COVERS / CAPAS
ISSN 2527-0818
PANTERA NEGRA
ORDEM VERMELHA
ano 1 • Nº. 7 • Fevereiro 2018 • R$ 15,90
ISSN 2527-0818
ano 1 • Nº. 5 • Dezembro 2017 • R$ 15,90
BLAXPLOTATION Power to the people!
EXCLUSIVO
© 2017 MARVEL
PANTERA NEGRA BLOCKBUSTER games HQs cinema séries
Omelete Box Signature
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© 2018 MARVEL
ano 1 • Nº. 7 • Fevereiro 2018
ano 1 • Nº. 5 • Dezembro 2017
DA MARVEL TEM RAÍZES NA ÁFRICA
JUSTICE LEAGUE and all related characters and elements © & ™ DC Comics. (s17)
HA! HA! HA!
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Neds Gonçalves, designer Projeto gráfico e direção de arte da revista OBOX para o site Omelete.com.br. Site de entretenimento que fala tudo sobre cinema, séries, quadrinhos, games e música.
games | HQs | cinema | séries
GAME OF THRONES – TEORIAS DO FIM
REVIVAL - StRAngER tHIngS
ano 1 • nº 1 • agosto 2017 R$ 15,90
ISSN 2527-0818 ano 1 • Nº. 3 • Outubro 2017 R$ 15,90
ano 1 • Nº. 2 • Setembro 2017
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ISSN 2527-0818 ano 1 • Nº. 2 • Setembro 2017 R$ 15,90
teorias do fim
ano 1 • Nº. 3 • Outubro 2017
ano 1 • nº 1 • agosto 2017
QUem É voCÊ no Universo marveL?
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Game of
thrones
nossas apostas para a oitava temporada
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PÁGINAS INTERNAS
EDITORIAL & sumário
COLLECTION
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MATÉRIA DE CAPA
apresenta: Editorial & sumário
STAR WARS
Até lá!
Marcelo Forlani Editor-chefe da revista Omelete box e Creative Solutions Director do grupo Omelete
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REDACÃO & REDES SOCIAIS Érico Borgo e cia dão dicas de cultura pop e os leitores mostram suas paredes
OMELETE BOX Veja quais são os itens que estão nos dois boxes de dezembro
VERÕES FELIZES Porque há muito mais no mundo das HQs do que cuecas para fora da calça
E cá estamos já no terceiro número da revista Omelete Box. E temos muitos três reunidos aqui. Na capa que os sócios da Omelete Box estão recebendo, estão destaques dos três pôsteres de Thor Ragnarok, terceiro filme do Deus do Trovão. É o fim de duas trilogias de uma vez só. E para escrever a matéria sobre o filme, a gaúcha Natália Bridi (que é trilegal!) enfrentou uma viagem de mais de três dezenas de horas do Brasil até Asgard e conta para você tudo o que viu por lá. E não foi pouca coisa! Aproveitando a estreia da segunda temporada de Stranger Things na Netflix, voltamos no tempo para procurar as referências da série nos anos 1980 e também investigar os motivos por trás deste revival da década que ficou marcada pelo exagero. Pegue sua polaina e venha para o “mundo invertido” discutir isso com a gente. Separamos três páginas da revista para falar de um dos hobbies mais divertidos que acompanhamos no Instagram, a Toy Photography. Literalmente, estamos falando de pessoas, como o colecionador e fotógrafo Arthur Jr, que até hoje “brincam” com seus bonequinhos, action figures, ou como você queira chamar. Camilo Solano, Felipe Nunes e Thobias Daneluz são três autores da nova safra de quadrinistas brasileiros que emprestam seus talentos a esta edição. Solano termina sua HQ de ficção científica. Nunes visita as tribos dos anos 1980 no flowchart. E Thobias desenha a capa que vai para as bancas e a matéria sobre as raízes de Stranger Things.
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FOTOS DIVULGAÇÃO
COSPLAY YOURSELF As dicas de Natasha Moraes Ferreira, a ganhadora do Concurso Cosplay GameXP
SABE BEM QUE EU NÃO FAÇO MAIS ESSE TIPO DE COISA!
Assédio, estupro, pedofilia, teste do sofá... O machismo está muito presente em nossa cultura e precisamos mudar isso agora!
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HQ Eric Peleias e Gustavo Borges iniciam uma nova aventura
BOBAGEM! VOCÊ TEM QUE VOLTAR A... QUE FOI ISSO?
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QUADRINHOS
LIVRO
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COSPLAY
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STAR WARS - MINHA VIDA Conheça pessoas que não seriam as mesmas se Star Wars não existisse
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A FORÇA DE STAR WARS Antes da estreia de Os Últimos Jedi, investigamos os segredos da série
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FINAL FANTASY Os trinta anos da franquia que mudou o cenário dos games
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RECEITA GEEK Aprenda a fazer um White Russian, o clássico drink de O Grande Lebowsky!
4 OBOX
ORDEM VERMELHA Apresentamos agora a nova aposta da CCXP, um universo de fantasia!
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E isso me lembra de Estranhos no Paraíso (Strangers in Paradise), que volta a ser publicado no Brasil pelo Social Comics e tem um triângulo amoroso formado entre Katchoo, Francine e o David. Se você não conhece a obra de Terry Moore, confira o infográfico criado pelo Audaci Junior e depois entre online para ler a HQ. São três também os Marcelos desta edição. Além deste editor que vos fala, temos o D’Salete falando sobre os desafios e mazelas do jovem negro e quadrinista, e o mestre Marcelo Campos, que tirou as teias de aranha de seus pincéis e potes de nanquim e ilustra com qualidade a nossa Arte-Final, que encerra a revista. Mas bem antes de chegar lá na última página, temos uma surpresa para você. Três páginas viradas a partir daqui, você tem uma matéria sobre um padre geek. Sim, você leu certo. Achamos entre os sócios do Omelete Box um sacerdote que usa os ensinamentos de JK Rowling e George Lucas em seus sermões. Aproveitamos e descobrimos também quais produtos do Obox são seus favoritos, a sua a santíssima trindade. E como o assunto é o Obox, aproveite e veja a matéria sobre o novo site e veja os descontos a que você já tem direito em três sites (lojamundogeek.com.br,
UGRITO DE INDEPENDÊNCIA Os selos que dão voz aos quadrinhos indie brasileiros
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TOY PHOTOGRAPHY Sim, adultos também brincam com seus bonequinhos… E fotografam tudo!
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HQ Será que os aliens vão mesmo invadir o mundo e conquistar tudo na CCXP?
Gosta de HQs? Já pensou em fazer suas próprias histórias em quadrinhos? Entre para a nossa Academia de HQs, que nesta edição tem Joe Prado falando sobre design de personagens
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COSPLAY YOURSELF O campeão da CCXP 2015 conta alguns de seus segredos
MATÉRIA DE CAPA REPORTAGEM
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COSPLAY
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harrypotterstore.com.br e omeletebox. com.br) por fazer parte do Omelete Clube.
Ufa! Acabou, mas mês que vem tem mais! Três vezes mais!
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Marcelo Forlani
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#SOMOSTODOSGEEKS
GAME
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INFOGRÁFICO Estranhos no Paraíso está de volta ao Brasil e nós apresentamos seus protagonistas
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THOR RAGNAROK Natália Bridi foi até Asgard e trouxe de lá muitos segredos sobre o filme
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STRANGERS THINGS Por que os anos 80 se tornaram uma fonte de inspiração tão importante?
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FLOWCHART De qual tribo dos 80s você seria? A OUTRA SELEÇÃO DE 1982 Um dos melhores anos de Hollywood! RECEITA GEEK Faça o frango dos Pollos Hermanos
#SOMOSTODOSGEEKS Marcelo D’Salete fala das dificuldades e oportunidades de ser quadrinista e negro
ACADEMIA DE HQs
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Editor-chefe da revista Omelete box e Creative Solutions Director do grupo Omelete
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ARTE FINAL Marcelo Campos ainda tem a manha!
