CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ ARQUITETURA E URBANISMO NATHALIE DE SOUZA LIMA
AMBIENTE DE TRABALHO NA CONTEMPORANEIDADE ESPAÇO DE COWORKING Iniciação ao Trabalho Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário Barão de Mauá para a obtenção do título de Arquiteta e Urbanista. Orientador: Profº Fernando Gobbo RIBEIRÃO PRETO - SP 2020
"Se você não encontra o sentido das coisas é porque este não se encontra, se cria." Antoine de Saint-Exupér
Resumo É claro que o mundo contemporâneo vem passando por inúmeras mudanças, e isso inclui, mais do que nunca, o ambiente (e mercado) de trabalho. Tais mudanças são consequências de novas tecnologias, novas práticas de economia criativa, e muitos outros motivos. Este Tfg tem como objetivo apresentar e projetar um escritório Coworking, um novo meio de empresas e trabalhadores exercerem seus ofícios na atualidade que tem expectativa de grande crescimento no pós pândemia, pois requer baixo custo de investimento por parte dos usuários e corporações e facilita a entrada no mercado de trabalho de microempresários que não teriam condições de montar seu próprio escritório. A principal proposta do Coworking é incentivar a interação entre diferentes pessoas e áreas de atuação para elaboração de um local que estimule novos negócios, novas idéias, produtividade e o empreendedorismo Palavras-chaves: Coworking, Escritório compartilhado, Ambiente de trabalho, Inovação.
Abstract It's clear that the contemporary world has undergone countless changes, and it includes, more so today than ever, the work environment (and job market). These changes are consequence of new technologies, new creative economy practices, and many other reasons. This Tfg's main purpose is to present and design a Coworking workplace, a new scheme for companies and workers to work that is, actually, expected to increase in number in the post-pandemic world, as it requires low investment costs by it's users and corporations and facilitates micro entrepreneurs' entry in the job market who otherwise would not be able to set up their own office. The main purpose of Coworking is to encourage interaction between employees from different companies and areas of activity to create a place that stimulates new business, new ideas, productivity and entrepreneurship.
Keywords: Coworking, Coworking workplace, Work environment, Innovation.
Agradecimento A.GRA.DER Verbo, mostrar ou manifestar gratidão, render graças; penhorar, reconhecer. Gostaria de iniciar meus agradecimentos, Reforçando que eu acredito, infinitamente, que tudo acontece por um motivo, uma razão, e que sou grata por cada lembraça, momentos e consequências que me fizeram estar aqui. Gostaria de citar os principais que fizeram parte dessa jornada, ao longo desses cinco anos; aproveitando para fazer menção à arquitetura, essas pessoas se encontram em três pilares da minha vida: familia, amigos e arquitetura. Minha gratidão a todos que direta ou indiretamente fizeram parte dessa jornada. Agradecer ao meu pai, José, por todo suporte que recebi nesses anos e o incentivo que me foi oferecido, pela demonstração de carinho, amor e cumplicidade que sempre recebi, mesmo de longe. As minhas irmãs, Ana Júlia e Ana Flávia, que mesmo quando estavam distantes se faziam presentes, e que foram peças fundamentais nesse ultimo ano. A toda minha familia por demonstrar a união e apoio, em especial ao meu avô Lima e tia Theresa por todo apoio durante esses anos. A todos meus amigos, de infância, escola, curso técnico, pelo privilégio da amizade e o cuidado em mante-la. Em especial meus amigos "Não arquitetos" Isac Nascimento e Tauana Matos pela paciência, amor, e por tentar sempre entender a importância desse trabalho. A meus professores que contibuiram para minha formação, em especial ao professor Fernando Gobbo por ter aceitado o desafio da orientação e exemplo profissional. Ao meu antigo colega de trabalho, e agora amigo pessoal, Felipe Botelho. Aos meus amigos "futuros arquitetos" que enfrentam esse desafio junto comigo (Sérgio Berlocher, Thayná Cardoso, Felipe Elias e Leandro Destido) e a que ainda irá enfrentar (Julia Dias) pela convicência, pelas alegrias, pelas tristezas, noites em claro, e companheirismo.
a todos, pelo privilégio de estar, exatamente onde estou, hoje.
Dedicatória
Para Ana Júlia e Ana Flávia.
Introdução “Se me chamarem de idealista; concordo inteiramente. Sei que fiz uma poesia desse processo todo, fiz uma imensa poética. Que fiz, fiz dos primeiros aos últimos versos.” João Batista Vilanova Artigas
Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá será modelos contemporâneos de locais de trabalho Espaço de Coworking¹. Tal espaço é resultado das modificações e variações nos locais e mundo de trabalho contemporâneo ligados à inovação, empreendedorismo e principalmente economia compartilhada. Um dos principais pontos do conceito de economia compartilhada é o estilo de vida colaborativo, no qual uma comunidade tem o objetivo de compartilhar bens, espaços serviços ou o próprio tempo, um exemplo disto seria o Uber: uma pessoa compartilha seu carro, propriedade dele, com determinadas pessoas através do intermédio de um aplicativo. Outro exemplo em que pode-se ver o conceito de economia compartilhada no cotidiano é o seguinte: um ovem vai realizar
uma viagem, e além dele ter a opção de se hospedar em hotéis, hoje em dia ele também pode utilizar o famoso site e app AirBnb, onde pessoas anunciam suas residências ou um cômodo de suas casas para pessoas alugarem, ou seja, enquanto um se beneficia em estar ganhando capital, o outro ganha a comodidade e praticidade de tal estada.
Esta nova concepção aparece como uma alternativa em contradição ao isolamento típico de autônomos que trabalham em casa ou em espaços públicos como cafés e restaurantes, o que pode ser encontrado facilmente em uma visita a cafés famosos ou praças de alimentação nos shoppings de Ribeirão Preto.
Novos conceitos, novos problemas e novas soluções espaciais são elaborados com base em cuidados quanto à diversos requisitos e regras para atender necessidades de bem estar, acústica, otimização de trabalho, ergonomia, entre outros. As edificações encontradas nas mais diversas cidades do mundo precisam se adaptar a essas mudanças, principalmente ambientes de trabalho, já que a comodidade dos funcionários é responsável da produtividade de qualquer empresa ou local de trabalho.
Estes ambientes colaborativos têm como principal finalidade incentivar o empreendedorismo, possibilitar um local próprio para desenvolvimento de invenções e conceitos inovadores. Ademais, tal conceito tem propósitos ligados ao desenvolvimento da sociedade, tal como a inclusão de jovens no mercado de trabalho, formação de mais oportunidades de pequenos negócios e revitalização do espaço onde será localizado o projeto. Quanto aos empreendedores, freelancers³ e startups⁴ outro fim do coworking seria adaptar o baixo custo de utilização com uma estrutura de escritório, para disponibilizar ao cliente um espaço padrão de trabalho com diminuição de investimentos se comparado às salas alugadas em edifícios comerciais e escritórios virtuais.
O coworking é atualmente um movimento global, uma nova concepção de ambiente de trabalho em que o ponto dos usuários não está apenas na produção de capital, como também na constituição de uma comunidade formada por pessoas que dominem diferentes áreas de conhecimento e que compartilhem o mesmo ambiente de trabalho, elaborando um maior fluxo de ideias e conteúdos. Além do resultado de um networking² mais facilitado.
¹ Coworking Um ambiente de trabalho compartilhado. ² Networking é uma palavra em inglês que indica a capacidade de estabelecer uma rede de contatos ou uma conexão com algo ou com alguém. ³ Freelancer é um termo inglês que caracteriza o profissional autônomo que executa uma atividade de maneira independente, podendo prestar serviços a vários empregadores. A característica principal do freelancer é que ele não possui um vínculo de trabalho permanente com seus empregadores, o que possibilita que o próprio profissional administre e organize o seu próprio trabalho. ⁴ Startup o ato de começar algo, normalmente relacionado com companhias e empresas que estão no início de suas atividades e que buscam explorar atividades inovadoras no mercado
Foto 01: Pessoa utilizando espaço do Starbucks para trabahar. Fonte: Starbucks Stories & News [https://stories.starbucks.com/stories/20 18/ o-office-no- problem-meet-me-atstarbucks/] Acesso em 25 de março de 2020.
