Jesuíta é nomeado promotor de Justiça pelo papa pág. 22
Processo de beatificação de dom Luciano pág. 11
JESUÍTAS BRASIL
Em
edição 8 | ANO 1 | setembro 2014 | jesuitasbrasil.com
INFORMATIVO DOS JESUÍTAS DO BRASIL
Especial • 14
Uma vida inteira dedicada à missão Especial • 14
Com a missão de orar pela Igreja e pela Companhia, os jesuítas das Casas de Saúde refletem a fé do corpo apostólico da Ordem
Companhia de Jesus participa de Feira Vocacional pág. 25
PUC-Rio ganha destaque em ranking internacional pág. 29
Aluno do Anchieta (RS) participa de cúpula da ONU pág. 35
Colégio Antônio Vieira promove Expo Ciência pág. 43
Conheça o futuro provincial da BRA pág. 47
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editorial
Entrando na Nova Província de mãos dadas com nossos idosos
Pe. Vicente Palotti Zorzo, SJ Provincial do Brasil Meridional
Estamos às portas da nova Província Jesuítas Brasil e já foi anunciada a escolha do padre João Renato Eidt como futuro provincial. Ele terá a bela tarefa de dar continuidade ao processo que, há anos, vem sendo construído. A nova porta que se abre nos leva a um vasto saguão, onde aparecem os quadros de muitas obras bonitas: algumas concluídas, outras em execução, em maquete e outras ainda em sonhos futuros. Nesse espaço do Reino em construção, a Companhia vai adentrando a passos suaves, mas firmes e decididos. Ao longo deste semestre, refletimos, individual e comunitariamente, sobre a organização da nova Província. Com frequência, aparecia a questão sobre a qualidade do acompanhamento das pessoas no exercício da missão. O
Estatuto da Província dos Jesuítas do Brasil−BRA, aprovado pelo superior geral da Companhia de Jesus, padre Adolfo Nicolás, no dia 1º de agosto de 2014, contempla muito bem os vários processos de acompanhamento. Diz o texto: Este estatuto estabelece uma nova estrutura de governo com a finalidade de que a Companhia no Brasil realize, com maior eficácia, sua missão, e os jesuítas atuem, com maior sentido de corpo apostólico, em uma comunidade viva e acompanhados por uma <curapersonalis> próxima
têm atividades apostólicas. Receberá a conta de consciência dos jesuítas destinados às três casas de saúde da Província e cuidará ainda do preparo dos jesuítas para o envelhecimento. Para Santo Inácio, a atenção aos idosos e enfermos era importante referência para os que estavam na missão. Hoje, esse cuidado continua sendo um valor: Nossos idosos e doentes continuam a ser apostolicamente fecundos, tornando, os outros, participantes da própria sabedoria acumulada pela experiência do serviço à nossa missão.
PARA SANTO INácio, a atenção aos idosos e enfermos era importante referência para os que estavam na missão. Hoje esse cuidado continua sendo um valor
e atenta. Espero que seja um instrumento de grande eficácia na renovação da vida e missão da Companhia no Brasil. Um destaque, nesta edição do Informativo, é a atenção ao jesuíta idoso e ao enfermo. Para tratar dessa missão, será designado o Delegado para o Cuidado da Saúde. Segundo os estatutos da nova Província, esse Delegado será um auxiliar direto do Provincial para o cuidado com a saúde dos nossos, tanto dos que estão em casas de saúde, quanto dos que estão em casas de idosos que man-
Eles devem procurar animar os seus companheiros pelo exemplo de sua entrega filial e confiante a Deus na doença e enfraquecimento das próprias forças (NC 244 §1). A 35ª CG (Congregação Geral) diz: A Congregação Geral deseja exprimir a sua profunda gratidão aos jesuítas formados de idade avançada que entregaram suas vidas ao serviço da Igreja. Também desejamos recordar-lhes que estão identificados tão de perto com o Senhor quando O servem com menos energias ou mesmo na doença e no sofrimento
como quando iam “proclamando o Reino por vilas e aldeias”. Aqueles cuja tarefa principal é orar pela Igreja e pela Companhia estão verdadeiramente em missão, e a sua contribuição para o bem da Companhia e o seu serviço ao Reino nunca serão suficientemente reconhecidos, uma vez que proporcionam um exemplo de entrega nas mãos de Deus, inspirador e consolador para os seus irmãos (D 4, 46). O fato de ter um Delegado para o cuidado da saúde denota que, na organização da nova Província, os idosos e enfermos são parte da missão, visto que são um elo que une o ontem e o amanhã e têm a árdua tarefa de manter a chama da fé viva. Rezar pela Igreja e pela Companhia é um desafio. Torna-se mais fácil quando temos qualidade de vida. Para isso, ajudam as residências que buscam oferecer condições favoráveis ao exercício dessa missão. Um ponto que tem chamado a minha atenção é o fato de que aqueles jesuítas que viveram a plenitude da vocação dão testemunho de que o envelhecer pertence à vida, isto é, não mata a vida, mas a transfigura, possibilitando uma maneira nova de viver, com fé, alegria e disponibilidade.
Boa leitura!
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CALENDÁRIO LITÚRGICO – OUTUBRO Próprio da Companhia de Jesus 3 de outubro São Francisco de Borja, presbítero
12 de outubro Bem-aventurado João Beyzym, presbítero
19 de outubro São João de Brébeuf e São Isaac Jogues, presbíteros e companheiros mártires
21 de outubro Bem-aventurado Diogo Luis de San Vitores, presbítero, e São Pedro Calungsod, mártires
30 de outubro Bem-aventurado Domingo Collins, religioso
31 de outubro Santo Afonso Rodríguez, religioso
Expediente
São Francisco de Borja, presbítero
Pe. Francys Silvestrini Adão, SJ Diretor editorial Pe. Geraldo Lacerdine, SJ Diretor do NCI
EM COMPANHIA é uma publicação mensal dos Jesuítas do Brasil, produzida pelo Núcleo de Comunicação Integrada (NCI) Contato NCI noticias@jesuitasbrasil.com www.jesuitasbrasil.com
Silvia Lenzi (MTB: 16.021) Editora e jornalista responsável Juliana Dias Redação Handerson Silva Diagramação e edição de imagens
Santo Afonso Rodríguez, religioso
Colaboradores da 8ª Edição Colaboradores: Pe. Bruno Schizzerotto (BAM), Pe. Carlos James dos Santos (BRC), Pe. Creômenes Tenório Maciel (BNE) e Pe. Matias Martinho Lenz (BRM). Aidil Brites, Belisa Lemes da Veiga, Daniel França, Pe. Dionel Amaral, Fabrício Fernando Bomfim, Francilma Grana, Paula Losada, Pe. Plutarco Almeida, Pe. Sergio Mariucci, as professoras do Diocesano: Conceição Neri (Arte) e Patrícia Prado (História) e Ana Ziccardi (revisão). Um agradecimento especial a todos os jesuítas que colaboraram com a matéria especial dessa edição. Fotos Banco de imagens / Divulgação Tradução das notícias da Cúria Geral Pe. José Luis Fuentes Rodriguez
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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO
Dedicação à arte de educar
Pe. Pedro Rubens Ferreira de Oliveira
Reitor da Unicap (Universidade Católica de Pernambuco) desde 2006, padre Pedro Rubens Ferreira de Oliveira ampliou seus desafios nos últimos tempos. Em 2012, foi eleito para a presidência da FIUC (Federação Internacional de Universidades Católicas), tornando-se o primeiro brasileiro à frente do cargo. Em novembro de 2013, assumiu a presidência da ABRUC (Associação Brasileira das Universidades Comunitárias), entidade da qual integra a diretoria há quatro anos. Em entrevista ao informativo Em Companhia, ele conta sobre seu trabalho à frente dessas instituições e sua dedicação à Educação. Como é o trabalho do reitor de uma universidade? Quais os maiores desafios dessa missão? A missão de um reitor é semelhante à de um regente de orquestra ou de uma banda sinfônica. A diferença entre uma e outra é, basicamente, que a banda é mais eclética e flexível. Trata-se,
portanto, da afinação de pessoas e de “instrumentos” diversos para realizar a arte de educar. A aposta que fazemos com a Educação visa à autonomia das pessoas e à inserção no mundo, definido como sociedade do conhecimento. No Brasil, essa inserção supõe também inclusão social. O papel da universidade está, portanto, intimamente relacionado com o desenvolvimento humano, social e científico de uma região e do próprio país. Dois grandes diferenciais, no entanto, definem a universidade brasileira: o tripé ensino, pesquisa e extensão; e a natureza tripartite de nossas instituições: universidades públicas estatais, privadas particulares e comunitárias (garantida pela Constituição Federal de 1988 e normatizada pela lei 12.881/2013). Os nossos maiores desafios, desse modo, são: primeiro, fazer valer uma verdadeira articulação entre ensino, pesquisa e extensão em vista da qualidade acadêmica, da inclusão social e da inovação técnico-científica; segundo, promover a universidade comunitária como serviço público não estatal, distinta das instituições com fins lucrativos e marcada por valores humanísticos; terceiro, no caso das nossas instituições, conciliar, de um lado, qualidade acadêmica com sustentabilidade econômica e, de outro, a autonomia universitária e o controle do Estado, sobretudo, marcado pelas restrições governamentais com relação às po-
líticas de assistência social. Desafios, porém, são igualmente oportunidades de repensar e atualizar a missão. Quais as principais características de uma universidade jesuíta? E como isso se reflete na qualidade do ensino e na formação dos alunos? A característica principal é substantiva: ser uma verdadeira universidade, segundo as exigências nacionais e internacionais. A partir de então, os adjetivos indicam os diferenciais: em nossa
a universidade com a comunidade externa, através de serviços e parcerias com a sociedade civil, comunidades, movimentos e organizações sociais; e, terceiro, do ponto de vista jurídico, a constituição de uma terceira via entre público e privado, na forma da lei 12.881/2013. Situada no coração do Nordeste, a Unicap está aberta ao mundo, impulsionada pela vocação universitária e pela visão universal da missão. Apostamos, assim, na educação como possibilidade de transformar as pessoas
A missão de um reitor é semelhante à de um regente de orquestra ou de uma banda sinfônica. A diferença entre uma e outra é, basicamente, que a banda é mais eclética e flexível. carta de princípios, a Unicap define-se como universidade inspirada na visão cristã do mundo e do ser humano, de tradição jesuítica, de natureza comunitária, nordestina e que aspira à melhor qualidade. A marca jesuíta, portanto, deve ser compreendida na relação com essas características em sua dinamicidade. A visão positiva do mundo e do ser humano tem, para nós, seu princípio e fundamento nos Exercícios Espirituais. A natureza comunitária da universidade assume figuras diversas: primeiro, a configuração de uma verdadeira comunidade acadêmica, composta de estudantes, professores e funcionários; segundo, a relação estreita que mantém
e as realidades, formação integral como pleno desenvolvimento humano, a partir de uma vocação profissional concreta, mas aberta à transcendência. Enfim, conforme dizemos na Unicap, traduzindo a proposta jesuíta: a qualidade acadêmica visa à excelência humana. A Unicap é a primeira universidade jesuíta do Brasil a oferecer o curso de Medicina, uma conquista importante. Como o senhor vê o desenvolvimento da instituição nos últimos anos? E quais os desafios no futuro? O curso de Medicina é um marco, mas não é um fato isolado. A Unicap foi pioneira em vários cursos no Nordes-
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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO
te e/ou no Recife. A criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manoel da Nóbrega, em 1943, foi um passo dado em relação ao trabalho educativo dos jesuítas (Colégio Nóbrega) em resposta aos apelos da Igreja e às demandas da região. Em 1951, a então faculdade torna-se universidade, sendo a primeira católica do Norte e Nordeste. Tratava-se, porém, de uma instituição de ensino, com cursos noturnos, atendendo, sobretudo ao público trabalhador (ainda hoje maioria!). Mas as exigências universitárias mudaram e a região também. Por isso, tendo consolidados o ensino e a extensão, o grande passo foi, e ainda é, fortalecer a pesquisa e a pós-graduação, com a abertura de mestrados e doutorados. A consolidação do projeto universitário, no entanto, vai junto com seu dinamismo: nesses últimos nove anos, por exemplo, dez novos cursos foram abertos. Medicina e Enfermagem, portanto, estão dentro dessa dinâmica, não apenas consolidando a área de saúde, mas revelando a capacidade da universidade fazer parcerias e responder às grandes demandas da região. De fato, no primeiro vestibular, as 50 vagas foram concorridas entre mais de 4.200 candidatos. Muito além do esperado, esses dados revelam igualmente a grande credibilidade da Unicap, associada, principalmente, à tradição de qualidade, à formação integral e à visão humanística. A Unicap possui trabalhos na Área Social? A Unicap tem uma presença atuante na região metro-
politana do Recife (PE). De fato, o “nosso campus é a cidade”. E a forma de habitar a cidade é, predominantemente, na área de serviços à comunidade socialmente necessitada. A visão social da universidade é bastante ampla, traduzindo-se em assistência estudantil, projetos sociais e atividades diversas. Cada vez mais, porém, a regulação do Estado orienta a assistência social para a assistência estudantil e a demanda é grande: cerca de 52% dos estudantes recorrem aos programas de bolsas e incentivos, sobretudo PROUNI (Programa Universidade para Todos) e FIES (Fundo de Financiamento Estudantil). Os projetos sociais são desenvolvidos a partir da assistência social ou mediante parcerias com instituições governamentais, organizações da sociedade civil e empresas. A título de exemplo, três ações: o Liceu Nóbrega, em parceria com o Estado de Pernambuco, atende gratuitamente mais de 1.100 alunos (Ensino Fundamental e Médio); temos uma par-
ceria com a Fundação Fé e Alegria do Brasil, desenvolvendo projetos diversos; assumimos a gestão do Espaço Criança Esperança, em parceria com a Unesco, TV Globo Nordeste, Prefeitura de Jaboatão, Exército e empresas. Vários cursos desenvolvem serviços, a partir de atendimento à população, nas clínicas de Fonoaudiologia, Psicologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional. Merece destaque também o atendimento jurídico gratuito às comunidades, a partir do núcleo central e de outros onze pontos nas periferias da cidade. Além disso, vários núcleos de extensão existem em parcerias com outras organizações sociais, como por exemplo, o NEABI (Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas), o NEAL (Núcleo de Estudos da América Latina), a Cátedra Dom Helder de Direitos Humanos e o recém-criado Observatório de Direitos Humanos da Unicap. Qual o papel da FIUC na Educação Superior das instituições católicas?
A Federação Internacional de Universidades Católicas (FIUC) reúne 216 afiliadas dos cinco continentes, atuando em rede e em estreita colaboração com a Congregação para a Educação Católica. A missão da FIUC pode ser resumida em quatro ações: • Promover uma reflexão coletiva e continuada sobre a missão das instituições católicas de educação superior, visando à incidência local e regional, mas aberta ao mundo; •Proporcionar a integração das universidades e a formação de redes entre as instituições-membros, a partir de saberes e práticas (projetos comuns e parcerias operativas); • Representar as universidades católicas junto às organizações internacionais (ONU, UNESCO, etc.), garantindo a participação e, na medida do possível, dando a nossa colaboração nas mais diferentes instâncias; •Contribuir com o desenvolvimento e consolidação da educação superior católica, segundo os critérios da qualidade, tradição e autonomia (cf. Ex corde ecclesiae).
