O despertar do guardião: a saga da legião branca – livro I

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DÁ F N E

F R E ITAS

O despertar do

guardião A SAG A DA L E GI ÃO BR A NC A

Livro

I

São Paulo 2015

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O despertar do guardião - A saga da Legião Branca - Livro 1 Copyright © 2015 by Dáfne Freitas Copyright © 2015 by Novo Século Editora Ltda.

gerente editorial

gerente de aquisições

Lindsay Gois

Renata de Mello do Vale

editorial

assistente de aquisições

João Paulo Putini Nair Ferraz Rebeca Lacerda Vitor Donofrio

Acácio Alves

produção editorial

revisão

SSegovia Editorial

Mary Ferrarini Silvia Segóvia

preparação

Thiago Fraga diagramação

auxiliar de produção

Luís Pereira

capa

Dimitry Uziel

Abreu’s System Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 10 de janeiro de 2009. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) (Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil) Freitas, Dáfne O despertar do guardião – A saga da Legião Branca – Livro 1 / Dáfne Freitas. – Barueri, SP: Novo Século Editora, 2015. – (Coleção talentos da literatura brasileira) 1. Ficção brasileira 2. Ficção de fantasia I. Título. II. Série. 15-02860

cdd-869.93

Índice para catálogo sistemático: 1. Ficção de fantasia: Literatura brasileira  869.93

novo século editora ltda. Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11º andar – Conjunto 1111 cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil Tel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323 www.novoseculo.com.br | atendimento@novoseculo.com.br

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A Anamaria, Rui e Gilberto, por me ensinarem, desde cedo, a gostar de ler. A Ana Claudia, por todo o apoio e torcida, e por ler e reler todas as vers玫es escritas deste livro. Ao Natan e ao Clarck, por todo o apoio e incentivo. E a Si, Carol e Bruna, que inspiraram e viveram esta hist贸ria antes mesmo de ela se tornar completa.

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“E ele foi nomeado Filho do Fogo, Guardião de Alátria e de Celestia, líder da grandiosa Legião Branca. Com a lâmina Akia em punho, guiou a Legião e expulsou os demônios de volta à Trevare. E a Criação novamente se encheu de esperança, sem saber que o Fogo que aquece é também aquele que consome.” Trecho extraído e traduzido do volume original do Livro da Luz.

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Sumário

1.  O rapto.................................................................... 11 2.  Um novo panorama................................................. 33 3.  A fuga...................................................................... 56 4. Bedar....................................................................... 86 5.  O monstro............................................................... 118 6. Entrega.................................................................... 141 7.  Estádio de lutas........................................................ 166 8.  Entrando no jogo .................................................... 189 9.  Primeiro passo......................................................... 210 10. Confissão............................................................... 231 11. Héricles.................................................................. 251 12. Convocação........................................................... 270 13. Julgamento............................................................. 290 14. Traição................................................................... 312 15. Fogo....................................................................... 341 16. Coroação............................................................... 376

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1 O rapto

E

ram exatamente dez horas quando o rei Luca, de Gondorle, planeta distante do Plano de Quinty, chamou à sala do trono o capitão da Guarda Real, Héricles. – Capitão, preciso que você fique atento a todos os movimentos de Nova – disse o rei Luca sem delongas. – Claro, majestade. Mas posso perguntar o porquê de tal preocupação, já que ele foi considerado inocente das acusações? – Ele pode ter sido solto, porém ainda tenho minhas dúvidas. Dimitri alertou-me a respeito do rapaz e de toda a sua gangue de marginais. Dimitri… Esse sim é um bom rapaz! Pena que já esteja comprometido com lady Carol. Seria um ótimo partido para minha filha. – Não é o que a princesa acha, majestade. Ela está apaixonada por Stanley Kelerman, filho e representante do presidente da União. – Kelerman? Ora, a garota tem bom gosto! – O rei deu uma risadinha para si mesmo. – E você não deixa passar nada, não é?! Mas, voltando ao assunto, Dimitri andou especulando sobre algumas possíveis tentativas dos revolucionários para me atingir.

