sorriso da Mãe de Deus, mas também a promessa. Durmo no meio das maiores preocupações, mas tranquilizado por isto. A promessa fica de pé, e tem-se confirmado não sei quantas vezes. Chegará o momento em que tudo se realizará. Confiança!554 “As vozes não mentiram” Dos vários modos de provocar desinteresses por esta vida, um dos mais certos é avisar ao indivíduo de que ele vai morrer dentro de breve prazo. Se há uma coisa que absorve a atenção de um homem é a ideia de que ele vai ter uma morte tormentosa. E das várias mortes tormentosas possíveis, uma das que mais me causam assombro é morrer queimado vivo. É uma coisa horrível. Uma pessoa que vá para a fogueira gritando coisas ainda aos vivos, revela um interesse pelo curso das coisas do mundo e uma ênfase de viver verdadeiramente extraordinários. Desta ênfase deu manifestação extraordinária Santa Joana d’Arc. Ela tinha todos os direitos de estar indignada com o gênero humano. Ela não era propriamente francesa. Era da Lorena, pequeno estado-tampão entre a França e a Alemanha. Ela saiu da Lorena convocada por aquelas vozes de Santa Catarina, de Santa Margarida e do Arcanjo São Miguel, que falavam a ela enquanto poeticamente apascentava o rebanho. E lhe recomendavam ir salvar uma pátria – a França – que não era dela. Santa Joana vai lá e encontra um quadro abaixo da crítica. O rei da França era um homem que não combatia a favor de nada, não dirigia nada, um bobo. Ela lhe prova por meio de um milagre que era o verdadeiro rei da França e o convence de dar-lhe apoio para começar a luta para expulsar os ingleses. Começa a luta, multiplicam-se as graças, ela ganha batalhas extraordinárias. De repente, é traída e entregue aos ingleses. Começa a ser julgada pelo Tribunal da Inquisição como feiticeira. O rei da França não intervém e ela é julgada por um tribunal da Igreja presidido por um arcebispo que algum tempo depois recebe uma carta da Santa Sé anunciando sua promoção “para que o perfume das tuas virtudes possa se estender mais largamente”!
554 SD 16/12/88 6ª PARTE – MISSÃO CUMPRIDA: “AS VOZES NÃO MENTIRAM” 237