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Adriana Brazil
VERテグ C de
onquistas
Foi assim que te amei
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Verão de conquistas Copyright © 2015 by Adriana Brazil Copyright © 2015 by Novo Século Editora Ltda. gerente editorial
gerente de aquisições
Lindsay Gois
Renata de Mello do Vale
editorial
assistente de aquisições
João Paulo Putini Nair Ferraz Rebeca Lacerda Vitor Donofrio
Acácio Alves
preparação
capa
Alline Salles (AS Edições)
Adriana Brazil
projeto gráfico
revisão
Vanúcia Santos (AS Edições)
Gabriel Patez Silva
auxiliar de produção
Luís Pereira
diagramação
João Paulo Putini
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 10 de janeiro de 2009.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) (Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil) Brazil, Adriana Verão de conquistas Adriana Brazil. Barueri, SP: Novo Século Editora, 2015. (Série Foi assim que te amei) 1. Romance brasileiro. I. Título. II. Série. 15‑05233
cdd‑869.3
Índice para catálogo sistemático: 1. Romances : Literatura brasileira 869.3
novo século editora ltda. Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111 cep 06455‑000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – Brasil Tel.: (11) 3699‑7107 | Fax: (11) 3699‑7323 www.novoseculo.com.br | atendimento@novoseculo.com.br
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Se não tivesse amor, eu nada seria… — primeira Carta aos CorÍntios
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Dedicatória
para Marcio Brazil por ser o meu andy da vida real. por ter me dado inspiração para criar essa série. Quando eu fecho os olhos e lembro do passado, eu vejo seu sorriso, eu ainda ouço sua voz me dizendo não desista. E eu cheguei aqui, pertinho dos meus sonhos. Bem sei que em cada estação eu me recordarei do quanto seu amor é importante em minha vida. Quantas cenas a vida nos fez protagonistas e eu te devo tanto… Te devo meu amor, minha fidelidade, minha amizade e meu carinho. para sempre eu passarei pelas estações e me lembrarei do seu amor que me transforma em princesa, em rainha, em heroína, em uma Helen. Eu te amo além do que consigo escrever. obrigada por tudo. Eu te amo…
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Sumário Prólogo.................................................................................. 11 1. Brisa suave........................................................................ 13 2. Dias de sol......................................................................... 42 3. Miragem............................................................................ 58 4. Sombras .......................................................................... 82 5. Pôr do sol ...................................................................... 149 6. Brilho do sol .................................................................. 168 7. Um novo dia .................................................................. 191 8. O sol ainda brilha............................................................ 202 9. Quando o sol se for ........................................................ 242 10. Verão de conquistas ..................................................... 269 Epílogo .............................................................................. 280 Agradecimentos ................................................................. 282
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Prólogo
o
QUe Valeria Um momento?
um espaço de tempo para abrigar uma
