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A nossa Medalha

fotografia de Manuel Barreleiro

Uma tradição que, por enquanto, se mantém.

Regressámos a Alijó Regresso... ao Museu de Victor Nascimento, nove anos depois da primeira visita, para celebrar mais um aniversário.

2ª Permuta Numismatas Integrada nas comemorações do XI aniversário, levamos a efeito a segunda Permuta Inter-Membros, realizada em sala, resultante da colaboração dos membros do Fórum, que cederam vários artigos, bem como da disponibilização de bens do nosso inventário.


XI ANIVERSÁRIO NUMISMATAS

MENSAGEM DE BOAS VINDAS

Amigos Numismatas, Nove anos depois regressamos a terras de Trás-os-Montes, que tão bem sabem acolher os seus visitantes. Nesse passado ano de 2010, ainda tivemos um cheirinho daquilo que hoje Alijó, na pessoa do nosso anfitrião Victor Nascimento, nos está a proporcionar, ao disponibilizarse para nos receber na sua Casa-Museu, que tão boas recordações nos deixaram. Por essas e outras razões, este convívio anual do Fórum, merece e deve ser preservado. Estes anos ficarão indelevelmente marcados na nossa memória, até ao fim dos nossos dias. Ano após ano, temos apelado à vossa participação activa. Este ano, pela primeira vez, a medalha correu o risco de não ver a luz do dia, dado o crescente desinteresse na sua aquisição pelos nossos membros. Por favor, não deixem morrer a medalha, quando esta morrer certamente morrerá o Encontro.

ALIJÓ

D

erivando, segundo alguns historiadores, de “Ligoó” (laje de grandes dimensões), Alijó é uma terra de lajes e granitos. Aparece pela primeira vez referenciado no Foral Concedido pelo rei D. Sancho II ao Distrito de Panoias, o que prova o seu povoamento perdido no tempo, assim como os seus vestígios pré-históricos que se encontram espalhados por todo o Concelho. Alguns geógrafos defendem que Alijó deve o seu nome ao termo hebraico “Azob” ao qual os árabes chamaram “Azof”, que significa no nosso idioma “Hysopo”. Os mouros adicionaram-lhe o artigo “Al” e então era cognominado de “Alzof” ou “Alzob”, que depois facilmente derivou em vários termos, variando entre alinzo, Alijoó e por fim Alijó. Também há defensores da teoria de que as terras de Alijó, depois das conquistas mouras, forma propriedade de Ali-Job, de quem deriva o nome. Durante algumas dinastias, os Távoras foram os donatários destas paragens e ainda se encontra junto à igreja matriz, ao plátano centenário e ao magnífico chafariz, a casa desta nobre família. Quanto ao património cultural destacam-se a igreja matriz do século XVIII, onde ainda se encontra a pia baptismal, e entre o seu es-

pólio dois cálices, um do século XIV e outro do Século XVI. A imagem de Santa Maria Maior é uma obra feita em pedra de ançã do século XVI. Os Paços do Concelho, o Pelourinho, as capelas do Senhor do Andor ou dos Passos, a da Nossa Senhora dos Prazeres no monte da Cunha, a do Santo António no monte do Vilarelho e a capela do antigo Solar dos Viscondes de Alijó. O Solar dos viscondes de Alijó, o Solar dos Castros do século XVIII, o Solar dos Mansilhas do século XVIII, o actual edifício da Biblioteca Municipal, primeira cantina escolar do país, o edifício da escola Secundária, o edifício do hospital e o “abrigo dos pequeninos”, a pousada Barão de Forrester, primeira do país, a Pousada da Juventude e o posto de turismo. A cultura dos vinhos finos ou generosos e de mesa, praticada essencialmente nas terras junto aos rios que delimitam o Concelho e os pinhais, lameiros para a práctica do pastorício, os soutos, nas terras mais altas, ainda hoje são o sustento das gentes locais. Situada a cerca de 40 Km de Vila Real, a capital de Distrito, e a 15 Km da A4, Alijó é um Concelho virado para a agricultura que agora desperta para um turismo de qualidade, com óptimas condições hoteleiras, aproveitando para esse facto as inúmeras possibilidades de turismo sazonal providenciado pela vinhas nas encostas da mais antiga região demarcada do mundo e actualmente património da humanidade. Conta também com os imensos monumentos que se perdem no tempo, mas também a reserva de caça municipal, procurada por caçadores de todo do país. No dia 15 de Agosto de cada ano é realizada a romaria em honra de Santa Maria Maior. In: www.cm-alijo.pt

