Água Viva - TFG Arquitetura | 2018

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ÁGUA VIVA

Uma proposta de requalificação urbana

Nícolas Melo TC Arquitetura e Urbanismo

Junho 2018



Universidade Paulista Instituto de Ciências Exatas e Tecnologias Curso de Arquitetura e Urbanismo

Trabalho de Conclusão

ÁGUA VIVA UMA PROPOSTA DE REQUALIFICAÇÃO URBANA

Nícolas Melo Gonçalves Pedroso da Silva

Orientação | Fernanda Haddad

Junho / 2018


AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à Deus por

ter

aberto os meus olhos para o fascinante mundo da Arquitetura e por ter concedido tantas

experiências

fantásticas

durante

estes seis anos de academia. Agradeço à minha família, meus irmãos Fábio Melo e Renato Melo pelo apoio e incentivo. Com muito amor, agradeço à minha mãe, Mirian Gonçalves, pelo suporte e companheirismo e que junto ao meu amado pai, Antonio Silva (in memoriam) nunca mediu esforços para fazer com que eu obtivesse o melhor acesso à educação. Agradeço à minha Professora orientadora Dra. Fernanda Haddad que com maestria soube apontar a melhor direção para o resultado deste trabalho. Por fim, porém não menos importantes, agradeço às pessoas especiais que conheci durante estes anos, entre elas (em ordem alfabética): Angela Fabiane, Bárbara Djighalian, Barbara Martins, Bruno Breda, Camila Patrício, Camila Rochetto, Danila Rodrigues, Erika Taniguchi, Fernando Lima, Karina Galdi, Marco Antônio, Patrícia

Lemos,

Patricia

Melo,

Pedro

Warren, Rafael Bruno, Ronald Soares, Rúbia Michelucci, Tamires Branco e Thaís Marcílio.


RESUMO Este Trabalho de Conclusão tem como tema uma Intervenção Urbana e como sua correta inserção é capaz de revitalizar o espaço público. Para discorrer sobre o tema, alguns conceitos

importantes

sobre

urbanidade

serão retomados e como resultado, será apresentado o ensaio para um parque urbano e edifícios de uso misto na Região da Água Branca (Lapa), em São Paulo.

ABSTRACT This Completion Work has as thematic, an Urban Intervantion and how its correct insertion is capable of revitalize the public space. To expatiate about the theme, some important

concepts

about

urbanity

will

be revisited and as a result, there will be presented a rehearsal for an urban park and mixed use buildings at Água Branca region, Lapa district, São Paulo, Brazil.


SUMÁRIO 01. Conceitos

08

02. RMSP e seus desafios

14

03. Água Branca

28

04. Leitura Urbana

38

05. Revitalização Urbana

50

06. Estudos de Caso

56

07. Proposta de Intervenção Urbana

70



Localização da intervenção na mancha urbana da RMSP. Fonte: Google Earth, 2018

08


INTRODUÇÃO

A RMSP (Região Metropolitana de

São Paulo), assim como outras metrópoles globais,

enfrenta

desenvolvimento

grandes urbano,

desafios

de

sobretudo

em

aspectos relacionados à moradia, transporte e meio ambiente. Este cenário nos instiga a pensar novos modelos de ocupação do território e arquiteturas reagentes no combate ao crescimento desordenado da cidade.

A proposta de intervenção Água Vida

localiza-se na Água Branca (Lapa): região central da Cidade de São Paulo de expressiva influência metropolitana e potencial urbano.

Em

caráter

conceitual,

o

objetivo

é promover a revitalização de um eixo perpendicular às principais vias do perímetro da OUCAB (Operação Urbana Consorciada Água Branca), Av. Marquês de São Vicente e Marginal Tietê, assim como recuperar o espaço público como cotidiano a partir da implantação de um parque urbano e edifícios de uso misto.

Para abordar o tema, o trabalho retoma

brevemente conceitos teóricos e técnicos sobre as cidades e a Metrópole. Por fim a análise da região da Água Branca fará frente às justificativas complementares ao projeto. 09


CONCEITOS

01

Acrópole - Atenas: local de congregação de pessoas wFonte: Nations online, 2017


AS CIDADES Dentre os conceitos atuais sobre a

urbanismo ou no impacto que o objeto

palavra “cidade”, o dicionário Houaiss a

arquitetônico opera, o conceito comum entre

classifica como:

esses pensadores é a necessidade das

cidades retomarem sua urbanidade a partir da

“aglomeração humana de certa importância, localizada numa área geográfica circunscrita e que tem numerosas casas, próximas entre si, destinadas à moradia e/ou a atividades culturais, mercantis, industriais, financeiras e a outras não relacionadas com a exploração direta do solo”.

humanização dos espaços públicos.

Uma das características mais comuns

presentes nessa agenda é a crítica à predominância do automóvel na cidade.

Embora esta definição possua aspectos

Para esses críticos, é necessário garantir a

contemporâneos, é possível notar que a

diversidade modal nos meios de transporte e

cidade passou por uma série de mutações ao

priorizar alternativas coletivas e sustentáveis

longo da história.

de mobilidade.

A congregação de pessoas em espaços

Em conjunto, a ideia sobre a cidade

públicos pode ser identificada já no período

com funções segregadas, como previa o

pré-histórico. Em seu livro “A história das

pensamento

cidades”,

negada e desencorajada.

Leonardo

transformação

Benevolo

desse

analisa

ambiente

a

coletivo

moderno,

é

comumente

Sugere-se então, o modelo de cidade

que vai desde as sociedades neolíticas

compacta, sustentável e igualitária, com

na formação das aldeias e abrange todos

a implantação de edifícios de uso misto,

os modelos subsequentes, pelos quais se

aproximando cada vez mais as pessoas em

destacam: Atenas, Roma, a cidade medieval,

suas atividades cotidianas, e promovendo

o período da industrialização e a cidade

a apropriação e revitalização dos espaços

moderna.

públicos.

A discussão sobre os centros urbanos e

os desafios que envolvem o seu crescimento é

vastamente

abordada

contemporâneos.

Seja

na

por

urbanistas

extensão

do 11


Trânsito na Cidade de São Paulo Mobilidade Humana, 2018

12


Jan Gehl em “Cidades para pessoas”, 2010:

“O carro espreme a vida urbana para fora do espaço público. (...) Se todas as cidades desenvolverem um sistema de ciclovias e de transporte público eficiente, se reduzirem a ênfase do transporte privado, conseguirão reduzir o tráfego. (...) A cidade deve ser para as pessoas e não para o trânsito” Jane Jacobs em“Morte e vida das grandes cidades”, 1961:

“As cidades monótonas, inertes, contêm, na verdade, as sementes de sua própria destruição e um pouco mais. Mas as cidades vivas, diversificadas e intensas contêm as sementes de sua própria regeneração, com energia de sobra para os problemas e as necessidades de fora delas.” Rem Koolhaas em “A cidade genérica” - S M L XL, 1995:

“A única atividade é comprar. Mas porque não considerar compras como algo temporário, provisório? Vem tempos melhores. É nosso próprio erro não pensamos em nada melhor para fazer. Os mesmos espaços inundados por outros programas - livrarias, banheiros, universidades. Seria tremendo, ficaríamos impressionados com a sua grandeza. Richard Rogers em “Cidades para um pequeno planeta”, 1997:

“A cidade sustentável é uma cidade compacta e policêntrica, que proteja a área rural, concentre e integre comunidades nos bairros e maximize a proximidade.” 13


A EXTENSÃO METROPOLITANA

De acordo com o IBGE (2016), entende-

se como metrópole:

Dentro deste conceito, as metrópoles

podem

ser

Com

os

avanços

da

tecnologia,

acesso à informação e as novas demandas

“Espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua população e relevância política e socioeconômica, tem influência nacional ou sobre uma região que configure, no mínimo, a área de influência de uma capital regional.”

áreas rurais para os grandes centros urbanos.

Em 2016, a Organização das Nações

Unidas (ONU) publicou em seu relatório

subcategorias. A metrópole regional, que

“Cidades do Mundo” números relacionados

limita sua área de atuação a uma extensão

ao crescimento populacional das cidades. De

setorial,

acordo com o documento, 54% da população

Goiânia

ou

em

enfrentando um fenômeno migratório de

três

como

caracterizadas

de mercado, cidades do mundo todo vêm

Manaus.

A

metrópole nacional que atua com uma

mundial

abrangência de influência dentro de todo

urbanos. A projeção realizada revela que

o país, como Porto Alegre, e Brasília. E

ainda neste século esse percentual chegue

a metrópole global, que em geral possui

até 66%. Os números ainda mostram que nos

uma relação geográfica e socioeconômica

últimos anos, as megacidades (a partir de 10

complexa, estabelecendo uma influência que

milhões de habitantes) foram de 14 para 29.

em vezes ultrapassa os limites nacionais,

como São Paulo e Rio de Janeiro (IBGE,

problemas

2016).

urbana,

principalmente, questões

A Cidade do México, por exemplo, é

se

encontra

hoje,

em

centros

Este crescimento desenfreado acentua relacionados

transporte,

à

meio

infraestrutura ambiente

sociais

e

e, de

considerada a quarta maior metrópole do

moradia. Para a organização, o modelo atual

mundo. Caracterizada como uma metrópole

de urbanização no mundo é insustentável. A

global, ela tem mais de vinte milhões de

conclusão do relatório reforça a necessidade

habitantes. Sua extensão territorial é de

da criação de novos padrões que respondam

7.866km² e compreende um total de 60

aos desafios da desigualdade social como

municípios, sendo um desses, fora do estado

o aumento de assentamentos irregulares e

do México (OECD, 2015).

favelas.

