Odivelas Life 02

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Suplemento mensal do jornal Nova Odivelas NÂş2 14/10/11

Ana Maria Santos Jovem Canecense vence no mundo da mĂşsica


Olá

O segundo número da Odivelas Life chega hoje às mãos dos nossos leitores com ao meus desejos de que agrade tanto como penso que o primeiro número agradou a crer nos inúmeros e-mails enviados para o Nova Odivelas. Não posso deixar de agradecer todas as mensagens de carinho e assinalar algumas críticas formuladas assegurando que serão tidas em conta e se necessário faremos consideraremos em termos dos conteúdos finais desta revista que mensalmente editamos, na segunda semana, como suplemento do Nova Odivelas. Como já dissemos procuraremos em cada mês trazer aos nossos leitores aquele tipo de assuntos, que pela sua natureza, não cabem no corpo principal do jornal. Hoje falamos do sucesso de uma jovem música portuguesa no mundo da música e no mundo geográfico. Falamos ainda de uma jovem estudante do Curso de Assistente Social e abordamos dois temas relacionados com saúde e alimentação. Queremos cada vez mais abordar os assuntos que aos nossos leitores interessam e por isso aceitamos sugestões. Vamos voltar em Novembro com mais temas e novidades. Beijinhos da Pipinha de Barbedo e Melo pipinha@novaodivelas.pt

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Ana Maria Santos O orgulho dos pais, o reconhecimento público das instituições

Rapidamente Ana Maria Santos responde a 20 questões…

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Marias do Açúcar… Quem não se deixa vencer pelo que é bom?

A ingestão alimentar na gravidez foi estudo e prémio internacional

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Desfazem-se mitos urbanos. O café não potencia arritmias

Chegou a cronista que vai abalar o mundo VIP. Viperina, Independente,

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mas Pura.

Helga Afonso Uma jovem com ideias na…Faculdade de Ideias 2


Quem é Ana Maria Santos? «Bem, eu sou uma jovem normal…cheia de sonhos e de ambições. Tenho uma profissão um bocadinho diferente, mas como gosto muito do que faço, consigo no meio de todo o trabalho ter tempo para ser feliz!»

Fotografias cedidas pela família de Ana Maria Santos 3 Texto: Pipinha Barbedo e Melo


A música é hoje a vida de Ana Maria Santos. Apesar de ainda jovem tem já um enorme percurso no mundo da música e se em Portugal nem sempre é possível desenvolver os caminhos escolhidos o mundo está pronto para receber de braços aberto o talento demonstrado pelos portugueses. E, o talento de Ana Maria Santos tem reconhecimento internacional com elevadas actuações no estrangeiro e tendo sido convidada para aluna da mais prestigiada academia de música de Espanha, e uma das melhores do mundo, a Escola Superior de Música Rainha Sofia, em Madrid.

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O caminho começou na Banda da Charneca Nada na vida acontece por acaso mas a entrada da música na vida da Ana Maria e da clarinetista no mundo da música até pode parecer um acaso. «A música aparece na minha vida quando eu tinha cerca de uns 7 anos de idade. Foi tudo uma coincidência! Fui de férias, com os meus pais, para a casa de uns familiares no Algarve. Um dia apareceram uns amigos desses familiares que tinham uma filha que tocava na Banda da Charneca e que me disseram para aparecer na Banda só para ver um ensaio que depois logo decidia se ficava ou não». A predisposição de Ana Maria para a música pode sentir-se na rapidez com que decidiu entrar para a banda. «Posso dizer que não demorei nada a decidir! No primeiro dia que fui ouvir o ensaio da Banda fiquei logo lá sentada a aprender a fazer claves de sol!»