8 entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO
Como está sendo seu trabalho como presidente da FIUC? A FIUC celebra, este ano, 90 anos: fundada em 1924 por iniciativas das universidades, a Federação foi reconhecida pela Santa Sé somente em 1949. As duas datas importantes remetem ao contexto de pós-guerras mundiais, dentro de uma visão eurocêntrica do mundo e de uma concepção europeia de universidade. Assumi a presidência em outro contexto, marcado, sobretudo, por um novo paradigma de comunicação, pela racionalidade pós-moderna e pelo fenômeno da mundialização. Nesse cenário, dentro de minha função, propus um novo Plano Estratégico, aprovado no dia em que foi anunciado Francisco como novo bispo de Roma, estimulando nosso desejo de mudanças e instigando ainda mais a nossa missão de diálogo com as culturas e serviço à humanidade. Graças ao secretariado central e aos novos meios de comunicação,
muito se pode fazer à distância. Nada dispensa, porém, os contatos diretos e o valor das visitas às universidades, normalmente por ocasião de reuniões dos conselhos, grupos setoriais e assembleias continentais. A agenda é intensa, mas convergente, potenciando ainda mais minha função de reitor da Unicap. Em 2013, o senhor assumiu outro desafio: a presidência da ABRUC. Qual o papel da instituição no país? O papel da ABRUC é fundamental e estratégico para o segmento, mas também para compreender o lugar da sociedade civil organizada no processo de consolidação da democracia e do Estado de Direito, marcado pela dimensão social. A organização das universidades comunitárias em uma associação é, portanto, resultante de um processo democrático e da necessidade de um sistema nacional, ao mesmo tempo único, complexo e complementar. A ABRUC é, na verdade, uma “rede” de
associações preexistentes e autônomas, muitas de caráter confessional e nacional (ANEC - Associação Nacional de Educação Católica do Brasil, ABIEE - Associação Brasileira de Instituições Educacionais Evangélicas), outras de recorte regional (COMUNG - Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas e ACAFE- Associação Catarinense das Fundações Educacionais) e iniciativas diversas (sem associação própria), todas sem fins lucrativos. Depois de quase duas décadas e muitas discussões, foi elaborado um projeto de lei, definindo o marco regulatório das instituições comunitárias e, em seguida, sancionada a Lei 12.881/13, pela presidente Dilma Rousseff. A presente lei é um marco e inaugura um novo tempo para o Brasil e para as instituições comunitárias, distinguindo-as tanto do segmento público quanto do privado: nem públicas estatais nem privadas particulares, as instituições comunitárias de educação superior (ICES) são reconhecidas, mediante
a lei, como “públicas não estatais”, de direito privado, mas de finalidade pública. Portanto, o papel da ABRUC é trabalhar a efetivação da nova lei, articulando, promovendo e defendendo as ICES, articulando as suas associadas e pautando sua agenda permanente com o Estado Federal e suas instâncias, na perspectiva de garantir a maior participação do segmento nas políticas públicas. Qual o papel das IES (Instituições de Educação Superior) dentro do novo contexto da BRA? Em maio de 2004, aconteceu a reunião fundacional do Fórum de Instituições de Educação Superior confiadas à Companhia de Jesus no Brasil (FORIES). Durante o processo de formação da nova Província do Brasil (BRA), os encontros do FORIES foram intensificados e orientados para essa nova realidade: não apenas reunimos os dirigentes, mas também fomentamos visitas às IES, tanto de jesuítas quanto de outros colaboradores, na busca de articular projetos de interesse comum. A colaboração das nossas IES apresenta, portanto, duas grandes faces de uma mesma medalha: a primeira, permite aumentar as parcerias e projetos entre nossas instituições; a segunda, pode contribuir em várias frentes da nova província, tanto nas plataformas quanto nos diversos campos de atuação apostólica. Na verdade, uma IES não é apenas uma “obra de educação superior”, mas um campo apostólico que, partindo da educação universitária, promove a transformação das pessoas e das
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entrevista PEREGRINOS EM MISSÃO
realidades, desenvolvendo dimensões essenciais da missão da Companhia de Jesus, como por exemplo: serviço da fé e diálogo com as culturas e religiões, nas fronteiras da secularização e do sentimentalismo religioso; atualização do “apostolado intelectual” em diálogo com as novas mentalidades, nas fronteiras da cultura científico-tecnológica; promoção da justiça, a partir de debates críticos e
projetos, nas fronteiras das questões sociais, econômicas e políticas; agenda socioambiental, na fronteira da ecologia; inclusão social e superação da pobreza, nas fronteiras da exclusão; trabalho de colaboração em rede, nas fronteiras da sociedade plural em que vivemos. Diante dos grandes desafios que o Brasil enfrenta e do papel que é chamado a assumir no mundo – país emergente, democracia
social e Estado de Direito – e, por sua vez, face à diminuição do número de jesuítas e de instituições, as nossas IES podem contribuir, efetiva e decisivamente, tanto na formação das juventudes e de novos colaboradores quanto na ampliação de redes e parcerias com outros homens e mulheres comprometidos com o projeto de uma sociedade sustentável, na perspectiva do Reinado de Deus.
Mobilização e superação
to. A partir desses encontros, só precisei apoiar ou ‘soprar a brasa’, inclusive porque fui diretor regional nordeste da Fundação e hoje estou no Conselho Curador nacional.” Padre Pedro Rubens ressalta que “a proposta do Fé e Alegria em Vazantes é a melhor prova da força social da educação popular”. De 2005 até hoje, além de salvar e potencializar as duas escolas públicas do distrito, a instituição envolveu diretamente em suas ações cerca de 700 pessoas, entre crianças, adultos e idosos. Atualmente, vários projetos são desenvolvidos localmente, em três áreas: Educação, Cultura e Geração de Renda. “Além da comunidade, dois apoios foram fundamentais: o financiamento dos projetos pela ANEAS (Associação Nóbrega de Educação e Assistência Social) e a parce-
ria de instituições alemãs (Sozialwerk Brasilienhilfe) que apoiaram com infraestrutura”, conta padre Pedro Rubens. Dessa forma, antes de celebrar 10 anos, o Fé e Alegria Vazantes dispõe de uma casa da cultura e dois centros. “Evidentemente que as dificuldades não são poucas, mas a capacidade de mobilização e busca de superação são ainda maiores. Nada melhor, porém, que ir até lá e ser recebido pelo pessoal, com muita fé e alegria”, finaliza. Em 2011, o jesuíta lançou o livro Lugar onde os pássaros cantam e as pessoas contam histórias, publicado pela editora Confraria do Vento. A obra relata o imaginário popular da cidade de Vazantes, através de típicos personagens e histórias inusitadas.
Vazantes, distrito de Aracoiaba, fica no semiárido cearense, a 82 quilômetros de Fortaleza. Com cerca de 3.500 habitantes, a pequena localidade é onde padre Pedro Rubens nasceu. Essa ligação foi fundamental para dar vida a várias ações sociais que estão mudando a realidade local. “Quando voltei da França, depois do doutorado, os conterrâneos fizeram uma festa de boas-vindas ao Brasil, orgulhosos de minha conquista, mas tristes porque a escola onde eu havia estudado iria fechar. E pediram o meu apoio”, relembra o jesuíta. “Associei a demanda da comunidade à vocação da educação popular Fé e Alegria (FyA), colocando-os em conta-
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o ministério de unidade na
IGREJA
SANTA SÉ
Foto: w w w.diocese-sjc.org.br | Arquidiocese de Mariana
Processo de beatificação e canonização de dom Luciano
Uma missa solene marcou o início do processo de beatificação de dom Luciano Mendes de Almeida, jesuíta e ex-arcebispo de Mariana (MG). A celebração, realizada no dia 27 de agosto, na Catedral Metropolitana da cidade, foi presidida pelo arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha. A data recorda o falecimento do religioso, em 2006. Todos os anos dezenas de fiéis participam da cerimônia, desta vez com um significado especial. Agora, começa a fase arquidiocesana do processo, com a sessão de instalação do tribunal eclesiástico, que dará início ao procedimento de beatificação, autorizado pela Congregação para a Causa dos Santos, no dia 13 de maio de 2014. Monsenhor Roberto Natali, vigário judicial, postulador da causa de dom Luciano, adianta que se trata do início. “Ainda estamos na fase
de preparação para a abertura do processo na diocese”, declarou. Segundo Mons. Natali, “essa primeira fase ocorre na Arquidiocese de Mariana, onde dom Luciano atuou por 18 anos. A segunda, que é decisiva, será em Roma”. Para que o bispo seja beatificado, será necessário comprovar, com documentos e depoimentos, que ele levou uma vida virtuosa, por meio da prática cristã como a fé, esperança, amor, prudência, fortaleza, temperança, humildade, pobreza, obediência e castidade. Não há prazo determinado para a conclusão da primeira fase. Caso a documentação seja aprovada em Roma, com um decreto do papa Francisco, dom Luciano passa a ser venerável. A partir desse título, se um milagre alcançado por sua intercessão foi provado, o religioso será reconhecido como beato. Com a comprovação de um segundo milagre, o religioso será reconhecido como santo. Para Mons. Natali, o maior desafio será reunir os casos das pessoas mais humildes, entre eles mendigos e doentes, de quem dom Luciano costumava cuidar pessoalmente nos hospitais. “Depois de um dia inteiro de trabalho nos afazeres como bispo, ele saía em silêncio e ia a pé socorrer drogados e doentes nos hospitais. São registros que só podem ser encontrados no livro da vida, direto com Deus”, disse o vigário judicial. O padre Carlos Alberto Contieri foi nomeado para presidir a comissão de história, no processo de beatificação e canonização de dom Luciano, iniciado pela Arquidiocese de Mariana. “A Comissão tem por finalidade reunir
toda a documentação necessária para o processo, assim como testemunhos de pessoas ainda vivas. A comissão, em princípio, trabalhará intensamente ao longo de dois anos. Em fins de 2016 ou início de 2017, entregaremos o resultado da pesquisa a dom Geraldo Lyrio”, explica o jesuíta.
Testemunho de amor Nascido no Rio de Janeiro em 5 de outubro de 1930, dom Luciano tornou-se jesuíta ainda jovem, trabalhando na Companhia de Jesus dos 17 aos 45 anos de idade, onde obteve destaque no trabalho com detentos nas cadeias em Roma. Foi bispo auxiliar de dom Paulo Evaristo Arns, em São Paulo, antes de ser nomeado arcebispo de Mariana, em 1988, onde permaneceu até 2006, quando faleceu, aos 75 anos. Dom Luciano foi também Secretário geral (de 1979 a 1986) e presidente por dois mandatos consecutivos (1987 a 1994) da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Em nota publicada por ocasião de sua morte, a Presidência da CNBB destacou, entre as marcas que o religioso deixou na instituição, o dinamismo, a inteligência privilegiada, a dedicação incansável e o testemunho de amor à Igreja. Fonte: www.news.va | G1
12 o ministério de unidade na igreja SANTA SÉ
Foto: News.va e L’Osservatore Romano
Papa afirma que Igreja está orgulhosa dos cristãos do Iraque
No dia 3 de setembro, durante audiência geral, o papa Francisco expressou sua proximidade com os cristãos perseguidos no Iraque. O pontífice dirigiu “cordiais boas-vindas aos peregrinos de língua árabe, em particular, aos provenientes do Iraque”. O papa destacou que “a Igreja é mãe e como todas as mães sabe acompanhar o filho com necessidades, consolar o filho caído, curar o doente, buscar o perdido e sacudir o adormecido e também defender os filhos indefesos e perseguidos”. “Hoje queria assegurar especialmente a estes últimos, a minha aproximação, são o coração da Igreja, a Igreja que sofre com vocês e está orgulhosa de vocês, são a força e o testemunho concreto e autêntico de sua mensagem de salvação, de perdão e de amor. Que o Senhor os abençoe e os proteja”, disse Francisco. Nos últimos meses, o papa tem feito fortes apelos de paz e de condenação contra a violência e as perseguições aos cristãos no Iraque. A região sofre com os confrontos entre
xiitas e sunitas e com as ações do grupo Estado Islâmico.
