TRONO DE KYOSHU TRONO DE KYOSHU
Kyoshu-Sama no Brasil,Dezembro de 2009
Lago das Carpas, Caminho do Paraíso, vista panorâmica da sacada do Centro Cultural. O casal Okada contagiou a todos com sua alegria.
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TRONO DE KYOSHU
Orientação de Kyoshu-Sama no Culto do Natalício de
Meishu-Sama
M
inhas sinceras felicitações a todos pelo Culto do Natalício de Meishu-Sama. Com imenso e profundo respeito digo-lhes que o desejo do Único e Supremo Deus, vivo por toda a eternidade, é fazer de nós filhos que correspondam à Sua Divina vontade. Com base em Seu plano, Ele, no Mundo Celestial, nos preparou de antemão como partículas divinas dotadas de Sua vida e consciência. Ao chegar o momento de nos fazer descer ao plano terrestre, Ele realizou a sagrada obra de nos legar o sopro da vida e fez com que nascêssemos através de nossos pais. É por isso que podemos servir na divina obra de “construção do Paraíso Terrestre”, que é a projeção do mundo celestial – terra natal de nossas vidas – sobre o plano terrestre. Meishu-Sama nasceu há 126 anos, no dia 23 de dezembro. Obedecendo à ordem do Supremo Deus e servindo de acordo com Sua vontade, Meishu-Sama percebeu que uma partícula do espírito do Supremo Deus estava viva dentro de si atuando neste mundo. Desejando retribuir a essa bênção divina, MeishuSama se entregou a Deus como uma forma de demonstrar seu makoto1.
Eu acredito que é justamente porque Deus recebeu esse makoto que Meishu-Sama nasceu novamente como filho do Supremo Deus, ou seja, como o Messias. O Culto do Natalício representa um dia muito especial e de profundo significado, um dia que nos enche de gratidão, pois foi nessa data que Meishu-Sama recebeu a vida no plano terrestre para renascer como filho do Supremo Deus, ou seja, como Messias. Sendo assim, gostaria de comemorá-lo com muita alegria. No Culto de hoje, compreendendo que nós somos uma prova de que as partículas do Supremo Deus estão vivas e atuantes e objetivando retribuir essa grandiosa bênção divina, comprometi-me a entregar, juntamente com todos os senhores, meu corpo e minha alma a Deus, através de Meishu-Sama. Agradecendo por estarmos sendo formados para, unidos ao Messias Meishu-Sama, nascermos mais uma vez, orei pedindo para ser utilizado junto com todos os senhores na consumação do propósito divino, louvando do fundo do meu coração, o Supremo Deus que se encontra junto a Meishu-Sama. Estou profundamente agradecido pelo empenho de todos os messiânicos em cultivar a fé fortemente ligada ao Messias Meishu-Sama, buscando compreender, através da “Prática do Sonen” e da “Prática do Sonen
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de Gratidão” o significado da verdadeira felicidade e do amor altruísta pregados por Ele. Ao mesmo tempo, esta prática está gerando uma “Corrente da Salvação” que conduz à “Corrente da Felicidade”, levando assim, a verdadeira felicidade a muitas pessoas. Pude compreender como os senhores estão sendo guiados por estas práticas, por meio das inúmeras experiências de fé enviadas pelos messiânicos do Japão e de todo o mundo e, com muita gratidão, compartilho do seu aprendizado e alegria. Agradeço, ainda, por se empenharem diariamente, alicerçados nessas práticas relacionadas ao Sonen, no desenvolvimento da obra divina de construção do Solo Sagrado de Kyoto e das três colunas de salvação – Johrei, Agricultura (Alimentação) Natural e Salvação através do Belo. Sobre esta última, aprendendo com o dia-a-dia de Meishu-Sama, os senhores estão se empenhando em contatar com obras de arte de alto nível, em estreitar o relacionamento com a Natureza e em tocar o sentimento das pessoas, dedicando-se, assim, em cultivar a beleza do próprio sentimento, que é o sentido mais amplo da Prática do Sonen. Estou profundamente emocionado em saber que, através dela, os senhores estão se empenhando para se tornarem transmissores da vibração da beleza do coração, ou seja, “obras de arte vivas” do Supremo Deus. Agradeço também, de coração, a todos aqueles que, imbuídos do sentimento de Meishu-Sama, que reuniu, com todo amor, inúmeras obras de arte consideradas tesouros da humanidade, tornaram-se “amigos do Museu MOA” por reconhecê-lo como museu de Meishu-Sama e, hoje, apoiam suas atividades com muito amor e presteza. Atualmente, temos a oportunidade de apreciar a exposição dos trabalhos da Terceira Líder Espiritual, presidente da Fundação Cultural e Artística MOA, intitulada “Pequenos Esboços”. Eu também apreciei esta mostra e, realmente, suas obras possuem um estilo original que confortaram meu coração, graças à beleza e à suavidade de suas cores. Expresso todo meu respeito e admiração pela postura da Terceira Líder Espiritual em tomar a liderança de desenvolver a Salvação através do Belo, herdando
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o sentimento de Meishu-Sama que disse que o “Paraíso é o Mundo da Arte”. Todas as vezes em que eu participo de um Culto, noto a constante presença de muitos membros e ministros vindos de vários países do exterior, que, apesar de terem feito uma longa viagem, têm um olhar sempre brilhante. A pureza com que os membros do exterior buscam Meishu-Sama, sua docilidade e alegria me impressionam e me emocionam profundamente. Graças a este contato com os membros do exterior, consegui compreender que os membros de MeishuSama não estão apenas no Japão, mas sim em várias regiões e países do mundo. Por isso, estou consciente de que preciso me empenhar para compreender e praticar os Ensinamentos de Meishu-Sama de maneira universal, para que eles se tornem alimento espiritual de pessoas do mundo inteiro, ensinamentos que permaneçam vivos para todo sempre. Neste sentido, é muito importante aprofundar o intercâmbio entre os membros do Japão e os membros do exterior. Bem, nós desejamos servir à Divina obra de projeção do Paraíso no plano terrestre chamada “Construção do Paraíso Terrestre”. Sendo assim, onde estará este Paraíso, que é a parte essencial? Quando penso nele, logo imagino um lugar muito alto e distante, que indico apontando para cima, como se fosse no Céu. Porém, Meishu-Sama escreveu a seguinte caligrafia: “O Paraíso está dentro do meu coração”. Ele compreendia claramente que o Paraíso estava dentro do seu coração, ou seja, no mundo da consciência. Não consigo deixar de pensar que, se Meishu-Sama escreveu sua forma de compreender o Paraíso em uma caligrafia e a outorgou aos membros, foi para nos incentivar a ter a mesma compreensão. Eu preciso tornar-me uma pessoa que acredita firmemente estar unida a Meishu-Sama e que é capaz de dizer: “O Paraíso está dentro do meu coração”. Meishu-Sama nos ensinou que a alma é o centro do ser humano. Como nossa alma foi preparada de antemão no Paraíso como uma partícula do Supremo Deus, e nós a recebemos para ter a permissão de vivermos neste mundo, será que não poderíamos afirmar com toda certeza que “o Paraíso está dentro de nós”? Meishu-Sama também diz em um de seus poemas: “Apesar de não poder ser visto pelos olhos humanos, o Plano de Deus já está pronto no Mundo Espiritual.” Nesse poema Meishu-Sama está nos ensinando que, apesar de ser invisível aos olhos humanos, o Plano de Deus já foi concluído no Mundo Espiritual. Sendo assim, para nós, onde está o Mundo Espiritual? O Mundo Espiritual é o mundo da nossa consciência, o mundo do Sonen; portanto, o Mundo Espiritual também não estaria dentro de nós? Se o Plano Divino está concluído no Mundo Espiritual, isso não significaria que o Plano Divino está concluído dentro do mundo da nossa consciência? Para mim, o ponto mais importante do Plano de Deus é o que Meishu-Sama chama de “Transição da Era da Noite para a Era do Dia”, ou seja, a grande
transição realizada no Mundo Espiritual, onde nosso coração passou do mundo encoberto pelas trevas, que é o mundo da noite, para um mundo radiante de luz, que é o mundo do dia. O avanço do Plano de Deus tem o mesmo sentido que o transcorrer da projeção da “Transição da Era da Noite para a Era do Dia” realizada pelo Supremo Deus no mundo material, que é uma dimensão onde existem tempo e espaço. Dentre as inúmeras caligrafias de Meishu-Sama, podemos ver as caligrafias “Claridade sobre o Céu e a Terra” e “Renascimento do Céu e da Terra”. Isto significa que, dentro de sua consciência, Meishu-Sama já havia intuído e adquirido a convicção de que a atuação da “Transição da Era da Noite para a Era do Dia”, realizada pelo Supremo Deus, já havia sido completamente renovada desde o Paraíso, que é o mundo da essência, até o plano terrestre, que é o mundo da matéria, permeando todas as dimensões, renovando também o Céu e a Terra. Por isso, Meishu-Sama pôde dizer que iria “construir” o Paraíso sobre a Terra. Eu acredito que existe uma grande diferença entre esperar e “construir” o Paraíso Terrestre. Caso o Paraíso não existisse dentro de nós, nossa vida não seria resumida a uma simples espera pelo advento do Paraíso Terrestre? Se nós aceitarmos, em nosso Sonen, que o Paraíso existe dentro de nós mesmos e reconhecermos que, com a “Transição da Era da Noite para a Era do Dia”, o Céu e a Terra estão completamente renovados, conseguiremos ser utilizados verdadeiramente na Obra Divina de “construir” o Paraíso Terrestre, ou seja, na construção do Paraíso Terrestre. No entanto, nós acabamos achando que é difícil aproximar-nos dessa compreensão adquirida por Meishu-Sama. Por que será que nós pensamos dessa maneira? Para nós, o mundo das atividades humanas, aqui incluindo as atividades da Natureza e de todos os seres da Criação, é o mundo que nos rodeia, que está fora de nós. Sentimos também que tanto os fatos próximos a nós quanto os diversos acontecimentos do mundo se sucedem no mundo visível, que se desdobra fora de nós. Assim, alternando alegria e tristeza, esperança e decepção, chegamos a pensar: “Quando será que o Paraíso Terrestre vai ficar pronto?” ou “Parece que o Paraíso Terrestre não passa de um sonho”. Porém, quem reconhece os acontecimentos que foram vistos, ouvidos e sentidos, e manifesta diversas reações em relação a eles, não é o nosso lado de fora, mas sim, nosso lado de dentro, não é mesmo? Sendo assim, no final das contas, nós não deveríamos reconhecer que tanto o Céu como a Terra, e até mesmo a sociedade humana, não estão fora, mas sim, dentro de nós? Como os cinco sentidos, responsáveis por esta percepção, e a consciência, gerada com base nesta percepção, estão voltados apenas para o mundo visível dos fenômenos, temos a tendência de julgar as pessoas com base nos critérios de bem e mal do plano terres-
