INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DO ESPÍRITO SANTO FACULDADE DE CASTELO – FACASTELO CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 1º PERIODO Ercílio Conrado Tirello Ernandes Silveira Andrade Gabriel do Nascimento Moulin Roseane Romão Thaís Turial Lamas Thomaz
Sistema Respiratório de Suínos
Castelo 2012
Ercílio Conrado Tirello Ernandes Silveira Andrade Gabriel do Nascimento Moulin Roseane Romão Thaís Turial Lamas Thomaz
Sistema Respiratório de suínos
Trabalho Acadêmico apresentado à disciplina de Informática na Faculdade de Castelo, como requisito parcial de avaliação. Prof. Valderedo Sedano Fontana
CASTELO 2012
Sumário
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................................... 4 2 FUNÇÃO E ESTRUTURAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO............................................................................ 5 3 MECANISMOS DE DEFESA DO APARELHO RESPIRATÓRIO........................................................................ 6 4 DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM SUÍNOS...................................................................................................... 7 5 DOENÇAS COMUMENTE ENCONTRADAS NO SISTEMA RESPIRÁRORIO SUÍNO.................................... 7 6 PNEUMONIA ENZOÓTICA SUÍNA................................................................................................................... 8 7 FATORES DE RISCO........................................................................................................................................ 9 8 IMAGENS PNEUMONIA ENZOÓTICA SUÍNA................................................................................................. 10 9 RINITE ATRÓFICA........................................................................................................................................... 11 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................. 12 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................................................................. 13
INTRODUÇÃO
Por meio deste trabalho falaremos sobre a função do sistema respiratório de suínos que é constituído pelo focinho, faringe, laringe, traqueias, brônquios e pulmões que tem como função realizar uma troca gasosa com o ar da atmosfera. Discutiremos também suas principais patologias, enfatizando as mais conhecidas, que são, pneumonia enzoótica e rinite atrófica. Essas doenças ocorrem com muita frequência, o que torna necessário realizar diagnósticos corretos para fazer o tratamento da doença e, dessa forma, controlar as incidências das mesmas.
FUNÇÃO E ESTRUTURAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório tem a função de estimular o organismo a fazer uma troca de gases com o ar atmosférico, permitindo a concentração de oxigênio no sangue, necessário para as reações metabólicas, e também servindo como via de eliminação de gases residuais que resultam dessas reações e que são representadas pelo gás carbônico. Constitui este sistema: o focinho, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e os pulmões.
MECANISMOS DE DEFESA DO APARELHO RESPIRATÓRIO
Os mecanismos de defesa usados no aparelho respiratório são: fossas nasais, os pelos e as glândulas cutâneas, os plexos venosos(cornetos nasais), que tem a função de aquecer e umedecer, o restante das vias condutoras limpam o ar, protegendo o delicado revestimento alveolar e contendo também glândulas mucosas e serosas e rede vascular sanguínea. Além dessas doenças respiratórias serem causadas por agentes lesivos introduzidos através do ar inspirado(via aerógena) também podem ser causadas através do sangue(via hematógena). Lembrando que dessas duas rotas a principal é a aerógena. As partículas maiores que 10 micras, são impedidas de penetrar nos pulmões, pela anatomia estrutural bem desenvolvida do trato respiratório(angulação do fluxo, presença de pelos e cílios). A tosse e a broncoconstrição é um reflexo que impedem a penetração mais profunda de gases e partículas prejudiciais. Existem também o aparelho mucociliar constituída por células epiteliais ciliadas e células caliciformes produtoras de muco. O muco forma uma importante barreira contra evaporação e toxinas, além de serem excelentes na absorção de partículas, e essas partículas absorvidas serão transportadas até a faringe, através do batimento sincrônico dos cílios, e então são engolidas ou entram em contato com o tecido linfóide da tonsila faríngea. Nos brônquios, há a presença de linfonodos ou nódulos linfáticos, tendo assim mais rigor na filtragem, e partículas de até 3 micras podem ser retidas, e essa apreensão de partículas se estende até os bronquíolos terminais. E 90% deste material retido seria eliminado em menos de uma hora.
