ARQUITETURA COMPARTILHADA | Projetando sobre o construído | NATHÁLIA DE SIENA HAGA | 2019
UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU ARQUITETURA E URBANISMO
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
ARQUITETURA COMPARTILHADA | Projetando sobre o construído |
ORIENTANDA: NATHÁLIA DE SIENA HAGA ORIENTADORA: ANDRÉA DE OLIVEIRA TOURINHO 5º ANO | USJT, SÃO PAULO | 2019
Figura 1 - Momentos compartilhados Fonte: ALMEIDA, s.d.
“Buscamos uma arquitetura criada a partir de profunda conexão com a cultura de cada lugar e seus protagonistas”. (FERRAZ, 2011)
AGRADECIMENTOS AGRADECIMENTOS
Agradeço todos aqueles que me incentivaram e não me deixaram desistir dos meus sonhos, em ênfase meus pais e irmãos. Aos amigos que trilharam essa caminhada de acertos e erros. Aos meus professores da Universidade São Judas Tadeu/Mooca que sempre estiveram em prontidão para ensinar e ajudar com assuntos internos e externos do âmbito arquitetônico, em especial à professora e orientadora Andrea Tourinho, por auxiliar, orientar e acreditar em nós nessa etapa conclusiva da graduação. Aprendi com eles que o mundo arquitetônico é em equipe, que ora convergem ora divergem ideias, e que a arquitetura vai além da construção estática, mas também passa por assuntos sociais, econômicos e políticos. Á Maria Vianna, arquiteta da ARCO Arquitetura, por nos conceder o levantamento cadastral com plantas, cortes e elevações atuais do incinerador de lixo Vergueiro, pois assim nos possibilitou o encaminhamento do projeto. Ao Adilson Sirabello, engenheiro da Amlurb e supervisor dos transbordos de lixo da cidade de São Paulo, pela paciência e generosidade em passar seu dia explicando e visitando o transbordo e incinerador Vergueiro. Ao Marcos Aparecido da Silva, assistente administrativo da EcoUrbis Ambiental SA., por ensinar cada etapa da coleta de lixo domiciliar na cidade de São Paulo. E por fim, agradeço a você futuros e futuras interessadas pelo assunto e propósito.
AGRADEÇO.
RESUMO Este Trabalho Final de Graduação parte de diversas inquietações que têm como base as mudanças na dinâmica da sociedade na era atual, devido à constante transformação das dimensões econômicas, políticas, sociais e culturais, o que reflete em sua produção material e comportamental. As transformações e permanências conformam camadas de história sobrepostas umas às outras gerando complexas paisagens e estruturas dentro do tecido urbano. Muitas das construções preexistentes encontradas na cidade perderam seu uso original por serem, hoje, consideradas obsoletas, mas sua edificação evoca memórias e marcos significativo para o lugar onde está inserido. Assim, foi escolhido o antigo Incinerador Vergueiro situado na Subprefeitura do Ipiranga, bairro do Cursino, como objeto de estudo, reuso adaptativo e intervenção arquitetônica. Interessa-nos entender como esse edifício pode ser ressignificado com novo propósito em um lugar com infraestrutura urbana e equipamentos públicos; e como é possível reinseri-lo no cotidiano do bairro por meio de novas atividades conformando um lugar atrativo. Estes questionamentos permeiam a fundamentação teórica e os levantamentos realizados, os quais foram base para o projeto, resultando no programa arquitetônico de espaços compartilhados - coworking e coliving – proporcionando recintos de convívio, que não estão presentes no lugar. PALAVRAS-CHAVE: memória, transformação, modo de vida urbano, contemporaneidade.
SUMÁRIO
01 02
APRESENTAÇÃO Considerações Iniciais A Escolha: justificativa Objetivo
11 14 15 15
ENTENDENDO OS TERMOS: COLIVING E COWORKING Perfil do usuário Transformações no espaço de morar e trabalhar
06
17 19 21
PROJETO 65 Por que intervir? 67 Referências projetuais: estudo de caso 68 O programa 72 Premissas e partido 73 Composição estrutural 76 Conforto ambiental: insolação, ventilação e acústica 78 Tipologias habitacionais 80 DESENHOS 89
03 04
05
LUGAR DE ATUAÇÃO: RECONHECIMENTO Subprefeitura do Ipiranga e o Cursino Transformações urbanas
ANÁLISES DO LUGAR Levantamentos Entorno imediato Legislação
27 29 30
07
39 40 52 53
MEMÓRIA A importância dos incineradores: lixo na cidade de São Paulo Projeto proposto para o local (2007) Situação atual: Incinerador Vergueiro Conservação e descontaminação
REFERÊNCIAS 123 Livros 124 Normas 124 Outros 124 ANEXOS 129
55 57 59 60 62
01 APRESENTAÇÃO Considerações Iniciais A Escolha: justificativa Objetivo
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"Queríamos que o lugar fosse um marco da luta contra a poluição em São Paulo", disse o morador do bairro, Antônio Santo.
Figura 2 - Incinerador Vergueiro em foco Fonte: Google Earth 3D, 2019; com edição de imagem própria, 2019
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
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Atualmente, a cidade de São Paulo possui muitos bens tombados pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (CONPRESP), estando estes, ainda hoje, concentrados nas áreas centrais, mesmo com o crescimento significativo de 47% de bens reconhecidos como patrimônio histórico em 2018, segundo dados do Jornal O Estado de São Paulo (2018). Hoje, os órgãos públicos de preservação do patrimônio apresentam difíceis condições para a realização do trabalho de inventariação do patrimônio da cidade, além do custo para conservação. Estes são alguns pontos que prejudicam o processo de preservação dos bens culturais. Outro aspecto que dificulta a preservação do patrimônio no Brasil é a cultura de uma sociedade que valoriza o novo em detrimento do antigo e, com isto, compactua com um mercado imobiliário predador. Assim, ainda existem marcos significativos no tecido urbano da cidade de São Paulo que são deixados de lado e acabam em ruínas ou demolidos para a implementação de novos empreendimentos. Portanto, é de suma importância perceber e valorizar as preexistências, oficialmente protegidas ou não. Preservar o patrimônio, nos dias de hoje, é uma discussão que tem grande disseminação, porém a pauta ainda é restrita a certos grupos de profissionais da área, o que contribui para um cenário de não valorização da cultura, que influi na salvaguarda do patrimônio. É notório que a não valorização leva ao descaso, tal como ocorria no projeto modernista de cidade, quando a cidade era tratada por meio da tabula rasa, hoje superado, que arrasava quarteirões, negando o passado para configurar uma arquitetura vanguardista. Francisco Gracia (1992, p. 68, tradução nossa) questiona a descontinuidade histórica proposta pelas vanguardas artísticas: “o radicalismo da modernidade vem da rejeição da ideia de um continuum histórico. Isto, cuja aplicação imediata só parecia afetar a legitimidade da vanguarda, alcançou a maneira de abordar a forma da cidade e da arquitetura como legado”.¹ Além disso, Gracia (1992) discorre sobre o enfrentamento da reconciliação entre a cidade antiga e a arquitetura contemporânea, sem que traga fragmentações para a paisagem do lugar, pois vivemos em cidades que carregam camadas de história de muitos tempos distintos. A preservação deve conviver em equilíbrio com a contemporaneidade e novas necessidades de função e uso com qualidade urbana e ambiental. No Brasil, além do debate cultural da sociedade de não valorização de “velhas” construções, há o crescimento acelerado das cidades e demanda por habitação. Hoje, existem prédios abandonados (muitos de antigos escritórios) no centro de São Paulo tomados por ocupações irregulares. Isso nos mostra como existe preexistências que poderiam ser adaptadas para um novo uso e funcionalidade, contribuindo para diminuir a demanda de habitação, por exemplo. O reuso adaptativo é uma estratégia utilizada no universo arquitetônico para lidar com casos de edifícios antigos que permaneceram na estrutura urbana: usar o edifício existente, remeter a uma memória social e incorporar usos necessários da nova dinâmica social, trabalhando a sustentabilidade, economia e eficiente. Afinal não é preciso demolir e construir um novo edifício. (MOREIRA, 2019) Este trabalho foi elaborado a partir destas inquietações e da pesquisa sobre as
Notas ¹ texto original: “La radicalidad de la modernidad provine del rechazo a la ideia de continuum historico. Esto, cuya aplicacion inmediata solo parecia afectar a la legitimacion de la vanguardia, alcanzoa la manera de abordar la forma de la ciudade y a la arquitectura como legado”. ² informação fornecida em conversa com Adilson Sirabello, engenheiro da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) e supervisor dos transbordos de lixo da cidade de São Paulo, 2019.
transformações sociais que envolvem a evolução dos ambientes de escritórios e residenciais, que traduzem as mudanças nas formas de trabalhar e morar, incorporando novo uso ao Incinerador Vergueiro, para que se molde às exigências locais e sociais de maneira a, não menos importante, atender à população local e flutuante (estudantes, trabalhadores regionais, turistas, entre outros).