cARDEAL FERNANDO FILONI O cardeal Fernando Filoni viajou para o Iraque, no último dia 12 de setembro, para apoiar a população, em parte cristã, que foge diante do avanço dos jihadistas do grupo Estado Islâmico. O padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, afirmou que “diante da grave situação, o papa Francisco nomeou o cardeal Filoni como seu enviado, com o objetivo de fornecer a solidariedade da Igreja e expressar sua proximidade espiritual com as populações que sofrem”. Segundo Lombardi, o enviado de Francisco foi ao Curdistão iraquiano, para onde estão se dirigindo as pessoas deslocadas no norte do país. “Está previsto que também se forneça uma ajuda por parte do Santo Padre aos refugiados”, disse o porta-voz, ressaltando que o papa respondia, assim, ao apelo lançado pela comunidade internacional para ajudar as comunidades
cristãs e yazidis deslocadas, entre outras. Filoni foi representante da Igreja Católica no Iraque e na Jordânia de 2001 a 2006. Ele permaneceu em Bagdá durante a intervenção militar americana de 2003. Para o cardeal Filoni, a nomeação é um gesto de confiança do papa, que manifesta sua solicitude para com a situação dos cristãos. Em entrevista à Rádio Vaticano, ele afirmou que “as pessoas estão sofrendo por terem deixado a própria casa e por verem suas raízes ceifadas, por terem sido humilhados. Agora, eles buscam refúgio em outro lugar. Portanto, essa solicitude do papa parece-me ser a coisa mais importante e, desse ponto de vista, espero poder ir ao encontro da exigência de tantas pessoas e não somente manifestando este aspecto próprio da solicitude do papa, mas também buscando ver junto com o Patriarcado o que podemos fazer como Igreja universal”. Fonte: Fonte: www.news.va | www.jb.com.br | G1 | Rádio Vaticano
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especial
Para sempre, AMIGOs NO SENHOR
“Ser jesuíta para mim é ser disponível. É ter respeito pelo outro, evitando criticar ou condenar. Ser jesuíta é acreditar na Companhia e na missão”, afirma padre Adriano Pighetti, que está em plena atividade apostólica, mas já vive na Residência São Luiz Gonzaga, em Fortaleza (CE), uma das três Casas de Saúde da Companhia de Jesus no Brasil. A disposição para servir e a dedicação à missão de Cristo são características que fazem parte do ser jesuíta. A vocação para doar-se aos demais permeia o carisma inaciano. Durante anos, os jesuítas dedicam-se à realização de sua vocação e, mesmo quando a saúde já não é mais perfeita ou quando a idade já está avança-
da, eles continuam a missão por meio das orações. Na Companhia de Jesus, os jesuítas mais idosos e/ou que estão com a saúde fragilizada são incentivados a compartilhar sua sabedoria com os demais. Segundo as Normas Complementares (Sexta Parte, capítulo V, nº 244) das Constituições da Ordem, esses jesuítas devem “procurar animar os seus companheiros, pelo exemplo de sua entrega filial e confiante a Deus na doença e enfraquecimento das próprias forças ”. No Brasil, quando um jesuíta atinge a idade avançada e/ou precisa de cuidados médicos, passa a morar em comunidades específicas, as chamadas Casas de Saúde,
onde recebe a missão de orar pela Companhia de Jesus e pela Igreja. “A missão de orar é altamente afetiva e bonita. Com nossas orações, abraçamos as pessoas, revisitamos locais, nos colocamos sob a ação do Espírito Santo. Orar é entender-se dentro de uma relação amorosa com Deus e com as pessoas. Assim, as coisas ficam mais suaves, mais profundas, mais vivas, viram magis”, afirma padre Itamar Carlos Gremon, vice-superior da Residência Ir. Luciano Brandão. A constante contribuição à missão e as histórias de vida dos jesuítas que estão nas Casas de Saúde inspiram a missão da Companhia de Jesus. Por isso, seu acompanhamen-
to é muito importante. Enfrentar os desafios do envelhecimento não é fácil, mas essa é uma fase natural da vida. “O ser humano religioso envelhece de forma natural e individual. Isso precisa ser entendido nas suas características específicas. A Companhia de Jesus prima pelo acolhimento, pelo cuidado individual de cada jesuíta”, afirma irmão Orival Bonicoski, diretor da Casa de Saúde Instituto São José, desde 2011, e enfermeiro responsável pela saúde dos Jesuítas da Província Brasil Meridional (BRM). O cuidado e o respeito pelos idosos também são temas recorrentes nos discursos do papa Francisco. Em uma das missas realizadas na Casa Santa Marta, o pon-
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especial
tífice afirmou que “os idosos são aqueles que nos trazem a história, que nos trazem a doutrina, que nos trazem a fé como herança”. No próximo dia 28 de setembro, Francisco presidirá um encontro internacional de idosos e avós, no Vaticano. O evento será organizado pelo Pontifício Conselho para a Família e tem como objetivo refletir sobre a importância dos idosos
2014, eles serão transferidos para Fortaleza. As Casas de Saúde oferecem todos os cuidados de que os jesuítas necessitam nessa fase de suas vidas. As instituições prezam pela qualidade de vida, há acompanhamento da alimentação e da saúde, além da realização de atividades de lazer. Essencial, o cuidado com o espírito também está pre-
instituto são josé
“Os idosos são aqueles que nos trazem a história, que nos trazem a doutrina, que nos trazem a fé como herança.” Papa Francisco
na sociedade. “Através desse evento, queremos chamar a atenção de todos para a importância desta fase da vida”, ressalta monsenhor Vincenzo Paglia, presidente do Pontifício Conselho para a Família. Para ele, os idosos não devem ser somente objeto de atenção ou de cuidados, mas também de uma nova perspectiva de vida.
a vida em comunidade O amor a Deus está sempre presente no dia a dia de cada missionário. É essa fé que anima os jesuítas que residem nas Casas de Saúde. Atualmente, existem três delas no país: Residência Irmão Luciano Brandão, em Belo Horizonte (MG), Instituto São José, em São Leopoldo (RS), e a Residência São Luiz Gonzaga, em Fortaleza (CE). Há pouco tempo, a Residência Padre Antônio Vieira, em Salvador (BA), também acolhia jesuítas idosos ou que precisassem de cuidados especiais. Porém, até o final de
sente nesse trabalho. “Os momentos de oração, tanto pessoal quanto comunitária (eucaristia, terço, leitura espiritual), são sagrados”, ressalta irmão Orival Bonicoski. Segundo o padre Itamar Carlos Gremon, da Residência Ir. Luciano Brandão, não é a idade que determina quem vai morar na comunidade, mas o fato de o jesuíta estar necessitando de uma atenção maior em relação à saúde naquele momento. “Aqui é a nossa casa, nossa residência, não é um asilo. Somos uma comunidade religiosa da Companhia de Jesus. Aqui, cada um procura viver da melhor forma”, ressalta. O ‘viver da melhor forma’, como declara o padre Itamar, é pensado com muito amor pelos colaboradores e jesuítas que atuam nas instituições. “Aqui, nós celebramos a vida em cada detalhe: com orações, festas e momentos de lazer. Gostamos de celebrar os ani-
Em 2014, o Instituto São José, em São Leopoldo (RS), celebrou 25 anos de existência. No dia 28 de janeiro de 1989, a Casa de Saúde foi inaugurada com uma Celebração Eucarística de ação de graças, com a presença dos primeiros jesuítas residentes,
versários dos jesuítas no dia certo, assim demonstramos nosso carinho por cada um deles”, afirma padre Itamar. Para o irmão Orival, essa dedicação aos jesuítas é essencial para o fortalecimento da missão. “As pessoas que colaboram conosco no atendimento aos idosos (enfermeiros,
grande parte vindo da cidade de Pareci Novo (RS), onde ficava o antigo noviciado da BRM. O primeiro superior da comunidade foi o padre Ruperto Antônio Jaeger. Desde então, sete superiores atuaram no Instituto. Atualmente, 22 jesuítas vivem na comunidade.
psicólogos, nutricionistas, dentre outros) vivem a filosofia da casa e o respeito às pessoas, com carinho e afeto. Para definir a direção do Instituto e os colaboradores, cabe um só termo: família. Somos uma grande família, diversificada no trabalho, mas unida na missão”, afirma.
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Os jesuítas que possuem um pouco mais de energia participam ativamente das atividades, além de ajudarem na realização das tarefas da comunidade. “Todos contribuem com alegria, cada um dentro de suas possibilidades. Há o que cuida dos livros, o que ajuda na revisão de textos, o que ajuda na manutenção da casa, dentre outras atividades”, explica padre Pedro Vicente Ferreira, superior da Residência São Luiz Gonzaga. Em Fortaleza (CE), semanalmente, ainda são realizadas sessões de cinema, além de encontros que apresentam as últimas notícias da Companhia de Jesus. “Sempre acompanhamos as informações sobre a Companhia, inclusive pelo portal Jesuítas Brasil”, relata o superior, contando que os jesuítas da residência estão sempre alegres. “A convivência comunitária é muito saudável. O nosso padre José Moreira, 92 anos, sempre diz, de maneira espirituosa, que a nossa, é uma comunidade divertida”. Na Residência Ir. Luciano Brandão, as atividades realizadas com a fisioterapeuta e com a fonoaudióloga têm grande participação dos jesuítas. Um dos motivos é o coral da comunidade, no qual alguns soltam a voz. Segundo o padre Itamar, “alguns jesuítas ainda ajudam atendendo confissões e cuidando das tarefas da casa e do jardim”. “Feliz é quem foi jovem em sua juventude, feliz é quem é sábio em sua velhice”, afirma irmão Orival. O jesuíta conta que o clima do Instituto São José ficou bem alegre após a chegada de estagiários universitários nas áreas de Enfermagem, Nutrição,
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Psicologia e Fisioterapia. Ele explica que os “candidatos selecionados passam por avaliação, aprimoram seu currículo e enriquecem o ambiente da casa com ânimo juvenil”. Para irmão Orival, “Envelhecer bem é multiplicar a mocidade através do amor”. Os jesuítas que estão nas Casas de Saúde também podem receber a visita de parentes, amigos e de outros companheiros de missão. Esse é um momento muito especial, pois eles se sentem animados e acolhidos por todos. Segundo o padre Hugo Ignácio Bersch, superior do Instituto São José, as visitas são sempre esperadas e, quando outros jesuítas a realizam, a comunidade procura saber como estão os trabalhos nas obras apostólicas da Companhia. Para padre Hugo, isso é um bom sinal de participação na missão. A comunidade reza por esses jesuítas, por seus colaboradores na missão e pelas grandes necessidades e desafios confiados à Companhia de Jesus. “Alguns jesuítas me confiam, com simplicidade, alegrias como esta: ‘Em meus trabalhos apostólicos, nunca tive tanto tempo e tão propício para a oração e a meditação. Como agradeço a Deus por poder fazê-lo hoje com tranquilidade, sem pressa!’. Outro dia, um me falou: ‘Agora estou aprendendo a ter paciência com colegas enfermos e com os idosos’. E não se trata de acomodar-se. A certeza de perceber-se útil, valorizado em sua oração, procurado e agradecido pelos que estão ‘lançando as sementes na terra’, tudo isso faz nossos idosos perceberem-se vivos na Igreja missionária e evangelizadora”, declara o jesuíta.
união de corações Em agosto de 2014, cerca de 300 jesuítas de diversas partes do Brasil participaram da 1ª Assembleia Nacional. Pela primeira vez, o corpo apostólico da Companhia de Jesus no país se reuniu em único local. No discurso de abertura do encontro, padre Carlos Palácio, provincial do Brasil, agradeceu a presença de todos e lembrou dos jesuítas que não puderam estar presentes fisicamente. Na ocasião, ele declarou que os jesuítas das Casas de Saúde “são um exemplo vivo de dedicação a Jesus Cristo e ao Evangelho”. Nesse encontro, tão esperado por todos, essas primeiras palavras encheram de graça o coração dos que acompanhavam esse momento histórico da Companhia de Jesus no Brasil. O que muitos não sabiam é que a homenagem aos jesuítas das Casas de Saúde tinha começado antes do início da Assembleia. Quando os primeiros jesuítas chegaram à Casa de Retiros Vila Kostka, em Itaici (Indaiatuba/SP), padre Carlos Palácio enviou para as três Casas de Saúde uma carta, na qual falava sobre a importante contribuição deles à missão. Leia um trecho da mensagem: “[...] Nesse momento, nosso pensamento e nosso coração se voltam para vocês, queridos irmãos, que são parte importante e privilegiada desse ‘corpo apostólico’ que aqui estará reunido. Importante, porque são o exemplo vivo do que é gastar toda uma vida a serviço de Jesus Cristo e do evangelho; e privilegiada, porque representam a parte mais nobre, a dimensão orante desse corpo apostólico, a alma que
Residência São Luiz Gonzaga
Em Fortaleza (CE), a Residência São Luiz Gonzaga encontra-se numa boa localização na cidade, onde há comércios e bons hospitais. Além disso, está vinculada à Paróquia Cristo Rei, o que possibilita aos jesuítas atenderem confissões, além de fazerem aconselhamentos. A residência passou a ser o local de acolhida dos jesuítas idosos e dos que necessitavam de algum tratamento e/ou recuperação médica a partir de 1995. O atual superior da residência, padre Pedro Vicente Fer-
reira, foi o primeiro a assumir a missão. “Fui o primeiro superior da comunidade. Na época, o provincial era o padre Ferdinand Azevedo. Ao contar a história da comunidade, é importante fazer uma menção especial ao irmão Amador Domingos de Souza, que faleceu recentemente nesta residência, pela sua inestimável contribuição na construção e adaptação dos espaços da casa”, relata padre Pedro Vicente. Atualmente, 15 jesuítas estão na Residência São Luiz Gonzaga.
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dá vida a todo apostolado. A assídua oração ‘pela Igreja e pela Companhia’ de todos vocês é um sustento precioso e indispensável para a missão da Companhia.” A mensagem foi lida aos jesuítas das Casas de Saúde que não puderam participar da Assembleia Nacional, em Indaiatuba (SP). A recepção da carta foi muito boa e todos se sentiram parte do encontro. “Sentimos-nos valorizados quando recebemos a carta do padre Palácio na qual falava sobre a importância da contribuição dos jesuítas idosos para a missão da Companhia de Jesus”, confessa padre Itamar Gremon, da Residência Ir. Luciano Brandão. O padre Hugo Bersch, superior do Instituto São José, que participou da Assembleia Nacional e escutou emocionado a mensagem de abertura do padre Palácio, disse “a mensagem da carta foi enviada por e-mail à nossa Casa de Saúde, em São Leopoldo (RS), e estava sendo lida duas horas depois, na reunião dos idosos em oração, realizada às 10h40. Nem é preciso falar com que emoção! Serem lembrados! Todos lembrarem-se dos anos de dedicação à missão e de como são Amigos no Senhor”. Ao final da Assembleia, padre Palácio agradeceu a presença de todos e, mais uma vez, ressaltou a importância dos companheiros que estão nas Casas de Saúde, além disso, saudou os jovens jesuítas em formação. Um gesto que demostra que é possível caminhar rumo ao futuro de mãos dadas com aqueles que dedicaram suas vidas à missão e que fizeram a diferença por onde passaram.
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especial
“São um exemplo vivo de dedicação a Jesus Cristo e ao Evangelho.” Padre Carlos Palácio, SJ Provincial do Brasil
RESIDência irmão luciano brandão
A Residência Irmão Luciano Brandão está localizada em Belo Horizonte (MG), no bairro Planalto, no mesmo quarteirão da FAJE (Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia). A residência foi erigida canonicamente no dia 4 de Junho de 1992, pelo decreto assinado
pelo padre Geral Peter-Hans Kolvenbach. O padre Sebastião Francisco Pescatori foi o primeiro superior da comunidade, onde, atualmente, está cuidando de sua saúde. Além de 23 jesuítas, a Residência Irmão Luciano Brandão acolhe também o bispo dom José Maria Pires.
20 especial
conservação do corpo apostólico Atualmente, há mais de 500 jesuítas no país (segundo os dados oficiais, eram 537, em 20 de fevereiro). Desses, mais de 51% com mais de 61 anos [Confira o gráfico ao lado]. Sessenta deles vivem nas três Casas de Saúde da Companhia de Jesus no Brasil. Pensando na qualidade de vida e na saúde de todos, a nova Província do Brasil – BRA contará com um Delegado para o Cuidado da Saúde, que
será responsável por zelar pela qualidade de vida dos jesuítas. Como missão, esse auxiliar direto do provincial terá que acompanhar os jesuítas das Casas de Saúde, os que estão mais idosos e têm atividades apostólicas, e, de modo mais amplo, a preparação e formação humana e espiritual dos companheiros para proporcionar, de forma integrada, melhor acolhimento e vivência do
Nº de Jesuítas no brasil TOTAL 537
envelhecimento como etapa de vida. O Delegado para o Cuidado da Saúde terá autoridade sobre as Casas de Saúde, mas essas continuarão sendo administradas por seus respectivos diretores. Além disso, o Delegado estará em contato com os Superiores de Plataformas Apostólicas para identificar as pessoas que necessitam de mais cuidados.
FUNÇÕES DO DELEGADO PARA o CUIDADO DA SAúde (Estatuto da Província do Brasil) § 1. É um auxiliar direto do Provincial, responsável imediato pelas diferentes formas de conceber o cuidado com a saúde dos nossos: 1° Casas de Saúde (ou enfermarias); 2° Casas de idosos que mantêm atividades apostólicas; 3° De modo mais amplo, preparação e formação humana e espiritual dos jesuítas para acolher e viver de maneira integrada o envelhecimento como etapa de vida.