SUMÁRIO Espaços Corporativos
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CENÁRIO
Justificativa Problemática
2 OBJETO
Conceito de Coworking Surgimento do Coworking Surgimento do Coworking Coworking no Brasil Perfil Coworking
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Manifesto Coworking Casa MVRDV Google Campus São Paulo
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
5 ANTE PROJETO
4 ENTORNO
Localização Levantamento Terreno
Programa de Necessidade Partido Projeto Estrutura
1. CENÁRIO
Justificativa Este projeto justifica-se no cenário econômico e do desenvolvimento da cidade de Ribeirão Preto, cidade-sede da Região Metropolitana de Ribeirão Preto (RMRP) com 703.293 habitantes, sendo a sétima cidade mais populosa no estado de São Paulo, incluindo a capital. segundo estimativa populacional calculada pelo IBGE para 2019. A principal fonte geradora do PIB Ribeirãopretano atualmente é a prestação de serviços e comércios de bens, estes citados rendem 23 253 567 mil reais ao PIB municipal. Estes serviços e comércios extrapolam os limites da própria região de governo, estendendo-se para Barretos, São Carlos, entre outras cidades do estado de São Paulo. (Wikipedia, 2020).
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Além da proposta de um ambiente de trabalho onde se busca o auxílio no processo criativo e na produção do do profissional, assim como o bem estar deste mesmo. Abrangendo também o quesito importante de sustentabilidade, por contar com um grupo de pessoas que dividem espaços e recursos entre elas. também o quesito importante de sustentabilidade, por contar com um grupo de pessoas
que dividem espaços e recursos entre elas. Evitando, assim, desperdício e ampliando o compartilhamento de recursos, informações e serviços entre elas. A sustentabilidade não está relacionada somente à esfera material deste espaço, mas também há a questão de retroalimentação de serviços dentro do coworking, sendo assim, essa microssociedade é capaz de se nutrir com seus próprios recursos, segundo Thackara (2005). Ribeirão é uma cidade com potencial para este tipo de serviços e trabalhos, porém por sua visibilidade dentro do estado e região metropolitana, os altos valores de aluguéis comerciais dificultam diretamente quem está no início de sua carreira ou empresa. Criando a real necessidade de atender esses profissionais que buscam espaços de trabalhos com uma estrutura adequada e uma boa localização para receber estes clientes e colaboradores com baixo custo, além da real necessidade de um edifício projetado exclusivamente para este fim.
Em um estudo breve de programa básico ideal para um projeto de coworking baseado em referências projetuais no qual alguns dos analisados foram: Centro de coworking Nagatino, Cloud Coworking, We Work, Apparel, entre outros coworkings. Os que mais se destacaram e se mostraram ideais dentro do programa de necessidades: Recepção; Foyer; Cafeteria; Refeitório; Escritórios privativos; Espaço coworking; Sala de reunião; Auditório; Lounge;
Problemática A maioria dos coworkings atualmente são edificações já existentes que são adaptadas para esse uso, sendo assim, não atendem totalmente o programa de necessidade básico do coworking; ressaltando a importância do projeto arquitetônico para o funcionamento do empreendimento. Um dos principais problemas é a ausência de locais projetados e pensados para tal uso nas cidades do nosso país, que contam com diversos profissionais autônomos que utilizam espaços como cafés e restaurantes como local de trabalho, o que resulta no isolamento destes profissionais por diversos motivos, entre eles o fato de que a infraestrutura do local não promove integração e fluxo de ideias com outros profissionais que ali se encontram. Outro contratempo seria a ergonomia e conforto para aqueles que necessitam trabalhar em tal local, bancos que foram projetados e ali implantados para os usuários se alimentarem e em seguida se retirarem tornam-se ergonomicamente incorreto para quem trabalha ali.
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2. OBJETO
Espaço Corporativo
4 O AMBIENTE DE TRABALHO CORPORATIVO
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Corporação (do latim vulgar corporis e actio, corpo e ação) é um grupo de pessoas que trabalham como um só indivíduo, em busca da realização de objetivos em comum. Num sentido mais amplo, seria um grupo de pessoas submetidas às mesmas diretrizes, e, sendo assim, um sinônimo de instituição, associação ou empresa. Contudo, num sentido mais estrito, corporação seria uma pessoa jurídica que possui direitos similares à uma pessoa física, mas sem se confundir com a natureza desta última. (Wikipedia) Com o objetivo de entender de forma mais clara o espaço corporativo na contemporaneidade é de extrema importância traçar soluções espaciais adotadas ao longo da história.
4.1 PRIMEIROS ESPAÇOS Posterior à Primeira Guerra Mundial, e com o fim da era industrial, escritórios surgiram como o mais novo espaço de trabalho, gerando liberdade para que o homem finalmente dispensasse o trabalho mecânico que exercia nas fábricas e dedique-se á atividade criativa. A mão-de-obra que era utilizada na época aos poucos deixa de se concentrar nos setores primários e secundários e migra para o setor terciário, setor onde a maioria das atividades ocorre em escritórios. (RODRIGUES, 2005). 4.2 ESCRITÓRIO TAYLORISTA O modelo taylorista teve início no final do século XIX e primeiras décadas do século XX. Este ambiente de trabalho é fortemente marcado pelo isolamento espacial, dando ênfase nas diferenças hierárquicas, especialização e estandardização de atividades entre os funcionários. Quem influenciou tais conceitos e métricas foi o engenheiro americano Frederick Winslow Taylor (1856-1915), que pôs em prática o cronometro e os princípios da gestão cientifica nos escritórios. (RYDLEWSKI, 2019) A partir de 1930, porém, as empresas queriam expressar sua identidade um pouco além do modelo taylorista. Deste modo, em 1939, Frank Lloyd Wright projetou o edifício Johnson
Wax, um edifício que foi, no design da época, projetado de forma à deixar os funcionários orgulhosos de seus negócios e, assim, melhorar sua produtividade. Apesar disso, a arquitetura ainda reflete essa forte hierarquia, mesmo como um certo paternalismo. No escritório de Frank Lloyd, os superiores sentam-se acima dos funcionários em um mezanino e a ausência de uma visão externa é compensada por um teto de luz artificial. Esse aspecto hierárquico dura até a década de 1960 nos Estados Unidos. Na época, a administração fica em salas amplas, gerentes têm seus escritórios individuais e tomadores 10 de decisão têm escritórios com amplos corredores que são claramente mais luxuosos. (CAGNOL, 2013)
Foto 02: prĂŠdio administrativo da SC Johnson criado por Frank Lloyd Wright. Fonte: ScJohnson [https://www.scjohnson.com/pt-br/a-familycompany/architecture-and-tours/franklloydwright/designed-to-inspire-scjohnsons-frank-lloyd-wright-designed-administration-building] Acesso em 07 de abril de 2020.
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4.3 AMBIENTES DE TRABALHOS ERGONOMICOS
4.4 A ERA ABERTURA
Na década de 1950, o modelo modernista e sua cidade funcional são questionados. Arquitetos e designers começam a se interessar pelo interior dos escritórios e pelo layout do ambiente de trabalho como um fator de produtividade.
Durante a década de 1960, a economia de serviços explodiu. Simultaneamente, computadores aparecem em todos os escritórios e alteram a imagem que tinha-se do trabalho. Espaços rigorosos e estritamente hierárquicos podem ser motivadores para seus funcionários. A empresa Herman Miller está montando o "Action Office Series 1", que inclui os primeiros escritórios compostos por painéis, o primeiro passo para um ambiente de trabalho destinado a promover mais interação entre os funcionários. As principais questões são: espaços individuais, mobiliário adaptado, privacidade versus isolamento, fluxos de movimento, conforto, entre outros.