A ESCOLHA: JUSTIFICATIVA A região do terreno em que o incinerador Vergueiro está situado, no distrito Cursino, passou por grandes transformações após a implantação da Estação de Metrô Santos-Imigrantes, Linha 2-Verde, no ano de 2006. Como uma cicatriz urbana, a nova linha, ao mesmo tempo em que se tornou uma via conectora entre as áreas mais centrais da cidade e a região metropolitana, também é uma grande barreira se analisarmos a divisão do entorno imediato. Desse modo, foi preciso readequar o arruamento, os acessos e lotes que ali estão. Em consequência disto, o resultado foi a modificação da dinâmica e necessidades locais. O que antes no bairro persistia, o caráter industrial e empresarial com residências de gabarito baixo, passou a ser composto por grandes condomínios residenciais, pequenas empresas, aumento demográfico e visibilidade do mercado imobiliário. Outra questão similar que amplifica essas modificações é o grande eixo de transformação urbana em que o terreno está inserido. Este que engloba vias importantes, como a Avenida Doutor Ricardo Jafet, via conectora do centro da cidade de São Paulo, passando por grandes distritos, com a Rodovia dos Imigrantes, Baixada Paulista e o Grande ABC. Por conta disto, há grande fluxo de passagem de pessoas que seguem para seus trabalhos e afins. Considerando as transformações urbanas das últimas décadas e a rotina do lugar com grandes movimentações de trabalhadores de empresas da região, que precisam de moradia temporária ou fixa, e um ambiente para pequenas reuniões e encontros de trabalho, surge a ideia do programa de coworking e coliving. Ademais, na escala macro, percebe-se fluxo de estudantes e trabalhadores de regiões mais distantes que geram o que chamamos de turismo econômico, estes
que se beneficiariam também da estadia (coliving) e do local para trabalho/estudo (coworking), contando com a acessibilidade ao centro da cidade por estar localizado ao lado da estação de metrô Santos-Imigrantes. O objeto de estudo, Incinerador Vergueiro, foi escolhido além do lugar situado, mas também pelo interesse em trabalhar com arquitetura preexistente e, principalmente, pelo seu porte e beleza criados por sua volumetria prismática em conjunto com seu desenho de vidraças geométricas, exibindo seus blocos cerâmicos trazidos da Alemanha (informação verbal) ². Tendo em vista que o incinerador não é tombado, há o risco de descaracterização de sua forma original ou mesmo a demolição da construção, pelo mercado imobiliário, para um novo empreendimento. A inatividade do Incinerador também prejudica os moradores, que alegam o descaso dos órgãos públicos, pois, desde o ano em que foi desativado, em 2002, a construção encontra-se fechada e sem previsão de retorno às suas atividades. Buscou-se, também, a proposição de um impacto positivo no bairro, pensando em adaptá-lo a um novo uso no seu contexto, não deixando os sinais da falta de uso se apoderarem dele.
OBJETIVO
Propor um projeto que se aproprie do Incinerador Vergueiro, datado de 1966, por meio de sua adaptação a um novo uso, devolvendo à cidade sua memória singular. Com isso, pretende-se reintroduzi-lo na dinâmica urbana atual, requalificando e revitalizando seus espaços, junto à intervenção de nova construção, propondo moradia, trabalho, comércio e lazer num mesmo lugar, dando novo sentido ao construído e retornando ao cotidiano funcional. Sobretudo, trazer novo vínculo de memória-população, além da função social da propriedade, mas também da valorização de um bem cultural, não como monumento, mas sim como objeto de usufruto.
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02 ENTENDENDO OS TERMOS: COLIVING E COWORKING Perfil do usuário Transformações no espaço de morar e trabalhar
FUTURO VISIONÁRIO
CRISE ECONÔMICA
ECONOMIA COLABORATIVA
Queda no Desenvolvimento Municipal
Compartilhamento
Desequilíbrio fiscal
Nova perspectiva de trabalho
Inflação
Rede entre pessoas
Desemprego Baixa no Mercado Imobiliário
Baixo custo
CENÁRIO ATUAL
Produção local Valores Sociais e Ambientais
TRABALHO CRISE SOCIAL Alta demanda e baixa oferta de trabalho Crescimento demográfico Migração Queda na renda média Desigualdade Social
COLABORAÇÃO
MORADIA
SUSTENTABILIDADE
CRISE AMBIENTAL IGUALDADE SOCIAL Mudanças climáticas Esgotamento de recursos naturais
Incluir Pessoas
Poluição
Bem estar Conviver com o diferente
Segregação Figura 3 - Diagrama transição de cenário Fonte: elaboração própria, 2019
Distribuição
Qualidade de Vida Herança Ambiental Conservação do Meio Ambiente Saúde Mitigação da crise ambiental
ENTENDENDO OS TERMOS: COLIVING E COWORKING Apesar do termo coliving ser recente no Brasil, ele teve origem em 1972, na Dinamarca, Europa. Iniciou-se com a ideia de moradias privadas, mas de forma a compartilhar atividades diárias e espaços de convivência, como cozinha, lavanderia, sala de refeições, área para lazer, biblioteca, academia, dentre outras. O objetivo é estimular o relacionamento e interação entre vizinhos de forma a compartilhar, cooperar e conviver em conjunto, em uma verdadeira comunidade local. ("COLIVING: UMA TENDÊNCIA URBANA...", s.d.) Existem três tipos de coliving: 1. roam: em que se paga o aluguel de um quarto; 2. o flatsharing: que reúne em uma casa, sem a presença do proprietário, pessoas de origens e finalidades que partilham das atividades e despesas do local. Este modelo assemelhase ao cohousing; e 3. republic: que é o mais usual no Brasil, consiste em uma estadia de estudantes em um único recinto podendo ou não ter a presença do proprietário do imóvel ("O QUE É COLIVING?...", s.d.) O espaço de coworking surge em 2005 nos Estados Unidos quando Brad Neuberg funda o escritório Hat Factory ("ESCRITÓRIO COLETIVO É...", s.d.). O termo segue o mesmo entendimento de coliving, sendo um modo de trabalho que tem como base o compartilhamento de espaços e recursos de escritório. Em suma, é um grande espaço ou espaços que incorporam uma estrutura com pontos de telefone, internet, salas de reuniões, salas de descanso e copa para desfrute do usuário. Também podendo incorporar atividades extras, como lojas, lanchonetes, restaurantes, livrarias, tudo o mais que possa trazer comodidade e proporcionar o convívio. O usuário do coworking pode ser: autônomo, empreendedor, pequena empresa, um grupo comercial e até mesmo um usuário independente que precise do espaço de escritório, como um estudante ou então trabalhador freelancer. O espaço de coworking é muito benéfico quando pensamos
em questões econômicas, pois, ao invés de alugar ou comprar um escritório ou grandes espaços para dispor o ambiente de trabalho, que geram custos altos com manutenção e demais contas, os espaços de coworking possuem apenas uma taxa de uso para a disposição de serviços de ponta, no período em que deseja. Não é preciso se preocupar com instalações, limpeza, disposição e segurança, o local proporciona todas estas comodidades, além do network pessoal (palavra em inglês destinada à rede de contatos e relacionamentos) e a multidisciplinaridade. Já o coliving vai além do benefício de alugar apenas um espaço para trabalhar, já que propõe moradia em conjunto a uma rede de espaços de múltiplas atividades e interação, o que resulta em custo baixo e alto aproveitamento. Atualmente, em geral, as pessoas querem estar próximas de seus deveres e movimentações diárias. O que, leva o usuário a buscar moradia pouco espaçosa em áreas mais centrais e próximas ao seu trabalho, como têm feito muitos paulistanos. Contudo, precisam arcar com as consequências desta escolha, pois esta gera aluguéis altos, metragem do imóvel insatisfatória para o uso e, muitas vezes, moradias temporárias (Figura 3).
PERFIL DO USUÁRIO
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir da pesquisa de 2005 a 2015, constatou-se que o número de pessoas que moram sozinhas no Brasil subiu de 10,4% para 14,6%. Este resultado tem sua concentração nas regiões
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sudeste e centro-oeste do país. (PENNAFORT, 2016) As explicações são variadas, como o aumento na quantidade de pedidos de divórcio, a melhora na qualidade de vida, o casamento tardio, o trabalho em cidade diferente de onde a família do trabalhador mora e o envelhecimento da população, que levam os filhos a saírem de casa, e o falecimento do cônjuge. Ainda assim, a maioria dos que moram sozinhos são solteiros com renda média de 2 mil reais e estudantes.
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Esses novos perfis levam ao ajuste da economia de forma que se torna necessário desenvolver produtos para atendê-los, pois a maioria dos usuários tem sua vida fora de casa, o que os leva, por exemplo, a fazerem as refeições em restaurantes. Além disto, precisam comprar tudo em menores quantidades, resultando em embalagens menores e individuais, tanto no que se refere à alimentação como nos afazeres da casa. Esse movimento gerou um novo nicho econômico para os estabelecimentos, o mercado imobiliário tende a se enquadrar na nova demanda, apresentando apartamentos muito mais compactos com apenas um dormitório, ou o que chamamos de micro habitação, localizados nos centros urbanos, próximos de transporte público e equipamentos. Alguns especialistas nomearam este fenômeno como a passagem para o individualismo (BAUMAN, 2001). Com a independência financeira e pessoal, o usuário gosta de ter seu próprio espaço, hábitos e horários, de modo que não tenha ninguém para questioná-lo e garantindo sua privacidade. Porém, o mesmo se importa em ter áreas para reunir seus familiares e amigos quando lhe convém (Figura 4). Entretanto, há desvantagens que devem ser consideradas, como o receio de se sentir mal e não tem a quem pedir socorro, não ter companhia para conversar, medo de ter a casa assaltada, ou até não poder contar com ninguém para as despesas domésticas, entre outros (Figura 5).