Tem mais de 80 anos (108)
Entre 41 e 50 anos (88)
Entre 71 e 80 anos (95)
Entre 31 e 40 anos (65)
Entre 61 e 70 anos (72)
Entre 21 e 30 anos (42)
Entre 51 e 60 anos (66)
Com menos de 21 anos (1)
Dados atualizados em 20 de fevereiro de 2014
§2.Terá autoridade para acompanhar as pessoas e receber conta de consciência dos jesuítas destinados às três Casas de Saúde da Província, com exceção dos que fazem tratamentos provisórios. §3. Não caberá a ele a administração imediata das Casas de Saúde, que deverão ter, cada uma, seu próprio Diretor(a). §4. Estará em contato com os Superiores de Plataformas Apostólicas para identificar as pessoas que necessitam de maiores cuidados.
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a companhia de jesus no
MUNDO
CÚRIA GERAL
Companhia de Jesus celebra 474 anos
No dia 27 de setembro de 1540, o papa Paulo III aprovou oficialmente a Companhia de Jesus com a bula Regimini militantis Ecclesiae. Em 2014, a Ordem religiosa celebra seus
474 anos com o mesmo vigor apostólico dos primeiros companheiros. Atualmente, a Companhia de Jesus é formada por mais de 17 mil jesuítas espalhados por cerca de 130 países.
22 A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CÚRIA GERAL
Papa nomeia Jesuíta como promotor de Justiça O papa Francisco nomeou o padre Robert J. Geisinger, SJ, promotor de Justiça da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), substituindo o padre Robert W. Oliver, que ocupava o cargo desde 3 de janeiro de 2013. O padre Geisinger é, atualmente, procurador geral da Companhia de Jesus e membro da Província de Chicago. O padre Oliver, da Arquidiocese de Boston, foi nomeado secretário da Pontifícia Comissão para a Tutela de Menores. O promotor de Justiça é conhecido, geralmente, como o “fiscal-chefe” da CDF e sua função é investigar os delitos considerados como os mais graves pelo Direito Canônico, incluídos aí os crimes contra a sacralidade da Eucaristia, violações do segredo de confissão e denúncias de abusos de menores por parte do clero.
Secretariado para as relações ecumênicas e inter-religiosas reúne-se em Roma Em 8 de setembro, o Secretariado para as relações ecumênicas e inter-religiosas iniciou sua reunião anual, em Roma (Itália), com a participação do Padre Geral, Adolfo Nicolás. Os participantes são nove, cada um responsável por um grupo confessional ou religioso. Milan Zust, igrejas orientais; Thomas Rausch, protestantes; Jean-Pierre Sonnet, hebreus; Heru Prakosa, muçulmanos; Gregory Sharkey, budistas; Noel Sheth, hindus; Felipe Jaled Ali Modad Aguilar, religiões tradicionais da América; Kemboly Mpay, religiões tradicionais da África; John B. Mundu, religiões tradicionais da Índia; e Claudiu Ciubotariu, Secretário da reunião.
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a companhia de jesus na
AMÉRICA LATINA
CPAL
Colaboradores da missão de Cristo
Jorge Cela, SJ Presidente da CPAL
Ainda me lembro da cara de orgulho e satisfação com que aquele senhor me disse: ― Você é o pároco de Guachupita? Eu construí a igreja. Isso soava como se ele sozinho tivesse construído a igreja. Ou que, ao menos, tivesse sido o agente principal. Era um dos muitos pedreiros que trabalharam na obra. Mas a sentia como sua. E assim o era. Mais ainda, sentia que o que passava agora nesse templo tinha a ver com sua contribuição. E tinha razão. Também, graças a ele, o trabalho de evangelização que se realiza ali é possível. Estamos acostumados a pensar que a obra é de quem paga por ela, ou de quem a desenha. São João Paulo II nos recordava, na Laborem Exercens, que a obra é o resultado do esforço conjunto de capital e trabalho. E nos convidava a reconhecê-lo assim nas formas de participação, inclusive na administração e repartição de benefícios.
Mas, em nosso caso, a raiz vai mais longe. O dono da obra é Deus. E nós somos convidados a participar na Missio Dei, na missão de Deus. Somos seus colaboradores. O seguimento de Jesus em resposta a seu chamado nos leva a colaborar com Ele na construção do Reino. Mas a missão nos torna tão grandes que nos assusta. Preferimos recortá-la às tarefas concretas que nos assignam. Mas essas tarefas são para colaborar na missão de Jesus, que, para nós, se concretiza no serviço da fé e na promoção da justiça em diálogo intercultural e inter-religioso. Essa missão se vai encarnando nos contextos pelos quais nos movemos: as prioridades da CPAL, da Província, da plataforma apostólica ou obra onde estou. Porém, sempre nos parece grande demais. É uma missão que só podemos realizar em colaboração com outros, em colaboração com Jesus. É a missão do Corpo de Cristo, que realizamos segundo o contexto e a espiritualidade inaciana. É nesse aspecto que se estabelece a mudança de perspectiva: não temos colaboradores que nos ajudem a realizar nossa missão; somos todos colaboradores da missão de Cristo. Conscientes de que “nem aquele que planta, nem aquele que rega, senão que é Deus mesmo quem dá o crescimento”. Com muitos, partilhamos a fé. Com alguns, partilhamos a
espiritualidade inaciana. Mas, com todos, com cada um, desde sua tarefa específica, colaboramos na construção do Reino. Alguns trabalham com um salário que nos retribui nosso labor e nos permite a sobrevivência. Outros, desde uma colaboração voluntária. Também nós, jesuítas, temos algumas tarefas retribuídas e outras voluntárias. Uns o fazem com plena consciência do projeto, da missão fundamental, dos objetivos e modo de proceder. Outros, desde um trabalho bem feito, desde o horizonte menor de cumprir com as exigências de seu emprego. E, entre ambos os grupos, toda a gama de estágios intermediários. Mas todos somos colaboradores. Essa perspectiva exige de nós uma mudança de estilo. Não somos mais os donos da missão, embora o sejamos da obra ou das instalações. Mas essas estão a serviço daquela. Como corpo da Companhia, nos unimos a outros, com todo o nosso ser e o nosso ter, na missão. Sem confundir-nos, sem apagar identidades nem lugares, mas assumindo que juntos, nesta realidade na qual nos toca atuar, temos que buscar a vontade do dono da missão. Supõe uma nova forma de participação no planejamento, na gestão, no espírito da missão, no estilo ou modo de proceder. Uma novidade que nos exige, de todos e de todas, uma conversão e aprendiza-
gem. Uma novidade que nasce do conceito de Igreja do Vaticano II. Um povo de Deus em marcha que implica nova relação com o laicato, com o mundo, que brota do Evangelho. Na metodologia do PAC, que temos definido como proximidade, profundidade, para a ação e incidência, internacional e intercultural, esta é a sexta característica: a colaboração. Por isso, o PAC nos convida a aprofundar o significado e os modos de colaboração (Linha de ação 17); a animar a formação conjunta de leigos e jesuítas para a colaboração (Lda 18); e a recriar e fortalecer as redes ou famílias inacianas (Lda 19). Nesse sentido, o Setor Colaboração da CPAL produziu um documento que nos ajuda a compreender melhor a colaboração: tem trabalhado em criar uma rede inaciana latino-americana e em fortalecer as redes ou famílias inacianas de cada Província e prepara, para sua publicação proximamente, um plano de formação para leigos e jesuítas. Esperamos de todos nós um interesse por compreender melhor a novidade dessa maneira de entender a colaboração na missão, o apoio às redes, às famílias e aos movimentos inacianos que se vão estendendo e a participação (de jesuítas e outros colaboradores e colaboradoras) nos planos de formação conjunta para aprender e viver a espiritualidade da colaboração.
24 A COMPANHIA DE JESUS Na américa latina CPAL
1º Encontro da Pastoral da Mobilidade Humana
O 1º Encontro da Pastoral da Mobilidade Humana realizado no município de Assis Brasil (AC) teve como tema A situação migratória na Tríplice Fronteira (Brasil, Bolívia e Peru). O evento, que aconteceu entre os dias 31 de julho e 2 de agosto, analisou e discutiu
questõ es sobre a migração na região. O encontro foi organizado pelo Setor Mobilidade Humana da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em parceria com a Pastoral de Mobilidade Humana da Bolívia, com os padres jesuítas (Gilberto Versiani, Ra-
fael Ortega e Claudio Barriga) e com as irmãs Catequistas Franciscanas. Mais de 40 pessoas de diferentes nacionalidades participaram do encontro, entre elas dom Joaquín Pertiñez Fernández, bispo de Rio Branco (AC), monsenhor Eugenio Coter, do vicariato apostólico de Pando (Bolívia), Pe. Daniel Wankun Vigil, vigário geral do vicariato de Puerto Maldonado (Peru) e a Ir. Rosita Milesi, integrante do Setor Mobilidade Humana da CNBB. O evento foi considerado por todos boa oportunidade para o estreitamento de relações entre entidades religiosas que atuam na área de mobilidade humana, como as irmãs Scalabrinianas, os jesuítas, os missionários Scalabrinianos e as dioceses de Pando, Puerto Maldonado e Rio Branco.
Projeto Pan-amazônico: Visitas a Letícia e Tabatinga O padre Alfredo Ferro, coordenador do projeto Pan-amazônico da CPAL (Conferência dos Provinciais Jesuítas da América Latina), visitou as cidades fronteiriças de Leticia, na Colômbia, e de Tabatinga, no Brasil, em agosto. O jesuíta analisou as possibilidades de localização da futura comunidade interprovincial dos jesuítas, que assumirão o projeto, e das instalações da sede. Após a visita, padre Alfredo foi de barco pelo Rio Solimões, de Tabatinga a Manaus, cerca de mil km de distância. O percurso foi realizado em três dias.
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a companhia de jesus no
BRASIL
AMAZÔNIA
Jesuítas participam de Feira Vocacional em Manaus A Companhia de Jesus participou da III Feira Vocacional, no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, em Manaus (AM), no dia 16 de agosto. O evento, promovido pela Conferência dos Religiosos do Brasil, núcleo local, reuniu mais de dez congregações religiosas que apresentaram os diversos carismas presentes na Arquidiocese de Manaus. Para o Ir. Arquelino Xavier dos Santos, a Feira Vocacional proporciona maior proximidade com as pessoas. “Muitas vezes as pessoas vêm nos conhecer por curiosidade ou mesmo pelo papa Francisco, que é jesuíta. Elas nos perguntam sobre o pontífice e sobre Santo Inácio. E essa é uma ótima oportunidade para falar do carisma inaciano. Através das conversas, elas passam a conhecer melhor nossa vida e missão, isso tudo é muito bom, não somente com os jovens, mas também com as crianças e os adultos”, afirma. Na Feira Vocacional, foram distribuídos cartazes e folders com informações sobre a Companhia de Jesus e sua atuação no Brasil e no mundo. Participaram da organização do evento: os estudantes jesuítas Jordano Hernádez, que colabora no serviço de animação da Pas-
III Feira Vocacional, realizada em Manaus, apresentou a missão da Companhia de Jesus para os moradores da cidade
toral Universitária, Mario Cabal, coordenador do polo Anchieta da Rede Inaciana de Juventude, e os Irmãos Deivison Cruz e Arquelino Xavier, que colaboram na Pastoral Vocacional. Além dos vocacionados internos Jodson Sodré, Luiz Henrique e Thiago Augusto Coelho. Segundo Thiago, “o estande da Companhia de Jesus chamou muita atenção das pessoas, desde crian-
ças até idosos. Conseguimos lançar uma pequena semente no coração de alguns. Mas o mais importante é mostrar que devemos amar e servir. Conseguimos transmitir isso partilhando com o povo, conversando e os cativando da melhor maneira possível: como Amigos do Senhor”. Após o evento, alguns jovens mostraram interesse em conhecer mais a Compa-
nhia de Jesus. Para Ir. Arquelino, “isso mostra o resultado positivo da Feira Vocacional”. Na Feira, também foi possível divulgar a Rede Inaciana de Juventude. O jovem Mario Cabal aproveitou o momento para fazer o cadastro de jovens para as próximas atividades da Rede. Uma celebração eucarística, presidida pelo bispo auxiliar de Manaus, dom Mário Antônio da Silva, encerrou o evento.
26 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL AMAZÔNIA
CAMPANHA INCENTIVA A SOLIDARIEDADE EM BELÉM O CAC (Centro Alternativo de Cultura) deu início à Campanha do Cofrinho 2014, que tem como objetivo incentivar a solidariedade entre as famílias. Esse é o segundo ano consecutivo em que a iniciativa é realizada.
A Campanha reúne toda a comunidade e funciona da seguinte forma: após as missas de final de semana, na Capela de Lourdes, os fiéis são convidados a levar para suas casas um ou mais cofrinhos. O intuito é que as famílias incentivem
as crianças a juntar moedas no cofrinho, que será devolvido para a Capela no dia 10 de outubro. Com o valor arrecado, serão comprados brinquedos para mais de 500 crianças atendidas pela obra na periferia de Belém (PA) e municípios vizinhos.
Segundo padre Plutarco Almeida, coordenador geral do CAC, a ideia é favorecer nas famílias a cultura da solidariedade. “A campanha está superando todas as expectativas, já distribuímos mais de mil cofrinhos!”, declara o jesuíta.
SIES realiza Ciclo de Formação para Casais
O SIES (Serviço Inaciano de Espiritualidade) realizou o Ciclo de Formação para Casais, com o tema Espiritualidade e vida matrimonial, no Centro Loyola de Pastoral, nos dias 7, 14 e 21 de agosto.
Quatro casais partilharam suas experiências de vida conjugal. O evento foi orientado pelo casal José Barbosa e Nazaré, que fazem parte da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Manaus.
Para a coordenadora do SIES, Ivone Leitão, o ciclo teve como meta a espiritualidade conjugal para ajudar o casal a vencer a indiferença religiosa do ser humano moderno. “A espiritualidade conjugal e, como
consequência, a espiritualidade familiar têm a grande missão de ajudar o ser humano moderno a encontrar os caminhos que levam ao encontro pessoal com Jesus na espiritualidade do casal”, afirma.
