Alimentação na Doença Inflamatória Intestinal
Ana Vieira
Anabela Almeida
Ho spital Garcia de Or ta
João Freitas
Introdução “… inicialmente as maiores dúvidas que surgiram foram sem dúvida associadas à alimentação…” N.H. , Doença de Crohn … e as dúvidas persistem, muitas vezes após anos de evolução da doença. Como parte do esforço para esclarecer as questões que diariamente os doentes nos colocam, o Núcleo de Estudo e Tratamento de Crohn e Colite (NETCCo) do Hospital Garcia de Orta elaborou um conjunto de informações e orientações referentes à alimentação dos doentes com Doença Inflamatória do Intestino. Na sequência de uma pequena publicação editada em 2001, decidimos agora, com a valiosa colaboração da Drª Ana Vieira e da Drª Anabela Almeida, ampliar e actualizar o texto então publicado. Optámos por um formato 5, facilmente acessível a quem o quiser consultar. Tivemos um parecer positivo sobre o conteúdo por parte da Drª Maria Gomes Ferreira, pediatra que desde sempre colabora connosco, e por parte de membros da APDII a quem solicitámos uma avaliação anónima do texto. Pedimos aos nossos doentes que nos enviassem questões concretas que gostariam de ver respondidas e agrupámos essas perguntas num capítulo de Perguntas Frequentes. Decidimos também incluir algumas sugestões práticas, de dietas e menus, incluindo refeições caseiras transportáveis em lancheira – tão vulgares nos dias de hoje. Sabemos que ficam questões sem resposta, que muitas dúvidas permanecem e sobretudo que não há soluções que sirvam para todos. Mas esperamos mesmo assim dar um contributo para que o conhecimento da alimentação na Doença Infamatória Intestinal possa ajudar os nossos doentes – pois é por eles que aqui estamos.
Almada 2014 Ana Vieira
Anabela Almeida
João Freitas
Núcleo de Estudo e Tratamento de Crohn e Colite
O texto fica disponível para acesso livre, podendo ser copiado, descarregado, impresso e divulgado mas não está autorizada a sua utilização para fins comerciais. Agradecemos que qualquer cópia cite a origem e a autoria do texto
O Sistema Digestivo Para se compreenderem os problemas causados pela DII é importante saber quais são os órgãos que compõem o sistema digestivo, como são constituídos e quais as suas funções. É através destes órgãos que os alimentos passam, são digeridos e absorvidos. O sistema digestivo tem em todo o seu trajecto a estrutura de um tubo. A parede deste tubo é formada por camadas de músculo e o seu interior é revestido por mucosa. O diâmetro de cada órgão é variável conforme as suas funções: mais amplo, se o órgão tem funções de reservatório (estômago) ou mais estreito (intestino) se a sua função é a de fazer progredir o conteúdo alimentar. A camada muscular de qualquer órgão do tubo digestivo não entra em contacto directo com os alimentos; como qualquer músculo, contrai-se e relaxa, e tem como funções misturar os alimentos e fazê-los progredir. A camada mucosa está revestida por muco (daí o seu nome) que é uma substância que lubrifica a superfície interior do tubo digestivo, facilitando a progressão dos alimentos. Esta camada mucosa tem três funções importantes: • Segrega substâncias (enzimas) que decompõem e digerem os alimentos, facilitando a sua absorção; • Absorve alimentos, minerais e água que estão no interior do tubo digestivo, fazendoos passar para todo o organismo. A mucosa intestinal é pois a porta de entrada dos alimentos no nosso organismo; • Segrega água, muco e outras substâncias que facilitam a função de cada órgão.
Com esta estrutura básica temos diferentes órgãos que compõem o sistema digestivo: A Boca constitui o primeiro ponto de contacto com os alimentos, que aí são triturados pela mastigação e são misturados com a saliva para adquirirem uma consistência que lhes permita serem deglutidos. A mucosa que reveste a boca e a língua tem muita sensibilidade e quando é afectada pela Doença Inflamatória Intestinal pode causar sintomas importantes. Após a deglutição os alimentos mastigados e misturados com a saliva passam para o Esófago. Este é um órgão fundamentalmente de trânsito, com uma forte parede muscular onde os alimentos passam pouco tempo (alguns segundos) antes de chegarem ao estômago. O Estômago é um orgão com grande espaço interior revestido por uma mucosa que segrega enzimas e ácido. É aqui que se processam as primeiras grandes alterações na digestão dos alimentos, que são decompostos em substâncias mais simples e são misturados entre si, adquirindo uma consistência mais homogénea. Tem função de reservatório (para permitir que os alimentos sejam digeridos) e mistura entre si os alimentos. Estes passam depois para o Intestino Delgado que é o órgão mais longo do tubo digestivo e tem três partes: o duodeno, que é a primeira porção do intestino delgado, logo a seguir ao estômago, e constitui o ponto de entrada de substâncias que vêem do pâncreas (enzimas pancreáticas) e da vesícula biliar (bílis). Estas substâncias são indispensáveis para digerir as proteínas e as gorduras dos alimentos. O conteúdo do duodeno, misturado com o suco pancreático e com a bílis passa
depois para o restante intestino delgado, composto pelo jejuno e pela porção terminal que se chama ileon. O intestino delgado tem uma superfície mucosa muito extensa que permite absorver os elementos nutritivos e que tem a capacidade de segregar enzimas, água e muco. O conteúdo alimentar passa algumas horas no intestino delgado, cuja musculatura o vai misturando e fazendo progredir. No final do intestino delgado dá-se a passagem para o Cólon. O Cólon, ou Intestino grosso é igualmente um órgão com a estrutura de um tubo, tem maior diâmetro que o intestino delgado e tem funções de absorver água e sais minerais. O conteúdo do cólon é inicialmente líquido e a sua consistência aumenta ao longo do trajecto, por perder água. Muitas doenças que atingem o cólon revertem este processo e fazem com que haja aqui perdas importantes de líquidos, manifestadas por diarreia. Na parte terminal o cólon está ligado ao Recto que é um órgão com funções de reservatório onde se acumulam fezes resultantes da digestão dos alimentos. A intervalos variáveis as fezes são expulsas pelo Ânus, ou canal anal que é um órgão curto, com uma forte estrutura muscular, que controla o ritmo da saída das fezes. Tem uma mucosa que, tal como a da boca, é b astante sensível. Está frequentemente envolvido na origem de sin to mas na D o e n ç a I n fla m ató r ia Intestinal.