tre. Nós não estaríamos sendo levados pela atuação de um mundo desordenado, onde entramos em conflito uns com os outros? E, devido a isso, não conseguimos pensar que o Paraíso existe dentro do nosso coração e muito menos pensar que o Plano de Deus já foi concluído no Mundo Espiritual, ou seja, dentro do nosso coração, que é o mundo do Sonen? O mundo do Sonen, que é o coração, ou seja, a autoconsciência, que existe junto ao nosso corpo material na condição de recipiente [da alma, da vontade divina], é responsável pelo mundo onde se realiza a etapa final da Criação, em outras palavras, pela parte mais externa da Criação realizada pelo Supremo Deus. Esta é a noção de “EU” que percebemos constantemente. A consciência [do Supremo Deus], enquanto partícula divina que existe junto ao nosso corpo espiritual, é responsável pelo mundo onde se realiza o início dessa Criação. Podemos dizer que temos dentro de nós o início e o fim da Criação. Fomos preparados para fazer constantemente, dentro de nós, o retorno e o intercâmbio com o “eu inicial” e o “eu final” junto com o ar que inspiramos e expiramos. Nossa essência se encontra na partícula divina, que é o mundo inicial. Nela existe o que poderíamos chamar de a nossa “semente”. Esta “semente” não seria o Paraíso dentro de cada um de nós? Esse Paraíso não é um jardim limitado por fronteiras como geralmente o ser humano imagina, mas sim, uma dimensão eterna e ilimitada repleta de verdade e de amor. Portanto, mesmo que nós não consigamos perceber o mundo dessa dimensão através de nossa autoconsciência atual, precisamos voltar continuamente nosso sentimento para o “eu inicial”, pois nele está a atuação do Paraíso que devemos herdar. Será que nós não deveríamos nos esforçar para inspirar o sopro da vida do Supremo Deus em meio ao ar que inspiramos e expiramos, junto com Meishu-Sama? Será que a realização do intercâmbio com o Supremo Deus desta forma não seria a prática básica para sermos utilizados na “Construção do Paraíso Terrestre”? O Supremo Deus apiedou-se da humanidade, que inevitavelmente caminhava rumo à extinção, perdoandoa. Com a realização da “Transição da Era da
“O rei e a rainha”. Obra de Henry Moore no Museu de Arte MOA Atami, Japão.
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Noite para a Era do Dia”, Ele se encontra presente no plano terrestre através da “Força Absoluta”, que consumou a divina obra de perdoar, purificar, salvar e dar nova vida a toda humanidade. Ainda mais, sinto que Ele está procurando nos ensinar sobre a Obra que está realizando para nos treinar e criar como Seus “representantes”. Será que o Deus Supremo não estaria atuando para que nós possamos perceber, com nosso corpo e nossa consciência, que tanto os acontecimentos próximos a nós como os diversos acontecimentos de âmbito mundial são obras Suas? Ao nos fazer experimentar situações de destruição, o Supremo Deus não estaria nos treinando para que reconheçamos nelas Sua obra de construção e criação? Será que Ele não está querendo receber, através de nós, a Obra que Ele próprio realizou, utilizando nosso corpo espiritual e material e todos os demais seres? Por conseguinte, colocando em nosso peito a lembrança de nossos antepassados e muitas outras pessoas, precisamos anunciar para o nosso interior que a “Transição da Era da Noite para a Era do Dia” já se consumou e, ao mesmo tempo, por intermédio de Meishu-Sama, entregar ao Supremo Deus a obra já realizada. Aqui eu gostaria de falar um pouco sobre a questão de “entregar”. É possível que estejamos selecionando o que vamos entregar, de acordo com nossa conveniência. A cada instante surgem dentro de nós inúmeros pensamentos e sentimentos. Dentre os primeiros, não existem apenas os bons pensamentos, mas também os maus: “Estou preocupado, acho que não estou bem de saúde”, “Meu trabalho não vai bem por culpa daquela pessoa”, “Eles não me entendem”, “Por que será que aquela pessoa é tão cabeça dura e não muda nunca?”, “Por que será que eu sou tão azarado? Eu devo ter cometido muitos pecados”, entre outros. Revolta contra Deus, ódio, desprezo, julgamento e presunção ou, ao contrário, autodepreciação, são os vários tipos de pensamentos/ sentimentos que surgem em nós. Nesse momento, determino, segundo meus critérios, ou que estes sentimentos são naturais a qualquer pessoa ou que eu não posso pensar desta maneira. Assim, acabo guardando em meu coração coisas importantes que deveriam ter sido entregues e, deste modo, tenho a impressão de que estou cultivando as sementes da lamúria e da insatisfação. Na verdade, o simples Palácio de Cristal. fato do nosso coração ficar
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preso a certas coisas gerando vários pensamentos já não seria uma prova de que Deus nos perdoou com seu grande amor, consumando assim, Sua divina obra com Sua força absoluta? Seria melhor aceitar com gratidão o fato de Deus estar procurando receber Sua obra, exatamente agora, como manifestação de Sua glória. Ao nos fazer saborear sensações que somente a pessoa que vivenciou certa experiência é capaz de sentir, levando-nos a vivenciá-las na prática e voltarmos nossa consciência a elas, Deus está nos ensinando a olhar para toda a humanidade através da ação de olharmos para os antepassados e para um grande número de pessoas com quem nos relacionamos. Portanto, da mesma forma que Deus, com Seu ilimitado amor, olhou para mim e me salvou, eu devo me esforçar para receber, no Paraíso que existe dentro de mim, um grande número de pessoas, a começar pelos meus antepassados, todos os seres vivos e todos os elementos confiando-os ao Messias Meishu-Sama e entregando-os ao Supremo Deus para que todos possam ser perdoados, purificados, salvos e contemplados com uma nova vida. Deus conhece todos os nossos pensamentos e está presente em qualquer um deles . Gostaria que todos tivessem o cuidado para não se apropriarem desses pensamentos, guardando-os em seu coração ao invés de devolvê-los a Deus. Isto acabaria interrompendo o fluxo de retorno a Deus, tornando-se um empecilho para Ele, gerando assim, sofrimento físico e espiritual para nós. Ao invés disso, o que mais corresponde à Vontade Divina não seria lembrar que somos uma partícula divina ligada a Meishu-Sama? Será que a partir dessa posição não seria ideal encararmos, como se fôssemos uma terceira pessoa, a real situação da nossa autoconsciência e comunicar a conclusão da “Transição da Era da Noite para a Era do Dia” aos nossos antepassados e demais pessoas que estão presentes na nossa autoconsciência, entregando-nos por completo ao Supremo Deus? Certamente o Céu, a Terra e o mundo transbordarão de alegria quando nossos antepassados forem informados dessa bênção, a qual poderíamos chamar de Evangelho do Paraíso, e conseguirem retornar ao Supremo Deus onde se encontra Meishu-Sama. É essa alegria que eu gostaria de sentir, junto com os senhores, de corpo e alma. Além do mais, quando dizemos “entregar”, temos a tendência de pensar em entregar como se estivéssemos jogando algo para bem longe de nós. Entretanto, como Meishu-Sama e o Supremo Deus estão vivos dentro do meu “EU”, talvez seja melhor desejar cultivar o pensamento de que o local de entrega é sempre o centro do meu “EU”. Baseando-se na atuação de um novo Paraíso que concretizou a “Transição da Era da Noite para a Era do Dia”, é importante dizer: “Utilize-me juntamente com as demais pessoas para partilhar as bênçãos divinas com toda a criação”. Dessa forma, gostaria que todos nós trabalhás-
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semos na dedicação de semear pela superfície terrestre a “semente” chamada Paraíso. Deus recebe e utiliza este meu “eu do presente” que está sendo “entregue”. Isso acontece porque tudo está dentro do presente, determinado por cada um de nós. Como nós medimos o fluir do tempo, determinamos os períodos e percebemos sua duração, acabamos separando o passado e o futuro do presente com expressões como “acontecimentos passados”ou “futuro que ainda está por vir”. Porém, será que tanto o passado como o futuro não estariam ligados ininterruptamente dentro da linha do tempo? Quem ri ou chora ao se lembrar de acontecimentos do passado não é o “eu do presente”? Quem pensa no futuro que está por vir, preocupa-se ou fica na expectativa também não é o “eu do presente”? Da mesma forma que os antepassados estão vivos dentro do “eu do presente”, o passado também está ligado a este “eu do presente”. Portanto, o “momento presente” é tudo para o “EU”. Acredito que, se ao invés de continuarmos sem entregar, conseguirmos entregar a Deus tudo o que sentimos e pensamos no presente – inclusive pensamentos como “vou deixar para entregar depois que entender melhor” ou “um dia, mais tarde, entregarei” –, Ele certamente receberá tudo o que existe dentro do presente determinado por cada um de nós e concretizará Sua Vontade. Gostaria que todos tomassem cuidado para não deixar passar cada chance em que Deus nos ensina e nos faz sentir algo. No início deste mês, foi celebrado o Culto de Agradecimento pela Colheita. E, agora, estamos agradecendo todas as grandiosas bênçãos recebidas, refletindo sobre todos os acontecimentos e resultados alcançados durante o ano. Podemos cultivar diversos produtos, colher seus frutos e oferecê-los a Deus.