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OUTUBRO 2017
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EDITORIAL & sumário
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ARTE FINAL A poesia ilustrada de Rebeca Prado
ACADEMIA DE HQs Estranhos no Paraíso está de volta ao Brasil e nós apresentamos seus protagonistas
PIPOCA & NANQUIM O canal do YouTube que virou uma das mais promissoras editoras de HQs do país
#SOMOSTODOSGEEKS A premiada colorista Cris Peter fala sobre machismo no entretenimento
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OMELETE COLLECTION O OBox ganhou site novo, virou um clube a agora você tem descontos exclusivos!
STRANGER THINGS
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COLLECTION
Um, dois, três!
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ATÉ ME VIRO BEM COM UM DELES, MAS SE PUDER EVITAR...
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apresenta:
OMELETE COLLECTION Novidade em dobro no Omelete Clube: Omelete Box Light e Cavaleiros do Zodíaco
TÁ! AÍ VOCÊ SE ENCARREGA DE PEGAR O LÍDER PELO CHIFRE.
apresenta:
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JUSTIÇA SEJA FEITA
Enquanto isso, na Sala de Justiça… Lembro claramente das incontáveis vezes que ouvi essa frase no desenho animado dos Superamigos, da Hanna-Barbera. Que delícia que era ver juntos na tela Batman, Superman, Mulher-Maravilha, Aquaman e muitos outros super-heróis, salvando o nosso planeta diariamente dos mais diversos problemas e vilões. Será que a galera que vai ao cinema este mês para ver Liga da Justiça vai ter esta mesma memória nostálgica daqui a algumas décadas? Espero que sim! Longas-metragens como o Superman, de 1978, e os Batman de Tim Burton e Chris Nolan ainda ecoam até hoje nas mentes dos fãs, e essa primeira reunião do supergrupo de heróis da DC nos cinemas é algo que os leitores de HQs esperam há muito tempo! Marcelo Hessel foi ao set de filmagens, na época em que Zack Snyder ainda era o diretor, e viu um clima bem diferente por lá. Menos sombrio. Muito mais leve. Ainda sobre o tema, Marcelo Bouhid teve o trabalho hercúleo de separar 12 sagas imprescindíveis do supergrupo. E para ilustrar todo esse esforço, nós temos as duas capas deste mês estampando os heróis da DC. Uma é a linda arte de Alex Ross que os assinantes do Omelete Box estão recebendo em formato de pôster e virou nossa primeira capa dupla! A outra é o cartaz criado por Ivan Reis e Marcelo Maiolo que a Warner Bros e a DC Comics cederam para que nós colocássemos aqui na revista Obox especialmente para você! E já que o tema é justiça, precisamos lembrar que a série do Justiceiro está
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REDACÃO & REDES SOCIAIS Dicas de livros, games, discos e filmes
MATÉRIA DE CAPA
OMELETE COLLECTION Estamos comemorando dois anos de Omelete Clube e tem surpresa vindo por aí
chegando. Aline Diniz andou pelas ruas cenográficas de Nova York e conversou com os atores que prometem nos fazer esquecer os três péssimos filmes que Cassiano Pinheiro bravamente reassistiu apenas para você não ter que sofrer de novo. Quem não sofreu nada foi Thiago Romariz, que revisitou seu passado e agora compartilha aqui seu amor e empolgação por Cavaleiros do Zodíaco, que volta às telinhas em 2018. Por falar em voltar no tempo, Makson Lima conta aqui sobre os 10 anos de Assassin’s Creed, série de games que ficou tão grande que ganhou filme este ano e um novo capítulo, Origins. E como está quase na hora da CCXP 2017, temos uma matéria sobre quadrinhos e crowdfunding escrita pela Isabelle Felix, que certamente passará seus dias andando pelo Artists’ Alley do evento e vai encontrar por lá artistas como o Eduardo Medeiros, que mostra aqui as primeiras páginas de Open Bar, HQ que lança este mês pelo Stout Club e Panini. Quem também estará por lá são os irmãos Magno e Marcelo Costa, que acabaram de lançar a Graphic MSP do Capitão Feio, e estão lado a lado novamente, desta vez colocando seus personagens cercados por inimigos e uma certeza, na nossa Arte-Final. Nada mal para uma edição que comemora os dois anos do Omelete Clube, né? Nos vemos na CCXP, com muitas surpresas, e no próximo mês, com a nova edição da revista Omelete Box. Até lá!
Marcelo Forlani Editor-chefe da revista Omelete box e Creative Solutions Director do grupo Omelete
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ACADEMIA DE HQs Vamos falar da importância da narrativa nas histórias em quadrinhos
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CATARSE O importante crossover entre a CCXP e o crowdfunding
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a primeira parte da sua HQ Espírito de Aventura, que eles fizeram em parceria com o Social Comics. As histórias em quadrinhos são assunto também nas matérias sobre o selo independente Ugrito e sobre a série belga Verões Felizes, que a Sesi-SP lança aqui no Brasil. Com estes dois artigos, queremos mostrar que nem só de super-heróis e mangás vive o mercado de HQs. Sim, tem muita coisa boa além das cuecas para fora das calças e capas esvoaçantes! Antes de chegarmos na linda Arte-Final da quadrinista Rebeca Prado, separamos algumas páginas para celebrar os 30 anos de Final Fantasy. Bruno Silva fez uma viagem no tempo e além de resgatar o início da série, lá em 1987, explicou porque Final Fantasy VII é o favorito de tanta gente (incluindo ele mesmo!). É o seu também? Ah, não sabemos se esta revista vai conseguir chegar às suas mãos antes da CCXP, mas esperamos que você leve as edições anteriores da Revista OBox para o evento. Estarão por lá Adriana Melo, Rodrigo Bastos Didier, Rafael Albuquerque, Thobias Daneluz e Ivan Reis. Ótima chance para pedir um autógrafo, né? Aliás, a CCXP 2017 será o tema principal da próxima edição da revista.
REDACÃO & REDES SOCIAIS Dicas de séries, discos, mangá e youtube
VAMOS ENFRENTAR ALGUMAS CENTENAS DE UNICÓRNIOS!
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É PARTE DE NOSSAS VIDAS! Este ano Star Wars completou 40 anos. Foi lá em maio de 1977 que o primeiro filme, na época chamado aqui no Brasil de Guerra Nas Estrelas, estreou nos cinemas dos Estados Unidos e mudou para sempre a cultura pop. E é impressionante como esta saga quarentona continua atraente e certamente vai arrastar mais uma vez um batalhão de gente para o cinema a partir de 14 de dezembro, com a estreia de Os Últimos Jedi, o oitavo capítulo da história. Para mostrar um pouco do impacto de Star Wars nas nossas vidas, fomos conversar com algumas pessoas que seriam completamente diferentes se George Lucas tivesse resolvido contar a jornada do herói de outro personagem que não fosse Luke Skywalker. E você, sua vida também seria outra? Conte para a gente! Se uma das capas da revista Omelete Box deste mês é a linda ilustração do Amaury Filho com Luke, Rey e Kylo Ren, a outra traz o não menos brilhante trabalho de Rodrigo Bastos Didier, um dos criadores da Ordem Vermelha, ao lado de Érico Borgo, Renan Pizii, Victor Hugo Sousa e Felipe Castilho, que faz um belo relato da criação da primeira obra original do CCXP Universe. O livro, com edição do parceiro Daniel Lameira, é um lançamento da Intrínseca e merece entrar na lista do Papai Noel de quem é fã de fantasia. Promete ser apenas o primeiro de muitos! Por falar em fantasia, Eric Peleias e Gustavo Borges mostram nesta edição
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JÁ SEI!
SÓ NÃO GOSTO DE MONTAR CAVALOS.
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O QUE VOCÊ QUER FAZER NESTA NOVA AVENTURA?
A CCXP 2017 está logo ali e as plataformas de crowdfunding estão bombando na viabilização de novas HQs que estarão dispostas no Artists’ Alley deste ano.
