TFG NATHALIA RODRIGUES COSTA - O ESPAÇO LÚDICO NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA

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UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA ARQUITETURA E URBANISMO

NATHALIA RODRIGUES COSTA

O ESPAÇO LÚDICO NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA

Uma proposta para cidade de Miracatu

Santos – SP

Dezembro / 2022

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA ARQUITETURA E URBANISMO

NATHALIA RODRIGUES COSTA

O ESPAÇO LÚDICO NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA

Uma proposta para cidade de Miracatu

Trabalho Final de Graduação apresentado como exigência parcial para obtenção do título de bacharel junto à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Cecília, sob a orientação da Arq. Ms. Prof. Cristina Ibrahim Ribas

Santos – SP Dezembro / 2022

UNIVERSIDADE SANTA CECÍLIA ARQUITETURA E URBANISMO NATHALIA RODRIGUES COSTA

O ESPAÇO LÚDICO NA FORMAÇÃO DA CRIANÇA

Uma proposta para cidade de Miracatu

Trabalho Final de Graduação apresentado como exigência parcial para obtenção do título de bacharel à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Santa Cecília

BANCA EXAMINADORA

Data da aprovação: ___/____/____ Nota: _________________ ___________________________________ Professor

“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção”. (Lucio Costa, 1940)

RESUMO

O trabalho propõe a construção de uma creche para a cidade de Miracatu que visa a melhoria e qualidade do desenvolvimento infantil pautada no estudo da importância do lúdico e do método Montessori na primeira infância. Busca referencias na arquitetura brasileira sobre sua aplicação em escolas e pátios com seus usos e adaptações correspondentes a faixa etária endossa segurança. Considera os fatores climáticos, urbanos, como infraestrutura, implantação e formato estudados da área para aproveitamento máximo de aberturas, recortes e desnível do terreno. Resulta na proposta de uma creche para atender a demanda da cidade focada na autonomia, criatividade e liberdade da criança a ser desenvolvida neste semestre.

Palavras-chave: Arquitetura Escolar. Creche. Montessori.

LISTA DE IMAGENS

Figura 1 - Fachada Escola Infantil Montessori | Fonte: Luiza Ananias........35

Figura 2 - Mobiliário, marcenaria e revestimentos neutros | Fonte: Luiza Ananias .......................................................................................................35

Figura 3 - Sala ampla, bem iluminada e em tons neutros | Fonte: Luiza Ananias

Figura 4 Cozinha | Fonte: Luiza Ananias ..................................................36

Figura 5 Corte | Fonte: Meius Arquitetura + Rachel Cheib Arquitetura .....36

Figura 6 Ilustração sala | Fonte: Meius Arquitetura + Rachel Cheib Arquitetura...................................................................................................36

Figura 7 - Sala ampla e bem iluminada | Fonte: Luiza Ananias 37

Figura 8 Divisão dos espaços e utilização da luz natural | Fonte: Luiza Ananias .......................................................................................................37

Figura 9 Jardim | Fonte: Luiza Ananias.....................................................37

Figura 10 Playground | Fonte: Luiza Ananias ...........................................38

Figura 11 - Layout Térreo | Fonte: Meius Arquitetura + Rachel Cheib Arquitetura 38

Figura 12 - Layout Piso 1 | Fonte: Meius Arquitetura + Rachel Cheib Arquitetura...................................................................................................39

Figura 13 Fachada do berçário Primetime | Fonte: Nelson Kon................40

Figura 14 Entrada do berçário | Fonte: Nelson Kon ..................................41

Figura 15 - Cubo protuberante amarelo da fachada | Fonte: Nelson Kon ...41

Figura 16 - Vista posterior | Fonte: Nelson Kon 41

Figura 17 - Vista da rampa de fora do edifício | Fonte: Nelson Kon ............42

Figura 18 Vista da rampa de dentro do edifício | Fonte: Nelson Kon ........42

Figura 19 - Fachadas | Fonte: Marcio Kogan 42

Figura 20 Espaço de atividades | Fonte: Nelson Kon................................43

Figura 21 Espaço de atividades | Fonte: Nelson Kon................................43

Figura 22 Teatro infantil | Fonte: Nelson Kon............................................43

Figura 23 - sala de refeições | Fonte: Nelson Kon ......................................44

Figura 24 - Sala de descanso | Fonte: Nelson Kon 44

Figura 25 - área de banho | Fonte: Nelson Kon 44

Figura 26 Interior fachada noroeste | Fonte: Nelson Kon..........................45

Figura 27 Recuo fachada sudeste | Fonte: Nelson Kon............................45

Figura 28 Casinha | Fonte: Nelson Kon ....................................................45

Figura 29 - Playground | Fonte: Nelson Kon

Figura 30 - Planta Térreo | Fonte: Studio MK27 46

Figura 36 - Detalhamento muro | Fonte: Pedro Napolitano Prata................49 Figura 37 - "Rendas" de luz e sombras criadas pelo muro | Fonte: Pedro Napolitano Prata..........................................................................................49 Figura 38 Torre circular | Fonte: Pedro Napolitano Prata.........................50 Figura 39 Vista de cima da Torre | Fonte: Pedro Napolitano Prata ..........50 Figura 40 Extremidade do Muro | Fonte: Pedro Napolitano Prata.............50 Figura 41 - Terreiro com arquibancada circular | Fonte: Pedro Napolitano Prata 50 Figura 42 - Vista do terreiro

.......................................................................................................35
...............................................45
..........................................................................................................48
Figura 31 - Planta primeiro piso | Fonte: Studio MK27................................46 Figura 32 - Planta segundo piso | Fonte: Studio MK27 47 Figura 33 - Corte | Fonte: Studio MK27.......................................................47 Figura 34 Implantação Espaço Lúdico Sinhazinha Meirelles | Fonte: Grupo Fresta
................................49
|
Prata............................................................................................................51 Figura 43 Caixas de
ao
|
....................................................................................................................51 Figura 44 -
|
.................51 Figura 45 - Cortes Longitudinais |
52 Figura 46 - Cortes Transversais |
Figura 47
|
Figura 48 - Maquete do espaço vista de
| Fonte:
53 Figura 49 Mapa mostrando limite do
de
SP |
IBGE censo 2010 ........................................................................................56 Figura 50 Mapa distritos de Miracatu | Fonte: IBGE 2018. Elaboração RiscoAU 2018..............................................................................................57 Figura 51 - Mapa Zoneamento Urbano | Fonte:
Municipal de Miracatu e RiscoAU Elaboração: o Autor 57 Figura 52 Mapa Equipamentos Urbanos | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o autor. ....................................................................................58
Figura 35 Ampliação do muro | Fonte: Grupo Fresta
as caixas ao fundo
Fonte: Pedro Napolitano
brincar
abrigo do sol
Fonte: Pedro Napolitano Prata
Ampliação Caixas de Brincar
Fonte: Grupo Fresta
Fonte: Grupo Fresta
Fonte: Grupo Fresta...............................52
Maquete
Fonte: Grupo Fresta.................................................53
cima
Grupo Fresta
Município
Miracatu
Fonte:
Prefeitura

Figura 53 - Mapa Setor censitário para Pessoas de 0 a 5 anos residentes. | Fonte: IBGE censo 2010.............................................................................58

Figura 54 - Gráficos setor censitário IBGE | Fonte: IBGE censo 2010........59

Figura 55 - Gráfico serviços da educação | Fonte: Pesquisa de campo RiscoAU 2018 59

