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Loures Notícias de

ANO

ANO 1 | Nr.12 MENSAL | ABRIL 2015 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

DA INFORMAÇÃO QUE FAZ FALTA pub


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EDITORIAL

Crónicas saloias

O Concelho está vivo Pedro Santos Pereira Director

Ficha Técnica

Vários foram os factos relevantes que aconteceram durante este mês no nosso Concelho. Elegi cinco, quatro dos quais muito positivos e um que, para já, “cheira” a desilusão. Loures INOVA é mais uma iniciativa da Câmara Municipal de Loures, em parceria com o MARL e a Madan Parque. Tem como objectivo fomentar e fixar novas empresas no Concelho, na área da logística e do sector agro-alimentar. Aplaude-se este projecto e espera-se que os objectivos pretendidos sejam alcançados, pois permitirá um aumento de emprego na região, além de uma valorização nacional do Concelho. O Festival O Bairro i o Mundo não venceu o concurso europeu “Diversity Advantage Challenge”. O simples facto de ter sido um

dos cinco finalistas já faz desta realidade, mais que um projecto, um sucesso. Os objectivos primordiais estão intactos, uma maior aproximação entre o bairro e o País, reduzindo o preconceito e elevando a auto-estima dos moradores da Quinta do Mocho. Excelente trabalho e, seguramente, o mais relevante em termos sociais artísticos e, quiçá, turísticos. Outro projecto social de grande impacto e com bastante sucesso, é aquele que tem sido levado a cabo pelo Elo Social, que apesar de pertencer a Lisboa tem paredes meias com o nosso concelho e abarca muitos moradores de Loures. Para celebrar todo este trabalho desenvolvido todos os dias, desde uns anos a esta parte, os profissionais desta instituição, conjuntamente com

os seus pupilos, têm levado a palco o espectáculo “Jesus Cristo Superstar”. Começou nas próprias instalações, passou para o Cinema S. Jorge e, este ano pela primeira vez, subiu ao Coliseu dos Recreios. O resultado foi o mesmo dos anos anteriores, lotação esgotada e aplausos de pé no final. O último ponto positivo destacado é uma iniciativa comercial. O “Portela Fashion Nigh Out”, organizado pela Administração do Centro Comercial da Portela, voltou a ser um sucesso pelo segundo ano consecutivo. Das 20 às 24 horas o Centro Comercial da Portela encheu-se de pessoas, criando um ambiente de festa assinalável. Criado a partir de um conceito que já existia, mas que teve o condão de ser bem adaptado, resultando na plenitude.

Director: Pedro Santos Pereira Redacção: Constança Lameiras Colaborações: Ana Rodrigues, Anabela Pereira, André Julião, Filipe Amaral, Florbela Estêvão, Florinda Loureiro, Francisco Rocha, João Alexandre, José Reis Santos, Joyce Mendonça, Lucília Bahleixo, Martim Santos, Patrícia Duarte e Silva, Pedro Cabeça, Ricardo Andrade, Rodrigo Moreira, Rui Pinheiro, Sónia Carvalho, Teotónio Gonçalves Fotografia: Cátia Isaías, João Pedro Domingos, Miguel Esteves, Nuno Luz Direcção Comercial: Luís Bendada (Director) Ilustrações: Bruno Bengala Criatividade e Imagem: Nuno Luz Impressão: Grafedisport - Impressão e Artes Gráficas, SA - Estrada Consiglieri Pedroso - 2745 Barcarena Tiragem: 15 000 Exemplares Periodicidade Mensal Proprietário: Filipe Esménio CO: 202 206 700 Sede Social, de Redacção e Edição: Rua Júlio Dinis n.º 6, 1.º Dto. 2685-215 Portela LRS Tel: 21 945 65 14 E-mail: noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Nr. de Registo ERC - 126 489 Depósito Legal nº 378575/14

Por fim destaque para o “Loures em Congresso”. Uma boa iniciativa de recolha de opiniões, com intuito de ajudar a definir um futuro mais risonho para o Concelho. Até aqui tudo bem. Mais ainda, quando os convidados para os respectivos debates têm percurso relevante nas áreas em que discursaram e eram oriundos de diferentes forças políticas, o que implicava expectativas altas e ideias interessantes e contrastantes. Refiro-me aos debates sobre as autarquias e as delegações de competências, pois foram os dois únicos que tive oportunidade de assistir. A verdade é que, no final, tudo espremido resultou em pouco sumo. Muitas lamentações e poucas ideias. Quando questionados se é mais fácil, ou não, trabalhar com menos freguesias, devido à reestruturação

autárquica, as respostas foram que a dita reestruturação causaram mais problemas. Ok, mas quais? Outra questão levantada foi sobre as competências das juntas de freguesia, quais as que estão a mais e quais deveriam ser integradas. Resposta: isso é uma questão que levaria muito tempo a discutir!!! Não seria para isso que estávamos todos ali presentes?! Estou esperançado que os debates seguintes sejam mais profícuos, acima de tudo, porque são mais técnicos e menos políticos. Em suma, muito mais coisas positivas que negativas e de grande relevância, proveniente dos mais diversos sectores, nas mais diversas áreas. O Concelho tem motivos para estar feliz, pois demonstra vivacidade.

Contactos

Geral 219 456 514 | noticiasdeloures@ficcoesmedia.pt Editorial pedro_pereira@ficcoesmedia.pt Comercial filipe_esmenio@ficcoesmedia.pt

Notícias de Loures


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Loures em Congresso em 2015 O evento vai decorrer durante cerca de três meses e com as conclusões que daqui decorram, segundo a autarquia, pretende-se definir as «linhas orientadoras para a elaboração do plano estratégico do Município». A Câmara Municipal de Loures apresentou, no passado dia 12 de Março, na sala multiusos do Parque da Cidade de Loures, o evento Loures em Congresso. Sob o lema “fazer hoje o que é para amanhã”, esta iniciativa tem como objectivo obter contributos para a definição das linhas de um plano estratégico para o Município de Loures, a 10 anos. Envolvendo muitas personalidades concelhias, das artes, da cultura, da ciência e das tecnologias, associações cívicas, industriais, comerciantes e, claro, muitos políticos para além da população do Concelho.

A primeira sessão decorreu no dia 19 de Março, na Biblioteca Municipal José Saramago, sob o tema, “O Poder Local hoje”. “Não queremos que seja um samba de uma nota só”, diz em declarações que se podem ler no jornal Público aludindo aos convites endereçados a oradores de várias áreas políticas. Ao Notícias de Loures, Bernardino Soares, sublinhou que é do confronto de “opiniões diferentes” que se poderão vir a “tirar melhores conclusões”. A essas primeiras acções segue-se um conjunto de semanas temáticas, ao longo das quais se falará

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de serviços públicos, transportes, educação, cultura e desporto, coesão social e integração, turismo e economia local, desenvolvimento rural, segurança e protecção civil, espaço urbano e ambiente, habitação, conhecimento e inovação. A última semana será dedicada aos projectos estruturantes, estando o encerramento do Loures em Congresso marcado para os dias 26 e 27 de Junho. Terminando com um grande debate público sobre as propostas apuradas e os projectos que devem estruturar o desenvolvimento do concelho de Loures.

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ACTUAL

Portela Fashion Night Out Há mais vida no C. C. Portela Centenas de pessoas marcaram presença no Portela Fashion Night Out 2015. Atrações para novos e menos novos aumentaram vendas e animaram o ambiente. A adesão superou as expectativas.

Filipe Esménio Comunição

Mel de Cicuta Silêncio "Quem não aguenta o Silêncio, não aguenta a própria Vida." Mário Viegas Uns têm medo dos silêncios, outros usufruem deles e apreciam-nos. Uns são forçados ao silêncio, das mais diferentes formas, outros morrem e calam-se… outros ecoam, mesmo, após a morte. Se o silêncio e as pausas dramáticas são o segredo do Teatro, são eles também o segredo da vida. A nossa era é cada vez mais barulhenta. Cada vez mais distante dos sons da Natureza e mais próxima dos fenómenos da tecnologia, do dito desenvolvimento. E é tanto o barulho que alguns optam por morrer, outros optam por matar. Uns deixam-se ir, outros ficam hirtos. Uma das mestrias do poeta é o silêncio que está entre as palavras, entre as sílabas, entre as letras. Não haja medo. Respire fundo e sinta o Mundo à sua volta, perceba o que o rodeia… perceba-se. Não tenha medo do silêncio… E vai ter uma grande surpresa. Algumas pessoas só de se sentarem numa cadeira e fecharem os olhos por instantes, ficam ansiosas, não conseguem. Já não conseguem estar consigo mesmos. Já não se conhecem. Já não se suportam. Haverá maior abismo que o dos nossos medos? «A Morte Sem Mestre» de Herberto Hélder, ou «Malone está a Morrer» de Samuel Beckett dão-nos visões do processo de apodrecimento antes do definhar até à morte. Mas a morte é só mais um segundo a que se seguirá silêncio… Prefiro olhar hoje a vida. Um olhar, no silêncio, pode ser decisivo. Um sorriso, no silêncio, pode ser decisivo. Até uma palavra, no silêncio, pode ser. Não precisamos de muito para ser. Mas sem dúvida precisamos de nós. Somos o elo essencial de nós mesmos. Sempre gostei da vida boémia, das tabernas e tascas, das noites e discotecas, das coisas mundanas e palpáveis. Do Sol, da Terra, do Mar e da Serra. Mas nunca descorei o silêncio. Revejo-me em mim. Encontro-me em mim. Encontro-me nos silêncios. Não há receitas. Não há mestrias. Só há inspiradores. O resto depende de nós. E por isso obrigado Herberto por me inspirares a ser. E agora silêncio, não se vai cantar o fado, mas vai, de certo, nascer mais uma estrela no firmamento.

O mundo inteiro no Centro Comercial da Portela. A expressão pode soar a exagero, mas a imagem que transpareceu no II Portela Fashion Night Out, na noite de 27 de Março, foi a de uma imensa Torre de Babel do século XXI. Dança do ventre, passagens de modelos, fado, ópera, provas de vinhos e de gin, animação para as crianças e até um DJ foram as iniciativas que marcaram a noite no Centro Comercial da Portela, para gáudio de miúdos e graúdos. As expressões de espanto e admiração teimavam em cristalizar nas faces de novos e menos novos, naquelas pessoas que, diariamente, ali tomam o café da manhã ou fazem as compras para o jantar. Pedro Campos, lojista e membro da administração do Centro Comercial da Portela era a voz do otimismo: «Por aquilo que vejo, embora não estejamos a fazer uma contagem rigorosa, já temos mais pessoas do que tínhamos no ano passado. Estamos a ocupar mais área do centro e todas as zonas estão bastante preenchidas. Tenho a sensação de que conseguimos chegar a mais pessoas e cativar mais gente para o evento.» No seu segundo ano de existência, este jovem evento partiu da iniciativa dos lojistas do centro, numa tentativa «de criar empatia e uma relação mais próxima com os clientes», revela Pedro Campos. «Foi uma forma que encontrámos para apresentar novas coleções, novos produtos e de alimentar a

relação com os clientes», acrescenta o responsável. Além de fomentar as boas relações com os clientes, o Portela Fashion Night Out tem também como objetivo trazer as pessoas para o centro à noite e dinamizar o comércio em todas as áreas do espaço comercial. «Este é o segundo ano desta iniciativa, já o havíamos feito no ano passado, enquanto experiência dos lojistas para trazer as pessoas para o centro à noite e a iniciativa correu muito bem, pelo que, este ano, decidimos fazê-lo de uma forma um pouco mais ordenada, organizada e profissional», conta Paulo Campos. Vinho, modelos e até um DJ profissional E a ideia parece ter resultado em pleno, a julgar pelas palavras de Eduardo Marcelino, responsável da garrafeira «Wine of Wines», localizada mesmo à entrada do primeiro andar: «Está a correr muito bem. Quando o centro está aberto até mais tarde, as pessoas aderem e consegue criar-se um ambiente fantástico». Rodeado de clientes e provadores de gin que não arredavam pé, Eduardo Marcelino lá ia revelando que «as pessoas adoram estes eventos e comparecem em massa», alertando para o facto da Portela «precisar de mais iniciativas deste tipo». O lojista confirma «in loco» que «as lojas ganham mais clientes e o centro fica realmente cheio, com um ambiente fantástico». Para

Marcelino, «devia haver muito mais iniciativas do tipo e as lojas deviam começar a ficar abertas até bastante mais tarde, pelo menos, até às 22h00». A primeira edição surpreendeu pela positiva a organização e os lojistas do centro, revela Pedro Campos, até porque ninguém «sabia muito bem o que ia encontrar, uma vez que o centro normalmente não está aberto à noite». Mas o resultado final foi extremamente positivo: «A verdade é que funcionou muito bem, as pessoas aderiram em massa e isso levou-nos a organizar o evento pelo segundo ano». Uma das várias centenas de pessoas que saíram de casa para dar um salto ao Portela Fashion Night Out 2015 foi Jorge Oliveira, 46 anos, que ali decidiu levar a família para «matar a curiosidade». Surpreendido com o que encontrou, Jorge Oliveira, conta ter ficado curioso e decidido ver do que se tratava. Revelando estar uma noite «muito bem conseguida», importante para que o Centro Comercial da Portela «comece a ganhar um pouco de vida depois das 20h00», Jorge Oliveira é da opinião que «se as lojas estiverem abertas até mais tarde, o centro terá mais movimento», pelo que defende a realização «de mais iniciativas no centro» para chamar mais pessoas. «Se as lojas estiverem abertas até mais tarde, o centro vai ter mais movimento», defende.

