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Seminário Cláudio Perani - Legado profético: Desafios e Perspectivas

Perani, um profeta no solo sagrado da Amazônia

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“A sua forma de se inserir na Amazônia, de estar aqui, foi uma maneira de resistência, de luta, de organização. Cláudio acreditava muito que um projeto para a Amazônia tinha que partir de dentro... Dos povos que vivem aqui”, ressaltou Francisco Loebens do Conselho Indigenista Missionário - CIMI.

Esta afirmativa ganha força, dado o apelo que o Papa Francisco faz para que se escutem os povos da região amazônica no processo de preparação do Sínodo para a Amazônia, proposto para ocorrer em 2019. Visto que busca-se “novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.

Diante desse contexto de Sínodo e a insistência do Papa Francisco em exortar para uma “Igreja em saída”, as intuições do Pe. Cláudio Perani, SJ - sobre a missionariedade na Amazônia - encontra sentido e entra em comunhão com as aspirações do papa.

Seminário Cláudio Perani

A Encíclica Laudato Sí nos recorda de que “tudo está estritamente interligado no mundo” (LS 16) pelo paradigma da ecologia integral que considera as interações dos sistemas naturais com os sociais. Embora atual, esta reflexão já fazia parte das intuições do Pe. Cláudio Perani, SJ, sobre o discernimento da missão evangelizadora da Igreja na Amazônia. Isto porque acreditava numa missão encarnada e inculturada da Igreja a partir de seus povos, numa perspectiva ambiental e social. No último 8 de agosto, completou dez anos da Páscoa do jesuíta, mas o seu legado profético continua vivo!

Em razão de uma memória agradecida pelo missionário Perani, os Jesuítas na Amazônia, por meio do Serviço Amazônico de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental - SARES e Equipe Itinerante, junto com o Conselho Indigenista Missionário - CIMI, realizaram, de 8 a 11 de agosto, o Seminário Cláudio Perani, em Manaus (AM). Evento que fez jus ao tema escolhido “Legado Profético: Desafios e perspectivas”, em que se refletia a vida, a espiritualidade, a mística e metodologia libertadora do jesuíta, considerado um Profeta no solo sagrado da Amazônia. O evento resgatava o seu legado, mas com o pano de fundo o Sínodo para a Amazônia. Pois, acreditava-se que a figura de Cláudio traria elementos inspiradores dentro do processo sinodal.

Para abrir o Seminário, uma noite de fé e homenagens foi proposta no dia 8. A programação iniciou com uma Missa Amazônica presidida pelo Arcebispo emérito da Arquidiocese de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira, na Catedral Metropolitana – Nossa Senhora da Conceição. Seguida da “Exposição fotográfica Cláudio Perani” e apresentação da banda Raízes Caboclas.

Na manhã seguinte, dia 9, aconteceu uma Mesa Redonda nas dependências do Instituto de Teologia, Pastoral e Ensino Superior da Amazônia – ITEPES. Com o tema “Novos caminhos para uma Igreja com rosto Amazônico”, os célebres convidados: Pe. Justino Sarmento (SDB), Francisco Loebens, Francinara Martins, Pe. Ricardo Castro e Marcivânia Paiva colaboraram com a discussão por meio de suas compreensões e experiências nos desafios e realidades na Amazônia, com uma reflexão em torno da figura de Perani.

Castro enfatizou que aprendeu de Cláudio a importância da aproximação e escuta dos povos. “O que posso dizer que aprendi com Cláudio é de fazer este retorno de história oral, de nos aproximarmos das pessoas, no desejo de aprender com elas, de escutar suas experiências, mais do que pensar que temos somente que ensinar”, disse.

O restante da programação do evento proporcionou aos participantes uma visita ao túmulo onde Cláudio está enterrado, momentos

[...] NOS APROXIMARMOS DAS PESSOAS, NO DESEJO DE APRENDER COM ELAS, DE ESCUTAR SUAS EXPERIÊNCIAS, MAIS DO QUE PENSAR QUE TEMOS SOMENTE QUE ENSINAR”

Pe. Ricardo Castro

de depoimentos e textos daqueles que conheceram e conviveram com o jesuíta, caminhada dos mártires, roda de conversa sobre a contribuição do Seminário para o Sínodo, partilhas e propostas em grupo, mística do plantio, etc.

Texto e Fotos por Assessoria de Comunicação da PAAM

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