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Antes de se chegar aos instrumentos, é necessário aprender questões essenciais para um músico e Ana Maria andou cerca de um ano a aprender solfejo, mas a música já fazia parte de si e lá ia a todos os ensaios e lições. Ao fim desse tempo o Maestro da banda «O Sr. Serra» deu-lhe finalmente um instrumento. «A escolha do clarinete coube ao Sr. Serra que também não tinha muitas opções…porque eu tinha umas mãos muito pequeninas, assim, a solução foi dar-me uma requinta, que é um clarinete pequenino!». Provando, se ainda fosse necessário qualquer prova, a importância das Bandas Filarmónicas Amadoras, na formação dos jovens e na criação de apetência pelo mundo da música, Ana Maria Santos disse-nos que «Com a banda o meu gosto pela música cresceu, o que fez com que aos 11 anos tivesse interesse em entrar para Conservatório. Depois do Conservatório seguiu-se a Academia Nacional Superior de Orquestra e depois a ida para Espanha».

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Po r t u g a l t e m b o n s p r o f e s s o r e s mas a evolução tem der ser constante Ana Maria Santos recebe hoje a sua formação musical a nível superior numa escola em Madrid. Quisemos saber o porquê desta escolha. Será que em Portugal não há a mesma capacidade formativa neste domínio que existe nesse país? Ana Maria Santos disse-nos convictamente que «Portugal tem muito bons professores de clarinete» sublinhando que teve mesmo «A sorte de poder trabalhar com o melhor deles, desde que entrei para o Conservatório! O Etienne Lamaison foi meu professor desde os meus 11 anos e ele deu-me uma formação muito boa! No entanto, ao fim de 12 anos sem interrupção a dar-me aulas, sentimos que era hora de cortar o “cordão umbilical” e seguir em frente».

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O ditado popular que afirma «Parar é morrer» aplica-se de forma intensa no mundo da música. «Nesta profissão de músico temos que estar sempre a estudar e como surgiu a possibilidade de ir fazer a especialização em clarinete baixo na Escola Superior de Música da Catalunha (Barcelona), na classe do professor Harry Sparnaay» Ana Maria aceitou e lá foi. «Ao fim de um ano mudei-me para Madrid, onde ainda me encontro, a estudar clarinete com o que foi o maior solista de clarinete do mundo, o professor Michel Arrignon».

Apesar de considerar que «O nível de clarinete em Portugal é muito alto e muito interessante» a jovem entendeu que «Não se pode recusar a oportunidade de poder receber conhecimentos de uma pessoa como o Arrignon, que trabalhou com os melhores músicos e maestros do mundo ao longo de toda a sua carreira». Assim, Espanha aparece na vida de Ana Maria Santos porque «É onde estes fantásticos professores estão a dar aulas». 8


A s B a n d a s Fi l a r m ó n i c a s s ã o C o n s e r v a t ó r i o s d o Po v o Como já dissemos, a música entrou na vida de Ana Maria Santos pelas Bandas Filarmónicas. Aos 7 anos na Charneca e uns anos depois da Sociedade Musical e Desportiva de Caneças com a mudança de residência para esta freguesia do nosso concelho. Para Ana Maria «As Bandas Filarmónicas têm um papel muito importante na vida dos músicos, especialmente dos músicos de sopro. Há muita gente que até lhes chama de “Conservatórios do povo” e eu acabo por concordar com esta expressão. Foi na Banda que aprendi o solfejo que é uma base muito importante para a formação de um músico, foi lá que descobri, mesmo que por sorte, o clarinete e foi lá que passei momentos fantásticos».

Apesar destas bandas serem amadoras as coisas eram levadas a sério e de forma profissional e por isso foi ali que «Comecei a descobrir o lado sério de ser músico porque os concertos eram algo levado muito a sério, onde se trabalhava muito individualmente e em grupo para atingir os resultados esperados». As recordações que guarda desse tempo nunca as irá esquecer. «A camaradagem, os amigos, as saídas para tocar em povoações mais longe, em que os meus pais também iam, que se tornavam numa verdadeira festa e que me deixaram momentos de infância muito felizes e que vou recordar para sempre». 9


Um CD gravado, outro a caminho O clarinete entrou no CD “Le Voyage de Théo” e Ana Maria Santos foi a solista a convite do seu então professor Etienne Lamaison. Para Dezembro deste ano esta marcada a saída de um novo CD de Ana Maria Santos que foi convidada para gravar o Quinteto de Brahms (para quarteto de cordas e clarinete).

