Formação de preços markup

Page 1

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS TURMA: 4º PERÍODO B DISCIPLINA: PROJETO INTEGRADOR PROFESSOR: Me. JOSÉ ALTAMIR DE QUEIROZ BRAGA

FORMAÇÃO DE PREÇOS X CUSTOS - MARKUP ADRIANE APARECIDA DE OLIVEIRA FABIO PEREIRA SILVA MARIA DA GLÓRIA MAGALHÃES MARIANA MENDES PESSOA NEUZA MARIA DE OLIVEIRA COSTA

PATOS DE MINAS 2014


ADRIANE APARECIDA DE OLIVEIRA FÁBIO PEREIRA SILVA MARIA DA GLÓRIA MAGALHÃES MARIANA MENDES PESSOA NEUZA MARIA DE OLIVEIRA COSTA

A FORMAÇÃO DE PREÇOS X CUSTOS - MARKUP Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação da disciplina Projeto Integrador, do curso de Ciências Contábeis, do Centro Universitário de Patos de Minas, sob a orientação do Professor Me. José Altamir de Queiroz Braga.

PATOS DE MINAS 2014


A FORMAÇÃO DE PREÇOS X CUSTOS - MARKUP ADRIANE APARECIDA DE OLIVEIRA1 FÁBIO PEREIRA SILVA2 MARIA DA GLÓRIA MAGALHÃES3 MARIANA MENDES PESSOA4 NEUZA MARIA DE OLIVEIRA COSTA5 RESUMO: A formação do preço de venda é muito importante para que a empresa possa praticar a competitividade no mercado e é indispensável para poder manter o controle de seus custos e despesas. Existem diversos métodos para fazer o controle de todos os gastos que a empresa tem em sua produção, mas o mais comum é o método da planilha de markup onde são detalhados os impostos, a margem de lucro e percentual de custos e despesas que incidem sobre determinado produto, pois esse método é pratico e seguro para que a empresa possa produzir sem gerar prejuízos. PALAVRAS CHAVE: Formação de Preços, Custos, Markup. 1

INTRODUÇÃO A formação do preço de venda é utilizada por todas as empresas do mercado, pois,

desde que nasceu a economia monetária, tudo o que se vende ou negocia, necessita de um preço, ou seja, de um valor monetário para o produto ou serviço. O preço de venda é um fator que influencia o cliente na hora de suas compras, pois em mercados com muitos concorrentes, as empresas precisam ter certeza de que estão oferecendo o melhor produto, com a melhor oferta, sem perder a lucratividade. A formação do preço de venda é uma estratégia que envolve variáveis diferentes, no qual podem ser utilizados vários critérios, dependendo de fatores como prazos, taxas de juros, impostos e muitos outros. Muitas vezes, a falta de informações da maioria dos

1 adriane_1012@hotmail.com 2 avlis@outlook.com 3 maga_maria.2011@yahoo.com.br 4 marianampessoa@hotmail.com 5 neuzamocosta@hotmail.com. Alunos do Quarto Período do Curso de Ciências Contábeis do UNIPAM – Centro Universitário de Patos de Minas.


empresários sobre os seus custos e sobre o mercado de atuação faz com que tenham dificuldades na definição do preço de venda de seus produtos. Quais os métodos para a formação de preço que a empresa deve utilizar para a sobrevivência no mercado competitivo? A competitividade tem sido um dos fatores que levaram a estudar a formação de preço, tendo como objetivo maior, o lucro e manter-se no mercado. Faz-se necessário dominar esta estratégia, identificar o mercado em que se atua e os seus custos, e ter definido o objetivo que se quer alcançar. Existem diversos métodos para formar o preço de venda e tomando como base para a formação de preço, os custos, esse trabalho toma como ferramenta a utilização do Mark-up como uma alternativa, pois segundo Mendes (2009, p.127) o “Markup é uma das práticas mais comuns de política de preços”, e como explica Cogan (1999, p. 133), “é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação do preço de venda. Esse índice é tal que cobre os impostos, as taxas aplicadas sobre as vendas, as despesas administrativas fixas, os custos indiretos fixos de fabricação e o lucro.”. Partindo

dessas

teorias,

este

trabalho

buscará

responder

o

seguinte

questionamento: Por que a utilização do Markup para a formação do preço de venda? Nosso objetivo é identificar os impactos do uso do Markup para a formação do preço de venda, baseando-se nos custos, não utilizando como base o mercado, como explica Martins (2006, p. 218) trata-se de uma forma de calcular preços – de dentro para fora –, que tem como ponto de partida o custo do bem ou serviço apurado segundo o critério adotado. Como procedimento metodológico, foi adotada a pesquisa bibliográfica, consistindo numa revisão da literatura existente em livros, dissertações, artigos científicos e materiais sobre o assunto em sites na Internet. A formação de preços é muito mais do que o simples processo de acumular custos e acrescentar uma margem de lucro. Para que o preço calculado produza consequências satisfatórias no curto, médio e longo prazo, alguns princípios devem ser observados. É importante lembrar que erros no processo de formação de preços podem ter efeitos negativos sobre a empresa no curto ou longo prazo