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– Desculpe-me a pergunta, majestade, mas… especulando sobre o que exatamente? E como Dimitri tomou conhecimento de tais planos? – Ah! Ele tem suas táticas! É um caçador. Sempre com cara de bom rapaz, mas é esperto como uma raposa. Ele me surpreende! E tenho de dar algum crédito a ele, não acha? Afinal, foi ele quem me alertou sobre a invasão ao Estádio de Lutas. E ele salvou minha filha quando estava presa naquele velho poço, não se lembra? – Claro, majestade. Infelizmente, sim. – Você diz isso porque desejava ter salvado a princesa, confesse! Não pode ficar com todas as glórias, capitão. – Desculpe a insistência, majestade, mas isso não responde à minha pergunta. Onde ele consegue essas informações? – Pare de tentar me colocar contra o rapaz! Não é a primeira vez que percebo sua implicância, capitão. Dimitri vem de uma família boa e merece minha confiança, como ele próprio já provou. Não me leve a mal, confio mais em você do que nele, afinal você é quem cuida de toda a segurança do palácio, da Capital e lidera as minhas tropas. E, por sinal, tem feito isso com muito sucesso. No entanto, isso não lhe dá o direito de discordar de minhas decisões. Dê uma chance ao rapaz! – Desculpe-me, majestade. – Está desculpado. Bem, fique de olho nesse lobo imundo. Nova… Ele vai nos dar trabalho. Dimitri me alertou que os revolucionários estão se movimentando. Um espião infiltrado foi apanhado pela guarda pessoal dele. Estava pesquisando as plantas de alguns edifícios próximos ao Estádio e ao Palácio Real. Isso me preocupa muito, capitão. Você acredita que eles possam estar planejando uma invasão? – Não, majestade. Acho improvável. Mesmo que invadissem, a Guarda Real é a mais bem treinada de todo o reino. E, além disso, o que justificaria essa invasão? Iriam tomar o trono à força? Não, não faz sentido. E o Estádio, bem, seria óbvio demais. Afinal, a 12

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primeira invasão aconteceu há menos de um ano. Eles sabem que a guarnição militar nesses locais está reforçada. Se me permite dizer, provavelmente esse “espião infiltrado” esteja plantando provas. Talvez para distrair nossa atenção. Mas… – ele deixou a frase no ar, sem concluir o raciocínio. – Enfim, acho improvável. – Mas? Você não consegue disfarçar, capitão. Por que você insiste em não confiar em informações que venham da Província de Syndobli? – Bem, vossa majestade acabou de lembrar-me de que não devo discordar de suas decisões. O rei soltou uma gargalhada. – Insolente como sempre! Héricles, você me lembra muito o seu pai. Mas tem um quê de ironia que ele não tinha! Sabe que admiro suas capacidades, sua lealdade. Confio em você mais do que em qualquer outra pessoa neste reino. E não é à toa, você sabe disso. Acredito, porém, que, no caso de Dimitri a coisa é pessoal. Ou há algo que eu deva saber? Por um momento, Héricles hesitou. A conversa havia tomado um tom pessoal ao qual ele não estava mais acostumado. Fazia muito tempo que o rei Luca não o chamava pelo primeiro nome. E esse simples detalhe apertou um nó em sua garganta. – Não há nada que deva saber, majestade. – Gostaria de acreditar em suas palavras, capitão – respondeu o rei, observando atentamente todos os sinais contrários que emanavam dele. – Se eu mesmo não o tivesse criado como a um filho, acreditaria. Mas conheço você, Héricles. Respeito que não queira me dizer agora, e deve ter seus motivos para isso. Mas amanhã conversaremos a respeito. Até lá, vigie todos os movimentos de Nova. E eu prometo que ficarei com uma pulguinha atrás da orelha quanto a Dimitri, e qualquer informação que venha de Syndobli. Por ora é só. Vá descansar. Soube que anda patrulhando o palácio em turnos de vinte horas. Não quero ter de apelar ao meu título real para fazê-lo descansar, capitão. 13

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– Sim, majestade. Com sua licença. O rei acenou com a cabeça, dispensando-o. Mas enquanto Héricles deixava a sala do trono, o rei observava atentamente seus movimentos e sua expressão. Ele sabia, pelo olhar de seu capitão, que algo estava muito errado. E era algo que envolvia Dimitri. Héricles saiu da sala e dirigiu-se à ala norte do palácio, onde ficavam os aposentos dos guardas reais. No caminho encontrou-se com lady Carol, uma das damas da corte e amiga pessoal da princesa Si. Carol era uma jovem bela, de olhos e cabelos castanhos, e, apesar de não ser a mulher mais alta da corte, era uma das que possuíam mais curvas. Isso a tornou famosa entre os guardas reais. Não que ela permitisse qualquer tipo de intimidade, mas era quase impossível contê-los. Héricles se esforçava muito para repreender os buchichos de sua tropa, e lady Carol ou qualquer outro membro da corte nunca desconfiaram dessa fama. No entanto, entre os subalternos era inevitável. Mas a preocupação de Héricles em frear os possíveis “comentários” estava prestes a acabar. Carol já estava comprometida com Dimitri. O casamento havia sido anunciado para o mês seguinte e, então, ela deixaria o palácio. O reino todo se preparava para a festa. Carol, apesar de ser calma, sofria de uma radical alteração de humor quando encontrava Héricles. Nem sempre ela fora assim. Héricles a conheceu quando era mais nova, assim que veio morar no palácio com sua mãe e a irmã. Eles costumavam ser bons amigos, mas em algum momento isso se perdeu. Agora Héricles a achava apenas uma garota mimada e irritante, que via todos os seus caprichos se realizar. Como Carol nunca conseguiu que ele deixasse o palácio, ficou frustrada. Héricles entendia isso. Mas sua paciência tinha limites e, depois de anos aturando esse comportamento, ele já não disfarçava mais sua antipatia pela moça. – Não está muito tarde para uma volta no palácio, lady Carol? – perguntou Héricles, com o tom de ironia que Carol detestava. 14