Figura 56 Classificação viária do entorno do terreno | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor............................................................................60

Figura 57 Mapa Pavimentação do entorno do terreno | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor............................................................................61

Figura 58 - Mapa Cheios e Vazios | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor. 62

Figura 63 Instituto Logos de Educação Presbiteriano | Fonte: Acervo Pessoal........................................................................................................63

Figura 63 Igreja Bola de Neve | Fonte: Acervo Pessoal............................63

Figura 63 E.M.E.F. Jardim Yolanda | Fonte: Acervo Pessoal...................63

Figura 63 - E.E. Poeta Domingues Bauer Leite | Fonte: Acervo Pessoal 63 Figura 63 - Padaria do Manolo | Fonte: Acervo Pessoal

Figura

Figura

Figura

63
64 Mapa de uso e ocupação do solo num raio de 500m do terreno | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor ..........................................63
65 Mapa gabarito de altura | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor.........................................................................................................64
....................................................................................................................65
-
|
65
|
o
69
|
....................................................................................................................66
70 -
|
Google
Earth Elaboração: o Autor 66 Figura 71 - Gráfico de Temperatura e Zona de Conforto | Fonte: ProjetEEE ....................................................................................................................67 Figura 72 Gráfico de Chuva | Fonte: ProjetEEE........................................67 Figura 73 Gráfico de umidade relativa | Fonte: ProjetEEE........................68 Figura 74 - Gráfico de radiação diária máxima e mínima mensal | Fonte: ProjetEEE 68 Figura 75 - Gráfico de radiação média mensal | Fonte: ProjetEEE 68
76 - Rosa dos Ventos | Fonte: ProjetEEE ........................................69
77 Rosa dos Ventos (dia) | Fonte: ProjetEEEE..............................69
78 - Plano de massas | Fonte: Google Maps2021 Elaboração: o Autor 74
79 - Planta de setorização | Elaboração: o Autor 75
66 - Acesso ao terreno pela Av. da Saudade | Fonte: Acervo Pessoal
Figura 67
Acesso ao terreno pela Rua Três
Fonte: Acervo Pessoal
Figura 68 Mapa Áreas de risco
Fonte: Google Maps 2021+ RiscoAU Elaboração:
Autor.....................................................................................65 Figura
Terreno Cotado
Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor
Figura
Curvas de nível
Fonte:
Maps+ Google
Figura
Figura
Figura
Figura
1. CONCEITO DE LÚDICO .................................................20 2. CONCEITO E HISTÓRICO DE CRECHE........................24 3. MÉTODO MONTESSORI................................................28 4. REFERÊNCIAS PROJETUAIS .......................................34 4.1 ESCOLA INFANTIL MONTESSORI..........................34 4.2 BERÇÁRIO PRIMETIME...........................................40 4.3 ESPAÇO LÚDICO SINHAZINHA ..............................48 5. ANÁLISES URBANAS....................................................56 5.1 ÁREA DE ESTUDO...................................................56 5.2 LEVANTAMENTO URBANO.....................................60 5.3 DADOS BIOCLIMÁTICOS.........................................67 6. O PROJETO....................................................................72 6.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES...........................72 6.2 PLANO DE MASSAS ................................................74 6.3 SETORIZAÇÃO.........................................................75 BIBLIOGRAFIA .....................................................................78 SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

Este documento refere-se ao Trabalho Final de Graduação e propõe a construção de uma nova creche para a cidade de Miracatu. Trata a importância da criação de uma creche voltado para a formação da criança, atendendo as necessidades de brincar e de interação com seus pares baseada no método Montessori.

suas escolhas confere uma base física e psíquica em seu desenvolvimento como ser humano.

A necessidade desta implantação visa ampliar o atendimento em creche às crianças da educação infantil, residentes, prioritariamente, em localidades com maior vulnerabilidade social e déficit na oferta de vagas para esse nível de ensino. Assim como servir de modelo para as demais creches existentes.

O desenvolvimento é baseado primeiramente em dados encontrados em livros e sites, onde a partir deste foram criados resumos e fichamentos, junto à documentos oficiais fornecidos pela Prefeitura Municipal através de cópias e nas pesquisas de campo, com levantamentos e entrevistas que agregaram conhecimento para a produção de todo material.

No primeiro capítulo é apresentado o conceito de lúdico através de citações de alguns autores e seu papel no desenvolvimento da criança.

A proposta é criar um espaço pensado na criança em sua totalidade, trazer autonomia para o seu dia a dia, onde possa aprender despertando a criatividade com segurança e organização. Aliando sua construção social e educativa.

No decorrer deste documento é fácil perceber a importância de se projetar para a criança e como isso pode influenciar na vida adulta. Assegurar um local onde ela tenha liberdade para fazer

O capítulo dois traz o conceito e o histórico de creche, nele é apresentado a etimologia desta palavra, como se deu no decorrer dos anos a sua formação e como a discriminação no início e a falta do apoio do Estado impossibilitou a construção de uma identidade bem definida mas com o passar dos anos o cenário é diferente e torna se um equipamento essencial para o desenvolvimento das cidades.

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O terceiro capítulo trata do Método Montessori, o qual foi escolhido para embasar o projeto, conta uma breve história de como surgiu, através de sua criadora Maria Montessori e como seus estudos através da psicologia é aplicado nos espaços favorecendo o desenvolvimento humano.

O capítulo seguinte mostra três referencias projetuais que servem como base ao projeto cada uma apresentando um ponto diferente a ser tratado. A primeira é focada na aplicação do método Montessori na arquitetura, como é possível com poucas mudanças adaptar um espaço já existente a essas premissas, a segunda conta com design inovador projetada exclusivamente para a criança cada material, cor, objeto pensado na sua autonomia, e por último a referência de uma área externa que tira aproveito das diversidades do terreno para criação de um espaço de interatividade infantil com a natureza.

No capítulo cinco estão as análises urbanas, onde constam todos os estudos sobre a área do projeto, os levantamentos realizados a campo e dados trazidos por estudos climáticos da região. É nele que se observam os pontos positivos e negativos em relação ao terreno e entende-se as adaptações necessárias a serem feitas.

O último capítulo é sobre o projeto em si, conta com o programa de necessidades baseados nas áreas mínimas ditadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o plano de massas constituído a partir dos estudos aprofundados até esse momento e a planta de setorização.

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CONCEITO DE LÚDICO

1. CONCEITO DE LÚDICO

O lúdico faz parte da vida da criança que usa as brincadeiras para desenvolver-se como pessoa. Normalmente nas brincadeiras as crianças imitam os adultos.

Como conceito de lúdico, tem-se a definição por diversos autores como:

[...]termo“lúdico”éapresentadodemodoincisivo: serve de adjetivo correspondente à palavra Jogo. Desse modo, ao compreendermos a remissiva temos a compreensão de jogo definida como: dispêndio de atividade física ou mental que não tem um objetivo imediatamente útil, nem sequer definido, cuja razão de ser, para a consciência daquele que a ele se entrega, é o próprio prazer que aí encontra. (PASSOS, 2013, p. 43)

Santos (2011) já define lúdico como:

[...] tem o caráter de jogo, brinquedo, brincadeira e divertimento. Brincadeira refere-se basicamente à ação de brincar, à espontaneidade de uma atividade não estruturada; brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto de brincar, jogo é compreendido como brincadeira que envolve regrase,divertimentocomoum entretenimentoou distração. (SANTOS, 2011, p. 24).