2

REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 FORMAÇÃO DE PREÇO Determinar o preço de venda de seus produtos ou serviços representa uma das mais importantes decisões de uma empresa. Por isso, as decisões de preços devem envolver a análise das diversas variáveis quantitativas e qualitativas que exercem influência no processo de formação de preços, também chamado de precificação. A complexidade dessas variáveis, nem sempre passíveis de controle pela empresa, exige uma política de preços baseada em precisão, rapidez, flexibilidade e agilidade, para que a empresa assegure sua permanência competitiva no mercado. Esse fator pode representar o sucesso, a rentabilidade, a competitividade ou não da empresa e consequentemente, sua existência ou não. A fixação de preços de venda dos produtos e serviços é uma questão que afeta diariamente a vida de uma empresa, independentemente de seu tamanho, da natureza de seus produtos ou do setor econômico de sua atuação. (Santos, 1995, p. 4)

Esta dificuldade de formar preço de venda pode atingir toda uma cadeia produtiva, desde o fornecedor da matéria prima, passando pelo fabricante, distribuidores, varejistas até o consumidor final. Assim sendo, inúmeros são os fatores que influenciam a determinação do preço de venda, tais como, mercado, custos, concorrência entre outros. Partindo de tais fatores surgem alguns modelos para determinação de preço de venda. Um modelo de decisão de preço de venda deve ter por finalidade primordial auxiliar o gestor a encontrar a melhor alternativa de preço dado uma situação decisória, tanto na determinação de um preço especifico, como no estabelecimento de políticas e estratégias de preços. (SANTOS, 1995, p. 47).

Seguindo essa linha de pensamento, pode se enumerar alguns modelos de decisão de preço de venda que podem auxiliar o gestor na tomada de decisão: • Os modelos de decisão de preço de venda orientados pela Teoria Econômica; • Os modelos de decisão de preço de venda orientados pelo Mercado; • Os modelos de decisão de preço de venda orientados pelos Custos. Em uma pesquisa feita, ficou demonstrado que, quanto à formação de preço de venda, 50% das empresas consultadas acrescentam um percentual nos custos dos seus produtos para formar o preço de venda; 26% estabelecem seus preços através de pesquisa de mercado; 13% por critérios estimativos e 10% por indicação dada pelo fornecedor. (SOUZA apud BRAGA, 2006, p.9)

ASSEF (1999 apud BRUNI 2003 p 311) reforça a importância da formação do preço de venda, pois o mesmo tem por objetivos essenciais: • Proporcionar, em longo prazo, o maior lucro possível;


• Permitir a maximização lucrativa da participação de mercado; • Maximizar a capacidade produtiva, evitando ociosidade e desperdícios operacionais; • Maximizar o capital empregado para perpetuar os negócios de modo autossustentável. 2.2 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA BASEADO NOS CUSTOS HORGREN, DATAR e FOSTER (2004, p.385) enfatiza que ‘’custos influenciam preços por afetarem a oferta. Quanto mais baixo for o custo de produção de um produto em relação ao preço pago pelo cliente, maior será a capacidade de fornecimento por parte da empresa’’. Nas empresas que possuem sistema de custos, adotando-os como base na formação dos preços de vendas, o processo desta formação poderá se tornar prática e simples. Nesse procedimento, o conhecimento da estrutura do processo produtivo poderá se constituir como vantagem competitiva. Colocado em processos rotineiros, qualquer alteração para reavaliação do preço de venda torna-se fácil e estruturada, economizando tempo e esforços. A estruturação formal é simplificada, bastando apenas a definição de um markup (taxa de marcação). Desta forma, quando os preços de venda utilizam o custo como base de sua formação, o objetivo passa a ser a definição de um markup divisor ou multiplicador. Markup consiste em uma margem, geralmente expressa em forma de um índice ou percentual que é adicionada ao custo dos produtos. Esse custo apresentará variações dependendo do método de custeio utilizado. (MEGLIORINI, 2007, p.180)

Lere apud Santos (1995, p. 191) sugere um conjunto de regras necessárias para o estabelecimento de preço com base nos custos, e diz que, quem fixa os preços deve: 1 Determinar o custo do produto; 2 Determinar o percentual de margem a ser usado; 3 Multiplicar o percentual de margem pelo custo do produto para obter a margem em unidade monetária; 4 Somar a margem monetária ao custo do produto para determinar o preço.

