, que tinham uma identidade, uma alma, desapareceram, para aparecerem bares que são todos parecidos, com a mesma decoração e que se dizem originais. É… é a globalização, não é. Sim. O “Parisianismo”.

E vocês faziam churrasco também, não é? Sim, nós fazíamos churrascos. Nós pedimos permissão para o Gilbert antes, tínhamos um acordo. Em troca, sempre comprávamos bebida lá, esse era o deal com ele. Não era todo mundo que fazia churrasco, tinha muita gente que fazia piquenique também.

Isso dependia, havia alguns pequenos grupos também, mas dependia do momento, do ambiente. Havia grupos que ficavam entre eles, mas acho que isso ocorre com mais frequência hoje em dia. Nos anos 1990 não. Todo mundo falava com todo mundo. Mas isso era um princípio dos lugares toulousanos, todo mundo falava com todo mundo sem ser necessariamente amigo, sem necessariamente se ver no dia seguinte, sem necessariamente trocar número de telefone. Nós chamávamos isso de encontros de momento. Eram encontros que podiam ser por vezes muito excêntricos e por vezes bem simpáticos. Eram os encontros do momento, a troca do momento, e depois a gente poderia se encontrar no centro,

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em Toulouse, se cumprimentar, retomar conversas. Esse era o efeito bar bleu na vida quotidiana. E vocês viveram shows de música, eventos culturais no bleu bleu? Sim... Mas muito pouco. Não íamos frequentemente pois íamos a outros lugares em Toulouse para isso. Para ir ao bleu bleu à noite tínhamos que pegar o carro. Mesmo que adorássemos andar de bicicleta, íamos de bicicleta apenas durante o dia. De noite era muito mal iluminado, e nossas bicicletas não tinham lanternas.

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Mas de vez em quando íamos para ver shows e era sempre o mesmo princípio. Como o Gilbert já tinha uma certa idade quando o conhecemos, ele não participava. Ele confiava no pessoal. Havia grupos que tocavam dentro da casa ou ao ar livre e ele deixava a geladeira aberta. Quando alguém pegava uma bebida, deixava as moedas numa caixa que ficava à disposição dos clientes… hoje não é mais assim. Mesmo durante o dia, quando não tinha show, era assim, tínhamos o direito de pegar nossa cerveja ou um refrigerante e se ele não estava lá, colocávamos o dinheiro na caixa. Depois passou a ter uma moça que eu não conhecia antes, que estava sempre por lá, que verificava e controlava os pedidos. Isso também fez com que a alma estivesse em processo de transformação no bleu bleu. Independentemente, continuou a ser um lugar simpático com todas suas qualidades. O Gilbert também refez tudo porque a prefeitura de Toulouse tentou mais de duas vezes destruir o local. Quando a prefeitura chegou com os bulldozers pela primeira vez, a gente fez uma barreira humana, então eles não conseguiram destruir, mas eles vieram uma segunda vez e não tinham tantos manifestantes. Nessa ocasião eles quebraram algumas mesas que o Gilbert

Apesar de tudo, Toulouse continua a atrair muita gente e a fazer festa mesmo que seja diferente e que os bares sejam todos parecidos. Antes, os grupos de esquerda e de direita não se encontravam porque eles não tinham a mesma maneira de fazer festa. Eram dois meios completamente diferentes, a gente até podia se encontrar para trocar e dialogar, mas jamais fazíamos festa juntos.

reconstruiu em seguida, porque ele não se deixou abater. Estava fora de cogitação para ele deixar a prefeitura se apossar do seu espaço. E foi desse jeito que você, o Victor, a comunidade brasileira… vocês encontraram o bleu bleu. Obrigada. Eu gostaria de perguntar sobre Toulouse agora. Quais são as características que tornam Toulouse única, quais características principais que constituem o espírito da cidade? Toulouse sempre foi uma cidade dinâmica e jovem, muito jovem. Há muitos estudantes, por causa das universidades. A alma de Toulouse tem muito de sua origem na Espanha, por Toulouse ter sido uma terra de acolhimento para os exilados republicanos espanhóis. Foi quando houve o exílio republicano espanhol, durante a Guerra Civil Espanhola, quando Franco13 entrou no poder. Toulouse foi uma cidade de acolhimento para os refugiados políticos e também para os refugiados econômicos. Os refugiados políticos vieram realmente para salvar suas peles do franquismo. Eram muitos intelectuais, artistas, e eu acho que foram eles que nos anos 1930/1940 trouxeram esse espírito para a cidade. Daí o motivo por chamarmos a cidade de “Toulouse a espanhola”. Eles transferiram um pouco da sua cultura à Toulouse. Temos a sorte também de ser uma cidade no sul da França, uma cidade ensolarada, uma cidade jovem, de estudantes e portanto uma cidade festiva que atraiu muitas pessoas de todas as partes da França e do mundo.

13. Em 1936 Francisco Franco se torna Chefe de Estado da Espanha, a partir de um golpe de Estado contra o governo da Segunda República, dando início à Guerra Civil Espanhola.

Hoje é mais misturado, não é? Sim, hoje é mais misturado… de fato não reconhecemos. Antes tinha como distinguir, nos reconhecíamos pela maneira de vestir. Mas é legal também trocar com quem é de um universo diferente. É bom dialogar em busca de uma filosofia mais tolerante.

imagem 22: Lilou no caminho para o bleu bleu. fonte: autoria própria

Além disso, costumamos dizer que Toulouse tem um temperamento e aqui eu estou falando também da sua posição política. Toulouse era uma cidade de esquerda que não era retrógrada, fechada, como certas cidades de direita que eram muito “caretas”. Os eventos não eram os mesmos. Eu vivi uma Toulouse quando as festas duravam até o meio dia. Algo que não vemos mais hoje. Também não havia nenhuma repressão policial ou outra, os toulousanos eram livres no seu movimento, nas suas deambulações, nós não nos sentíamos ameaçados pensando “tem um policial que vai nos parar”. Existia uma tolerância à festa por parte da prefeitura, mas isso mudou quando Sarkozy entrou no poder e demitiu uma série de prefeitos da França, incluindo o prefeito de Toulouse porque não achava ele suficientemente severo com a população. A partir daí as coisas começaram a mudar com os governos sucessivos que nós tivemos e os prefeitos que nós tivemos.

E por que você ainda mora em Toulouse? Porque eu amo Toulouse, eu amo minha vida, sempre amei. Eu já viajei bastante, fui conhecer outros lugares, mas eu volto sempre para cá e quando eu estou longe de Toulouse eu choro. Choro quando eu escuto músicas sobre a cidade e vejo imagens em outros lugares. Eu acabo sempre falando sobre Toulouse e voltando sistematicamente à Toulouse. Mesmo as pessoas que não nasceram aqui, que chegaram tarde à Toulouse costumam dar o mesmo depoimento: uma vez que experimentamos Toulouse não conseguimos mais ir embora. É uma grande história de amor. Muito obrigada Lilou! De nada, até a próxima.

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imagem 23: Toulouse. fonte: Toulouse Visit

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Trecho: Bigflo & Oli Bienvenue Chez Moi Composição: Chris Soper, Jesse Singer, Enzo Serra, Olivio Ordonez e Florian Ordonez Álbum: La vie de rêve, Polydor, 2018. fonte: spotify. acesso em: fev. 2021

Bienvenue Chez Moi - Bem vindo à mnha casa

J'suis né à Toulouse, forcément j'suis pas vraiment honnête Elle a vu mes premiers pas et m'a porté chaque seconde Et tu demanderas à tous ceux qui la connaissent Ils te diront "c'est la plus belle ville du monde" Eu nasci em Toulouse, então não sou necessariamente honesto Ela viu meus primeiros passos e me carregou cada segundo E você perguntará a todos que a conhecem Eles te dirão "é a cidade mais bonita do mundo"

Hugo, Luc e William Na ocasião da Semana da Integração da Universidade Presbiteriana Mackenzie em março de 2021, a oficina relativa ao presente tema teve por objetivo mapear os afetos dos convidados e criar uma síntese das palavras mais citadas que seriam usadas como alicerce de uma proposta projetual. Primeiramente, foi exibida às participantes a entrevista com a Lilou. Em seguida realizam-se entrevistas com os outros convidados, com participação do grupo. O grupo foi constituído pelas alunas Ana Luiza Santos, Bárbara Petri, Carolina Azarini, Eduarda Savian, Giovanna Versatti e Marcela Cury. Os convidados foram os moradores de Toulouse, Hugo Legal, Luc Dupuis e William Léveillé. Após as entrevistas, as participantes realizaram perguntas e a partir disso registraram-se os principais pontos em relação ao bleu bleu e em relação à Toulouse que foram apresentados por cada um dos entrevistados.


William Léveillé Lamoureux, 25 anos. Montréal, Canadá Bleu Bleu:

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- próximo à cidade: acessível de ônibus, a pé, de carro, de bicicleta. - lounge de concreto, com distintos mobiliários diferentes - construído pouco a pouco - intensa vegetação no local (sensação de estar fora da cidade) - pluralidade de pessoas: famílias, grupos, idosos, jovens - interação social: conhecer pessoas, tocar violão, espaço de encontro - lugar descontraído - liberdade para fazer o que se quer, para se expressar sem julgamentos, porém com respeito - local “secreto”: é necessário que alguém comente sobre o lugar, ou que se chegue espontaneamente, para descobri-lo.

Luc Dupuis, 25 anos. Caen, França. Francobrasileiro Bleu Bleu:

Hugo Legal, 28 anos. Rio de Janeiro, Brasil. Francobrasileiro

-Liberdade, respeito -Contribuição para o dono, cooperação -Fácil socialização, tem tudo a ver com a cidade: frequentadores são abertos -Pluralidade de pessoas -Espaço de encontro muito importante, no meio da natureza, - Contato direto com o rio passando, - Local de amigos, pausa, descanso.

Bleu Bleu: -Local “secreto”, misterioso -Acolhimento, aconchego -Rio Garona passa ao lado, contato com o rio -Contato com a natureza -Moça vendendo bebida no isopor -Descontraído: sensação de estar no Brasil -Manifestações culturais: música (DJ, violão, guitarra) -Cooperação, pessoas abertas, lugar plural -Piquenique com os amigos, espaço aberto e gratuito

Toulouse:

Toulouse:

- Cidade muito interessante e bonita - Espírito da cidade, como uma cidade Espanhola na França; - jovem, estudante. - uma cidade na escala humana.

-Cidade de boas proporções: nem muito pequena nem muito grande. -Facilita passeios de bicicleta, por ser plana -Bom clima: sol e calor durante o verão. -Alma jovem, revolucionária -Cidade de estudantes, muitas origens e culturas -Patrimônio arquitetural bem preservado

Toulouse:

imagem 24: as terraças do bleu bleu. fonte: (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.1)

-cidade mais livre onde viveu na França -pessoas plurais -igualdade, sinceridade -Cidade ensolarada, espírito internacional, bastante gente da Espanha -Vida ativa na rua -Ocupação do espaço público, as pessoas ocupam as ruas, em grupo e sozinhas -Com frequência há o encontro com novas pessoas, na rua, espaço de socialização e troca -Tijolo de Toulouse (cidade rosa) - alegre, sorridente, bonita, especial, aconchegante

A partir do material adquirido, as participantes da oficina produziram em grupo duas colagens somando imagens chave aos conceitos mais frequentemente exprimidos pelos convidados. Dessa forma, buscou-se transmitir a essência da relação das pessoas com o bleu bleu e com a cidade de Toulouse.

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Ao comparar as duas colagens/mapas de palavras, percebese que existem muitos pontos em comum, a partir dos afetos mapeados. Dessa forma, desenvolveu-se uma terceira síntese dos principais conceitos compartilhados, interseccionando os afetos dos dois espaços sobrepostos.

BLEU BLEU

TOULOUSE

INTERSECÇÕES afetos // essência // memória

CONEXÃO

rio

arte

bicicleta

imagem 25: colagem afetiva bleu bleu. fonte: compilação da autora14

ALEGRIA

DIVERSIDADE ACONTECIMENTOS

cultura

COOPERAÇÃO

ACOLHIMENTO

escala humana

ACESSIBILIDADE troca ENCONTRO

LIBERDADE

RECEPTIVIDADE

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BLEU BLEU

RELAÇÕES

respeito

NATUREZA RESISTÊNCIA REFÚGIO OCUPAÇÃO DO MEMÓRIA ESPAÇO PÚBLICO RESISTÊNCIA

imagem 26: colagem afetiva Toulouse. fonte: compilação da autora15 14. Montagem elaborada pela autora e grupo de pesquisa a partir de imagens disponíveis na página do Facebook do Bleu Bleu, IAATA info, Actu Toulouse e Google Earth. 15. Montagem elaborada pela autora e grupo de pesquisa a partir de imagens disponíveis em IAATA info, Actu Toulouse, Toulouse Métropole e Archives Toulouse.

Conclui-se portanto, que ainda existe uma camada subjetiva de memória e afetos intensamente presente nas pessoas que frequentaram o local durante sua existência. A hipótese é a de que essa camada sensível do espírito impregnado na memória do bleu bleu possa ainda ser resgatada e traduzida em uma proposta projetual que favoreça a continuidade da ocupação de sua localidade geográfica, da mesma maneira que estimule o encontro e a expressão humana. O desejo de que experiências análogas às relatadas possam continuar a ser vividas no espaço é proporcional à crença de que dali surgiriam novas e distintas camadas de afetos, usos e relações.

imagem 27: colagem afetiva Toulouse/Bleu Bleu. fonte: compilação da autora16

16. cartografia elaborada a partir de relatos e dados georreferenciados da Data Toulouse Métropole disponíveis em: https://data. tulouse-metropole.fr/pages/accueilv3/

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1.3 toulouse: cidade cor Trecho: Tulipa Ruiz - Efêmera Composição: Gustavo Ruiz, Tulipa Ruiz Álbum: Efêmera, YB music, 2010. fonte: spotify acesso em: mar. 2020

Efêmera

Vou ficar mais um pouquinho Para ver se acontece alguma coisa nessa tarde de domingo Congele o tempo preu ficar devagarinho Com as coisas que eu gosto e que eu sei que são efêmeras E que passam perecíveis, que acabam, se despedem Mas eu nunca me esqueço

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Vou ficar mais um pouquinho Para ver se eu aprendo alguma coisa nessa parte do caminho Martelo o tempo preu ficar mais pianinho Com as coisas que eu gosto e que nunca são efêmeras E que estão despetaladas, acabadas Sempre pedem um tipo de recomeço

Com a justaposição dos afetos entre a cidade de Toulouse e o bleu bleu, compreende-se que muitas das dinâmicas relatadas estão presentes nos dois espaços. Não sendo obra do acaso, existe uma clara relação entre a história da cidade de Toulouse e a mera possibilidade da existência de um espaço como o bleu blue dentro dela. Neste subcapítulo pretendese expor um sintético histórico da cidade, sempre se apoiando na expressão cultural e artística, com o objetivo de adicionar mais camadas ao entendimento destes dois espaços. Toulouse é a conhecida como “cidade rosa”, devido a cor coral dos característicos tijolos que constituem a maioria das edificações da cidade. Outras muitas cores, no entanto, são consideradas símbolos evocativos da cidade. Desde o azul pastel, cor proveniente da planta pastel, usada na idade média para a criação de tintas, até o violeta, coloração da flor que é símbolo da cidade. O vermelho e preto, cores de seu ovacionado time de rugby, o Stade Toulousain, é uma homenagem às cores da vestimenta dos capitouls, palavra em occitano17 que designava os magistrados governantes da cidade de Toulouse até a Revolução Francesa. Também o vermelho e o ouro, cores da bandeira da Occitânia, nova região unificada da França, da qual Toulouse é a capital oficial.

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imagem 28: colagem Toulouse cor. fonte: compilação da autora18 17. A língua occitana, também chamada languedoc, é um idoma romance original da região sul da França. Hoje, o uso do occitano não é comum no dia a dia dos centros urbanos, tendo sido substituído pelo francês. Fonte: Wikipedia 18. Montagem elaborada a partir de imagens disponíveis em Toulouse Archives, Blog Público, Toulouse Info, Joel Bruffin, Detours en France, Actu Toulouse e La Dépêche.


TOULOUSE VERMELHA Mesmo contendo em si a memória de tantas cores, Toulouse tem o histórico de preferência ao vermelho. Durante muitos anos a cidade teve claras inclinações socialistas e até hoje é lembrada por ser uma cidade de revolução e resistência. No fim do século XIX, enquanto outras cidades europeias começavam seu processo de industrialização, Toulouse ainda era uma considerada uma “cidade feira”, onde o processo artesanal e a manufatura se sobressaiam no comércio local. Segundo Duphil (2005) na segunda metade do século XIX, já havia uma crescente consolidação da presença industrial em território francês. Sem embargo, Toulouse não se tornou um grande centro industrial na época devido, principalmente, à distância das principais fontes de energia e riquezas minerais.

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Mesmo que a cidade não fosse uma capital industrial, por conter uma crescente demanda de mão de obra especializada e numerosos ateliês de manufatura, ela era capaz de ocasionar uma rede de empregos e atrair um alto número de imigrantes de dentro e fora da França (PAILLER; THOMAS; THOMAS, 2017). Antes do início do século XX a sua população dobra, e é com base nessa vida operária não-industrial que florescem os movimentos trabalhistas, sindicalistas e socialistas da cidade, anteriores à sua progressão em nível nacional (DUPHIL, 2005). Uma série de problemas relacionados ao transporte, moradia dos novos imigrantes e a rápida urbanização das periferias da cidade deram força aos para que os ideais socialistas se popularizassem como relevantes. A cidade de Toulouse, então, se tornou capital do radical-socialismo antes de sua aprovação nacional em 1898. Já em 1888, a cidade elegeu seu primeiro Conselho Municipal radical-socialista: um governo municipal mais preocupado com as questões de acesso aos direitos trabalhistas e de qualidade de vida. Perdura na cidade ideais de política radical, bem como uma permanência de cunho socialista ininterrupta durante quase um século (PAILLER; THOMAS; THOMAS, 2017). E isso se deu mesmo com os desafios e dificuldades acarretadas pela Segunda Guerra Mundial e as mudanças dos Trinta Gloriosos19. A primeira guerra, contudo, trouxe benefícios para a economia e o desenvolvimento industrial de Toulouse. É a partir daí que surgem os maiores polos industriais da cidade bem como os setores de especialização, que foram os pilares do desenvolvimento econômico da região. São estes a indústria aeronáutica, hoje aeroespacial e a especialização na indústria química. É com base nessa forte presença operária que o governo municipal começa a fazer melhorias no sistema de alojamento dos operários, iniciando a construção de edificações nos bairros vizinhos às indústrias (TEULIÈRES, 2010).

19. Os Trinta Gloriosos foram os trinta anos que sucederam a Segunda Guerra Mundial e constituíram um período de forte crescimento econômico e industrial na maioria dos países desenvolvidos. fonte: wikipedia

Em contrapartida, na visão de Duphil (2005) depois de 1971, a população passa a eleger mais frequentemente prefeitos com posição de centro-direita. Não obstante, o interesse da população pela vida política da cidade não se dissipa, mesmo após um século e meio do auge da onda socialista em Toulouse. A população da cidade continua demonstrando engajamento pela democracia e pela República e mantém, em grande parte, a preferência pela tradição local em detrimento às “modas parisienses”. La grande ville... était là devant lui, autour de lui avec ses basse maisons de brique, ses vieux quartiers, ses rues caillouteuses, ses églises et ses maisons nobles, sa beauté et ses lèpres... Saint-Sernin et la Dalbade pointaient vers le ciel leurs clochards admirables tandis que leurs pieds s’amoncellent d’ignobles taudis. Il serra les poings. Ah ! pouvoir rassembler tous ces pauvres gens et leur dire: vous êtes la force, vous êtes le pouvoir, c’est vous qui bâtissez, c’est vous qui créez la richesse, il faut donc qu’on vous nourrisse, qu’on vous paye et qu’on vous respecte. mieux encore, il faut donc qu’on vous laisse le pouvoir… (GAMARRA, 1976, p. 183) A cidade grande... estava lá diante dele, ao seu redor, com suas casas baixas de tijolos, seus velhos bairros, suas ruas de pedregulho, suas igrejas e suas casas nobres, sua beleza e sua lepra... Saint-Sernin e a Dalbade apontavam suas admiráveis torres para o céu, enquanto a seus pés, cortiços indignos se amontoavam. Ele cerrou seus punhos. Ah! Se fosse possível reunir todas essas pobres pessoas e dizer-lhes: vocês são a força, vocês são o poder, vocês são os que constroem, vocês são os que criam riqueza, então vocês devem ser alimentados, pagos e respeitados. Melhor ainda, devem ceder à vocês o poder... (GAMARRA, 1976, p. 183, tradução nossa)

No trecho do romance de Gamarra (1976), está expressa a contradição entre a beleza e a desigualdade, a abundância e a miséria, e a indignação reivindicatória de um povo que está cercado de ideais socialistas.

ROJO, AMARILLO, MORADO: o exílio republicano espanhol e a resistência Mesmo que o socialismo já houvesse sido introduzido na cidade, em particular através do “Socialismo Municipal”, dois eventos importantes reforçam sua orientação à esquerda. Em primeiro lugar, o exílio dos republicanos espanhóis após o fracasso da república na Espanha em 1939. Muitos deles, certamente líderes políticos e sindicalistas republicanos, se estabelecem em Toulouse e sua região. O segundo evento marcante é a Resistência durante a ocupação alemã do território, que revela modelos originais que concedem à cidade uma identidade rebelde e uma autonomia de combate por parte do General de Gaulle. (PAILLER; THOMAS; THOMAS, 2017, p. 154, tradução nossa)

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Em 1939, a derrota da Espanha Republicana acarreta a chegada na França de 465.000 refugiados que atravessam os Pirineus em busca de asilo. Destes, 20.000 se alojam em Toulouse, o que representa uma porcentagem de 10% em relação à população da cidade nesse momento (TEULIÈRES, 2010). O evento é determinante e provoca evidentes consequências sociais, políticas e culturais. Alguns desses refugiados são politizados e cultos e se engajam muito rapidamente nos movimentos antifascistas locais.

Hoje, nos números 69 e 71 da rue du Taur, se encontram, respectivamente, a Cinemateca de Toulouse e a Cave Poésie. A Cinemateca de Toulouse é a segunda maior da França em acervo e relevância. Nos tempos de sede do exílio, o local mantinha também a função de cinema: o Ciné Espoir, fundado pelos republicanos espanhóis (BERDAH et al., 2004).

Desde la retirada, nome cunhado à este movimento de exílio, até a morte de Franco, em 1975, Toulouse se torna a capital da Espanha Republicana. Deste modo, apresenta-se como núcleo para as principais organizações políticas e sindicais da esquerda. Ela acolhe, em especial, a sede do Partido Socialista Espanhol (PSOE), do Partido Comunista Espanhol (PCE), do sindicato da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e da Confederação Nacional do Trabalho (CNT) (PAILLER; THOMAS; THOMAS, 2017). Esse papel de Toulouse perdura até o começo da transição democrática na Espanha, em 1978, que possibilitou o retorno das entidades ao país. “A presença massiva desses refugiados altamente politizados, na sua maior parte urbanos, transforma radicalmente a fisionomia social, política, vulgo cultural da população espanhola presente até então.” (TEULIÈRES, 2010, p. 66, tradução nossa)

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Outro evento marcante é a ocupação alemã na cidade durante a Segunda Guerra Mundial. Nesta ocasião, a população espanhola foi uma das peças chave para que a resistência fosse exitosa. Segundo Leroy (2006) Os guerrilleros epañoles, já habituados à organização da resistência armada após a Guerra Civil Espanhola, prestaram o papel de estruturar e agregar a oposição francesa. Estes eventos culminaram, após dois anos de ocupação alemã na cidade, na liberation, entre os dias 19 e 20 de agosto de 1944 (BERDAH et al., 2004).

imagem 29: Placa na rue du Taur com a inscrição “Os números 69 e 71 da rue du Taur foram, durante a ditadura franquista, a sede do Partido Socialista Obreiro Espanhol e da União Geral dos Trabalhadores” fonte: Vincent Nguyen

41 imagem 30: Toulouse, Ciné Espoir, abril de 1945. Primeiro congresso dos Jovens Socialistas Espanhóis (JSE) no exílio. Fonte: Enrique Tapia-Jimenez.