Figura 6 - Diversidade Fonte: Imagens Google, 2019
Ter paz e bem estar consigo mesmo Sensação de liberdade
Independência
12% 23% 25% 50%
Maior privacidade Figura 4 - Gráfico de vantagens em morar sozinho Fonte: "48% DOS BRASILEIROS QUE ...", 2017; elaboração própria, 2019
Não poder contar com ninguém para dividir as despesas domésticas Medo de sofrer algum tipo de violência, como ter a casa assaltada Não ter companhia para conversar
23% 36% 48%
Receio de se sentirem mal e não ter para quem pedir socorro Figura 5 - Desvantagens em morar sozinho Fonte: "48% DOS BRASILEIROS QUE...", 2017; elaboração própria, 2019
50%
TRANSFORMAÇÕES NO ESPAÇO DE MORAR E TRABALHAR
As transformações dos espaços estão intimamente associadas às mudanças de comportamento da sociedade, resultantes de movimentos de grande impacto: guerras, revoluções e a própria tecnologia. Atualmente, a vida movimentada das metrópoles contribui para esses feitos, e a forma como as pessoas se relacionam é muito mais rápida e imprevista. (BAUMAN, 2001) No Brasil, as mudanças no espaço de morar são percebidas no início do século XX com a chegada das transformações (tecnologia e economia) da Revolução Industrial. Houve aumento significativo de migrantes para os centros urbanos, que, consequentemente, gerou aumento na demanda por moradia e concentrações de cortiços e favelas, formadas com pequenas casas e barracos habitado por mais de uma família que compartilhavam seus espaços. Em 1920, a proposta pelo poder público para resolver o problema habitacional era a “habitação higiênica” a partir de modelos de casas que conformam espaços setorizados e amplos, caracterizados pela elite. Casas para classe de alto padrão e apartamentos pequenos para a classe média e baixa que precisavam estar nos centros urbanos próximo do trabalho, esse era o cenário segregador que seguia para os anos de 1930. As unidades habitacionais coletivas surgiram com a necessidade de suprir o déficit habitacional. Buscavam agregar outras funções como lojas, espaço de lazer, escritórios e lavanderias coletivas, refletindo as construções modernista, como a Unite d' Habitation de Le Corbusier em Marselha, França, modelo europeu, para proporcionar melhoria na qualidade de vida. Esse movimento intensifica-se nos anos de 1950 com projetos de grandes arquitetos brasileiros, como Oscar Niemeyer, que faz parceria com governantes para construção de habitações e serviços de apoio (praças, museus, centros comerciais). Essa movimentação de serviços reflete nos ambientes dos apartamentos, incorporando espaços de escritório e área de serviço. (DEPARTAMENTO DE PROJETOS DA ESCOLA DE ARQUITETURA DE MINAS GERAIS, 2004) A pré-fabricação e o movimento crescente da industrialização na construção não foi o suficiente para oferecer o que a demanda habitacional exigia, o que se estende pelas décadas de 50, 60 e 70. Vemos nesses anos a mudança das políticas públicas habitacionais que trouxe melhoria comparada às primeiras iniciativas, através da implantação de programas voltado à habitação e serviço, mas que não barraram a sequência de construções com padronização e setorização
espacial, como se todos tivessem a mesma necessidade construindo uma paisagem desconexa com seu contexto. Nos anos 1990, aparecem projetos e pesquisas que questionam essa temática e investem na busca por novas alternativas, então, surgem maiores intervenções nos espaços residenciais já construído e novas plantas com ambientes amplos que podem acontecer de um ou mais eventos, sem a velha setorização (Figura 14). (DEPARTAMENTO DE PROJETOS DA ESCOLA DE ARQUITETURA DE MINAS GERAIS, 2004) A variedade de plantas residenciais reflete a diversidade de público atualmente, seja de acordo com a classe social ou estilo de vida. O mercado imobiliário percebeu a necessidade de implantar equipamentos que a cidade tem para oferecer, como o lazer, entretenimento, esportes e até mesmo lojas, e a estreita relação de morar e trabalhar no mesmo local ou próximo. É possível também notar essas transformações no ambiente de trabalho, principalmente pela mudança e predominância da prestação de serviço. Até a segunda metade do século XX, livrarias só vendiam livros, mas hoje é preciso que haja uma cafeteria e um ambiente agradável para se apreciar a leitura. Os escritórios estão cada vez mais localizados em endereços não fixos. O serviço se modifica para atender com excelência o público, e é desta forma que o espaço de escritório se tornou acolhedor e mais transparente, tanto para o funcionário, que precisa de comunicação rápida, quanto para o cliente, que precisa se sentir à vontade e confiante (Figura 20). Além da mudança no modo de trabalho, a crise econômica que vem desde 2014, mas com uma perceptível estagnação do desenvolvimento em 2016 segundo Jonathas Goulart (apud SILVEIRA, 2018), resultou em mais de 23% de prédios de escritório vazios, até mesmo empreendimentos novos na fase de finalização e acabamento. Em consequência dessa nova realidade, em 2018, houve um crescimento de 47% de espaços de coworking, públicos e privados, em apenas um ano no país, refletindo a movimentação no mercado de trabalho e negócios. Hoje, há 1,2 mil espaços de trabalho compartilhado situados na cidade de São Paulo. (CENSO COWORKING BRASIL, 2018) Apesar de o comportamento social ter influência nas transformações dos espaços, o mercado imobiliário também encontrou novos nichos e um público bastante diverso, impondo tendências para nós.
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TRANSFORMAÇÕES NO ESPAÇO DE MORAR
Figura 10 - Edifício Gemini, 1968, de Eduardo de Almeida Fonte: Imagens Google, 2019
Figura 8 - Edifício COPAN, 1952, de Oscar Niemeyer Fonte: Imagens Google, 2019
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Habitações agrupadas em um mesmo edifício com tipologias de áreas e distribuição de programas diferentes. A ideia era inserir distintas classes sociais em um único lugar, com intuito de amenizar o déficit habitacional. Além disso, as unidades habitacionais eram associadas ao uso de serviço, compondo edifícios de uso misto.
O programa da habitação permanece basicamente o mesmo de 1960. O que influenciou em sua mudança para maiores tamanhos de aberturas e ambientes foi a estrutura pré-fabricada e plantas livres.
1950 - Unidades habitacionais
1970 - Pré fabricação
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1940 - Herança modernista As habitações eram funcionais, não havia ambiente sem serventia e com medidas extravagantes. Pelo contrário, para a época, era prevista moradia com dimensões mínimas para que pudessem ser construídas em massa e abrigar o máximo de pessoas.
Figura 7 - Unités d'habitacion (1947-52), de Le Corbusier Planta da Unidade Habitacional Marselha Fonte: Imagens Google, 2019
1960 - Novas necessidades Início dos apartamentos com espaços amplos e interligados, sem hierarquia de ambientes. Para atender a demanda do público da classe média, o mercado imobiliário investiu na construção de apartamentos com o acréscimo de escritório e área de serviço, o que refletia em trazer para dentro de casa os espaços de serviço e apoio.
Figura 9 - Planta baixa apartamento Edifício Cinderela, 1956, de Artacho Jurado Fonte: Imagens Google, 2019
Figura 11 - Edifício Jaragua, 1984, de Paulo Mendes da Rocha Fonte: Imagens Google, 2019
Consolidação da planta livre, o que possibilitou ao morador maior independência sobre o programa e até mesmo modificar cada parede de seu apartamento. Busca de novos olhares para os projetos arquitetônicos. O morador precisa ter seu espaço projeto para as próprias necessidades
1990 - Novas ideias
23 Figura 13 - Edifício Simpatia, 2011, de Alvaro Puntoni, João Sodré, Jonathan Davies Fonte: Imagens Google, 2019
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2000 - Ambientes dividem o mesmo espaço Houveram mudanças nas necessidades do morador devido ao curto tempo que o mesmo fica em sua residência. Estes fatores levaram a amplos cômodos sem predeterminação de uso. Ambientes como: quarto da empregada, despensa e sala de jantar, perderam seu espaço na composição das habitações, além de a área de serviço ficar cada vez menor, pois o âmbito residencial tornou-se para descanso e os serviços ficam do lado de fora.
Figura 12 - Edifício Spazzio 2222, 1999, de Decio Tozzi Fonte: Imagens Google, 2019
2010 - Mudança Programa de morar
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Numa frequência maior, o morador permanece menos tempo em sua casa; e cada vez mais quer estar entre amigos e familiares. Esta nova cultura tornou o âmbito de morar mais compartilhado, apenas para comer e dormir, com isso, fortalece o coliving. Atualmente, ambientes de serviço como a lavanderia são cada vez mais difíceis de encontrar nas plantas dos apartamentos, levando o morador viver sua vida no lado de fora da residência.
Figura 14 - Linha do tempo: Transformações no espaço de morar Fonte: informações de DEPARTAMENTO DE PROJETOS DA EAUFMG, 2004; elaboração própria, 2019
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TRANSFORMAÇÕES NO ESPAÇO DE TRABALHAR
Figura 17 - Modelo de Open Plan Office Fonte: Imagens Google, 2019
Escritório em planta livre. Possibilitou maior facilidade e comunicação entre os trabalhadores a partir da flexibilidade de layout, tanto individual como em grupo. Não era mais necessária a divisão dos ambientes com paredes. Esta reforma diminuiu principalmente a hierarquia entre os cargos de trabalho, assim, os chefes ficavam mais próximos de seus funcionários e vice-versa.
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Figura 15 - Modelo de escritório taylorista Fonte: Imagens Google, 2019
Início da separação dos ambientes entre produção fabril e administração, resultando na criação de escritórios. Estes eram de extrema racionalização, com a disposição rígida de um mobiliário padronizado em espaços lineares.
1930 - O escritório Taylorista
1960 - Open Plan Office 1940 a 1950 - General Office Trouxe melhor adequação e qualidade de vida para os funcionários. A chegada das estruturas de concreto armado e o aço permitiu que as fachadas fossem inteiramente livres, sendo compostas apenas por vidro e grandes vãos, garantindo a entrada de iluminação natural e ventilação entre os ambientes, e permitindo layouts flexíveis. A nova forma de apropriação e distribuição fazia com que os funcionários ficassem no centro do pavimento, enquanto os chefes, gerentes e diretores permaneciam na periferia.
Figura 16 - Modelo de General Office Fonte: Imagens Google, 2019
Figura 19 - Modelo de coworking Fonte: Imagens Google, 2019
Para as empresas o objetivo maior era a redução de custo, que exigia agilidade nos processos de trabalho e aumento da produção. O que contribuiu para grandes mudanças nessa época foi a chegada da informática, entre outras tecnologias, deixando o espaço de trabalho ainda mais flexível e o funcionário com maior liberdade para movimentações, conhecimento, troca de informações e comunicação. As empresas tiveram que se adaptar à nova demanda mundial.
1970 a 1980 - A chegada da informática
Atualmente, a apropriação do espaço de trabalho é muito mais versátil e compartilhada. Com as dificuldades na economia, o trabalhador teve que se tornar autônomo e procurar a economia colaborativa, o que levou à reorganização dos escritórios para algo temporário, apenas necessário ao momento em que precisa de uma infraestrutura de escritório. Além disso, funções como home office, freelancer e trabalhar na rua, influenciaram na diminuição de escritórios.