Para além destes componentes anatómicos, existe sempre no sistema d i gestivo normal um conjunto de m i crorganismos (fungos, bactérias, ví rus) genericamente designado por microbioma, os quais são indispensá-veis ao b om fu n ci o n a m en to do organismo, interferindo na digestão e n as de f e s as da mu cosa co n t ra b a c térias e vírus estranhos. São imprescindíveis para o equilíbrio biológico da mucosa, e a sua falta causa perturbações graves. Certas doenças e certos tratamentos podem ter consequências graves por perturbarem o equilíbrio biológico destes microrganismos.
Em resumo, para que os alimentos sejam utilizados pelo nosso organismo necessitam de ser digeridos. A digestão consiste numa série de modificações físicas e químicas, através das quais os alimentos são hidrolisados (adição de água) e fragmentados em nutrientes para serem absorvidos. A maior parte do processo da digestão completa-se até ao duodeno. O jejuno e o íleon funcionam principalmente na absorção de nutrientes. O cólon tem como função essencial a absorção de água e sais minerais. A Doença Inflamatória Intestinal pode, através de diferentes mecanismos, afectar um ou vários dos órgãos que compõem o tubo digestivo. Conforme os mecanismos e os órgãos atingidos, assim se modificará a digestão e a absorção dos diferentes alimentos. Vejamos então em mais detalhe o que é a Doença Inflamatória Intestinal e como pode afectar o sistema digestivo.
A Doença Inflamatória Intestinal A Doença Inflamatória Intestinal manifesta-se , como o seu nome indica, por fenómenos inflamatórios que atingem o tubo digestivo – habitualmente o intestino, mas pode atingir outros órgãos. A causa da Doença Inflamatória Intestinal e os factores que a desencadeiam são, mas sabemos que desde o início há um processo inflamatório. A inflamação é um mecanismo de defesa do organismo habitualmente desencadeado em resposta a uma agressão (trauma, infecção, etc). Na Doença Inflamatória Intestinal não se identifica um factor agressor e a resposta inflamatória, que é exagerada e persistente, dirige-se especificamente contra certos órgãos. A inflamação no tubo digestivo pode ter consequências diferentes conforme a sua intensidade, a sua duração, e o órgão atingido. Pode: provocar lesões da mucosa (úlceras, erosões), causar perdas de sangue, fazer aumentar a secreção de líquidos e muco em certos segmentos intestinais, impedir uma adequada absorção de alimentos essenciais, reduzir as defesas da mucosa facilitando infecções, ter um efeito destrutivo em órgãos do tubo digestivo. O organismo reage tentando reparar os danos causados pela inflamação através de processos de cicatrização. Se os danos foram importantes, a própria cicatrização pode ter conse-
quências indesejáveis, com formação de zonas de rigidez e de calibre reduzido (estenoses) no tubo digestivo. Estes fenómenos inflamatórios são diferentes conforme a Doença Inflam ató r ia I n te st in a l s e ja u m a Col i te Ulcerosa ou uma Doença de Crohn. Na Colite Ulcerosa, o órgão atingido é o cólon, por vezes na sua totalidade, enquanto que a Doença de Crohn se pode manifestar em qualquer órgão do tubo digestivo, desde a boca até ao ânus, embora com predomínio no intestino. As recomendações alimentares variam pois com diferentes factores relacionados: - Com o doente: a idade, a actividade física, o estado de nutrição, a presença de outras doenças, as preferências pessoais, os hábitos alimentares; - Com a doença: o tipo de doença inflamatória (Colite Ulcerosa ou Doença de Crohn), a sua extensão e a s u a a c t iv idade; a existência de cirurgia anterior;
Alimentação Saudável A Roda dos Alimentos é uma representação gráfica que pode ajudar a escolher e a combinar os alimentos que devem fazer parte da nossa alimentação diária, ilustrando as orientações para uma alimentação saudável. Uma alimentação saudável deve ser completa (ingerir diariamente alimentos de cada um dos grupos e beber água), equilibrada (utilizar diariamente mais alimentos dos grupos de maior dimensão e menos quantidade dos grupos mais pequenos) e variada (variar os alimentos de cada grupo ao longo do dia, da semana e de acordo com a sua sazonalidade). A Roda dos alimentos é composta por 7 grupos de alimentos, que reúnem alimentos com propriedades idênticas, apresentando cada grupo uma dimensão diferente, correspondente à proporção diária recomendada desse tipo de alimentos.
