O SÃO FRANCISCO ANO VIII
ÓRGÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA FACULDADE DE DIREITO DA USP Jan/Fev/Mar/2013
Editorial
Nesta Edição Editorial: Renovação: mais um ano de JSF Destaque: Gratidão a todas as nonnas por esta homenagem Aposentadoria - uma leitura otimista Convite para pensar desigualdade entre os sexos no trabalho Crônica: Agueda Maria À Nonna Carmela Saúde: Sobre drogas e acerca de tratamentos Reciclando Valores: Assertividade Dicas: Canalizando o stress Variedades: Eu Indico: “A menina que roubava livros” ?Quem sou eu?: Marcela Moreira de Oliveira Reconstituindo Nossa História: Paulo Marcos Sabará O que se Faz?: Setor de Patrimônio Aniversariantes do Trimestre Agenda Cultural: Custa Quase Nada Sair da Rotina...
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RENOVAÇÃO: MAIS UM ANO DE JSF O ano de 2013 representa um novo ciclo. E para o nosso JSF esta 21ª edição inaugura o seu ano VIII; e nela se ressalta a ideia de renovação, da chance de entender os fatos da vida sob outra ótica, mais otimista, mais confortadora e mais funcional... Nesse contexto, merece relevo matéria de nossa colega Conceição sobre aposentadoria, focando o lado positivo desta etapa da vida. E ainda, diante do desafio do enfrentamento ao uso de drogas no mundo contemporâneo, artigo da Professora Irene do Departamento de Direito Penal e Medicina Forense. Destaque também para a homenagem às nonnas - simbolizando nossa gratidão a estas senhoras - por tudo que significam em nossas vidas. Nas crônicas, realce para o texto de Antonio Augusto sobre sua amiga Agueda Maria e um poema de Fabiana à sua nonna Carmela. Em seguida, aborda-se um valor a ser cultivado: a assertividade e uma reflexão de como encarar o stress. Na seção Variedades, deleite-se com a dica do colega Wagner, a minibiografia dos colegas Marcela Moreira de Oliveira e Paulo Marcos Sabará. Na coluna O que se faz? poder-se-á conhecer um pouco mais sobre o novo sistema do Setor de Patrimônio. E para fechar a presente edição de nosso Jornal, veja como custa quase nada sair da rotina. Boa leitura!!!
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ISSN: 1983—862X Tiragem: 500 exemplares
Os interessados em publicar matérias deverão encaminhá-las ao Serviço Técnico de Imprensa, Sala 110 - Prédio Anexo I (impressa e em arquivo.doc), ou pelo e-mail: jsf.fd@usp.br.
Neurilene Gomes(S. Imprensa)
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O SÃO FRANCISCO ANO VIII - N. 21
Destaque GRATIDÃO A TODAS AS NONNAS POR ESTA HOMENAGEM
Em 2011, escrevi uma singela homenagem para celebrar os 96 anos da minha nonna Carmela, tentando resgatar e retribuir com lembranças um pouco do muito que ela significava para nós. Lembrei do tempo de criança quando passávamos férias em sua casa, escorregávamos no tapete do corredor da sala, saboreávamos as romãs do seu jardim (cujas árvores foram por ela plantadas e cultivadas com muita delicadeza) e o delicioso macarrão italiano que fazia em casa com precisão e arte. Foram momentos inesquecíveis e que nos marcaram por sua presença sempre amiga e acolhedora. Lembrei também da grande luta pela qual passou na Itália, primeiro em sua infância, depois opondo-se corajosamente à família para viver seu grande amor com Giuseppe; casou bem jovem e criou 4 filhos pequenos sozinha enquanto meu nonno, por 6 longos e dolorosos anos, foi prisioneiro dos ingleses quando servia como militar na África, na II Guerra Mundial. Foi então levado para um campo de concentração na Índia, onde sofreu os horrores da guerra. Ao retornar ao lar, nonno teve de partir novamente e viver 4 anos na Venezuela para sustentar a família, uma vez que na Itália não havia trabalho. Ao retornar para a Itália, o casal decidiu tentar a vida no Brasil. Nonno, nonna e os 4 filhos viajaram de navio, numa travessia que durou 14 dias, sem contar os dias de viagem de trem até chegar a Gênova – local do embarque. Após a morte do nonno Giuseppe, ocorrida há 25 anos, minha nonna preferiu morar sozinha, lidando com as adversidades com muita força e equilíbrio. Numa conversa que tive com ela, questionei, intrigada, como conseguiu enfrentar tantas privações e continuar tão lúcida e positiva durante toda a vida, ao que respondeu com naturalidade: - Sofri tanto... O filósofo Edgar Morin refletiu que todos temos personalidades potenciais e que acontecimentos ou acidentes podem potencializar; no caso dela, em lugar de esmorecer ou revoltarse contra a vida e as circunstâncias foi capaz de buscar forças para doar-se e cuidar dos irmãos, filhos, marido e cunhados. Já Cecília Meireles escreve: “O vento é o mesmo: mas sua resposta é diferente, em cada folha”. Apesar das dificuldades, nonna teve de aprender a ser resistente e flexível, fazendo-se sombra para crianças e adultos. Carmela, assim como as palavras da poetisa Cora Coralina no poema Aninha e suas pedras, foi capaz de se reinventar sempre: (...) Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. Faz de tua vida mesquinha um poema. E viverás no coração dos jovens e na memória das gerações que hão de vir. (...) “Saber viver é a grande sabedoria”, dizia Cora Coralina em
Destaque seu poema Assim eu vejo a vida. Minha querida nonna, “ Carmela Coralina” - sou testemunha - aprendeu essa arte como poucos. A vida tem duas faces: Positiva e negativa O passado foi duro mas deixou o seu legado Saber viver é a grande sabedoria Que eu possa dignificar Minha condição de mulher, Aceitar suas limitações E me fazer pedra de segurança dos valores que vão desmoronando. Nasci em tempos rudes Aceitei contradições lutas e pedras como lições de vida e delas me sirvo Aprendi a viver. Arthur, Carolina e Ana Lívia, três de seus bisnetos, fizeram a homenagem, que a deixou muito comovida, especialmente pelo amor e afeto que sempre teve por crianças: “ Vale a pena viver! ” – disse - com os olhos marejados de lágrimas. Semanas depois ela sofreu uma isquemia, que comprometeu sua fala e movimentos , mas não sua lucidez e afeto por nós. Perdi minha nonna em novembro de 2012, quando já havia completado 97 anos. Ela deixa muitas e irreparáveis saudades e um honrado legado de sabedoria, força, dignidade, amor, integridade, alegria, resiliência e fé. Agradeço a Deus o privilégio de ter tido alguém tão especial