2005 - Coworking 1990 a 2000 - Redivisão de ambientes O ambiente de trabalho precisou adaptar-se às necessidades tecnológicas e humana. Agora tudo era mais rápido e ágil. Os espaços tornaram-se grandes e comuns. Os pequenos ambientes são apenas salas de reuniões, mesas para trabalho em grupo ou área de copa. Além disso, tudo ficou mais transparente para melhor permeabilidade visual e de comunicação.
Figura 18 - Modelo de escritório mais dinâmico Fonte: Imagens Google
Figura 20 - Linha do tempo: Transformações no espaço de trabalhar Fonte: informações de ANDRADE, 2007; elaboração própria, 2019
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03 LUGAR DE ATUAÇÃO: RECONHECIMENTO
A Subprefeitura do Ipiranga e o Cursino Transformações urbanas
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L U G A R
Ipiranga
Norte Oeste Centro
Sacomã Cursino
Leste Sudeste Sul
Figura 22 - Ampliação dos distritos da Subprefeitura do Ipiranga Fonte: Mapa Digital da cidade de São Paulo, 2004; edição de imagem própria, 2019
Figura 21 - Cidade de São Paulo demarcada por bairros Fonte: Mapa Digital da Cidade de São Paulo, 2004; edição de imagem própria, 2019
A SUBPREFEITURA DO IPIRANGA E O CURSINO
Localizada na zona sudeste do Município de São Paulo, a Subprefeitura do Ipiranga é composta pelos distritos: Ipiranga, Cursino e Sacomã (Figura 22), que abrigam um total de 60 bairros.
Hoje, o distrito do Cursino abriga em metade de sua área o Jardim Zoológico e o Jardim Botânico, locais mais visitados pelos paulistanos. Diferente do século XX, a região abriga as três classes sociais e tem seu tecido urbano consolidado com grandes infraestruturas que atendem e dão acesso à região metropolitana.
A região do Ipiranga é marcada pelo grito da Independência, em 1822, sendo de suma importância para a memória da cidade e do país. Além de, ainda hoje, estar no principal caminho para o litoral, sendo rota de São Paulo ao Porto de Santos, e ser umas das regiões mais conhecidas e tradicionais da cidade de São Paulo. [...] é marcado historicamente em 1822. Cem anos depois temos toda uma transformação no bairro para comemoração do Centenário da Independência. Mas as alterações propriamente ditas só vão se dar em conformidade com a expansão da malha urbana de São Paulo. (BARRO; BACELLI, 1979, p. 71)
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Nem sempre foi assim. Apenas no século XX com a chegada da industrialização ocorreu o aumento demográfico e de fixação da população no lugar, pois, até então, suas terras eram conhecidas como insalubres e inaptas para morar e viver ali (BARRO; BACELLI, 1979). O distrito do Cursino consolida-se a partir de então, sendo vizinho do antigo Ipiranga, tem seu crescimento abrigando bairros de classe média e média baixa iniciados por vilas operárias e zonas fabris (PONCIANO, s.d.). As transformações em seu tecido urbano intensificam-se com a chegada das linhas de bonde em 1925, e o aumento do fluxo de passagem, afinal o distrito é caminho para o litoral, região do ABCD e centro de São Paulo. Essas movimentações resultaram no surgimento de grandes vias conectoras, como a Avenida Doutor Ricardo Jafet, e infraestrutura urbana, além da aparição de vias comerciais e subcentros que buscam suprir os moradores locais. Na década de 1970, por conta da concentração das indústrias na cidade de São Paulo, foram gerados grandes problemas sociais econômicos com o restante do Estado. Em contrapartida a isso, o governo criou incentivos fiscais para a desconcentração, que se intensificou nos anos 1990 (PENA, s.d.). Ainda hoje há a migração de grandes companhias para cidades do interior de São Paulo, como ocorreu com a fábrica da Arno, localizada ao lado da estação de metrô Santos-Imigrantes. Grandes indústrias, importantes para a economia local e regional, deixam galpões de grande porte abandonados, tendo que repensar uma nova ocupação e uso do solo para minimizar áreas hostis.
N Figura 23 - Distrito do Cursino Fonte: Google Earth, 2019; delimitação dos distritos Mapa Digital da Cidade de São Paulo, 2004; edição de imagem própria, 2019
TRANSFORMAÇÕES URBANAS
Centro de São Paulo
REGIÃO DO ABC
Figura 24 - SARA BRASIL 1930
Fonte: Acervo histórico da Prefeitura do Município de São Paulo, 1930
MAPEAMENTOS DÉCADAS 30 E 40 Processo acelerado da industrialização que gerou expansão do loteamento e ocupação do solo, além de traçar um novo sistema viário com vias importantes como Rua Bom Pastor, Avenida Dom Pedro I e Avenida Nazaré. N
Centro de São Paulo
Estrada do Vergueiro Localização do Terreno
REGIÃO DO ABC
Figura 25 - Foto aérea 1940
Fonte: Acervo histórico da Prefeitura do Município de São Paulo, 1940
Centro de São Paulo
REGIÃO DO ABC
Figura 26 - VASP 1954
Fonte: Acervo histórico da Prefeitura do Município de São Paulo, 1954
MAPEAMENTO 1954 Construção da via Anchieta que possibilitou a conexão ao Porto de Santos e consequentemente a vinda e instalação de indústrias ao bairro. É perceptível o aumento da ocupação do solo, mas ainda com grandes vazios urbanos. N N
Centro de São Paulo
Estrada do Vergueiro
Localização do Terreno
REGIÃO DO ABC
Figura 27 - Foto aérea 1954
Fonte: Acervo histórico da Prefeitura do Município de São Paulo, 1954
Centro de São Paulo
REGIÃO DO ABC
Figura 28 - GEGRAN 1973 Fonte: Acervo histórico da Prefeitura do Município de São Paulo, 1973
MAPEAMENTOS DÉCADAS DE 70 E 80 Diminuição das atividades industriais. Aumento demográfico expressivo, adensamento das áreas de ocupação irregular e alto fluxo de passagem na região. N N
Centro de São Paulo
Rua Vergueiro
Localização do Terreno
REGIÃO DO ABC
Figura 29 - Mapa Oficial da Cidade 1984 Fonte: Acervo histórico da Prefeitura do Município de São Paulo, 1984
Centro de São Paulo
REGIÃO DO ABC
Figura 30 - Foto aérea 2000 Fonte: Acervo histórico da Prefeitura do Município de São Paulo, 2000
MAPEAMENTOS 2000 e 2019
Centro de São Paulo
Adensamento demográfico e ocupacional do lugar. Além da chegada do metrô que permite conexões metropolitanas, o bairro é reconhecido pela crescente atividade econômica. N N Rua Vergueiro Localização do Terreno
REGIÃO DO ABC
Figura 31 - Foto aérea 2019 Fonte: Google Earth, 2019
04 ANÁLISES DO LUGAR Levantamentos Entorno imediato Legislação
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Figura 33 - Mapa de Vias ampliado: entorno imediato | Escala 1:2.500
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Fonte: Mapa Digital da Cidade de São Paulo, 2004, atualizado pela autora, 2019 com levantamentos da autora, 2019
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Figura 32 - Mapa de Vias | Escala 1:5.000
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vias que distribuem - fazem a ligação entre as vias que atravessam, distribuindo o tráfego destas para as vias locais - (MACEDO, 2002). Estes dados nos permitem compreender que há grande fluxo externo com destino ou apenas de passagem no bairro, pois vias que atravessam consistem em eixos conectores entre regiões.
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Na localização do Incinerador Vergueiro, há vias de alta importância, conectoras de zonas como o centro de São Paulo e o ABC. Estas chegam até mesmo na rodovia dos Imigrantes e Anchieta, que nos levam VIAS QUE ATRAVESSAM ao litoral paulista.
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Encontramos modais de transporte, além de vias importantes que partilham do transporte individual (carros, motos, etc). Esses são: a linha 2-Verde e 5-Lilás do metrô, e rotas de ônibus, ambos transportes coletivos e públicos que possibilitam alto fluxo de pessoas.
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Figura 35 - Mapa de Mobilidade Urbana ampliado: entorno imediato | Escala 1:2.500
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ARBORIZAÇÃO VIÁRIA E RECURSOS NATURAIS
Figura 36 - Mapa de arborização viária e recursos naturais | FE
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que nos leva ao entendimento de farto atendimento à região.
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Com o levantamento atual de uso do solo da região, identifica-se grande predominância do uso residencial, principalmente nas vias locais. Já nas vias que apresentam maiores fluxos, como a Avenida Doutor Ricardo Jafet, o uso comercial se faz presente. Além disso, há grandes terrenos e até mesmo quadras inteiras que são ocupadas por instituições e/ou equipamentos públicos, mantendo boa distribuição, o
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USO DO SOLO PREDOMINANTE
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Figura 38 - Mapa de Uso do Solo predominante | Escala 1:5.000
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Figura 39 - Mapa de Usos do Solo predominante ampliado: entorno imediato | Escala 1:2.500
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Figura 40 - Mapa de Equipamentos | Escala E 1:5.000 ENSINO FUNDAMENTAL MÉDIO
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Centro de São Paulo
REGIÃO DO ABC
GABARITO E OCUPAÇÃO DO SOLO O alto gabarito está concentrado na zona nordeste da região, onde hoje está presente o bairro Vila Mariana. A ocupação do solo nesta região é baixa devido à verticalização. Já em outros pontos da área de estudo, observa-se uma ocupação com maior adensamento, e gabarito em média de 1 a 3 pavimentos. Importante observar que há uma mudança de gabarito e ocupação do solo ao longo de vias de alto fluxo, e também próximo ao metrô e na demarcação da 1-2 pav. Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana, incentivando a tipologia de edificações alta.
3-5 pav. Figura 42 - Mapa de Gabarito e Ocupação do Solo | Escala 1:5.000 Fonte: Mapa Digital da Cidade de São Paulo, 2004, atualizado pela autora, 2019 com levantamentos da autora, 2019
10-15 pav.