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– E o que o senhor tem contra, capitão? Há algum toque de recolher que eu desconheça? – Não chamaria assim, mas se preferir… Sabe muito bem que sua mãe a proibiu de sair do quarto depois do jantar. E até onde sei, o jantar é servido pontualmente às oito horas. São exatamente dez e cinquenta. Perdeu a hora? – Não. Não perdi a hora. E, sim, eu me lembro da ordem de minha mãe. Mas você não deve se meter na minha vida, capitão! Você não é meu pai e muito menos meu noivo, o que é muita sorte minha! – acrescentou ela com uma expressão de nojo. – Realmente eu não tenho de me meter na sua vida – disse ele em um tom irônico. – Mas devo avisar sua mãe sobre a sua desobediência. Afinal, sou o capitão da Guarda Real e esse é o meu dever. Quer voltar por si mesma ou serei obrigado a levá-la de volta à força? – Seu bruto! Você não ousaria usar de força contra mim! – disse explodindo de raiva. – Ah! Eu ousaria, sim. Héricles pegou-a pelo braço, forçando-a a voltar por onde veio. – Dimitri tem razão de não gostar de você! Você é um grosso e insensível! – disse frustrada. – Se Dimitri dissesse que o Sol é gelado você também daria razão a ele. Aliás, é só isso que você sabe fazer. – Não ouse me insultar, seu… – Não, não! Não diga nada do que possa se arrepender mais tarde. Sabe o que sua mãe pensa sobre esse linguajar. – Droga! Vai me entregar à minha mãe mesmo assim? – Mas é claro. – Mas… Mas eu estou voltando, como me pediu! Não pode me entregar! – Posso e vou. – Pago-lhe um salário a mais se mantiver segredo! 15

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– Não me insulte, lady Carol – ele riu. – Conhece-me o suficiente para saber que não sou suscetível a suborno. – E o que quer, então? – O que eu quero? Cumprir meu dever, e isso inclui entregá-la à sua mãe. – Ele divertia-se com a situação. – Por favor, eu lhe imploro! Não conte nada a ela! Minha mãe vai ficar uma fera! É capaz até de me mandar para o Estádio com aqueles lutadores monstruosos! Por favor! – apelou para o drama. Não podia ficar de castigo àquela altura. – Ora, ora! Aprendeu boas maneiras de uma hora para outra? – Por favor! Farei tudo o que você quiser! – Não se rebaixe, lady Carol. – Por favor! Eu lhe suplico! – disse ela desabando em lágrimas. – Pode parar com esse choro falso! Isso funciona com Dimitri, não comigo. – Seu estúpido! – disse ela enxugando as lágrimas. – Meu choro não é falso! Choro de verdade, não vê? – Não. Não vejo. – Ele parou e a olhou nos olhos, f­azendo-a ficar mais nervosa ainda. – O que vejo é uma dama da corte mimada, que, chorando, sempre consegue tudo o que quer! Mas ­sinto informar-lhe, isso não funciona comigo. – Seguiu andando, puxando-a pelo braço. – E fique tranquila. Sua mãe não a enviará ao Estádio. Mesmo que enviasse, você não seria lançada à Arena. Afinal, não duraria nem um minuto lá dentro. E quem pagaria para assistir a uma luta tão ruim? – acrescentou ele com um sorriso maldoso. Caminharam mais alguns metros e pararam em frente ao aposento de lady Doroti, mãe de Carol. Héricles bateu à porta e entregou a garota à sua mãe. Carol o olhava com muita raiva enquanto ouvia a bronca, mas nada que ele já não estivesse acostumado. Lady Doroti havia imposto a proibição quando soube que a filha se encontrava às escondidas com Dimitri enquanto ele se hospedava no palácio. Obviamente, o delator dos encontros fora Héricles. 16