Porém, por mais que nós, seres humanos, nos esforcemos, nunca conseguiremos criar tais produtos. Todas as bênçãos da Grande Natureza também são preparadas por Deus. Será que, neste mundo, existe alguma coisa criada por nós, seres humanos? Todas as criações não teriam sido obras de Deus? Sendo assim, qual será o fruto mais importante para Deus dentro de tudo que Ele criou? Será que este fruto em questão não seríamos nós mesmos, ou seja, nossa autoconsciência? Deus nos legou uma partícula divina, que é a nossa “semente”, que resultou no fruto chamado consciência. Será que nosso dever não seria oferecer este fruto a Deus? Gostaria que nos tornássemos a própria oferenda, um fruto que, oferecido a Deus, Ele se alegre e aprecie. Com este objetivo, não deveríamos dedicar pedindo a Meishu-Sama para sermos criados e educados mais e mais como filhos que correspondam ao sentimento de Deus? Quando oferecemos a Deus os alimentos produzidos no campo ou relatamos os resultados alcançados com nosso esforço, deveríamos também entregar junto com estas oferendas nossa consciência, que está sendo criada e educada neste presente momento, para que ela seja recebida por Deus. Esta seria a verdadeira oferenda que Deus receberia de nós, não é? Para encerrar, vou orar para que, com a chegada de mais um novo ano, a força e a luz ilimitada do Supremo Deus possam ser partilhadas a todos os seres vivos através de cada um dos senhores, unidos ao Messias Meishu-Sama. Oro também para que seus dias sejam repletos de prosperidade. Muito obrigado.
1. Makoto é uma palavra japonesa, na qual estão implícitos os seguintes sentidos: sinceridade, fé, amor, lealdade, honestidade, fidelidade, cordialidade, verdade, devoção, lisura, constância, altruísmo e etc.
Inazuma Kaidan (Escada Relâmpago): Solo Sagrado de Atami.
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Ameixeira: a flor do início da primavera, no Japão.
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elicitações a todos pelo Culto do Início da Primavera. Com imenso e profundo respeito, digo-lhes que o Supremo Deus, Criador de todas as coisas, ao dar início à criação, preparou inúmeras partículas do Seu Espírito para criar o ser humano como Seu “representante”, ou seja, para fazer nascer os filhos que dariam continuidade à Sua sagrada obra. Uma vez que essas inúmeras partículas divinas contêm de maneira plena o ideal da criação do Supremo Deus, creio que elas, que são a essência da existência, podem ser chamadas de Messias. Por isso, “Messias” é a palavra que expressa a essência da existência denominada Partícula Divina. A alma, ou seja, a Partícula Divina, que é o corpo original de nós, seres humanos, não pertence a nós, mas sim ao Supremo Deus. Por isso, será que “Messias” não seria um nome sagrado que pertence ao Supremo Deus e não ao ser humano? Meishu-Sama afirma que “Deus é um e muitos ao mesmo tempo”, ou seja, a partícula divina do Supremo Deus é uma só e, simultaneamente, representa o todo. Sendo assim, creio que todos nós, toda a humanidade, estamos unidos à sagrada palavra Messias.
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Foi-nos revelado que, obedecendo ao ideal da criação do Supremo Deus, Meishu-Sama nasceu novamente como o Messias. Será que isto não significa que nós, ou seja, nossa consciência, unida a Meishu-Sama, está sendo criada e educada, para nascer novamente tendo como modelo Meishu-Sama, que concretizou a essência denominada Messias? Como essa essência pertence ao Supremo Deus, na condição de veículo da realização do plano divino de salvação da humanidade e de estabelecimento do Paraíso na Terra, ela tem a capacidade de manifestar toda sabedoria e força do Supremo Deus. Não seria por isso que nós, seres humanos, chamamos de “Salvador” a existência que consumou a essência denominada Messias? O fato de termos, dentro de nós, uma partícula do espírito do Supremo Deus significa que somos realmente existências únicas e estamos recebendo uma bênção grandiosa e indescritível. Entretanto, como o ser humano nunca teve consciência de que a partícula divina existente dentro de si possui o propósito Divino chamado Messias, ele veio até hoje ignorando a existência do Supremo Deus.