14


A METRÓPOLE E EU

Meu desejo em abordar a cidade em sua

Diante de todo o conhecimento que

extensão metropolitana, muito se deve ao fato

obtive dentro do ambiente acadêmico, me dei

de eu vivenciar este contexto diariamente.

conta de como a RMSP carece de um novo

modelo de desenvolvimento. Precisamos

Sempre morei em Caieiras, um dos 39

municípios integrantes da RMSP, porém

urgentemente

nunca havia me dado conta da relevância da

compactas e multifuncionais. Somente assim

metrópole em meu cotidiano. Quando criança,

é possível garantir uma metrópole saudável.

de

cidades

sustentáveis,

sempre tive essa sensação: de dia, a cidade pacata, vazia e de certo modo, monótona. Todos haviam saído para trabalhar, estudar e comprar em “São Paulo”. Ao final da tarde uma efervescência absurda de pessoas retornando. Trânsito e transporte público sentiam essa mudança repentina.

Uma coisa era observar o contexto, outra

era fazer parte dele. Meu primeiro emprego foi em São Paulo e a partir daí nunca mais me imaginei trabalhando em outro lugar. É uma sequência repetida de atividades: acordar cedo, encarar o transporte público em condições desfavoráveis, trabalhar, estudar e retornar. Uma rotina que começa às 06h00 e termina por volta das 23h30.

Embora sempre tenha realizado a maior

parte de minhas atividades na cidade de São Paulo, ao menos 4 horas do meu dia sempre foram destinadas ao deslocamento. 15


RMSP E SEUS DESAFIOS

02

Lotação na plataforma de trens da estação da Luz Fonte: spressoSP, 2017


EXPANSÃO DA MANCHA URBANA

Para

RMSP

entendermos

(Região

a

dinâmica

Metropolitana

de

da São

responsável por 18% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional (EMPLASA)

Paulo), tomaremos como parâmetro dados

importantes publicados no PDUI (Plano de

novos habitantes chegam à metrópole, contudo

Desenvolvimento Urbano Integrado). Este

seu crescimento demográfico vem diminuindo

documento foi elaborado de acordo com a

desde a década de 1980 (PDUI, 2015).

determinação

do

Estatuto

da

Metrópole,

Estudos revelam que a cada hora, 30

A estrutura urbana da RMSP conta

Lei Federal nº 13.089 de 2015 e tem como

com a melhor rede de empregos, comércio,

principais diretrizes, temas relacionados à

serviços, ensino, saúde e cultura do país.

ocupação orientada, melhor aproveitamento

Entretanto essa variedade de oferta está em

do uso do solo e desenvolvimento em

descompasso com questões relacionadas à

concordância com demandas ambientais.

mobilidade, meio ambiente e habitação. (PDUI,

2015)

A RMSP teve seu nome formalizado no

ano de 1973. De acordo com a ONU, no ano

de 2014 ela era a sexta maior metrópole do

presentes na região é a migração pendular,

mundo. Junto a outras regiões metropolitanas,

onde parte expressiva da população trabalha

ela forma a terceira maior macrometrópole do

e estuda em cidades vizinhas. Este processo

planeta e a rede de cidades mais importante

migratório diário é causado pelo alto volume

do Brasil. A concentração de atividades

de espaços fragmentados na RMSP. Por

diversificadas

em

exemplo, a região sudoeste da cidade, que

questões econômicas que influenciam todo o

vai desde a Av. Paulista até os bairros da Zona

contexto nacional e até mesmo internacional

Sul concentra um grupo de faixa de renda

(PDUI, 2015).

superior aos bairros e cidades periféricas.

Em 2014 foi apontado que a RMSP

Essa distribuição desigual do espaço na cidade

possui cerca de 21 milhões de habitantes e

diferencia a forma com a qual esses grupos

corresponde a quase 50% da população do

lidam com a relação de deslocamento entre

Estado de São Paulo. Essa região também é

trabalho e moradia. (ANTICO, 2016)

exerce

impacto

direto

Um dos maiores fenômenos urbanos

17


1881

1914

1952

1972

1905

1930

1962

1983

Evolução da mancha urbana na metrópole ao longo dos anos. Fonte de dados : FAUUSP, 2017

18


2015

Mancha urbana no ano de 2015 Fonte de dados: IBGE, 2015

19


HABITAÇÃO, TRANSPORTE E MEIO AMBIENTE

De acordo com o Habitasampa, a cidade

Este

fator

está

relacionado

a

de São Paulo possui atualmente 1705 favelas

desigualdade

cadastradas e 2334 cortiços. Esses números

Enquanto os mais ricos possuem condições

revelam o déficit na relação emprego x

de habitar e subsidiar suas vidas nas regiões

moradia que perdura desde a década de 30

centrais, a camada da população de baixa

com a migração nordestina para a região

renda se encontra majoritariamente nas

sudeste do país (Ferrari, 2005).

regiões

2011)

A oferta de emprego na região central

e

periféricas

segregação

da

urbana.

cidade.(VILLAÇA,

nunca favoreceu a permanência dentro dela. Habitar na cidade de São Paulo de forma digna é para muitos uma tarefa impossível.

Favela Vila Brasilândia Fonte: Veja, 2012

20


LEGENDA favelas cortiรงos

Mapa de favelas e cortiรงos na Cidade de Sรฃo Paulo Manipulado pelo autor com base nos dados do Geosamapa, 2017

21


A

dificuldade

na

mobilidade

dentro

Em 2017 a Folha de São Paulo analisou

da metrópole é outro desafio. As mesmas

informações fornecidas pelo Metrô de São

pessoas que moram nas bordas da cidade,

Paulo e o Governo Metropolitano de Seul,

realizam diariamente viagens em condições

revelando o seguinte cenário: enquanto o metrô

desumanas.

o

de São Paulo conta com 78 km de extensão e

deslocamento metropolitano sempre foi a

68 estações, a capital Coreana possui 327

utilização de trens e metrôs, porém São Paulo

km e 302 estações. O que mais impressiona

ainda não atingiu sua demanda e potencial

é o fato das duas cidades terem iniciado suas

máximo. Na verdade, não há nenhuma linha

operações metroviárias no mesmo ano, em

de metrô que tenha ultrapassado os limites da

1974.

cidade. O trem é o único a exercer essa função.

Uma comparação a respeito de transporte

a extensão das linhas de metrô, São Paulo

sobre trilhos em cidades de países emergentes

ainda não satisfaz as reais necessidades de

pode ser feita com Seul, Coréia do Sul.

mobilidade metropolitana sobre trilhos.

22

A

melhor

opção

para

Mapa da rede metroviária da cidade de Seoul, Coréia do Sul. Fonte: Seoul Sublet, 2017

Por mais que existam projeções para

Mapa da rede metroviária da cidade de São Paulo Fonte: Metrô, 2017


LEGENDA linhas de trem linhas de metrô linhas de ônibus

Mapa de transporte público na Cidade de São Paulo Manipulado pelo autor com base nos dados do Geosamapa, 2017

23


Como em qualquer cidade do mundo, a

índice de desmatamento zero, onde mais

formação da RMSP trouxe consigo um preço

árvores foram plantadas do que cortadas.

muito alto a ser pago. Os mapas apresentados

Esses dados apontam um grande avanço

anteriormente mostram o caminho reverso

no combate ao desmatamento, mas a ONG

do crescimento da mancha urbana - o

diz que o próximo desafio é fazer o caminho

desmatamento do meio ambiente.

reverso, ampliando a área verde.

Existem

De acordo com o Relatório Anual

ainda,

ações

voltadas

realizado pela SOS Mata Atlântica, no ano de

diretamente à massa edificada da cidade.

2016 72% da população brasileira vivia nesta

O plantio de árvores urbanas e a criação

região. O documento revela que nos últimos

de parques, por exemplo, são de extrema

30 anos, a Cidade de São Paulo já teve uma

importância, pois melhoram a qualidade

redução de 83% em seu desmatamento e

do ar, além de colaborar com a geração de

no ano de 2017 atingiu pela primeira vez o

microclimas e diminuir as ilhas de calor.

Contraste entre a ocupação urbana e a Mata Atlântica Fonte: Igreja AMA Atlântico

24


LEGENDA temperatura elevada

temperatura amena Mapa de temperatura mĂŠdia na Cidade de SĂŁo Paulo Manipulado pelo autor com base nos dados do IPT, 2017

25


A cidade de São Paulo está localizada

Seja pela ocupação irregular próximo

dentro da grande Bacia do Alto Tietê que

às nascentes e mananciais, o despejo de

é

de

esgoto na rede de captação de águas pluviais

água à aproximadamente 20 milhões de

ou o uso indevido e desenfreado da água,

pessoas. Essa rede conta com mais de 200

preservar este bem finito é uma questão de

cursos d’água, onde a maioria se encontra

urgência e que determinará o destino das

canalizado (SEADE, 2013).

futuras gerações.

responsável

pelo

abastecimento

Nos últimos anos, foram realizados

Precisamos somar esforços para que o

alguns projetos de preservação dos recursos

meio ambiente seja aos poucos reconstituído

hídricos e recuperação das margens dos rios

até

e córregos. Entre essas ações destacam-

favorável.

atingirmos

um

ponto

de

equilíbrio

se o Pomar Urbano (1999), realizado pela Secretaria do Meio Ambiente e o Programa Córrego Limpo (2007), parceria entre a Prefeitura e a SABESP. As iniciativas têm por objetivo, respectivamente: a recuperação ambiental e paisagística do Rio Pinheiros e a despoluição de mais de 100 córregos do Rio Tietê.

