Portfólio Thais Perez (Cultura)

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28 e 29 de Setembro de 2019

Mental. MMSaúde Músico joseense Matheus Estevão lança clipe sobre o SetembroAmarelo PÁG. 32 AÇÃO VESTIDOS DE BATMAN, TAUBATEANOS FAZEM AÇÕES SOCIAIS NA CIDADE

o herói de todos no aniversário de 80 do batman, heróis de taubaté vestem a capa para “bat-encontro” no shopping TAUBATÉ Thais Perez @_thaisperez

Batman nunca precisou se posicionar como um herói. Seu lema sempre foi a justiça, personificada na figura de um homem vestido de morcego. Seu objetivo é fazer o bem porque ele precisa ser feito, através uma vingança guiada por um forte senso de razão. Sempre nas sombras, Batman é o braço direito de um herói nato, Superman, que nasceu com um propósito. Todos esses elementos transformaram Batman no herói que o mundo precisa. Aquele que fica nas sombras e que não precisa levar créditos pelos seus atos heroicos, mas é conhecido e respeitado por todos. Ainda que não tenha poderes especiais, sua inteligência é sua arma legado. Batman de Taubaté virou figura conhecida no Brasil após trabalhar com a PM, novo Batman assumiu manto

secreta, o que faz dos leitores de quadrinhos e fãs do cinema sonharem com um dia poderem ser tão admirados quanto o homem morcego. Batmans de toda a região vão sair das suas batcavernas para um encontro neste final de semana. No sábado e domingo, será realizado um evento especial com cosplayers (aqueles que se vestem de um personagem) e fãs do vigilante no Taubaté Shopping. O encontro que vai comemorar os 80 anos do Batman, foi idealizado por Luis Claudio, ou melhor, Bruce Rodrigues, como é conhecido na cidade. Ele veste a capa do morcego há dois anos, a pedido do seu filho, que é fã do Homem-Aranha e queria ter uma companhia para brincar de super herói. “Sempre fui fã do Batman e escolhi ele para me fantasiar junto com meu filho. No começo, foi de improviso, depois comecei a trabalhar em eventos”, conta Bruce. Em convenções para o público geek ou em festas de aniversário, o batmaníaco se sente satisfeito com os olhares encantados que recebe de crianças e adultos. “Quando vestimos o cosplay, passamos a viver essa pessoa e na cabeça da criança, eu sou realmente o Batman”, conta. Herói da vida real, o cosplayer também

visita entidades sociais, asilos, creches e participa de uma campanha para incentivar a doação de sangue. Luis Claudio, que trabalha em uma imobiliária, nunca imaginava que sua vida mudaria tanto depois de vestir a máscara de Batman. “Com a metodologia do Batman, estou aprendendo a ser mais controlado. O Batman é um herói que se tornou o que é pelo seu esforço e sempre busca a perfeição. Com o traje a gente alcança muita coisa”, disse Bruce. BATMAN DE TAUBATÉ.

O militar reformado Andy Trevisan ficou conhecido no Brasil todo em 2012 como Batman de Taubaté. Foi tema de reportagens, participou de programas internacionais e foi convidado pela Polícia Militar a integrar o Movimento Pela Paz. Assim como Bruce, Andy participou de diversas ações sociais durante seu tempo como Batman, o que não abandonou quando tornouse novamente um “cidadão comum”. “Em uma visita a um garoto que faria quimioterapia, descobri o quanto o que eu estava fazendo era importante”, conta o herói. Depois de abandonar o manto por alguns anos, Trevisan planeja voltar ao cosplay que marcou sua vida. O retorno do Batman de Taubaté deve acontecer no próximo ano. “Sempre que a cidade precisar do Batman, ele estará lá”, finaliza o morcego..

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Fotos: Divulgação


Sexta-feira, 25 de Outubro de 2019

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sítio do medo LIVRO REÚNE CONTOS DE TERROR SOBRE O SÍTIO DO PICAPAU AMARELO são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

No auge dos meus sete ou seis anos, assistia uma das versões do Sítio do Picapau Amarelo na TV enquanto esperava pelo almoço da minha vó. Em um dos episódios, fui apresentada ao Saci. Menina medrosa que era, morri de medo daquela figura que surgia na escuridão com seu gorro vermelho e risada macabra. Anos se passaram e fã de horror que sou, nada é capaz de me assustar tanto assim. Contudo, a lembrança do Saci ainda permeia minha memória. O pó de “pirlimpimpim” de Emília nos transportava a histórias fantásticas, cheias de mistério e muitas vezes, assustadoras. Afinal, não era somente a Cuca que causava medo na criançada. Foi essa premissa que inspirou a criação da antologia “O Lado Sombrio do Sítio”. Lançada neste ano, o livro reúne 42 escritores que reimaginaram o Sítio do Picapau Amarelo em histórias tenebrosas. Não é de se espantar que a obra de Monteiro Lobato seja usada para provocar medo. Afinal, o escritor se inspirou fortemente no folclore brasileiro, rico e recheado de histórias assombradas, algumas delas nascidas e reunidas aqui, no Vale do Paraíba.

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A antologia foi organizada por Felipe S. Mendes, que, como costuma dizer, “nasceu” junto de Monteiro Lobato, sendo apresentado ao seu universo muito cedo. Quando fez o chamamento de escritores para a antologia, recebeu mais de 200 contos, além de mensagens de pessoas curiosas para ver os personagens do Sítio em uma ambientação de terror. “O sobrenatural sempre esteve na obra. A Emília é uma boneca que anda e fala. Por que ela não poderia causar tanto medo quanto a Annabelle?”, questiona ele. CONTOS.

Entre os escritores da antologia está André Vianco, considerado o maior escritor de literatura de terror brasileiro, criador da antologia “Os Sete”. Em sua história, Vianco descreve a “insanidade” causada pelo pó de “pirlimpimpim”. O escritor estreante Rick Bzr utilizou seu medo da água para escrever seu conto, que se passa no Reino das Águas Claras, que é infestado de sereias malditas. Considerado um sucesso, “O Lado Sombrio do Sítio” teve 700 dos seus mil exemplares vendidos na Bienal do Livro do Rio de Janeiro de 2019. Em breve, a antologia ganhará uma segunda edição. “Acredito que o livro pode despertar o interesse das pessoas na obra do Monteiro”, afirma Rick.

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26 e 27 de Outubro de 2019

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medo! MMQue Bar em São José tem festa temática de Halloween com drink em caveira PÁG. 31 FILOSOFIA VAMPIROS DA VIDA REAL NÃO TOMAM SANGUE, MAS ACREDITAM NA FORÇA DA VITALIDADE PARA VIVER A VIDA SEMPRE COM CORAGEM

VAMPIROS EXISTEM

SOCIEDADE DE AMANTES DA ESCURIDÃO, os vampiros, CONSIDERA SERRA DA MANTIQUEIRA SOLO SAGRADO e utiliza propriedade para realizar rituais para celebrar a vida CAMPOS DO JORDÃO Thais Perez @_thaisperez

No alto do Amantikir, figuras elegantes, soturnas e misteriosas fazem seus rituais na calada da noite, nos frios bosques da serra. Reunidos com seu Rei e Rainha, os vampiros celebram o elixir da vida. Essa intriducção poderia ter saído de um livro de literatura fantástica, mas é real. Vampiros existem e eles estão mais perto de nós do que imaginamos. O Amantikir, primeiro nome para denominar a Serra da Mantiqueira, significa Serra que Chora. Na paisagem serena de Campos do Jordão é onde os vampiros derramam suas lágrimas. Apesar da sociedade de Lord A ser baseada em São Paulo, nossa região, para ele, é um solo sagrado. Acalme-se. Nada de chupar sangue, não sair no sol ou se transformar em morcego. Os vampiros da vida real são humanos que possuem uma filosofia de vida inspirada nos monstros mais humanos da nossa mitologia. Lord A. nunca teve medo da escuridão. Uma das frases do livro se deu pai, “Das trevas viemos e das trevas retornaremos”, o chamava atenção des-

de cedo. Através de uma reportagem, descobriu que haviam outras pessoas que pensavam como ele, nos Estados Unidos. Foi nos anos 1980 que começou a se corresponder com outros vampiros, o que o levou a criar a própria sociedade vampírica no Brasil. Ao lado da Rainha Xendra, sua esposa, Lord A. comanda um grupo que se apropria da estética dos vampiros do cinema, aprecia as belas artes e possui uma maneira distinta de ver a vida, seja ela infinita ou não. O estilo de vida vamp incluí festas extravagantes e passeios de limousine, tudo isso para sentir na pele o que seria o glamour dos vampiros de Anne Rice, do livro “Entrevista com o Vampiro”. Considerado o “Ano Novo” dos vampiros e simpatizantes, a festa Carmilla já acontece em uma mansão no bairro Bela Vista, em São Paulo, totalmente aberta ao público. Com apresentações artísticas, homenagens, um jantar exclusivo e uma bela taça de vinho (que garantem não ser sangue), os seres da noite se entregam ao véu da lua. “Adoramos festas, nos encontrar e trocar conhecimentos. Isso é celebrar a vida, não a morte”, conta Lord A. COMUNIDADE.

Em 2006, Lord A. fundou o

AMANTES ETERNOS. Lord A e Xandra formam realeza dos vampiros no Brasil e comandam sociedade

Círculo Strigoi, um grupo para quem realmente quer se aprofundar na filosofia dos vampiros: a Cosmovisão Vampyrica. “Entre nossos principais valores estão a beleza, a singularidade, a fluidez, a honra e o dionisiaco”, explica Lord A., ci-

tando o adjetivo do deus grego Dionísio, ligado festas campestres, ao vinho, aos ciclos vitdo nascimento, morte e renascimento. Todos a sabedoria vampírica é explicada no livro “Deus É Um Dragão: Cosmovisão Vampyri-

ca”. Longe de ser uma tribo urbana ou um movimento fashionista, os Vampiros reproduzem rituais de contemplação à vida. “Para nós, o “Sangue” é uma metáfora para a força indestrutível da vida, a essência da vida. É assumir o papel de protagonismo, ter coragem para arriscar”, afirma Lord A. O vampiro escolheu uma propriedade em Campos de Jordão para ser o local para liberar todas as seus ideais sobre a vida. “Lá, conseguimos enxergar o aspecto mágico da natureza. Todo mundo tem um lugar do coração, esse é nosso espaço de poder”, conta o lorde.

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Quarta-feira, 9 de Outubro de 2019

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livro = 1 árvore. MM1Vendas de e-book em São José serão revertidas para reflorestamento PÁG. 19 CLIPE BEMVIRÁ REENCENA VÍDEOS ENGRAÇADOS FAMOSOS DA INTERNET NO VIDEOCLIPE DA MÚSICA “ASTRONAUTA”, QUE ESTÁ NO YOUTUBE

fora desse mundo COMLETRASNÃOCONVENCIONAISE MEMES,BANDATAUBATEANABEMVIRÁ GANHAACENAINDEPENDENTE são josé dos campos Thais Perez @_thais.perez

Há quem diga que Taubaté é a terra dos memes. É certo que de lá já saíram figuras excêntricas e marcantes como Hebe Camargo, Cid Moreira e mais recentemente, uma tal de grávida que também ganhou o Brasil (de uma maneira não muito agradável). É difícil encontrar um momento na história em que a cidade não tenha se envolvido em fatos curiosos. O taubateano sempre tem uma história para contar e o jeito de Taubaté de contar as coisas é único. Um desses frutos contemporâneos é a banda Bemvirá. Formada por Leonardo Santander, Rogério Pereira,

Will Barbosa e Otávio Santos. A autointitulada banda de “rock tragicômico” foi formada em 2013 no cenário independente de Taubaté, entoando desde então músicas com rimas inusitadas, letras recheadas de referências, tratando de temas pesados, como depressão, ansiedade e insegurança. Os integrantes da Bemvirá lançaram neste ano um álbum chamado “Eu Acho Que Preciso de Um Pouco de Espaço”. Com senso de humor alinhado com a atualidade, a banda estreou o disco com o clipe da música “Astronauta”, que reproduz uma série de memes brasileiros como o clássico

choque do repórter Lasier Martins na Festa da Uva e Moisés no clássico “Topa Tudo por Dinheiro” de Silvio Santos, que não entendeu muito bem o jogo. “Reunimos os memes que mais fizeram sucesso aqui no Brasil e quisemos fazer tudo de uma maneira bem caseira”, conta Santander. Para o vocalista e roterista do clipe, o vídeo mostra como as pessoas se distraem com coisas da internet enquanto o mundo está caótico lá fora. Apesar do bom humor e melodia alegre, a música “Astronauta” fala sobre relacionamentos abusivos. “Eu tento levar tudo para a ambiguidade, usando uma letra triste e uma melodia animada, para o público sentir tudo de uma vez”, explica o vocalista. A sinceridade das letras da Bemvirá algumas vezes é tão cruel que gera reações diferentes do público. “Tem gente que não presta atenção e quem se atenta acaba vindo me perguntar se está tudo bem (risos)”, conta ele. As músicas da Bemvirá conseguem ser interpretadas de uma série de formas, mas para a banda o principal é se aproximar do público. “É uma maneira de humanizar a arte. Eu falo do mesmo jeito que eu escrevo”.

