TRADUÇÃO E ENSINO REVISTA VOL.1 2021
EDLENE SOUSA
GABRIEL MOURA
ISABEL PACHECO
ISABELLA NOLASCO
KIDE BATISTA
ÍNDICE pág. 3
pág. 16
APRESENTAÇÃO
RESENHAS
Breve esclarecimento do conteúdo mostrado na revista.
Impressões sobre os conteúdos vistos na disciplina.
pág. 4
pág. 20
MICROAULAS
ORGANIZADORES
Planos de aula para guiar os professores que desejarem aplicar tradução em sala de aula
Os organizadores da revista
pág. 10
pág. 21
TRADUÇÃO: TEORIA E PRÁTICA Prática de tradução comentada
SUGESTÕES TEÓRICAS Sugestões e referências de textos que evidenciam a importância da tradução
pág. 14 SUGESTÕES GERAIS AOS PROFESSORES DE INGLÊS
VIAGEM | PÁGINA 2
Mais atividades e dicas relacionadas ao uso de tradução na sala de aula
APRESENTAÇÃO Sejam muito bem vindos a nossa revista digital, que foi criada pela turma de Práxis Curricular: Tradução e Ensino do quinto período de Letras- Inglês da Universidade Federal do Espírito Santo. Esse é um espaço de reflexão, aprendizado e curiosidades sobre o campo do conhecimento da tradução. Aqui, você terá acesso a sugestões de micro aulas, práticas de tradução pensadas para sala de aula, embasamento teórico sobre tradução e muito mais. Desejamos uma ótima e frutífera leitura.
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MICRO AULAS Esta seção é dedicada à fomentação de comentários e reflexões sobre as micro aulas realizadas com os alunos do 5º período de LetrasInglês. O principal objetivo desta atividade, foi trabalhar teoria e prática a partir dos conhecimentos prévios adquiridos no decorrer das aulas de “Práxis: Tradução e Ensino”.
Logo abaixo, estão alguns exemplos de micro aulas produzidas por alguns alunos deste grupo. A produção destas micro aulas foi baseada nas discussões e questionamentos em sala de aula. O objetivo principal destas produções foi aprendermos como trabalhar "Tradução e Ensino" no contexto da sala de aula do cotidiano do professor.
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MICRO AULAS Na atividade de "Warm up" abixo, intitulada "What am I seeing", o objetivo foi que os alunos realizassem um processo de tradução por imagens, explorando assim novas formas de tradução. Feito isso, o próximo passo da atividade foi um momento de perguntas e reflexões.
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MICRO AULAS A "Main Activity" (atividade principal), é uma atividade em que os alunos traduzem a legenda em inglês de um vídeo para a língua materna (neste caso específico, a língua materna é o português). O professor deverá dividir os alunos em 5 grupos de 4 pessoas cada (mas isso pode variar conforme a quantidade de alunos na sala de aula). Porém, os estudantes trabalharão individualmente, essa divisão é só para que a atividade fique bem organizada.
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MICRO AULAS E por último, mas não menos importante, o dever de casa intitulado "Ditados e Provérbios", foi uma atividade onde os estudantes puderam esbanjar criatividade traduzindo provérbios do português para o inglês e vice-versa.
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MICRO AULAS (PARTE 2) Nesta segunda parte, você encontrará outro exemplo de micro aula, também produzido pelos alunos do 5º de Letras- Inglês da UFES, onde o objetivo é trabalhar com "Tradução" através de música. Confira!
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MICRO AULAS (PARTE 2)
REFERÊNCIAS:
BRITNEY SPEARS. Baby One More Time. 1999 Gravadora: Jive. 3:57 min. ARIANA GRANDE. Break Free. 2014. Gravadora: Republic. 4:08 min. TRADUÇÃO E ENSINO 9
ARIANA GRANDE. Love me harder. 2014. Gravadora: Republic. 4:11.