em minha vida. O Rei Salomão poeticamente registrou que há um tempo para todas as coisas debaixo do sol: tempo de nascer e de morrer; tempo de prantear e tempo de dançar. Nosso tempo presente é o de chorar, mas também de sorrir e agradecer. Concordo com Adélia Prado quando diz que “O que a memória ama fica eterno” e também quando conclui que “A coisa mais fina do mundo é o sentimento”. Nonna já começa sua eternidade em nossa memória e em nosso sentimento. Por fim, faço meus os versos do poeta Mario Quintana no poema Parece um sonho... , que, desconfio, foram escritos especialmente para ela: “ Parece um sonho que ela tenha morrido” Diziam todos... Sua viva imagem tinha carne!...E ouvia-se, na aragem, passar o frêmito do seu vestido... E era como se ela houvesse partido e logo fosse regressar da viagem... - até que em nosso coração dorido a Dor cravava o seu punhal selvagem! Mas tua imagem, nosso amor, é agora menos dos olhos, mais do coração. Nossa saudade te sorri: não chora... Mais perto estás de Deus, como um anjo querido. E ao relembrar-te a gente diz, então: “ Parece um sonho que ela tenha vivido!” Obs: Sra. Maria Carmela Gallo Petrilli (1915-2012) Fabiana Natália(G. Diretoria)
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Destaque APOSENTADORIA – UMA LEITURA OTIMISTA Aposentadoria... palavra que causa espécie, pois que todos anseiam e todos temem ao mesmo tempo. Talvez, um temor advindo da ideia de finitude, dado que desde o berço somos preparados não para sermos cidadãos felizes, mas para sermos economicamente produtivos. Ao aposentarmos, o Sistema nos decreta uma espécie de morte social e nos alcunha como um peso inútil para a comunidade ativa, já que deixamos de “produzir”, seja lá o que for que se subentenda uma base de sustentação do sistema econômico. Mas quem disse que ser produtivo se restringe à vida profissional? Pode-se ser produtivo realizando um trabalho voluntário, por exemplo; ou realizando uma atividade que lhe dê prazer, sem o fantasma da sobrevivência assombrando diuturnamente; ou apenas cuidando da própria vida pessoal sem estar engajado em uma atividade “oficialmente” econômica. Quando você se aposenta, sem estar com o corpo e a mente carcomidos pelo cansaço e pelo desgaste físico, mental e psicológico por décadas vividas no redemoinho da atividade econômica socialmente reconhecida, causa assombroso espanto. – Mas como? – lhe dirão – Você ainda é tão novo?! Como se aposentadoria fosse sinônimo de velhice; como se sua única opção fosse fazer point na Ultrafarma, tomando chazinho com música ao vivo e gastando, sem necessidade, quase todo o valor do seu benefício em inofensivos remedinhos que se pode “precisar” no decorrer do mês; como se o próximo passo após aposentar-se fosse “morrer”! E muitos morrem, realmente, deprimidos porque passaram a vida imersos nessa “consciência de rebanho”, ou seja, fazendo aquilo que o Sistema induz, que é pautar a vida única e exclusivamente na atividade profissional. Ao aposentar-se, a pessoa torna-se um enorme vazio. O indivíduo fica tão submerso na hipnose coletiva da “produtividade” que perde o contato consigo mesmo e não consegue viver fora desse contexto programado desde o berço. No teatro da vida, o profissional é apenas um dos personagens; não é o ator. Mas ficamos tão fascinados por esse controle mental a que somos submetidos que matamos o ator para viver o personagem, para o resto da existência. Tanto é verdade que nos preparam desde o nascimento para a vida profissional, mas não nos preparam para sair dela. E, quando alguém ousa fazê-lo ainda com a saúde e a disposição em dia, mesmo tendo cumprido a carência legal, é taxado de “vagabundo”, a exemplo da histórica e grotesca observação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sendo ele próprio um aposentado. Chega-se ao ponto em que o indivíduo se sente inútil, marginalizado, um peso morto para a família e a sociedade. Mas como um peso morto, se o que se recebe como benefício é o seu próprio dinheiro investido no sistema previdenciário, durante 30 a 35 anos (ou mais)?! Aliás, é apenas parte desse investimento. Eu desafio você a fazer uma nova leitura do fantasma da aposentadoria. Imagine-se aposentando o relógio e seguindo o seu tempo biológico para dormir, acordar, comer, cami-
Destaque nhar ou fazer alguma atividade por puro prazer... Imagine-se em uma vida sem prazos, sem ter que cumprir metas, sem se desesperar quando chega o domingo à noite e você ouve a musiquinha do Fantástico, anunciando a segunda-feira... Imagine-se podendo ir ao cinema, na quarta-feira, às 3h00 da tarde e pagando meia entrada... Imagine que todos os dias da semana serão domingos e que você pode ficar sem fazer nada sem culpa alguma... sem drama de consciência... Imagine-se podendo usar short, camiseta e sandálias havaianas, num dia de verão escaldante; ou não tendo que sair de casa, às 7h00 da manhã, naquele típico dia de inverno garoento paulistano... Imagine-se abrindo oportunidade para que um jovem cheio de ideias novas e energia ocupe a vaga que você deixou... Tente visualizar o que lhe disseram ser: tédio, inutilidade, improdutividade, abandono... apenas como LIBERDADE! Você pode fazer o que quiser, somente quando quiser... afinal, quem é que se importa com o aposentado?! A vida é movimento; a vida é feita de ciclos e, ao chegar ao final de um ciclo, vire a página sem apegos, experimente o novo... tudo é aprendizado e é só isso que a gente leva daqui; e é só por isso que estamos aqui. Nós nos preparamos para entrar nos ciclos da vida, mas não nos preparamos para sair deles, entretanto, entrar e sair de cena é apenas um processo natural. Preparamos-nos para nascer, mas não nos preparamos para morrer; aliás, fugimos o quanto podemos. Preparamonos durante anos para casar, mas não nos preparamos para nos separar ou ficarmos viúvos. Preparamo-nos para ter filhos, mas não nos preparamos para deixá-los ir com suas vidas quando chega a hora de emancipar. Preparamo-nos para competir e ganhar, mas não nos preparamos para perder. Preparamo-nos durante décadas para entrar na vida profissional e não nos preparamos para aposentar. Entrar e sair de ciclos é um processo natural... Que, pelo menos, ao sair de um deles, possamos deixar saudades, e não alívio.