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ASTRONAUTAS. Banda taubateana Bemvirá lançou álbum “Eu Acho Que Preciso de Espaço” em 2019

Fotos: Divulgação


Terça-feira, 16 de Julho de 2019

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MMGelada. Caçapava recebe festival de cervejas e gastronomia neste fim de semana PÁG. 19 LENDÁRIOS NO BRASIL, HÁ MAIS DE 50 BANDAS APAIXONADAS

PELOS THE BEATLES QUE FAZEM COVER DOS BRITÂNICOS

essa tal de beatlemania músicos JOSEENSES FAZEM SUCESSO NO BRASIL E NO EXTERIOR COM BANDAS EM HOMENAGEM AOS BEATLES são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

Podem se passar 50 ou 100 anos: os Beatles sempre estarão entre nós. Seja através de suas canções eternizadas em discos, de suas palavras gravadas em entrevistas ou de sua história contada em diversos livros. O legado dos quatro jovens de Liverpool continua pulsante através de bandas que decidiram honrar a principal herança deixada por John Lennon, Paul McCartney, Geroge Harrison e Ringo Starr: a música. Há cerca de 50 bandas covers do The Beatles no Brasil. Uma delas é a banda Beatles Cover Love me Do, fundada pelo joseense Marcos Telles há quase 20 anos. O primeiro contato de Mar-

cos com The Beatles foi com 7 anos de idade, quando ele “roubou” um disco da banda da casa de sua madrinha. “Fiquei viciado na música ‘I Wanna Hold Your Hand’ e comecei a fazer meus primeiros acordes depois que ouvi eles”, conta Telles, que assume o posto de John Lennon na banda cover. Telles não só toca os acordes compostos por Lennon, mas

Fotos: Divulgação

também encarna o compositor em suas vestimentas e modo de se portar no palco. O músico que antes trabalhava em uma fábrica, deixou seu emprego convencional para produzir eventos e viajar com sua banda por todo o país. “Sinto que estou eternamente de férias. Ver as pessoas nos shows sorrirem, se emocionarem, me deixa muito feliz. E devo tudo isso ao Beatles”, afirma Telles. Ele já gastou mais de R$ 40 mil em apetrechos para formar a banda, desde instrumentos, amplificadores, figurinos especiais e até mesmo um baixista canhoto como Paul McCartney. Tudo isso para aumentar a emoção do público e fazer uma verdadeira viagem no tempo. “Nós vemos crianças cantando, ao mesmo tempo que senhores chegam a chorar ao nos verem. Beatles é eterno”, finaliza.

HOMENAGENS. Covers de Beatles fazem viagem no tempo para relembrar maiores sucessos dos garotos de Liverpool

BLUES.

Outra banda de São José dos Campos, o Blues Beatles, se destacou no país e no exterior por fazer arranjos diferenciados dos maiores sucessos dos britânicos. A banda começou quando o vocalista Marcos Viana e o tecladista Flávio Naves ensaiavam músicas de sua banda autoral e durante o intervalo,

decidiram fazer um “jam” com músicas do Beatles em forma de blues. “Precisávamos mostrar aquilo às pessoas”, conta Naves. Atualmente, a banda está em turnê pelos Estados Unidos, já se apresentou na Europa e em todas as capitais do Brasil. “As melodias dos Beatles são geniais, universais e atemporais”, completa o tecladista.

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Terça-feira, 12 de Novembro de 2019

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CORDéIS DE SONHO alunos da educação para adultos produzem cordéis sobre trajetórias de vida JACAREÍ Thais Perez @_thaisperez

O sonho de aprender a ler e escrever para algumas pessoas parece estar tão longe quanto a lua. Na zona rural de Jacareí, um grupo de alunos navegava à deriva na insegurança de achar que a alfabetização nunca seria concretizada. Pessoas que trabalharam a vida toda, tem suas casas, filhos e pés no chão, deixaramse continuar olhando para a lua. Alunos do EJA (Educação para Jovens e Adultos) da escola Professor José Eboli de Lima, que fica no bairro São Silvestre, tiveram coragem e garra para alcançar seu esperado sonho. Um grupo de 22 alunos da escola produziu um projeto de cordéis, que estão expostos no Parque da Cidade na mostra “Lá Onde Eu Moro”. Por meio do programa Heróis em Ação, os alunos puderam transportar sua sabedoria de vida para as páginas com rimas e poesias que podem ser apreciadas em um varal de cordéis até o dia 16 de novembro.

A Literatura de Cordel foi escolhida como meio de comunicação porque muitos alunos da escola são imigrantes nordestinos, que saíram de sua terra em busca de oportunidades em Jacareí. “Queríamos retratar essa realidade de partidas e chegadas em um livro, mas pela falta de recursos, acreditamos que o cordel, que é mais barato, se encaixou no tema e em nosso orçamento”, explica a educadora Mariana Lopes. Dentre as histórias retratadas, escritas pelos próprios alunos, está a de Gilmar, que no alto de seus 48 anos, não quer saber se sossegar. Ele ainda tem um sonho para realizar. “Ele quer viajar pelo mundo de caminhão, mas não podia fazer isso porque não conseguia ler as placas. Agora ele está perto desse sonho”, conta Mariana. Outra história é a de Seu Manoel, 70 anos, que conta em seu cordel como ajudou a construir o bairro São Silvestre. Ele conta que saiu de Barra Mansa, Rio de Janeiro, ainda muito jovem, e construiu mais de mil casas no bairro de Jacareí. A exposição “Lá Onde Eu Moro” conta com outras mostras, incluindo outras escolas da cidade de Jacareí.

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Sexta-feira, 20 de Setembro de 2019

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pela paz. MMTodos São José tem Satsang de Primavera com Yoga, massagem e palestras PÁG. 19 EXIBIÇÃO PRIMEIRO DOCUMENTÁRIO SERÁ EXIBIDO NESTE DOMINGO, EM SANTANA, FILMES FICARÃO DISPONÍVEIS NO FACEBOOK E NO SITE DO PROJETO

vidas invisíveis que pedalam DOCUMENTÁRIOS FALAM SOBRE GHOST BIKES E VÍTIMAS DO TRÂNSITO são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

Qualquer um que circule por São José dos Campos já se deparou com bicicletas brancas, em canteiros de ruas, avenidas e rodovias. No total, são oito delas espalhadas em diferentes regiões da cidade que tem em comum um trágico fim: todas elas simbolizam ciclistas que morreram em acidentes. As bicicletas que antes significavam a liberdade de quem pedala, ficam nos locais em que as mortes ocorreram para lembrar um triste fim. Pintadas de branco e estampando o nome de cada vítima, as Ghost Bikes, como são chamadas em todo o mundo, são verdadeiros fantasmas de uma realidade que preocupa. Somente no ano passado, São José teve nove mortes de ciclistas, ano com mais acidentes mortais desde 2015. Para homenagear esses ciclistas, a diretora Auira Ariak está produzindo uma série de

mini documentários chamada “Ghost Bikes - Vidas Invisíveis”. O primeiro de seis vídeos será lançado neste domingo, dia 22, no Dia Mundial Sem Carro. O evento acontecerá no Poliesportivo do Altos de Santana

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mortes de ciclistas aconteceram na cidade de São José dos Campos entre janeiro de 2018 e agosto de 2019

(Av. Altos do Rio Doce, 801), a partir das 16h. Todos estão convidados a irem de bicicleta. “A ideia é reforçar que, a escolha pela bicicleta ainda é uma boa opção tanto para a saúde, quanto para o meio ambiente”, disse Auira, diretora do filme. Intertitulo

Na série de filmes, Auira mostra a história de cada Ghost Bike instalada em São José. Uma das mais reconhecidas é a que está na ponte que dá acesso ao Parque da Cidade, na região norte da cidade.

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Figura. Uma das ghost bikes mais conhecidas na cidade é de um jovem de 16 anos

Ela pertence a Josias Borges de Morais, de 16 anos, que faleceu em 2015. Ele estava com outro amigo que resistiu aos graves ferimentos, mas teve que amputar uma das pernas. “São retratos de pessoas que saíram de casa para fazer algo e nunca mais voltaram”, disse Auira. O documentário também registrou cenas de trabalhadores do bairro Chácaras Reunidas que transitam sem segurança nas vias ao sair do serviço. “Muitas pessoas utilizam a bicicleta por falta de outra

opção. Por ser mais barato e também para ter o controle de tempo, já que no ônibus em algumas situações não conseguimos saber quando vamos chegar”, explica Auira. Para representar os ciclistas que foram vítimas do trânsito, o documentário mostra de mostra poética uma figura que transita em uma bike branca, deixando uma margarina no local de cada Ghost Bike. “Queremos conscientizar as pessoas e mostrar que falar da morte também é falar da vida”, completa a cineasta.

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Vítima. Robson, 19 anos, foi atropelado por assaltantes que corriam em alta velocidade


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2 e 3 de Novembro de 2019

MMHo-ho-ho! Papai Noel prepara chegada em shopping de São José dos Campos PÁG. 25 ARTE PRIMEIRO GRAFITE DO PROJETO FICA NA RUA RUBIÃO JÚNIOR, LOGO NA ENTRADA DO CENTRO DA CIDADE, PERTO DA PRAÇA DO SAPO

UM NOVO COLORIDO EM S. JOSÉ prédios do centro de são josé dos campos ganham grafites de grandes proporções são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

Dona Celly mora no edifício Irma há mais de 30 anos. Quando conta para as pessoas que mora em frente à Praça do Sapo, no coração do centro de São José, as pessoas se espantam. “Ué, mas nunca vi nenhum prédio ali!”, dizem para ela. A senhora de 69 anos apenas ri, afinal, se sente privilegiada por morar em um prédio tão bem ventilado, que é habitado em sua maioria por pessoa na casa dos 60 para cima. “A verdade é que a gente é invisível aqui no centro. Todo mundo passa mas não olha para cima, nem repara que existe um prédio aqui”, conta ela. Há algumas semanas atrás, o edifício de Dona Celly deixou esse passado para trás. O prédio que antes se camuflava nas nuvens cinzas ganhou o colorido de um grafite de 45 metros de altura e virou uma galeria a céu aberto. O projeto do grafiteiro joseense Mr. Fred foi financiado pelo FMC (Fundo Municipal de Cultura) e vai cobrir paredes prédios no centero da cidade com grafites, uma ação inédita no Vale do Paraíba. Além do prédio na Rubião Júnior, em frente a Praça do Sapo, também haverá um grafite na Rua Praça Afonso Pena, onde ficava um cinema. Outro trabalho será feito em um prédio da Rua Rui Dória, em frente ao banhado. São José deve ganhar os novos cartões postais até o final do ano. O projeto vai financiar o montan-

te completo de R$ 20 mil para realizar os grafites. “Este primeiro, representa minha ‘marcar’ no grafite. No final do projeto, vou revelar o que ele significa”, afirma Mr. Fred. Do alto do sétimo andar do edifício Irma, Mr. Fred e dois amigos de infância estão realizando o sonho de suas vidas. Enquanto isso, Dona Celly dá água aos meninos e espera ansiosa pelo resultado do grafite. “Estamos muito curiosos para ver como vai ficar. A gente só via essas coisas em São Paulo, né?”. No segundo prédio grafitado, Mr. Fred fará uma homenagem a quem o mais o incentivou no arte do grafite, seu pai, que faleceu há poucos meses. “Meu pai me viu pintando um um ‘rolinho’ e GALERIA perguntou porque eu não NA RUA. estava fazendo aquilo com Projeto de grafite do um spray. Eu disse que Mr. Fred vai ilustras não tinha dinheiro para prédios da região spray e ele arranjou dois central de São José para mim”, conta o artista. dos Campos O terceiro grafite trará as raízes da arte para as ruas de São José: fazer pensar. “Vou fazer uma obra mais crítica, para que as pessoas reflitam sobre seus comportamentos”, disse Fred. VALORIZAÇÃO.