HQ Eduardo Medeiros mostra as primeiras páginas de Open Bar
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COSPLAY YOURSELF Thaís Yuki revela os segredos da sua Fênix Negra
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LIGA DA JUSTIÇA Fomos ao set de filmagem do longa da Liga e vimos algo diferente por lá
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OS 12 TRABALHOS Uma dúzia de HQs para você chegar aos cinemas sabendo tudo do supergrupo da DC
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JUSTICEIRO Parece que enfim vamos ver o anti-herói sendo retratado da forma certa na tela
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ASSASSIN’S CREED Dez anos da famosa franquia de games
RECEITA GEEK Lembas para você comer no segundo café da manhã
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#SOMOSTODOSGEEKS Thedy Corrêa coloca em discussão o conceito de arte
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REPORTAGEM
GAME
NOVEMBRO 2017
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CAVALEIROS DO ZODÍACO Por que o anime é uma febre no Brasil?
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ARTE FINAL O novo desafio de Magno e Marcelo Costa e um novo desafio
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FESTA PARA UM REI NEGRO
Hollywood aposta alto em Pantera Negra, a primeira superprodução da Marvel estrelada por um herói com raízes na África Texto Eduardo Graça, de Los Angeles
ESTREIAS cinema
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oito anos de idade. “Descobri os gibis, amava os heróis, mas não via ninguém parecido comigo. Até que um funcionário da loja perto da minha escola me mostrou o Pantera Negra. E eu fiquei de queixo caído: era um herói que se parecia comigo, era um monarca de um país mágico, e que se movimentava de maneira espetacular. Eu queria ser ele!”, lembra o diretor. Na risca do lápis, a tarefa de se tornar o Pantera do cinema coube ao ator Boseman. Ele “testou” o personagem em Capitão América: Guerra Civil (2016) e sua aparição rendeu suspiros do público e palmas da crítica. Antes de assumir a identidade de T’challa, Boseman mergulhou na leitura das HQs das vária encarnações do herói. “E a pesquisa continuou no dia a dia, com treinamento físico intenso, aulas de dança, de música, de artes marciais, muita capoeira (ver entrevista). O filme só daria certo se eu virasse exatamente o meu personagem, o Pantera Negra”, diz Boseman.
Embaixo, as artes conceituais do filme. Aqui ao lado, o maravilhoso elenco de Pantera Negra NA PEGADA DA HQ
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ue ninguém tenha dúvida. A mensagem central da equipe técnica e do elenco de Pantera Negra, a partir de 15 de fevereiro nos cinemas, é clara: esse é um filme de fato singular no Universo Marvel. A começar pelo óbvio. O príncipe T’challa de Wakanda é um super-herói negro protagonista em Hollywood. O primeiro em muitos anos - antes dele, apenas Wesley Snipes e seu Blade, o Caçador de Vampiros (1998), brilharam no mainstream. Os pôsteres estrategicamente colocados atrás da poltrona em que sentam os entrevistados do filme, em um hotel no centro de Los Angeles, reforçam ainda mais a ideia. As estrelas da produção – Chadwick Boseman (o Pantera em si), Michael B. Jordan (o vilão Erik Killmonger), Lupita Nyong’o (a perigosíssima Nakia), Danai Gurira (a temida guarda-costas real Okoye), Daniel Kaluuya (o fiel parceiro de T’Challa, W’Kabi), Angela Bassett (a rainha Ramonda) e Letitia Wright (a inteligentísisma meio-irmã de T’challa) – são todas atores e atrizes negros. O diretor, Ryan Coogler, também. “Não fiz um filme de gueto, ele é para todos. Mas ele conta uma história cujo cenário principal é um reino fictício na África, com mocinhos e bandidos negros, como não poderia deixar de ser”, diz Coogler, do alto de seus 31 anos. O diretor do ótimo indie Fruitvale Station – A Última Parada (2014), um filme político que deu o que falar nos EUA, e da sacada pós-stallônica Creed: Nascido Para Lutar (2016), ambos protagonizados por seu amigo Michael B. Jordan, conta que começou a dirigir Pantera Negra há décadas, pouco antes de completar
O personagem nasceu em 1966, criado pela dupla Stan Lee e Jack Kirby para uma participação especial em uma aventura do Quarteto Fantástico. Dois anos depois, apareceu como membro fixo dos Vingadores. Somente em 1977 ele ganhou uma revista própria. Depois de reinvenções importantes nos anos 1990 (com Christopher Priest) e na virada do milênio (via Reginald Hudlin), o Pantera Negra confirmou sua condição de super cool com o convite feito a Ta-Nehisi Coates – vencedor do seríssimo National Book Awards de nãoficção em 2015 por seu libelo Entre o Mundo e Eu (Editora Objetiva) – para repaginar uma vez mais o herói, com o auxílio luxuoso do ilustrador Brian
Stelfreeze, na série A Nation Under Our Feet, centrada em turbulências internas em Wakanda e na ameaça do terrorismo em escala global. O FILME
Pantera Negra começa logo após os eventos retratados em Guerra Civil. No retorno de T’Challa a Wakanda após a morte do rei T’Chaka, o cenário que se vê é um “game of thrones” versão-África. Vilões internos e externos armam seus planos para assumir o poder de uma das nações tecnologicamente mais avançadas do planeta – uma das melhores sacadas de Lee e Kirby. Jordan representa um dos perigos ao trono desse reino tão precioso. “Erik, meu personagem, não concorda com o rumo das coisas em Wakanda. Quer,
para o mal ou para mal (risos), mudar as regras do jogo. E bate de frente com T’Challa. Foi interessante ver que Chadwick já sabia exatamente quem seu personagem era, já o havia construído para Guerra Civil. Eu tive de mergulhar no Erik, entender seus motivos, e, claro, me empenhar nas cenas de luta com o Pantera, conta Jordan. TERRENO FÉRTIL PARA WAKANDA
Curiosamente, o mesmo Wesley Snipes de Blade tentou, sem sucesso, levar o personagem para o cinema nos anos 90. Mas Hollywood mudou, os EUA tiveram um presidente negro, a parceria Disney-Marvel alterou para sempre as adaptações de super-heróis para a tela grande e a tecnologia deu um salto digno do Pantera Negra de lá para cá. >>>
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Ainda assim, uma das preocupações centrais de Coogler era não mostrar uma África folclórica, caricata. O diretor viajou para o continente africano e escolheu a dedo as locações para criar Wakanda. Rica em metais – notadamente o fantástico vibranium usado tanto no QG dos Vingadores quanto no escudo do Capitão América e nas garras e uniforme do próprio Pantera) –, a nação é geograficamente importante também em Vingadores: Guerra Infinita, que chega em abril nos cinemas. A língua nativa é a mesma usada por T’Chaka em Guerra Civil, o xhosa, um dos idiomas oficiais da África do Sul e do Zimbábue. E Coogler conta que atravessar o Atlântico foi também uma forma de reencontrar a emoção daquele menino interessado em se ver no universo dos super-heróis. “Nunca pude viajar para o exterior por questões financeiras e o cinema era o meu portal. Mas na viagem à África descobri o mundo, inclusive o Brasil de Cidade de Deus. Esse filme influenciou meu Pantera Negra de uma maneira muito interessante”, diz o diretor. “Embora os personagens falassem português, aquela parte do Rio parecia a Oakland (cidade na Califórnia,
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Com o rei morto e a riqueza do vibranium, surgem disputas por poder ENTREVISTA EXCLUSIVA
com população majoritariamente afroamericana) da minha adolescência. Ou seja, Cidade de Deus me deu a certeza de que era possível criar um local fictício como Wakanda, que pudesse ser facilmente identificável por pessoas que vivem no Brasil, nos EUA, em Londres, na Europa. E não só os negros. Poxa, nós negros vemos Game of Thrones e um punhado de aventuras de brancos, por que o contrário não seria verdadeiro?”, questiona. A resposta – e o desejo de transformar Pantera Negra na mais nova franquia de sucesso da Marvel – será dada pelas bilheterias. Não só as dos Estados Unidos, mas também do Brasil a Wakanda! ///
Pantera com ginga O protagonista do filme da Marvel conversa sobre representatividade e o trabalho para construir o personagem, que incluiu treinos de capoeira Chadwick Boseman aprendeu a jogar capoeira durante a preparação física necessária para sua transformação final em T’Challa, o herdeiro do reino de Wakanda, localizado na África imaginária do Universo Marvel. O ator americano de 41 anos se tornou conhecido do público ao encarnar dois seres de carne e osso no cinema: em 42 – A História de uma Lenda, ele viveu o ídolo do baseball Jackie Robinson, primeiro negro na liga profissional nos EUA, e em James Brown (2014), deu vida a um dos maiores nomes da música pop de todos os tempos, o rei do funk. “Espero que me levem ao Brasil em algum momento na divulgação de Pantera Negra, queria muito ir a um baile funk no Rio”, diz, em conversa com o Omelete. Os melhores trechos seguem aqui:
*** > Como é que a capoeira ajudou na
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construção do seu Pantera Negra? A capoeira é um jogo, né? E é letal. É uma arte, uma dança, que tem muito a ver com o gato selvagem, a pantera. Você está aqui (mostra movimentos com os braços e as pernas), mas, segundos depois, lá também. É a coisa da ginga, né? A capoeira me ajudou muito com os movimentos do Pantera em que ele precisa descer ao chão, deu a base para descer e
fazer a transição. O animal está ali, muito claramente, e ele precisa ser tão ágil quanto alguém capaz de jogar capoeira.