O lúdico diz respeito ao brincar/jogar, e acompanha o ser humano desde o seu nascimento. Os adultos também brincam,

pois, brincar causa prazer e relaxamento. Neste sentido, é possível afirmar que o jogo é algo intrínseco ao homem, e isso faz dele um instrumento poderoso por seu caráter formativo podendo ser utilizado pela escola como principal ferramenta pedagógica.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:

O brincar apresenta se por meio de várias categorias de experiências que são diferenciadas pelo uso do material ou dos recursos predominantemente implicados. [...] essas categorias de experiências podem ser agrupadas em três modalidades básicas, quais sejam, brincar de faz-de-conta ou com papéis, considerada como atividade fundamental da qual seoriginamtodasasoutras;brincarcommateriais de construção. (BRASIL/RCNEI, 1998, p. 28)

Conforme orientação no mesmo documento, o professor organizará essas atividades disponibilizando o material e delimitando o espaço e o tempo em conformidade com os seus objetivos. O reconhecimento do lúdico como um recurso capaz de promover o desenvolvimento infantil é comprovado pelo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1988). De acordo com esse documento, um dos princípios que devem dar base a qualidade das experiências oferecidas à criança de

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zero a seis anos, considerando suas especificidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas é: "[...] o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensamento, interação e comunicação infantil”. (BRASIL/RCNEI 1998, p. 13)

Nota-se que quando se trata da educação infantil, o lúdico é colocado em uma posição de valor por tratar de algo que faz parte da natureza da criança em desenvolvimento. Esta posição observada representa uma concepção de infância que vem sendo construída ao longo da história da humanidade.

Adotar o lúdico como estratégia de ensino, implica então em considerá-lo um recurso fundamental por favorecer o desenvolvimento global da criança.

O lúdico tem um papel fundamental no desenvolvimento da criança, e em sala de aula por meio dele os educandos conseguem compreender e interpretar situações de aprendizagem de forma prazerosa. O jogar/brincar é realmente uma atividade indispensável para a vida saudável de uma criança. A respeito disso o RCNEI (1998, p.29) afirma que "É preciso que o professor tenha consciência que na brincadeira as crianças recriam e estabilizam aquilo que sabem sobre as mais diversas esferas do conhecimento [...]".

Aliar o lúdico às necessidades das aprendizagens e o interiorizálo aos conteúdos programáticos da educação infantil, é uma forma de deixar a aprendizagem mais prazerosa, principalmente se tratando de crianças.

Para obter bons resultados didáticos é necessário que o brinquedo e o jogo sejam constantemente estudados, avaliados e planejados de forma adequada. Para um bom planejamento é primordial que se conheça a clientela em conjunto e em particular.

O espaço lúdico é importante, pois a criança deve se sentir bem e segura.

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CONCEITO E HISTORICO DE CRECHE

2. CONCEITO E HISTÓRICO DE CRECHE

A etimologia da palavra creche, segundo o Novo Aurélio1, vêm do francês crèche e é definida como estabelecimento que se destina a dar assistência diurna a crianças de tenra idade.

SegundoGonçalves (2018) acrechesurgiunaEuropaeEstados

Unidos, com diversos nomes, como escola de Tricô, fundada em 1767, pelo Padre Oberlin. Na França, também Escola Infantil criada em 1816 por Robert Owen, na Escócia. Owen fundou o Instituto para formação de caráter que era organizado em três níveis: o 1º era a escola infantil para crianças de 3 a 6 anos; o 2º atendia crianças de 6 a10 anos e o 3º era oferecido durante a noite e atendia alunos dos 10 aos 20 anos. O Jardim de Infância foi criado por Froebel em 1873, na Alemanha. A casa dei bambini (casa das crianças) surgiu no início do sec. XX, na Inglaterra, Maria Montessori trabalhou com crianças pobres de um bairro operário. O Infantário surgiu no início do sec. XX, na Inglaterra, por Margaret McMillan em parceria com sua irmã Raquel que criaram esta instituição.

1 CRECHE no Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa, publicado em 1999.

Cabe observar que, com exceção dos jardins-deinfância de Froebel, todos os outros programas foram iniciados para melhorar a vida das crianças pobres. A creche surgiu como uma instituição assistencial que ocupava o lugar da família, nas mais diversas formas de ausência. (GONÇALVES, 2018, p. 1)

Gonçalves (2018) em seu estudo relata que no Brasil a creche surgiu no evento do capitalismo, quando as mulheres também começam a trabalhar. Quanto ao atendimento à Infância até 1900 era realizado na Casa dos Expostos ou Casa de Roda lugar onde eram deixadas as crianças não desejadas. A criação da Roda foi atribuída a Romão de Mattos Duarte. De 1900 a

1930, a classe trabalhadora passou a protestar contra as precárias condições de vida e de trabalho. Os empresários criaram algumas creches e escolas maternais para os filhos de operários.

Grupos de mulheres de classes sociais mais abastadas que, organizadas em associações religiosas ou filantrópicas, criaram várias creches. Instruíam as mulheres das camadas populares a serem boas donas de casa e a cuidarem adequadamente de seus filhos. Eram convictas de que o cuidado materno era o melhor para a criança e que o cuidado em grupo (creche) era certamente

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um substitutivo inadequado. (GONÇALVES, 2018, p. 3)

Em 1935 Mário de Andrade é nomeado diretor do Departamento de Cultura e começa a estruturar o “Parque Infantil” para atender criança de 3 a 6 anos e também às de 7 a 12 anos, fora do horário escolar onde dava ênfase ao caráter lúdico e artístico.

Em 1940, foi criado o Departamento Nacional da Criança no Ministério da Educação e Saúde.

Em 1950 verificou se que as medidas moraisforam as que tiveram maior destaque, pretendia-se domesticar as classes populares, tirando-as da desordem, do instinto e da tradição e incutindo os valoresdasclassesmédias.Chegamàscrechesos discursos pedagógicos que procuravam demonstrar que a ausência da relaçãoafetivamãe filho, em determinados momentos da infância, tornava-se irreversível, podendo produzir “personalidades delinquentes e psicopatas” (GONÇALVES, 2018, p. 4)

Somente a partir da década 80 houve um avanço em relação à Educação Infantil, na Constituição de 1988 ficou definido que a creche e a pré escola era um direito da família e dever do Estado.

tempo para que o Estado assumisse a sua responsabilidade em proporcionar o espaço.

Em função do desenvolvimento industrial e comercialvividopeloBrasileconsequenteinserção feminina no mercado de trabalho, configurou-se umafortenecessidadedecriaçãoemanutençãode locais onde as crianças, filhas de operários, pudessemficarduranteoperíodoemqueseuspais se dedicavam ao trabalho. Contudo, a omissão do Estadoemassumiraresponsabilidadepela criação e manutenção das creches fez com que essas instituições sofressem discriminação e, sobretudo, fez com que a creche ficasse durante anos envolta em um nebuloso conceito de assistencialismo, o que impossibilitou a construção de uma identidade bemdefinidaebemestabelecidanãosomentepara a instituição, mas também para seus funcionários. (SPADA, 2005, p. 2)

Hoje em dia o espaço da creche melhorou, e foi assumida pelo Estado, no entanto devido à demanda, o problema hoje é a falta de creche.