Até então, sentar-se confortavelmente era sinônimo de preguiça. Além de tudo, as cadeiras eram representações de status na empresa, ou seja, durante décadas, funcionários homens e mulheres, por razões hierárquicas, tiveram cadeiras diferentes. A cadeira Staffel, projetada pelo ortopedista F. Staffel, era a mais usada em consultórios ou, ainda, em algumas fábricas. Não foi até a década de 1970 que os designers realmente demonstraramse interessados por ergonomia. Henry Dreyfuss e Niels Diffrient publicam, respectivamente, " Human Scale" e "Measure of a Man", dois trabalhos em ergonomia para designers. Human Scale inclui as mais recentes pesquisas científicas em muitos campos, como em medicina e psicologia. Os arquitetos são então inspirados no trabalho de médicos, sociólogos, antropólogos como Lévi Strauss e na teoria das organizações para construir ambientes de trabalho focados nas necessidades e bem estar dos empregados. (CAGNOL, 2013)
DA
COLABORAÇÃO
E
Em 1968, Robert Probst cria o primeiro mini escritório “cúbico”, amplamente utilizado nos Estados Unidos até os dias de hoje, que seria seguido pelo agora famoso espaço aberto. Este último tem origem nos "escritórios paisagísticos" idealizados por vinte anos pelos irmãos Eberhard e Wolfgang Schnelle. No entanto, este conceito aberto difere do espaço aberto como o conhecemos atualmente, de estilo mais humano, artístico e que normalmente integra plantas no espaço. O espaço aberto, que permite aumentar a dimensão do espaço com um investimento muito baixo, surge para promover a
e o trabalho do projeto entre os funcionários. A única inconveniência seria sua monotonia, sua falta de individualidade. Finalmente, a chamada gestão igualitária prova ser uma fonte incrível de tensão para os funcionários. Em 1974, Herman Hertzberger criou a companhia de seguros Centraal Beheer, um ambiente definido como uma "vila dos trabalhadores", segundo seu criador. No ponto de vista de Hertzberger, desta forma "os funcionários podem se sentir parte de uma comunidade em vez de se perder na multidão". Para atingir tal meta, o espaço pretendia ser definitivamente flexível e é composto por uma infinidade de espaços da mesma área, quase formando ilhas conectadas umas às outras. Essas plataformas, estruturadas repetidamente em todo o espaço, podem acomodar grupos de dez pessoas, incentivadas a decorar seus espaços de trabalho com seus próprios móveis. (CAGNOL, 2013) 4.5 A INDÚSTRIA CRIATIVA O imenso crescimento das TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação) e da produção de informações favoreceu o início da indústria criativa no Vale do Silício. Atualmente, jovens trabalhadores estão mudando o mundo dos negócios com indústria criativa e seus
ambientes de trabalho devem ser inspiradores e inovadores. Visto que, desde meados dos anos 2000, criar, modernizar e encontrar a próxima grande concepção se tornaram obsessões das maiores empresas de TI. Isto posto, para impulsionar a criatividade e a colaboração dos trabalhadores, a tendência é criar um local de trabalho descontraído e agradável, ou até mesmo um escritório minimalista, com uma mesa simples para apenas se colocar o laptop. É impensável para os idosos, sofás, pufes, árvores e até aros de basquete ocuparem certos espaços de trabalho. Em síntese, de ambientes evidentemente hierárquicos a espaços abertos de plano aberto, passamos a espaços relaxados favorecendo reuniões. Enquanto Taylor simplificou, o Google agora mede a cauda da máquina de café para maximizar as interações dos funcionários. Embora ainda tenhamos prédios “lentos”, quase que não adaptáveis, mas representando o prestígio da corporação, as comunidades de empreendedores, na atualidade, banem a hierarquia dos assalariados e se apropriam de seus espaços de coworking. (CAGNOL, 2013)
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Conceito de Coworking O coworking é um modelo de local de trabalho que se baseia em compartilhamento de espaço e de recursos de um escritório, para profissionais que não são da mesma empresa ou área de atuação. As práticas e condutas de um coworking fazem com que elas se aproximem mais ao modelo das cooperativas, já que estas não buscam somente o lucro, mas também o foco na sociedade (Wikipédia, 2020).
Coworking
Trabalho sozinho
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Trabalho em grupo
SURGIMENTO DO COWORKING O Conceito de coworking encontra a anamnese de ambientes de trabalho conhecidos como coworking já no século XX, nos chamados cafés littéraires (cafés literários), tal como Cabaret Voltaire, localizado em Zurich, Suíça, conhecido como local de nascimento do Dadaísmo, entre outros estabelecimentos do mesmo gênero em Paris, França. Este tipo de estabelecimento funcionava como um ponto de encontro para estudo e outros fins, e ainda era associado às possibilidades dos serviços de um café comum, tendo estes locais também sido palco de reuniões que levaram a planejamento de muitos movimentos e vanguardas artísticas em diferentes momentos históricos. Moriset (2014). O termo coworking foi utilizado pela primeira vez em 1999 por Bernie de Koven para denominar um método de trabalho colaborativo e de reuniões de negócios, com o apoio de computadores. No mesmo ano, foi aberto o primeiro estúdio com mesas flexíveis, disponíveis para aluguel, o 42 West 24. Moriset (2014). Em 2005, o termo foi usado novamente por Brad Neuberg, um engenheiro de software americano para se referir ao primeiro escritório de coworking do qual o mesmo foi o
responsável. Junto com os seus colegas, fundou o escritório chamado Hat Factory, São Francisco com as peculiaridades trabalho conjunto e compartilhamento experiências. Coutinho (2014).
ele em de de
Em 2007 o termo coworking é reconhecido como uma tendência no banco de dados do Google, as consultas aumentaram o percentual de 20%. O conceito é adotado pela mídia tradicional, mas até o ano de 2010 o termo era mais restrito aos Estados Unidos da América. No mesmo ano, em São Paulo, o Impact Hub foi o primeiro espaço de coworking inaugurado no Brasil. Atualmente contamos com o total de 1.497 espaços ativos em todo o território nacional.
Foto 03: Exemplo de café literário. Fonte: Wikipédia [https://fr.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9_litt%C3%A9raire] Acesso em 28 de março de 2020.
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Coworking no Brasil De acordo com o site foram analisados municipios com mais de 100 mil habitantes e foram encontrados espaços de coworking em 1 95 deles. Com exceção de Roraima, todos os estados brasileiros contam com pelo menos um espaço ativo. Ao total são 1.497 espaços conhecidos. Como observado na imagem 3, a grande maioria de ambientes de trabalho compartilhados se encontram em cidades com mais de um milhão de habitantes, maioria dessas sendo capitais; além disso, a inserção destes edifícios dentro das cidades baseia-se em onde há uma vizinhança predominantemente comercial, sendo que apenas 31% destes edifícios estão localizado em bairros considerados não comerciais.
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Na imagem 5, conseguimos analisar qual foi umas das principais problemáticas pontuada na pesquisa: No gráfico que representa o censo de 2019 pode-se ver que o tip o de edificação onde se encontra estes
ambientes de coworking, 36% destes locais são casas e 32% estão inseridos dentro de um conjunto comercial, sendo a grande parte de tais edificios também alugados. Sendo assim, pontuamos a real necessidade de espaços de coworkings projetados exclusivamente para esse fim, diferente dos ambientes mostrados na pesquisa– sendo muitos deles alugueis de casa e espaço em conjunto comercial e reforma deste. Maturidade no negócio: no ano de 2018 quando questionados a respeito de como classificavam a maturidade de seu coworking, 33% destes se declararam estar iniciando, e posteriormente, em 2019, este número caiu para 21%, revelando que a maioria dos espaços haviam adquirido certo grau de maturidade. Destes percentuais, 32% iniciaram projetos de expansão ou pretendem realizá-lo em breve e apenas 10% declaram que os negócios não estão indo bem. Quando questionados sobre o maior desafio para iniciar o negócio, 41% coworking para a comunidade local e 36% revelaram que foi encontrar os primeiros clientes.
COWORKING NO BRASIL Imagem 02: A evolução do Coworking no Brasil, de acordo com site Coworkingbrasil.org, que mapeia a evolução de espaços de trabalho compartilhado no Brasil desde o ano de 2015; mostra que em 2019 houve o crescimento de 25% destes espaços em relação ao ano de 2018.
+ 25%
IMG 01: Gráfico indicando crescimento por ano de coworkings no Brasil. Imagem da autora, 2020.
IMG 03: Gráficos informativos sobre população e localidade do espaço. Imagem da autora, 2020.
IMG 02: Gráfico indicando Ranking por estado e cidade. Imagem da autora, 2020.
IMG 04: Gráficos informativos sobre atividade, tipo de edificação, contrato do imóvel e ligação com empresa terceira. Imagem da autora, 2020.
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Perfil do Coworking Ainda baseado nos dados do CoworkingBrasil.org vemos um salto na média de coworkers residentes por espaços, subindo de 21 para 39 atualmente. Os contratos mensais assumem a liderança com o total de 73% de todos os coworkers. Com espaços a mais tempo no mercado, os números começam a mostrar uma valorização destes espaços, mais da metade dos coworkers permanecem ao menos 6 meses nos espaços, no ano de 2019, os contratos acima de 12 meses cresceram 30% em relação ao ano anterior, 2018. Além dos mais vemos também o tamanho médio das empresas que frequentam estes espaços, sendo 35% de até 3 pessoas, 24% de 3 a 6 pessoas e 15% individual, entre outros. 62% Dos espaços promovem eventos para sua 17 comunidade com frequência, sendo destes 28% mensalmente, 16% bimestralmente e 8% semanalmente.
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IMG 05: Perfil dos usuários de coworking. Imagem da autora, 2020.