André Julião

Mais pessoas, mais clientes, mais vendas Prova disso é o acréscimo do número de clientes que Inês Caiola teve ao longo da noite. Visivelmente surpreendida, a responsável da loja «Centro de Compras» revela que até costuma fechar um pouco mais cedo, mas o evento fez com que se esforçasse mais «para ter mais clientes e conseguir mais vendas». Inês Caiola sustenta que são ideias com esta que podem «trazer mais gente a um centro comercial que tem uma história imensa». Para Inês, a noite correu «super bem», pelo que «quanto mais iniciativas deste género houver, melhor». Bruno Sousa, 41, alinha pelo mesmo diapasão. Agradado com o que encontrou no centro, Bruno Sousa ficou surpreendido com a quantidade de gente presente no evento, sobretudo na altura dos desfiles de modelos e da atuação do DJ. O futuro, para Bruno Sousa, devia passar por «aproveitar e apostar neste tipo de eventos, porque é bom que as pessoas tenham o hábito de vir ao centro da Portela». Defendendo tratar-se de uma iniciativa de louvar, Bruno Sousa sustenta que «tudo o que sirva para trazer mais pessoas ao centro comercial, nomeadamente o que traga a dinâmica de algo novo, é extremamente positivo». Bruno Sousa constata ainda que «as pessoas estão muito divertidas, portanto, isto é algo de muito bom para todos.»


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Confraria do Queijo Fresco nasce em Lousa Lousa quer ficar no mapa como a capital do queijo fresco. A Confraria do Queijo Fresco, que será lançada pela junta de freguesia em Abril, vai ser um passo determinante para essa afirmação. Os apreciadores agradecem.

quer a Tété têm tido vários prémios para o melhor queijo fresco e o melhor requeijão, nos últimos anos. Por isso, queremos que este projeto avance, um desejo que já vem do mandato anterior. Na nossa freguesia, temos a Montiqueijo e a Tété, e na freguesia vizinha – Santo Estêvão das Galés (agora União das Freguesias de Venda do Pinheiro e Santo Estêvão das Galés) – temos o Grupo Santiago, a Lactimonte, a Fresqueijo, o Miguel Frade da Silva, o Miguel Valério Duarte, a Reiqueijoeste, a Lactifeita e a Lactinovo. A ideia coincidiu com o tema da reorganização territorial, mas não fui a tempo de constituir a confraria nessa altura, com muita pena minha. Mas, agora vai mesmo avançar e estamos já numa fase bastante adiantada do projeto. É uma iniciativa de ambas as juntas de freguesia? A ideia partiu da Junta de Freguesia de Lousa, mas é uma iniciativa conjunta. Quais serão os principais objectivos da confraria? O principal objectivo desta confraria é realmente divulgar, dinamizar e classificar esta região saloia como sendo a capital do queijo fresco. Tal como a Confraria do Arinto, pretendemos dar nome e eventualmente criar uma rota do queijo, do pão e do vinho, porque são produtos que estão ligados e são oriundos de freguesias vizinhas. Esta ideia encaixa na perfeição com esta região.

Era um velho sonho de Nélson Batista, presidente da Junta de Freguesia de Lousa e vai agora ver formalmente a «luz do dia», quando a escritura da constituição da entidade for lavrada, no início de Abril. A Confraria do Queijo Fresco pretende destacar as freguesias de Lousa e Venda do Pinheiro e Santo Estêvão das Galés como a região capital do queijo fresco do país. A primeira iniciativa de monta vai ser uma feira anual do queijo fresco. Nélson Batista, presidente da Junta de Freguesia de Lousa foi o grande impulsionador da inicia-

tiva e conta ao NL como o sonho se tornou realidade. O que vai ser a Confraria do Queijo Fresco? A Confraria do Queijo Fresco, ou mais concretamente a Confraria do Queijo Fresco da Região Saloia, que é a designação que pretendemos dar à entidade, tem como intuito divulgar, promover e mostrar o que de melhor temos na nossa freguesia, que é o queijo fresco. Queremos ficar conhecidos como a zona do país que tem o melhor queijo fresco. A verdade é que, quer a Montiqueijo,

Quando é constituída a confraria? Já tivemos diversas reuniões com as câmaras de Loures e de Mafra, bem como com as juntas de freguesia da Venda do Pinheiro e com as respectivas empresas e, posso dizer que, todas as entidades estão interessadas no projecto. Elaborámos, no passado dia 26 de Março, os estatutos finais, para os quais foi constituída uma comissão instaladora, e dia 9 de Abril vamos fazer a escritura pública da confraria. Há já algumas iniciativas pensadas, nomeadamente em conjunto com a Câmara Municipal de Loures, sobretudo na área do turismo? Neste momento, o que temos pensado internamente, em conversa com os confrades e com os parceiros e que transmitimos às

câmaras de Loures e de Mafra, é fazer uma Feira do Queijo. Acho muito importante começarmos a pensar nessa feira anual do queijo fresco, que pode ser em Lousa ou na Venda do Pinheiro e é minha intenção fazer um pré-lançamento já na próxima sardinhada do Santo António. Temos uma tradição na freguesia de Lousa que consiste em fazer, no Santo António, uma sardinhada no jardim público e pretendo lançar a confraria nessa altura. Como nasceu a tradição do queijo fresco aqui na região? Esta foi sempre uma região de queijo fresco. Tem um clima específico e muitas empresas desse ramo. A Montiqueijo fez agora 50 anos, mas já bem antes disso, havia diversas queijarias aqui na freguesia, mais concretamente nas zonas de Carcavelos e Montemuro. Era uma zona que tinha muitos animais, muitas vacarias e, por tradição, toda a gente estava afecta à produção do queijo fresco. A actividade foi evoluindo e, nos últimos 20 anos, começaram a dar espaço às fábricas que se foram constituindo. Houve uma certa união de diversos pequenos produtores, que conseguiram dinamizar o seu comércio e criar fábricas já com uma certa envergadura, como a Montiqueijo, a Tété, a Santiago e a Lactimonte, que são empresas de dimensão nacional, embora de âmbito familiar. O que torna o queijo fresco desta zona tão especial? Para quem é apreciador de queijo fresco, o paladar diverge de

uns para os outros. Um queijo fresco da Montiqueijo não é igual a um da Tété ou da Lactimonte. O que torna este queijo especial são os nossos prados, a forma como ele é feito e a tradição. Cada queijo fresco tem o seu segredo, que não é transmitido cá para fora e que faz com que a tradição se mantenha. É isso que faz o sucesso do queijo fresco da região saloia. Desejo que todas estas fábricas tenham sucesso, estou cá para apoiar e para dinamizar e agradeço o apoio que todas essas empresas têm dado, quer às juntas, quer às pessoas, quer ainda às colectividades. Temos, aliás, vários eventos ligados ao queijo, como uma prova de atletismo, denominada Rota do Queijo, um passeio pedestre apoiado pela Montiqueijo, vamos dar início ao primeiro «trail» da capital do queijo fresco e desenvolvemos diversos projectos todos à volta do nosso queijo. A Confraria do Queijo Fresco é um sonho que finalmente vejo realizado e que julgo vai ser bastante importante, quer para a freguesia de Lousa, quer para o concelho de Loures. Os confrades serão os representantes de cada empresa e das outras entidades, mas serão pessoas individuais. Teremos confrades com diversos estatutos e alguns deles serão figuras públicas da região, que terão como missão divulgar a confraria. Estamos a tentar tudo nesse sentido. André Julião


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ACTUAL

Loures INOVA No dia 26 de Março, às 10 horas, no Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), em Loures, teve lugar o lançamento do Loures INOVA – Centro Empresarial, uma parceria entre a Câmara Municipal de Loures, o MARL e a Madan Parque – Associação Parque de Ciência e Tecnologia Almada/Setúbal. O Loures Inova, que teve o seu lançamento no dia 26 de Março, é um centro de negócios e de capacitação empresarial dos sectores Agroalimentar e de Logística. Pretende fomentar a fixação de novas empresas no concelho de Loures, permitindo a (re)qualificação do tecido empresarial, num novo paradigma de apoio à inovação e ao empreendedorismo de base tecnológica, funcionando como âncora de recursos humanos qualificados e de projectos empresariais com impacto internacional. O Loures Inova vai funcionar em instalações cedidas pelo MARL no Edifício NAC, piso 2. Numa segunda fase terá também a valência de centro de incubação de empresas. Num momento de estagnação económica, a inovação aliada ao empreendedorismo surge como forma de disrupção, criando mecanismos de crescimento empresarial a partir de: - spin-offs com base inovação: a partir de empresas já existentes, processo de criação de um novo nicho de mercado através de produtos/serviços inovadores; - start-ups com base empreendedorismo: novos produtos/serviços por replicação/novas ideias de

negócio. Neste contexto, desenvolveu-se o projecto Loures INOVA, instalado no MARL, um parque empresarial que com as suas características de “cluster”, permite o ambiente óptimo para o crescimento destas unidades empresariais, com forte componente de inovação e empreendedorismo, apostando no acolhimento e suporte de projectos de base tecnológica, que potenciem a renovação do tecido empresarial do cluster, através do fomento de perfis de empresas de alto valor acrescentado: - pelas parcerias inovação: programa de inovação em parceria com o Madan Parque de Ciência, que permitem a incubação de projectos em fase de teste, com apoio em modelo de matching empresarial de transferência de tecnologia, com certificação oficial IDI; - pelos mentores de internacionalização: sessões de promoção e de trabalho em projectos com parceiros internacionais, enquadrados no quadro do programa Horizonte 2020, e na rede internacional de Parques de Ciência (IASP); - pelo ambiente empresarial de valor acrescentado: apoio ao empresário, serviços coaching, seed capital e internacionaliza-

ção, segurança permanente e acesso a serviços suporte. Eixos Estruturantes O objectivo das acções a realizar pelo HUB Inovação está definido com a construção de uma rede de parceiros já existentes no terreno, com o intuito de potenciar desta forma as suas áreas de actuação pela integração de mais valias comuns, contextos de actuação similares e rentabilização de estruturas físicas já existentes. O Plano de acção conta com quatro áreas que correspondem a quatro eixos complementares de fomento e suporte de projectos de alto cariz inovador. Eixo 1 - HUB I&D Internacional As actividades deste eixo pretendem promover a ligação das empresas do cluster com programas de inovação de escala europeia ou mundial, através de acções de match e consórcio de desenvolvimento no quadro do programa Horizonte 2020, bem como assente na rede internacional de centros de inovação e parques de ciência. Eixo 2 - HUB I&D ClusterLab Neste eixo mais “científico”, estabelecem-se pontes entre as necessidades de suporte tecnológico das empresas do cluster e o potencial de conhecimento

existente nos vários centros de investigação e laboratórios instalados no campus da Caparica, bem como nos vários centros de conhecimento universitários e técnicos já implementados na região alargada de Lisboa. Eixo 3 - HUB Incubadora Negócios Num contexto de ecossistema de negócios de um cluster fechado, pretende-se em duas vertentes funcionar como uma fonte de novos negócios e financiamentos, quer através da facilitação de acesso a financiamento a novos projectos (pool de investimentos), quer pelo estímulo a novas ideias de negócios, desenvolvendo acções e plataformas de inovação criativa em consórcios internos do cluster. Eixo 4 - HUB Inovação Empresarial Introduzir a inovação como facto de diferenciação empresarial, passa por actividades de match entre capacidade técnica e gestão empresarial, cruzando o potencial de inovação dos negócios já estabelecidos no mercado, com os conhecimentos técnicos da investigação feita nas instituições universitárias. Para tal estabeleceu-se um serviço de mentoring tecnológico que permita identificar este match, assente numa e-plataforma que permi-

te monitorizar em tempo real e de forma contínua os processos criados nos eixos de trabalho anteriores. Apoio empresarial O Loures INOVA reúne uma equipa de activação e fomento empresarial, com suporte na candidatura a financiamentos no contexto Portugal 2020 e Horizonte 2020, no desenvolvimento de projectos de inovação tecnológica e na criação de novas plataformas de negócio. O programa do primeiro semestre de actividade inclui, além do lançamento público do projecto, a realização de um ciclo de eventos de divulgação e promoção das oportunidades de financiamento e dos programas de investigação abertos para a participação de PME’s e Médias Empresas. No contexto deste ciclo de eventos, são realizados vários encontros sectoriais, promovendo a discussão e recolha de contributos dos agentes empresariais e associativos do cluster, em formato de sessões técnicas participativas, com o objectivo de desenhar o portfolio de serviços técnicos a criar no contexto do Loures INOVA.