2.3 CUSTOS Megliorini (2012) classifica os custos de duas maneiras:


a) O custo do produto fabricado: quando os custos são acrescidos aos produtos eles são classificados em custos diretos e custos indiretos; b) O comportamento em diferentes volumes de produção: os custos de diferentes volumes de produção são classificados em custos fixos e custos variáveis. Segundo Megliorini (2007 p7) os custos ‘’correspondem à parcela dos gastos consumida no ambiente fabril para fabricação do produto, pela aquisição de mercadorias para revenda e para realização de serviços’’. São incorporados aos estoques, quando bens tangíveis, até o momento da venda, quando passam a ser representados na DRE (demonstração do resultado do exercício) como custo do produto vendido (CPV) ou custo dos serviços prestados (CSP). Ainda, podem ser tratados na empresa comercial como elementos de composição dos custos das mercadorias sendo levado ao resultado como Custo das Mercadorias Vendidas (CMV). Os custos fazem parte do processo produtivo, ou seja, se não houver um custo não existe o produto, de uma forma ou de outra estão sempre presentes na composição de um produto ou serviço. O custo das mercadorias vendidas pode ser apurado através da equação: CMV = EI + C - EF Onde: CMV = Custo das Mercadorias Vendidas EI = Estoque Inicial C = Compras EF = Estoque Final (inventário final) No caso de produtos (bens produzidos por uma indústria), a fórmula é semelhante ao CMV: CPV = EI + (IN + MO + GGF) – EF Onde: CPV = Custo dos Produtos Vendidos EI = Estoque Inicial IN = Insumos (matérias primas, materiais de embalagem e outros materiais) aplicados nos produtos vendidos. MO = Mão de Obra Direta aplicada nos produtos vendidos. GGF = Gastos Gerais de Fabricação (aluguéis, energia, depreciações, mão de obra indireta, etc.) aplicada nos produtos vendidos. EF = Estoque Final (inventário final).


Numa empresa de serviços, a sistemática será semelhante à anterior, sendo a fórmula: CSV = SIN + (MO + GDS + GIS) – SFI Onde: CSV = Custo dos Serviços Vendidos. SIN = Saldo Inicial dos Serviços em Andamento MO = Mão de Obra Direta aplicada nos serviços vendidos GDS = Gastos Diretos (locação de equipamentos, subcontratações, etc.) aplicados nos serviços vendidos. GIS = Gastos Indiretos (luz, mão de obra indireta, depreciações de equipamentos, etc.) aplicados nos serviços vendidos. SFI = Saldo Final dos Serviços em Andamento. 2.3.1 Custos diretos Os custos diretos são os custos ligados diretamente ao processo produtivo, cujo consumo exato pode ser uma unidade fabricada. Aqueles que podem ser identificados com facilidade nos produtos e serviços gerados, o consumo de fato (MEGLIORINI, 2007). Segundo Cruz (2011, p. 33), custos diretos “são gastos ligados à produção de um bem que podem ser observados e medidos diretamente no produto, sem a utilização de rateio”. Já para Ferreira (2007, p. 53) os custos diretos “são aqueles que podem ser apropriados a uma função de acumulação de custos, seja um produto, uma atividade, um departamento da empresa”. 2.3.2 Custos indiretos Os custos indiretos podem ser determinados como custos que são incorridos na produção, mas que não podem ser medidos por unidade de produto, eles podem ser apropriados ao produto com uma base de rateio ou com outros critérios. Baseia-se no período de utilização, no tempo empregado na fabricação do produto e a quantidade de matéria prima utilizada entre outros (MEGLIORINI, 2011).

Cruz (2011, p. 35) entende por custo indireto “os gastos voltados à produção de um bem que não pode ser observado e medido diretamente no produto, sendo necessário o rateio para sua efetiva alocação ao produto”.