Foto 04:: Ilustração comunidade de coworking Fonte: Coworking Brasil [https://coworkingbrasil.org/censo /2019/#comunidade] Acesso em 07 de abril de 2020
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ESPAÇOS E PROXEMIA ASegundo o psicólogo Edward T. Hall, proxêmia é o termo definido pela correlação entre análises e teorias do uso que o homem faz de seu espaço como uma elaboração especializada da cultura (HALL, 2005 p. 1). Assim, a proxêmia é o estudo das comunicações não verbais; estas podem ser encontradas no uso do espaço físico, contato visual, linguagem corporal e comportamental, distância entre indivíduos, entre outras n situações. O termo é objeto de estudo a partir do qual procura-se entender melhor o espaço social e pessoal utilizado pelas pessoas de acordo com sua respectiva cultura, seja a começar do ambiente natural ao construído pelo homem ou até mesmo à distância mantidas em interações interpessoais que as pessoas, consciente ou inconscientemente praticam diariamente entre si, ao mesmo tempo em que constroem o espaço ao redor de si, seja em seus locais de trabalho, residência e qualquer outro ambiente de convívio.
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Os primeiros conhecimentos proxêmicos baseiam-se em estudos da etologia, estudo do comportamento animal. Tal qual os fundamentos da etologia, o espaço se divide em: espaço territorial “no interior do qual o individuo ou o grupo estabelece seu habitat” (GUIRAUD, 2011, p 76) e espaço pessoal ou microespaço, no qual são estabelecidos relacionamentos interpessoais, quer eles sejam amistosos ou defensivos. O ambiente, assim como o ser humano, que frequentemente se comunica a partir de meios não-verbais, também se comunica, ele proporciona e materializa informações, interesses e emoções. Essa mensagem pode ser um sinal que ele deseja transmitir ou imagem que deseja projetar. as pessoas demarcam seus espaços com uma simples escolha de localização, como exemplifica Davis: Numa biblioteca vazia, quem quiser ficar sozinho escolhe a última cadeirana ponta de uma mesa retangular, mas quem quiser desencorajar, ostensivamente,a aproximação, senta-se numa cadeira bem no meio da mesa (DAVIS, 1979, p. 96).
De acordo com Fischer (1994), o espaço é idealizado como lugar, modo de ocupação que inclui o uso que se faz dele. Cada ser humano tem como “seu” o espaço que o rodeia, o seu espaço pessoal, onde situa-se todas as dimensões qualitativas de ocupação de um espaço – movimentos do corpo, a posição deste e, ainda impressões sentidas na esfera imediata.O espaço pessoal se apresenta com base em certas distâncias que as pessoas mantêm entre si e varia de acordo com os contextos em que se encontram. Com fundamento em estudos realizados com cidadãos norte-americanos, como consequência da premissa de que as culturas organizam o espaço em função do território, Hall (1997) considerou quatro grandes tipos de distancias: interpessoais, intimas, sociais e públicas, sendo que cada uma tem como característica uma proporção de distância, variando de acordo com a personalidade do indivíduo, aspectos socioculturais e certos ambientes.
A distância intima pré-estabelece um espaço menor que 45cm, onde está em primeiro plano a proximidade e contato físico. É a distância do ato do amor e da luta, da proteção e dos acolhimentos (Gomes, 2000, p. 32).
Se a distância intima ocorre em uma relação entre amigos, a distância pessoal se trate de interação entre conhecidos, colegas de estudo ou trabalho. A distância pessoal corresponde em geral à extensão do braço que varia de cinquenta a oitenta centímetros considerando fase próxima, e de oitenta a cento e vinte centímetros na fase afastada, uma “demarcação espacial” que varia com os países e suas regiões. Esta distância se define pela separação entre indivíduos, podendo ocorrer o toque a curta distância, como o aperto de mão ou a troca de olhares e sorrisos, então, a partir deste contexto, a visão do outro é nítida e detalhada, porém o calor corporal não é perceptível (Hall, 2005).
A distância social é um espaço ainda maior do que o mantido na distância pessoal, podendo ou não haver aproximação. Ela aproxima as pessoas em determinadas situações, porém existe um espaço em que as separam, por não se conhecerem intimamente; é a distância entre duas pessoas separadas por uma mesa ou outros móveis e objetos. Esse distanciamento varia em torno de cento e vinte a trezentos e cinquenta centímetros e predomina o contato visual.
IMG 06: Distância intima.. Imagem da autora, 2020.
IMG 08: Distância social.. Imagem da autora, 2020.
IMG 07: Distância pessoal.. Imagem da autora, 2020.
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Conforme Fischer (1994) a distância social caracteriza-se, por aquilo que Hall mencionou “o limite do poder sobre outro”, tratando-se da distância estabelecida nas relações sociais comuns e em particular nas relações profissionais, esta distância varia de cento e vinte a trezentos e sessenta centímetros.A distância publica é caracterizada por relações entre pessoas que na maioria das vezes não se conhecem seria, segundo Guiraud (2001, p.82), aquela distância que “separa o locutor de um grupo a que se dirige sob a forma de conferência, pregação, discurso de qualquer natureza”. Esta distância varia entre trezentos e sessenta à novecentos centímetros, o impossibilita uma comunicação interpessoal direta.Se tratando de ambientes corporativos, é mister considerar as distâncias qualificadas pelo estudo da proxêmia, e praticá-las de forma consciente em conformidade com cada situação com a intenção de promover melhor qualidade de trabalho entre funcionários e clientes, e assim gerar mais produtividade para o serviço desenvolvido. Pois a distância espacial mantida, intencionalmente ou não, revelam as interrelações existentes no dia a dia de um ambiente de trabalho.
Além de todas as distâncias citadas acima, há por ora a distância social por decorrência do covid-19 “o Governo do Reino Unido aconselha que as pessoas fiquem a 2 metros de distância de qualquer pessoa fora de sua casa. o Centros dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) é semelhante, sugerindo uma distância de 6 pés (cerca de 1,8 metros). o QUEM recomenda ficar pelo menos 1 metro de distância.” (Covid-19facts, 2019). Distância essa que também levaremos em consideração em nosso objeto até o momento em que seja sinalizado que não há mais necessidades de tais medidas preventivas.
IMG 09:Nova distância social.. Imagem da autora, 2020.
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A INFLUÊNCIA DA COR Em um projeto, é mister que a escolha das cores seja feita sabiamente, pois com a influência da conhecida “psicologia das cores” é possível influenciar a satisfação, estado de humor e motivação dos usuários de qualquer espaço. Isto porque as cores, de forma subconsciente, conseguem remeter a determinadas situações, tais como: conforto, bem estar, produtividade, influenciando assim, no estado de espirito do indivíduo. (GURGEL, 2005).A partir do momento em que definimos uma paleta de cor que possa influenciar esse público de usuários no ambiente de trabalho de forma positiva, havendo feito essa escolha com excelência, pode-se considerar o projeto sucedido e observar efeitos nos desempenhos, produtividade e percepção nas tarefas realizadas pelos funcionários. (FONSECA, 2004).De acordo com Gurgel (2005), as cores são divididas em dois grupos inicialmente sendo o primeiro o de cores quentes, que atuam psicologicamente de forma dinâmica e estimulantes, indicando vitalidade, excitação e movimento, e as cores frias, que agem como calmantes, promovendo a sensação de descanso e paz.
Segundo Pilotto (1980), o uso das cores no ambiente de trabalho é de grande importância, uma vez que promovem benefícios à saúde, segurança e bem estar dos trabalhadores e usuários, além de gerar efeitos de alteração no espaço, como por exemplo, a utilização de cores quentes dão a ilusão de aproximação e aumento de tamanho nos objetos, já as cores frias reduzem as dimensões aparentes. Se colocarmos determinados objetos idênticos lado a lado, por exemplo, um vermelho e um azul, o objeto vermelho aparentará estar mais próximo, pois as cores vibrantes e escuras dão tal sensação, enquanto as claras, promovem sensação de maior amplitude. ESQUEMA DAS CORESGurgel (2005) explica que para escolher um esquema de cores que se adapte ao projeto é necessário conhecer as particularidades psicológicas das cores. Assim, o autor pontua que: O branco está ligado a higiene e a saúde. É a cor da paz, mas pode deprimir, pois é frequentemente associada a hospitais. O preto é a escuridão e pode deprimir quando utilizado em excesso. Para alguns pode significar sofisticação e para outros tristeza. O cinza é a mistura de branco e preto e está associado á sabedoria, estresse e fadiga.