Figura 43 - Mapa de Gabarito e Ocupação do Solo ampliado: entorno imediato | Escala 1:2.500 Fonte: Mapa Digital da Cidade de São Paulo, 2004, atualizado pela autora, 2019 com levantamentos da autora, 2019
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10-15 PAVIMENTOS ACIMA DE 15 PAVIMENTOS TERRENO DE ATUAÇÃO
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ENTORNO IMEDIATO Terreno da antiga Fábrica Arno S.A.
Distrito Ipiranga
Estação de Metrô Santos-Imigrantes
Praça Pinheiro da Cunha
Terreno de intervenção
Distrito Cursino
Base da Guarda Civil Metropolitana
Viaduto Dr. Eduardo Saigh
52 E N T O R N O
Córrego do Ipiranga Avenida Doutor Ricardo Jafet
Viaduto Professor Oswaldo Lacerda Gomes Cardim Distrito Vila Mariana
Conjunto de prédios do IAPI
Figura 44 - Visão geral do lugar e entorno Fonte: Google Earth 3D 2019; elaboração própria, 2019
LEGISLAÇÃO O terreno em questão está localizado em uma Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana (ZEU), no distrito do Cursino, administrado pela Subprefeitura do Ipiranga. A Subprefeitura tem seu Plano Diretor Regional (2016) voltado para um território misto, que contempla zonas de preservação, transformação e qualificação urbana. Bastante diversificada e complexa aos termos urbanísticos, a região abrange desde áreas históricas e de preservação, áreas abastadas com grande infraestrutura urbana e, até mesmo, áreas de vulnerabilidade social e topográfica. Para trabalhar com este território variado, o Plano Diretor Regional descreve diretrizes urbanas, como: incentivo para o fortalecimento das centralidades utilizando o conceito de DOTS (Desenvolvimento
Urbano Orientado ao Transporte Sustentável) para desenvolver ainda mais os eixos de comércio e serviço ao longo das vias, que contam com o transporte público; incentivo econômico e atividades econômicas para o desenvolvimento local; melhoria e estímulo do uso do sistema de transporte público e cicloviário; facilitação no acesso à região metropolitana; estimulação da função social da propriedade; e a utilização de edificações e áreas subutilizadas. Estes pontos, somados à Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana, estimularam o aproveitamento do terreno e intervenção ao objeto de estudo Incinerador Vergueiro. (PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO; SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO, 2016)
Figura 45 - Mancha da ZEU sobre o local Fonte: Google Earth, 2019; mancha da ZEU Mapa Digital da Cidade de São Paulo, 2004
MZURB
Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana
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Macroarea de Qualificação da Urbanização
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Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana
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ÁREA PERMEÁVEL 0,20 QA MÍN. 0,60
53 E N T O R N O
05 MEMÓRIA
A importância dos incineradores: lixo na cidade de São Paulo Projeto proposto para o local (2007) Situação atual: Incinerador Vergueiro Conservação e descontaminação
Anos anteriores ao século XX
Incinerador Pinheiros 1949 1º Incinerador da cidade de São Paulo: Araçá - 1913
Incinerador Vergueiro 1966 Incinerador Ponte Pequena 1959
56 M E M Ó R I A
Lixões clandestinos
Desativado em 1948
Desativado em 1990
Desativado em 1997
Desativado em 2002
Problemas na saúde pública
Inovação para tratar o lixo e a saúde publica na época
Tornou-se Centro Cultural em 2007
Previsão de recuperação da
Pragas urbanas
Demolido em 1953
Proposto projeto de Centro de cultura e educação ambiental em 2007
Figura 46 - Linha do tempo sintetizando a história do lixo e incineradores de São Paulo. Fonte: informações de SACONI, 2013; elaboração própria, 2019
Atualmente é um modelo de reabilitação do espaço público
construção para lazer Ainda há a presença do transbordo de lixo Ponte Pequena no local
A IMPORTÂNCIA DOS INCINERADORES: LIXO NA CIDADE DE SÃO PAULO
Lixo Reciclável 1970
3 Transbordos de lixo ainda existentes na cidade de São Paulo 2019
Maior conscientização
Concentração e transferência do lixo
Programas de reciclagem
Áreas insalubres, pragas urbanas
O lixo como forma de
As mudanças na melhoria da rede de lixo em SP são lentas
economia no séc. XX
O município de São Paulo sofreu grandes problemas relacionados ao lixo. Antes do século XIX, não havia organização, logística ou destino correto, e muitos dos “lixões” eram clandestinos a céu aberto implantados no meio da cidade. Para resolver este problema, que causou graves consequências na saúde pública, no século XIX foi proposta a implementação dos fornos incineradores. A cidade teve usinas de incineração de lixo por mais de 80 anos (Figura 46). A história mostra que os fornos de tecnologia alemã de ponta foram uma grande inovação para a época. Porém, no século XXI, não obedecem às necessidades e normas de eficiência, deixando marcas de contaminação no solo e complicações na saúde da população. Em 1967, foi inaugurado o Incinerador Vergueiro no distrito do Cursino (Figura 47), sendo desativado em 2002 (após 36 anos de atividade), por forte pressão dos moradores: “este incinerador foi construído com tecnologia alemã possuindo duas câmaras de incineração com capacidade de 80 toneladas/dia, alimentadas por um pólipo de carga garras que transferia os resíduos do fosso de recepção para os funis de queda” (informação verbal) ³. A princípio, o incinerador em questão, processava apenas resíduos de classe II tipo A, os chamados não inertes que são lixo doméstico, varrição de rua, entre outros, mas, em 1977, estabeleceu-se que este cuidaria também de resíduos hospitalares, os chamados resíduos de
57 M E M Ó R I A
Figura 47 - Incinerador Vergueiro, em 1972. Fonte: AMLURB, 2012 ³ informação fornecida em conversa com Adilson Sirabello, engenheiro da Amlurb e supervisor dos transbordos de lixo da cidade de São Paulo, 2019.
Figura 48 - Incinerador Vergueiro em funcionamento no ano 2000 Fonte: Acervo da Amlurb, 2000.
58
classe I. “Para isto, era necessário chegar a altas temperaturas, o que para o forno incinerador não estava previsto e, em consequência, gerava problemas na estrutura da edificação”, comenta Sirebello (2019). Quando fechado, em 2002, o laudo apresentado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) apontou resíduos de microrganismos vivos e escórias, além do fato de afirmar que, quando em funcionamento, o incinerador liberava dioxinas e furanos, substâncias tóxicas e cancerígenas (VIVEIROS, 2001). "Cem toneladas diárias de resíduo de serviço de saúde passaram a ser encaminhadas para uma empresa no Jaguaré, que utiliza ondas eletromagnéticas para dar fim ao material, e a um incinerador moderno em São Bernardo do Campo." (CAODAGLIO; CYTRYNOWICZ., 2012, p. 213)
Em 2007, foi feito um projeto de iniciativa privada em conjunto
com a Prefeitura do Município de São Paulo e a companhia de concessão EcoUrbis Ambiental SA. O projeto previa para o Incinerador Vergueiro (Figura 27 e 28), a descontaminação do solo e transformação de seus ambientes para acolher um centro de educação ambiental com biblioteca, área de lazer, auditório e salas de aula, e para o transbordo de lixo Vergueiro foi proposto a busca de um novo local para sua instalação, mais afastado do tecido urbano. Atualmente, há incineradores de lixo, mas que são afastados da cidade e da população ou estão presentes em hospitais em pequeno porte e tratam o lixo no local. Qualquer tipo de incinerador deve, indispensavelmente, cumprir as leis ambientais. Para isso, utilizam alta tecnologia para que não deem sequência à contaminação do solo e emissão de gases poluentes e nocivos à saúde.
PROJETO PROPOSTO PARA O LOCAL (2007) No ano de 2007, o escritório ARCO Arquitetura Contemporânea propôs, junto à Prefeitura do Município de São Paulo e à Concessionária EcoUrbis, a descontaminação do local e a transformação do Incinerador Vergueiro em um centro de educação ambiental. O projeto (Figura 27) teria a praça do anfiteatro voltado para a Rua Breno Ferraz do Amaral, com o objetivo de promover convivência, eventos e atividades culturais. Parte dela seria coberta e outra parte descoberta, possibilitando atividades para terceira idade, feiras artesanais, ou lojas, por exemplo. A edificação do forno do incinerador comportaria quatro andares, além do térreo. Este último teria biblioteca, galeria de arte, educação ambiental, livraria, loja de artesanato, café e restaurante. Na área da torre da chaminé, ficaria o jardim das esculturas, que teria caráter de praça contemplativa e de eventos, privilegiando a vista e acesso ao metrô. Além disso, o escritório de arquitetura propunha no transbordo de lixo, localizado no lote vizinho, uma grande cobertura e equipamentos de alta tecnologia, para atender as exigências da legislação ambiental (Figura 28) (ARCO ARQUITETURA, 2007).
Figura 49 - Projeto de reforma e de reprogramação funcional do Incinerador do Ipiranga. Fonte: ARCO, Arquitetura Contemporânea, 2007.
M E M Ó R I A
Segundo a Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana da cidade de São Paulo), atual Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), para a execução do projeto seria preciso alterações contratuais para saber quem administraria o futuro complexo, pois envolveria a Prefeitura do Município de São Paulo e concessionária EcoUrbis que administra o transbordo de lixo no terreno ao lado. Este fator fez a obra não ser executada. Na época, até mesmo a CETESB aprovou a solicitação de descontaminação do solo e construção do Centro Cultural: Instituto Reusar (nome dado pelo escritório). O contrato para executar o projeto era válido até 10 anos, após este período os envolvidos buscam novas soluções. Atualmente, a manutenção e cuidado do terreno do incinerador são gerenciados pela prefeitura do município, o que gera custos sem ter atividade no local. E o transbordo de lixo Vergueiro, ainda em funcionamento, é administrado pela concessão com a EcoUrbis.