TRADUÇÃO: TEORIA E PRÁTICA
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Tradução e ensino é uma disciplina de práxis, isso significa que a prática e a teoria se complementam para alcançar o sucesso no processo de aprendizagem. Nesse sentido, uma das atividades realizadas durante o semestre foi a tradução, ou melhor dizendo, a versão em língua inglesa do texto “Esperança na educação: um porquê das práticas pedagógicas transformadoras” da doutora na área de estudos linguísticos Andréa Santana Silva e Souza. Sobre as fundamentações que guiaram esse processo, é relevante citar ao menos algumas das fontes que foram essenciais na produção dessa versão. Primeiramente, “Oficina de tradução” de Rosemary Arrojo, que é uma base espetacular para quem deseja entender os processos tradutórios. Em seu livro Arrojo questiona mitos que cercam a imagem e o papel do tradutor sobre o texto e questiona a própria ideia que temos de tradução. Seria traduzir uma simples transferência de significados de uma língua-fonte para uma língua-alvo? Não para essa autora. Mas então, qual a melhor metáfora para definir essa prática? Para Arrojo a tradução se assemelha com um palimpsesto, antigo pergaminho que era apagado e escrito por cima diversas vezes. Ou seja, a tradução é a construção de um novo texto, com novos significados, fundamentado naquele texto-fonte. A tradução é um processo autêntico, criativo e muito mais complexo do que apenas “passar” o texto de um idioma a outro.
Além disso, para traduzir também é necessário o conhecimento de técnicas utilizadas no processo. Nesse aspecto, vale citar Mona Baker, tradutora e autora de diversos livros na área. Ela apresenta em seu livro “In Other Words” e em outros trabalhos dicas, estratégias e abordagens que são muito eficazes no trabalho de tradução. Dessa forma, Mona Baker usa sua experiência e estudo na área para aconselhar e formar novos tradutores, também é relevante dizer que essa versão produzida em Práxis curricular: Tradução e Ensino aproveitou imensamente das estratégias propostas pela autora. Por fim, é importante apontar uma vantagem que fez muita diferença na produção desse texto na língua-alvo: a presença da autora. Sendo Andréa Santana Silva e Souza professora da disciplina de práxis: tradução e ensino, ela esteve presente auxiliando e sugerindo durante todo o processo tradutório. É fato que esse é um privilégio que nem sempre vai te acompanhar durante todo trabalho de tradução a que se dispor. Entretanto, aqui vai uma dica importante: Não hesite em buscar as sugestões do autor caso estejam ao seu alcance. Esse diálogo será muito proveitoso e poderá render frutos incríveis ao trabalho. Sem mais comentários a fazer, apresentamos a seguir trechos do texto na língua-fonte e na língua-alvo, respectivamente.
TRADUÇÃO: TEORIA E PRÁTICA
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Também na coordenação do Curso de Letras da IES em que atuo, na medida do possível, procuro implementar uma gestão permeada pela esperança. Essa postura é refletida nas temáticas escolhidas para os encontros de Formação Docente, as Aulas Inaugurais, Eventos Acadêmicos, e assim sucessivamente. A título de ilustração, o Calendário Acadêmico 2020 estreou um “Calendário de Gentilezas”. A última página do documento trazia sugestões para o graduando organizar em sua agenda algumas atitudes especiais, do tipo: Faça algo inesperado/simpático por alguém da família/um amigo/vizinho/colega de trabalho/você... Deixe sua casa/rua/escola mais bonita/alegre... Diga algo positivo para algumas/muitas/todas as pessoas que encontrar hoje/esta semana... Dedique um pouco de seu tempo para alguém desconhecido/mais velho/que você não vê há tempos... Além disso, estimulava o compartilhamento de fotos/vídeos com uma hashtag específica, na tentativa de contagiar outros com as ações generosas postadas nas mídias sociais.
In the coordination of a language degree from the higher education institution where I work, I seek to implement as far as possible a management that is fulfilled by hope. This position is reflected on the chosen themes of the meetings of Teacher Training, Opening Classes, Academic Events and so on. By way of illustration, the 2020 Academic Calendar debuted a “Kindness Calendar”. The last page of this document brought some suggestions to the graduatings to organize in their agendas some special attitudes, such as: Make something unexpected/kind to somebody to their family/a friend/neighbor/workmates/ to you... Let your house/street/school prettier/happier... Say something positive to some/a lot of/ all people that you meet today/ this week… Dedicate a little of your time for someone stranger /older/ someone that you don’t see for a while… Besides that/Moreover, it stimulated the sharing of photos/videos with a specific hashtag, in the attempt to contagious other ones with kind actions posted on social media.