COMISSÃO DE HONRA

Desejamos as boas vindas.

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Mafalda Lopes Mendes

Aurelina Carvalho

Vereadora com pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Alijó

Presidente da Junta de Freguesia de Alijó

O encontro conta com o apoio de:


XI ANIVERSÁRIO NUMISMATAS

A nossa Medalha Uma tradição que, por enquanto, se mantém.

Em baixo o desenho de Miguel Vieira (12 anos) e à direita a maquete enviada ao escultor. Em baixo (ao lado) uma das fases da produção.

É também visível a inspiração do autor na moeda de colecção “Alto Douro Vinhateiro” (2,50€), de autoria de Armando Alves e emitida em 2008. Fica assim garantida a ponte com a Numismática, paixão que nos move e que é também a razão para mais um são convívio. Salientamos o já habitual bom número de participações e agradecemos uma vez mais aos nossos amigos, que continuam a mostrar grande vontade de eternizar mais um aniversário, através da cunhagem de uma medalha. Contudo, vemos-nos obrigados a partilhar convosco as dificuldades que temos passado para manter esta tradição, uma vez que o número de medalhas vendidas é muito inferior aos primeiros anos do Fórum, o que compromete a continuação desta iniciativa face aos elevados custos de produção. O futuro dirá o que nos reserva. Parabéns a Miguel Filipe Vieira, autor desta sugestão para a nova medalha Numismatas.

Analisadas as propostas de todos os concorrentes do concurso, do desenho da medalha do XI Aniversário do Fórum Numismatas, a quem endereçamos os mais sinceros parabéns, assinalámos o seguinte: Em Alijó o sector do vinho é dominante, sendo o concelho com maior área de vinha e também o que produz o maior número de pipas de Vinho do Porto. Trata-se portanto de um motor da economia local. Cientes da importância da vinha para a região, e em especial para a vila anfitriã do nosso encontro, parece-nos adequada a referência a motivos relacionados com este tema. Destes destacamos o “Homem do Douro”, monumento que embeleza uma das rotundas daquela localidade e que ocupa boa parte do campo na proposta de Miguel Vieira.

Doce divulgação Mantendo a coerência de todos os materiais de divulgação do nosso encontro, também os pacotes de açúcar se inspiram no desenho vencedor do concurso da medalha, mas também no néctar dos deuses, o Vinho e, neste caso, a Vinha. São dois, para colecionar!

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Um Museu particular que tem de tudo! Fica em Alijó e está aberto “a toda a gente que o queira ver” e queira ser bem recebido pelo homem que o criou e lhe dá vida, Victor Nascimento, que é também o anfitrião deste encontro. POR MANUEL CARLOS DIAS MORAIS