alegria única? ou apenas um instante de sorriso? Haveria algo nessa terra que poderia suprir uma emoção de gerar risos e lágrimas? um breve pensamento, um vazio… ou até mesmo uma eterna lembrança de um brilho que não foi visto, de sonhos que não nasceram, de uma suave brisa que ainda sopra nos dias de saudade… Fazendo-nos lembrar de que o passado não pode determinar um futuro, pois o que vivemos é o hoje, que nos revela seu nome “presente” com esperança. No abrir das mãos, um vento sopra, levando os desejos que traziam uma profunda inspiração. E o que restou foi um pequeno contentamento de saber que tudo, um dia, existiu. o amor desenhou formas e deu expressões a uma recordação admirável, gravada numa linda lembrança de vida que fugiu das minhas mãos. o que seria uma lembrança, senão um vento passageiro, um sopro que toca nossas vidas dizendo que ele está ali, que é real, mesmo que não possamos ver? Nada é eterno, tudo é limitado pelo tempo. aprendi a valorizar o que está ao meu redor. aprendi a agradecer os momentos de dores e crer que eles sempre terão um propósito admirável de levar-me à escada da vida que me faz crescer. o outono passou, assim como o inverno e a primavera, e deixaram marcas na minha memória que nunca serão apagadas. E aquele
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verão nunca deixará de brilhar. Sei que as estações estarão sempre em constante movimento, marcando um tempo, dando nome a cada recordação e me levando aos gloriosos dias de uma saudade que ainda vive dentro de mim. Helen Gamberini
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1 Brisa suave
enQUanto VoÁVamos De Volta para Casa, recordava minha lua de mel com um sorriso satisfeito no rosto. um lugar que, além de inesquecível, abrigou os melhores momentos da minha vida. seria impossível esquecer cada sorriso dado, cada carinho recebido e o quanto fomos felizes naqueles dias. Eu achava que a felicidade tinha feito das nossas vidas a sua morada. através da janela do avião, via as nuvens brancas como algodão se acomodarem juntinhas. o sol já deixava o alaranjado do céu e suas tonalidades combinantes. os contornos da nossa cidade já se desenhavam no chão. inspirei a certeza de que tudo seria novo no momento em que o avião pousasse em Florianópolis. Eu havia me tornado a senhora Gamberini! por mais que tudo em volta me levasse para o encanto daqueles dias, ainda repetia para mim mesma que eu havia me casado, que Deus realizou o maior dos meus sonhos. sempre imaginei que o casamento mudaria minha vida, principalmente na minha maneira de ser, ou somaria emoções novas, mas ali tive certeza de que nada faltava para que eu fosse completa, pois me sentia plena. Minha alegria era transbordante, causava uma viva impressão no meu ânimo. olhei para a aliança em meu dedo, era uma verdade absoluta. ao meu lado, encostado em meu braço, andrew cochilava. tentei não sorrir de novo, mas ele me fazia tão feliz! o cheiro do seu perfume
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me embalava dando sentido à vida. Acariciei seu rosto, ele ajeitou-se na poltrona mas não acordou. Peguei um livro para dar continuidade à leitura. Li alguns parágrafos e, na quarta vez que li o mesmo trecho, desisti, a presença de Andrew tirava toda minha concentração. Resolvi render-me, encostei a cabeça sobre a dele e continuei idealizando meus novos planos. O comandante anunciou que iríamos pousar. Andrew acordou, espreguiçou-se e virou o rosto para o lado. Seus olhos castanhos exerciam um fascínio incrível sobre mim. Eram brilhantes e claros, mas além de uma beleza física eu via muita bondade, uma verdade límpida e transparente. Eu adorava me ver em seus olhos e amava ainda mais quando ele parava o mundo com o simples fato de me olhar. Como ele podia ser tão lindo? — Agora começa nossa vida, Andy — falei baixinho. — Uma vida maravilhosa — ele complementou com uma voz grave e graciosa. Segurou meu queixo e nos beijamos. Minha respiração reagiu na mesma hora, seu beijo tirava meu ar. Então me puxou para si e me abraçou. Virei de costas para ele e me aconcheguei em seus braços. — Vai ser bom — ele disse perto do meu ouvido. — Só bom? — resmunguei. — Ótimo! — sussurrou de novo. — Incrível. Melhorou? — Agora, sim. — Puxei seus braços para me apertarem mais. — Amor, será que Alan irá se lembrar de nos buscar no aeroporto? — Acho que sim. Ontem li um e-mail dele no meu celular. — Você não me falou. O que ele queria? — Nos desejar felicidades. — Alan? — discordei, descrente. — O que ele queria? — Isso e dizer que iria nos buscar hoje no aeroporto. — Sei, vou fingir que acredito. Estava exausta da viagem, contudo, a disposição e animação do começo da vida de casada me revigoravam a cada instante. Era boa a