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Apesar disso, será que o Supremo Deus não estaria nos perdoando, mantendo-nos vivos, criando-nos e educando-nos para fazer de nós, Seus filhos, Seus “representantes”? Em 1935, Meishu-Sama escreveu o seguinte poema: “Arrependi-me do pecado de ter voltado as costas a Deus e, hoje, prosto-me diante d’Ele.” Em 1952, ele escreveu o seguinte poema: “É a força do Messias que vivifica o mundo de pecado que está prestes a extinguir-se.” Sei que não chego aos pés do nobre sentimento de Meishu-Sama que, como um ser humano, ignorou o Supremo Deus, arrependeu-se do pecado de ter voltado as costas para Ele e, por fim, prostrou-se diante d’Ele. Ao mesmo tempo, não existe alegria maior do que ter a permissão de conhecer Meishu-Sama, que foi alguém que conseguiu vivenciar e adquirir a convicção de que a humanidade, apesar de ter dado as costas para Deus e encontrar-se em iminente destruição, está sendo perdoada e acolhida como ser vivo pela força do Supremo Deus, ou seja, pela “força do Messias”. Se até Meishu-Sama reconheceu abertamente que estava virando as costas para o Supremo Deus, será que nós também não precisamos nos empenhar ao máximo para, enquanto tivermos a permissão de viver neste mundo, perceber, por pouco que seja, e reconhecer, do fundo do coração, quais atitudes nossas demonstram que estamos ignorando a Deus? Se eu não me conscientizar de que eu era uma existência que precisava ser perdoada, como poderei saber que estou sendo perdoado e que estou tendo a permissão de viver? Se eu não tiver essa consciência, poderei agradecer por tudo isso? Será que não é a partir daí que nasce a verdadeira gratidão? A nossa alma é realmente uma brilhante partícula do espírito do Supremo Deus. Isto é uma realidade. Caso contrário, seria mera fantasia. Eu acredito que não existe meio-termo para isso. Se a partícula do espírito do Supremo Deus não tivesse sido confiada a nós, como poderíamos nos tornar Seus representantes? O Supremo Deus faz parecer que as partículas do Seu espírito sejam nossas. Apesar da autoconsciência também Lhe pertencer,
Ele permite que nós a sintamos e a utilizemos como se fosse nossa. Desta forma, ao permitir que Sua vida, alma e consciência aparentem ser nossas, o Deus Supremo, em um eterno processo de formação, nos ensina e nos guia. Ele se empenha sem cessar para que, como filhos que poderão herdar a vida eterna, ou seja, como Seus verdadeiros filhos, possamos nascer novamente no Mundo Celestial. Será que o amor do Supremo Deus, que faz com que o que é Seu pareça ser nosso, não é a essência, a verdadeira face do que chamamos de amor? Será que o nosso ser já não está suficientemente preenchido pelo imenso perdão e amor de Deus? Será que a prática do amor altruísta não seria um treinamento para reconhecermos que esse amor existe plenamente em tudo e, juntos a Meishu-Sama, recebermos a permissão de retornarmos para junto do Supremo Deus? E mais: será que não passaremos a compreender e a praticar, cada vez mais, o ensinamento de Meishu-Sama “Não julgueis”, ao nos darmos conta de que julgar o outro é julgar a nós mesmos? Bem, estou profundamente agradecido a todos os messiânicos por estarem se empenhando diariamente, com base na diretriz “cultivar a fé que liga ao Messias MeishuSama”, visando ao aperfeiçoamento do indivíduo e à transformação do seu redor em paraíso. Eu suponho que, este ano, de acordo com as palavras do Revmo. Watanabe em sua saudação de AnoNovo, os senhores já começaram a se empenhar no sentido de expandir o círculo de transformação do seu interior em paraíso, estendendo-o à família, à localidade onde vivemos e à sociedade. Mesmo sendo um pequenino modelo, isso se dará conforme cada pessoa conseguir acreditar que dentro de si existe o paraíso, o qual deverá ser manifestado através de palavras e ações perfeitamente coesas à trilogia Verdade-BemBelo. Para que isso se torne possível, é necessário dar continuidade à “Prática do Sonen”, que se completa com o amor altruísta, começando pelo próprio lar, que é a menor unidade da sociedade. Desejo que as infinitas bênçãos de Meishu-Sama possam se manifestar nessas práticas dos senhores. O primeiro salmo de Meishu-Sama entoado no Culto de hoje foi: “Chegou a hora da minha Obra florescer como as flores que desabrocham e exalam sua fragrância com a passagem do inverno e a chegada da primavera.”
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Neste salmo, Meishu-Sama está expressando toda a sua alegria pela chegada do momento de evolução da Obra Divina, assim como as flores exalam sua fragrância com a chegada da primavera. O terceiro salmo de Meishu-Sama entoado no Culto de hoje é: “ Povos de todas as nações! Abram os olhos, pois chegou a hora da verdadeira salvação tão esperada por todos.” Como que comprovando o conteúdo deste poema, recebi o relatório que, atualmente, existem mais de 1.000.000 de messiânicos no exterior. No Culto do Início da Primavera realizado hoje, nós temos a presença de messiânicos vindos da Tailândia e de mais 10 países. Desta forma, pessoas não só do Japão, mas de diversos países, despertaram para a “verdadeira salvação” e vêm descansar no Solo Sagrado construído por MeishuSama. Tenho certeza que Meishu-Sama, como se estivesse observando seus amados filhos que retornam ao Paraíso, se alegra ao ver membros de todo o mundo que se reúnem para orar ou para aprimorar juntos. Há poucos dias, eu atendi um pedido especial para consagração de 50.000 Ohikaris que serão outorgados no continente africano este ano. A fé cultivada pelos membros da África, uma fé dócil e pura, torna-se uma grande força de concretização da “verdadeira salvação” preconizada por Meishu-Sama, pois tem algo de novo e emocionante, sendo um grande aprendizado para mim. Lembrando a história, Meishu-Sama instituiu a nossa igreja com o nome de Dai Nippon Kannon Kai em 1º de janeiro de 1935. Posteriormente, para acompanhar o desenvolvimento da Obra Divina, por ocasião do início da primavera de 1950, fundou a Igreja Messiânica Mundial, “sob uma nova concepção”. Creio que a palavra “mundial” colocada no nome da nova igreja tem um grande significado. Existem muitos povos, religiões, idiomas e costumes em todo o mundo. Creio que Meishu-Sama fundou a Igreja Messiânica Mundial para levar a verdadeira salvação para os povos do mundo inteiro. No momento presente, estou renovando minha maneira de pensar, pois acredito que preciso me empenhar para compreender e esclarecer de maneira universal os Ensinamentos de Meishu-Sama, bem como sua aplicação e prática, uma vez que eles também incluem Ensinamentos de diversas religiões do mundo e conseguem vivificar estes últimos verdadeiramente. No Ensinamento “Pragmatismo”, lido hoje, Meishu-Sama afirma que o religioso deve ser polido, eliminando o ranço da fé. Creio que, conforme vamos dominando e compreendendo claramente o fato de que os Ensinamentos de Meishu-Sama abrangem os Ensinamentos de diversas religiões do mundo e os vivifica, o ranço de nossa própria fé vai desparecendo naturalmente. Hoje é o dia 4 de fevereiro, dia do início da prima-
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vera. Meishu-Sama preconizou que o início da primavera não indica somente uma mudança da Natureza, mas também uma “mudança do mundo”, sendo um importante nó que se forma no ano. A maioria dos anúcios e eventos importantes dentro da Obra Divina foi feita por ocasião do início da primavera. Há também muitos poemas de MeishuSama que se referem a esta ocasião. Dentre eles, temos o seguinte: “A alegria pela tão esperada expansão da Obra Divina aumenta a cada início da primavera.” Assim, Meishu-Sama comemorava o início de cada primavera, todos os anos, como um importante marco para a Obra Divina. O que será que Meishu-Sama quer nos mostrar através dessa alegria renovada sentida a cada primavera? O Supremo Deus, com o passar do tempo, está constantemente preparando para cada um de nós uma nova atividade, fazendo com que evoluamos constantemente e nos formando para que amadureçamos. Será que Meishu-Sama não estava tentando fazer com que confirmássemos que estamos aqui para correspondermos a tal formação e sermos utilizados? Por exemplo, a afirmação de que o Sol nasce no leste e se põe no oeste é uma verdade aceita por todas as pessoas. Mesmo admitindo tal afirmação como verdade, esta não passa da visão que os seres humanos têm do Sol a partir da Terra. De forma objetiva, sabemos que a Terra gira ao redor do Sol. Hoje em dia, este fato é aceito com naturalidade. Entretanto, para as pessoas da antiguidade, que acreditavam que o Sol girava ao redor da Terra, ele causou uma grande reviravolta na visão de universo, de mundo. Atualmente, não ficamos presos apenas à maneira de ver o Sol tendo a Terra como centro, mas também podemos ver a Terra tendo o Sol como centro. Podemos ainda, pensar que é possível uma visão mais ampla partindo do imenso espaço sideral. O fato de conseguirmos desenvolver novas maneiras de ver algo pode parecer que estamos explorando mundos desconhecidos e fazendo novas descobertas. Porém, na verdade, não estaríamos relembrando a época em que, ainda no Mundo Celestial, tivemos a permissão de participar da criação de todas as coisas? Desta forma, creio que viemos trilhando o caminho da evolução e do desenvolvimento, enquanto relembramos as tarefas do Mundo Celestial. Meishu-Sama nos ensinou que, neste exato instante, o mundo está passando por um período de grande transição. O segundo salmo de Meishu-Sama entoado no Culto de hoje é: “Apesar de invisível aos olhos humanos, a grandiosa mudança do mundo avança dia após dia.” Este poema foi escrito por Meishu-Sama no dia do Culto do Início da Primavera de 1952.