O azul e o verde, em tons claros acalmam, relaxam e refrescam, combatendo o estresse. Já se tratando do azul marinho, se utilizado em grandes áreas, pode deprimir e estimular introspecção. O verde, em tons escuros, está associado à harmonia, honestidade, estabilidade e a confiabilidade. Pode estimular o silêncio e a concentração e não incita discussões. Em locais de trabalho mais dinâmicos, é interessante associá-lo com sua cor complementar, vermelho. Vermelho é dramático e vibrante. Pode estressar, irritar ou transmitir sensação de claustrofobia se utilizado em tons fortes e em grandes áreas. Possui a propriedade de atuar no plano racional das pessoas, deixando-as mais diretas e objetivas. Aumenta o apetite e acelera as ações, por estimular fortemente nosso cérebro. O amarelo é infantil, alegre e divertido. Estimula a criatividade, a comunicação entre as pessoas, o intelecto e o poder. Laranja possui a energia do vermelho e a intelectualidade do amarelo. É aconchegante, estimula o otimismo e a socialização e alegra o espirito. É antidepressivo, mas deve ser usado com cuidado em pessoas que se estressam ou que se agitam facilmente. Ajuda na digestão e acelera o metabolismo.
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Para que qualquer projeto garanta resultados favoráveis, é necessário entender as características psicológicas de cada cor e estudar os tipos de tarefas a serem executadas em cada ambiente, assim proporcionando aos usuários incentivos psicológicos que estimulem o desempenho.
ERGONOMIA
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A ergonomia é o estudo do ambiente físico e se dedica às questões de adaptabilidade e conformidade do espaço, de acordo com as tarefas e atividades nele desenvolvidas, afetando positiva ou negativamente o desempenho do usuário. Para que um projeto obtenha bons resultados neste sentido, é necessário a utilização de elementos da antropometria, ciência dedicada às medidas do corpo humano, da psicologia ambiental, ergonomia cognitiva e da análise ergonômica do trabalho, além de conceitos de conforto térmico, acústico, lumínico e cromático. (VILLAROUCO, 2002)Para que se obtenha um projeto bem sucedido, é necessário considerar dimensões, alturas e os espaços determinados para o desempenho de cada tarefa, além de uma análise em campo, onde se obtém dados relevantes sobre as necessidades físicas, cognitivas e psíquicas dos usuários do local de trabalho e as exigências das atividades desenvolvidas.
Assim, Villarouco (2002), expressa que a inclusão destes dados ao projeto, contemplará aspectos voltados a adequabilidade ergonômica. Assim definidos: Aspectos referentes á percepção ambiental, daqueles que irão utilizar efetivamente o espaço projetado. Aspectos de adequabilidade dos revestimentos propostos, bem como da adequabilidade da cor destes revestimentos, em função de tarefas a serem desenvolvidas nos ambientes, e da interferência desses materiais no desemprenho físico e cognitivo dos usuários. Aspectos cognitivos dos futuros usuários, na medida em que estes, representam papel determinante na relação homemambiente e na realização da taref envolvida pelo ambiente. Aspectos concernentes á realização do trabalho a ser desenvolvido no ambiente, a fim de permitir dimensionamento adequado, incluindo as características dos postos de trabalhos e as variáveis antropométricas nesse segmento. Aspectos concernentes ao conforto ambiental, tais como, iluminação, cores, ventilação e ruídos. Fonte: (apud, FONSECA, 2004, p. 80)
No Brasil há normas regulamentadoras que servem como parâmetros para realização de determinadas atividades. O Ministério do Trabalho e Previdência Social instituiu a Portaria n. 3.751 em 23/11/1990, que estabelece uma norma que trata da ergonomia, a NR17. Porém, a elaboração de mobiliário e postos, devem ser diretamente ligadas aos padrões dos usuários, pois indivíduos possuem características físicas variadas. (GURGEL, 2005)Segundo Gurgel (2005), para cada tarefa a ser desenvolvida, como abaixar, sentar ou alcançar um arquivo, existe um espaço mínimo recomendado para os movimentos envolvidos na ação, de forma a serem executados sem maiores problemas. Se tratando de espaços de escritório, é comum a utilização de equipamentos como computador, telefone, impressora, TV, dentre outros, com isso é necessário avaliar as dimensões e tipos de equipamentos. O autor pontua alguns requisitos voltados a uma postura adequada, promovendo conforto e consequentemente evitar ou retardar algumas doenças voltadas ao esforço repetitivo, são eles:
Cadeira desse ser regular e permitir que a pessoa se sente confortavelmente e com as costas completamente retas (quadris devem formar 90° com as pernas) e apoiadas no encosto.A região lombar deve estar apoiada num suporte especial e curvo.Os pés devem estar apoiados no chão ou em apoio apropriado.A altura dos olhos, ou seja, a linha do horizonte deve estar alinhada com a parte superior da tela do computador ou ligeiramente abaixo dela.É recomendada a distância de aproximadamente 60cm entre a tela e os olhos.O pescoço deve estar reto e pender ligeiramente para frente.Deixe espaço considerável sob o tampo para que as pernas possam mover-se livremente.Garanta que o cotovelo está apoiado no braço da cadeira ou no tampo da mesa, relaxando a musculatura do braço. Fonte: GURGEL, 2005. P 143Podemos concluir assim que, considera-se extrema importância os estudos ergonômicos, de acordo com as exigências de trabalho ali desempenhadas.
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3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Referências Projetuais Projetar um ambiente de trabalho colaborativo que influencie e direcione profissionais e pequenas empresas à obterem um melhor desempenho e rentabilidade, partindo de um programa que seja adequado e um espaço que colabore com processo e integração destes usuários. O principal e mais importante ambiente é a sala de trabalho colaborativa, caracterizada por um grande vão. A mobília não será definida permanentemente e poderá estar em constante mudança. Esta sala contará com grande circulação, iluminação e ventilação natural. Além de outros ambientes que fazem parte do programa.
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Para a leitura projetual foram escolhidos três projetos como referências: Manifesto Coworking / StudioVRM, Casa MVRDV / MVRDV e Google Campus São Paulo / SuperLimão Studio. Além das referências, também serão apresentadas soluções arquitetônicas coerentes a pós-pandêmia, retiradas do jornal Estadão, coluna Economia e negócios.
O Manifesto Coworking foi projetado pelo StudioVRM, localizado no Na Asa norte comércio Bloco A - Brasília Shopping em 2017, o espaço conta com 400m².
De acordo com a equipe do Manifesto Coworking, 'Compartilhar' é a palavra chave para definir esse projeto. A criação do programa se deu a partir da necessidade que diferentes ideias circulassem em um ambiente com várias opiniões distintas. Esse espaço foi projetado na icônica quadra SCN 206, em Brasília. Conhecida como “ Babilônia Norte”, devido ao seu aspecto excêntrico, o projeto da equipe do Manifesto Coworking fugiu da tendência de cores fortes e chamativas escolhendo o conceito de galpão contemporâneo clean porém industrial.
Manifesto Coworking / StudioVRM
FOTO 05: Imagem da galeria de fotos do projeto Manifesto Coworking. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/901086/manifesto-coworking-studiovrm]. Acesso em 12 de Abril de 2020.
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Ainda, segundo a equipe, a paleta de cores pode ser resumida à tons de concreto e branco com toques de compensados MDFs para os móveis, feitos pela OpenDesk. Para criar um espaço com uma boa circulação, a permeabilidade visual foi abordada como essencial. Todos os estúdios são fechados com vidro e uma faixa de película para atender a privacidade da empresa que a ocupa. O tabuleiro da paginação foi escolhido para mostrar a interação de materiais distintos de forma harmoniosa, trazendo estilo e movimento ao ambiente como um todo IMG 10: Planta do projeto Manifesto Coworking. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/901086/manifesto-coworking-studiovrm]. Acesso em 12 de Abril de 2020
FOTO 06: Imagem da galeria de fotos do projeto Manifesto Coworking. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/901086/manifestocoworking-studiovrm]. Acesso em 12 de Abril de 2020.
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IMG 11: Planta do projeto Manifesto Coworking. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/901086/manifesto-coworking-studiovrm]. Acesso em 12 de Abril de 2020.
IMG 12: Planta do projeto Manifesto Coworking. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/901086/manifesto-coworkingstudiovrm]. Acesso em 12 de Abril de 2020
O edifício deste projeto foi originalmente projetado pelo arquiteto pós guerra, o holandês Hugh Maaskant, em 1952, que projetou outros edifícios icônicos na cidade, como o Groot Handelsgebouw, cuja cobertura foi destino do recente projeto de MVRDV intitulado "The Stairs" e o Hotel Hilton no centro de Rotterdam. O edifício casa MVRDV acomoda em si uma grande comunidade da indústria criativa, técnica e empresaria, variando desde pequenas start-up's de tecnologia a grandes empresas de design e dispondo de 150 postos de trabalho. Os cafés e restaurantes são um bom ambiente para funcionários se agruparem.