Atualmente sedia o Festival Cinespaña: festival associativo que ocorre anualmente desde 1992. A Cave Poésie, conhecida como CavePo’, é também uma associação cultural, sala de espetáculo e espaço de criação. Lá, é proposta durante todo o ano uma extensa programação artística, com foco nas artes performáticas e na produção local. São estes dois exemplos que ilustram as consequências culturais do exílio espanhol em Toulouse, além de ser o espanhol a segunda língua mais falada presentemente na cidade, atrás apenas do francês.

imagem 31: Cave Poésie. fonte: France 3 imagem 32: “não creia de maneira alguma que a poesia não serve para nada em tempos sombrios”. fonte: France 3


OS “GRANDES COMPLEXOS” Com o significativo aumento da população, consequência da série de eventos citados da primeira metade do século XX, a cidade de Toulouse foi forçada a expandirse para abrigar seus novos habitantes. Muitos dos novos bairros na periferia, ou seja, os subúrbios, se desenvolveram muito rapidamente de maneira anárquica porém considerável. Eram conjuntos de pequenas edificações unifamiliares de um ou dois andares, apelidadas toulousaines. Somado a isso, a partir dos anos 1950, a municipalidade investiu na construção em massa de conjuntos habitacionais verticais, chamados os “grandes complexos”, localizados também nos subúrbios.

imagem 33: Filme ao ar livre na Cinemateca de Toulouse. Fonte: Association du Cinéma Indépendent pour sa Diffusion (ACID)

Desde então, com a crescente demanda por moradia do pós-guerra, os grandes complexos habitacionais se solidificaram e se expandiram, sendo uma importante diretriz urbanística de desenvolvimento do município até 1975. Esses eventos contribuem para uma nova camada na diversidade cultural da cidade bem como para a melhora na qualidade do acesso aos direitos de moradia e equipamentos públicos. Ao mesmo tempo, reforçam a segregação territorial das populações, que já sofrem discriminação baseada em sua origem e classe social.

Estes grandes complexos de habitação social abrigaram inicialmente uma grande porcentagem da parcela operária da cidade. A partir de 1956, a região recebe um grande número de repatriados da África do Norte. Segundo Teulières, (2010) as maiores ondas migratórias nesse momento acontecem após a independência do Marrocos e da Tunísia, em 1956, durante a Guerra da Argélia (1954-1962) e principalmente no momento de seu término. Essa população instalou-se principalmente nesses conjuntos habitacionais recémconstruídos às margens da cidade, constituindo uma comunidade cultural consolidada e fora dos limites da cidade legítima.

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O desenvolvimento extremamente rápido e por vezes brutal da cidade e a setorização dos bairros teve como resultado uma aglomeração espalhada entre seus diferentes subúrbios e bairros com sérios problemas de diversidade social e de transporte. (PAILLER; THOMAS; THOMAS, 2017, p. 133, tradução nossa) imagem 34: Cartaz Cinespaña 2020. Fonte: Cinespagnol.

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imagem 35: Complexo habitacional de Bourbaki. Fonte: autoria própria.


Os 17 “grandes complexos” de Toulouse 1950-1975 Houve também, nas últimas duas décadas, um número considerável de franceses de outras regiões que se instalaram em Toulouse, por conta de seus preços imobiliários abaixo da média do país. Assim como estudantes de outras partes do país e do mundo que após concluírem seus ciclos universitários se estabeleceram na cidade permanentemente. Esse tipo de episódio colabora para a gradual perda de algumas tradições regionais, como famoso sotaque toulousano, por exemplo. Essa é a temática da canção “l'accent tué” escrita pelo grupo militante Zebda, em 2014. Zebda é um grupo musical da cidade, originário do bairro dos Izards, parte dos grandes complexos de moradia popular. Os integrantes, três filhos de imigrantes kabyles20, fundaram, no fim da década de noventa, um movimento político denominado “motivés”: uma tentativa de democracia participativa combinando diversidade social e mistura cultural. Eles também formaram a base da reconhecida associação Tactikollectif, que até hoje expõe a experiência de vida nos bairros populares, media a luta contra a discriminação baseada na origem cultural e propõe a afirmação de uma ação política ofensiva e alegre. De acordo com Teulières (2010), o Tactikollectif era uma das raras associações de luta militante e popular dos anos 1990.

44 S/ ESCALA

complexos públicos

complexos privados imagem 36: Mapa dos 17

grandes complexos de Toulouse de 1950 a 1975. fonte: La Dépêche

A canção “l’accent tué” é uma releitura da clássica canção “Toulouse” de 1967, do mais célebre cantor da cidade: Claude Nougaro. Nougaro, por sua vez, baseou o refrão em um poema em occitano de Lucien Mengaud escrito em 1844. É curioso que a terceira versão dos versos exprima a temática do “sotaque morto” quando a segunda versão já deixou para trás a língua regional occitana e se apropriou do francês.

MUDANÇA POLÍTICA Durante os Trinta Gloriosos, houve uma rápida expansão dos setores aeronáutico e químico na cidade, resultando em grandes mudanças sociais e demográficas. Com a chegada de uma nova leva de trabalhadores altamente qualificados, a cidade se transforma, reforçando progressivamente as diferenças sociais e ideológicas da população. Contudo, é apenas no ano de 1971, com a eleição de Pierre Baudis como prefeito, que vemos um candidato de direita moderada se instalar no poder (PAILLER; THOMAS; THOMAS, 2017). Nos últimos 15 anos, entretanto, houve uma clara preferência municipal pela direita, que venceu todas as eleições com exceção de uma: Pierre Cohen, candidato do partido socialista e prefeito de Toulouse de 2010 a 2014. Em virtude desse fenômeno, a cidade tem passado por mudanças urbano-sociais importantes. Nos últimos quatro anos, durante o atual mandato de Jean-Luc Moudenc, políticas que estimulam a gentrificação de bairros populares e a expulsão de ocupações e associações são colocadas em prática com frequência. A cidade nunca antes dispôs de uma quantidade de novos empreendimentos privados tão alta.

imagem 37: Capa do album “Motivés!” cantos de luta, de Zebda/Taktifcollectif. fonte: Taktifcollectif 20. kabyle, em francês, se refere aos indivíduos oriundos da Cabília, região montanhosa do norte da Argélia.

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Ô Toulouse - Claude Nougaro - 1967

Ô Toulouse - Claude Nougaro - 1967

Qu'il est loin mon pays, qu'il est loin Parfois au fond de moi se ranime L'eau verte du canal du Midi Et la brique rouge des Minimes Ô mon paîs, ô Toulouse, ô Toulouse Je reprends l'avenue vers l'école Mon cartable est bourré de coups de poings Ici, si tu cognes, tu gagnes Ici, même les mémés aiment la castagne Ô mon paîs, ô Toulouse Un torrent de cailloux roule dans ton accent Ta violence bouillonne jusque dans tes violettes On se traite de con à peine qu'on se traite Il y a de l'orage dans l'air et pourtant L'église Saint-Sernin illumine le soir Une fleur de corail que le soleil arrose C'est peut-être pour ça, malgré ton rouge et noir C'est peut-être pour ça qu'on te dit Ville Rose Je revois ton pavé, ô ma cité gasconne Ton trottoir éventré sur les tuyaux du gaz Est-ce l'Espagne en toi qui pousse un peu sa corne Ou serait-ce dans tes tripes une bulle de jazz? Voici le Capitole, j'y arrête mes pas Les ténors enrhumés tremblaient sous leurs ventouses J'entends encore l'écho de la voix de papa C'était en ce temps là mon seul chanteur de blues Aujourd'hui, tes buildings grimpent haut A Blagnac, tes avions sont plus beaux Si l'un me ramène sur cette ville Pourrais-je encore y revoir ma pincée de tuiles Ô mon paîs, ô Toulouse, ôhooo Toulouse

Como é longe meu país, como é longe às vezes do fundo de mim revivem a água verde do Canal do Midi E o tijolo vermelho de Minimes. Ó meu pais, oh Toulouse, oh Toulouse Volto a pegar a avenida em direção à escola Minha mochila está repleta de murros Aqui, se você bate, você ganha aqui até as avózinhas gostam de briga Oh meu país, ó Toulouse Uma enxurrada de pedrinhas rola em seu sotaque Sua violência eclode até suas violetas Nos chamamos de idiota assim que nos chamamos. Tem a tempestade no ar e ainda A igreja de Saint-Sernin ilumina a noite Uma flor de coral que o sol rega Talvez seja por isso, apesar de seu vermelho e preto, Talvez seja por isso que a gente te chame “Cidade Rosa” Volto a ver seu asfalto, minha cidade gascona Sua calçada eviscerada sobre os tubos de gás É a Espanha em você que aumenta mais seu chifre? Ou será nas suas tripas uma bolha de jazz? Aqui está o Capitólio, eu cesso meus passos Os tenores resfriados tremem sob suas ventosas Eu ainda escuto o eco da voz do meu pai Naquela época, meu único cantor de blues Hoje, seus edifícios sobem altos Em Blagnac, seus aviões são mais bonitos Se alguém me levar à essa cidade Eu ainda poderei ver um vislumbre das telhas? Ô meu país, ô Toulouse, ôhooo Toulouse

Canção: Claude Nougaro - Ô Toulouse, tradução nossa. Composição: Claude Nougaro e Christian Chevallier Philips, 1967. fonte: spotify acesso em: jul. 2021

L'accent tué - ZEBDA - 2014

O sotaque morto - ZEBDA - tradução

Toulousain, toulousain, toulousain Eh beh J'étais là au centre ville Quand je me suis aperçu Que j'étais plus dans la ville Que j'aimais, ça m'a déplu En écoutant tous les passants Je me suis senti tout nus Ils avaient aucun accent En tout cas rien de connus

Toulousano, toulousano, toulousano E ai, Eu estava aqui no centro quando eu percebi que eu não estava mais na cidade que eu amava, isso não me agradou Escutando quem passava Eu me senti completamente nu Eles não tinham nenhum sotaque Em todo caso, nada de familiar

Jusqu'en bord de Garonne C'était comme un grand absent Oh le méchant coup de gomme Je me suis dis en passant

Até a beira da Garona era como um grande vazio Oh o cruel golpe da borracha Eu disse a mim mesmo, passando...

refrão: Oh mon pais, oh toulouse Le bel accent des mamies Es-qu'il à donné sa blouse Aux gens de l'académie

refrão: Oh meu país, oh toulouse O belo sotaque das vovós Será que deu a sua blusa para os caras da academia?

Oh mon pais, mon pais oh Toulouse, toulouse Oh, ma ville où as tu mis ton accent Oh mon pais, mon pais oh Toulouse, toulouse

Oh meu país, meu país oh Toulouse, toulouse Oh, minha cidade, onde você pôs o seu sotaque? Oh meu país, meu país oh Toulouse, Toulouse

Oh ce n'est qu'une petite larme en passant

Oh, é só uma pequena lágrima rolando

Je voudais voir à Toulouse, rue des femmes aux bras levés Que mon petit coin épouse, la tradition du pavé Ici elle recèle et cogne La castagne de 5% Qu'elle à le goût de Catalogne et de la harrisa

Eu queria ver em Toulouse, rua de mulheres com braços elevados Que meu cantinho abraça, a tradição do asfalto Aqui ela se esconde e murra A briga em 5% porque ela tem o sabor da Catalunha e da Harissa

Au passage j'ai le clame, Sur la plus belle avenue Avoir le prénom de la femme, du soldat inconnu

De passagem tenho o clamor, Na avenida mais bela ter o nome da mulher do soldado desconhecido (refrão)

(refrão) La déclarer ville verte, pour maritie et gilberte Et qu'il chrétien ou pas chrétien, pour le pôle Sébastien À babacar et Fabela, aux des favellas Lors souhaiter la bienvenue, rue des promesses tenues La déclarer terre d'asile, il suffit d'oser Aux amours qu'ils soient ou pas de sexes opposés

Declará-la cidade verde, para Maritie e Gilbert E seja cristão ou não, para o papa Sebastian Para Babacar e Fabela, para as favelas Para recebê-los na rua das promessas feitas Declará-la terra do asilo, basta ousar Aos amores, sejam eles do sexo oposto ou não

(refrão)

Eu quero ouvir de novo Os ódios que são moldados Mas como asas, eles voaram... Oh meu país

Je veux entendre à nouveaux Les haines qui sont moulés Mais comme des ailes, ils se sont envolés Oh mon pais Canção: Zebda - L'accent tué Composição: Hakim Amokrane, Joel Saurin, Magyd Cherfi / Remi Sanchez, Mustapha Amokrane Album: Comme Des Cherokees, Universal Music, 2014. fonte: spotify acesso em: out. 2021

(refrão)

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O intuito com a comparação entre as duas canções é o de ilustrar a mudança sociocultural da cidade na segunda metade do século XX e nas primeiras décadas do século XXI, salientando o fato de que a essência social de Toulouse ainda faz parte da base cultural da cidade, apesar das transformações mais recentes. Toulouse segue sendo uma cidade de grande relevância para a produção artística (institucional e popular), cuja população, escorada em sua história de grandes repressões e consequentes resistências, não tem receio de se expressar. Segue havendo na cidade um espírito de luta pela justiça e pela tolerância. A memória e os afetos, formam aqui uma importante base para que a essência da cidade continue sendo apreendida e transmitida às novas gerações de toulousanos, sejam eles nativos ou não.

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LINHA DO TEMPO:

LINHA LINHA DODO TEMPO: TEMPO:O DESENVOLVIMENTO O DESENVOLVIMENTO DE DE TOULOUSE TOULOUSE

DESENVOLVIMENTO URBANO DE TOULOUSE

2003 à2003 nos jours 1980 - 1980 2003 - 2003 1830 - 1830 1920 - 1920 1920 - 1920 1950 - 1950 1950 - 1950 1980 - 1980 à nos jours Novos bairros coletiva coletiva horizontal: Sem desenvolvimento Sem desenvolvimento industrialindustrial A suburbanização A suburbanização acelera aacelera a Habitação Habitação coletiva coletiva vertical: vertical: Habitação Habitação horizontal: Novos de bairros de arquitetura contemporânea/planos Expansão urbana urbana significativo significativo expansão expansão urbana urbana grandes grandes conjuntos conjuntos habitacionais habitacionais Expansão arquitetura contemporânea/planos urbanísticos de adensamento e urbanísticos de adensamento e globalização da cidade economicamente • Toulouse • Toulouse é uma cidade-feira, é uma cidade-feira,• Integração • Integração de váriosdenúcleos vários núcleos de •de Criação • Criação dos grandes dos grandes bairros bairros • Um período • Um período economicamente globalização da cidade própero própero marcadomarcado por arquiteturas com pequenas com pequenas manufaturas. manufaturas. vilarejo dentro vilarejoda dentro cidade daecidade e periféricos periféricos de conjuntos de conjuntos por arquiteturas • A partir• de 2003,deo2003, aparecimento regionaisregionais onde onde • A cidade • Arecebe cidadeuma recebe onda uma deonda de o surgimento o surgimento de moradias de moradias habitacionais habitacionais como Mirail comoe Mirail e com inspirações com inspirações A partir o aparecimento um estilo deestilo de a culturaaconstrutiva do tijolodo e tijolo ede novosdebairros novos em bairros em um emigrantes emigrantes e imigrantes, e imigrantes, que que suburbanas. suburbanas. Empalot.Empalot. cultura construtiva contemporânea comum comum da telhada sãotelha honrados. Poucos Poucosarquitetura provocam provocam um enorme um enorme aumentoaumento na • Toulouse na • Toulouse foi pouco foiafetada pouco afetada pelos pelos • Criação • Criação de diques deque diques permitem que permitem são honrados. arquitetura contemporânea à outrosàpaíses da de qualidade, fenômeno densidade densidade demográfica demográfica da cidade. da cidade. bombardeios bombardeios da Segunda da Segunda Guerra Guerra a urbanização a urbanização densa aodensa longoaodolongomateriais do materiais de qualidade, fenômeno outrosdesenvolvidos países desenvolvidos da Euripa (Andromède, Borderouge II, “copia-cola” que banaliza • Os subúrbios • Os subúrbios se espalham se espalham Mundial.Mundial. No período No período do pós- do pós- Garona.Garona. “copia-cola” que banaliza Euripa (Andromède, Borderouge II, da cidade das e das Balma...)Balma...) ao longoaodas longo vias das principais. vias principais. guerra, aguerra, cidadeafoi cidade escolhida foi escolhida• Abandono • Abandono do bonde: do obonde: carro o carro as fachadas as fachadas daecidade de governo municipalidades periféricas Nascimento Nascimento para se tornar para seuma tornar dasuma metrópoles das metrópoles ocupa aocupa cidade. a cidade. municipalidades periféricas • 2014:•mudança 2014: mudança de governo municipal. Desenvolvimento massivo massivo de um centro de umperiférico. centro periférico. Surgimento Surgimento equilibradoras equilibradoras do país. do país. • Início da • Início indústria da indústria aeronáutica aeronáutica de • de • Desenvolvimento municipal. dos projetos de dos subúrbios mais afastados. • Proposta dos projetos de da segunda da segunda geraçãogeração das das • Estabelecimento • Estabelecimento da aeronáutica da aeronáutica grande escala, grande desenvolvimento escala, desenvolvimento dos subúrbios mais afastados.• Proposta reestruturação urbanística e PrimeirasPrimeiras disfunções: problemas “toulousaines”: “toulousaines”: casas modestas casas modestas da que da maisque tarde mais se tarde tornaria se tornaria uma umade verdadeiros de verdadeiros bairros suburbanos bairros suburbanos disfunções: problemas reestruturação urbanística e imobiliária dos bairros Bonnefoy falta de falta vida local imobiliária dos de bairros de Bonnefoy população população da classedatrabalhadora. classe trabalhadora. importante importante alavancaalavanca importante importante próximospróximos ao centro aoda centro cidade daecidade de e locomoção, de locomoção, de vida local (TESO)e(TESO)e Negreneys. Construção de do tecidodourbano... • Uma urbanização • Uma urbanização espontânea espontânea para o desenvolvimento para o desenvolvimento econômico econômico ligados aos ligados eixosaos históricos eixos históricos de de uniformidade uniformidade tecido urbano... Negreneys. Construção de imóveis de luxo em bairros vias em vias • Consolidação dos grandes se organiza, se organiza, alternando alternando entre casas entre casas da cidade. da cidade. comunicação. comunicação. • Consolidação dos grandes imóveis de luxo em em bairros e pequenas e pequenas habitações habitações coletivas.coletivas. • Intensa•imigração Intensa imigração de refugiados, de refugiados, • Intensa•imigração Intensa imigração malgrebina malgrebina conjuntos conjuntos de habitação de habitação vertical verticalde gentrificação. de gentrificação. • política•intensa expulsão de para para • Os pequenos • Os pequenos núcleos núcleos dos dos principalmente principalmente Espanhóis, Espanhóis, mas mas(região noroeste (região noroeste da Áfricadaque África quecomo “cités”, como convertidas “cités”, convertidas política de intensa de expulsão de coletivoscoletivos e associações a habitação de interesse social, social,moradores, moradores, e associações subúrbios subúrbios se consolidam. se consolidam. tambémtambém vindos de vindos outrosdepaíses outrose países inclui e Marrocos, inclui Marrocos, Argélia eArgélia Tunísia)e Tunísia) a habitação de interesse alojadosalojados em ocupações. contribuindo para a segregação • Primeira • Primeira Guerra Mundial: Guerra Mundial: dobra o dobra departamentos o departamentos da França. da França. decorrente decorrente da independência da independência pós pós contribuindo para a segregação em ocupações. e sociocultural da cidade. número número de operários de operários e aumenta e aumenta a • Melhoras a • Melhoras Significativas Significativas no acesso no acesso guerra das guerra até então das atécolônias então colônias espacialespacial e sociocultural da cidade. produção produção industrialindustrial aos equipamentos aos equipamentos públicospúblicos francesas. francesas. • Começo • Começo dos movimentos dos movimentos municipais, municipais, bem como bemem como redesem deredes de operários operários socialistas socialistas e presença e presença do infraestrutura do infraestrutura básicas urbanas. básicas urbanas. partido socialista partido socialista entre os entre eleitosos eleitos municipais. municipais.

imagem 38: Linha do Tempo do desenvolvimento de Toulouse. fonte: BelvedeR, disponível em: https://www.revue-belveder. org/index.php/chronologie-dune-evolution-urbaine-et-de-sescourants-architecturaux/, tradução nossa.

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imagem 39: Demolição de quateirão no bairro Faubourg Bonnefoy. Fonte: Hans Lucas.

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REPRESSÃO

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2.1 repressão pela (re)construção Como exposto no último capítulo, com a gradual mudança no poder político da cidade, a última década está sendo marcada, como na maioria das capitais do planeta, por políticas de privatização, expulsão e o impulsionamento dos setores econômicos ligados aos bens imobiliários. O setor imobiliário da economia foi um dos únicos que não somente resistiu como obteve uma alta em sua atividade durante a pandemia do Covid-19. Segundo a publicação do periódico 20 minutes22, de março de 2021, o preço do m2 em Toulouse no ano de 2020 aumentou em 10%, contra 2% em Bordeaux, capital da região da NouvelleAquitaine. O aumento crescente no preço dos imóveis da cidade não a torna apenas cada vez mais cara, e portanto inacessível, como também contribui para que bairros populares adjacentes ao centro sejam compreendidos como oportunidades econômicas importantes.

imagem 40: Serigrafia da exposição “quartier en guerre” (bairro em guerra). Fonte: Atelier la Turbine. imagem 42: Serigrafia da exposição “quartier en guerre21” (bairro em guerra), com os dizeres “quando nós teremos um movimento que conserte as pessoas da mesma forma que os imóveis?“. fonte: Atelier la Turbine.

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O processo de gentrificação já atingiu de maneira devastadora todos os ex-bairros populares do centro expandido da cidade. Porém, nos últimos anos o foco das empreiteiras, que trabalham em parceria com o governo, se vira para os bairros populares mais afastados. Bairros historicamente operários e de grandes complexos de habitação popular. Esse é um processo comum e conhecido, como pontua Engels, em 1872: Em certas áreas, sobretudo nas que ficam nas proximidades do centro, o desenvolvimento das grandes cidades modernas atribui à terra um valor artificial e abusivo que aumenta continuamente; os edifícios nelas construídos diminuem esse valor em vez de aumentá-lo, pois eles já não atendem às novas circunstâncias. São derrubados e substituídos por outros. Isso acontece particularmente com as casas dos trabalhadores, que ficam nas adjacências do centro e cujos aluguéis, mesmo com o aumento do número de pessoas que nelas vivem, têm um limite de aumento que não pode ser ultrapassado. O resultado desse processo é que são derrubadas e, em seu lugar, surgem lojas, casas comerciais de diversos tipos e edifícios públicos (apud HARVEY, 2014, p. 52)

É igualmente evidente que os processos gentrificadores se dão em uma ordem preestabelecida, começando pelos territórios que se encontram próximos aos centros já gentrificados. Dessa forma, os primeiros projetos urbanísticos de transformação dos aglomerados populares de Toulouse são propostos nos territórios que se encontram ou “ilhados” em meio a um tecido urbano já transformado e saturado, ou nas adjacências imediatas desses tecidos, como são os casos da Cité Bleue, de Negreneys e do Projeto “Toulouse Euro-Sud-Ouest” (TESO) no Faubourg Bonnefoy, que serão expostos nos seguintes subcapítulos.

imagem 41: Serigrafia da exposição “quartier en guerre” (bairro em guerra). Fonte: Atelier la Turbine.

21. exposição promovida pelo Atelier la Turbine, no Faubourg Bonnefoy em 2017, imagens baseadas no livro de quadrinhos de Seth Tobocman.