Ciclo de Conferências Empresariais "Loures INOVA" 28 Abril 2015 Comércio, Distribuição e Internacionalização Conferência Empresarial focada na inovação na comercialização e distribuição como factor crítico de sucesso para o valor do produto, com apresentação de estratégias chave para a Internacionalização. 13 Maio 2015 Agroalimentar Conferência Empresarial focada nas tendências do sector Agroalimentar e na capacidade de inovação no produto e nos processos de comercialização, no contexto do novo quadro de fundos de apoio, Nacionais (P2020) e Europeus (H2020) . 21 Maio 2015 Logística Conferência Empresarial focada nas tendências do sector Logístico, apresentando caminhos para a inovação em processos empresariais e nos serviços prestados, no contexto do novo quadro de fundos de apoio, nacionais (P2020) e europeus (H2020) . Todas as datas Sessões Think Tank Sessões de desenvolvimento estratégico participativo, suportadas por modelos Design Thinking de abordagem ao cluster Agroalimentar e Logístico, identificando necessidades e potencial dos agentes locais.


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As 80 Superstars Depois do São Jorge, as 80 estrelas do Elo Social subiram ao palco do Coliseu, para mais um êxito com o musical “Jesus Cristo Superstar”.

Rui Pinheiro Sociólogo

Fora do Carreiro Elas vêm aí… Contava-me recentemente um amigo, que na sua terra natal, a respectiva Presidente da Câmara, fez um magnífico trabalho de incremento da qualidade de vida local. Sem argumentos face ao desempenho da autarquia, com manifesta de qualidade política e intelectual, os adversários da gestão autárquica lançaram uma pérola acusativa: “A Presidente da Câmara fuma em público”. Ridículo, claro, mas elucidativo de como às vezes vale tudo. E, bem sabemos, temos na vida política local – à falta de outras qualidades - verdadeiros especialistas da maldicência, da intriga, da ínsidia, da chicana, das suspeições. O Concelho de Loures, conhece bem, um vasto naipe de atoardas, mexericos, mentiras e campanhas, visando autarcas, quer na dimensão política, quer mesmo na dimensão pessoal. Passado cerca de ano e meio do actual mandato autárquico, o trabalho já realizado pelo executivo municipal conduzido por Bernardino Soares, não sendo perfeito, é globalmente inatacável. Por isso mesmo, estou em crer que em breve elas vêm aí. Essas mesmo, as intrigas, as ínsidias, as mentiras, as suspeições, as chicanas. Vêm pé ante pé, sussurantes, insidiosas, por vezes, até mesmo sensuais. Tentam pasto, insinuam-se, experimentam o “parece que…”, o “ouvi dizer…” e outras entradas manhosas, até que consigam alimentar-se da irreflexão ou da ignorância. A resposta dos autarcas em funções, ao que aí vem, só pode fundar-se numa firme atitude ética: 1. Ter presente que estão a servir a população do Concelho e não qualquer grupo de interesses; 2. Prosseguir o seu trabalho e executar os compromissos que determinaram a sua eleição; 3. Estreitar a proximidade aos eleitores, estar sempre disponível para abordar todos os assuntos, informando e esclarecendo, conversando, debatendo e interpretando com humildade democrática as opiniões, advertências, avisos, alertas e aspirações dos munícipes ; 4. Rodear-se de equipas de trabalho nas quais possam confiar ética e profissionalmente, que não omitam, que não finjam, que não mintam, que não ocultem; 5. Escutar (e não apenas ouvir) os trabalhadores municipais, que são quem está na primeira linha da execução das políticas municipais e do contacto com os municípes, as instituições, as empresas e todos aqueles que interagem com o Município; Elas vêm aí, mas podem ser derrotadas.

São estrelas porque sobem a palco com firmeza na representação e com um brilho especial no olhar. Foi assim que, no passado dia 20 de Março, a associação Elo Social levou a palco 80 utentes portadores de deficiência, que se entregaram em absoluto à representação do musical dos anos 70, ‘Jesus Cristo Superstar’. O projecto, que começou em 2006 para consumo interno, ganhou outra dimensão quando em 2011 foi pela primeira vez para o cinema São Jorge. Em noite de estreia, os bilhetes esgotaram e em 2013 decidiram voltar a esta sala, desta vez por duas noites. A sala voltou a estar cheia e propuseram-se a um novo desafio: o Coliseu dos Recreios. Para a nova etapa, os ensaios começaram depois do Natal e estas estrelas especiais apenas pisaram o palco do Coliseu em dia de estreia. “Não podíamos alugar dois

dias e então nós adaptámos o nosso pavilhão à dimensão, como se estivessem aqui. A primeira vez que ensaiaram aqui no palco foi hoje”, contou Cremilde Zuzuarte, presidente da associação Elo Social e mãe do actor que deu vida à personagem de Cristo. O musical durou cerca de duas horas e contou com uma vasta equipa que colaborou no sentido de tornar este sonho possível, “além dos 80 actores, temos por detrás uma equipa pluridisciplinar, multifacetada, que os apoia quer a nível da encenação, quer a nível da cenografia e guarda-roupa, todo ele confeccionado na nossa instituição. E depois todo um conjunto de pessoas em apoio logístico e a todos os níveis, que totaliza mais de 70 ou 80 pessoas. Ao todo, neste espectáculo, devem estar envolvidas mais de 150 pessoas”, partilhou o encenador António Martins, visivelmente orgulhoso, já no

final da peça. Do espectáculo fizeram parte temas originais do musical, alguns deles cantados ao vivo por figuras conhecidas como Bárbara Barradas, André Cruz e Paula Teixeira, a cantora que além de dar voz a algumas das músicas, traduziu todo o espectáculo em língua gestual. Associada “há muitos, muitos anos” à Elo Social, Paula Teixeira vê neste tipo de iniciativas uma importante mensagem para a sociedade, “é de extrema importância que as pessoas consigam verdadeiramente entender o sentido da palavra ‘inclusão’ e de verem que estas pessoas são extraordinárias, são actores maravilhosos e que têm oportunidade de brilhar. Normalmente não têm essa oportunidade e hoje foi um exemplo brutal, toda a gente ficou estarrecida ao ver estas performances espectaculares”. Acompanhou de perto

os ensaios e tem uma relação muito próxima com as estrelas que subiram a palco e que “viveram isto de uma forma extraordinária. E fazlhes muito bem, sentirem-se muito importantes, sentiremse realmente actores e estrelas de Hollywood, que é o que eles merecem”. Um desafio cumprido que mereceu aplausos em pé, de uma sala cheia. Um projecto que pretende estimular a criatividade de utentes e trabalhadores, num musical por muitos já conhecido, que ganha uma nova forma quando interpretado por pessoas especiais. 80 estrelas que são a prova de que da diferença pode vir o sucesso e de que, com as oportunidades certas, a diferença pode ser o segredo para mudar o mundo. Constança Lameiras


Loures Notícias de

COMUNIDADES

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A China em Loures São várias centenas de famílias e vieram, maioritariamente, de Moçambique. A comunidade chinesa de Loures mantém vivas as tradições, mas está plenamente integrada na vida da região. Este ano, será criada uma associação de chineses em Portugal, com ampla participação da comunidade chinesa do concelho.

aceita bem os cidadãos estrangeiros. Existe alguma associação que represente a comunidade chinesa no Concelho? Infelizmente ainda não. Estamos a planear a constituição de uma associação da comunidade chinesa a nível nacional, que vai incluir, naturalmente, as famílias de origem chinesa de Loures. Essa associação inclui os que vêm de Moçambique, mas não só. A actual embaixadora da China em Portugal está a tentar angariar verbas para subsidiar essa associação. Já criámos o nome e prevemos que a associação seja constituída ainda este ano. Depois temos de pensar num espaço para albergar essa entidade. A ideia é conseguir dar aulas de chinês para as crianças, entre diversas outras actividades, para passar a cultura e a tradição. Existe alguma religião predominante na comunidade? A grande maioria já é católica, tanto que nos funerais chineses já há sempre missa e as crianças são maioritariamente baptizadas. Existe uma igreja budista na zona dos Olivais, já em Lisboa, mas a maior parte das famílias não a frequenta. Têm muita cultura chinesa no sangue, mas a religião é predominantemente católica. Como foi a vinda para Portugal? Vim para Portugal em 1979, mas a grande maioria veio em 1975, logo a seguir à independência. Foi um pouco difícil, no início, porque viemos com uma mão à frente e outra atrás. Muitos adultos trouxeram filhos dos outros para Portugal, mas a maioria das famílias adaptou-se bem.

Ângela Yum é uma das pessoas mais activas da comunidade chinesa do concelho de Loures. Tradutora de profissão e optimista por natureza, veio de Moçambique a seguir à independência e fixou residência na Portela. Como ela, centenas de famílias seguiram o mesmo caminho e constituem hoje um núcleo bastante forte de influência chinesa no país. Plenamente integrados e maioritariamente católicos, os chineses de Loures podem constituir um importante elo de ligação com o investimento imobiliário proveniente da China. Quantas pessoas de ascendência chinesa haverá no concelho de Loures e de onde são originárias? Não sei ao certo quantas haverá, certamente muitas centenas, a maioria delas originárias de Moçambique, nomeadamente da cidade da Beira e de Lourenço Marques, actual cidade de Maputo. Só na zona da Portela há dezenas de famílias de chineses. Na zona de Santo António dos Cavaleiros também há muitas famílias de ascendência chinesa. Além destas duas zonas, há também algumas famílias em Santa Iria da Azóia, mas em menor número. Porque se fixaram nessas localidades?

Porque, depois do 25 de Abril e da independência de Moçambique, essas famílias vieram para Portugal e, nessa altura, havia um programa de ajuda aos retornados. A Portela era um bairro que estava em construção e está perto do aeroporto. Na altura, o Estado dava uma ajuda financeira às famílias que vinham de Moçambique, nomeadamente às famílias chinesas, contribuindo também para o seu alojamento nesta zona. As pessoas fixaram-se aqui e foram ficando até hoje. Quais as principais áreas de actividade da comunidade chinesa de Loures? Antigamente tinham muitas lojas e restaurantes, mas a realidade hoje é bastante diferente. Os mais velhos estão a deixar de trabalhar e os filhos licenciaram-se e optam por trabalhar por conta de outrem. Trata-se de uma comunidade fechada ou completamente integrada na realidade local? É uma comunidade super aberta e que está plenamente integrada no Concelho. Já são até poucos os casamentos entre chineses, está tudo misturado nos dias de hoje. Posso dar como exemplo o pai da minha filha, que é português e a minha irmã, que também já é casada com um português. Portugal também é um país que

O que faz a comunidade chinesa de Loures para manter vivas as tradições? Encontram-se todos os domingos, pelas 9 horas, na Igreja da Portela, para seguirem juntos, em passeio, até à zona do Parque das Nações. O número varia muito, consoante o estado de saúde de cada um, sobretudo os de mais idade. Depois, regressam, também a pé e tomam todos café no Centro Comercial da Portela, onde se juntam para conversar. Além disso, todos os anos, por ocasião do Ano Novo Chinês, há sempre uma festa, com mais de 300 pessoas de origem chinesa vindas de todo o país. O local da festa não é sempre o mesmo, mas tem de ter capacidade para acolher todas essas pessoas. O Ano Novo Chinês é móvel e depende da lua, porque os chineses regem-se pelo ano lunar. Tanto pode ser em meados de Fevereiro, como no final de Março. Numa altura em que se fala muito de investimento chinês, que papel pode ter esta comunidade? A maioria da população activa chinesa trabalha hoje por conta de outrem, não são empresários, por isso, o seu papel é diminuto. No entanto, podem funcionar como facilitadores do investimento que vem da China, nomeadamente ao nível do acompanhamento burocrático e da tradução. André Julião

Pedro Cabeça Advogado

Abril: 40 anos de eleições livres "Nunca se pode concordar em rastejar, quando se sente ímpeto de voar." Helen Keller No mês de Abril vêm, à nossa memória colectiva, a Revolução a Liberdade e a Democracia. E essa memória colectiva, que aos poucos parece ficar menos forte, em ano de comemoração dos 40 anos das primeiras eleições para a Assembleia da República, questionamos o que tem sido a representatividade da população. E o que sentimos é que neste momento urge que a actividade parlamentar nacional se paute por uma atitude política activa e apaixonada, ao invés de algum cinzentismo tecnocrático a que se tem remetido os últimos anos. Eu, aliás, partilho da preocupação do Professor Doutor Jorge Miranda sobre um parlamentarismo submetido à cega disciplina de voto, onde cada um dos eleitos parece hipotecar a sua própria liberdade ao serviço de uma disciplina partidária, muitas vezes longe da ideologia que lhe está subjacente. A verdade é que se torna cada vez mais urgente mudar a forma de fazer política. Os cidadãos estão cansados do paradigma do político cinzento que espera, calmamente, para ver onde caem as modas para depois actuar, os partidos (os seus militantes que em algum momento dirigem o partido) têm de ter a consciência, sob pena de contribuírem para o seu próprio desaparecimento, que as pessoas querem acção e consequências. Hoje é urgente mudar os paradigmas da política partidária e nomeadamente o paradigma do voto condicionado/imposto por alguém que teoricamente comanda, ou diz comandar, um universo de numerário (o conhecido caciquismo puro e duro). Então a politica não é de e para as pessoas? Na minha modesta opinião, a escolha de um deputado (ainda que integrado numa lista) tem de ser individual e baseada em apreciação de capacidades, de currículos, de projectos enfim na escolha de quem entendemos que nos pode representar e como representará. É preciso que cada concelho, cada círculo conheça quem os vai representar, para que estes, mais do que uma mais-valia, possam ser responsabilizados pelo trabalho que lhes é exigível. Esse é o desafio que lanço: que todos, mesmo todos, pensem individualmente sem seguirem “estratégias” de número indiscriminado. Em Abril venho novamente questionar se os cidadãos (e principalmente os militantes partidários) estão preparados para defenderem, e compreenderem, uma forma de fazer política pela positiva? Declaração de interesses: Para que seja claro e transparente, desde já declaro que me disponibilizei no meu Partido para representar o concelho de Loures na lista de deputados do círculo de Lisboa. Agora cabe ao mesmo, de uma forma livre e democrática, proceder em conformidade.