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Ele nos mostra que estamos vivendo o exato momento da importante mudança do mundo, ou seja, um momento de grande transição, apesar de invisível aos olhos humanos. Não posso deixar de pensar que Meishu-Sama está estimulando a mudança de nosso padrão de pensamento e concepção para que nossa mente não fique presa a noções e preconceitos que dizem respeito não só à relação Deus e homem, mas também aos mais diversos temas e, assim, sejamos capazes de continuar evoluindo. Eu acredito que realizar esta grande transformação dentro de si salva cada um de nós, síntese de nossos antepassados, e nos guia ao aperfeiçoamento. Creio que essa expansão conduzirá à salvação e ao aperfeiçoamento do mundo. Tomando o Ensinamento de Meishu-Sama sobre o processo de purificação, por exemplo, sinto que Ele me orienta e me faz evoluir: através deste Ensinamento, Ele faz com que nossa visão abandone o preconceito de que tanto a doença quanto qualquer sofrimento ou angústia são meros acontecimentos destrutivos e negativos e, assim, poderemos ter verdadeira noção de que tais fatos são maravilhosas ações purificadoras de criação, que o Supremo Deus, através de Seu imenso perdão, está realizando. Na minha opinião, este Ensinamento sobre o “processo de purificação” nos impõe uma grande mudança em nossa maneira convencional de ver, pensar e viver, idêntica à mudança do geocentrismo para o heliocentrismo. Por isso, meu desejo é amadurecer o suficiente para que, ao ler os Ensinamentos ou ao tomar conhecimento ou vivenciar os diversos acontecimentos que me rodeiam, possa me libertar das concepções que tinha até agora e aceitá-los de maneira mais evoluída. Meishu-Sama vem mostrar os diversos “becos sem saída” com que as mais diversas áreas vêm se depa-
rando, no decorrer do progresso da civilização até os dias de hoje. Ele também proclama veementemente o caminho e a solução para aqueles. Será que esses “becos sem saída” não são, em resumo, a manifestação da postura adotada pela humanidade de colocar a matéria precedendo o espírito, ao invés do espírito precedendo a matéria, isto é, a manifestação da postura que não coloca Deus como elemento principal mas o ser humano? Desta forma, por mais que nos empenhemos desejando o progresso e a elevação, se continuarmos como até agora, vivendo a ilusão de que nosso “eu” nos pertence, e seguirmos levando uma vida baseada na natureza humana centralizada no “eu”, não poderemos ansiar pela evolução do ser humano no verdadeiro sentido da palavra. Meishu-Sama nos ensina: “Minha missão é retirar a natureza animal dos seres humanos animalescos, fazendo-os evoluir ao nível de verdadeiros seres humanos. Como a condição fundamental para isso é vencer o pensamento ateísta, em outras palavras, trata-se da obra de reforma do ser humano”. Nós, que chegamos a um beco sem saída, não temos outro meio para evoluir e chegar a ser “verdadeiros seres humanos” que não seja entrando em contato com a dimensão do “eu do início”, que é nosso corpo original. Em outras palavras, devemos voltar à dimensão da partícula divina e entrar em contato com a “existência real” que Meishu-Sama denominou “existência real de Deus”. Acredito que “evoluir e tornar-se um verdadeiro ser humano” é evoluir para chegarmos a ser verdadeiros filhos do Deus Supremo. O Supremo Deus, que é a vida eterna e Criador de todas as coisas, que a tudo vivifica; o Supremo Deus, que tudo realiza e tem poder sobre tudo, o Supremo Deus, que é a origem de todas as bênçãos – haverá alguma maneira do ser humano evoluir sem adorar esse Supremo Deus como pai de toda a vida? Será que o beco sem saída ao qual nosso dia-a-dia
Flor da cerejeira.
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chegou, não se deve ao fato de, por falta desta postura básica, estarmos impedindo o fluxo da vida eterna, fazendo com que todas as coisas – inclusive nosso corpo e mente – acabem se esgotando? Será que não foi para nos fazer ganhar o perdão e a salvação que o Supremo Deus realizou a grande transição do mundo das trevas para o mundo da luz, ou seja, a “transição da noite para o dia”, previamente, na dimensão do Mundo Celestial? Creio que a força que realizou a Transição da Era da Noite para a Era do Dia é o poder do Messias, mencionado por Meishu-Sama. Esse poder atua incessantemente na nossa autoconsciência, que traz em si a dimensão do mundo em que vivemos e vem nos ensinando e guiando para que nós, a humanidade, sejamos igualmente acolhidos como filhos do Supremo Deus. Assim, será que o caminho para nossa evolução não consistiria em nos lembrar do Mundo Celestial, que é a fonte da vida, e retornar à consciência original, ao invés de continuar no caminho que vem sendo trilhado pela humanidade até hoje? Não será esta a nossa evolução, o nosso progresso, o nosso desenvolvimento e o nosso crescimento, para que consumamos o propósito de criação do Deus Supremo, ou seja, para que toda a humanidade seja filha de Deus? Nós não evoluímos e crescemos para sermos reconhecidos pelos outros, para nos orgulharmos, para nos gabarmos ou para sermos melhor que os demais. Será que nosso esforço em evoluir e crescer não seria para conseguirmos nos tornar pessoas que, ao aprender algo ou conseguir realizar algo e, até mesmo, ao praticar o amor altruísta, consigam voltar-se para o Supremo Deus e dizer: “Foi o Senhor que realizou tudo, não foi? Muito obrigado”? Será que estas palavras não seriam palavras para nos tornarmos filhos que alegram o Supremo Deus? Será que “retornar” e “entregar” também não se traduzem nestas palavras? Não será por isso que nós estamos sendo formados diariamente, passando por várias experiências e aprendizados, vivendo as mais variadas emoções? Gostaria que, confiando no propósito divino, cuidassem para não negligenciar esse treinamento. Isto também serve para a “Prática do Sonen”, que deve ser praticada como um treinamento não para “minha” alegria, mas para que Deus e Meishu-Sama se alegrem. Na Natureza, tudo é realizado em ciclos. Da mesma forma, será que a nossa autoconsciência – que é o “eu
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do presente”, que partiu da “dimensão do início da criação” e chegou à “dimensão do final da criação” – não recebeu a ordem de se empenhar para servir à dinâmica da evolução, que consiste em retornar, partindo do final em direção ao início e levando consigo todas as atividades do mundo? Não consigo deixar de pensar que a “grande transição” e a “mudança de 180 graus”, mencionadas por Meishu-Sama, significam servir nas atividades de retorno ao mundo da nossa origem, ao mundo da causa. Assim como todo o universo, todos os diversos elementos, todas as emoções e todas as atividades humanas estão ligados ao “eu do presente”, através da “Prática do Sonen”, gostaríamos de ser utilizados para entregar tudo o que levamos conosco a Meishu-Sama e de ter a permissão de que o Supremo Deus, Criador de todas as coisas, receba tudo isso. O que importa neste instante é saber onde, dentro de nós, devemos fazer essa entrega. Mesmo que tentemos entregar na nossa autoconsciência, que é o “eu do presente”, que pertence à dimensão do final da criação, acabamos sempre favorecendo nossa conveniência uma vez que nosso interior é instável. A partícula do espírito do Supremo Deus é o nosso corpo original e está unida diretamente a Meishu-Sama. Nós estamos tendo a permissão de estar na dimensão deste mundo em que vivemos, que é a parte mais periférica da Criação, para servirmos aos trabalhos do Mundo Celestial. Por isso, nós devemos retornar à dimensão do Mundo Celestial onde existe nossa partícula divina, ou seja, ao nosso “eu do início”, levando conosco todas as atividades ligadas ao “eu do presente”. Será que não é somente através desse retorno que poderemos entregar tudo a Meishu-Sama, que ali se encontra, e ao Supremo Deus? Ao invés de entregar nossos sentimentos sozinhos, seria melhor entregá-los acreditando que estamos fazendo junto com Meishu-Sama e com inúmeros antepassados. Isto porque Meishu-Sama sempre está entregando ao Supremo Deus o sentimento do exato instante em que retornamos ao Paraíso. Nesse momento, devemos pensar que, como Meishu-Sama sempre entrega tudo a Deus por nós, não devemos tentar entregar sozinhos. Creio ser melhor entregar com o sentimento de fazê-lo junto com Meishu-Sama e com muitas outras pessoas. Será que o esforço para servir neste sentido não seria um aprimoramento importante para evoluirmos
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e nos tornarmos filhos do Supremo Deus? Com relação à atividade de retornar diante do Supremo Deus e entregar, creio que Ele está utilizando nossa respiração para concretizar Seu propósito. A respiração a que me refiro, não é a respiração somente da dimensão habitualmente pensada. Como já disse por ocasião do Culto de Natalício do ano passado, nossa respiração é uma atividade muito importante que permite que o “eu do início” e o “eu do final” fluam continuamente entre si, em constante intercâmbio. Creio que, quando respiramos, deveríamos cuidar para que inspirássemos com o sentimento: “Estou tendo a permissão de inspirar o ar assoprado pelo Messias Meishu-Sama.” E quando expirássemos, pensar: “Estou tendo a permissão de expirar em harmonia com o ar através do qual o Messias Meishu-Sama tudo recebe.” Assim como nas expressões “tomar fôlego” e “fôlego vivo” (que significa “ser humano”), o Supremo Deus, através da respiração, está tentando nos unir ao Messias Meishu-Sama, estabelecer um elo de reciprocidade d’Ele conosco, transmitir-nos Seu propósito e nos fazer herdar a vida eterna. Nós devemos, sem falta, agradecer por essa grandiosa bênção e corresponder ao desejo divino. Encerro minhas palavras orando para que as bênçãos do Supremo Deus possam ser partilhadas a todos os seres vivos através de cada um dos senhores, que estão unidos a Meishu-Sama, e que, como a brisa da primavera, tudo possa revitalizar, retornando a Meishu-Sama através da inspiração e expiração dos senhores. Agradeço do fundo do coração ao Supremo Deus, que está concretizando Seu propósito chamado Messias. Oro também para que os dias de todos os senhores sejam repletos de prosperidade. Muito obrigado.