Percebe se pelo estudo que creche é desde a sua criação vinculada ao acolhimento de criança pobre, e que durou muito

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MÉTODO MONTESSORI

3. MÉTODO MONTESSORI

Maria Montessori desenvolveu métodos pedagógicos a partir da observação que revolucionaram o ensino de sua época impactando no método tradicional aplicado na educação.

Sendo a primeira mulher a se formar em medicina na Itália, Montessori escolheu a pediatria e psicologia para se especializar e mais tarde se formou também em pedagogia. Trabalhando como assistente na clínica psiquiátrica da Universidade onde se formou no tratamento de crianças diagnosticas com idiotia, observou que o problema das crianças era também pedagógico necessitando estimulação.

Partindo do princípio da observação como ferramenta fundamental cientifica, buscava entender os sentimentos das crianças em recuperação, identificando tristeza e depressão no ambiente médico que também se destinava aos adultos. Salientou em suas pesquisas de que essas crianças deveriam ser incluídas na sociedade.

Segundo sua perspectiva, a forma de construir um mundo melhor é unicamente através da educação, uma vez que as

crianças crescessem acreditando na paz, e na sua capacidade de transformar; as crianças transformariam a sociedade.

O método Montessori percorreu o mundo, no Brasil predomina em instituições da rede privada, contudo, na rede pública o método aparece principalmente no espaço físico.

Em Montessori, encontramos os fundamentos que fazem com que nos preocupemos em organizar o ambiente escolar utilizando mesas e cadeiras proporcionais ao tamanho das crianças, em mantermos os materiais pedagógicos em prateleiras à altura delas, de termos pias, tanques de lavar roupa, fogões e outros utensílios domésticos em tamanho menores para que elas possam brincar, imitando assim o ambiente familiar. Além disso, ela também nos traz reflexões sobre a necessidade de concentração para que algumas atividades possam ser realizadas, enfatizando para tanto a importância do silêncio, e sobre a necessidade das crianças manipularem objetos, utilizando as mãos para isso. (LUCAS, 2005. p. 88 89)

Quando uma instituição considera o desenvolvimento da autonomia como princípio de aprendizagem, consideramos uma fundamentação pedagógica em Montessori, em especial

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quando a criança é colocada como centro da educação e estabelecida uma relação de respeito com o professor.

[...] as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação. (BRASIL, 1921, p. 22).

As instituições de ensino infantil que possuem acessibilidade a todas as crianças e integram e socializam promovendo a aprendizagem e a construção da própria identidade obtém um valor maior. No princípio Montessoriano a criança deve exercer sua criatividade com total liberdade, desenvolvendo seu raciocínio de acordo com que são lhe apresentados diversificados materiais de sua escolha, possibilitando a capacidade de fazer escolhas satisfatórias em sua vida adulta.

O método foi criado a partir da crença na eficácia de um trabalho satisfatório conforme as atividades dadas em um ambiente

preparado e espaço adequado potencializa o desenvolvimento da criança. Sendo assim, percebemos que esta pedagogia não é caracterizada como transmissão de conhecimento ao qual estamos acostumados, tendo como um dos objetivos auxiliar o desenvolvimento normal da criança. Para chegar a tal objetivo, Lancilloti (2010) afirma que a adaptação do ambiente às necessidades e à personalidade dos alunos é de extrema relevância para a obtenção de uma aprendizagem qualitativa, sendo que no ambiente devem ter móveis e objetos simples, práticos e atraentes, que sejam direcionados plenamente à atividade infantil onde os ensinamentos do adulto sejam reduzidos ao mínimo.

Um dos pilares da pedagogia montessoriana é a autoeducação: a criança é livre para escolher as suas atividades conforme suas necessidades (de desenvolvimento)e, assim,educar sea simesma na prática dasatividades. O quenão quer dizer que seja um processo anárquico e desordenado, já que o educador continuará presente, mas será ele o ser passivo frente à atividade desenvolta de seu aluno (ROSSI, 2015. p. 03).

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MÉTODO MONTESSSORI

Na arquitetura é transformar o espaço em um lugar seguro e acessível

PREPARANDO O AMBIENTE

Não existe a necessidade de complexidade. Utilizando os seis princípios listados a seguir, é possível aplicar o método a qualquer ambiente de forma prática.

ACESSIBILIDADE

SIMPLICIDADE

Ambientes simples funcionam bem. A criança não precisa de muito. Cores claras e luz natural são indicados.

MINIMALISMO

É importante lembrar que muitas opções (de cores ou brinquedos, por exemplo) em um ambiente pode gerar confusão na criança. Por isso, a recomendação é selecionar poucas opções e favorecer aodesenvolvimento da capacidade de tomada de decisões.

ORGANIZAÇÃO

Quando os ambientes externos estão organizados, a organização interna, da criança (como seu raciocínio, por exemplo) tende a fluir com mais facilidade também.

Ter autonomia e acessibilidade significa dizer que a criança não deve precisar de um adulto para alcançar o que deseja. Tudo deve ser projetado para que ela seja capaz de se movimentar e interagir através do espaço. Importante salientar que a presença de um adulto consciente que a observa é sempre recomendada.

SEGURANÇA

O que mais se deve ter em um bom ambiente preparado é possibilidade de exploração. Para que uma criança possa estar livre para explorar sem correr riscos deve se preparar um ambiente seguro para elas: fios nos caminhos, tomadas, objetos soltos no chão não são interessantes.

SILÊNCIO

Um bom ambiente preparado deve favorecer a autonomia física e a emocional (escolhas) além de estimular a concentração. Evitar aparelhos eletrônicos e criar uma atmosfera tranquila.

UM AMBIENTE ADEQUADO ONDE A CRIANÇA REALMENTE POSSA SE PREPARAR PARA A VIDA

MOBILIÁRIO

ESPELHO E BARRA DE APOIO

Disponibilizar um espelho estimula a descoberta de novos movimentos, o reconhecimento de seu corpo e rosta e identificação de expressões faciais e, consecutivamente, sentimentos e emoções.

A barra de apoio auxiliará muito a criança a ter a firmeza no corpo até ela conseguir ficar em pé, e depois que ela estiver andando acelerará o processo de conquista de equilíbrio.

TAPETE

Essa não é uma recomendação “montessoriana”, no entanto, torna-se recomendávelqueposicioneum tapete para proteger do frio. Uma opção interessante são os tatames de E.V.A., que ainda asseguram firmeza e segurança enquanto a criança se movimenta pelo ambiente, já que um tapete convencional sai do lugar muito facilmente.

ESTANTE BAIXA

MESA E CADEIRA PARA ATIVIDADES

Ideal para autonomia das crianças na produção de atividades, onde sem ajuda integral, e sentadas tendem a proporcionar um alto nível de concentração.

DECORAÇÃO

As imagens, fotografias e ilustrações que costumam ser penduradas nas paredes são interessantes pois embelezam e despertam interesse pela arte. Mas elas só cumprem esse papel se estiverem penduradas numaalturana qualacriança possa enxergar e apreciar. Para bebês as imagens geométricas de alto contraste como preto e branco são as mais indicadas.

Espaço para poucos brinquedos ou atividades na altura da criança onde ela mesma possa organizar os objetos.

