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DO
língua portuguesa cadernos
1 ANO º
2º BIMESTRE 2º BIMESTRE
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CADERNO DO PROFESSOR
língua portuguesa 1 ano º
2º BIMESTRE Este material foi elaborado com a participação dos educadores da rede municipal de ensino de Salvador
SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO - SMED Antonio Carlos Peixoto de Magalhães Neto Prefeito Guilherme Cortizo Bellintani Secretário Teresa Cozetti Pontual Subsecretária Marília Castilho Diretora de Orçamento, Planejamento e Finanças Joelice Braga Diretora Pedagógica Gilmária Ribeiro da Cunha Gerente de Currículo Luciene Costa dos Santos Gerente de Gestão Escolar Neurilene Martins Ribeiro Coordenadora de Formação Pedagógica Alana Márcia de Oliveira Santos Supervisora do Ensino Fundamental I Ionara Pereira de Novais Souza Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental I Parceria Técnica
INSTITUTO CHAPADA DE EDUCAÇÃO E PESQUISA Cybele Amado de Oliveira Presidente Claudia Vieira dos Santos Secretária Executiva e Vice-Presidente Cybele Amado de Oliveira, Diretoras Eliana Muricy e Fernanda Novaes Elisabete Monteiro Coordenadora Pedagógica do Projeto EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA Débora Rana e Renata Frauendorf Coordenadoras Andréa Luize, Carla Tocchet, Sistematizadoras Dayse Gonçalves, Érica Faria e Marly Barbosa Telma Weisz Parecerista EQUIPE DE MATEMÁTICA Priscila Monteiro e Ivonildes Milan Coordenadoras Ana Clara Bin, Ana Flávia Alonço Sistematizadoras Castanho, Ana Ruth Starepravo, Andréa Tambelli e Camilla Ritzmann Patricia Sadovsky Parecerista
EQUIPE DE EDIÇÃO Paola Gentile
Coordenadora
Denise Pellegrini
Redatora-Chefe
Beatriz Vichessi, Ferdinando Casagrande, Gabriel Pillar Grossi, Ricardo Falzetta e Ricardo Prado Sidney Cerchiaro (Coordenador), Eduardo Teixeira Gonzaga, Manrico Patta Neto, Rosi Ribeiro Melo e Sueli Mazze EQUIPE DE DIAGRAMAÇÃO Marcelo Beltrame Camila Cogo Ana Cristina Tohmé, Cleiton Barcelos, Ed Santana, Fabricio Vargas, Marcelo Barros, Olivia Ferraz e Victor Casé Ale Kalko Larissa Seixas
Editores
Revisores
Tramedesign Produtor Executivo Diretora de Arte e projeto gráfico Designers
Capa e ilustrações Ilustrações de abertura
Agradecemos a todas as instituições e pessoas que contribuíram para a elaboração deste caderno com conteúdos, imagens, produções culturais e, em especial, aos educadores da rede municipal de Salvador, que participaram de todo o processo. 2016 Todos os direitos desta edição reservados à SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO DE SALVADOR Avenida Anita Garibaldi, 2981 – Rio Vermelho 40170-130 Salvador BA Telefone (71) 3202-3160 www.educacao.salvador.ba.gov.br Os textos extraídos de sites, blogs e livros foram adaptados conforme as regras gramaticais e as novas regras de ortografia.
Ăndice gestĂŁo do tempo
6
brincadeira do mercadinho
7
sarau de poesias
27
bloco de leitura e escrita
50
sondagem
65
gestão do tempo
como trabalhar com as sequências O caderno do segundo bimestre é composto por três propostas: duas sequências didáticas (Brincadeira do mercadinho e Sarau de poesias) e um bloco com atividades de leitura e escrita pelo aluno. Assim como no caderno do primeiro bimestre, a primeira sequência didática tem o propósito específico de trabalhar com os conteúdos relativos à compreensão do sistema de escrita e com o uso da linguagem escrita. O avanço dos alunos rumo à aquisição do sistema de escrita é o conteúdo central. Portanto essa sequência deve ser objeto de trabalho ao longo do ano todo. Para cada bimestre, estão previstas novas e potentes intervenções didáticas. Já a sequência didática Sarau de poesias tem como propósito a formação de leitores literários, em especial do gênero poesia – algo muito pertinente para essa etapa da aprendizagem, por se tratar de um tipo de texto que permite brincar com a linguagem, proporcionando aos alunos um tipo de interação que, normalmente, muito os agrada e que pode potencializar o papel que a imaginação desempenha na
vida deles. Para tanto, a sequência didática contempla autores consagrados da literatura infantojuvenil brasileira. Foram selecionadas obras que vão ao encontro da maneira como alunos de 1o ano representam um modo próprio de interagir com o mundo à sua volta. Levando em conta as necessidades a serem garantidas nessa fase de alfabetização, é muito importante convidar as crianças a ler e escrever todos os dias. Por isso, reserve pelo menos 30 minutos diários para atividades que contemplem esses conteúdos. O Bloco de leitura e escrita será bastante proveitoso para esses momentos, pois as propostas têm foco na reflexão sobre o sistema de escrita (de nome de animais). A sugestão é que você utilize esse material pelo menos duas vezes durante a semana. Tal como já orientado no primeiro bimestre, trabalhe intercalando as atividades das duas sequências didáticas e do Bloco de leitura e escrita, pois os conteúdos envolvidos em cada um deles devem estar presentes na rotina diária da turma. A ideia é que as atividades sejam distribuídas ao longo da semana: quatro aulas dedicadas à sequência Brincadeira do mercadinho, duas à de leitura de poemas e conversas sobre eles, além da preparação dos alunos para o sarau que aparece na proposta. E mais duas aulas para o Bloco de leitura e escrita. De acordo com as necessidades de aprendizagem a serem garantidas
durante o segundo bimestre, é importante, além de propor atividades em que as crianças sejam convidadas a escrever todos os dias, fazer com que reflitam coletivamente com base na problematização das escritas produzidas por elas. Isso é possível observar nas orientações didáticas que acompanham as atividades da sequência didática Brincadeira do mercadinho. Assim, reserve pelo menos 30 minutos diários para atividades dessa natureza. Em relação à linguagem escrita, nas duas sequências didáticas deste caderno estão previstas situações em que os alunos são convidados a produzir, em grupos, bilhetes e convites. Porém, agora eles devem se responsabilizar pelo planejamento dos textos em questão antes do ditado coletivo, situação em que você deve seguir atuando como escriba. Considerando a necessidade de ampliar os conhecimentos das crianças acerca dos procedimentos de escrita, o objetivo é levá-las a refletir sobre o tipo de informação que não pode faltar nos textos a serem produzidos. Lembre-se de que, além de explorar as duas sequências didáticas, é fundamental continuar garantindo a realização de atividades permanentes, como a leitura em voz alta de outros textos de literatura feita por você, bem como a roda de leitura. O quadro abaixo sugere uma rotina de trabalho em uma semana de aula. Consulte-o para planejar o uso do Caderno do aluno.
2ª-feira
3ª-feira
4ª-feira
5ª-feira
6ª-feira
Leitura em voz alta feita pelo professor
Leitura em voz alta feita pelo professor
Leitura em voz alta feita pelo professor
Roda de leitura
Leitura em voz alta feita pelo professor
Brincadeira do mercadinho
Sarau de poesias
Brincadeira do mercadinho
Sarau de poesias
Sarau de poesias
Brincadeira do mercadinho
Bloco de leitura e escrita
Bloco de leitura e escrita
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LÍNGUA PORTUGUESA - 1º ANO
BRINCADEIRA DO MERCADINHO - CADERNO DO PROFESSOR
brincadeira do mercadinho pág. 6
tempo estimado • 30 aulas.
material
• Letras móveis. • Cartolina. • Embalagens vazias e higienizadas de produtos à venda em mercados. • Caixas de papelão grandes e vazias. • Calculadora de brinquedo. • Porta-talheres ou material similar para fazer as vezes da gaveta do caixa do mercadinho. • Plaquinhas para escrever o nome das seções e fazer as vezes de etiqueta de preço dos produtos, disponíveis no anexo do Caderno do aluno. • Dinheiro de mentirinha, disponível no anexo do Caderno do aluno. • Tampinhas de garrafas PET de refrigerante e água para fazer as vezes de moedas.
produto final
• Mercadinho para brincar de compra e venda com colegas de outras turmas.
introdução
COM ESTA SEQUÊNCIA, ESPERA-SE QUE OS ALUNOS • Usem a linguagem oral em um jogo simbólico de compra e venda. • Avancem no conhecimento sobre o sistema de escrita com base em situações de interação e intercâmbio de ideias com os colegas.
• Reflitam de forma significativa sobre as características do sistema de escrita em situações de leitura e escrita. • Organizem, inventem e criem papéis e conversem sobre eles durante a brincadeira, aprendendo a negociar e fazer acordos em situações de conflito. • Assumam responsabilidades de acordo com os combinados sobre funções e papeis exercidos na brincadeira.
A perspectiva de utilizar o jogo simbólico como situação lúdica e potencialmente rica em termos de criar bons contextos de aprendizagem é muito interessante para a faixa etária dos alunos de 1o ano. A organização e a realização desse tipo de atividade dão ensejo a inúmeras situações altamente contextualizadas de leitura e escrita. A ideia é se basear em uma situação-problema proposta às crianças: como se pode organizar a brincadeira do mercadinho? Permita que elas pensem como fazer isso. Para brincar, por exemplo, vão precisar de embalagens vazias e isso vai gerar a necessidade de produzir coletivamente um bilhete solicitando o material às famílias. Pode 2º BIMESTRE
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ser interessante também que a turma converse com outras pessoas da comunidade escolar (como as merendeiras) para saber de que forma elas podem colaborar. O importante é que os alunos tenham um grande protagonismo nas situações de planejamento desse jogo de faz de conta e compreendam todas as etapas propostas, até chegar à organização de um mercadinho o mais parecido possível com o que vão conhecer durante a pesquisa a ser realizada em uma das atividades. Na primeira vez que os alunos realizarem essa brincadeira, ofereça as embalagens de modo a organizar um acervo inicial mínimo, que funcionará como atividade disparadora da sequência didática. Não se preocupe com a quantidade de itens e variedade. Esses serão bons problemas para fazer os alunos conversar e pensar em soluções. Outros bons problemas vão aparecer, como a necessidade de organizar as embalagens por categoria ou seção e também com a não atribuição de preços aos produtos que as crianças vão comprar e vender, além do fato de elas não saberem como vão efetuar o pagamento das compras (já que não terá sido discutida previamente a pertinência de inventarem um dinheiro com o qual vão realizar as ações de pagamento). Além disso, inicialmente, é desejável que você não interfira na distribuição dos papeis da brincadeira, deixando isso a cargo dos alunos. Note que a ideia é fazer desses momentos uma boa situação-problema,
cuja organização e cujo encaminhamento serão discutidos posteriormente a cada situação vivida em rodas de conversa. Assim, os alunos podem explicitar os problemas enfrentados e fazer proposições para aprimorar a brincadeira. A discussão vai dar início a várias atividades organizadoras, que deverão acontecer sempre que as crianças desejarem e você achar conveniente ao longo da sequência didática. Muitas propostas de leitura e escrita vão apoiar a organização das embalagens, do cenário e das ações dos participantes. Estão previstas também visitas a mercados próximos à escola e à residência dos alunos, para pesquisa. Nelas, eles vão coletar dados sobre a estrutura desse tipo de comércio a fim de melhorar a organização da situação de faz de conta. Os dados pesquisados também apoiarão atividades de leitura e escrita, tais como a elaboração de placas indicativas das seções, a produção de listas de compras e etiquetas com nome e preço dos produtos, a escolha do nome do mercado etc. Portanto, é justamente entre uma proposta de brincadeira e outra que as crianças vão atribuindo sentido às muitas situações de leitura e escrita sugeridas no Caderno do aluno deste segundo bimestre, ampliando os conhecimentos sobre o funcionamento do sistema de escrita, bem como as representações delas mesmas sobre os papeis sociais que exercem na brincadeira. Vale ressaltar que é o caminho metodológico proposto nesta sequência didática que vai potencializar o aprendiza-
do dos alunos. Então, procure seguir as orientações sobre o modo de encaminhar as atividades de escrita, uma vez que as crianças aprendem a escrever por meio da interação com os colegas que têm saberes diferentes dos delas. O trabalho em duplas é fundamental e precisa ser garantido para que os alunos pensem nas letras que vão usar para escrever determinada palavra, na ordem em que vão colocá-las, na quantidade que necessitam para escrever o nome de um produto etc. Para que as crianças compreendam que haverá momentos lúdicos e de trabalho de escrita, inicie as atividades compartilhando com elas as ações a serem realizadas em todas as etapas da sequência didática. Com a colaboração da turma, elabore um cronograma de trabalho, para que todos compreendam a importância de cada passo e atribuam mais sentido a cada desafio. Além das diversas oportunidades que terão para refletir sobre o sistema e a linguagem escrita, com o jogo de faz de conta do mercadinho, os alunos vão poder brincar, se divertir e experimentar diferentes papéis (caixa, comprador e empacotador). Eles também serão convidados a desenvolver atitudes fundamentais para a qualidade das relações interpessoais, atuando de forma cooperativa. Isso pode implicar em mudanças positivas de hábitos de convivência. Por fim, esse tipo de atividade permite relacionar a experiência vivida na escola às vivências que acontecem fora dela, ampliando o conhecimento de mundo dos alunos.
Luis Victor EM Casa da Providência
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LÍNGUA PORTUGUESA - 1º ANO
BRINCADEIRA DO MERCADINHO - CADERNO DO PROFESSOR
quadro de organização da sequência Etapas
Atividades 1A Leitura do texto de apresentação do trabalho
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Apresentação do trabalho
1B Escrita do nome de dois produtos do mercadinho 1C O que não pode faltar na escrita de um bilhete? 1D Produção coletiva de bilhete 2A Organização da brincadeira 2B Visita a um mercado 2C Escrita do nome de duas seções de produtos
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O que tem em um mercado?
2D Planejamento de um bilhete, em dupla 2E Escrita coletiva de um bilhete 2F Socialização da visita e escrita do nome de duas profissões que os alunos conheceram no mercado visitado com a família 3A Produção de lista com todos os produtos do mercadinho 3B Brincar para organizar as embalagens
3
Organização do mercadinho
3C Leitura de lista de produtos de higiene pessoal 3D Escrita de plaquinhas com o nome de seções 3E Produção de etiquetas com nome e preço dos produtos 3F Produção de lista de compras 4A Roda de conversa sobre as funções dos trabalhadores de um mercado
4
Quem faz o que na brincadeira
4B Produção de lista das funções exercidas por pessoas que trabalham em um mercado 4C Escrita do nome da função de que mais gosta 4D Escolha do papel que gostaria de representar na brincadeira 4E Votação e escolha do nome do mercadinho
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Vamos brincar
5A Lista das informações que não podem faltar no convite que será produzido coletivamente 5B Escrita coletiva do convite 5C Organização do mercadinho
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Avaliação
6A Roda de conversa sobre as aprendizagens realizadas 6B O que mais gostei de aprender
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ETAPA 1 – Apresentação do trabalho Esse é o momento para apresentar a sequência didática aos alunos e explicar que, ao longo de dois meses, eles vão brincar de mercadinho, ler e escrever muitas coisas para organizar a brincadeira.
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LÍNGUA PORTUGUESA - 1º ANO
1A Leitura do texto de apresentação do trabalho As crianças de 1º ano ficam muito mobilizadas em situações de brincadeira e, quando ela se transforma num contexto que justifica inúmeras propostas de leitura e de escrita, o envolvimento da turma é ainda maior, pois a
diversão é revestida de sentido. Portanto, depois da leitura em voz alta do texto de apresentação, deixe que as crianças brinquem com as embalagens que foram providenciadas até o momento. Se julgar que não dispõe de muitas até agora, não se preocupe: a quantidade vai aumentar com as contribuições das famílias e de outros adultos. Feito isso, promova uma roda de conversa sobre à respeito das experiências dos alunos sobre brincar de mercadinho. Dê tempo para que relatem o que já realizaram sobre a temática, na escola e em casa, ou contar que nunca brincaram dessa forma. Lembre-se de que essa é uma atividade disparadora, isto é, pretende gerar uma situação-problema: colocar as crianças frente a alguns desafios sobre os quais serão convidadas a refletir na roda de conversa promovida depois da brincadeira. Na roda, deixe que comentem o que deu certo ou não deu e peça sugestões de como podem aprimorar. Elas vão concluir que será necessário um número maior de embalagens para que vários alunos possam ser compradores ao mesmo tempo, por exemplo. Solicite que digam o que mais é necessário ter no mercadinho. Na presença dos alunos, escreva em uma cartolina o que eles disserem, de forma a organizar uma lista escrita com letras de fôrma maiúsculas.