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Esperança na educação Muitos autores (CELANI, 2008; FREIRE, 1992; 2004; 2018; KUMARAVADIVELU, 2003; LEFFA, 2005 - para citar alguns) têm advogado pelo caráter político do educar, defendendo a postura não alienada/engajada do professor. Ainda outros (AGARWAL-RANGNATH, 2013; LARSEN, 2016; PILLER, 2016; SNYDER; LOPEZ, 2009) asseguram que tal engajamento pode nutrir a esperança mais nobre e duradoura: a transformação sua e, por vezes, da sociedade. Para se ter ideia, Fishman (2007) comenta sobre algumas implicações éticas da esperança na transformação social, corroborando essa ideia de politicidade da educação. Ele ressalta que a escola é um lugar ideal para o desenvolvimento da conscientização e senso de responsabilização - o que é essencial para se viver com esperança. Agarwal-Rangnath (2013, p. 137), por sua vez, diz que “ao facilitar a mudança em sala de aula, nós [professores] empoderamos os alunos a colaborar, se organizar, agir, e reafirmar o papel que têm na reformulação do mundo hoje e, portanto, ministramos uma promessa maior, esperança, e possibilidade para o futuro”.
Hope in Education Many authors (CELANI, 2008; FREIRE, 1992; 2004; 2018; KUMARAVADIVELU, 2003; LEFFA, 2005 - to mention a few) have advocated for the political aspect of educating, defending a non-alienated/engaged posture of the teacher. Some assure (AGARWAL-RANGNATH, 2013; LARSEN, 2016; PILLER, 2016; SNYDER; LOPEZ, 2009) that such engagement can nourish the lasting hope: that transformation and, at times, of society. To get an idea, Fishman (2007) comments about some ethical implications of hope in social transformation, corroborating this idea of education policy. Fishman also stands out that a school is an ideal place for developing conscience and a sense of responsibility which is essential to living with hope. On the other hand, AgarwalRangnath (2013, p. 137), says that “by facilitating change in the classroom, we [teachers] empower the students to collaborate, organize, act, and reaffirm their role in the reformulation of today's world, and therefore we minister a major promise, hope, and the possibility for a better future.
TRADUÇÃO: TEORIA E PRÁTICA REFERÊNCIAS: BAKER, MONA. IN OTHER WORDS: A COURSEBOOK ON TRANSLATION. NEW YORK: ROUTLEDGE, 2006. 320 P. ARROJO, ROSEMARY. OFICINA DE TRADUÇÃO: A TEORIA NA PRÁTICA. 5. ED. SÃO PAULO: ÁTICA, 2007.
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SUGESTÕES GERAIS AO PROFESSOR DE INGLÊS Sobreviver dia após dia em sala de aula trazendo conteúdos que engaje a turma, pode ser uma tarefa difícil para os professores de inglês. Além do mais, para alguns docentes, nem sempre é tão fácil usar a criatividade para inserir a tradução nas atividades do dia a dia e levá-las para entrar no contexto da sala de aula. É por isso que, a seguir, você poderá conferir algumas sugestões de atividades feitas por Junia Zaidan do Observatório de Tradução da UFES. Nessa lista você encontrará a tradução voltada para a prática em sala de aula.
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Atividade 1) Tom, Registro em Tradução: Fornecer aos alunos um pequeno texto (ex. Uma mensagem de Whatsapp) do português para a língua estrangeira. Todos os alunos traduzem o mesmo texto, só que, cada um receberá do professor uma instrução (ex. Um aluno, está com raiva, o outro, desanimado,o outro, é ambicioso, o outro é esquecido, etc.). Posteriormente, comparam as diferentes versões na língua estrangeira. Discutir como o humor, a disposição do falante afeta a produção linguística. Explorar vocabulário e gramática. Cotejar as duas línguas.