Com o rápido crescimento da mancha

urbana,

existe

uma

complexidade

na

preservação e recuperação de mananciais e recursos hídricos. Entretanto, no ano de 2014 a metrópole enfrentou a maior crise hídrica de sua história, fazendo com que essa demanda tomasse mais força e relevância no nosso cotidiano. 26

Esgoto em córrego na Vila Brasilândia, São Paulo Fonte: Folha de São Paulo, 2017


LEGENDA รกreas verdes hidrografia

Mapa de รกreas verdes e hidrografia na Cidade de Sรฃo Paulo Manipulado pelo autor com base nos dados do Geosampa, 2017

27


Os problemas da RMSP que se referem

à habitação, transporte e meio ambiente são temas que juntos operam causa e consequência entre si, portanto não devem ser tratados isoladamente.

Entender os conceitos da estrutura

metropolitana de São Paulo nos auxilia na formulação de hipóteses urbanas racionais e que se adequem às novas demandas da sociedade.

Além disso, permitem a criação de

políticas de integração, onde todos os setores, sobretudo a população, podem conjuntamente para

corrigir

tomar

decisões

equívocos

desenvolvimento

urbano

e

efetivas

promover de

o

maneira

igualitária e sustentável para as futuras gerações.

28


LEGENDA favelas cortiços áreas verdes hidrografia linhas de trem linhas de metrô linhas de ônibus

Mapa síntese Manipulado pelo autor

29


ÁGUA BRANCA

03

Sobreposição do traçado original do Rio Tietê com o tecido urbano atual Fonte: Google Earth e Geosampa


MORFOLOGIA URBANA

A Água Branca, localizada no Bairro da

nos anos de 1867 e 1874, respectivamente

Lapa, foi uma região de importante relevância

(RAMOS, 2012).

no desenvolvimento da Cidade de São Paulo.

Seu nome está associado às suas então

fábricas, destacando-se o importante papel

águas límpidas que no início do século XIX

de Francisco Matarazzo, a região tornou-se

originaram o córrego da Água Branca, hoje

um grande polo industrial que a partir deste

canalizado na altura das Av. Sumaré e Rua

ponto assumiu características de bairro

Turiassú.

operário. (SUB. LAPA)

Com os investimentos na implantação de

Vale lembrar que naquele momento o Rio

Tietê, ainda contava com sua conformação original, com grandes áreas de várzea e vegetação densa. Com a ferramenta de medição do Geosampa é possível identificar uma larga extensão transversal (mais de 1km de distância) se comparado ao seu eixo atual.

Seu traçado sinuoso e a baixa inclinação

para o escoamento tornava toda a região inundável, o que desestimulou a ocupação urbana, mas em contrapartida, ofereceu perfeitas condições topográficas para a instalação da rede ferroviária. Além de ser um grande equipamento de lazer aos finais de semana.

O principal objeto que impulsionou o

crescimento da região foi a criação da estação de trem que atendia as linhas férreas São Paulo Railway e Estrada de Ferro Sorocabana

Nadador no Rio Tietê, ainda próprio ao uso de lazer Fonte: reprodução

31


No início do século XX, São Paulo

passava

por

crescimento

rio e a implantação da rodovia em sua margem

Industrial e para muitos, o Rio Tietê era o

estimulou a concentração de empresas,

grande “culpado” pelas cheias. Algo deveria

acentuando

ser feito. Na década de 20, um grupo de

da

sanitaristas e engenheiros formado pela

desqualificação da água para abastecimento

Companhia de Melhoramentos de São Paulo,

público.

definiu como necessária a retificação do curso

do rio e o desassoreamento de seu leito.

progressiva da mancha urbana reduziu a

relacionadas

permeabilidade do solo, causando grandes

à preservação do Rio Tietê e previsões de

enchentes. A mais famosa e catastrófica foi a

áreas para parques urbanos, a várzea não foi

de 1929. (DAEE)

Apesar

de

um

grande

mantida. Ao contrário disso, a retificação do

promessas

o

paisagem

processo natural

e

de

degradação

futuramente

a

As consequências vieram: a expansão

Plano de avenidas de Prestes Maia (meados de 1920) fonte: reprodução

32


Na

década

de

1970,

a

Região

encorajar

a

migração

das

indústrias

a

Metropolitana de São Paulo correspondia

outras regiões do país. Este processo ficou

a 45% da produção Industrial do país. Este

conhecido como Desconcentração Industrial.

cenário incentivou de maneira expressiva

(SILVA, 2008).

o processo migratório à região, fazendo

com que a cidade de São Paulo sofresse

Branca. O bairro que antes era característico

as

por

consequências

crescimento

sócio-espaciais

desordenado

num

do curto

Esta fuga transformou a região da Água seu

deixando

aspecto para

operário,

trás

grandes

esvaziou-se galpões

e

período: entre 1970 e 1980.

quadras subutilizadas. Somente a partir dos

Em decorrência dos problemas e do salto

anos 90, com o início dos planos da Operação

demográfico, o setor público desenvolveu

Urbana Água Branca, um novo horizonte

uma série de incentivos fiscais a fim de

começou a ser desenhado.

Início da retificação do Rio Tietê fonte: reprodução

33


LEGISLAÇÃO VIGENTE

A Legislação atual que incide sobre o

cidade mais moderna, equilibrada, inclusiva,

desenvolvimento urbano da Cidade de São

ambientalmente responsável, produtiva e,

Paulo é o Plano Diretor Estratégico (PDE).

sobretudo, com “qualidade de vida”.

O PDE é uma lei municipal que norteia o

A última revisão geral do PDE foi

crescimento da cidade. Sua elaboração é feita

realizada no ano de 2014. Nele, as principais

com a participação da sociedade e pretende

diretrizes para o desenvolvimento urbano da

direcionar as ações dos produtores do

cidade de São Paulo são:

espaço urbano para que o desenvolvimento da cidade seja executado com planejamento e atendendo às demandas coletivas da população. Seu objetivo é garantir uma

\\ socializar os ganhos de produção da cidade \\ assegurar o direito à moradia digna para quem precisa \\ melhorar a mobilidade urbana \\ qualificar a vida urbana dos bairros \\ orientar o crescimento da cidade nas proximidades do transporte público \\ reorganizar as dinâmicas metropolitanas \\ promover o desenvolvimento econômico da cidade \\ incorporar a agenda ambiental ao desenvolvimento da cidade \\ preservar o patrimônio e valorizar as iniciativas culturais \\ fortalecer a participação popular nas decisões dos rumos da cidade 34


Mancha em vermelho: macroárea de estruturação metropolitana Fonte: Gestão Urbana, 2017

A região da Água Branca se enquadra

dentro

da

Macroárea

de

Estruturação

subsetores: Setor Orla Ferroviária e Fluvial, Setor Eixos de Desenvolvimento e Setor

Metropolitana (MEM). O PDE considera esse

Central.

território estratégico dentro da dinâmica

da Cidade de São Paulo, por seu potencial

incidem sobre essa área são:

Os principais índices urbanísticos que

de transformação. Devido a sua grandes extensão a MEM está dividida em três CA máx.

gabarito de alturas

TO máx.

taxa de perm. mín.

testada mínima

área mínima do lote

recuo frontal

recuos laterais e posterior

4

sem limites

0,7

0,2

20m

1.000m²

5m

R = (H - 6) /10

Quadro síntese dos índices urbanísticos para a Macroárea de Estruturação Metropolitana. Fonte: PDE, 2016

35


OUCAB

A prefeitura de São Paulo define as

Operações Urbanas como:

a operação à legislação federal (Estatuto da Cidade) e a legislação municipal (PDE

“instrumentos de intervenção pública, reguladas pelo Plano Diretor e aprovadas mediante lei municipal, que estabelecem regras urbanísticas específicas e incentivos ao adensamento populacional e construtivo para uma determinada área da cidade, com perímetro previamente definido.”

2014), além de promover o envolvimento da população mediante as Audiências Públicas.

O aumento do potencial construtivo

dentro da operação pode ser elevado até CA=4,

mediante

Potencial

de

CEPAC

Seu principal objetivo é atingir metas

(Certificados

de qualidade para os territórios que essas

Construção).

operações abrangem. Essas metas serão

alcançadas a partir de um conjunto de

Paulo, CEPAC’s são valores mobiliários

diretrizes urbanas, conforme determinado

emitidos através da SP URBANISMO.

pelo Estatuto da Cidade e podem valer de

coeficientes superiores aos previstos no

meio de pagamento de contrapartida para

Plano Diretor Estratégico - PDE.

a outorga de Direito Urbanístico Adicional

dentro do perímetro de uma Operação

A Operação Urbana Consorciada Água

de

pagamento

Adicional

da

De acordo com a Prefeitura de São

Estes

valores

são

utilizados

como

Branca (OUCAB) está localizada dentro do

Urbana.