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM SUÍNOS
Doenças respiratórias em suínos são muito frequentes, tornando necessária a prática correta de diagnóstico clínico e anatomopatológico, bem como de coleta de material para envio em exames laboratoriais. O brasil está obtendo resultados significativos na qualidade do diagnóstico de doenças na suinocultura. E para que esses resultados aumentem ainda mais, as empresas produtoras de suínos devem investir na atualização e formação de equipes de médicos veterinários envolvidos neste tipo de diagnóstico. As doenças encontradas no sistema respiratório são: • Pleuropneumonia; • Doença de Glasser; • Pasteurelose; • Pneumonia enzoótica; • Rinite atrófica. DOENÇAS COMUMENTE ENCONTRADAS NO SISTEMA RESPIRÁRORIO SUÍNO A criação em confinamento é comum na produção de suínos que torna o ambiente favorável à propagação de doenças respiratórias nesses animais. As mais frequentes são: Rinite Atrófica; Pneumonia Enzoótica Suína.
PNEUMONIA ENZOÓTICA SUÍNA
Essa doença é conhecida por várias denominações, tais como: pneumonia enzoótica a vírus, pneumonia viral suína ou também pela mais comum, pneumonia enzoótica suína. O agente etiológico da doença é o Mycoplasma hyopneumoniae, sendo que as manifestações patológicas podem se complicar através da presença de bactérias. Quadro clínico: podemos observar como sintomas tosse contínua, retardamento do crescimento, baixa letalidade e alta morbidade, devido ao fato da pneumonia enzoótica ser crônica. A doença pode ser transmitida entre os animais através de aerosóis. Vale lembrar que mesmo que o animal tenha se “curado” da doença, este deve ficar em observação por um ano, mediante ao fato de que ainda transmite a doença. Na maioria das vezes a pneumonia pode ser diagnosticada quando os suínos apresentam de três a dez semanas de idade. Podem continuar com o apetite, porém ficam com seu desenvolvimento comprometido. A doença pode se tornar mais complicada quando parasitas se instalam no pulmão. Diagnóstico: os mais comuns métodos de diagnóstico são feitos através de exames nas lesões macro e microscópicas. Para que o diagnóstico seja confirmado, devemos isolar o animal e identificar o Mycoplasma. Podemos observar na necropsia, que os pulmões apresentam lesões de cor avermelhada, ou acinzentada, ocorrendo com mais frequência nos lobos pulmonares craniais bilateralmente e havendo áreas consolidadas. E infecções causadas por outras bactérias podem agravar o quadro. Tratamento, prevenção e controle: através de estudos podemos dizer que a pneumonia micoplásmica não pode ser tratada com antibióticos. Poderá apenas reduzir a invasão secundária de bactérias, porém não cura a primária. Uma solução seria o uso de vacinas, mas ainda não existem vacinas eficazes. Segundo Behrens,H(1971) não é necessário sacrificar todos os animais porque alguns estão doentes. As granjas suínas poderão ser ocupadas após uma semana de limpeza ‘’pesada’’ e desinfecção.
FATORES DE RISCO
Somente um fator de risco não é necessariamente responsável pela doença, mas se possuímos um conjunto de fatores, podemos portanto afirmar que a pneumonia enzoótica pode acontecer de forma severa. Em granjas, dos animais que ficam propensos a fatores de risco, 30 % apresentam sintomas de pneumonia, principalmente tosse e perda de peso. Já em matadouros, até 60% dos animais apresentam lesões. Os principais fatores de riscos são: Disponibilidade de bocas do comedouro insuficiente; Fornecimento de ração a todo momento; Ausência de janelas ou cortinas em granjas para controlar a ventilação e a temperatura; Presença de sarna sarcópica; Umidade da sala maior que 73% ou menor do que 65%; Excesso de poeira na sala ambiental.