Para Ferreira (2007, p. 53), os custos indiretos “são aqueles que dependem de rateios, cálculos para serem alocados aos diferentes produtos que podem acumular custos”. 2.3.3 Custos Fixos Podemos definir custos fixos, como custos necessários para manter a estrutura que a empresa possui para realizar suas operações. O custo fixo permanece o mesmo independente do que se produz, porque eles não variam em relação à quantidade produzida. Em determinado período eles permanecem invariáveis, quaisquer que seja o volume da atividade. Eles podem existir mesmo sem produção (FERREIRA, 2009). Cruz (2011, p. 37) considera como custo fixo “os gastos voltados à produção de um bem que não varia de acordo com a quantidade produzida, ou seja, esses gastos podem existir mesmo que não haja a produção de nenhum bem”. Já para Ferreira (2007, p. 54), o custo é denominado fixo “quando seu total não varia de acordo como o volume de produção”. 2.3.4 Custos variáveis Pode - se dizer que são decorrentes das atividades de produção, isto é, variam conforme os aumentos e reduções no volume da produção. Segundo Ferreira (2009, p. 58), “os custos variáveis são aqueles que os valores podem variar conforme o volume de produção, quanto maior a produção maior a necessidade”. Para Cruz (2011, p. 39), os custos variáveis “são os gastos voltados à produção de um bem que varia de acordo com a quantidade produzida, ou seja, o gasto só irá existir quando houver produção”. Megliorini (2001, p. 13) por sua vez define “custo variável como os valores que aumentam ou diminuem, oscilando de acordo com o nível de produção”. 2.3.5 Custo Total Segundo Megliorini (2011, p. 12), custo total “consiste no somatório dos custos fixos e variáveis”. Sendo assim ele só poderá ser calculado após os custos fixos e variáveis estarem definidos.


2.4 DESPESAS São classificadas como sendo o sacrifício de ativos para a obtenção de receitas. Segundo Megliorini (2007 p 7), as despesas “correspondem a parcela dos gastos consumida para administrar a empresa e realizar as vendas.’’ Ou seja são os gastos incorridos fora do processo produtivo As despesas, contrárias aos custos, são confrontadas diretamente com o resultado do período, não devendo ser ativadas nos estoques. Exemplo: comissão de vendedores. Assim como os custos, as despesas também podem ser classificadas em fixas e variáveis. (Ferreira 2009) Fixas: Não variam em função do volume de vendas. Exemplo: aluguel de salas da administração geral da empresa. Variáveis; são aquelas que variam de acordo com as vendas. Exemplo: comissão de vendedores; gastos com fretes para entrega. 2.5 LUCRO Deve ser entendido como ‘’ a remuneração do capital investido pelos acionistas na empresa depois de deduzidas das receitas todos os custos e despesas do período’’. (Wernke, 2005, p. 9) Dentre muitas metas que são impostas na formação do preço de venda, uma de grande importância é atingir o lucro desejado. Uma tática muito utilizada pelas indústrias é aumentar o preço do produto ao colocá-lo no mercado, pois todo o cliente na hora da compra pedirá desconto, sendo assim, por mais que sejam dados os descontos o lucro sempre estará dentro do desejado. Megliorini (2011, p. 235) define lucro como a “diferença entre a receita líquida de vendas e o montante de custos e despesas”. Lucro = Receitas – (Custos + Despesas + Perdas) “O lucro é, genericamente, expresso por meio de margem de lucro que podem ser representados em unidades monetárias ou em percentual sobre o preço de venda.” (BRUNI, 2003, p.29). Margem de lucro é o valor que a empresa entende ser suficiente para atender as seguintes finalidades: remuneração do capital investido, reinvestimento na própria empresa,


outros investimentos de curto e longo prazo, distribuição aos sócios e empregados, a remuneração pelo risco do empreendimento, e também para compor o patrimônio da empresa. 2.6 MÉTODOS DE CUSTEIO Os métodos de custeio objetivam identificar os gastos com o processo produtivo, acumulando-os de forma organizada aos produtos. Estes custos podem ser aplicados a diferentes objetos tais como: produtos, departamentos, atividades, processos, ordem de produção, ou outras formas que o gestor possa demonstrar interesse. De acordo com Megliorini, (2007) os métodos mais utilizados de custeio são: ABC, absorção e variável. 2.6.1 Custeio por absorção Custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos. A contabilidade fiscal tradicional impõe a utilização do custeio por absorção, no qual os custos indiretos são rateados entre os produtos e serviços produzidos, de acordo com critérios tradicionais. Esse método é válido tanto para fins de balanço patrimonial e demonstração de resultados como também, na maioria dos países, para balanço e lucro fiscal. Martins (2009) explica a metodologia de aplicação do custeamento por absorção por meio de três passos básicos: · 1º passo - Separação entre custo e despesas, uma vez que despesas não podem ser alocadas aos produtos, pois pertencem ao período em que incorrem. · 2º passo - Apropriação dos custos diretos, por meio da identificação dos custos que estão diretamente relacionados com os produtos. · 3° passo - Apropriação dos custos indiretos, por meio de bases de rateio, já que estes custos não são identificáveis diretamente aos produtos.