Casa MVRDV / MVRDV
IMG 13: Figura do projeto Casa MVRDV. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casa-mvrdvmvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020.
"A família em expansão da MVDRV precisava de uma nova casa, então exatamente isso que nós tentamos capturar. Tudo o que a casa precisa, uma sala de jantar, sala de estar, sofás para todos sentarem juntos", explica o co-fundador da MVDRV Jacob van Rijs. "Esta também foi uma oportunidade para captar como trabalhamos e funcionamos enquanto escritório, para então confeccionar novos espaços que iriam impulsionar nossos métodos de trabalho e resultados; espaços eficientes que melhoram a forma de colaboração nos meios que trabalhamos."
FOTO 07: ICasa MVRDV. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casa-mvrdv-mvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020.
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A grande Sala da Família é o ambiente central para interação social com três fundamentos superdimensionados de uma casa, o sofá, a sala de jantar e o 'lustre de vegetação' - uma grande tribuna com uma tela de projeção retrátil para palestras, apresentações do escritório ou mesmo uma partida de futebol; a grande sala de jantar, na qual todo a equipe se reúne diari amente; e um grande vaso que possui no seu centro a equipe de boas vindas da MVRDV. Em sucessão o Atelier para as equipes de projeto assume o espaço central principal - iluminado e silencioso. Uma parede envidraçada, coberta de doodles e diagramas de trabalho separa o atelier da sala de estar, se estenden do até três - entre cinco - dos arcos principais. Do lado inverso como uma casa de bonecas em corte, estão as salas de reunião multicoloridas. Cada uma delas possui um tema e mobiliários específicos para diferentes tipos de reuniões. A Sala de Projeto com paredes de quadrobranco para oficinas, A Sala de Apresentação em azul escuro para apresentaçõ es formais maiores. O Lounge com cadeiras baixas para conversas mais particulares, a intimista Biblioteca e a Sala de Jogos para reuniões informais e diversão na mesa de pinguepongue. E, claro, uma série de outros espaços especiais monocromáticos.
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FOTO 08: Imagem da galeria de fotos do projeto Casa MVRDV. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casa-mvrdvmvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020
Em uma edificação de seis andares no bairro Paraíso, em São Paulo, se encontra, desde 2016, a sede do Campus São Paulo, um prédio do Google para fomentar o empreendedorismo. O projeto de arquitetura foi feito pelo SuperLimão Studio, os andares são divididos entre dois tipos de ambiente: os abertos ao público (café e a sala Vaca Amarela) e os pisos dedicados aos programas de start-ups do Google e seus parceiros. Além do mais, o projeto é uma construção verde, com torneiras econômicas, uso de materiais e móveis regionais de conteúdo reciclado, automação do sistema de condicionamento e iluminação.
Google Campus São Paulo
Na entrada, os elevadores dão acesso aos seis andares e a dois subsolos. As áreas principais, abertas ao público, estão no quinto e sexto andar. O quinto andar tem uma área de trabalho com uma bancada e cadeiras, com orelhões de ponta cabeça que foram transformados em poltronas e é uma “área de silêncio”, com cabines fechadas para ligações com isolamento acústico, o andar ainda possui uma área ampla que divide espaços com um sofá, sinuca, pebolim e tiro ao alvo. É também um espaço convidativo para a interação com pebolim e sinuca. Já o sexto andar abriga um café, mesas e cadeiras e um terraço semiaberto com bancos de madeira e balcões. FOTO 09: Imagem da galeria de fotos do projeto Google Campus São Paulo. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casa-mvrdv-mvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020
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Além desses pontos de trabalho, o prédio conta com um auditório que acomoda até 100 pessoas no térreo e um espaço de workshops no quarto andar. O auditório é equipado para receber todo e qualquer tipo de evento ou palestras, com tela wide-screen, microfones de lapela e microfones de bastão, além de uma cabine de controle de som e vídeo acima do auditório. A decoração é inspirada no conceito "selva de pedra" e é diversificada. As salas de reuniões representam festas da cidade, como Virada Cultural, Feira da Kantuta e Ano-Novo Chinês FOTO 10: Imagem do auditório Google Campus São Paulo. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casa-mvrdv-mvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020
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FOTO 11: Imagem da galeria de fotos do projeto Google Campus São Paulo. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casa-mvrdv-mvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020
PORTAS COMO SERÁ: OS ACESSOS A ENTRADAS SERÃO AUTOMATIZADOS, COM CONTROLE DE TEMPERATURA E EQUIPAMENTOS DE HIGIENE PARA PREVENÇÃO (O Estadão, 2020)
ÁREA DE TRABALHO COMO SERÁ: MESAS DEVERÃO OBEDECER DISTANCIAMENTO MÍNIMO DE 1,5 METRO E RECEBER PROTEÇÃO EXTRA COM DIVISORES DE ACRÍLICO, ALÉM DISSO DEVERÃO SER COMPARTILHADAS. (O Estadão, 2020)
NOVOS AMBIENTES COMO SERÁ: NOVOS ESPAÇOS PARA REUNIÕES SERÃO CRIADOS NO INTERIOR DOS ESCRITÓRIOS, SEM PAREDES. AMBIENTES TERÃO JANELAS OU VARANDAS PARA PERMITIR A VENTILAÇÃO NATURAL (O Estadão, 2020)
SALAS DE REUNIÕES COMO SERÁ: NA MESMA ÁREA, SERÁ PERMITIDO O MENOR NÚMERO DE PESSOAS POSSÍVEL, GARANTINDO U DISTANCIAMENTO DE 1,5 METROS A 2 METROS ENTRE OS OCUPANTES. (O Estadão, 2020) OBJETOS PESSOAIS COMO SERÁ: EMPRESAS DEVEM APOSTAR EM ARMÁRIOS INSTALADOS EM ÁREAS MAIS AFASTADAS PARA ARMAZENAR OBJETOS PESSOAIS VINDOS DA RUA E MATERIAIS DE ESCRITÓRIO QUE CADA FUNCIONÁRIO VAI USAR DURANTE O DIA. (O Estadão, 2020)
REFEITÓRIOS COMO SERÁ: ÁREAS PARA REFEIÇÕES SERÃO MAIS AMPLAS, COM MENOS ASSENTOS E PREFERENCIALMENTE COM VENTILAÇÃO NATURAL. (O Estadão, 2020)
ADEQUAÇÃO DE ESCRITÓRIO PÓS-PANDEMIA A arquiteta Liana Tessler Szyflinger, do escritório Liana Tessler Arquitetura e Interiores, conta que as salas de reuniões de escritórios têm causado grande apreensão às empresas se tratando do retorno pós-Covid19. Por isso, em seus projetos, ela tem buscado criar salas com mesas em "U", que possibilitam distância de 2 metros entre as pessoas. "Muitos escritórios estão mudando. Alguns, 100% do layout; outros, uma parte menor, pois o futuro ainda é muito incerto.". Para a arquiteta Thaisa Bohrer, o escritório do futuro será mais pé no chão do que é hoje, com mais janelas, aberturas e ventilação. No eu ponto de vista, o ambiente de trabalho póspandemia será mais acolhedor e mais agradável. Haverá mais espaços de descontração para as pessoas se encontrarem quando não estiverem em home office. "Teremos um rompimento de tudo aquilo que vinha sendo adotado até agora", diz ela. "Eventualmente iremos para o escritório e não teremos mais um porta-lápis e bonequinhos nas mesas, que serão multifuncionais e de multiusuários." (O Estadão, 2020)
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4. ENTORNO
Localização
A localização adotada para implantar o projeto foi em um lote próximo à área central da cidade, na Avenida Nove de Julho. Ao longo dos últimos 20 anos, a área se transformou no principal centro financeiro da cidade região de Ribeirão Preto. Mesmo com a transformação que vem sofrendo há 40 anos, a Avenida manteve vestígios característicos da década de 50 - os paralelepípedos da rua e o calçamento dos canteiros centrais da avenida, por exemplo. Ao longo de seus pouco mais de 2 km de extensão, a Nove de Julho acolhe cerca de 30 bancos, sejam eles comerciais ou de investimentos, além de seguradoras, consórcios, bares, restaurantes, lanchonetes, etc. (Site Prefeitura de Ribeirão Preto, acessado em Maio de 2020.)