Arco Tietê e aos setores de Orla Ferroviária

e Fluvial da cidade. Sua primeira proposta de

inovações pautadas nos seguintes tópicos: .

intervenção urbana surgiu no ano de 1995, quando o bairro já apresentava potenciais devido sua localização central na cidade e sinais de subutilização.

Após

vinte

anos

dessa

Operação

Urbana, foi aprovada a Lei nº15893/2013, que revisou e aperfeiçoou a lei de 1995. O principal intuito dessa atualização foi adequar 36

A

OUCAB

estabelece

diretrizes

e


Localização da OUCAB Fonte: Gestão Urbana, 2017

Diretrizes: \\ circulação e mobilidade \\ sistema de drenagem \\ habitação de interesse social \\ criação de parques lineares e construção de equipamentos públicos Inovações: \\ não é obrigatório oferecer vagas de estacionamento \\ área máxima de vagas para NR e máximo gratuito de 02 vagas para R \\ sistema de circulação dimensionado para pedestres e ciclistas \\ “fachada ativa” junto aos passeios 37


A ÁGUA BRANCA HOJE

No ano de 2016 a prefeitura de São

um dos problemas que mais tememos na

Paulo publicou dados técnicos a respeito

cidade: a

do município. O relatório divulgado foi

fechados. Contra tudo aquilo que se entende

dividido em formato de cadernos para cada

como modelo de cidade a ser seguido, as

subprefeitura.

fortalezas muradas se misturam à paisagem

O

condomínios

industrial remanescente e ao invés de

subprefeitura da Lapa, onde a região da

transformar a região de forma inteligente,

Água Branca se encontra, revela que até o

repetem um modelo genérico que a cada

ano de 2010 o bairro já possuía pouco mais

dia tem se mostrado ser a opção errada de

de 500 mil habitantes, representando 2,7%

crescimento.

da população do município. Além disso, os

números também mostram que o crescimento

passa por mais um processo de modificação

populacional anual da subprefeitura é de

que definirá seus próximos passos na história.

1,2%, ficando acima da média da cidade de

São Paulo (0,8%).

um contexto de transformação na paisagem

Outro dado importante é o índice de

construída, onde galpões industriais, torres

desenvolvimento humano (IDH) da região.

de carvão e silos metálicos se misturam

Comparada a outras 31 subprefeituras, a

com

Lapa está em 4º lugar, com a pontuação

residenciais e em alguns pontos a ainda

de 0,9, acima do município, com 0,8. Esta

possível, vista da Serra da Cantareira.

colocação é importante para entendermos o

potencial de transformação urbana existente

até 2025 é a conclusão da Linha Laranja do

e que precisa ser explorado da maneira

Metrô, que contará com as estações Água

correta.

Branca e Santa Marina. Esse novo passo

Com

a

implantação

relacionado

dos

à

documento

proliferação

da

OUCAB

o

mercado imobiliário tem agido de forma predatória. O crescimento do bairro enfrenta 38

Atualmente a região da Água Branca

A morfologia do bairro imprime hoje

edifícios

corporativos,

condomínios

Um evento próximo, com previsão para

com certeza irá acelerar o processo de reconfiguração da região.


Colagem conceitual desenvolvida pelo autor, 2017.

39


LEITURA URBANA

04

Vista aérea Água Branca Fonte: Google Earth


PERÍMETRO ÁREA DE ESTUDO

ÁREA DA INTERVENÇÃO

0 100m

500m

1km

Vista aérea Água Branca Fonte: Google Earth

41


REDE VIĂ RIA HIERARQUIZADA

LEGENDA vias expressas vias arteriais vias coletoras vias locais Mapa manipulado pelo autor com base em pesquisa de campo

42


USOS PREDOMINANTES

LEGENDA comércio / serviços + indústria / armazéns indústria / armazéns resid. horizontal médio padrão resid.vertical médio / alto padrão equip.públicos comércio e serviços misto escolas sem predominância Mapa manipulado pelo autor Fonte: Infocidade, 2018

43


CHEIOS E VAZIOS

LEGENDA massa edificada Mapa manipulado pelo autor Fonte: Geosampa, 2017

44


ASPECTOS NATURAIS

LEGENDA hidrografia topografia áreas verdes arborização urbana Mapa manipulado pelo autor Fonte: Geosampa, 2017

45


ZONEAMENTO

LEGENDA ZM U ZEIS 1 ZEIS 2 ZEIS 3 ZEIS 5 ZEPAM ZOE PCA CANT Mapa manipulado pelo autor Fonte: Geosampa, 2017

46


MOBILIDADE

LEGENDA pontos de ônibus estações de trem 1. Água Branca 2. Terminal Intermodal Palmeiras Barra Funda

linha de trem linha metrô linha metrô prevista ciclofaixa Mapa manipulado pelo autor Fonte: Geosampa, 2017

47


EQUIPAMENTOS

LEGENDA saúde educação cultura esporte Mapa manipulado pelo autor Fonte: Geosampa, 2017

48


MARCOS URBANOS

7

8

4 5

2

3 9

1

6

LEGENDA

5. Fórum Trabalhista

1. Memorial da América Latina

6. Parque da Água Branca

2. SESC Pompeia

7. CT São Paulo

3. Casa da Caldeiras

8. CT Palmeiras

4. Santa Marina

9. Estação Palmeiras Barra Funda Mapa manipulado pelo autor a partir de levantamento de campo

49


SÍNTESE DA LEITURA URBANA

A partir dos mapas apresentados é

O Terminal Multimodal Palmeiras Barra

possível entender de forma resumida a

Funda é o grande ponto de escoamento da

dinâmica urbana que opera na Região da

mobilidade urbana através de transporte

Água Branca .

público, além disso a nova Linha do Metrô -

A herança histórica deixada pela

Laranja, cruzará parte do bairro em direção a

implantação da via férrea é nitidamente

Zona Norte e assim facilitará a transposição

compreendida na leitura da malha viária.

rápida da Marginal Tietê.

Ao lado norte, um traçado fragmentado

proveniente

da

ocupação

das

Como em grande parte da cidade,

antigas

a relação de áreas verdes da região é

indústrias em grandes lotes e ao lado Sul, o

deficiente. O Parque da Água Branca e o

início da Vila Romana com o seu traçado axial.

condomínio Jardim das Perdizes são as duas

Nessa relação a via férrea torna-se barreira.

áreas que melhor atendem a essa demanda.

Na outra borda do perímetro encontra-

A anáise da leitura urbana foi essencial

se o Rio Tietê, que retificado soma à Marginal

para o desenvolvimento da proposta de

Tietê uma segunda barreira na região.

intervenção. Todas as escolhas de tema,

Este limite é vencido apenas por grandes

programa e projeto tomam partido dos

pontes distribuídas ao longo dos bairros

problemas e potencialidades detectados.

adjacentes.

Embora essas transposições possuam

de forma conceitual e artística a relação

acesso ao pedestre, a forte prioridade

das camadas analisadas e assim facilitar a

ao automóvel torna todo o eixo inóspito e

correlação dos temas abordados.

desestimulante para quem anda a pé.

Os lotes são em sua maioria ocupados por

grandes galpões hoje obsoletos à necessidade de região, porém estes vêm dando espaço a construção de novos empreendimentos corporativos e residenciais. 50

O mapa a seguir busca demonstrar


a ci ãn in m do

de

da ião eg R na os us

Infocidade pesquisa: nte de a, Fo p a L ura feit pre b su

Uso Ind ustri al - a pro x. 2 2%

N

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500 m

500 m

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ercial - aprox. 21% Uso com

Rio Tietê

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NÇÃO

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Santa Marin

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M

a ei

rab

Uso

Jardim

2

M

tin

a

et

as rra

Ba a

nd

Fu

Uso residencial - apr ox. 42 %

área total da intervenção: 11,5ha área total construída: 171.140m2 coeficiente de aproveitamento: 1,50 taxa de ocupação: 15%

eir

Índices Urbanos

lm

Pa

ranca

gua B

e da Á

Parqu

S

Mapa síntese da análise urbana Fonte: Desenvolvido pelo autor, 2018

51


REVITALIZAÇÃO URBANA

05

Ocupação na Avenida Paulista aos domingos Fonte: Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, 2017


DIRETRIZES E PARÂMETROS

A proposta de uma revitalização

urbana

é

renovar

espaços de

e

coletivos

ampliar

com

infraestrutura

os

projetos

somados

ao

embelezamento da paisagem e oferta de espaços de convívio, como parques, praças,

etc.

(PORTAS,1998,apud

JANUZZI e RAZENTE 2007).

Em

busca

igualitária

da

de

qualidade

público,

os

política

urbana

da

uma

novos

distribuição do

espaço

instrumentos

como

o

de

Estatuto

Cidade

(2000),

o

Plano

Estratégico

(2014)

e

as

Diretor

Operações

Urbanas (década de 90) norteiam as ações de revitalização para que estas atendam efetivamente as demandas do cotidiano urbano.

Embora as diretrizes dos planos

apontem

um

caminho

processo

de

construção

positivo do

no

espaço

público, existem questões importantes a serem consideradas na formulação de propostas para a revitalização da cidade contemporânea brasileira.

53


É preciso combater a segregação

urbana e reativar espaços públicos

distribuição

subutilizados.

tempo de deslocamento, infraestrutura

Atualmente

é

comum

notar

a

Em seu relatório vemos a melhor da

rede

de

urbana,

equipamentos

e

e

cultura

até

mesmo

transporte, de

lazer

uma

maior

busca pela recuperação de espaços na

distribuição de parques e árvores, o

cidade que se encontram subutilizados

que altera inclusive o clima da região.

e

deteriorados.