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A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL AMAZÔNIA
Padre Horie partilha suas experiências na Pastoral Indígena
Jesuíta participa da Pastoral Indígena da Diocese de Roraima
A Companhia de Jesus possui uma Estação Missionária na cidade de Bonfim (RR), desde 2008. No local, é realizado um trabalho de evangelização junto aos povos indígenas, que vivem na fronteira do Brasil com a Guiana Inglesa. Há seis anos, o padre Setsuro Horie, junto com o padre Urbano Rodolfo Muller, participa da Pastoral Indígena da Diocese de Roraima, que atua junto aos indígenas que moram na Serra da Lua. Padre Horie explica que, antes de iniciar a missão, sua visão sobre os indígenas era bem diferente. “Quando cheguei a Roraima, eu pensava que os indígenas viviam muitas precariedades. Hoje, através da convivência, eu descobri que meu pensamento mudou. Os povos indígenas têm sua cultura, sua tradição, sua capacidade. Eles são muito ricos, bonitos e são muitos capazes, eu tenho muita admiração pelos indígenas. Enquanto eles continuarem a existir no Brasil, haverá ecologia. Se acabarem com os indígenas,
a natureza brasileira vai se perder, acabará”, ressalta o jesuíta. As missões em Bonfim estão divididas em dois tipos de trabalho: com as populações do interior e com os moradores na área urbana. Na área urbana, estão as comunidades São Francisco e São Sebastião. No interior, existem as pequenas comuni-
Pe. Setsuro Horie atua há seis anos em Roraima
dades de Vila São Francisco, Irena e Nova Esperança. Mas o trabalho principal é com a Pastoral Indígena. “Trabalhamos em parceria com as Irmãs Filhas da Caridade Vicentina, que já fazem esse trabalho há mais de 25 anos. Nós moramos com os indígenas na comunidade que se chama Mascou”, afirma padre Horie.
28 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL AMAZÔNIA
desafios da missão O CIMI (Conselho Indigenista Missionário), do Regional Norte I, realizou o Encontro Regional Anual, entre os dias 25 e 29 de julho, em Manaus (AM). O evento teve como objetivo debater e refletir sobre os seguintes temas: a urbanização indígena amazônica, a economia indígena e a situação social, política e cultural. Para padre Horie, um dos participantes do encontro, a urbanização já é realidade na vida dos índios. “Essa questão já alcançou as aldeias e também tem influenciado os indígenas que vão para as cidades em busca de melhores condições de vida. Quando eles chegam aos centros urbanos, perdem sua identidade, cultura e tradição, e acabam esquecendo sua origem. É o caso de muitos deles em Boa Vista, que foram para a cidade e, hoje, por não estarem preparados para sobreviver nos centros urbanos, trabalham no lixão da cidade”. Muitos problemas que os indígenas enfrentam surgiram depois da demar-
cação e homologação das terras. Os indígenas vivem em ilhas territoriais, entre as suas terras estão os fazendeiros, com suas propriedades. Outras vezes, surgem problemas com a entrada de garimpeiros ilegais nas terras indígenas. Padre Horie explica que o recebimento e utilização dos recursos oriundos das políticas públicas, como: Bolsa Família, aposentadorias, auxílio maternidade, entre outros, também trazem agravantes. “Esses benefícios ajudam muito, mas, algumas vezes, os índios se atrapalham na hora de recebê-los, pois muitos não estão acostumados a usar o sistema eletrônico dos bancos e acabam precisando da ajuda de outros, que, algumas vezes, se aproveitam disso. Percebemos isso, principalmente, na comunidade Moscou. Eles trabalham na roça, mas precisam saber utilizar esses benefícios em prol da sustentabilidade econômica das famílias”, ressalta. Para padre Horie, atualmente, o grande desafio é a
autonomia e a autossustentabilidade. “Estamos atuando com o plano de gestão territorial e ambiental, desenvolvendo uma forma de
promoção do trabalho e proteção de direito a terra. O foco é conscientização para a preservação da floresta e da natureza”, conclui.
Na paz do senhor No dia 3 de setembro, faleceu em sua residência, o Sr. João Batista dos Santos, pai do padre Adelson Araújo, superior da BAM (Região Brasil Amazônia). Que Deus conforte toda a família.
Calendário BAM 23 a 25 de setembro | 41ª Consulta BRA São Paulo (SP) 27 a 30 de setembro | Expediente na Cúria BAM – Manaus (AM) 2 a 4 de outubro | Encontro dos padres e diáconos em formação da Província do Brasil – Belém (PA) 6 a 9 de outubro | Encontro dos mestres e irmãos em formação da Província do Brasil – Belém (PA) 14 a 17 de outubro | Expediente na Cúria BAM – Manaus (AM) 18 a 27 de outubro | Visita a comunidade de Assis Brasil – Rio Branco (AC)
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a companhia de jesus no
BRASIL
CENTRO-LESTE
http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/
PUC-Rio: melhor universidade privada-comunitária brasileira no QS World Ranking
A PUC-Rio conquistou a primeira colocação entre as instituições de ensino e pesquisa privadas no segundo QS World Ranking 2014-2015, elaborado pela empresa de consultoria Quacquarelli Symonds (QS), do Reino Unido. No Brasil, a PUC-Rio se destaca como a oitava Instituição de Ensino Superior (IES), mantendo a segunda colocação no estado do Rio de Janeiro. “O resultado é gratificante e reflete o esforço da comunidade PUC-Rio em zelar pela manutenção da excelência acadêmica”, afirmou o reitor, padre Josafá Carlos de Siqueira. Já de acordo com o critério reputação junto a potenciais empregadores, a Universidade alcançou a terceira posição no Brasil. A reputação acadêmica acompanhou a evolução nos demais indicadores: nesse quesito, superou-se a média
mundial, que analisa 850 instituições ao redor do mundo. “Isto coloca a instituição acima da média internacional”, comemora Marco Antonio Casanova, coordenador Central de Planejamento e Avaliação da Universidade. A análise de dados por área de conhecimento também aponta para signifi-
cativo avanço em Artes e Humanidades, Ciências Sociais e Engenharia e Tecnologia – ocupando, respectivamente, quarta, quinta e oitava posições. Por fim, a amostragem verificada para o biênio 2014-2015 demonstra um avanço da PUC-Rio no âmbito mundial, no qual a Universidade integra o bloco entre as posições de 501-550.
QS World University Rankings Os QS World University Rankings são classificações universitárias anuais publicadas pela Quacquarelli Symonds (QS), do Reino Unido. A empresa originalmente lançou seus rankings em publicação conjunta com a Times Higher Education (THE), entre 2004 e 2009, sob o nome Ti-
mes Higher Education-QS World University Rankings, mas essa colaboração foi encerrada em 2010, com a retomada da publicação pela QS, utilizando a metodologia preexistente e nova cooperação entre a Thomson Reuters e a Times Higher Education World University Rankings.
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Docente da FEI lança livro sobre a importância dos catadores de resíduos
Apenas uma pequena parcela do lixo produzido no Brasil é seletivamente coletada, sendo a maior parte da reciclagem feita por catadores autônomos que têm uma atividade insalubre, baixa remuneração e nenhuma qualificação profissional, além de ser um grupo marginalizado pela sociedade. No entanto, essas pessoas são fundamentais para a cadeia produtiva da reciclagem em termos econômicos, ambientais e sociais. A importância dos catadores autônomos e dos catadores organizados para o funcionamento da cadeia de reciclagem brasileira é o ponto de discussão do livro Cadeia de reciclagem: um olhar para os catadores, de autoria do professor doutor Jacques Demajorovic, do Programa de Pós-graduação em Administração, do Centro Universitário da FEI, e ilustrado com uma série de imagens feitas pela fotógrafa Márcia Lima. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que um milhão de indivíduos compõem o universo de catadores no Brasil. Mas, desse total, só 10% são cooperados, de acordo com o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis. Os demais ficam à mercê dos intermediários, que pagam o valor que julgam melhor pelo material coletado. “Os catadores são os
que coletam a maior parte dos resíduos que entram na cadeia de reciclagem, mas os que recebem a menor parcela do valor gerado nessa cadeia”, revela o docente da FEI. No livro, o autor defende o trabalho nas cooperativas, que ajudam a transformar o catador independente, que não tem como negociar, em um cooperado com melhores condições de trabalho, maior quantidade coletada de resíduos e a possibilidade de vender diretamente para um intermediário ou para as empresas recicladoras, ganhando mais pelo produto comercializado.
O professor Jacques Demajorovic afirma que, além de gerar renda, as cooperativas contribuem para a inclusão social dessa parcela da população. Embora a reciclagem no Brasil seja retratada de forma eficiente – o País é recordista na coleta e reciclagem das latinhas de alumínio, com 98% de material reaproveitado –, essa realidade só é possível devido ao quadro de pobreza que permite que um grande contingente de trabalhadores faça o trabalho de coleta por um preço muito baixo. “Em países desenvolvidos, ao contrário do Brasil, é necessário contar com empresas privadas para a coleta de todos os resíduos recicláveis, pois não existem catadores que façam esse trabalho em volume significativo”, enfatiza. Para o docente, o sucesso da reciclagem das latinhas de alumínio também é reflexo do valor que têm no mercado, por ser um material com alto valor agregado e que, para ser produzido, tem custo elevado de energia e geração de resíduos. No livro, Jacques Demajorovic cita exemplos que comprovam como as cooperativas são importantes para dar melhores condições de trabalho aos catadores, bem como o papel dessas organizações em termos econômicos, ambientais e sociais.
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ETE FMC realiza 13ª Fivel A ETE FMC – Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa, em Santa Rita do Sapucaí (MG), sediou um dos mais importantes eventos do setor eletroeletrônico do Brasil, a 13ª Fivel (Feira Industrial do Vale da Eletrônica), entre os dias 3 e 5 de setembro. Promovida pelo Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), sob o tema Viajando pelo mundo da inovação, focado no mercado, a feira teve por objetivo apresentar produtos, tendências de mercado e inovações desenvolvidos pelas empresas que compõem o Arranjo Produtivo Local – APL de Eletrônicos. Foi a primeira vez que a feira aconteceu nas dependências da ETE, uma das principais responsáveis pela transformação da pequena cidade mineira, em um dos mais importantes polos tecnológicos do Brasil. Composto por fortes potências no mercado de eletroeletrônico, o Vale da Eletrônica reúne 153 empresas e emprega cerca de 10 mil pessoas, incluindo alguns dos ex-alunos da ETE. Na região, são produzidos 13.700 mil itens, exportados para 41 países. O professor Alexandre Loures Barbosa, diretor geral da ETE, ressalta que a experiência de receber a FIVEL “serve de inspiração para os nossos alunos, pela a oportunidade de conhecer as melhores empresas de tecnologia do Brasil e se relacionar com empresários que tiveram um início bem parecido com o deles. Grande parte dos executivos desenvolveram seus primeiros protótipos na Feira de Projetos
Futuristas (ProjETE), promovida pela ETE e, hoje, possuem seus próprios negócios”. Uma das empresas participantes da feira é a Pixel TI. Seu diretor comercial, Marco Aurélio Duarte Mendes, é ex-aluno da ETE. Segundo o executivo, o di-
ferencial da escola está justamente em se preocupar não apenas com o conteúdo, mas em tornar o aluno um profissional com todas as características exigidas no mercado, com caráter ético, proativo e um grande empreendedor. “A ETE é
fundamental para o Vale da Eletrônica e pelo grande desenvolvimento do mercado em Santa Rita do Sapucaí. Além disso, a instituição se preocupa não apenas em formar ótimos técnicos, mas como ser humano como um todo”, diz Mendes.
Centro de Desenvolvimento e Negócios Além de sediar a 13ª Fivel, a ETE teve um estande na feira para apresentar o seu Centro de Desenvolvimento e Negócios (CEDEN), que tem a pesquisa e o desenvolvimento de circuitos eletrônicos entre suas atividades. Inaugurada em janeiro de 2012, a entidade conta com uma equipe exclusiva de técnicos e engenheiros, especializada em telecomunicações, automação e engenharia biomé-
dica, além da participação de docentes da ETE. O CEDEN também tem parcerias de sucesso com Instituto Nacional de Telecomunicações (INATEL), Ericsson Telecomunicações, Ericsson Gestão e Serviços, Clear CFTV, Empresa Sollus – iluminação a led e, a mais recente, Pixel TI, que inaugurou, em setembro, um laboratório no campus para treinamentos de alunos e capacitação da mão de obra dos colaboradores da Pixel.
As empresas parceiras do CEDEN podem usar laboratórios e equipamentos de última geração para a realização de treinamentos, cursos e workshops, execução de projetos e consultoria técnica. Também podem solicitar treinamento e consultoria técnica para capacitação de profissionais nas mais diversas áreas, além de recrutamento de mão de obra técnica.
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ANEAS incorpora projetos no Rio de Janeiro teve atuação marcante em Santa Marta. Vice-reitor Acadêmico e professor do Departamento de Pedagogia da PUC-Rio, padre Agostinho morou na comunidade, onde atendia pastoralmente seus moradores. Apesar de falecido em 1992, até hoje o religioso é lembrado com carinho e respeito pela comunidade.
Em setembro, a ANEAS (Associação Nóbrega de Educação e Assistência Social) incorporou os projetos Educacional e de Assistência Social realizados pela ASIA (Associação dos Antigos Alunos dos Padres Jesuítas) na comunidade Santa Marta, no Rio de Janeiro (RJ). Existentes desde 1978, as três iniciativas locais (Berçário, Maternal
e Centro de Complementação Escolar-CCE) atendem, juntas, 365 crianças. Os 67 colaboradores que atuam nos projetos também passam a integrar a equipe da nova sucursal da ANEAS, na capital carioca. No dia 26 de agosto, esses colaboradores participaram de um encontro de acolhimento no Centro João XXIII, no Rio de Ja-
neiro (RJ), realizado pelas equipes do Centro Administrativo e do Centro Santa Fé, ambos de São Paulo, além da Sucursal RJ e do próprio João XXIII. Além dessas mudanças administrativas, os projetos ganharam também um novo nome: Centro Educativo Padre Agostinho Castejón (CEPAC), em homenagem ao jesuíta que
CEPAC 365 crianças atendidas • Berçário: 59 bebês (de 4 meses a 1 ano e 11 meses). • Maternal: 132 crianças (de 2 a 3 anos e 11 meses). • CCE: 174 crianças (de 4 a 12 anos).
4º ENCONTRO NACIONAL DA PASTORAL DA COMUNICAÇÃO Entre os dias 24 e 27 de julho, foi realizado o do 4º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação, que reuniu cerca de 900 pessoas, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, no Santuário de Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Promovido pela Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB (Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil), o evento teve como tema Comunicação, Desafio e possibilidades para evangelizar na era da cultura digital. Um dos palestrantes do encontro foi o padre Antonio Spadaro, autor dos livros Web 2.0 e Cibertologia, além de diretor da revista dos jesuítas La Civiltá cattolica, na Itália. O evento contou tam-
bém com a participação do padre Dionel Amaral. O jesuíta é diretor dos programas Palavras de Vida e A Santa Missa, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, na TV Brasil. Em sua apresentação, o padre Spadaro propôs que evangelizar em rede não significa apenas fazer, porém, antes disso, escutar. “A Igreja está na rede, primei-
ramente, para escutar aquilo que os seres humanos pretendem nos dizer. Acolher bem também é evangelizar. Os Cristãos são chamados a testemunhar o próprio Cristo no ambiente digital. É esse testemunho com exemplo e atitude que, certamente, contribuirá para a maior glória de Deus que vem das almas”, ressaltou o jesuíta.