Para além dos Festivais e concertos em que tem participado um pouco por todo o mundo Ana Maria Santos participou num projecto muito especial. A editora Galimard, em Paris, fez uma colecção (livro+CD) de histórias para crianças onde o objectivo era dar a conhecer às crianças os variados instrumentos da orquestra. 10


Nos festivais também se aprende muito Ana Maria Santos começou a participar em festivais desde muito cedo. «Muitas vezes não foi fácil, porque para ser convidada a participar em Festivais de música, sobretudo os mais prestigiados, é preciso muito trabalho e esforço para ser aprovado nas várias audições». Mas, apesar dessas participações serem difíceis foram também boas expe-

riências. «Tenho muitas histórias, umas mais engraçadas que outras, como é natural, mas o balanço é muito positivo» sublinhou a jovem música que considera que «Nestes festivais aprende-se muito a nível musical, mas também a nível humano. Conheci muitas pessoas com culturas e formas de pensar diferentes e aprendi muito com isso».

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Alguns destes festivais serão mesmo inesquecíveis para Ana Maria. «No verão de 2010 estive na Coreia do Sul e foi uma experiência fantástica porque a cultura e forma de ser daquele povo é completamente diferente da nossa». A jovem lembra também a sus estada «Com a Orquestra Mundial de Jovens na Hungria (2009) e que aí a dificuldade foi passar o verão a comer esparguete com iogurte natural em cima! Na altura custou bastante, mas agora se calhar sou menos esquisita com a comida». Este verão esteve na Suíça, em Lucerna num Festival de música contemporânea e «A experiência foi incrível a nível musical. É fantástico quando podemos trabalhar com maestros que falaram e conheceram os composito-

res das obras que estamos a tocar». As histórias engraçadas fazem parte da vida de todos nós e naturalmente também de Ana Maria Santos. Das muitas histórias que foi vivendo nas participações nos festivais deixamos esta vivida na Suíça: «Um dia fui almoçar a um restaurante e ao abrir a carteira para pagar a empregada viu o meu Cartão de Cidadão e começa a gritar em bom português: “Oh Zé! Oh Zé! Temos aqui uma portuguesa”. Claro que foi um momento muito giro e eles como sabem a importância da Academia de Lucerne ficaram muito orgulhosos de saber que este ano havia uma participante portuguesa».

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Ana Maria Santos considera que «Todos os festivais em que participei tiveram o seu lado bom! Foram todas experiências que me fizeram crescer como pessoa e como músico».

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Melhor aluna da sua classe e medalha de honra da sua freguesia de conversa tínhamos de perguntar à Ana Maria: Que sente uma jovem música numa situação dessas? «Senti um grande orgulho e uma grande emoção! Foi um momento muito bonito que nunca mais vou esquecer! Ter ganho o prémio foi também muito bom, pois são estes pequenos momentos em que sentimos que todo o trabalho e esforço são recompensados».

Ana Maria Santos recebeu no dia 22 de Junho deste ano, das mãos da Rainha Sofia, de Espanha, o prémio de melhor aluna da sua classe: «La mención de alumna más sobresaliente durante el curso em la Catedra de Clarinete com el Profesor Michel Arrignom». Nesta cerimónia que decorreu em Madrid no Palácio Real de El Pardo esteve também presente o Embaixador de Portugal em Espanha Álvaro de Mendonça e Moura. Em final 14


Na Sessão Solene do 96º da freguesia de Caneças, o pai de Ana Maria, José Carvalho, recebeu em nome da jovem, que se encontrava fora do país e não pode estar presente, a Medalha de Honra da Freguesia de Caneças e esta distinção também foi muito importante. «Foi muito bonito ver a terra onde cresci, reconhecer o meu trabalho atribuindo-me a sua Medalha de Honra».