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Figura 50 - Projeto proposto ao incinerador e ao transbordo de lixo. Fonte: ARCO, Arquitetura Contemporânea, 2007.
SITUAÇÃO ATUAL: INCINERADOR VERGUEIRO
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Figura 51 e 52 - Imagens interna do Incinerador Vergueiro Fonte: ACERVO DA AMLURB, s.d.
No presente, o incinerador Vergueiro encontra-se em estado de abandono. Ainda que fechado e com gradil para proteção, o terreno é constantemente invadido, e, na maioria das vezes, ocorre a sua depredação seja por pichações ou mesmo a quebra de suas esquadrias, vidros e equipamentos (Figuras 53, 54 e 55). Com sua desativação no ano de 2002, o edifício foi totalmente fechado deixando todos os equipamentos e dependências no local. Importante relatar que em 36 anos de trabalho constante não houve alterações no projeto e na construção, ou seja, o edifício permanece com seus elementos e características de origem. Na visita técnica e supervisionada pelo engenheiro da Amlurb, Adilson Sirabello, ao incinerador, no dia 12 de agosto de 2019, foi possível ver suas dependências, divisões de ambientes e a estrutura destinada ao grande forno, como mostrados nas figuras 51 e 52, mas hoje encontradas em estado de depredação. Como explicado pelo engenheiro, para um novo processo de revitalização e projeto destinado ao incinerador e transbordo de lixo Vergueiro, há a necessidade de um aval da Prefeitura do Município de São Paulo à CETESB para uma nova verificação e análise do solo em busca de substâncias e níveis de contaminação, e somente assim poderá ter uma nova destinação ao terreno.
Figura 54 - Incinerador Vergueiro fachada Rua Breno Ferraz do Amaral Fonte: foto própria, 2019
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Figura 53 - Incinerador Vergueiro fachada Rua Engº Guilherme Winter Fonte: foto própria, 2019 Figura 55 - Incinerador Vergueiro chaminé Fonte: foto própria, 2019
Figura 56 - Corte de contexto esquemático Fonte: elaboração própria, 2019
CONSERVAÇÃO E DESCONTAMINAÇÃO
O projeto de conservação e descontaminação do incinerador Vergueiro tem como referência o Incinerador Pinheiros (figura 57), localizado na Zona Oeste do município de São Paulo, o qual foi revitalizado e transformado, em 2008, na Praça Victor Civita e centro cultural. Para que fosse uma obra viável e permanecesse com suas características originais de 1949, o Incinerador Pinheiros teve suas paredes descascadas e a tinta e o reboco retirados, para afastar o risco de contaminação na edificação como um todo.
62 I N C I N E R A D O R
A estrutura também foi preservada e os detalhes da praça não deixam que a memória do lugar seja esquecida, apesar da mudança das atividades propostas. Dessa forma, são conservadas as peculiaridades do incinerador sem nenhuma alteração física, apenas acrescendo pavimentos e adequações internas para seu novo funcionamento. As áreas do solo que continuaram permeáveis tinham que ser isoladas de alguma forma. A solução apresentada pelo projeto foi construir caminhos e espaços através de decks elevados de madeira com guarda corpo, o que possibilitou a vivência do visitante com o lugar, mas deixando-o em uma posição segura. Outras formas, como acrescer uma camada espessa de terra ou concretar as áreas permeáveis, foram algumas das propostas inicialmente pensadas para o local. Já para a descontaminação total do solo, foi preciso pensar em soluções a longo prazo, como a implantação de algumas áreas verdes com maior concentração de massa arbórea, a qual ajuda na eliminação dos poluentes que ali estão presente (“LOCAL ONDE FUNCIONAVA INCINERADOR DE LIXO…”, 2012). Sendo assim utilizado como referência para o projeto de descontaminação e conservação do Incinerador Vergueiro. Todo o projeto foi pensando na requalificação do local garantindo a minimização de custos, assim como comenta a arquiteta do projeto Adriana Levisky (2006): "o que mais gosto nesse projeto é ter a prova cabal de um modelo de intervenção viável em espaço público".
63
Figura 57 - Praça Victor Civita, incinerador Pinheiros Fonte: NELSON KON, s.d.
06 PROJETO
Por que intervir? Referências projetuais: estudo de Caso O programa Premissas e partido Composição estrutural Conforto ambiental: insolação, ventilação e acústica Tipologias habitacionais
66 I N T E R V I R
Figura 58 - Incinerador Vergueiro em fase de construção em 1964. Fonte: "O Estado de S. Paulo: páginas...", 1964.
POR QUE INTERVIR?
Sabe-se que as cidades são a representação da organização da sociedade e da interdisciplinaridade humana, as quais, consequentemente, criam diversos cenários e transformações que ressignificam a atualidade. Contudo, as camadas que são sobrepostas umas às outras nos fazem enfrentar a fragmentação urbana, ou seja, em cada lugar temos camadas de histórias sobre histórias de determinadas épocas que se foram em sua totalidade, ou ainda estão presentes em partes. Há algumas localizações na cidade que possuem maior diversidade temporal, por exemplo, com a chegada de uma linha de metrô em uma zona tradicional, transformações são geradas em seu entorno, mas a grande maioria continuará com suas tipologias, incorporando a descontinuidade no lugar. Dessa forma, a complexidade urbana cresce junto aos impasses sociais, devido aos interesses distintos como os imobiliários de crescimento econômico, de resistência da vizinhança para mudanças, de preservação do patrimônio. É neste sentido que a proposta de reabilitar o incinerador Vergueiro no âmbito da construção da cidade contemporânea se faz presente. Enfrentar a problemática de vivenciar o novo e o antigo juntos, preservando a memória, e possibilitando, assim, a permanência de elementos ainda significativos em uma área em transformação.
"A relação entre uma nova intervenção arquitetônica e a arquitetura já existente é um fenômeno que muda de acordo com os valores culturais atribuídos tanto ao significado da arquitetura histórica como às intenções da nova intervenção." (SOLÀ-MORALES apud NESBITT, 2006, p. 254) 67 O entendimento é que, tendo uma intenção análoga ou contrastante com a preexistência (SOLÀ-MORALES, 2006), a relação contemporânea precisa valorizar e afirmar sua historicidade, incorporando a capacidade de conviver com as camadas sobrepostas que permaneceram, havendo aceitação histórica no momento atual. Além disso, o propósito e busca do projeto a contextualização da intervenção arquitetônica, de modo que dialogue também com seu sítio, permitindo o enriquecimento da paisagem urbana. Além da compreensão teórica, a intervenção arquitetônica proposta tem grande força após uma conversa com a vizinhança local e próxima ao terreno do Incinerador Vergueiro. Os moradores entendem a importância do edifício para a localidade e buscam um novo uso e nova dinâmica para o mesmo. Outros relatos foram feitos pela população flutuante e trabalhadores locais ou de passagem que sentem falta de um lugar com ambientes de estar, lazer e comércio que possam utilizar no dia a dia.
I N T E R V I R
REFERÊNCIAS PROJETUAIS: ESTUDO DE CASO LT JOSAI A LT Josai é uma casa na qual comporta o programa de coliving. Proposta no ano de 2013 pelo escritório Naruse Inokuma Architects, no Japão, a casa tem sua área de 307 m² para atender 14 pessoas.
68 R E F E R Ê N C I A S
O partido estruturador do projeto é a desconstrução do formato em cubo (Figura 60). Os arquitetos trabalharam com a subtração de massas para abrigar as áreas de uso comum como: cozinha, refeitório, lavanderia, banheiro e estar, assim explicado nos diagramas de figura 61. Dessa forma, cada pavimento tem seu espaço comum como uma extensão do quarto, podendo ser acessado por todos os moradores, e com conexão de um nível ao outro por escadas, estas que também são apropriadas para o uso de passagem, estar ou até mesmo como arquibancada.
Figura 60 - Fachada do coliving LT Josai Fonte: MASAO NISHIKAWA, 2014
Os quartos são individuais e se resumem a 12,40 m², apenas com cama e armário para seus pertences.
Figura 61 - Diagramas da composição dos espaços privados e comum Fonte: NARUSE INOKUMA ARCHITECTS, 2013
Figura 59 - Espaços em comum e de convivência distribuído no pavimento Fonte: NARUSE INOKUMA ARCHITECTS, 2013; edição própria, 2019
EDIFÍCIO ABAETÉ Localizado na Rua Pará, 222, bairro de Higienópolis, São Paulo, o edifício Abaeté foi projetado pelo arquiteto brasileiro Abrahão Velvu Sanovicz, datado do ano de 1963. Marcado por sua fachada dinâmica, Sanovicz teve o intuito de construir uma escultura móvel gigante (EDIFÍCIO ABAETÉ, s.d.). Alcança seu objetivo através de brises móveis compondo a fachada de 16 andares, permitindo que o morador faça a movimentação manualmente destes ao longo dia e de sua necessidade (Figura 62 e 63), criando desenhos novos a todo o momento.
Figura 62 e 63 - Fachadas do edifício Abaeté Fonte: EMILIANO HAGGE, s.d.; elaboração própria, 2019
69 R E F E R Ê N C I A S
INSTITUTO CRIAR DE TV E CINEMA
70 R E F E R Ê N C I A S
O Instituto Criar de TV e Cinema é um exemplo de intervenção contemporânea, com seu projeto do ano de 2004, em uma edificação do início do século passado. A preexistência é um antigo galpão industrial construído com alvenaria estrutural (tijolos cerâmicos) e cobertura em tesouras de madeira, localizado no bairro do Bom Retiro, cidade de São Paulo. Seu uso era para indústria têxtil e estamparia. Iniciaram a intervenção arquitetônica com a retirada de mezaninos, alvenarias e caixilhos que foram adicionadas ao longo do tempo do uso industrial para necessidades diversas, mas que não faziam parte da construção original. O partido dos arquitetos foi distribuir novas instalações de forma que não descaracterizasse o galpão. Para isto, utilizaram materiais que distinguisse a nova intervenção da preexistência (Figura 64 e 65). O posicionamento das salas de aula e multiuso nas alas laterais possibilitou um largo corredor para a convivência e apropriação dos usuários. (METRÓPOLE ARQUITETOS ASSOCIADOS, 2004) Um projeto simples, mas que trouxe a revitalização do local e o destaque do novo com o antigo.