> Se você for a uma roda de capoeira, sabe se virar bem? Sei (rindo)! Dança e arte marcial se mesclam na capoeira de uma forma muito bonita. Não diria que é coreografada, porque você precisa se ajustar sempre ao que o outro traz ao jogo, e essa é uma diferença para o filme, claro. Eu não fui surpreendido no set por meias-luas ou queixadas não previstas, por exemplo. As nossas cenas foram especialmente coreografadas, não tinha outro jeito – eu precisava saber exatamente o que acontecia.
> O diretor Ryan Coogler disse que um dos filmes que mais o impressionou foi Cidade de Deus (2002). E que a Wakanda do filme é influenciada pela porção mais pobre do planeta retratada em longas como os de Fernando Meirelles e Kátia Lund. Você concorda com ele? Sim. Engraçado, outro dia eu vi o pôster de Cidade de Deus e pensei: “passou da hora de eu rever”. Você pode ver o filme sem som e vai entender. É algo raro. A intensidade é a que queríamos, guardadas as devidas proporções, em Pantera Negra. Outra influência para mim foi o sul-africano Infância Roubada (que venceu o Oscar de filme estrangeiro em 2006). O personagem central tem similaridades com T’Challa; os silêncios dos dois, por exemplo, são parecidos.
> É claro que Pantera Negra é um filme de super-herói, cuja função central é entreter. Mas é impossível
não pensar que T’Challa tem uma dimensão importante para um menino negro, na África, nos EUA, no Brasil, que vê um super-herói fisicamente similar a ele na tela grande, não? Sim. Eu cresci no sul dos EUA e não tive também uma profusão de espelhos no cinema americano da época. Quando fechei para fazer o Pantera Negra isso tudo passou pela minha cabeça. Não vou dizer que pensei especificamente sobre os meninos e meninas brasileiros (risos), mas, tirando a barreira linguística, a diáspora negra e os resultados dela, da escravidão, foram as mesmas, pelo menos de forma genérica, nos EUA, no Caribe, no Brasil. Mas eu espero que Pantera Negra faça refletir também pessoas que não têm origem africana, que elas também aceitem um herói de origem diferente da qual se acostumaram a ver no cinema. É um filme que mexe com os dois lados: a identificação e a aceitação do diferente.
> Há sempre o risco, especialmente em Hollywood, da representação de outras culturas cair no alegórico, da caricatura fácil. Foi algo que passou pela sua cabeça na hora de encarnar o T’Challa? Minha primeira conversa com o Ryan foi sobre o fato de que este super-herói, especificamente, teria de ser retratado de forma relativamente mais realista. Wakanda teria de ser o mais realista possível e conter elementos de vários locais reais da África. Por exemplo, não dava para o Pantera Negra lutar apenas com movimentos de artes marciais asiáticas. Sabemos que é ficção, mas tinha que fazer sentido, daí a capoeira e o começo de nosso papo. /// (E.G.)
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CORREDORES ccxp17
OS MELHORES
COSPLAYERS
DO MUNDO
NÃO EXISTE UMA BOA COMIC CON SEM BONS COSPLAYERS. E nesse ponto podemos dizer sem medo que a CCXP está muito bem servida! De todos os cantos do Brasil (e de alguns pedaços do mundo), os cosplayers iam chegando, se aprontando no camarim e tomando conta do Cosplay Universe. Mostrar todo mundo que passou por lá ostentando tantos costumes incríveis seria impossível. Então escolhemos algumas das melhores fotos que nossa equipe conseguiu capturar. E não foi fácil. De mais de 1500 imagens, aqui está nossa homenagem a estes heróis! E vilões, princesas, bruxos, guerreiras, elfos, deusas.. FOTOS ANDRÉ CONTI, DANIEL DÉAK, DÉBORA NISENBAUM, FLÁVIO BATTAIOLA, GUSTAVO SCATENA/GALPÃO DE IMAGENS
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REPÓRTER geek
Dupla
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explosiva Amigos há décAdAs, eles embArcAm nA jornAdA de editAr A revistA Baiacu por Fábio de Souza GomeS foto RaFaeL RoNCaTo
angeli
quadrinho nacional não seria o mesmo sem Laerte e Angeli. A dupla está presente na vida do brasileiro desde os anos 70, seja em cartões, revistas, jornais e, agora, voltará a cutucar feridas da sociedade com muito humor na Baiacu, publicação que será lançada em novembro. A jornada dos dois sempre esteve ligada e, muito além de amigos, eles são fonte de inspiração um para o outro. Para ambos, o novo projeto significa uma ruptura com o passado e a possibilidade de trabalhar de forma mais experimental com novos e antigos artistas. “Todos os artistas escolhidos para o projeto são pessoas que admiramos. Há um frescor e uma diversidade nas linguagens de cada um que é bastante saboroso de acompanhar”, revela Angeli. Quanto à antiga parceria, não poderia estar melhor. “Trabalhar com Laerte é delicioso como sempre foi”, conta Arnaldo Angeli Filho, o Angeli. Nascido em 1956, o cartunista colabora com revistas e fanzines de São Paulo desde os 14 anos. Antes mesmo de completar a maioridade, realizou um dos primeiros trabalhos ao lado de uma pessoa que levaria para a vida – mesmo que ele ainda não soubesse. Laerte Coutinho nasceu em 1951 e desde criança sonhava em trabalhar com desenhos. Quando ingressou no curso de artes na FAAP, entrou em contato com muito mais do que esperava, descobrindo o teatro e >>>
Quem é Angeli? É um amigo querido, desses que a gente sabe que são pra vida toda. Primeira memória? Não me lembro de ter encontrado o Angeli no tempo do Balão, em 72, mas pode ser que tenha acontecido. Mas lembro no escritório dos cartões Granville, a gente vendendo desenhos para fazer cartões de humor, que estavam na moda. Por que gosto tanto? Além do mestre que foi e é, Angeli tem um papel crucial na história do humor brasileiro, juntando e impulsionando pessoas, como editor na Folha de S. Paulo (Vira-Lata, Gol), no Pasquim (Rumores Paulistas), na sua própria revista (Chiclete com Banana)... Fico feliz por ser uma das pessoas a participar desse torvelinho.
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Quem é Laerte? Laerte é minha nova e antiga amiga mais querida. Primeira memória? Fui levar algumas ilustrações para um lugar que fazia cartões, apresentar o trabalho. Isso nos tempos de Abraão. Laerte estava lá na sala de espera e a primeira coisa que me disse foi “Oi! Eu vou casar.” Por que gosto tanto? Laerte foi e ainda é um espelho, uma forte referência. Sempre houve essa troca entre nós. É uma parceria poderosa.
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5 é muito admirado pelos fãs do gênero cibernético. Então, com esse cosplay, pude continuar a investir em efeitos eletrônicos com técnicas e mecânicas diferentes. Gastei R$400 com materiais, especialmente fios, LEDs (são 200!) e motores para as partes funcionais
Parte eletrônica O Genji
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Treino extra Para se tornar um idol é preciso mais do que aulas artísticas. Os trainees também têm alimentação controlada, pesagens regulares, aulas de etiqueta e de educação sexual, tudo para representar bem o que o grupo precisa.
com o status de trainee, nem idade máxima para ser aceito. No entanto, as agências dão preferência para jovens entre 14 e 16 anos. * A rotina de treinamento é tão cansativa que, muitas vezes, os trainees não conseguem ver seus parentes durante o processo.