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DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE PE. FRITZEN OBTÉM NOTA MÁXIMA
Em 18 de agosto, o padre Carlos Fritzen, administrador Provincial da BRC (Província Brasil Centro-Leste), apresentou sua dissertação Política Social e Movimento Social: Projeto dos Jesuítas na região de Perus/SP (1998 a 2008) – Experiência de Protagonismo Juvenil, para obtenção do título de Mestre em Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Qualificado pela banca examinadora com 10, nota máxima, o estudo tem por objetivo “contribuir para a discussão e reflexão sobre
a política social integral no marco da globalização neoliberal que, com seus impactos negativos e positivos, resultou na segregação dos setores empobrecidos”. A dissertação teve como base de pesquisa o Projeto Social Centro Santa Fé, mantido pelos jesuítas no bairro de Perus, na periferia da cidade de São Paulo (SP). “A experiência do mestrado foi duplamente peregrina. Por um lado, me possibilitou revisitar parte da experiência vivida, pois fui partícipe de processos estruturantes e da realização do trabalho objeto deste estudo. Por outro lado, tive que fazer muitas leituras, reflexões e parte da sistematização coordenando trabalhos com estudo. Ou seja, entre o ir e vir do trabalho, entre as inúmeras viagens, as leituras e anotações para desenvolver a dissertação tiveram seu lugar”, conta padre Fritzen. Mas, além do desafio de estudar em meio ao trabalho cotidiano, o jesuíta ressalta a riqueza das descober-
tas feitas pelo caminho ao voltar-se sobre uma experiência de trabalho social da Companhia de Jesus, situada no contexto da periferia da cidade de São Paulo. “Neste sentido, duas ideias básicas perpassam este trabalho, a primeira é que, ao apostar no ser humano, dando-lhe oportunidade, acontece o milagre da VIDA. Jovens voltam a acreditar no seu potencial, retomam seu sonho e embrenham o rumo da vida. No estudo de caso, as frases que dão o tom é que o projeto social dos jesuítas marca um ‘antes e depois’ na vida dos jovens participantes”, comenta padre Fritzen. “Ao mesmo tempo, se confirma a hipótese de que este trabalho social contribui às políticas sociais e provoca a consciência de que ‘outro mundo é possível’, outro modelo de sociedade é possível, apesar do modelo econômico que segrega e discrimina os empobrecidos.” O jesuíta destaca que o estudo possibilitou-lhe vi-
Calendário BRC 23 a 25 de setembro | 41ª Consulta BRA – São Paulo (SP) 6 de outubro | Reunião da Consulta BRC – São Paulo (SP) 7 a 9 de outubro | Visita a PUC-Rio e a Residência – Rio de Janeiro (RJ) 10 e 11 de outubro
| Visita a Residência do Col. dos Jesuítas – Juiz de Fora (MG)
venciar a passagem do saber, do ter visto, do ter participado para o momento de compreensão do sentido mais profundo de missão social da Companhia de Jesus, no histórico e na atualidade. E, dessa forma, aventando lançar algo em perspectiva de futuro do trabalho social da Ordem religiosa, sempre entendendo que se faz necessário atualizar a missão com respostas em novos contextos sociais de territórios e do mundo. “Testemunho que a década apresentada no estudo de caso do projeto, 1998-2008, foi uma singular articulação de formação e protagonismo juvenil, atuando em Movimento Social por melhores políticas sociais. ‘Tudo vale a pena, se a alma não é pequena’, quando acreditamos no ser humano e dedicamos de coração a ele, no seu desenvolvimento de SER em plenitude. Como diz Jo, 10; ‘Eu vim para que todos tenham vida e vida em plenitude’. Gratidão por tudo!”, finaliza padre Fritzen.
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a companhia de jesus no
BRASIL
MERIDIONAL
Foto: Leo Urnauer/G1
Aluno do Colégio Anchieta é selecionado para participar da Cúpula do Clima da ONU
João Pedro Corrêa Eboli foi o único brasileiro selecionado para participar do evento em Nova Iorque
O jovem João Pedro Corrêa Eboli, aluno da 8ª série do Colégio Anchieta, de Porto Alegre (RS), foi o único brasileiro selecionado para participar da Cúpula do Clima da ONU (Organização das Nações Unidas), realizada no dia 23 de setembro (terça-feira), em Nova Iorque, nos Estados Unidos. O estudante de 13 anos participou de um concurso promovido pela Climate Reality Project, ONG fundada pelo ex-vice presidente dos EUA Al Gore, que mobilizou jovens do mundo inteiro. O projeto pedia que os candidatos gravassem um pequeno vídeo no qual questionassem os governos sobre como agir diante dos efeitos
das mudanças climáticas. Intitulada Por quê? Por que não?, a campanha foi lançada no mês de agosto. De Porto Alegre, o adolescente representou o Brasil e a América Latina, junto a outros participantes da África, Austrália, Índia, Filipinas, Reino Unido e EUA, no evento que contou com a presença de 120 chefes de Estado, incluindo o presidente norte-americano, Barack Obama, e a presidente da República, Dilma Rousseff. Em seu discurso, João Pedro defende o desenvolvimento de um plano de silvicultura para estimular a plantação de árvores. No vídeo, ele fala sobre os efeitos do aquecimento
global e as consequências da repentina mudança climática. Cita a grave seca que atinge São Paulo, o esvaziamento dos reservatórios e a falta de água frequente, além da estiagem que gera prejuízos econômicos. O jovem conta que o interesse em sustentabilidade é estimulado dentro do Colégio Anchieta. É nas aulas da disciplina de ensino religioso que o assunto surge com mais intensidade. “Meu professor, Marcio Longhi, me apresentou a obra do Al Gore e o trabalho dele na ONG. Eu fui me interessando e pesquisando cada vez mais. Ele me incentivou muito para esse assunto. É quase uma aula de Ciências Sociais”, brinca.
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Fórum Brasil-Coreia reúne pesquisadores na Unisinos
A Unisinos realizou o Fórum Brasil-Coreia, no campus São Leopoldo (RS), entre os dias 27 e 28 de agosto. O evento abordou temas referentes à ciência, a tecnologia e a inovação nas universidades brasileiras e sul-coreanas. Além disso, foram apresentados trabalhos e ativi-
dades de pesquisa na área de semicondutores e casos de inovação e aplicação de novas tecnologias nas indústrias brasileira e sul-coreana. Desde 2011, a Unisinos promove o Fórum Brasil-Coreia que busca incentivar as discussões sobre o desenvolvimento das
áreas ligadas a ciência, a tecnologia e a inovação, a partir das experiências dos dois países. Em todas as edições, professores sul-coreanos são convidados a palestrar ao público na temática de semicondutores, uma tecnologia que faz parte do interesse estratégico nacional. Para Carlos Moraes, decano da Escola Politécnica, o fórum possibilita que o Brasil aprenda e evolua com o conhecimento dos profissionais da Coreia do Sul. “Temos uma grande necessidade de crescer em pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico em encapsulamento de semicondutores, internet das coisas, entres outros assuntos que serão discutidos”, comenta. Um dos organizadores do Fórum e coordenador do Mestrado Profissional em Engenharia Elétrica, Eduardo Rhod, percebe que, esta troca de conhecimento “representa es-
tar em contato com o que há de mais avançado em termos de estudos relacionados com a área de semicondutores e tecnologia da informação. Estamos em uma fase de estreitamento com os pesquisadores de universidades coreanas para concretizar parcerias de pesquisa conjunta entre as nossas universidades”. Aos alunos, o fórum Brasil-Coreia é uma oportunidade de participar de um evento internacional dentro do campus da Unisinos. Esse é o segundo fórum que Iara Fernandes, mestranda em Engenharia Civil, vai participar. Ela destaca a amplitude de troca de ideias. “É muito interessante poder ver como as pesquisas funcionam em outros países e observar o avanço científico em várias partes do mundo. Nessa troca de experiências, ganhamos rapidez na evolução das ideias e melhorias tecnológicas ao alcance de todos”, ressalta.
Rede SJ-CIAS realiza VII Seminário da Rede Entre os dias 27 e 28 de agosto, aconteceu o VII Seminário da Rede SJ-CIAS (Rede Jesuíta de Cidadania e Ação Social), no CECREI (Centro de Espiritualidade Cristo Rei), em São Leopoldo (RS). O encontro, coordenado pelo
Pe. José Ivo Follmann, diretor de Assistência Social da ASAV (Associação Antônio Vieira) e vice-reitor da Unisinos, teve como tema Demarcando as Nossas Pegadas nas Trilhas da Sociedade Sustentável. No primeiro dia, os mais
Encontro foi realizado no CECREI
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de 100 inscritos participaram de três painéis sobre as relações étnico- raciais, o diálogo inter-religioso, a superação da pobreza e o meio ambiente. Entre os participantes, estavam colaboradores da ASAV, da Unisinos e dos CJ-CIAS (Centros Jesuítas de Cida-
dania e Ação Social). Já no segundo dia, houve um único painel que tratou do empoderamento e da gestão social, da defesa do movimento ecológico, da preservação do meio ambiente e da educação das relações étnico-raciais. Depois, todos se reuniram
para um trabalho, em grupo, de aprofundamento das questões. Durante o encontro, também houve momentos de espiritualidade e de confraternização. “O seminário capacitou os profissionais dos projetos sociais e retomou as três ênfases trabalhadas.
Estamos priorizando e relatando experiências dos projetos e as principais ideias dos grupos”, explica o padre José Ivo. Os participantes do seminário, que acontece anualmente, são formados por colaborados da Unisinos, da ASAV e dos CJ-CIAS.
Colégio Catarinense promove II Dia de Integração Social jogos e atividades culturais. Além disso, é um gesto concreto de solidariedade, pois, durante o evento, a comunidade realiza doações de alimentos não perecíveis, brinquedos e materiais de higiene pessoal.
O Colégio Catarinense promoveu o II Dia de Integração e Ação Social do Ensino Fundamental no dia 16 de agosto. As turmas do 6º, 7º e 8º ano participaram de uma grande gincana cujas tarefas
incluíam arrecadações e atividades culturais e esportivas. A atividade tem como intuito proporcionar à comunidade educativa (pais, alunos, professores e funcionários) um convívio menos formal, com
Os materiais arrecadados são doados para mais de vinte instituições filantrópicas da Grande Florianópolis, que participam dos projetos de formação humana do Colégio Catarinense.
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Na Paz do Senhor Padre Balduíno Loebens
Foto: Edson Andrade/ Paróquia Sagrado Coração de Jesus
Por Pe. Matias Martinho Lenz
No sábado, dia 6 de setembro, o padre Balduíno Loebens, 73 anos, missionário jesuíta entre o povo Rikbaktsa, desapareceu nas águas caudalosas do Rio Juruena, em Mato Grosso. Quando ele não apareceu no sábado à noite, na aldeia onde era esperado, começaram as buscas. Primeiro, foi encontrado seu barco, no domingo de manhã, embicado em pedras, abaixo da corredeira de Água Brava. O rio devolveu seu corpo na segunda-feira (8), quando foi encontrado 20 km rio abaixo, perto de Pedra Bonita. Lá mesmo lhe foram prestadas as primeiras homenagens rituais, antes de seu translado para o município de Juína (MT). O médico
legista atestou sua morte por afogamento. Nenhum indício houve, segundo as autoridades policiais, da ação de terceiros. A causa de sua queda na água: talvez um mal súbito ou desequilí-
Em combinação com os indígenas, decidiu-se o enterro no cemitério Municipal de Juína, com possibilidade de translado para uma aldeia que fosse do consenso de todos, de acordo com um desejo expresso pelo Pe. Balduíno. O corpo foi velado na Catedral. Dom Neri Tondello, bispo de Juína, presença forte e carinhosa em todos os momentos desse doloroso acontecimento, presidiu a missa, que contou com a participação do clero da cidade, dos jesuítas, de familiares e de grande multidão. O padre era conhecido e amado não só pelos Rikbaktsa, mas por todas as pessoas da cidade e região, que se beneficiaram de seu tratamento bioenergético, oferecido em sua sede, em Fontanillas (MT). Antes da missa, os indígenas realizaram um belo ritual fúnebre, se-
O Pe. balduíno nos dá exemplo de pessoa apaixonada por uma causa: a defesa e promoção do povo rikbaktsa e das populações indígenas no brasil, essa o encantou durante seus 48 anos de trabalho no mato grosso. brio. Difícil saber, no caso de um profundo conhecedor do rio. O barco desgovernado foi dar contra as pedras. O motor só parou ao terminar o combustível (o tanque estava vazio).
gundo sua tradição. Houve testemunhos comovidos sobre a vida desse grande pastor e missionário. As cerimônias foram gravadas em vídeo que, em breve, será disponibilizado.
O Pe. Balduíno nos dá exemplo de pessoa apaixonada por uma causa: a defesa e promoção do povo Rikbaktsa e das populações indígenas do Brasil, essa o encantou durante seus 48 anos de trabalho no Mato Grosso. Sofreu prisões e maus tratos nos anos 80, durante o demorado processo de demarcação de terras indígenas. Apesar de oposições e críticas, continuou seu trabalho a favor da saúde indígena, da alfabetização bilíngue, da preservação das terras e da cultura, contra a cobiça de madeireiros e mineradoras. Hoje, as Terras Indígenas Rikbaktsa são referência nacional de preservação ambiental. Nas pegadas de seu predecessor, Pe. João Dornstauder, SJ, Balduino prosseguiu um trabalho de evangelização inculturada, buscando comunhão com o bispo, que, a pedido dos indígenas, já assumiu celebrar as missas por ele marcadas no fim do ano. O livro de batizados da paróquia Rikbaktsa era guardado com zelo. O rico arquivo do Pe. Balduíno, agora guardado sob os cuidados da diocese de Juína, espera pelo trabalho de colegas indigenistas, especialmente do antropólogo Pe. Aloir Pacini,SJ, no preparo de um estudo mais amplo, que preserve, divulgue e dê continuidade à herança desse notável missionário.