Carne, pescado e ovos Horticolas e leguminosas
5%
27%
Tubérculos, cereais e derivados
28%
Gorduras e óleos
5%
Fruta Lacticínios
18%
23%
Os alimentos são compostos por nutrientes que desempenham diferentes funções no nosso organismo.
NUTRIENTES a) Proteínas: São o constituinte básico da estrutura das células e dos tecidos, sendo utilizadas no crescimento e na manutenção do nosso corpo. São constituídas por substâncias chamadas aminoácidos e diferem umas das outras pelo tipo e número de aminoácidos que contêm. Pod e m s e r d e orig em an imal (c a rne, peixe, leite, ovos) ou de origem vegetal (cereais, l e gu m i n os a s). As de origem a n i mal podem considerar-se de Alto Valor Biológico – o Homem consegue facilmente fabricar através delas, as suas próprias proteínas, porque contêm os aminoácidos essenciais. Quando é necessário aumentar a ingestão de proteínas, há que associar, sempre, um aumento da ingestão de Hidratos de Carbono e de Gorduras, de modo a que o organismo possa usar as proteínas para a manutenção e restauração celular. Se ingere exclusivamente p ro teínas, estas vão ser utilizadas a penas co mo fo n te en erg ética.
b) Gorduras (Lípidos): Correspondem à parte gorda dos alimentos e, no corpo humano, distribuem-se pelas células, tecidos e órgãos, acumulando-se no tecido adiposo, constituído por células próprias – os adipócitos. A gordura na alimentação serve para fornecer energia, pois proporciona muitas calorias em pouco volume.
Encontra-se em produtos de origem vegetal – como o azeite, óleo de milho, amendoim, girassol e soja; e de origem animal – como a manteiga, nata, banha e o toucinho. Ao azeite, óleos, manteiga dá-se o nome de gorduras visíveis, mas existem as gorduras que fazem parte da constituição dos alimentos, tal como os consumimos, e que nã o podem ser e sque c id as – de nominadas gorduras invisíveis. Depois de sofrerem o processo da digestã o, a s gordura s dã o orig em ao s ácidos gordos. Estes podem classificarse em: Saturados – característicos das gorduras animais; Polinsaturados – próprios das gorduras vegetais e dos animais marinhos; Monoinsaturados – o mais abundante na natureza é o ácido oleico, grande componente do azeite.
…. eu tenho dias que certos alimentos, tais como, citrinos, hortaliça, etc. não me fazem mal e outros em que fazem… AG, Colite Ulcerosa
c) Hidratos de Carbono (Glúcidos): São as substâncias orgânicas mais abundantes na nossa alimentação e também servem como fonte de energia. S ã o p rat i c amen te tod os d e or igem veg etal. Nos alimentos de origem animal, só no leite se encontram em qua nti d a d e s ap reciáveis – a lactose. Têm como vantagem ser facilmente digeridos. Podemos dividi-los em: - simples ou de absorção rápida: Monossacáridos – só com uma molécula, como a glucose, a galactose e a frutose; Dissacáridos – com 2 moléculas, como a sacarose e a lactose; - complexos ou de absorção lenta: Polissacáridos – com mais de 2 moléculas, como o amido do arroz, da batata, trigo ou milho.
d) Vitaminas: Substâncias indispensáveis ao bom funcionamento do organismo. Como o Homem não as pode sintetizar, necessita de as ingerir através de uma alimentação completa, variada e equilibrada. Di vi d e m- s e e m Lip ossolú veis, q u e sã o a s v i t a m i n a s s o l ú ve i s n a s g o rd u ra s ( v i t a m i n as A , D, E e K ) , e Hid rossolúve i s , a s v i t a m i n a s s o l ú ve i s n a á g u a (co mp l exo B e vitamin a C ) .
e) Sais Minerais: E l e me n to s q u í micos con tid os n os a lim e nto s e n a s su b stân cias b iológic a s d o o rgan i smo. São necessários em pe q ue n as q u an tid ad es n a n ossa a li mentação. Alguns destes minerais são: o cálcio, o fósforo, o ferro, o magnésio, o sódio e o potássio Fa ze m p a r te d a con stitu ição d e qua se tod os o s a l i men tos, com excepç ã o da s g o rd u ras .
f) Água: A á g u a é u m a su b stân cia q u ím ic a co mp o st a p o r h id rog én io e oxig é nio, s e ndo e ss e n c i a l p ara tod as as form a s co nhe ci d a s d e vid a.