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criação Marcelo Forlani
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uita gente gosta de elaborar cosplay com materiais difíceis como látex, mas eu prefiro usar produtos simples e mais baratos, como cola quente e EVA – que é muito maleável, pode virar bota, armadura, capacete... O mais importante é pintar com capricho para deixar a peça parecida com o que você pretende. É claro que dá trabalho adaptar esses produtos, é preciso muita imaginação. Mas cosplay é essencialmente isso: criatividade. Faço cosplay há 10 anos, mas no início era só um hobby – trabalhava como caixa de supermercado. Quando descobri que havia concursos nacionais e até internacionais, comecei a me profissionalizar. E há quatro anos eu e meu namorado – o também CosMaster da CCXP Johny Santiago, o Samui San – trabalhamos exclusivamente como cosplayers, participando de concursos e eventos, e também produzindo cosplays sob encomenda. Este cosplay já me rendeu com participações em feiras e prêmios bem mais do que eu investi nele: R$ 700. Além do que você ganha, é possível aprender várias habilidades fazendo um cosplay. No meu caso, aprendi a costurar.
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O personagem é basicamente um alienígena, e queríamos que parecesse algo bem orgânico. Então, cortamos tiras de EVA e colamos onde seriam os dedos. Também decidimos usar unhas postiças nos pés e nas garras, para deixar tudo mais realista.
5 garras e unhas
Toda a base é de corino e tecido, onde vamos adicionando detalhes feitos em EVA para dar volume mas ainda assim deixar leve. Levo uma hora para vestir tudo, pois não é uma roupa inteiriça. Para ficar mais fácil de transportar, foi preciso dividi-la em várias partes, sendo que elas são fixadas com velcro, botão de pressão ou zíper.
3 esTruTura
Usamos cola quente para dar esse efeito de nervuras aqui e em várias outras partes do cosplay. Por cima, pintamos com tinta acrílica para poder mesclar bem os tons.
2 nerVuras
Detalhe da coluna e da estrutura que sustenta as “asas de lâmina” da personagem
Comprar uma bota do mesmo tom do restante do cosplay iria encarecer muito. Então, adaptamos uma sapato de salto qualquer e encapamos com o mesmo tecido do restante da roupa
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Dá trabalho adaptar os produtos (para fazer a costume), é preciso muita imaginação. Mas cosplay é essencialmente isso: criatividade
Poucos vão para o palco O alto custo de treinamento e o investimento na carreira dos jovens fazem com que a cobrança sobre eles seja gigantesca e, mesmo assim, nem todos conseguem chegar aos palcos. Somente 10% dos trainees, costumam ser lançados pelas empresas.
4 BOTa
É como uma touca feita com corino, que adicionamos EVA para deixá-la mais alta e dar uma aparência de cabelo volumoso. Os “fios” são feitos com pedaços de EVA de 10mm. Daí, emendamos e colamos tudo como se fossem dreads nessa touca, que vira quase um capacete.
1 Cabelo
Estreia Após anos de treinamento, o début não é garantia de sucesso. Com um mercado cheio de concorrentes, os integrantes precisam manter o foco no trabalho para fazer com que seus grupos sejam conhecidos na Coreia do Sul e no mundo.
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ilustRaçãO raul aguiar
Jaqueline Fernandes impressionou o júri da Cosplay Experience de 2016 pela maneira como deu vida à Sarah Kerrigan, do game StarCraft. Tanto que foi a vencedora! Aqui, ela revela segredos para fazer um cosplay sofisticado sem gastar muito
Kerrigan, conhecida como a Rainha das Lâminas, é vista como uma das principais vilãs do mundo dos games
Curiosidades O custo do treinamento de um único jovem, até sua estreia no palco, pode chegar a 3 milhões de dólares. Não há limite de*tempo para ficar
Vida de
Estilo Para fechar o pacote, o estilo, as roupas e a maquiagem também são pensados pela empresa responsável pelo grupo. Tudo é regido por um contrato bem amarrado que delimita até o comportamento da vida pessoal dos artistas.
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Treino Antes de começar, você precisa estar preparado para as audições que acontecem em algumas partes do mundo e são bem concorridas. Então, saber dançar, cantar e falar um pouco de coreano é quesito indispensável.
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Já ganhei prêmios e participei - e ainda participo - de muitos eventos. Mas minha meta continua sendo a mesma de quando comecei com o cosplay: fazer sempre algo supercriativo e que ninguém tenha feito ainda
Audições Três empresas são as maiores do segmento musical na Coreia do Sul (SM, JYP e YG) e cada uma possui critérios distintos para a seleção de artistas. Mas, de maneira geral, você precisa cantar bem, saber tocar um instrumento, ter um corpo saudável e ser bonito.
osto de descobrir coisas novas e estou sempre pesquisando técnicas diferentes para construir meus os cosplays. Aliás, adoro essa etapa. Quando vejo um personagem que gosto, logo penso em mil ideias para construí-lo. Quando decidi fazer o Genji, do Overwatch, o game ainda nem havia sido lançado, somente os personagens. Logo de cara, fiquei fascinado pelo visual dele, porque gosto muito ciborgues e robôs. A parte mais difícil foi o capacete por conta da proporção, pois o personagem não tem uma cabeça, e sim um capacete. Precisei aumentar o tamanho do corpo para acompanhar a proporção do capacete. Foi um desafio, mas é sempre assim. Não me iludo, pois sei que é preciso botar a mão na massa sempre. Outra coisa fundamental é ter ajuda na hora de se vestir. Eu e a Jaque (a também cosplayer Jaqueline Fernandes) fazemos sempre essa parceria.
G
(parte marrom) Usei malha suplex em toda a roupa interna, sendo que usei espuma para fazer alguns detalhes.
4 rouPa
Aqui, usei o EVA como base, mas em algumas partes ele foi pintado e em outras, encapado. Nos braços, ombros e pernas, por exemplo, pintei com tinta branca. Já o material usado nas coxas, abdômen, sapato e luvas são encapados com tecido vinil.
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3 armadura
Trainee Após ser aceito, você ganha o status de trainee e vai para um local onde será rigorosamente preparado, por tempo indeterminado, até a sua grande estreia. Durante esse período, o jovem tem lições de canto, dança, rap, mandarim, inglês e japonês.
Também feita com o mesmo tipo de EVA, revestindo um tubo de PVC. Já a lâmina é feita com um tipo de plástico chamado PETG de 0,75mm. Também bolei um circuito paralelo de LEDs, alimentado por pilhas AA.
POR Jacidio Junior
5 esPada
Usei malha suplex para a parte preta, cobrindo com plástico PETG encapado com tecido vinil. Para as medidas serem exatas, tirei molde dos meus dedos e depois, na colagem na luva, fui montando direto na minha mão.
Tempo de treinamento Alguns selecionados acabam deixando a escola para focar na carreira. Isso porque, para eles, o dia de atividades vai das 10h às 22h e pode chegar a até 15 horas diárias de prática, com aulas extras após o horário normal.
2 LuVa
É todinho feito em EVA bem fino, de 6mm e 3mm. Para construção, primeiro eu faço um molde desenhado em papel e depois passo para o EVA.
1 CaPaCETE
O personagem Genji, do game Overwatch, foi escolhido por conta de seu visual impactante
!
Samui San ganhou o prêmio de melhor do mundo ao vencer o concurso Cosplay World Masters 2016, em Portugal.
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Moldes dos dedos para fazer a luva perfeita. Centenas de LEDs. Roupas personalizadas. O brasileiro Samui San não economiza na dedicação na hora de construir seus cosplays. O resultado? Prêmios e mais prêmios, incluindo o da Cosplay Experience da CCXP em 2015 e o de melhor cosplay do mundo no ano seguinte.