22. disponível em: https://www.20minutes.fr/toulouse/3001051-20210317-toulousepourquoi-immobilier-enregistre-plus-forte-hausse-prix-depuis-dix-ans

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Outro caso possível é a destruição de imóveis de médio padrão (ou de grandes equipamentos públicos em desuso) para a construção de edificações de luxo em bairros que já passaram por um ou mais processos de gentrificação. Nessa circunstância, a oportunidade econômica está em, após já ter havido uma considerável mudança no nível social do bairro, apostar no mercado de luxo para restringir o espaço a camadas cada vez mais altas da sociedade. Sendo assim, são geradas não somente novas demandas imobiliárias no próprio bairro, como também em outros bairros em processo de gentrificação, por conta da população que será expulsa.

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Esse é o caso do projeto imobiliário Cour du Dôme ao lado do domo do hospital La Grave, previsto para 202323, que debuta a nova fase de gentrificação do bairro de Saint Cyprien. Em outros tempos, foi um bairro extremamente popular da cidade por conta de sua vulnerabilidade às frequentes enchentes do rio Garona. Também foi o primeiro bairro considerado espanhol, com maioria da população constituída por imigrantes nos anos 1930 (TEULIÈRES, 2010). Hoje, está entre os bairros com metro quadrado mais caro da cidade24, atrás apenas de bairros centrais historicamente burgueses. A seguir, serão analisados com mais detalhes esses três projetos atuais de notável importância para a compreensão do desenvolvimento futuro da cidade. O intuito aqui é demonstrar o papel extremamente repressivo que o urbanismo especulativo pode desempenhar sobre as camadas mais vulneráveis da população, intensificando as diferenças socioeconômicas (já presentes) territorialmente, segregando espaços e impedindo acessos. Sobretudo, ao muitas vezes impossibilitar o viver na cidade, esse tipo de dinâmica impede o simples exercício do ser, portanto também do intrínseco expressar.

imagem 43: mapa da localização dos projetos em Toulouse. fonte: elaboração da autora25

LA GRAVE: COUR DU DÔME O empreendimento, já em construção, está situado atrás do complexo do hospital La Grave, na margem esquerda do rio Garona, no bairro de Saint Cyprien. O antigo edifício do Instituto Claudius Régaud já foi totalmente demolido. A licença de construção no local foi concedida pelo prefeito Jean-Luc Moudenc à empresa Kaufman & Broad, uma das maiores empreiteiras da cidade. O instituto de origem foi um complexo de análise e tratamento de câncer e se instalou em uma nova sede, no complexo do Oncopole, em 2014. Com uma superfície total de 25.000 m2, o projeto proposto prevê quatro edifícios, divididos em: habitações de luxo, um hotel 4 estrelas, moradias populares e cerca de 80 unidades separadas para a habitação social. No térreo, 800 m2 voltados à atividade comercial e no subsolo um estacionamento com 420 vagas.

23. Segundo publicação do Actu Toulouse, de Outubro de 2021, disponível em: https://actu.fr/occitanie/ toulouse_31555/pres-du-monument-le-plus-photographiede-toulouse-s-eleve-une-nouvelle-residence-de-226logements_45341067.html acesso em nov. 2021. 24. segundo matéria do 20 Minutes, de Março de 2021, disponível em: https://www.20minutes.fr/toulouse/300105120210317-toulouse-pourquoi-immobilier-enregistre-plusforte-hausse-prix-depuis-dix-ans acesso em nov. 2021

A associação Les Toulousains de Toulouse, com apoio do comitê de bairro Saint Cyprien Quartier libre, entrou na justiça contra a construção do complexo26. Contudo, as mobilizações por parte das coletividades do bairro não impediram o início da obra. Uma das principais críticas ao empreendimento é o fato de o imóvel estar imediatamente atrás do maior cartão postal da cidade: a cúpula do hospital La Grave, o que desconfiguraria sua silhueta estabelecida. Ademais, as coletividades bem como a associação Droits au Logement27 (DAL 31), apontam para o fato de o local ter sido historicamente ocupado por um equipamento público de acolhida, ao passo que o novo projeto indica resultar no contrário: uma mega estrutura privada com potencial homogeneizador e de exclusão. 25. mapa elaborado a partir de dados georreferenciados da Data Toulouse Métropole disponíveis em: https://data.toulousemetropole.fr/pages/accueilv3/ e disponíveis no laboratório da École Nationale Supérieure d'Architecture de Toulouse (ENSA).

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Esse tipo de projeto impermeabiliza uma grande área da cidade, em detrimento dos pequenos e heterogêneos elementos que enriquecem o tecido urbano, como pequenas praças, ruas, comércios, mercados, etc. Segundo a socióloga Saskia Sassen, em sua fala no fórum “Fronteiras do Pensamento”28 em Porto Alegre, é justamente nesses espaços que a população desprovida de poder é capaz de criar vínculos humanos e urbanos. São esses os espaços que favorecem as coletividades, a troca, o exercício da cidadania. A partir do momento que a municipalidade passa a investir na construção de megaprojetos como este, ela atravessa um processo de que Sassen (2015) chama de “desurbanização do espaço urbano”, onde os ambientes construídos só podem ser ocupados pelos indivíduos que detém o poder na sociedade, reforçando o individualismo no exercício da vida, em detrimento às ações colaborativas. imagem 44: Projeto Cour du Dôme, sala apartamento duplex. fonte: Kaufman Broad

imagem 46: demolição do edifício do Instituto Claudius Régaud. fonte: Actu Toulouse

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imagem 45: Cour du Dôme, vista da ponte Saint Pierre. fonte: Kaufman Broad 26. de acordo com publicação do Actu Toulouse, de Novembro de 2020, disponível em: https://actu.fr/occitanie/ toulouse_31555/l-image-carte-postale-de-toulouse-defiguree-le-projet-immobilier-de-la-grave-devant-lajustice_37427062.html acesso em nov. 2021 27. direito à moradia 28. fala disponível em: https://www.fronteiras.com/videos/conferencistas/saskia-sassen/pagina/

imagem 47: vista da cúpula da Grave e demolição do edifício do Instituto Claudius Régaud. fonte: Actu Toulouse


escritório habitação comércio, serviços e lazer Estação multimodal

um projeto de metro linha A e conexão com a futura linha TGV

no coração da metrópole

TESO: FAUBOURG BONNEFOY Talvez seja este o projeto atual em curso de execução que mais tenha repercutido em revolta e resistência por parte da população de Toulouse. Os coletivos e associações militantes do bairro do Faubourg Bonnefoy, com a participação novamente do DAL 31, se organizam desde 2017, quando o projeto foi publicado ainda com o título “Toulouse Euro-Sud-Ouest” (TESO). Recentemente, o projeto foi renomeado “Grand Matabiau”, empregando o nome da estação de trem da cidade.

hoje, mais de

habitantes afetados

imagem 48: Diagrama do projeto Grand Matabiau. fonte: Toulouse Grand Matabiau. tradução nossa

O bairro do Faubourg Bonnefoy se situa imediatamente ao norte da principal estação de trem da cidade, Gare Matabiau, porta de chegada em Toulouse. Na origem de sua urbanização no começo do século XX, o bairro foi concebido para a moradia dos operários implicados na construção da linha férrea e os funcionários da SNCF29, bem como condutores, cobradores e equipes de bordo (TEULIÈRES, 2010). Hoje é um bairro popular em vias de transformação.

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O projeto Grand Matabiau se apoia na chegada da linha trem de alta velocidade TGV em Toulouse, prevista para 2024. Atualmente, a linha rápida faz o trajeto Paris - Bordeaux, seguindo o resto do caminho (Bordeaux - Toulouse) em velocidade comum. A chegada do TGV à Toulouse já é portadora de diversas mudanças por si só, encurtando em 1h00 a distância à Paris, que passa de 4h10 de viagem para 3h1030. Ademais, esse evento aporta à cidade um interesse financeiro de grandes proporções e, principalmente, transformações no custo de vida, a exemplo de outras cidades francesas que, após a chegada do TGV, obtiveram aumentos extremos no custo da moradia e da mercadoria. As principais diretrizes do projeto, de acordo com a prefeitura na publicação original31, são: a criação de um polo intermodal na estação Matabiau, a construção e consolidação de um grande bairro de negócios, o redimensionamento do centro da cidade, assim como o desenvolvimento e revitalização do bairro. São citadas também o aumento da “atratividade” do bairro e o desejo de içar Toulouse a uma posição entre as “mais dinâmicas metrópoles europeias”. Muito sinteticamente, o projeto prevê 300.000 m² de escritórios e 50.000 m² de área comercial e entorno com 2.000 moradias, sobre uma área de 135 hectares. Além do projeto arquitetônico que coroa toda a operação urbana: a Torre Occitânia, edifício de luxo, com 150m de altura, em uma cidade e vizinhança de incontestável baixo gabarito.

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imagem 49: Diagrama do projeto Grand Matabiau. fonte: Toulouse Grand Matabiau. tradução nossa

Um edifíciocidade para morar, trabalhar e consumir

Um Bar/lounge andar 38 Um restaurante panorâmico. andar 37

Habitação: 10.000m2 100 a 120 apartamento de luxo andares 21 a 36

pisos técnicos

Escritórios: 11.000m3 18 andares de 650 a 800m2 divisíveis andares 1 a 18

Hotel Hilton 4 estrelas 6000m2 (andares 1 a 7)

29. Société Nationale des Chemins de fer Français: empresa ferroviária estatal francesa. 30. segundo Ouest France, disponível em: https://www.ouest-france.fr/economie/transports/train/lgvbordeaux-toulouse-le-conseil-d-etat-donne-son-feu-vert-et-leve-le-dernier-obstacle-6ce193de-2059-11ecaeab-7e1fbac55cd7 acesso em nov. 2021 31. disponível em: www.toulouse-grandmatabiau.fr/sites/default/files/plaquette_du_projet_toulouse_ eurosudouest.pdf acesso em nov. 2021

Sede SNCF: 1500m2 Área comercial: 2000m2

imagem 50: Programa Torre Occitânia. fonte: Compagnie Phalsbourg. tradução nossa


As críticas em relação ao plano, por parte de coletivos e moradores do bairro, são evidentes e inúmeras: gentrificação premeditada, especulação imobiliária, expulsão da população originária, destruição de patrimônio histórico, negligência com os moradores. Essas críticas estão disponíveis no manifesto “ANTI-TESO” publicado pelo site de mesmo nome32, ferramenta de organização de ações e informações em oposição ao “Grand Matabiau”. O manifesto declara: “nous sommes la ville” (nós somos a cidade), e finaliza expondo as incoerências do projeto, que intenciona construir centenas de milhares de m2 de escritórios quando a cidade já dispõe de milhares de escritórios vazios (fenômeno intensificado pela covid-19); o mesmo ocorre com a quantidade de comércio e habitações propostas, que serão edificadas sobre o destroços de milhares de habitações e negócios de pequenos comerciantes locais existentes.

imagem 52: “não deixemos os ricos brincar com as nossas vidas”. fonte: Anti Teso

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imagem 53: Manifestações pelo bairro. fonte: Anti 61 Teso

1. “Democracia de papelão por um bairro em concreto!” 2. ”Queremos decidir, não ser consultades!” 3. “O projeto de vocês gangrena nosso bairro!”

imagem 51: retroescavadora com o nome da empresa: “futuro desconstruções” fonte: Collectif Auto Média énervé.

3 32. disponível em: https://antiteso.noblogs.org/files/2019/05/TRACT-ANTITESO-3.pdf

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4. “Deixar apodrecer para melhor destruir.”


CITÉ BLEUE DE NEGRENEYS O complexo habitacional de Negreneys, apelidado carinhosamente de Cité Bleue, foi inaugurado em 1957 e fez parte do processo de expansão das estruturas de moradia social da Toulouse pós-guerra. A residência conta com 408 apartamentos e abriga, aproximadamente, 1200 habitantes. O conjunto se encontra entre os bairros de Minimes e Bonnefoy, sendo o primeiro um bairro já profundamente avançado em seu processo de gentrificação e o segundo, o bairro foco da operação urbana Grand Matabiau.

imagem 55: o conjunto hoje. fonte: Toulouse Métropole Habitat

Segundo documento redigido pelo Collectif Cité Bleue33, os habitantes foram comunicados pela prefeitura em Outubro de 2020 que parte da edificação seria demolida, concedendo apenas 7 meses para que as famílias encontrassem novos alojamentos e deixassem o local. Ainda segundo o documento, o órgão Toulouse Métropole Habitat pôs à disposição agentes encarregados de realojar as famílias, que por sua vez têm direito a recusar apenas três propostas por eles apresentadas. As associações ANC (Association Negreneys-Curie) e Tous Acteurs, que atuam há anos no local, também foram expulsas de suas sedes e realocadas em estruturas provisórias, mais afastadas dos habitantes por elas amparados.

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Em troca, o projeto promete amenizar o problema da falta de diversidade social no complexo, (que conta com por volta de 40% dos habitantes abaixo da faixa da pobreza34), revitalizando a estrutura assim como o bairro à sua volta. As diretrizes são muito similares às do projeto analisado anteriormente: melhorar a imagem do bairro, tornar o bairro mais atrativo, criar um núcleo urbano de comércio, favorecer a criação de habitações sob demanda, valorizar o conjunto com um espaço verde, securitizar a área tornando-a mais facilmente penetrável. A lista continua repleta de verbos de ação valorativa.

imagem 54: Vista da esquina: Cité Bleue, no bairro de Negreneys, norte de Toulouse. fonte: Actu Toulouse

imagem 56: Em laranja, o projeto volumétrico dos novos edifícios, em cinza, o que se mantém da edificação original. fonte: Toulouse Métropole Habitat

Evidentemente, a população, o coletivo e as associações se posicionam radicalmente contra o projeto e se mobilizam em combate a sua efetiva realização, afirmando que a proposta nada mais é do que “uma ação violenta de caça contra os bairros populares da cidade”. Segundo a emissão “Cité Bleue en colère” (cité bleue em revolta) do dia 12 de julho de 2021, na rádio Canal Sud, os habitantes estão sendo gradualmente mais pressionados para sair de seus apartamentos e se preocupam em não aceitar as propostas da Toulouse Métropole Habitat, por medo de acabarem desalojados. Mesmo que não lhes pareça justo ou ideal para suas situações, uma grande parcela aceita, sem muita opção, se realocar em bairros ainda mais periféricos. O projeto prevê 160 demolições, 248 apartamentos conservados, 88 novas unidades habitacionais e 450 m2 de comércio. De fato, é incontestável ser uma escolha política forte destruir muitas habitações para reconstruir poucas. A qualidade de vida urbana tornou-se uma mercadoria, assim como a própria cidade, num mundo onde o consumismo, o turismo e a indústria da cultura e do conhecimento se tornaram os principais aspectos da economia política urbana. A tendência pós-moderna de encorajar a formação de nichos de mercado – tanto hábitos de consumo quanto formas culturais – envolve a experiência urbana contemporânea com uma aura de liberdade de escolha, desde que se tenha dinheiro. (HARVEY, 2012, p. 46) 33. disponível em: https://twitter.com/cametoulouse/status/1382980747259154432/photo/3 34. Actu Toulouse, Abril de 2021, disponível em: https://actu.fr/occitanie/toulouse_31555/toulouse-dans-l-anciennecite-des-dealers-de-cocaine-trois-barres-d-immeubles-vont-etre-rasees_40976620.htm

63


É notável o esforço feito pela Toulouse Métropole Habitat para apresentar os projetos como positivos e vantajosos para a população. Em todos os projetos analisados há a premissa: demonstrar preocupação com os habitantes e resolver problemas urgentes para o bom desenvolvimento da cidade. A cidade como mercadoria excludente se esconde atrás de discursos e aparências. Como salienta Harvey (2012) imageticamente na citação acima, essa “aura de liberdade de escolha” está presente apenas no senso comum, ao passo que na prática os únicos aptos a usufruir de tal liberdade são os detentores do capital, ou seja, do poder.

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imagem 57: Cartaz “expulsos para ir para onde?”. fonte: Camé Toulouse imagem 58: Mobilização dos habitantes, fonte: La Dépêche

REDE REPRESSIVA DE AUTO REPRESSÃO O intuito desta análise, dividida em três projetos contemporâneos chave, é demonstrar que a demolição e destruição do bleu bleu não é um caso isolado em Toulouse. Efetivamente, nenhum desses projetos é singular, ao contrário: fazem parte de uma estratégia ativa de reestruturação da metrópole por meio da reestruturação dos bairros populares. Estratégia esta que, como na maioria das metrópoles mundiais, dispõe de ferramentas de renovação para produzir uma dinâmica urbana cada vez mais repressora, privada, exclusiva. É uma lógica de construção urbana que age a imenso favor de poucos, em detrimento de muitos, como espelho do enraizado sistema capitalista que nos rege. Paradoxalmente, como aponta Harvey (2014), são exatamente as características heterogêneas, típicas e particulares a cada sítio, que tornam as metrópoles europeias atrativas e interessantes para o consumidor. Ao reprimir e destruir as dinâmicas inaugurais e substituí-las por respostas prontas e uniformes globalmente, o resultado é a ultra higienização da cidade que se transforma em uma espécie de parque temático, abandonando algumas de suas características economicamente atrativas. Ou seja, quando essa rede de projetos repressores e reestruturadores, comuns às maiores cidades do mundo, destrói o que as torna especiais em nome do desenvolvimento e da valorização econômica, as cidades terminam, a longo prazo, economicamente prejudicadas.

65


2.2 repressão pela expulsão Para finalizar o segundo capítulo deste trabalho, deseja-se deslocar o foco para um outro tipo de repressão territorial de comum ocorrência, principalmente nos últimos dois anos em Toulouse. A repressão pela expulsão já foi retratada, em partes, precedentemente nas análises dos projetos da Cité Bleue e Grand Matabiau. Contudo, o intuito deste subcapítulo é destacar o caso das associações e coletivos, que são eventualmente originados ou sediados em imóveis ocupados (squats). Foi frequente, no começo dos anos 2000 em Toulouse35, que a permissão de permanência nesses locais tenha sido concedida às associações. Outra opção era o reposicionamento dessas estruturas em outros imóveis vagos desapropriados pela prefeitura. No entanto, presentemente pode-se observar uma intensificação na expulsão desses coletivos, mesmo que fossem já instituições reputadas e fizessem parte integrante da cena de cultura popular da cidade. Dando seguimento a isso, será apresentado um caso específico, o do coletivo Mix’art Myxrys, que permitirá a compreensão e reflexão acerca das causas desse fenômeno.

Um projeto-lugar de oficinas e residências artísticas organizado como um coletivo auto-gerenciado em Toulouse. Criado em 1995, o projeto tem sido moldado por aqueles que nele vivem e trabalham, com uma ação em continuidade: experimentando a democracia direta e a tomada de decisão coletiva, o compromisso do artista com sua ferramenta de produção, com seu contexto de criação e difusão, a fim de garantir que a arte, o artista, o espectador e o habitante tenham um contexto fértil de liberdade. (MIX’ART MYRYS, 2020)

O espaço cultural nasceu na ocupação de uma fábrica de sapatos, Myrys Chaussures, vazia no bairro de Patte D’oie, contudo, sua sede foi deslocada múltiplas vezes. Por alguns anos, ocuparam o abandonado edifício da antiga Prefeitura, na rua de Metz, centro de Toulouse. Segundo La Dépêche37, em 2005, por pressões da primeira municipalidade de Jean-Luc Moudenc, fixaram-se em um hangar de 10 mil m2 no bairro de Ponts-Jumeaux. Ali, se estabeleceram física e conceitualmente, protagonizando a cena da cultura popular da cidade por quase duas décadas.

ESPETÁCULO VIVO SHOWS

ESPAÇO HACKER

Apresenta-se um exemplo, diretamente relacionado ao caso do bleu bleu: a expulsão do coletivo artístico Mix’art Myrys de sua última sede. O coletivo se auto apresenta, segundo seu site oficial36, como:

MÚSICA

ARTISTAS PLÁSTICOS

36. disponível em: https://vive.mixart-myrys.org/a-propos-de/ 37. disponível em: https://www.ladepeche.fr/2021/01/29/la-metropole-impute-a-mixart-myrysquinze-ans-dechec-du-dialogue-9340284.php

ESPETÁCULO VIVO

SERIGRAFIA

imagem 60: Planta esquemática da sede do coletivo fonte: Mixart Myrys. tradução nossa. 35. fonte: IAATA disponível em: https://iaata.info/Comment-ouvrir-un-squat-en-5-etapes-4421.html

ESPETÁCULO VIVO

ESPAÇO MULTIUSO

GALERIA

66

imagem 59: Vista do hangar sede do Mixart Myrys. fonte: Mixart Myrys

CONSTRUÇÃO

MIX’ART MYRYS

67


Em janeiro de 2021, uma comissão de segurança da prefeitura visitou o local sem aviso prévio e deu a ordem de fechamento38. Desde então, o coletivo carece de um local físico e está sendo acolhido por outras associações temporariamente. Evidentemente, houve diversos protestos, publicações, emissões e projetos artísticos contra a ação da prefeitura, sempre com o apoio do coletivo DAL. Todas as ações propostas receberam o apoio de uma imensa porcentagem da população municipal e nacional. O coletivo reivindica que, no mínimo, os artistas possam ter acesso novamente a seus ateliês e moradias e pontua a falta de esforço de comunicação por parte da prefeitura, que se recusa a marcar uma reunião presencial.

O coletivo também se posicionou contra a destruição do bleu bleu e, mesmo após sua própria expulsão, editou e publicou a reportagem ilustrada de Sophie Bacquié e Bérangère Cagnat “au pays du bleu bleu”, usada como referência conceitual e visual para o primeiro capítulo deste trabalho. É clara a ligação entre esses dois casos de destruição e expulsão, por mais que as circunstâncias tenham sido distintas: foram espaços de liberdade e encontro, essencialmente militantes, que permitiam a expressão colaborativa e disruptiva e, portanto, foram arrasados pela municipalidade sem espaço para o diálogo. Também fica claro que esses atos de extermínio fazem parte do mesmo programa estatal “pelo desenvolvimento” que propôs os projetos violentamente repressivos apresentados nos subcapítulos anteriores. Observa-se, assim, a aversão que tem o poder econômico contemporâneo aos espaços populares, como coletivos, ocupações, associações, que agem nas frestas do poder do capital, pela expressão contínua da liberdade.

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imagem 61: cartaz em manifestação no centro de Toulouse: “mix’art myrys viverá” fonte: Myxart Myrys imagem 62: cartazes em manifestação “apoio ao mix’art myrys” e “por que matar a cultura?”. Fonte: TV Bruits

Contudo, tanto Harvey (2014) quanto Peixoto (2002) pertinentemente afirmam que associações e coletivos culturais, paradoxalmente, podem trabalhar a favor dos sistemas do capitalismo gentrificador. Estes últimos investem em galerias, coletivos de arte, espaços associativos, sempre em bairros em processo de gentrificação, com o intuito de estimular a vida cultural de certas áreas, modificando aos poucos a população de frequentação e tornando esses territórios mais atrativos. Isso explicaria também o motivo pelo qual o Estado expulsa essas mesmas estruturas de seus imóveis depois de havê-las acolhido e subsidiado: após reconhecimento da alta taxa de atratividade dos bairros, os coletivos são menos úteis economicamente do que o benefício de dispor de mais um valioso terreno em um bairro em ascensão. “As novas instituições culturais não são organismos de produção e fomento, mas de apropriação. São predatórias: piratas culturais que tomam tudo como coisa passível de incorporação para fins de valorização e marketing.” (PEIXOTO, 2002, p.34) Usando como base a citação de Peixoto na fotonovela “As Máquinas de Guerra contra os aparelhos de captura”, reforça-se o papel apropriador das instituições formais na capitalização da cultura. Sendo assim, a preservação e o fomento à cultura popular são muito importantes. Não só por ser o cerne da expressão do oprimido, mas principalmente por manter viva a narrativa plural. É necessário que assim o seja, do contrário, o poder hegemônico do capital que de tudo se apropria seria o exclusivo contador de histórias. Acredita-se que toda opressão resulta em uma resistência, que nada mais é do que também uma forma de expressão. Essa é a premissa deste trabalho. Porém existe um limite. Não há o que resista infinitamente, em algum momento algum dos lados cede. É aí que reside a relevância da rede associativa, que estimula a produção e a difusão da cultura e da educação popular, realizando ativamente a manutenção do sistema resistivo e, portanto, expressivo comum.