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Coração missionário O Pe. Balduíno nasceu no dia 13 de março de 1941, em Itapiranga (SC), filho de Felipe Loebens e Teresa Royer Loebens. Além dos irmãos, tem duas irmãs religiosas. Balduíno fez os estudos secundários (ginasial e colegial) no Colégio Santo Inácio, em Salvador do Sul (RS), de 1955 a 1961. Ingressou na Companhia de Jesus, em Pareci Novo (RS), no dia 28 de fevereiro de 1962. Teve como mestre de noviços o Pe. Francisco Fonseca. Após o biênio, emitiu os primeiros votos em 1º de março de 1964 e, em seguida, iniciou o curso de Filosofia. No 2º semestre de 1966, enviado para a missão do Mato Grosso, em Utiariti, permaneceu ali até o final de 1968. [...] O contato com os índios e a natureza certamente fazia muito bem ao seu coração missionário. Como ele escreveu ao Provincial, em 1966, teve sempre uma grande atração pela vida missionária, desde os seus primeiros anos de escola apostólica. Todas as vezes em que alguém falava da missão, seu coração vibrava. O ideal missionário acompanhou Pe. Balduíno durante todos os anos de sua formação religiosa na Companhia de Jesus, sempre disposto a abraçar o que fosse da vontade de Deus. De 1972 a 1979, atuou no Barranco Vermelho junto aos índios Rikbáktsa, na Estação Missionária Santo Inácio, no rio Juruena (MT). De 1980 a 2014,
atuou também na Estação Missionária Santo Inácio, no outro lado do rio, em Fontanillas, Juína (MT). O local tem, aproximadamente, 30 aldeias na área Rikbaktsa, espalhadas ao longo de 200 km de rio. Ao todo, Balduíno dedicou 42 anos ao trabalho missionário junto aos Rikbaktsa. Um trabalho em que se investiu muito na consciência crítica dos índios. As celebrações religiosas foram orientadas na formação dessa consciência e o resultado foi muito positivo. Pe. Balduíno era coordenador da Pastoral Indígena dos Rikbaktsa, na Estação Santo Inácio, em Fontanillas, membro do CIMI (Conselho Indigenista Missionário) Regional Mato
Calendário BRM 23 a 25 de setembro | 41ª Consulta BRA – São Paulo (SP) 6 a 11 de outubro
| Residência Conceição – São Leopoldo (RS)
Grosso. Ele organizava atividades na Pastoral da Saúde para os Rikbaktsa e população, por meio da ABILLAS (Associação Bioenergética de Fontanillas). É reconhecido pelos conhecimentos e atendimentos na pastoral da saúde com a homeopatia. O Pe. Balduíno Loebens faleceu com 73 anos de idade, 52 de Companhia e 41 de sacerdócio. Que a bondade de Deus o recompense por todo o bem que fez e o tenha para sempre na sua glória! Por Pe. Inácio Spohr, SJ
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BRASIL
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Diocesano é destaque em Olimpíada de Robótica Os alunos do Colégio Diocesano ganharam destaque na etapa estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). Realizado na própria instituição de ensino, o evento reuniu dez equipes dos colégios: Diocesano, Dom Barreto e Lavoisier. A prova prática foi dividida nos níveis 1 (Ensino Fundamental) e 2 (Ensino Médio). A coordenadora estadual da Olimpíada Brasileira de Robótica, Karla Giovanny, ressaltou que é a primeira vez do evento no Piauí. “Antigamente, íamos com uma única equipe representando o nosso Estado, e hoje nós estamos vendo o avanço tecnológico todo. Nós temos que mostrar nosso potencial tecnológico, principalmente dos nossos alunos. Mostrar que o Piauí também tem desenvolvimento tecnológico”, ela disse. O Colégio Diocesano venceu nos dois níveis e as equipes campeãs irão representar o Piauí na etapa nacional
Diocesano e IFPI formando parcerias para a extensão da Robótica no Piauí
da OBR, que acontecerá em outubro, em São Carlos (SP). “Participar da OBR é algo extraordinário. E neste ano chegaremos com melhores condições, mais preparados ainda, para as disputas na etapa nacional”, comentou Rafael Gomes, aluno de Robótica do Diocesano que irá, pelo segundo ano, ao evento.
Rafael, Pedro e Luiz Henrique, da equipe GRI do Diocesano, 1º lugar no nível 2 na OBR
Parcerias e expansão da robótica Para a realização da etapa estadual da OBR, o Diocesano contou com o apoio de empresários e instituições de educação do estado. Sediar o evento resultou no fortalecimento das parcerias e do projeto de expansão do ensino dessa área, em 2015, também para escolas públicas. “É incrível a facilidade que esses jovens têm de entrar nesse mundo tecnológico. E temos todo o interesse de expandir o ensino da Robótica a um, cada vez maior, número de
estudantes”, declarou a professora Ana Cláudia, coordenadora de Extensão Tecnológica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI). Resultado da competição Nível 1 1º lugar – Robotecos (Diocesano) 2º lugar - JW Enterprise (Diocesano) 3º lugar – Atons (Diocesano) 4º lugar – Tecno Tigers (Diocesano) 5º lugar – Lego Bots (Diocesano)
Nível 2 1º lugar – GRI (Diocesano) 2º lugar – V^3 (Dom Barreto)
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Concurso do Diocesano comemora 200 anos da Restauração da Companhia de Jesus
Com o intuito de incentivar a produção e expressão cultural no âmbito do colégio, o Diocesano realizou Concurso Cultural em comemoração ao Bicentenário da Restauração da Companhia de Jesus, através dos departamentos de ensino de História, Arte e Língua Portuguesa. Puderam participar do Concurso Cultural os estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental regular, os da 5ª à 8ª série do Ensino Noturno (ENOD) do Diocesano, alunos da Escola Santo Afonso Rodriguez e de escolas públicas do município de Santo Inácio do Piauí, nas categorias: Redação, Poema, HQ, Pintura, Cartum,
Desenho, Fanzine, Paródia e Vídeo. Com o tema A Missão da Companhia de Jesus, o concurso foi um estímulo ao conhecimento e a divulgação da universalidade da missão jesuíta no Piauí, no Brasil e no mundo. Além disso, favoreceu a criatividade e a aprendizagem. Como premiação, todos os estudantes classificados nos três primeiros lugares de cada categoria ganharam uma viagem cultural à cidade de Salvador (BA), para conhecer e visitar lugares de memória da presença jesuíta e a oportunidade de expor seus trabalhos na Feira de Conhecimento do Diocesano (DIOFEIRAC), nos dias 3 e 6 de setembro.
visita a salvador Alegres pela conquista do Concurso Cultural em comemoração ao Bicentenário da Restauração da Companhia de Jesus, promovido pelo Colégio São Francisco de Sales – Diocesano, alunos do Colégio, da Escola Santo Afonso e da cidade de Santo Inácio do Piauí rumaram para Salva-
dor (BA), no dia 14 de agosto, acompanhados de funcionários e professores das instituições educacionais. Na cidade, o grupo foi carinhosamente acolhido pelas Irmãs Missionárias Mercedárias. Além disso, os alunos puderam conhecer os lugares de memória da presença jesuítica em Salvador.
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Bispo abençoa famílias Vieirenses no Santuário Nossa Senhora de Fátima O Colégio Antônio Vieira reuniu cerca de 400 famílias, no dia 3 de setembro, para a Bênção das Famílias, que contou com a participação especial do bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, Dom Estevam Silva Filho. O encontro foi realizado no Santuário Nossa Senhora de Fátima. Durante a celebração, o bispo enfatizou a importância de cultivar o amor e a dedicação no cotidiano familiar. O padre jesuíta Leonel da Silva iniciou a celebração às 19h30 com a palavra de abertura e apresentou o bispo aos participantes. Dom Estevam leu a passagem do evangelho de Lucas 1,26, narrando a visita de Maria à sua prima Isabel, para, logo em seguida, fazer a relação entre o texto bíblico e a importância do serviço e do acolhimento dentro da família, que transborda aos que a cercam. Na sequência, ele abençoou os participantes e pediu para pais e filhos
se abraçarem, promovendo um momento afetivo entre o núcleo familiar. O evento já está em sua terceira edição e, a cada ano conta, com maior adesão da comunidade vieirense. “Ficamos felizes com a receptividade das famílias à proposta do evento. Queremos, cada vez mais, favorecer momentos entre pais e filhos, que fortaleçam
Colégio Antônio Vieira realiza a 20ª Expo Ciência A 20ª edição da Expo Ciência do Colégio Antônio Vieira, em Salvador (BA), foi um sucesso. Durante os dias 12 e 13 de setembro, os alunos apresentaram seus projetos científicos, sendo prestigiados por familiares, amigos e professores. O evento contou também com a presença de ex-alunos, vindos especialmente para celebrar os 20 anos da feira. A tradicional cerimônia de abertura do evento reuniu todos os envolvidos na quadra de esportes do Vieira e contou com as palavras do diretor do colégio, padre Domingos Mianulli, e da coordenadora da exposição, professora Maria Goretti Almeida. Todos puderam conferir ainda a apresentação musical dos alunos do 5º ano do Ensino Funda-
mental. Em seguida, os visitantes foram direcionados aos estandes, onde foi realizada a exposição dos trabalhos dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental ao 1º ano do Ensino Médio. O padre Domingos Mianulli falou do crescimento da Expo Ciência no colégio durante esses 20 anos, desde sua criação em 1984, e aproveitou para parabenizar a todos pelo trabalho realizado. “A Expo Ciência adquiriu um significado muito especial. Não é todo projeto que cresce tanto assim a cada ano”, disse o jesuíta. Outro momento significativo foi a homenagem aos ex-professores José Admirço e Nilzete Amorim, que fizeram parte da história da Expo. Eles ressaltaram a gratidão e felicidade por poder
a relação familiar, segundo o projeto de Deus”, disse o coordenador do Serviço de Orientação Pastoral e Religiosa (SORPA), João Ramiro. Ao final, o bispo abençoou ícones da Sagrada Família, os quais foram entregues aos presentes como lembrança do momento que viveram e da graça recebida.
participar dessa grande comemoração. “Eu sou o que sou. Devo, em primeiro lugar, a Deus, a meus familiares e aos jesuítas. Sou eternamente grato a tudo que fizeram por mim”, disse Admirço, também ex-aluno do Vieira. Os alunos não escondiam o entusiasmo e a alegria por participar da feira. “Ano passado, vim como visitante e este ano venho como expositor. É uma honra participar e mostrar o meu projeto. Estou muito feliz”, disse o aluno Matheus Schindler, do 5° ano EF. Muito satisfeita com o resultado dos trabalhos, a coordenadora do evento, profª. Maria Goretti, destacou a importância de inserir o projeto na proposta pedagógica. “Dessa forma, ensinamos aos alunos novas dinâmicas de apresentação de projetos”, ressaltou, acrescentando que “a feira de Ciências promove relações interpessoais e permite vivências que serão lembradas por toda a vida”.
44 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL NORDESTE
Na Paz do Senhor Padre Luciano Fozzer Por Pe. Geraldo A. Coelho de Almeida
Dias atrás, chegou-nos a notícia do falecimento, no dia 25 de julho passado, na Casa de Saúde Aloisianum, Gallarate (Varese/Itália), do jesuíta mais idoso da ainda Província do Brasil Nordeste, o padre Luciano Fozzer. Faltava pouco mais de um mês para ele completar 102 anos. De fato, ele nascera na cidade de Trento, em 1 de setembro de 1912, fazendo com que sua trajetória na Companhia fosse bastante longa e variada. Em 1932, depois de completar sua “maturità Classica”, entrou no Noviciado, em Gorizia, concluindo essa etapa, em Lonigo (VI), ambos na Itália. Nessa última cidade, realizou dois anos de Juniorado. Já o Curso de Filosofia aconteceu em Gorizia e Gallarate. Seu Magistério transcorreu de 1938 a 1940, em Skoche, na Albânia, onde exerceu a função de Vice-Reitor da Escola Apostólica e do Seminário, atuando, ao mesmo tempo, como professor de matérias literárias e científicas, diretor do Laboratório e do Museu, além de outras incumbências. Da Albânia passou a Chieri (Turim, Itália), para o Curso de Teologia, sendo ordenado, como era o costume na época, ao fim do 3º ano, em 15 de julho de 1943. Concluída a Teologia, em 1944, ingressou no Curso de Ciências Naturais, em Pádua (1944-1945), exercendo também a função de vice-ministro, no Pensionato Universitário Antonianum, na cidade italiana. Desde então, de 1945 a 1953,
começa para ele uma peregrinação por várias casas das Regiões Vêneta e Lombarda (Trento, Lonigo, Pádua, Bassano, Bérgamo...), ocupando posições diversas (Sócio do Mestre de noviços, Sub-ministro, Ministro, Vice-diretor da Escola de Religião, Professor de Física, pregador de retiros, etc.). Em 1948, houve um intervalo para a Terceira Provação, em Florença. No ano seguinte, já em Pádua, emitia os Últimos Votos. Em 1953, finalmente, chegou a Salvador, Bahia, passando a viver na Residência Santo Antônio da Barra. Durante o tempo em que aí morou, padre Fozzer se ocupava das missas, das organizações religiosas, responsabilizando-se, como ministro,
Faltava pouco mais de um mês para ele completar 102 anos. De fato, ele nascera na cidade de Trento, em 1 de setembro de 1912, fazendo com que sua trajetória na Companhia fosse bastante longa e variada pela manutenção ordinária da casa, dos consertos elétricos também na igreja, e de muitas outras coisas miúdas. Da Barra, passou ao Colégio Antônio Vieira, também para a função de ministro. Dois anos depois, foi para São Luís do Maranhão. Lá, além dos ministérios sacerdotais ordinários, exerceu a função de ministro, vice-superior e, finalmente, pároco. Nessa cidade, sua permanência foi de nove anos (1958 – 1967). De São Luís, seguiu para Rio Novo do Sul (Espírito Santo), onde permaneceu na
paróquia cerca de um ano, partindo, em seguida, para a Capela de Lourdes, em Belém (Pará), onde atuou em atividades pastorais, sem nunca deixar a função de ministro, para a qual demonstrava forte aptidão, o que era logo percebido pelos demais. Mas seu apostolado, por onde passava, era variado e intenso, marcado por muita alegria e fervor. Depois de 12 anos, na capital paraense, eis o padre Fozzer compondo a primeira comunidade jesuíta de Manaus, junto à Paróquia de S. Francisco. Logo depois, criou-se a Comunidade inserida de Compensa. Aí, por vários anos, ele pôde dar vazão à sua criatividade organizativa, no interior da casa, e à criatividade pastoral, nos espaços da paróquia em formação, permeados por furos e igarapés. Em agosto de 1991, depois da queda do Regime Comunista, na Albânia, o padre Fozzer, já com 79 anos de idade, ofereceu-se para colaborar com a reconstrução da Igreja daquele país, naquele momento, totalmente desarticulada e carente de agentes e de meios. Uma das razões alegadas foi possuir certo conhecimento da difícil língua albanesa, adquirido nos tempos em que lá esteve, na etapa do Magistério (1938 – 1940). Houve quem pensasse que ele só iria resistir por pouco tempo nessa missão, mas, de fato, continuou a residir e trabalhar, na Albânia, até os 99 anos, quando, para gozar de melhor assistência médica, os Superiores o destinaram à Casa de Saúde Aloisianum, Gallarate, nas proximidades de Milão. De lá, continuava, de vez em quando, a mandar suas mensagens cheias de alegria e otimismo, até o Senhor o chamar, no dia 25 de julho último, para o encontro definitivo, na Casa do Pai!