Conceição Vitor
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Destaque CONVITE PARA PENSAR DESIGUALDADE ENTRE OS SEXOS NO TRABALHO
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Destaque Assim, observa-se que as mulheres, ainda que se esforcem para estudar, qualificar-se e conciliar o trabalho e a família, são preteridas e não conseguem dar saltos mais altos na carreira. Isso demonstra que o preconceito contra seu trabalho ainda é uma realidade, fator que as mantém em uma posição subalterna e de dependência do homem. A preocupação com o trabalho feminino está presente no Poder Legislativo. Atualmente, várias propostas tramitam no Congresso Nacional sobre os direitos trabalhistas abordam o tema. Merecem destaque a Proposta de Emenda Constitucional n. 515/2010 e o Projeto de Lei n. 4857/2009, ambos aguardando apreciação do Plenário da Câmara.
Se durante quase todo o século XX as mulheres tinham uma vida predominantemente doméstica, cumprindo o papel de esposa e mãe de forma integral, é perceptível que em 2013 as mulheres já conquistaram seu espaço além do lar, estando hoje presentes em todas as esferas da sociedade. Entretanto, as mulheres ainda não conseguiram uma total equidade com os homens, sofrendo cotidianamente os efeitos da discriminação. No mercado de trabalho, a desigualdade entre os sexos ¯ apesar de negada e camuflada ¯ pode ser percebida nas menores oportunidades de acesso e permanência no emprego, nos salários mais baixos e em sua menor participação em altos cargos empresariais, conforme revelam atuais pesquisas sobre o tema. Reportagem da Folha de São Paulo, de 28 de janeiro de 2013, revelou que dentre as 100 maiores empresas brasileiras, apenas cinco possuem mulheres na presidência. Essa impactante diferença é similar nos demais cargos de chefia dessas grandes empresas: na gerência somente 35% são mulheres; e na diretoria, esse número cai para 9%. Além disso, pesquisa feira pela Consultoria Michael Page no Brasil em 2012, que mostra que para os cargos de gestão com salários acima de R$ 8 mil reais, 72% dos contratados foram homens. Constatou-se também as diferenças nas faixas salariais entre os sexos para os mesmos cargos e divisões, merecendo destaque a área de segura, em que os homens recebem 66% a mais que as mulheres, e a área de varejo, em que essa porcentagem é de 35%. Esses dados tornam-se ainda mais cruéis quando tomamos conhecimento que o nível de instrução das mulheres hoje no mercado de trabalho é mais elevado que o dos homens. Segundo o Censo do IBGE de 2010, entre as 20 carreiras universitárias com maior número de recémformados, as mulheres são maioria em 15 delas – com exceção da ciência da computação, engenharia civil, engenharias gerais, economia e cursos gerais de saúde.
A PEC 515/2010 tem como objetivo a alteração da redação do inciso XVIII do art. 7º da Constituição, ampliando para 180 dias a duração da licença à gestante para todas as mães, com intuito de preservar sua saúde e a dos recém-nascidos. Já o PL 4857/2009 cria mecanismos para coibir práticas discriminatórias contra a mulher no trabalho. Para isso, propõe a inclusão do crime de “discriminação de gênero” no Código Penal, tipificado como a redução da mulher à condição de inferioridade através de constrangimento, restrições diferenciadoras e humilhações ofensivas à sua dignidade. Diante desse panorama, o debate sobre o trabalho da mulher, os direitos das trabalhadoras e os meios de combate ao preconceito são da ordem do dia, sendo fundamental que os juristas permaneçam atentos ao tema. É preciso dar destaque à questão do trabalho feminino, abrindo espaço para soluções jurídicas na busca pela efetivação dos princípios constitucionais da igualdade, não discriminação e dignidade – princípios que dão sentido ao nosso Direito do Trabalho. Fonte: Texto da advogada Sônia Mascaro Nascimento. Recebida por e-mail e disponível no site:http:// www.amaurimascaronascimento.com.br Da Redação
“Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.” (Trecho do poema Viver não dói, de Drummond - Fonte: http://www.luso-poemas.net)
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Crônica AGUEDA MARIA
“Trazendo no rosto expressão assustada, o moço chega à sala onde já se encontram em seus lugares mais de uma centena de jovens, como ele, ansiosos e meio pálidos. Fato que não impede, entre eles, se olharem hostilmente; é o exame vestibular. Depois de um momento de indecisão, o moço descobre o seu lugar nas filas de carteiras. Sobre elas, um número 2345; o seu. Sentou-se. O moço havia chegado lá com um nome: João, agora se tornou um número: 2345. É assim que se costuma chamar alunos nas Escolas Superiores. Enquanto 2345 espera o início da prova, vai remoendo suas dúvidas: Será que entro na Faculdade? Se não entrar, o que farei depois? Não sei nada de prático! Até agora sou apenas um estudante, não deixo de ser um especialista em generalidades.” Este é um dos trechos da mensagem do texto “Você Quer Fazer Vestibular?” de minha autoria, peça estreada em 26 de setembro de 1968, no Teatro Paulo Eiró, Santo Amaro, bairro da Zona Sul da Paulicéia Desvairada. Ela percorrera todos os demais teatros administrados pela Prefeitura de São Paulo, sob a direção artística de Paulo Altmann, jovem na época recémformado pela Faculdade Federal de Ciências e Artes do Estado do Pará. Era uma nova peça em cartaz interpretada por vinte estudantes de Direito do Largo São Francisco, Mackenzie e Católica de Mogi das Cruzes, além da Filosofia e Comunicação Social da USP. Todos vinham se reunindo, por incrível que pareça, em um apartamento pequeno, no bairro da Bela Vista, da poetisa Aurélia Bandeira. Destas reuniões, surgiu a criação do Grupo Bandeira, em homenagem à Aurélia, a mais velha dos aprovados nos vestibulares daquele ano da FDUSP. No elenco, Ana Maria de Siqueira Cavalcanti, Agueda Maria Lavorato Pereira, Ahida Angélica Carone, Ale Imbeloni Talge, Antonio Carlos Nogueira, Cândido Pinheiro de Oliveira, Cyro Cesar Lima Rocha Ferreira, Dulcynea Arcuri, Fátima Lúcia Ferraz, Giselda Maria Fernandes Novaes, Luiz Fernando Câmara Vitral, Luiz Teixeira de Carvalho, Maria Cecília Volpini, Osmar Silveira Franco, Oswaldo Luiz Pepe, Rodolfo Malanga, Suelly Fernandes, Vera Ortiz Monteiro e Vicente Rímoli Neto...e eu! Acredito que nenhum deles deva ter esquecido deste convívio; alguns viveram muito tempo entre as Arcadas da querida Academia de Direito. Porém, a segunda na lista do elenco que é apresentado nos programas de teatro pela ordem alfabética, encontrou-me em 2010 pela Internet. Hoje, a senhora Doutora Agueda Maria Lavorato Pereira, MM. Juíza Federal do Trabalho é radicada em Santa Catarina, especificamente na Grande Floripa. E dela, não esqueço - em nossa juventude – de sua maneira distraída em ser e de duas cenas inesquecíveis: a primeira acontecida nos bastidores da TV Tupi. O elenco convidado para expor o conteúdo da peça no Programa Vida Alves, a maior apresentadora da televisão nacional, à época.
