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Turismo em Portugal com novo recorde

De acordo com as estimativas rápidas divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Banco de Portugal (BdP), o mês de julho de 2022 será o melhor mês de sempre no que ser refere ao número de hóspedes e de dormidas em Portugal. A estimativa aponta para 3.029,1 mil hóspedes e 8.628,4 mil dormidas no total do alojamento turístico em julho passado, quando em julho de 2021 tinham sido 1.633,8 mil hóspedes (+85,4%) e 4.538,6 mil dormidas (+90,1%). Relativamente a julho de 2019, mês pré-pandémico, a evolução é de mais 6,3% para hóspedes (+179,8 mil hóspedes) e de mais 4,8% para dormidas (+397,2 mil dormidas).

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A previsão refere ainda que 2.906,0 mil dormidas serão de residentes (2.663,9 mil em julho de 2021, ou seja, +9,1%) e que 5.722,4 mil, serão de não residentes. O que traduz um crescimento homólogo de 205,2% (1.874,8 mil em julho de 2021). A quota de dormidas de não residentes, que era de 41,3% em julho de 2021, passa agora para 66,3%, repondo a estrutura natural do mercado turístico português.

Todas as regiões do país denotam evoluções positivas face a julho de 2021. O Algarve será responsável por 33,1% das dormidas, seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (22,7%), o Norte (15,6%), a RA Madeira (10,5%) e o Centro com 10,0%. Os aumentos mais expressivos serão na Região Autónoma da Madeira (+21,0%), na região Norte (+14,9%) e no Centro (+10,6%).

Ao nível dos principais mercados, a estimativa indica que todos evoluirão de forma positiva e que a sua quota no total das dormidas de não residentes será de 87,6%. O mercado britânico predominará e registará uma quota de 19% das dormidas de não residentes e um aumento de 1,0% face a julho de 2019, destacando-se ainda o mercado espanhol (quota de 12,6% e um acréscimo de 2,3%) e o norte-americano (quota de 7,6% e +35,9% em dormidas).

Em termos acumulados, até julho deste ano, estima-se que 14.259,4 mil hóspedes tenham permanecido nas unidades de alojamento, dando origem a 37.229,1 mil dormidas. Comparando com o mesmo período de 2021, verificar-se-á um aumento de 194,3% nas dormidas totais, resultante do aumento esperado de 58,5% nos residentes (+4.513,3 mil dormidas) e de +406,2% para os não residentes (+20.066,4 mil dormidas).

Por fim, as receitas do turismo continuam a crescer de forma expressiva, acima de 2019 (+11% em julho), confirmando as previsões do Banco de Portugal nesta matéria, que apontam para que os gastos dos não residentes em 2022 superem em 4,2% os valores de 2019.

Portugal precisa de contratar 50 mil trabalhadores para o setor do turismo

A Secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Rita Marques, estimou que Portugal precise de 45 mil a 50 mil trabalhadores no setor do turismo, empregos que poderão ser preenchidos por trabalhadores de países de língua portuguesa ao abrigo do regime de entrada e permanência de trabalhadores em Portugal, recentemente aprovado.

Numa declaração à agência Lusa, em Faro, Rita Marques anunciou que está a ser preparada, para o último trimestre do ano, uma missão empresarial portuguesa aos países da Comunidade de Língua Portuguesa para identificar trabalhadores interessados em vir para Portugal.

“O objetivo é levar uma comitiva de empresários portugueses que estejam à procura de reforçar pessoal, identificando trabalhadores dessas geografias que estejam interessados em vir para Portugal (…) e que os serviços consulares possam depois administrativamente despachar favoravelmente os vistos e possamos trazer connosco os trabalhadores que pretendem ingressar neste setor de atividade”, disse.

A Secretária de Estado, que esteve reunida com representantes do setor do turismo do Algarve, disse que, “nesta altura, em que há uma retoma pujante do setor do turismo, estamos a viver vários desafios e um deles tem a ver com a falta de capital humano”.

A nova lei introduziu “alterações muitíssimo relevantes e substanciais na emissão de vistos, designadamente no âmbito dos países que ratificaram o acordo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa”.

Estimando que o país precise de mais 45 mil a 50 mil trabalhadores para garantir a qualidade de serviços no turismo, Rita Marques disse que há a preocupação “de garantir que este capital humano também é adequadamente formado e capacitado” para manter “uma prestação de serviços de excelência”, envolvendo as escolas de hotelaria e turismo nacionais.

Foto: João Bica

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