REFERÊNCIAS PROJETUAIS

ESCOLA INFANTIL MONTESSORI BERÇÁRIO PRIMETIME ESPAÇO LUDICO SINHAZINHA

4. REFERÊNCIAS

PROJETUAIS

Neste capítulo serão apresentados projetos de três creches brasileiras que servirão como referências ao projeto a ser criado, cada um com sua particularidade. O primeiro é a Escola Infantil Montessori que mostra a importância de espaços amplos com aproveitamentodaluz naturale aaplicaçãodométodoescolhido na arquitetura. O segundo é o berçário Primetime com uma edificação totalmente projetada pensado na segurança das crianças sem deixar a beleza design de lado. E por fim, o espaço lúdico da creche Sinhazinha Meirelles que mostra como aproveitar das irregularidades do terreno para criar um espaço de lazer e interatividade entre crianças de todas as idades.

4.1 ESCOLA INFANTIL MONTESSORI

Arquitetos: Meius Arquitetura, Raquel Cheib Arquitetura

Localização: Belo Horizonte – MG - Brasil

Arquitetos responsáveis: Giulianno Camatta, Guilherme José Rocha, Raquel Cheib

Área do terreno: 700 m² Área Construída: 700 m²

Ano do projeto: 2018 Tipologia: Educação e Cultura

Diferenciais técnicos: Eficiência energética e térmica

Fabricantes: Deca, Tarkett, Metadil, Suvinil, Criativa, Fórmica

Consultores: Pragma Engenharia, Meius Engenharia, Suzana Cadaval

Colaboradores: João Pedro Lacerda, Alpendre Construção: Diplan Engenharia

Paisagismo: Droysen Tomich

Cliente: Escola Infantil Montessori

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Localizado no centro de Belo Horizonte, o projeto desta escola pensa diretamente nas crianças, com a utilização pontual de cores primárias enquanto os revestimentos contam com cores mais neutras e ambientes bem iluminados.

Figura 1 - Fachada Escola Infantil Montessori | Fonte: Luiza Ananias Figura 3 Sala ampla, bem iluminada e em tons neutros | Fonte: Luiza Ananias
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Figura 2 - Mobiliário, marcenaria e revestimentos neutros | Fonte: Luiza Ananias

Para desenvolvimento de habilidades motoras e cognitivas foi criado uma cozinha onde as crianças podem se envolver no preparo de receitas de forma segura.

Primeiramente o edifício tinha uso residencial, depois de quase 50 anos foi modificado para atender sua nova função como escola de curso pré vestibular. Para se adaptar ao espaço Montessori foram criadas aberturas zenitais, aberturas para comunicação visual e fluxos mais dinâmicos.

Uma escola Montessori deve contar com espaços amplos, iluminados e acolhedores, sem grandes estímulos, tudo adaptado à altura das crianças e organizados em grupos específicos a cada foco de conhecimento. Organização e tranquilidade é o seu grande diferencial.

Figura 4 Cozinha | Fonte: Luiza Ananias Figura 5 Corte | Fonte: Meius Arquitetura + Rachel Cheib Arquitetura
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Figura 6 Ilustração sala | Fonte: Meius Arquitetura + Rachel Cheib Arquitetura

Figura 7 - Sala ampla e bem iluminada | Fonte: Luiza Ananias

Os brinquedos possuem destaque visual e a utilização de cores leves no espaço dão as crianças mais concentração nas atividades.

Elas podem interagir com os jardins e hortas e todos os espaços recebessem luz natural.

Figura 8 Divisão dos espaços e utilização da luz natural | Fonte: Luiza Ananias

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Figura 9 - Jardim | Fonte: Luiza Ananias

No exterior, as crianças têm acesso a um playground onde podem trabalhar coordenação motora enquanto brincam sob a luz do sol.

A planta foi bem setorizada bloqueando a entrada de crianças aos setores que podem apresentar perigo sem supervisão. O fluxo de passagem ficou bem demarcado e os acessos facilitados como podemos perceber ao analisar as plantas a seguir.

Figura 10 - Playground | Fonte: Luiza Ananias
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Figura 11 Layout Térreo | Fonte: Meius Arquitetura + Rachel Cheib Arquitetura

Ponderações:

O interessante deste projeto é forma que ele traduz os ensinamentos do método Montessori e aplica na Arquitetura. Apesar das cores serem neutras e o espaço clean, aguçam a imaginação da criança e as atraem para explorar o espaço pensado nos mínimos detalhes para sua autonomia com segurança.

O aproveitamento da luz natural é um ponto importante para se adotar em um projeto escolar, quando colocado da maneira correta ajuda a manter o foco nas atividades, além da economia de energia elétrica.

Por ser um edifício que possuía outra finalidade e teve que ser readaptado, as soluções encontradas pelos arquitetos para os novos espaços atendem bem a demanda e isola o espaço dos adultos para que as crianças não o acessem com facilidade, porém poderiam apresentar maior integridade entre as salas e o espaço externo.

Figura 12 Layout Piso 1 | Fonte: Meius Arquitetura + Rachel Cheib Arquitetura
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4.2 BERÇÁRIO PRIMETIME

Arquiteto: Márcio Kogan, Studio MK 27

Localização: São Paulo - SP - Brasil

Arquitetos responsáveis: Marcio Kogan, Lair Reis e Diana Radomysler + Regiane Leão interiores

Área do terreno: 900 m²

Área Construída: 870 m²

Ano do projeto: 2007

Tipologia: Educacional

Equipe: Carolina Castroviejo, Eduardo Chalabi, Eduardo Glycerio, Eduardo Gurian, Elisa Friedmann, Gabriel Kogan, Luciana Antunes, Marcio Tanaka, Maria Cristina Motta, Mariana Simas, Oswaldo Pessano, Renata Furlanetto, Samanta Cafardo, Suzana Glogowski

Projeto de iluminação: Marcio Kogan, Beatriz Ennes

Estrutura: Aluizio D’ávila

Instalações: Grau engenharia

Consultoria cozinha: Gisela Porto

Construtora: Fakiani Construções

Paisagista: Renata Tilli

Cliente: Primetime Child Development

O Primetime foi o primeiro projeto no Brasil a ser produzido especificamente para berçário e atender crianças de zero a três anos, até então os outros institutos do mesmo seguimento não passavam de antigas casas adaptadas para o novo fim, assim como vimos no projeto anterior.

Diante da fachada podemos perceber o marco, o destaque da construção com o entorno e que não traz referência direta sobre o que se trata – não há nada alusivo à crianças, por exemplo.

Figura 13 Fachada do berçário Primetime | Fonte: Nelson Kon
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O volume é um conjunto de caixas de cimento integradas destacando na fachada um pequeno cubo amarelo usado como sala de reuniões.

Buscando atender ao programa educacional, o foco foi projetar espaços abstratos e lúdicos. Sem muitas informações para não dispersar a atenção das crianças.

Figura 15 - Cubo protuberante amarelo da fachada | Fonte: Nelson Kon

A circulação é feita por uma rampa com piso absorvente de impacto cortada por uma parede pintada de amarelo sendo possível ser observada do lado de fora do edifício.

Figura 14 - Entrada do berçário | Fonte: Nelson Kon Figura 16 Vista posterior | Fonte: Nelson Kon
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Além do emprego de materiais naturais e o amarelo como destaque principal, as cores laranja e vermelho foram selecionadas para criar uma atmosfera estimulante e setorizar os usos do programa.

Figura 17 - Vista da rampa de fora do edifício | Fonte: Nelson Kon Figura 18 Vista da rampa de dentro do edifício | Fonte: Nelson Kon
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Figura 19 Fachadas | Fonte: Marcio Kogan

Os espaços são amplos, bem iluminados onde todos os materiais ficam expostos na altura da criança e setorizados por área de conhecimento, mantendo a organização e fluxo livre para exploração.