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Ricardo Andrade Comissário de Bordo

COMUNIDADES

Comunidade Islâmica Ahmadia celebra 126 anos

Até ao fim Com a entrada no mês de Abril encontramonos cada vez mais numa verdadeira contagem decrescente para um momento crucial para o futuro dos milhões de mulheres e homens que pretendem um Portugal mais justo e solidário onde possam verdadeiramente viver e não apenas sobreviver. Serão estas Eleições apenas mais umas Eleições? Será esta próxima votação um mero pró-forma para conferir mandato a outros? Sinceramente... julgo que não! Convictamente... sei que não! Mas porquê? Porque depois dos últimos anos em que, os Portugueses no geral e os Lourenses em particular, foram sujeitos a enormes sacrifícios, a última coisa que poderíamos deixar acontecer era um desinteresse para com as próximas Eleições e consequentemente para com o nosso futuro. E o interesse de cada um de nós nos dias, meses e anos que se avizinham é justamente o que pode e deve fazer a diferença. O empenho de cada um dos Portugueses que têm vindo a, com prejuízo pessoal, ajudar a reerguer um País que gestões ruinosas quase destruíram é não meramente importante, mas fundamentalmente crucial. Por isso devemos, todos sem excepção, procurar fazer a nossa parte em ser a consciência crítica dos nossos governantes, bem como o real motor da nossa Nação e de um processo democrático no qual nos revejamos verdadeiramente. Mas o papel de quem escolhe o seu destino e os seus agentes políticos, não se pode cingir a assistir a um desfile de manobras de comunicação sem nada questionar. O papel de quem pretende ter os melhores governantes para ter os melhores resultados para uma população, deve passar por ter a capacidade de separar o trigo do joio. O papel de quem quer ter um País de futuro, deve ser exigir que não regressemos a um passado marcado por enormes irresponsabilidades sectoriais, que levaram a um hercúleo esforço colectivo. Por isso não acredito em ficar parado, da mesma forma que não me conformo em ver os meus vizinhos voltarem a passar um cheque em branco a quem, ao invés de apresentar soluções, procura esconder o seu passado passando entre os pingos da chuva. Por isso acredito que o meu futuro, o do meu Concelho e o do meu País não podem ser entregues a quem já tenha demonstrado preocupar-se mais consigo mesmo do que com o seu País. Por isso tenho a certeza de que depositar o meu futuro nas mãos de uma reedição dos Governos de José Sócrates, não pode nunca ser a atitude certa e responsável. Por isso confio que o meu País não vá em “cantigas do bandido”, mas se decida por um caminho de responsabilidade sincera. Por isso farei, até ao fim, qualquer que ele seja, o meu papel para que isso aconteça.

A Associação Ahmadia do Islão em Portugal, com 190 famílias do concelho de Loures e filial da Comunidade Islâmica Ahmadia Internacional, celebrou, no dia 23 de Março, o seu 126º aniversário. Os membros reuniram-se na sede situada na Quinta do José Luís, Pontinha. As actividades de celebração começaram às 14 horas com a recitação do Sagrado Al-Corão seguido pelo poema e três discursos. Os oradores falaram sobre os diversos aspectos da vida de Hadrat Mirza Ghulam Ahmad, o fundador da Comunidade Islâmica Ahmadia. No fim-de-semana anterior, a 15 de Março, esta comunidade esteve reunida em vídeo-conferência com a Comunidade Muçulmana Ahmadia do Reino Unido, que organizou o 12º Simpósio Nacional da Paz. O evento realizou-se na

Mesquita Baitul Futuh em Londres, com uma audiência superior a 1000 pessoas, incluindo mais de 600 convidados não-Ahmadis. Entre os convidados estavam presentes Ministros do Governo, Embaixadores de Estado, membros de ambas as Câmaras do Parlamento e vários outros dignitários. O convidado especial deste ano foi o Professor Heiner Bielefeldt, o Relator Especial das Nações Unidas sobre a Liberdade de Religião ou Crença. Este ano, o tema do Simpósio da Paz era “Religião, Liberdade e Paz”.O Chefe Supremo e o Quinto Califa da Comunidade Muçulmana Ahmadia, Sua Santidade, Hadrat Mirza Masroor Ahmad fez o discurso principal onde abordou a ameaça agravada de radicalização e advertiu sobre o perigo potencial para a paz mundial. Falou sobre conflitos crescentes, tanto no mundo

muçulmano como no nãomuçulmano e disse que, em vez de religião, a causa principal dos conflitos de hoje é a “insaciável sede de poder, influência e recursos”. Alertou ainda para “um ponto que mencionei no último Simpósio da Paz era que o mundo deve urgentemente detectar e tentar bloquear o financiamento e a linha de abastecimento do grupo terrorista conhecido como ISIS ou I.S. Não digo que era por causa de mim, ou o facto de que chamei a atenção para esta questão, mas certamente ao longo dos últimos meses tem havido esforços concretos para resolver esta questão crucial.” Abordou também os ataques terroristas de Janeiro deste ano em Paris, classificando-os de “horríveis e totalmente contra os ensinamentos islâmicos”. Elogiou ainda alguns comentários de líderes mundiais “Em termos da reação dos líderes mundiais

ao terrorismo, é aprazível ver que certos políticos e figuras religiosas optaram por não atirar achas para a fogueira, pelo contrário, deixaram claro que eles não acreditam que qualquer grupo terrorista represente os verdadeiros ensinamentos islâmicos.” Dirigiu-se especificamente aos comentários feitos pelo Presidente Obama no National Prayer Breakfast (pequeno-almoço de oração nacional), em Washington, em relação ao terrorismo e os comentários feitos pelo Papa Francisco após os ataques em Paris, nos quais disse que as pessoas não devem provocar os outros insultando a sua fé ou as crenças. Foi neste clima apaziguador e de alerta que decorreu mais um simpósio pela Paz. Pedro Santos Pereira


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COLECTIVIDADE

Centro de refugiados da Bobadela no limite O aumento do número de pedidos de asilo em Portugal no primeiro trimestre deste ano esgotou a capacidade do Centro de Acolhimento de Refugiados da Bobadela. Apesar da colaboração salutar com a Câmara, são necessárias reparações e obras de manutenção urgentes.

O Centro de Acolhimento de Refugiados da Bobadela está totalmente lotado, devido ao aumento do número de pedidos de asilo registado nos primeiros três meses do ano. Entre Janeiro e Março de 2015, registaram-se 193 pedidos de asilo em Portugal, num aumento de cerca de 400 por cento relativamente ao ano anterior. «Maioritariamente, são pedidos de cidadãos da Ucrânia, que pedem protecção internacional, mas têm continuado a chegar pessoas provenientes de outros países, como o Paquistão, a Serra Leoa, Marrocos, China e outras nacionalidades tradicionais», conta ao NL Teresa Tito de Morais, presidente do Centro Português para os Refugiados (CPR). O aumento do número de pedidos de asilo está relacionado, sobretudo, com países que têm alguma proximidade com Portugal, como a Ucrânia, que tem sido um

país de origem de muitos dos imigrantes que chegam a território nacional. Por outro lado, Portugal está «um pouco na rota dos refugiados a nível internacional, e mais agora, com a abertura dos voos da Guiné-Bissau», adianta a presidente do CPR. Apesar deste aumento, o centro da Bobadela tem respondido bem, estando a funcionar «em pleno, com a sua lotação esgotada», revela Teresa Tito de Morais. «Temos encontrado outras alternativas de alojamento, que não passam apenas pelo centro», acrescenta. Quase um terço destes pedidos tem local de alojamento, não necessitando de guarida. Outros, são acolhidos em casas, pensões e outras formas de alojamento externo. «Temos, neste momento, 118 pessoas em regime de alojamento externo, o que é bastante comparativamente às pessoas que vivem no centro da Bobadela,

que são 61», afirma Teresa Tito de Morais. Essa é uma das razões porque o centro da Bobadela necessita de ajuda, nomeadamente ao nível de trabalhos de recuperação e manutenção. «Temos muita dificuldade em fazê-los porque os financiamentos são escassos», diz a presidente do CPR. «Transformámos os ateliers em dormitórios e precisávamos de comprar armários, para que os refugiados possam por as suas roupas e ter mais algum conforto do que aquele que, neste momento, podemos proporcionar, o que nos causa alguma preocupação», revela a responsável. «A cozinha e a pintura são outros dos itens que, neste momento, têm necessidade de uma manutenção muito regular», conta ainda Teresa Tito de Morais. Mas as obras de reparação não são a única preocupação da presidente do CPR. Os arrendamentos para alojamento exterior são outra dor de cabeça. «Estão um pouco inflacionados e temos necessidade de ter um leque maior de oferta, que proporcione um rápido recurso a este tipo de instalações», sustenta a presidente. Boa relação com autarquia não dá para tudo A boa relação que o CPR mantém com a Câmara Municipal de Loures tem tornado a colaboração entre as duas entidades mais fácil, mas os recursos das autarquias são limitados, o que não permite resolver todos os problemas. «A maioria das

câmaras tem muita dificuldade em disponibilizar fogos para alojamento externo, uma vez que eles são limitados às suas necessidades», adianta a responsável. «Por outro lado, existem listas de espera grandes e há bairros que têm de ser realojados, pelo que, no aspecto habitacional, e pese embora a disponibilidade da Câmara Municipal de Loures, tem havido impedimentos para que possamos ter mais fogos disponíveis», acrescenta. Apesar de todas as limitações, o papel do Centro de Acolhimento da Bobadela tem sido extremamente importante. «Temos vindo, desde o início, a manter e a alargar as nossas relações com a câmara, que colabora em algumas actividades pontuais, com a cedência de autocarros para os refugiados poderem fazer passeios ou actividades socio-culturais», exemplifica Teresa Tito de Morais. «Foi também através da câmara que o programa de excedentes alimentares funcionou, com o Pingo-Doce a contribuir com a doação de alimentos excedentários para o nosso centro», adianta. A parceria entre ambas as entidades estende-se igualmente ao teatro e à cultura, mas Teresa Tito de Morais considera «que ainda é possível melhorar as sinergias, até porque Loures é um concelho que acolhe bem os refugiados em Portugal e há espaço para que esse papel se mantenha e se reforce». Muitos dos refugiados acolhidos permanecem no concelho de Loures, no entanto, a dificuldade em encontrar trabalho tem levado grande parte a procurar outras

paragens. A situação, para diversas famílias, foi agravada pela crise económica. «Algumas das pessoas que permanecem em Loures estão a ser apoiadas pela Segurança Social, mas tiveram bastantes reduções nos seus apoios e nos seus subsídios, como tal, estão numa situação um pouco complicada, não tendo o dinheiro suficiente para fazer face a todas as suas necessidades», revela a presidente do CPR. A creche e o jardim-de-infância disponibilizados pelo CPR têm, neste sentido, ajudado muitas das famílias de refugiados, quer as que vivem no centro de acolhimento, quer as que vivem no exterior, uma vez que podem lá deixar os seus filhos, entre os quatro meses e os cinco anos, a custo zero. «Isso é uma ajuda enorme para as famílias que têm muitas crianças», conta Teresa Tito de Morais. Apesar das dificuldades, a responsável não entende que o aumento do número de pedidos de asilo seja motivo para alarme. «Penso que temos de nos congratular por Portugal estar a cumprir a sua missão humanitária de dar protecção aos que necessitam», defende. «Isso deve ser encarado como um estímulo e uma responsabilidade para que todos possamos conseguir proporcionar a estas pessoas tão vulneráveis um recomeço da sua vida e um futuro melhor», sustenta Teresa Tito de Morais. André Julião


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ANO 1 | Nr.01 MENSAL | MAIO 2014 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Notícias de

ANO 1 | Nr.02 MENSAL | JUNHO 2014 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Delegação de Competências

ANO 1 | Nr.03 MENSAL | JULHO 2014 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Especial Mundial Brasil 2014

Loures - 128 anos como concelho

Integrado no plano de delegação de competências, a Câmara Municipal de Loures distribuiu 8,3 milhões de euros pelas 10 freguesias.

Saiba tudo o que vai acontecer no Mundial de Futebol do Brasil. Os favoritos, os eleitos de Paulo Bento, o calendário e curiosidades acerca do evento.

Pág. 6

Pág. 13 a 16

Palácio dos Arcebispos

Resumo da história do concelho, onde a República foi instaurada um dia antes do resto do país. Pág. 17

Entrevista a Félix Bolaños

Conheça a história de um dos monumentos mais emblemáticos do concelho. O palácio que em tempos foi local de férias dos patriarcas de Lisboa.

Quem quer ir para o Beatriz Ângelo?

O director do Agrupamento de Escolas da Apelação conta-nos a forma como procura um futuro melhor para os alunos.