O

processo

de

desqualificação de uma determinada região se associa a sua perda gradual da

função

e/ou

valor

econômico.

(MEMOLO, M., D’ARC H. 2012).

“A o b s c e n a d e s i g u a l d a d e q u e e x i s t e n a sociedade brasileira se manifesta na enorme segregação que se observa em nossas cidades. Essa segregação cria um ônus excepcional para os mais pobres e uma excepcional vantagem para o s m a i s r i c o s . ” ( V I L L A Ç A , F. 2 011)

Na cidade de São Paulo, o cenário

Uma boa revitalização deve evitar a

de

deterioração

gentrificação.

e

dos

da

região

conglomerados

central

industriais

ao longo da linha férrea é fruto do

processo de fuga e concentração das

gentrificação é o termo adotado ao

camadas de alta renda no quadrante

processo

sudoeste da cidade. O episódio em

mercado imobiliário, onde o mesmo

questão é vastamente abordado pelo

se apropria de espaços subutilizados

professor Flávio Villaça em seu artigo

e

“São

e

em bairros de classe média. Smith

desigualdade” (2011). Villaça analisa

analisa os bairros da Cidade de Nova

diversos

quadrante

York e explica que este movimento

em busca de evidências que afirmem a

aumenta o valor da propriedade e em

real vantagem social existente nessa

consequência à subsistência nessas

região.

regiões,

54

Paulo:

segregação

aspectos

deste

urbana

De acordo com Neil Smith (1986), que

opera,

abandonados

afetando

sobretudo

no

transformando-os

e

expulsando

as


classes populares que ali residem.

Em

São

Paulo,

Intervenção

“Nova

a

proposta

Luz”,

que

de

busca

Um dos conceitos abordados nos

projetos de Revitalização Urbana é a sustentabilidade.

O

exemplo,

talvez

requalificar o bairro da Santa Ifigênia,

mais didático em relação a este tema,

região central de importante relevância

é apresentado por Richard Rogers em

na dinâmica urbana é levantada como

seu livro “Cidades para um pequeno

uma possível forma de gentrificação. A

planeta” (1997). Para ele, problemas

ideia de demolição de grande parte do

como o trânsito, transporte, poluição,

bairro e posterior construção de novos

gestão de resíduos, etc. podem ser

edifícios pode não estar acompanhada

combatidos com a aplicação do modelo

de

uma

sistema

de

de

trânsito

nem

gira

reestruturação e

do

transporte

e

de

cidade em

compacta.

torno

da

Este

tríade

modelo “trabalho

melhorias ambientais aos moradores

– moradia – lazer” que quando se

que atualmente residem e trabalham na

integram, diminuem a necessidade de

região (SOUZA, 2011).

longos deslocamentos e revitalizam o

ambiente urbano.

Como exemplo, a atual “varrição”

da

população

da

“Cracolândia”

Um exemplo prático da vantagem

evidencia o processo expulsório de

na concentração de atividades num

áreas

mesmo território é a redução de gases

degradadas

que

na

maioria

das vezes se detém aos interesses

poluentes

do

Segundo a OMS (2016), mais de 80%

mercado

imobiliário

empreendimentos

que

e

novos

beneficiem

apenas os mais ricos.

das

emitidos

pessoas

que

por vivem

veículos. em

áreas

urbanas estão expostas a índices de poluição acima do indicado. Isso faz

As novas propostas de intervenção

com que doenças respiratórias sejam

devem priorizar a cidade compacta e

cada vez mais recorrentes, sobretudo a

sustentável.

crianças e idosos. 55


Cidades compactas e sustentáveis

podem atuar como catalisadores no

12 pontos que caracterizam um bom espaço público, sendo estes:

processo de melhoria da qualidade do ar urbano.

1.

Proteção contra o tráfego

2.

Segu rança nos espaços públicos

É necessário desenhar e adaptar o

3.

Experiências sensoriais agradáveis

espaço público a escala de pessoas

4.

Espaços para caminhar

5.

Espaços de permanência

público

6.

Ter onde sentar

coletivo em conjunto com o programa

7.

Possibilidade de observar

de

8.

Oportunidade de conversar

9.

Locais para se exercitar

é

O

desenho

do

necessidades crucial

para

espaço de

a

um

edifício

organização

das

cidades. Espaços públicos planejados

10. Escala Humana

e desenhados ajudam a compreensão

11. Possibilidade de aproveitar o clima

da cidade por parte das pessoas e

12. Boa experiência sensorial

percepção

do

ambiente

construído.

(TEIXEIRA, 2010) Jan

Bem

Ghel,

contemporâneo,

urbanista

também

defende

a

cidade prioritariamente a pessoas e

empregados,

estes

12

pontos podem auxiliar o processo de construção do espaço público coletivo e incentivar a sua apropriação.

não aos veículos. Além de seu famoso livro

“Cidades

aborda

para

medidas

pessoas”,

que

onde

habilitem

os

O

pavimento

térreo

deve

ser

a

extensão da cidade

centros urbanos a uma escala mais humana e sustentável, Ghel se junta

a Lars Gemzøe e Sia Karnaes, e no

construído acontece à altura dos olhos

livro “New City Life”(2006) elencam

e dentro de um edifício, o pavimento

56

A maior parte do espaço urbano


mais importante neste aspecto é o

Liberar

térreo.

acesso amplia as oportunidades de

(KARSSENBERG;

LAVEN,

a

fachada

ao

livre

2015).

permeabilidade por entre as quadras e

proporciona um passear prazeroso.

Por esta razão, é importante que

o pedestre seja estimulado por aquilo o que acontece em sua relação direta

Conclusões

com o edifício. Condomínios fechados não geram interação com a cidade

tanto para o morador quanto para o

cidade

transeunte.

não

“Quando os andares térreos são interessantes e v a r i a d o s , o a m b i e n t e u r b a n o é c o nv i d a t i v o e e n r i q u e c e d o r. Q u a n d o o s a n d a r e s t é r r e o s s ã o f e ch a d o s o u q u a n d o l h e s f a l t a m d e t a l h e s , a experiência é correspondentemente rasa e i m p e s s o a l . ” ( G E H L , 2 015 ) .

O Plano Diretor da Cidade de São

Paulo utiliza o termo “fachada ativa” como diretriz para a abertura e acesso da

população

ao

pavimento

térreo

alinhado ao passeio público.

Com o objetivo de promover o uso

coletivo ampliando o espaço público para dentro dos lotes, em alguns casos o incentivo possibilita a isenção de área computável neste espaço que é “concedido” ao pedestre.

O processo de revitalização da contemporânea

pode

ser

brasileira

encarado

apenas

como uma ação de melhoramento e embelezamento. Também não deve ser motivada pelo

e

pautada

alicerce

do

exclusivamente desenvolvimento

econômico de determinada região.

É necessário considerar múltiplos

atuantes e

na

construir

complexa

vida

soluções

efetivamente

igualitárias.

Além

sustentáveis

são

disso, possíveis

urbana cidades quando

pessoas e não veículos se tornam os protagonistas. Propiciar o “estar” no espaço público de forma democrática gera vida urbana e reforça o sentimento de

pertencimento

dentro

de

uma

sociedade. 57


ESTUDOS DE CASO

06

Red Ribbon Park, China Fonte: Archdaily, 2018


Para compor o estudo de caso três

projetos

de

Intervenção

Urbana

foram

selecionados. Dois projetos são nacionais e um internacional:

As análises tem por objetivo mostrar

bons exemplos de propostas contemporâneas que atendem de forma objetiva questões relacionadas a habitação, meio ambiente, desenho urbano e revitalização do espaço público.

O primeiro projeto é a urbanização do

Cantinho do Céu, na região da represa Billings em São Paulo, realizado pelo escritório Boldarini Arquitetos em conjunto com o setor público.

A segunda proposta analisada é a

urbanização da Favela do Sapê, também localizada em São Paulo e projetada pelos escritórios Base Urbana e Pessoa Arquitetos.

Por fim, um exemplo internacional, o

Red Ribbon Park (Parque da Fita Vermelha), localizado na China e projetado pelo escritório de arquitetura e paisagismo Turenscape.

Os três projetos se assemelham na

busca pela valorização do espaço público com a implantação de novos usos e equipamentos de lazer. 59


URBANIZAÇÃO CANTINHO DO CÉU Local: Cantinho do Céu, Grajaú, São Paulo

Área da intervenção: 150 ha

no assentamento já consolidado, o projeto

Autor: Boldarini Arquitetura e Urbanismo

busca identificar e eliminar as situações

Ano: 2008

de risco,

de

O objetivo dessa intervenção foi habilitar

Sem ignorar a complexidade presente

oferecer condições ao processo

regularização

fundiária,

melhorar

as

um assentamento irregular nas bordas da

condições

ambientais e de mobilidade e

represa Billings, integrando-o ao tecido urbano

oferecer equipamentos urbanos de lazer à

oficial. O processo de intervenção, ainda

comunidade. O trecho analisado localiza-se

em andamento, visa a preservação dessa

na parte denominada Residencial dos Lagos

região de importante relevância na estratégia

e compreende a 1,5km de extensão dos 7km

ambiental da Cidade de São Paulo.

totais.