Este projeto não possui espaço multimídia, uma vez que o programa educacional não inclui o uso de telas para as crianças, foi criado uma confortável área de teatro onde elas possam explorar da arte.

Outro espaço de exploração e descobertas é a cozinha para uso exclusivo das crianças onde podem realizar tarefas domésticas e se habituar com o dia a dia do adulto.

Figura 20 Espaço de atividades | Fonte: Nelson Kon Figura 21 Espaço de atividades | Fonte: Nelson Kon Figura 22 - Teatro infantil | Fonte: Nelson Kon
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A sala de descanso cria uma atmosfera tranquila com teto pintado imitando o céu e jogo de luzes ambientando.

O banho também é um momento de exploração, sendo assim o espaço teve um cuidado quanto a ergonomia, se certificaram que as luzes não incidam nos olhos do bebê, a altura das banheiras esteja confortável as cuidadoras, o material que foram moldadas Corian, agradável ao toque e bacteriostático.

O edifício na fachada noroeste é fechado com placas metálicas que permitem a entrada da luz natural e a circulação do ar garantindo a segurança das crianças.

Figura 23 - sala de refeições | Fonte: Nelson Kon Figura 24 Sala de descanso | Fonte: Nelson Kon Figura 25 área de banho | Fonte: Nelson Kon
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Já a fachada sudeste é fechada por vidro dando total visão do exterior, possuindo um recuo com porta corpo.

O projeto possui 15 locais diferentes como o Water Play, onde durante os dias quentes as crianças podem se divertir com as 16 fontes existentes, o Playground francês, a Casinha, Horta, entre outros. Dentro, ou fora do edifício não faltam espaços para serem explorados.

Figura 26 - Interior fachada noroeste | Fonte: Nelson Kon Figura 27 Recuo fachada sudeste | Fonte: Nelson Kon Figura 28 Casinha | Fonte: Nelson Kon
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Figura 29 Playground | Fonte: Nelson Kon

Com a planta podemos observar que o formato do terreno não é retangular, porém não impediu uma construção reta que utilizasse cada centímetro disponível para criar diferentes áreas de exploração.

Observamos também, a inexistência de salas de aula, são diversos ambientes de um mesmo espaço, sem portas ou grandes separações, permitindo a integração de todas as crianças.

Figura 30 Planta Térreo | Fonte: Studio MK27

Figura 31 Planta primeiro piso | Fonte: Studio MK27

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Figura 33 Corte | Fonte: Studio MK27

Ponderações:

O edifício Primetime se diferencia pelo seu aspecto mais humano e características únicas. Todos os ambientes pensados na segurança e na ergonomia do seu principal usuário, os bebês e as crianças. Desde a instalação de janelas com o olhar na altura das crianças ao conforto do material escolhido para relaxarem na hora do banho e o fluxo contínuo dando a possibilidade de circulação as crianças sem o confinamento em classes.

A solução encontrada para dar segurança a um edifício projetado para crianças com mais de um pavimento abre a possibilidade de criação de mais espaços internos e externos.

O uso da rampa como elemento arquitetônico de destaque une funcionalidade, segurança e desing e o favorecimento da luz natural no interior com materiais que não se sobressaem aos outros cria um aspecto de continuidade e dá mais destaque as áreas desejadas.

Figura - Planta segundo piso | Fonte: Studio MK27
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4.3 ESPAÇO LÚDICO SINHAZINHA

Arquitetos: Grupo Fresta

Localização: Rua José Joaquim Seabra, 1245, Rio Pequeno, São Paulo, SP - Brasil

Autores: Anita Freire, Otávio Helena Sasseron, Carolina Sacconi

Área do terreno: 600.0 m²

Área Construída: 288 m²

Ano do projeto: 2014-2015

Tipologia: Educação e Cultura

Materiais predominantes: Concreto/ Tijolos

Diferenciais técnicos: Construção econômica

Construtora: Hobrás

Grafites: Highgraff, Boleta, Mazu Prozak, Ninguém dorme, Milo Tchais e Luna Buschinelli

Cliente: Centro Comunitário e Creche Sinhazinha Meirelles

Localizado no bairro Rio Pequeno da cidade de São Paulo, o projeto do espaço lúdico Sinhazinha Meirelles realizado pelo

Grupo Fresta aproveitou as condições irregulares do terreno para criação de espaços recreativos de forma lúdica e simples a partir de formas básicas como retas, círculos, quadrados e retângulos.

Figura 34 - Implantação Espaço Lúdico Sinhazinha Meirelles | Fonte: Grupo Fresta

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No projeto há um muro separando o estreito corredor onde se encontra a horta do espaço aberto, protegendo as crianças diante do talude. O muro recebe aberturas, com grades, em diferentes escalas para o alcance do olhar de cada criança a paisagem encontrada do outro lado.

Figura 35 - Ampliação do muro | Fonte: Grupo Fresta Figura 36 - Detalhamento muro | Fonte: Pedro Napolitano Prata
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Figura 37 "Rendas" de luz e sombras criadas pelo muro | Fonte: Pedro Napolitano Prata

De um lado do muro encontra-se uma torre alta de onde se pode observar toda brincadeira se assemelhando a um forte.

Do outro está o terreno com arquibancada no entorno onde acontece atividades e apresentações.

Figura 38 – Torre circular | Fonte: Pedro Napolitano Prata Figura 39 Vista de cima da Torre | Fonte: Pedro Napolitano Prata Figura 40 Extremidade do Muro | Fonte: Pedro Napolitano Prata
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Figura 41 Terreiro com arquibancada circular | Fonte: Pedro Napolitano Prata

Aofundodoterreirotemos as caixas debrincar, aproveitando-sedotaludedoterreno, foram construídas caixas em patamares regulares com areia e saibro sob a sombra de arvores já existentes no terreno.

Figura 42 - Vista do terreiro as caixas ao fundo | Fonte: Pedro Napolitano Prata Figura 43 Caixas de brincar ao abrigo do sol | Fonte: Pedro Napolitano Prata
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Figura 44 Ampliação Caixas de Brincar | Fonte: Grupo Fresta

Com os cortes observa-se melhor como os desníveis são trabalhados e a relação da torre de brincar se destacando no terreno.

Figura 46 Cortes Transversais | Fonte: Grupo Fresta

Figura 45 - Cortes Longitudinais | Fonte: Grupo Fresta

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Ponderações:

Neste projeto o foco era dar funcionalidade a cada parte irregular do terreno, trouxe diferentes ambientes a cada nível, respeitando a natureza existente e aproveitando cada material vindo de doações.

Houve o cuidado de permitir que a criança olhe para todo o terreno com segurança, o longo muro ao lado do estreito corredor poderia fechar o espaço, deixando-o escuro, porém as aberturas nele criadas permitem a incidência solar e o torna um espaço de brincadeira e observação.

A arquibancada circular cria um espaço onde possam acontecer aulas, apresentações e interatividade entre as crianças, assim como as caixas de areia que permite que elas se sentem à sombra para explorar o espaço e aprender.