Câmara e freguesias, alocadas ao Hospital de S. José, auscultam a população para saber se alguma destas freguesias quer integrar o Hospital Beatriz Ângelo.

Pág. 10 e 11

Pág. 11

Pág. 19

Loures Gageiro: O fotógrafo de Abril

Eduardo Gageiro está a ser homenageado na sua terra, Sacavém, através de uma exposição que relembra a sua

Linhas de Torres Património Nacional

Entrevista ao governador do distrito 1960, Fernando Martins, que explica o conceito de ser rotário.

Secretário de Estado da Cultura promete elevar a Rota das Linhas de Torres a Património Nacional.

ANO 1 | Nr.05 MENSAL | SETEMBRO 2014 | Director: Santos Pereira | Preço: 0.01€ Pág.Pedro 17

um homem realizado.

Pág. 23

SportingTV dirigido por Lourense EGF - VALORSUL

Muitos o querem

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Apesar do interesse de investidores nacionais e internacionais, a Câmara de Loures quer que o Hospital Beatriz Ângelo passe para as mãos do Estado.

Governo e Câmara de Loures continuam a digladiar-se, tendo como pano de fundo a privatização da EGF e consequentemente da Valorsul.

TODOS UNIDOS CONTRA Município distingue A PRIVATIZAÇÃO personalidades

ESCOLAS BÁSICAS SEM Em busca dos AMIANTO ATÉ 2017 condecorados

Pág. 10

Pág. 9

Pág. 3

20 anos mais tarde Valorsul tratou 14 milhões de toneladas de resíduos em 20 anos, de 19 municípios das regiões de Lisboa Norte e Oeste. Pág. 8

Fomos visitar o Grupo de Teatro Amador Corações de Vale Figueira, um dos condecorados este ano Em entrevista aopelo NLmunicípio PaulonaPiteira, área da cultura.

Mais uma vez o Município de Loures atribuiu medalhas a personalidades e empresas que marcam o nosso concelho. T odos os partidos com assento

na A ssembleia Municipal de acordo contra a Pág. 3 venda da Empresa G eral de F omento.

Págs. 1 3 , 1 4 e 1 5

ANO 1 | Nr.06 MENSAL | OUTUBRO 2014 | Director: Pág. Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€ 19

EGF Não háCÂMARA tréguas DE LOURES PROMETE

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José Quintela em entrevista ao Notícias de Loures explica como tudo aconteceu.

G rande entrevista ao NL f ocado no passado e no presente do nosso concelh o, não esq uecendo os grandes proj ectos para o f uturo de Loures.

Pág. 13

Conheça melhor o movimento Rotary

O NL foi ao 2014 seu encontro e recolheuPedro informações de Pereira | Preço: 0.01€ ANO 1 | Nr.04 MENSAL obra. | AGOSTO | Director: Santos

GESTÃO "RIGOROSA" DA CÂMARA DE LOURES

De 10 a 27 de julho vai decorrer em Loures o maior festival de caracol do país.

Pág. 4 e 5

Pág. 21

BERNARDINO SOARES PROMETE

Notícias de

Partido Socialista vence estas eleições em todas as freguesias do concelho. Uma vitória que, a nível nacional, soube a pouco.

O pretexto para tal reivindicação foi o debate promovido pela CM Loures, cujos temas principais foram os Transportes e o PDM.

Loures Festival do Caracol Saloio

Notícias de

Notícias de

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Loures Eleições Europeias

Município exige Metro para Loures

vice-presidente da câmara, demonstra Pág. 4 preocupação com as escolas tuteladas pelo Ministério da Educação.

Pág. 3

Munícipes com direito a sugestão

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Campeão do Mundo mora em Loures

O sucesso do Sacavenense

Rodrigo Matos, reside em Sacavém e sagrou-se campeão do mundo de ginástica acrobática juntamente com o seu par Beatriz Gueifão.

Climério Ferreira fala-nos dos êxitos alcançados, em especial na formação, do Sacavenense. O clube também foi um dos medalhados pela edilidade na vertente desportiva.

A Câmara Municipal de Loures encetou 18 sessões de esclarecimento sobre o próximo Orçamento Municipal. Clarificação de opções e percepção da vontade popular foi o objectivo. Pág. 3

Pág. 17

Pág. 14

Saúde dos lourenses em maus lençóis

David Grachat conquista bronze

População reclama mais transportes

A população de Loures não tem grandes motivos para sorrir no que à saúde diz respeito. Estudo revela que os indicadores em diferentes áreas estão acima da média nacional.

O atleta da Gesloures alcançou o terceiro lugar nos europeus de Eindhoven na categoria S9 (natação adaptada).

Comissão dos Utentes de Transportes de Santo António dos Cavaleiros e Frielas (CUTSACF) luta contra a falta de acessos ao Hospital Beatriz Ângelo.

Pág. 3

Pág. 19

Pág. 8

FESTIVAL DO CARACOL: UM SUCESSO

REGRESSO ÀS AULAS:

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F estival do C aracol despertou o interesse nos Lourenses, em milh ares de visitantes e até no programa de televisão Norte A mericano “Bizarre Foods”, apresentado por Andrew Zimmern. Pág. 4

Entrevista com a vereadora Maria Eugénia C oelh o, responsável pela educação na C âmara Municipal de Loures.

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TRIBUNAL DE LOURES

ESTÁ TUDO A POSTOS

DE LOURES PARA O MUNDO

O

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GREVE A CAMINHO DO TRIBUNAL

U ma autê ntica T orre de B abel é o que parece o T ribunal de L oures, ag ora desig nado de C omarca de L isboa N orte. Pág. 11

P á g .4

O NOTÍCIAS DE LOURES FAZ 1 ANO

OBRIGADO A TODOS OS LEITORES Loures

Loures

Notícias de

ANO 1 | Nr.10 MENSAL | FEVEREIRO 2015 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

ANO 1 | Nr.08 MENSAL | DEZEMBRO 2014 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Centro de Saúde de Santa Iria A luta continua

Moscavide e Portela já têm disponível o novo Centro de Saúde. De momento apenas a Unidade de Cuidado de Saúde Personalizados se mudou, mas a breve trecho a Unidade de Saúde Familiar Tejo e o CATUS também se mudarão. Pág. 4

A construção do Centro de Saúde de Santa Iria arrasta-se desde 1986, mas os utentes não desarmam em prol deste equipamento. Pág. 5

Comunidade Hindu Integração plena Loures é um dos concelhos onde a comunidade Hindu decidiu viver. Com cerca de 2000 membros, sente-se plenamente integrada.

Loures

Pág. 8

Loures

As escolas do concelho subiram no ranking nacional. Pela primeira existem quatro escolas no top-100 do ensino secundário.

Notícias de

Notícias de

O vereador António Pombinho revela algumas das iniciativas que irão dinamizar a Economia do Concelho.

Pág. 12

Quase um século de apoio ao próximo

O Bairro i o Mundo na Final

Entrevista com o presidente da Associação Luís Pereira da Mota, José Maria Lourenço, que nos explica o funcionamento da instituição e os objectivos para o futuro.

O Bairro i o Mundo é um dos cinco finalistas do "Diversity Advantage Challenge", um concurso europeu que tem como objectivo premiar as melhores práticas no âmbito da diversiANO 1 | Nr.11 MENSAL | MARÇO dade cultural

Pág. 12

ANO 1 | Nr.07 MENSAL | NOVEMBRO 2014 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

ANO 1 | Nr.09 MENSAL | JANEIRO 2015 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

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MENOS IMPOSTOS EM 2015

Cheias em análise Os motivos que levam às cheias periódicas na Baixa de Sacavém.

2015 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Pág. 24

Igreja Matriz de precisaDE deLOURES CAMÂRALoures MUNICIPAL ajuda

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DÍVIDA DO MUNICIPIO BAIXA

CÂMARA DE LOURES BAIXA IMI Pág. 4

Pág. 4

Pág. 5

Câmara avalia o projecto piloto dos reductores da água para quem não paga a factura.

Pág. 6

Privatização da Valorsul protelada

Escola de S. João da Talha remodelada

A C â mara M unicipal de L oures aprovou o O rçamento para 2 0 1 5 . A descida do I M I em 0 .0 0 5 % e um empré stimo a contrair no valor de 1 2 milh õ es são as principais novidades. P á g .3

D esde que tomou conta da C â mara M unicipal de L oures, o actual ex ecutivo anunciou que já diminuiu a dí vida em mais de 1 8 milh õ es de euros, uma P á g .3 queda de 2 8 , 4 % .

Maior AUGI resolvida

Secretário de Estado quer cultura como prioridade

Jorge Barreto Xavier proferiu, em Bucelas, que a Uinão Europeia não deve ter a cultura como um fim-de-linha

Cerca de 600 mil euros é quanto "Os Amigos da Igreja Matriz" tentam angariar para as obras deste monumento.

Reductores no concelho

DA INFORMAÇÃO QUE FAZ FALTA

Loures

António Pombinho em entrevista

Pág. 10

Notícias de

ANO

ANO 1 | Nr.12 MENSAL | ABRIL 2015 | Director: Pedro Santos Pereira | Preço: 0.01€

Centro de Saúde a estrear

Escolas de Loures melhoram médias

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Loures

Notícias de

Notícias de

A luta continua intensa entre o Estado Português, que quer privatizar a Valorsul e os municípios que a compõem, que utilizam todos os mecanismos para evitar essa privatização.

Pág. 5

Mais de 1 milhão de euros foi quanto custou a remodelação da Escola nº 4 de S. João da Talha. Parte desta verba foi cofinanciada pela Valorsul.

A maior AUGI do concelho, o Bairro da Castelhana, está finalmente licenciado. Um alívio para os moradores.

Pág. 7

Comunidade Muçulmana

Pág. 8

Rota das Linhas de Torres com dia nacional

O testemunho de quem vê na "espada" uma opção repudiante.

Tribunal de Loures eleito um dos piores

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Carnaval de Loures

As condições de funcionários e utentes do tribunal de Loures estão no fim da lista de um relatório da Associação Sindical dos Juízes Portugueses .

O dia 20 de Outubro representará o Dia Nacional das Linhas de Torres. Uma decisão já confirmada pela Assembleia da República. Pág. 22

Cerca de 90 mil foliões animaram o Carnaval deste ano, que voltou a ser um sucesso.

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1º ANO DE MANDATO

BERNARDINO SOARES FAZ REVISÃO Em conferê ncia de imprensa o presidente da C â mara M unicipal de L oures fez um balanço dos primeiros 3 6 5 dias à frente do municí pio P á g .3

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QUINTA DO MOCHO

PINTURAS SÃO UM SUCESSO

A arte urbana na Q uinta do M och o está a ch amar a atenção do P aí s. U ma verdadeira g aleria de arte a cé u aberto. P á g .3

100 ANOS DEPOIS

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PARLAMENTO VOLTA AO TOJAL 1 0 0 anos depois o P alá cio da M itra volta a acolh er uma reunião oficial de membros da A ssembleia da R epú blica.

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COMUNIDADES

“Março Jovem 2015” Concerto de encerramento O programa “Março Jovem 2015” encerrou no passado sábado, dia 28 de Março, pelas 22 horas, no Pavilhão de Macau localizado no Parque da Cidade de Loures, com um concerto das bandas Jahvai e Skool Daze. Oriundos de Loures, e constituídos por oito elementos, os Jahvai pautam a sua musicalidade no reggae juntamente com a música de dança, dub. Em 2009, este grupo venceu o European Reggae Contest, tendo sido considerada a melhor banda de reggae da Península Ibérica conquistando a presença no

"Rototom SunSplash", em Itália. Os Jahvai compuseram e editaram uma música para oferecer ao município em 2011 - “Hino de Loures”. A primeira parte deste concerto foi assegurada pelos Skool Daze, uma banda de covers proveniente de Santa Iria de Azóia. É uma das bandas deste género musical que percorre mais espaços de animação dentro e fora do concelho com o seu animado repertório. Um dos fundadores desta banda pertence à associação juvenil AGITA.

Aquedutos de Portugal A Câmara Municipal de Loures inaugurou no dia 5 de março, a exposição de fotografia “Aquedutos de Portugal” de Pedro Inácio, no Edifício 4 de Outubro. O autor, museólogo de profissão, é responsável pelo Arquivo Histórico da EPAL e vice-presidente da Associação Portuguesa de Museologia. É também responsável por vários livros de fotografia editados. Desde 2005 tem rea-

lizado várias exposições individuais e colectivas em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente Espanha, Coreia do Sul, Roménia e Estados Unidos da América. A exposição itinerante “Aquedutos de Portugal” já passou também por diversos espaços culturais. A exposição “Aquedutos de Portugal” ficará patente até ao dia 11 de abril.