1B Escrita do nome de dois produtos do mercadinho Esta atividade está planejada para ser feita em dois momentos. No primeiro, os alunos devem estar organizados em duplas seguindo o critério de saberes próximos em relação ao sistema de escrita, considerando inclusive os que ainda não compreendem o sistema alfabético. Caso existam alunos com escrita alfabética, forme duplas entre eles ou agrupe-os com os que tenham escrita silábico-alfabética. Para relembrar o critério de agrupamento, retome as orientações no Caderno do professor
BRINCADEIRA DO MERCADINHO - CADERNO DO PROFESSOR
do primeiro bimestre. É interessante recuperar com as crianças a brincadeira realizada na aula anterior e alguns nomes de produtos que tenham sido utilizados. Para a realização da atividade de escrita, combine com a classe que você dirá o nome de um produto para que cada dupla escreva-o utilizando as letras móveis. A dupla deve escrever somente uma palavra, conversar e tomar decisões sobre quais e quantas letras usar em que ordem, entre outras coisas. Enquanto as crianças estiverem escrevendo, circule pela sala para ouvir o que elas pensam. Fique atento às letras escolhidas, para então fazer perguntas que ajudem os alunos a pensar se elas são as melhores para escrever tal palavra, por exemplo. Depois que se certificar que todos já terminaram, incentive os alunos a escrever a palavra no Caderno do aluno. Repita o mesmo processo para encaminhar a escrita da segunda palavra. Importante: no caso de duplas formadas por alunos com escrita alfabética, é interessante propor palavras diferentes, que apresentem, preferencialmente, questões ortográficas (por exemplo, xampu) ou de segmentação (como pasta de dente), para que assim as crianças também tenham bons problemas para pensar. Encerrado o primeiro momento da atividade e o trabalho com letras móveis, é hora da segunda parte. O desafio a ser apresentado aos alunos nesta atividade já foi realizado no primeiro bimestre. Em caso de dúvidas, retome as orientações no Caderno do professor. A ideia é convidar a turma a refletir com uma discussão coletiva acerca da palavra. Há várias maneiras de propô-la. Conheça uma delas. Faça o seguinte convite às crianças: “Vamos pensar sobre a escrita da palavra leite.” Convide uma dupla que tenha produzido uma escrita silábica para ir ao quadro e escrever tal palavra, da mesma forma como foi feito com as letras móveis. Ao
terminar, peça que as crianças leiam o registro indicando cada parte da palavra. Essa retomada da escrita permite um tipo de análise que vai além das letras iniciais e finais: tem a ver com o meio da palavra – e é esse justamente o desafio para fazer com que os alunos com escritas silábicas avancem. Deixe essa escrita tal como foi produzida e convide outra dupla. Para tal, considere suas observações sobre as escritas já produzidas anteriormente pelas duplas e pelas crianças individualmente. Peça que os alunos escrevam logo abaixo do primeiro registro. Quando um aluno que não compreendeu o funcionamento do sistema de escrita faz seu registro no quadro, ele tem a chance de colocar em jogo seus saberes, confrontando-os com o registro anterior ao seu, principalmente porque pode dialogar com um colega que pensa diferente dele. Quando chamar a segunda dupla, diga: “Os colegas escreveram leite dessa forma. Vocês concordam com eles? Conversem e escrevam novamente leite embaixo da escrita deles.”. Convide, no máximo, quatro ou cinco duplas por dia para não tornar a atividade muito cansativa. Ao final, o quadro terá algo semelhante a isso: EIEQTEL EIE LIE ELIT LEIE Anote em um caderno pessoal os registros das crianças e a escrita a que elas conseguiram chegar para que você possa acompanhar os avanços de sua turma. A boa mediação para essa atividade deve provocar sucessivas análises e consecutivas reelaborações do escrito. É fundamental observar que as intervenções realizadas devem ter como base a análise da produção dos alunos. Você não deve perguntar nada sobre o
que está faltando nos registros nem ler em voz alta para as duplas o que tiver sido escrito. As releituras por parte das crianças permitem um tipo de reflexão parte a parte que informa a eles que a escrita pode ser analisada novamente. Além disso, abrem um espaço para se pensar sobre a possibilidade de considerar que outras letras podem ser boas para escrever o mesmo segmento. Realizar uma situação de reflexão coletiva como essa permite a todos fazer inúmeras reflexões com base na análise do que estava escrito para continuar escrevendo. O registro vai se transformando à medida que outros caracteres são agregados a uma escrita silábica, como é possível observar no exemplo ao lado. Lembre-se de que a análise da escrita dos colegas e a interação entre eles, além da socialização das reflexões, possibilitam que a turma avance na produção e, certamente, na compreensão do que é a escrita e o que ela representa. A principal condição didática que favorece a aquisição do sistema é escrever e comparar o registro com o feito por outra pessoa. É nesse momento que as questões sobre o sistema, as contradições, aparecem. Realize essa proposta com a turma ao fim de cada uma das palavras ditadas, alternando as duplas chamadas para ir ao quadro. Assim, você cria a possibilidade de diversos alunos refletirem sobre a escrita das palavras. Para obter êxito, é fundamental criar um clima de confiança e respeito entre todos. Não se trata de quem está certo ou errado, e sim de trabalhar com diferentes formas de pensar a escrita de uma mesma palavra. Quando alguém apresentar dúvidas sobre que letras usar, incentive buscar apoio nas listas com palavras de referência expostas no mural da sala, como a de nomes. Note que, no caso de T, é comum os alunos acharem que apenas esta letra basta para escrever TE. O mesmo 2º BIMESTRE
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acontece com D, P, B e C. É interessante, então, instigá-los a pensar, utilizando como apoio nomes de colegas ou outras palavras de referência que podem ser escritas por você no quadro. Essa é uma forma de ajudá-los a observar melhor e descobrir a letra que não colocaram. Recorrer a esse material é interessante porque reforça o valor das palavras de referência, como favorecedoras de situações em que é preciso ler e escrever outras palavras. Note que há muitas possibilidades de intervenção para esse momento. Os exemplos dados são algumas formas para problematizar, discutir e pensar sobre as escritas. Entretanto, o fundamental é garantir um espaço de circulação de informações entre as crianças,
para que troquem ideias. Cabe a você o papel principal de escutá-las primeiro para, então, se necessário, fazer alguma pergunta que as ajudem a avançar considerando suas ideias iniciais. Realizando esse tipo de atividade e de intervenção com frequência, é possível acompanhar o avanço de conhecimento da turma, além de fazer com que eles próprios busquem escritas cada vez mais próximas às convencionais. Como essa atividade requer alto grau de concentração, avalie se deve refletir sobre a escrita de uma nova palavra ou deixar para outro dia. O valor da proposta está na qualidade das intervenções realizadas por você e na possibilidade de troca de ideias entre os alunos.
Outros pontos de atenção: • O objetivo não é fazer com que os alunos cheguem à escrita convencional, e sim criar momentos de reflexão sobre o sistema com a ajuda do intercâmbio de ideias e da circulação de informações entre os alunos de cada dupla e de todos entre si. Por isso, não apague as escritas anteriores. • Para provocar a reflexão, chame primeiro a dupla com menor conhecimento sobre a escrita e só depois a de maior conhecimento a fim de criar um espaço de reflexão entre elas. • Para propor perguntas, é preciso, antes de mais nada, ouvir o que as crianças dizem, compreender o que pensam e como pensam. Só depois faça algum tipo de intervenção.
de bilhete já realizadas, questionando o que os alunos escreveram e para quem era o bilhete, entre outros pontos. Feito isso, retome o que não pode faltar na escrita de um bilhete, como data, para quem será escrito e o que será informado (nesse caso, especificamente, o pedido de embalagens para a turma poder brincar de mercadinho). Para essa etapa de planejamento do texto, combine com as crianças que elas devem escrever em duplas, no caderno de uma delas, uma informação
que não pode faltar no bilhete. Depois de terminada a escrita, sugira ao aluno que não teve a escrita registrada no caderno que copie a produção do colega para que ele possa recorrer ao registro no momento de escrita do bilhete. Peça que as duplas escrevam a informação do que não pode faltar (por exemplo: do que vão brincar, em que data esperam que as contribuições sejam enviadas, tipos de embalagem de que precisam e a necessidade de higienização). Depois, promova uma conversa para que todos compartilhem o que pensaram e discutam a ordem em que devem inserir as informações no texto de modo que compreendam que o bilhete vai ser escrito considerando as contribuições coletivas. Anote tudo em uma lista única a ser utilizada na atividade seguinte.
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1C O que não pode faltar na escrita de um bilhete? Para dar continuidade à brincadeira, peça ajuda aos familiares da turma. Esse é um bom contexto para recuperar as aprendizagens feitas no primeiro. bimestre sobre escrita de bilhetes. Os alunos já produziram a escrita coletiva de um bilhete. O desafio agora é um pouco maior e a etapa de planejamento deve ser feita em duplas. Antes de começar a atividade, relembre oralmente as situações de escrita
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LÍNGUA PORTUGUESA - 1º ANO
BRINCADEIRA DO MERCADINHO - CADERNO DO PROFESSOR
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1D Produção coletiva de bilhete Retome o planejamento elaborado por todos na atividade 1C, recorrendo à lista, e inicie a escrita coletiva do bilhete relembrando os seguintes aspectos para os alunos: • A necessidade de definir para quem desejam escrever e com que objetivo. • A validade de explicitar todos os comportamentos de escritor envolvidos no trabalho, a saber: a) a importância de planejar que tipo de informação deverá constar do bilhete (o que vão fazer, do que vão precisar e indicação das datas em que as famílias devem enviar o que está sendo pedido), o que, por sua vez, já foi reali-
zado na atividade 1C, em dupla. b) todos os procedimentos envolvidos no ditado propriamente dito, fazendo com que todos compreendam que é importante controlar o ritmo do ditado, considerando as ações de quem atua como escriba. c) a importância de interromper o ditado em vários momentos a fim de ler o que já foi escrito para que se saiba o que falta escrever. d) concluída a produção, a necessidade de propor a revisão do texto, lendo o convite em voz alta e na íntegra, questionando as crianças sobre a completude das ideias e problematizando, eventualmente, a repetição de pala-
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ETAPA 2 – O que tem em um mercado? As crianças costumam ir com frequência a mercados acompanhando os pais e familiares, mas será que já pararam para pensar sobre como ele é organizado? Como as pessoas sabem
vras. Como já foi apontado no Caderno do professor do primeiro bimestre, nessa etapa da alfabetização, a pontuação e a paragrafação ficam por sua conta. Vale lembrar que as decisões quanto a esses aspectos não precisam ser discutidas com os alunos. Já representa um aprendizado para eles atuarem como observadores da presença de outras marcas gráficas além das letras no texto que vai sendo escrito no quadro ou em uma cartolina, bem como da separação entre as palavras e da organização da escrita em parágrafos. Depois de o texto ser revisado e finalizado, cada criança deve copiá-lo no Caderno do aluno. Além da informação que vão receber por meio do bilhete, essa atividade é uma ótima oportunidade para os pais conhecerem mais o Caderno do aluno e o que o filho está aprendendo na escola. No dia seguinte, pergunte aos alunos se os pais ou familiares leram o bilhete enviado e compreenderam a solicitação da turma.
a deixar a brincadeira cada vez mais organizada e com mais cara de mercadinho. Para isso ganhar mais sentido, a proposta é realizar duas visitas a mercados, uma com os colegas e o professor e outra com os pais.
onde está cada produto? Observaram as diferentes fontes de informação, como o nome das seções, os cartazes de promoção e as placas que informam o nome de cada produto e o preço? Nessa etapa, a turma vai começar a refletir sobre essas questões de forma
2A Organização da brincadeira Esta atividade também é uma situação-problema, isto é, os alunos vão brincar com os materiais que dispõem até então e você não deve interferir na distribuição de papéis, tampouco na organização das embalagens. Provavelmente, elas ficarão misturadas e as crianças vão se deparar com alguns problemas como a indefinição de seções do mercadinho e dos preços dos produtos. Também não vão saber direito como pagar por eles nem o que 2º BIMESTRE
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fazer com as embalagens depois de fazer as compras. Vai ser na roda de conversa, a ser realizada depois da explicitação dessas questões por meio da fala dos alunos e das observações que você fizer sobre o modo como eles brincam, que todos vão compreender a necessidade
de pensar como podem organizar a brincadeira da próxima vez. Durante a roda, pergunte às crianças como elas acham que poderiam ajudar os clientes do mercadinho a encontrar rapidamente um produto que estão procurando. Relacione a resolução do problema que elas enfrentam
com o que já sabem sobre o modo como os mercados são organizados para receber os compradores. Combine o que fazer da próxima vez que brincarem. Anote tudo que disserem para poder retomar, afinal a turma já está planejando a brincadeira a fim de aperfeiçoá-la um pouco mais.
e explique o motivo da visita. Lembre-se de perguntar o horário de menor circulação de pessoas. Essa atividade deve ser realizada em três etapas. Na primeira, faça uma roda de conversa: conte para as crianças sobre a visita e como será. Explique que a turma vai ser dividida em pequenos grupos e que cada um vai receber um desafio: procurar alguns produtos e descobrir em que parte do mercado estão expostos. Explique que é preciso encontrá-los sem passar por todos os corredores. A turma pode fazer isso perguntando para outras pessoas, por exemplo, onde está o que querem. Sendo assim, vai ser preciso planejar o que fazer. Isso levará as crianças a pensar como os produtos costumam ser organizados e se o fato de localizar outras mercadorias que sabem que normalmente ficam próximas daquelas que estão procurando ajuda a resolver o desafio. Assim, os alunos vão descobrir um critério de organiza-
ção, o que poderá gerar bons contextos de escrita. Explique às crianças que elas devem circular pelo mercado de forma tranquila e organizada: não se trata de uma competição de quem encontra determinado produto primeiro. Converse sobre outras atitudes, como não correr nem gritar, entre outras. Combine ainda que elas terão um tempo para localizar o que foi pedido (umas vão tentar encontrar margarina, requeijão e iogurtes, outras terão de procurar detergente, sabão em pó e amaciante, e um terceiro grupo terá de localizar o lugar onde estão sabonetes, escovas e pastas de dente) e que depois todos devem voltar a se encontrar no lugar combinado. Por fim, explique que a classe vai realizar esse desafio para depois discutir o que foi descoberto sobre a forma como os mercados são organizados. Lembre-se de retomar todas essas informações no dia da visita. Na segunda etapa da atividade, depois de finalizar a roda de conversa, proponha que os alunos escrevam, em duplas e com letras móveis, o nome de dois ou três mercados próximos à escola para fazer uma votação a fim de escolher qual será visitado. Como nas atividades anteriores, circule pela sala para observar as interações entre as duplas produtivas de trabalho para depois problematizar algumas escritas. Concluída a tarefa, convide algumas duplas para registrar no quadro como escreveram o nome dos mercados. Uma criança de cada dupla será responsável por escrever o que ela pensou com o colega. Problematize a escrita
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2B Visita a um mercado Antes de encaminhar a proposta de trabalho, pesquise quantos mercados há nas redondezas da escola e avalie a viabilidade de visitar um deles com os alunos. O ideal é ter mais de uma opção para que a votação proposta às crianças faça sentido para elas. Também é recomendado que a visita seja feita em mercados maiores, pois eles vão oferecer mais pistas sobre a organização das mercadorias e sobre as pessoas que lá trabalham. Caso não exista nenhum estabelecimento grande próximo à escola, organize a visita a um pequeno, mas faça dessa saída um evento. Lembre-se de que as crianças pouco saem da escola. É interessante que você vá ao mercado escolhido previamente para planejar a visita, pensar sobre a circulação das crianças no estabelecimento e antecipar os ajustes necessários no planejamento idealizado. Converse com o gerente ou o dono do estabelecimento
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LÍNGUA PORTUGUESA - 1º ANO
BRINCADEIRA DO MERCADINHO - CADERNO DO PROFESSOR
usando a mesma metodologia da atividade 1B. Lembre-se de que o importante não é fazer os alunos alcançarem a escrita convencional, e sim garantir a troca de ideias entre eles. Tenha sempre um caderno pessoal em mãos para registrar as escritas coletivas e a data em que foram feitas – essa é mais uma forma de acompanhar a evolução das escritas da turma. Com tudo combinado, hora de partir para a terceira etapa: a visita. Chegando ao mercado, convide o grupo a dar uma volta pelo estabelecimento com você. Aponte as placas indicativas das seções dos produtos e questione os alunos de modo que eles tentem antecipar o que está escrito em cada uma
e estabeleçam uma relação entre as seções e as informações das placas. Pode ser que algumas crianças já conheçam o mercado e, por essa razão digam que sabem onde encontrar o que foi solicitado. De qualquer forma, esse vai ser o momento de colocar em evidência as placas existentes e os eventuais cartazes com informações sobre preços e promoções. Aponte cada um deles e pergunte às crianças o que acham que está escrito. Observe se elas são capazes de antecipar o tipo de informação que o material contém. Deixe que nomeiem as seções a seu modo e valide as ideias. Sobre as intervenções possíveis em relação a esse momento de leitura, há
duas possibilidades. No caso de alunos que ficam muito presos a decodificar as placas e os cartazes, ajude-os a compreender que a leitura vai para além disso e que os rótulos e as placas que indicam o nome de cada seção apresentam pistas que auxiliam a antecipar o que pode estar escrito para que depois verifiquem se de fato é o que estão pensando. Já no caso dos que antecipam o que está escrito seguindo pistas, convide-os a observar as letras que compõem determinada palavra e, então, verificar se de fato aquilo que pensaram se confirma. Por fim, leia as placas e os cartazes em voz alta para que todos saibam o que está escrito neles.