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sensação da novidade, de experimentar o casamento. Em contrapartida, a ansiedade gelava meu estômago e me lembrava, a cada segundo, de que eu havia me casado, logo, minha responsabilidade seria outra. Caminhamos para a retirada da bagagem. Pegamos as malas e, ao sairmos da área de desembarque, avistamos Alan e Sarah sorridentes. Sarah estava vestida de bermuda jeans e uma blusa branca, coberta com uma jaqueta floral clarinha. Estava com os cabelos presos em um rabo de cavalo e um batom cor-de-rosa claro. Apressei os passos para abraçá-la. — Amiga linda, que saudades! — Sarah disse com tom agudo. — Que saudades, Sarinha! — E aí, irmão?! Vocês estão até mais bonitos depois do casamento! — disse Alan, abraçando Andrew. Usava bermuda jeans, camisa creme e um tênis branco. — Oi, amigo mais chato do mundo! — Nos abraçamos. — Tenho que admitir que eu estava cheia de saudade! — Sua chatura me faz falta — falou, sorrindo, e apertou meu nariz como sempre fazia. — Oi, amigo. — Sarah abraçou Andrew. — É visível que cuidou bem da minha amiga, ela está até mais bonita! E você? — Ela sorriu. — Ficou com cara de homem casado! — Todos riram. — Espero que isso seja bom. Conversamos durante o caminho até a nossa casa em Jurerê Internacional. Andrew foi na frente com Alan, enquanto Sarah e eu falávamos sem interrupções no banco de trás; a estrada seria curta para colocar nossos muitos assuntos em dia. Ao passarmos por Itacorubi, senti saudade dos meus pais, mas era tarde, deixaria para visitá-los no outro dia. Alan parou o carro na frente da nossa casa. Ao avistá-la, suspirei alto; era maravilhoso estar ali, na minha nova vida, com meu esposo, em um novo tempo. Pude perceber que ser impressionada com tamanha grandeza somava ao meu coração ainda mais gratidão ao Criador, o responsável de ter escrito uma belíssima história para mim.
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— Estão entregues — falou Alan, entregando a chave da nossa casa para Andrew. — Mas não vão entrar? — resmunguei. — Melhor irmos, amiga, já é tarde. — Sarah olhou o relógio. — É verdade, gata. — Alan olhou para trás. — Estamos atrapalhando a lua de mel. — Meu rosto corou e fiz careta para ele. — Bem, este é nosso lar — falou Andrew. — Estão convidados a virem sempre aqui. Não nos deixem com saudades. — Podemos vir amanhã estrear a casa nova de vocês? — sugeriu Sarah, empolgada. — Claro, amiga! Chame Evelyn, Richard, Rebecca… — Parei de falar ao ver que Andrew me olhava. — Tudo bem, Andy? — Claro, linda. É diferente essa sensação de ser o homem da casa, decidir as coisas. Alan bagunçou o cabelo dele. — Vai se sair muito bem, irmão! — Ele puxou o pescoço de Andrew e deu-lhe um beijo na cabeça. — Amanhã de noite esperamos vocês, então! — falei, animada. — E tragam Prince! Estou cheia de saudades! Alan ajudou Andrew a carregar as malas e não deixou de fazer piadas com a quantidade de bagagem. Não tinha muito o que argumentar, ele tinha razão em cada gracinha que fez. Na porta da sala, Andrew me pegou no colo de repente, e dei um gritinho assustado. — Não é assim que você assiste nos filmes? — Apertei seu rosto com um beijo. — Garanto que nenhum protagonista é mais apaixonante que você! Alan se apressou em abrir a porta e adentramos para nosso ninho. Ao me colocar no chão, Andrew me beijou.