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TIL foi nomeado, mas não venceu qualquer prémio no CONTE 2015 No dia 14 de Março, pelas 18 horas, o Teatro Club de Póvoa de Lanhoso recebeu a Cerimónia de Encerramento dos prémios CONTE 2015, concurso nacional de teatro amador, onde foram anunciados e entregues aos vencedores troféus das respectivas categorias. O TIL, apesar das nomeações, não venceu qualquer prémio. O grande vencedor foi o Grupo Dramático e Recreativo da Retorta (Valongo) que estava nomeado em oito categorias, tendo conquistado seis prémios e uma menção honrosa com a peça "Óculos de Sol". Foram ainda entregues os Prémios "Maria da Fonte" (Prémio do Público) para a peça "1514 - Comédia Quinhentista" da Associação de Funcionários da Câmara Municipal de Póvoa de Lanhoso e o Prémio Prestígio e Personalidade. Este último pretende distinguir uma individualidade ou entidade que se tenha destacado pelo seu trabalho na defesa e promoção do teatro de amadores em Portugal, tendo sido distinguido Leandro Vale. O Júri da XI Edição do Concurso

Nacional de Teatro de Póvoa de Lanhoso (CONTE) tinha dado a conhecer os nomeados para as 10 categorias a concurso. O espectáculo "Óculos de Sol" do Grupo Dramático e Recreativo da Retorta, do concelho de Valongo, liderou o número de nomeações com um total de oito. Seguido pelo espectáculo "Mortos de Fome" do Mérito Dramático Avintense, de Avintes, Vila Nova de Gaia, com um total de cinco nomeações. Destaque ainda para os espectáculos "O Coração De Um Pugilista" da Associação Cultural Theatron, de Montemor-o-Novo e "Histórias Para Serem Contadas" do TIL - Teatro Independente de Loures, com nomeações para os prémios de Melhor Encenação e Melhor Espectáculo "Ruy de Carvalho". Adicionalmente, como curiosidade, refere-se que este ano todos os espectáculos a concurso foram distinguidos pelo Júri com uma ou mais nomeações para as várias categorias.


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CULTURA

Ninho de Cucos

Festivais de Verão Primeiras impressões João Alexandre Músico e Autor

A cerca de 2 meses do início da época dos grandes festivais de música em Portugal, já é possível debruçarmo-nos sobre alguns deles, nomeadamente sobre os respectivos cartazes que são, no fundo, o que mais nos interessa aqui. Na classe dos festivais consagrados, de grande dimensão e alcance internacional o Meo Sudoeste na Zambujeira, que decorre entre 5 e 9 de Agosto, é cada vez mais um Festival Juvenil. Direccionado para o público estudantil do ensino secundário e primeiros anos do universitário, muitas vezes em grandes grupos que acampam e fazem praia. Ao final da tarde aglomeram-se no recinto do festival para espreitar este ou aquele artista, esta ou aquela tendência que no Sudoeste se vai confinando essencialmente à dança sob várias formas. Para tal a organização aposta em nomes como Hardwell, Calvin Harris e Steve Aoki. O Festival Marés Vivas em Gaia a 16, 17 e 18 de Julho aposta em nomes consagrados do pop rock internacional e nacional. John Legend, Lenny Kravitz e Jamie Cullum partilham o palco com Buraka Som Sistema e Ana Moura, entre outros, num cartaz ainda não fechado e com um

passe válido para os 3 dias no valor de 60 euros, abaixo dos restantes festivais. O NOS Alive em Lisboa, provavelmente o maior dos maiores festivais, aquele que mais público arrasta, maior orçamento dispõe e mais causas envolve ao seu redor apresenta no momento (pois ainda não está encerrado) um cartaz não consensual, mas ainda assim com nomes capazes de, por si só, garantir o sucesso de mais uma edição. Muse, Ben Harper e Mumford & Sons têm aquela aura de cabeça de cartaz triunfante que os programadores sempre almejam. Nomes como Alt-J, Mogwai, The Wombats, Future Islands ou a reunião dos Jesus and The Mary Chain acrescentam interesse ao festival, mas serão para breve anunciados nomes que comporão o cartaz, mantendo-o num patamar elevado face as expectativas criadas por um público que é oriundo de toda a Europa e que não deixará de preencher o Passeio Marítimo de Algés entre os dias 9 e 11 de Julho. Uma semana depois do NOS Alive (17 e 18 de Julho) regressa ao local de origem o Super Bock Super Rock, depois de muitos anos sedeado no Meco. Uma opção discutível, agora sem praia

mas mais à mão das massas que desta feita no Parque das Nações, em Lisboa, têm artistas confirmados e num leque vasto que pode ir de Sting aos Blur, de dEUS a Florence and the Machine, de Franz Ferdinand a Noel Gallagher. Noutras dimensões destacamos Perfume Genius, Bombay Bicycle Club, The Vaccines e The Drums com capacidade para conquistar mais alguns fãs por terras lusas. Entre 4 e 6 de Junho no Parque da Cidade no Porto decorre o NOS Primavera Sound, porventura o Festival urbano com o espaço mais bonito, melhor pensado e adaptado a eventos com tais características. Para mais a programação mantém-se fiel a princípios que não são o do exclusivo crescimento e escravidão dos números. Os espanhóis adoram e os portugueses também. O cartaz de 2015, conhecido em cerimónia de pompa, inclui a veterana Patti Smith e o regresso dos Ride, banda inglesa de shoegaze/dream pop do final dos anos 80, mas acima de tudo é de equilíbrio estético que se trata neste festival sejam os artistas considerados mais ou menos novos, certezas ou promessas das vagas do indie pop rock das últimas décadas à actualidade.

Aos consagrados Interpol, Anthony and the Johnsons, Belle and Sebastian e Spiritualized por exemplo juntam-se apostas mais recentes como os Jungle, New Pornographers ou Marc de Marco entre outros, tudo num festival onde é muitas vezes possível assistir a concertos deitado na relva. Um luxo e um esplendor dentro da cidade! Já Paredes de Coura, cronologicamente o mais tardio destes grandes festivais, decorrerá entre 19 e 22 Agosto e se esteticamente pode apresentar algumas semelhanças com o NOS Primavera, não deixa de ter uma personalidade própria bem vincada desde logo por ser o mais rural dos que aqui consideramos, pela excelência do anfiteatro natural que é o palco principal do evento delimitado pelo Rio Coura e por se manter há tantos anos imune a crises e fluxos de pessoas, eventualmente atraídas por outras paragens. O cartaz deste ano, longe de estar fechado apresenta para já três apetecíveis nomes, os super reconhecidos e premiados em 2014, War On Drugs, a coqueluche retro britânica The Temples e os Tame Impala, que ao vivo demonstraram em anos anteriores em terras lusas uma grande qualidade.

Em todo o País esta é uma época onde proliferam eventos musicais, alguns mais generalistas outros mais segmentados ou apostados em conceitos locais ou de diferenciação, com objectivos de fixação a prazo. Nem todos sobrevivem, alguns não passam mesmo de experiências. Entre sucessos e fracassos o saldo parece ser positivo. Permitamnos destacar um Festival de dimensão local, o Festival Bons Sons que se iniciou com a ideia de se poder realizar de dois em dois anos e que entretanto se afirmou como iniciativa anual, sustentável, com o voluntariado no centro da sua raiz identitária e no qual se valoriza a experiência de “viver a aldeia”. A Aldeia é Cem Soldos, perto de Tomar e musicalmente pretende apresentar de forma ampla as tendências da música portuguesa. É uma excelente ideia e desejamos que a independência do festival se mantenha no futuro de forma economicamente viável. Decorre entre 13 e 16 de Agosto e é uma alternativa aos festivais mais comerciais e de maiores dimensões que aqui apresentamos.

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Garantia de Qualidade



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CULTURA

Paisagens & Patrimónios Sanatório de Montachique... e outras histórias Florbela Estêvão Arqueóloga e museóloga

Ruinas do sanatório-albergue do Clube dos Macavencos em Montachique O Cabeço de Montachique é o ponto mais alto do município de Loures, a mais de 400 metros de altitude. Constitui por isso um natural observatório de paisagem, podendo do seu miradouro vislumbrar-se extensas colinas e vales num arco de 360 graus. Este outeiro é sem dúvida um notável monumento geológico, correspondendo ao que resta de uma chaminé vulcânica, e no seu topo são bem visíveis os característicos primas basálticos, que aí afloram em colunas, lembrando outros exemplos da mesma região, como o Penedo de Lexim, em Mafra. Devido à sua posição geográfica, altitude e ampla visibilidade, não admira que tenha sido um dos locais escolhidos para implantar, em 1810, um dos postes de sinais, ou semáforo, do sistema de comunicação utilizado pelo exército anglo-português aquando da construção das Linhas de

Torres Vedras. Há duzentos anos atrás a atual estrada nacional que liga Montachique à Malveira era uma das vias de comunicação passíveis de serem utilizadas pelo exército de Napoleão, e por isso foram edificadas em torno dela várias fortificações militares para sua defesa, como é exemplo o Reduto do Mosqueiro, que se descortina deste alto, e cuja visita aconselho ao leitor. Mas todo aquele que se desloque ao miradouro natural que é o Cabeço de Montachique, e olhe para leste, não poderá deixar de reparar nas aparatosas ruínas de uma construção inacabada, situada a meia encosta, e com a particularidade de possuir uma planta pouco comum, o que logo suscita a curiosidade sobre o seu significado. Na verdade, estamos perante a realização incompleta de um edifício que se destinava a sanatório para doentes de tuberculose, e cuja construção data

dos inícios do século XX. Este sanatório-albergaria foi um projeto levado a cabo por uma sociedade peculiar, que procurava manter-se num certo secretismo, denominada “Club dos Macavencos”. Um dos seus sócios fundadores foi o comerciante e industrial Francisco Grandela, o proprietário dos famosos Armazéns Grandela, que nos inícios do século XX intentavam recriar em Lisboa os grandes armazéns parisienses. Francisco Grandela terá adquirido um terreno bastante extenso em Montachique, com 3500 metros quadrados, o qual disponibilizou para a edificação de mais uma obra de beneficência promovida pelo dito “Club dos Macavencos”. O plano do sanatório-albergue para doentes pulmonares foi de autoria do conhecido arquiteto Rosendo Carvalheira, e respeitava os requisitos médicos da altura, estando localizado numa

zona arejada e de relativa altitude, com zonas de isolamento para os infectados, e com amplas varandas para estar. Carvalheira já aliás tinha estado envolvido noutros projetos promovidos pela rainha Dª. Amélia na luta contra a tuberculose, doença que assumia graves proporções em Portugal. Num postal comemorativo de abril de 1919, em homenagem a este arquiteto Rosendo de Carvalheira entretanto falecido, vem mencionado o desígnio da ambiciosa obra: “Edifício destinado a raparigas indigentes, tuberculosos (candidatos à tuberculose), no CABEÇO DE MONTACHIQUE).” A cerimónia pública do lançamento da primeira pedra deste edifício, a 19 de abril de 1919, foi notícia na Ilustração Portuguesa, acontecimento que decorreu em Montachique na presença de personagens ilustres da sociedade lisboeta da altura, incluindo, evidentemente, alguns dos mais importantes membros do referido “Club dos Macavencos”. Seguiuse um aparatoso almoço na residência de Francisco Grandela, o que não é de estranhar dada à natureza particular deste clube conforme aludirei em seguida. Convém salientar que nos inícios do século XX a tuberculose era uma enfermidade gravíssima, ainda sem antibióticos que promovessem a sua cura, cujos tratamentos recomendados se resumiam a estadias em lugares arejados e em determinadas altitudes, com uma alimentação cuidada, e também com a prática de exercício físico. Precisamente no ano anterior, em 1918, Portugal viveu um ano especialmente negro devido à Gripe Pneumónica, epidemia responsável por uma mortandade elevadíssima que assolou todo o país. A maioria da população portuguesa vivia com parcos recursos económicos agravados com a escassez provocada pela Grande Guerra. As casas insalubres e uma alimentação muito deficitária tornavam a maior parte da população vulnerável à tuberculose. Para travar a expansão desta doença não era suficiente tratar apenas os doentes, mas também procurar acudir às causas que promoviam o seu desenvolvimento. Assim, este projeto de um sanatório-albergue estava simultaneamente enquadrado nas preocupações das mentes

mais esclarecidas da sociedade portuguesa e europeia para fazer frente ao flagelo, e também, se inseria nas várias ações de filantropia que a já referida sociedade dos Macavencos cuidava em promover, a par de outras iniciativas. Mas, quem eram os Macavencos? Este clube lisboeta foi fundado em 1884 por Francisco Grandela conforme já referi, e por mais 12 amigos que gostavam de patuscadas e de uma boa conversa à mesa, preferencialmente em agradável companhia feminina. Segundo os primeiros estatutos, os sócios não podiam ultrapassar os treze membros, mas podiam convidar outros elementos incluindo também mulheres, as macavencas, nomeadamente actrizes. Todos eram iguais à sopa, não havendo discriminação de classe e talvez por isso os frequentadores deste clube provinham de variados quadrantes políticos, incluindo monárquicos, maçons e republicanos. E embora uma das suas regras fosse não se discutir nem política, nem religião, a verdade é que e este clube ficou associado a suspeitas de conspiração contra a monarquia em 1910. A sua primeira sede foi no palacete do Conde de Antas, saltitaram por outras casas e restaurantes até o empresário Grandela mandar reconstruir o velho Teatro Condes em 1888. A partir desta data passou a funcionar nas caves deste edifício sendo frequentado por uma boa parte da alta sociedade e da intelectualidade masculina, com jantares, festas, banquetes e até mesmo sessões de espiritismo. Tinham naturalmente um código de conduta como qualquer associação, uma das suas normas era que nenhum macavenco podia namoriscar com a mesma macavenca por mais de 15 dias. Se a “Casa dos MaKavenkos” tinha como principal propósito “dar largas à alegria e elasticidade à tripa”, no final de cada encontro havia a preocupação de contribuírem para acções meritórias como foi o caso deste sanatório. Infelizmente o fundador do clube sofreu um duro desaire económico com a Grande Guerra, o “Clube dos Macavencos” acaba por se desfazer e sanatório-albergue de Montachique nunca foi concluído.