O artista comemora a aprovação do projeto através da FCCR (Fundação Cultural), depois de um clima de “guerra” com a prefeitura no que se trata de grafite. “Temos que procurar mostrar para as pessoas e o poder público o que é o grafite. É uma abertura de diálogo e é um acesso à arte para pessoas que muitas vezes não tem como alcançar”, afirma o grafiteiro.

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Fotos: Divulgação


Quarta-feira, 12 de Junho de 2019

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MMAstros. ParqueVicentina terá observação de astros nesta quinta-feira PÁG. 19 DO FUNDO DA GAVETA POETAS E NÃO POETAS RELEVAM QUE ESCREVER CARTAS E POESIAS É A MELHOR FORMA DE EXPRESSAR O SEU AMOR

poemas de amor

namorados abrem seus corações para falar de cartas e poesias dedicadas aos seus parceiros -sejam elas consideradas cafonas ou não são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

Todas as cartas de amor são ridículas, já dizia o poeta português Fernando Pessoa. As declarações de amor, sejam elas em forma de poema, canção ou tatuagem, são consideradas por alguns como bregas, piegas e cafonas. Afinal, falar de amor, mesmo que seja algo natural, não pode ser facilmente forjado no papel. Uma carta amorosa ou uma poesia de amor podem ser mais profundos até mesmo do que um beijo ou um abraço.

Ainda que o conteúdo seja considerados de pouca sofisticação, os textos sobre amor serão sempre os mais populares entre poetas e não poetas. Luar Xavier nunca publicou nenhum livro, mas com certeza é a escritora preferida de seu marido, Wendell. Desde que se conheceram, ela dedica palavras de amor a ele: Luar tem um texto para tudo, como boa pisciana sentimental que é. Para ela, assim como um relacionamento, a escrita de amor também precisa de dedicação. “E não é incrível pensar que alguém dedicou um tempo do seu dia para buscar as palavras certas para te dizer o quanto você é especial e merecedor de amor?”, completa ela. Para ela, texto nenhum de amor é motivo para deboche, por mais cafona que ele possa parecer.

Jade e Caique. A jornalista escreveu um livro com poemas para presentear o namorado Fotos: Arquivo Pessoal/Divulgação

Jade Ribeiro, que é jornalista, está acostumada a passar suas mensagens pela escrita, mas na hora de se declarar para o namorado, Caique, confessa que acha seus textos um pouco cafonas. “Expor sentimentos é meio vergonhoso até certo ponto e a nossa geração está passando pelo período de achar que quem demonstra mais interesse é mais fraco”, explica. FRAGILIDADE.

Se para algumas pessoas é mais difícil expor seus sentimentos na folha de papel, há quem diga que o romantismo passa longe da mente dos homens. Marcelo Machado começou a publicar seus poemas na internet há pouco mais de um ano, na página do Instagram “Inverso em Prosa”, a maioria deles sobre o amor. “Quando termino de escrever, sempre releio de forma crítica, me pergunto se não está meloso, sofrido, ou dramático demais. Na maioria das vezes, acabo deixando do jeito que escrevi, afinal, foi daquele jeito que eu externei”, explica ele. Para ele, a maioria dos homens tem dificuldade para expressar esses sentimentos. “Às vezes rola uma chacota sobre eu ser um homem sensível, vira a piada do bar, sabe? Parece que não pode sentir”, completa o escritor. Os poemas de Marcelo poderão ser vistos em uma exposi-

ção especial sobre o amor no ValeSul Shopping, em São José dos Campos, até este domingo. ETERNIZADO.

Zenilda Lua morava em uma cidadezinha da Paraíba quando conheceu Réginaldo Poeta, curiosamente, através de cartas. Réginaldo, que vivia em São José, ficou sabendo que havia uma outra poeta há mais de 2 mil quilômetros dele. Trocaram cartas por meses, juras de amor que levaram Zenilda a se mudar para São José, onde se casou com ele e ficaram juntos por vários anos, até Réginaldo falecer em 2013. “A carta tem magia e encanto. A gente consegue ver no jeito que a pessoa escreve, nas rasuras, na letra. É a alma da pessoa impressa”, afirma Zenilda, que guarda mais de 400 cartas escritas pelos dois. Afinal, mesmo para Fernando Pessoa, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas..


1 e 2 de Junho de 2019

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MMGame. Vale do Paraíba terá primeiro local com salas de jogo de escape PÁG. 27 MOCHILEIRO O JOSEENSE WILLIAM MACIEL LARGOU TUDO PARA EMBARCAR EM UMA VIAGEM PELA EUROPA, VIAJANDO DE CARONA OU A PÉ

UMA MOCHILA E UM VIOLÃO joseense viaja pela europa de carona, somente com uma mochila e um violão nas costas são josé dos campos Thais Perez @_thais.perez

Quando William decidiu deixar tudo para perseguir seus sonhos em uma viagem, ele levou apenas sua mochila e um violão. Afinal, do que mais alguém precisa quando se tem o mundo? Há dois anos, William Maciel largou seu emprego e saiu do Brasil para viajar pela Europa percorrendo países de uma maneira inusitada: a pé ou de carona. Em sua jornada, o joseense já visitou cerca de dez países dessa maneira, sobrevivendo do dinheiro que ganha tocan-

do música na rua e trocando trabalho voluntário por comida ou estadia. A rotina de William nem sempre foi essa. Com 40 horas semanais trabalhando, uma namorada e residência fixa, ele se viu preso em uma constante insatisfação com a vida. “Quando saí do Brasil, procurava mais tempo para desfrutar das coisas que eu gosto. Agora, eu vejo que meu objetivo nessa viagem é ver o que há de diferente no mundo, não só nas paisagens, mas principalmente nas pessoas”, conta. O mochileiro registra suas caminhadas pelo continente com uma câmera, em vídeos em que conta suas histórias e dá dicas para viajantes. O canal “Mochila e Violão”, no

Youtube, tem mais de 3 mil inscritos. Mesmo em suas caminhadas nas distantes montanhas frias da Europa, William afirma que não se sente sozinho em sua longa viagem. “Sem outras pessoas, não somos ninguém. Sempre que estive em uma situação de necessidade, teve gente disposta a me ajudar”, completa William. MÚSICA.

A música é uma linguagem universal e por isso William consegue transmitir todos seus pensamentos e emoções pelos lugares em que passa com seu violão. Em suas andanças, o músico conta que em uma certa ocasião estava em um vilarejo da França, tocando seu violão em um dia nublado. “Fazia muito frio, uns 5 graus. Garoava muito e uma senhora estava me ouvindo tocar. Quando eu terminei a música, ela me deu um abraço e me disse que, com minha arte, consegui trazer o sol para sua vida”, conta William. Quando percebeu que sua música podia ser instrumento transformador de vidas, ou somente de um dia feio e comum, William teve a convicção de que não precisava levar muito mais do que alguns pares de roupa e um violão na mochila.

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Mundo afora. Joseense largou tudo e agora anda pelo planeta, vivendo de caronas e acompanhado de seu violão

Fotos: Divulgação


Terça-feira, 1 de Outubro de 2019

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TV. MMMais Confira as novidades da televisão na coluna de Flávio Ricco PÁG. 18 CLÁSSICOS NA TELA ENREDO DA NOVELA BOM SUCESSO, DA TV GLOBO, SE ENTRELAÇA COM HISTÓRIAS DE LIVROS CLÁSSICOS COMO DOM CASMURRO

Bom Sucesso. Novela das sete tem como cenários editora, biblioteca e subúrbio

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A LITERATURA NAS NOVELAS

moça, que se torna a sua cuidadora. Nos diálogos, são citados autores como Franz Kafka, Ernest Hemingway e Machado de Assis. Clássicos como Peter Pan, de J. M. Barrie e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol são temas de conversas entre os personagens. Os livros lidos pelos personagens tem ligação com as dúvidas, medos e histórias dos personagens. Envolvida em um triângulo amoroso, Paloma lê Dom Casmurro, por exemplo. A novela teve alguns episódios filmados na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

bom sucesso mostra clássicos para telespectador e livro éramos seis tem nova adaptação são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

A dramaturgia televisiva é uma das produções culturais mais populares do Brasil. A televisão é casa de enredos que evocam a frenesi e paixão do telespectador ou então estão apenas ali, como um companheiro para noites que precisam de uma distração das dores do mundo real. Algumas novelas podem ser consideradas rasas pelo público, com histórias simplistas e até mesmo clichês. Contudo, seus enredos cativantes podem ser atrativos e portas de entrada para outros universos, como o da literatura.

A novela Bom Sucesso, que vai ao ar na faixa das sete pela TV Globo é um desses exemplos. A história começou com Paloma, personagem de Grazi Massafera, descobrindo que teria poucos meses de vida através de um exame. Depois de alguns dias vivendo seus dias como se fossem os últimos, Paloma descobre que seu exame foi trocado com o de Alberto, interpretado por Antônio Fagundes. Os dois iniciam uma amizade essencial para a recuperação de Alberto de um câncer terminal. Enquanto Paloma ensina a Alberto os prazeres da vida simples, Alberto mostra à Paloma o mundo da literatura. Dono de uma editora, Alberto tem uma grande biblioteca onde troca experiências com a

ÉRAMOS SEIS.

Nova versão. Adaptada de livro lançado em 1943, Éramos Seis ganha nova versão Divulgação

Com texto adaptado do livro de mesmo nome, da autora Maria José Dupré, estreou nesta segunda-feira uma nova adaptação de Éramos Seis na TV Globo. A obra foi lançada em 1943, e faz parte da série Vaga -Lume desde o início da década de 1970. A trama, que conta a história de uma família que luta para viver com dignidade, aborda acontecimentos históricos como a gripe espanhola de 1918, a Revolução Paulista de 1924, e a Revolução Constitucionalista de 1932. A nova versão foi adaptada por Ângela Chaves e dirigida por Carlos Araújo, trazendo como protagonistas Glória Pires e Antonio Calloni.

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10 e 11 de Agosto de 2019

SINISTRO LIVRO FALA DE CRIATURAS FANTÁSTICAS, LUGARES AMALDIÇOADOS, SUPERSTIÇÕES E LENDAS DA HISTÓRIA ORAL DA CIDADE DE TAUBATÉ

HISTÓRIAS QUE D. BENTA NÃO CONTA MITOS E HISTÓRIAS ESTRANHAS SOBRE A CIDADE DE TAUBATÉ SÃO REGISTRADAS EM LIVRO DE CONTOS taubaté Thais Perez @_thaisperez

Quem já visitou Taubaté menos uma vez já ouvi alguma lenda ou história insólita envolvendo a cidade. O interior sempre escondeu muitos mistérios, ainda mais no berço de Monteiro Lobato, um dos maiores contadores de histórias do Brasil. Contudo, algumas lendas ficaram de fora da “contação” de histórias da Dona Benta. Talvez por serem sinistras demais ou muito populares, algumas histórias fantásticas ficam apenas nas conversas dos taubateanos. Há aqueles que juram de pé junto que as histórias não são lendas, afinal, na terra da “Grávida de Taubaté”, tudo

pode acontecer. De tanto ouvir histórias sobre a cidade, o historiador Carlos Gouvêa resolveu reunir 24 contos de Taubaté no livro “Taubaté e as Histórias que Dona Benta Não Contou”. O livro foi fruto de mais de dois anos de pesquisa. Gouvêa fez pesquisas em bibliotecas, jornais da região e é claro, foi até a área rural conversar com a fonte de muitas dessas lendas. “Fui vendo que muita coisa das diferentes fontes que busquei, batia. Fui cruzando essas histórias todas, procurando um fio condutor, visitando os lugares até conseguir reunir esse material”, conta o escritor. Entre as “histórias não contadas”, uma das mais famosas e reproduzidas no Brasil todo, a da “Noiva Cadáver”, ganhou uma versão bem taubateana. Reza a lenda que em uma ca-

pela na Fazenda Santa, onde Mazzaropi filmava suas produções, estava marcado um casamento entre uma mulher e um homem que tinha problemas com bebida. No dia do casório, o noivo apareceu bêbado, o que fez com que o padre cancelasse o evento. A lenda diz que a mulher ficou arrasada e saiu correndo pela escadaria que dava acesso à capela, tropeçou no vestido e morreu. Há quem diga que a noiva perambula a região até hoje, mas só escolhe homens solteiros para assombrar. “Dizem que depois da morte, a capela foi desativada. Até hoje é possível ver as ruínas dela no local. Agora, se a história é verdade ou não, ninguém sabe” disse o escritor. Outra lenda na zona rural de Taubaté remonta a criação da

Lendas. Histórias fantásticas de Taubaté foram contadas por moradores da cidade Divulgação

área do Mangaló. De acordo com moradores, em um cemitério da região, começou a crescer um pé de feijão do tipo mangaló de um dos túmulos. O caso teria dado nome ao bairro rural. Para Gouvêa, Taubaté é uma

cidade propensa à mitos e histórias extraordinárias. Registrar essas lendas em um livro é essencial para a história da cidade. “Hoje em dia as pessoas não se reúnem mais para contar histórias. Isso precisa ser preservado”, finaliza.