As bases de rateio mais tradicionais para a avaliação dos custos de fabricação e contagem dos estoques são os seguintes: • Proporção dos custos diretos; • Proporção dos custos de mão-de-obra direta; • Quantidades produzidas; • Tempo utilizado pelas máquinas; • Área ocupada por linha de produção;


• Custo da matéria-prima básica.

Quadro 1 – Vantagens e desvantagens do custeio de absorção Vantagens Desvantagens - Facilidade de implantação, pois basta - A base de critérios de rateio, quase conhecer o valor dos custos e fazer com sempre que os produtos os absorvam;

existe

grande

grau

de

arbitrariedade;

-Apresenta maior relação custo benefício, - O custo fixo por unidade depende ainda ou seja, é menos trabalhoso em relação do volume de produção; pior de tudo isso, aos demais;

o custo de um produto pode variar em

- É aceito pela contabilidade fiscal e função da alteração de volume de outro tributária.

produto; - Os custos fixos existem independentes da fabricação ou não desta ou daquela unidade, e acabam presentes no mesmo montante, mesmo que ocorram oscilações (dentro de certos limites). Fonte: Crepaldi (2010)

2.6.2 Custeio direto ou variável Crepaldi (2010, p. 232) afirma que, “a expressão gastos variáveis designa os custos que, em valor absoluto, são proporcionais ao volume de produção, isto é, oscilam na razão direta dos aumentos ou reduções das quantidades produzidas”. Portanto, quanto maior for o consumo dos materiais diretos no processo de fabricação maior será sua contribuição para o aumento dos custos variáveis. O método de custeio direto ou variável não é aplicado fiscalmente, mas responde as necessidades gerenciais da empresa. Por meio dele, os custos indiretos não são levados à análise de resultados dos produtos; estes passam a ser avaliados por suas margens de contribuição. Este é um indicador precioso na avaliação de um portfólio de produtos, pois indica a contribuição de cada produto para a amortização dos custos e despesas indiretas e para a geração dos resultados finais da empresa. A margem de contribuição unitária é calculada pela diferença entre o preço de venda e os custos e despesas diretas; e a margem de contribuição total é calculada pela


diferença entre a receita de vendas bruta do produto e os custos e despesas diretas totais do produto. Assim, temos: Margem de contribuição unitária: MCU = PV - CD – DD Onde: MCU - Margem de contribuição unitária PV- Preço de venda CD – Custo direto DD – Despesa direta Margem de contribuição total: MCT = RV - CDT – DDT Onde: MCT – Margem de contribuição total RV – Receita de venda CDT – Custos diretos totais DDT – Despesas diretas totais Vejamos o exemplo a seguir: Preço de venda unitária

R$ 4,00 100%

(-) Gasto variável unitário

R$ 1,60 (40%) (IGV)

Margem de contribuição unitária

R$ 2,40 60% (IMC)

Isso significa que R$ 4,00 de vendas contribuem com R$ 2,40 para cobrir o total de gasto fixo da empresa e, se possível, para a formação do lucro. O exemplo mostra que 40% do preço de venda são representados pelo gasto variável e 60% pela margem de contribuição. O índice do gasto variável (IGV) e margem de contribuição (IMC) foram calculados a partir das seguintes fórmulas: IGV = GVu/PVu X 100% ICM = 100% - IGV O ponto de equilíbrio ocorre quando a receita total e igual ao gasto total (custo e despesas), gerando resultado nulo, pois não há lucro ou prejuízo. O principal objetivo na análise do ponto de equilíbrio é conhecer o nível mínimo de venda ou produção que deve ser praticado na empresa para se obter um lucro desejado. Para que seja possível a aplicação da


relação custo – volume – lucro na análise do ponto de equilíbrio, é preciso calcular o ponto de equilíbrio em quantidade (PEq) e o ponto de equilíbrio em valor (PEvr). Para determinar o PEq, considera-se o lucro igual a zero. A fórmula do PEq será: 0 = [(PVu – Cvu) x Q] – CF Q = GF/ PVu - CVu PEq = CF/ MCu Onde: CF = custo fixo mais despesa fixa; PVu = preço de venda unitário; Q = quantidade produzida em unidades; CVu = custo variável mais despesa variável por unidade. O ponto de equilíbrio em valor (PEvr) será determinado a partir da seguinte fórmula: PEvr = GF/ 1- Cvu/PVu