Vida de A fábrica sul-coreana de fazer talentos
fotos EDUARDo sVEZIA
K-Pop
Eles usam roupas e penteados moderninhos, alternam entre um ar sexy ou meio inocente e dançam coreografias impecáveis em clipes com milhões de vizualizações. São as estrelas do K-Pop, boys ou girls bands sul-coreanas que misturam o pop local com gêneros mais ocidentais - e tocam non-stop em telinhas de jovens mundo afora. Para chegarem a esse nível, os integrantes desses grupos são treinados desde bem cedo para serem popstars. E, claro, as aulas, os testes e o ritmo dos ensaios são dignos de uma rotina militar. Entenda como funciona essa máquina de criar astros teen da Coreia.
fotos EDUARDo sVEZIA
Infográfico O que é K-Pop?
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Infográfico OSuper-Heróis Flowchart que é K-Pop? ilustração Eduardo Medeiros
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PERFIL cinema
ApesAr de perder o posto de rezende mAis fAmoso do BrAsil pArA um youtuBer, dAniel rezende continuA sendo um dos cineAstAs mAis premiAdos do pAís. são 16 troféus e outrAs 15 indicAções, umA delAs pArA o oscAr, em 2004, pelA montAgem de cidAde de deus. o filme de fernAndo meirelles e KátiA lund soBre dois meninos que nAscem em umA dAs comunidAdes mAis violentAs do rio de JAneiro erA A primeirA experiênciA em longA-metrAgem do então montAdor dAniel, que prepArA AgorA suA estreiA como diretor - Bingo - o rei dAs mAnhãs chegA Aos cinemAs em 24 de Agosto. enquAnto cuidAvA dos detAlhes finAis do longA, dAniel receBeu o omelete pArA conversAr soBre esse processo e seu próximo proJeto, A AdAptAção pArA os cinemAs de turmA dA mônicA - lAços, hq dA pelos irmãos lu e vitor cAfAggi >>> por marcelo forlani
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foto IVAN StIELtJES
série grAphic msp escritA e desenhAdA
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PERFIL cinema
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>>>O cinema sempre esteve na mira deste paulistano. O problema é que quando estava chegando ao mercado de trabalho, a indústria cinematográfica brasileira estava saindo da UTI, iniciando a retomada com Carlota Joaquina (1995), Menino Maluquinho (1995) e Central do Brasil (1998). Enquanto cursava publicidade na ESPM, participou da fundação da TV Pixel, que produzia vídeos geralmente exibidos no intervalo entre as aulas. De lá partiu para a O2, onde logo começou a editar os comerciais de Fernando Meirelles. “Era uma época em que a publicidade era um caminho para quem queria trabalhar com audiovisual. A ideia de fazer algo ligado ao cinema sempre foi uma vontade minha, mas a vida me colocou na publicidade”, lembra. Ritmo de cinema Embora já sonhasse com direção desde moleque, Daniel “caiu” numa sala de edição e se apaixonou. Descobriu, ali, outra forma de também contar histórias. “A montagem coloca você como coautor da obra. Você interfere, contribui, ajuda de uma forma muito criativa na realização de um filme. E sem aquelas duas bigornas de responsabilidade no ombro”, diz. E faz muito sentido Daniel ter se achado na sala de edição. Ele tem ritmo! Aos 15 anos, trabalhava como DJ com “o pior mixer que existia”, botando som em festas e fazendo fitas cassete para academias. “Eu costumo dizer que o DJ tem lá um set de duas horas e, durante esse tempo, tem que manter a atenção das pessoas que querem dançar. Para isso, precisa ter noção de ritmo, pace, narrativa. Em vez de ter meu material no vinil, eu tenho o material bruto para construir em uma hora e meia, duas horas, um filme em que vou ter que manter a atenção das pessoas. Tem tudo a ver”, concorda. Exatamente por isso, a música é sempre algo tão importante em seus filmes. Já na estreia, Daniel lembra que muitas das músicas incluídas na ótima trilha sonora de Cidade de Deus foram sugestões dele. “Acho que só não foi mais porque muitas músicas que sugeri não estavam disponíveis e tivemos que trocar. Sou um cara muito sonoro. Sempre indico não só as músicas conhecidas que serão compradas, mas também caminhos de trilha sonora como referência. Na hora de montar um filme, penso em como aquela cena soa e aqui estou falando também de efeito, silêncio ou barulhos.” Com Bingo não vai ser diferente. A música será um portal para o filme. Quando entramos na sala de finalização para ver uma cena, o hit Beat Acelerado, da banda Metrô, inundava o lugar. Durante toda a roteirização do longa, Daniel já pensava nas músicas que queria para cada cena. Embora o protagonista, Augusto, seja inspirado no ator Arlindo Barreto (que interpretou o palhaço Bozo nos anos 1980), o filme virou ficção e, para criar o personagem, os dois se perguntavam que tipo de música Augusto ouvia. “Ele é um cara irreverente, subversivo, megalomaníaco. Dentro da musicalidade dos anos 1980, ele vai ouvir rock,
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Acima, Vladimir Brichta como Bingo; ao lado a HQ Laços, da Turma da Mônica; e cena de Cidade Deus, a estreia de Rezende em película. Abaixo, o cineasta em ação
Laís Bodanzky:
Fernando Meirelles:
“O Dani entende a pulsação dos filmes, o ritmo certo. Não por acaso é DJ. De tanto ter que criar nas montagens aprendeu a observar atores atentamente, ou seja, aprendeu a dirigir vendo o que era bom e o que faltava no material que montava”.
música eletrônica, MPB, músicas do mundo inteiro. Mas numa pegada quase alternativa. Não eram as bandas A. Era B+. Temos ali Echo & The Bunnymen, Devo, Titãs da fase superinicial e Gretchen, óbvio, que está lá como música e personagem real”, explica Daniel. A escolha dos anos 1980 para ambientar a história não é à toa. Daniel Rezende cresceu nessa época e viveu esses dias de exagero na pele. Poder recriar isso na telona foi um dos motivos que o levaram a aceitar o projeto. Ele também gostou muito da ideia de retratar um personagem que viveu seus melhores dias atrás de uma máscara, sem ter seu rosto conhecido. Por último, ele se identificou com o drama pessoal de Arlindo, que vivia rodeado de crianças em seu trabalho, mas tinha uma relação frágil com o filho. Por conta de seu trabalho, Rezende também acaba passando muito tempo longe de seu filho de 12 anos. Para promover a fita e também tentar ficar perto do filho, não cometendo o mesmo erro do personagem que ajudou a retratar, ele acabou conhecendo alguns youtubers - e isso o ajudou a entender também um pouco mais sobre os milenials. "A geração de hoje em dia tem acesso a tudo com muita facilidade. O joguinho, o audiovisual, as informações a qualquer hora, tudo instantaneamente. Então, é uma geração que não tem paciência e não sabe o que é relativizar as coisas”, reflete.
fotos divulgação
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“O Dani tem uma visão muito especial da narrativa. Criou isso na sala de edição, reconstruindo um roteiro. Quem é Tem muito domínio de linguagem. Depois que ele faz, tudo parece Rezende? óbvio. Aquilo que ninguém está Cineastas enxergando ele vê antes. falam sobre o Ele traz a simplicidade novo diretor que o grande público entende”.
Nando Olival:
foto Alisson loUBACK
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“Ele entende o material com muita sensibilidade. É um artesão que sabe da José importância de cada frame, de Padilha: cada ruído em cena, dos gestuais “Daniel Rezende por vezes mínimos de um é um dos cineastas personagem. Ele monta mais talentosos que eu como um compositor conheço. Além do seu papel musical”. fundamental nos dois Tropas de Elite, acaba de dirigir um ótimo filme. Sou muito grato por ter tido a sorte de trabalhar com ele tantas vezes”.