sam ficar sob refrigeração (como laticínios, congelados, carnes e peixes), as frutas e as verduras. Veja se notaram se ficavam em bancada, geladeira, freezer ou prateleira. Na segunda etapa da atividade 2C, as crianças devem escrever o nome de duas seções do mercado a ser ditado pelo professor. Para tal, é fundamental que os nomes sejam tratados na roda de conversa realizada anteriormente, quando for retomado como os produtos são organizados no mercado. Como feito anteriormente, as escritas devem ser problematizadas no quadro. Proceda como indicado na atividade 1B: circule pela sala observando as
duplas de trabalho e escolhendo algumas escritas para discutir. Lembre-se de que não importa que os alunos não tenham escrito o nome convencional da seção. Em vez de produtos de limpeza, pode ser que escrevam limpeza e, em vez de padaria, pães e bolos. O importante é chegar a um acordo para que todos pensem sobre a escrita do nome da seção. A escolha das palavras a serem escritas pela turma não pode ser aleatória. Lembre-se de que palavras que começam ou terminam com a mesma letra podem oferecer bons desafios. O número de letras também é uma pista que elas costumam usar. Portanto fique atento às escolhas. Para os alunos alfabéticos, selecione palavras que ofereçam desafios ortográficos, pois na língua portuguesa nem sempre uma única letra corresponde a um som somente e nem sempre um som é representado pela mesma letra como em limpeza e linpesa e peixe e peiche. Por fim, convide os alunos a desenhar um mercado. Ofereça para cada um uma folha de papel avulsa. Em seguida, sugira que mostrem aos colegas os desenhos produzidos. Chame a atenção para os desenhos da fachada,
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2C Escrita do nome de duas seções de produtos Depois da visita, proponha uma roda de conversa para ajudar os alunos a entender como o mercado é organizado, dividindo os alimentos em seções (de hortifrúti, produtos de limpeza, higiene pessoal etc.). Retome algumas coisas que foram conversadas e aproveite para perguntar se as crianças observaram como os produtos de hortifrúti estavam expostos, assim como carnes, peixes e mercadorias de padaria. A ideia é que percebam as várias formas de organizar e expor diferentes tipos de produtos. Pergunte se observaram onde ficam as mercadorias que preci-
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prateleiras e produtos e possíveis tentativas de escrita (do nome do estabelecimento ou de cartazes). Essa é uma proposta de expressão gráfica, portanto todos os desenhos são bem-vindos.
Não é esperado que as crianças retratem um mercado de modo fiel. É possível que algumas escrevam nomes de produtos, o que é interessante, embora não obrigatório.
Depois da primeira visita, proponha à turma brincar de mercadinho novamente. Observe se as descobertas feitas interferem no modo como as crianças organizam a brincadeira.
os outros é sempre muito bom. Como os alunos já estão familiarizados com o tipo de texto que vão produzir, podem dar um passo além, rumo à autonomia. Dessa vez, devem escrever em dupla uma lista do que não pode faltar no bilhete para as famílias. Organize as duplas de trabalho de forma a reunir alunos com escrita alfabética com aqueles que ainda não a têm. Caso não seja possível, procure sempre juntar uma criança mais experiente com outra de menor conhecimento sobre a escrita. O aluno que já compreendeu o sistema de escrita ou tiver maior saber vai ficar responsável por escrever enquanto o outro ditar. Depois de orientar a socialização das ideias das duplas, verifique se todas as informações necessárias para a escrita do bilhete foram contempladas. Explique, então, que será importante informar aos pais que eles podem registrar numa folha algumas descobertas feitas pelas crianças durante a visita,
como o que estava escrito num cartaz, ou a lista de nomes das seções. Isso pode ajudar no momento em que os alunos forem convidados a compartilhar as descobertas feitas durante a segunda visita. Ainda sobre as novidades que os alunos devem trazer sobre o funcionamento de um mercado, vale lembrar que pode ser que pessoas conhecidas deles trabalhem nesse tipo de comércio – familiares ou amigos. Nesse caso, é interessante que eles possam ser informantes da turma. A sugestão para que esse tipo de interação aconteça, dentro ou fora da escola, pode ser feita no mesmo bilhete que será escrito: proponha isso às crianças, discutindo com elas em que parte do bilhete podem inserir a informação. Esse pode ser um novo desafio para justificar a visita: conhecer melhor quem trabalha num mercado. Caso seja confirmada a possibilidade de intercâmbio com esses adultos, é preciso discutir o tipo de pergunta que pode ser feita a eles. No caso de esses profissionais poderem fazer uma visita à escola para conversar com a turma, é necessário planejar a entrevista, situação comunicativa que favorece o aprendizado de procedimentos e atitudes de ouvintes e falantes, boa oportunidade para trabalhar conteúdos da linguagem oral. Não se esqueça de combinar com os alunos a data em que eles vão conversar em sala sobre a visita realizada com os pais. Ela deve ser informada às famílias no bilhete para que todos possam se organizar. O ideal é sugerir que a visita aconteça no fim de semana, quando os familiares costumam ter mais tempo.
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2D Planejamento de um bilhete, em dupla Essa atividade tem dois objetivos: justificar porque os alunos terão de ir ao mercado novamente e planejar um bilhete, listando o que não pode faltar na produção. Determine o tempo para cada uma dessas propostas de acordo com o que conhece dos alunos. Certamente será necessário usar mais de um dia para encaminhar a tarefa. Como sempre, deixe as crianças brincarem de mercadinho, pois é durante essa situação que os bons contextos de escrita vão surgir. A roda de conversa também deve ser organizada mais uma vez para que a turma formule o que ainda pode melhorar e assim tenha bons motivos para fazer uma nova visita agora com os pais. Outro benefício da segunda visita é os alunos poderem mostrar aos pais o que já sabem sobre o mercado e, principalmente, que já podem se orientar lendo placas. Incentive a turma a fazer isso: ler para
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pág. 12 2E Escrita coletiva de um bilhete Para a realização da visita, é necessário escrever um bilhete para orientar os pais a acompanhar os filhos. Siga as instruções dadas sobre o encaminhamento da atividade de escrita do bilhete na atividade 1C. É importante que eles se preocupem com a clareza do texto, ou seja, os pais precisam entender o que está sendo pedido a eles. Com as informações listadas na atividade anterior, encaminhe a textualização. Só depois de o texto ser revisado e finalizado, oriente que cada criança o copie no Caderno do aluno. Conforme já indicado anteriormente, além de ter acesso à informação que vão receber com o bilhete, essa é também uma oportunidade para os pais conhecerem mais o Caderno do aluno e o que o filho está aprendendo na escola. No dia seguinte, pergunte às crianças se os pais ou familiares leram o bilhete e compreenderam a solicitação feita pela classe.
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as operações da produção de texto Para produzir um texto, o sujeito mobiliza cinco operações principais. São elas: Contextualização É a capacidade de definir e recuperar as características da situação de comunicação em que o texto será produzido, prevendo quem irá ler, a finalidade da comunicação, qual o melhor gênero para o que se quer dizer e onde irá circular o texto. Enfim, trata-se da capacidade de considerar as características da situação comunicativa para produzir um texto coerente com ela. Elaboração e tratamento do conteúdo temático Trata-se da pesquisa de informações, da busca pelos fatos, como foi o caso da produção do verbete no primeiro bimestre, ou mesmo a criação de uma trama quando se trata de texto de autoria. Neste bimestre, trabalharemos com a reescrita, situação em que o conteúdo temático já está dado, cabendo ao aluno recuperar o conteúdo do texto todo ou de um trecho (quando se trata de produzir o final de um conto, por exemplo) para reescrevê-lo. Planejamento do texto Essa operação é chamada de planificação. Refere-se à elaboração de um plano do texto, ou seja, sua organização – quais serão suas partes e em que ordem aparecerão. Levando em conta que, nesta sequência, o gênero trabalhado é o bilhete, é preciso considerar como ele se organiza internamente e o que o caracteriza: definição de um destinatário, assunto, quem escreve e data. Textualização Os autores chamam essa operação de planificação. É a escrita propriamente dita, a elaboração do texto, utilizando os recursos disponíveis na língua. Para essa etapa, os alunos deverão considerar as operações anteriores, ou seja, as características da situação de produção, a recuperação do conteúdo temático e o planejamento do texto. Revisão do texto Esta operação tem lugar tanto durante a produção (revisão no processo) quanto no momento posterior à primeira versão do texto (revisão final). Essas cinco operações são propostas, ao longo da sequência, na forma de atividades. Com isso, os alunos ampliam suas capacidades leitoras e se familiarizam com as capacidades de produção de texto. Esta sequência pretende garantir não apenas uma produção coerente como também o desenvolvimento de capacidades e procedimentos de escritor e leitor fluente de textos. Portanto, é preciso considerar que as etapas propostas estão articuladas progressivamente em torno da elaboração de um produto final, que deverá ser compartilhado com os alunos no início e durante todo o trabalho, orientando as decisões de como escrever os textos. Fonte: DOLZ, Joaquim, GAGNON, Roxane, DECÂNDIO, Fabrício. Produção escrita e dificuldades de aprendizagem. Campinas: Mercado de Letras, 2010
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2F Socialização da visita e escrita do nome de duas profissões que os alunos conheceram no mercado visitado com a família As crianças têm de escrever duas profissões (caixa, açougueiro, empacotador etc.) usando as letras móveis. Ao terminar, cada uma tem de copiar a produção no próprio caderno. Relembre-as de que primeiro devem combinar qual palavra querem escrever para, juntas, escolher as letras.
Durante a escrita, observe o que as duplas discutem. Sempre que achar possível ajudá-las, intervenha fazendo as perguntas que já foram sugeridas nas orientações deste caderno e no Caderno do professor do primeiro bimestre. Lembre-se que o foco da atividade são as descobertas dos alunos na visita realizada ao mercado com os pais, não a discussão coletiva das escritas. Depois organize uma roda de conversa para que os alunos compar-
tilhem o que viram e aprenderam. Planeje com antecedência boas perguntas para fazer a eles e fomentar a discussão. Por exemplo: “Qual é o nome do mercado que vocês visitaram?”; “Vocês já tinham ido a esse mercado antes?”; “O que o mercado que foram visitar tinha de diferente daquele que visitamos juntos? Era maior ou menor?”; “Vendia produtos diferentes?”; “A organização dos produtos era parecida?”; e “Vocês descobriram coisas novas? O quê?”. Para favorecer a participação de todos, peça que cada um contribua contando uma descoberta, de modo que quem quiser possa falar. Fique atento às crianças que não pedem a palavra espontaneamente. Dirija perguntas a elas, encorajando-as a falar, respondendo às perguntas que você fizer. Por exemplo: “Joana, Anita contou para nós que o supermercado que ela visitou vendia brinquedos. O que você visitou também vendia?”.
3A Produção de lista com todos os produtos do mercadinho Ao final da escrita realizada pelas duplas produtivas, problematize a escrita de uma das palavras no quadro. Siga as orientações dadas para a realização da atividade 1B. Lembre-se de que a escolha das palavras que terão a escrita discutida não pode ser aleatória. As selecionadas devem oferecer bons problemas para as crianças. Tenha em mente também que elas não precisam
chegar à escrita convencional. Convide uma ou mais duplas para escrever o nome de um dos produtos no quadro e questione as escolhas feitas por elas. A interação entre os alunos é fundamental para o avanço de todos. Garanta que eles falem de forma a ser ouvidos pelos demais e peça a atenção da classe para que fique claro que todos podem arriscar uma contribuição participando da discussão. Considere esgotada a problematização quando observar que as crianças não conseguem estabelecer outras relações entre as palavras (tanto entre as escritas no quadro como entre as palavras de referência). No caso dos alunos com escrita alfabética, explique para a turma que eles ficarão encarregados de revisar as questões ortográficas das palavras e ajudar na elaboração de uma lista numa cartolina que será fixada no mural da sala.
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ETAPA 3 – Organização do mercadinho Nessa etapa, os estudantes são convidados a pensar mais detalhadamente na organização do mercado, de modo a criar diferentes contextos significativos de escrita, como produção de lista, escrita de etiquetas com nome e preço para os produtos e placas com nomes das seções, entre outros. Além de brincar muito de mercadinho e se divertir juntos, é claro.
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3B Brincar para organizar as embalagens Nesta atividade, deixe as crianças interagirem entre si e com as embalagens, até que os grupos cheguem a um tipo de classificação que pareça adequado. Lembre-se de que os alunos podem dar o nome que desejarem para
cada seção, desde que tenha relação com o tipo de produto a que se refere. Ao término da atividade, socialize o que cada grupo propôs para organizar os produtos e discuta com eles como juntar as sugestões e chegar a uma única organização para todas as mercadorias. As crianças podem brincar e
depois avaliar se querem fazer alguma mudança. Terminada a brincadeira, peça que guardem os objetos em caixas de papelão, organizando-os de modo a manter as seções criadas, ou seja, sem desmanchar a organização proposta, já que a turma vai voltar a ela. Aproveite a situação da brincadeira que a turma escreva o nome de uma ou duas seções que você irá ditar. Ofereça letras móveis para as crianças trabalharem em duplas. Em seguida, chame algumas para registrar a escrita no quadro, como tem sido proposto ao longo desta sequência didática. Após a escrita, peça que cada uma leia o que escreveu, remetendo sempre às palavras de referência, potencializando assim a reflexão. Aproveite a categorização proposta pelos alunos para organizar as embalagens na sala de aula, de modo que eles se valham dela nas próximas vezes que brincarem, evitando que tenham de organizar tudo novamente. Vai ser com base nela, inclusive, que vão montar a brincadeira do mercadinho.
que se trata de uma lista de mercadorias que podem ser encontradas no mercado. Explique que você vai falar o nome de três produtos de higiene pes-
soal e que, em duplas, eles devem indicar qual palavra você ditou. Fale uma por vez, espere que todas as crianças a encontrem e, só depois, passe para a próxima. Deixe que as duplas tentem resolver o desafio proposto enquanto você circula pela sala observando o que discutem e oferecendo ajuda àquelas que necessitam de pistas. Um exemplo de intervenção possível é perguntar às crianças com que letra elas acreditam que começa a palavra desodorante. Se responderem E, peça que observem se alguma das palavras da lista tem E como letra inicial. Os alunos vão observar que não. Portanto, remeta-os às palavras de referência. Se não houver nenhuma que comece com E, chame a atenção deles para a
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3C Leitura de lista de produtos de higiene pessoal Esta tarefa apresenta a leitura como desafio para os alunos. Informe a eles
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letra final, perguntando com que letra acham que desodorante termina. Questione a dupla se na lista há outras palavras que terminam igual. Certamente as crianças vão identificar as palavras sabonete, cotonete e pasta de dente, descartando as demais. Volte à questão: onde está escrito desodorante? Se julgar que as duplas conseguem ler mais uma palavra, faça o mesmo com essa outra e mantenha o mesmo encaminhamento. Sabonete, por exemplo. Deixem que arrisquem hipóteses e que as justifiquem. Pode ser que digam que pasta de dente não pode ser, porque começa como Pedro. Então, confirme a hipótese e peça que descartem a palavra. Observe que uma boa reflexão pode fazer parte de uma situação em que os alunos chegam à resposta correta por exclusão, não sem antes refletir bas-
tante sobre a escrita. Proceda dessa forma, problematizando, remetendo as crianças às palavras de referência para que busquem novas pistas. “O nome de Samuel pode ajudar a encontrar sabonete? Vejam lá.”; e “Camila ajuda a encontrar cotonete? Vejam a primeira letra do nome da colega e me digam o que acham.”. Apesar de essas serem boas intervenções para serem realizadas com uma dupla, elas podem ser feitas coletivamente, com a diferença de que na turma pode haver crianças que observam essas relações e as explicitam, atuando como informantes e contribuindo com seus saberes para o avanço de todos. Portanto, faça isso se achar que a problemática deve ser realizada no âmbito coletivo, já que pode beneficiar várias duplas. Geralmente, é difícil conseguir realizar esse tipo de in-
tervenção com todas as duplas de trabalho ou com todas as que necessitam de ajuda. No encaminhamento da atividade, considere todas as orientações dadas no Caderno do professor do primeiro bimestre sobre como conduzir uma situação de leitura com crianças que ainda não leem convencionalmente. Ou seja, faça com que elas observem a letra inicial e a final das palavras e se apoiem nas palavras de referência. Cuide sempre para que os alunos convidados a falar ou que pedem a palavra espontaneamente contem o que pensaram. Questione o restante da turma sobre as ideias explicitadas, animando aqueles que pensam diferentemente a tomar a palavra e argumentar a favor das próprias opiniões, de forma a garantir a interação e a máxima circulação de informações na classe.
crevam as mesmas palavras, para que você possa ter mais de uma opção de escrita e poder apresentá-las às crianças para que discutam sobre elas. Ao conversar sobre escritas distintas de uma mesma palavra, proceda como na atividade 1B, seguindo as orientações sobre como conduzir a análise das palavras e garantir a máxima interação entre os alunos. Em relação às placas com os no-
mes das seções, ajude as crianças a recortá-las com cuidado: elas estão no anexo do Caderno do aluno. Não se preocupe em corrigir as escritas. Ao organizar a brincadeira, os alunos certamente vão considerar tudo o que já discutiram sobre a classificação das embalagens. Não dependerão do que está escrito nas plaquinhas para se localizar na busca dos produtos que querem vender ou comprar. Por fim, questione os alunos sobre o que já providenciaram. Faça com que se deem conta de que já têm as embalagens classificadas e as plaquinhas com o nome das seções de produtos. Pergunte, então, se está faltando alguma coisa. Caso não façam referência aos preços, pergunte: “Se um colega quiser comprar um xampu, quanto ele vai pagar por ele?” A pergunta vai instaurar um novo problema que diz respeito à atribuição de valores às mercadorias, o próximo desafio a ser enfrentado pela classe.