Atividade 2) Vídeo e tradução: Selecionar um clipe de um filme brasileiro legendado na língua estrangeira. Transcrever a legenda na língua estrangeira e dar aos alunos para que traduzam para o português. Posteriormente, exibir o filme para que comparem as versões. Atividade 3) Chá literário: Trazer livros impressos para a aula e colocar todos sobre a mesa. Livros com poemas, prosa, literatura de diversos gêneros, tanto na língua materna, quanto na língua estrangeira. Sentar em círculo e deixar os alunos explorarem o material. Eles escolhem um fragmento qualquer e leem em voz alta. Explicam, na língua estrangeira, por que escolheram o referido fragmento. Deverão traduzi-lo( para a L1 ou para a L2) e compartilhar com a turma. Pode-se fixar a produção deles nas paredes em folhas A4. No momento de fazer a leitura coletiva, os alunos circulam pela sala e colam no papel dos colegas pequenos comentários na língua estrangeira, usando post-it papers. Posteriormente, discutir problemas que eles tiveram para traduzir, como resolveram, etc.
SUGESTÕES GERAIS AO PROFESSOR DE INGLÊS
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Atividade 4) Google Tradutor: Selecionar um texto em português. Traduzir no Google Tradutor para a língua estrangeira. Traduzir também de duas outras formas para a língua estrangeira, de modo que haja 3 textos: 1 original e 3 versões (uma do Google Tradutor e 1 do professor). Apresentar os textos para a turma, primeiramente fazendo um “aquecimento” através de conversação – em língua estrangeira – sobre o tema do texto. Em seguida, solicitar aos alunos que “adivinhem” qual tradução foi feita pelo Google Tradutor e quais não foram. Posteriormente, comparar as diferentes versões. Perguntar aos alunos quais elementos “denunciam” a tradução automática. Discutir sobre as vantagens e desvantagens das ferramentas automáticas. Pedir que indiquem alternativas e formas de traduzir que preferem em relação às que foram apresentadas.
Referências: Tradução no ensino de línguas: uma ferramenta ou uma perspectiva? Profa. Junia Mattos Zaidan Sugestões de atividades envolvendo a tradução https://drive.google.com/file/d/1MEJ w2U_vuvjHVFvJ515KypKwkPYliaX/view
RESENHAS
Entender que a tradução é uma habilidade vital na aprendizagem de idiomas é o primeiro e talvez mais importante passo em direção a uma infinidade de novas possibilidades. Além disso, pensar em processos tradutórios imbricados pela prática pedagógica do professor de língua estrangeira, como feito nessa disciplina por meio da elaboração de microaulas, é uma atividade primordial na formação de futuros profissionais. Como apontado por Junia Zaidan e Ana Carolina Melotti (2017), ainda existe um abismo que afasta a escola pública da universidade. Dessa forma, é imprescindível que esse caminho ao diálogo seja diminuído pela presença da escola e da prática pedagógica dentro da universidade, bem como, pela presença da pesquisa no meio escolar. Infelizmente, em decorrência da pandemia do novo Coronavírus, e consequentemente pela adoção do ensino remoto, nossas discussões e sugestões pedagógicas ficaram restritas à sala de aula, mas em outro momento eu acredito que seria extremamente proveitoso dialogar com a escola e levar essas aulas elaboradas pelos estudantes universitários a outros espaços, talvez até mesmo debater, sugerir e receber conselhos advindos dos professores através da ótica de suas experiências cotidianas na educação básica.
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Tradução: A face oculta da aprendizagem de idiomas Certa vez uma professora perguntou a nossa turma: Qual é a quinta habilidade linguística? E todos nós ficamos totalmente confusos, pois só conhecíamos quatro delas. Leitura, escrita, conversação, escuta e… e tradução! Disse ela, respondendo sua própria pergunta. Acredito que essa curta história seja a forma ideal de começar uma resenha sobre o tema, visto que essa foi a primeira vez que eu pensei em tradução como uma habilidade intrínseca ao ensino e aprendizagem de idiomas. Ao aprofundar-se tanto na área de ensino de línguas, quanto na de tradução, essa relação se torna ainda mais evidente. Nesse sentido, vale mencionar o artigo “Tradução ao longo da história”, de Julia C. F. Bergman e Maria F. A. Lisboa, para fazer um breve apanhado histórico da presença da tradução na educação. Há alguns séculos atrás, a tradução já era parte vital para o desenvolvimento educacional, principalmente o acadêmico. Ela fazia parte do cotidiano dos estudiosos que precisavam entender textos escritos em línguas clássicas como latim e grego, ou reescrever seus textos em uma língua de maior prestígio que a suas, ou até mesmo para democratizar escritos antes só acessíveis em determinado idioma. Enfim, educação e tradução fazem parte de uma união sublime que, apesar das mudanças e progressos, permanece estável e sujeita sempre a iminente evolução.