Movido pela emoção Apesar de parecer bastante cartesiano em suas respostas, o cineasta prega o uso da intuição como uma das principais ferramentas de trabalho e também para a vida. "Fui fazer Cidade de Deus sem nunca ter feito um curta-metragem. Ou seja, eu não tinha noção de como era fazer aquilo. Foi intuitivo. Se vejo um material bruto e tem uma cena com uma luz bonita e tal, eu separo; mas se tem um take que eu não sei por que gostei, é por ali que eu vou começar. Sempre inicio por aquilo que eu não sei explicar. Para o racional, você pode voltar quantas vezes quiser, mas, para a intuição, não volta." Outra prova de que a racionalização excessiva não leva a nada poderá ser conferida no próximo trabalho de Daniel atrás das câmeras. Ele já está trabalhando no roteiro de Laços, história em quadrinhos que adapta, de forma livre, uma aventura da Turma da Mônica em um clima cheio de inspirações oitentistas, como Goonies, Conte Comigo e outros clássicos da época. Se hoje relata com orgulho o sucesso que foi trabalhar em um set cheio de crianças - um dos maiores medos de vários cineastas, ao lado de animais -, Daniel não sabe ainda o que esperar de suas próximas filmagens. “A HQ é basicamente floresta, filmagem noturna, animal e criança. É essa combinação atômica. E com crianças praticamente em todas as diárias de filmagem”, diverte-se. ///
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CLÁSSICOS games
UMA DÉCADA DE
Assassin’s Creed
UM SALTO DE FÉ SOBRE OS MOMENTOS MAIS MARCANTES DO GAME QUE VIROU LIVRO, FILME, MANGÁ, HQ… POR MAKSON LIMA
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FOTOS DIVULGAÇÃO
FOTO DIVULGAÇÃO
I
magine a seguinte possibilidade: uma máquina saída dos livros de ficção científica de Isaac Asimov, capaz de acessar memórias de seus antepassados mais remotos. A Animus, a maior criação do conglomerado multinacional Abstergo, é capaz de fazer exatamente isso. E assim, em 2012, o barman Desmond Miles descobriu que estava intimamente ligado a Altaïr Ibn-La’Ahad, um assassino atuante no conturbado período da Terceira Cruzada, no começo do século XII. Assim, há 10 anos, fomos apresentados a uma das mais populares franquias dos videogames. A gênese de Assassin’s Creed está correlacionada ao nascimento da Ubisoft Montreal e o sucesso do espetacular Prince of Persia: Sands of Time. Patrice Desiléts, responsável pela ressurreição da série criada por Jordan Mechner em 1989, também encabeçou Assassin’s Creed, originalmente conhecido como Prince of Persia: Assassins. O primeiro Assassin’s Creed nos apresentou todos os elementos que consagrariam a série a partir daí: cenários de mundo aberto e figuras históricas reais, ricamente recriados; furtividade e parkour como partes centrais do gameplay; clima épico, com altos valores de produção e trilha sonora memorável. O eterno embate entre os Cavaleiros Templários e a Irmandade dos Assassinos é
uma disputa pelo conhecimento trazido por “Aqueles que Vieram Antes”, ou a “Primeira Civilização”. Desmond, tão perdido quanto aqueles ou aquelas que jogavam do lado de cá da realidade, foi o grande protagonista desse primeiro arco da história de Assassin’s Creed. Altaïr, séculos atrás, buscou redenção por seus atos diante do Grand Master dos Cavaleiros Templários, Roberto IV de Sablé. Essa redenção o levaria, a mando de seu mentor Al Mualim, a assassinar diversas figuras-chave dos Templários, percorrendo regiões como Jerusalém e Damasco. A sensação de explorar a Mesquita de Al-Aqsa foi mesmo inesquecível. Com a evolução da franquia, novos períodos históricos e personagens vieram à tona, sempre intercalando mergulhos em memórias via Animus e os tumultuados dias atuais. Assassin’s Creed II chegou em 2009, já na Itália renascentista do final do século XV. Somos, então, apresentados àquele que viria a se tornar sinônimo da franquia, o jovem, incauto e boêmio Ezio Auditore da Firenze, em seus dias de travessuras pelos telhados e becos de Florença, na Itália. Ao contrário de Altaïr, introduzido já como experiente membro da Irmandade, Ezio é levado a vestir o capuz e portar a lâmina escondida ao ver sua família quase inteira enforcada em >>>
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ENTREVISTA CCXP17
Sabendo que às 19h do domingo Will Smith estaria no Omelete para participar da entrevista ao vivo, falei para Iago ficar por ali. “Vou chegar às 17h para ir bem para a frente e ser notado”, ele me respondeu, mostrando o cosplay que tinha preparado: a fantasia de girassol do último episódio da terceira temporada, “Six Degrees of Graduation”, em que Will tem que se juntar a uma classe de crianças e apresentar uma música para poder se formar. E assim como o bom humor de Will ganhou o coração da professora, que o aprovou, Iago também foi aprovado e conheceu seu ídolo. Sabendo o tanto que este encontro significava para ele, trocamos algumas mensagens empolgadas via celular depois.
Ele andou no meio da galera até o estande da Netflix, tirou a máscara e mostrou que estava ali curtindo igual a todo mundo. Ele subiu no palco, fez beatbox e cantou a música de Um Maluco no Pedaço. No Brasil para promover seu novo filme, Bright, Will Smith foi “O” cara da CCXP17. Mas para o Iago Garcez, Will Smith é “O” cara há muito tempo!
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POR MARCELO FORLANI
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FOTOS PEDRO SAAD/NETFIX E ARQUIVO PESSOAL
uando estava fazendo a seleção para o Concurso Cosplay da CCXP17, Iago me fez dar muitas risadas. Ele estava vestido como o Will no episódio “Viva Lost Wages”, da sexta temporada de Um Maluco no Pedaço: roupa preta toda cortada em tiras, buraco em formato de coração no peito e uma fita na cabeça. Dei play no vídeo e era igualzinho Will dançando. Na noite de sexta-feira, um dia antes do protagonista de Independence Day e Men in Black pisar no SP Expo, Iago estava do lado de fora do Omelete com um cosplay do Pistoleiro (Deadshot), personagem do filme Esquadrão Suicida. A semelhança física entre os dois é impressionante e Iago aprendeu a fazer a mesma cara que seu ídolo na hora de tirar fotos. Veja aqui na esquerda.
Siiiiiiiim! Cara, eu tô muito feliz. Meu coração tremeu muito quando vi isso. Muito obrigado de verdade por isso. Fico muito feliz de poder representar ele no Cosplay. Minha grande inspiração!
Will Smith publicou um vídeo que mostra quando ele te viu e te escolheu para tirar uma foto! https://youtu.be/TGm8rxBLX4Y
*** Conta um pouco sobre como foi o encontro entre vocês dois: sobre o que falaram? Ele foi simpático, atencioso? (dava para respirar ou era só emoção? hehehe) > IAGO: O encontro foi maravilhoso. Ver o Will na minha frente foi algo que eu nunca imaginei que aconteceria. Quando fiquei sabendo que eu iria conhecê-lo, eu surtei muito, saí correndo no meio daquela multidão toda pra porta do estande (peço desculpas para as pessoas em quem eu esbarrei, mas a emoção foi muito grande na hora). Ele já chegou falando que adorou a minha roupa do Girassol, e disse que era a favorita dele na época do seriado. Foi muito simpático e atencioso, e se não fosse a agenda dele, a gente estaria lá até agora kkkkkkk E foi difícil demais de respirar. O povo da Netflix estava me auxiliando lá na hora, pois eles viram o quanto eu estava nervoso. Qual foi a primeira coisa que passou na sua cabeça quando soube que o Will Smith viria pra CCXP? > Ah, eu saí correndo, pulando, vibrando, gritando, chorando, tremendo o corpo inteiro (isso tudo praticamente ao mesmo tempo), pois eu já tinha uma pontinha de esperança da Netflix trazer o Will. Tinha até comentado com alguns
PQP MDS MANO Eu não tô conseguindo reagir a isso. Eu fiquei emocionado na hora, mas agora com esse vídeo, vendo como ele me escolheu… É mais emocionante ainda!
amigos de que eu sentia isso. Quando e por que começou sua paixão pelo ator e os personagens que ele interpreta? > Minha paixão pelo Will começou na época do ensino fundamental, quando chegava de manhã da escola pra assistir a Um Maluco no Pedaço, que passava na hora do almoço no SBT. E quando eu ficava sabendo que ia passar um filme dele na televisão, eu ficava vidrado esperando pra poder assistir Independence Day, MIB... Quais os seus personagens preferidos do universo do Will Smith e com qual você mais se identifica? > Eu amo muito o J, do MIB. Acho ele muito engraçado e descontraído no meio daquele povo todo sério no âmbito de trabalho (o que é muito como eu sou na vida real). Do Um Maluco no Pedaço com toda certeza é o que eu mais me identifico, pelo jeito dele de ser, de correr atrás do que quer, do que deseja para a vida dele, às vezes estabanado também e sempre colocando aquele toque de zoeira pra poder viver mais tranquilo Pode dar detalhes de como foi feito seu cosplay que você tava usando? Por exemplo: qual material você usou, como fez, etc.?
