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REGIÃO DO DOURO ESCOLHIDA PARA CIDADE EUROPEIA DO VINHO 2023

A região do Douro foi hoje a escolhida, em Bruxelas, para Cidade Europeia do Vinho 2023, uma conquista considerada “um grande e merecido prémio para a região” pelo autarca de Peso da Régua, José Manuel Gonçalves. A cidade já tinha tentado o título em 2018 e dessa experiência resultou uma candidatura de âmbito regional, que envolveu os diferentes agentes do Douro e que saiu vencedora hoje, em Bruxelas, onde foi defendida pelo presidente da Câmara de Peso da Régua. “É um grande prémio para a região, um prémio merecido e que nos vai ajudar também àquilo que tem sido o trabalho da Comunidade Intermunicipal (do Douro), que é cada vez ter mais preocupação com aquilo que é o nosso desenvolvimento económico, a sustentabilidade de todo o território”, disse o autarca à Lusa.

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Enquanto Cidade Europeia do Vinho 2023 o Douro Património da Humanidade será, segundo os promotores da candidatura, “uma referência europeia no vinho, na vinha, na cultura e na celebração harmoniosa da natureza e obra secular realizada por gerações de durienses”. O autarca explicou à Lusa que “vai haver agora um período de preparação, de consolidação de projetos, e em 2023 é que vai ser o ano pleno da candidatura”. “Acima de tudo vai haver um conjunto diversificado de atividades que agora vão ser consolidadas em projetos mais efetivos”, sustentou. Para desenvolver estas atividades, o presidente de Peso da Régua salientou que o Douro tem a expectativa de poder “ter um financiamento acrescido” por parte de entidades como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e do Turismo. “Esperamos que o ano de 2023 seja um ano muito favorável para toda a região do Douro, na nossa afirmação, mas acima de tudo na valorização daquilo que é o nosso vinho, daquilo que é o nosso território, é isso que é importante, é valorizarmos para podermos garantir a sustentabilidade futura”, apontou. As dificuldades do território, nomeadamente dos produtores, também estão presentes e, depois do título alcançado, a expectativa é de conseguir “levar o mundo até ao Douro”. “Este é nosso lema cada vez mais presente, no sentido de sentirem aquilo que são as dificuldades que nós temos para manter este Património da Humanidade”, afirmou. A aprovação da candidatura, com o lema “All Aroud Wine, All Around Douro”, chega numa altura em que o Douro comemora 20 anos da elevação a Património da Humanidade e em que a preocupação local é “garantir que as gerações futuras recebam este Património da Humanidade em condições de sustentabilidade”. Na defesa da candidatura, na manhã de hoje em Bruxelas, o presidente da Câmara de Peso da Régua defendeu que este “é um dos maiores desafios coletivos que o Douro já assumiu em toda a sua história, materializando o desejo e o pulsar de toda uma região”. No processo juntaram-se os municípios integrados na Associação da região vitivinícola demarcada e regulamentada mais antiga do mundo, a todas as 19 autarquias que constituem a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro. “Com esta vitória acalentamos o desejo legítimo de que o Douro, um grande contribuinte das exportações nacionais, faça do vinho e da vinha uma alavanca concreta e real para o desenvolvimento da sua economia e riqueza de quem aqui vive e trabalha”, enfatizou o autarca da Régua. Os 19 autarcas da CIMDouro garantem estar “preparados para dar corpo” ao título alcançado, “juntamente com as entidades locais e regionais e todos os 22 mil produtores”. As vendas de vinhos do Porto e Douro atingiram “valores recorde” de 600 milhões de euros em 2021, representando 403 milhões de euros em exportações e um crescimento de 12,4%.

A CIM Douro compreende os concelhos de Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Lamego, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Murça, Penedono, Peso da Régua, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Côa e Vila Real.

“ É um grande prémio para a região ” COMPAIXÃO NA MELHORIA DA SAÚDE MENTAL É OBJETO DE ESTUDO NA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

A avaliação da eficácia e da viabilidade de um programa de intervenção focado na compaixão para melhorar a saúde mental da comunidade escolar é o objetivo de uma investigação em curso na Universidade de Coimbra (UC). O projeto de investigação “Escolas Compassivas” pretende promover o bem-estar e a saúde mental dos vários agentes da comunidade educativa (pessoal docente e não docente, alunos e pais) e “contribuir para o desenvolvimento e a sustentabilidade de uma cultura escolar mais cooperante, compassiva e resiliente, suportada por todos os agentes educativos”, sustentou a UC, em nota de imprensa enviada à agência Lusa. Resultados já publicados em dois estudos “revelam que a intervenção focada na compaixão que foi implementada a professores é viável e altamente promissora”, sublinhou a UC. “Revelou-se eficaz na promoção da compaixão (em relação ao eu e aos outros) e do bem-estar e na redução de sintomas de depressão, de ansiedade e stress, de ‘burnout’ e do sofrimento psicofisiológico dos professores”. Esta intervenção foi realizada junto de 200 professores “de escolas de meios urbanos, semiurbanos e rurais da região Centro”, concretamente nos municípios de Coimbra, Nelas, Sátão e Viseu, que albergam alunos “de diferentes perfis socioeconómicos e comportamentais”. A equipa de investigadores, liderada por Marcela Matos, investigadora doutorada da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), estimou que esta investigação “possa ser implementada a nível nacional, para que professores e psicólogos de escolas portuguesas possam também utilizá-la, depois de devidamente formados, com vista à promoção do bem-estar e da saúde mental dos professores”. A também investigadora do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo Comportamental (CINEICC) lembrou que o “Escolas Compassivas” é um projeto internacional, que tem vindo a ser implementado em Portugal e no Reino Unido desde finais de 2017. A especialista explicou que o Treino da Mente Compassiva “é uma intervenção focada na compaixão, que é parte integrante de uma abordagem psicoterapêutica chamada Terapia Focada na Compaixão”, desenvolvida por Paul Gilbert, da Universidade de Derby (Inglaterra). A próxima etapa do projeto de investigação arranca em setembro e prevê que três intervenções específicas de Treino da Mente Compassiva sejam implementadas a crianças, adolescentes e pais.

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