RESENHAS
E finalmente, a proposta da revista é a parte que faltava na ponte para ligar universidade e escola, sendo uma forma interessante de apresentar os conteúdos produzidos no meio acadêmico para a comunidade. Referências ZAIDAN, Junia; MELOTTI, Ana Carolina. TRADUÇÃO COMO VETOR PARA UMA PEDAGOGIA MENOR NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: COTIDIANOS EM UMA ESCOLA PÚBLICA. PERcursos Linguísticos, Vitória, ES, v.7, N. 14, p. 314331, 2017. BERGMAN, Juliana Cristina; LISBOA, Maria Fernanda. A TRADUÇÃO AO LONGO DA HISTÓRIA. Teoria e prática da tradução. Editora Intersaberes, Curitiba, PR, 2013, p. 1-25.
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Também é relevante pensar no impacto que as práticas tradutórias em sala de aula podem trazer aos estudantes. Em um dos (de)bate-papos que participamos na disciplina de Práxis curricular: Tradução e Ensino a professora Junia Zaidan apresentou a seguinte ideia: Tradução pode ser uma prática opressora, mas também pode ser uma prática revolucionária. Acredito que o mesmo se aplica na presença da tradução em sala de aula. Zaidan e Melotti (2017), apontam como a tradução pode ressignificar a língua estrangeira para o aluno, e dessa forma facilitar a apropriação de novos idiomas e conhecimentos. Apresentar a tradução como fonte de aproximação ao indivíduo, e por consequência ferramenta na construção de sentidos, só evidencia ainda mais em como essa prática é uma grande aliada nos processos de letramento crítico, defendido por muitos pesquisadores da área como Jean Paul Gee e Hilary Janks. Por fim, é importante apenas sintetizar as observações feitas no decorrer do texto, por meio das impressões captadas da dinâmica dessa matéria. As microaulas promoveram a reflexão essencial sobre a presença da tradução no fazer pedagógico. Já os (de)batepapos se apresentaram como um caminho incrível no enriquecimento das vias teóricas.
RESENHAS A experiência de uma matéria, em
That is, it is important for the translator to disregard the textual or interpretive operation (in case of simultaneous or consecutive interpretation) per se, and to take into account that the materials, as well as the communities involved, carry crucial cultural and political aspects to a nation. Thus, the act of translating or interpreting is directly articulated with social, economic, and cultural issues among others(DOS SANTOS; FRANCISCO, 2018, v. 15, p. p2939)
A práxis da matéria: Práxis Curricular Ensino e Tradução, foi amplamente respeitada e sua importância foi/ é evidenciada nas aulas. Isto é, a busca pela prática da tradução como forma de ensino e o ensino da tradução na sua própria prática. The activity of interpretation is clearly different from the activity of translation, since, when interpreting in community contexts, the face-to-face encounter and the discourse as a dialogue are constitutive characteristics of the interpretation in public contexts (DOS SANTOS; FRANCISCO, 2018).