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3D Escrita de plaquinhas com o nome de seções Nesta atividade, dite as palavras que correspondem às seções criadas pelas crianças na atividade 3B. Não há necessidade de trabalhar com os nomes conhecidos, convencionalmente encontrados no comércio. Valide as escolhas dos alunos propondo que escrevam essas palavras. Garanta que diferentes duplas es-
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3E Produção de etiquetas com nome e preço dos produtos Nesta proposta, as crianças vão atribuir os preços às mercadorias anotando os valores nas etiquetas disponíveis no anexo do Caderno do aluno. Explique que eles são uma referência para os clientes do mercadinho e para quem
exercer o papel de caixa. Durante a atividade, dê algumas referências aos alunos, como folhetos, se tiver algum em mãos. A turma não precisa chegar aos valores reais dos produtos, mas essa é uma boa oportunidade para colocar em jogo as descobertas realizadas durante as visitas.
Cuide para que os alunos não tenham de lidar com valores quebrados: arredonde-os para preços entre 2 e 5 reais. Não é objeto desta sequência didática a reflexão de escritas numéricas ou do sistema monetário. Portanto, cuide para que as crianças utilizem somente números na atribuição dos valores. A diferenciação dos signos é importante nessa etapa da alfabetização. Para pagar pelas compras, as crianças devem usar o dinheiro de mentirinha disponível no anexo do Caderno do aluno. Em relação à escrita do nome dos produtos nas etiquetas, escolha algumas palavras (duas ou três) para propor uma reflexão. Selecione nomes cuja escrita ainda não tenha sido discutida. Siga as orientações dadas anteriormente para estimular a reflexão e a interação entre os alunos.
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3F Produção de lista de compras A ideia da atividade é que os alunos tenham em mãos a lista elaborada para utilizar no dia da brincadeira, ao exercer o papel de cliente. Sobre a escrita das palavras, problematize duas ou três com base na observação do trabalho das duplas produtivas. Proceda da mesma forma como proposto na atividade 1B.
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pág. 17 ETAPA 4 – Quem faz o que na brincadeira? Nesta etapa, as crianças poderão pensar sobre as diferentes funções que as pessoas desempenham num mercado. Isso vai ajudá-las quando precisarem decidir quem faz o que na brincadeira. 4A Roda de conversa sobre as funções dos trabalhadores de um mercado O que está em jogo agora é uma conversa preliminar sobre as funções das pessoas em um mercado. Relembre as descobertas realizadas durante as visitas e as conversas com trabalhadores ou donos de mercados, de modo a levar as crianças a pensar sobre o papel que gostariam de representar na brincadeira. Chame a atenção para funções que não estão representadas na fotografia que aparece no Caderno do aluno, como gerente e balconista. Pergunte aos alunos se alguém da família ou um amigo trabalha em um comércio como esse e deixe aberta a possibilidade de essa pessoa vir à escola conversar com a turma.
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4B Produção de lista das funções exercidas por pessoas que trabalham em um mercado A proposta aqui é problematizar a escrita do nome de duas ou três funções, seguindo o mesmo caminho metodológico proposto nas atividades anteriores sobre o questionamento das escritas produzidas pelos alunos – em
dupla, com letras móveis; cópia da escrita no Caderno do aluno; seleção de escritas diferentes de uma mesma palavra; escrita das palavras no quadro pelas duplas; e leitura da produção e discussão sobre elas com a classe. Cumprir todas essas ações é fundamental para não comprometer a atividade. 2º BIMESTRE
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pág. 19 4C Escrita do nome da função de que mais gosta Considerando que o trabalho de discussão da escrita de diferentes funções teve início na atividade 4B, aproveite esta para tratar de nomes que não foram discutidos até então. Siga o mesmo caminho metodológico sugerido nas atividades de escrita já propostas.
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4D Escolha do papel que gostaria de representar na brincadeira Informe aos alunos que na lista es-
tão nomes de algumas profissões que encontraram no mercado. Organize as crianças em duplas produtivas, leia a
lista em voz alta e peça que escolham o que gostariam de ser na brincadeira de mercadinho. Em seguida, orientem que busquem na lista a profissão escolhida por um dos alunos da dupla. Depois, pelo outro. Conduza a atividade de leitura de lista como proposto no Caderno do professor do primeiro bimestre. Leia de forma aleatória o nome das funções e peça que as crianças identifiquem onde está escrito o quê. Questione a primeira e a última letra das palavras que desejam localizar, faça com que utilizem as palavras de referência como apoio e garanta que justifiquem suas hipóteses, de modo a garantir a circulação de informações em sala.
mercadinho. Peça sugestões aos alunos e vá anotando no quadro as proposições. Caso a lista seja grande, será preciso realizar uma primeira votação
para restringir o leque de possibilidades, de modo que restem no máximo três nomes (os mais votados) para realizar o segundo turno da eleição. Definidos os três nomes, oriente os alunos a copiar cada um deles no Caderno do aluno, em forma de lista. Concluída a cópia, cada um deve circular o nome preferido. Quando todos votarem, faça a contagem dos votos, indagando aluno por aluno a escolha feita. Conte o número de votos que cada nome recebeu e anuncie o vencedor. Faça um cartaz com o nome escolhido e coloque-o no local onde a brincadeira do mercadinho será realizada.
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4E Votação e escolha do nome do mercadinho Promova uma boa discussão sobre o nome que a turma gostaria de dar ao
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ETAPA 5 – Vamos brincar? Esta etapa consiste na elaboração de um convite para que colegas de outra sala possam brincar de mercadinho com a turma. O desafio para os alunos é repensar a organização do mercadinho, agora em um espaço maior (se possível), assim como a presença de colegas que não estão tão familiarizados com a brincadeira. 5A Lista das informações que não podem faltar no convite que será produzido coletivamente
Promova uma conversa para informar às crianças sobre a ideia de convidar outra turma para brincar de mercadinho com elas. Avalie a possibilidade de reunir duas classes inteiras para brincar ou juntar metade de cada uma, já que a quantidade de embalagens e a distribuição de papéis podem inviabilizar a participação de todos de uma só vez. Enquanto uma parte brinca, a outra pode ficar sob a responsabilidade do professor da outra classe. Sugira que ele realize algum jogo ou brincadeira
tradicional no pátio ou na quadra da escola, fazendo com que os maiores atuem como tutores dos menores. Depois que as duas primeiras metades de cada turma brincarem de mercadinho, será a vez das outras duas. Esse tipo de interação entre diferentes grupos é muito interessante, pois colabora com o estabelecimento de vínculos de confiança e de respeito entre alunos de diferentes turmas e idades e, consequentemente, com a elevação da qualidade das relações interpessoais no ambiente escolar. Em relação ao planejamento por escrito do que não poderia faltar no convite que será produzido, ouça as ideias das duplas produtivas, peça que algumas leiam as listas que produziram e, em seguida, discuta se a classe não se esqueceu de informações importantes, como data, local e hora. Siga o caminho metodológico proposto na atividade 1C.
pág. 21 5B Escrita coletiva do convite Para a produção coletiva desse texto, retome o planejamento realizado na atividade 5A e siga o mesmo caminho metodológico proposto para a realização da atividade 1C.
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5C Organização do mercadinho Lembre-se de que a brincadeira não precisa ser interrompida com a conclusão das atividades desta sequência didática. Se puder manter o acervo de embalagens por mais um tempo, deixe
que as crianças montem o mercadinho sempre que desejarem e brinquem com alunos de outra turma ou ainda em pequenos grupos, num canto da sala de aula. As atividades de escrita e de ques-
tionamento sobre as produções, bem como as situações de produção de texto ditado ao professor, também devem continuar acontecendo. Só assim os alunos terão a chance de progredir em relação à apropriação da escrita. 2º BIMESTRE
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ETAPA 6 – Avaliação Esta etapa é dedicada a avaliar toda a sequência didática. Para isso, converse com os alunos sobre as descobertas e as aprendizagens realizadas. 6A Roda de conversa sobre as aprendizagens realizadas Planeje a atividade de forma que os alunos possam tomar consciência dos vários tipos de aprendizagem que tiveram ao longo do processo. Alguns temas que podem orientar a conversa: • Trabalho em dupla. • Leitura e escrita.
• Descobertas sobre como funciona um mercado. • Produtos e preços. • Participação na brincadeira coletiva. É comum as crianças encontrarem dificuldades para dizer o que aprenderam. Você pode ajudar recuperando o percurso do grupo, apontando, por exemplo, conquistas que não são observáveis para elas. Um exemplo: os alunos, por experiência de vida, sabem que os mercados têm corredores e prateleiras, que há várias unidades de um mesmo produto num mesmo lugar, porém pode ter sido uma descoberta
saber que em um corredor há vários produtos diferentes que têm características em comum, tais como serem todos derivados de leite (os laticínios); o que quer dizer a palavra matinais e por que esses produtos estão em uma mesma seção; e que outros são agrupados de forma próxima pela utilização que as pessoas fazem deles, como os produtos de higiene pessoal. O processo de tomada de consciência é um desafio, por isso é importante retomar o que foi vivido pela turma. Se for o caso, leve para a roda de conversa o cartaz que você construiu com o cronograma de ações que foi compartilhado com as crianças, pois esse documento explicita todas as etapas do processo e ficará, assim, mais fácil nomear as aprendizagens realizadas.
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6B O que mais gostei de aprender
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ção artística, como o varal de poesias e os sussurros poéticos.
tempo estimado • 20 aulas.
material
• Livros de poemas. • Cartolinas ou bobinas de rolos de papel-alumínio ou de filme plástico. • Canudos.
produto final
• Sarau de poesias.
introdução
COM ESTA SEQUÊNCIA, ESPERA-SE QUE OS ALUNOS • Desenvolvam o gosto pela leitura de poemas. • Ampliem o repertório de poemas e poetas conhecidos. • Participem de situações de intercâmbio oral, ouvindo os colegas e comentando os textos lidos.
• Memorizem poemas do repertório apresentado pelo professor (no caso dos que ainda não são leitores). • Adquiram fluência na leitura (no caso dos que já leem convencionalmente). • Leiam e declamem de modo adequado ao texto e à situação comunicativa. • Participem do sarau de poesias, um evento cultural. • Conheçam outras formas de interven-
Quando o professor lê textos literários para os alunos, o momento costuma ser marcado por algum ritual, e, como se sabe, todo ritual convida à repetição. Nesse caso, a repetição de algo especial para criar um clima para preparar as crianças, envolvê-las com o que será apresentado logo em seguida. Cada professor tem um jeito próprio de iniciar uma sessão de leitura. Alguns cantarolam sempre a mesma canção e, ao escutá-la, os alunos já sabem que vão entrar num mundo mágico. Outros indicam que é hora de formar uma roda para que todos fiquem mais próximos uns dos outros a fim de desfrutar daquele momento ou apreciar melhor as imagens dos livros. Há os que preparam uma caixa especial e é sempre dela que tiram os livros, fazendo algum suspense para estimular a curiosidade das crianças. Existem ainda os professores que envolvem o livro num pano especial e, ao mesmo tempo que começam a desenrolá-lo, vão apresentando a obra, compartilhando o título, o autor, o ilustrador e justificando a escolha daquele livro. Também há aqueles que incluem um elemento físico para marcar o momento, como o uso de um xale ou cha2º BIMESTRE
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péu e os que simplesmente apagam a luz da sala ou colocam sempre o mesmo cartaz na porta, feito com ajuda das crianças, solicitando que a turma não seja interrompida, marcando, dessa forma, a importância daquele momento. Enfim, essas são maneiras possíveis de valorizar o encontro das crianças com a literatura. Você, com certeza, tem a sua. Saiba que isso tornará especial a relação dos alunos com esse tipo de experiência. Evidentemente, o trabalho de literatura que você realizará ao longo do ano não ficará restrito aos textos propostos nesta sequência didática. A leitura de literatura tem de ser uma atividade permanente e diária, dada a importância que o encontro com os livros literários tem na formação dos alunos como leitores e produtores de texto. Portanto, é desejável que eles tenham contato com poesias, contos tradicionais e histórias mais extensas, como as de livros em capítulos etc. Nesta proposta, além de aproximar os alunos da poesia, a ideia é conversar com a turma com base nos textos lidos. Aprender a ler também é aprender a opinar sobre os poemas, aceitar a opinião ou discordar da dos demais, recomendar ou aceitar recomendações feitas pelos colegas e relacionar o que foi lido com o vivido. Todas essas atitudes são chamadas de comportamentos leitores. É você quem vai mostrar às crianças que é possível conversar e expressar opinião sobre o que se lê ou escuta. E tudo começa, como explicado anteriormente, com o modo como se apresenta o que será lido – os poemas –, contando alguma curiosidade sobre o autor ou a temática escolhida (a seleção de poesias desta sequência didática reúne muitos autores comprometidos com a temática dos animais). Fazendo isso, não só são criadas expectativas nos pequenos leitores como também acionados os conhecimentos prévios deles. Por causa de tudo isso, sua postura antes e depois da leitura é importante
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e certamente será fundamental no tipo de relação que se deseja que os alunos construam com textos de literatura. Com sua postura, você mostra que é possível comentar o que se lê e opinar sobre o texto, e que a relação entre leitores e textos vai muito além do momento da leitura ou da escuta dela. A pretensão é que os alunos se deem conta progressivamente de que esses momentos guardam relação com gostos e preferências e também com a experiência de vida. Mas não só isso, pois é desejável que eles estabeleçam relações com os conhecimentos construídos acerca de outros livros e autores. Ainda sobre o momento que antecede a leitura propriamente dita, é sempre importante dar a oportunidade de os alunos arriscarem hipóteses sobre o conteúdo dos textos. A ideia é que elaborem algumas representações antes da leitura. Essa conversa inicial é muito importante, não só porque pode envolver as crianças com a situação, como já explicado, mas porque é possível retomar essas hipóteses iniciais ao final da leitura, favorecendo a construção coletiva de uma compreensão possível. Nesse caso, é importante dizer que não se trata de acertar ou errar, e sim de expressar opinião. Importante esclarecer ainda que nem sempre o que se busca é consenso de gostos e preferências. O que se deseja com o trabalho é que os alunos construam pessoalmente um sentido possível. No caso do texto poético, esse sentido possível, diferentemente de outros gêneros literários, é a percepção da função poética da linguagem. Os alunos não devem ficar presos ao significado das palavras, mas têm de ter a chance de experimentar associações que lhes permitam se emocionar ou, simplesmente, compreender que é possível brincar com as palavras. Portanto, a linguagem deve estar no centro da atenção, não o caráter semântico do texto. A escuta e a apreciação dos textos
propostos aqui devem proporcionar um lugar privilegiado de contato com a linguagem numa perspectiva muito diferente da que geralmente se experimenta dentro e fora da escola. Portanto, não importa que a turma não compreenda tudo num dado momento. O importante é que se deixe levar pelo ritmo e pelos efeitos sonoros das palavras e pela musicalidade proveniente das rimas, das pausas e da entonação. A possibilidade de os alunos lerem poemas em voz alta ou recitá-los possibilita o desenvolvimento da comunicação oral. Cuide para não levá-los a práticas estereotipadas, em que leem ou recitam sem convicção ou sem entender bem o que estão dizendo. No caso de declamar, melhor é considerar que o verbo memorizar deve estar associado a recordar, cujo sentido etimológico é trazer de novo ao coração. Portanto, a expressão saber de cor, no latim, significa saber de coração. Sendo assim, é interessante que os poemas escolhidos, lidos ou recitados encontrem morada no coração das crianças ao longo do trabalho. Isso depende da relação que elas vão estabelecer com a leitura desse tipo de literatura. Seu papel é importante na mediação da classe com as poesias e a leitura delas, nas atividades em que os alunos comentam e discutem os textos lidos e naquelas em que se preparam para recitar em público. Além de preparar os alunos para ocupar o papel de recitadores na escola, tendo como ouvintes os pais, outras turmas ou os funcionários, é possível também pensar em uma apresentação para outros grupos sociais caso haja possibilidade de usar espaços públicos, como uma praça ou feira. Ao longo desta sequência didática, as crianças vão poder fazer algumas intervenções na escola em momentos variados, inclusive no horário do recreio: construir varais para expor parte do repertório construído ou realizar uma performance, surpreendendo adultos e crianças ao sussurrar poemas ou tre-
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chos de poemas no ouvido deles (basta confeccionar, com cartolina ou bobinas de rolos de papel alumínio ou de filme plástico, canudos com os quais podem
realizar sussurros poéticos (proposta inspirada em prática realizada em várias escolas da rede municipal de educação de Salvador).