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Crônica Chamado o elenco pela famosa e respeitada apresentadora, optou-se por entrar em ordem alfabética, conforme a lista retrocitada, todavia, a Ana Maria não pôde comparecer e preferiu o autor dar sequência normal à fila indiana. Era uma parafernália de etiqueta obedecendo a rigidez dos Anos 60! O programa era visto, à época, pela sociedade que também era rigorosa! Porém, a loirinha de olhos grandes e sorridente, chamada Agueda, adiantou-se de tal rapidez, tornando-se a primeira a ser focada pelas lentes das câmeras dos estúdios da Emissora; e ao se ver refletida nas telas complementares do cenário, empacou! Empacou, bloqueando os demais membros do elenco, num empurra-empurra, que provocou risos alarmantes nos bastidores da TV. Eu a empurrava e nada de removê-la, tal qual uma estátua a sorrir de canto a canto da boca. Saída inteligente teve a apresentadora: hábil se dirigiu à ela, puxando-a pelas mãos, sob os aplausos da plateia – que também percebera a cena – pois o espaço tinha formato de teatro de arena. Em programa comandado por uma mulher experiente da TV, como Vida Alves, a entrevista foi gratificante. Falei pouco, dando a palavra ao elenco que teve, por sua vez, destaque da exposição tanto à ela quanto ao Vicente Rímoli que dominava a dialética televisiva. Afinal, já éramos universitários. A segunda recordação da loirinha – que se tornara Juíza do Trabalho - era a sua constante observação quanto ao obstáculo de um mastro meio pau encontradiço na entrada lateral do cenário da peça Você Quer Fazer Vestibular? Desta vez, no Teatro João Caetano, na Vila Mariana. Ela teve o capricho de falar com cada um de nós: - “Olhe com cuidado ao entrar em cena; este mastro não tem firmeza alguma. Não se esqueça!” E todos nós desviávamos daquele empecilho, lembrando que a solidariedade era um dos principais princípios básicos daquele Grupo. Pois é e em uma das cenas, num dia de plateia lotada, ela não obedeceu às suas recomendações. Foi ao encontro daquele mastro, provocando um barulho assustador, machucando-se, embora levemente, mas dado o impacto, uma das pernas sofrera corte de forte sangramento. Porém, não saiu de cena; interpretou seu personagem de fio a pavio, sob os protestos meus e do elenco. Ela não deixou o espetáculo parar. Quanto à primeira recordação, um certo dia, perguntei a ela por que ficara paralisada na entrada do Programa Vida Alves (ex aluna das Arcadas) - e ela respondeu-me: “ – Me senti, pela primeira vez, linda e sofri um impacto! De fato, ela era linda! Na segunda, respondeu-me que preferira ela passar por aquele desconforto do que qualquer um de nós daquele inesquecível elenco. Essa era Agueda Maria, hoje respeitável Juíza Federal. Finalizando, Aurélia Bandeira se pronunciava em várias entrevistas em que era convidada, de maneira que jamais podemos esquecer, dentre elas, na coluna de Dante Constantin e em primeira página do Shopping News, um dos mais preferidos da sociedade paulistana: “Esses moços transformaram meu pequeno apartamento, outrora solitário, num viveiro de pássaros. Pássaros que cantam músicas de Chico Buarque de Holanda e encerram as reuniões entoando em coro a Marselhesa”. Bem, esses pássaros alçaram voo pelo mundo; têm histórias para contar, trabalham para que essa terra mereça lugar correto no Universo da Democracia Plena, ocupando parceria com os do primeiro mundo. Agueda Maria há muitos anos realiza trabalhos jurídicos como a MM. Juíza em SC na Corte da Justiça do Trabalho, colaborando fielmente à grandeza de nosso País. Antonio Augusto Machado de Campos Neto (S. Imprensa)
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Crônica À NONNA CARMELA
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Crônica Assiste às novelas, a filmes e ao Faustão Quem não ama seu inigualável macarrão? E as rosquinhas, então ? Hummmmmmmmmm Entra domingo, sai domingo Não esquece meu bombom! E o ticatelli , pizza de tomate? Mama Mia!!!!!! Ma che arte!!! Nossa Sempre Nonna! Presente de Deus em nossas vidas Pilar da família Símbolo de sabedoria e união Pelo corredor encerado da sala Passaram gerações
Não existe ninguém igual a ela Pode procurar Você não vai encontrar Pequena estatura, grande mulher Conversar com ela é um prazer
Escorregando como num tapete mágico Lembrança preciosa no coração!
Tão especial e bela Minha nonna sempre se revela
Tantas férias e Natais Com a casa sempre aberta e disponível A nonna é mesmo incrível! O que dizer de alguém tão especial? Obrigado por ser quem é
Cabeça positiva, prática e boa Sabe rir à toa!
Por ser essa mulher forte e guerreira Estar sempre inteira
Mostrando sabedoria, desde cedo soube o que queria Olhou pro nonno, bateu o pé E passou a perna em muita mulher! Na Itália, o início de uma linda história de amor O nonno encontrara, enfim, sua flor: - Amore Mio! Ti voglio bene! “Carmé!” - Si, aceito ser tua moglie! Clê, Maria,Tonino, “Anduné” Fruto de amor, luta e fé No Brasil, esse amor continuou Diana ao mundo chegou
Pra nos amar e aconselhar Querer o bem e abençoar Nonna! Nossa Sempre Nonna! Não existe outra igual! Cuida de um lindo jardim Mas plantou um mais lindo ainda Bem aqui, dentro de mim! Parabéns! Te amamos! (abril/2011)
O tempo passou... 96 anos, 5 filhos, netos, bisnetos Bom humor, alegria e disposição Nela sobram de montão
Obs: Link da homenagem: http://youtu.be/fHNBinBHv5U
Exemplo de vida e dedicação Pra essa e outra geração E não pensem que é só isso, não! Conversa sobre política, futebol e religião Faz piadas, lê, conta histórias Mora sozinha, cozinha Qual o segredo pra manter o equilíbrio e a linha?