…de acordo com informação prestada por especialistas, devemos substituir, por exemplo, pão branco por pão com cereais, ou arroz branco por arroz integral, contribuindo essa dieta para um intestino mais saudável. Porque é que isso não se aplica a quem tem Doença Inflamatória Intestinal? MT, Colite Ulcerosa
A água é um componente essencial para o bom funcionamento geral do organismo humano, ajudando em algumas funções vitais, tais como o controle de temperatura corporal, o transporte de nutrientes para os vários órgãos e a eliminação de resíduos. A diarreia, a febre e a transpiração aumentam as nossas necessidades de água.
g) Fibras: Apesar de não serem consideradas um nutriente são essenciais para o nosso organismo, pois a passagem das fibras dietéticas pelo tubo digestivo dá origem a diversos efeitos fisiológicos importantes para a saúde. Podemos designá-las como sendo resíduos de células vegetais que não são digeridas pelo tubo digestivo do homem. De acordo com a sua solubilidade em água podemos dividir as fibras em dois grupos, solúveis e insolúveis.
Fibras insolúveis
São polissacarídeos como a celulose e as hemiceluloses, que por interagirem fortemente entre si não se dissolvem facilmente em água. Fazem parte da estrutura das células vegetais e são encontradas em todos os tipos de substância vegetal. Existem principalmente em frutos com casca comestível e sementes, estando presentes em elevadas quantidades nos alimentos integrais (cereais, pão, arroz, massas), nas leguminosas secas (feijão, grão e lentilhas) e verdes (favas e ervilhas). Este tipo de fibras, por não serem degradadas e absorverem água, incrementa o volume das fezes, estimulando os movimentos da parede intestinal e aumentando a velocidade do trânsito intestinal. As fibras insolúveis apresentam essencialmente uma função mecânica.
Fibras solúveis
As pe c tina s, gom a s, m uc ilag en s, e a l gumas hemiceluloses dissolvem-se em água e por isso são de nom in ad as de fibras solúveis. As fibras solúveis permitem o aumento do tempo de exposição dos nutrientes no estômago, proporcionando uma melhoria na digestão dos mesmos, retardando o esvaziamento gástrico e o tempo do trânsito intestinal, diminuindo consequentemente a absorção de glicose e colesterol. Umas das propriedades mais interessantes das fibras solúveis é que não são digeridas no estômago, mas sim no intestino, onde são expostas à acção da flora bacteriana intestinal (microbioma), provocando reacções de fermentação e produzindo altas concentrações de substâncias específicas denominadas de ácidos gordos de cadeia curta (AGCC). No intestino, os AGCC, dos quais o mais importante é o butirato, funcionam como fonte de energia para a mucosa e como agentes protectores de várias doenças. Frutas, como a maçã e a pêra, e legumes, como a cenoura, são excelentes fontes de fibra solúvel. No entanto, é importante salientar que os alimentos não contêm apenas um tipo de fibra, mas sim uma mistura destes 2 tipos de fibra. Os frutos contêm mais fibras solúveis, enquanto as folhas e raízes contêm m a i s fibras insolúveis. As sementes apresentam em geral, um equilíbrio entre os dois tipos de fibra. No nosso organismo, as fibras desempenham diversas funções:
1) Estimulam a mastigação, e assim, a secreção da saliva e do suco gástrico; 2) Enchem o estômago, aumentando a sensação de saciedade; 3) Promovem a regulação do trânsito intestinal, atrasando o esvaziamento gástrico, tornando mais lenta a digestão e a absorção dos nutrientes; 4) No cólon, devido à sua capacidade de absorver água, formam fezes mais volumosas e macias; 5) Servem de nutrientes para a fermentação pelas colónias de bactérias próprias do intestino; 6) Actuam no metabolismo dos hidratos de carbono no controle da glicemia, formando um gel (pectina e goma) no intestino, atrasando a velocidade a que a glicose entra na corrente sanguínea; 7) Na absorção e na regulação dos lípidos sanguíneos, as fibras insolúveis ligam-se aos sais biliares e reduzem a absorção das gorduras e do colesterol; as fibras solúveis diminuem especificamente o colesterol LDL.
….eu como quase tudo. Os alimentos aos quais o meu intestino reage mal (com distensão abdominal, gases e por vezes diarreia) são os ovos, as natas, soja e seus derivados, fast food - hamburgers, pizzas e refeições pré-cozinhadas, vinho, cerveja e polpa de sumos de manga, ananás, etc. e refrigerantes. Especiarias, principalmente pimenta, caril, canela e noz moscada. Por isso, excluí estes alimentos da minha dieta diária DA, Doença de Crohn
Regras Gerais Para Uma Alimentação Saudável: • Coma com tranquilidade, devagar e mastigue bem os alimentos; • Fraccione as suas refeições, efectuando 5 a 6 refeições diárias, e não 2 a 3 grandes refeições; • Evite as gorduras e os alimentos com muita gordura. Dê preferência ao azeite como gordura para cozinhar e temperar; • Evite o excesso de açúcar e de alimentos açucarados; • Opte por confecções simples, sem grande adição de gordura, como os cozidos, grelhados, assados, estufados e caldeiradas; • Deve ingerir diariamente água em quantidade suficiente; • Reduza o consumo de bebidas alcoólicas; • Deve variar a sua alimentação; • Não confunda gosto com tolerância e tente experimentar todos os alimentos, de modo a variar a sua alimentação o mais possível, para evitar carências específicas, principalmente de Vitaminas e Minerais; • Pratique exercício físico regularmente. A quantidade necessária de cada um dos alimentos é individual, isto é, depende do género, da idade, da actividade, do peso e da altura de cada pessoa. Também depende da existência de situações fisiológicas específicas como gravidez ou amamentação, da existência de alterações do estado nutricional (desnutrição ou obesidade), carências nutricionais específicas - proteínas, vitaminas ou minerais (como por exemplo, carência de ferro ou de ácido fólico) ou na Doença Inflamatória Intestinal, se tiver a doença em actividade ou com complicações (como por exemplo, as estenoses). Nestes casos são necessárias recomendações dietéticas específicas e individualizadas.