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Rapidamente... 1. Qual foi o último livro que leu? “Conspiração contra a América” de Philip Roth. 2. Qual é a sua viagem de sonho? Índia ou Japão. 3. Que personalidade mais admira? O meu pai! 4. Qual foi o filme que mais a marcou? Vários, gosto de cinema em geral. 5. A que prato de comida não resiste? Sushi. 6. Prefere praia ou campo? Praia de manhã e campo à tarde. 7. Bebida? Limonada. 8. Qual é o seu clube desportivo? Benfica. 9. Não dispensa a companhia de… Família e do meu gato. 10. O que a faz feliz? Os momentos que posso brincar com a minha sobrinha.

11. De que tem medo? De aranhas. 12. Orgulha-se de… Trabalhar muito para conseguir os meus objectivos. 13. Qual é a sua maior ambição? Realizar todos os projectos profissionais que não passam ainda de ideias e sonhos. 14. E o maior sonho? Poder tocar até ao fim da vida. 15. Um lugar para descansar… Qualquer sitio em silêncio. 16. Onde se sente melhor? Em casa dos meus pais. 17. Se não fosse musico o que seria? Veterinária. 18. Não vive sem… A minha família. 19. Quem gostaria de conhecer? O maestro Cláudio Abbado. 20. Por último, um desejo… Que toda a gente encontre a felicidade.

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Alimentação

Avaliação da ingestão alimentar em grávidas portuguesas

Que tipo de alimentação fazem as mulheres grávidas portuguesas durante o período de gestação? Pela primeira vez em Portugal foi validado um questionário que permite avaliar a ingestão alimentar de forma relativamente rápida e simples. Durante a gravidez observou-se que o consumo de produtos lácteos quase que duplicou em relação ao ano prévio. A ingestão de gorduras, pão, fruta e sopa também aumentou significativamente, no entanto a ingestão de ovos, carnes vermelhas, arroz, massas e batatas, fast food, bebidas alcoólicas, café e chá diminuíram.

na saúde das crianças, nomeadamente da alimentação materna. Quatrocentas e trinta mulheres no 1º trimestre de gravidez permitiram o seu acompanhamento até ao parto, permitindo conhecer a sua alimentação antes e durante a gravidez. Durante a gravidez, observou-se que o consumo de produtos lácteos quase que duplicou em relação ao ano prévio. A ingestão de gorduras, pão, fruta e sopa também aumentou, no entanto a ingestão de ovos, carnes vermelhas, arroz, massas e batatas, alimentos fast food, bebidas alcoólicas, café e chá diminuíram. A percentagem de mulheres que consumiam bebidas alcoólicas decresceu de 36% antes da gravidez para 13% durante a gravidez, ocorrendo também diminuição das

Não se observaram diferenças significativas no consumo de peixe, produtos hortícolas, refrigerantes e sumos de fruta entre os períodos estudados. Salientamos a elevada inadequação em ácido fólico e ferro observadas durante a gravidez, aliás condizente com as directrizes de suplementação nos cuidados pré-natais. Este estudo foi o vencedor da Categoria Investigação em Ciências da Nutrição, da segunda edição dos Nutrition Awards 2011. No âmbito de um projecto conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, avaliou-se a ingestão alimentar em mulheres grávidas. Este projecto, designado de Geração XXI, pretende avaliar o impacto do ambiente in utero 18


de suplementação. A suplementação em ácido fólico deve iniciar-se antes da gravidez, situação que ocorreu em 19% das mulheres. Apesar de 96% ter tomado ácido fólico no 1º trimestre, o início da toma ocorreu em média pelas 6 semanas, o que ultrapassa o 1º mês em que a eficácia da suplementação está comprovada. Estes resultados já tinham sido divulgados em revistas e congressos científicos, mas o reconhecimento feito pelos Nutrition Awards deu-lhes uma visibilidade nacional. Elisabete Pinto, nutricionista Professora Auxiliar na Escola Superior de Biotecnologia – Universidade Católica Portuguesa Investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto

quantidades ingeridas. Quase todas as mulheres consumiam cafeína antes e durante a gravidez, mas observou-se uma diminuição da quantidade (65mg para 34mg). Avaliou-se a adequação em nutrientes em relação às recomendações existentes. 1 em cada 5 mulheres consumia menos hidratos de carbono e 13% das mulheres consumiam mais gordura do que o recomendado. Antes da gravidez, 58% das mulheres ingeriam, através da alimentação, menos ácido fólico do que é recomendado, ascendendo aos 91% durante a gravidez. No caso do ferro, 88% das mulheres não conseguiu suprir as suas necessidades durante a gravidez. Estes resultados justificam a necessidade 19


Saúde

A ingestão regular de café não potência arritmias cardíacas

O consumo regular e moderado de café não potencia arritmias cardíacas em adultos saudáveis. Esta conclusão pertence a um estudo realizado pela Organização de Saúde norte-americana, Kaiser Permanente, que acompanhou mais de 130 mil pessoas durante 30 anos. Os investigadores descobriram que quem consumia, em média, quatro chávenas de café por dia tinha uma redução de quase 18% no risco de ser hospitalizado por causa de problemas relacionados com o ritmo cardíaco, incluindo fibrilação auricular. Por outro lado, os pacientes que ingeriam entre uma a três chávenas apresentavam menos 7% de probabilidade de serem hospitalizados por causa do problema. Também o CEMBE – Centro de Estudos de Medicina Baseado na Evidência, da Faculdade de Medicina de Lisboa, investigou o assunto e concluiu não existir qualquer relação entre o consumo regular e moderado de café e o aumento do risco de arritmias cardíacas em indivíduos normais. «A relação entre o consumo de café, as arritmias cardíacas e hipertensão arterial tem vindo a ser objecto de estudo desde há muito tempo. Com base na compilação da literatura existente e dos estudos científicos já divulgados e previamente analisados e validados concluímos que a ingestão regular e moderada de café não só não potencia doenças do foro cardíaco como pode inclusivamente ter um efeito protector contra estas. Dados que vêm, assim, contrariar muitos dos mitos que sugerem, precisamente, o contrário» explica António Vaz Carneiro, autor do estudo e Director do CEMBE. As Arritmias Cardíacas matam todos os anos cerca de 15 mil portugueses, sendo a principal causa de morte súbita. Este pro-

blema de saúde é uma perturbação do ritmo dos batimentos do coração, que afecta entre 5 e 10% da população nacional acima dos 70 anos. O Programa Café e Saúde foi implementado em Portugal, em 2007, pela AICC (Associação Industrial e Comercial do Café) com o objectivo de mudar a atitude dos profissionais de saúde relativamente ao consumo de café. É um projecto de informação, dirigido a profissionais de saúde, que procura esclarecer e desvendar mitos sobre a ingestão do café, reunir evidência científica quanto aos benefícios inerentes ao seu consumo na prevenção de algumas patologias e estimular o conhecimento específico sobre esta temática. Criado pela OIC (Organização Internacional do Café) apoia, actualmente, programas em Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, Finlândia, França, Holanda, Rússia e Reino Unido.

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Queridos Odivelenses Caras amigas cá estou de novo depois de uma grande ausência, estive num SPA no Brasil e agora estou de volta alta loura e muito magra, enfim completamente nova. Nova é como quem diz, mas com menos dez anitos talvez. Bom mas vamos ao que interessa porque não estou a escrever para falar de mim, mas sim dos outros, é bem mais interessante e faz bem, não sei a quê mas faz, porque caso contrário não haveria tantas revistas rosa e tantos comentadores de tudo e de nada. Logo que cheguei ao aeroporto e dei uma vista de olhos nas capas das revistas fiquei completamente zonza com tanta novidade, a minha crida Maya que estava desempregada voltou aos ecrãs da SIC e muito bem, com um programa que não perco nem por nada, sou eu e o meu crido Hernaninho, que continua a pôr a boca no trombone no Querida Júlia. Ai quando ele diz que é crime com aquela voz de comando… sei lá…”temos pena”. É fantástico a crida Júlia até fica de olhos arregalados. Adoro…! Por adorar a minha crida Barby está fantástica nos gordos, cá para nós, que ninguém nos houve, não devia ser permitido com uma apresentadora tão magra os pobres dos concorrentes ainda ficam todos deprimidos. E por deprimidos quem anda muito zangada com a SIC é a nossa Lucy Abreu Djaló, então não é que leu o responso à Julinha, Ah pois foi, muito ofendida, não admite que gozem com ela depois de tudo o que ela fez pela SIC, ingratos… Uma estrela que praticamente fez da SIC o que ela é. Não está certo ser gozada assim, por isso, fez as malas e lá foi para Nice com o