Figuras 64 e 65 - Instituto Criar Fonte: METRÓPOLE ARQUITETOS ASSOCIADOS, 2004; elaboração própria, 2019
COWORKING IMPACT HUB Projetado pelo escritório de arquitetura Luiz Prado Andrade Arquitetos, o coworking Impact Hub foi construído em 2017, com a intenção de remodelar subsolos descaracterizados de dois edifícios localizados na Rua Teodoro Sampaio, Pinheiros, no município de São Paulo, datados das décadas de 1950 e 1960, sendo que uma de sua fachada está em nível e voltada para rua (Figura 66). Figuras 66 - Fachada única do coworking Impact Hub Fonte: Leonardo Finotti, 2016 Figura 67 - Espaços internos Fonte: Leonardo Finotti, 2016
O projeto parte da demolição completa no interior da edificação, mantendo apenas a estrutura de concreto aparente. Posteriormente, as conexões entre as edificações e seus andares são pensadas de forma que se adequem para melhores e novas ambientações, além de garantir qualidade ambiental e econômica a partir da criação de rasgos na laje para ventilação. (LUIZ PAULO ANDRADE ARQUITETOS, 2016) Os espaços internos garantem a flexibilidade e transparência com a instalação de divisórias de vidro em salas de reuniões e trabalho e mobiliário variado para cada situação, além das instalações de elétrica e de hidráulica expostas, o que facilitou na execução da obra (Figura 67).
71 R E F E R Ê N C I A S
PROJETO: O PROGRAMA
72 O P R O G R A M A
Com o entendimento das mudanças e transformações no pensamento e modo de vida social, neste projeto foi utilizado o coliving roam, modalidade em que se paga o aluguel de um quarto e utiliza as acomodações e espaços designados, o que confere maior autonomia ao morador. Neste programa foram pensadas quatro tipologias habitacionais que atendessem públicos com necessidades e prioridades diferentes. Para a extensão do programa foram incorporados serviços de academia, bicicletário, sala de tv, horta e área de churrasqueira. O coworking comportará, além de sua composição básica de espaços com infraestrutura de escritório, um café/restaurante, praça de eventos e lojas que compõem a fachada ativa. Ambos os programas se conectam pelo edifício (antigo forno incinerador Vergueiro com o novo projeto) possibilitando que o morador e o frequentador do coworking usufruam da totalidade do programa, ou seja, os espaços criados em comum foram pensados para os dois tipos de usuários, proporcionando a convivência e a colaboratividade.
COLIVING
COWORKING Fachada ativa com 2/4 lojas
Unidades habitacionais
Café/restaurate
Lavanderia coletiva
Hall de entrada + informações
Cozinha coletiva
Espaços de convivência e estar
Hall de entrada/recepção coliving
Praça de eventos
Administração
Parada para bicicletas
Academia Bicicletário + oficina
Biblioteca Recepção coworking
Vestiário feminino e masculino
Espaços de coworking
Depósito de materiais/limpeza
Sala de reuniões
Oficina de manutenção
Sala de impressões
Sala de tv
Sala de apresentações
Área de churrasqueira
Banheiros
Terraço + horta
Depósito de materiais/limpeza
Espaços de estar e convívio
Figura 68 - Programa arquitetônico Fonte: elaboração própria, 2019
PREMISSAS E PARTIDO Como no título deste trabalho, a ideia principal é a produção de uma “arquitetura compartilhada”, por meio dos programas de coworking e coliving, que, além de disponibilizarem espaços coletivos, possibilitam o compartilhamento da memória e funcionalidade do forno incinerador Vergueiro (1967-2002) com a cidade, evidenciando sua imponência e importância local. Outra questão trabalhada é o “projetar no construído”, utilizando o reuso adaptativo, tarefa fundamental em uma cidade que possui paisagens e estruturas urbanas consolidadas. Dessa forma, o projeto trabalha a sustentabilidade. Tratando-se de uma edificação não protegida oficialmente por um órgão público, possibilitaram-se maiores modificações. A princípio foram demolidas áreas consideradas auxiliares e secundárias ao incinerador (cabine de controle e energia, telhado principal, área coberta para descarga, administração, refeitório, cozinha e dependências dos funcionários), além dos equipamentos como os fornos, funis e plataformas, deixando apenas sua estrutura interna de pilares de concreto e paredes externas de alvenaria alemã com sua caixilharia original, estas que passaram por necessidade de adequação por conta da intervenção arquitetônica e qualidade ambiental (Figura 69 e 70). A distribuição do programa (Figura 71) considerou o espaço mais reservado ao coliving implantado no patamar elevado, com menor movimentação, voltado à Rua Breno Ferraz do Amaral, e o coworking inserido na edificação preexiste, permitindo-o acesso facilitado. Para isto, também foi criada a praça de chegada, que acolhe o edifício Vergueiro e gera novos caminhos e circulação livre à população. Em consequência, são determinados os acessos (Figura 72), que surgem a partir dos novos fluxos. O edifício novo projetado abriga o coliving. Buscou-
PREEXISTÊNCIA A DEMOLIR
73 Figura 69 - Diagrama de demolição Fonte: elaboração própria, 2019
PREEXISTÊNCIA A MANTER
Figura 70 - Diagrama de conservação Fonte: elaboração própria, 2019
O P R O J E T O
se a analogia por meio do gabarito equivalente ao da chaminé, esta que é notada de longe por sua imponência na paisagem urbana (Figura 73). A forma do novo é definida por uma fachada cuja composição foi desenvolvida por meio de cheios e vazios, remetendo ao desenho linear e geométrico do forno incinerador, ao mesmo tempo em que é marcada por elementos em quadriculas metálicas, evidenciando o contraste entre as épocas que foram projetados.
74 O P R O J E T O
Para a formação do conjunto em unidade, foi considerado o sentimento de referência e memória ao local através da chaminé. Dessa forma, as fachadas do edifício novo defronte à Rua Breno Ferraz do Amaral e Avenida Doutor Ricardo Jafet são permeadas por um grande eixo vertical transparente, traçado de acordo com a chaminé, assim permitindo a conexão visual tanto de dentro do edifício como da rua. Além disso, o novo e o antigo são vivenciados com a incorporação de uma leve estrutura metálica na fachada principal da preexistência. Esta estrutura faz uma releitura da forma em quedas d'água do antigo telhado escondido por sua platibanda e relembra as antigas escadarias industriais metálicas, que eram suspensas do chão e leve para o acesso dos funcionários aos grandes equipamentos (Figura 74).
DISTRIBUIÇÃO DO PROGRAMA COWORKING COLIVING PRAÇA DE CHEGADA FACHADA ATIVA
Figura 71 - Diagrama distribuição do programa arquitetônico Fonte: elaboração própria, 2019
ACESSOS
No interior da edificação preexistente, agora apenas com sua composição estrutural de pilares e paredes externas, também foi proposto intervenções arquitetônicas de modo que possa se distinguir o tempo das construções, sendo incorporado cinco novos pavimentos, que ora tem sua continuidade para dentro do novo edifício projetado, ora para fora formando o mirante em conjunto da chaminé (Figura 74). Os novos ambientes, tanto destinado ao coliving como para o coworking, foram pensados em pequenas "praças", como ponto de encontro, onde ocorrem a circulam principal, usos comuns e o convívio entre os usuários. Todos os andares possuem conexões por escadas, o que permite ao morador e trabalhador maior integração.
Figura 72 - Diagrama de acessos Fonte: elaboração própria, 2019
Informações finais do projeto: RELAÇÃO DE GABARITO E VOLUMES
ÁREA TERRENO 4.852, 74 m²
CA FINAL 2,10
O
Figura 73 - Diagrama de gabarito Fonte: elaboração própria, 2019
TO FINAL 34,45% RELAÇÃO DE FACHADA
ÁREA PERMEÁVEL 1831,85 m²
Figura 74 - Diagrama composição final Fonte: elaboração própria, 2019
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QA 0,60
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COMPOSIÇÃO ESTRUTURAL
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A composição estrutural do projeto ocorre em dois momentos e de duas formas diferentes. A primeira composição é o sistema estrutural reutilizado e consolidado do edifício preexistente. Além das espessas paredes estruturais de alvenaria construídas para suportar altas temperaturas e o peso próprio da construção, há uma estrutura independente de pilares robustos e vigas de concreto armado, que sustentavam os grandes equipamentos e escadas metálicas no interior do incinerador. Para a distribuição dos cinco pavimentos propostos e inserido na edificação preexistente, foram retiradas as vigas de concreto e substituídas por vigas metálicas vinculadas aos pilares existentes, que permitem vencer grandes vãos com proporções esbeltas, considerando alturas agradáveis de pé direito, não menores que 2,5 metros.