SETSUBUN Sobre o Culto do Início da Primavera Por que o Culto do Início da Primavera é realizado em 4 de fevereiro, se esta estação, no hemisfério norte, só começa em 20 de março? Na verdade, isto está associado ao calendário lunissolar, tradicional do extremo oriente. Segundo este calendário, o ano se divide em 24 estações. O “início da primavera” (risshun, em japonês, ou lichun, em inglês), é o nome da primeira estação do ano, época na qual, no Japão, se costumava comemorar também o início do Ano-Novo (na China, comemora-se até hoje). A origem do nome talvez se dê ao fato de que, apesar de ainda prevalecer o frio rigoroso, nessa época, florescem as primeiras flores da ameixeira. Conforme disse Kyoshu-Sama, na palestra do Culto do Início da Primavera deste ano, para Meishu-Sama esta data “não indica somente uma mudança da Natureza, mas também uma ‘mudança do mundo’, sendo um importante nó que se forma no ano.” Isto porque, segundo Meishu-Sama ensinou, essa época do ano é muito importante, da parte de Deus, pois é um dia em que a purificação se torna mais intensa. Na verdade, isso acontece no setsubun (véspera do início da primavera) e no dia 15 de junho. A diferença entre as duas datas é que, nesta, o mundo espiritual fica mais claro, pois o elemento fogo aumenta. Já no setsubun, a atuação de Deus começa a mudar e é feito o ajuste de contas dos pecados e impurezas do mundo da noite. A cada ano, esse processo se intensifica cada vez mais.
O Solo Sagrado de Kyoto fica ainda mais bonito quando as cerejeiras florescem.
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A transição para a Era do Dia já está concluída
em você?
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elicitações a todos pelo Culto do Paraíso Terrestre realizado no dia de hoje. Com imenso e profundo respeito, eu acredito que o único Supremo Deus, que está vivo por toda a eternidade, tem como objetivo da criação fazer todos os seres humanos se tornarem Seus verdadeiros filhos. Para isso, Ele preparou a humanidade como inúmeras partículas do Seu espírito e está realizando Sua Obra incessantemente, neste instante também. Sendo assim, todos os seres humanos carregam consigo, desde o princípio, a missão de Messias, ou seja, de nascer novamente como filhos do Deus Supremo. Meishu-Sama utilizou as expressões “vinda do Messias” e “nascer novamente”. Eu acredito que a Obra realizada pelo Supremo Deus dentro de Meishu-Sama é um “modelo” da Obra que precisa ser realizada dentro de todos os seres humanos. O Supremo Deus está vivo dentro de cada um de nós, tentando fazer com que renasçamos como Seus filhos. Não consigo deixar de pensar que Meishu-Sama nos ensinou isso através da Sua postura. Como, originariamente, somos filhos do Supremo Deus e partículas do Seu espírito, será que Sua vida e a nossa vida não estão unidas numa só? Será que a consciência original do Supremo Deus e a nossa autoconsciência, chamada “eu” do presente, não estão unidas numa só? Como, desde o princípio, nós também recebemos o sopro da vida do Supremo Deus e continuamos her-
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Yoiti Okada, Líder Espiritual da Igreja Messiânica Mundial. No alto, durante orientação aos messiânicos, no Templo do Solo Sagrado de Atami (Japão).
dando-o agora também, devo pensar que o espírito e o corpo, ou seja o Céu e a Terra, não são existências completamente distintas e que, apesar das diferenças entre uma dimensão e outra, eles são unos. Por não ter essa consciência, eu considerava que tudo o que está ligado à minha autoconsicência me pertence, ou seja, considerava como meu tudo o que vejo, escuto, sinto ou acredito ser bom ou ruim. Por isso, preciso que o Messias Meishu-Sama receba tudo que eu sinto no meu coração e no meu corpo físico, entregando ao Supremo Deus tudo aquilo que vim considerando até hoje como meu, e orar para ser vivificado, juntamente com todas as coisas, por uma atuação de grande harmonia. Apesar de pensar que somos nós que estamos fazendo esta oração, como na verdade Meishu-Sama está dentro de nós orando ao Supremo Deus, precisamos rezar com o Sonen de estar orando junto com MeishuSama, retornar ao princípio da vida e ter uma relação mais íntima com o Supremo Deus – o Pai da vida.
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Se não fizermos a felicidade do próximo, não poderemos ser felizes
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IZUNOME
“A grandiosa força de salvação do Messias, Agradeço de todo coração pelo empenho de todos tão esperada por toda humanidade, irá se manifestar” os messiânicos em cultivar a fé que liga ao Messias Dessa maneira, Meishu-Sama percebeu que a força Meishu-Sama, e em querer participar da Divina Obra de salvação da humanidade e construção do Paraíso de salvação do Messias, tão ansiada por toda a humaTerrestre, não medindo esforços para aperfeiçoarem- nidade, tomava todo o Seu interior. Nós somos seres se individualmente, e para transformar seu redor em que servem à “salvação realizada pelo Messias” na Paraíso através do estudo e prática dos Ensinamentos. condição de instrumentos de Meishu-Sama, como se Por meio, especialmente, da “Prática do Sonen” os fôssemos parte do Seu corpo. Sendo assim, apesar de senhores estão se empenhando para se tornarem pes- sermos seres individualizados, sem sombra de dúvida soas capazes de agradecer em qualquer circunstância formamos um só corpo com Meishu-Sama. Por isso, e, desejando a felicidade do outro, estão se dedicando será que não deveríamos entender que este poema esà prática do amor altruísta, revelando assim, imenso crito por Ele está se referindo a cada um de nós tamrespeito pelo sentimento de Meishu-Sama expresso bém, já que estamos unidos em um só corpo? Na condição de pessoas que servem a Meishu-Sama nas palavras: como Seus instrumentos, a nossa maior e mais im“Se não fizermos a felicidade do próximo, portante tarefa é saber onde devemos centralizar o não poderemos ser felizes”. Para mim, essa postura dos senhores é muito nobre. nosso Sonen. Se o centralizamos neste mundo da forBem, de onde surge o sentimento do amor altruísta ma, um mundo que tem como sujeito principal a autoque os senhores estão praticando? Será que ele não consciência, acabamos nos colocando em primeiro plano. Dessa forma, nosso sentisurge do Supremo Deus, que é a mento de querer receber graças, origem de todas as coisas? Ele ama de querer ser abençoado, acaba todos os seres humanos e o Seu sendo predominante. amor está presente em todos os Meishu-Sama escreveu o seseres, em toda a Natureza, enfim, guinte poema: em toda a Criação. “Com o desejo de salvar Penso que a Divina obra de sala humanidade, conduzindo-a vação da humanidade e de consao Paraíso, primeiramente trução do Paraíso Terrestre, bem tornei-me, eu próprio, como todos os Ensinamentos de habitante do Paraíso” Meishu-Sama são, ao mesmo temEste poema mostra que, para po, a concretização da Verdade e a salvar pessoas, em primeiro luexpressão do amor do Supremo gar nós precisamos nos tornar Deus. Sendo assim, qual será o obMEISHU-SAMA um habitante do Paraíso. Tenho jetivo, o propósito desse amor? a impressão de que Meishu-Sama Acredito que é fazer do ser humano Seu verdadeiro filho. Será que não foi para rea- está nos ensinando: “Olha, mesmo que se diga que a lizar este objetivo que o Supremo Deus preparou inú- humanidade está esperando ansiosamente a salvação meras partículas do Seu próprio espírito? Por isso, do Messias, somos nós os responsáveis pela nossa próacredito que Seu amor foi vertido sobre todas as pes- pria salvação, pois, no final das contas, tudo está ligasoas, de maneira imparcial. Creio que a “Prática do do a nós mesmos.” É por causa disso que, reconhecendo Amor Altruísta”, que vem sendo realizada por todos que o Paraíso – princípio da minha vida – existe até os senhores corresponde ao propósito do amor do Su- hoje no âmago da minha consciência, desejo ser utipremo Deus e é uma prática extremamente nobre, atra- lizado, junto com todos os senhores, na salvação que nos permite retornar ao Paraíso junto com um grande vés da qual podemos servi-Lo. Será que os senhores não estão sendo utilizados na número de pessoas. Tenho a impressão de que o fato de conseguirmos Divina Obra que fará com que as pessoas que ainda não despertaram para o amor e o propósito do Supre- reconhecer, de coração, Meishu-Sama como o Messias, mo Deus, bem como os antepassados que desconhe- bem como o fato de estarmos nos empenhando em agraciam este propósito, possam todos retornar ao Paraí- decer e também em oferecer nosso servir por meio da so? Acredito que, desde o princípio da criação, o Su- “Prática do Sonen” e da “Prática do Amor Altruísta”, premo Deus deixou preparado o caminho para retor- enfim, o fato de estarmos conseguindo sentir todas essas narmos a esse princípio. E eu acredito que este caminho coisas não seria porque o Supremo Deus nos agraciou não é outro senão o propósito divino de fazer todos os com o grandioso perdão que é o Seu amor, e estamos seres humanos serem contemplados com uma nova recebendo a permissão de nos lembrarmos de como vida. Sendo assim, o mais importante é praticar o são as coisas no Paraíso? Por meio do Seu grandioso amor altruísta com o sentimento de que todos os nos- perdão, o Supremo Deus se apercebe da humanidade, sos antepassados, todas as pessoas que vêem à nossa que ignorava o propósito do Seu amor, e concretiza a mente e todas as pessoas que se relacionam conosco “transição da Era da Noite para a Era do Dia”, ou seja, salva a humanidade do mundo coberto pelas trevas da estão ligadas a este caminho. O primeiro salmo de Meishu-Sama entoado no ignorância e a guia ao mundo de Luz. Ou seja, Ele realizou uma grande transição no mundo espiritual. Culto de hoje foi:
Meishu-Sama percebeu a revelação da transição da Era da Noite para a Era do Dia ao subir o Monte Nokogiri, na província de Chiba, em 15 de junho de 1931. Tenho a forte sensação de que, neste exato instante, Ele está me perguntando: “Em você, a transição da Era da Noite para a Era do Dia já está concluída?”. Eu nunca havia pensado na relação que esta transição poderia ter comigo. Até então, minha compreensão sobre ela se limitava à revelação divina recebida por Meishu-Sama, 78 anos atrás. No entanto, como somos partes do seu “corpo” e formamos uma existência una com Ele, será que, na verdade, cada um de nós não está recebendo a permissão de recebe, por Seu intermédio, a força do Supremo Deus que concretizou a “transição da Era da Noite para a Era do Dia”? A força que realizou esta transição é o “poder de salvação do Messias”, a força que impulsiona a Divina Obra de salvação da humanidade e de construção do Paraíso Terrestre. É o poder que perdoa, purifica, salva, ressuscita e faz com que os seres humanos nasçam renovados. Hoje, quando já ocorreu a “transição da Era da Noite para a Era do Dia”, será que, no mundo espiritual, todos os seres vivos e todos os seres humanos já não
teriam entrado em uma fase completamente nova? Se conseguirmos compreender que, neste exato momento, nós estamos sendo criados e educados dentro de uma fase completamente nova, na qual a “transição da Era da Noite para a Era do Dia” já se realizou, e conseguirmos servir com esta consciência, certamente Meishu-Sama se alegrará e encaminhará cada um de nós para que, pouco a pouco, nosso interior também seja totalmente tomado pela força do Supremo Deus. Meishu-Sama mostrou-nos, com Sua vida, o modelo do habitante do Paraíso. Da mesma forma, gostaria que contiMEISHU-SAMA nuássemos nos empenhando em nos aprimorar para que tenhamos, cada um de nós, a permissão de sermos utilizados como “modelos” unidos a Ele. Por fim, estarei orando para que a graça Divina e a paz estejam sempre com os senhores. Junto ao Messias Meishu-Sama, manifesto minha mais profunda gratidão ao Supremo Deus pela força que realizou a “transição da Era da Noite para a Era do Dia” e perpassa todas as coisas, perdoando e vivificando a todos. Que os dias de todos os senhores sejam repletos de prosperidade. Muito obrigado.
Com o desejo de salvar a humanidade, conduzindo-a ao Paraíso, primeiramente tornei-me, eu próprio, habitante do Paraíso
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„Um único Solo Sagrado invisível está brilhando dentro de cada um de nós‰. Kyoshu-Sama é realmente uma pessoa muito especial. Além de, durante sua permanência no Brasil, ele e a esposa encantarem a todos com sua humildade, alegria e simpatia contagiantes, o Líder Espiritual surpreendeu os milhares de messiânicos que participaram dos cultos nos dias 1° e 2 de novembro ao proferir sua orientação em português. Ele deve ter treinado muito. Com certeza, não mediu esforços para que, com essa postura, nós pudéssemos sentir, através dele, a presença espiritual e o amor de Meishu-Sama por todos os messiânicos. A seguir, a orientação que ele proferiu nos cultos no Solo Sagrado de Guarapiranga.
Kyoshu-Sama ministra a Luz do Messias, Meishu-Sama, para os participantes do Culto às Almas dos Antepassados. DEZEMBRO EDIÇÃO ESPECIAL / 2009 –
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Meishu-Sama
Kyoshu-Sama, durante orientação no Templo Messiânico de Atami.
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elicitações a todos pelo Culto de Outono realizado no dia de hoje. Com imenso e profundo respeito, digo-lhes que o único e Supremo Deus preparou cada um de nós, que somos partículas do Seu espírito, para fazermos com que todos os homens sejam verdadeiros seres humanos, isto é, para cumprirmos o propósito de fazer de nós Seus verdadeiros lhos. Meishu-Sama se conscientizou do fato indiscutível de que esta partícula do Supremo Deus habitava seu interior e nele atuava. O fato de Meishu-Sama nascer novamente por intermédio do propósito Divino signica que o Supremo Deus tornou plena Sua própria divindade dentro de Meishu-Sama. É por isso que digo que Meishu-Sama é o Messias. No culto de hoje, com sentimento renovado e com muita gratidão por estarmos sendo criados e educados em união com Meishu-Sama, louvamos o Supremo Deus, que se encontra junto a ele. O Supremo Deus está vivo dentro de nós. Nossa vida é a Sua
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o modelo básico do ser humano
paradisíaco vida. Nosso corpo original é a partícula do Seu espírito. O fato dessa partícula existir dentro de nós, signica que Sua divindade existe. Nós precisamos devolver a Ele, que atua dentro de nós, toda autoridade, honra, força, virtude e salvação. Ao longo da história, o ser humano construiu uma grande barreira entre si e Deus, que é a origem da vida, da consciência e da alma. Até agora, viemos tentando acreditar n’Ele, colocando-O num lugar muito distante de nós. A maior ignorância de toda a humanidade foi ignorar a verdade de que Deus, o pai da vida, existe dentro de cada um. Precisamos reconhecer que esta ignorância se transformou no nosso subconsciente e está profundamente gravada no coração de cada um de nós, que somos a síntese de nossos antepassados. Porém, só continuamos recebendo a permissão de estarmos vivos e de sermos criados e educados, porque fomos perdoados de tal ignorância. Meishu-Sama nos ensinou que Deus existe. Contudo, tenho a impressão de que eu estava interpretando esse fato de maneira não muito séria. Reconhecer como realidade que o Supremo Deus é a nossa própria vida e que Ele está vivo dentro de nós por toda a eternidade signica aceitar a divindade que existe dentro de nós. Isto também signica admitir a divindade presente em cada pessoa. Creio que, ao invés de tentar entender este fato por meio da inteligência humana, seria melhor tentar fazê-lo com o sentimento de nos estar lembrando da nossa terra natal. Se conseguirmos pensar, ao menos um pouco, dessa maneira, acredito que o mínimo que podemos fazer para corresponder à Vontade de Meishu-Sama e externar nossa profunda consideração a Deus é comunicar claramente a Deus e a Meishu-Sama algo nesse sentido: “Recebi a permissão de me conscientizar de que o Supremo Deus realmente existe dentro de mim, de todos os seres humanos e de tudo o que existe. Estou imensamente agradecido! E oro para que esta graça de Deus esteja junto a todos!” Acredito que o Supremo Deus nos uniu a MeishuSama e, ao nos fazer retornar a Ele, está se esforçando para fortalecer o elo de reciprocidade conosco. Seguir se esforçando nas práticas que correspondem à vontade de Meishu-Sama e, ao mesmo tempo, tentar fortalecer o elo de reciprocidade com o Supremo Deus sozinho, não é fácil. O contato com outras
pessoas e as inúmeras experiências vividas por nós são treinamentos muito importantes. Quando tentamos praticar isso sozinhos ou em um grupo limitado, com frequência acabamos nos sentindo autossucientes, o que poderá nos levar a um beco sem saída. Neste sentido, a participação de messiânicos pertencentes às três Igrejas Filiais que integram a Igreja Messiânica Mundial (Igreja Mãe) no 2º Congresso Internacional de Membros, realizado pela Igreja Su no Hikari, no último dia 5 de julho, na cidade de Matsuyama, é algo muito signicativo. Este grandioso evento contou com a participação de 2.400 messiânicos. A Igreja Izunome foi representada por cerca de 165 caravanistas vindos de 13 países e por 300 messiânicos japoneses. Eu estive lá e pude sentir alegria e gratidão pelo fato desse congresso ter se mostrado como um local de intercâmbio e de aprendizado, repleto de alegria e motivação. Creio que um encontro com a participação de messiânicos das três Igrejas em um mesmo lugar só pôde ser realizado porque Meishu-Sama considera e utiliza todos os membros, sejam do Japão ou do exterior, como um só corpo, o seu. Além do mais, desejo que intercâmbios como este, sejam eles grandes ou pequenos, que permitem aos nossos corações comunicar-se, continuem a ser realizados. Oro para que, dessa forma, unidos num só coração com Meishu-Sama, consigamos aceitar as diferenças e as peculiaridades da maneira de atuar de cada um, vivicando uns aos outros e, de mãos dadas, servir à divina obra de Meishu-Sama, de maneira desimpedida. Sinto muita gratidão pelo empenho de todos os messiânicos da Igreja Izunome em elevar a consciência de que estamos unidos ao Messias Meishu-Sama, desejando tornar-se um modelo do ser paradisíaco por meio da Prática do Sonen de Altruísmo. Considero esta prática a atividade básica para corresponder ao sentimento de amor do Supremo Deus, que ui sem cessar dos Ensinamentos e das realizações de Meishu-Sama. Meishu-Sama armou: “Se não zermos a felicidade do próximo, não poderemos ser felizes” . Este ensinamento me faz pensar que a alegria do Supremo Deus está em amar toda a humanidade sem distinção e em desejar a felicidade de cada pessoa. A essência do sentimento do Supremo Deus não consiste em julgar o ser humano – mas em perdoar e fazer todos os homens se tornarem verdadeiramente vivos.