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Admirei novamente a beleza da nossa casa. Nossa história seria escrita e bem sabia que nunca iria faltar amor. Todos os outros detalhes poderiam ser supridos sem tanta importância. Sarah me afagou em um abraço demorado quando se despediu, nos desejou palavras de carinho, amizade e confiança. Abençoou-nos dizendo que Deus estaria conosco em cada momento e que nossos amigos sempre estariam torcendo por nossa felicidade. Conduzimos nossos amigos até a porta. Ao fechá-la, coloquei as mãos na cintura e mordi o lábio. — Será que está tudo em ordem? — perguntei. — Acredito que sim. — Andrew olhou em sua volta e piscou o olho para mim. Subi apressada e verifiquei todos os cômodos. Queria me certificar de que tudo estava como deixei. E estava. Os quartos estavam arrumados e limpos, minha mãe provavelmente devia ter passado por ali ou pedido que Mel arrumasse. Desci a escada e olhei o quintal que ficava atrás da casa; a piscina precisava ser limpa, várias folhas de árvores boiavam sobre as águas. Passei pela cozinha e abri a geladeira procurando algo para nos servir. Tinha água, algumas caixas de suco, queijo e frutas – era mais um dos cuidados da minha mãe. Voltei para a sala e encontrei Andrew perto da escada. Passei os olhos por ele e acreditei que aquele sonho estava acontecendo. Ele fez sinal me chamando para perto de si. Subi um degrau, fiquei da mesma altura que ele. — É tão bom estar em casa. Eu amo você, meu esposo. — Esposo? — Ele sorriu. — É a primeira vez que me chama assim desde que casamos. — Você é meu esposo e amo falar isso! Meu esposo, meu marido! — Minha esposa… — Ele mostrou um sorrisinho orgulhoso. — É diferente pensar assim. Minha mulher, só minha. Gostei disso. Andrew me abraçou.
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— Adoro esta parte do casamento — ele sussurrou. — Só pensa nisso? — Espremi os olhos. — Por que não pensaria? Subimos os últimos degraus, seus beijos dificultavam minhas pernas de obedecerem. Abri a porta do nosso quarto. Meu sorriso foi a resposta do quanto eu queria viver nosso mundo outra vez.
A claridade encontrou meus olhos com os primeiros raios de sol. As cortinas de tecido fino não impediram que ela invadisse todo o ambiente. Logo, senti um desconforto sobre meu corpo. Andrew estava com o braço e a perna jogados em cima de mim. Como ele era espaçoso! Mesmo numa cama que poderia ser dividida com abundância, ele ainda insistia em tomar meu espaço. Geralmente dormia encolhida; Andrew devia pensar que eu fazia parte das suas almofadas da cama. Depois de um banho demorado, era hora de estrear minha cozinha, preparar nosso primeiro café da manhã. Eu poderia fazer as inúmeras receitas de panquecas que minha mãe havia me ensinado – pelo menos Mel dizia que era o que Andrew e seus amigos comiam pela manhã, acompanhado de frutas e pães. Diferente do meu desjejum, que costumava ser pão, queijo, bolo, café com leite ou suco de fruta. Refleti alguns segundos e concluí que as nossas refeições poderiam ser a soma do que tinha de melhor nos meus costumes e nos dele. Liguei o pequeno rádio que ficava no balcão, estava sintonizado em uma estação tranquila; não tive dúvidas de que minha mãe passara ali, era a emissora que ela ouvia com meu pai pela manhã. Tive dificuldade de achar os objetos nos armários da cozinha. Encontrei a sanduicheira e coloquei as fatias de pão, passei manteiga e esperei a luz mudar de cor. Olhei a geladeira, tínhamos que fazer com-
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pras, o básico estava lá, mas precisávamos encher nossas despensas com as compras do dia a dia. Um abraço aconchegante em minha cintura e uma respiração quente em meu pescoço amoleceram minhas pernas e fizeram meu corpo arrepiar. Um sussurro grave em meus ouvidos me desejava bom-dia. Nem nos meus sonhos mais ousados imaginei o quanto seria bom acordar com a pessoa que amamos. — Já acordou, amor? Eu ia levar o café pra você. Andrew encostou meu corpo contra o balcão e deitou sobre meu ombro. Estava arrepiado e apenas de cueca. Ele não podia fazer aquelas cenas, eu não aguentaria tamanha provocação. — Vamos dormir