38. Segundo Myx’art Myrys, Disponível em: https://vive.mixart-myrys.org/

69


imagem 63: Teatro Forum em evento da associação École Citoyenne. fonte: École Citoyenne

70

RESISTÊNCIA

71


3.1 a rede associativa de Toulouse

ASSOCIAR-SE É COOPERAR, É (RE)EXISTIR

Após as considerações feitas em relação às repressões urbanísticas que agem sobre as populações, pode-se concluir que o poder (lê-se o poder econômico, o estado, a norma) age principalmente contra as estruturas que facilitam a expressão dos indivíduos em grupo. Agem pelo desmantelamento de uma urbanidade heterogênea, abundante e, sobretudo, pública. A identificação dos seres humanos como interdependentes e co-habitantes é necessária para a criação de processos transformadores da realidade na qual vivemos. É de exímia importância também que os coletivos culturais da cidade não apenas possam como reconheçam a necessidade de colaborar uns com os outros, sem necessariamente precisar estar dentro da mesma linha ideológica ou sociocultural. É a partir dessa troca, primeiro em grupos mais homogêneos culturalmente e em um segundo momento, dentro de uma comunidade mais ampla, que se nutrem as forças de ação, resistência e transformação.

72

Desse modo, acredita-se que a discussão sobre as estruturas de resistência presentes na cidade deve repousar seu foco sobre a vida associativa toulousana. É papel das associações, nesse específico caso, a mediação entre as camadas populares e oprimidas da sociedade e o exercício da vida expressiva e cidadã. São elas que promovem a acessibilidade (e quase sempre gratuidade) da cultura popular e institucional, mantêm eventos que propiciam os encontros, estimulam a cooperação e realizam trabalhos de acompanhamento e inclusão. “A história provém, por vezes também, de associações e atores no terreno que trabalham sob uma ótica intercultural, de luta contra as discriminações e de construção da cidadania.” (TEULIÈRES, 2010, p.160, tradução nossa) As associações ocupam um espaço entre a vida produtiva dos indivíduos em um mundo capitalista e a vida expressiva e colaborativa inata ao ser humano. É nesse espaço, aberto a todos, que repousam e se constituem memórias afetivas de uma esfera expressiva e resistente. Constitui-se portanto uma indispensável e diversa rede, que atua sobre (e entre) a cidade. Algumas delas, que serão aqui listadas já foram citadas ao longo deste trabalho, levando em consideração ser impossível citar seus locais de atuação sem citá-las como parte integrante de suas existências.

73

imagem 64: A expressão envolta pela resistência. fonte: compilação da autora39

Na França, uma associação (popularmente chamadas de assoce, ou asso) é um grupo de voluntários organizados em torno de um projeto/ação em comum, sem fins lucrativos40. As associações podem atuar em diversas frentes, como esporte, saúde, cultura, educação, alimentação, etc. Existem associações simples, que devem apenas obter um status jurídico e não podem acumular patrimônio nem receber subvenções. Já as associações declaradas, tendo status de pessoa jurídica, poderão acumular patrimônio e ter projetos financiados pelo estado ou por outros parceiros. Certas associações, que são reconhecidas como de utilidade pública, recebem mais ajuda do estado e em contrapartida têm mais deveres para com seus projetos sociais e com seus relatórios financeiros. É comum que as associações mais estabelecidas tenham pelo menos dois assalariados fixos além de voluntários, aderentes e parceiros.

39. Montagem elaborada a partir de imagens de Squat Net, IAATA e Myxart Myrys. diponível em: squat.net, iaata.info e mixart-myrys.org 40. segundo o site oficial das associações do Governo Francês. disponível em: https://www. associations.gouv.fr/les-associations-en-france.html


Segundo relatório de 2019 do institut national de la jeunesse et de l’éducation populaire41, a França é um país extremamente associativo com mais de 1,3 milhões de associações inscritas no país em 2017 e um quarto das associações francesas atuam na temática da cultura, espetáculos e atividades artísticas. É em uma mistura entre a vida associativa, as ocupações e os coletivos que a cultura popular da cidade se mantém viva. São esses os espaços, entre o formal e o informal, onde predominantemente se desenvolvem as atividades militantes de resistência, luta pela inclusão e valorização de uma cultura mista e heterogênea. O nômade choca-se contra a cidade, espaço estruturado pela moeda, pelo trabalho e pelo capital. Mas a cidade também libera espaços lisos: os terrenos vagos, os vazios criados pela implantação de infraestrutura, os espaços públicos abandonados, os vãos entre as edificações. (PEIXOTO, 2002, p. 12)

74

Segundo a base de dados europeia radar squat42, Toulouse é a cidade francesa que compreende o maior número de ocupações, chamadas squats, e a França é o país com mais ocupações da Europa. Como já mencionado, associações frequentemente são também ocupações que reivindicam a função social dos imóveis vazios e sem função social. A seguinte cartografia mapeia a rede de ocupações/associações da cidade para compreender como estas se posicionam no tecido urbano e quais são suas mais frequentes temáticas de atuação.

41. “Os números chave da vida associativa”. disponível em: https://injep.fr/ wp-content/uploads/2019/07/Chiffres-cles-Vie-associative-2019.pdf 42. disponível em: https://radar.squat.net/en

imagem 65: Reunião do coletivo L’Atelier Idéal na ocasião da legitimidade jurídica da ocupação La Chapelle, mais antiga da França, por ele gerada. fonte: Actu Toulouse

75

imagem 66: Cartaz: “nós continuamos a ocupar seus casarões vazios”. fonte: IAATA


BLEU BLEU MEMÓRIA E (RE)EXISTÊNCIA

Bleu Bleu

Nathália Fontana Arantes 31613861 TFG I - Atividade 3 - Lizete Rubano

BLEU BLEU MEMÓRIA E (RE)EXISTÊNCIA

Nathália Fontana Arantes 31613861 TFG I - Atividade 3 - Lizete Rubano

76

imagem 68: Mapa de ocupações/espaços associativos numerados. fonte: elaboração da autora44

Ocupações de Toulouse

loja gratuita (3) ação/manifestação/campo (23)

crianças (1)

música (11)

conselho/ajuda/burocracia (14)

exposição (9)

encontro (26)

cursos/ateliês (19)

bar/café (4)

refeição (9)

discussão/apresentação (25)

filme (14)

teatro (6)

livraria/biblioteca (10)

festa (4)

trabalhos/manualidades (11)

1.

Journées d’Autodéfense Populaire

24. Squat rue Jacques Babinet

2.

L’Atelier

25. Squat rue Pierre Cazeneuve

3.

L’Atracteuse

26. Tetalab

4.

l’Obs

27.

5.

La Chapelle

28. Action Antifasciste Toulousaine

Toutes En Greve 31

6. La Maison du Peuple

29. Bibliothêque Anarcha-féministe

7.

La Maison Inter-Luttes de Toulouse

30. Bibliothêque Bandura

8.

La Mauvaise Impression

31. Boom Boxe

9.

La PERM 31

32. Caisse d’Autodéfense Juridique Tls.

10. La Turbine

33. CNT 31

11. La Virgule

34. CNT-AIT Toulouse

12. Le Chat Noir

35. Collectif Anti TESO

13. Le Hangar

36. Collectif AutonoMIE Collectif Classe

Ocupações de Toulouse Bleu Bleu loja gratuita (3)

14. Le KIOSK

37.

15. Les jardins du 13 impasse

38. Collectif Russell

cursos/ateliês (19)

16. Les Pavillons Sauvages

39. Collectif Solidarité exilé-e-s 31

discussão/apresentação (25)

17. Local Piquemil

40. Collectif ZAD31

18. Mix’art Myrys

41. CRAS

19. Pum

42. CREA

20. Squat de l’avenue de Fronton

43. Cugnaux

21. Squat de l’Hotel habitation

44. Jardin cité de Fontaine Lestang

22. Squat de la rue Roquelaine

45. Encres Noires

23. Squat de la rue Vélasquez

46. Dirty Boxing Club 47 Défense Collective Toulouse

refeição (9)

filme (14)

teatro (6)

S/ ESCALA

trabalhos/manualidades (11)

24. Squat rue Jacques Babinet

1.

Journées d’Autodéfense Populaire

2.

L’Atelier

3.

L’Atracteuse

4.

l’Obs

discussão/apresentação (25)

5.

La Chapelle

livraria/biblioteca (10)

crianças (1) ação/manifestação/campo (23) 25. Squat rue Pierre Cazeneuve

La Maison Inter-Luttes de Toulouse

8.

La Mauvaise Impression

9.

La PERM 31

música (11)

exposição (9)

encontro (26)

cursos/ateliês (19)

bar/café (4)

refeição (9)

26. Tetalab 27.

Toutes En Greve 31

filme (14)

festaToulousaine (4) 28. Action Antifasciste

teatro (6) trabalhos/manualidades (11)

29. Bibliothêque Anarcha-féministe

1.

Journées d’Autodéfense Populaire 30. Bibliothêque Bandura

24. Squat rue Jacques Babinet

2.

L’Atelier

25. Squat rue Pierre Cazeneuve

3.

L’Atracteuse

4.

l’Obs

5.

La Chapelle

31. Boom Boxe 32. Caisse d’Autodéfense Juridique Tls. 33. CNT 31 34. CNT-AIT Toulouse

26. Tetalab 27.

Toutes En Greve 31

28. Action Antifasciste Toulousaine 29. Bibliothêque Anarcha-féministe

12. Le Chat Noir

6. La Maison du Peuple

13. Le Hangar

7.

La Maison Inter-Luttes de Toulouse 36. Collectif AutonoMIE

30. Bibliothêque Bandura

14. Le KIOSK

8.

La Mauvaise Impression

37.

31. Boom Boxe

15. Les jardins du 13 impasse

9.

La PERM 31

38. Collectif Russell

32. Caisse d’Autodéfense Juridique Tls.

16. Les Pavillons Sauvages

10. La Turbine

39. Collectif Solidarité exilé-e-s 31

33. CNT 31

17. Local Piquemil

11. La Virgule

40. Collectif ZAD31

34. CNT-AIT Toulouse

12. Le Chat Noir

41. CRAS

35. Collectif Anti TESO

18. Mix’art Myrys 19. Pum 20. Squat de l’avenue de Fronton 21. Squat de l’Hotel habitation 22. Squat de la rue Roquelaine 23. Squat de la rue Vélasquez

13. Le Hangar 14. Le KIOSK 15. Les jardins du 13 impasse 16. Les Pavillons Sauvages 17. Local Piquemil

35. Collectif Anti TESO

Collectif Classe

42. CREA 43. Cugnaux 44. Jardin cité de Fontaine Lestang 45. Encres Noires 46. Dirty Boxing Club 47 Défense Collective Toulouse

Os círculos coloridos se relacionam com as cores estabelecidas para cada uso na legenda ao lado e seus tamanhos representam maior ou menor numero de incidência do uso.

loja gratuita (3)

conselho/ajuda/burocracia (14)

6. La Maison du Peuple

11. La Virgule

43. cartografia elaborada a partir de dados georreferenciados da Data Toulouse Métropole disponíveis em: https://data.toulouse-metropole.fr/pages/accueilv3/, do laboratório da École Nationale Supérieure d'Architecture de Toulouse (ENSA) e da base de dados Radar Squat. disponível em: https://radar.squat.net/en

bar/café (4)

Bleu Bleu festa (4)

livraria/biblioteca (10)

10. La Turbine

imagem 67: Mapa de ocupações/espaços associativos. fonte: elaboração da autora43

música (11)

exposição (9) encontro (26) Ocupações de Toulouse

conselho/ajuda/burocracia (14)

7.

S/ ESCALA

crianças (1)

ação/manifestação/campo (23)

36. Collectif AutonoMIE 37.

Collectif Classe

38. Collectif Russell 39. Collectif Solidarité exilé-e-s 31 40. Collectif ZAD31

18. Mix’art Myrys

41. CRAS

19. Pum

42. CREA

20. Squat de l’avenue de Fronton

43. Cugnaux

21. Squat de l’Hotel habitation

44. Jardin cité de Fontaine Lestang

22. Squat de la rue Roquelaine

45. Encres Noires

23. Squat de la rue Vélasquez

46. Dirty Boxing Club 47 Défense Collective Toulouse

77


Percebe-se que elas se encontram principalmente no centro expandido da cidade, também frequentemente nas periferias norte. A maior parte das ocupações listadas age nos eixos “ação/manifestação/campo” e “discussão/apresentação”, relacionando-se com o dado apresentado anteriormente, no qual a cultura configura o maior tema associativo da França. Existe porém, mais uma contradição. Essas associações e ocupações surgem das margens da sociedade, dos espaços livres, e atuam em uma lógica diferente da do capital. Ao mesmo tempo, quando algumas delas passam a ser subsidiadas pelo Estado, convertem-se em dependentes e, portanto, controladas e apropriadas pelo poder público. De alguma maneira, ainda que seja essa uma antagônica forma de existir, essas instituições, muitas vezes são capazes de continuar manifestando projetos e ações coerentes com seus princípios.

DIRETRIZ E RESISTÊNCIA Considera-se de absoluta relevância a força da vida associativa e de cultura popular na cidade de Toulouse. Principalmente essa rede que age entre as camadas, comportandose como um sopro de esperança e acolhimento. Enquanto as ferramentas do capitalismo urbano reforçam a necessidade do individualismo exacerbado, as associações e ocupações, ao contrário, fazem propostas de ações assertivas pela ferramenta da colaboração.

imagem 69: evento cultural “Guinguette d’Été” proposto pela associação École Citoyenne no bairro de Bourbaki. fonte: École Citoyenne

78

Mesmo que essas mesmas associações e coletivos possam, por vezes, contribuir para a valorização financeira de alguns bairros e consequentemente para sua gentrificação e homogeneização, é nelas que reside, paradoxalmente, o potencial de preservar memória e afetos e produzir novas camadas de tradições culturais impulsionadas sempre pelo encontro. Portanto, crê-se pertinente a proposta de uma associação como objeto arquitetônico de ocupação permanente do sítio do bleu bleu, que poderia servir não somente de sede para o coletivo criado a partir da demolição da estrutura original, mas também como ferramenta de (re)existência. Resistência aos movimentos urbanísticos repressivos contínuos, mantendo o uso do espaço livre e coletivo. (Re)existência dos tão caros afetos e memórias dos frequentadores do bleu bleu, possibilitando, porventura, a continuidade dos movimentos de encontro e troca tão especiais que ali se davam. Principalmente, resistência cooperativa, existindo como mais um ponto de apoio na vasta rede associativa da cidade.

3.2 dos afetos ao projeto Para inaugurar o conteúdo projetual, propõe-se uma reaproximação ao mapa de afetos produzido coletivamente a partir de afetos pessoais e apresentado no primeiro capítulo deste trabalho.

TOULOUSE

INTERSECÇÕES afetos // essência // memória

CONEXÃO

rio

arte

bicicleta

ALEGRIA

DIVERSIDADE ACONTECIMENTOS

cultura

COOPERAÇÃO

ACOLHIMENTO

RECEPTIVIDADE 44. cartografia elaborada a partir de dados georreferenciados da Data Toulouse Métropole disponíveis em: https://data.toulousemetropole.fr/pages/accueilv3/, do laboratório da École Nationale Supérieure d'Architecture de Toulouse (ENSA) e da base de dados Radar Squat. disponível em: https://radar.squat.net/en

BLEU BLEU escala humana

ACESSIBILIDADE troca ENCONTRO

LIBERDADE

RELAÇÕES

respeito

RESISTÊNCIA REFÚGIO OCUPAÇÃO DO MEMÓRIA ESPAÇO PÚBLICO RESISTÊNCIA NATUREZA

79


É com base nesta cartografia e, inegavelmente, nos afetos pessoais, que surgem as questões projetuais: como projetar um conjunto de estruturas e elementos que possam manter vivas as dinâmicas observadas? Abaixo, a lista de questões provenientes deste exercício que funcionou como origem, constituindo, portanto, as bases de um partido.

Provém da inquietação oriunda das questões acima as primeiras ações em direção aos objetos arquitetônicos finalizados. Tudo o que foi desenvolvido posteriormente tem direta ligação com cada uma delas. Para complementar a leitura dos aspectos imateriais do território, desenvolveu-se uma pesquisa das condicionantes físicas do mesmo. Apenas com estas duas relevantes dimensões do sítio levadas em consideração é que pode-se definir, de fato, hipóteses e estratégias projetuais.

O TERRITÓRIO: CONDICIONANTES imagem 70: Mapa, contexto de bairro. Fonte: Google Earth

QUESTÕES

7

SERÁ SERÁQUE QUEÉÉPOSSÍVEL POSSÍVELPROJETAR PROJETAR UM UM ESPAÇO ESPAÇO DE DE APOIO APOIO QUE QUE

QUAL A RELAÇÃO DESSE

COMO PROJETAR COM COERÊNCIA UM

PRESERVE PRESERVE A A MEMÓRIA MEMÓRIA EE AS AS

TERRITÓRIO COM A CIDADE?

ESPAÇO DE LIBERDADE E RESISTÊNCIA ?

CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS

DE DE

como é esse transporte?

LIVRE LIVRE

OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO DO DO BLEU BLEU BLEU, BLEU,

QUAIS SÃO AS MEMÓRIAS

SEM SEM CAIR CAIR NA NA ARMADILHA ARMADILHA

QUE HABITAM ESSE ESPAÇO ?

DO DO SIMULACRO, SIMULACRO, NEM NEM DA DA IMPOSIÇÃO IMPOSIÇÃO ESTERILIZADA? ESTERILIZADA?

QUAIS ELEMENTOS DE MEMÓRIA E AFETOS DA POPULAÇÃO SE FAZ

80

IMPORTANTE MANTER E SUSTENTAR?

QUAIS ELEMENTOS PODEM APOIAR OS DIVERSOS ACONTECIMENTOS DE MANEIRA FLEXÍVEL ?

6

1 3

81

O QUE FAZIA DO BLEU BLEU UM

LOCAL ACOLHEDOR? COMO

qual é a relação

com o rio?

TRABALHAR

COM

quais são as maneiras de

5

fortalecer o vínculo com o espaço natural, já existentes

4

na ocupação original ?

UM TERRITÓRIO ALTAMENTE INUNDÁVEL?

QUAL É A LEGISLAÇÃO VIGENTE PARA CONSTRUÇÕES EM ÁREAS INUNDÁVEIS?

2

- intersecções e contrastes entre natureza e edificação QUAIS

OS

MATERIAIS

MAIS

S/ ESCALA

ADEQUADOS. SUSTENTÁVEIS E

E O ZONEAMENTO?

LOCAIS?

Como respeitar a natureza,

MAPA: CONTEXTO DE BAIRRO

a fauna e a flora?

COMO REQUALIFICAR A BEIRA DO RIO PARA O USO E LIVRE OCUPAÇÃO COM A MENOR INTERFERÊNCIA POSSÍVEL?

O lote pertence à prefeitura de Toulouse e fica ao norte do centro histórico e comercial da cidade, no bairro de Sept Deniers. O bairro é essencialmente industrial e pouco denso, principalmente em sua área mais próxima às margens do Garona. Imediatamente em frente ao local, do outro lado do rio, está o município de Blagnac e o Parc des Ramiers (1). O lote é cercado por terrenos não ocupados com edificações ou por grandes galpões soltos nos lotes. Em sua proximidade se encontra o Golf do Garona (2), a Associação Cavalos da Garona (3), um centro comercial focado em esportes radicais (4), uma fábrica de materiais elétricos (5) e a Associação Jardins do Garona (6) de hortas compartilhadas.


EXERCÍCIO DE PARTIDO

TFG I - 1sem. 2021

PLANO DIRETOR: VILLE ROSE VILLE VERTE Ao norte, está o bairro de Ginestous (7), conhecido pela produção agrícola e a pouca INTERSECÇÕES urbanização, ao longo do Garona. À leste é forte a presença industrial. Em Ginestous fica uma importante usina de purificação de água, queafetos produz// gásessência a partir das poluídas //águas memória do rio, bem como a purifica para utilização nas áreas verdes e de plantio de Ginestous e Sept Deniers.

TOULOUSE

BLEU BLEU

PLANO DIRETOR 2019: CIDADE ROSA CIDADE VERDE imagem 72: Complilação de mapas do plano diretor. fonte: Mairie de Toulouse

Ville de Toulouse, Direction Générale Aménagement, Mission Prospective & Stratégie Territoriale Maitrise d’œuvre : Agence d’Urbanisme et d’Aménagement Toulouse aire métropolitaine, Pôle Projet Urbain MARÇO 2019

ALEGRIA

Segundo o plano diretor de Toulouse, para os dois bairros, sobretudo ao longo das margens DIVERSIDADE CONEXÃO escala humana do rio, são traçadas diretrizes para intensificação da fauna, áreas verdes e parques públicos, ACONTECIMENTOS arte assim como é fomentada a produção agrícola.

rio

ACESSIBILIDADE troca bike imagem 71: Mapa, entorno imediato. Fonte: Google Earth COOPERAÇÃO LIBERDADE ENCONTRO RELAÇÕES respeito ACOLHIMENTO

ZONA URBANA A PRESERVAR ZONA URBANA A ACOMPANHAR ZONA URBAINE A REQUALIFICAR ZONA URBAINE À REESTRUTURAR TRAMA VERDE E AZUL ZONA URBAINE DE VOCAÇÃO ECONÔMICA BLEU BLEU

RECEPTIVIDADE

RESISTÊNCIA Durante a Semana Viver Metrópole, ouvimos relatos de diversas pessoas que frequentavam o Bleu Bleu e que vivem em Toulouse. A partir desses relatos sobre suas memórias e afetos, foram mapeadas as palavras mais recorrentes. Fizemos uma intersecção entre os afetos relatados nos dois territórios, o macro: Toulouse e o micro: o Bleu Bleu. O resultado é essa cartografia afetiva acima. É com base nela que surgem questões projetuais: como projetar um conjunto de estruturas e elementos que possa manter as dinâmicas observadas?

82

O

ZONEAMENTO

cultura

NATUREZA RESISTÊNCIA REFÚGIO OCUPAÇÃO DO MEMÓRIA ESPAÇO PÚBLICO

S/ ESCALA

DIRETRIZES MEIO AMBIENTE CRIAR 5 GRANDES PARQUES TOLOSANOS -

Portas de entrada da natureza na cidade Conexões entre Toulouse e a Metrópole Espaços de natureza como santuários Espaços de permanência, pausa e lazer para todos Locais de agricultura e de sensibilização dentro da cidade

83

Abaixo, a lista de questões provenientes desse exercício que funcionou como ponto de partida projetual, constituindo as bases de um partido.

QUESTÕES

SERÁ SERÁ QUE QUE ÉÉ POSSÍVEL POSSÍVEL PROPROJETAR UM UM ESPAÇO ESPAÇO DE DE APOIO APOIO JETAR

COMO PROJETAR COM COERÊNCIA UM

QUE PRESERVE PRESERVE A A MEMÓRIA MEMÓRIA EE QUE

ESPAÇO DE LIBERDADE E RESISTÊNCIA ?

AS AS CARACTERÍSTICAS CARACTERÍSTICAS DE DE LIVRE LIVRE

QUAL A RELAÇÃO DESSE TERRITÓRIO COM A CIDADE? como é esse transporte?

bleu bleu REFORÇAR AS CONEXÕES VEGETAIS E DA PAISAGEM - Redes ecológicas na cidade - Suporte para modos leves de viagem (não poluentes)

OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO DO DO BLEU BLEU BLEU, BLEU,

QUAIS SÃO AS MEMÓRIAS

SEM SEM CAIR CAIR NA NA ARMADILHA ARMADILHA DO DO

QUE HABITAM ESSE ESPAÇO ?