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Quarta-feira, 16 de Outubro de 2019

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MMTelinha. Flávio Ricco conta as novidades mais quentes da televisão em sua coluna PÁG. 18 ORQUESTRA EM APRESENTAÇÃO EM SÃO PAULO, VIDEO GAME ORCHESTRA TOCOU MAIORES SUCESSOS DAS TRILHAS SONORAS DE VÍDEO GAMES

PODER da música

Kingdom Hearts. Produtor Shota Nakama foi responsável por trilha de jogo da Disney

EM APRESENTAÇÃO NO BRASIL, VIDEO GAME ORCHESTRA MOSTRA PODER DA MÚSICA NOS GAMES

Fotos: Divulgação

são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

A música, por si só, pode nos transportar para mundos mágicos. Como no cinema, as trilhas sonoras nos jogos eletrônicos são de extrema importância, nos transportando para outros mundos. Pode parecer exageiro, mas quando as trilhas sonoras de jogos são até mesmo mais marcantes quando estão em músicas. Afinal, jogar games é uma experiência imersiva, em que um jogador pode ficar horas ouvindo a mesma trilha incansavelmente enquanto tenta passar de uma fase. “Como seria, por exemplo, jogar ‘Super Mario Bros.’ sem escutar sua trilha icônica?”, indaga o produtor musical de games, Shota Nakama, durante sua participação na BGS 2019 (Brasil Game Show), que aconteceu no último final de semana em São Paulo. Responsável por trilhas sonoras de diversos jogos,

incluindo sucessos como Kingdom Hearts e Final Fantasy, Nakama sempre foi fã de games e de música. Mesclar as duas paixões foi natural e resultou em trilhas marcantes, lembradas por fãs. “A música pode multiplicar nossas emoções em um jogo de uma maneira que nenhum outro tipo de arte pode fazer”. Nakama é criador da Video Game Orchestra, uma orquestra especializada em tocar trilhas de jogos famosos, não somente as criadas por ele. O produtor se apresentou ao lado dela em um show também na BGS, pela primeira vez no Brasil. “Eu sempre quis fazer um show no Brasil. Cresci vendo o Iron Maiden se apresentando no Rock In Rio, sabia que os brasileiros são maravilhosos e cheios de energia”, afirma o músico, que não estava errado: teve até pedido de casamento durante o show. As trilhas de Nakama podem evocar sentimentos de ansiedade, felicidade, agitação e muitas outras, coisas que são essenciais na atmosfera de um

jogo, seja ele de ação, terror ou drama. Para sua criação, Nakama recebe as histórias, desenhos e todo tipo de material que sobre um jogo para criar suas músicas. Para ele, a trilha de um dos jogos da franquia Final Fantasy, de foi a mais difícil de ser composta. “Às vezes, não recebo nada e tenho que trabalhar com a criatividade. Nesse momento, a experiência e o talento fala mais alto”, finaliza.

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Terça-feira, 24 de Setembro de 2019

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MMCinema. ParqueVicentina Aranha terá exibição de Capitã Marvel neste sábado PÁG. 19 INDEPENDENTE FILME DO VALE PUNK MOSTRA COMO MOVIMENTOS MUSICAIS DA CENA ‘UNDERGROUND’ TEM FORÇA NA REGIÃO DO VALE DO PARAÍBA

história do punk no vale filme MOSTRA NASCIMENTO DO COLETIVO VALE PUNK, QUE movimenta a cena underground fazíamos por amor”, conta Barbosa. E o que estava aconteThais Perez cendo era grande: nos @_thaisperez anos 2000, bandas de punk e hardcore icônicas O principal lema do punk como Dead Fish e Garage sempre foi “faça você mes- Fuzz começavam a ganhar nomo”. Seja feio, seja sem expe- toriedade. “Acessar a internet era difícil, riência, seja desafinado, não não tinha internet banda larga, tem importância: faça. Fazer bandas com três acor- tinha que se virar e fazer acondes foi o que originou um dos tecer”, explica. maiores movimentos musiAlém de cobrir os shows que cais e culturais do mundo. aconteciam, o Vale Punk, a Apesar de alguns maldizeres, partir de 2010, o site se tornou o punk não está morto -- e um coletivo e começou a pronunca vai morrer, se depen- duzir eventos. Lançado neste ano, der de seus simpao coletivo lançou tizantes. documentário que Dario Barbosa conta a trajetória de não tocava nenhum 16 anos. Dirigido por instrumento e nem anos Jailson Ottoboni, o tinha como montar de história são filme será exibido uma banda, apesar contados no nesta terça-feira, dia de sempre estar en- documentário 23, na Hocus Pocus, volvido com a cena lançado, neste em São José, a partir musical indepen- ano pelo coletivo das 20h. dente na região. O documentário Em 2003, decidiu conta com depoientão criar um site, ainda nos primórdios da in- mentos de figuras importantes que ajudaram a movimentar a ternet. O “Vale Punk” tornou-se o cena underground da região, maior site cultural com en- como Toninho Ribeiro, dono trevistas, matérias, resenhas da Hocus Pocus e membros de de discos e tudo que envolvia bandas. o universo underground naquela época. LEGADO. “Como eu não estava em Utilizando espaços como a nenhuma banda, mas tinha casa de shows Hocus Pocus, muitos amigos que estavam, que havia sido aberta recenteresolvi criar um meio de co- mente e a já fechada Velotrol, municação para registrar o Vale Punk abriu espaço para o que estava acontecendo. bandas da região mostrarem Tínhamos muita vontade e seu trabalho autoral.

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Documentário. Filme documental conta com depoimentos de pessoas que fazem parte do movimento formado através do Vale Punk, que teve início como uma “zine virtual” em 2003, fomentando a cena cultural independente de São José dos Campos e região quando as redes sociais ainda não tinham tanta força na internet

Com a dificuldade de produzir no interior, o Vale Punk ajudou a formar público e a incentivar a criação de novas bandas na região, fora do eixo Rio - São Paulo. “Nossa região é privilegiada. Aqui o público é forte, ama música. E nós temos uma parcela de culpa nisso”, completa Barbosa. Na época, o site do Vale Punk era uma verdadeira biblioteca musical para quem queria se debruçar no assunto. “Hoje, as pessoas tem muita preguiça de conhecer novas bandas, ainda mais as autorais aqui da região. Antigamente para conhecer era preciso comparecer aos shows, era mais trabalhoso”, explica. O Vale Punk continua na ativa, produzindo shows e eventos com bandas regionais e também de todo o Brasil, com artistas de todos os estilos.

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Quarta-feira, 25 de Setembro de 2019

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MMIndicações. Anitta eTiago Iorc são indicados à categorias do Grammy Latino em 2019 PÁG. 19 PROPOSTA EDITAL SELECIONOU ESCRITORES QUE NÃO TIVESSEM OBRAS LITERÁRIAS PUBLICADAS PARA OFICINA COM CURADORES DO FESTIVAL

VIVÊNCIA. Escritores da região e de São Paulo utilizaram cenas do cotidiano do Parque Vicentina e de sua história em zine

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novas vozes da literatura FLIM 2019 REUNIU ESCRITORES INICIANTES PARA PRODUZIR ZINE COM TEXTOS SOBRE O VICENTINA são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

Algumas vozes ficam presas dentro de casa, sem ver a luz do dia. Poesias e contos que ficam dentro da gaveta, que acabam não sendo lidos por ninguém além de seu criador. Milhares de livros são criados todos os dias, mas não chegam as prateleiras das livrarias e bibliotecas. Escritores que ainda não tiveram a oportunidade de dar à luz aos seus livros, tiveram uma chance de relevar seu

talento na residência literária da Flim (Feira Litero Musical) 2019. O evento que foi realizado em setembro pelo Parque Vicentina Aranha, em São José dos Campos. Sete autores foram selecionados pela curadoria do festival, formada pelos escritores Carol Rodrigues e Marcelino Freire. Durante dois dias, o grupo de escritores mergulhou em uma experiência literária dentro do parque. O desafio era produzir textos sobre o espaço em que estavam, para o lançamento de uma fanzine na feira de literatura. “O que eu acho legal é que a gente tem uma expectativa, ela sempre é quebrada e subverti-

Papel. Foram distribuídos mil exemplares do zine em papel durante a Flim 2019 Divulgação

da”, conta Carol, que ministrou a residência aos escritores. O tema do primeiro Zine Literário da Flim foi a história e o espaço do Parque Vicentina. “Pelo local ter sido um sanatório, muitos escritores trabalharam com o conceito de cura, não só para a tuberculose, mas como ele ainda evoca esse sentimento”, explica a escritora. EXPERIÊNCIA.

Rafael Moraes, nasceu com sobrenome de poeta, mas aprendeu a rimar com o rap. Morador da zona sudeste de São José, seu gosto pela música virou paixão pela literatura. O escritor trabalha como segurança patrimonial e durante a residência no Vicentina escreveu um conto sobre o passado e o presente do parque. Em seu texto afirma categoricamente “a literatura salva”. “Tem esse mito de que muitas pessoas morriam lá, mas foi o contrário. A maioria das pessoas saíam do sanatório curadas”, conta Moraes. A fanzine da residência literária foi distribuída durante a Flim, mas pode ser lida online através da página do Facebook do Parque Vicentina Aranha. “Foi meu primeiro texto publicado. Esse incentivo me deu gás para querer publicar mais, escrever mais”, conta Moraes.

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Quarta-feira, 11 de Setembro de 2019

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O CARTEIRO DE PALAVRAS EXPOSIÇÃO interativa DO ‘CARTAS PERDIDAS’ PROPÕE QUE VISITANTE escreva para o próximo SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Thais Perez @_thaisperez

As cartas sempre causam um rebuliço quando chegam. Quando vêm de longe trazendo notícias de uma terra distante, passam de mãos em mãos. Quando revelam segredos, as cartas de amor sempre acabam guardadas em caixinhas secretas por anos, para serem lidas e relidas por corações quebrados ou não. As palavras escritas em uma carta são como um aceno, um olhar que inicia uma conversa. Não existe coisa mais prazerosa do que começar uma prosa, descobrir coisas novas sobre alguém, assim como não há felicidade maior do que receber um envelope com seu nome estampado. Em um mundo em que as pessoas não olham ansiosas para a janela para ver se o carteiro chegou, Guilhermo Codazzi, jornalista, escritor, editor-chefe de OVALE, tomou para si a missão de conectar pessoas através de cartas. A missão do escritor é entregá-las para quem precisa no projeto “Cartas Perdidas”, que existe desde o início deste ano. Feito a várias mãos e canetas convidadas por Codazzi, diversos envelopes chegam

até asilos, população de rua, pacientes de hospitais e até mesmo para vítimas da tragédia de Brumadinho. Através de uma verdadeira corrente do bem, o projeto se espalhou, chegando a mais de 300 participantes. Depois de quase 10 meses de projeto, o “Cartas Perdidas” ganhou uma exposição que tem início nesta quarta-feira e fica em cartaz até o dia 15 de setembro no Pátio das Américas (Av. Cassiano Ricardo, 319 - Jd. Aquarius), em São José, com entrada gratuita. No espaço, além de poder ler cartas escritas através do projeto, o visitante também pode sentar e escrever sua própria carta, com ou sem destinatário, com a certeza de que ela será entregue e lida. Qualquer um pode participar destinando cartas para os “cabecinhas de algodão”, como o escritor apelidou os idosos do asilo São Vicente de Paulo, ou para tantos outros que anseiam por uma simples conversa, um bate-papo que muitas vezes é silencioso, introspectivo, mas

FRASE

“Usei as cartas para refletir se dedicamos tempo para o outro ou não” Guilhermo Codazzi Escritor e jornalista

nunca deixa de arrancar um sorriso. Mesmo com a vontade de ajudar, por vezes novos voluntários do projeto perguntam o que devem escrever nas cartas. “Isso mostra como estamos com dificuldade de estabelecer contato com outras pessoas. Estamos construindo muros, ao invés de pontes. A carta é uma conversa”, afirma Codazzi. O sentido de “conversa” foi ainda mais ampliado quando a direção do asilo que recebe as cartas começou a promover oficinas para que os idosos responderem aos seus mensageiros. Seu Antônio, um dos idosos do asilo, certa vez se chateou ao receber mais um envelope do escritor. “Já recebi um monte de cartas, mas não respondi nenhuma. Vão achar que sou mal educado”. LIBERTE-AS.