Fabiana Natalia (Gabinete Diretoria)
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Saúde Pública Utilidade SOBRE DROGAS E ACERCA DE TRATAMENTOS Vive-se num mundo conturbado, no qual há guerras e as pressões ocorrem em todos os campos. Nesse contexto, o indivíduo se sente sufocado pelas tensões e normalmente é atropelado na corrida rumo ao sucesso. Nesse momento, surge convidativo o universo das drogas, dentro do qual se pode classificar as drogas alucinógenas, as depressoras e as estimulantes – a exemplo destas a cocaína e suas diversas formas de consumo, ou seja: como chá, em pó (inalada), como injeção (diluída) e como fumo – neste caso denominado crack (“pedra”) ou merla (“pasta”). Note-se que o uso de drogas decorre de um conflito psicológico não resolvido e da inadaptação social, segundo estudiosos do tema em foco. É o conflito denominado “primário”: quando resolvido representa superação e a permanência na normalidade. Entretanto, se não resolvido pode levar às neuroses - com manifestações de autogratificação ou autopunição, levando à prática de delitos; pode ainda levar às toxicofilias ou à mortificação pelo padecimento com doenças psicossomáticas. Este uso abate o ego, destrói os valores da convivência, jogando o indivíduo em uma nova espécie de conflito, a partir do qual perde a condição de trabalhar, enfraquece fisicamente, sente-se vencido e marginalizado. Inicialmente, a droga que é usada para levar à saída do conflito primário, mas não o resolve e ao contrário agrava a situação: cria um círculo vicioso, levando o toxicômano à loucura, à prostração total ou mesmo à morte. Nessa linha de raciocínio, frise-se que no adulto a urgência de um tratamento se faz necessária, e muito mais se o usuário for um jovem, pois irá desestruturar todo um projeto de vida. Uma vez viciado, ele esconde esse fato enquanto puder, todavia logo que revelado, o tratamento se impõe: quer voluntariamente ou compulsoriamente; e o melhor prognóstico ocorre quando o tratamento é solicitado pelo usuário. Vale observar que o uso compulsivo acarreta problemas psicológicos e sociais indesejáveis. No que concerne às consequências do uso crônico da cocaína, pode-se mencionar a queda do desempenho profissional, a destruição das relações interpessoais, visto que há uma perda do interesse por amigos que não façam parte do mundo das drogas. Alguns associam o uso da cocaína à finalidade de expandir a sua vida social e com a busca do desejo sexual. Entretanto, mais de 50% das pessoas viciadas que buscam ajuda informam que somente no início faziam uso em companhia de outros drogados, pois com o passar do tempo vieram a usar a droga, sozinhas. De outro ângulo, enquanto o aumento do desejo sexual costuma ser colocado como uma das razões da manutenção do uso dessa droga estimulante, a perda do impulso sexual e a incapacidade de se relacionar sexualmente são as principais queixas dos usuários crônicos. Cabível assinalar que os efeitos agradáveis da droga diminuem com o uso contínuo e são substituídos por sensações indesejáveis. Portanto, é comum que, para o alívio dessas sensações, haja o aumento do consumo a tal ponto que o viciado em cocaína acaba perdendo o controle. A essa altura, a cocaína se torna um estilo de vida, e o indivíduo começa a ter como sua principal preocupação a obtenção da droga. No entanto, embora saibam que a cocaína está provocando efeitos adversos no seu bem-estar psicológico, nos seus relacionamentos sociais e interpessoais e nas suas carreiras profissionais, a principal preocupação dos viciados é a de aliviar as sensações desagradáveis. Eis o paradoxo: não querem
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Saúde largar a droga querem deixar de ter os efeitos ruins e sonham com os bons efeitos iniciais. Interessa informar que a maioria dos usuários de cocaína teve experiências anteriores com outras drogas, como por exemplo a maconha. É comum o uso combinado de drogas e apenas raramente o uso se restringe a um único tipo. Contudo, cabível frisar que a dependência cocaínica é um transtorno passível de tratamento. Já no que tange aos métodos de tratamento para o uso de drogas, a escolha de um tratamento específico deve ser precedida de uma análise sobre: a gravidade do problema, a quantidade usada, a regularidade e a via de administração da droga. Dependendo da fase em que se encontra o viciado, o tratamento deverá ser muito bem orientado. Quanto antes se procurar um tipo de tratamento, melhor, uma vez que ainda há muito a ser perdido, o mesmo não ocorrendo quando a pessoa já perdeu tudo o que possuía em função da droga, inclusive a família. Há que se identificar, ademais, a existência de distúrbios psiquiátricos, pois o paciente pode estar sofrendo de depressão ou dificuldade de concentração e usa a cocaína como forma de automedicação. Nesse caso, parar simplesmente com o uso da droga não iria oferecer bons resultados. Além disso, deve-se buscar diagnosticar possíveis complicações decorrentes do uso abusivo da droga, pois no caso de agitação e convulsões, sintomas psicóticos com alucinações e delírios o tratamento deve ser imediato. Algumas vezes o uso excessivo de cocaína provoca reações orgânicas com quadros muito semelhantes a uma depressão profunda e pode levar a uma tentativa de suicídio; nesses casos a observação hospitalar se impõe para que ocorra, em primeiro plano, a recuperação do sono e das condições de saúde em geral. Segundo o CEBRID - Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas, a abordagem que apresenta melhor relação custo/benefício é a medida preventiva ao abuso de drogas. A verdade é que, infelizmente, no atual contexto social há terreno fértil para a implantação das toxicomanias. Quanto às medidas repressivas a nova legislação pátria antidrogas determina a punição apenas para o traficante, encaminhando, o viciado, a medidas de tratamento clínico ambulatorial ou hospitalar. Observe-se que, para a OMS, o adolescente com menor possibilidade de utilizar drogas seria o bem informado; saudável; com qualidade de vida satisfatória; bem integrado na família e na sociedade e com difícil acesso às drogas. Tendo em vista que ainda não há um método que leve à cura definitiva, até porque um único não pode ter êxito para todos os tipos de consumidores em tratamento, resta assinalar que as melhores formas de frear o uso de cocaína e outras drogas são mesmo a educação e a prevenção. Urge, portanto a conscientização de que não há, por enquanto, um tratamento de cura, mas sim tratamentos que ajudam o paciente a ficar longe das drogas e mais: não têm um prazo certo de duração, visto se tratar de processos contínuos que procuram vencer as etapas vivenciadas por cada viciado. Por fim, resta parabenizar o governo estadual de São Paulo.pela parceria com o Judiciário para tornar mais célere a internação compulsória prevista na Lei 10213/01, como proteção à vida dos próprios dependentes químicos. Vale esclarecer ainda que o número de internados após essa medida aumentou consideravelmente.
