Curta a vida na aposentadoria

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Mรกrcia Pitta

Curta a vida na

aposentadoria

TALENTOS DA LITERATURA BRASILEIRA

, 2015


Curta a vida na aposentadoria Copyright © 2015 by Márcia Pittaby Nicolas Catalano Copyright © 2015 by Novo Século Editora Ltda. gerente editorial

gerente de aquisições

Lindsay Gois

Renata de Mello do Vale

editorial

assistente de aquisições

João Paulo Putini Nair Ferraz Rebeca Lacerda Vitor Donofrio

Acácio Alves

produção editorial

revisão

SSegovia Editorial

Tamires Cianci Silvia Segóvia

preparação

auxiliar de produção

Luís Pereira

Livia First diagramação

Vanúcia Santos (AS Edições)

capa

Dimitry Uziely Uziel

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 10 de janeiro de 2009. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Pitta, Marcia Curta a vida na aposentadoria / Marcia Pitta. Barueri, SP : Novo Século Editora, 2015. (Coleção talentos da literatura brasileira) 1. Aposentadoria 2. Aposentadoria - Aspectos sociais 3. Aposentadoria - Planejamento 4. Conduta de vida 5. Qualidade de vida I. Título. II. Série.. 15-05044

cdd-362.6

Índice para catálogo sistemático: 1. Aposentadoria e qualidade de vida: Bem-estar social 362.6

novo século editora ltda. Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111 cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil Tel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323 www.novoseculo.com.br | faleconosco@novoseculo.com.br


Dedico e agradeço:

Agradeço, acima de tudo, a Deus, pai celestial, que, independentemente de religião, é um ser único, sagrado e verdadeiro, que nos proporciona esta fonte inesgotável de surpresas que é a Vida. É por intermédio da Vida que nosso pai celestial nos impulsiona e sem ela não poderíamos ter experiências, emoções, compartilhar sensações e nem senti-Lo dentro de nós.

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A meu pai, Ilmar da Silva Pitta (in memorian) e minha mãe, Cleuser Ribeiro Pitta (in memorian). Ambos sempre juntos e com o alicerce centralizado na fé forneceram-me a base de tudo: a vida com sentimentos nobres. Lutaram para que a construção dos sentimentos de seus filhos fosse realizada de forma singela sem nunca deixar de lembrar que, dentro deles, havia um “Eu” a ser respeitado. Torceram e vibraram por mim. Colocaram-me no barco da vida com amor acima de tudo e me fizeram feliz. Obrigada! A meus irmãos, que sempre estiveram no barco da vida, representados pelos remos. À minha irmã, Dulcita Ribeiro Pitta, que sempre procurou me mostrar que devemos ouvir a voz que vem de dentro do coração e foi a primeira pessoa que leu e conheceu este livro. “Muito obrigada” é pouco para agradecer tudo o que ela representa. Também a meu irmão, João Antonio Ribeiro Pitta, sempre com um sorriso que diz além das palavras.

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À minha avó Benedita Lacerda Ribeiro Mafra (in memorian), por ter tido tantas palavras de estímulo para me dizer. Uma das falas mais importantes e que devo registrar para que sirva de incentivo também para você, leitor, é:

“Deus deu inteligência igual para todos, mas cada um a usa como achar melhor. Se esforce para usá-la da melhor forma e para o bem; assim, conseguirá tudo o que almejar. Você é capaz e especial.” Outra fala importante da avó Ditinha era:

“Se alguém fizer algo que você não sabe fazer, esforce-se porque você também é capaz de fazê-lo. Se alguém fez, você faz!”

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Dedico também:

À minha família; A meus amigos em geral, pois todos, um a um, colaboraram e colaboram sempre com meu crescimento, seja ele profissional ou espiritual. Se eu citar o nome de algum, estarei sendo injusta com os demais; Ao Cleber Vasconcelos, da Editora Novo Século, que encomendou este tema, motivando-me a pesquisar e divulgar o trabalho; Às autoras que colaboraram com a publicação dos depoimentos de suas vivências: Maria Celia Leitão Fonseca, Lúcia Xavier, Maria Lúcia Silveira Bardini, Silvia C. L. Kahhale, Izaura Mafra e Rosangela Soares Mendes; E, finalmente, à pessoa mais importante, pois, sem ela, esta obra não teria sentido: a VOCÊ, leitor!