Crianças brincando no deck à beira da represa Bilings Fonte: Archdaily, 2018

60


SITUAÇÃO DA INTERVENÇÃO

61


As

soluções

de

desenho

urbano

aplicadas ao projeto do parque linear

se

intervenção buscam reforçar a importância do espaço público dentro de uma sociedade

configuram a partir a da topografia existente.

e promover o direito à cidade com inclusão

social.

Todo o percurso é feito por rampas

acessíveis, passarelas de deck de madeira

e contam com um série de espaços de lazer,

exemplo de intervenção urbana por operar

recreação, esporte e contemplação.

de forma conjunta as questões ambientais na

Além disso, as empenas cegas das

preservação da borda da represa Billings, de

edificações formam um painel pintado em

habitação com o reassentamento das famílias

cores variadas para gerar ritmo e compor o

em áreas de risco e desenho do espaço

desenho do parque com a paisagem existente.

público, com a nova oferta de equipamentos

urbanos.

Todas

as

medidas

adotadas

na

O

projeto

é

considerado

um

bom

Corte esquemático do ajuste à topografia Fonte: Archdaily, 2018

Corte esquemático do ajuste à topografia Fonte: Archdaily, 2018

62


Campinho de futebol Fonte: Archdaily, 2018

Deck de madeira Fonte: Archdaily, 2018

Cinema aberto Fonte: Archdaily, 2018

63


REURBANIZAÇÃO DO SAPÊ Local: Jardim Ester Yolanda, São Paulo

e a realocar 2500 famílias em situação de

Área da intervenção: 8ha

risco para edifícios de habitação de interesse

Autor: Base Urbana / Pessoa Arquitetos

social.

Ano: 2014

redesenhado respeitando-se a topografia

O projeto de intervenção na favela do

O sistema de drenagem do córrego foi

do Sapê foi uma iniciativa pública e toma

para

como partido a busca pela conexão entre

modificadas a fim de aproximar visualmente o

as duas margens do córrego do Sapê com a

nível da água ao passeio. A área não edificada

implantação de acessos e espaços públicos.

nas

paisagístico com o plantio de espécies

Os principais objetivos foram: ofertar

infraestrutura

para

todas

as

moradias,

melhorar a qualidade de mobilidade da região

escoamento

duas

pluvial

margens

e

recebeu

as

seções

tratamento

arbóreas e criação de praças e espaços de lazer.

Intervenção na Favela do Sapê Fonte: Archdaily, 2018

64


SITUAÇÃO DA INTERVENÇÃO

65


As unidades de habitação foram dividas

escadas

em sete tipologias a fim de atender na melhor

sacadas

avarandadas

maneira possível as necessidades de cada

horizontal

que

família. Também foram pensadas unidades

encontro

comerciais e de serviços para que sirvam como

residentes no mesmo pavimento.

uma oportunidade de renda às famílias.

volume

O sistema de alvenaria estrutural permitiu

abertas

e

que

acontecem para

tornaram-se

convívio

entre

entre

circulação espaços as

de

famílias

Os três elementos na composição do (circulação

vertical,

horizontal

e

a padronização das aberturas para portas e

unidades de habitação) foram separados

janelas e otimizou as instalações elétricas e

e

hidráulicas a eixos verticais exclusivos.

dos espaços e ventilação cruzada para os

apartamentos.

A circulação vertical é vencida por

permitiram

uma

melhor

flexibilidade

Corte esquemático do córrego Fonte: Archdaily, 2018

66


Varandas coletivas Fonte: Archdaily, 2018

Composição volumétrica Fonte: Archdaily, 2018

Relação entre córrego, acessos e edificações Fonte: Archdaily, 2018

67


RED RIBBON PARK Local: Qinhuangdao, Hebei, China

e equipamentos urbanos. A fita também

Área da intervenção: 20ha

funciona como um elemento integrador das

Autor: Turenscape

funções de infraestrutura como iluminação,

Ano: 2007

passeio, calçadões e floreiras.

O projeto de intervenção Red Ribbon

O desafio central era preservar a

(Fita Vermelha), busca de forma singela

paisagem existente e a vegetação nativa

inserir um elemento minimalista com o

ao longo da margem do Rio Tanghe e

potencial de alteração da percepção da

promover novos espaços de lazer com a

paisagem local.

conscientização ambiental. Uma vez que

As curvas sinuosas da fita funcionam

vermelho e verde são cores complementares,

como um grande banco ao longo do parque

a beleza revelada nessa composição é

e

deslumbrante.

conformam

espaços

de

permanência

Parque Red Ribbon Fonte: Archdaily, 2018

68


SITUAÇÃO DA INTERVENÇÃO

69


A fim de permitir a passagem de insetos

brancas, roxas e amarelas que criam novos

e pequenos animais presentes no parque,

jardins ao longo do parque e melhoram o

aberturas foram feitas no sentido transversal

aspecto estético da paisagem.

do banco que possuí 60 cm de altura e seção

variável de 30cm a 150cm.

criou

democrático e convivência para a população

Os 5 pavilhões propostos em formato de

O espaço antes degradado e inacessível uma

nova

oportunidade

de

lazer

nuvem funcionam como marcos n paisagem e

local

oferecem pontos de encontro e permanência,

assim como proteção contra a insolação,

referência no design de mobiliário urbano e

reforça o compromisso ambiental presente na

O tratamento da vegetação nativa foi

complementado com o plantio de flores

A implantação do projeto se tornou uma

agenda contemporânea do urbanismo.

Crianças brincando em cima do banco Fonte: Archdaily, 2018

70


Pavilhão nuvem Fonte: Archdaily, 2018

Crianças correndo ao longo da fita Fonte: Archdaily, 2018

Iluminação noturna Fonte: Archdaily, 2018

71


PROPOSTA DE INTERVENÇÃO URBANA

07

Perímetro da Intervenção Urbana Fonte: Google Earth


CONSIDERAÇÕES

Com base no estudo desenvolvido até

assim somos diariamente expostos a gases

este ponto, podemos notar que o modelo de

tóxicos, causadores de diversas doenças

desenvolvimento urbano atual ainda não

respiratórias.

satisfaz 100% daquilo que entendemos como

acabando e as consequências da má gestão e

cidade ideal. De todos os lados enxergamos

utilização desse bem já estão aparecendo.

problemas para os quais não existe uma

solução específica, mas o cenário nos permite

projetos

observar a seguinte problemática:

gestão. As inúmeras tentativas de promover o

A cidade é injusta: a grande massa da

desenvolvimento urbano de forma equilibrada

população que trabalha nas centralidades de

são superadas por interesses individuais

São Paulo, não tem condições de subsidiar

e políticos que não dialogam com as reais

suas vidas nestes locais. Antes, são jogadas

necessidades.

para as bordas da cidade e submetidas a um

contexto urbano inferior ao promovido no

a pretensão de se estabelecer como a

centro.

solução dos problemas da cidade, mas sim

A cidade é caótica: com a insuficiente

ensaiar uma hipótese de implantação que

distribuição de transporte sobre trilhos e

corresponda, dentro de seu contexto, às

todas as linhas de ônibus operando em sua

demandas metropolitanas de forma objetiva e

capacidade máxima, o transporte público

sintetizada.

apresenta condições desumanas de uso. Isso

estimula ainda mais o transporte de veículos

do perímetro da OUCAB.

individuais, gerando trânsito e poluição.

as diretrizes de intervenção presentes na

A cidade está doente: com a expansão

Além

disso,

a

água

está

A cidade é manipulada: planos e são

engavetados

gestão

após

O projeto a ser apresentado não tem

A área escolhida encontra-se dentro A partir disso

operação e índices urbanísticos superiores

desenfreada da mancha urbana, nunca foi

aos previstos no PDE, poderão ser utilizados.

possível minimizar os impactos causados

ao meio ambiente. A escassa massa vegetal

Playcenter. Com a subutilização do terreno,

não dá conta de manter a qualidade do ar e

uma parcela do solo preciosa e estratégica na

A área foi um dia o parque de diversões

73


cidade encontra-se disponível à exploração

do mercado imobiliário.

do Terminal Multimodal Palmeiras Barra

A proposta estende-se desde a Marginal

Funda, que valoriza todo o seu entorno e

Tietê até a Avenida Marquês de São Vicente,

serve como ponto conector de mobilidade

importante

local, metropolitana, regional, nacional e

vetor

de

mobilidade

arterial

A

área

encontra-se

a

500

metros

que conta em cada mão com três faixas

internacional.

para carros, uma exclusiva para ônibus e

ciclofaixa.

e as potencialidades do entorno, propõe-

Todo o perímetro é cortado pela faixa

se a implantação de um Parque ao longo

do Córrego Quirino de Moraes, hoje ocupado

do córrego Quirino de Moraes e edifícios

irregularmente. O local é indevidamente

multifuncionais

utilizado

comércio, serviços, instituições e espaços

como

despejo

de

resíduos

e

Em resposta aos problemas detectados

compromete a qualidade das águas que é

livres.

despejada no Rio Tietê.

Essa

Com

a

revitalizar

intervenção

as

bordas

será

deste

possível

córrego

e

aprimorar a massa arbórea considerável já existente. Além disso, a operação urbana prevê um parque linear ao longo de toda a faixa do córrego.

Após a implantação da OUCAB muitos

investidores

começaram

a

apostar

na

região, que atualmente conta com diversos empreendimentos comerciais e corporativos em

desenvolvimento.

