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Preâmbulo
from O orador
Este livro nos conta a rica história de Herbert, um espírito com potencial considerável que acabou por se render à vaidade e ao orgulho. Ele recupera, de forma detalhada, de suas duas últimas encarnações, de seu sofrimento durante anos no Umbral e, após o seu resgate, do amplo processo de recuperação a que foi submetido em Aruanda.
A primeira encarnação aqui mostrada, faz referência a sua vida como um guerreiro do povo germânico no período das invasões romanas na Idade Média. A sua infância se expressa na alegria do convívio com 3 (três) amigos inseparáveis e na descoberta do amor em sua juventude. Uma linda amizade construída durante anos que foi destruída pelo orgulho, a vaidade e a traição.
A segunda, ao conturbado período da Segunda Grande Guerra Mundial. Herbert é um grande cientista alemão que se deixa sucumbir pela vaidade e o orgulho. Na prática, transformou–se, sem ter consciência disso, em um discípulo das trevas que chacinou milhares de judeus, ciganos e maçons.
Como um carrasco nazista, desenvolveu experiências em campos de concentração que resultaram em o aprimoramento de
câmaras de gases venenosos e fornos crematórios coletivos voltados ao extermínio de seres humanos.
Herbert vagou pelas trevas do Umbral durante muitos anos, condenado por si mesmo por todo o mal que fez. Estando só e sofrendo constantes humilhações, arrependeu-se e pediu socorro.
Os aprendizados e as ações desenvolvidas por Herbert na cidade de Aruanda são aqui mostrados. Elas foram marcadas por visitas ao plano terrestre, discussões com irmãos em sala de aula e o acesso e interpretação de discursos que marcaram a história da humanidade, merecendo destaque, o maior de todos, Jesus.
Todas estes aprendizados proporcionaram a Herbert a oportunidade de retribuir o mal com o bem, obtendo uma nova encarnação à qual trabalhou como orador em casas espíritas.
Este singelo livro foi escrito em conjunto com irmãos de Aruanda com o objetivo de alertar sobre o perigo que a vaidade, o orgulho e a soberba podem acalentar a todos os seres humanos. Estes 3 (três) elementos se constituem nas maiores armas das trevas contra a luz. Eles possuem o poder de desvirtuar planos reencarnatórios e transformar pessoas em soldados do Mal, atrasando os seus processos evolutivos.
Toda a sua escrita resultou de um rico processo de utilização da mediunidade através da intuição contínua. Foram várias mentes raciocinando juntas, refletindo os caminhos possíveis para a condução objetiva e subjetiva dos assuntos aqui tratados.
A organização dos capítulos, a sequência dos assuntos e as mensagens explícitas e implícitas constituem um rico material a ser explorado pelos leitores.
Os irmãos de Aruanda que se propuseram a intuir este autor na escrita deste livro não divulgaram os seus nomes. Aliás, como sabemos, isso nem é importante. Com isso, os denomino apenas como “Amigos”.
O seu desenrolar nasceu das preocupações constantes apresentadas nas manifestações de mentores e guias em casas espirituais sobre a necessidade do equilíbrio e luta contra o orgulho e a vaidade no período em que vivemos. Muitas delas ocorreram no “Lar do Pai Chico”, na cidade de Uberlândia, interior do estado de Minas Gerais, Brasil.
O processo de transição planetária do longo período de provas e expiações para o de regeneração traz desafios e possibilidades de transformação. O mundo urge por aqueles que
conclamam a paz e praticam a benevolência e a indulgência a todos aqueles que estão a sua volta.
Este período de transformação, como bem disse o Pai Chico em uma das sessões espíritas aos trabalhadores na Casa com o seu mesmo nome na cidade de Uberlândia, proporcionará o despertar de mediunidades e novas potencialidades ainda não conhecidas.
Vivemos um período de grandes desafios e possibilidades em que, dadas as difíceis condições existentes, muitos se erguerão para a prática do bem e, outros, infelizmente, para o exercício do mal.
Os constantes desdobramentos ocorridos durante o sono inspiraram a elaboração de um projeto conjunto com a espiritualidade que resultou na escrita deste livro como uma mensagem de fé e esperança. O que objetivamos aqui é demonstrar que todos podemos aprender com os nossos erros do passado e, com isso, mudar as nossas ações no presente e no futuro.
Contudo, a mudança não se dá ao acaso. Ela precisa ser provocada de forma contínua e competente. O fim não é o fim de tudo e o tudo não é o fim de nada, mas ambos possibilitam o recomeço. Ao fazermos essa afirmação, nos referimos à
importância de todos os seletos trabalhadores de casas espíritas, merecendo destaque, os oradores espíritas.
A relevância do trabalho dos oradores espíritas é cativante. Eles são irmãos que falam com o coração e se dispõem, sem esperar nada em troca, a dar início aos tratamentos que depois são complementados pelos mentores nas casas espíritas.
As suas palavras acalentam sofrimentos, apontam caminhos e fortalecem a esperança de encarnados e desencarnados em sofrimento e em busca de orientação. Irmãos que perderam o rumo do caminho a trilhar e não se acham dignos de um recomeço, tamanha a culpa e remorso que carregam dentro de si por suas ações passadas. Seu universo de sofrimento os coloca em perdição para consigo mesmos e os caminhos divinos.
Muitos estão machucados, maltrapilhos, sujos e espancados. Alguns reconhecem a sua culpa e se deixam vitimar por irmãos que ainda não conhecem o bem. Sem ação e com pouca força, clamam por socorro ecoando o pouco de energia que os restou.
Pedis e obtereis, disse Jesus, é o acalento que os guia. Um humilde grito de socorro que transcende as dimensões físicas dando oportunidade para um recomeçar. Em alguns casos, alguns irmãos
em sofrimento sequer se reconhecem como indivíduo, tamanho o grau de transmutação negativo que passaram. Irmãos que esqueceram a felicidade e nem sequer sabem sorrir, de tanto que foram consumidos pelo ódio e o rancor que os mantiveram reféns de um pesadelo constante.
Como é sublime ver o despertar destes irmãos que se arrependem e pedem ajuda ao Cristo e são socorridos pelos trabalhadores do bem. O estender de suas mãos e o renascimento da chama da esperança em seus olhos e corações renovam seus laços para a vida, transformando, de forma divina, o mal ocorrido no passado pelo bem que se edificará no futuro. É como uma semente que brota para uma nova vida, pequenina e frágil no início, mas forte e inabalável com o crescer de suas raízes para o bem, fornecendo sombra e alimento para todos aqueles que estão a sua volta.
A beleza, de ver esses irmãos sem esperança voltarem a sorrir ao ouvirem palestras em casas espíritas que ressignificam as suas vidas, é indescritível.
O trabalho destes valorosos irmãos é algo divino e expressa a grandeza e a misericórdia do Cristo. Esse exemplo se expressa ao
leitor quando verifica a importância dos oradores e seus discursos na recuperação de Herbert. A escolha da capa deste livro é uma forma de homenageá-los. As pedras postas uma sobre as outras exaltam o equilíbrio que possui estes trabalhadores ao explanar reflexões e interpretações do Evangelho de Jesus e sua possibilidade concreta para o exercício da benevolência e indulgência na humanidade.
Este livro foi escrito em homenagem a todos os oradores espíritas que trabalham em casas espirituais.
Carlos Lucena e Amigos