Horácio Victor Pinto do Nascimento, viu a luz do muna sua própria dignidade. Este novo quadro, extremado pela primeira vez pelo dia 26 de Abril de 1957, em mente complexo, fez-lhe esmorecer o entusiasmo anteLuanda, a bela capital da então província portuguesa de rior sendo obrigado a parar com as colecções e até mesAngola, filho mais novo de uma família pobre, trabamo a ponderar desfazer-se delas, tal era precária a sua lhadora, cuja vida era principalmente constituída por situação económica. Entretanto a vida prossegue mais enormes sacrifícios para conseguir sobreviver. As suas ou menos atribulada, mas com relativo sucesso. Consrecordações mais longínquas transportam-no a Africa titui família, mantendo sempre uma extraordinária colonial do princípio dos anos 60, a uma sociedade laavidez por descobrir novas terras, novas gentes, novas boriosa marcada pela ilusão de um futuro com mais teorias. A partir de 1995, o “bichinho” do coleccionismo, oportunidades. Ainda muito novo por volta dos 6 anos, regressa em força. Um pouco mais desafogado, do ponto começa a ter um gosto especial em de vista material, lança-se de corpo e juntar coisas, quase tudo o que lhe alma a uma imparável busca de novas vinha à mão. Esse apetite voraz, que áreas de interesse, obrigando-o em innunca mais o iria abandonar, teve cursões literárias bastante profundas, origem numa oferta de selos do seu que pudessem servir de base às suas irmão mais velho, também ele colecaspirações. Deste modo foi adquirindo cionador de gabarito internacional. variadíssimas peças soltas e algumas Nesse contexto, meio a brincar, foi colecções contactando outros coleccioadquirindo material filatélico e nunadores e estruturando de forma susmismático usando toda a série de tentada o seu velho sonho. Digamos estratagemas que um adolescente que parafraseando o também africano pode imaginar e cujo processo foi inMia Couto, a sua convicção era “ muito terrompido intempestivamente em enorme”. Na verdade o Victor não é Em 2017, o Fórum Numismatas atribuiu-lhe 1974 por razões subjacente conhedeste mundo, pertence ao Mundo. um “Diploma de Mérito”. cidos levando a refugiar-se com a No fundo, procura acima de tudo, exfamília em Portugal. O seu refugio teve como destino travasar o que lhe vai na alma e dar a conhecer a súmula a região Duriense de Alijó, terra natal de seus pais e que da sua passagem pela terra através de uma percepção seria também por si adoptado a partir de então. Todasimbólica que vai emergindo, etérea, do seu vasto esvia a sua inclusão/socialização não foi fácil. Era uma pólio. E nesse aspecto quase tudo serviu para o embenova cultura, uma outra maneira de encarar as coisas. vecer, para o empenhar na sua preservação e divulgaAs dificuldades que levaram os seus progenitores para ção. Assim, desde belíssimas conchas da costa Angolana África, revestiram agora uma nova forma, igualmente e borboletas africanas, passando por selos e moedas de dramática. Eram as agruras de quem, num ápice se viu todo o mundo, balanças, relógios e despertadores, garespoliado de tudo o que na vida havia granjeado, até rafas de whisky e miniaturas (estas com a ajuda de seu 04

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pai), peças artesanais, ferramentas domésticas e de trabalho, alfaias agrícolas, latas de bebidas, crucifixos de prata, calendários, postais, soldadinhos de chumbo, entre outros, tudo servia para captar a sua atenção para chegar aos dias de hoje, e sentir esta estranha, mas compreensível, necessidade de divulgar, de dar a conhecer, de contribuir para enriquecimento cultural da comunidade onde vive. Em 2002, após o falecimento dos seus queridos pais e na sequência de obras necessárias à preservação da residente por eles legada, foi congeminando uma ideia que há muito o vinha atormentando: a construção de um espaço onde pudesse colocar todo o seu manancial de coleccionismo, onde o pudesse mostrar aos amigos, às crianças e aos jovens, à população em geral. Seria , na sua perspectiva, uma ocasião única para divulgar publicamente o que de há muito ía guardando só para si. E se bem o pensou, depois de amadurecer devidamente a ideia e o projecto, melhor o fez. No primeiro andar de sua casa, deixada pelos seus progenitores, construiu um espaço para exposições, extremamente bem conseguida, mas que hoje já se revela exígua para albergar todo o material disponível. Diga-se, no entanto, que se trata de um novo espaço cultural de iniciativa privada, que em muito vem enriquecer o panorama cultural de Alijó.