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Carol pensava que ele o fizera apenas para atingi-la, mas ele queria protegê-la dos funcionários do palácio. Ela já era afamada por suas curvas, não precisava receber mais um apelido por suas escapadas noturnas. Héricles só cumpria o seu trabalho, porém não fez questão de contar isso a ela. Afinal, era bom sentir o gostinho da “vingança”. Ele estava bem cansado do tratamento que recebia da moça. Héricles pediu licença e dirigiu-se ao seu aposento. Não era muito grande, mas muito bem organizado. Possuía uma cama simples, uma pilha de papéis com anotações sobre uma escrivaninha abarrotada de livros, e, entre eles, era possível localizar a pequena tela de um computador, ele andara pesquisando. A escrivaninha, apesar de pequena, suportava bastante peso, já que ali havia várias gavetas com infinitas folhas de papel com as mais diversas anotações, desde telefonemas grampeados a cartas de sua mãe – ela era adepta da escrita caligráfica e sempre incentivou os filhos a escrever. Havia um closet onde não existia uma grande variedade de roupas: oito uniformes de modelo padrão preto e azul da guarda; dois trajes de gala, preto e prata; vestes para o inverno e “roupas úteis”, a maioria preta ou de cores escuras. À esquerda ficava uma porta que levava a um banheiro também não muito grande. E atrás do grande espelho ficava a sua parte preferida do quarto: o armário de armas. Ao contrário do closet, possuía uma enorme diversidade de armas, desde o modelo de bastão simples, para luta corpo a corpo (seu preferido, por sinal), até o modelo mais avançado de arma de fogo. Héricles caminhou até o banheiro e lavou o rosto. Apoiou-se na pia e suspirou de olhos fechados. Tirou o casaco e a camisa do uniforme e os jogou no cesto de roupas sujas. Ele tinha uma decisão difícil a tomar. Por alguns segundos, olhou o seu reflexo no espelho, esperando que ele lhe desse uma dica, um sinal de qual caminho tomar. Mas nada. Somente seu rosto cansado. Héricles era jovem, apesar de tudo. Muito jovem. “O mais jovem que até hoje ocupou o cargo de maior confiança do rei: 17

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capitão da Guarda Real”, foram essas as palavras dos jornais locais quando ele foi nomeado. Ninguém acreditava muito em sua capacidade, nem mesmo ele. Quando Héricles veio para Gondorle, era muito novo. Uma criança adulta, como disse sua mãe. E foi praticamente adotado pelo rei. Criado nos corredores do palácio, conhecia cada canto e cada passagem daquele lugar. Sempre demonstrou interesse em seguir os passos do pai, que uma vez ocupou o cargo que hoje era dele. Mas Héricles teve uma ascensão rápida demais, e não era de surpreender que muita gente duvidasse das qualidades mentais do rei quando ele resolveu colocá-lo no cargo. Ele era apenas um jovem de quinhentos anos. Tinha pouco mais que a idade mínima para se alistar e já recebia tamanha responsabilidade. Afinal, Héricles já cruzava os corredores do palácio desde os duzentos e oitenta anos, e atuava na guarda desde os trezentos, extraoficialmente, apenas como guarda-costas da princesa. Sempre o primeiro em tudo, o primeiro e mais condecorado atirador, o primeiro em combate desarmado, em estratégia militar… Seu treinamento havia sido muito puxado, e ele correspondeu a todas as expectativas. Não queria decepcionar seu pai nem o rei. Apesar disso, houve críticas. Muitas. No início, a tropa não aceitava que Héricles os liderasse, e apenas obedeciam porque ele tinha aquela pequena estrela a mais no peito. No fundo, ele sabia que não poderia piscar sem que alguém tentasse derrubá-lo. Em duzentos anos conseguiu mudar essa imagem, e hoje era respeitado. Era realmente amado por suas tropas, e nem mesmo o mais velho dos guardas – que tinha idade para ser seu avô – duvidava que ele fosse a pessoa certa para o cargo. Héricles passou por quatro guerras, rebeliões e conspirações, não só em Gondorle. Foi também enviado para outros planetas do Plano, quando foi solicitado pela União, liderando as tropas de Gondorle em esforços militares contra possíveis terroristas. O rei não gostou muito de enviar seu melhor homem, seu “filho”… Mas o fez. Era obrigado pelas convenções. 18

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