Exemplo De Ementa-Tipo Para Um Dia Pequeno-almoço: • Leite / Iogurte / Chá / Café / Sumo de fruta • Pão com manteiga / doce / queijo / fiambre OU Cereais Meio da manhã: • 1 peça fruta e ou Iogurte • Pão / Bolachas / Tostas Almoço: • Sopa de legumes • Peixe / Carne (de preferência aves) / Ovos • Batata / Arroz / Massa / Leguminosas • Legumes / Saladas • Pão • Fruta Lanche: • Leite / Iogurte / Chá / Café / Sumo de fruta • Pão com manteiga / doce / queijo / fiambre OU Cereais Jantar: • Idêntico ao Almoço Ceia: • Leite / Iogurte / Chá / Café / Sumo de fruta • Pão com manteiga / doce / queijo / fiambre OU Cereais
Dieta Adequada à Doença Inflamatória Intestinal Como já anteriormente mencionado, não existe evidência científica de que a dieta tenha influência na origem ou na evolução da Doença Inflamatória Intestinal. Isto é: - Não é a alimentação que faz surgir a doença; - Não é a alimentação que controla a actividade da doença; - Não é a alimentação ou determinado tipo de alimentos que desencadeiam uma agudização da doença; Logo: Não há razão para praticar dietas restritivas na Doença Inflamatória Intestinal. Até porque as dietas restritivas, excluindo da alimentação diversos alimentos, podem originar deficiências nutricionais graves, principalmente de sais minerais e de vitaminas. Mas como se trata de uma patologia do tubo digestivo e a maior parte dos seus sintomas centram-se a nível intestinal, é inevitável que a maioria das pessoas relacione a alimentação com as queixas apresentadas.
Em caso de Intolerância Alimentar: Se sistematicamente o doente refere intolerância a determinado alimento, este deve ser retirado temporariamente da sua dieta, a fim de perceber se existe uma associação entre a ingestão do alimento e o aparecimento de determinado sintoma. Os doentes podem efectuar uma lista dos alimentos que lhes desencadeiam sintomas, de modo a testá-los individualmente. Ac o n s e l h a - s e a q u e re t i re t o d o s o s alimentos que pense que lhe desencadeiam determinado sintoma e a g u a rd e o d e sap arecimen to d o sintoma em causa, d u ran te alg u m tem po. Depois, com o objectivo de identificar verdadeiras intolerâncias alimentares, deve-se reintroduzir um alimento de cada vez (com intervalos de 3 dias, desde que o sintoma não surja de novo), pois só assim o doente pode identificar o s a l i m e n to s a q u e é efectivame nte intolerante. Se não verificar relação entre os sintomas e os alimentos, não há ra z ão p a ra os exclu ir d a d ieta .
Os alimentos a experimentar têm de ser usados mais do que uma vez, e sempre em conjunto com outros alimentos, cuja tolerância seja previamente conhecida. O s a l i me n to s mais f req u en temente exc l u í d o s p e l os d oen tes com Doenç a Infl a mató r i a I n testin al são os ricos e m fib ras , p r i n cip almen te os alimen tos i n te g rai s , d evid o à d or ab d omina l e cól i c as q u e p od em p rovocar, com o co ns e q u ê n ci a d a fermen tação inte s t i na l q u e s o f rem. Por outro lado, actualmente sabe-se que a ingestão de fibras até pode ser benéfica nos doentes com DII, pois a sua fermentação pela flora bacteriana do intestino leva à produção de ácidos gordos de cadeia curta. Destes, o mais importante é o butirato que é
um nutriente energético para as células da mucosa intestinal, indispensável para a reparação das células inflamadas do intestino grosso. O butirato pa re ce ta m bém ter um efeito an t i inflamatório. Um aumento da ingestão de fibras fermentáveis provoca um aumento da concentração de butirato ao nível do cólon, trazendo benefícios, sobretudo em doentes com Colite Ulcerosa. O leite também é frequentemente excluído da alimentação dos doentes com DII. Nalguns doentes com DII existe efectivamente deficiência de lactase, enzima intestinal que permite a digestão da lactose, o açúcar natural do leite. Durante as crises, a quantidade de lactase pode estar diminuída, pois esta enzima é produzida pela porção mais superficial da mucosa intestinal, ficando a sua produção comprometida pelo processo inflamatório. Q u a n d o a l a c t o s e n ã o é d i g e r i d a p ro vo c a f l a t u l ê n c i a , d i s t e n s ã o a b d o m i n a l , c ó l i c a s e d i a r re i a . N e s t e s c a s o s , pode tentar-se leite com menor teor d e l a c t o s e o u i o g u r t e s (e s t e s h a b i t u a l m e n t e s ã o b e m t o l e ra d o s , p o i s a l a c t o s e q u e c o n t ê m j á e s t á p a rc i a l mente digerida pelos lactobacillus, b a c t é r i a s ex i s t e n t e s n o i o g u r t e) o u por substitutos do leite, isentos de lactose, como as bebidas de soja, a r roz , ave i a o u a m ê n d o a .