Figura 47 Maquete | Fonte: Grupo Fresta Figura 48 Maquete do espaço vista de cima | Fonte: Grupo Fresta
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ANÁLISES URBANAS

ÁREA DE ESTUDO LEVANTAMENTO URBANO DADOS BIOCLIMÁTICOS

5. ANÁLISES URBANAS

5.1 ÁREA DE ESTUDO

O terreno escolhido para este projeto localiza-se no bairro Vila Ubirajara, no município de Miracatu, cidade pertencente a microrregião de Registro e a mesorregião do litoral sul paulista, à 129km de distância da capital São Paulo, à 250km de Curitiba (PR) e à 140km do porto de Santos, tendo como municípios limítrofes Iguape, Pedro de Toledo, Ibiúna, Juquiá e Juquitiba com uma população de 20.592 habitantes segundo o censo 2010 do IBGE. Miracatu, que em tupi guarani significa Terra de gente boa, teve Prainha como primeiro nome quando os primeiros europeus chegaram para explorar a terra, com o progresso outras famílias vinham para região fazendo com que se fundasse uma povoação e em 1872 foi elevado a Distrito de paz. Somente em 1938 foi elevado à categoria de município e em 1944 teve que ser mudado seu nome porque existia uma cidade com o mesmo nome no estado do Pará. Prainha passou a ser então Miracatu.

Sua área territorial corresponde a 1.001,484 km², que resulta numa densidade demográfica correspondente a 20,56 hab/km².

Figura 49 Mapa mostrando limite do Município de Miracatu SP | Fonte: IBGE censo 2010

O município que está na rota do Mercosul, representada pela Rodovia Régis Bittencourt (BR-116) e o corta numa extensão de 70km, é dividido em quatro distritos: Miracatu (sede), Oliveira Barros, Pedro Barros e Santa Rita como podemos observar na figura a seguir.

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Figura 50 - Mapa distritos de Miracatu | Fonte: IBGE 2018. Elaboração RiscoAU 2018.

O bairro, Vila Ubirajara, pertencente ao distrito sede, foi escolhido por estar em expansão havendo terrenos vazios e moradias em construção, sendoestalocalidadeuma das poucas que ainda permitem crescimento. Como podemos perceber no próximo mapa, as áreas mais próximas ao terreno foram consideradas Zona de Interesse Social (ZEIS) no plano direto municipal de 2018, com grandes vazios urbanos e com o decorrer dos anos esses vazios já diminuíram e vemos inúmeras construções na região.

Figura 51 Mapa Zoneamento Urbano | Fonte: Prefeitura Municipal de Miracatu e RiscoAU Elaboração: o Autor

O terreno está próximo a uma das entradas da cidade e tem acesso direto ao corredor urbano que faz a ligação entre dessa entrada ao centro comercial do município, facilitando o acesso das famílias moradoras dos bairros mais afastados que vem ao distrito sede à trabalho.

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No mapa a seguir podemos localizar os principais serviços ofertados na cidade, e percebemos que não existem creches nas proximidades do terreno escolhido, apenas escolas onde as crianças possam dar continuidade aos estudos.

Segundo a sinopse do censo 2010 do IBGE o setor que engloba a área do terreno possui os maiores índices de crianças de 0 a 5 anos residentes, o que representa de 79 a 127 crianças na faixa etária correspondente à creche.

Figura 52 Mapa Equipamentos Urbanos | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o autor.

Ao todo o município possui seis creches atendendo 240 crianças, sendo três no distrito sede e as outras em três bairros mais afastados.

Figura 53 - Mapa Setor censitário para Pessoas de 0 a 5 anos residentes. | Fonte: IBGE censo 2010

Ainda sobre esse setor observamos no gráfico a seguir a presença de 333 domicílios particulares e coletivos para 893 pessoas residentes o que corresponde a 6,7% da população do distrito sede, que possui 12.349 residentes. A diferença entre razão por sexo neste setor é mínima, sendo 462 mulheres para 431 homens.

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Nodia25deabrilde2018, foirealizadoumaOficinaParticipativa com funcionários da Prefeitura Municipal e residentes do distrito sede onde estava em pauta a revisão do Plano Diretor e puderam participar ativamente enquanto cidadãos, apontando os principais problemas vivenciados nos bairros. No resumo da oficina foram tabelados os problemas relatados e no campo educação o principal apontamento foi a falta de vagas para as creches existentes.

No gráfico a seguir, também encontrado no Plano Diretor Municipal, observamos que os serviços de educação são avaliados como “Bom”, exceto as creches, que possuem a pior avaliação e grande número de resposta “não há”.

55 - Gráfico serviços da educação | Fonte: Pesquisa de campo RiscoAU 2018

Figura 54 Gráficos setor censitário IBGE | Fonte: IBGE censo 2010
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Figura

5.2 LEVANTAMENTO URBANO

É uma região bem localizada, com duas vias de acesso, uma feita pela Avenida da Saudade (uma via Arterial que corta parte da cidade, considerada Zona de Corredor Urbano – ZCorU), e outra para carros feita pela Rua Três (uma via local de baixo fluxo). Entre as ruas José e João Kowales (ambas vias locais).

Figura 56 - Classificação viária do entorno do terreno | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor

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As ruas do entorno do terreno encontram-se em processo de pavimentação, até o fechamento deste levantamento apenas a Avenida da Saudade, está devidamente pavimentada, já a rua Três possui pavimentação parcial, onde a frente do terreno possui apenas as guias, assim como a Rua João Kowales e a Rua José Kowales que circundam a quadra do terreno.

Figura 57 Mapa Pavimentação do entorno do terreno | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor

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A área ao redor do terreno possui grandes espaços vazios para onde a cidade pode continuar expandindo.

Figura 58 Mapa Cheios e Vazios | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor.

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No seu entorno notamos muitas residências em processo de construção e alguns comércios como padarias, mercearias, pizzaria, bares, bicicletarias, serralherias, igrejas, agropecuária, elétrica, barbearia e três escolas onde as crianças podem dar seguimento aos estudos, sendo uma municipal, uma estadual e uma particular. Nenhum serviço que atrapalharia o funcionamento da creche ou viceversa.

Figura 64 Mapa de uso e ocupação do solo num raio de 500m do terreno | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor

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Figura 63 Instituto Logos de Educação Presbiteriano | Fonte: Acervo Pessoal Figura 63 Igreja Bola de Neve | Fonte: Acervo Pessoal Figura 63 E.M.E.F. Jardim Yolanda | Fonte: Acervo Pessoal Figura 63 E.E. Poeta Domingues Bauer Leite | Fonte: Acervo Pessoal Figura 63 Padaria do Manolo | Fonte: Acervo Pessoal

As edificações do entorno, assim como em quase toda cidade, possuem até três pavimentos (térreo mais dois) o que não ocasionaria grandes sombras ou bloqueio da ventilação no terreno.

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Figura 65 Mapa gabarito de altura | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor

As ruas que circundam o terreno contam com rede de água e esgoto concessionada pela SABESP, energia elétrica concessionada pela ELEKTRO, iluminação pública, telefonia concessionada pela VIVO, internet e Tv a cabo. A Avenida da Saudade possui calçada, guia, sarjeta e pavimentação, já a Rua Três atualmente se encontra apenas com as guias.

O uso do solo predominante no entorno é misto, com padrão habitacional médio localizado na macrozona urbana. Não está próximo as áreas de proteção e/ou preservação, não há córregos, lagos, nascentes, represas, estradas, rodovias, ferrovias, dutos, canalizações, torres de transmissão e de telefonia a menos de 50 metros de distância. Não há agentes poluidores ou prejudiciais à saúde num raio de 2 quilômetros. O terreno não é brejoso ou encharcado, apenas com árvores isoladas a serem removidas. Sistema de Coleta de lixo efetivo, e apenas alguns pontos possuem áreas de alagamento, mas sem risco de inundações ou deslizamentos.