seu Djaló levando a tiracolo a pequena Lyoncya, a mamã e a mana que sonha ser uma grande estrela mas enquanto esse dia não chega lá anda a fazer de bábá da Lyoncinha. Vá lá não façam essa cara, que não fui eu que a baptizei. Já a minha amiga Sóninha Brazão foi considerada culpada da explosão e se andava deprimida, agora nem sei… Bom vamos lá ver como vai pagar tanta conta à vizinhança. Por vizinhança, quem anda outra vez nas bocas do mundo é aquele crido do Zé Castelinhos muito Branco e a sua Betty. Pobrezinha, mal consegue andar e a ser acusada de orgias sexuais, ai meninas, está tudo louco, coitada da pobre senhora, tão chique, tão tia, tão lady, casada com um verdadeiro modelo de virtude, pureza e bondade é lá capaz desses horrores? Malvadas só sabem inventar. Minhas cridas, agora volto-me para a realeza. Olhem é tudo mentira, a minha correspondente em Madrid confirmoume, a Letizia anda muito feliz com o seu principezinho, só não consegue engravidar de novo. Pronto, não sei, se calhar o principezinho anda muito ocupado com os afazeres da realeza. Não tem nada a ver com encontros nada! Já a Kate, aquela lindíssima que casou com o príncipe William, também está óptima, só não engravida porque anda a tirar o curso de princesa por correspondência e isso dá-lhe muito trabalho. Suas caturras já andavam a inventar… Bom mas deixemos a realeza em paz e vamos para outros carnavais. Ando numa excitação com as eleições na Madeira. Adoro o buraco do Jardim. As cridas não tenham 21


maus pensamentos, aquilo não é nada comparado com o buraco do continente e não vejo qual é o problema o tio Jardim é muito caturra sabe cantar sabe dançar e se a coisa der para o torto ainda paga as dívidas com espectáculos pelo mundo fora ao contrário do Passinhos que é muito sisudo e é um pé de chumbo. Ai amigas, quando comecei a escrever esta crónica o meu amigo Isaltininho tinha sido preso, mas ainda não tinha acabado e era erro, enganaram-se, levaram o homem inocente preso, tão loucos! E o professor Marcelinho ainda diz que se o Isaltininho for preso têm que criar condições para ele continuar a exercer o mandato na cadeia, ai amigas, já estou a ver o pobrezinho num gabinete à maneira e os vereadores num corrupio a caminhar prá prisão para despachar com o presidente. Digam lá que não ia ser uma caturreira e as reuniões de Câmara no refeitório. Tá a ver menino Hernaninho, como está tão bem cá no reino da marmelada. Bom já estivemos na realeza na política, agora vamos prá cultura. Este fim-de-semana andei nos programas culturais, fui ver a Metroplitana tocar, aproveitar enquanto há, pois ouvi dizer que também têm um buraquinho, e que ainda correm o risco de acabar. Bom a crónica já vai longa e agora tenho muitos compromissos… Vou tomar o meu chá e entre uma chávena e outra ponho a fofoca em dia… Vá lá não sejam caturras e riam ou pelo menos sorriam porque isso sim faz bem às rugas! Com muito carinho

Dédé

Levaram o homem inocente preso, tão loucos! E o professor Marcelinho ainda diz que se o Isaltininho for preso têm que criar condições para ele continuar a exercer o mandato na cadeia, ai amigas, já estou a ver o pobrezinho num gabinete à maneira e os vereadores num corrupio a caminhar prá prisão para despachar com o presidente.