Outros alimentos por vezes mal t o l e r a d o s , e sp e ci a l me nte e m fases agu da s d a d oe nça , sã o : • Os alimentos ricos em gordura, como os fritos e os guisados. A gordura actua como lubrificante no intestino e a partir de certa quantidade influencia a velocidade do trânsito intestinal; • O Chocolate e o cacau, essencialmente pela quantidade de gordura que contêm; • A Cafeína, presente no café, pois estimula a contracção dos músculos da parede do intestino, podendo provocar dor, cólica e mesmo diarreia; • As Especiarias estimulam o apetite e intensificam o sabor da comida. Há especiarias mais susceptíveis de irritar o intestino, como o pimentão, a pimenta, a noz-moscada, o cravo-da-índia e os picles; • Alguns doentes são especialmente sensíveis aos alimentos com grande quantidade de produtos químicos.
Em caso de Dor, Cólicas ou Distensão Abdominal: Aconselha-se a reduzir os alimentos ricos em fibra insolúvel e o leite: • Diminuir o consumo de produtos integrais, como arroz, bolachas, cereais ricos em fibra, massa ou pão; • Restringir alguns produtos hortícolas como as couves e as leguminosas frescas e secas (ervilhas, favas, feijão, soja, lentilhas e grão); • Utilizar os produtos hortícolas bem cozinhados e de preferência em puré, por exemplo, puré de legumes; • Experimente substituir o leite habitual por um leite pobre/isento em lactose ou iogurtes; estes habitualmente são bem tolerados, pois a lactose que contêm já está parcialmente digerida pelos lactobacillus, que existem no iogurte ou use substitutos do leite, isentos de lactose e enriquecidos em Cálcio, como as bebidas de soja, arroz, aveia ou amêndoa. Aconselha-se a reduzir os alimentos muito ricos em fibra, com gás e os muito ricos em açúcar: • Reduzir o consumo de alimentos com elevado teor de fibras como os alimentos integrais (como arroz, bolachas, cereais ricos em fibra, massa ou pão), leguminosas, brócolos, couve, couve-flor; • Evitar bebidas com gás, como a cerveja e os refrigerantes; • Não comer alimentos muito ricos em açúcar como os doces e os bolos, chocolates, gelados; • Evitar outros alimentos susceptíveis de desencadear flatulência, como os espargos, cebola, pimentão, pepino, batatas, ovo, marisco.
Em caso de Diarreia: Aconselha-se uma dieta com restrição de fibras, de lactose e de gordura: • Limitar a ingestão de produtos hortícolas – todos os legumes verdes, hortaliça, salada, e leguminosas frescas e secas (ervilhas, favas, feijão, soja, lentilhas e grão); • Não consumir alimentos integrais, como arroz, massas ou pão; • Evitar a fruta crua, especialmente as ameixas, os citrinos (laranja, tangerina, clementina), a papaia, os figos e os kiwis. Prefira fruta cozida ou assada (sem casca), banana, maça ou pêra descascadas; • Substitua o leite habitual por um leite pobre/isento em lactose ou iogurtes (estes habitualmente são bem tolerados, pois a lactose que contêm já está parcialmente digerida pelos lactobacillus, bactérias existentes no iogurte) ou por substitutos do leite, isentos de lactose e enriquecidos em Cálcio, como as bebidas de soja, arroz, aveia ou amêndoa. • Evitar os frutos secos (ameixas, figos, passas) e os oleaginosos (amêndoa, amendoim, avelã, caju, castanha, noz, pinhão); • Reduzir a quantidade de gordura da dieta, evitando os fritos e os guisados e evitando alimentos gordos, como por exemplo, manteiga, natas, chocolate, queijos, carnes gordas, produtos de charcutaria e salsicharia; • Evitar os iogurtes de cereais, de kiwi ou de ameixa; • Aumentar a ingestão de água, para compensar as perdas intestinais.
Em caso de Flatulência e Acumulação de Gás: Aconselha-se a reduzir os alimentos muito ricos em fibra, com gás e os muito ricos em açúcar: • Reduzir o consumo de alimentos com elevado teor de fibras como os alimentos integrais (como arroz, bolachas, cereais ricos em fibra, massa ou pão), leguminosas, brócolos, couve, couve-flor; • Evitar bebidas com gás, como a cerveja e os refrigerantes; • Não comer alimentos muito ricos em açúcar como os doces e os bolos, chocolates, gelados; • Evitar outros alimentos susceptíveis de desencadear flatulência, como os espargos, cebola, pimentão, pepino, batatas, ovo, marisco.
Em caso de Hemorragia Intestinal: No caso de existirem perdas crónicas de sangue nas fezes, não há nenhum tipo de dieta especificamente recomendado. Deve, no entanto, seguir as orientações do seu médico, em relação à reposição de Ferro e Vitaminas.
