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Matosinhos na corrida para Cidade Europeia do Desporto 2025
Matosinhos apresenta candidatura para 2025
“Há dois anos que começamos a preparar-nos para esta candidatura. Nunca hesitamos. Somamos todas as peças, todas as coletividades e entidades, todos os parceiros desta rede de proximidade.
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Temos a certeza de que Matosinhos vai ser Cidade Europeia do Desporto em 2025”, disse aquando da apresentação, dia 6 de abril, a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, no Terminal de Cruzeiros de Leixões.
A atribuição do título- Cidade Europeia do Desporto- é levada a cabo pela Associação das Capitais e Cidades Europeias do Desporto. A candidatura de Matosinhos conta com o apoio da Associação Portuguesa das Cidades Europeias do Desporto (APCED). O anúncio do vencedor está previsto para o próximo mês de outubro.
O programa da apresentação da candidatura iniciou-se no Edifício dos Paços do Concelho, com a realização de uma aula de ginástica laboral que envolveu a participação de funcionárias da autarquia, prosseguindo a visita no Museu da Memória de Matosinhos. De seguida, na marginal de Matosinhos, decorreu um conjunto de atividades desportivas ao ar livre, com a participação de centenas de atletas de dezenas de coletividades em várias modalidades, como basquetebol, skate, aulas fitness, ténis de praia, dança, bicicleta, entre muitas outras. No mar, destacaram-se atividades como o surf, a vela e o mergulho.
Também no exterior do Terminal de Cruzeiros, a comitiva assistiu à demonstração de hipismo, capoeira, desportos motorizados, entre outros.
No topo, os convidados presenciaram um momento de patinagem artística e de dança.
Já no interior, a sessão foi conduzida pelo jornalista desportivo João Ricardo Pateiro, que salientou que “o desporto faz parte do ADN de Matosinhos”.
Na plateia, estiveram inúmeras personalidades ligadas ao desporto como os ex-futebolistas Vítor Baía, Eurico Gomes, Carlos Brito ou António Frasco, o árbitro Artur Soares Dias, entre outras glórias do futebol.
O presidente da APCED, Nuno Santos, reconheceu a “capacidade de mobilização do município neste projeto”, fator que considerou determinante para ter “sucesso na candidatura”. “O nosso pilar é o Desporto para Todos. A Cidade Europeia do Desporto é um projeto de desporto e de saúde para as pessoas. Portugal ganhou cinco vezes o prémio de melhor
Cidade Europeia do Desporto”, sublinhou, desejando boa sorte para a candidatura.
Cerca de 30% da população residente do concelho (mais de 50.000 pessoas) pratica pelo menos uma atividade desportiva regular, seja formal e competitiva, seja informal e não competitiva, e em diversos ambientes como as escolas, piscinas e ginásios municipais, clubes e instituições desportivas, academias e ginásios privados, praias, passadiços, marginais, praças e jardins. Matosinhos conta com 115 coletividades e mais de 10 mil atletas federados, em 45 modalidades.
Além do apoio à prática desportiva em todas as faixas etárias, incluindo o desporto adaptado e inclusivo, o município, nos últimos quatro anos (incluindo os da pandemia), organizou, apoiou e recebeu mais de 1.000 eventos desportivos, entre os quais mais de 700 atividades viradas para o desporto informal e para os cidadãos, na maioria gratuitas.
A candidatura de Matosinhos pretende, como tal, universalizar, ainda mais, a prática do desporto. Em 2025, estão previstos cerca de mil eventos, com a participação estimada de cerca de 200 mil pessoas, em várias modalidades.
“Que orgulho foi esta manhã. Que emocionante foi percorrer esta marginal. Tenho a certeza de que em outubro vamos ter uma grande festa”, concluiu a presidente da autarquia, depois de entregar a Nuno Santos uma caixa com o documento da candidatura e outros itens relacionados com Matosinhos e a sua história. Também a partir da data da apresentação, a candidatura conta com um site oficial www.matosinhosced2025. pt, que disponibiliza todas as informações relevantes na área desportiva do concelho.
Além de Luísa Salgueiro, marcaram presença o Diretor Regional do Norte do Instituto Português do Desporto e Juventude, Vítor Baltazar Dias, a presidente da Assembleia Municipal, Palmira Macedo, o vice-presidente da autarquia, Carlos Mouta, os vereadores Manuela Álvares, Fernando Rocha, António Correia Pinto, Vasco Pinho, Bruno Pereira, Pedro Rodrigues, Sérgio Meira e José Pedro Rodrigues, os administradores das empresas Matosinhos Sport, Henrique Calisto, e MatosinhosHabit, Helena Vaz, os presidentes das quatro uniões de freguesia, Lurdes Queirós, Leonardo Fernandes, Pedro Gonçalves e Paulo Ramos Carvalho, entre outras figuras.
Paulo Mengo Professor de História
O Populismo Asfixiante
Nos últimos tempos, mas muito concretamente quando o Presidente da República e, por arrasto, os órgãos de comunicação social começaram a abordar o assunto das eleições antecipadas passamos a ser fustigados por verdadeiras orgias populistas a que, infelizmente, nem os partidos democráticos escapam. Na realidade estamos a jogar no campo do Chega, que se sente em casa, coexiste muito bem com a situação e se alimenta dela como de pão para a boca. E, pasme-se, sem qualquer pudor, qualquer assunto serve para tal. Desde a chegada do Presidente Lula e da data de tal visita, da oportunidade do seu discurso, ou não, em sessão solene na Assembleia da República, do local escolhido pelas forças de segurança para as manifestações de desagrado pela visita, enfim uma autêntica espiral de desvario político que afronta a cidadania e as mais elementares regras de uma democracia adulta. Vejamos exemplos concretos: a suposta indignação do populista André Ventura face à visita de Lula, não se importando de convidar Bolsonaro e Salvini para o encontro de extrema direita em Portugal, sabendo que o primeiro se recusou a receber o Presidente Marcelo aquando da sua visita ao Brasil e que o segundo repetidamente declarou o seu apoio à Rússia (então, e as bandeiras da Ucrânia levantadas no Parlamento pelos deputados do Chega?); no mesmo pacote da visita de Lula queixava-se, ainda, Ventura de ter sido proibida a utilização de um palanque, bem como de aparelhagem sonora, a fim de falar aos seus apoiantes, aparecendo, de seguida, na mesma reportagem televisiva de microfone na mão em cima de uma carrinha de caixa aberta (truque de magia?); a nível dos partidos democráticos, pasme-se, o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, acusava o Primeiro-ministro de estar agarrado ao poder quando as eleições legislativas aconteceram há um ano e três meses; ainda no mesmo espaço político o aproveitamento, através de interpretações à “la carte” acompanhadas de pedidos de desculpa, de conversas oficiosas entre os mais altos dignitários da nação; também Montenegro não consegue escapar misturando, a propósito do caso Sócrates, o poder judicial com o executivo, acompanhado por um nível de decibéis desapropriado e um tipo de linguagem rasteira. Dito isto, não retiro responsabilidades ao Presidente Marcelo, que muitas das vezes se comporta como comentador abordando assuntos que exigem alguma reserva e ponderação, porque nem tudo o que pensamos devemos dizer e muito menos quando ocupamos determinados cargos. Por fim, mas não menos importante, alguma comunicação social que se julga intocável, sem qualquer limite e acima de qualquer lei, aproveitando tudo para especular na avidez da criação de factos políticos. Na realidade há que arranjar temas, não interessa como, a fim de ocupar tanto tempo de informação numa concorrência desenfreada e sem regras.