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ERA UMA VEZ

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CAIXA DE CORREIO

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VEZ... ERA UMA

AMariana gostava imenso de jardinagem. Ela e a mãe fizeram uma pequena estufa na marquise, e o seu passatempo preferido era cuidar das plantas, quando chegava da escola. Todos os dias, pegava no regador, no aspersor, na pazita e na tesoura. Começava por tirar as ervas daninhas dos vasos e por cortar as folhas mais fraquinhas das plantas, para deixar crescer as mais fortes. Por vezes, tinha de tirar as plantas para fora dos vasos, para as colocar em recipientes maiores, ou trocar ou acrescentar terra. Depois, regava e aspergia as plantas que precisavam de água. Apesar do prazer com que cuidava do seu mini-jardim, a Mariana sabia que havia coisas mais complicadas, que só podia fazer com a ajuda da mãe. Principalmente quando tinha de usar a tesoura.

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O seu momento favorito era o de cuidar do bonsai, a árvore em miniatura que a avó lhe tinha oferecido nos anos. Era incrível como uma planta tão pequenina se parecia com uma árvore enorme! Ela gostava muito de ficar a olhar para ele, ver o tronco pequeno mas forte, os galhos fininhos e a quantidade enorme de folhas minúsculas. De vez em quando, regava-o, quando a mãe dizia que era necessário. E, muito raramente, a mãe cortava, com muito cuidado, um galho que começava a crescer no sítio errado.

“Tens de imaginar a árvore que desejas, e, depois, moldá-la”, dizia a mãe. E ela sabia bem que árvore gostava que o bonsai viesse a ser. Até fez um desenho, para a mãe perceber!

Num certo dia, ela não resistiu à tentação. Como habitualmente, tirou as folhas velhas de algumas plantas e regou outras. Mas, quando olhou para o bonsai, achou que havia um pequenino galho, com duas folhinhas, que não devia estar ali. Então, pegou na tesoura e cortou-o. Só que, como o galho era muito frágil, esgaçou e partiu num ponto mais atrás. Que horror! – Mamã, vem rápido! Fiz uma asneira!

Quando a mãe chegou, viu logo o pequeno galho a baloiçar, preso só por um fiozinho.

– E agora, mamã?! Ele já não vai ter a forma que nós combinámos? Será que vai morrer? – perguntou a Mariana, aflita.

A mãe explicou-lhe que não. Teriam de cortar aquele galho um pouco mais atrás, para ele voltar a crescer forte e sadio. Só que, agora, ia demorar mais tempo, até aquele galho voltar a ocupar o espaço que desejavam, com as suas folhinhas. Era por isso que tinha de ser a mãe a podar. A Mariana só podia cuidar do bonsai quando tivesse conhecimento e experiência suficientes.

A menina compreendeu a explicação da mãe, e ficou menos preocupada com o seu erro. Afinal, mesmo os erros que não são muito graves têm consequências que podem vir a prejudicar os nossos planos!

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