SIMULACRO, NEM NEM DA DA IMPOSIIMPOSISIMULACRO, ÇÃO ESTERILIZADA? ESTERILIZADA? ÇÃO

QUAIS ELEMENTOS DE MEMÓRIA

MAPA: ENTORNO IMEDIATO E AFETOS DA POPULAÇÃO SE FAZ

QUAIS ELEMENTOS PODEM APOIAR OS DIVERSOS ACONTECIMENTOS DE MANEIRA FLEXÍVEL ?

IMPORTANTE MANTER E SUSTENTAR?

O primeiro documento analisado foi o último plano diretor da cidade, publicado no ano de 2019, nomeado Ville Rose, Ville Verte45 (Cidade Rosa, Cidade Verde). Por estar o terreno em questão O QUE FAZIA DO BLEU BLEU UM localizado em uma área pouco urbanizada do município, como demonstrado anteriormente, as LOCAL ACOLHEDOR? qual é a relação diretrizes mais relevantes do plano diretor para a área são o zoneamento equais as de ambiente. sãomeio as maneiras de com o rio?

fortalecer o vínculo com o espaço natural, já existentes COMO TRABALHAR COM 45. Mairie de Toulouse. disponível em: https://www.toulouse.fr/documents/103047/11153932/PLAN_GUIDE_BD/fda0a880na ocupação original ?

d29d-45e4-916e-b9f26ac89c0e

MULTIPLICAR OS JARDINS DE BAIRRO - Vetores de bem-estar no dia-a-dia - Locais de uso privado e coletivo - Espaços de permanência, pausa e lazer para todos

UM TERRITÓRIO ALTAMENTE INUNDÁVEL?

Como respeitar a natureza, a fauna e a flora?

CRIAR 5 GRANDES PARQUES TOULOUSANOS


ZONA URBAINE A REQUALIFICAR ZONA URBAINE À REESTRUTURAR TRAMA VERDE E AZUL ZONA URBAINE DE VOCAÇÃO ECONÔMICA

EQUINÓCIO DE PRIMAVERA

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imagem 75: Grand Parc Garonne. fonte: Mairie de Toulouse

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MULTIPLICAR OS74: JARDINS BAIRRO imagem Rede DE cicloviária fonte: Mairie de Toulouse - Vetores de bem-estar no dia-a-dia O território Bleu se situa em na zona púrpura (Risco de inundação - área não urbanizada - alto risco) e se - Locais de uso privadodoe Bleu coletivo caracteriza como uma zona não protegida pelos diques. Dentro desses parâmetros, segundo o Plano de Prevenção - Espaços dedepermanência, pausa e lazer para todos Risco de Inundação (PPRI) de Toulouse, as construções estão interditadas, salvo exceções: 

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“Um elo importante entre o centro da cidade e a periferia de Toulouse, o Grand Parc Garonne valoriza desenvolvimentos muito diversos ao longo do rio, para incluí-los em uma dinâmica urbana comum.“

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Dentre os 3 parques lineares propostos pelo plano diretor, o Grand Parc Garonne é o mais central, que atravessa a cidade de Toulouse de norte a sul passando pelo centro histórico. O Bleu Bleu está dentro da área prevista para o desenvolvimentos dos equipamentos estruturantes e de lazer.

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Comprimento em Toulouse: 16 km Largura: de 180 a 1300 m

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84

Rede cicloviárias de aglomeração estudo em curso

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Portas de entrada da natureza na cidade ConexõesPotenciais entre Toulouse a Metrópole locais paraenovos jardins parques e praçascomo santuários Espaços de natureza Espaços de permanência, pausa e lazer para todos Jardins parques e praças existentes Locais de agricultura e de sensibilização dentro da cidade Jardins de cultivo

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MULTIPLICAR OS JARDINS DE BAIRRO

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CRIAR 5 GRANDES PARQUES TOLOSANOS

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DIRETRIZES MEIO AMBIENTE

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Pode-se perceber, sobrepondo as diretrizes apresentadas, que o projeto municipal consiste em manter a área como zona deSOLSTÍCIO tramaDE INVERNO verde e azul, preservando a vegetação e reforçando a conexãoDIREÇÃO com oE FORÇA DOS VENTOS DURANTE OS MESES DO ANO centro da cidade por meio, primeiramente, da regulação do caminho cicloviário já existente e, em segundo lugar, pela implementação de um dos “grandes parques toulousanos”, o linear Grand Parc Garonne. 

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CRIAR 5 GRANDES PARQUES TOULOUSANOS

imagem 73: Diretrizes de meio ambiente sobrepostas. fonte: Mairie de Toulouse

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CRIAR 5 GRANDES PARQUES TOULOUSANOS

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EDIFICAÇÕES Cemitério

85


ntrada da natureza na cidade entre Toulouse e a Metrópole natureza como santuários permanência, pausa e lazer para todos gricultura e de sensibilização dentro da cidade

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Arborização Garona Zona inundável 1: Alea Forte Zona inundável 2: Alea Médio Zona inundáve 3: Alea Fraco

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EDIFICAÇÕES

A partir dessa análise, percebeu-se pertinente a implementação do projeto idealizado para o sítio do bleu bleu, sendo ele, bleu já preliminarmente, constituído pelo desejo de preservar a bleu flora local, estimular o contato da população com o rio e propor equipamentos de lazer e ócio noEeixo do parque previsto pela prefeitura. Comprimento em Toulouse: 16 km AS CONEXÕES VEGETAIS DA PAISAGEM 

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Transporte Esporte Ciência e ensino Saúde Religioso Industrial/comercial Hidrografia Gestão d'água Espaço natural Cultura e lazer

Dentre os 3 parques lineares propostos pelo plano diretor, o Grand Parc Garonne é o mais central, que atravessa a cidade de Toulouse de norte a sul passando pelo centro histórico. O Bleu Bleu está dentro da área prevista para o desenvolvimentos dos equipamentos estruturantes e de lazer. 

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“Um elo importante entre o centro da cidade e a periferia de Toulouse, o Grand Parc Garonne valoriza desenvolvimentos muito diversos ao longo do rio, para incluí-los em uma dinâmica urbana comum.“ 

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bem-estar no dia-a-dia so privado e coletivo permanência, pausa e lazer para todos

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R OS JARDINS DE BAIRRO

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Parques e jardins públicos

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Centralidade de bairro

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O território do Bleu Bleu se situa em na zona púrpura (Risco de inundação - área não urbanizada - alto risco) e se caracterizaparques como uma zona não protegida pelos diques. Dentro desses parâmetros, segundo o Plano de Prevenção Grandes Toulousanos de Risco de Inundação (PPRI) de Toulouse, as construções estão interditadas, salvo exceções:

primento em Toulouse: 16 km ura: de 180 a 1300 m

Potenciais locais para novos jardins parques e praças Jardins parques e praças existentes

IÇÕES CLIMÁTICAS

Outra condicionante extremamente significativa é o fato de o terreno estar localizado em Espaços agrícolas e de lazer, cultivojardinagem e edificações para apoio das mesmas. atividades de esporte, uma área inundável. O território do bleu bleu situa-se na zona púrpura (Risco de inundação Bleu Bleu - área não urbanizada - alto risco) e se caracteriza como uma zona não protegida pelos Arborização REFORÇAR AS CONEXÕES VEGETAIS diques. Dentro desses parâmetros, segundo o Plano de Prevenção de Risco de Inundação46 Garona E DA PAISAGEM Zona inundável 1: Alea Forte INUNDAÇÃO/EDIFICAÇÕES/EQUIPAMENTOS Zona inundável 2: Alea Médio (PPRI) de Toulouse, as construções estão interditadas, salvo exceções: atividades de esporte, Zona inundáve 3: Alea Fraco Continuidades a valorizar lazer, jardinagem e edificações para apoio das mesmas. Essas restrições são levadas em EDIFICAÇÕES Cemitério SOLSTÍCIO DE INVERNO conta para a tomada das decisões projetuais futuras. Edifício notável MULTIPLICAR OS JARDINS DE BAIRRO

RAND PARC GARONNE

Os mapas acima expostos resultam do cruzamento de dados entre as áreas inundáveis divididas por níveis de inundação e os equipamentos presentes no entorno do terreno. Percebe-se que à margem esquerda do Garona, no município de Blagnac, a concentração de equipamentos e edificações à proximidade do rio é muito maior, bem como é menor a área com risco de enchentes. Na margem direita, em Toulouse, o alto risco de inundação justifica a baixa taxa de ocupação do solo. Mesmo assim, o terreno está ainda próximo da área mais densa do município, encontrando-se a 600m do ponto de ônibus mais próximo.

Bleu Bleu

Arborização Garona Zona inundável 1: Alea Forte Zona inundável 2: Alea Médio Zona inundáve 3: Alea Fraco

EDIFICAÇÕES Cemitério Edifício notável Edifício industrial Terreno de esporte Reservatório Edificação indiferenciada Pista aeroporto

EQUIPAMENTOS

Jardins de cultivo re os 3 parques lineares pelo plano di46.propostos disponível em: https://www.haute-garonne.gouv.fr/Politiques-publiques/Environnement-eau-risques-naturels-et-technologiques/ Esporte o Grand Parc Garonne é o mais central, que atraCiência e ensino Risques-naturels/Plans-de-Prevention-des-Risques-Naturels-Majeurs-PPRN/PPRN-approuves-hors-PPR-Secheresse/TOULOUSE Trama verde privada a a cidade de Toulouse de norte a sul passando Saúde Religioso centro histórico. O Bleu Bleu está dentro da área Industrial/comercial sta para o desenvolvimentos dos equipamentos esHidrografia antes e de lazer. Gestão d'água elo importante entre o centro da cidade e a peri-

Transporte Esporte Ciência e ens Saúde Religioso Industrial/com Hidrografia Gestão d'águ Espaço natura Cultura e laze

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REDE CICLOVIÁRIA

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EQUIPAMENTO

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Cemitério Edifício notáv Edifício indus Terreno de es Reservatório Edificação ind Pista aeropor

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bleu bleu

EDIFICAÇÕES

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Arborização Garona Zona inundáv Zona inundáv Zona inundáv

Transporte

Espaço natural Cultura e lazer

Edifício industrial Terreno de esporte Reservatório Edificação indiferenciada Pista aeroporto

DIREÇÃO E FORÇA DOS VENTOS DURANTE OS MESES DO ANO

EQUIPAMENTOS Transporte Esporte Ciência e ensino Saúde Religioso Industrial/comercial Hidrografia Gestão d'água Espaço natural Cultura e lazer

47. mapas elaborados a partir de dados georreferenciados da Data Toulouse Métropole disponíveis em: https://data.toulousemetropole.fr/pages/accueilv3/ e disponíveis no laboratório da École Nationale Supérieure d'Architecture de Toulouse (ENSA).


DILHA DILHA DO DO

prevista para o desenvolvimentos dos equipamentos estruturantes e de lazer.

A A IMPOSIIMPOSI-

QUAIS ELEMENTOS PODEM APOIAR OS DIVERSOS ACONTECIMENTOS DE MANEIRA FLEXÍVEL ? Bleu Bleu

Arborização Garona Pontos de ônibus: Jean Jaures x Salvador Dali Praça Central x Bleu Bleu são as maneiras de ecer o vínculo com o Percurso Bike o natural, já existentes Percurso ônibus cupação original ? Percurso Carro

- intersecções e contrastes entre natureza e edificação -

“Um elo importante entre o centro da cidade e a periferia de Toulouse, o Grand Parc Garonne valoriza desenvolvimentos muito diversos ao longo do rio, para incluí-los em uma dinâmica urbana comum.“

Cemitério S/ ESCALA Edifício notável MULTIPLICAR OS JARDINS DE BAIRRO Edifício industrial - Vetores de bem-estar no dia-a-dia Terreno de esporte - Locais de uso privado e coletivo - Espaços de permanência, pausa e lazer para todos Reservatório Edificação indiferenciada imagem 78: Mapas de Pista aeroporto trajetos. fonte: elaboração da autora48

EQUINÓCIO DE PRIMAVERA

CRIAR 5 GRANDES PARQUES TOULOUSANOS

EDIFICAÇÕES

Bleu Bleu

Grandes parques Toulousanos

Arborização Garona REFORÇAR AS CONEXÕES VEGETAIS E DA PAISAGEM Pontos de ônibus: Jean Jaures x Salvador Dali Continuidades a valorizar Praça Central x Bleu Bleu SOLSTÍCIO DE INVERNO MULTIPLICAR OS JARDINS DE BAIRRO Percurso Bike Percurso ônibus Potenciais locais para novos jardins parques e praças Percurso Carro Jardins parques e praças existentes

ADEQUADOS. SUSTENTÁVEIS E LOCAIS?

R A BEIRA O E LIVRE A MENOR OSSÍVEL?

Jardins de cultivo Trama verde privada

Limite municipal Trama azul (hidrografia) Equipamentos estruturantes existentes

BLEU BLEU

88

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

Espaços agrícolas e de cultivo

QUAIS OS MATERIAIS MAIS

Gestão d'água Espaço natural Cultura e lazer

EDIFICAÇÕES

TRAJETOS E EDIFICAÇÕES DO ENTORNO

Como respeitar a natureza, a fauna e a flora?

Industrial/comercial Hidrografia Gestão d'água Espaço natural Cultura e lazer

imagem 79: Cartas solares fonte: Andrew Marsh

Cemitério Edifício notável Edifício industrial Terreno de esporte Reservatório DIREÇÃO E FORÇA DOS VENTOS DURANTE OS MESES DO ANO Edificação indiferenciada Pista aeroporto

imagem 80: Temperaturas médias e ventos predominantes. fonte: Wind Finder

89 Finalmente, após levantamento das condições climáticas características ao local, observouse uma grande variação da temperatura média entre estações, de 40°C a -12°C durante o dia, no verão e no inverno, respectivamente. Já os ventos deslocam-se, majoritariamente, em direção oeste e mantêm uma força intermediária durante o ano. Por estar em uma latitude mediterrânea, a direção principal de incidência solar é sul, e a duração dos dias é muito maior no verão do que no inverno, variando de 15h30 no verão contra 9h00 no inverno. Essas informações foram imprescindíveis para a escolha do posicionamento das edificações previstas, bem como para a implementação de estratégias de iluminação e ventilação passivas e isolamento térmico.

48. mapa elaborados a partir de dados georreferenciados da Data Toulouse Métropole disponíveis em: https://data.toulousemetropole.fr/pages/accueilv3/ e disponíveis no laboratório da École Nationale Supérieure d'Architecture de Toulouse (ENSA).


patrimôniopatrimônio imaterialpatrimônio imaterial patrimônio imaterial imaterial

LIBERDADE E RESISTÊNCIA RELAÇÕES LIBERDADE LIBERDADE E RESISTÊNCIA E RESISTÊNCIA E RESISTÊNCIA RELAÇÕES RELAÇÕES RELAÇÕ COOPERAÇÃO COOPERAÇÃO COOPERAÇÃO COOPERAÇÃOLIBERDADE encontro encontro encontro encontro

flexíbilidade flexíbilidade flexíbilidade flexíbilidade

EXERCÍCIO DE PARTIDO

MEMÓRIA MEMÓRIA ME

NATUREZA NATUREZA NATUREZA NATUREZA

B

Nathália Fontana Arantes 31613861 como base as diretrizes propostas, cria-se uma hipótese de programa preliminar DOTomando LOCAL OCUPAÇÃO PROGRAMA PRELIMINAR E EVOLUÇÃO DO PROJETO ESPÍRITO ESPÍRITO DO ESPÍRITO LOCAL DO DO LOCAL LOCAL OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO OCUPAÇÃO Professora Lizete RubanoESPÍRITO e de elementos que possam servir de apoio para esses usos imaginados, bem como para TFG I - 1sem. 2021

ACONTECIMENTOS ACONTECIMENTOS ACONTECIMENT ACONTECIM

usos diversos e espontâneos.

MINHAS HIPÓTESES DE PROGRAMA SURGEM MINHAS HIPÓTESES MINHAS MINHAS HIPÓTESES DE PROGRAMA HIPÓTESES DE PROGRAMA DE SURGEM PROGRAMA SURGEM SURGEM MINHASDE PRIMORDIAIS: A PARTIR AQUESTÕES PARTIR MINHAS A PARTIR DEQUESTÕES MINHAS DE MINHAS QUESTÕES PRIMORDIAIS: QUESTÕES PRIMORDIAIS: PRIMORDIAIS: O programa vem a partir do cruzamento dos dados de análise do território com o mapaA PARTIR DE

de afetos cartografados e as questões dele provenientes. A partir das diretrizes do plano OCUPAÇÃO PRIMEIRA HORTAS COMUNITÁRIAS: MOBILIÁRIO MOBILIÁRIO NA BAR: SEDE DA ASSOCIAÇÃO: SEDE DA ASSOCIAÇÃO: SEDE DA ASSOCIAÇÃO: HORTAS COMUNITÁRIAS: HORTAS COMUN HORTAS C NAAPROXIMAÇÃO MOBILIÁRIO MOBILIÁRIO NA SEDE NA DA ASSOCIAÇÃO: BAR: BAR: DO BAR:ESPAÇO: diretor para a área, juntamente à legislação vigente para áreas inundáveis, cria-se uma MARGEM DO RIO: MARGEM DO RIO: MARGEM MARGEM DO RIO: DO RIO: - CAPITALIZAÇÃO- DE DINHEIRO - CAPITALIZAÇÃO - FACILITAR A ADMINISTRAÇÃO DO - FORTALECER COM TERRA - FORTALECER CAPITALIZAÇÃO DE DINHEIRO - CAPITALIZAÇÃO DE DINHEIRO DE DINHEIRO - FACILITAR A ADMINISTRAÇÃO - FACILITAR - FACILITAR A ADMINISTRAÇÃO DO A ADMINISTRAÇÃO DO O VÍNCULO DO - FORTALECER O AVÍNCULO COM TE - FORTALECER OA VÍNC - ENCONTRO - ENCONTRO - ENCONTRO - ENCONTRO diretriz para o projeto na área do bleu bleu. Essa estratégia busca ir no mesmo sentido doPARA A ASSOCIAÇÃO acessos principais ESPAÇO - PRODUZIR ALIMENTO LOCALALIMENTO PARA A ASSOCIAÇÃO PARA A ASSOCIAÇÃO PARA A ASSOCIAÇÃO ESPAÇO ESPAÇO ESPAÇO - PRODUZIR A - PRODUZIR LOCAL - PRODUZIR ALIMENTO MEMÓRIA - MEMÓRIA - MEMÓRIA - MEMÓRIA planejamento metropolitano, reforçando o desejo de ocupação fixa do espaço por parte- POSSIBILITAR O ENCONTRO - ESTIMULAR A COOPERAÇÃO ESTIMULAR A COOPERAÇÃO - POSSIBILITAR O -ENCONTRO POSSIBILITAR - POSSIBILITAR O ENCONTRO O ENCONTRO - ESTIMULAR A COOPERAÇÃO - ESTIMULAR - ESTIMULAR A COOPERAÇÃO A -COOPERAÇÃO - ESTIMULAR - ESTIMULAR A COOPERAÇÃO - ESTIMULAR A COOP percursos - CONTATO COM A NATUREZA - CONTATO A NATUREZA - CONTATO COM - CONTATO A NATUREZA COM A COM NATUREZA da associação. Assim, busca-se intensificar a vegetação, propor atividades de plantio, de- MEMÓRIA - MEMÓRIA - MEMÓRIA - PROTEGER A MEMÓRIA - FORTALECER LAÇOS DE RELAÇÕES - MEMÓRIA - PROTEGER A MEMÓRIA - PROTEGER - PROTEGER A MEMÓRIA A MEMÓRIA - FORTALECER - FORTALECER LAÇOS DE RELAÇÕES - FORTALECER LAÇOS LIBERDADE E RESISTÊNCIA percurso alternativo - LIBERDADE E RESISTÊNCIA - LIBERDADE E RESISTÊNCIA - LIBERDADE E RESISTÊNCIA cooperação, de descanso e equipamentos/edificações de apoio para essas atividades, bem - PROPORCIONAR- PROPORCIONAR UM LOCAL PARA - PROPORCIONAR UM LOCAL - PROPORCIONAR PARA UM LOCAL UMPARA LOCAL PARA COBERTURASCOBERTURAS FLEXÍVEIS:COBERTURAS FLEXÍVEIS: FLEXÍVEIS: COBERTURAS FLEXÍVEIS: - ESPAÇO FLEXÍVEL A RECEBER DIVER- ESPAÇO FLEXÍVEL A RECEBER - ESPAÇO FLEXÍVEL - ESPAÇO A RECEBER FLEXÍVEL DIVER-A RECEBER DIVER- DIVERAFETOS + conviver CONDICIONANTES: comoCONCLUSÕES edificações fixas que possam com o território inundável de forma duradouraShows/expos/apresentações MEIO AMBIENTE: ENCONTROS, EVENTOS, DEBATES E ao arShows/expos/apresentações livre MEIOpraça AMBIENT MEIO MEIO AM ENCONTROS, EVENTOS, ENCONTROS, ENCONTROS, DEBATES EVENTOS, E EVENTOS, DEBATES DEBATES E E AMBIENTE: Shows/expos/apresentações Shows/expos/apresentações ao ar livre ao ar livreao ar livre SOS ACONTECIMENTOS SOS ACONTECIMENTOS SOS ACONTECIMENTOS SOS ACONTECIMENTOS e sustentável. EXPOSIÇÕES. - ENCONTRO (RE)CONEXÃO COM A NATUREZA O programa vem a partir do cruzamento dos dados de análise do território com o mapa de afetos cartografado. A partir das diretrizes do plano diretor para EXPOSIÇÕES. EXPOSIÇÕES. EXPOSIÇÕES. - (RE)CONEX - (RE)CONEXÃO COM A NATUREZA - ENCONTRO - ENCONTRO - ENCONTRO - (RE)CONEXÃO COM a área, juntamente à legislação vigente para áreas inundáveis, cria-se uma diretriz para o projeto na área do Bleu Bleu. Essa estratégia busca ir no mesmo - FOMENTAR ARTE- FOMENTAR E CULTURA ARTE sentido do planejamento metropolitano, reforçando o desejo de ocupação fixa do espaço por parte de associação. Assim, busca-se reforçar a vegetação, - FOMENTAR E CULTURA - FOMENTAR ARTE E CULTURA ARTE E CULTURA MOBILIÁRIO PARA BIKE MOBILIÁRIO MOBILIÁRIO PARA MOBILIÁRIO BIKE PARA propor atividades de plantio, de cooperação e de descanso e equipamentos/edificações de apoio para essas atividades, bem como edificações fixas que - MEMÓRIA - CRIAR ELEMENTOS DE USO FLEXÍVEL - MEMÓRIA - MEMÓRIA - MEMÓRIA - CRIAR ELEMENTOS - CRIAR DE USO ELEMENTOS - CRIAR FLEXÍVEL ELEMENTOS DE USO DE FLEXÍVEL USO FLEXÍVEL possam conviver com o território inundável de forma duradoura e sustentável.

cobertura

- APOIO À FAUNA- APOIO LOCAL À FAUNA F LOCAL-ÀAPOIO - APOIO FAUNAÀ LO

ESTIMULAR O CULTIVO E A AGRO FLORESTA

arquibancada

como forma de cooperação e troca

traduzir a memória da liberdade em liberdade de ocupação e usos FORTALECER VEGETAÇÃO ATUAL

beira do rio como espaço de permanência plural alternando natural e projetado

HIPÓTESE DE PROJETO

PROPORCIONAR UMA CENTRALIDADE DE LAZER E ÓCIO NATURAL NO EIXO DO GRANDE PARQUE GARONA TRABALHAR COM A HARMONIA E A OPOSIÇÃO ENTRE FORMAS NATURAIS E CONSTRUTIVAS

COBERTURAS

Criar a sede da associação Bleu Bleu como ocupação permanente do território PROJETAR ELEMENTOS DE APOIO À CULTURA COMO PALCO, OFICINAS E

projetar os equipamentos de infraestrutura necessários para acolher o público escolher materiais duráveis, locais, reutilizáveis alternar praças e clareiras LOCAIS CAPAZES ACOLHER EVENTOS

MARGEM DO GARONA MOBILIÁRIO DE PERMANÊNCIA ACESSO AO RIO

MEIO AMBIE NTE

sede associação (suspensa)

DECKS

ARQUIBANCADAS

SEDE DA ASSOCIAÇÃO ADMINISTRAÇÃO

91 estacionamento

BAR BAR BAR E BALCÃO

deck flutuante

MÓDULOS FLEXÍVEIS BANCOS E MESAS

sistema natural de tratamento de água do rio/esgoto

manter a acessibilidade à todas as pessoas de todas as idades

com áreas de agro floresta e vegetação

principais transposições beira do rio ELEMENTOS // INTERVENÇÕES

Questões >> hipóteses de programa >> hipóteses de elementos construtivos

reforçar a conexão com o rio

iluminação noturna que permita eventos noturnos sem prejudicar as plantas

- AMPLIAÇÃO DA- FLORA AMPLIAÇÃO DA- AMPLIAÇÃO FLORA - AMPLIAÇÃO DA FLO

- TRANSPORTE - PROTEGER DE CHUVA E SOLDE CHUVA - TRANSPORTE E ENCONTRO -SOL TRANSPORTE E -ENCONTRO TRANSPORTE E ENCONTRO - PROTEGER - PROTEGER E -SOL PROTEGER DE CHUVA DE ECHUVA SOL EE ENCONTRO

DIRETRIZES: 90

BIKE PARA BIKE

área de permanência beira do rio AMPLIAÇÃO DA VEGETAÇÃO

JARDINS E HORTAS

massa arbórea

ESPAÇO PARA OFICINAS E ENCONTROS

CULTURA E LAZER

ESTRUTURAS PARA APRESENTAÇÕES OCUPAÇÃO DO ESPAÇO: PARTIDO AO AR LIVRE E PERMANÊNCIAS

troncos SEDE ELEVADA

MOBILIÁRIO ESPORTIVO

CROQUIS piscina 86m2

beira d’água 1178m2

bicicletário 30m2

GL

palco 16,64m2

estacionamento: 31 vagas 2 vagas vuc 980m2

circ. vert.