Em caso de Estenose Intestinal: • Limitar a ingestão de produtos hortícolas – hortaliça, salada, e leguminosas frescas e secas (ervilhas, favas, feijão, soja, lentilhas e grão). Os que consumir devem ser muito bem cozinhados e se possível triturados, em puré ou esparregado; • Não consumir alimentos integrais, como arroz, bolachas, cereais ricos em fibra, massa , pão ou tostas. Prefira pão branco e bolachas simples e sem recheio; • Evitar a fruta crua, especialmente as ameixas, os citrinos (laranja, tangerina, clementina), a papaia, os figos e os kiwis. Prefira fruta cozida ou assada (sem casca), maça ou pêra descascadas; • Evitar os frutos secos (ameixas, figos, passas) e os oleaginosos (amêndoa, amendoim, avelã, caju, castanha, noz, pinhão); • Preferir o peixe e as carnes brancas, as carnes vermelhas devem ser picadas; • Evitar os iogurtes de cereais, de kiwi ou de ameixa; • Batidos de leite/iogurte e fruta sem casca e sem sementes podem ser uma boa opção, assim como a gelatina; • Não acrescentar fibras como a aveia, granola, linhaça, entre outras.
FAQS SOBRE ALIMENTAÇÃO NA DII Fibra e alimentos integrais: 1. No consumo de pão, deve dar-se preferência ao pão de mistura ou ao chamado pão “branco”? Qual o pão que devo comer? Se não estiver numa fase activa da doença pão de mistura, se estiver numa fase activa, pão branco. 2. Os cereais integrais são aconselhados? Sim, desde que não esteja numa fase activa da doença. 3. Peras e lentilhas são alimentos ricos em fibras, será que as posso comer com uma certa regularidade? As peras, se consumidas sem casca, têm essencialmente fibra solúvel, enquanto as lentilhas têm principalmente fibra insolúvel. Se não estiver numa fase activa da doença pode ingerir ambas com regularidade, se estiver evite as lentilhas. 4. De acordo com informação prestada por especialistas, devemos substituir, por exemplo, pão branco por pão com cereais, ou arroz branco por arroz integral, contribuindo essa dieta para um
intestino mais saudável. Porque é que isso não se aplica a quem tem DII? Na Doença Inflamatória Intestinal só deve restringir os alimentos ricos em fibras insolúveis quando se encontra numa fase activa da doença, se tiver uma estenose ou quando as fibras lhe provoquem sintomas específicos. 5. Em momentos de crise, que fibras é que o intestino tolera melhor? Alimentos com maior teor de fibras solúveis como a maçã, a pêra e a cenoura (sem casca). 6. Podemos estar muito tempo sem comer fibras? As fibras estão presentes em maior ou menor quantidade nos alimentos de origem vegetal, logo há sempre algum consumo de fibra, mesmo numa dieta com restrição destas. Quando restringe alguns alimentos acaba por fazer um consumo menor de fibras, principalmente das insolúveis. Pode estar algum tempo sem ingerir fibras, embora seja sempre desejável o seu consumo, para evitar carências nutricionais, principalmente de Vitaminas e Sais Minerais.
Frutos secos:
parede do intestino, podendo provocar dor, cólicas ou diarreia.
1. Os frutos secos agravam a doença? E 2. Posso comer produtos com lactose? as verduras? Nenhum alimento agrava a Doença Por exemplo, queijo, leite, iogurtes, natas? Inflamatória Intestinal. Há restrições no leite e nos iogurtes? 2. Os frutos secos como as nozes, avelãs O a ç úc a r presente no leite (lac to s e) ou os pinhões podem irritar o intestino? é prejudic ia l à DII? D e v e s e r, o u n ã o , A ingestão de frutos secos poderá agraev i t a d o? var a inflamação (uma vez que alguns Relativamente ao leite pode, desde deles são ricos em óleos)? que não apresente diarreia e não seja A quantidade ingerida é extremamente intolerante à lactose. importante, pois quando em excesso Os queijos frescos ou amanteigados podem desencadear alguns sintomas, têm maior teor de lactose, numa fase como flatulência ou distensão abdomi- activa da doença devem ser evitados, nal. Em pequenas quantidades até po- assim como os queijos com maior teor dem ser benéficos, pois os frutos ole- de gordura ou os mais picantes. aginosos, principalmente as nozes, são Os iogurtes habitualmente são bem ricas em ácidos gordos ómega 3, que tolerados, pois a lactose que contêm já têm propriedades anti-inflamatórias. está parcialmente digerida pelos lactobacillus, bactérias existentes no iogurte. Relativamente às natas, se não abusar da quantidade estas têm menor quantidade de lactose. Pode optar por substituir o leite habitual por um leite pobre/isento em lactose, por iogurtes ou por bebidas de soja, a rroz, aveia ou amêndoa isentos de lactose e enriquecidos em Cálcio. 3. O consumo de leite e dos seus derivados é benéfico? Sim, pois sem estes alimentos, na sua dieta , dific ilm ente atingirá a s s ua s n e cessidades diárias de cálcio. 4. É verdade que o portador de Colite Ulcerosa nunca mais pode comer alimentos relacionados com lacticínios, ou cada pessoa é um caso? Não é verdade, pois desde que não Leite: 1. Considerando apenas os doentes que esteja em fase activa da doença, não não apresentam intolerância à lactose, apresente diarreia e não seja intolerante poderá o leite ser um factor de agra- à lactose, pode consumi-los. vamento da inflamação intestinal? E o 5. O leite e seus derivados poderão café (expresso)? E a mistura dos dois? agravar as crises intestinais? Podem agravar a sintomatologia, O leite não agrava a Doença Inflamatória Intestinal. A cafeína existente no como as cólicas ou a diarreia. café, quer simples ou com leite, pode 6. Os cereais com leite (0% lactose) acelerar o trânsito intestinal, pois es- podem ser prejudiciais? timula a contracção dos músculos da Não.