quadro de organização da sequência Etapas
Atividades 1A Apresentação do trabalho 1B Leitura de quadrinhas
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Brincando com as palavras
1C Planejando a escrita de um bilhete 1D Escrita coletiva de bilhete 1E Memorizando quadrinhas 2A Leitura do poema Convite, de José Paulo Paes 2B Leitura do poema Boa noite, de Sidónio Muralha 2C Leitura do poema Brejões, de Wally Salomão 2D Leitura e análise da capa de três livros de Lalau e Laurabeatriz
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Construção de repertório e situações de declamação com vista à memorização dos poemas apresentados
2E Leitura do poema Quem tem asas, de Lalau e Laurabeatriz 2F Leitura do poema A foca, de Vinicius de Moraes 2G Leitura do poema Bonecas, de Mabel Velloso 2H Leitura de outro poema de Lalau e Laurabeatriz, Mar 2I Leitura do poema Toninha, de Lalau e Laurabeatriz 2J Leitura do poema A galinha cor-de-rosa, de Duda Machado 2K Sussurros poéticos 2L Leitura do poema Poesia negritude, de José Paulo Pereira de Sousa 3A Escolha dos poemas que serão apresentados no sarau
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Preparação para o sarau
3B Planejando a escrita do convite 3C Escrita coletiva do convite 3D Avaliação
Janaina da Silva Santana EM Educador Paulo Freire 2º BIMESTRE
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ETAPA 1 – Brincando com as palavras Para muitas crianças, a ideia de brincar com as palavras pode soar estranha, pois elas estão habituadas a brincar com objetos. Por isso, nesta etapa, além de conhecer a proposta, elas vão ser apresentadas a algumas quadrinhas para começar a compreender o que significa brincar com palavras. 1A Apresentação do trabalho Leia o texto de apresentação com os alunos incentivando-os a acompanhar a sua leitura no Caderno do aluno. Depois, converse com eles sobre a ideia de brincar com palavras e o que imaginam ser isso. Alguém já brincou com palavras ou já ouviu essa expressão antes? Acolha o que for dito pela turma, pois o importante nesse momento não é acertar ou errar, e sim pensar, arriscar uma hipótese e ouvir os colegas.
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1B Leitura de quadrinhas Para aproximar as crianças da ideia do que é brincar com as palavras, convide-as para recitar quadrinhas que conheçam ou que você vai apresentar. Aproveite para falar um pouco sobre a diferença entre quadrinha e poema. A primeira tem origem na tradição oral e muitas vezes está associada à música, daí os desafios e as brincadeiras de roda envolvendo versos de quadrinhas. Poema é um gênero textual constituído de versos, e eventualmente de estrofes e rimas, em que a poesia (forma de expressão estética) se manifesta.
Leia uma quadrinha por vez, incentivando a turma a acompanhar a leitura. Chame a atenção para as palavras que terminam da mesma forma como cor e amor, na primeira. Explique ainda que quando combinamos as palavras, mesmo que fique sem sentido, estamos brincando com elas. Depois de ler as quadrinhas, proponha que os alunos tentem memorizar os versos. Leia tantas vezes que for necessário, até garantir que eles decoraram. Permita que tenham o texto em mãos para ajudar na tarefa, mesmo que ainda não sejam leitores conven-
cionais. Como a atividade tem várias quadrinhas, não há necessidade de a classe decorar todas num dia só. No decorrer da semana, incentive os alunos a fazer isso. Ao acompanharem a leitura tendo o texto em mãos, eles podem ir aprendendo como fazer o ajuste do oral ao escrito, assim como criar o hábito de tê-lo como referência nos momentos em que necessitarem. Note que os alunos não leitores se sentem muito importantes por terem um texto em mãos e parecerem leitores convencionais. Para os já leitores, ter o texto em mãos é um ótimo recurso para aprender que a memória pode ajudar a ler um texto com maior autonomia, pois como conhecem o verso não têm de se preocupar em ficar decifrando as palavras. Aliás, incentive-os para que não tentem decifrar o texto nesse momento. Para incentivá-los a memorizar, você pode criar diferentes estratégias. Por exemplo: cada dupla guarda um verso e, diante de seu comando, declama. Ou você pode desafiar os alunos a memorizar os quatro versinhos e depois chamar duplas para irem à frente da sala falar. Uma alternativa é distribuir as quadrinhas entre duplas, de modo que cada uma fique responsável por memorizar uma e depois recitá-la para os colegas. O importante é criar um contexto para que a memorização tenha sentido de ocorrer de modo divertido e prazeroso. 2º BIMESTRE
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1C Planejando a escrita de um bilhete No primeiro bimestre, os alunos trabalharam em várias situações de escrita de bilhete. Agora é o momento de ampliar o desafio: eles têm de escrever, em dupla, uma lista do que não pode faltar neste texto. Em roda, converse com as crianças
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sobre os bilhetes que já escreveram. Elas se lembram de bilhetes que já escreveram, se lembram do assunto, para que serviam, e ainda para quem foram enviados? Informe que a tarefa é escrever um bilhete para as pessoas que trabalham na escola (merendeiras, vigias, professores e coordenador), perguntando se conhecem alguma qua-
drinha e se podem ensinar à turma. Em seguida, relembre oralmente que há informações importantes e que não podem faltar, como data, para quem será enviado, quem assina e o que escrever. Depois, incentive as crianças para que, em duplas, escrevam uma lista do que não pode faltar para servir de apoio na hora da produção do bilhete. Garanta que, em cada dupla, um aluno fique responsável por ditar e o outro, escrever. Geralmente, quem tem menor conhecimento sobre o sistema de escrita dita e quem tem maior conhecimento assume o papel de escriba. Desse modo, todos podem participar da atividade e se sentir importantes. Aquele que dita tem o desafio de recuperar as informações, liberando o escriba para se preocupar com a escrita das palavras.
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Enquanto as crianças trabalham, circule pela sala retomando o papel de cada um e incentivando a troca de ideias diante de dúvidas sobre quais e quantas letras utilizar, por exemplo. Fique atento para que no trabalho em dupla um possa ajudar o outro e não simplesmente assumir uma posição de observador. É fundamental que
os alunos com questões relacionadas à compreensão do sistema de escrita entendam que também podem contribuir com ideias e sugestões de como escrever. Pelo fato de a atividade ser realizada em dupla, oriente que a lista seja registrada primeiro no caderno do escriba. Depois da socialização, os que ditaram
copiam a lista socializada do quadro. Quando as duplas encerrarem a tarefa, organize uma lista única no quadro ou em um cartaz, considerando as contribuições que forem sugeridas pelas crianças. O registro deve ficar exposto para ser utilizado como apoio na próxima atividade.
coletiva de um bilhete pedindo que as pessoas da escola ensinem quadrinhas às crianças. Siga as orientações indicadas no Caderno do professor do primeiro bimestre. Antes de iniciar a produção, retome a lista dos itens que
não podem faltar, organizada na atividade 1C. Não se esqueça de fazer a revisão na aula seguinte observando se o que está indicado na lista aparece no texto elaborado por vocês. Caso não, faça os ajustes necessários. Depois de finalizado o bilhete, providencie cópias ou peça que alguns alunos copiem. Incentive a turma a entregar o bilhete para outros professores, merendeiras, pessoal da secretaria, além de expor o texto no mural da escola, de modo que os demais adultos possam ler o que eles escreveram.
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1D Escrita coletiva de bilhete Toda e qualquer situação de comunicação dos alunos com outros adultos e crianças deve ser planejada, seja uma comunicação por escrito ou oral. Portanto, encaminhe a situação de escrita
curiosidade
As quadrinhas populares são compostas de quatro versos (daí o nome quadrinha), e se caracterizam por rimar o segundo verso com o quarto. São utilizadas para expressar desejo, admiração, sentimento amoroso ou reclamação. Elas são usadas em jogos de adivinhação e desafios e brincadeiras de roda. Nesse tipo de brincadeira, a pessoa que está no centro da roda é convidada a dizer um verso quando a cantoria é interrompida. Fonte: A trova popular ou quadrinha, disponível no site Web Artigos (http://goo.gl/bo8djh), acesso em 1/3/2016
Alana Mirelle de Jesus dos Santos EM Xavier Marques 2º BIMESTRE
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1E Memorizando quadrinhas Você pode organizar várias rodas em que as crianças são convidadas a dizer quadrinhas. À medida que forem conhecendo os poemas propostos nesta sequência didática e outros que você vai apresentar do acervo da escola ou de seu conhecimento, as rodas podem girar em torno da poesia. O prazer de brincar com as palavras é natural das crianças, portanto, a memorização das quadrinhas é um convite à prática da declamação. Incentive os alunos a recitá-las em vários momentos. Ao longo da semana, reserve um tempo para tal. Elas vão apreciar.
Avalie se é necessário ensinar estratégias para garantir a memorização. Você pode compartilhar o modo como faz para memorizar esse tipo de texto. O modelo que oferecer é muito importante, assim como o de outras pessoas (outros professores, funcionários da escola e familiares). Lembre-se de que as turmas de 5º ano também estão estudando poemas: mais adiante, quando as crianças começarem a se preparar para o sarau, será uma ótima oportunidade combinar uma roda de conversa com os mais velhos, para ouvir dicas sobre o que elas podem fazer para memorizar e recitar poemas.
Para irem se acostumando à ideia de se apresentar em público, proponha que os alunos memorizem as quadrinhas para recitar para crianças que não as conhecem, como colegas de outras classes. Para isso, combine com os professores um momento para realizar o encontro e organize a situação para as crianças declamarem as quadrinhas. Sempre é bom lembrar que os alunos podem ficar nervosos, esquecer alguma parte, falar muito baixo ou muito rápido. Como é a primeira vez que se dirigem a público, ajude-os a se sentir confiantes, recorrer ao texto que já têm de memória ou repetir o que você diz. Falar em público requer um processo de aprendizagem e suas dicas e observações após o encontro certamente podem ajudar a turma a compreender o que é necessário cuidar para se apresentar.
Andressa EM Coração de Jesus
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ETAPA 2 – Construção de repertório e situações de declamação com vista à memorização dos poemas apresentados Antes de dar início à segunda etapa, faça um levantamento do acervo da escola. Veja se há livros de poesia e separe-os para apresentar aos alunos. Antes disso, procure conhecê-los: você sabe quem são os autores? Faça uma breve pesquisa sobre cada um deles para que possa compartilhar algumas curiosidades sobre aspectos da vida e da produção do artista no momento que apresentar os livros. Leia também alguns poemas, não só para comentar o conteúdo dos livros mas para apresentar alguns deles aos alunos, não limitando o repertório aos poemas que aparecem nas atividades. Leve os livros que encontrar para a sala de aula, deixe que as crianças folheiem os exemplares sempre que desejarem, observe com elas se há mais de um livro de um mesmo autor e conversem sobre isso. À medida que a turma ganhar familiaridade com os poemas, proponha classificá-los: sobre animais, os engraçados, os tristes, os que são visuais etc. Tenha em mente que outras turmas da escola estão realizando uma sequência didática sobre poesias no mesmo período do ano letivo. Verifique se todos estão interessados nos mesmos autores e livros. Converse com os professores sobre que obras podem ficar na sala do 1º ano ou se vale a pena montar um sistema de rodízio para que todos possam ter acesso ao acervo. Esta etapa contém vários poemas. É importante que você leia ou releia todos juntamente com os alunos, assim como outros poemas que por ventura queira apresentar, pois na terceira etapa do trabalho as crianças terão de escolher quais poemas querem ler e declamar. Ler mais de uma vez o mesmo poema, entre outras situações, ajuda no processo de aprender a dizer de cor os textos apreciados ou escolhidos.
Caso alguns dos poemas apresentados aqui façam parte de um dos livros do acervo, proponha conhecerem outros da mesma obra. Com base no material, é possível organizar uma lista dos poemas conhecidos da turma e, a cada novo poema lido, a lista deve ser ampliada. A classe deve ficar encarregada de fazer isso. Os alunos com escrita alfabética podem realizar o registro diretamente no cartaz, enquanto os que ainda não escrevem convencionalmente, em duplas previamente selecionadas e em sistema de rodízio, escrevem os novos títulos com letras móveis, para depois efetuar o registro no cartaz. Uma forma de manter os alunos em interação permanente com esse material, além de reler e manusear os livros, é construir o que se pode chamar de varal de poesias. Ele pode ser montado na sala de aula e nele você pode expor os poemas digitados com letras de fôrma maiúsculas e convidar as crianças a ilustrá-los. Exponha o material no varal em sistema de rodízio ou pense em alguma classificação. Por exemplo: poemas prediletos, de bichos, engraçados e para emocionar. A montagem do varal não precisa estar atrelada à memorização, isto é, a turma pode expor os poemas prediletos ou conhecidos ainda que eles não tenham sido memorizados. De qualquer forma, o contato frequente com esse tipo de texto é um convite à leitura e não é incomum que os alunos, espontaneamente, queiram decorá-los. Lembre-se de oferecer informações sobre a vida e obra dos autores apresentados à classe. Você pode compartilhar no varal algumas curiosidades que estão nos quadros que acompanham as atividades desta sequência didática com as poesias dos autores. Se ele estiver exposto fora da sala de aula, pode ser interessante fazer um quadro abaixo de cada poema com essas informações.
Luis Fernando dos Santos EM Educador Paulo Freire
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2A Leitura do poema Convite, de José Paulo Paes O poeta busca na infância inspiração para muitos de seus poemas, dentre eles, Convite, em que é chamado a pensar na poesia como um brinquedo que dá prazer e diverte o leitor. Note que no último verso (“Vamos brincar de poesia?”), o leitor é convidado a participar da brincadeira de jogar com as palavras. Ao longo da sequência didática, se achar conveniente, volte a esse poema e proponha uma discussão sobre o que ele diz, isto é, que “poesia é brincar com as palavras”. Analise se essa ideia está sendo de fato construída ao longo do trabalho. Na situação de apreciação desse poema e dos demais que compõem essa sequência didática, convide os alunos a expressar sentimentos e pensamentos. Pergunte se concordam com o poeta quando ele afirma que, enquanto os brinquedos se gastam com o tempo, as palavras ficam cada vez mais novas, pois podem ser usadas de muitas maneiras, ganhando significados. Procure estimular a troca de ideias. Caso os alunos não se sintam à vontade, lance perguntas, como: “O que vocês acharam deste poema?”; “O que acham que o autor quis dizer quando escreve ‘poesia é brincar com as palavras’?”; “Concordam com José Paulo Paes: ele brincou com as palavras no poema? Em quais partes parece que ele está fazendo isso?”; e “Aceitam o convite para brincar com poesia?”. Diga às crianças que espera que elas aprendam muitos poemas e comecem a gostar de poesia. Se o livro fizer parte do acervo da escola, mostre-o a elas. É importante para a formação de leitores ter contato com portadores originais, por várias razões. Entre elas, porque às vezes os poemas são ilustrados, o que pode ajudar na construção do sentido desse tipo de texto.
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José Paulo Paes Poeta, jornalista e tradutor, José Paulo Paes nasceu em Taquaritinga, interior de São Paulo, em 22 de julho de 1926. Entre os muitos livros de poesia que escreveu, alguns são infantojuvenis: É isso ali (1984); Olha o bicho (1989), Poemas para brincar (1990); O menino de olho d’água (1991); Uma letra puxa a outra (1992); Um número depois do outro (1993); Lé com cré (1993); Um passarinho me contou (1996), vencedor do Prêmio Jabuti, em 1997, e Ri melhor quem ri primeiro (1999). Morreu em 9 de outubro de 1998, aos 72 anos. Fonte: site Enciclopédia Itaú Cultural (http://goo.gl/gCctHi), acesso em 6/4/2016
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2B Leitura do poema Boa noite, de Sidónio Muralha Depois de as crianças comentarem o título do poema, dizendo se o acharam apropriado, engraçado ou esquisito, pergunte se notam alguma coisa em relação aos versos e à sonoridade das palavras. Peça que prestem atenção ao reler o poema. Observe se a turma consegue identificar as palavras que terminam de forma parecida, para que todos notem as rimas.