O

O

Nathália Fontana Arantes 31613861 Em seguida, justapõe-se esse primeiro programa com o Professora Lizete Rubano TFG I - 1sem. 2021 estudo de uma possível lógica de ocupação do terreno.

BLEU BLEU : M E M Ó R I A

território pela primeira vez, como

EXERCÍCIO DE PARTIDO

Nathália Fontana Arantes 31613861 Professora Lizete Rubano TFG I - 1sem. 2021 acessos principais

OCUPAÇÃO DO ESPAÇO: PRIMEIRA APROXIMAÇÃO Nathália Fontana Arantes 31613861 Professora Lizete Rubano TFG I - 1sem. 2021

percursos percurso alternativo

DIVISÃO DE PROGRAMA PRELIMINAR

BLEU BLEU : M E M Ó R I A ca t eg o r ia

n . zo n a

n o m e d o esp a ço

1 2 3 4 5 6 7 8 9

cobertura acessos principais

CONCLUSÕES AFETOS + CONDICIONANTES:

percursos arquibancada percurso alternativo O programa vem a partir do cruzamento dos dados de análise do território com o mapa de afetos cartografado. A partir das diretrizes do plano diretor para a área, juntamente à legislação vigente para áreas inundáveis, cria-se uma diretriz para o projeto na área do Bleu Bleu. Essa estratégia busca ir no mesmo sentido do planejamento metropolitano, reforçando o desejo de ocupação fixa do espaço por parte de associação. Assim, busca-se reforçar a vegetação, propor atividades de plantio, de cooperação e de descanso e equipamentos/edificações de apoio para essas atividades, bem como edificações fixas que possam conviver com o território inundável de forma duradoura e sustentável.

e troca

principais transposições praça beira do rio

retrizes do plano diretor para estratégia busca ir no mesmo usca-se reforçar a vegetação, m como edificações fixas que

de permanência e projetado

DIRETRIZES:

io

como forma de cooperação e troca

traduzir a memória da liberdade em liberdade de ocupação e usos

de permanência e projetado ciação upação ritório io

NTOS l de DE APOIO À

água

ACOLHER EVENTOS

PALCO, OFICINAS E

ACOLHER EVENTOS

Criar a sede da associação Bleu Bleu como ocupaçãosede associação (suspensa) permanente do território troncos área de permanência manter a acessibilidade à beira do rio todas as pessoas de todas

TRABALHAR COM A HARMONIA E A S/ ESCALA OPOSIÇÃO ENTRE FORMAS NATURAIS

PALCO, OFICINAS E

NTOS DE APOIO À

arquibancada estacionamento

beira do rio como espaço de permanência plural alternando natural e projetadotransposições principais FORTALECER VEGETAÇÃO ATUAL do rio sede beira associação (suspensa) reforçar a conexão com o rio deck flutuante área de permanência beira do rio PROPORCIONAR UMA CENTRALIDADE sistema natural de DE LAZER E ÓCIO NATURAL NO EIXO DO tratamento de água estacionamento do rio/esgoto GRANDE PARQUE GARONA massa arbórea

e troca

l de água

ciação upação ritório ais duráveis, ilizáveis 92

E CONSTRUTIVAS

iluminação noturna que

permita eventos noturnos OCUPAÇÃO DO ESPAÇO: PARTIDOsem prejudicar as plantas

n o m e d o esp a ço área livre / contemplação deck flutuante/palco mesas/cadeiras/bancos banheiros

á r ea (m ² ) 1178 16,64 1503,65 pessoas 22,9 13,32 3,14 111 2 13,32 1 22 3,17 229,01 4,5 454,87 16,16

copa oficinas balcão central espação dispensa salas adm lixo convívio/reunião limpeza/energia varanda circulação praça terraço (mesas/cadeiras) circulação vertical

3,14 60 2 86 1 100 3,17 4,5

balcão boulodrome (petanca) dispensa piscina lixo lazer infantil limpeza/energia circulação terraço (mesas/cadeiras) depósito elem. móveis

20 15 12,5 11 15,75 1 30 501 700 1919 60 86 100 10 40 6,16 20 15 11 1

depósito horta vagas sanitários carga/descarga disposição de resíduos (lixo) bicicletário circulação/manobra canteiros horta cooperativa espaço de agrofloresta boulodrome (petanca) piscina lazer infantil captação pluvial tanque de tratamento de esgoto fossa séptica depósito elem. móveis depósito horta sanitários disposição de resíduos (lixo)

PROJETAR ELEMENTOS DE APOIO À

CULTURA COMO PALCO, OFICINAS E

LOCAIS CAPAZES ACOLHER EVENTOS

alternar praças e clareiras beira d’água bicicletário 1178m2 com áreas de agro floresta30m2 e vegetação

OCUPAÇÃO DO ESPAÇO: PARTIDO

escolher materiais duráveis, locais, reutilizáveis

troncos OCUPAÇÃO DO ESPAÇO: PARTIDO

TOTAL BAR estacionam31 e1nto 2 1 2 1 1 1

TOTAL ESTACIONAMENTO 3 1 equipamentos d1e lazer 1 1

1 1 TOTAL EQUIP. LAZER 31 infraestrutura/us2o púb. 2 20 2 1 1 1 3 TOTAL INFRA 1 USO PUB. cu ltiv o 1 1 1 1 ÁREA TOTAL TOTA1L CULTIVO E2N coÁnREsAerTvEaRçRã oO 20

1

1 TOTAL CONSERVAÇÃO

10 40 6,16

captação pluvial tanque de tratamento de esgoto fossa séptica

1 banheiros copa 2 3 á rea t ot a loficinas (m ² ) 4 espação central salas7,3 adm 5 22,9 convívio/reunião 6 53,28 varanda 7 111 praça 8 66,6 9 circulação vertical 22

229,01 acessos principais 454,87 16,16

1 área / contemplação 983, 1livre 2 percursos 2 deck flutuante/palco á rea t ot apercurso l (m ² ) alternativo 1178 3 mesas/cadeiras/bancos

1 2 3 4 5 6

16,64 150 pessoas 7,3 119422,9 , 64 balcão 53,28 3,14 111 dispensa lixo 66,62 1 22 limpeza/energia 3,17 229,01 circulação 4,5 454,87 0(mesas/cadeiras) 16,16 terraço 13, 1 82 1 98

cobertura

1 1 1 Á R EA TOTA L Á R E A T E R R E NO

oficinas

A

piscina 86m2

estacionamento: 31 vagas 2 vagas vuc 980m2

180 2 86 1 100

deck flutuante

1 2 3

3,17 boulodrome (petanca) 34,5 66 piscina0 lazer infantil 20 13, 8 1

1 2 3 4

depósito 60 7 7 elem. móveis

estacionamento

15 387,5 22 31,5 20

501 horta depósito 9700 80 sanitários 1919 disposição de resíduos (lixo) 180

sede associação (suspensa) 2619

GL

palco 16,64m2

A

praça bicicletário associação 30m2 454,87m2

beira d’água 1178m2

lazer infantil 100m2

praça 2 250m2

CROQUIS ASSOCIAÇÃO 1a VERSÃO wc

memorial Canteios horta Gilbert cooperativa 106m2 700m2

bicicletário 30m2

palco espação 16,64m2central

oficinas

praça 2 250m2

PRAÇA

estacionamento: 31 vagas 2 vagas vuc 980m2

circ. vert. 7,5m

A

oficina

1

espaço de agrofloresta

20 56, 1 6 6289, 7 3 15 6586, 6 9 22 20 captação pluvial 77

massa arbórea

3

fossa700 séptica 1919 2619

3m acima do nível

S/ ESCALA

2m acima do nível 1m acima do nível nível regular do rio Garona

CORTE A.A

wc

wc

5m acima do nível 4m acima do nível 3m acima do nível 2m acima do nível

praça associação 454,87m2

banheiros 1178 16,64 copa oficinas 150 pessoas espação central 1194, 64 salas adm convívio/reunião 3,14 varanda praça 2 circulação vertical

1 2 3

4,5 área livre / contemplação deck flutuante/palco 0 mesas/cadeiras/bancos

1 2 3 4 5 6

387,5 balcão dispensa 31,5 lixo 60 limpeza/energia circulação 501 980 terraço (mesas/cadeiras)

1 2 3 4

vagas carga/descarga86 bicicletário 100 circulação/manobra 366

1 2 3

20 boulodrome (petanca) piscina 15 lazer infantil

1 2 3 4

TOTAL BEIRA D'ÁGUA bar

31 2 2 1

TOTAL BAR est a c io n a m en t o

60 86 100

3 1 1

TOTAL ESTACIONAMENTO eq u ip a m en t o s d e la zer

20 15 11 1

1 1 2 TOTAL EQUIP. LAZER infraestru20 t u r a /u so p ú b .

700 1919

1 1 TOTAL INFRA USO PUB.

1 3,17

13, 81

180

10 40 6,16

1 TOTAL CULTIVO cons1 er v a ç ã o 1

1 2 3

Á R EA TOTA L TOTAL CONSERVAÇÃO Á R E A TE R R E NO

7,3 22,9 53,28 111 66,6 22 229,01 454,87 16,16 983, 12

1178 16,64 150 pessoas

1 1 1

1178 16,64 150 pessoas 1194, 64

3,14 2 1 3,17 4,5

1 1 1 1 1

3,14 2 1 3,17 4,5 0 13, 81

12,5 15,75 30 501

31 2 2 1

387,5 31,5 60 501 980

Ao mesmo tempo, foram elaborados os primeiros croquis da edificação pensada para a associação, condensando as principais ideias concebidas. 3 1 1

180 86 100 366

depósito horta sanitários 700 disposição de resíduos (lixo)

20 15 11 1

1 1 2 20

20 15 22 20 77

canteiros horta cooperativa espaço de agrofloresta

700 1919

1 1

700 1919 2619

10 40 6,16

1 1 1

1919 2619

10 40 6,16 captação pluvial tanque de 5 tratamento 6, 16 de esgoto fossa séptica 6289, 73 6586, 69

Á R EA TOTA L Á R E A T E R R E NO

espação central

CROQUIS ASSOCIAÇÃO 1a VERSÃO

oficina

Vegetação agro floresta 1919m2

lazer infantil 100m2

enchente histórica do século XIX 5m acima do nível

3m acima do nível 2m acima do nível 1m acima do nível nível regular do rio Garona

circ. vert. wc

wc

bicicletário 30m2

espação central

depósitos 50m2

PRAÇA

oficina

adm

9,5m

Canteios horta cooperativa 700m2

Vegetação agro floresta 1919m2

varanda

oficina oficina

oficina

Petanca 4 campos 210m2

Petanca 4 campos 210m2 enchentes de menor possibilidade

circ. vert.

7,5m praça 2 250m2

93

10 40 6,16 56, 16 6289, 73 6586, 69

incluindo áreas permeáveis e não-computáveis

copa convívio/ reunião

á re a t o t a l (m ² )

2 1 4 1 5 1 1 1 1

60 86 100

22 20 7 7 depósito elem. móveis

cu ltiv o

1 2

q u a n tid a d e

3,65 22,9 13,32 111 13,32 22 229,01 454,87 16,16

convívio/ reunião

sanitários 22m2

memorial Gilbert 106m2 varanda

oficina

4m acima do nível

istórica XIX

1 2 3 4 5 6 7 8 9

adm

PRAÇA

9,5m

cheias regulares

12,5 15,75 30 501

troncos

oficina

sanitários Vegetação 22m2 agro floresta 1919m2

5m acima do nível 4m acima do nível

1 1 1

1 1 1 TOTAL ASSOCIAÇÃO 1 b eir a d 'á g u a 1

10 40 6,16 56, 16 6289, 73 6586, 69

estacionamento: 31 vagas 2 vagas vuc 980m2

circ. vert.

copa oficina

9,5m

bicicletário 30m2

depósitos 50m2

Canteios horta cooperativa 700m2

n . zo n a

a sso c ia ç ã o b leu b leu

oficinas

varanda

oficina

100m2

istórica XIX

3,14 2 1 3,17 4,5

E (RE)EXISTÊNCIA

7,3 22,9 53,28 111 66,6 22 229,01 454,87 PROGRAMA PRELIMINAR - CONJUNTO BLEU BLEU 16,16 n9 o8 m3 e ,d1o2espaço á r ea (m ² )

DIVISÃO DE PROGRAMA PRELIMINAR ca t eg o r ia

1178 16,64 150 pessoas

bicicletário convívio/ 30m2reunião

oficina

7,5m Petanca 4 campos lazer 210m2 infantil

2 1 4 1 5 1 1 1 1

GL

depósitos 50m2 praça associação 454,87m2

beira d’água 1178m2

3,65 22,9 13,32 111 13,32 22 229,01 454,87 16,16

á re a t o t a l (m ² )

copa

sanitários 22m2

memorial Gilbert 106m2

circ. vert. piscina 86m2 wc

q u a n tid a d e

86

100 10 permanência área 3de 6 6 horta cooperativa 40 canteiros beira do rio 6,16

1 2

incluindo áreas permeáveis e não-computáveis

circ. vert.

á r ea (m ² )

arquibancada

387,5 1178

1 vagas 31,5 16,64 60 pessoas 2 150carga/descarga principais 1194501 , 64 transposições 3 bicicletário 980 beira do rio 4 circulação/manobra 3,14

GL

palco 16,64m2

praça

incluindo áreas permeáveis e 2 tanque de tratamento de esgoto não-computáveis

700 1919

canteiros horta cooperativa espaço de agrofloresta

2 1 4 1 5 1 1 TOTAL ASSOCIAÇÃO beira d'águ1a 1

q u a n tid a d e 1 1 D'ÁGUA TOTAL BEIRA 1 2 bar 1 4 1 1 5 1 1 1 1

12,5 1178 15,75 16,64 30 150 pessoas 501

vagas área livre / contemplação carga/descarga deck flutuante/palco bicicletário mesas/cadeiras/bancos circulação/manobra

Após a primeira aproximação do desejo projetual com o território, desenvolve-se um massa arbórea projetar os equipamentos segundo croqui, com os elementos em escala adequada e uma possibilidade de área de infraestrutura necessários para acolher o público proposta para cada um dos usos previstos no programa preliminar. CROQUIS ASSOCIAÇÃO 1a VERSÃO as idades

piscina 86m2

ais duráveis, ilizáveis

cobertura deck flutuante

ESTIMULAR O CULTIVO E A AGRO FLORESTA

q u a n tid a d e

DIVISÃO DE PROGRAMA PRELIMINAR TOTAL ASSOCIAÇÃO b eir a d 'á g u a ca t eg o r ia n . zo n a 1 2 a sso c ia ç ã o b leu b leu 3 1 TOTAL BEIRA D'ÁGUA 2 bar 3 1 4 2 5 3 6 4 7 5 8 6 9 TOTAL BAR TOTAL ASSOCIAÇÃO esbtaeciriaonda'ámgeunato 1 2 3 4 TOTAL BEIRA D'ÁGUA TOTAL ESTACIONAMENTO bar eq u ip a m en t o s d e la zer 1 1 2 2 3 3 4 TOTAL EQUIP. LAZER 5 in f r a est r u t u r a /u so p ú b . 6 1 TOTAL BAR est a c io n a m en t o 2 1 3 2 4 3 TOTAL INFRA USO PUB. 4 cu ltiv o TOTAL ESTACIONAMENTO 1 eq u ip a m en t o s d e la zer 2 1 TOTAL CULTIVO 2 c o n ser v a ç ã o 3 1 TOTAL EQUIP. LAZER 2 in f r a est r u t u r a /u so p ú b . 3 1 TOTAL CONSERVAÇÃO 2 3 4 TOTAL INFRA USO PUB. cu ltiv o 1 2 TOTAL CULTIVO c o n ser v a ç ã o 1 2 3 TOTAL CONSERVAÇÃO

BLEU BLEU : M E M Ó R I A

n o m e d o esp a ço

E (RE)EXISTÊNCIA á r ea (m ² )

3,65 22,9 13,32 111 13,32 22 229,01 454,87 16,16 PROGRAMA PRELIMINAR - CONJUNTO BLEU BLEU

banheiros copa oficinas espação central salas adm convívio/reunião varanda praça circulação vertical

n . zo n a

a sso c ia ç ã o b leu b leu

PROGRAMA PRELIMINAR - CONJUNTO BLEU BLEU

a sso c ia ç ã o b leu b leu

praça

OCUPAÇÃO DO ESPAÇO: PRIMEIRA APROXIMAÇÃO

PROGRAMA PRELIMINAR - CONJUNTO BLEU BLEU

ca teg o r ia

OCUPAÇÃO DO ESPAÇO: PRIMEIRA APROXIMAÇÃO

retrizes do plano diretor para estratégia busca ir no mesmo usca-se reforçar a vegetação, m como edificações fixas que

PRELIMINAR E DIVISÃO ( R E ) E X I DE S T ÊPROGRAMA NCIA

oficina

adm


94

95


3.3 association bleue

Em resumo, todo o processo de projeto é consequência de uma profunda afeição, somada à busca de ações expressivas que pudessem fortalecer a qualidade humana observada no local, que pudesse ser palco para o vínculo entre grupos, entre indivíduos. Principalmente, que pudesse ser uma zona de resistência da expressão cultural humana. Que pudesse colaborar para manter viva nas pessoas a esperança no que ainda há de incrível na Terra, em tempos onde apenas sonhar com essa possibilidade parece estar cada vez mais difícil.

MEMORIAL DESCRITIVO O projeto final para nova ocupação da área do bleu bleu provém, bem evidentemente, após a exposição de todas as etapas, de um processo contínuo, plural e cooperativo, de aproximação do território e tradução de intenções em ações concretas. Desde o início, a maior inquietação é a questão de como preservar esses afetos e memórias cartografados em um espaço formal, sem projetar um conjunto de edificações-cópia da estrutura original. A solução para isso foi a proposta de uma associação, que pudesse manter o espírito de coletividade e encontro permanentemente vivos no local. Outra medida foi a busca por estruturas que favorecem o encontro e mantém atividades características ao bleu bleu: os palcos, o bar associativo, as quadras de petanca (esporte como o bocha, extremamente popular na região), o núcleo de hortas comunitárias, as praças e a beira d’água.

DIAGRAMAS

ISO EXPLODIDA

A beira d’água, principalmente, foi um objeto de muita reflexão, afinal, na estrutura RESERVATÓRIO original, era ali a ocupação principal e a origem da maior parte dasTOPO memórias de convívio. A memória mais pungente mapeada neste trabalho é a de liberdade, a lembrança de como os atores, os indivíduos, eram a vida daquele espaço e dele faziam o que desejavam. Assim, a ação projetual foi na direção de manter esse espaço o mais livre e adaptável possível, sem depender uma modificação muito profunda da situação natural: a beira +9,15mde COBERTURA d'água foi organizada em platôs vegetais de diferentes dimensões, com desenho inspirado nas formas do rio, mantendo a vegetação. Foi previsto um galpão para disponibilizar peças de mobiliário dobráveis para que os usuários possam tanto criar suas próprias relações de ocupação, como participar de eventos com uma organização espacial específica. +6,45m MEZANINO

PROGRAMA E PARTIDO O território escolhido é um dos poucos locais dentro de Toulouse às margens do Garona que mantém alguma flora nativa. Por esse motivo, um dos partidos para a criação do conjunto foi exatamente a conservação das árvores e o aproveitamento das clareiras para as edificações. Dessa forma, o programa/parque é explodido nestes respiros da vegetação. O intuito é o de proporcionar um percurso orgânico, que conecte as cotas do projeto e os programas de clareira em clareira.