Na exposição, também estão painéis de poesias do livro “Cartas Perdidas de um Aviador de Papel” e trechos de crônicas do escritor, que voaram das páginas para o leitor. A ideia de trabalhar com a troca de cartas surgiu através de um blog em que Guilhermo compartilhava suas crônicas. Quando decidiu lançar sua primeira obra, intitulada “Cartas Perdidas em um Mar de Palavras”, não quis que seus escritos ficassem presos às páginas de seu livro. “Ao invés de usar a tecnologia, queria chamar atenção para uma comunicação menos superficial. Queria usar as cartas para refletir se dedicamos tempo para o outro, ou não”, explica Codazzi.

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Sexta-feira, 23 de Agosto de 2019

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MMLiteratura. Taubaté recebe 1ª Bienal Literária neste final de semana em shopping PÁG. 19 APRESENTAÇÃO PEÇA DE DANÇA SERÁ REALIZADA NO CENTRO DE ARTES CÊNICAS WALMOR CHAGAS, NESTE DOMINGO, COM ENTRADA GRATUITO

A ETERNA DANÇA DA RESISTÊNCIA BAILARINA DE 78 ANOS APRESENTA COREOGRAFIA SOBRE MÚSICA AO LADO DA FILHA EM SÃO JOSÉ

Janice se adaptou e voltou a fazer o que mais ama, dançar para o público. Thais Perez Na velhice, Janice encontrou @_thaisperez novas formas de se expressar, utilizando as limitações físicas Janice Vieira, uma aluna para resistir aos moldes firmaexemplar nas aulas de dança, dos pela dança. se tornou professora ainda “A gente vai na contramão do muito jovem. Foi discípula que o padrão da dança estabede grandes nomes do gênero lece, que expõe outro tipo de e foi uma das precursoras do beleza, outro tipo de força e que antes se chamada dança jovialidade”, explica Andréia. “moderna”, hoje chamada de Durante uma das apresentacontemporânea. ções com a filha, Janice teve Com 78 anos, os dias de gló- uma lesão no joelho. Mais uma ria de Janice não tiveram fim. vez, a bailarina se viu obrigaMuito pelo contrário. A baila- da a lutar para criar novos parina tem mais energia mais a drões na dança. cada dia que passa, na com“A gente foi conduzindo para que ela usasse novas panhia de sua fiformas de se mover, lha, a qual também que fossem fora do criou para a dança. esperado, achando “Desde que ela novos caminhos denvoltou à dança, há anos 10 anos, ela tem ga- de história tro de seu corpo”, finhado mais ritmo”, tem grupo naliza Andréia. conta a bailarina de dança PróAndréia Nhur, filha Posição, que ESPETÁCULO. foi fundado de Janice. Janice e a filha reaA vida de Janice por Janice tivaram o Grupo Pró nos palcos teve -Posição, que apreuma pequena pausenta neste domingo, sa. A bailarina saiu de bai- dia 25, o espetáculo “Peças xo dos holofotes em 1999, Fáceis”, no auditório Centro quando decidiu se dedicar às de Artes Cênicas Walmor Chaaulas de dança e ao trabalho gas (rua Netuno, 41 – Jd. Da como musicista. Com quase Granja), às 20h30. A entrada é 60 anos, a bailarina já não se gratuita. encaixava com os padrões Na coreografia, mãe e filha impostos pela dança. exploram a música através de “Dentro do âmbito da dan- instrumentos musicais. Janice, ça existe essa necessidade e com um acordeon e casidolatria pelo corpo jovem, a tanholas e Andréia reverência do belo do forte”, junto ao seu violão. Dança & explica Andréia. Utilizando músom. Quando sua filha decidiu fa- sicas barrocas, a “Peças Fáceis” une humor, poesia zer um resgate sobre o traba- dupla explora os e engajamento lho de Janice em seu antigo movimentos que político com duas grupo, chamado Pró-Posição, o som invoca ao protagonistas Janice resolveu pisar de novo ser reproduzido. As bailarinas tamnos palcos. Há dez anos, mãe e filha têm feito espetáculos bém cantam e tocam juntas, dividindo coreogra- os instrumentos durante o esfias e o amor uma pela outra. petáculo, criando até mesmo Em seus novos trabalhos, humor em seus movimentos.

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Terça-feira, 13 de Agosto de 2019

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MMPipoca. Confira os horários das sessões de filme e comece a semana com um cineminha PÁG. 20 CINEMA MOSTRA PROMOVE COMPETIÇÃO ENTRE MELHORES CURTAS-METRAGENS E LONGAS-METRAGENS NACIONAIS E REGIONAIS EM TRÊS DIAS

vale das fantasias

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS E JACAREÍ SEDIAM ÚNICO FESTIVAL TOTALMENTE DEDICADO AO CINEMA FANTÁSTICO, COM BATE-PAPO, EXIBIÇÕES GRATUITAS E ESTREIAS REGIONAIS são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

O Vale do Paraíba esconde muitos mistérios. Alguns deles, inimagináveis para mentes mais fechadas. Se a cabeça não conseguir chegar sozinha nos cantos escuros do desconhecido, os filmes e livros fantásticos podem ser um caminho sem volta para o oculto. A 4ª Edição do Festival POE de Cinema Fantástico, tem início em São José nesta quinta, dia 15, e chega a Jacareí no dia 23. Carregando o nome de um dos mestres do suspense, o festival reúne mostras competitivas de cinema regional e nacional, sempre evidenciando produções independentes. Entre as categorias, estão a de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Fotografia e outras divisões, bem como um “Oscar” do cinema fantástico da região. Com apoio da FCCR (Fundação Cultural Cassiano Ricardo e Prefeitura Municipal) e Fundação

Cultural Jacarehy, o evento acontece no Cine Santana em São José e no Museu de Antropologia do Vale. Na abertura, em São José, haverá uma sessão gratuita do filme Suspiria, remake lançado em abril deste ano, com a atriz Tilda Swinton. O evento vai reunir cineastas como Carlos Primati, que discutirá em uma mesa redonda o tema “Horror no Cinema Brasileiro”, na sexta-feira, às 19h. Já no sábado, o destaque é o primeiro encontro de Literatura Fantástica do Vale do Paraíba, que contará com escritores como Thunder Dellu, autor do livro “Além do Vale do Terror e da Imaginação”. No mesmo dia, haverá exibição de diversos filmes, incluindo a antologia Cemitério das Moscas II, que contou com a participação de três diretores joseenses. “O cinema aqui em São José e na região está crescendo. Sempre tivemos uma cena de dança forte, de música também. Agora queremos fortalecer nosso audiovisual, mostrar que temos potencial para produzir e para atrair diretos para nossos cenários”, afirma Danilo

Moraes, diretor de cinema e organizador do festival. A cineasta Aline Aros, de 26 anos, vai apresentar seu primeiro curta metragem no festival. Intitulado “Ano 3000”, o filme conta a história de um futuro distópico. Produzido com apenas R$ 420, o curta discute o que aconteceria se a tecnologia pudesse extinguir a raça humana. “Conseguimos um bom resultado sem muito dinheiro, imagina se tivéssemos patrocínio. O objetivo é captar recursos para realizar uma série”, explica ela.

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ATRAÇÕES. Festival vai receber cineastas de todo o Brasil para falar sobre cinema independente de fantasia

Fotos: Divulgação


Quarta-feira, 24 de Julho de 2019

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MMClássicos. Festival de Inverno tem concerto com músicas tema de filmes clássicos PÁG. 19 FOTOGRAFIA NO CURRÍCULO, CÉSAR TEM RETRATOS DE CHORÃO, NEGRA LI, MV BILL, ENTRE OUTROS ARTISTAS QUE FOTOGRAFOU NOS PALCOS

CAPTURAS. Além de registrar cenas cotidianas, fotógrafo faz registros de grandes bandas brasileiras

César Ovalle

César Ovalle

atrás das lentes

FOTÓGRAFO césar ovalle, DE SÃO JOSÉ dos campos, CAPTURA IMAGENS DE MÚSICOS PELO BRASIL são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

Ver um artista no palco é uma emoção vibrante e inesquecível. O que os ouvidos captam e os olhos admiram, são ampliados em uma gama de sentimentos que só a música pode causar. Nesse momento, um clique da câmera fotográfica pode eternizar esse redemoinho de energia. César Ovalle, de São José dos Campos, consegue transformar essas pequenas explosões em fotografias através de suas lentes. Fotógrafo desde 2000, ele já fotografou bandas como Jota

Quest, Fresno, Pitty, Lulu Santos e acompanhou a carreira da banda Nx Zero. Ele começou sua carreira ainda em São José, fotografando bandas da região. Sua paixão pela fotografia foi influenciada pelo seu pai. “Meu pai sempre foi um entusiasta nessa área de foto e vídeo, cresci com ele me fotografando e filmando com super-8 e vhs”, conta César. Por volta de 2003, César começou a estudar fotografia na Escola Panamericana de Arte em São Paulo e começou a lidar com a fotografia como um hobby, ainda em São José. Em 2007, o fotógrafo foi chamado para trabalhar com a banda Nx Zero, que estava começando a se destacar na cena independente.

César Ovalle

Nx Zero. Fotógrafo acompanhou carreira da banda desde 2007 César Ovalle

Sandy & Júnior. César foi convidado para fotografar turnê de reunião da dupla César Ovalle

Através da banda, César teve a experiência de viajar pelo país fazendo o que ama e por muito tempo foi considerado o sexto integrante da banda. “Quando você trabalha com algum artista que está em evidência, o seu trabalho acaba também entrando em evidência, mas ao mesmo tempo são mundos um pouco diferentes”, conta o fotógrafo. Entre suas experiências mais marcantes, César relembra os shows da Nx Zero no Rock In Rico de 2011 e do Jota Quest no mesmo festival. “Acredito que o que faz uma boa foto de show é conseguir que ela passe a emoção real daquele momento, aquela que em um clique você consegue traduzir a energia do show”, explica ele. Depois de 12 anos seguidos fotografando shows e bandas, César decidiu se dedicar a outras formas da fotografia, fazendo fotos para marcas e experimentando na fotografia de rua, com seu equipamento ou apenas com as lentes simples do celular. “O principal na fotografia é o olhar - e sempre vai ser. Vale muito mais um bom olhar, um bom enquadramento do que necessariamente um equipamento bom”, completa. Há dois anos fora da fotografia de música, César foi convidado para registrar a turnê de reunião da dupla Sandy & Júnior, que contará com 15 shows pelo país até o fim do ano. “Achei que seria um bom momento para também dar um tchau pros palcos”, finaliza.

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22 e 23 de Junho de 2019

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MMDança. São Paulo Cia de Dança encerra 30º Festidança em São José PÁG. 26 CINEMA DOCUMENTÁRIO DE DIRETOR DO FILME SOBRE NASI, VOCALISTA DO IRA! CONTA HISTÓRIAS SOBRE PESSOAS QUE SÃO APAIXONADAS POR MÚSICA

com amor, para a música

valeparaibanos buscam RAÍZES DA Música E DISCUTEM SUA IMPORTÂNCIA EM DOCUMENTÁRIO “WE NEED SONGWRITERS”

Filme. Documentário faz parte do Festival In-edit, que acontece em São Paulo neste mês

Fotos: Divulgação

são josé dos campos Da redação @jornalovale

O som estático da agulha em seu primeiro contato com o disco é um evento único para os ouvidos de um apaixonado por música. Riscando acordes manualmente e de forma lenta, da mesma forma que o compositor moldou sua canção, a agulha completa o ritual de se ouvir um álbum. Desde que a música existe, o jeito de consumi-la e enxergá-la tem mudado através dos tempos. Já passamos pela fita cassete, pelo CD, MP3 e na era do streaming, a música ficou tão fácil de ser encontrada e consumida, que se tornou quase que banal. Foi essa constatação que levou os diretores Alexandre Petillo, Erick Miranda e Eduardo Palande saírem do Vale do Paraíba para descobrir as raízes da música em seu estado mais umbilical, direto de sua fonte: os compositores. O resultado foi o documentário “We Need Songwriters”, em português, “Nós Precisamos de Compositores”.