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OS ARTISTAS DA QUINTA DO MOCHO

Glam

Biografia O meu nome é Catarina Monteiro e o meu nome artístico é Glam. Desde o início dos anos 2000 apaixonei-me pelo graffiti e comecei a pintar nas ruas de Lisboa, com a minha crew exclusiva para raparigas (OGA - Only Girls Allowed crew). Actualmente o meu trabalho é mais virado para a street art e foca-se simultaneamente em duas vertentes: por um lado faço pinturas murais, desde o convencional graffiti de letras a algumas peças mais ilustrativas. Paralelamente desenvolvo trabalho de ilustração, instalação e design de peças e personagens através de construções tridimensionais em papel e cartão.

A obra No meu prédio na Quinta do Mocho, quis pintar um mocho, pois é uma ave que, para além de dar o nome ao bairro, eu gosto de representar. O meu mocho foi de certa forma inspirado no meu trabalho de recortes em papel e está pousado numa grande árvore ciclope, que também é um personagem que surge no seguimento dos meus trabalhos de pinturas murais mais recentes, nos quais uso recorrentemente elementos como árvores e rochas. Para além disso, acrescentei alguns adornos relacionados com o hip hop, que é uma cultura que eu naturalmente aprecio e que também está muito presente neste tipo de bairros.

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COLECTIVIDADE

Loures já tem Casa do Benfica Rodrigo Moreira Ortopedia e Traumatologia / Medicina Desportiva

O presidente do Benfica, acompanhado pelos vice-presidentes Domingos Almeida Lima e Varandas Fernandes e ainda pelo antigo jogador António Simões, estiveram presentes na inauguração das novas instalações da Casa do Benfica de Loures, a filial nº 246.

As Outras Redes Sociais… Quando estamos na urgência e chega uma maca com um idoso na casa dos 80 anos, destapamos o lençol, olhamos para os membros inferiores e o diagnóstico é praticamente certo, mesmo ainda antes de realizar o estudo radiográfico. Trata-se de uma fractura do colo do fémur e o tratamento é inevitavelmente cirúrgico. As fracturas do colo do fémur são as fracturas mais frequentes neste segmento etário e acontecem por existir um estado de fragilidade óssea, que se vai instalando com o envelhecimento. Ouvimos com frequência os familiares perguntarem se a fractura é muito grave. Efectivamente a grande maioria destas fracturas é de tratamento cirúrgico pouco complexo. O que confere um prognóstico pouco animador (taxas de mortalidade de cerca de 10%) a estas situações é o facto de estes doentes se encontrarem em estados de debilidade física acentuada, pela existência de múltiplas patologias associadas. A própria queda que originou a fractura foi, muitas vezes, consequência do agravamento de outro problema concomitante (ex: infeção urinária, respiratória, insuficiência cardíaca, etc). Assim, por se tratarem de doentes com condições clínicas num equilíbrio muito instável, o mínimo factor de agressão descompensa todo este estado de fragilidade. Uma intervenção rápida é geralmente o mais proveitoso para o doente, contudo não nos podemos esquecer que, muitas vezes, devem ser corrigidas as tais patologias que se descompensaram e só depois intervir cirurgicamente, pois a própria cirurgia acaba por ser mais uma agressão para estas pessoas já debilitadas. Decorre neste momento uma campanha da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia de nome “Não caia nisso”, para sensibilização e prevenção de quedas na população idosa. Medidas simples como retirar tapetes, uma boa iluminação em casa, corredores desobstruídos e banheiras com barras de apoio ou banhos sentados, são encorajados e permitem reduzir a frequência destes pequenos acidentes, que podem levar a consequências altamente incapacitantes ou até mesmo fatais.

A comitiva encarnada foi recebida nos Paços do Concelho de Loures às 19 horas, seguindo-se a cerimónia de inauguração e um jantar no restaurante Adega do Almirante marcado para as 20 horas. Na recepção na Câmara Municipal de Loures, marcada pela actuação da banda da Academia Sons & Harmonia, o edil Bernardino Soares demonstrou a sua satisfação pela inauguração de umas instalações do Benfica no

Município. "Estranhamente, num concelho com esta dimensão e com tantos adeptos, ainda não havia nenhuma casa do Benfica. Este é um marco importante para o Concelho e na vida do próprio clube. A casa fica instalada na zona nobre da cidade e espero que seja um ponto de encontro de todos os benfiquistas de Loures.", disse. Por sua vez, o presidente da Casa do Benfica de Loures, Paulo Almeida, manifestou

o desejo de que o próximo passo seja conseguir trazer a formação de hóquei em patins do Benfica para o concelho. Por seu turno, Luís Filipe Vieira lembrou que "é muito importante estar aqui. Tenho um sentimento grande por Loures, porque foi aqui que iniciei a minha vida empresarial e onde passei os melhores anos". O dirigente afirmou ainda que nunca pensou estar em Loures a inaugurar uma casa do Benfica, enquanto presidente do clube, destacando que os grandes desafios num futuro próximo passam por "tornar o Benfica mais estável e consolidado", deixando um apelo: "Espero que esta casa do Benfica sirva para unir ainda mais os benfiquistas”. Reforçou, ainda, a confiança na conquista do campeonato e garante que a derrota em Vila do Conde, frente ao Rio Ave, por 2-1, não beliscou em nada essa certeza. "Todos estamos focados em

ganhar o campeonato, sabemos que não será fácil, mas se todos estiverem unidos com a equipa, isso é uma garantia adicional. Não ganha quem não perde, ganha quem caindo se consegue levantar. Esta equipa já deu provas que tem talento e humildade suficientes para, pensando jogo a jogo, ultrapassar os momentos menos bons", disse, durante o discurso ante uma plateia de cerca de 200 pessoas e do presidente da autarquia de Loures, Bernardino Soares, aproveitando para lançar um apelo aos benfiquistas. "Domingo a domingo encher os estádios por onde joga a equipa do Benfica, com esse apoio, entusiasmo e bandeiras. Quero que a equipa sinta a responsabilidade que é vestir esta camisola", acrescentou. A Casa do Benfica de Loures fica localizada na Rua da República, 106.


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INSTITUIÇÃO

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Casa do Gaiato de Lisboa

Quando em 1929, Américo Monteiro de Aguiar, então com 41 anos de vida, passou a ser Padre Américo, e o Bispo de Coimbra o encarregou dos pobres, estava ainda longe dos maiores desígnios de Deus. Foram os pobres que lhe sussurraram a Palavra do Senhor: ao organizar as colónias de férias para rapazes entre 1935 e 1939, emergiu a urgência de uma casa de “família para os que não têm família”, um ninho para os rapazes que andavam pela rua. Uma casa onde os rapazes passam a ser chefes dos mais novos, um modelo de paternidade vincado na pedagogia de responsabilidade em regime de autogoverno: Obra de rapazes, para rapazes, pelos rapazes. São várias as casas da Obra da Rua nascidas da iniciativa do Pai Américo a partir de 1939. Surge então neste contexto, em 1948, no Patriarcado de Lisboa. Foi a 4 de Janeiro que o Pai Américo, juntamente com alguns rapazes de Miranda do Corvo e Paços de Sousa, vieram habitar o Palácio dos Arcebispos: A Casa do Gaiato de Lisboa. A fome que assolou a Europa e o País, o sofrimento da guerra e

a precariedade expõe ao abandono milhares de crianças que levam o Pai Américo a empreender uma das mais insignes obras de amor do século XX. Chegam de um lugar comum: da rua e encontram na casa uma lareira… o aconchego de quem dormiu ao relento e agora se aninha no colo da senhora que o enche de afeto. Trazem fome, vontade de aprender. Aqui ensina-se, eles aprendem e respeitam, sempre na liberdade, em regime de porta aberta. Em 2006, e por sugestão dos padres da Obra da Rua, ou Obra do Padre Américo, a Casa do Gaiato de Lisboa foi recebida pelo Senhor Cardeal Patriarca José Policarpo e confiada ao cuidado do Patriarcado de Lisboa. Foi constituída uma nova instituição com o nome que já trazia: Casa do Gaiato de Lisboa. Para toda a comunidade de Loures a Casa sempre foi e continua a ser acarinhada simplesmente como casa do gaiato; e continuam a ser eles o motivo da nossa entrega e dedicação. Mas os tempos clamam por novos métodos, não na essência do rosto do Amor Revelado no

Evangelho, mas nas formas de o comunicar. O projeto que agora é implementado na Casa do Gaiato de Lisboa brota da ação do Espírito Santo no mundo. Em primeiro lugar pelo grande sinal que enviou à Sua Igreja pela eleição do Papa Francisco. É por ele que este sonho ganha corpo; uma resposta de credibilidade à sua palavra profética: Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! Em segundo lugar, a instabilidade afectiva provocada pela precariedade do acompanhamento efetivo e pessoal a cada um dos rapazes que chegam a uma casa só de homens e com necessidades de proteção e amparo, carenciados de segurança ou no seu dizer: alguém que cuide de mim! O olhar atento dos volun-

tários que aqui entregam o que podem, traz-nos o realismo: “é uma casa fria de afetos” de quadros e de flores, que pintem as vidas com outras cores, cores da diversidade e complementaridade do masculino e feminino, a família na sua plenitude. É daqui que nascem as bases do projeto de refundação. Do Padre Américo. Do Papa Francisco. Dos gaiatos: Uma Casa de Família, para Famílias, pelas Famílias. Hoje somos 60 rapazes na Casa do Gaiato de Lisboa. Não temos protocolos de cooperação com a Segurança Social e vivemos ao cuidado da Família Diocesana de Lisboa e da generosidade de quantos colaboram com o seu pouco nesta enorme Missão humana: Fazer de cada rapaz um homem. Uma das colaborações que podemos ter com a Casa do Gaiato de Lisboa é o preenchimento do quadro 9, anexo H, com o NIF: 507 837

657, aquando do preenchimento da declaração do IRS. Sabemos que a bondade silenciosa é a que produz fruto em maior abundância e no pouco de cada um de nós será suficiente para muitos. De entre os vários projetos a decorrer na vida do dia a dia da nossa Casa do Gaiato de Lisboa a integração pela arte vai ganhando cada vez mais a certeza de uma caminho bom e restaurador da história sofrida de cada um de nós. Nesse sentido gostávamos de convidar a assistir a uma peça de teatro levada à cena já no próximo sábado, dia 11 de Abril, pelas 21h30 na nossa Casa em Santo Antão do Tojal. Bem como temos sempre muito gosto em abrir as portas da nossa casa a todos os que nela entrarem com desejo de bem: voluntários, benfeitores, amigos, visitadores. A todos, a Casa do Gaiato de Lisboa deseja uma Santa Páscoa.


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SAÚDE

Programa Nacional de Vacinação

Caso de Sucesso em Portugal

Durante o ano 2014 foram reportados 3.616 casos de sarampo nos 26 dos 30 países que reportam informação ao Centro Europeu de Prevenção e Controlo da Doença (ECDC). Os casos notificados são na sua grande maioria pessoas não vacinadas ou incorretamente vacinadas. O sarampo continua endémico em vários países asiáticos e africanos, nomeadamente em países que possuem relações estreitas com Portugal, como por exemplo Angola. Na Europa têm havido vários surtos, nomeadamente na Alemanha, Itália, Países da Antiga República Soviética e Bósnia. Atualmente existe um surto ativo em Berlim, e desde Outubro de 2014 a Alemanha já notificou 540 casos, dos quais 28% necessitaram de hospitalização. Mas afinal não estava prevista a eliminação do sarampo na Europa em 2015? Em 1998 a Organização Mundial Saúde (OMS) definiu o ano de 2007 como meta para a eliminação do sarampo na Região Europeia. Em 2005 a meta foi alterada para o ano 2010 e foi lançado o programa europeu de eliminação do sarampo e rubéola e prevenção da rubéola congénita. Em 2010 uma nova estratégia foi aprovada pelos países mem-

bros, tendo como meta 2015. Terá sido uma proposta muito ambiciosa da OMS? Não! O sucesso da implementação dos programas nacionais vacinação, com redução drástica dos casos das doenças incluídas nas vacinas, permitiu o planeamento de atividades e estratégias que conduzissem a eliminação e até mesmo a erradicação de algumas doenças, como é o caso do sarampo e da poliomielite, a exemplo do que já aconteceu com a varíola no mundo. Apesar do programa europeu da OMS a situação epidemiológica do sarampo agravou-se nos últimos anos, ocorrendo surtos na maioria dos países da Europa que somaram em 2011 mais de 32.000 casos. Entre os anos 2007 e 2013 houve um aumento de 348% dos casos de sarampo notificados. Afinal o que está a acontecer? Antes de ser erradicada, com a implementação em massa da vacinação no final dos anos 70, a varíola matou 300 milhões de pessoas apenas no século XX. O sarampo que é uma doença altamente contagiosa, causou cerca de 2,6 milhões de mortes por ano antes de 1980, altura em que se iniciaram campanhas de vacinação intensas em todo o mundo.