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Priorizando uso predominante da Avenida, comercial e serviços, além da importância histórica, boa localização e fácil deslocamento.
IMG
14:
Figura
do
mapa
do Brasil
N IMG 15: Figura do mapa do Estado destaque
de
São Região
Ribeirão Preto.
Paulo, de
IMG 16: Foto satélite área de Ribeirão Preto -SP Quadrilátero central Terreno
N
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IMG 17: Foto satélite área de Ribeirão Preto -SP
Terreno
N
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Localização
A implantação próximo ao Centro da cidade de Ribeirão Preto, na Avenida Nove de Julho, próxima a grandes Avenidas como Avenida Independência e Avenida Presidente Vargas, foi estrategicamente escolhida por ser um grande centro de comércio e de prestação de serviços. Na mobilidade urbana se dá pela facilidade de Acessos, inúmeras linhas de ônibus alimentam essa área, sem mencionar a proximidade com o terminal rodoviário de Ribeirão Preto. Nas proximidades se encontram serviços como: bancos, restaurantes, drogarias, comércios em geral e grande demanda de clinicas médicas e laboratórios especializados. Sendo assim, reduzindo o tempo do usuário ao necessitar ir ao banco ou rotinas diárias que necessitam de atenção. N
Terreno
IMG 18: Foto satélite área de Ribeirão Preto -SP
Os mapas e volumetrias a seguir irão ilustrar o Uso e a Ocupação do Solo, Acessos e serviços encontrados nessa área de Ribeirão Preto.
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Equipamentos - Saúde
CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS LABORATÓRIOS DIAGNÓSTICOS
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HOSPITAL
IMG 19: Mapa equipamentos saĂşde
Terreno
N
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Equipamentos - Alimentação
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RESTAURANTES
IMG 20: Mapa equipamentos alimentos
Terreno
N
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Equipamentos - Educação
ESCOLA PUBLICA E.M PRÉ VESTIBULAR ENSINO PROFISSIONALIZANTE
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ENSINO PRIVADO
IMG 21: Mapa equipamentos educação
Terreno
N
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Equipamentos - Financial
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BANCOS
IMG 22 Mapa equipamentos financial
Terreno
N
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Transporte Públicos
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PONTO DE ONIBÛS
IMG 23: Mapa transporte pĂşblico
Terreno
N
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Mobilidade
VIA LOCAL VIA COLETORA
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VIA ARTERIAL
IMG 24: Mapa
mobilidade
Terreno
N
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Uso do Solo
INSTITUCIONAL RESIDÊNCIA SERVIÇO
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COMERCIAL
IMG 25: Mapa
uso do solo
Terreno
N
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Figura e Fundo
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OCUPADO
IMG 26: Mapa
figura e fundo
Terreno
N
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Gabarito
1 - 2 PAVIMENTOS > 3 PAVIMENTOS
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> 10 PAVIMENTOS
IMG 27: Mapa
gabarito
Terreno
N
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Terreno
IMG 28: Mapa
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do terreno
Vista Avenida 9 de Julho
Vista Rua Vicente de Carvalho
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Vista Rua Quitino Bocaiuva
Fluxo Viรกrio
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IMG 29: Diagrama fluxo viรกrio
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Estudo Solar
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IMG 30: Diagrama posição solarv
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Curso do Vento
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IMG 31: Mapa
curso do vento
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5. ANTEPROJETO
Programa de Necessidades
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IMG 32: PROGRAMA
Partido Arquitetônico As escolhas de partido foram adotadas com o objetivo de projetar ambientes práticos e proveitoso, além de propagar o bem estar dos clientes e a qualidade dos vínculos de trabalho dentro do edifício. O partido arquitetônico teve como princípios: Localização para satisfazer e estimular as demandas de espaços de trabalho contemporâneos; Implantação no terreno para enriquecer a apresentação do entorno e potencializar o proveito da iluminação e ventilação natural; Planejamento e setorização apropriado dos usos para oferecer maior interação entre as atividades e os usuários; Aberturas e vedações para assegurar o conforto bioclimático da edificação; Modulação estrutural harmonizar para garantir a flexibilidade de usos e probabilidade de futuras crescimento e adaptações;
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Histรณrico do fluxograma
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Histรณrico da volumetria
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AS .V AR G RE S AV .P
AV . IN
DE
PE
ND
ÊN
CI
A
N
IMPLANTAÇÃO S/ ESCALA
TERREO S/ ESCALA detalhe 1
detalhe 2
detalhe 3
PRIMEIRO PAV.S/ ESCALA
SEG PAV.S/ ESCALA
TERRAÇO
COBERTURA S/ESCALA
PAISAGISMO S/ESCALA
detalhe parede verde
detalhe 1 s/ escala
detalhe brise
detalhe 3 s/ escala
corte 1 s/escala
corte 2 s/escala
fachada frontal s/escala
fachada leste s/escala
fachada oeste s/escala
FOTO 14: Vista da cobertura Fonte: Autora
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FOTO 15: Fachada noturna: Fonte: Autora
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FOTO 16: Brise com a face colorida Fonte: Autora
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FOTO 17: Brise com a face cinza Fonte: Autora
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FOTO 18: Brise intercalado Fonte: Autora
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FOTO 19: Render terreo Fonte: Autora
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FOTO 20: Recepção Fonte: Autora
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FOTO 21: Brainstorming Fonte: Autora
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FOTO 22: Mezanino Fonte: Autora
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FOTO 23: Co-working Fonte: Autora
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FOTO 24: Coworking vista 2 Fonte: Autora
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Memorial Descritivo CONFORTO
Analisar e estudar questões bioclimáticas do local a ser projetado é de extrema importância em todo projeto de arquitetura. Entretanto no contexto em que se insere nosso objeto, é mais que recomendado. Como no levantamento já foi ilustrado em figuras a orientação solar e do ventos. Nessa etapa estaremos verificando métodos para utilizar no nosso edificio de maneira efetiva. No projeto proposto utilizou-se de ventilação natural através do chamado "efeito venturi" que está relacionado com a variação da dimensão das aberturas e altura do peitoril, causando variação de pressão e velocidade do vento. A utilização de vidro favorece no que diz respeito a iluminação natural, entretanto faremos uso de brises na fachada oeste, onde ha maior incidência solar.
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Para melhor conforto contará também com projeto paisagístico no externo, considerando diversos pontos positivos, entre eles: conforto térmico, absorção de ruídos, qualidade do ar e a famosa e amada biofilia.
IMG 30: CORTE ILUSTRANDO EFEITO VENTURI: Fonte: Autora
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Memorial Descritivo
SISTEMA ESTRUTURAL
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A fundação será determinada de acordo com a sondagem do solo. No terreno foi utilizado aterro afim de edificio permanecer no mesmo nivel por completo; O projeto contempla a construção de um muro de arrimo através do concreto armado. Um dos mais importantes pontos dessa proposta de projeto é a flexibilidade, ou seja, como rentabilizar um espaço a ocupar diversas funções. partindo deste conceito a modulação desse projeto deve ser compativel com espaços amplos e com planta livre. Como sistema construtivo utilizamos concreto armado, as paredes contam com 20 de espessura e pilares metálicos 35x35. O sistema estrutural horizontal é composto por vigas metalicas de 40cm e cascas maciças de concreto de 20cm, caracterizando como estrutura hibrida ou mista. Como vedação foi utilizada pele de vidro, as paredes, serão chapiscadas com argamassa de cimento e areia, no traço 1:3.Receberão internamente reboco com espessura de quinze milímetros (15mm) composto de argamassa de cimento, cal e areia fina peneirada no traço 1:2:9.- O nas divisórias interiores optou-se por utilizar o sistema de drywall com isolamento acústico em lã mineral e painel divisório será de correr com cada folha na dimensão de 1m, a construção será em madeira de Jatobá. Com atenuação acústica entre 40 a 60 dB. Os painéis se movimentam através de roldanas de nylon, acopladas a trilho de alumínio na parte superior, não necessitando de guia no piso 100mm de espessura com chapas de MDF de 15mm..
INSTALAÇÕES HIDROSANITÁRIAS E PLUVIAIS Tubulações pvc para captar água pluvial na cobertura. - Cada ramificação de descida de água fria terá um registro de gaveta para possibilitarmanutenção nos aparelhos sem interromper o fornecimento as outras peças. - A rede de esgotamento pluvial será composta de elementos de chapa dobrada de alumínio (calhas e rufos) e tubos de queda de PVC rígido.- As calhas serão colocadas no beiral com caimento mínimo de 0,5% (meio por cento) e não deverão ser pregadas ou aparafusadas à laje para permitir que trabalhem com a dilatação térmica, sem romper as soldas. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS: Toda tubulação será passada entre a laje e o forro, afim de manter estética do edifício.