Esse

aquecimento

econômico será um grande aliado para que a proposta de intervenção se desenvolva. 74

que

proposta

abriguem

de

habitação,

Revitalização

Urbana tem por objetivo recuperar o espaço público como cotidiano e estabelecer novas dinâmicas no ambiente urbano.


LOCALIZAÇÃO DA INTERVENÇÃO

11 ha

75


PERÍMETRO DE ATUAÇÃO

do Lim

ê

Ponte

R io T ie t

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0

l T ie t ê

Córrego

Q u ir in o

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76

rquês

de São

Vicent

e

50

100

200


LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

14

13 9

10

12 15 11 16

5 8

7

6 4 3

2 1

17 18

77


Figura 1: Galpões de armazenagem Nícolas Melo, 2017

Figura 2: Churrascaria e casa de shows Nícolas Melo, 2017

Figura 3: Assentamento irregular Nícolas Melo, 2017

Figura 4: Despejo irregular de efluentes Nícolas Melo, 2017

Figura 5: Condições insalubres de moradia. Nícolas Melo, 2017

Figura 6: Av. Marquês de São Vicente. Nícolas Melo, 2017

Figura 7: Av. Marquês de S. Vicente. Nícolas Melo, 2017

Figura 8: Edificações fechadas para a rua. Figura 9: Rua deserta. Nícolas Melo, 2017 Nícolas Melo, 2017

78


Figura 10: Rua sem saída. Nícolas Melo, 2017

Figura 11: Rua utilizada como Figura 12: Caminhões ocupando a rua. estacionamento. Nícolas Melo, 2017 Nícolas Melo, 2017

Figura 13: Novas edificações surgindo. Nícolas Melo, 2017

Figura 14: Via arterial. Nícolas Melo, 2017

Figura 16: Ciclofaixa. Nícolas Melo, 20177

Figura 17: Térreo murado e ocupação de Figura 18: Av. Marquês de São Vicente. veículos. Nícolas Melo, 2017 Nícolas Melo, 2017

Figura 15: Boa arborização no entorno. Nícolas Melo, 2017

79


O PROJETO


ÍNDICES URBANOS

Uma vez onde a proposta não se limita

a um lote pré determinado, tomou-se como consideração um cálculo estimativo a partir da área total da intervenção.

Embora a Operação Urbana permita que

os índices das edificações atinjam valores superiores ao do Plano Diretor, optou-se pela implantação de edifícios de gabarito médio.

Essa decisão tem por estratégia conferir

protagonismo ao parque e evitar que edifícios de gabarito alto ofusquem a relação da escala humana com o espaço público.

Área total da intervenção: 11,5ha Área total construída: 171.140m2 Coeficiente de aproveitamento: 1,50 Taxa de ocupação: 15% Taxa de permeabilidade: 80% Gabarito de alturas máx.: 20pv / 55 metros Famílias: 1185 / 4145 pessoas / 377hab/ha 81


esc. 1:2500


DIAGRAMAS SÍNTESE

CHEIOS E VAZIOS

FLUXOS

ESPAÇOS DE PERMANÊNCIA

A malha fragmentada e morfológica da região, antes industrial, foi um desafio na composição da nova proposta volumétrica.

Para a estratégia de mobilidade dentro do parque, criou-se um eixo principal de circulação e cruzamentos perpendiculares.

Todos os ambientes contam com equipamentos e tratamento paisagístico que estimulem a permanência do pedestre.

ÁREAS VERDES

REDE HÍDRICA

SETORIZAÇÃO

Uma vez parque, o projeto busca priorizar a criação de espaços verdes a fim de melhorar a qualidade urbana da cidade cinza.

O córrego Quirino de Moraes é o eixo central da proposta e assim como os demais córregos, deságua no Rio Tietê.

Os usos predominantes são, laranja: corporativo, roxo: habitação alto padrão, amarelo: HMP, vermelho: HIS e azul: cultua e lazer.


TRECHO 1: CORPORATIVO


VISTA ISOMÉTRICA

85


esc. 1:750


LEGENDA 1.1. HALL DE ACESSO AOS EDIFÍCIOS 1.2. COMÉRCIO 1.3. COMÉRCIO ALIMENTAÇÃO 1.4. ÁREA DE ESTAR / DESCANSO 1.5. ÁREA TÉCNICA 1.6. FRUIÇÃO PÚBLICA 1.7. JARDIM DAS ESCULTURAS 1.8. JARDIM DAS PALMEIRAS 1.9. DECK 1.10. PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO 1.11. ESPREGUIÇADEIRAS

a

liaç p m

ão esc. 1

:10

0


TRECHO 2: HMP


VISTA ISOMÉTRICA

89


esc. 1:750


LEGENDA: 2.1. HALL DE ACESSO AOS EDIFÍCIOS 2.2. COMÉRCIO 2.3. COMÉRCIO ALIMENTAÇÃO 2.4. ÁREA DE ESTAR / DESCANSO 2.5. ÁREA TÉCNICA 2.6. FRUIÇÃO PÚBLICA 2.7. BICILETÁRIO 2.8. HALL CENTRAL 2.9. CINEMA ABERTO 2.10. REUNIÃO 2.11. ARQUIBANCADA CÓRREGO 2.12. PONTO DE ESPERA PEDALINHO

a

liaç p m

ão esc. 1

:10

0


TRECHO 3: LAZER


VISTA ISOMÉTRICA

93


esc. 1:750


LEGENDA: 3.1. PRAÇA MOLHADA 3.2. ACADEMIA IDOSOS 3.3. PRAÇA SKATE 3.4. DECK 3.5. PLAYGROUND 3.6. MORROTE

a

liaç p m

ão esc. 1

:10

0


TRECHO 4: ÁREA LIVRE


VISTA ISOMÉTRICA

97


esc. 1:750


LEGENDA: 4.1. TEATRO ABERTO 4.2. PAVILHÃO INTERATIVO 4.3. QUADRAS POLIESPORTIVAS 4.4. MORROTE 4.5. ÁREA LIVRE

a

liaç p m

ão esc. 1

:10

0


TRECHO 5: HIS E CRECHE


VISTA ISOMÉTRICA

101


esc. 1:750


LEGENDA: 5.1. HALL DE ACESSO AOS EDIFÍCIOS 5.2. COMÉRCIO 5.3. COMÉRCIO ALIMENTAÇÃO 5.4. ÁREA DE ESTAR / DESCANSO 5.5. ÁREA TÉCNICA 5.6. FRUIÇÃO PÚBLICA 5.7. BICILETÁRIO 5.8. JOGOS 5.9. PRAÇA SECA 5.10. HORTA COMUNITÁRIA 5.11. DECK 5.12. MARQUISE USO MÚLTIPLO 5.13. HORQUIDÁRIO 6.1. PÁTIO CENTRAL 6.2. ACESSO PRINCIPAL 6.3. ATENDIMENTO 6.4. SECRETARIA 6.5. DIRETORIA

a 6.6. COORDENAÇÃO 6.7. ÁREA LIVRE 6.8. SALA EDUCADORES 6.9. ALMOXARIFADO 6.10. MATERIAL PEDAGÓGICO 6.11. SALA MÃES 6.12. CONJUNTO SANITÁRIO 6.13. SALA DE ATIVIDADES 6.14. BERÇÁRIO 6.15. BRINQUEDOTECA 6.16. SALA DE HÁBITOS HIGIÊNICOS 6.17. REFEITÓRIO 6.18. COZINHA 6.19. LACTÁRIO 6.20. DEPÓSITO 6.21. VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS 6.22. ESTACIONAMENTO FUNCIONÁRIOS

liaç p m

ão esc. 1

:10

0


TIPOLOGIAS


PAVIMENTO TIPO Núcleo de circulação vertical 33m² HIS - 2 dormitórios 54m² HMP - estúdio 28m² HMP - 2 dormitórios 56m² HMP - 2 dormitórios 52m² HMP - 3 dormitórios 84m² Loft 91m² Escritório - até 6 estações de trabalho 56m² Escritório - até 12 estações de trabalho 108m² Escritório - até 24 estações de trabalho 167m² Quiosque - lanchonete e sanitários 176m²