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Revmo. Tetsuo Watanabe apresenta membro de caravana do exterior, que recebe cumprimento de Kyoshu-Sama.
Meishu-Sama escreveu o seguinte poema sobre si mesmo: “Tornei-me um ente do Paraíso Ao ter meu corpo e alma puricados pela Luz de Deus.” Neste poema, ele, como representante do Supremo Deus, nos mostra como realmente é: alguém que habita o paraíso e que deverá personicar o sagrado sentimento de amor que salva o maior número de pessoas possível. Nós estamos nos esforçando para nos tornar modelos de pessoas paradisíacas, e Meishu-Sama deve ser tomado como nosso exemplo. Ele é, para nós, o modelo básico do ser humano paradisíaco. Sendo assim, no que diz respeito à realização da Prática do Sonen de Altruísmo, o fundamental é servir com o sentimento: “Que a vontade de Meishu-Sama se concretize em mim!”, “Que eu tenha a permissão de ser utilizado juntamente com todas as pessoas que se encontram junto a mim, a começar por meus antepassados, desde meus pais até os mais distantes.” Como a nossa terra natal é o Mundo Celestial, devemos conar incondicionalmente no que o Supremo Deus, que está com Meishu-Sama, deseja. Devemos, ainda, reconhecer o fato de que Ele atua dentro de nós e está, assim, comprovando Sua existência. Esta é a nossa fé em sua essência. Entretanto, durante muito tempo, grande parte da humanidade acreditou que seu desejo era igual ao de Deus e, para que Este atuasse e o realizasse, veio crendo n’Ele fervorosamente. A gratidão e as práticas priorizavam os próprios desejos, muito mais do que os desejos de Deus. Esta é
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uma postura de fé que coloca o homem como elemento principal e Deus, como secundário. É como se colocássemos o carro à frente dos bois. E, bem no fundo, nosso sentimento está impregnado deste tipo de fé. Nós falamos em eliminar o ego e a ambição, mas não conseguimos evitar que nosso sentimento prevaleça quando desejamos algo. É porque Deus conhece todos os nossos desejos e se manifesta neles, derramando Sua Luz, que é possível preocupar-nos com os problemas que nos cercam, ter esperanças ou desejar várias coisas. Sendo assim, antes de mais nada, o ideal seria agradecer a Deus por ter derramado Sua luz em nossos corações, rmar o sentimento de querer ser utilizado para que a Vontade Divina se concretize em nós e servir com sinceridade, deixando os desejos pessoais em segundo plano. No Ensinamento “Ser amado por Deus”, lido no culto de hoje, está escrito que “(...) o que desagrada a Deus é agir fora do caminho, mentir, fazer os outros sofrer e causar incômodo à sociedade”. Mentir é, dentre as atitudes que desagradam a Deus, a primeira a ser citada neste Ensinamento. Será que, para sermos amados por Deus, não deveríamos, pelo menos em relação a Meishu-Sama, deixar de mentir sobre nós mesmos e, com o coração aberto, entregar tudo, o bom e o mau, da maneira como realmente é? No nal deste mesmo Ensinamento, está escrito que “se praticamos a fé, mas não alcançamos a felicidade, é porque o motivo, infalivelmente, se encontra em nossos próprios corações.” Ao buscar essa causa, eu sempre esbarro na seguinte questão: consegue-se ou não ter gratidão?
A gratidão também é muito importante para a Prática do Sonen de Altruísmo. Meishu-Sama arma: “Meu ser está sempre pleno de gratidão a Deus”. Creio que, assim, ele está nos guiando para conceder-nos esse sentimento de gratidão contínua. Isto porque, sem ela, somos tomados pela insegurança e pela preocupação, começamos a comparar nossa situação à das outras pessoas e, como sentimos muita diculdade em nos colocar no lugar delas, pensamos que Deus é injusto e acabamos lamuriando. Ou talvez acabamos nos esquecendo de que fomos perdoados da ignorância de menosprezar e blasfemar contra Deus e, para nos proteger, acabamos, sem nos darmos conta, nos considerando melhores que os outros e deixamos de perceber que assim estamos acusando e julgando o próximo. Por conseguinte, de onde surge nosso sentimento de gratidão? Eu creio que a gratidão só surge porque existe alegria dentro do coração. Tal alegria resulta da alegria do Supremo Deus, que já concretizou, no Mundo Celestial, o plano de dar vida ao seres humanos, como Seus lhos. Ao mesmo tempo, Ele faz com que o coração das pessoas retorne ao Mundo Celestial e projeta a atuação deste mundo sobre a Terra, transbordando de alegria com a construção do Paraíso Terrestre. Sendo assim, o Mundo Celestial, que existe no interior de nossa consciência, está pleno da alegria do Supremo Deus. Ele perdoa nossa ignorância e se faz presente em nós para que cada um de nós possa saborear Sua alegria. Como o sentimento do Supremo Deus e o nosso caminham juntos, Ele permite que a sintamos em forma de gratidão. Por isso, mesmo que, no momento, não consigamos perceber a alegria de Deus em nosso coração, precisamos acreditar que, lá no fundo, certamente, ela existe. Seguindo adiante, ao comunicarmos esse sentimento, ele nalmente se traduzirá numa vida de constante gratidão. Além disso, se conseguirmos perceber que existe
gratidão dentro dos nossos corações, é importante não vê-la apenas como um sentimento de alegria nosso, mas sim, considerá-la como a manifestação da alegria do Supremo Deus. Neste momento, por exemplo, precisamos tomar cuidado para não nos esquecermos de orar a Deus dizendo: “É o Senhor quem está se alegrando, não é? Por favor, me utilize para que Vossa alegria possa ser partilhada com o maior número possível de pessoas”. Como eu já repeti várias vezes, o Mundo Celestial, ao qual nós precisamos retornar, não está fora de nós. Ele é um mundo de dimensão e de densidade muito elevadas, e existe dentro da nossa consciência. É o mundo da nossa essência, na qual existe a partícula do espírito do Supremo Deus e é também onde se encontra Meishu-Sama. Meishu-Sama armou que Deus é Luz. Nós somos partículas do espírito do Supremo Deus, por isso, a Luz existe dentro de cada um de nós. MeishuSama nos chamou de “companheiros da Luz”. Nós usamos o Ohikari no pescoço para conrmar que a Luz existe dentro de cada um de nós. Vamos todos servir juntos com o Messias MeishuSama na Obra Divina e, com a luz da salvação e da esperança, iluminar todas as dimensões que existem dentro de nós – o Mundo Divino, Espiritual e Material – tendo a permissão de seguir trilhando, com rmeza, o caminho de luz que brilha por toda a eternidade. Encerro minhas palavras, oferecendo minha mais sincera gratidão ao Supremo Deus – que vive por toda a eternidade – e orando para que as bênçãos e a paz de espírito de Meishu-Sama – que se encontra junto ao sopro da vida do Supremo Deus – possam recair sobre toda a humanidade e sobre toda a criação. Que os dias de todos os senhores sejam repletos de prosperidade. Muito obrigado.
Colina das Azaléias e Palácio de Cristal (Atami, Japão).
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