Victor Nascimento foi também autor de uma das nossas medalhas, a do 6º Aniversário, que aconteceu em Lisboa no ano de 2014.

Neste sentido, espera-se que todo a população que assim o queira, tenha possibilidade de o visitar e, certamente, não dará o seu tempo por mal empregue. Finalmente e para que conste, num país marcado pela intriga e pelo egoísmo é natural que o modo de ser do Victor, a sua franqueza, a sua voluntariedade, acabe por gerar incompreensões e invejas. Na realidade, há qualidades que são difíceis de suportar. Esperemos que a sua grandeza não seja excessiva para a perversidade e hipocrisia dos nossos costumes. Temos é que lhe tirar o chapéu e mesmo para terminar, nada melhor que um excerto de um poema do seu conterrâneo Miguel Torga, para ilustrar o alcance da sua obra: “...nada no mundo se repete. Nenhuma hora é igual à que passou. Cada fruto que vem cria e promete uma doçura que ninguém provou...”

(do poema “perenidade”).

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A inesquecível Almada Celebrámos o 10º aniversário em Almada, evento que contou com o apoio da Escola Emílio Navarro, da TV Almada e da Câmara Municipal de Almada, que se fez representar pelo Dr. João Couvaneiro. As festividades prosseguiram no dia seguinte, com uma visita ao Santuário Nacional do Cristo Rei.

Os registros fotográficos falam por si. Resta-nos agradecer ao João Mealhas, incansável anfitrião, que tanto fez por este encontro. Sem ele nunca teria sido possível. O programa decorreu quase de forma maquinal... tudo no tempo certo!

TV Almada, em reportagem no encontro

O Anfitrião João Mealhas

João Couvaneiro, vice-presidente da CM de Almada, de visita ao encontro

Os agraciados com o prémio “Fidelidade”.

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Aspecto da exposição retrospectiva

Equipa do Fórum recebeu o prémio PROOF

O autor da medalha do encontro

Entrega do prémio “FDC” a Fernando Oliveira

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Visita ao Santuário do Cristo Rei


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A vida do Fórum

Deixamos algumas iniciativas, encontros e actividades do Fórum Numismatas, ocorridas entre Maio de 2018 e Maio de 2019. 1. Numismatas Award. “Evento Numismático do Ano”: Feira PINF (Porto). Entregue a Paulo Oliveira.

2. Visita ao museu da colecção numismática do Novo Banco.

3. Presença no almoço da Associação Numismática de Portugal.

“Moeda do Ano”: 5€ Idade do Ferro e do Vidro. Atribuído ao designer Eduardo Aires.

4. Primeira Permuta inter-membros, realizada em sala no encontro de Almada.

5. Visita a Sevilha - Mercadillo del Cabildo.

6. Apoio no encontro de sócios Clube Galitos.

7. Presença nas Feiras de Coleccionadores de Lagos, VRSA, Montemor-o-Novo, Almada e PINF (Porto).

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XI ANIVERSÁRIO NUMISMATAS

8. Cadernos Numismáticos. Foi com enorme prazer que apresentamos mais uma obra do amigo Vítor Manuel de Almeida, lançado no dia 20 de Outubro de 2018, por ocasião do Almoço Clube Galitos, realizado na cidade de Aveiro.

12. Almoços de Natal, realizados no Porto, Lisboa e Algarve.

Este e outros estudos dos nossos foristas, estão disponíveis na área de merchandising do nosso site.

9. Tertúlia em Vilamoura.

10. Tertúlia em Ereira.

11. Participação no encontro da Associação Filatélica e Numismática Gil Eanes, Lagos, realizado mensalmente.

MEALHA Gazeta das Coisas que Ocorreram no Fórum dos Numismatas e seus Eventos PRODUÇÃO Numismatas

EQUIPA Alberto Praça, Carlos Pernas, Domingos Correia Luís Salgado, Miguel Soares, Paulo Carreira e Teresa Guimarães 2019 | www.numismatas.com


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