Figura 75 - Planta estrutural esquemática pavimentos 1, 2 e 3 Fonte: elaboração própria, 2019
Figura 76 - Planta estrutural esquemática pavimentos 4, 5, e 6 Fonte: elaboração própria, 2019
Figura 77 - Planta estrutural esquemática pavimentos 7, 8 e 9 Fonte: elaboração própria, 2019
A segunda composição estrutural, destinada ao novo edifício, é independente e elaborada de modo que sustentasse seu formato, dando a impressão de formas flutuantes quando visto pelo lado de fora. Para isto, foram utilizados vãos econômicos com balanço nas extremidades do pavimento em conjunto com a escolha de uma estrutura híbrida (pilares de concreto com vigas metálicas). Para garantir o aumento da área dos pavimentos a cada dois ou três níveis foram inseridos novos pilares de
secção menor, de modo que não sobrecarregassem as estruturas centrais (Figuras 75, 76, 77 e 78). Como apontado nas plantas estruturais esquemáticas, os shafts de instalações estão vinculados aos pilares, o que garantiu prumadas hidráulicas lineares para o abastecimento das variadas tipologias habitacionais, sem interferir no sistema estrutural, minimizando a ocupação de espaço se estivessem em outras posições (Figura 79). 77 E S T R U T U R A
Figura 78 - Planta estrutural esquemática pavimentos 10, 11 e 12 Fonte: elaboração própria, 2019
Figura 79 - Detalhe das instalações a partir de shafts em relação com a estrutura Fonte: elaboração própria, 2019
CONFORTO AMBIENTAL: INSOLAÇÃO, VENTILAÇÃO E ACÚSTICA A busca pelo conforto ambiental através de elementos naturais é de suma importância para todo e qualquer tipo de edificação e projeto. Hoje em dia, com a pauta de sustentabilidade, questões ambientais, eficiência e economia em alta, não se pode ser deixar esse tema para trás. No projeto do coworking foram consideradas grandes aberturas para garantir boa incidência de luz e ventilação natural no local de trabalho. Considerando o programa de coliving, foram tomadas precauções maiores por se tratar de moradia e ter ambientes de maior permanência. Estas
Figura 80 - Estudo carta solar Fonte: elaboração própria, 2019
78 C O N F O R T O
Fachada nordeste Solstício de inverno: 6h45 as 17h Equinócio de primavera/outono: 6h as 14h30 Solstício de verão: 5h20 as 12h
Fachada sudeste Solstício de inverno: 6h45 as 10h45 Equinócio de primavera/outono: 6h as 11h30 Solstício de verão: 5h20 as 12h
Fachada sudoeste
Fachada noroeste
Solstício de inverno: 16h45 as 17h25
Solstício de inverno: 10h45 as 17h25
Equinócio de primavera/outono: 14h20 as 18h
Equinóciow de primavera/outono: 11h25 as 18h
Solstício de verão: 12h as 18h45
Solstício de verão: 12h as 18h45
precauções têm como base os levantamentos realizados a partir do estudo com a carta solar (Figura 80), constatando o cuidado que cada fachada precisa ter para prover boa iluminação natural e conforto térmico nos interiores. Com isso, são propostos brises móveis, elemento que permite o controle do morador para a incidência de luz, raios solares e ventilação natural dentro de sua habitação (Figura 81). Na totalidade do edifício novo, foi projetada a ventilação pelo efeito chaminé, a qual o ar frio exerce pressão sob o ar quente forçando-o a subir e sair pela abertura zenital (PEREIRA, 2018), permitindo o fluxo do ar por todos os pavimentos e ambientes em comum (Figura 82). Outro ponto considerado é o ruído que os habitantes produzem nos ambientes externos e de convívio ao longo do dia. Pensando nisso, foi previsto o posicionamento de paredes duplas com caixa de ar para garantir o conforto acústico e, consequentemente, térmico nas unidades habitacionais (Figura 83).
Figura 81 - Brises móveis utilizados nas fachadas Fonte: elaboração própria, 2019
Figura 83 - Parede dupla com caixa de ar Fonte: elaboração própria, 2019
Figura 82 - Ventilação efeito chaminé ao edifício do coliving e cruzada ao coworking Fonte: elaboração própria, 2019
79 C O N F O R T O
TIPOLOGIAS HABITACIONAIS
*Há alterações pequenas de layout conforme posicionamento de porta, janelas e shaft.
UNIDADE A
TV
80 H A B I T A Ç Õ E S
Figura 84 - Movimentações dentro da unidade habitacional Fonte: elaboração própria, 2019
Área da habitação: 12,65 m²
1
Quantidade de unidades: 26 Capacidade máxima da tipologia: 26 pessoas
81 H A B I T A Ç Õ E S
Figura 85 - Planta sem escala da unidade A Fonte: elaboração própria, 2019
UNIDADE B
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H A B I T A Ç Õ E S
Figura 86 - Movimentações dentro da unidade habitacional Fonte: elaboração própria, 2019
Área da habitação: 18,10 m²
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Quantidade de unidades: 59 Capacidade máxima da tipologia: 118 pessoas
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Figura 87 - Planta sem escala da unidade B Fonte: elaboração própria, 2019
UNIDADE C
84 H A B I T A Ç Õ E S
TV
Figura 88- Movimentações dentro da unidade habitacional Fonte: elaboração própria, 2019
Área da habitação: 36,60 m²
1A2
Quantidade de unidades: 7 Capacidade máxima da tipologia: 14 pessoas
85 H A B I T A Ç Õ E S
Figura 89 - Planta sem escala da unidade C Fonte: elaboração própria, 2019
UNIDADE D
TV
86 H A B I T A Ç Õ E S
Figura 90 - Movimentações dentro da unidade habitacional Fonte: elaboração própria, 2019
Área da habitação: 26,90 m²
2A3
Unidades: 30 Capacidade máxima da tipologia: 90 pessoas
87 H A B I T A Ç Õ E S
Figura 91 - Planta sem escala da unidade D Fonte: elaboração própria, 2019
DESENHOS Peças gráficas Imagens 3D
PLANTA CONSTRUIR/DEMOLIR NÍVEL - 742,50 A CONSTRUIR A DEMOLIR A MANTER
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PLANTA CONSTRUIR/DEMOLIR NÍVEL - 752,50 A CONSTRUIR A DEMOLIR A MANTER
PLANTA CONSTRUIR/DEMOLIR NÍVEL - 756,00 A CONSTRUIR A DEMOLIR A MANTER
ESCALA 1:500
ESCALA 1:500
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING PLANTA PAVIMENTO TÉRREO 1 - NÍVEL - 742,50
02
ENTRADA RUA ENGº GUILHERME WINTER PAVIMENTO IMPERMEÁVEL SOLO C/ VEGETAÇÃO SOLO C/ FORRAÇÃO PEDRA PEDREGULHO
ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING PLANTA PAVIMENTO INTERMEDIÁRIO 1
03
NÍVEL - 746,00 PAVIMENTO IMPERMEÁVEL SOLO C/ VEGETAÇÃO SOLO C/ FORRAÇÃO PEDRA PEDREGULHO
ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING PLANTA PAVIMENTO TÉRREO 2 - NÍVEL - 749,00
04
ENTRADA RUA BRENO FERRAZ AMARAL PAVIMENTO IMPERMEÁVEL SOLO C/ VEGETAÇÃO SOLO C/ FORRAÇÃO PEDRA PEDREGULHO
ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
05
PLANTA PAVIMENTO INTERMEDIÁRIO 2 NÍVEL - 752,50 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
06
PLANTA PAVIMENTO INTERMEDIÁRIO 3 NÍVEL - 756,00 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
07
PLANTA 1º PAVIMENTO - NÍVEL - 762,45
PISO EM MADEIRA VEGETAÇÃO/HORTA
ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
08
PLANTA 2º PAVIMENTO NÍVEL - 765,75 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
09
PLANTA 3º PAVIMENTO NÍVEL - 769,05 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
10
PLANTA 4º PAVIMENTO NÍVEL - 772,35 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
11
PLANTA 5º PAVIMENTO NÍVEL - 775,65 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
12
PLANTA 6º PAVIMENTO NÍVEL - 778,95 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
13
PLANTA 7º PAVIMENTO NÍVEL - 782,25 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
14
PLANTA 8º PAVIMENTO NÍVEL - 785,55 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
15
PLANTA 9º PAVIMENTO NÍVEL - 788,85 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
16
PLANTA 10º PAVIMENTO NÍVEL - 792,15 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
17
PLANTA 11º PAVIMENTO NÍVEL - 795,45 ESCALA 1:250
ARQUITETURA COMPARTILHADA: COLIVING | COWORKING
18
PLANTA 12º PAVIMENTO NÍVEL - 798,75 ESCALA 1:250
CORTE AA ESCALA 1:250
19
RI = 60.000 L
ESCOAMENTO SUPERFICIAL 50.000 L
CORTE BB ESCALA 1:250
20
CORTE CC ESCALA 1:250
21
CORTE DD ESCALA 1:250
22
VISTA 1 ESCALA 1:250
23
VISTA 2 ESCALA 1:250
24
VISTA 3 ESCALA 1:250
25
VISTA 4 ESCALA 1:250
26
VISTA 2
VISTA 4
ANTES
DEPOIS
ELEVAÇÃO FUNDOS
VISTA 1
ANTES
DEPOIS
VISTA 3
ANTES
DEPOIS
[1] PERSPECTIVA GERAL DO COMPLEXO VERGUEIRO
[2] PERSPECTIVA: ENTRADA AO COWORKING VERGUEIRO PELA RUA ENGENHEIRO GUILHERME WINTER
[3] PERSPECTIVA: FACHADA DO COLIVING VERGUEIRO RUA BRENO FERRAZ DO AMARAL
[4] PERSPECTIVA: FACHADA COM VISTA AO TERCEIRO PAVIMENTO
[5] PERSPECTIVA: PRIMEIRO PAVIMENTO COM VISTA AO TERRAÇO E ESPAÇO DE HORTA
REFERÊNCIAS Livros Normas Outros
LIVROS
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PREFEITURA DE SÃO PAULO. Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo. São Paulo, 2017.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. 1. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. 280 p.
OUTROS
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ANEXOS
ANEXO - Levantamento Cadastral do Incinerador Vergueiro fornecido pelo escritório ARCO.PRO Arquitetura Contemporânea
ANEXO - Levantamento Cadastral do Incinerador Vergueiro fornecido pelo escritório ARCO.PRO Arquitetura Contemporânea
ANEXO - Levantamento Cadastral do Incinerador Vergueiro fornecido pelo escritório ARCO.PRO Arquitetura Contemporânea
ANEXO - Levantamento Cadastral do Incinerador Vergueiro fornecido pelo escritório ARCO.PRO Arquitetura Contemporânea
ANEXO - Levantamento Cadastral do Incinerador Vergueiro fornecido pelo escritório ARCO.PRO Arquitetura Contemporânea
ANEXO - Levantamento Cadastral do Incinerador Vergueiro fornecido pelo escritório ARCO.PRO Arquitetura Contemporânea