Sidónio Muralha Nascido em Portugal, em 28 de julho de 1920, chegou ao Brasil em 1962, onde passou a viver. Fundou uma editora de livros infantis e, ao longo de sua vida no Brasil, publicou muitos livros infantis, entre eles A televisão da bicharada (1962) e Os olhos das crianças (1983). É considerado um dos maiores poetas para crianças em língua portuguesa. Morreu em 8 de dezembro de 1982, em Curitiba. Fontes: site Antonio Miranda (http://goo.gl/4MOyGv). Site Wikipedia (https://goo.gl/G2iSfq), acesso em 12/4/2016
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2C Leitura do poema Brejões, de Wally Salomão O objetivo é fazer com que os alunos apreciem o poema e notem o efeito produzido pela repetição da consoante V, dando musicalidade à brincadeira com
as palavras e fazendo com que o leitor, ao ler em voz alta ou ouvir a leitura realizada por você, encontre semelhança com o som produzido pelo vento. Esse recurso utilizado pelo poeta se chama aliteração e consiste na repetição de
um determinado som consonantal em uma sequência de palavras com a intenção de produzir, intencionalmente, um efeito sonoro. Leia pela primeira vez o poema em voz alta, depois de compartilhar algumas curiosidades sobre o poeta baiano Wally Salomão, e deixe que os alunos comentem a leitura de forma espontânea. Como eles são leitores inexperientes desse gênero literário, talvez não percebam o efeito produzido pela repetição de som. Por isso, convide-os a ouvir novamente a leitura e peça que prestem atenção à musicalidade. Depois, deixe que comentem o que acharam e, por fim, caso não tenham observado intencionalidade do poeta, diga que vai ler novamente o poema para que percebam como, brincando com as palavras, o poeta tenta reproduzir o som do vento.
Wally Salomão Nasceu em Jequié, na Bahia, em 3 de setembro de 1943. Formou-se em Direito, mas foi como poeta que ficou conhecido. Ao lado de Caetano Veloso e de outros artistas representantes do Tropicalismo, integrou a vanguarda cultural brasileira das décadas de 1970 e 1980. Na gestão de Gilberto Gil como ministro da Cultura, assumiu o cargo de secretário nacional do livro. Entre as obras que publicou estão Me segura qu’eu vou dar um troço (1972), Pescados vivos (2004) e Poesia Total (2014). Fontes: CALCANHOTO, Adriana. Antologia ilustrada da poesia brasileira para crianças de qualquer idade. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2014. Site Jornal de Poesia (http://goo.gl/ekbRIH), acesso em 1/3/2016
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2D Leitura e análise da capa de três livros de Lalau e Laurabeatriz Observar a capa de um livro antes de lê-lo é muito importante. A leitura começa de verdade com a leitura do título e das imagens da capa, permitindo ao leitor arriscar antecipações sobre o conteúdo da obra. Esse é também um importante critério de escolha. No caso da formação de leitores de literatura, é um conteúdo importante discutir critérios de escolha das obras que se deseja ler. Quando se sabe que se busca um livro que faz parte de uma coleção publicada por determinada editora, conhecer o nome dela é fundamental, assim como observar que li-
vros de uma mesma coleção têm muito em comum, como tamanho, formato, e o modo como o título da obra, o nome de autor e do ilustrador e o logotipo da editora são inseridos na capa, já que isso está previsto na elaboração do projeto gráfico. Conhecer outras obras de um mesmo autor também permite observar peculiaridades do trabalho dele, seja escritor ou ilustrador. Esse tipo de conhecimento torna as escolhas das crianças, ao longo da escolaridade, mais intencionais, além de favorecer apreciações cada vez mais apuradas dos livros a que elas podem ter acesso. Não é por outra razão que você
está sendo convidado a justificar cada escolha que faz quando seleciona um livro para ler em voz alta diariamente. Afinal, você pode ser um dos primeiros a mostrar aos alunos que é possível conversar sobre o que se lê. Em relação à capa, muitos leitores se pautam nas impressões que ela desperta. Nesse caso, é desejável que antes de ler em voz alta o título e o nome do autor e do ilustrador, as crianças sejam desafiadas a encontrá-los. Elas são muito observadoras e logo vão se dar conta de que os três livros têm o mesmo formato, embora tenham sido publicados por editoras diferentes, e que todos têm poemas sobre animais (temática recorrente na obra desses artistas). Aproveite a oportunidade para perguntar também qual dos livros parece conter mais poemas, qual tem menos e como as crianças descobriram tais informações. Nesta atividade, especificamente, os alunos vão observar três capas que guardam muitas semelhanças. A ideia é explorá-las. Depois de os alunos arriscarem antecipações, conte que Lalau e Laurabeatriz são artistas (isso mesmo, escritores são artistas!) preocupados com a fauna brasileira. Por isso, escrevem para chamar a atenção para o risco de extinção de muitos animais, e também porque acham que é um bom jeito de apresentá-los às crianças. Para finalizar, organize uma roda de livros de poemas disponíveis na escola e proponha que os alunos explorem o material e escolham um título para manusear e ler. Caso não haja livros suficientes para todos, organize a turma em duplas ou trios. Depois, forme uma roda de conversa para que as crianças contem um pouco sobre as obras que escolheram, o motivo, o que observaram na capa que ajudou a fazer a escolha ou o que fez com que não escolhessem determinado livro. 2º BIMESTRE
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Lalau Nasceu em São Paulo, em 7 de janeiro de 1954. Estudou Jornalismo e trabalha como escritor e publicitário. É parceiro da ilustradora Laurabeatriz, que nasceu no Rio de Janeiro, em 1949, mas vive em São Paulo. Eles trabalham juntos desde 1994 e publicaram muitos livros de poesia para crianças, dentre eles, Girassóis e outras poesias (1995) e Fora da gaiola e outras poesias (1995).
Fonte: site Câmara do Livro (http://goo.gl/c09eIL), acesso em 1/3/2016
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Acervo/ Museu da Pessoa
2E Leitura do poema Quem tem asas, de Lalau e Laurabeatriz Explore a comparação entre passarinhos e crianças antes de ler o poema em voz alta para a classe. Embora o título do poema sugira uma pergunta, na verdade é uma afirmação. Portanto, atenção à entonação ao lê-lo em voz alta e, depois, pergunte às crianças o que ele sugere. Deixe que falem quem tem asas e só então leia o texto. Volte a explorar a intenção dos autores ao comparar passarinhos e crianças. Chame a atenção para o poder de liberdade que as crianças têm de criar, imaginar e sonhar. Por isso têm asas: porque podem voar (ou viajar) com seus pensamentos.
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2F Leitura do poema A foca, de Vinicius de Moraes O objetivo dessa proposta é que os alunos identifiquem no poema A foca toda forma de ludicidade (o jogo de palavras e o caráter humorístico do texto) e percebam que o texto poético permite explorar o mundo com liberdade, isto é, não é preciso pensar nos objetos e nos seres da forma como são na realidade. É possível simplesmente imaginá-los de outra forma, brincar com as imagens e as palavras tal como se brinca com qualquer brinquedo, tal como o poeta e a imagem da foca. Antes da leitura do texto, pergunte às crianças se já viram uma foca ao vivo, em imagens de livros ou na televisão e o que acham desse animal. Parece engraçado ou esquisito? Depois, diga que vai ler um poema inspirado em uma foca, e explique que em seguida a turma vai conversar sobre a imagem criada pelo poeta.
Acervo/ Museu da Pessoa
Vinicius de Moraes Nasceu no Rio de Janeiro, em 19 de outubro de 1913. Foi diplomata, cantor e compositor, e um dos mais importantes poetas brasileiros. Morreu em sua cidade natal em 9 de julho de 1980. Seu livro de poemas infantis A arca de Noé (1970) é um dos mais importantes livros de poesia para crianças. Em 1980, Toquinho, um dos últimos parceiros do poeta, musicou os poemas infantis de Vinicius. Fonte: Site Vinicius de Moraes (www.viniciusdemoraes.com.br), acesso em 7/4/2016
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pág. 34 Mabel Velloso Mabel Velloso é educadora, compositora, escritora e cordelista e contadora de histórias. Nasceu no interior da Bahia, em Santo Amaro da Purificação em 1934. Muitas de suas composições foram gravadas por sua filha Belô e por sua irmã Maria Bethânia. A autora tem muitos livros publicados, entre eles, Pedras de seixo (1980); O trenzinho azul (1986); Arraia azul (1986); Cavalinho de pau (1990); Medo do escuro (1992); O leque (1994); Barrinho, o menino de barro (2005) e Bonequinhos de papel (2005).
Fonte: MOREIRA, Rita de Cássia Costa. Histórias e Histórias. Educação e Relações de Gênero na Obra de Mabel Velloso. 2013. 220 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador (https://goo.gl/Qqt541), acesso em 14/4/16
2G Leitura do poema Bonecas, de Mabel Velloso As crianças vão ser apresentadas a Bonecas, um poema de Mabel Velloso. Nesse texto, ela usa as memórias da infância para fazer poesia, como muitos outros poetas brasileiros importantes, como Manuel Bandeira (1886-1968).
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Depois de ler uma ou duas vezes o poema em voz alta e deixar que os alunos falem livremente sobre ele, questione-os sobre a estrofe que está no Caderno do aluno. Observe se eles se dão conta de que o trecho “Dormiam dentro de caixas forradas de seda fina” se refere a uma época em que as bone-
cas eram vendidas dessa forma, tempo em que a autora era menina. No quadro da biografia (acima), consta a data de nascimento da autora. Essa é uma boa dica: os alunos pensarem nas diferenças entre os brinquedos de hoje e de antigamente. Outra informação que enriquece a discussão é que, no passado, as bonecas eram de louça. Você pode aproveitar para perguntar se alguém já viu uma. Do que as bonecas são feitas hoje? Converse ainda com a classe sobre o motivo de terem sido feitas de louça e não de plástico. Caso as crianças não consigam chegar sozinhas às respostas, explique o que quis dizer a poeta na estrofe em destaque. Entretanto, lembre-se de que não há uma resposta única possível. O importante é garantir um espaço para as crianças conversarem sobre o poema, relacioná-lo aos conhecimentos que possuem e levantar hipóteses plausíveis para explicar o que se propõe.
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2H Leitura de outro poema de Lalau e Laurabeatriz, Mar Antes de iniciar a leitura do poema, deixe que os alunos tentem antecipar como poderia ser uma poesia sobre a temática mar, isto é, o que se pode dizer sobre o mar. Falar sobre os pe-
rigos? A beleza? Os animais que nele habitam? Como tem sido trabalhada a ideia de que a poesia é um tipo de texto em que se pode brincar com as palavras, conte para as crianças que elas devem prestar atenção à leitura do poema não
só para saber do que ele trata, mas a forma como os autores utilizam as palavras. Depois de ler o texto, explore a ideia de que os autores brincam com as palavras criando rimas divertidas (bonitos/esquisitos; gozado/molhado). 2º BIMESTRE
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2I Leitura do poema Toninha, de Lalau e Laurabeatriz Antes de iniciar a leitura do poema, converse com as crianças sobre os mamíferos aquáticos chamados golfi-
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nhos. Aqui no Brasil, eles são conhecidos como botos, golfinhos ou toninhas. Perguntem se já ouviram o nome toninha alguma vez como referência a esse animal. Depois de ler o poema,
proponha que os alunos conversem, em duplas, sobre as questões apresentadas. Não deixe também de explorar as experiências das crianças com a praia. Sobre a última questão (que pede que os alunos comentem se acham que também as crianças consideram a praia um parque infantil), deixe que falem sobre as brincadeiras que realizam quando vão à praia. Afinal de contas, um dos propósitos da leitura literária na infância é justamente permitir que as crianças estabeleçam relação entre o que é lido e o que é vivido por elas.
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pág. 37 Duda Machado Nasceu em Salvador, em 1944. É poeta, tradutor e também professor. Em 1997, publicou seu primeiro livro de poemas para crianças, em parceria com o ilustrador Guto Lacaz, Histórias com poesia, alguns bichos & cia. Em 2005, publicou mais um, Tudo tem a sua história. Fonte: site Antonio Machado (http://goo.gl/aJ1RmO), acesso em 12/4/2016
2J Leitura do poema A galinha cor-de-rosa, de Duda Machado Depois de contar algumas curiosidades sobre o autor Duda Machado, leia o título do poema e convide as crianças
a antecipar o conteúdo do texto. Explore a poesia, fazendo com que os alunos arrisquem hipóteses a respeito de como seria a vida de uma galinha cor-de-rosa. Depois de realizada a leitura,
promova uma discussão, retomando as hipóteses iniciais, para que verifiquem se elas se confirmam ou não. Realize uma nova leitura e aproveite para explorar as rimas. Observe que na primeira estrofe, rimam o primeiro e o segundo versos; na segunda, o segundo e o terceiro; e, na terceira, o terceiro e o quarto. Peça que as crianças descubram as rimas e observem como o autor brinca com as palavras. Por fim, incentive-as a reler individualmente os poemas já trabalhados, escolham aquele de que mais gostaram e, em uma roda, partilhem o texto escolhido, declamando-o para a turma, e justifiquem o motivo da preferência. 2º BIMESTRE
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2K Sussurros poéticos Os alunos serão convidados a realizar sussurros poéticos no ouvido de colegas e de funcionários da escola. Se eles estiverem participando da proposta pela primeira vez, é importante que trabalhem em duplas, considerando principalmente o critério de afinidade: é fundamental que todos se sintam à vontade e seguros no momento de sussurrar. Combine que cada dupla deve escolher um poema entre os trabalhados durante essa etapa para memorizar.
Enquanto os alunos trabalham, circule pela sala, leia quando necessário algum poema de que não estejam se lembrando. Caso algumas duplas sejam formadas por crianças que já leem convencionalmente, incentive uma a ler para a outra. Depois, peça que copiem numa folha o poema escolhido para sussurrar, pois é importante ter o texto em mãos para realizar a leitura, mesmo que já o saibam de memória. Por fim, distribua para cada aluno o material a ser utilizado, como cartolina
enrolada, bobinas de rolos de papel-alumínio ou de filme plástico e canudos, e peça que os enfeitem. É interessante que as crianças comecem os sussurros no ouvido de colegas e professores conhecidos para irem se acostumando com a ideia. Essa atividade pode acontecer em outros momentos do ano, para que os alunos ganhem cada vez mais autonomia até chegar o momento em que se sentirão seguros para realizar os sussurros individualmente. Repetir a proposta ao longo do ano é uma excelente oportunidade para a turma se sentir animada para reler poemas conhecidos e conhecer outros, a fim de ampliar o repertório.
Lucas Santos Souza EM Maria Constância Moraes de Carvalho
curiosidade
Sarau é um evento cultural que pode ser realizado em vários espaços (privados e públicos), onde as pessoas se encontram para se expressar ou se manifestar artisticamente, por meio de diversas formas de expressão, como a poesia, a música, a dança, a leitura de livros, dentre outras linguagens artísticas.
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ETAPA 3 – Preparação para o sarau É hora de dar início à preparação do sarau de poesias. Antes disso, é importante ter um levantamento de quantos e quais poemas os alunos conseguiram memorizar. Outra decisão que precisa ser tomada diz respeito à quantidade de poesias a serem declamadas e quais crianças vão recitá-las. Se a classe for numerosa, é bom que o grupo tenha memorizado muitos poemas. As escolhas não precisam se restringir aos apresentados no Caderno do aluno. É esperado,
2L Leitura do poema Poesia negritude, de José Paulo Pereira de Sousa Esse é mais um poema a ser lido com os alunos. Comente que ele foi escrito por um estudante da rede municipal e apresentado na II Mostra Criativa Salvador de Arte. O evento tem como prioridade premiar as atividades realizadas ao longo do ano letivo e que abordam as temáticas afro-brasileira e indígena. Após a leitura, realize uma roda de conversa e pergunte às crianças se elas gostaram da poesia, o que sentiram ao ouvir a leitura do texto, o que pensaram a respeito das palavras de José Paulo Pereira de Sousa, entre outras questões. A leitura e a discussão em torno desse poema é interessante, porque vão ouvir um texto escrito por alguém que é jovem e que não é escritor profissional. Isso pode contribuir para a compreensão de que todos podem se expressar por meio de textos poéticos. Portanto, além de chamar a atenção para a temática do poema de José Paulo, anime o grupo a conversar sobre o fato de ter sido produzido por um aluno e ter sido divulgado numa mostra tão importante em Salvador.
inclusive, que você tenha lido outras poesias de sua preferência. Um sarau não pode durar muito tempo, sob o risco de entediar a plateia. Portanto, é interessante que as crianças recitem em duplas ou trios (isso pode implicar na repetição de poemas, mas não necessariamente representa um problema, pois não precisa ser feito no mesmo dia nem para o mesmo público). Além do que, as crianças têm seu jeito de ser e de recitar, e pode ser muito interessante observar as diferenças nos diversos grupos que vão se constituir.