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Música. O documentário foi produzido por três amigos da região em busca de respostas sobre o consumo da música nos tempos de streaming. O filme contou com participações de Morgan Freeman, do filho de Johnny Cash e June Carter, do líder da banda Pixies, Frank Black, além de compositores e pessoas que vivem de música das mais diversas formas. “We Need Songwriters” também está disponível para ser visto no streaming online Spcine.

Os três amigos viajaram até Durante o filme, os diretores os Estados Unidos, passando se encontraram com diversos por cidades como Memphis, personagens icônicos, como onde nasceu o rei do rock El- John Carter Cash (único filho vis Presley, Nashville, cidade de Johnny Cash e June Carnatal de Johnny Cash e Nova ter), Hank Williams III, Frank Orleans, berço do blues. Na Black (do Pixies), o ator Morroadtrip, o documentário bus- gan Freeman e a lenda do jazz ca encontrar pessoas que ain- Dr. Lonnie Smith. da são movidas pela música e o que elas fazem para mantê-la ENCONTROS. viva e forte. Na viagem, os três diretores “Temos à nossa disposição se depararam com diversas um milhão de múprovas de que a música crua ainda faz sicas, ouvimos o parte da vida de muitempo todo, para andar de bicicleta, tas pessoas: desde na academia. Com de junho donos de bares que a rapidez e a rotina, será a abrem as portas de você não consegue exibição do seus estabelecimenapreciar a música o documentário tos para músicos ausuficiente”, explica em São Paulo, torais, até os músiAlexandre Petillo, no Cine Matilha, cos de rua que vivem em entrevista a OVA- na República de gorjetas. Em Nashville, a LE. Ele também diriúnica casa de músigiu um documentário sobre a vida de Nasi, líder da ca country é de um brasileiro, banda Ira! que foi entrevistado pela equi“Dessa maneira, nem sempre pe do documentário. conseguimos entender quem “Ele chegou nos Estados Unicompôs e o que foi pensado dos, foi assaltado e acabou para aquele disco. Não dá para sendo adotado por uma famídizer que a tecnologia é ruim, lia, onde fazia trabalhos no ela é um suporte para desco- campo”, conta Petillo. O filme “We Need Songwribrir artistas de maneira rápida e acessível, contudo, com tan- ters” será exibido em São Pauta oferta, deixamos passar coi- lo, neste domingo, no Matilha Cultural. sas interessantes”, completa.

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Terça-feira, 4 de Junho de 2019

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MMTeatro. Emílio Dantas estrela peça de comédia dramática em São José PÁG. 18 INDÚSTRIA MERCADO DE GAMES FATUROU R$ 1,3 BILHÃO NO BRASIL NO ANO DE 2017; ESTADO QUER AJUDAR STARTUPS A SE TORNAREM COMPETITIVAS

EDITAL. Projetos de desenvolvimento e produção de games poderão ter teto de até R$ 1 milhão no edital

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games

em alta

proac ABRE pela primeira vez EDITAL PARA desenvolvimento e produção de games no estado são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

Não é segredo que vídeo game não é mais brincadeira de criança. Nesta semana, o mercado de desenvolvimento de games acaba de dar mais um passo para a sua evolução, ou melhor, acaba de “subir de nível”. O Proac (Programa de Ação Cultural) do Estado de São Paulo lançou nesta segunda uma nova modalidade de pro-

dução cultural aos seus editais. Pela primeira vez, poderão ser contemplados projetos de desenvolvimento e produção de games. Neste ano, projetos poderão ser financiados com recursos de até R$ 1 milhão. “Temos um número significativo de startup dedicadas a isso. É um mercado promissor e vamos estimular as empresas de São Paulo a serem mais competitivas”, afirmou Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura e Economia Criativa do governo estadual. De acordo com pesquisa do BNDES (Banco Nacional do

Desenvolvimento), o Brasil faturou R$ 1,3 bilhão com a indústria de jogos digitais em 2017. Das empresas brasileiras da área, mais de 90% faturam até R$ 1 milhão por ano. Contudo, a maioria das empresas da área depende de recursos próprios e nunca teve acesso à investidores. MERCADO.

Alisson Almeida, de Taubaté, fundou a WarVision Games há três anos. Ele e mais dois sócios estão desenvolvendo um jogo de sobrevivência. Segundo ele, os games têm um potencial muito grande para atrair públicos por conta da interação com o usuário, mas a maioria das empresas tem dificuldade para tirar pro-

jetos de jogos do papel. “Falta incentivo para quem está começando. Com mais recurso, podemos custear mais mão de obra e ferramentas”, explica ele. A escola Saga, que oferece cursos nas áreas de produção e desenvolvimento de jogos, teve um crescimento de 40% em três anos. Hoje, a escola possui cerca de 20 mil alunos em 16 unidades pelo país. “O mercado brasileiro é o terceiro mercado que mais consome games, e isso só demonstra que esse é um segmento que não tem como dar errado”, afirma Sales.

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Sexta-feira, 31 de Maio de 2019

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MMDança. Festidança vai oferecer bolsas de estudo para bailarinos PÁG. 19 SHOW APRESENTAÇÃO FAZ PARTE DA MOSTRA DE MÚSICA ERUDITA DO SESI SÃO JOSÉ DOS CAMPOS; INGRESSOS PARA O SHOW SÃO GRATUITOS

música. 18 instrumentistas participam da Jazzmin’s Big Band, que foi formada em São Paulo

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toque como uma garota PRIMEIRA BIG BAND FORMADA SÓ POR MULHERES FAZ APRESENTAÇÃO NO SESI SÃO JOSÉ NESTE SÁBADO são josé dos campos Thais Perez @_thais.perez

“Música” é uma palavra derivada de “musa”, verbete grego que exemplifica uma figura feminina que é fonte de inspiração artística. A arte depende das mulheres desde os tempos antigos: sua lírica em forma, pensamento e alma, é fonte de criação de poemas, canções e pinturas que retratam mulheres imaginárias ou não.

Falar de mulheres, admirar mulheres, observar mulheres. A arte nos oferece imensas possibilidades nesses campos, mas ouvi-las, de fato, é ato que fica em segundo plano. O ser feminino é sensibilizado pela arte naturalmente, atraído a ela como uma força da natureza. Seria natural que a força criadora de vida também fosse destaque pelas suas demais criações. O fato é que mesmo tendo essa vocação incrível, as mulheres ainda tem pouca representatividade na música, principalmente como instru-

mentistas e compositoras. Essa constatação fez com que Paula Valente usasse sua coragem para criar a primeira Big Band formada inteiramente por mulheres no Brasil: a Jazzmin’s Big Band.

REPRESENTATIVIDADE.

A Jazzmin’s Big Band conta com 18 mulheres em sua formação, entre elas trompetistas, guitarrista, saxofonistas, entre outros. “A representatividade nas

big bands é muito baixa. Acredito que isso aconteça porque há uma menor quantidade de mulheres estudando instrumentos, isso por uma razão social, o que faz elas desistirem de se formarem como musicistas”, disse Paula. Segundo ela, tocar somente com mulheres tem sido um porto seguro: livre de críticas e pressão. “Quando somos minoria nas bandas só de homens,acabamos tendo uma pressão que nos deixa limitada. Na Jazzmin’s, ficamos à vontade”, completa. Além da barreira do aprendizado, já que mulheres são minoria em escolas de música, Paula afirma que também há preconceito no meio musical. “Existe um pouco de preconceito de que elas não possam executar música da mesma maneira que os homens. Mas nosso objetivo com a banda é abrir as portas e inspirar mais meninas, para que elas se vejam com um poder igual”, finaliza. A Jazzmin’s Band se apresenta neste sábado, às 20h, no Teatro do Sesi São José dos Campos (Av. Cidade Jardim, 4389 - Bosque dos Eucaliptos), na Mostra Sesi SP de Música Erudita. A entrada é gratuita.

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Quarta-feira, 29 de Maio de 2019

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MMMúsica. Grupo toca músicas inéditas do sambista Adoniran Barbosa no Sesc São José PÁG. 19 ZONEAMENTO BARES TEM DIFICULDADE DE OBTER LICENÇA PARA TER MÚSICA AO VIVO POR CONTA DE DIVISÃO DA LEI DE ZONEAMENTO DA CIDADE

Manifestação. Grupo de músicos vai se reunir na Praça Afonso Pena para protestar

um barzinho, sem violão MÚSICOS E DONOS DE BARES SE UNEM PARA EXIGIR MUDANÇAS NAS LEIS QUE IMPEDEM MÚSICA AO VIVO são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

“Há tempos” não se veem músicos em bares de São José dos Campos. “Ainda me Lembro” quando a fórmula um barzinho e um violão fazia parte das noites de sábado. A vida noturna já não tem sido “Como eu Quero”. Músicos e donos de bares da cidade se uniram para tentar solucionar um problema em comum: a fiscalização da prefeitura tem dificultado apresentações de música ao vivo nos estabelecimentos. Alguns bares perdem público e os artistas, seu ganha pão. Rafael Zucarelli trabalha tocando em ‘barzinhos’ desde 2013. Há um ano, ele fazia cerca de 24 shows por mês. Em 2019, o número de apresenta-

ções caiu pela metade. “O que está acontecendo é atípico. A fiscalização está indo atrás das redes sociais de bares para proibir as apresentações antes”, disse o músico. Ele e outros músicos vão se reunir nesta quarta-feira na Praça Afonso Pena para manifestar contra a baixa nas apresentações, a partir das 11h. “Queremos sensibilizar a gestão para discutir esse problema conosco”, completou. Anderson Ramos tem um bar na região central, no bairro Vila Ema. “Já fui notificado pela prefeitura e tive que cancelar uma apresentação no último sábado. Perdi 10 mesas por não ter música ao vivo. A lei é antiga”, disse Ramos. Segundo ele, a região em que o bar está localizado tem apenas três casas residenciais. “Nunca tive reclamação por conta de som alto de nenhum dos vizinhos. Se o som está in-

comodando, eles falam e nos abaixamos”, completou. REGRAS.

A Lei de Zoneamento, que é de 2010, estabelece níveis de restrição para cada área do mapa da cidade. “Alguns não podem ter música ao vivo, outros locais não pode ter bar. Cada local tem um critério”, afirma Fábio Pasquini, Diretor do DFPM (Departamento de Fiscalização e Posturas Municipais). De acordo com a Prefeitura de São José, só são vistoriados os bares que possuem algum tipo de reclamação quanto a perturbação de sossego. A autorização para ter música ao vivo em bares depende da obtenção do SIL (sistema de licenciamento integrado) com especificação para esse tipo de atividade. A Lei do Sossego define que os estabelecimentos “causadores de poluição sonora” deverão requerer à prefeitura municipal certidão de tratamento acústico adequado. “Já fizemos algumas reuniões com eles. Ou tem que alterar

a lei, ou se enquadrar à ela”, completou Pasquini. A Prefeitura de São José afirma que maioria das fiscalizações em bares e restaurantes da cidade são por perturbação do sossego, seja ela por música ao vivo ou por ruídos como conversas em tom alto de voz. No ano passado, foram registradas 108 autuações. Até abril deste ano, foram 59. SOLUÇÕES.

O Sinhores (Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares) afirmou que fez sugestões à prefeitura para novos tipos de classificação de música em bares, para que os critérios sejam atendidos de acordo com a intensidade de som produzido. “Por exemplo, pode-

59

bares já foram autuados por perturbação de sossego até abril deste ano em São José dos Campos

Divulgação

mos ter uma classificação para os bares que apenas querem ter voz e violão e para aqueles que precisam de uma estrutura maior para receber bandas”, disse Antônio Ferreira Júnior, presidente do Sinhores. “Não queremos que os bares descumpram a lei, mas entendemos que ela pode ser mais flexível. Alguns donos de bares investem em estrutura acústica e acabam não conseguindo o alvará por conta da Lei de Zoneamento”, completou. A Lei de Zoneamento, que foi elaborada em 2010, está sendo revisada pela Câmara Municipal neste ano. “Não podemos deixar que músicos de São José deixem a cidade para ter que exercer sua profissão”, disse o vereador Rogério Cyborg (PV). O presidente da câmara, Robertinho da Padaria (PPS), defende que seja encontrado um ponto de “equilíbrio” para solucionar a questão. “Precisamos discutir isso. Não podemos ser uma cidade que nada pode, mas também não podemos deixar sem regras”, disse.