O ponto de equilíbrio pode ser classificado em contábil, econômico e financeiro. As fórmulas apresentadas anteriormente representam o ponto de equilíbrio contábil. O ponto de equilíbrio econômico será o ponto onde a empresa deseja obter um lucro mínimo ou um retorno desejado do lucro. Nesse caso, é necessário que a margem de contribuição cubra os custos e despesas fixas e, ainda, proporcione o lucro mínimo desejado. As fórmulas do ponto de equilíbrio em quantidade e em valor terão os seguintes ajustes: PEq = CF + Lucro Desejado /MCu O ponto de equilíbrio poderá ajudar o gestor a tomar decisões sobre: (i) as alterações no processo de vendas em vista do comportamento do mercado; (ii) as políticas de vendas em relação a lançamentos de novos produtos; (iii) a definição da capacidade máxima e mínima de produção; (iv) a formação do preço de venda. A principal limitação é fornecer uma análise estatística da empresa, pois não se considera no ponto de equilíbrio todo o dinamismo dos negócios da empresa, como, por exemplo, capacidade dos recursos humanos, qualidade da matéria-prima, funcionamento das máquinas e sistema de organização da produção.


Quadro 2 – Vantagens e desvantagens do custeio direto ou variável Vantagens - Destaca o custo fixo (que independe do

Desvantagens - Não é aceito na elaboração dos relatórios

processo fabril);

contábeis, pois fere os Princípios

- Não ocorre a prática do rateio, por vezes

Fundamentais de Contabilidade;

arbitrário;

- O valor dos estoques não mantém

- Evita manipulações;

relação com o custo total.

- Fornece o ponto de equilíbrio. Fonte: Crepaldi (2010) 2.6.3 Custeio baseado em atividades (ABC - Activity-Based Costing) Através do método ABC, busca-se identificar as atividades que contribuem, de forma específica e a mais direta possível no processo produtivo. Diferentemente dos métodos custeio por absorção e custeio direto, em que os custos indiretos eram rateados por critérios aleatórios (absorção) ou eram amortizados, integralmente, pela margem de contribuição total dos produtos (custeio direto), no ABC a lógica é voltada para o custeio das atividades que geraram os custos e despesas e para os motivos principais de suas gerações (os chamados direcionadores de custos de atividades). Para Leone(2009, p.241apudCATELLI e GUERREIRO, 1994): O sistema ABC corresponde ao custeio baseado em atividades. Esse sistema parte da premissa de que as diversas atividades desenvolvidas pela empresa geram custos, e os diversos produtos consomem/utilizam essas atividades. Na operacionalização do sistema, procura-se estabelecer a relação entre atividades e produtos, utilizando-se o conceito de cost drives, ou direcionadores de custos. Apuram-se os custos das diversas atividades, sendo esses custos alocados aos produtos via direcionadores.

Ressalte-se que, assim como nos demais métodos de custeio, a lógica do ABC é originária do segmento industrial. O método surgiu, basicamente, em razão da precariedade das informações gerenciais proporcionadas pelos critérios anteriores, visto que, com a série de modelos desenvolvidos a partir da década de 1980, tais como reengenharia de sistemas, robotização das fábricas, sistemas da qualidade total e suas vertentes, downsizing etc., houve considerável modificação no perfil de custos das indústrias, com redução significativa nos custos diretos: leia-se mão-de-obra direta e reciprocidade nos custos indiretos de produção, e despesas indiretas de controle e gestão.