Outro aspecto importante é garantir que todos obtenham êxito na proposta. Portanto, organize boas parcerias, pois pode ser que uma criança fique muito ansiosa e esqueça o poema ou parte dele no momento da declamação. Se estiverem recitando em duplas ou pequenos grupos, os alunos podem ajudar uns aos outros. Para saber mais sobre sarau, você pode assistir, com os alunos, a alguns vídeos que reproduzam esses eventos, levantar o que não pode faltar em um evento como esse e escrever uma lista com esses tópicos. 2º BIMESTRE
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3A Escolha dos poemas que serão apresentados no sarau Convide os alunos para selecionar um ou mais poemas que gostariam de recitar. Observe se a escolha está pautada no que já sabem ou se alguns escolhem poesias que ainda precisam memorizar. É esperado, a esta altura do trabalho, que você tenha lido em voz alta várias vezes os poemas apresentados no Caderno do aluno, dentre outros de sua preferência e do acervo da escola. Portanto, espera-se que os alunos tenham memorizado também outros poemas além dos que foram aqui apresentados. Ainda assim, garanta que eles sempre tenham à mão o texto, pois este é um caminho para criar o procedimento de tê-lo como apoio e referência para o leitor. Agora é hora de preparar as crianças para o sarau. Nesse tipo de evento, é possível recitar individualmente, mas também a dois, o que pode ser muito interessante no caso de algumas
ma escolhido perante os colegas. Tanto quem recita como quem ocupa o lugar de ouvinte discutirão a performance e o modo como podem melhorá-la, com base em critérios combinados previamente com as crianças, a saber: • Apoiar-se na memória para declamar o poema. • Adotar postura adequada no momento da recitação. • Pronunciar bem as palavras que compõem os versos. • Declamar o poema de modo adequado ao gênero. • Portar-se de maneira adequada, ou seja, de forma silenciosa e atenta, enquanto os colegas recitam. • Recorrer ao texto escrito (mesmo que ainda não sejam leitores convencionais) em caso de dúvidas ou esquecimento.
crianças serem tímidas. Portanto, alie o interesse delas à qualidade da parceria que cada dupla poderá estabelecer para alcançar um bom resultado diante de sua audiência. Sua observação constante sobre o modo como cada aluno se relacionou com as atividades da sequência, as preferências e o conhecimento de quais poemas, efetivamente, conseguiu memorizar serão itens fundamentais na organização das parcerias de trabalho e também na definição do tipo de ajuda que os alunos necessitarão para alcançar uma boa performance. Intensifique as situações de recitação. Para isso, combine com os alunos que todos os dias eles terão um tempo para se preparar para o sarau, recitando uns para os outros e uns com os outros, sempre com o texto em mãos, de forma a compreenderem que podem recorrer ao material escrito caso esqueçam algum trecho. Combine também que, a cada dia, três ou quatro crianças recitarão o poe-
• Vídeo de um sarau realizado por alunos do Colégio Rita de Cassia, Santos (SP), no YouTube (https://goo.gl/VywkeS), acesso em 1/3/2016
texto para o convite, assim como fizeram com o bilhete escrito no início da sequência didática. As duplas devem ser formadas da seguinte forma: um aluno com maior saber sobre a escrita e outro com me-
nor, de forma que o segundo dite para o primeiro (o escriba) o que não pode faltar no convite. Antes de encaminhar a atividade propriamente dita, retome oralmente essas informações. Depois, incentive a turma a escrever a lista com esses itens para servir de apoio no momento da escrita final. Vale lembrar que é importante seguir as orientações dadas para o encaminhamento desse tipo de atividade proposta para o primeiro bimestre.
quer saber mais?
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3B Planejando a escrita do convite Eventos como um sarau merecem ser preparados de forma especial. Isso inclui a distribuição de convites. Definida a situação comunicativa, convide as crianças a planejarem, em duplas, o
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3C Escrita coletiva do convite Os alunos já leram alguns modelos de convite no primeiro bimestre. Portanto, já estão familiarizados com esse tipo de texto. Entretanto, antes de dar início ao processo de textualização, explicite a necessidade de retomarem o planejamento feito na atividade 3B, já que esse tipo de proposta favorece a aprendizagem de comportamentos fundamentais para quem se compromete a escrever um texto. Considere os seguintes aspectos: • A necessidade de definir para quem desejam escrever e o objetivo do con-
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vite, que é de informar dia, local e hora do evento. • A validade de explicitar todos os comportamentos de escritor envolvidos no trabalho, a saber: a) A importância de planejar previamente que tipo de informação deverá constar do convite. b) Todos os procedimentos envolvidos no ditado propriamente dito, fazendo com que as crianças compreendam que é importante controlar o ritmo em que elas falam, considerando as ações de quem vai atuar como escritor. c) A relevância de interromper o ditado
a fim de ler o que já foi escrito, para saber o que falta escrever. d) Concluída a produção, a necessidade de fazer uma revisão, lendo em voz alta e na íntegra o convite, questionando a classe sobre a completude das ideias e problematizando, eventualmente, a repetição de palavras. A pontuação e a paragrafação devem ficar por sua conta, já que é um produtor de textos experiente. Vale lembrar que suas decisões quanto a estes aspectos não precisam ser discutidas com os alunos. Já representa um aprendizado para eles atuarem como observadores da sua postura de escritor; do texto que você vai materializando no quadro ou numa cartolina; das marcas gráficas que você utiliza, além de letras; da separação entre as palavras; e da organização da escrita em parágrafos. No dia do sarau, você pode propor a algumas duplas que realizem os sussurros poéticos como uma forma de abrir o evento ou no intervalo ou encerramento.
3D Avaliação Converse com os alunos e relembrem o que aprenderam ao longo da sequência, para então sugerir que escrevam do que mais gostaram. Por ser um momento de escrita individual, encoraje-os a escrever da melhor forma possível. Aproveite a oportunidade para observar os avanços de cada um em relação à compreensão do sistema de escrita.
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tempo estimado • 16 aulas.
material
• Livros de poemas. • Cartolinas ou bobinas de rolos de papel-alumínio ou de filme plástico. • Canudos. • Letras móveis. • Papel pardo. • Textos sobre os animais escolhidos para a leitura ou livros sobre os animais. • Crachá com o nome dos alunos. • Lista com o nome das crianças em letra bastão. • Papel sulfite. • Lápis de cor. • Alfabeto para ser fixado num lugar ao alcance dos alunos.
introdução
COM ESTE BLOCO, ESPERA-SE QUE OS ALUNOS Considerando somente aqueles que não se apropriaram da escrita alfabética: • Reflitam sobre o sistema de escrita e analisem escritas convencionais e não convencionais, avançando significativa-
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mente em suas hipóteses. • Consultem outras palavras para escrever ou para ler as que desejam. Considerando somente aqueles com escrita alfabética: • Aproximem-se da leitura com a finalidade de obter informação. • Localizem informações. • Comuniquem as informações localizadas no texto.
Desde o primeiro bimestre, vem sendo reforçada a importância de os alunos serem convidados a participar todos os dias de situações que promovam a reflexão sobre o funcionamento do sistema de escrita. Na sequência Brincadeira do mercadinho, muitas propostas são feitas em torno desse propósito. Para intensificar ainda mais a reflexão, este bloco contempla outras atividades que o potencializam de maneira contextualizada para que os alunos avancem nos conhecimentos sobre o sistema de escrita. Os que ainda não compreenderam o sistema alfabético de escrita terão como tarefa escrever o nome dos animais e desenhá-lo para, no final, elaborar um álbum organizado em ordem alfabética e ilustrado por eles. O álbum poderá ser dado para turmas da Educação Infantil, caso existam na sua unidade, ou colocado na biblioteca, se a escola tiver uma. Ter um propósito social para a escrita potencializa o
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desejo de escrever de modo que todos possam ler. Vale citar aqui um trecho do Anexo 1 – explicação e orientação sobre escrita coletiva, parte integrante do Projeto didático Brincadeiras tradicionais, proposto no Guia de Planejamento e Orientações Didáticas do 1º ano do Programa Ler e Escrever. Segundo ele, do ponto de vista didático, “trata-se de uma situação de aprendizagem sobre o sistema de escrita com foco na interação do grupo-classe. Nela, os alunos têm de fazer uso dos saberes que possuem sobre o sistema de escrita, explicar o modo como pensaram e confrontar com a escrita dos colegas para tomar a melhor decisão em relação à forma de grafar a palavra solicitada. “Esta é uma proposta a ser realizada de forma permanente nas classes em que os alunos ainda não escrevem alfabeticamente. Pode ser utilizada tanto no interior de projetos ou numa sequência didática; o importante é que a proposta esteja inserida em um contexto comunicativo.” A cada aula, proponha a escrita de três nomes de animais selecionados por você, sempre tendo como critério palavras que tragam bons problemas para se pensar, tal como nos exemplos abaixo. Também considere que tenha, pelo menos, um nome de bicho para cada letra do alfabeto, mesmo que inicialmente algum não seja conhecido pelas crianças. Para os alunos com escrita alfabética, foram reservadas atividades de leitura de pequenos textos informativos sobre os animais e situações de seleção das informações mais curiosas para compartilhar com os colegas que ainda não leem convencionalmente. Essa proposta permite que eles trabalhem com maior autonomia e entre pares, o que dará a você maior disponibilidade para atender aos alunos que necessitam de mais apoio. Esse tipo de organização que considera encaminhamentos diferentes para os alunos contribui para que, de fato,
se construa na sala de aula um clima cooperativo e uma parceria efetiva, em que um poderá ajudar ao outro. Assim, este bloco é composto de três partes: • Parte 1 Destinada a todos, contempla apresentação da proposta e escrita de lista de animais tendo o professor como escriba. • Parte 2 Organizada em dois conjuntos de atividades, que são realizadas simultaneamente: a) Escrita de nomes de animais: conjunto de atividades organizado pensando nos alunos com escrita não alfabética. Consiste na escrita em duplas de nomes de animais utilizando letras móveis. Depois, algumas dessas escritas serão discutidas no coletivo. b) Conhecendo os animais: conjunto de propostas organizado para os que já compreenderam o sistema alfabético. • Parte 3 Destinada a todos que, juntos, irão organizar o álbum com nomes e ilustrações de animais. Durante o desenvolvimento das atividades, ofereça livros de divulgação científica, como enciclopédias, livros informativos e a revista Ciências hoje das crianças, a fim de contribuir para ampliar o conhecimento sobre os diferentes animais apresentados. Na tabela ao lado, sugestões de nomes de bichos para cada letra. Confira agora algumas dicas para este trabalho: • Você pode propor a escrita do nome de mais de um animal para cada letra e pedir que os alunos, no final, escolham um para colocar no álbum. • Não é necessário ditar na ordem alfabética, ela pode ser discutida no final, tornando-se mais um desafio para o grupo na organização do álbum. Pode-se usar o alfabeto exposto na sala como fonte de informação. • Ao longo das atividades, é importante pedir que os alunos façam desenhos
A
Arara-azul, avestruz, águia
B
Babuíno, baleia-azul
C
Cobra, cegonha, canguru
D
Doninha, dromedário
E
Esquilo vermelho, elande, elefante africano
F
Falcão, foca
G
Guepardo, gorila, golfinho, gambá americano
H
Hiena, hipopótamo
I
Iguana, impala, irara
J
Jacaré, jupará, jaguar, javali
L
Lobo-guará, lebre europeia, leão, leopardo, lontra
M
Morcego, mico-leão-dourado
N
Naja, narval
O
Onça-pintada, ornitorrinco
P
Preguiça-de-coleira, pato
Q
Quero-quero, quati
R
Rinoceronte, rã venenosa
S
Sagui, sapo-cururu
T
Tubarão-baleia
U
Urso-pardo, urubu, uirapuru
V
Veado, vaca-do-mato
X
Ximango
Z
Zebra, zebu
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dos animais. Deixe-os expostos no mural da sala. Ao final, solicite que eles escolham os mais apreciados para colocar no álbum. • A pesquisa de imagens em site de busca é um ótimo apoio para esse trabalho, caso você tenha acesso à internet, bem como a observação das
ilustrações e fotos dos livros e das revistas. Isso certamente poderá enriquecer os desenhos feitos pelas crianças. Vale ressaltar que a frequência na rotina de propostas como essa, a qualidade das intervenções que você fizer e a intensa troca de informações e ideias entre os alunos com diferentes saberes
ajudarão a garantir avanços na aprendizagem das crianças. As atividades deste bloco devem ser feitas duas vezes por semana, por 40 minutos no máximo, intercalando com as da sequência didática Brincadeira do mercadinho, que também contribui para a compreensão do sistema de escrita.
Inicie lendo o enunciado da atividade 1, pois é uma forma de aproximar os alunos do estudo e começar uma conversa sobre o tema. Faça uma roda e explique como será o álbum. Anime-os para produzir, informando que irão entregar para os colegas das salas de Educação Infantil, caso haja em sua unidade. Explique também que a tarefa
será escrever o nome dos bichos da melhor forma que conseguirem, bem como conhecer um pouco mais sobre os animais. Aproveite para explorar aqueles que são conhecidos das crianças e instigá-las a falar sobre os que ainda não conhecem. Após a conversa, convide os alunos a ditar o nome dos animais que poderão fazer parte do álbum. Deixe essa lista exposta na sala. Você vai usá-la como referência para escolher palavras para as atividades de escrita como o ditado, por exemplo. Só tome o cuidado de retirá-la antes da atividade para evitar que os alunos copiem o que for ditado.
aluno com escrita alfabética ou silábico-alfabética. Entregue para cada dupla uma cópia da lista elaborada na atividade 1, porém fora da ordem alfabética. Lembre os alunos que, no álbum, é
importante ter um nome de animal para cada letra do alfabeto. A tarefa deles será colocar a lista na ordem alfabética para descobrir qual letra está sem nome de bicho. Depois de organizarem a lista em ordem alfabética no caderno, peça que completem com os que estiverem faltando. Terminada a tarefa em dupla, escreva a lista em ordem alfabética solicitando que os alunos informem o nome do animal que pensaram no caso de cada letra. Se for necessário, informe algum animal sugerido na tabela que está na introdução deste bloco.
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PARTE 1 – Apresentação da proposta e escrita de lista de nomes de animais 1 Esta primeira atividade tem o objetivo de apresentar a proposta de trabalho e elaborar uma lista com nomes de animais com base na contribuição dos alunos na roda.
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2 Leitura da lista e organização do nome de animais em ordem alfabética Todos os alunos participarão desta atividade. Organize a sala em duplas de modo que em cada uma tenha um
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3 Leitura de texto de divulgação científica sobre o gambá Os alunos deverão estar organizados em duplas de modo que em cada uma tenha uma criança com escrita alfabética ou silábico-alfabética. Com esta atividade, espera-se con-
tribuir para o trabalho que posteriormente será realizado pelos alunos com escrita alfabética, pois trata-se de uma proposta cuja finalidade é ler para saber mais sobre determinado assunto. Além disso, ela envolve questões específicas de localização de informação
explícita em um texto. Diga que você vai ler um texto bem legal sobre um animal, para que eles descubram várias coisas sobre ele. Já antecipe que, após a leitura, você irá pedir que localizem algumas informações. 2º BIMESTRE
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Oriente a turma a acompanhar a leitura deste texto. Para isso, leia-o pausadamente. Depois, pergunte aos alunos o que eles compreenderam e incentive-os a estabelecer relações com os conhecimentos que têm e as situações que já observaram para relatarem aos colegas.
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Então peça aos alunos que, com os parceiros de dupla, localizem no texto as informações que você vai solicitar e passem um traço embaixo da mesma ou circulem no texto. Você poderá informá-las uma por vez ou anotá-las no quadro. Quando todos terminarem, peça às
duplas que, uma de cada vez, falem a resposta e onde a localizaram no texto para você registrar no quadro. Sugestão de informações para que os alunos destaquem: • Qual é a fama do gambá? • Por que o gambá é presa fácil? • O que ele faz para se defender?