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Terça-feira, 22 de Outubro de 2019

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MMTelevisão. Fique ligado nas novidades da televisão na coluna de Flávio Ricco PÁG. 18 MUDANÇA IDEALIZADORA COMEÇOU PROJETO EM MOMENTO DIFÍCIL E TEVE SUA VIDA AFETADA POR ILUSTRAÇÕES NO PROFISSIONAL E PESSOAL

inspire outras PROJETO DE JOSEENSE MOTIVA MULHERES A SEREM MAIS FORTES E UNIDAS NO INSTAGRAM são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

A joseense Camile Pasquarelli tinha acabado de perder o emprego e terminado um namoro quando decidiu se dedicar a um velho hábito que tinha desde pequena: desenhar. Foi nessa atividade que encontrou um refúgio para seus problemas e um respiro do mundo que a sua volta, sem esquecer que precisava dar a volta for cima. Camile criou a página “Inspire Outras” no Instagram, onde compartilha seus desenhos de mulheres de todos os tipos, sempre com uma frase de motivação. Apesar dos sentimentos negativos que teve quando tudo não parecia estar dando certo, Camile juntou forças para florear não só sua vida, mas também de outras mulheres. “Eu estava bem mal e fui para a internet procurar coisas motivacionais para ler. Só achei sobre amor romântico! Eu queria ler sobre amar a si mesma”, disse a ilustradora. O projeto teve início em abril e desde então, Camile, de 26 anos, tem desenhado todos os dias, sempre trazendo uma mensagem de positividade para seu público.

“Tudo que eu posto lá, eu acredito na mensagem e quero aprender. É o que gostaria de ouvir. Se estou decepcionada num dia, penso em algo que me deixaria feliz”, afirma. Atualmente, a página tem mais de 180 mil seguidores por todo o Brasil. Popular principalmente entre mulheres entre 18 e 34 anos, o projeto tem cumprido seu papel. “Muitas meninas me mandam mensagem agradecendo pelas mensagens, compartilhando relatos. Eu nuncaimaginei

SORORIDADE. Desenhos e mensagens de página no Instagram @inspireoutras ajudam mulheres na internet

que teria essa repercussão, fico até sem graça (risos)”, conta ela. Formada em Veterinária, a jovem descobriu com a página que sua vocação original era o desenho. Desde o início do projeto, Camile tem se dedicado à ilustração. “Hoje, essa é minha profissão. Desenho todos os dias, recebo encomendas, faço trabalhos”, conta a joseense. Camile chegou até mesmo a fazer trabalhos para a marca esportiva Puma, em uma palestra que falou sobre sororidade e feminismo. Contudo, para a ilustradora, nada se compara a transformação pessoal que a página fez em sua vida. “Eu evolui muito com o ‘Inspire Outras’, sempre busco conhecimento, leio bastante e procuro aplicar em minha vida o que eu falo na página. Se em algum dia me sinto triste, tento lembrar o que minhas seguidoras pensariam! (risos)”, finaliza.

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Fotos: Divulgação


Terça-feira, 28 de Maio de 2019

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MMArte. FCCR abre inscrições para curso de História daArte PÁG. 18 REGRESSIVO SOM ALTERNATIVO DO LO-FI TRANSITA ENTRE O PSICODÉLICO E O PUNK ROCK, DESTACANDO-SE NA CENA INDEPENDENTE BRASILEIRA

ROCK REGRESSIVO DIRETO DE SÃO JOSÉ Since 2008. Grupo está há 11 anos juntos e já fez shows nos Estados Unidos e no Brasil

Fotos: Divulgação

banda joseense lo-fi lança nova música e discute a posição do rock alternativo na região são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

A região do Vale do Paraíba é sem dúvidas bastante frutífera. Base de indústrias, com alma no varejo e de uma tradição cultural caipira intensa, o Vale ainda não ascendeu como um celeiro musical para novos talentos musicais -- ainda mais para aqueles que fazem rock alternativo. Dispostos a subverter qualquer regra, o power-trio joseense Lo-Fi conseguiu formar uma carreira sólida no rock nacional, ainda que no nicho da música indepen-

dente. Formada por Thiago Roxo, Rogério Aguiar e Marcelo Bastos, o Lo-Fi foi criado em 2008, e desde então tem lançado um disco por ano. O trio teve a oportunidade de espalhar seu som por diversos públicos, passando por mais de 20 estados em turnê nos Estados Unidos e também por diversas regiões do Brasil. O estilo único, descrito como “rock regressivo”, explica uma sonoridade que não se encaixavam nem no rock psicodélico, nem no punk. “Nós conseguimos nos destacar pela música. O nosso maior orgulho é ter tocado aqui e ser reconhecido pelo pessoal de fora, o que proporcionou esse tipo de intercâmbio”, afirma Rogério Aguiar.

Single. Depois de uma década juntos, o grupo comemora seu sucesso com o lançamento de um single, uma música intitulada “You Are The Biggest Thing Since Regressive Rock”, que fará parte do novo disco

CENA LOCAL.

O Lo-Fi é um dos exemplos de bandas que se destacaram fora do Vale do Paraíba e quase não são conhecidas pelo público regional. “Acredito que nossa região ainda é muito conservadora e a música autoral não tem mui-

to espaço”, disse Aguiar. Os integrantes da banda se surpreendem em constatar que, saindo da região, as pessoas sabem mais da banda do que no Vale do Paraíba, o que, na avaliação do grupo, é desproporcional. “Nós ainda vivemos aqui, an-

damos por aqui todos os dias. Temos esse vínculo e São José é onde eu consigo ser eu mesmo”, completa Thiago Roxo. FÓRMULA?

Tendo nascido de forma totalmente independente, o Lo-Fi acredita que a ‘fórmula’ para o sucesso, é ter espírito empreendedor. “Ter uma banda é um negócio, precisa ser um investimento. Para algumas bandas falta visão de que é possível trabalhar com isso, mas isso é algo condicionado pela nossa educação, que nos diz que ser músico não dá futuro”, completa Aguiar. O Lo-Fi fez parte da Läjä Records, selo independente do Espírito Santo que tem nomes como Mukeka di Rato e D.F.C, e, em 2019, a banda passou a participar do selo Abraxas, pelo qual lançará seu novo disco -- que contará com dois singles já divulgados pelo grupo.

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Quarta-feira, 15 de Maio de 2019

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MMBlues. Cantora inglesa DawnTyler faz show gratuito em São José PÁG. 19 NÚMEROS PRODUÇÃO CRIATIVA CORRESPONDE A QUASE 4% DO PIB DO ESTADO DE SÃO PAULO, NÚMERO ACIMA DA MÉDIA BRASILEIRA DE 2,6%

Produto. Andressa lucra com arte manual

Rogério Marques/Arquivo OVALE

ECONOMIA CRIATIVA: IDEIAS VIRAM OURO PRODUÇÃO DE ARTE E CULTURA PODE SER ATIVIDADE RENTÁVEL PARA QUEM QUER EMPREENDER são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

Ao contrário do minério ou da água, a criatividade é um recurso infinito. Ela pode ser usada para criar inúmeros produtos, inclusive aqueles de vem da necessidade humana em se expressar pela arte. O conceito de Economia Criativa existe para provar que esse tipo de atividade não precisa ser apenas um hobby. Há quatro anos, a joseense Andressa Carvalho tem uma empresa que faz produtos como bolsas, joias e roupas de materiais aproveitados. Quando decidiu empreender, ela buscou ajuda no Sebrae (Serviço Apoio às Micros

Empresas) para se especializar. “Eu precisei entender como aquilo poderia ser rentável. Tentei fazer tudo da maneira mais profissional possível”, disse Andressa. E deu certo. A artista consegue se sustentar apenas com seu negócio, que hoje emprega outras cinco pessoas.

De acordo com ele, a economia criativa ainda ‘engatinha’ por falta de formação. “Ainda precisamos de muito apoio governamental e divulgação. O Brasil é um país diverso, que tem um potencial incrível para as artes”, finaliza. EDUCAÇÃO.

Rogério Marques/Arquivo OVALE

EM ALTA.

Em 2017, a produção criativa correspondeu a 2,6% do PIB (Produto Interno Bruto). No Estado de São Paulo, esse número foi maior, chegando a quase 4%. “Apesar de ser um número expressivo, ainda é um valor baixo. Há países que estão muito a frente de nós”, explicou Mário Pacarelli, professor de economia da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado).

Rogério Marques/Arquivo OVALE

De acordo com Francine Canellas, gerente regional do Sebrae, o artista chega aos cursos de negócios sem se reconhecer como empreendedor. “Muitos trabalham com o preço de mercado, mas não tem clareza se tem lucro em suas vendas”, conta. A Economia Criativa é uma das apostas do governo estadual. De acordo com o secretário Sérgio Sá Leitão, da pasta de Cultura e Economia Criativa, a administração vai realizar cursos de formação na área em todo o estado neste ano. “É uma oportunidade de crescimento para tantas pessoas buscaram a arte como alternativa de renda”, afirma Leitão.

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11 e 12 de Maio de 2019

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MMMúsica. De filho para mãe: corais homenageiam Dona Eta em São José PÁG. 27 EVENTO VIRADA CULTURAL FOI INTERROMPIDA EM 2016 POR FALTA DE RECURSOS PARA INFRAESTRUTURA; GOVERNO FELICIO QUER RETOMADA

VIRADA DE VOLTA? SÃO JOSÉ QUER VIRADA CULTURAL DE VOLTA E cogita realização de evento com recursos próprios SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Thais Perez @_thaisperez

A Prefeitura de São José dos Campos quer trazer de volta a Virada Cultural Paulista para os palcos joseenses. O evento, realizado anualmente pelo governo estadual, conta com shows musicais, espetáculos de dança e teatro. A Virada Cultura deixou de

ser sediada na cidade em 2016 por uma decisão da gestão do ex-prefeito Carlinhos de Almeida (PT). Na época, a FCCR (Fundação Cultural Cassiano Ricardo) alegou não ter recursos financeiros para arcar com a infraestrutura do evento, única contrapartida municipal para a realização da Virada na cidade. Com a decisão, evento passou a ser realizada na cidade de Taubaté. A retomada da Virada Cultural na cidade foi uma das promes-

sas do prefeito Felicio Ramuth (PSDB) na campanha eleitoral de 2016. De acordo com a gestão municipal, a cidade vai se candidatar para receber o evento novamente neste ano, e, como alternativa, planeja usar recursos próprios. “Vamos aguardar o retorno e se a Virada vier, recurso não vai faltar. Caso isso não aconteça, vamos fazer uma Virada nossa, sem depender do governo estadual”, afirmou Aldo Zonzini, presidente da FCCR. “Não conseguimos realizar o evento nos anos anteriores por que a vaga foi para Taubaté. Em 2017 e 2018, alguém precisaria desistir da vaga para que o evento voltasse à cidade.”

CHAMAMENTO.

Divulgação

Atrações. A Banda Mais Bonita da Cidade fez show em 2015

A Virada Cultural Paulista é realizada pela organização social Apaa (Associação Paulista dos Amigos da Arte), através do governo estadual. Em 2019, a Secretaria de Cultura e Economia criativa vai realizar um chamamento público para que prefeituras possam se inscrever e demonstrar interesse na realização da Virada Cultural em suas cidades. “Essa tipo de chamamento vai ser inédito e deve tornar a relação com as prefeituras mais republicana. O chamamento será lançado em breve”, afirmou Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura e Economia do governo estadual.

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Quarta-feira, 24 de Abril de 2019

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MMDiversidade. Sesc São José reúne teatro, poesia e cinema para discutir corpos múltiplos PÁG. 19 PROGRAMAÇÃO VISITA MONITORADA ACONTECE NESTA SEXTA-FEIRA, APRESENTANDO CÔMODOS DO PAVILHÃO CENTRAL EM UM PASSEIO

ANIVERSÁRIO. Parque Vicentina Aranha completa 95 anos no dia 27 de abril

Acervo AJFAC

MEMÓRIAS DE ESPERANÇA

SÃO JOSÉ COMEMORA 95 ANOS DO VICENTINA ARANHA COM CÁPSULA DO TEMPO PARA REVIVER MEMÓRIAS são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

Uma antiga história dos anos 1920 conta que uma moça apaixonada acompanhou seu noivo tuberculoso para o tratamento no Sanatório Vicentina Aranha. Durante a estadia em São José dos Campos, a jovem acabou contraindo a doença do noivo.