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que, eu sabia de sua importância, foi extremamente importante na inserção de um novo pensamento inabitável em mim: A prática da própria tradução em escolas. Como? Até pouco tempo atrás me deparei na presença de somente teoria sobre tradução. De uma maneira também egóica, nunca me coloquei a pensar sobre a própria prática de um dos ramos da área. Nervosismo e confusão eram as palavras que definiam o que se esperaria de alguém que foi sorteado como um dos primeiros na apresentação da micro aula e também chamada de “micro teaching”. Um momento desafiador. Neste processo de encarar a tradução como prática de ensino, me vieram mais dúvidas que respostas: ● Como pensar a tradução na prática com viés teórico prático? ● Como abordar a tradução juntamente com o letramento crítico? ● Como abordar a tradução e ela ter sentido na sala de aula? A partir dessas perguntas e muitas outras que me nortearam juntamente com minha dupla, acredito que, apresentamos uma ótima proposta de trabalho, de um lesson plan. Tradução com a animação "Backyardigans" focando na música “Castaways” que aparece em algum dos episódios da série. É uma música que causa um certo tipo de desconforto se vista de maneira crítica em seu contexto, o fato da Uniqua e dentre os outros personagens se designarem “Castaways”, ou seja, náufragos
como forma de mostrarem que estavam sozinhos naquela ilha imaginária o qual seu contexto era apenas o quintal e como eles referenciarem a ideia de sozinhos na ilha, mesmo juntos. É o próprio encontro da solitude na coletividade, isso é, na minha visão, uma concepção de entendermos o outro como uma ilha, o dono da própria ilha. É parecido com um caracol que carrega a própria casa, sendo ele a ilha de si mesmo. Entrando na concepção poética da interpretação de uma música introdutória a um tema de exploração e aventura. Somos ilhas e assim somos náufragos, encontramos solitude em arquipélagos de pessoas. Isto é, uma interpretação individual, assim como várias escolhas que os tradutores necessitam fazer no labour. Escolhas de interpretações moldam os discursos, e os mesmos discursos moldam as imposições da tradução e seu processo.
RESENHAS Nas aulas, encontramos discursos que
KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. 2. ed. São Paulo: Cortez Editora, 2003.
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geraram a crítica a respeito dessa problemática, da interpretação do certo e errado nas traduções o qual fundamentou ainda mais a minha concepção de texto identitário do também autor, a tradução. Entender, as múltiplas vidas da língua em um texto e as diferentes capacidades de interpretações, de pontos de interseções em pensamentos que os próprios estudantes pensam acerca da estrutura do texto a ser traduzido e a modulação que é necessária a se tentar na tradução. O próprio conceito de texto depende das concepções que se tenha de língua e sujeito (KOCH, 2003, pág.18). Pontos de vistas que foram aguçados pelas aulas, pelas teorizações que podemos sentir nas aulas. Referências: DOS SANTOS, Silvana Aguiar; FRANCISCO, Camila. TRANSLATION POLICIES: A THEME O F LINGUISTIC POLICIES?: Políticas de Tradução: Um tema de políticas linguísticas?. Desvendando os segredos do texto, [s. l.], ano 2018, v. 15, p. p 2939-2949. 11p, 2018. Disponível em: https://www.google.com.br/url? sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web& cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwi cj8bHuv_yAhV5HrkGHYgIDLwQFnoE CAQQAQ&url=https%3A%2F%2Fperi odicos.ufsc.br%2Findex.php% 2Fforum%2Farticle%2Fdownload%2F 19848412.2018v15n1p2939%2F36256%2 F188957&usg=AOvVaw3fmmB8iKrG7 hOuF31VI_3R.
Acesso em: 14 set. 2021.
ORGANIZADORES:
ISABEL PACHECO
ISABELLA NOLASCO
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SUGESTÕES TEÓRICAS:
Se interessou pelo conteúdo deste artigo? Aqui estão algumas sugestões semelhantes a este trabalho que podem te ajudar se aprofundar no assunto: Maria Antonieta Alba Celani: Ensino de Línguas Estrangeira Ocupação ou Profissão; Vilson J. Leffa: O Professor de Línguas Estrangeiras do Corpo Mole ao Corpo Dócil; Max Van Manen: Linking Ways of Knowing with Ways of Being Practical; Laura Miccoli: O Desafio da Prática Docente em Inglês: O Compromisso com a Mudança.
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SUGESTÕES TEÓRICAS:
Link para acesso dos documentos: https://scholar.google.com.br/citations? view_op=view_citation&hl=pt-BR&user=5Fer2QAAAAJ&citation_for_view=5F-er2QAAAAJ:u5HHmVD_uO8C http://www.leffa.pro.br/textos/trabalhos/mole.pdf http://amitay.haifa.ac.il/images/1/1f/Mannen.pdf https://periodicos.ifpb.edu.br/index.php/principia/article/viewFile/ 398/491
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