Irene Batista Muakad (Prof.a de Direito Penal e Medicina Forense da FDUSP)
Não às drogas!!! Sim ao tratamento!!!
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Reciclando Valores ASSERTIVIDADE “Desenvolver a habilidade de ser assertivo é a diferença entre o êxito e o fracasso nas relações comunicativas.” Marcos Ferreira (médico psiquiatra)
No universo da comunicação, há aqueles que, por não conseguirem se comunicar adequadamente, são agressivos; há os que, por não saberem dizer “não”, são passivos e um terceiro processo que ocorre no âmbito das relações comunicativas e que afeta nossa vida: a assertividade. Nessa toada, note-se que assertividade não é sinônimo de “acerto”, embora quando se atue dessa forma, sempre se acerte. Ressalte-se que nenhum dos três comportamentos acima mencionados são estáticos, pois entre a passividade, a agressividade e a assertividade apenas haverá a preponderância de um deles em determinada situação. Segundo a psicóloga Ana Paula Varella Ferreira, a pessoa assertiva sabe defender seus direitos adequadamente, sabe dizer não quando necessário e sim quando preciso. Sem hostilidade e colocando-se no lugar do outro, exercendo a empatia. Ademais, cabível frisar que ser assertivo consiste na segurança ao falar com alguém, sendo claro e objetivo, ressaltando seu ponto de vista, fazendo jus às suas convicções, mas sem perder a elegância, sabendo ouvir o outro. Enfim, sendo direto, para evitar alternativas sinuosas e que desperdiçam mais tempo. É encerrar cada situação com primor, da melhor maneira possível. De fato, impende realçar que este comportamento relaciona-se com a busca da autoconfiança e firmeza na vida, em suas diversas vertentes. Todavia, cumpre realçar: para não se entregar à passividade nem tornar-se agressivo, há que se aprender a discordar, a expor seus argumentos: sem ofender ninguém e sem levar para o lado pessoal quando alguém expuser uma opinião diferente ou mesmo divergente do que se pensa. A consultora em Comunicação Marina Paoliello, diz que ser assertivo é ser ativo, direto. É mostrar que sabe respeitar o outro, mas também mostrar que tem respeito próprio.É dizer sim quando for sim e não na hora de dizer não. É mais que isso: é
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Reciclando Valores saber o que deseja, aonde quer chegar e agir em prol disso. Para ser assertivo há que se aprender, afirmar, fortalecer outros valores, algumas outras atitudes, como por exemplo: autoestima, autocontrole emocional, determinação, empatia etc. Quem age com assertividade vive melhor, porque não se sente culpado de não ter feito o que deveria, sente menos ansiedade e medo, pois investiu no que acreditava. Especialistas da área de psicologia indicam alguns aspectos que podem contribuir no caminho rumo à assertividade. A título ilustrativo, merecem citação: observar o próprio comportamento; rever suas posturas diante de determinadas circunstâncias; reflita de que outras maneiras os incidentes podem ser encarados e solucionados. A pessoa permissiva omite opiniões, evita comunicar o que pensa, sente dificuldade para negar favores. Já os agressivos são hostis, impõem o que querem sem argumentação. Geralmente porque têm inseguranças e/ou necessidade de se afirmar subjugando os outros.Consoante acentua a repórter do jornal Zero Hora, nos profissionais assertivos a inteligência emocional é mais desenvolvida, visto que são pontuais na solução de conflitos, focam a solução e não o problema. Baseiam-se no ângulo otimista são racionais ao avaliar suas emoções e decidir qual a melhor atitude em determinada situação. Focam no sucesso e não no fracasso, todavia avaliam as ameaças e transformam-nas em oportunidades. À guisa conclusiva, vale notar que, infelizmente na correria do cotidiano, negligencia-se este valor objeto deste texto – e imediatamente vem à tona: ora a passividade desmedida, ora a agressividade desastrosa. Visto que não é inata, cabe a cada um buscar desenvolver e exercer esta habilidade, seja no âmbito familiar, profissional etc. E, como ninguém está imune à vivência de situações tensas, que geram conflitos, o comportamento assertivo é o mais indicado para a melhor resolução do problema. Então para alcançar a resposta mais adequada: não fuja; não reaja; interaja!!! Neurilene Gomes (S. Imprensa)
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Dicas COMO CANALIZAR O STRESS
O primeiro passo é compreender os mecanismos fisiológicos do stress na espécie humana. E, para isso, algumas comparações com outras espécies do mundo animal são bem elucidativas. Por exemplo, enquanto um leão tem dois ou três desejos de ordem fisiológica a cada dia, o homem vive com a cabeça cheia de projetos e preocupações que, em última análise, são desejos a ser realizados. A partir daí, a parte primitiva da mente nos prepara para lutar por nossos desejos, lançando adrenalina na circulação, o que gera um estado de ansiedade que nos deixa tensos, com a glicemia elevada, prontos para utilizar plenamente a força muscular. Entretanto, a solução da grande maioria dos nossos desejos não requer forte participação física. Ao contrário, a tensão excessiva atrapalha a realização de atividades mais delicadas como se apresentar em público, discursando ou tocando um instrumento... O problema se agrava com o sedentarismo. Vivemos, quase todos, muito tensos em decorrência da pressa mental e da inatividade física. Portanto, é fácil concluir que, para evitar o acúmulo de stress, a primeira atitude a tomar deve ser reduzir a quantidade de desejos e, consequentemente de ansiedade, tendo em mente que o importante não é ter muito, é precisar de pouco. Ainda assim, estaremos expostos a muitas outras causas inevitáveis de stress. Esse stress precisa ser canalizado através de atividades físicas, para não ficar cumulado. Assim, a segunda atitude é de ordem física. Ou seja, é necessário praticar diariamente uma atividade esportiva para aliviar a tensão. Fica evidente, também, que qualquer outra maneira usada para relaxar, como saunas, massagens, álcool e calmantes, não são fisiológicas e, a longo prazo, os resultados são insatisfatórios. O stress acumulado e persistente acaba provocando esgotamento físico e mental além de diminuir a resistência a infecções e prejudicar o funcionamento dos aparelhos cardiovascular, digestivo e respiratório. Concluindo: o stress é seu amigo, mas procure mantê-lo sob controle pois do contrário, ele pode morder você. Fonte: texto do livro Qualidade de Vida/Editora Komedi, de Wanderley Ribeiro Pires. Sugestão de Odesildo Macedo (S. Tesouraria)
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Variedades EU INDICO: Tive o prazer de ler!