BLOCO DE LEITURA E ESCRITA - CADERNO DO PROFESSOR
PARTE 2 – ESCRITA Esta é a etapa em que você trabalhará simultaneamente com propostas focadas nas necessidades dos alunos. Você terá, ao mesmo tempo, um grupo realizando atividade de escrita de nome de animais e outro (que pode estar dividido em trios ou duplas, dependendo da quantidade de alunos com escrita alfabética que tiver na sala) realizando atividades para conhecer os animais. Para os alunos com escrita não alfabética não haverá, nesta parte, espaço no caderno para registro das atividades de escrita. Isso se deve ao fato de essas atividades serem realizadas com letras móveis ou no quadro. No Caderno do aluno você encontrará um conjunto de textos que poderá ser lido para todos, além de orientações para o trabalho de leitura que será realizado especificamente pelos alunos com escrita alfabética. Orientações para as atividades de escrita de nome de animais Organize os alunos em duplas considerando os saberes próximos relacionados ao conhecimento do sistema de escrita e entregue um conjunto de letras móveis para cada dupla. Informe que você ditará três nomes de animais que farão parte do álbum. Não há necessidade de seguir a ordem alfabética nesse ditado. As duplas devem escrever a palavra ditada utilizando as letras móveis. O fato de os alunos escreverem juntos faz com que eles conversem e tomem decisões sobre que letras usar, em que ordem e o número de letras, entre outras coisas. Enquanto as crianças estiverem escrevendo, é importante que você circule pela sala para ouvir o que elas dizem. Fique atento às letras que escolhem, incentive-as a ler o que produziram e a explicar como pensaram a escrita. Você também pode sugerir que recorram, por exemplo, à lista de nomes dos colegas ou a cartazes que estiverem afixados no mural quando tiverem
dúvidas sobre que letra usar ou em que ordem, por exemplo. Se necessário, faça perguntas que os ajudem a pensar, tais como: “Há outra letra boa para escrever a palavra?” e “Há letras que verificou que não são necessárias após a leitura?”. Terminada a escrita com letras móveis, é hora de iniciar a segunda parte da atividade. Aqui você encontrará uma possibilidade de propor a discussão coletiva. Entretanto, há outras formas possíveis. A ideia é convidar os alunos à reflexão, portanto formule o desafio da seguinte maneira: “Vamos pensar, por exemplo, sobre a escrita da palavra cegonha? Aqui na sala eu observei diferentes escritas realizadas pelas duplas. Vamos conhecer algumas ideias”. Você deverá chamar uma primeira dupla que tenha produzido uma escrita silábica para escrever no quadro o nome do animal da mesma forma como fizeram com as letras móveis. Ao terminarem a escrita, peça que os membros da dupla leiam o que escreveram, indicando cada parte da palavra. A orientação para retomar a escrita, lendo o que escreveram, permite um tipo de análise que vai além das letras iniciais e finais, vai para dentro da palavra, sendo esse o desafio para que os alunos com escrita silábica avancem. Em seguida, convide uma nova dupla para escrever no quadro logo abaixo da primeira escrita. Note que essa escolha não é aleatória. Deverá ser feita com base na sua observação sobre as escritas já produzidas pelas crianças e por dupla. Quando um aluno que não compreendeu o funcionamento do sistema de escrita faz seu registro no quadro, ele coloca em jogo seus saberes, confrontando-os com o registro anterior ao seu, principalmente se dialogar com um colega que pensa diferente dele. Ao chamar a segunda dupla diga, por exemplo: “Os colegas escreveram cegonha dessa forma. Vocês concordam com eles? Então conversem e es-
crevam novamente cegonha embaixo da escrita deles”. Chame no máximo quatro ou cinco duplas por dia para não ficar cansativo. No final, você terá no quadro algo semelhante a esse registro: TBP PQASRTJE EOA COA CEOA ECOGNIA Anote num caderno seu o registro e a escrita a que os alunos conseguiram chegar. No momento de organizar o álbum, você poderá trazê-las para uma nova reflexão. Uma boa mediação deverá provocar sucessivas análises e consecutivas reelaborações do escrito. É fundamental observar que as intervenções realizadas partem da análise da produção das crianças. Você não pergunta sobre o que falta e nem lê para a dupla. As releituras permitem um tipo de reflexão parte a parte, que informa as duplas que a escrita pode ser reanalisada. Além disso, abre um espaço para pensar a possibilidade de considerar que outras letras podem ser boas para escrever o mesmo segmento. Uma situação como essa permitirá a todos inúmeras reflexões com base na análise do que estava escrito para continuar escrevendo. O registro vai se transformando na medida em que outros caracteres forem agregando à escrita silábica, como pode-se observar no exemplo acima. A análise da escrita dos colegas e a interação, além da coletivização das reflexões, possibilitam avançar na produção e, certamente, na compreensão do que é a escrita e do que ela representa. A principal condição didática que favorece a aquisição do sistema é escrever e comparar com o que o outro fez. É nesse momento que as questões sobre o sistema se apresentam, pois, nas atividades de escrita, as contradições 2º BIMESTRE
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se colocam. Faça esse movimento ao final de cada uma das palavras ditadas alternando as duplas chamadas para irem ao quadro e criando assim a possibilidade de diversos alunos refletirem sobre a escrita das palavras. Para isso, é fundamental criar um clima de confiança e respeito, pois a questão que se coloca não é de estar certo ou errado, mas, sim, diferentes formas de pensar a escrita de uma mesma palavra. Quando eles tiverem dúvidas sobre que letras usar, você pode incentivar o grupo a buscar apoio nas listas com palavras de referência afixadas no mural da sala, como a lista de nome dos alunos. No caso das letras T, D, P, B e C, é comum as crianças acharem que apenas uma dessas letras basta para escrever TE. Por isso, é interessante instigá-los a pensar utilizando como apoio o nome de colegas ou outras palavras de referência que você poderá escrever no quadro, para que o aluno observe e descubra a letra que falta. Esse tipo de questionamento é importante, pois reforça o valor das palavras de referência como favorecedoras de situações em que têm de ler e escrever outras palavras. Enfim, há muitas possibilidades de intervenção nesse momento. Essas são algumas formas de problematizar as escritas, discutir e pensar sobre elas. O fundamental, entretanto, é garantir o espaço de circulação de informações entre as crianças e a troca de ideias, cabendo ao professor o papel
principal de escutá-las primeiro, para então, se necessário, fazer alguma pergunta que as ajude a avançar com base nas ideias iniciais. Realizando esse tipo de atividade e de intervenção com frequência, você acompanhará o avanço do conhecimento dos alunos, fazendo com que eles próprios busquem escritas cada vez mais próximas ao convencional. Como essa atividade requer um grau de concentração alto, avalie se deve refletir sobre a escrita de uma nova palavra ou deixar para outro dia. Mais do que quantidade, o valor está na qualidade das intervenções realizadas por você e na possibilidade de troca de ideias entre os alunos. Mas, atenção: • O objetivo não é chegar à escrita convencional, mas criar momentos de reflexão sobre o sistema com base no intercâmbio de ideias e na circulação de informações entre as duplas e os demais colegas. Por isso, é fundamental não apagar as escritas anteriores. • Uma dica importante para provocar a reflexão é iniciar pela dupla com menor conhecimento sobre a escrita, para então chamar duplas com maior conhecimento, pois assim cria-se o espaço de reflexão entre elas. • Para se propor perguntas, é preciso, antes de mais nada, ouvir o que as crianças dizem, compreender o que pensam e como pensam, para então fazer algum tipo de intervenção. • Para ditar, escolha nomes que tragam bons problemas para pensar. Inclua, por exemplo, os dissílabos como:
foca, pato e leão. Ao pensar sobre essas escritas, as crianças se depararão com a questão da quantidade mínima de letras para escrever uma palavra, uma vez que não costumam aceitar escrevê-las com menos do que três letras. Diferentes soluções são encontradas e colocar isso em discussão com todos é bastante potente para se pensar sobre esse aspecto. • Palavras como arara, jacaré e urubu também trazem bons problemas. O foco, entretanto, está na questão da variedade de letras, pois, para os alunos com escrita silábica com valor sonoro convencional nas vogais, não é possível utilizar a mesma letra para escrever cada parte da palavra. Para eles é inadmissível uma escrita: A A A (para arara). É interessante observar que, para não escrever AAA, é comum o aluno substituir a letra do meio por uma letra qualquer para escapar da contradição entre as próprias ideias. Desconfortável nessa situação, ele começa a introduzir consoantes que fazem parte da sílaba (no caso, o R). Em geral, daí para a frente segue expandindo sua escrita e muitas vezes parece chegar a uma escrita aparentemente alfabética. No entanto, quando pedimos que leia apontando com o dedo, ele lê silabicamente pulando letras. Isso não quer dizer que não tenha aprendido com a atividade. Ao contrário, já está quase lá. O que acontece é que a escrita alfabética não é aprendida instantaneamente pelas crianças, mas por um processo trabalhoso e demorado de construção.
Thaynara EM Parque São Cristóvão
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4 Para saber mais sobre a arara-azul Relembre com os alunos a atividade 3, sobre o gambá. Oriente-os para que, inicialmente, conversem com o colega da dupla sobre o que sabem a respeito do animal que será estudado naquele
momento para, em seguida, ler para todos. Após a leitura, explique que eles precisarão localizar algumas informações no texto e passar um traço embaixo, como fizeram na atividade do gambá. Mostre as perguntas que estão logo
em seguida ao texto. Peça que leiam e vejam se têm alguma dúvida. Combine que deverão escolher alguma informação entre as que destacaram ou outra que acharem interessante para falarem na roda de curiosidades. Assim, você envolverá toda a turma nesse momento e esses alunos saberão que estão lendo com a finalidade de saber mais para compartilhar com os colegas. Na roda de conversa, instigue-os a comentar o que descobriram e a expor algum conhecimento a respeito do animal lido. Incentive os demais alunos que não leram o texto a fazer perguntas para eles. Aproveite para acrescentar outras 2º BIMESTRE
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informações e oferecer materiais de consulta sobre os animais. Nessa roda você também poderá ler o texto de forma que os alunos passem
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a conhecer o conteúdo e acompanhem a leitura nos respectivos cadernos. As atividades seguintes seguem a mesma proposta, justamente para que
as crianças possam trabalhar com autonomia, por já saberem o que devem fazer, e devem ser realizadas uma por dia. A mudança será apenas de texto.
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9 Para saber mais sobre o urso-polar Todos os textos sobre animais desta etapa servem para enfatizar a proposta de ler para saber mais sobre determi-
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nado assunto e para localizar informação explícita no texto. Agora é hora de avançar para a edição. Porém, se você achar necessário, ofereça mais textos como esses para que os alunos
continuem a leitura enquanto você trabalha com os demais nas atividades de escrita de nomes de animais. A revista Ciência Hoje das Crianças é um ótimo material para tomar como referência.
BLOCO DE LEITURA E ESCRITA - CADERNO DO PROFESSOR
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10 Ilustrando um animal O desenho das crianças representando os animais deve fazer parte do trabalho e não ser específico dessa atividade. O ideal é que ele seja realizado em diferentes momentos para
que os alunos testem vários traços e diferentes cores, aproximando-se das características físicas do animal. Com um pequeno acervo de ilustrações das crianças, será mais fácil fazer as escolhas para o produto final.
A sugestão para esta atividade é o desenho de observação, que consiste em olhar uma foto do animal para desenhá-lo. Isso não significa, porém, copiar o desenho nem ter de fazer igual. Dessa forma, eles podem tentar imitar o que a imagem mostra e contribuir para o desenvolvimento do desenho infantil, avançando nas técnicas de ilustração. Essa foto pode ser impressa ou projetada no quadro ou ser mostrada em algum livro, revista ou na tela do computador.
É preciso que no álbum as escritas estejam da forma convencional. Assim, para o momento de escrita, organize-os em dupla tendo no mínimo um aluno com escrita alfabética ou silábico-alfabética. Nesse último caso, quando for necessário, informe o que precisam ajustar para escrever convencionalmente.
11 Seleção de ilustração Para iniciar a atividade, coloque os desenhos feitos pelos alunos ao longo deste bloco em um varal ou dispostos no mural com o propósito de eles escolherem o que mais apreciam de cada animal para compor o álbum. Ajude-os expondo alguns critérios vinculados à estética da imagem e não à autoria do desenho (o feito pelo colega preferido). Caso perceba que faltou o desenho de algum animal, peça aos alunos para desenharem, dividindo-os em grupo. Como mencionado anteriormente, é interessante ter mais de um desenho de cada bicho para que eles possam escolher.
ta no papel, a capa, o título do álbum e o local em que estarão o nome deles, entre outros. O importante é que cada aluno tenha alguma tarefa nesse processo.
Lembre-se de que é preciso garantir que se tenha o desenho e a escrita de cada animal em ordem alfabética. Se ainda não conversou a respeito disso, aproveite agora para discutir como ela funciona e ajude-os a perceber que a ordem do alfabeto pode ser seguida pelas letras iniciais de cada palavra. Quando terminarem, pensem em como será a entrega para o destinatário. Caso a opção tenha sido por presentear um grupo da escola, peça que um aluno ou mais apresentem o traba-
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PARTE 3 – EDIÇÃO A última parte deste bloco tem como objetivo preparar o álbum para sistematizar tudo o que os alunos aprenderam durante o trabalho. A opinião deles deve ser considerada e é importante que tomem as decisões necessárias para editar o material. Além da edição, você pode fazer uma roda de finalização do trabalho.
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12 Preparação do álbum Esta atividade consiste em montar juntos o álbum. Decidam como será o produto final: qual papel utilizarão, a disposição das ilustrações e da escri-
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lho feito e entreguem o livro ao professor da turma eleita. Se o exemplar for compor o acervo da biblioteca da escola, o livro pode ser acompanhado de uma carta de apresentação, na qual as
crianças vão contar um pouco sobre o trabalho realizado. Enfim, a orientação é se preparar para a entrega da forma, com a sua orientação e como a turma achar mais conveniente.
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13 Roda de conversa Esta atividade tem como propósito finalizar o trabalho fazendo um levantamento sobre as impressões de cada um a respeito das diversas situações realizadas ao longo da confecção do
Iris EM Casa da Providência
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álbum. Além de saber do que mais gostaram e o que não apreciaram muito, é importante comentar sobre as aprendizagens conquistadas, principalmente as ligadas ao sistema de escrita, que é foco deste bloco de atividades, mas
também sobre os encaminhamentos diferenciados e o envolvimento de cada um com as tarefas. Deixe os alunos falarem e, no final, também faça os seus comentários. Compartilhe com eles os grandes avanços das crianças com escrita não alfabética, mostrando o que já conquistaram. Para aqueles com escrita alfabética, valorize a atitude investigativa, a forma como apresentaram as informações curiosas para os demais colegas e o respeito pelos outros. Além de elogiar, também é importante evidenciar os momentos que não foram tão bons e os que precisam melhorar.
SONDAGEM - CADERNO DO PROFESSOR
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Como já visto no caderno do primeiro bimestre, é necessário realizar, periodicamente, uma sondagem. Os alunos vão escrever uma lista de palavras de um mesmo campo semântico e uma frase, ditadas por você, para que seja possível ter um panorama da evolução dos saberes em relação à compreensão do princípio alfabético do sistema de escrita. Você já fez a sondagem inicial no começo do ano e outra no fim do primeiro bimestre, conforme orientação dada. No fim do segundo bimestre, é hora de realizar mais uma. Entretanto, não se esqueça de que ela é um instrumento que oferece informações referentes à compreensão do sistema de escrita. Por isso, a partir deste bimestre, deverá ser realizada apenas com os alunos que apresentam escrita não alfabética. Os que já compreenderam o sistema de escrita não precisam dessa atividade – apenas registre essa conquista no quadro de acompanhamento. Lembre-se dos cuidados para a realização da sondagem: • Não oferecer aos alunos nenhum tipo de fonte escrita, pois pretende-se levantar o que cada um sabe. • Solicitar a leitura em voz alta pelo
aluno ao término do registro de cada palavra, observando se ele estabelece relações entre o que escreveu e o que lê – uma maneira de ele verbalizar o que e como pensou ao escrever. • Oferecer papel sem pauta para observar o alinhamento e a direção da escrita. • Realizar a sondagem com poucos alunos por vez para que eles possam ler o que escreveram para você. Para o restante da turma, planejar outras atividades que não demandem tanto sua presença e que possam ser realizadas com autonomia pelas crianças – como cópia de uma cantiga, produção de desenho, leitura de histórias, gibis etc. A lista a ser ditada continua a obedecer os seguintes critérios: • Tem palavras que fazem parte do vocabulário dos alunos, mesmo que eles ainda não tenham tido a oportunidade de refletir sobre a representação escrita delas. • Não tem palavras cuja escrita esteja memorizada pelas crianças. • Contempla diversas quantidades de sílabas – uma palavra polissílaba, duas trissílabas e duas dissílabas. • Não traz palavras que contêm a mesma vogal em sílabas contíguas, como
batata, bala, moto, urubu etc. As crianças que escrevem silabicamente usando apenas vogais não aceitam escrever repetindo a mesma letra e tendem a entrar em conflito diante da situação de ter de repetir a vogal. Comece o ditado pela polissílaba, depois siga com as trissílabas e, por último, as dissílabas, pois as crianças que consideram a hipótese de quantidade mínima de letras poderão se recusar a escrever se tiverem de começar pela palavra dissílaba. A frase sugerida envolve pelo menos uma das palavras da lista a fim de observar se a hipótese de escrita dessa palavra permanece estável para cada um dos alunos em contextos diferentes. Os alunos deverão escrever a lista de palavras e a frase na folha que está no fim do Caderno do aluno. Lembre-se de recolhê-la depois do ditado. Anote o resultado no Mapa de acompanhamento que você recebeu no primeiro caderno para continuar a traçar o panorama da evolução dos alunos durante o ano. Não se esqueça de consultar esses registros para planejar as atividades e as intervenções e montar os grupos de trabalho. No caso de dúvida, converse com os colegas e o coordenador para chegarem a um consenso. Sendo este um instrumento de acompanhamento dos alunos com escrita não alfabética da rede municipal, optamos por usar uma única lista a cada bimestre para todos os anos, pois isso ajuda a unificar a avaliação e enxergar a evolução com mais clareza.
PARA A SONDAGEM DO 2º BIMESTRE LISTA ACEROLA AMEIXA MORANGO UVA CAJU FRASE O CAJU ESTÁ MADURO 2º BIMESTRE
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Nos anexos do Caderno do aluno, há duas páginas com dinheiro de mentirinha (12 notas) e etiquetas para preços (quatro) e identificação de seções (duas) para a brincadeira do mercadinho, como os reproduzidos nesta página.
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