> Já tinha muito tempo que eu queria fazer esse cosplay do Girassol, por ser um dos episódios que eu mais gosto. O EVA amarelo das pétalas foi bem difícil de encontrar por aqui, mas num golpe de sorte eu consegui achar e o vendedor ainda fez um belo desconto pra mim. Pra montar o Girassol, foi menos de um dia. Como eu ainda não sei costurar, pedi para a minha costureira fazer o macacão pra mim (isso foi uma semana antes do evento), minha mãe me ajudou muito na parte da saia que ele usa na roupa (agradeço demais a ela por toda ajuda que vem me dando nos meus cosplays, porque sem ela eu não sei o que faria). Tem uma coisa que muita gente não entende, mas eu fiquei feliz para caralho por você! Fiquei com os olhos cheios de lágrima ao saber que você tinha encontrado o Will! E ver agora que ele que chamou você... porra, muito foda! >SIIIIIIIIM! Por isso eu digo que tenho que agradecer muito por isso. Tamo junto! >Ano que vem pra ccxp eu levo o do Bright pra lá! Já tenho quase tudo preparado pra esse cos. Não vejo a hora de usar Tamo junto!
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Falaê, Iago!! Que moral, hein?! Will Smith postou foto sua!! E te elogiando
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no Clube Light. O pôster e a camiseta estarão nas duas caixas de dezembro.
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games HQs cinema séries
© 2017 MARV
Capa Dupla OBOX
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O chaveiro que deixa bem claro quem é trouxa ou bruxo
Animação nova da Pixar está chegando e você já tem o seu ingresso garantido
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© 2017 MAR
and all related characte
Até o Ben Affleck vai ficar feliz ao ver este Ovóide do Cavaleiro das Trevas
ISSN 2527-0818 bro 2017 ano 1 • Nº. 4 • Novem R$ 15,90
rs and elements ©
Essa é para usar na CCXP, hein?
ISSN 25 27-0818
& ™ DC Comics. (s17)
Estas SÃO as meias que você estava procurando!
Abraço!
CCXP17
A camiseta Star Wars, o pôster e o ovóide do Batman estarão no nosso novo clube
Os assinantes do Obox recebem o primeiro capítulo da Ordem Vermelha
eiro 2018
• R$ 15 ,90
A Mulher-Gato chegou para roubar um espaço de destaque na sua coleção
EL
Esta é a nossa nova embalagem, que vira uma maletinha para você levar onde quiser
ano 1 • Nº. 6
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filme Viva - A Vida é uma Festa, nova animação dos estúdios Pixar, que estreia em janeiro. Além, é claro, da nossa caprichada revista do mês, que você já tem em mãos. E preparamos também uma surpresa final, o primeiro capítulo de Ordem Vermelha: Filhos da Degradação, o primeiro romance lançado em parceria pela CCXP e Editora Intrínseca. É pra você ir lendo antes de receber a edição completa (então não compre na CCXP). É um spoiler... mas achamos que seria melhor avisar pra você não comprar dois livros. Gostaríamos de lembrar também que todos os sócios Omelete Box têm descontos em nossas lojas online: lojamundogeek.com. br, omeletebox.com.br e harrypotterstore. com.br. É só acessar com seu login e senha do Box e aproveitar! Temos edições anteriores do Omelete Box, produtos antigos e muito mais! Caixas temáticas e a nova linha Cavaleiros do Zodíaco também estão disponíveis! Um excelente Natal pra você e que 2018 continue entregando a MELHOR ÉPOCA PRA SER NERD! Nós certamente continuaremos fazendo nossa parte :)
E na caixinha branca temos os itens que vão
JUSTICE LEAGUE
D
epois da espetacular abertura de Liga da Justiça no Brasil - e de termos passado o ano comemorando personagens que estão atualmente no cinema - decidimos celebrar uma vilã que ainda não foi vista no novo Universo DC nas telonas… a MulherGato! A personagem surge como o lindíssimo busto do mês, além de estampar, ao lado do Batman, o pôster de alta qualidade da linha Omelete Box Signature, ilustrado por ninguém menos que Jim Lee. E para quem estava sentindo saudades, o glorioso retorno dos Ovóides com o HomemMorcego em pessoa! E agora que a linha está prestes a encerrar a sua primeira série, saiba que a segunda já está no forno... aprovadíssima pela DC e planejada para 2018. Quais serão os próximos a figurar nessa coleção? Faça suas apostas! Claro que dezembro é o mês de lançamento de Star Wars - Os Últimos Jedi e não poderíamos esquecer a saga por aqui. Nossa camiseta Studio Geek do mês traz um icônico veículo da série e temos também uma confortável meia da estilosa linha Urban da Lupo licenciada da criação de George Lucas! Pra você ir paramentado dos pés à cabeça ao cinema! A caixa do mês termina com um chaveiro especial da Plataforma 9 3/4 de Harry Potter e um ingresso para você assistir ao
diferentes. Neste quadro cinza, você vê tudo o que está no Clube Premium. © 2017 MARVEL
BOXER!!!
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A partir de agora temos duas assinaturas
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Érico Borgo
DEZEMBRO 2017 28/12/17
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ARTE final ro por João Montana
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ACADEMIA de HQs
27/11/17 19:16
Infinitas cores
ARTE fin
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O convidado desta edição sobre produção de quadrinhos é Marcelo Maiolo. O colorista e ilustrador revela alguns dos seus segredos
2 Harmonia Com uma boa escolha de cores, cria-se harmonias que são agradáveis aos olhos. Uma maneira de começar esse estudo é usando as teorias do Círculo Cromático. Se for bem aplicado, consegue-se ótimos resultados.
E
m uma HQ, cabe ao colorista adicionar não apenas cor, mas também luz, sombra e tridimensionalidade ao desenho, dando vida às páginas da revista e contribuindo para o entendimento da história. A cor nas HQs não são apenas um atrativo: ela é o equivalente à trilha sonora de um filme, dando emoção à cena. A parte mais importante da colorização é a escolha de cores chamada criação da paleta, conforme escreve Marcelo Maiolo, colorista de Justice League of America, Old Man Logan e Batman Beyond, que é artista convidado deste mês em nossa coluna sobre a produção de quadrinhos.
3 Figura e Fundo Deve-se criar contrastes entre os elementos visuais de forma a separar os objetos da cena, ficando assim mais claro a identificação de cada elemento. Segundo o pintor e teórico Johannes Itten, existem 7 tipos de contrastes cromáticos. Deve-se usar e abusar deles.
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SETEMB RO 2017 7 15:51 29/08/150
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AGO STO
Marcelo Maiolo já trabalhou na Marvel e DC como ilustrador e colorista
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d 50 Arte FinalOBX02.ind 50 Arte
Final.ind
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OBOX FEVEREIRO 2018
Ponto de Interesse É quando em uma cena algo se sobressai a todas os outros elementos. Costumo deixar as áreas de interesse com as cores mais claras possíveis. Geralmente isso faz com que o leitor as perceba primeiro.
1 Emoções Cada cor evoca uma emoção distinta, influenciada por aspectos culturais e também pela história de cada pessoa. Via de regra, cores quentes como amarelo, laranja e vermelho ajudam a transmitir uma sensação de tensão e de violência, enquanto matizes menos saturadas e cores frias como azul e roxo são mais adequadas para cenas calmas ou até mesmo depressivas.
FOTO ACERVO PESSOAL
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OMELETE
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ano 1 • Nº. 4 • Novem
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EM DEZEMBRO SÃO DOIS CLUBES
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LIGA DA JUSTIÇ
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OMELETE box
5 Narrativa Quando você faz os olhos do leitor irem para um lugar específico ele “lê” as cenas de forma fluída. Isto é narrativa. Geralmente uso áreas mais claras e cores complementares para levar os olhos do leitor de um ponto ao outro.