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Memorial Descritivo MATERIALIDADE
Brise vertical aluminio Acabamento: liso Pintura: uma fac cinza escuro e outra intercalado em amarelo, laranja, vermelho e verde. Painéiis móveis, 3.00 m de altura e 40 cm de largura. Todo piso interno e bancos externos serão de cimento queimado Cimento Portland comum. O revestimento utilizado em toda área externa será bloquete intertravado, esse revestimento é facilmente assentado sobre uma camada de areia, são pisos resistentes a tráfego de pessoas e veículos, além do objetivo de ser uma área permeável. Será utilizado o bloco de concreto de 16 faces nas dimensões: 11 x 22 cm, nas cores natural (cinza claro). O guarda corpo contará com a estrutura de aço inox e vidro, de acordo com a norma NBR 7199 será vidro do tipo laminado. A altura total do guarda-corpo será de 1,10 m como padrão. A escada será de aço inoxidável com fita antiderrapante, corrimão em aço inox; As esquadrias serão de alumínio, tanto portas, janelas e caixilhos para os vidros. Fechamento com painés de vidro h = 2.80 m L = 2.10 m caxilho de aluminio montante retangular 50 x 150 mm. As janelas receberão vidro com espessura de 3 a 4 mm, conforme o vão. O forro será de madeira, jatobá. Todo edifício contará com a estética e beneficios do isolamento térmico da madeira.
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é o vazio que dá espaço. - V Baldon
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Referências BOTSMAN, Rachel; ROGERS, Roo. O QUE É MEU É SEU: Como o consumo colaborativo vai mudar nosso mundo. São Paulo: Ed. Bookman, 2010. COHEN, Uriel; RYZIN, Lani Van. Pesquisa em Arquitetura. In: SNYLLER, Janes C.; CATANESE, Anthony J. (coord.). Introdução à Arquitetura. Rio de Janeiro: Campus, 1984. p. 386- 394. FOERTSCH, Carsten. The Coworker's Profile. 2011. Disponível em: <http://www.deskmag.com/en/the-coworkers-global-coworking-survey-168>. Acesso em: 16 de março de 2020. BROWN, Tim; DESIGN THINKING: Uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Rio de Janeiro: Alta Books, 2017. ORLANDI, Diego. Coworking in Brazil. 2013. Disponível em: <http://www.deskmag.com/en/coworking-spaces-in-brazil-sao-paulo-812>. Acesso em: 16 de março de 2020. TURCHI, Raquel. O NOVO “POSSUIR”: Como aproveitar a era da economia compartilhada. Disponível em: <http://sandraturchi.com.br/novo-possuir-como-aproveitar-era-daeconomia- compartilhada/>. Acesso em 18 de março de 2020. TEIXEIRA, Alexandre. Felicidade S.A.: Por que a satisfação com o trabalho é a utopia possível para o século 21. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2012. Coworking Brasil: Censo Coworking Brasil, 2019. Disponível em: <https://coworkingbrasil.org/censo/2019/> Acesso em 28 de março de 2020. CAGNOL, Rémi. Petite histoire de l'espace de travail. Disponivel em: <http://www.deskmag.com/fr/-architecture-bureau-petite-histoire-de-lespace-de-travail/3> Acesso em 07 de abril de 2020 PÓS PANDEMIA: COMO SERÁ O FUTURO DOS ESCRITÓRIOS? O ESTADÃO. Disponível em: <https://www.estadao.com.br/infograficos/economia,pospandemia-como-sera-o-futuro-dos-escritorios,1096321 > Acesso em Maio de 2020.
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Lista de Imagens IMG 01: Gráfico indicando crescimento por ano de coworkings no Brasil. Imagem da autora, 2020. IMG 02: Gráfico indicando Ranking por estado e cidade. Imagem da autora, 2020. IMG 03: Gráficos informativos sobre população e localidade do espaço. Imagem da autora, 2020. IMG 04: Gráficos informativos sobre atividade, tipo de edificação, contrato do imóvel e ligação com empresa terceira. Imagem da autora, 2020. IMG 05: Perfil dos usuários de coworking. Imagem da autora, 2020. IMG 06: Distância intima.. Imagem da autora, 2020. MG 07: Distância pessoal.. Imagem da autora, 2020. IMG 08: Distância social. Imagem da autora, 2020. IMG 09:Nova distância social.. Imagem da autora, 2020. IMG 10: Planta do projeto Manifesto Coworking. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/901086/manifesto-coworking-studiovrm]. Acesso em 12 de Abril de 2020 IMG 11: Planta do projeto Manifesto Coworking. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/901086/manifesto-coworking-studiovrm]. Acesso em 12 de Abril de 2020. IMG 12: Planta do projeto Manifesto Coworking. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/901086/manifesto-coworking-studiovrm]. Acesso em 12 de Abril de 2020. IMG 13 Figura do projeto Casa MVRDV. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casa-mvrdv-mvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020. IMG 14: Figura do mapa do Brasil IMG 15: Figura do mapa do Estado de São Paulo, destaque Região de Ribeirão Preto. IMG 16: Foto satélite área de Ribeirão Preto -SP IMG 17: Foto satélite área de Ribeirão Preto -SP IMG 18: Foto satélite área de Ribeirão Preto -SP IMG 19: Mapa equipamentos saúde IMG 20: Mapa equipamentos alimentos
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IMG 21: Mapa equipamentos educação IMG 22: Mapa equipamentos financial IMG 23: Mapa transporte público IMG 24: Mapa mobilidade IMG 25: Mapa uso do solo IMG 26: Mapa figura e fundo IMG 27: Mapa gabarito IMG 28: Mapa do terreno IMG 29: Diagrama fluxo viário IMG 30: Diagrama posição solarv IMG 31: Mapa curso do vento IMG 32: PROGRAMA IMG 33: DESENHO EM LINHA VOLUME DO OBJETO:
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Lista de Fotos
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Foto 01: Pessoa utilizando espaço do Starbucks para trabahar. Fonte: Starbucks Stories & News [https://stories.starbucks.com/stories/2018/ ooffice-no- problem-meet-me-at-starbucks/] Acesso em 25 de março de 2020. Foto 02: prédio administrativo da SC Johnson criado por Frank Lloyd Wright. Fonte: ScJohnson [https://www.scjohnson.com/pt-br/a-family-company/architecture-and-tours/franklloydwright/designed-to-inspire-scjohnsons-frank-lloyd-wright-designed-administration-building] Acesso em 07 de abril de 2020. Foto 03: Exemplo de café literário. Fonte: Wikipédia [https://fr.wikipedia.org/wiki/Caf%C3%A9_litt%C3%A9raire] Acesso em 28 de março de 2020. FOTO 05: Imagem da galeria de fotos do projeto Manifesto Coworking. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/901086/manifesto-coworking-studiovrm]. Acesso em 12 de Abril de 2020. FOTO 06: Imagem da galeria de fotos do projeto Manifesto Coworking. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/901086/manifestocoworking-studiovrm]. Acesso em 12 de Abril de 2020. FOTO 06: Imagem da galeria de fotos do projeto Manifesto Coworking. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/901086/manifestocoworking-studiovrm]. Acesso em 12 de Abril de 2020. FOTO 07: ICasa MVRDV. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casa-mvrdv-mvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020. FOTO 08: Imagem da galeria de fotos do projeto Casa MVRDV. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casa-mvrdvmvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020 FOTO 09: Imagem da galeria de fotos do projeto Google Campus São Paulo. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casamvrdv-mvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020 FOTO 10: Imagem do auditório Google Campus São Paulo. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casa-mvrdv-mvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020 FOTO 11: Imagem da galeria de fotos do projeto Google Campus São Paulo. Fonte: Arch Daily [https://www.archdaily.com.br/br/791789/casamvrdv-mvrdv]. Acesso em 14 de abril de 2020 FOTO 14: Vista da cobertura Fonte: Autora FOTO 15: Fachada noturna: Fonte: Autora FOTO 16: Brise com a face colorida Fonte: Autora FOTO 17: Brise com a face cinza Fonte: Autora FOTO 18: Brise intercalado Fonte: Autora FOTO 19: Render terreo Fonte: Autora FOTO 20: Recepção Fonte: Autora FOTO 21: Brainstorming Fonte: Autora FOTO 22: Mezanino Fonte: Autora FOTO 23: Co-working Fonte: Autora FOTO 24: Coworking vista 2 Fonte: Autora