Quando ele se curou, foi abandonada pelo homem que tinha acolhido com esperança e amor: passou a chorar pelos corredores em melancolia. Em sua fase sanatorial, o Vicentina Aranha recebeu milhares de pacientes como a moça apaixonada desta história, que tinham um único objetivo: se curar da Tuberculose, doença epidêmica e fatal. Os ladrilhos laranjas que levam até o pavilhão central, onde ficava a recepção do sanatório, levavam a um ca-

minho de esperança e construíam histórias que nem sempre tiveram um final triste. Uma das pacientes do local conheceu seu marido quando ele foi visitar um parente internado. Uma história de amor da qual surgiram frutos, netos que contam até hoje essa história de amor e cura. Desde 2006, os muros altos e sombrios do Vicentina já não são mistério para os joseenses. Aberto ao público como parque, o Vicentina Aranha sedia eventos culturais e restaurações em seus pavilhões principais. Prédios antes deteriorados pelo tempo, voltaram a ganhar suas cores originais, como se absorvessem a energia de seus novos visitantes.

Perto de completar 97 anos de existência, a AJFAC (Associação Joseense para o Fomento da Arte e Cultura) decidiu montar uma Cápsula do Tempo para reunir cartas e fotografias sobre a história antiga e recente do parque. Ela será enterrada neste domingo e será aberta daqui há 5 anos, no centenário do local.

PROJETO.

Para dar vida às memórias, além da cápsula, o pavilhão principal do Parque será aberto para uma visita noturna nesta sexta-feira. Quartos, cozinha e consultório serão recriados com móveis da época. Um historiador vestido como mordomo vai guiar o passeio.

“As pessoas tinham uma imagem de abandono do Vicentina Aranha, o que acabou gerando lendas sobre assombrações. Conhecendo a história do local e participando das atividades do parque, as pessoas passam a dar um novo significado ao local”, afirma Fábio Almeida, gerente de Patrimônio Histórico e Paisagístico da AFAC. Atualmente, além das atividades oferecidas pela organização do parque, o Vicentina Aranha recebe pessoas que querem aumentar sua qualidade de vida, com exercício físico e da mente. A jornalista Thais Inocêncio, de 28 anos, comanda há dois anos um Picnic Literário, que nasceu de sua vontade de fazer amigos que também gostassem de ler. “Sinto que o Vicentina é um lugar de paz, que reúne tudo que o joseense gosta de fazer”, disse Thaís, que conheceu diversas pessoas através de seu projeto. Seja pela tuberculose ou pelos males da mente, o Vicentina continua sendo um local de cura, um caminho de esperança no coração da cidade.

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Terça-feira, 23 de Abril de 2019

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MMEstação. Meias calças coloridas são indispensáveis para o look de inverno PÁG. 19 ESTREIA UNIVERSO CINEMATOGRÁFICO DA MARVEL ENCERRA SEU PRIMEIRO CICLO NESTA SEMANA COM A ESTREIA DE VINGADORES: ULTIMATO

BRIGA ENTRE OS GRANDES

DC E MARVEL DISPUTAM O DESTAQUE NA CULTURA POPULAR E FATURAM BILHETERIAS MILIONÁRIAS são josé dos campos Thais Perez @_thaisperez

Dois gigantes da indústria do entretenimento entram em combate todos os anos nas bilheterias dos cinemas. De super produção à super histórias, Marvel e DC Comics se enfrentam desde que os heróis tinham tomado a proporção que tem hoje em dia. A rivalidade entre as duas empresas não começou nos cinemas. Responsáveis por famosos personagens do mundo geek, verdadeiros representantes de uma mitologia atemporal, Marvel e DC sempre foram concorrentes, como duas marcas de refrigerante do mesmo sabor. Ambas surgiram na década de 1930, conhecida como Era de Ouro dos quadrinhos. Com a criação de personagens como Batman, Superman e Mulher Maravilha, a DC ascendeu rapidamente e a Marvel trouxe à vida Capitão América e Homem Aranha,

responsáveis pelos maiores produtos midiáticos da década. Entre trocas autores e rixas constantes, DC e Marvel conseguiram criar universos únicos, representando valores de heroísmo, família e lealdade. Com o advento dos efeitos especiais, a ida dos quadrinhos para o cinema foi inevitável, e de longe, a mais rentável. Atualmente, 25% das maiores bilheterias do mundo são formadas por filmes de super-heróis das duas gigantes O penúltimo filme da franquia dos Vingadores, Guerra Infinita, lançado em 2018, teve a quarta maior bilheteria do mundo, com U$ 2.048.359.754 em arrecadação, ficando atrás de clássicos como Titanic.

Aquaman, da DC Comics, também lançado em 2018, está na 20ª posição da lista, com U$ 1.147.661.807, um desempenho fraco para um super-herói. COMBATE.

Todo lançamento das duas empresas inflama uma antiga rixa sobre qual empresa se sai melhor: DC ou Marvel. Comparar as habilidades e poderes entre Capitão América e Superman é impossível, mas disputar quem vence no quesito melhor enredo e personalidade pode virar rotina entre

amigos e aficionados por quadrinhos e cinema. Gabriel Lazarin e André Luís Ribeiro, colegas de trabalho em uma rede de restaurantes em São José dos Campos, são especialistas quando o assunto é super-heróis. Entre um turno e outro, os dois tem discussões sobre o universo cinematográfico das duas empresas Gabriel, que é fã da DC, sabe que sai em desvantagem quando o assunto é cinema. “A DC

Comics pecou muito, principalmente com a Liga da Justiça e Batman Vs Superman. O erro deles foi a pressa de fazer filmes grandiosos antes de apresentar os personagens”, disse Lazarin. O fracasso de bilheteria de dois filmes principais (e caros) fez com que a DC recuasse nos cinemas, escondida nas sombras da colorida e energética Marvel. Com a estreia de Aquaman e Shazam!, a empresa conseguiu se redimir e trilhar nov horizontes no cinema. “Cinema bom sempre vale a pena, independente de ser DC ou Marvel, e cinema bom em si, só estimula a DC a tentar se superar e superar a Marvel”, opinou André Luís. A rivalidade entre os dois grandes, seja nos quadrinhos, ou no cinema, criou uma evolução constante no mercado: um embate épico que, quem ganha, é o espectador.

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20 e 21 de Abril de 2019

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o Sítio!. MMViva Semana Monteiro Lobato chega ao fim com festival de desenhos PÁG. 26 PROTAGONISMO EVENTO ACONTECE ATÉ PRÓXIMO DIA 26, EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, TAUBATÉ, PINDAMONHANGABA E GUARATINGUETÁ

AS PALAVRAS SÃO

Mais uma edição da Semana Senac de Leitura começa nesta segunda-feira com discussões sobre o papel da mulher negra na literatura

são josé dos campos Thais Perez @jornalovale

Em um mercado literário permeado por vozes de homens, as mulheres são minoria. O caminho para fazer suas vozes serem ouvidas é árduo, cheio de obstáculos. Quando a mulher, em sua condição de gênero, se vê ainda mais prejudicada pela cor de sua pele, a voz precisa ser ainda mais alta: um grito por reconhecimento. A 4º Semana Senac de Leitura começa nesta segundafeira com o tema “Mulheres na Literatura”, discute temas pertinentes ao universo das mulheres a partir de uma triste constatação: 70% da produção literária brasileira é escrita por homens brancos, de acordo com pesquisa do Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da UNB (Universidade de Brasília). Pouco se fala sobre autoras negras, que além de representar uma minoria ainda menos expressiva na literatura brasileira, estão representadas como personagens em apenas 5,8% das publicações analisadas até 2014. Esse recorte será discutido em ações durante toda o evento até o dia 26, que terá exposições, rodas de conversa, palestras, trocas de livros em todas as unidades do Senac São Paulo, incluindo São José dos Campos, Taubaté, Pindamonhangaba e Guaratinguetá. HISTÓRIAS.

A escritora Maria Conceição de Oliveira, uma mulher negra

de 65 anos, carrega um livro para todo lugar que vai. Mesmo sendo uma leitura assídua durante a infância, não conheceu nenhum escritor negro, quem dirá uma escritora negra. Mais tarde, apaixonou-se pela escrita de Carolina de Jesus, autora mineira de “Quarto do Despejo”. Nela, encontrou duas coisas em comum: a cor da pele e o desejo incontrolável de contar histórias. “Contar histórias faz parte da memória da mulher negra. Eu cresci ouvindo histórias de minha mãe sobre meu avô escravo”, conta Conceição, que participa de uma roda de conversa no evento, nesta quinta, em São José.

Nos seus primeiros escritos, Maria Conceição escutou de outras pessoas que escrevia mal. “Diziam que eu usava muita metáfora. Nós temos uma característica, um ritmo na poesia. É diferente”, conta. As críticas não a fizeram desistir de escrever um livro. “Nem liguei. Eu tenho uma necessidade biológica de escrever”. A história do Vale do Paraíba é construída por mãos negras. Uma das regiões mais ricas durante a escravatura no país, o Vale tem cidades que foram construídas pelo mercado de café, um dos produtos mais exportados do país no século XVIII. A dificuldade das mulheres negras em conseguir ascender na literatura não é apenas sexista, mas histórica, o que por vezes é minimizado nas pautas do próprio feminismo. Solange Moreira, historiadora especialista na diáspora africana na região, afirma que o feminismo ainda precisa prestar atenção nas pautas que permeiam o cotidiano das mulheres negras. “A mulher negra está na base da pirâmide da sociedade, abaixo do homem negro. O acesso à educação é mais difícil, e isso precisa ser discutido, dialogado, para que todas consigam avançar juntas. Além de ter um espaço para usar nossa voz, queremos ser ouvidas”, disse Solange. Ela apresentará uma roda de conversa sobre mulheres negras na Semana, em Taubaté, também na quinta-feira.

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Quarta-feira, 17 de Abril de 2019

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MMPáscoa. Shoppings da região têm programação achocolatada nesta semana PÁG. 19 EXIBIÇÃO BARES DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS REUNÍRAM FÃS DA SÉRIE PARA TRANSMISSÃO AO VIVO DO PRIMEIRO EPISÓDIO DA ÚLTIMA TEMPORADA

O INVERNO JÁ ESTÁ ENTRE NÓS Além de movimentar comentários nas redes sociais, game of thrones foi sucesso em barES SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Thais Perez @_thaisperez

O inverno está aqui e, para aqueles que gostam de frio, é melhor aproveitar antes que a temporada termine. O início do fim de Game Of Thrones, série da HBO, aconteceu neste domingo, com a estreia da sua oitava e última temporada. O episódio “Winterfell” bateu o recorde de audiência nos Estados Unidos, desde seu início em 2012, com 16,9 milhões de espectadores no total. Além de roubar os olhares no canal de TV paga e serviço de streaming, Game Of Thrones não escapou dos dedos nervosos que comentaram, curtiram e compartilharam sobre a série nas redes sociais. Depois de esperar dois anos pelo retorno da série,

Sucesso. Game Of Thrones ficou nos trending topics do Twitter no domingo

Drink. Bebida temática homenageou personagem

aqueles que decidiram escapar dos spoilers, tiveram que se exilar das redes sociais durante os 54 minutos de exibição do episódio. Foram registrados 866 mil tweets sobre a série durante o dia de estreia. O pico de tweets aconteceu logo após o fim da transmissão, às 23h. O segundo horário mais movimentado durante a exibição, entre 22h e 23h, com comentários recheados repletos de apostas de que personagem poderia ser a próxima vítima dos roteiristas da série. A introdução para o final da série agradou: vários personagens da obra se reencontraram após anos separados. A mãe dos dragões, Daenerys Targaryen, interpretada por Emilia Clarke, foi a mais citada na rede social. O fim definitivo de Game Of Thrones, que é uma adaptação dos livros do autor George R.R. Martin, está programado para o dia 19 de maio. EVENTO.

Assistir a estreia da temporada no domingo foi uma boa desculpa para reunir os amigos em casa ou até mesmo em bares da cidade. Da mesma maneira que esta-

belecimentos fazem a exibição de finais de campeonato, alguns fãs em São José dos Campos puderam torcer pela sua casa favorita tomando um drink bem gelado. O bar e escola de inglês Outside The Box organizou neste domingo uma transmissão especial na estreia do episódio. Além de acompanhar o episódio ao lado de amigos, o bar oferece em seu cardápio um drink e um hamburguer inspirado nos White Walkers, criaturas da série. O bar, que teve sua lotação máxima esgotada durante a exibição, tem até um trono de ferro inspirado na série para bater fotos. O entretenimento durante a exibição também acaba virando aprendizado, já que o episódio é transmitido em inglês com legendas em português. “Nossos alunos estudam através das séries e filmes. Nós ensinamos a eles reterem informações através dessas obras”, afirmou Tiago Reis, proprietário do bar escola. SERVIÇO.

Outside The Box Bar e escola de inglês Av. Rio Branco, 651 - Jd. Esplanada.

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Lanche. Cardápio especial em bar de São José

Divulgação


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