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A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL NORDESTE
Na Paz do Senhor Padre Florêncio Lecchi Por Pe. Geraldo A. Coelho de Almeida, com a contribuição do Pe. Antonio Baronio
Padre Florêncio Lecchi nasceu a 2 de janeiro de 1928, em Bérgamo, na Itália, onde cursou a Escola Fundamental e Média. De 1946 a 1948, ainda em terras italianas, frequentou a Escola de Química Industrial, em Novara, e, a 12 de novembro de 1948, ingressou no Noviciado, em Lonigo (Vicenza), onde também realizou o Juniorado. De 1953 a 1956, frequentou a Filosofia, em Gallarate (Varese), passando a exercer o Magistério, em sua cidade natal, de 1956 a 1958. Em setembro de 1958, com outros companheiros, partiu para o Brasil e, até o fim daquele ano, ocupou-se no aprendizado da língua portuguesa. De 1959 a 1962, frequentou a Faculdade de Teologia Cristo Rei, em São Leopoldo (RS). Lá mesmo, recebeu a ordenação sacerdotal, em 8 de dezembro de 1961. Em 1963, depois de concluir o curso de Teologia, foi destinado à Terceira Provação, em Três Poços, Barra do Piraí (RJ). Em 1964, finalmente, recebeu a destinação para integrar a Equipe do Colégio São Francisco de Sales (também conhecido por Diocesano), em Teresina (PI). No dia 2 de fevereiro de 1965, emitiu seus Últimos Votos. Em Teresina, o padre Florêncio começou seu apostolado como professor de Química e de Religião, além de responsá-
vel pelo Laboratório de Química, que foi organizando, durante anos e anos, até se tornar uma referência na cidade. Nos fins de semana, durante décadas, ele também colaborava na pastoral em algumas paróquias da vizinhança. Há alguns anos, porém, ele tinha deixado de exercer a função de professor em sala de aula, embora continuasse a dar atendimento em seu gabinete, situado perto do Laboratório. Ali, recebia frequentes visitas dos antigos alunos, que, mesmo recordando-se de sua notória severidade nas aulas, reconheciam, com saudade, a eficácia de seu método pedagógico e a oportunidade de seus conselhos. De fato, seu aspecto exterior e seu trato, às vezes rigoroso, num primeiro momento, provocavam certo distanciamento cautelar, mas, para os que dele se aproximavam, a sensação experimentada era aquela de lidar com uma pessoa sensível e solidária. Mesmo os que tiveram de decorar o Canto do Tamoio, de Gonçalves Dias, como “penitência” por ter faltado a alguma aula, se recordam desse episódio com saudade e simpatia, pois, mais que pela severidade, ele os impressionava pela coerência entre o discurso e a vida que conduzia. Nos últimos anos, também acompanhava um fervoroso grupo dos Devotos do Padre Pio. E, mesmo em ritmo mais
lento, continuava sua rotina de atendimentos, até que, nos primeiros meses deste ano, foram detectados sinais preocupantes com relação a sua saúde. Ainda participou, no início de abril, da Concelebração de Ação de Graças pela canonização de José de Anchieta, na Catedral, mas, naquela mesma noite, manifestou sintomas de febre alta e mente confusa. Detectou-se depois que estava com dengue. Essa doença o deixou acamado e com o corpo todo dolorido. Daí para frente, foi só um ir e vir ao hospital e à UTI, com o surgimento ainda de uma pneumonia que veio a agravar-lhe o quadro. Ele, porém, permaneceu lúcido, recebia a comunhão e, muitas vezes, acompanhava a recitação das laudes e das vésperas. Repetia com frequência algumas jaculatórias, como “In te, Domine, speravi, non confundar in aeternum” (Em ti, Senhor, esperei, não serei jamais confundido!). No dia 23 de agosto, amanheceu muito debilitado, mas, mesmo assim, ainda pôde receber a comunhão (meia partícula). Foi levado, pela última vez, à UTI, entubado e dopado. Às 22h30, após duas paradas cardíacas, nosso irmão partiu para o encontro definitivo com o Pai. Seu corpo foi velado na Capela do Colégio, onde foram celebradas duas missas, com grande participação de ex-alunos e amigos. A última, presidiu-a o Arcebispo emérito de Teresina, Dom Miguel Fenelon Câmara Filho, amigo fraterno do padre Florêncio. A capela ficou lotada de fiéis e ornada por bem quinze coroas de flores, entre as quais, uma do Governador atual e, outra, do anterior. Já a Missa de Sétimo Dia foi celebrada, em 5 de setembro, na Catedral de Teresina. Agora, Padre Florêncio, já na dimensão de Deus, intercede pela Companhia de Jesus e pela Igreja, a que tanto serviu e amou!
Calendário BNE
Compromissos do Provincial 23 a 25 de setembro | 41ª Consulta BRA – São Paulo (SP) 1º a 24 de outubro | Expediente na Cúria BNE – Salvador (BA)
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a companhia de jesus no
BRASIL
PROVINCIALADO
Pe. João Renato Eidt será o novo Provincial da BRA
No dia 3 de setembro, o padre Adolfo Nicolás, superior geral da Companhia de Jesus, comunicou ao padre
Carlos Palácio, provincial do Brasil, a decisão de confiar ao padre João Renato Eidt a missão de conduzir, como
primeiro Provincial, a futura Província do Brasil (BRA). O jesuíta será nomeado e empossado oficialmente como Provincial no próximo dia 16 de novembro, após a leitura do decreto de criação da nova Província. Natural de Itapiranga (SC), o padre João Renato Eidt tem 51 anos e ingressou na Companhia de Jesus em 18 de fevereiro de 1986. Foi ordenado presbítero em 11 de julho de 1998 e fez seus últimos votos em 26 de maio de 2007. Além da formação própria da Companhia, fez mestrado em Counseling, na Loyola Uni-
versity, em Chicago, Estados Unidos. O jesuíta também foi orientador espiritual do Juniorado Interprovincial Pe. Gabriel Malagrida, em João Pessoa (PB); diretor do CECREI (Centro de Espiritualidade Cristo Rei), em São Leopoldo (RS); reitor do Filosofado São Francisco Xavier, em Belo Horizonte (MG); e, desde 2012, é o reitor do Teologado (CIF) Santo Inácio de Loyola, em Belo Horizonte (MG). A Companhia de Jesus no Brasil alegra-se com a notícia e manifesta sua estima e comunhão fraterna a seu futuro Provincial.
Assembleia das Mantenedoras no Rio de Janeiro Nos dias 20 e 21 de agosto, foi realizada a segunda Assembleia das Mantenedoras da Companhia de Jesus, no Centro Cultural João XXIII, no Rio de Janeiro (RJ). Estiveram presentes ao encontro 34 participantes, entre membros de Diretorias das instituições, representações nacionais da BRA já constituídas e alguns
colaboradores leigos. “Assim como aconteceu na primeira Assembleia, em 2013, nosso encontro teve por objetivo o conhecimento das realidades das mantenedoras, desafios e possibilidades para uma maior sinergia entre as elas, com vistas à melhor realização da missão da Companhia de Jesus no Brasil”, informou pa-
dre João Geraldo Kolling, supervisor das Administrações Provinciais. Durante a Assembleia, os principais pontos abordados foram: considerações sobre cenários econômicos do Brasil nos próximos anos; consolidado dos balanços de 2013 das Mantenedoras; algumas mudanças em termos de estrutura administrativa
da BRA em construção; e diretrizes orçamentarias comuns para 2015. “Nossos próximos passos são a paciente implementação do decidido na assembleia e a serena construção de crescente sinergia para alcawnçar sempre maior transparência e eficácia na gestão dos bens em favor da missão”, finalizou padre João Geraldo Kolling.
48 A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL PROVINCIALADO
Jesuítas iniciam Terceira Provação na Índia e em Cuba
No lado esquerdo da foto, o Pe. Sérgio Mariucci com o grupo dos terceiranistas
No dia 14 de agosto, o padre Sérgio Mariucci viajou para Goa, na Índia, para iniciar sua Terceira Provação. Já os padres Erinaldo Pedro da Silva e Rogério de Paula Barroso vão realizar essa etapa de formação em Cuba. A Terceira Provação leva, em média, seis meses para ser concluída. Uma fase importante na vida de todos os jesuítas. Confira o relato do padre Sérgio: “Após 10 anos, de ordenação presbiteral, viajei para Goa, índia, para fazer a Terceira Provação. Aqui cheguei no dia 17 de agosto. O lugar onde ocorre o programa da Terceira Provação é o Instituto Pedro Arrupe, no distrito de Raia, também na região de Salsete, ao sul de Goa e na costa oeste da Índia, banhada pelo Mar das Arábias. O oceano Índico banha a ponta sul e a costa leste do país, somente. Goa é um pequeno estado que, em 1962, passou a ser uma região independente de Portugal e com alguns privilégios de autonomia em relação ao governo central da Índia. Em 1982, passou a integrar, completamente, o governo central e, em 1992, teve sua língua, o Konkani, incluída entre os idiomas oficiais do país. Goa é um dos destinos preferidos
dos turistas devido a suas praias tranquilas, contínuas e com águas em temperatura ótima para os banhistas. Devido a grande quantidade de turistas há certa tolerância quanto às vestimentas ocidentais, especialmente para as mulheres. Refiro-me, por exemplo, ao uso de calças jeans em vez das tradicionais vestimentas femininas. Aqui chove abundantemente. A chuva se estende por vários dias ininterruptamente alternando entre chuviscos, chuvas torrenciais e, às vezes, concomitante, a uma tímida aparição do sol. Estamos nas últimas semanas da estação das chuvas, as monções, e por isso é justo e necessário a abundância das águas nesta época. Há alguns dias fui à Missa na igreja matriz da paróquia a qual pertencemos e cuja padroeira é Nossa Senhora das Neves. Uma igreja majestosa, grande e antiga. Há quatro Missas aos domingos, três na língua local, o Konkani, e uma em inglês, todas na parte da manhã e com grande participação de fiéis, a igreja fica lotada! Na Missa das 9h, a Igreja fica repleta de crianças e adolescentes, todos muito devotos e bem vestidos, em seguida,
vão para a catequese. A paróquia é conduzida por três padres, o mais velho é o pároco e os mais jovens são vigários, todos diocesanos. Além de quatro capelas, também com igrejas majestosas, há muitos pequenos oratórios e capitéis em toda a região, onde o povo se reúne para rezar sem a necessidade da presença do padre. É comum, em lugar visível, nos jardins ou na fachada, das residências haver uma pequena capelinha com a imagem de São Francisco Xavier, uma imagem de Nossa Senhora ou a dos Sagrados Corações. Isso indica também a predominância católica entre a população desta região, o que contrasta com outras regiões da Índia em que predomina o Hinduismo, o Islamismo e o Budismo. O Cristianismo representa apenas 3% da população do país. O programa da Terceira Provação é muito atraente. Já tivemos aulas sobre o tema da integração afetivo sexual e espiritual com o padre Tony de Souza, ex-provincial, psicólogo, escritor e conferencista na Índia, nos Estados Unidos e no Canadá. Com o padre Antony de Mello, ele acompanhava o programa de formação Sadahana, em Mombay. Hoje, dedica-se ao atendimento clínico e a conferências. Se eu tivesse vindo aqui somente para essas aulas teria valido a pena! Mas ainda há muito mais... O grupo dos terceiranistas é composto por 18 padres; sou o único não indiano. O inglês é a língua corrente e sua pronúncia varia de acordo com a etnia de cada companheiro. Nada, entretanto, que seja uma grande barreira para a comunicação, as partilhas e as amizades. O grupo é bem alegre, fraterno e com pessoas muito simples. Aliás, essa é uma grande característica daqui, uma grande simplicidade no modo de vida, nas instalações, na comida, enfim, leva-
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A COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL PROVINCIALADO
Na foto, os jesuítas que fazem a Terceira Provação em Cuba. Entre eles, os padres brasileiros Rogério e Erinaldo (sentados, à esquerda)
mos uma vida bem simples e muito alegre. No dia 17 de setembro, iniciamos o retiro grande. Eu conto com as vossas preciosas orações. Da mesma forma que os trago com carinho no coração e nas orações. Rezo, também, para que o processo da criação
da nova Província no Brasil transcorra com paz, segurança e possibilidade de continuar e ampliar as grandes conquistas construídas nos últimos governos. Que São Francisco Xavier interceda por todos nós! Grande e caloroso abraço!”
Calendário BRA 22 e 23 de setembro | Encontro Nacional de Diretores Gerais dos Colégios Jesuítas – Teresina (PI) 22 e 26 de setembro | Visita do Pe. Palácio ao Escritório Nacional de Fé e Alegria – São Paulo (SP) 23 a 25 de setembro | 41ª Consulta BRA – São Paulo (SP) 2 a 4 de outubro | Encontro dos padres e diáconos em formação da Província do Brasil – Belém (PA) 6 a 9 de outubro | Encontro dos mestres e irmãos em formação da Província do Brasil – Belém (PA)
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ANIVERSÁRIOS setembro 25 |
Esc. Gabriel de Souza Leitão – BAM Pe. José Luis Fuentes Rodríguez – BRC
26 |
Ne. João Francisco Haetinger – BRM
27 |
Pe. Carlos Alberto Contieri – BRC Pe. Miguel Antônio Schroeder – BRM Pe. Pedro Pereira da Silva – BNE Pe. Valdir Marques – BRC
28 |
Esc. Isaías Gomes da Silva – BNE Pe. José Carlos Brandi Aleixo – BRC
29 |
Pe. José Raimundo Pinto de Melo – BNE
30 |
Pe. José Abel de Sousa – BRC Pe. José Antonio Netto de Oliveira – BRC Pe. Vendelino E. Bieger – BRM
outubro 1 |
Pe. Angel López Abad – BRC
2 |
Pe. Inácio Luiz Rhoden – BRM
3 |
Pe. Adriano Pighetti – BNE Pe. Antônio Carlos Oza Bértoli – BAM Ir. Benno Klein – BRM Pe. Roberto Donizeti da Silva – BRC Ir. Vendelino Kroetz – BRM
4 |
Ir. Davidson Braga Santos – BRC Pe. Francisco de Assis Taborda – BRM Pe. Walter José Brito Pinto – BRC
5 |
Pe. Élio Estanislau Gasda – BRM Pe. Rogério de Paula Barroso – BRC
6 |
Pe. Raniéri de Araújo Gonçalves – BRC
7 |
Pe. Jorge Cela – ANT
8 |
Pe. José Odelso Schneider – BRM
10 |
Ir. Tiago Pedro Chindio – MOZ
12 |
Pe. Guido Roque Lawisch – BRM Ir. Inácio Birck – BRM Pe. Renato Roque Barth – BRM
13 |
Pe. Sereno Boesing – BRM
15 |
Pe. Ilário Govoni – BAM
16 |
Pe. Attílio Ignacio Hartmann – BRM Pe. Carlos Henrique Müller – BRM
18 |
Pe. Hildo Inácio Rasch – BRM Pe. Manuel Angel F. Suárez – BRC Pe. Ponciano Petri – BNE
19 |
Pe. Pedro Luiz de Azevedo – BRC Pe. Peter von Werden – GSE
20 |
Pe. Roberto Barros Dias – BNE Ir. Vanderlei Backes – BRM
Jubileus 3 de outubro
Ir. Delson Pinto Siqueira – BRC 50 anos de Companhia
3 de outubro
Ir. Gianfranco Zanellli – BAM 50 anos de Companhia
6 de outubro
Pe. Antonio Baronio – BNE 50 anos de Companhia
6 de outubro
Pe. Ilario Govoni – BAM 60 anos de Companhia
13 de outubro
Ir. Elias Pereira Macedo – BNE 50 anos de Companhia