Na literatura podemos esperar de tudo, de tudo mesmo. Desde bichos com ideais políticos a defuntos escritores; então não é surpresa quando a morte resolve bancar a narradora de uma grande estória. Pois é, a madame de capuz e foice, além de recolher as almas provenientes do holocausto da 2ª guerra, nos fala sobre as aventuras e um turbilhão de sentimentos que envolvem uma garotinha chamada Liesel. A menina, moradora de um bairro alemão, junto a seus entes e amigos queridos se depara com a presença da ideologia do Reich de Adolf Hitler e suas terríveis consequências.
Markus Zusak Não entrarei em maiores detalhes propositalmente, pra que você tire os glúteos do sofá e vá a uma livraria, sebo ou casa de amigo que tenha esse livro e se deliciar com uma boa leitura! Wagner Dutra (Setor Compras)
“Não se pode acreditar que é possível ser feliz procurando a infelicidade alheia.” (Sêneca)
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Variedades desta Academia de Direito durante muitos anos. Casado com a senhora. Waldira Gorreta há mais de cinquenta anos, é pai de três filhos: Márcio, Daniel e Paulo. Ingressou na USP em abril de 1970. Lembra com carinho que desempenhou suas atribuições durante muitos anos ao lado do Professor Cesarino Júnior, especialista em Direito do Trabalho. Paralelamente à função pública nas Arcadas, tinha sua tinturaria numa travessa da rua Luis Goes, no bairro da Saúde. De suas melhores lembranças, as mais especiais são as atividades dos alunos, das quais participava diretamente, como as partidas de futebol no Campo do XI de Agosto, as festas e principalmente os eventos associados à política estudantil.
¿QUEM SOU EU?
Marcela Moreira de Oliveira é natural da cidade de Salvador na Bahia. Casada, reside em São Paulo desde dezembro de 2007, quando passou a dedicar-se aos estudos para concurso público. Esta servidora é formada em Ciências Econômicas pela UFB - Universidade Federal da Bahia. Ingressou na Universidade de São Paulo em janeiro de 2010, porém trabalha como técnica administrativa no Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia desde setembro do mesmo ano. Ela gosta de estudar, viajar, sair com os amigos, ir ao cinema, ao teatro. Também adora bichos de estimação, principalmente gatos. Curte ainda ficar com a família quando vai a Salvador ou quando os familiares vêm a São Paulo. Dalva (DPMF)
RECONSTITUINDO NOSSA HISTÓRIA
Lembra com bastante nitidez do Professor Luiz Antonio da Gama e Silva, então Diretor da FDUSP ( 1959/1962) à época de seu ingresso na Universidade. Atuou também na Biblioteca, retornando mais tarde para o Setor de Bedéis, o qual mais lhe encantava. Tem boas recordações de alunos e cita com grande entusiasmo vários deles, ao mostrar fotografias tiradas à época em que transparece contentamento com o seu trabalho. Quanto aos seus hobbies, destaca namorar, acompanhar os alunos em suas atividades extracurriculares políticas, esportivas. E desse senhor de simpatia ímpar, ex-colega nosso de Arcadas, fica a lição de que, apesar das adversidades da vida no que tange à saúde vale sorrir, vale reviver o que de bom se viveu, inclusive para rejuvenescer a alma. Neurilene Gomes (S. Imprensa)
O servidor aposentado Paulo Marcos Sabará, nasceu no dia 21 de outubro de 1931; mineiro da cidade de Lavras/Minas Gerais, trabalhou no Setor de Bedéis
Que a Páscoa não seja simplesmente uma data de cunho consumista. Pois significa renovação, renascimento, busca da reconciliação com todos e conosco mesmos.
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O QUE SE FAZ? SETOR DE PATRIMÔNIO É o Setor responsável por toda movimentação física e contábil dos bens patrimoniais, próprios e de terceiros, sob a responsabilidade de Faculdade de Direito. A seguir as ações gerais da área de Patrimônio. Quanto ao gerenciamento de Bens, é possível citar:·Conscientização do usuário; Divulgação de procedimentos; Atualização de dados no Sistema Mercúrio; Realocação de bens à disposição; Transferência de bens; Baixa de bens; Realização de levantamento físico e Inventário Patrimonial; Acompanhamento de processos de doação, transferências e descarte de bens por inservibilidade. Quanto à incorporação de Bens, cabe mencionar as seguintes ações: Incorporação de bens adquiridos via empenho (compras SISPA); Incorporação de bens adquiridos com verbas de outras entidades (Convênio); Incorporação de bens patrimoniáveis que se encontram na Unidade com ou sem origem: (por Avaliação); Recebimento da documentação pertinente à incorporação dos bens; Cadastramento dos bens no Sistema Mercúrio e emissão do termo de responsabilidade; Esboço de liquidação de despesa; Criação dos locais USP/FD; Identificação física do bem, com a fixação de etiqueta patrimonial, observada a padronização da etiqueta de código de barras, gerada pelo Sistema Mercúrio. Já sobre as ocorrências patrimoniais, vale citar: Transferências, reincorporação, levantamento físico, inventário físico, registros de tombos de livros; Baixa de bens (com condições de uso ou sem condições de uso)/por descaracterização; Baixa de bens considerados como resíduos de informática para o CEDIR (Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática); Baixa de bens por doação à Entidades Filantrópicas; Baixa de bens por sinistro, furto ou roubo; Divulgação de bens móveis. Todos os procedimentos da área de Patrimônio são gerenciados pela Seção de Materiais, cuja chefia é de Margareth Augusta Batista, tendo como Gestores de Patrimônio, os servidores Maria Luiza Mello Isern (Malu) e Eurípedes Ferreira. Neste ensejo, divulga-se a implantação do novo Sistema Patrimônio Web, informando que estão à disposição de cada servidor para auxiliar na execução das ações de sua responsabilidade. confirmação de bens e solicitação de regularização de bens de seu setor. Malu (Setor Patrimônio)