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Faculdade de Ideias uma coluna de David Braga Nome:

Helga Afonso

Idade: 21 anos

Curso: Serviço Social Universidade: Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas da Universidade Técnica de Lisboa

Helga Afonso, 21 anos residente em Odivelas é aluna do curso de Serviço Social do Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas da Universidade Técnica de Lisboa. Ela é a nossa convidada na rubrica Faculdade de Ideias da Odivelas Life.

Faculdade de Ideias – Antes de irmos à tua área de formação, uma pergunta relacionada com as praxes académicas. Continuam a fazer sentido?

Helga Afonso – As praxes académicas são sempre importantes na integração de novos alunos, mas na minha opinião, só fazem sentido se forem feitas conforme as regras estabelecidas e, acima de tudo, com bom senso por parte das entidades praxantes.

FI – Indo então ao Curso de Assistente Social, porque optaste por esta formação?

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HA – Ao longo do meu percurso escolar percebi que para me sentir bem na vida teria de fazer algo de que realmente gostasse. Sempre gostei de trabalhar com outras pessoas e sobretudo tentar marcar a vida de quem precisa de forma positiva, porque só assim me conseguiria sentir realmente realizada. A ideia do curso de Serviço Social veio desde cedo, da altura do secundário. Pesquisei e informei-me acerca das funções de um assistente social, e a partir daí, não tive mais dúvidas de que seria este o curso certo para mim.

FI – Durante a frequência do curso mudaste a opinião em relação às ideias que tinhas inicialmente?

HA – Na minha opinião, e segundo várias opiniões que tive de professores da área social, a maioria dos alunos entra na faculdade com uma ideia totalmente errada daquilo que é, na verdade, o curso de Serviço Social. As tarefas de um assistente social não passam por fazer simplesmente caridade, o chamado assistencialismo. É uma ideia errada e retrógrada. Um assistente social faz muito mais do que isso, todo o seu trabalho passa por um processo de descoberta e análise dos problemas reais das pessoas, e a parte mais interessante e, ao mesmo tempo, desafiadora, é a que trata do acompanhamento ao utente, desde início, até à resolução do problema, quando este tem autonomia suficiente para seguir em condições com a sua vida.

FI – As tuas expectativas quanto a saídas profissionais depois de concluíres o curso são boas?

HA – As saídas profissionais do curso de Serviço Social são muito boas. Existem inúmeras instituições onde gostava imenso de trabalhar e, acima de tudo, aprender. A área em que mais expectativa tenho, é, sem dúvida, a dos sem-abrigo. É um trabalho muito interessante, e por vezes desvalorizado. Porém sabemos que a situação actual em que vivemos não é propriamente animadora. Mas acima de tudo, o mais importante é não desistir e lutar por aquilo que queremos.

FI – Que tipo de políticas sociais faltam a Portugal? HA – Sem grande dúvida, apontaria para as políticas direccionadas aos idosos. Infelizmente cada vez mais assistimos ao crescimento da pobreza e da solidão de muitos idosos. Acho que era necessário repensar as políticas implementadas nesta área e insistir num maior apoio e acompanhamento. É muito triste assistirmos à degradação de pessoas que são esquecidas e desvalorizadas, depois de uma vida de esforços, trabalho e a solidão é a recompensa. Porém, não posso deixar de referir, a sensibilidade que tem sido notável nos últimos tempos, com algumas políticas, tais como o aumento de vagas para os idosos nas instituições de solidariedade social e a valorização das competências das IPSS reforçando a cooperação com o Estado. Deveria haver também uma maior articulação entre o Estado e as 25


autarquias, com o objectivo de reforçar o apoio directo a quem precisa, criando uma rede que assegure os excluídos, dinamizar as cidades, dar oportunidade, a quem quer e quem pode, de ajudar e acima de tudo melhorar as condições de vida dos cidadãos e tornar as cidades mais solidárias e competitivas.

enriquecedora onde aprendi muito e que espero voltar a repetir muito em breve. Serviu acima de tudo, para me certificar de que é mesmo esta a área que mais me sensibiliza e que quero seguir no meu futuro.