Figura 68 Mapa Áreas de risco | Fonte: Google Maps 2021+ RiscoAU Elaboração: o Autor.

Figura 66 - Acesso ao terreno pela Av. da Saudade | Fonte: Acervo Pessoal Figura 67 Acesso ao terreno pela Rua Três | Fonte: Acervo Pessoal
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TERRENO

O terreno possui aproximadamente 3800m²

Logradouro: Av. da Saudade S/N

Patrimônio: Publico; Utilização: Terreno

Figura 69 Terreno Cotado | Fonte: Google Maps 2021 Elaboração: o Autor

O terreno conta com um desnível de aproximadamente oito metros entre o ponto mais alto, próximo a rua três, e o mais baixo, na avenida da saudade.

Figura 70 Curvas de nível | Fonte: Google Maps+ Google Earth Elaboração: o Autor

LEGISLAÇÃO PERTINENTE

Plano Diretor Participativo, sob Lei Complementar 001/2006

Parâmetros urbanísticos admissíveis por lei municipal: Recuos mínimos: Frente 4m / Laterais e Fundo 1,2m

Coeficiente de aproveitamento máximo: 5 Coeficiente de permeabilidade mínima: 15%

Taxa de ocupação máxima: 85% Gabarito de altura: 20m

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5.3 DADOS BIOCLIMÁTICOS

Tomando como referência os gráficos da cidade de Iguape/SP que pertence a mesma zona bioclimática e se assemelha as condições de Miracatu, observamos que a temperatura mínima não é inferior a 12ºC mesmo durante o inverno, o que o torna sempre agradável, já a máxima pode chegar a 36ºC durante os meses mais quentes do ano, de dezembro a março.

Chove durante todo o ano com acúmulo maior entre janeiro e fevereiro, onde o clima é mais quente e menores em junho e julho, onde o clima é mais ameno.

Figura 71 Gráfico de Temperatura e Zona de Conforto | Fonte: ProjetEEE

Figura 72 - Gráfico de Chuva | Fonte: ProjetEEE

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A umidade se mantem reletivamente alta durante o ano o que contribui para a sensação de abafamento e dificuldade de evaporação do suor e redução da temperatura corporal.

Figura 73 - Gráfico de umidade relativa | Fonte: ProjetEEE

E como consequencia tem a baixa amplitude termica fazendo com que o calor se mantenha durante a noite.

Figura 74 Gráfico de radiação diária máxima e mínima mensal | Fonte: ProjetEEE

Figura 75 Gráfico de radiação média mensal | Fonte: ProjetEEE

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A direção do vento mais frequente durante o dia vem do leste e sudeste sua força varia de 0 a 6 m/s. Como a chuva acompanha o sentido do vento, sobre essas fachadas são necessários elementos que impeção sua penetração.

Ponderações:

O maior desconforto é gerado pelo calor, fazendo-se necessárias estratégias como ventilação natural e sombreamento, assim como proteção sobre as fachadas leste e sudeste por conta da direção dos ventos e a incidencia chuvosa.

Figura 76 Rosa dos Ventos | Fonte: ProjetEEE

Figura 77 Rosa dos Ventos (dia) | Fonte: ProjetEEEE

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O PROJETO

PROGRAMA DE NECESSIDADES PLANO DE MASSAS CRONOGRAMA

6. O PROJETO

O projeto visa a construção de uma creche preparada para atender até 140 crianças de 0 a 6 anos, divididas em 5 grupos, sendo eles: Berçário I, de 0 a 1 ano, Berçário II, de 1 a 2 anos, Minigrupo I, de 2 a 3 anos, Minigrupo II, de 3 a 4 anos e Pré-escola, de 4 a 6 anos.

6.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES

Mediante a leitura dos manuais disponíveis no site do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) foi desenvolvido o programa a seguir adotando-se as áreas mínimas a serem projetadas.

AMBIENTE SÓCIO-PEDAGÓGICO

Berçário I e II

Sala de Repouso 37,72m²

2 Sala de Atividades 15,00m² cada Fraldário 5,00m² Lactário 5,00m² Solário 26,00m²

Minigrupo I, II e Pré-escola

Sala de Repouso 37,00m²

2 Salas de atividades para o minigrupo I 26,00m² cada com sanitário e fraldário +3,00m² +5,00m²

2 Salas de atividade para o minigrupo II 26,00m² cada

2 Salas de atividades para Pré-escola 26,00m² cada Sala multiuso – multimidia 26,00m²

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Espaços Coletivos

Pátio Coberto 40,00m²

Refeitório 27,00m²

AMBIENTES ADMINISTRATIVOS

Recepção 8,00m²

Secretaria 10,00m² Almoxarifado 6,00m²

Sala dos professores 20,00m²

2 Sanitários/ Vestiários 15,00m² cada Área de Recreação descoberta 60,00m² Área Externa 20% - 106,72m²

Copa 6,00m²

Sala de direção e coordenação 12,00m²

2 Sanitários 3,24m² cada Ambulatório 5,00m²

AMBIENTES DE SERVIÇOS

Cozinha 20,00m²

Despensa 5,00m²

Lavanderia e serviços 6,00m²

Vestiários 7,50m² cada

Depósito de material de limpeza 2,50m²

Depósito de lixo 2,50m²

Carga e descarga/ Emergência 15,00m²

Vagas para 2 ou 3 carros 37,50m²

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6.2 PLANO DE MASSAS

O plano de massas foi pensado com um recuo para dar segurançaaentradapois éuma Avenida muito movimentada e estreita para o seu fluxo.

Na sequência temos vagas para carros onde funcionários ou os pais podem estacionar durante sua permanência no edifício.

Áreaparacargaedescargaque não comprometa o fluxo de entrada.

Acesso direto as áreas administrativa e sócio pedagógica.

Área de serviços segura, sem acesso livre de crianças.

Por ser um terreno com grande extensão parte dele poderá ser revertido em um equipamento público, onde podem ocorrer oficinas de artesanato, por exemplo, integrando os moradores.

Figura 78 Plano de massas | Fonte: Google Maps2021 Elaboração: o Autor
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6.3 SETORIZAÇÃO

Nesta planta podemos observar a distribuição das áreas, e a relação entre elas. As áreas administrativas tem acesso restrito das crianças, que só devem acessá las na presença de um adulto, já as áreas de serviço, só fazem contato com elas através da cozinha, onde podem servir as refeições e ajudar no preparo quando necessário, os outros espaços desta área estão totalmente vedados ao acesso infantil.

Figura 79 Planta de setorização | Elaboração: o Autor

LEGENDA

Ambiente Sócio pedagógico Ambiente Administrativo Ambiente de Serviços

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CONCLUSÃO

É fácil perceber a importância de se projetar para a criança e como isso pode influenciar na vida adulta. Assegurar um local onde ela tenha liberdade para fazer suas escolhas confere uma base física e psíquica em seu desenvolvimento como ser humano. Analisando a problemática da cidade escolhida referente a falta de vagas e estrutura adequada nas creches existentes, foi proposta a construção de uma nova creche com um olhar voltado ao seu principal usuário e adotando-se as premissas do método Montessori.

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