BLEU BLEU : M E

NÚCLEOS PROGRAMÁTICOS NÚCLEOS PROGRAMÁTICOS

PROGRAMA

96

BICICLETÁRIOS

SEDE ASSOCIAÇÃO/ ESTACIONAMENTO BAR/PRAÇA COBERTA

97

NÚCLEO HORTA COMUNITÁRIA

ASSOCIAÇÃO BLEU BLEU

Essa escolha, em detrimento da proposta de um mobiliário fixo, também se faz útil no 1. ADM 1 advento de uma inundação do sítio, descartando assim a necessidade da utilização do 2. BIBLIOTECA concreto para tudo por ventura fosse construído na beira do rio. 2

Um palco flutuante é proposto na beira d’água, para impulsionar o uso cultural do sítio e intensificar a conexão com a água, deslocando parte do projeto sobre ela. A transferência da sede da associação e do bar para o primeiro pavimento tem como 1o as PAVIMENTO função a proteção+3,75 contra enchentes dos espaços mais consideráveis e fixos do projeto. ASSOCIAÇÃO BLEU BLEU Dessa forma, também é possível a utilização de uma estrutura em madeira, mais sustentável e reutilizável, em sua parcela elevada. Essa decisão proporcionou uma maior liberdade 1. VARANDA formal e de aberturas para estes núcleos. 2. ESPAÇO MULTIUSO 3. ATELIÊS

1

3

2

O apoio aos meios4. de transporte constitui-se a partir do estacionamento para automóveis BANHEIROS 4 e três bicicletários,5.levando em consideração as maneiras mais comuns de acesso ao sítio. BAR A demarcação do trajeto já existente paralelo ao Garona também facilita a chegada a pé, a partir dos pontos de ônibus, ou mesmo, do centro da cidade. 6. COBERTURA DEPÓSITO/

5

7

BEIRA + PALCO FLUTUANTE PRAÇA CENTRAL/ ÁREA INFANTIL GSEducationalVersion

7

BANHEIROS/DEPOSITO MOBILIÁRIO/PETANCA

BANHEIROS 7. COBERTURA NÚCLEO HORTA

POSSIBILIDADES DE OCUPAÇÃO BEIRA D’ÁGUA

PO


BEIRA + PALCO BEIRA + PALCO 6. COBERTURA DEPÓSITO/ FLUTUANTE FLUTUANTE BANHEIROS

5

ISO EXPLODIDA ISO EXPLODIDA: PROGRAMA PROGRAMA

7

NÚCLEOS PROGRAMÁTICOS

TOPO RESERVATÓRIO

PRAÇA CENTRAL/ PRAÇA CENTRAL/ ÁREA INFANTIL ÁREA INFANTIL

7. COBERTURA NÚCLEO HORTA

GSEducationalVersion

4

ASSOCIAÇÃO BLEU BLEU

1

POSSIBILIDADES DEDE OCUPAÇÃO POSSIBILIDADES OCUPAÇÃO BEIRA D’ÁGUA BEIRA D’ÁGUA

2. BIBLIOTECA

3

2

2

2. BEIRA D’ÁGUA 3. PRAÇA COBERTA

+3,75 1o PAVIMENTO 4. BICICLETÁRIOS

MOBILIÁRIO MÓVEL MOBILIÁRIO MÓVEL

7

5. ESTACIONAMENTO ASSOCIAÇÃO BLEU BLEU 6. RESERVATÓRIO

1. VARANDA

7. PRAÇA

PRAÇA CENTRAL/ ÁREA INFANTIL 3

2. ESPAÇO MULTIUSO 8. HORTA/DEPÓSITO/ 3. ATELIÊS

1 COZINHA/BANHEIROS

9

POSSIBILIDADES DEDE OCUPAÇÃO POSSIBILIDADES OCUPAÇÃO PRAÇA COBERTA PRAÇA COBERTA

BEIRA + PALCO FLUTUANTE

10

2

922m2 = 18% TAXA DE DE OCUPAÇÃO: 922m2 = 18% TAXA OCUPAÇÃO:

ÁREA PERMEÁVEL: 4457m2 = 82% ÁREA PERMEÁVEL: 4457m2 = 82%

5

+6,45m MEZANINO

IRA + PALCO UTUANTE

ÁREA TOTAL DE DE PROJETO: 5130,70m ÁREA TOTAL PROJETO: 5130,7

MOBILIÁRIO MÓVEL

0,00m TÉRREO

FLUTUANTE

ÁREA TOTAL TERRENO: 5379,00m² ÁREA TOTAL TERRENO: 5379,00m²

GSEducationalVersion

+9,15m COBERTURA

1. PALCO

PROGRAM

POSSIBILIDADES DE OCUPAÇÃO BEIRA D’ÁGUA

6

1. ADM

TOTAL TOTAL INFRA/USO PÚBLICO Primeiro Pavimento 04 INFRA/USO Ateliê 54,34 PÚBLICO Lazer Lazer Primeiro Pavimento 05 Terraço 212,81 Pavimento Térreo Térreo - Associação Mezanino 01 BANHEIROS/DEPOSITO Adm 31,02 01 Pavimento - Associação 01 Petanca Petanca MOBILIÁRIO/PETANCA Térreo Térreo - Associação Mezanino 02 Pavimento Convívio/reunião 26,82 02 Pavimento - Associação 02 InfantilInfantil Térreo Térreo - Associação Mezanino 03 Pavimento Biblioteca 25,94 03 Pavimento - Associação 03 Praça Praça NÚCLEO HORTA TOTAL TOTAL LAZERLAZER TOTAL ASSOCIAÇÃO 1.179,68 m² COMUNITÁRIA ÁREA TOTAL Bar Bleu ÁREA TOTAL Primeiro Pavimento 06 Bar 12,60 MIE-07 MIE-07 PROG SEDE ASSOCIAÇÃO/ ESTACIONAMENTO 12,60 m² TOTAL BAR BICICLETÁRIOS Categoria N BAR/PRAÇABeira COBERTA Pavimento de Zona d'água Associação Bleu Bleu Pavimento Térreo - Associação 01 Beira d'agua 1.673,29 Pavimento Térreo - Associação 7 7 Pavimento Térreo - Associação Pavimento Térreo - Associação 02 Palco Flutuante 20,25 Primeiro Pavimento 1.693,54 m² TOTAL BEIRA D’ÁGUA Primeiro Pavimento Primeiro Pavimento Cultivo Primeiro Pavimento BANHEIROS/DEPOSITO Pavimento Térreo - Associação 01 Depósito Horta 30,22 BANHEIROS/DEPOSITO Primeiro Pavimento Mezanino Pavimento Térreo - Associação 02 Cozinha Horta 29,05 MOBILIÁRIO/PETANCA MOBILIÁRIO/PETANCA Mezanino Mezanino Pavimento Térreo - Associação 03 WC Horta 4,14 NÚCLEO HORTA TOTAL ASSOCIAÇÃO Pavimento Térreo - Associação 04 Canterio Horta COMUNITÁRIA 480,00 Bar Bleu CADEIRA PRAIA Primeiro Pavimento Pavimento Térreo - DE Associação 05 Composteira 51,18 TOTAL BAR 594,59 Beira m² d'água TOTAL CULTIVO 6 Pavimento Térreo - Associação Infraestrutura/uso público Pavimento Térreo - Associação Pavimento Térreo - Associação 01 Depósito El. Mov. 29,64 TOTAL BEIRA D’ÁGUA Pavimento Térreo - Associação 02 Sanitários 36,74 Cultivo Pavimento Térreo - Associação Pavimento Térreo - Associação 03 Bicicletário 72,00 Pavimento Térreo - Associação Pavimento Térreo - Associação Pavimento TérreoDOBRÁVEIS - Associação 04 Estacionamento 636,82 SHOW MESAS Pavimento Térreo - Associação Pavimento Térreo - Associação 775,20 m² TOTAL INFRA/USO PÚBLICO COMBINÁVEIS TOTAL CULTIVO Lazer Infraestrutura/uso público Pavimento Térreo - Associação Pavimento Térreo - Associação 01 Petanca 240,00 Pavimento Térreo - Associação Pavimento Térreo - Associação 02 Infantil 110,13 Pavimento Térreo - Associação Pavimento Térreo - Associação Pavimento Térreo - Associação 03 Praça 524,98 8 TOTAL INFRA/USO PÚBLICO ESPREGUIÇADEIRA 875,11 Lazer m² TOTAL LAZER Pavimento Térreo - Associação ÁREA TOTAL 5.130,72 m² Pavimento Térreo - Associação Pavimento Térreo - Associação

ÁREA TOTAL TERRENO: 5379,00m² MIE-07

PRAÇA CENTRAL/ ÁREA INFANTIL

GSEducationalVersion

Mapa de Zonas TOTAL LAZER Escala: 1:1

ÁREA TOTAL

ÁREA TOTAL DE PROJETO: 5130,70m2 7

ÁREA TOTAL TERRENO

922m2 = 18% TAXA DE OCUPAÇÃO: BANHEIROS/DEPOSITO

TAXA DE OCUPAÇÃO:

GSEducationalVersion

4. BANHEIROS 9. DEPÓSITO ELEMENTOS 5. BAR

11

4

MÓVEIS

CADEIRA DE PRAIA CADEIRA DE PRAIA

10. BANHEIROS PÚBLICOS

98

7

12. PIQUE-NIQUE

BANHEIROS/DEPOSITO 7 MOBILIÁRIO/PETANCA 12

5

6. COBERTURA DEPÓSITO/

MOBILIÁRIO/PETANCA

POSSIBILIDADES DE OCUPAÇÃO BEIRA D’ÁGUA

7. COBERTURA NÚCLEO HORTA

POSSIBILIDADES DE OCUPAÇÃO MESAS DOBRÁVEIS BEIRA D’ÁGUA MESAS DOBRÁVEIS

MOBILIÁRIO MÓVEL

COMBINÁVEIS COMBINÁVEIS

0,00m TÉRREO

ÁREA PERMEÁVEL: 44

99

ÁREA PERMEÁVEL: 4457m2 = 82%

BANHEIROS

6

ÁREA TOTAL DE PROJ

FEIRA

POSSIBILIDADES DE OC PRAÇA COBE

POSSIBILIDADES DE OCUPAÇÃO: POSSIBILIDADES DE OCUPAÇÃO PRAÇA COBERTA SHOW SHOW PRAÇA COBERTA EXPOSIÇÃO EXPOSIÇÃO

5 4

MOBILIÁRIO MÓVEL

CADEIRA DE PRAIA

6

ESPREGUIÇADEIRA ESPREGUIÇADEIRA 3

1. PALCO FLUTUANTE

2

2. BEIRA D’ÁGUA 3. PRAÇA COBERTA 4. BICICLETÁRIOS

SHOW

MESAS DOBRÁVEIS COMBINÁVEIS

EXPOSIÇÃO

CADEIRA DE PRAIA 7

5. ESTACIONAMENTO

8

ESPREGUIÇADEIRA

6. RESERVATÓRIO

9

7. PRAÇA 8. HORTA/DEPÓSITO/

10

COZINHA/BANHEIROS 9. DEPÓSITO ELEMENTOS MÓVEIS 10. BANHEIROS PÚBLICOS 12. PIQUE-NIQUE

MESAS DOBRÁVEIS COMBINÁVEIS

11

SHOW 12

FEIRA FEIRAEXPOSIÇÃO

PALESTRA PALESTRA FEIRA

PALESTRA


100

101

BEIRA D’ÁGUA IMAGINANDO OCUPAÇÕES


BLEU BLEU BLEU BLEU : : : MM: MEEMEMM: MEÓÓMÓRRRÓEI I IAMRAAIÓEAERE I(E((ARRRE(EER))) EEE(X)XXREI IIESXSS)TITTESÊÊÊXTNNNI ÊCSCCNIITI AACAÊ INAC I A BLEU BLEU BLEU BLEU BLEU BLEU

PARTIDO PARTIDO PARTIDO PARTIDO PARTIDO PARTIDO

MATERIALIDADE

SUSTENTABILIDADE piso de bambu maciço

pisode de bambu maciço piso piso piso bambu de depiso bambu bambu maciço de bambu maciço maciçomaciço

NÚCLEOS DE APOIO: COTA INUNDÁVEL Outra preocupação latente no projeto foi a NÚCLEOS DEAPOIO: APOIO: COTA INUNDÁVEL NÚCLEOS NÚCLEOS NÚCLEOS NÚCLEOS DE DE DE APOIO: APOIO: DECOTA APOIO: COTA COTA INUNDÁVEL COTA INUNDÁVEL INUNDÁVEL INUNDÁVEL

telha de fibra vegetal telhade de telha telha telhade de telha de fibravegetal vegetal fibra fibra fibravegetal vegetal fibra vegetal

estrutura em madeira laminada estrutura emestrutura colada (MLC) estrutura estrutura estrutura em em em em madeira laminada madeira madeira madeira laminada madeira laminada laminada laminada colada (MLC)(MLC) colada colada colada (MLC) colada (MLC) (MLC)

fechamentos em tijolo cerâmico

fechamentos em em fechamentos fechamentos fechamentos em fechamentos em em tijolocerâmico cerâmico tijolo tijolo tijolocerâmico cerâmico tijolo cerâmico

102

RELAÇÃO COM O RIO GARONA RELAÇÃO HORIZONTAL

RELAÇÃO HORIZONTAL RELAÇÃO RELAÇÃO RELAÇÃO RELAÇÃO HORIZONTAL HORIZONTAL HORIZONTAL HORIZONTAL RELAÇÃO VERTICAL RELAÇÃO VERTICAL RELAÇÃO RELAÇÃO RELAÇÃO RELAÇÃO VERTICAL VERTICAL VERTICAL VERTICAL RELAÇÃO VISUAL RELAÇÃO VISUAL RELAÇÃO RELAÇÃO RELAÇÃO RELAÇÃO VISUAL VISUAL VISUAL VISUAL

materialidade proposta, estando o conjunto localizado em um território natural, na beira de um rio. A sustentabilidade está ligada aos ciclos de consumo e reaproveitamento, sendo assim, houve a busca por materiais que pudessem fechamentos em tijolo cerâmico (especialidade da região) ser reutilizados, que fossem extraídos fechamentos emtijolo tijolo cerâmico fechamentos fechamentos fechamentos em emcerâmico tijolo tijolo emcerâmico cerâmico tijolo cerâmico fechamentos em (especialidade daregião) região) de fontes renováveis e pouco(especialidade danosos (especialidade (especialidade (especialidade da daregião) região) da região) da ao meio ambiente. Além disso deu-se prioridade aos materiais locais, que fossem produzidos ao redor do território escolhido. Na sede da associação, a estrutura que sai do solo é de concreto por conta da área ser altamente inundável. No nível superior a estrutura passa a ser de MLC (madeira laminada colada). o tijolo foi o material escolhido para os vedos por ser deck de madeira extremamente durável e local: é o materialsímbolo da cidade de Toulouse, sendo o deckde de madeira deck deck de dedeck madeira madeira de madeira deck madeira responsável por seu apelido mais popular “cidade rosa”. A cobertura foi pensada com placas de telhas ecológicas de fibra vegetal e toda a configuração da cobertura é imaginada de forma a proteger da luz do sol no verão, possibilitar a entrada de luz e ventilação e proporcionar áreas externas cobertas.

SEDE ASSOCIAÇÃO

SEDEASSOCIAÇÃO ASSOCIAÇÃO SEDE SEDE SEDE ASSOCIAÇÃO ASSOCIAÇÃO SEDE ASSOCIAÇÃO

PLATÔS ESCALONADOS PARA PERMANÊNCIA E LIBERDADE DE USO NA BEIRA D’ÁGUA

PLATÔS ESCALONADOS PARAPARA PLATÔS PLATÔS PLATÔS ESCALONADOS PLATÔS ESCALONADOS ESCALONADOS ESCALONADOS PARA PARA PARA PERMANÊNCIA LIBERDADE DE DE PERMANÊNCIA PERMANÊNCIA PERMANÊNCIA PERMANÊNCIA EELIBERDADE EELIBERDADE LIBERDADE EDE LIBERDADE DE DE USONA NA BEIRA D’ÁGUA USO USO USO BEIRA NA NA USO BEIRA BEIRA D’ÁGUA NA D’ÁGUA BEIRA D’ÁGUA D’ÁGUA

cheias regulares

enchentes de menor possibilidade

enchente histórica do século XIX 5m acima do nível

4m acima do nível enchentes demenor menor enchente histórica cheiascheias regulares enchentes enchentes de enchentes de demenor menor enchente de menor enchente enchente histórica enchente histórica históricahistórica cheias regulares cheias regulares regulares cheiasenchentes regulares 3m acima do nível possibilidade doséculo século XIX doXIX possibilidade possibilidade possibilidade possibilidade do do doXIX século século XIX século XIX 5macima acima donível nível 5m 5m 5m do acima acima 5mdo do acima nível níveldo nível 2m acima do nível

4macima acima donível nível 4m 4m 4m do acima acima 4mdo do acima nível níveldo nível 1m acima do nível 3macima acima donível nível 3m 3m 3m do acima acima 3m do do acima nível nível do nível nível regular do rio Garona 2macima acima donível nível 2m 2m 2mdo acima acima 2mdo do acima nível níveldo nível 1macima acima donível nível 1m 1m 1mdo acima acima 1mdo do acima nível níveldo nível nívelregular regular do rioGarona Garona nível nível nívelregular regular do nível rio do regular do rio rioGarona Garona do rio Garona

BLEU BLEU BLEU BLEU BLEU BLEU BLEU BLEU BLEU BLEU BLEU

RIO GARONA RIO GARONA RIO RIO RIO GARONA RIO GARONA GARONA GARONA

TOULOUSE CENTRO TOULOUSE TOULOUSE TOULOUSE TOULOUSE TOULOUSE CENTRO CENTRO CENTRO CENTRO CENTRO

103


O OBJETO

IMPLANTAÇÃO COBERTURA

104

105

50m


ACESSOS

PLANTA TÉRREO 0,00m

ACESSOS

DETALHE

106

107

25m


PLANTA 1o PAVIMENTO 3,75m

108

109

25m


PLANTA 1o PAVIMENTO 3,75m

110

5m

PLANTA MEZANINO 6,45m

5m

111


CORTES

10 m Todas as edificações do complexo proposto respeitam uma grelha base de 1,20m por 1,20,m. Essa escolha foi feita não somente para facilitar a instalação de placas e pisos, que costumam também ser modulados dentro desse padrão, como também para criar mais estabilidade estrutural e um senso de conjunto estético, fortalecendo o vínculo visual “familiar” entre as diferentes edificações.

CORTE A.A 112

CORTE A.A

CORTE D.D

113


EIXOS ESTRUTURAIS SEDE ASSOCIAÇÃO

EIXOS ESTRUTURAIS E DETALHE

COBERTURA TELHA ECOLÓGICA (FIBRA VEGETAL)

Os detalhes elaborados são propostos de forma a evidenciar a diferença entre os ambientes externo e interno no que diz respeito às camadas previstas de isolamento, impermeabilização e subestrutura. Além disso, buscou-se demonstrar as diferentes soluções propostas para a estrutura, concreto armado, no térreo, e MLC no pavimento superior.

114

Importante também ressaltar o detalhamento do sistema de calhas e coleta d’água, imaginado de forma que a maior parte dessa água possa ser reaproveitada para uso na manutenção do complexo.

CAIBROS E RIPÕES

TERÇAS + PELÍCULA IMPERMEÁVEL

TUBO CALHA

PILAR MLC

PILAR CONCRETO ARMADO

EIXOS ESTRUTURAIS NÚCLEOS DE APOIO

DECK

ESTRUTURA DECK

Det

alhe

trec

ho i s

omé

trico

exp lo

dido

115


116

117

FACHADA SUL DA ASSOCIAÇÃO E PRAÇA


118

VARANDA ASSOCIAÇÃO

119

PASSARELA E VISTA PARA O BAR

CAMINHO PRINCIPAL


considerações finais O presente trabalho originou-se do afeto pessoal pelo bleu bleu e a curiosidade sobre seu significado para a parcela da população que teve a oportunidade de dar vida àquele espaço. A partir de sua destruição, emergiu uma pergunta: o que resiste? Neste sentido, esta pesquisa se propôs a buscar a essência sobrevivente deste espaço e, a partir dela, desenvolver uma solução arquitetônica capaz de manter a nova ocupação do terreno em função das dinâmicas, afetos e memórias observados. Para isso, foram recolhidos depoimento da vivência de frequentadores, em relação ao bleu bleu e à cidade de Toulouse, tornando possível a observação de coincidências entre os espaços sobrepostos. Foram feitos levantamentos históricos sobre a cidade, buscando o aprofundamento nas camadas de memória que permeiam os espaços em questão. Através de alguns dos projetos urbanísticos em andamento em Toulouse, procurou-se identificar situações e dinâmicas comuns ao caso do bleu bleu. Apresentou-se uma síntese das estruturas associativas e colaborativas da cidade, como ilustração dos movimentos resistentes do território, e seus métodos de trabalho. Finalmente, a partir das análises realizadas, apresenta-se um projeto arquitetônico. A Association Bleue tem a finalidade de promover uma apropriação fixa do terreno, mantendo um uso livre, coletivo e expressivo. O projeto pretendeu traduzir em espaço físico, as dinâmicas, afetos e memórias observados.

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Conclui-se que os processos opressivos presentes em nossa sociedade e, consequentemente, em nossas cidades, se intensificam gradualmente, homogeneizando os tecidos urbanos e impedindo a prática da cidadania. Face a isso, evidencia-se a importância da proposta de arquiteturas e planos urbanísticos que permitam a livre expressão da diversidade sociocultural, promovendo o encontro, ingrediente base para expressão humana e a resistência às repressões impostas. O projeto proposto é apenas uma resposta possível, que se escora na força do trabalho associativo existente na cidade, como ferramenta de constituição e manutenção da cidadania. Em relação à pergunta inicial, observa-se que o bleu bleu não era apenas um conjunto de estruturas em concreto que a partir de sua demolição deixou de existir. Demonstra-se que ele ainda vive e continuará vivendo mesmo que o espaço que ocupava siga vazio ou transforme-se em algo completamente divergente. A alma do local provinha da humanidade, das pessoas. O projeto apresentado é fundamentado no desejo da conservação dessa humanidade, em um local de natureza abundante como presente e fôlego para que as lutas continuem em busca de um mundo mais justo e inclusivo. Ainda existe um árduo caminho se a proposta é no sentido de preservar essas pequenas zonas de fertilidade expressiva por meio de ações que transformem a sociedade em um local menos opressor e mais tolerante à diferença. Que a arquitetura possa servir ao seu papel político e emancipatório e que nós, arquitetos e urbanistas, possamos nos inspirar no que existe de mais diverso e sensível, para manter a esperança e continuar resistindo face à repressão.

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imagens imagem 2: beira d’água e Garona. fonte: Sonia Glp. Disponível em: < https://www.facebook.com/pages/ Bleu%20Bleu/163324907053799/photos/> imagem 3: verão no bleu bleu. fonte: Marc Leal. Disponível em: < https://www. facebook.com/photo/?fbid=3631328593562595&set=br.AbqW44onmRtYpiFdY3Xvu_ T17lGClvUVLcvI4qyVGcz8MBFOpVQlb4RpFQzCgL3XjdKdQvFxnGjYhisfMYMEEoiS7dj4rc_3vasymH_ WJJeC2TvHJa1krPTgrtVvaGX0Wpi_WTqHCfEM902roKc0JwsB> imagem 11: Acontecimentos e luta. fonte: Montagem elaborada a partir de imagens disponíveis na página do Facebook do Bleu Bleu, La Dépêche, IAATA info, e Actu Toulouse. Disponível em: <https://www.facebook.com/pages/Bleu%20Bleu/163324907053799/> <https://www.ladepeche.fr/2020/12/11/toulouse-manifestation-pour-denoncer-la-destruction-dubleu-bleu-une-guinguette-sauvage-9252162.php:> <https://iaata.info/> <https://actu.fr/occitanie/ toulouse_31555/ville-toulouse-pas-rose-tout_12889221.html> imagem 12: Conjunto de mapas de Localização. fonte: elaboração da autora. Dados disponíveis em: < https://data.toulouse-metropole.fr/pages/accueilv3/ > imagem 13: frequentadores do bleu bleu na beira do Garona. fonte: (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.12) imagem 14: Gilbert e os cães. fonte: (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.3) imagem 15: Gilbert Vivien em frente sua casa. fonte: Alix Franck. Disponível em: <https://www.nikonclub. fr/franckalix>