E o tempo é assim... Ele pode acalentar (minhas) nossas perdas Pode até nos ampliar os horizontes Mas o tempo não pode nos trazer o que se foi; As oportunidades perdidas, o que fizemos por impulso Resta a mim, a nós: conquistar tudo outra vez E ainda assim... O conquistado não mais será o mesmo Nós já não seremos os mesmos... O sabor da conquista será outro Nem mesmo aquele cenário repetir-se-á. Neurilene Gomes (S. Imprensa)
ANIVERSARIANTES DO TRIMESTRE Janeiro Funcionário (Setor) Viviane Pitanga (Setor Copa) Marinalva Pacheco R. de Lima (Biblioteca) Regina Mª Pereira dos Santos (Biblioteca) Felipe Tsukada (S. Apoio Acadêmico) Nildo Florentino da Silva (Setor Vigilância) Ademar Guerra (Setor Audiovisual) Márcia Benedito Martins (Seção Arq. e Museu) Silvania Ramos de B. Silva (Serviço de Pessoal) Luciano Medeiros (Setor Compras) Maria da Conceição Vitor (S. Imprensa) Rosemeire Bonoto (S. Pós-Graduação) Eduardo Franzoni (Setor Audiovisual)
Dia 01 03 06 06 10 12 19 21 28 28 29 31
Fevereiro Funcionário (Setor) Maria Aparecida Mariano da Silva (Biblioteca) Eliana Aragaki Rodrigues (S. Apoio Acadêmico) José Antonio de Araújo (Setor Audiovisual) Mario Sergio de Oliveira e Silva (DEF) Hidelino Viveiros da Paixão (Setor Vigilância) Emerson Leocádio (Seção Informática) Antonio Augusto M. de Campos Neto (S.Imprensa) Guaraciaba de Barros Juk (Biblioteca) Jorge Luis M. da Silva Braggio (S. Mat. e Admin.) Maria de Lourdes da Silva Bastos (CCInN) Armando Gangi da Silva (Biblioteca) Milton Jorge da Silva (Seção Manutenção) Tobias Amancio Siqueira (Setor Almoxarifado) Yara Regina Martins (Serviços Gerais)
Dia 03 07 08 09 10 11 16 17 19 19 20 23 24 24
Março Funcionário (Setor) Jéssica Mª Martins Silva (S. Contabilidade) Edilene Domingos das N. Luciano (S. Tesouraria) Neide Ferreira Lima da Silva (DPC) Geraldo Claudio de Oliveira Filho (Seção Arq. e Museu) Matheus Roberto de Sá (Biblioteca) Aluizio Henrique Filho (Setor Vigilância) Uimara Ines de Artiaga Kristensen (Com. Graduação) Maria Lucia S. de Lima Castro (S. Alunos Graduação) Joedilson Barbosa Silva (S. Atendimento Externo) Andrea Mª Lopes de Oliveira (Seção Informática) Alexandre de Alencar Banho (S. Pós-Graduação) Maria Aparecida de Souza Sizilio (S. Pós-Graduação) Frank Lima Barreto (Setor Compras) Ana Rita Alves Meneses de Lima (S. Imprensa) Maria da Paixão M. de Queiroz (Biblioteca) Sidney Ulisses Souza de Moraes (Setor Almoxarifado) Cristiana Fátima Ferreira de Miranda (DTB)
Dia 01 05 07 08 10 12 13 14 18 19 21 21 25 27 29 29 30
Parabéns a todos!!!
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Agenda Cultural CUSTA QUASE NADA SAIR DA ROTINA... Exposição “Design da Periferia” no Pavilhão das Culturas Brasileiras no Parque Ibirapuera: com o objetivo de dar visibilidade à inventividade do povo brasileiro, este espaço expositivo está mostrando itens de sua coleção, selecionados a partir da curadoria de Adélia Borges. Quando: de 25/01 a 29 de julho/Terça a domingo, das 9h às 18h Onde: Rua Pedro Álvares Cabral, s/n, São Paulo/Tel: 5083-0199 Quanto: Grátis Curso/Oficina de Dança na Vitrine da Dança da Galeria Olido: Aprenda a dançar diferentes ritmos. E para se aprender a dançar não tem idade. É o Projeto “O Homem, a Mulher e a Música” que visa trabalhar as emoções, desenvolvem a autoconfiança e a autoestima. Vale salientar que esta atividade tem a coordenação de Danilo dos Santos. Quando: 08/03 a 30/06/Sextas das 19h às 21h/Sábados das 15h às 18h Onde: Av. São João, 473. Centro. Centro/Tel: 3397-0171 Quanto: Grátis (não é necessário fazer inscrição) Exposição “Pandora” no Paço das Artes: ocupando o chamado Espaço do Quadrado. Trata-se de uma exposição que consiste numa grande estrutura de madeira e luz – uma torre de cruzetas de madeira, utilizadas anteriormente em postes de energia elétrica nas ruas da cidade. Faz parte de um projeto do artista Claudio Cretti, no qual há menção aos valores conferidos aos objetos de arte, bem como sobre à perenidade de uma obra. Quando: 08/03 a 01/05/Terça a sexta, das 11h30 às 19h. Sábado, dom. e feriados: das 12h30 às 17h30. Onde: Av. da Universidade, 1 – Cid.Universitária/USP/Tel: 3814-4832 Quanto: Grátis Exposição “Viajantes Contemporâneos” na Pinacoteca do Estado: a mostra oferece a produção de artistas contemporâneos na condição de viajantes, por conta de programas como: residências, feiras e bienais. Apresenta trabalhos que, a exemplo dos viajantes do século passado, trazem para o Brasil um pouco do lugar visitado, numa operação de desterritorialização simbólica e cultural, em conformidade com os processos da globalização. A curadoria é de Ivo Mesquita (curador chefe da Pinacoteca). Quando: 01/01/2012 até 30/12/2013/Terça a domingo, das 10 às 17h30 Onde: Praça da Luz, n. 2 - Luz - São Paulo/Tel: 3324-1000 Quanto: Grátis aos sábados. Neurilene Gomes (S. Imprensa)
Expediente FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Diretor: Professor Titular Antonio Magalhães Gomes Filho Vice-Diretor: Professor Titular Paulo Borba Casella Assistência Acadêmica: Eloide Araújo Carneiro Assistência Administrativa:.Maria Cristina Giorlano de Moraes Diretoria do Serviço de Biblioteca e Documentação: Andréia Terezinha Wojcicki Chefia Técnica de Imprensa: Antonio Augusto Machado de Campos Neto Conselho Editorial Coordenador: Professor Associado Alysson Leandro Barbate Mascaro Editora: Neurilene Gomes da Silva (MTb 63.590/SP) Revisor: Antonio Augusto Machado de Campos Neto Diagramação: Neurilene Gomes da Silva Layout: Ana Rita Alves Meneses Lima
Demais Membros: Amanda Vieira Ferrari Gasparin Dalva Veramundo Bizerra de Souza Fábio Silveira Molina Joel Simberg Vieira Elival da Silva Ramos Eunice Aparecida de Jesus Prudente Janaína Conceição Paschoal Umberto Celli Júnior
Redação: Largo São Francisco, 95 - 1º andar -Sala 110 Anexo I - CEP: 01005-010 -São Paulo/SP Tel.: 3111-4114 - E-mail: jsf.fd@usp.br