105


5.50

7.20 2.20

1.70

2.32

1.50

1.34

1.25

.29.29.29.29.29.29.29.29

.93 .81 6.00

.93 1.15

2.90 .40

1.25

.29 1.50 .20

1.70

.29

.90

2.32

1.50

1.34

1.25

.29.29.29.29.29.29.29.29

.93 .81 6.00

.93

2.90 .40

1.25

.90

1.15

3.30

1.00

3.30

1.00

2.20

Núcleo de circulação vertical - pav. tipo esc. 1:100

9.00

6.00

6.00

HIS - 2 dormitórios - 56m² esc. 1:100

106

3.00

Núcleo de circulação vertical - pav. térreo esc. 1:100


7.50

7.50

3.75

HMP - estúdio - 28m² esc. 1:100

HMP - 2 dormitórios - 56m² esc. 1:100

7.50

7.50

HMP - 2 dormitórios - 52m² esc. 1:100

107


11.25 7.50

7.50

3.75

HMP - 3 dormitórios - 84m² esc. 1:100 13.00

.50

5.00

7.00

1.50

1.50

Loft - 91m² esc. 1:100

108

10.00

1.50


7.50

15.00 7.50

Escritório - até 6 estações - 56m² esc. 1:100

7.50

Escritório - até 12 estações - 108m² esc. 1:100 22.50

7.50

7.50

7.50

Escritório - até 24 estações - 167m² esc. 1:100

109


0

5.0

Ø1

Quiosque - lanchonete e sanitários - 176m² esc. 1:100

110


111


PAISAGISMO


SELEÇÃO Capim Chorão (Eragrostis curvula) Guaimbê (Philodendron bipinnatifidum) Costela de Adão (Monstera deliciosa) Capim dos Pampas (Cortaderia selloana) Palmeira Fênix (Phoenix roebelenii) Palmeira Jerivá (Syagrus romanzoffiana) Plameira Buriti (Mauritia flexuosa) Guanandi (Calophyllum brasiliense Cambess) Jasmim Manga (Plumeria rubra) Pitangueira (Eugenia uniflora) Limoeiro (Citrus limon) Laranjeira (Citrus sinensis) Abacateiro (Persea americana) Ipê Amarelo (Handroanthus albus) Ipê Branco (Tabebuia roseo-alba) Ipê Rosa (Handroanthus heptaphyllus) Flamboyant (Delonix regia) Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) Salgueiro Chorão (Salix x pendulina) Jacarandá Mimoso (Jacaranda mimosifolia) Pau Ferro (Caesalpinia leiostachya) Jequitibá (Cariniana)

113


ASPECTO FÍSICO

Grama Esmeralda

Grama Amemdoim

Capim Chorão

Capim dos Pampas

Guaimbé

Costela de Adão

Palmeira Fênix

Palmeira Buriti

Palmeira Jerivá

Guanandi

Jasmim Manga

Fonte: OLX

Fonte: Uma flor por dia

Fonte: Recanto de Palmeiras

114

Fonte: Maison Garden

Fonte: Flickr

Fonte: Instituto Brasileiro de Florestas

Fonte: Planta Sonya

Fonte: Pinterest

Fonte: Blog Plantei

Fonte: Lavras 24 Horas

Fonte: Planta Sonya

Flamboyant

Fonte: Q’ Planta é Essa


Pitanga

Fonte: Viveiro Lof

Ipê Amarelo

Laranja

Fonte: Viveiros Vitor Lourenço

Ipê Branco

Fonte: Pinterest

Fonte: Fazenda Citra

Salgueiro Chorão

Jacarandá Mimoso

Fonte: Mercado Livre

Fonte: Meu Cantinho Verde

Limão

Fonte: Frutas de Pomar

Ipê Rosa

Fonte: Aspruder

Pau Ferro

Fonte: Archdaily

Abacate

Fonte: Benefícios das Plantas

Sibipiruna

Fonte: Planta Uma

Jequitibá

Fonte: Coronel Xavier Chaves

115


JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

116 am pa s

pi

ra ng

ei

m

ei

ei

an

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di

sa

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je

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ja

ad lim e ad oe ão iro pa lm ei ra fê n

el

sp

iro

ch

or

ão

20 M

palmeira jerivá

palmeira buriti

pitangueira

laranjeira

jasmim manga

palmeira fênix

st

m

15 M

capim dos pampas

limoeiro

co

ai

ão

10 M

costela de adão

guaimbê

capim chorão

gu

or

do

ch

m

m

pi

pi

05 M

ca

ca

GABARITO DE ALTURAS E PERÍODO DE FLORAÇÃO 25 M


JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AGO

SET

OUT

NOV

DEZ

117

jequitibá

jacarandá mimoso

pau ferro

sibipiruna

ipê branco

ipê rosa

ipê amarelo

abacateiro

salgueiro chorão

guanandi

flamboyant

si

el

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o


ATIVIDADES AO LONGO DO CÓRREGO

118


119


ÁGUA VIVA Cidade Viva Tanta gente, história, verdade Briga, amor, amizade Águas nascentes, correntes, partidas Não param nenhum segundo Desaguam cidades no mundo Correm por entre os vales Meandros de dor e de vida Viva a cidade vivida Viva a água, água viva. Nícolas Melo, 2018

120


REFERÊNCIAS BENEVOLO, LONARDO. História da cidade. 4 ed. Brasil: Perspectiva, 2009. 728 p. GEHL, Jan. Cidades para pessoas. 2 ed. Brasil: Perspectiva, 2014. 280 p. JACOBS, Jane. Vida e morte nas grandes cidades. 1 ed. Brasil: WMF Martins Fontes, 2011. 532 p. KOOLHAAS, Rem; MAL, Bruce; OMA, . S,M,L,XL. 1 ed. Holanda: The Monacelli Press, 1995. 1344 p. ROGERS, Richard. Cidades para um pequeno planeta. 2 ed. Brasil: GG Brasil, 2016. 196 p. VILLAÇA, Flávio. São Paulo: Segregação Urbana e desigualdade. Revistas USP, São Paulo, v. 25, n. 71, 2011. undefined. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10597/12339>. Acesso em: 10 mai. 2018. TEIXEIRA, Filipa Isabel Da Silva. DESENHO DO ESPAÇO PÚBLICO URBANO: Perspectivas Sócio-Espaciais. UTL, Lisboa, v. 1, p. 2-3, jun. 2018. Disponível em: <https://www.google.com.br/ search?q=desenho do espaço público urbano>. Acesso em: 15 mai. 2018.- PDUI. RMSP. Disponível em: <https://www.pdui.sp.gov.br/rmsp/?page_id=56>. Acesso em: 15 set. 2017. ONU. World cities report 2016. Disponível em: <http://wcr.unhabitat.org/>. Acesso em: 21 set. 2017. OECD Territorial Reviews. VALLE DE MÉXICO, MÉXICO. Disponível em: <http://www.keepeek.com/ Digital-Asset-Management/oecd/urban-rural-and-regional-development/oecd-territorial-reviewsvalle-de-mexico-mexico_9789264245174-en#.WdrCt2hSyiM>. Acesso em: 06 out. 2017. SOS MATA ATLÂNTICA. Relatório anual 2016. Disponível em: <https://www.sosma.org.br/wpcontent/uploads/2013/05/AF_RA_SOSMA_2016_web.pdf>. Acesso em: 06 out. 2017. 121


DAEE.

Retificação

e

Decadência.

Disponível

em:

<http://www.daee.sp.gov.br/index.

php?option=com_content&view=article&id=796%3Aretificacao-e-decadencia&catid=54%3Aparque s&Itemid=53>. Acesso em 07 out. 2017. PREFEITURA DE SÃO PAULO. Prefeitura regional da Lapa. Disponível em: <http://www.prefeitura. sp.gov.br/cidade/secretarias/regionais/lapa/historico/index.php?p=328>. Acesso em: 05 out. 2017. IZIDORO, Alencar. Velocidade para ampliar metrô em ‘metrópole irmã’ é 4 vezes a de SP. Disponível

em:<http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/04/1875887-velocidade-para-

ampliar-metro-em-metropole-irma-e-4-vezes-a-de-sp.shtml>. Acesso em: 03 out. 2017. ABEP. Deslocamentos pendulares nos espaços sub-regionais da região metropolitana de São Paulo. Disponível em: <http://www.abep.org.br/~abeporgb/publicacoes/index.php/anais/article/ viewfile/1286/1250>. Acesso em: 02 mai. 2018. REVISTA USP. São Paulo: segregação urbana e desigualdade. Disponível em: <http://www. revistas.usp.br/eav/article/view/10597/12339>. Acesso em: 04 mai. 2018. MEMOLI, Maurizio; D’ARC, Helene Riviere. Intervenções Urbanas na América Latina: Viver no centro das cidades. [s.n.], 2012. SMITH, Neil. Gentrification of the city: 3. EUA: [s.n.], 2011. ARCHDAILY. 12 critérios para determinar um bom espaço público. Disponível em: <https://www. archdaily.com.br/br/01-115308/12-criterios-para-determinar-um-bom-espaco-publico>. Acesso em: 07 mai. 2018. 122


ARCHDAILY. Parque red ribbon / turenscape. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/ br/01-156629/parque-red-ribbon-slash-turenscape>. Acesso em: 12 mai. 2018. ARCHDAILY. Reurbanização do sapé / base urbana + pessoa arquitetos. Disponível em: <https:// www.archdaily.com.br/br/796521/reurbanizacao-do-sape-base-urbana-plus-pessoa-arquitetos>. Acesso em: 16 mai. 2018. ARCHDAILY. Urbanização do complexo cantinho do céu / boldarini arquitetura e urbanismo. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-157760/urbanizacao-do-complexo-cantinhodo-ceu-slash-boldarini-arquitetura-e-urbanismo>. Acesso em: 14 mai. 2018. ISSUU. A batalha pelo centro de são paulo: santa ifigênia, concessão urbanística e projeto nova luz. Disponível em: <https://issuu.com/landreadjustment/docs/batalha_centro_sp>. Acesso em: 07 mai. 2018. ISSUU. A cidade ao nível dos olhos. Disponível em: <https://issuu.com/stipoteam/docs/a_cidade_ ao_nivel_dos_olhos>. Acesso em: 11 mai. 2018. PAHO. Níveis de poluição do ar estão crescendo em muitas das cidades mais pobres do mundo. Disponível em: <https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=articl e&id=5096:niveis-de-poluicao-do-ar-estao-crescendo-em-muitas-das-cidades-mais-pobres-domundo&itemid=839>. Acesso em: 08 mai. 2018

123


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