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imagem 16: Cartaz com os dizeres “salvemos as terraças” no bleu bleu. Fonte: Laurent Avizou. Disponível em: < https://www.facebook.com/photo/?fbid=3868051673213940&set=br.AbpBSGC_PmXzp7Wwf3DG EMwFHjUOnv4QX8Ikv3EXMxWbvcQw-nG1RrbfJcnu3rK-inAM1ysqH6-yCTXN7hInAhRHRi5Ptu08Dxp4VWQ dsknv4rj0t8FgsJQGEbmUuBMnYk0x07iqnb2j2QBgv7gcQFNA> imagem 17: demolição da casa azul com persianas amarelas. fonte: Actu Toulouse. Disponível em: < https://actu.fr/occitanie/toulouse_31555/toulouse-les-images-impressionnantes-de-la-destruction-de-laguinguette-sauvage-du-bleu-bleu_37905762.html> imagem 18: placa com os dizeres “repouse em paz Gilbert e obrigado por tudo” fonte: La Dépêche. Disponível em: < https://www.ladepeche.fr/2020/12/02/toulouse-que-va-devenir-le-bleu-bleu-apres-ladisparition-de-gilbert-vivien-9233674.php> imagem 19: manifestação no Capitole. cartaz com os dizeres “BLEU BLEU não é o azul de vocês que nós queremos, é um azul mais profundo” fonte: La Dépêche. Disponível em: < https://www.ladepeche. fr/2020/12/11/toulouse-manifestation-pour-denoncer-la-destruction-du-bleu-bleu-une-guinguettesauvage-9252162.php>

imagem 27: colagem afetiva Toulouse/Bleu Bleu. fonte: cartografia elaborada a partir de relatos e dados georreferenciados da Data Toulouse Métropole disponíveis em: <https://data.toulouse-metropole.fr/pages/ accueilv3/> imagem 28: colagem Toulouse cor. fonte: Montagem elaborada a partir de imagens disponíveis em Toulouse Archives, Blog Público, Toulouse Info, Joel Bruffin, Detours en France, Actu Toulouse e La Dépêche disponível em: <https://www.archives.toulouse.fr/archives-en-ligne/consultez-les-archives-numerisees/lesenluminures-des-annales><https://blogs.publico.es/strambotic/2018/04/tbandera-republicana-mentira/> <https://www.toulouseinfo.fr/ville-rose/><https://joelbruffin.typepad.fr/le_pouvoir_des_fleurs/2010/03/ la-violette-de-toulouse-disparait.html> <https://www.detoursenfrance.fr/patrimoine/traditions-et-savoirfaire/toulouse-quand-la-ville-rose-mise-sur-le-pastel-4899> <https://actu.fr/occitanie/toulouse_31555/ occitanie-conseil-etat-rejette-recours-catalans-contre-nom-region_11287765.html> acesso em nov. 2021 <https://www.ladepeche.fr/article/2015/06/06/2119469-toulouse-vibre-toujours-pour-les-rouge-et-noir. html> acesso em nov. 2021 imagem 29: Placa na rue du Taur com a inscrição “Os números 69 e 71 da rue du Taur foram, durante a ditadura franquista, a sede do Partido Socialista Obreiro Espanhol e da União Geral dos Trabalhadores” fonte: Vincent Nguyen. Disponível em: < https://www.lepelerin.com/dans-lhebdo/reportage/depuis-laretirada-toulouse-lespagnole/> imagem 30: Toulouse, Ciné Espoir, abril de 1945. Primeiro congresso dos Jovens Socialistas Espanhóis (JSE) no exílio. Fonte: Enrique Tapia-Jimenez. Disponível em < https://www.archives.toulouse.fr/ documents/10184/13573/Immigration_Retirada.pdf/9f982c2d-09b0-441f-be89-e26f442d93c2> imagem 32: “não creia de maneira alguma que a poesia não serve para nada em tempos sombrios”. fonte: France 3. Disponível em: < https://france3-regions.francetvinfo.fr/occitanie/haute-garonne/toulouse/ toulouse-la-poesie-sort-de-la-cave-pour-s-afficher-dans-la-rue-902311.html>

imagem 31: Cave Poésie. fonte: France 3. Disponível em:< https://france3-regions.francetvinfo.fr/ occitanie/haute-garonne/toulouse/toulouse-editeurs-independants-occitanie-salon-cave-poesie-1329475. html> imagem 33: Filme ao ar livre na Cinemateca de Toulouse. Fonte: Association du Cinéma Indépendent pour sa Diffusion (ACID). Disponível em: < https://www.lacid.org/fr/structures/cinematheque-de-toulouse> imagem 34: Cartaz Cinespaña 2020. Fonte: Cinespagnol. Disponível em: < https://www.cinespagnol.com/ decouvrez-affiche-2020/> imagem 36: Mapa dos 17 grandes complexos de Toulouse de 1950 a 1975. fonte: La Dépêche. Disponível em: < https://www.ladepeche.fr/article/2018/02/19/2745069-ces-grands-ensembles-ont-faittoulouse.html> imagem 37: Capa do album “Motivés!” cantos de luta, de Zebda/Taktifcollectif. fonte: Taktifcollectif. Disponível em: < https://tactikollectif.org/tag/motives/#>

imagem 21: ilustração do encontro após a demolição fonte: (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.18)

imagem 38: Linha do Tempo do desenvolvimento de Toulouse. fonte: BelvedeR. Disponível em: <https://www.revue-belveder.org/index.php/chronologie-dune-evolution-urbaine-et-de-ses-courantsarchitecturaux/>

imagem 23: Toulouse. fonte: Toulouse Visit. Disponível em: < https://www.toulouse-visit.com/our-toptips>

imagem 39: Demolição de quateirão no bairro Faubourg Bonnefoy. Fonte: Hans Lucas. Disponível em: < https://hanslucas.com/fscheiber/photo/31284>

imagem 24: as terraças do bleu bleu. fonte: (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.1)

imagem 41: Serigrafia da exposição “quartier en guerre” (bairro em guerra). Fonte: Atelier la Turbine. Disponível em: <http://atelierlaturbine.fr/expo-quartier-en-guerre/>

imagem 20: Gilbert com sua bicicleta e sua fonte: (CAGNAT; BACQUÉ, 2021, p.10)

imagem 25: colagem afetiva bleu bleu. fonte: Montagem elaborada pela autora e grupo de pesquisa a partir de imagens disponíveis na página do Facebook do Bleu Bleu, IAATA info, Actu Toulouse, Google Earth. Disponível em: <https://www.facebook.com/pages/Bleu%20Bleu/163324907053799/> <https://iaata.info/> <https://actu.fr/occitanie/toulouse_31555/ville-toulouse-pas-rose-tout_12889221. html> <https://earth.google.com/web/> imagem 26: colagem afetiva Toulouse. fonte: Montagem elaborada pela autora e grupo de pesquisa a partir de imagens disponíveis em IAATA info, Actu Toulouse, Toulouse Métropole e Archives Toulouse. <https://iaata.info/> <https://actu.fr/occitanie/toulouse_31555/ville-toulouse-pas-rose-tout_12889221. html><https://www.toulouse-metropole.fr/> <https://www.archives.toulouse.fr/histoire-de-toulouse>

imagem 40: Serigrafia da exposição “quartier en guerre” (bairro em guerra). Fonte: Atelier la Turbine. Disponível em: <http://atelierlaturbine.fr/expo-quartier-en-guerre/> imagem 42: Serigrafia da exposição “quartier en guerre21” (bairro em guerra), com os dizeres “quando nós teremos um movimento que conserte as pessoas da mesma forma que os imóveis?“. fonte: Atelier la Turbine. Disponível em: <http://atelierlaturbine.fr/expo-quartier-en-guerre/> imagem 43: mapa da localização dos projetos em Toulouse. fonte: elaboração da autora. Dados Disponíveis em: < https://data.toulouse-metropole.fr/pages/accueilv3/>

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imagem 44: Projeto Cour du Dôme, sala apartamento duplex. fonte: Kaufman Broad. Disponível em: < https://www.kaufmanbroad.fr/achat-immobilier-neuf/occitanie/haute-garonne/toulouse/cour-dudome-33851-550-20.html>

imagem 45: Cour du Dôme, vista da ponte Saint Pierre. fonte: Kaufman Broad. Disponível em: < https://www.kaufmanbroad.fr/achat-immobilier-neuf/occitanie/haute-garonne/toulouse/cour-dudome-33851-550-20.html> imagem 46: demolição do edifício do Instituto Claudius Régaud. fonte: Actu Toulouse. Disponível em: < https://actu.fr/occitanie/toulouse_31555/l-image-carte-postale-de-toulouse-defiguree-le-projet-immobilierde-la-grave-devant-la-justice_37427062.html> imagem 47: vista da cúpula da Grave e demolição do edifício do Instituto Claudius Régaud. fonte: Actu Toulouse. Disponível em: < https://actu.fr/occitanie/toulouse_31555/l-image-carte-postale-de-toulousedefiguree-le-projet-immobilier-de-la-grave-devant-la-justice_37427062.html> imagem 48: Diagrama do projeto Grand Matabiau. fonte: Toulouse Grand Matabiau. tradução nossa. Disponível em: < www.toulouse-grandmatabiau.fr/sites/default/files/plaquette_du_projet_toulouse_ eurosudouest.pdf> imagem 49: Diagrama do projeto Grand Matabiau. fonte: Toulouse Grand Matabiau. tradução nossa. Disponível em: < www.toulouse-grandmatabiau.fr/sites/default/files/plaquette_du_projet_toulouse_ eurosudouest.pdf>

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imagem 64: A expressão envolta pela resistência. fonte: compilação da autora. Montagem elaborada a partir de imagens de Squat Net, IAATA e Myxart Myrys. Diponível em: <squat.net><iaata.info><mixartmyrys.org> imagem 65: Reunião do coletivo L’Atelier Idéal na ocasião da legitimidade jurídica da ocupação La Chapelle, mais antiga da França, por ele gerada. fonte: Actu Toulouse. Disponível em: < https://actu. fr/occitanie/toulouse_31555/toulouse-chapelle-plus-vieux-squat-france-rentre-dans-legalite_15155999. html?fbclid=IwAR3uTDHcmTJLDOa53dMlrTGlfZ2PkQWUa2sKIOoZqz5X1ugX82dz0jTFsz4> imagem 66: Cartaz: “nós continuamos a ocupar seus casarões vazios”. fonte: IAATA. Disponível em: <iaata.info> imagem 67: Mapa de ocupações/espaços associativos. fonte: elaboração da autora. Dados disponíveis em: < https://data.toulouse-metropole.fr/pages/accueilv3/> imagem 68: Mapa de ocupações/espaços associativos numerados. fonte: elaboração da autora.Dados disponíveis em: < https://data.toulouse-metropole.fr/pages/accueilv3/>< squat.net>

imagem 50: Programa Torre Occitânia. fonte: Compagnie Phalsbourg. tradução nossa. Disponível em: < https://antiteso.noblogs.org/post/category/textes/>

imagem 69: evento cultural “Guinguette d’Été” proposto pela associação École Citoyenne no bairro de Bourbaki. fonte: École Citoyenne

imagem 51: retroescavadora com o nome da empresa: “futuro desconstruções” fonte: Collectif Auto Média énervé. Disponível em: < https://www.instagram.com/cametoulouse/>

imagem 70: Mapa, contexto de bairro. Fonte: Google Earth. Disponível em: < https://earth.google.com/>

imagem 52: “não deixemos os ricos brincar com as nossas vidas”. fonte: Anti Teso. Disponível em: <https://antiteso.noblogs.org/> imagem 53: Manifestações pelo bairro. fonte: Anti Teso. Disponível em: < https://antiteso.noblogs.org/>

imagem 72: Complilação de mapas do plano diretor. fonte: Mairie de Toulouse. Disponível em: < https://www.toulouse.fr/documents/103047/11153932/PLAN_GUIDE_BD/fda0a880-d29d-45e4-916eb9f26ac89c0e>

imagem 54: Vista da esquina: Cité Bleue, no bairro de Negreneys, norte de Toulouse. fonte: Actu Toulouse. Disponível em: < https://actu.fr/occitanie/toulouse_31555/a-toulouse-lancienne-cite-dealers-cocaine-vaetre-partie-rasee_19153724.html>

imagem 73: Diretrizes de meio ambiente sobrepostas. fonte: Mairie de Toulouse. Disponível em: < https://www.toulouse.fr/documents/103047/11153932/PLAN_GUIDE_BD/fda0a880-d29d-45e4-916eb9f26ac89c0e>

imagem 55: o conjunto hoje. fonte: Toulouse Métropole Habitat. Disponível em: <https://www.toulousemetropole-habitat.fr/Documents/Projet%20TEKHNE-R%C3%A9union%20publique%20Negreneys.pdf>

imagem 74: Rede cicloviária fonte: Mairie de Toulouse. Disponível em: < https://www.toulouse.fr/ documents/103047/11153932/PLAN_GUIDE_BD/fda0a880-d29d-45e4-916e-b9f26ac89c0e>

imagem 56: Em laranja, o projeto volumétrico dos novos edifícios, em cinza, o que se mantém da edificação original. fonte: Toulouse Métropole Habitat. Disponível em: < https://www.toulouse-metropolehabitat.fr/Documents/Projet%20TEKHNE-R%C3%A9union%20publique%20Negreneys.pdf>

imagem 75: Grand Parc Garonne. fonte: Mairie de Toulouse. Disponível em: < https://www.toulouse.fr/ documents/103047/11153932/PLAN_GUIDE_BD/fda0a880-d29d-45e4-916e-b9f26ac89c0e>

imagem 57: Cartaz “expulsos para ir para onde?”. fonte: Camé Toulouse. Disponível em: <https://www. instagram.com/p/CNuHyBDghgp/> imagem 58: Mobilização dos habitantes, fonte: La Dépêche. Disponível em: < https://www.ladepeche. fr/2021/04/08/cite-bleue-la-mobilisation-des-riverains-se-poursuit-9475283.php> imagem 59: Vista do hangar sede do Mixart Myrys. fonte: Mixart Myrys. Disponível em: < http://www. mixart-myrys.org/le-lieu/> imagem 60: Planta esquemática da sede do coletivo fonte: Mixart Myrys. tradução nossa. Disponível em: < http://www.mixart-myrys.org/le-lieu/> imagem 61: cartaz em manifestação no centro de Toulouse: “mix’art myrys viverá” fonte: Myxart Myrys. Disponível em: < https://vive.mixart-myrys.org/> imagem 62: cartazes em manifestação “apoio ao mix’art myrys” e “por que matar a cultura?”. Fonte: TV Bruits. Disponível em: <https://tvbruits.org/spip.php?article2772> imagem 63: Teatro Forum em evento da associação École Citoyenne. fonte: École Citoyenne

imagem 71: Mapa, entorno imediato. Fonte: Google Earth. Disponível em: < https://earth.google.com/>

imagem 76: Zonas de Risco de Inundação. fonte: Prefecture de Haute Garonne. Disponível em: < https:// www.haute-garonne.gouv.fr/Politiques-publiques/Environnement-eau-risques-naturels-et-technologiques/ Risques-naturels/Plans-de-Prevention-des-Risques-Naturels-Majeurs-PPRN/PPRN-approuves-hors-PPRSecheresse/TOULOUSE> imagem 77: Mapas de Inundação, Edificações e Equipamentos. Fonte: elaboração da autora. Dados disponíveis em: < https://data.toulouse-metropole.fr/pages/accueilv3/> imagem 78: Mapas de trajetos. fonte: elaboração da autora. Dados disponíveis em: < https://data. toulouse-metropole.fr/pages/accueilv3/> imagem 79: Cartas solares fonte: Andrew Marsh. Disponível em: < https://drajmarsh.bitbucket.io/ sunpath2d.html> imagem 80: Temperaturas médias e ventos predominantes. fonte: Wind Finder. Disponível em: < https:// pt.windfinder.com/windstatistics/toulouse_blagnac>

129


apêndice

130

RAMPA ASSOCIAÇÃO

131


132

VARANDA ASSOCIAÇÃO

133


CORTE PERSPECTIVADO

134

135


CAMINHO E PRAÇA

136

137


1 pav. 3,75m coletor calha concreto

calha metálica

C

piso bambu placa telha vegetal

dupla vitragem

7,52 m placa de telha ecológica onduline clássica 2m x 0,95m

D

2.40m

ripões, caibros e película impermeável “parapluie”

terças pinho marítimo + placas OSB 14mm

carpintaria apoio forro pinho marítimo + forro pinus

E

3.60m

primeira camada isolante lã de vidro 10cm

caibros pinho marítimo

% i = 18%

película impermeável “parapluie”

calha metálica

BLEU BLEU : M E M Ó R I A

ripões, caibros e película impermeável “parapluie”

carpintaria apoio forro pinho marítimo + forro pinus

Detalhes 1:25

terças pinho marítimo e primeira camada isolante lã de vidro 10cm porta camarão dupla vitragem deck pinho silvestre réguas 2cm x 10cm

placa de telha ecológica onduline clássica 2m x 0,95m

piso bambu

viga intermediária seção 10cm x 15cm

deck pinho silvestre

%corpo ripas de i = guarda 18% madeira

laje placa osb 18mm

%

BLEU BLEU : M E M Ó R I A ripões, caibros e película impermeável “parapluie”

película anti-vapor “frein-vapeur”

carpintaria apoio forro pinho marítimo

pilar concreto armado

ada isolante lã de vidro 10cm

terças pinho marítimo e primeira camada isolante lã de vidro 10cm

painel composto de pinho e isolamento camada de de fibra cânhamo 2cm de ar 10cm

viga intermediária seção 10cm x 15cm

espaçamento entre réguas 1cm

espaço externo

7,52 m

3

vigas MLC seção 10cm x 40cm

Detalhe 1 corte -7.20m 1:50 terças pinho marítimo e primeira camada isolante lã de vidro 10cm

conector metálico sub-estrutura pinho marítimo e segunda camada (cruzada) isolante lã de vidro 10cm

interno

Viga MLC seção 10cm x 50cm

caixilharia em madeira

caixa de rolo elétrica

porta camarão vidro duplo

caibros seção 5cm x 6cm espaçamento 90cm

Viga MLC seção 10cm x 40cm

139

forro pinus réguas 15cm x 1cm carpintaria apoio forro pinho marítimo seção 3cm x 5cm

espaçamento entre pilares e vigas 2cm placa de telha ecológica onduline clássica 2m x 0,95m

PILAR CONCRETO X PILAR MLC X VIGAS MLC

Viga MLC seçãopelícula impermeável 10cm x 40cm “parapluie”

ENCAIXE VIGAS MESTRAS X VIGAS INTERMEDIÁRIAS pilar concreto

ripões pinho armado diâmetro marítimo 40cm seção 2,5cm x 5 cm espaçamento 45cm

camada de conector metálico 2cm de ar isolamento lã de vidro 20cm

caixilharia em madeira

caixa de rolo elétrica

4

forro pinus réguas 15cm x 1cm carpintaria apoio forro pinho marítimo seção 3cm x 5cm

E INTER IN

conector met

placa OSB 14mm película anti-vapor “frein-vapeur”

Detalhe trecho isométrico Detalhe 1 vista - 1:50

porta camarão vidro duplo

brise rolo bambu tingido

Detalhes iso encaixes estrutura MLC carpintaria apoio forro pinho marítimo + forro pinus

isolamento lã de vidro 20cm

conector metálico placa de acabamento bambu maciço 2mm Pilar MLC seção 30cm x 30cm

espaçamento entre pilares e vigas 2cm placas OSB 14mm pilar MLC seção 30cm x 30cm

camada de 2cm de ar

conector metálico

brise rolo bambu tingido

janela basculante vidro duplo carpintaria apoio forro pinho caixilharia marítimo + forro empinus madeira

PILAR X VIGAS MLC COBERTURA

Detalhe 1 - planta de cobertura- 1:50 Viga MLC seção 10cm conector x 40cm metálico

ripões, caibros e película impermeável “parapluie”

Viga MLC seção 10cm x 50cm

caibros seção 5cm x 6cm espaçamento 90cm

Detalhes iso encaixes estrutura MLC

deck pinho silvestre réguas 2cm x 10cm

placa de telha ecológica onduline clássica 2m x 0,95m

pilaretes concreto armado

r 2cm

Detalhes 1:25

conector metálico sub-estrutura pinho marítimo e segunda camada (cruzada) isolante lã de vidro 10cm

brise rolo bambu tingido

PILAR X PILA placaCONCRETO de acabamento bambu maciço 2mm MLC X VIGAS MLC

E (RE)EXISTÊNCIA

placas OSB 14mm pilar MLC seção 30cm x 30cm

caixa de rolo elétrica

caixilharia em madeira

espaçamento entre pilares e vigas 2cm

viga MLC

vigas MLC seção 10cm x 40cm

janela basculante vidro duplo

PILAR X VIGAS MLC COBERTURA

Viga MLC seção 10cm x conector 40cm metálico

forro pinus

viga MLC

pilar MLC seção 30cm x 30cm

Detalhes iso encaixes estrutur

espaçamento entre réguas 1cm

viga MLC

Nathália Fontana Arantes 31613861 Professor Marcos Carrilho TFG I - 1sem. 2021

rmeável “parapluie”

espaçamento entre pilares e vigas 2cm

conector metálico

painel composto de pinho e isolamento camada de de fibra cânhamo 2cm de ar 10cm

isolamento lã de vidro 15cm

elícula terças pinho marítimo + carpintaria apoio forro pinho marítimo pluie” placas OSB 14mmencaixe em aço+ forro pinus coletor calha concreto

4mm

terças pinho marítimo + placas OSB 14mm

vigas MLC seção 10cm x 40cm

pilar MLC

viga MLC estrutura deck

conector metálico

forro pinus

carpintaria apoio forro pinho marítimo

deck pinho silvestre

E (RE)EX

película anti vapor “frein-vapeur” ripões, caibros e película impermeável “parapluie” carpintaria apoio forro pinho marítimo

caixilharia madeira envernizada

película anti vapor “frein-vapeur”

138

espaçamento entre réguas 1cm

janela basculante dupla vitragem

placa OSB 14mm

forro pinus placa de telha ecológica onduline clássica 2m x 0,95m calha metálica viga MLC

7.20m

segunda camada cruzada isolante lã de vidro 10cm

Nathália Fontana Arantes 31613861 Professor Marcos Carrilho TFG I - 1sem. 2021

painel composto de pinho e isolamento de fibra cânhamo 10cm

deck pinho silvestre réguas 2cm x 10cm

viga intermediária seção 10cm x 15cm

placa osb 14mm

%

terças pinho marítimo

3

placa de telha ecológica película impermeável “parapluie” onduline clássica 2m x 0,95m camada de ar 2cm

ripões pinho marítimo

adeira envernizada

Detalhes 1:25

Viga MLC seção

espaçamento entre pilares e vigas 2cm

Viga MLC seção 10cm x 40cm

conector metálico


espaçamento entre pilares e vigas 2cm

EU : M E M Ó R I A

pilar MLC seção 30cm x 30cm

E ( R E ) E X I S T Ê N C I A Detalhes iso encaixes estrutura MLC

vigas MLC seção 10cm x 40cm

terças pinho marítimo e primeira camada isolante lã de vidro 10cm

conector metálico

PILAR X VIGAS MLC COBERTURA painel composto de pinho e isolamento camada de de fibra cânhamo 2cm de ar Viga MLC seção 10cm10cm x 40cm

silvestre x 10cm

caibros seção 5cm conector x 6cmmetálico espaçamento 90cm

Viga MLC seção 10cm x 40cm

brise rolo bambu tingido

caixilharia em madeira conector metálico porta camarão vidro duplo Pilar MLC seção 30cm x 30cm

xes estrutura MLC

CONCRETO X PILAR LC X VIGAS MLC

Viga MLC seção 10cm x 40cm

conector metálico

ENCAIXE VIGAS INTERMEDIÁRIAS X VIGAS INTERMEDIÁRIAS

ripões pinho marítimo seção 2,5cm x 5 cm espaçamento 45cm

forro pinus réguas 15cm x 1cm

placa OSB 14mm película anti-vapor “frein-vapeur”

carpintaria apoio forro MLC seção pinhoViga marítimo seção 3cm x10cm 5cm x 40cm

espaçamento entre pilares e vigas 2cm

ENCAIXE VIGAS MESTRAS X VIGAS INTERMEDIÁRIAS

espaçamento entre pilares e vigas 2cm

película anti-vapor “frein-vapeur”

película impermeável “parapluie”

isolamento lã de vidro 20cm

C seção caixa de roloforro pinho carpintaria apoio 30cm marítimoelétrica + forro pinus

porta camarão vidro duplo

placa OSB 14mm

carpintaria apoio forro pinho marítimo seção 3cm x 5cm

ENCAIXE VIGAS MESTRAS X VIGAS INTERMEDIÁRIAS

camada de 2cm de ar

onector metálico sub-estrutura pinho marítimo e segunda camada (cruzada) isolante amento entre lã de vidro 10cm s e vigas 2cm

caixilharia em madeira

placa de telha ecológica onduline clássica 2m x 0,95m

placa de acabamento bambu maciço 2mm

placas OSB 14mm

erno 140

brise rolo bambu tingido

PILAR CONCRETO X PILAR MLC X VIGAS MLC

janela Viga MLC seção basculante 10cm x 50cm vidro duplo caixilharia em madeira

mento entre uas 1cm

co

caixa de rolo elétrica

forro pinus réguas 15cm x 1cm

pilar concreto armado diâmetro 40cm

Viga MLC seção conector metálico 10cm x 40cm

encaixe andorinha

encaixe andorinha

SEDE ASSOCIAÇÃO 141

conector metálico

ENCAIXE VIGAS INTERMEDIÁRIAS X VIGAS INTERMEDIÁRIAS

Detalhe trecho isométrico

encaixe andorinha

encaixe andorinha

conector metálico pilar concreto armado diâmetro 40cm

PRAÇA COBERTA E PALCO


142

143


144


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