Como os custos indiretos passaram a ser muito representativos no total geral das indústrias, havia necessidade de melhor controlá-los, alocando-os de modo mais fundamentado aos diversos objetos de custeio, por meio das atividades desenvolvidas. Uma atividade pode ser descrita como uma série de processos interligados, utilizando diversos recursos, com o intuito de agregar valor à atividade-fim da empresa. Assim, enquanto no sistema tradicional de contabilidade os diversos departamentos são divididos de acordo com suas atividades principais, ou seja, Departamentos de Compras, Industrial, Vendas etc., no ABC são analisados as atividades desenvolvidas por toda a empresa, envolvendo diversos departamentos. Vejamos o exemplo do processo de compras, ou seja, para que a atividade “comprar insumos” seja desenvolvida por um setor específico da empresa e que, para definir esse montante, sejam necessárias diversas atividades anteriores, tais como planejar vendas, analisar o mercado potencial, contatar fornecedores, pesquisar os melhores preços de insumos etc. Como se vê, esse é um processo no qual diversos setores da empresa têm participação e será consumado no ato de emissão do pedido de compra. Várias atividades profissionais e recursos adicionais foram necessários, tais como tempo de máquinas de computadores, espaço físico ocupado pelos responsáveis pelas informações, salários e encargos, despesas telefônicas etc. Enquanto pelo custeio por absorção essas despesas seriam levadas a custos de produção rateados e no custeio direto deveriam ser amortizadas pela margem de todos os produtos, pois não seriam perfeitamente alocáveis a cada produto, no custeio ABC analisaríamos os custos da atividade “comprar insumos”, alocando-os a cada produto fabricado de acordo com o direcionador mais apropriado, tal como o número de pedidos de compra necessários para fabricar cada produto. O Custeio ABC torna o critério aleatório da absorção mais lógico, mas não deixa de ser um rateio mais elaborado e mais aplicável. Com o mapeamento das atividades que geram custos e despesas indiretas, podemos chegar ao lucro antes dos impostos por unidade, o que é algo interessante, desde que os critérios estejam corretos. Quadro 3 – Vantagens e desvantagens do custeio ABC Vantagens Desvantagens - Proporciona melhor visualização dos - Gastos elevados para implantação; fluxos de processos;

- Alto nível de controles internos a serem

- Identifica os produtos e clientes mais implantados e avaliados; lucrativos;

- Leva em consideração muitos dados com

- Eliminam/reduzem atividades que não informações de difícil extração;


agregam aos produtos um valor percebido pelo cliente;

Dificuldade

de

envolvimento

e

comprometimento dos empregados da

- Melhoram significativamente sua base empresa; de informações para tomada de decisões; -

Geram

informações

- Não é aceita pelo fisco, gerando a

gerenciais necessidade de possuir dois sistemas de

relativamente mais fidedignas por meio de custeio; redução do rateio;

- Alto nível de controles internos a serem

- Identifica o custo de cada atividade em implantados e avaliados; relação aos custos totais da entidade;

- Necessidade de revisão constante;

- Pode ser empregado em diversos tipos -

Necessidade

de

reorganização

da

de empresas (industriais, comerciais, de empresa antes de sua implantação; serviços, com ou sem fins lucrativos).

-

Necessidade

de

formulação

de

procedimentos padrões. Fonte: Crepaldi (2010)

2.7 Markup A formação de preços baseado nos custos através do markup se dá de forma simples, pois é a mera aplicação de um índice, multiplicador ou divisor, sobre os custos e despesas. Segundo Santos (1995), o markup tem como finalidade cobrir as seguintes contas: - impostos sobre vendas; - taxas variáveis sobre vendas; - despesas administrativas fixas; despesas de vendas fixas; - custos indiretos de produção fixos; - lucro. Bernardi (1998, p. 250) define: O markup pode então ser definido como índice ou percentual que irá adicionar-se aos custos e despesas, o que não significa que deva ser aplicado linearmente a todos os bens e serviços. Na prática, facilmente pode ser confundido markup com o lucro da venda, pois além dos custos e despesas a entidade empresarial terá o custo tributário.

Quanto à elaboração, segundo Wernke (2005), existem duas formas de calcular o Markup: o Markup divisor e o Markup multiplicador. Independentemente de qual tipo seja


utilizado, o valor do preço de venda a ser praticado será igual nas duas modalidades de Markup. 2.7.1 Formula do Markup Markup Divisor: [100% - (% DV + % DF + % ML)]: 100 Onde: DV = Despesas

Variaveis

DF = Despesas

Fixas

ML = Margem

de Lucro

Ex: - [100% - (10% + 25% + 12%)]: 100 - [100% - (47%)]: 100 - [53%]: 100 = 0,53 Em um exemplo prático ficaria assim: - Tomamos um exemplo de um Produto ou Serviço que foi Vendido por R$500,00. Com impostos sobre a Venda representado 18%, comissão 10%, Encargos Financeiros 4,5% e o Lucro 12%. A Soma destes percentuais representa o valor do markup de venda, assim o markup é 44,5% do preço de venda. Como o produto ou serviço foi vendido por R$500,00, então R$222,50 serão destinados para pagamento das contas do markup (R$90,00 para Impostos sobre a Venda, R$50,00 para Comissão, R$22,50 para Encargos Financeiros e R$60,00 para o Lucro). Os outros 55,5% que é igual a R$277,50 serão destinados para o pagamento do custo de produção. Podemos dizer também que os 55,5% representa o markup divisor, ou coeficiente Divisor. O markup divisor é o percentual que se obtém tomando (1) um inteiro (100%) e deste subtraindo o percentual do Markup de Venda. Tomando-se o custo de produção e dividindo pelo percentual do markup divisor se obtém o preço de venda. No exemplo acima o custo de produção é de R$277,50. Se tomarmos