Já a poliomielite, doença que causa a paralisia infantil, teve uma redução de cerca de 99% após início de campanhas de vacinação nos países que fizeram o investimento para o efeito. Apesar de todas as evidências científicas, há cada vez mais pessoas a optar por não vacinar os seus filhos. A vacinação é vítima do seu próprio sucesso! A redução a valores mínimos da incidência e até mesmo a eliminação de doenças em algumas regiões do mundo, levou a que as mesmas fossem esquecidas. Os pais deixam de valorizar o sofrimento e a mortalidade causada por estas doenças, e começam a preocupar-se apenas com os eventuais efeitos adversos da aplicação da vacina. Há ainda motivos de origem religiosa, filosóficos ou por crenças em teorias exóticas e enganadora. Acrescenta-se o recurso em massa à informação disponível (sem filtro, na internet) e a pouca solicitação de informação aos serviços de saúde. Independentemente do motivo da não vacinação, o facto é que quando se opta por não vacinar, esta decisão não só põe em risco a saúde da criança mas de todos à sua volta. Quando se vacina no mínimo 95% da população, garantimos a imunidade de grupo, ou seja,

com este número de crianças vacinadas, garantimos também a proteção daquelas que não podem ser vacinadas por contraindicação, como por exemplo, crianças com doenças que comprometem o seu sistema imunológico, ou por serem demasiado pequenas para receberem algumas vacinas. Portanto vacinar o seu filho é mais de que um ato individual é uma responsabilidade coletiva, pois ajuda igualmente a proteger os mais vulneráveis. Situação atual em Portugal Em Portugal as coberturas vacinais elevadas tem garantido a ausência de surtos de doenças evitáveis pela vacinação. Continuamos com uma cultura de vacinação bastante enraizada na população em geral. Esta situação nos garantiu nos últimos anos, por exemplo, e apesar da ocorrência de vários surtos de sarampo nos países da Europa, inclusive na nossa vizinha Espanha e em França, a ausência de casos de sarampo autóctones, sendo os casos identificados até a data, importados de outros países. O Programa Nacional de Vacinação em Portugal (PNV) foi implementado em 1965, é universal e gratuito para todas as pessoas presentes em Portugal. É um dos mais abrangentes (protege contra 12 doenças), adequa-

dos, e com melhores resultados da Região Europeia da OMS. Desde a introdução do PNV milhões de crianças e adultos foram vacinados com vacinas de qualidade, eficazes e seguras, resultando num enorme impacte na saúde pública, uma vez que as doenças para as quais há vacinas, na sua generalidade, estão controladas ou eliminadas. O sucesso atualmente verificado em Portugal e a manutenção de coberturas vacinais elevadas, requer investimento e esforços contínuos na aplicação do PNV por parte de todos os intervenientes, como sejam os Pais, os profissionais de saúde e decisores políticos, caso contrário, as doenças podem voltar a aparecer, e corremos o risco de retrocesso em relação aos ganhos de saúde já alcançados. Este ano completa 10 anos a “Semana Europeia da Vacinação”, as comemorações/ intervenções irão se realizar por todos os países da Europa durante os dias 20 e 25 de Abril, cujo lema é “proteger, prevenir e vacinar”. Vamos todos participar para que o nosso PNV continue um caso de sucesso! Unidade de Saúde Pública ACES Loures Odivelas Carolina Galiano – Enf.ª Saúde Comunitária Luciana Bastos – Médica de Saúde Pública


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SAÚDE

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A importância de consumir alimentos da época Anabela Pereira Nutricionista

Quantos vezes já fomos ao supermercado, em pleno Inverno, olhamos para os carnudos e vermelhos morangos e pensamos "olha morangos...que delícia, vou comprar". Lá vamos nós a pensar nos morangos para casa e depois quando os provamos dizemos "não sabem a nada".

Hoje em dia graças às novas tecnologias agrícolas temos acesso a quase todo o tipo de frutas e legumes durante todo o ano. No entanto, os alimentos crescidos em estufa, para além de serem mais caros, não são tão ricos em nutrientes como os da estação. O seu sabor está comprometido

quando comparado com os alimentos que sofrem maturação ao Sol. Sabemos que a natureza produz alimentos em épocas específicas do ano, não sendo preciso o uso de tantos pesticidas e fertilizantes. Assim, por terem sido produzidos em condições climatéricas

Mousse de Morango Ingredientes • • • •

200g de morangos 1/2 lata de leite condensado 1 iogurte natural 1 pacote de gelatina de morango

Preparação 1. Lave bem os morangos e retire-lhes os pés; 2. Prepare a gelatina conforme as indicações da embalagem, mas só com metade da água; 3. Coloque numa tigela os morangos, a gelatina preparada, o leite condensado e o iogurte natural; 4. Bata bem com uma varinha mágica ou no liquidificador; 5. Leve ao frigorífico cerca de 6 horas. Sugestões: pode decorá-la com morangos e/ou hortelã.

ideais tornam-se mais saudáveis e de sabor intenso. As frutas são mais doces e os legumes tem melhor cor e aroma. Outra vantagem é o preço, a grande oferta faz com que os produtos cheguem ao consumidor final mais baratos. O mês de Abril é a época da

maçã, pêra, morango, clementina, tangerina, laranja, beterraba, cenoura, espinafre, cogumelo, nabo, agrião, brócolo, pepino e alho-francês. Aproveite a Primavera para saborear o melhor que a natureza tem para oferecer.


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ASSOCIAÇÃO

O Positivo e o Negativo no Ambiente e no Património A Associação de Defesa do Ambiente de Loures (ADAL) considerou o debate alargado de discussão do Plano Director Municipal (PDM) e a abertura dos museus municipais ao domingo, como os pontos positivos no Ambiente e no Património. Pela negativa fica a tentativa de privatização da Valorsul e o risco de destruição completa do Palácio de Valflores, em Santa Iria de Azóia.

Todos os anos a ADAL, em Assembleia Geral, elabora o que de mais positivo e negativo é feito no concelho de Loures, no que respeita a Ambiente e Património. Os eleitos de 2014 já foram encontrados, no Ambiente, pela positiva, foi destacado o alargamento do debate sobre o PDM, aberto a toda a população e efectuado em todas as freguesias. Pela negativa fica a tentativa do Estado em privatizar a Valorsul. No caso particular da tentativa governamental de privatizar a Valorsul, a ADAL, entende destacar o facto, como muito negativo, por não haver nenhuma razão justificativa para o fazer. Nem ambiental, nem técnica, nem económica, mas com as previsíveis consequências nefastas e indesejáveis de aumento de taxas e a fuga ao controlo democrático do funcionamento da Central de Incineração e demais instalações do sistema. No Património os destaques

vão para a abertura dos museus municipais ao domingo, no que toca a aspectos positivos e pela negativa o risco de destruição completa do Palácio de Valflores, em Santa Iria de Azóia, que já havia sido destacado em 2013. A ADAL destaca assim, os factos mais relevantes que marcam cada ano, procurando apoiar e estimular as melhores práticas e condenar aquelas que se apresentem em contradição com o interesse e bem-estar colectivos. 2013 Sempre que são elaborados, anualmente, os aspectos positivos e negativos, a ADAL faz chegar à Câmara Municipal de Loures o seu veredicto. Sobre as considerações de 2013 obteve a seguinte resposta do Município: Património “Apesar

das

condicionantes

financeiras do município não permitirem a intervenção de fundo que tanto o Palácio de Valflores, como o Edifício 4 de Outubro merecem, a Autarquia refere factos que considera relevantes no processo de recuperação de ambos os edifícios. Sublinha também que em Loures o património é entendido como um factor essencial à coesão territorial e social e ao desenvolvimento das populações, contudo não é uma competência exclusiva do Município, pelo que carece do envolvimento das outras entidades com responsabilidades neste âmbito. Quanto ao Palácio de Valflores nota para a constituição interna de um grupo de trabalho e a referência datada das ações mais impactantes, como: reunião com a Direção Geral do Património Cultural (DGPC), visitas técnicas com DGPC e visita do Secretário de Estado da Cultura, candidaturas a programas de financiamen-

to, remoção de elementos arquitectónico e respetivo depósito no Museu Municipal de Loures, reposição da tela e chapas de cobertura na estrutura de proteção do palácio e ainda elaboração de cadernos de encargos e envio da proposta à DGPC e demais diligências na obtenção de resposta deste organismo, sem sucesso até ao momento. No que se refere ao Edifício 4 de Outubro, destaque para as obras de recuperação do rés-do-chão as quais permitiram a reabertura do espaço, tendo este sido integrado na rede de galerias municipais e exibindo regularmente exposições temporárias.” Ambiente “A Autarquia está consciente que as tarefas de reconstrução do Parque Urbano de Montemor e do Parque Urbano de Santa Iria de Azóia são significativas e tardias, contudo está a desenvolver

esforços para a melhoria dos mesmos e para permitir o seu usufruto. O acompanhamento da situação do Parque Urbano de Montemor descreve as situações anómalas que sucederam, atribui as responsabilidades legalmente cometidas à Valorsul e menciona diligências efetuadas para a intervenção no espaço. Conclui afirmando sobre a incógnita que será a utilização futura do espaço atendendo às especificidades e condicionantes do local, bem como aos resultados da aguardada intervenção. Sobre o Parque Urbano de Santa Iria de Azóia é citado o desenvolvimento de um plano de requalificação e dinamização do espaço que abrange: a recuperação de caminhos, mobiliário e equipamentos, a manutenção dos espaços verdes, a realização de iniciativas diversas e também a valorização dos equipamentos e infraestruturas já ali existentes.”


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SAÚDE

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A Síndrome do “Ninho Vazio” Patrícia Duarte e Silva Psicóloga Clínica

Que imagem lhe ocorre quando ouve a expressão “ninho vazio”? Com certeza vem-lhe à ideia um ninho sem pássaros. É um fenómeno idêntico ao que acontece no ciclo de uma família quando os filhos partem nos seus projetos individuais, ou por optarem por estudar ou trabalhar longe de casa, ou por decidirem casar ou simplesmente porque decidem ter o seu próprio espaço e, de repente, os pais olham em redor e o «ninho» está literalmente vazio. Na casa que antes era cheia de vozes, ouve-se o silêncio. É comum os pais terem dificuldades em lidar com esta mudança. Estiveram durante uma parte das suas vidas envolvidos em todo o desenvolvimento dos filhos desde a infância até à adolescência e princípio da idade adulta. Ensinaram os filhos a andar,

a falar, a ler e a escrever. Mais tarde, guiaram-nos dando orientações sobre a sua conduta, sobre o grupo de amigos, conselhos para o seu futuro profissional, apoio em decisões de maior responsabilidade. Todo este processo teve e tem um objectivo: o desenvolver nos filhos a capacidade de serem independentes, aprenderem a construir a sua própria identidade e concomitantemente a prepará-los para a saída de casa. Algum desconforto emocional, solidão, vazio, tristeza, dor, pode invadir a vida do casal. Estes sentimentos são mais comuns e frequentes nas mães, apesar de poder aparecer nos pais ao se depararem com uma nova realidade. Cada elemento do casal vivencia este período de uma forma particular, estando relacionado

com o momento e a fase de vida que está a viver. Se o casal se sente realizado pessoal e profissionalmente e não estruturou a sua vida apenas em função dos filhos, esta nova etapa terá à partida uma transição suave. Contudo, quando esta situação não se verifica e o casal se dedicou apenas aos filhos e não ficaram atentos às necessidades do parceiro(a), não cultivando a relação a dois, podem surgir conflitos. É necessário investir na relação, reconstruindo a cumplicidade e a parceria que os unia antes de serem pais. Pense que a saída de um filho(a) de casa significa que foi bem sucedido na sua tarefa como pai, educou-o de maneira a ele ser autossuficiente e independente. A saída de um filho(a) não significa o quebrar ou a perda dos laços afectivos, emocionais ou

familiares que une um pai/mãe a um filho(a), mas sim que algo se modificou devido a novas circunstâncias, mantendo o amor que os unia. Os filhos continuam a precisar de pais disponíveis que os apoiem e os pais precisam de sentir que os filhos se apoiam nessa disponibilidade. Por outras palavras, facilitar a saída dos filhos de casa dos pais é abrir as portas para o seu regresso. A título de sugestão, deixo-lhe aqui algumas dicas: - reinvente a sua relação com o seu parceiro – faça programas a dois que poderão ser tão simplesmente um passeio ou um jantar ou o tal fim de semana a sós há muito desejado; - mantenha determinadas rotinas familiares com os seus filhos – jantares em conjunto, idas ao cinema, qualquer programa é

uma boa desculpa para passarem tempo em família; - promova encontros com os seus amigos – o facto de os amigos pertencerem à mesma faixa etária poderá servir de ajuda a superar esta fase; - experimente ou continue a desenvolver os seus hobbies – ocupe o tempo que tem mais livre com atividades que o satisfaçam e o realizem. - abrace o voluntariado – apoie causas com que se identifique e sabe que pode ser uma maisvalia; - retome projectos que ficaram na gaveta - cursos que ficaram interrompidos ou que não tinha tempo para se dedicar - procure situações intelectualmente estimulantes – existe uma panóplia de “workshops”, exposições ou visitas guiadas totalmente gratuitas.



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