IMAGENS PNEUMONIA ENZOÓTICA SUÍNA
Lesão da infecção pelo M. hyopneumoniae, atingindo os lobos apicais, cardíacos e porção anterior do lobo diafragmático.
M. hyopneumoniae, atingindo a totalidade dos lobos apicais e cardíacos direitos e área proximal do lobo diafragmático direito, associado a abscessos multifocais.
Mycoplasma hyopneumoniae, causador da pneumonia enzoótica suína.
Lesão causada pela M. hyopneumoniae, atingindo os lobos apicais, cardíacos e porção anterior do lobo diafragmático.
RINITE ATRÓFICA
Sabe-se que o principal agente causador da doença é a Bordetella bronchiseptica. Todavia, se tal bactéria se associar a outros agentes microbianos pode ocasionar lesões mais sérias. Quadro clínico: os sintomas são: espirros, podendo ou não serem acompanhados de corrimento, chegando inclusive, ao quadro de hemorragia, mas, em casos crônicos. Percebemos também a presença de corrimento lacrimal no canto interno do olho, atrofia dos cornetos, assimetria entre a mandíbula e o maxilar e desvio do nariz, inibição e destruição do tecido ósseo. Em consequência das alterações anatômicas, outras infecções como pneumonia e encefalite podem ser observadas. Diagnóstico: em animais que estão com a doença evoluída seu diagnóstico é feito com muita facilidade. Porém, uma dificuldade a ser enfrentada é diagnosticar a doença precocemente ou sem nenhum quadro clínico. Podemos diagnosticar a doença através de raios x, rinoscopia, exame bacteriológico usando-se “swabs” nasais (feito em suínos com idade de quatro a dez semanas) e observando a assimetria entre a mandíbula e o maxilar (lembrando que este pode ser notado em animais com oito semanas de idade). Tratamento , prevenção e controle: devemos tomar algumas medidas para prevenir, tratar e controlar a rinite atrófica, tais como: eliminar os animais doentes, deve-se colocar antimicrobianos à ração, realizar nebulização com imunoprofilaxia e antimicrobianos e vacinar os animais, assim como é feito em alguns países.
Focinho de porco com rinite. Visão interna
Bordetella bronchiseptica
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos que as doenças presentes em animais de granja, como os suínos, são muito frequentes, devido ao fato de que a criação é realizada em confinamento. Podemos também afirmar que algumas doenças são muito difíceis de serem diagnosticadas e tratadas, pois, no caso da rinite atrófica só poderá ser diagnosticado com mais facilidade quando a doença estiver em estado avançado. Portanto, devemos exercer métodos de prevenção em granjas, como por exemplo, vacinar todos os animais, mediante que a pneumonia enzoótica suína é transmitida através de um vírus e também adicionar antimicrobianos à ração, pois, o agente transmissor da rinite atrófica, é uma bactéria.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HIROSE, Flávio. et al. Rinite atrófica não progressiva e progressiva: Prevalência fatores de risco e controle. 2 . Goiânia: Gráfica ART3, 2002. SOBESTIANSKY, Jurij; MATOS, Moema; HIROSE, Flávio. Pneumonia enzoótica suína: Prevalência, impacto econômico, fatores de risco e estratégias de controle. Sanidade em foco. 1. Goiânia: Gráfica ART3, 2001 CAVALCANTI, Sergito de Souza. Produção de suínos. Instituto Campineiro de E. A, 1996. ZLOTOWSKI, Priscila. et al. Educação continuada em suinocultura. Suinocultura em foco. 2011. Disponível em: < http://suinotec.com.br/suinofotos_dados_indices.php?id=34 >. Acesso em 24 mai. 2012. SOBESTIANSKY, J., et al. Rinite atrófica - Uma das mais importantes doenças respiratórias dos suínos. Boletim infosuínos, n. 6, out 2011. Disponível em: < http://www.merial.com.br/suinos/infosuinos/2011/setembro/solucoesmerial/solucoesmerial.asp >