este valor e dividí-lo por 0,5550 (55,5%) teremos como resultado R$ 500,00, que é o preço que foi vendido o produto ou serviço. 277,50 / 0,555 = 500,00

Markup Multiplicador:

1 / markup divisor

Ex: - 1: 0.53 = 1,887 Em um exemplo prático ficaria assim: Conforme valores do exemplo acima: 1 (um inteiro) / 0,555 (markup divisor) = 1,801802 277,50 * 1,801802 = 500,00

277,50 * 1,801802 = 500,00

3

CONSIDERAÇÕES FINAIS Para que a empresa mantenha-se, e consiga arcar com suas obrigações é

necessário que ela possua o controle das informações que determinem o seu resultado. É preciso que ela conheça todos seus gastos e assim possa atingir o discernimento necessário para estabelecer o seu preço de venda ideal. O método de precificação por markup, como vimos nos exemplos, é uma forma simples, rápida e de fácil entendimento para compor o preço de venda que garanta o pagamento de todos os custos e despesas e se obtenha o lucro pretendido, mas por ser um método de dentro para fora, exige atenção a outros fatores como, aceitação do cliente, mercado concorrente, produtos substitutos. É importante salientar também que como o markup contempla impostos, estes podem ser diferentes para cada item. Devido à crescente competitividade, antes de formar preço e definir suas políticas de vendas, as empresas deverão fazer um diagnóstico o mais completo possível, acerca do


mercado que atuam do ambiente externo que está inserida, da concorrência, além dos pontos fortes e fracos existentes em sua estrutura patrimonial. O sistema de custos que a empresa se utiliza deverá estar continuamente em análise quanto a sua capacidade de gerar as informações sobre a estrutura interna, necessárias ao pleno conhecimento de seus pontos fracos e fortes, comparativamente àqueles observados na concorrência. Este aspecto de grande viabilidade, aliado às análises desenvolvidas poderá proporcionar à empresa maiores possibilidades em bem conhecer seus procedimentos na produção de produtos e/ou serviços, permitindo também melhor análise e principalmente contribuindo de forma muito significativa para que a empresa alcance o lucro desejado.


REFERÊNCIAS BRAGA, Josué Pires. Um Estudo Empírico sobre a Influência da Antecipação Parcial do ICMS no Processo de Formação de Preço nas Pequenas Empresas optantes do Simples Bahia. XIII Congresso Brasileiro de Custos, 2006. BRUNI, Adriano Leal; FAMÀ, Rubens. Gestão de Custos e formação de preços: com aplicação na calculadora HP 12C e Excel – 2. ed. – São Paulo : Atlas, 2003. COGAN, Samuel.Custos e Preços:formação e análise: São Paulo: Pioneira, 1999. CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade de Custos. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. CRUZ, June Alisson Westarb. Gestão de Custos: Perspectivas e Funcionalidades. Curitiba: Ibpex, 2011. FERREIRA, Ricardo Jose. Contabilidade de custos. 5 ed. Rio de Janeiro, Ferreira 2009. HORNEGREN, George T.; DATAR, Srikant M.; FOSTER, George. Contabilidade de Custos.v.1: Uma abordagem gerencial – 11. ed.São Paulo : Prentice Hall, 2004. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9ª ed. São Paulo: Atlas, 2009. MEGLIORINI, Evandir. Custos,Análise e gestão. 2. ed. São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2007. MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e Gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. MEGLIORINI, Evandir. Custos: Análise e Gestão. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia: Fundamentos e Aplicações. 2ª Ed. São Paulo: Pearson, 2009. SANTOS, Roberto Vatan dos. Modelos de decisão para Gestão de Preço de Venda. Dissertação de mestrado apresentada a FEA – USP. São Paulo, 1995. WERNKE, Rodney. Análise de Custos e preços de venda: (ênfase em aplicações e casos nacionais) – São Paulo: Saraiva, 2005.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.