FI – Enquanto membro da Juventude Social Democrata, tens a FI – Relataste há uns tempos no teu Facebook uma experiência que tiveste acompanhando uma associação que apoia pessoas semabrigo. Marcou-te muito essa experiência?

preocupação de sensibilizares os teus colegas para a problemática da acção social?

HA – Felizmente esse nunca foi um problema na juventude partidáHA – Ao longo do meu percurso académico, já tive oportunidade de acompanhar de perto algumas situações de sem-abrigo. Porém, esta última experiência marcou-me muito porque, essencialmente, passar de teoria à prática é completamente diferente. Tive a oportunidade de acompanhar de perto a vida dos sem-abrigo e de conhecer todo o processo de reinserção social que é feito com profissionais muito competentes na área. Foi uma experiência muito

ria a que pertenço. Aliás, foi dos primeiros aspectos positivos que reparei e que apreciei muito. Os meus colegas são sensíveis no que toca à área social e têm perfeita consciência de que temos a responsabilidade de fazer algo para melhorar a vida das pessoas. É uma das nossas bandeiras e que, com certeza, muitas pessoas já ouviram falar. Temos feito iniciativas como organizar campanhas de angariação de roupas para as IPSS’s do concelho, sensibilizar as pessoas para os problemas sociais que vivemos actualmente. Visitámos, várias vezes, o Bairro da Cassapia na freguesia do Olival Basto, fizemos entrega de material escolar e roupa e, acima de tudo, apelámos às entidades competentes para a sensibilização dos problemas que existem neste, e noutros, bairros que são totalmente desconhecidos por muitas pessoas. Visitámos também inúmeras instituições de solidariedade social do concelho e preocupamo-nos em sair à rua para conhecermos os reais problemas dos habitantes de Odivelas.

FI – Esta crise que assola Portugal vai criar mais dificuldades às famílias. Achas que haverá capacidade de resposta para acudir a todas as necessidades básicas?

HA – A situação em que nos encontramos actualmente não é fácil, bem como gerir os recursos que temos. Porém, na minha opinião, têm sido feitos muitos esforços nesse sentido. Acima de tudo deve haver critérios rigorosos na implementação de medidas sociais e penso que este governo tem essa preocupação. 26


FI – Certamente que na área da acção social também haverá alguns desperdícios, o que fazer para racionalizar os meios disponíveis para que estes cheguem realmente a quem precisa?

maior oferta de serviços e assim darmos resposta às necessidades reais da população.

FI – Para acabar, planos futuros? HA – É necessário que haja fiscalização e o cuidado de perceber se realmente quem recebe, precisa. Ao longo do tempo foram atribuídos subsídios a quem não tinha necessidade de os receber, por exemplo. Isto deve-se ao facto de não haver uma selecção criteriosa das pessoas que, destes inúmeros subsídios usufruem. Mas este trata-se apenas de um caso em que podemos e devemos racionalizar os recursos que estão ao nosso alcance a fim de se obter uma

HA – Quero terminar a licenciatura e, de seguida, fazer uma especialização em políticas sociais. Continuar a trabalhar na área dos sem-abrigo, aprender ao máximo e dar o meu contributo para que o número, tão elevado que temos actualmente na nossa sociedade, diminua e quem sabe, abranger outras áreas, como crianças e jovens ou habitação social.

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Suplemento mensal do Jornal Nova Odivelas Nº1 Ano I Setembro 2011 Director: Henrique Ribeiro Coordenação: Pipinha de Barbedo e Melo Colunista: David Braga Concepção gráfica: Soraia Lopes 28


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