7. Poderei tomar um suplemento proteico com leite 0% lactose. Estou a pensar iniciar-me na musculação para o próximo mês e não sei se será benéfico para o intestino visto que há quem diga que provoca flatulência. Em relação à Doença Inflamatória Intestinal não tem contra-indicação.
É uma questão de opção pessoal, ambas têm vantagens e desvantagens. Ao optar por uma dieta vegetariana deve aprender a combinar alimentos de grupos diferentes de modo a fornecer todos os nutrientes em quantidades suficientes. Os nutrientes que exigem maior atenção são o ferro, o zinco, os ácidos gordos 8. Em caso da doença estar “controlada” ómega 3 e na dieta vegetariana estrita é prejudicial consumir leite ou derivados também a vitamina B12 e o cálcio. mais do que uma vez por dia? 4. Será a alimentação Vegan a mais corNão reta? Tratando-se de uma dieta vegetariana estrita não apresenta fontes de Vitamina B12, podendo ser necessário recorrer a suplementação. Não há evidência científica que prove a existência de uma dieta mais correcta, mas qualquer que seja a opção individual, a dieta deve ser equilibrada.
Dieta Vegetariana ou Vegan: 1. A dieta vegetariana beneficia os doentes com DII? As dietas vegetarianas desde que bem planeadas podem ser nutricionalmente adequadas não têm inconvenientes e como são dietas com maior teor de fibra podem beneficiar alguns dos doentes com Doença Inflamatória Intestinal, que não estão em fase activa da doença. Por outro lado, o excesso de fibra pode desencadear alguns dos sintomas já mencionados. 2. O leite de soja ou o tofu são aconselhados? Actualmente, as bebidas de soja existentes no mercado são suplementadas em cálcio, o que as torna uma boa alternativa ao leite. O tofu, sendo um derivado da soja, é bastante rico em proteínas e não está desaconselhado na Doença Inflamatória Intestinal. 3. É verdade, que com esta doença é melhor a utilização de alimentação dita de alternativa, tipo à base de soja ou continuar a insistir na dita normal?
Alcool, Café e Chocolate: 1. Álcool, Café e chocolate, mesmo em poucas quantidades, podem ser prejudiciais? Não. 2. Pode-se beber vinho moderadamente? Sim, com moderação. Para adultos, as doses máximas recomendadas são de 2 copos/dia para os homens e 1 copo/dia para as mulheres. 3. As bebidas alcoólicas podem, por si só, provocar reacções do organismo com Doença Inflamatória Intestinal? Não.
Outros: 1. Horário de refeições
Numa alimentação saudável recomenda-se fazer 5 a 6 refeições diárias. 2. Modo de confeccionar as refeições Numa alimentação saudável devemos evitar os fritos e os guisados. Relativamente aos legumes, se forem cozinhados a sua fibra torna-se melhor tolerada pelo intestino.
3. Suplementos vitamínicos
Uma alimentação saudável, completa, equilibrada e variada não necessita de suplementação. Podem ser n ecessári o s suplementos de Vitaminas ou de Sais Minerais, em casos específicos da doença ou da terapêutica.
…no meu caso em particular, almoço todos os dias de trabalho num refeitório... R.M., Colite Ulcerosa
Sugestões de pratos para doentes com DII sem diarreia e sem estenoses Alguns exemplos de pratos: - Espetadas de aves (com arroz/massa e legumes) - Arroz de tamboril/polvo/aves - Peixe cozido com todos (por exemplo, batata, cenoura e brócolos) - Peixe grelhado com batata e legumes - Peixe assado com batata e legumes - Frango assado (com arroz/massa e legumes) - Bifes de perú/frango (com arroz/massa e legumes) - Bacalhau cozido com grão Pode também escolher entre os livros e revistas de culinária que mais gostar, os pratos que considerar mais apetitosos. Se pretender pratos que possam ser facilmente transportados e aquecidos (marmita) tem também algumas sugestões: - Empadão de atum e arroz - Pescada à Primavera (Estufada com macedónia) com batata ou puré - Bifes de perú/frango de cebolada (com arroz/massa/batata ou puré) - Sopa de cação ( junte o pão após o aquecimento) - Bacalhau à Gomes Sá - Jardineira de vaca/frango/perú - Massada de salmão - Caldeirada de peixe
Procurámos transmitir alguns factos sobre a Doença Inflamatória Intestinal e sobretudo dar orientações na área da Alimentação. Não são regras rígidas, e a mensagem principal que queremos transmitir é a de que cada um deve criar as suas próprias regras referentes á Alimentação, e adaptá-las de acordo com o seu estado clínico, as suas preferências pessoais, a actividade da doença e as orientações dos profissionais que o tratam. Esperamos que este documento ve nha a ser útil e te nc iona m os reve r pe ri o d i c a m en te o tex to, e n trando em conta com sugestões que nos queiram enviar. Aguardamos pois as vossas opiniões.
... e até lá, Bom Apetite !