Hino da aposentadoria Todos: GRITO DE REI GRITO DE REI GRITO DE REI Aposentado(a): APO APO Aposentado estou E agora aqui estoooouu Para seguir com caminhos de amor Todos: Éééé muita emoção Nos dê a mão Com interação Vamos seguir nosso coração! Hei! Hei! GRITO DE REI GRITO DE REI 9


Compositor: Márcia

Ribeiro Pitta

Hino dos Aposentados Compositor: Márcia Ribeiro Pitta

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Aposentadoria

Ter-se livre. Ser livre. Ao nascer, nós já somos livres, mas não temos esse conhecimento. Você deve estar pensando: Que estupidez! Como somos livres ao nascer se não temos nem como suprir uma das necessidades básicas que é a de comer sozinhos? Porém, quando nascemos, nos é ofertada a comida, e nós temos a liberdade de ingeri-la ou não. Eis aí uma das nossas primeiras escolhas. Além disso, ao chegar a este mundo, você provavelmente chorou, mas optou por respirar e continuar nele. Pois bem! Essas opções, e tantas outras que muitas vezes você fez sem se dar conta, o levaram a chegar aonde está hoje. E AGORA? 11


Você foi crescendo e fazendo suas escolhas, como a de trabalhar por um determinado tempo para ter, além de uma profissão fora de casa, o rendimento financeiro com certa regalia, o que podemos apelidar de “segurança econômica”. Mas você também poderia ter a escolha de não se preocupar com isso. Certamente, em pensamento, você está me dizendo: Ah, tá! Eu “optei” por trabalhar, até parece! Se eu não trabalhasse, como viveria? Provavelmente morreria de fome e antes, é claro, passaria por humilhações. Pois eu lhe respondo com total segurança que, neste momento de sua aposentadoria, não interessa o que teria acontecido com sua vida se você tivesse feito a escolha de não trabalhar. Quando selecionamos uma determinada opção, eliminamos as demais escolhas e possibilidades. Você escolheu trabalhar e ponto-final! Está bem. Você insiste que não foi uma escolha, que você foi obrigado a trabalhar para não morrer de fome. Viu só? Você mesmo está dizendo que havia a opção de morrer de fome, e fique certo de que não era a única alternativa, havia muitas outras variações de probabilidades. Se você não tivesse escolhido trabalhar, a escolha seria não trabalhar e, mediante essa opção, estudaríamos as perspectivas de probabilidades desse “não trabalhar”. Mas não foi essa a sua escolha. Escolheu trabalhar por vários motivos e você sabe melhor que eu pelo que passou para seguir por esse caminho. 12


Trabalhar foi a escolha e, dentro dela, houve outras escolhas que determinaram as formas de trabalho e de recursos. Dentro dessas eleições, o regime de aposentadoria esteve presente. Esse regime implica em muitas horas de vida cedidas (compartilhadas) para se dedicar ao trabalho, e chega a ser como um casamento, em que os filhos/herdeiros são os frutos desse trabalho. Desempenhar determinada atividade a fim de um rendimento financeiro no final do mês e de uma aposentadoria após determinado tempo de serviço requer bastante dedicação e troca. Muitas vezes, você acaba por ensinar e por aprender, trabalho que é como um filho, a quem você precisou ensinar a engatinhar, deu mamadeira, ajudou a paquerar… Você estudou para ensiná-lo! Não foi fácil chegar aonde você chegou. Muitos que fazem essa escolha não conseguem chegar nem na metade de onde você está, desistem no caminho porque não é uma trajetória fácil. Parabéns, meu amigo, se é que me permite chamá-lo assim, pois já o admiro pela conquista e por ter escolhido interagir comigo por intermédio desta leitura. Adquiriu a condição de poder, de agora para frente, fazer escolhas sem a preocupação de suprir as necessidades básicas de dinheiro, pois a quantia básica para isso você conquistou com a aposentadoria. Afiançou a situação de que, de agora em diante, o dinheiro virá sem que você tenha de se esforçar para recebê-lo. Fica 13


para trás a necessidade de acordar e se levantar mesmo que esteja com sono ou doente. Fica para trás a necessidade de submissão, de muitas vezes ser tratado como criança, levando broncas sem merecer. Fica para trás a necessidade de aguentar alguns desaforos e de se privar de passeios e atividades que só lhe trariam alegrias, mas que você foi, muitas vezes, obrigado a se privar para conquistar o que hoje conquistou. E agora? Já pensou no que fará? Foram muitos anos de um enlace trabalhista. Uma grande diferença entre o casamento humano e o trabalhista é que, quando você faz um casamento trabalhista, não é até que a morte os separe. No casamento trabalhista, existe envolvimento, compromisso, dias e dias de submissão, mas é só até chegar a aposentadoria e… E agora? Livre! Livre? Lembremos aqui do reflexo condicionado. Muitas vezes, nos comportamos com base no reflexo condicionado e acabamos repetindo comportamentos pelo simples fato de que sempre o fizemos. Agora você tem tempo para questionar, refletir e analisar antes de agir. Pode questionar se deve e se quer ou não realizar determinada ação. Não precisa repetir comportamentos anteriores estando livre, com exceção dos comportamentos prazerosos. Agora, muita coisa que você se sentia obrigado a fazer com certeza não precisará fazer mais e, por isso, já valeu todo o sacrifício. 14




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