de novo? — pediu e escondeu o rosto no meu pescoço. — Ah, amor… Deita lá de novo e finge que está acordando quando eu chegar. Não é difícil, você interpreta muito bem. — Não quero interpretar, quero dormir com você. — Eu ri. — Vai ficar andando assim mesmo pela casa? — Aham — falou com chamego. — Assim sou eu que não te resisto. — É essa a intenção. Andrew se afastou e andou para a porta da cozinha. Mesmo que não fosse seu intento, exibiu seu corpo maravilhoso, acompanhado de um sorriso completamente sedutor. Mordi o lábio contendo a enorme vontade de ir atrás dele. — Estou te esperando, linda. — Piscou o olho. Ele era irresistível. Minha vida passou a ser a nossa, uma construção incrível em que eu colocaria todo meu amor em cada pedaço erguido. Voltei a olhar a bandeja e me lembrei do que estava fazendo. Coloquei os copos sobre ela. Procurei algum vasinho em que pudesse
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encaixar uma flor, mas percebi que apenas um grande jarro com tulipas vermelhas e amarelas enfeitava a cozinha. Desisti do enfeite. Peguei a bandeja e subi. Entrei no quarto e ele estava deitado na cama, completamente oferecido a mim. Um sorrisinho convencido escapulia do seu rosto de modelo. Admirei a cena e não tive pressa de sair do estado de transe em que Andrew sempre me deixava. — Você é irresistível. — Prove sua tese. — Convencido! Ele sorriu e se ajeitou na cama. Apoiei a bandeja sobre a cama e me sentei de pernas cruzadas à frente dele. Comentei que precisávamos fazer compras e planejar nossa volta aos deveres da semana. Andrew não parecia preocupado, era como se tudo já estivesse sob controle em seus planos, pelo menos na mente dele. — Posso confessar uma coisa? Nunca fiz compras. — Imaginei! — Soltei uma risada. — Vai ser fácil, Andy! Você vai ver. Andrew acabou de mastigar o pão e bebeu um gole de suco. Um sorrisinho torto em sua boca demonstrava que havia lembrado de alguma coisa. — O que foi? — perguntei, interessada na sua expressão. — Vou fazer o almoço hoje! — Hã?! — disse, surpresa. — Já cozinhou antes, Andy? — Não, mas a prática ensina. Na verdade, cozinhei, sim, senhorita. — Ele apertou meu queixo. — Algumas vezes quando estava no intercâmbio. — Ok. Espero que se saia muito bem. Mas, antes, precisamos fazer compras. — Antes — ele tirou a bandeja de sua frente e colocou sobre o criado-mudo —, temos algo melhor a fazer. Mordi o lábio e soltei uma risada quando ele avançou para cima de mim me jogando sobre a cama.
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Na sala da nossa casa encontrei diversos presentes espalhados, todos que foram convidados fizeram questão de deixar uma lembrança de sua presença naquele majestoso dia. Andrew parou ao meu lado e achou graça do meu espanto. Precisaríamos separar um tempo para colocar tudo no lugar. — Vou no escritório pegar um bloco para fazer a lista de compras. Isso não tem na internet? — Não, Andy! — Eu ri. Olhei por cima e caminhei entre as caixas de diversos tamanhos e cores, cocei a cabeça sem saber por onde começar. Perto do sofá, uma caixa cor-de-rosa com fitas prateadas me chamou atenção, era de Evelyn. Fiquei curiosa. — O que será que Evelyn aprontou dessa vez? — Abri o cartão e li em voz baixa. — Amiga, é só mais um presentinho, pois bem te conheço e acho que você ainda fica tímida para essas coisas! Divirta-se com sua nova vida! Amo você, garota! Beijos. Eve. Ri e esperei por alguma surpresa intimidadora. Tirei a tampa da caixa e minha boca abriu. Era um conjunto de lingerie preta. Lentamente, puxei um espartilho transparente com cinta-liga, duas meias 7/8 com detalhes em renda e uma calcinha pequeniníssima. — Essa Evelyn é doida — falei, impressionada. — Quantos presentes! — Andrew apareceu de repente, fechei a caixa rapidamente e apoiei os cotovelos sobre ela. — Muitos, vamos abrir? — tentei disfarçar. — São muitos, vamos ver alguns — falou e pegou um de Gabriel. — Grande, o que deve ser? Andrew veio e sentou-se ao meu lado. Tentei esconder a caixa colocando algumas almofadas por cima. Se eu realmente fosse usar aquilo, deveria ser uma surpresa para ele.
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